Junho 2009

52
1 CIDADE, Junho de 2009

description

Notícias do interior do estado do Rio de Janeiro, Cabo Frio, Búzios,

Transcript of Junho 2009

Page 1: Junho 2009

1CIDADE, Junho de 2009

Page 2: Junho 2009
Page 3: Junho 2009
Page 4: Junho 2009

4 CIDADE, Junho de 2009

Junho, 2009 Número 37

www.revistacidade.com.br

Capa: “Onde está o dinheiro?” - charge de Iuri Vasconcelos

Ouvindo a População ........09

Panorama ...............................10

Angela .....................................19

Gênio Esquecido Cabo Frio é berço de um dos mais importantes escritores brasileiros ...24

10 Perguntas para o novo comandante do 25o. BPM ..........34

Metrô a caminho ................37

Sem descansoAlerj investiga conselheiros do TCE ............................................38

Eleições seguras em Búzios ......................................42

Gente .......................................43

Idolos começam turnê por Rio das Ostras......................44

Livros .......................................47

Resumo ...................................49

35 -

16 Semana de MuseusHistória como atração

20 Casas ao ChãoEstado combate invasões em Massambaba

32 Injustiça SocialIdosos do Lar da Cidinha podem ser desalojados

40 Boxe tailandês invade Cabo Frio

35 Creche na Coxia completa 30 anos

CRISE AMIGAC A PA

Município de Cabo Frio vive um dos momentos mais difíceis de sua história econômica 28

Page 5: Junho 2009

5CIDADE, Junho de 2009

ENTREVISTA J o r g e P i c c i a n i

Tomás Baggio

Meu compromisso é com o Brasil, com o Rio de Janeiro e com o PMDB, e evidentemente só faremos alianças que fortalecerem o partido

5CIDADE, Junho de 2009

JORGE PICCIANIPresidente da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro

presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Sayed Picciani (PMDB) enxergou, nas eleições do ano que vem, a chance de dar um salto em sua carreira política. Deputado estadual desde 1990 e pre-

sidente da Alerj desde 2003, Picciani confi rma nesta entrevista que será candidato ao Senado Federal em 2010.Antes de ser deputado, foi fi scal do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE) e presidente da Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (Suderj). Entrou na política pelas mãos do constituinte Marcelo Cerqueira, então no PSB. Quando se elegeu deputado pela primeira vez, Picciani pertencia ao PDT.Ao assumir a Presidência da Alerj, Picciani esta-beleceu um teto de remuneração máxima para os funcionários da Casa. Levantando a ban-deira da austeridade, o parlamento fl uminense devolveu recursos orçamentários ao Estado em 2005 e 2007. Em 2003, Picciani foi acusado de manter tra-balhadores em regime de semi-escravidão em uma de suas fazendas em Mato Grosso, a Agrovás, em São Felix do Xingu. No entanto, o Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso entendeu que Picciani não tinha conhecimento da contratação e homologou um acordo em que o declarou inocente. Por conta da reportagem “Homens de Bens da Alerj”, publicada pelo jornal “O Globo” em 2004 (vencedora do Prêmio Esso Regional naquele ano), Picciani também foi alvo, junto com mais de duas dezenas de políticos, de longa investigação sobre a origem de seu patrimônio. O resultado foi favorável a ele. Dois anos e meio depois de iniciados os depoimentos, o Órgão Especial do Ministério Público do Rio de Janeiro arquivou, por unanimidade de vo-tos, a investigação concluindo pela “absoluta compatibilidade”.

OD

ivul

gaçã

o

Page 6: Junho 2009

6 CIDADE, Junho de 2009

J o r g e P i c c i a n iENTREVISTA

Problemas ocorrem em todo lugar, e numa casa tão plural quanto é a Alerj, não poderia ser diferente

6 CIDADE, Junho de 2009

Hoje existem quase cinco mil leis vigorando no Estado do Rio e recentemente a Alerj anunciou que condensará estas leis. Como este trabalho será feito?

Nós criamos uma Comissão Especial na Alerj para verifi car o cumprimento das leis, a Comissão do Cumpra-se, pre-sidida pelo deputado Pedro Fernandes (DEM). Além da análise da legislação que está sendo feita pelo corpo técnico da Alerj, a comissão encaminhou as leis em vigor sobre os temas pertinentes a cada uma das secretarias estaduais, bem como às principais federações e entidades da sociedade civil de nosso estado, solicitando que eles apresentem sugestões de mudança e revisão desta legislação. Pretendemos com isso cor-rigir algumas incoerências e tornar as nossas leis estaduais mais simples e acessíveis à população. Ainda estamos aguardando a resposta das secretarias, mas, como fruto de uma primeira aná-lise, a comissão encaminhou seis pro-jetos de lei à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), pedindo a revogação de 2.022 leis. A ideia é consolidar leis autorizativas, de utilidade pública, referentes a datas comemorativas e nomes de logradouros, além de vários dispositivos que tratam dos temas água e hinos cívicos. Neste processo, esta-mos organizando a legislação estadual. Entendemos que, para que as leis sejam cumpridas e fi scalizadas, é preciso ter uma legislação mais simples e enxuta.

A CPI do TCE está sendo acompanhada por todos no Estado e já ganhou dimensão nacional, até onde a Alerj pode ir na investigação?

Até os parlamentares concluírem a investigação que se propuseram a iniciar. É importante destacar que a investigação, feita pela Comissão Par-lamentar de Inquérito (CPI), tem como base inquérito da Polícia Federal, que indiciou três conselheiros do TCE-RJ por suspeita de envolvimento em cor-rupção. O Tribunal de Contas do Estado é órgão auxiliar do Poder Legislativo e tem como função fi scalizar as contas das prefeituras e do Governo do Estado. Mas quem o fi scaliza? Os conselheiros não estão acima do bem e do mal e, se

cometerem crimes, devem ser punidos, como todo o mundo. Se até o presidente da República pode sofrer impeachment, por que não os conselheiros? Por isso, aprovamos uma emenda constitucional que prevê os casos em que os conse-lheiros podem perder seus cargos vita-lícios. Isso é um avanço. Sobre a CPI, há tentativas de se obstruir o trabalho

administrações municipais que desejem fazer denúncias anônimas. O telefone funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h30.

Como é possível preservar a imagem da Alerj perante fatos negativos, como o envolvimento de deputados em crimes, como, por exemplo, o caso do deputado Geraldo Moreira suspeito de ter sido o mandante do assassinato do marido de sua ex-mulher?

Agindo com transparência, garan-tindo ao parlamentar a possibilidade de ampla defesa e do contraditório e, uma

vez comprovadas as denúncias, atuando com rigor. Problemas ocorrem em todo lugar, e numa casa tão plural quanto é a Alerj, não poderia ser diferente. Mas casos como o citado são pontuais e têm tido uma resposta à altura por parte dos parlamentares. A Corregedoria e a Conselho de Ética, criados na minha gestão como presidente da Alerj estão se aperfeiçoando. No ano passado, o Conselho de Ética enfrentou situações muito difíceis e respondeu à altura. Todas as reuniões foram abertas à sociedade e à imprensa. Os relatórios produzidos deram base a três cassações de mandato e a uma manutenção de prisão, que levou à renúncia. Nenhum dos cassados logrou êxito na Justiça para retornar, o que também demonstra que houve consistência, e que foram respeitados os princípios de ampla defesa e do contraditório.

Na Alerj é muito comum a presença de funcionários comissionados, aqueles indicados por deputados. Existe alguma previsão de realizar concurso público?

Estamos realizando estudos e ana-lisando as demandas e necessidades de nosso quadro administrativo para realizar concurso, mas ainda não temos data defi nida e nem o quantitativo das vagas que serão abertas. A Assembléia Legislativa do Estado do Rio tem uma característica que a diferencia das de-mais. Em 1975, com a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, o que ocorreu foi uma sobreposição de funções que só recentemente estamos conseguindo equacionar, a partir da aposentadoria dos funcionários antigos e extinção dos cargos. De lá para cá, optou-se por fazer apenas concursos es-pecífi cos, como o de 1998 para compor o departamento de Informática da Casa e para Taquigrafi a, que é uma função que exige especialização.

Como o deputado Jorge Picciani vai se posicionar perante o projeto do Governo do Estado que sugere a criação de O.S. (Organização Social)? Artistas do Teatro Municipal do Rio de Janeiro se mobilizaram e conquistaram o apoio de várias bancadas. O senhor pode adiantar o seu voto?

Na minha opinião, o modelo de Or-

Os conselheiros (do TCE) não estão acima do bem e do mal e, se cometerem crimes, devem ser punidos, como todo o mundo

por meio de decisões judiciais que impedem o colegiado de ouvir os con-selheiros indiciados – principais alvos do inquérito. Devido a este fato, não foi possível avançar mais na investigação, mas a comissão já reuniu elementos importantes que auxiliam os trabalhos da PF. Por este motivo, prorrogamos os trabalhos e criamos um Disque Fraude TCE (08002828890), destina-do principalmente ao atendimento de prefeitos, vereadores e funcionários das

Page 7: Junho 2009

7CIDADE, Junho de 2009

ganizações Sociais é novo e precisa ser experimentado. Enquanto presidente da Assembléia Legislativa, desde que o projeto chegou à Alerj tenho buscado estimular o diálogo e o debate para que seja aprovado o melhor texto, que garanta a idoneidade das Organizações Sociais e o patrimônio cultural do nosso estado. Depois de receber representan-tes de sindicatos, artistas e gestores que são favoráveis ao projeto e os que são contrários em reuniões na Presidência e nas audiências públicas realizadas pela Comissão de Cultura, ponderei com o governador que existem equipamentos culturais de menores proporções do que o Municipal que podem se prestar a essa experiência. Seguindo uma sugestão minha, o governador decidiu então retirar o Teatro Municipal do projeto que vamos analisar em plenário. Em breve teremos um desfecho para esta questão.

Em sua gestão, a Alerj passou a interferir mais diretamente na vida da população, não apenas elaborando leis e fi scalizando o Executivo, mas também doando parte de seus recursos para cidades atingidas por enchentes, por exemplo. Socorrer desabrigados também é uma obrigação do parlamento?

Entendo que o dinheiro é um só e vem dos impostos pagos pela popula-ção. Se o Parlamento consegue econo-mizar recursos é nossa função trabalhar para que eles sejam bem aplicados em outras áreas. Foi assim com parte do orçamento do ano passado, que desti-namos às Universidades estaduais, e o mesmo ocorreu em relação às cidades atingidas pelas enchentes. Estive nos municípios e pude ver de perto a des-truição causada pelas chuvas e ouvir os relatos de quem perdeu tudo o que tinha. Neste contexto não era possível permanecer de braços cruzados. Quan-do fi zemos a doação para as prefeituras das cidades atingidas pelas enchentes (total de R$ 20 milhões, sendo um mi-lhão para cada cidade), nosso objetivo foi dar a elas fôlego para superar as adversidades. Sabemos das difi culdades que os prefeitos teriam para se recupe-rar e a burocracia que enfrentariam para

que tivessem acesso aos recursos. O processo administrativo para liberação de dinheiro para a recuperação daquelas cidades levaria meses. Só para citar um exemplo recente até hoje Santa Catarina não recebeu verbas do governo federal para fazer as obras necessárias à sua plena recuperação.

De que forma a Casa Legislativa conseguiu reduzir custos e economizar dinheiro nos últimos anos?

Renegociando contratos, instituindo o pregão eletrônico, racionalizando gastos e, principalmente, aperfeiçoando os mecanismos de controle de despesas da casa. Na medida em que ampliamos a transparência disponibilizando, por

exemplo, a lista de passagens autoriza-das e pagas pelo Parlamento em nosso site (www.alerj.rj.gov.br) até o dia 10 do mês seguinte, observamos uma redução no número de solicitações. É interessante frisar que mesmo com esta redução aumentamos muito a gama de serviços à disposição da população.

O senhor vai tentar uma vaga ao Senado no ano que vem? Concorrendo com nomes como Crivella, Gabeira e Benedita, também possíveis candidatos, que parcela do eleitorado o senhor tentará conquistar?

Sim. Pretendo conquistar a popu-lação como um todo e convencê-la de que estou preparado para representar o estado do Rio de Janeiro no Senado.

Qual a sua opinião sobre o projeto de lei que prevê o aumento no número de vereadores nas Câmaras Municipais de todo o pais?

Eu acredito que este assunto merece

uma análise mais detida. Não sou do time que acredita que quanto menos melhor, mas mais vereadores signifi ca também mais despesas para os muni-cípios arcarem e menos investimento em áreas prioritárias, como educação e saúde.

A Região dos Lagos vem ganhando notoriedade e passou a fazer parte da agenda dos políticos do Rio e de Brasília nos últimos anos. A que isso se deve, em sua opinião?

A vários fatores. Um deles é a a bertura do aeroporto de Cabo Frio, que abriu a possibilidade de atração de turistas que frequentam as praias de Búzios e Cabo Frio. Com isso foram retomados investimentos para a cons-trução de resorts na região e o que ve-rifi camos foi o incremento da atividade turística, que ganhou um novo fôlego. Isso faz com que as demandas por parte da população em relação à melhoria da infraestrutura, saúde e educação au mentem e exigem uma atuação mais próxima dos políticos.

O senhor acredita na manutenção da aliança entre PMDB e PT no estado do Rio para as eleições do ano que vem? E nas eleições de âmbito federal, o senhor acha que os dois partidos poderão caminhar juntos?

A posição pública do governador Sérgio Cabral é a de defender com fi r-meza a aliança com o presidente Lula, que tem trazido inúmeros investimentos para o nosso estado e apoiar em nível nacional a candidatura da ministra da Casa Civil Dilma Roussef. Com relação à aliança em nível estadual os partidos estão conversando. Disse ao presidente nacional do PT que meu compromisso é com o Brasil, com o Rio de Janeiro e com o PMDB e que evidentemente só faremos alianças que fortalecerem o partido.

Se confi rmada a sua candidatura ao Senado Federal, o apoio do atual presidente da Alerj será disputado por diversos candidatos a deputado estadual. O senhor poderá apoiar algum candidato?

Todos aqueles que ajudarem a cons-truir um Rio de Janeiro melhor.

Na medida em que ampliamos a transparência disponibilizando, por exemplo, a lista de passagens autorizadas e pagas pelo Parlamento em nosso site (www.alerj.rj.gov.br) até o dia 10 do mês seguinte, observamos uma redução no número de solicitações”

7CIDADE, Junho de 2009

Page 8: Junho 2009

8 CIDADE, Junho de 2009

crise também bateu à porta de São Pe-dro da Aldeia. Pelo menos é o que diz o governo municipal, que anunciou

em junho medidas para “garantir equilíbrio fi nanceiro do município”. Novo horário de funcionamento das repartições públicas municipais, cortes nos salários e redução dos cargos comissionados são algumas das medidas de emergência tomadas pela administração.

“Nesse primeiro momento precisamos superar a crise, por isso são necessárias algumas exonerações e redução dos sa-lários dos comissionados”, declarou o vice-prefeito, Marquinho da Trecus, em audiência pública na Câmara Municipal.

Desde o dia 15 de junho, as repartições públicas estão funcionando das 8h às 14h, com exceção dos serviços essenciais e fazendários.

“O novo horário não reduz considera-velmente a carga horária trabalhada. Os servidores trabalhavam oito horas corri-das, contando o horário de almoço, o que equivale a esse novo horário, de seis horas ininterruptas. Mas essa medida permite uma diminuição com energia e demais gastos”, disse Marquinho da Trecus.

Também foi estabelecido por meio de decreto o impedimento de protocolar novos processos de despesas, compra de equipa-mentos e materiais permanentes; proibição de concessão e pagamento de horas extras e diárias; impossibilidade de liberação de combustíveis além das cotas estabelecidas, além de outras medidas emergenciais.

De acordo com o presidente da Câmara Municipal aldeense, vereador Agnaldo So-dré, a crise já afeta o comércio local.

“Por ser uma cidade pequena, que depen-de da prefeitura, o comércio está sendo afeta-do com essas medidas. A prefeitura tem uns 3,5 mil funcionários e o salário deles é que movimenta o nosso comércio”, afi rmou.

De acordo com ele, o papel dos verea-dores, neste momento, é o de fi scalizar.

“Estamos fazendo o que é para ser feito, que é fi scalizar para ver se a prefeitura não está gastando com coisas desnecessárias”, completou.

São Pedro corta despesas

S ã o P e d r o d a A l d e i a

Receita cai 11,57%No primeiro quadrimestre deste ano,

em comparação com o mesmo período de 2008, a prefeitura aldeense obteve um au-mento na arrecadação de IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano), em 10,91% e de IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte), em 47,65%, mas, por outro lado, o repasse de royalties diminuiu em 11,84%. No primeiro quadrimestre de 2008, São Pedro da Aldeia recebeu R$ 1.855.160,66 em royalties. No mesmo período de 2009, foram R$ 1.635.499,37.

A receita total do município, que no primeiro quadrimestre do ano passado foi de R$ 34.615.260,44, caiu para R$ 30.608.261,89 no mesmo período deste ano. Uma queda de 11,57%.

A Controladoria-Geral do Município também apresentou, na mesma audiên-cia pública, as dívidas deixadas pela ges-tão anterior. Segundo os índices da presta-ção de contas, de 2002 a 2007, foram dei-xados R$ 3.107.968,62 e, de 2008, R$ 6.464.832,53 em “restos a pagar”, totalizando R$ 9.572.801,15.

Plenário da Câmara Municipal durante a audiência pública

Exonerações e redução dos salários dos comissionados

MARQUINHO DA TRECUSvice-prefeito

AC

ésar

Val

ente

Cés

ar V

alen

te

Page 9: Junho 2009

9CIDADE, Junho de 2009

Ouvindo a população

Texto e fotos: Tomás Baggio

Margarida Oliveira Quintino foi atendida pelo prefeito em audência:“Vim pedir para orar no trabalho”

Antessala do gabinete da Antessala do gabinete da prefeitura lotada em dia de prefeitura lotada em dia de audiência com o prefeitoaudiência com o prefeito

ma vez por semana, a recepção da prefeitura de Arraial do Cabo fica completamente lotada, assim como a

antessala que dá acesso ao gabinete do pre-feito Wanderson Cardoso de Brito, o Andi-nho. A movimentação, toda sexta-feira de manhã, é motivada pelo atendimento direto do prefeito aos cidadãos cabistas, que são recebidos individualmente no gabinete para audiências que duram cerca de dez minutos cada uma.

“Assim é melhor porque a gente não precisa ficar abordando o prefeito na rua, na porta de casa”, opina Josinéia de Andrade.

Os pedidos feitos ao prefeito são os mais variados. A servidora municipal Mar-garida de Oliveira Quintino, por exemplo, foi pedir autorização para orar no local de trabalho.

“Fui recebida com amor e carinho. Pedi ao prefeito para orar no trabalho e ele me autorizou na mesma hora. É um homem de Deus”, disse após sair do gabinete.

Mas uma boa parte dos cidadãos atendi-

dos vai à procura de emprego, como Maria Nazareth Mendonça.

“Estou tentando um serviço para o meu fi lho. Já estive aqui há duas semanas e estou voltando agora para ver se alguma coisa foi resolvida”, contou.

As audiências são organizadas pelo secretário municipal de Governo, Walter Lúcio Cardoso, o Tê, com o objetivo de aproximar a população do governo mu-nicipal.

“Precisamos estar em contato direto com a população para conhecer os anseios da comunidade”, afi rma o secretário.

São 30 vagas disponibilizadas por semana, e no caso de algum imprevisto que faça o prefeito se ausentar, todos são avisados da mudança de datas.

A r r a i a l d o C a b o

U Assim é melhor porque a gente não precisa fi car abordando o prefeito

Josinéia de Andrade

Um pé de CAJÁ AZEDO

Saiba mais sobre a Azeda, histórico, depoimentos e informações sobre a área, acessando:www.comunicabuzios.wordpress.com

é ddeeeAZEDOO

uitas são as histórias que tentam contar a origem do nome das praias Azeda e Azedinha em Búzios. Relatos diversos

viajam através dos tempos alcançando nossos dias com o folclore típico e habitualmente exagerado, que para nosso deleite costuma acompanhar tais histórias. Dessa forma, correntes marinhas agitadas, plantações de laranja e até o mau humor do povo já serviram de matéria prima para a confecção de versões ao surgimento do nome Azeda, denominação que batiza um dos lugares mais esplendorosos da Península.

Mas afinal, qual a origem do nome Azeda?

Frequentadora do lugar desde menina, quando vestida de chita e pés descalços, atravessava trilhos no mato em busca de água doce, lenha, frutas e muita aventura, dona Lurdeca, que também atende pelo nome de Lourdes Aurélio Martins, conta o que sabe dessa história.

- Olha, até onde eu alcancei, aquele era o lugar onde a gente parava para comer cajá. Lá no caminho daquela praia tinha um grande pé de cajá, azedo de dar dó, mas que ninguém dispensava. Era só passar por ali que a gente procurava a fruta. Aí fi cou: vamos lá na azeda...

Com a segurança de seus 78 anos de buziana, dona Lurdeca jamais imaginou que um dia o tal cajá geraria não só o nome de uma das mais famosas praias de Búzios, conhecida internacionalmente, mas também intitularia uma área de natureza nobre, endê-mica e especial, que desperta o interesse da comunidade científi ca brasileira.

Assinado dia 12 de fevereiro pelo prefeito de Búzios Mirinho Braga, o Decreto número 33 declara de utilidade pública para efeito de desapropriação, uma área de 141.825,72 me-tros quadrados, compreendendo as praias da Azeda e Azedinha. Com isso, fi cam proibidas de imediato quaisquer ações no local, garan-tindo a preservação de uma área de grande interesse ambiental, científi co e social.

M

Page 10: Junho 2009

10 CIDADE, Junho de 2009

É CAMPEÃO!

A secretária de Desenvolvimento Social de Búzios, Cristina Braga, reuniu-se, no início de junho, com o diretores da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro) entidade vinculada ao Ministério do Trabalho e Renda, para acertar os últimos detalhes para a realização do Programa Nacional de Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Trabalho nas atividades de pesca e mergulho profi ssionais em Búzios. As atividades em Búzios serão desenvolvidas entre os dias 29 e 31 de julho. Serão oferecidas 45 vagas para atender os pescadores da cidade.O curso terá duração de 18 horas e os participantes receberão um kit com camiseta, boné, óculos de sol, porta documentos e apostilas.

CRISTINA BRAGA com o assessor do Ministério do Trabalho, Flávio Santiago, Jorge Magdaleno e Marcus Hartung, da Fundacentro e Luiz Alberto Schneider, da Fundação Oscar Rudge.

Capacitação para pescadores

Sérg

io Q

uiss

ak

O velejador carioca, Maurício Santa Cruz, o Santinha, conquistou pela terceira vez o título de Campeão Mundial da Classe J-24, desta vez com velas fabricadas no Brasil.Depois de reunir novamente a equipe Bruschetta após o ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2007, Santa Cruz foi para o Mundial da Classe J/24, em Annapolis (Estados Unidos), com a convicção de que poderia conquistar seu terceiro título mundial da categoria. Dito e feito. A tripulação brasileira não tomou conhecimento dos 82 barcos inscritos e sagrou-se campeã.A vitória confi rmou a qualidade da equipe Bruschetta. Dessa vez, Santa Cruz teve a seu lado

o italiano Paolo Boido (secretário), os brasileiros Alexandre Saldanha (tático) e Daniel Santiago (regulador de velas) e o argentino Alfredo Rovere (proeiro). “Viajamos confi antes porque o trabalho foi todo sob medida. O Boido desenhou o barco e eu produzi as velas. Foi a primeira vez que um barco com velas produzidas no Brasil ganhou um Mundial. Isso comprova o crescimento do mercado nacional. Os velejadores brasileiros sempre ganharam títulos dependendo de material vindo de outros países”, disse Santa Cruz.

Depois de muita discussão com am-bientalistas e em-bates na justiça, a polêmica construção do Super Club Breezes, em Búzios, está praticamente pronta. Dos 400 empregados diretos mantidos pelo empreendi-mento durante a construção, apenas 140 ainda permane-cem no local. Apesar do adiantado da obra, a rede de esgoto que servirá o empreendimento, e ao mes-mo tempo atenderá o bairro de Cem Braças, ainda não começou a ser construída. O saneamento do bairro foi

um dos argumentos usados pelos empreendedores para conseguir a liberação da cons-trução em área considerada por ambientalistas como sendo de proteção permanete (APP).Segundo Deise Cristina Le-onardo, presidente do CAT (Centro de Apoio ao Trabalha-dor), entidade que deu apoio às contratações durante a obra, a expectativa é de que o empre-endimento seja inaugurado em outubro e que possa gerar perto de 500 empregos para os buzianos.

Erne

sto

Gal

iotto

Arqu

ivo/

C V

alen

te

Inferno Astral

2009 não está sendo um bom ano para o prefeito de Cabo Frio, Marcos Mendes. Depois de ter a vitória contestada e só conseguir a diplomação através de uma liminar, o prefeito governa aos solavancos dos mais de 180 processos por abuso de poder econômi-co durante o período eleitoral. Para completar o inferno astral, Mendes ainda foi condenado a devolver o dinheiro gasto com pagamento de horas-extras a funcionários comissionados, num cálculo que pode chegar a R$ 30 milhões.

Água mais barataApós reunião entre a PROLAGOS e os empresários José Artur e Ricardo Guadagnin, representando um Grupo de empresários cabo-frienses, fi cou acertada uma redução de 50% na taxa de água cobrada do pequeno comerciante. Pelo sistema tarifário da PROLAGOS o consumo mínimo para o comércio é de 0-20m3. Utilizando ou não esse volume, o empresário é obrigado a pagar o valor correspondente, confi gurado como taxa mínima.Para conseguir o benefício o comerciante deve ligar para 0800 70 20 195 e solicitar uma vistoria para recadastramento como pequeno comércio. Todo o procedimento será feito num prazo de 10 dias.

S A N E A M E N T O

Breezes quase pronto

P O L Í T I C A C O M É R C I O

V E L A

P E S C A

Arqu

ivo/

Mar

iana

Ric

ci

Page 11: Junho 2009

11CIDADE, Junho de 2009

Marcos Homem

Cabo Frio na vertical

Tatia

na G

rynb

erg

OAB discuteA 20ª subsessão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Cabo Frio) deu início, no fi m de em maio, ao Fórum Permanente da Sociedade Civil, um espaço aberto a reclamações e discussões sobre todos os temas de interesse público. As reuniões, sempre na última terça-feira de cada mês, têm o objetivo de encaminhar às autoridades as reclamações de cada cidadão. Na primeira reunião, um mora-dor de Montevideo, no bairro Maria Joaquina, reclamou do isolamento do local: “não temos saneamento, segurança, mas a falta de água é o pior de tudo. Tentei falar com diversas autoridades, mas só a OAB me abriu as portas”.

Apesar de ter o título de Utilidade Pública Estadual e possuir um acervo de mais de 25 mil livros, as Bibliotecas Comunitárias de Búzios estão prestes a fechar. Das seis existentes, apenas a do Centro está funcionando, e precariamente. A entidade está sem receber subvenções desde 2007, e até o momento não recebeu nenhuma sinalização da nova administração. Diante da situação, Antônio Irivaldo Lira Pinto, vice-presidente da Pró-Vida de Búzios, procurou a Câmara dos Vereadores, para expor as necessidades da instituição. “A situação da entidade é muito grave. Nossa dívida é de R$ 6.200,00. Temos dez mil livros lacrados, no Cruzeiro, e em Cem Braças estamos aguardando o despejo, assim como na Vila Verde. A Pró-Vida pede socorro”, apelou.

Erne

sto

Gal

iotto

Bibliotecas Comunitárias pedem socorro

Mal chegou ao comando do 25º Batalhão de Polícia Militar (Cabo Frio), e o coronel Carlos Henrique Alves de Lima (foto ao lado) já enfrentou o primeiro protesto com pedidos de segurança. No fi m do mês passado, a Associação Comercial, Industrial e Turística de Cabo Frio (Acia), convocou os comerciantes e comerciários da cidade para protestar contra a onda de violência que atinge estabelecimentos comerciais do centro da cidade. O protesto foi marcado após o assalto a uma joalheria. O comandante acompanhou de perto a manifestação, e pediu tempo aos cidadãos da Região dos Lagos para mostrar o seu trabalho.

Fotos: Tatiana Grynberg

Esperança para a Casa WolneyA casa histórica onde viveu o fotógrafo Wolney Teixeira, na Rua Érico Coelho, foi palco de uma manifestação de artistas, entidades culturais e amantes da fotografia no último dia 2. Os manifestantes pedem que o imóvel centenário, um dos últimos que restam de pé no centro comercial, seja desapropriado pela prefeitura e transformado em um Mu-seu da Imagem, para abrigar e expor ao público o acervo fotográfi co que, hoje, está em posse do fi lho de Wolney.Durante a manifestação, fo-tografi as históricas feitas por

Wolney foram colocadas na parede externa do prédio dos Correios, o que chamou a atenção de quem passava pelo local (foto acima). Uma semana depois do ato, a pre-feitura de Cabo Frio entrou no imóvel para fazer estudos do escoramento das paredes a da colocação do telhado, que havia sido retirado.

Um assunto extremamente polêmico vem sendo debatido com frequência nas reuniões do Conselho do Plano Diretor de Cabo Frio: o aumento do gabarito, ou seja, na altura e quantidade de andares dos prédios da cidade.A proposta do governo munici-pal é que o gabarito da orla da Praia do Forte e seus arredores passe dos atuais de 6 andares

(18 metros), para 8 andares (24 metros). Em avenidas comerciais como a Teixeira e Souza e a Joaquim Nogueira, no entanto, o gabarito passaria para 10 andares (30 metros). A Associação dos Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos (Asaerla) diz ser favo-rável ao projeto, desde que a haja duas vagas na garagem para cada apartamento.

Centro de Cabo Frio poderá Centro de Cabo Frio poderá ter características alteradaster características alteradas

P a n o r a m a

U R B A N I S M O

L I V R O S

P A T R I M Ô N I O

F Ó R U M S E G U R A N Ç A

Acia convoca manifestação e pede segurança

m do

Page 12: Junho 2009

12 CIDADE, Junho de 2009

A 11ª edição do UFRJ mar, projeto desenvolvido pela Universidade Fede-ral do Rio de Janei-ro, ocorrido no mês passado, reativou seu antigo polo da praia dos Anjos em Arraial do Cabo. Com isso o projeto este ano contou com quatro polos, sendo três deles na cidade de Cabo Frio, locali-zados na praia do Siqueira, praia das Palmeiras e na Escola Municipal Marly Capp, no 2º Distrito.No polo da praia do Siquei-ra, em frente ao Instituto Politécnico da UFRJ, acon-teceram atividades diversas como vôlei de praia, futebol de areia, ofi cina de miniatu-

UFRJ nos mares

ALUNOS tiveram aulas de música e dança, entre outras atividades

ras de embarcações e ofi cina de tambores.Já do outro lado do canal Pal-mer, na praia das Palmeiras, o forte foram as atividades náu-ticas, com passeios em barcos à vela e caiaques. Também foram apresentadas ofi cinas de artes marciais e o “túnel dos sentidos”, um corredor escuro onde os alunos experimenta-vam sensações táteis. Texto e foto: Pedro Paulo Campos

Cabo Frio realizou entre os dias 29 e 31 de maio o 3º Encontro de Carros Antigos e junto recebeu também o III Raid Juiz de Fora - Cabo Frio, que neste ano trouxe 80 carros. Os automóveis chegaram na sexta-feira, e depois de um desfi le pela cidade seguiram para a Morada do Samba onde fi caram expostos, junto com outros carros, de colecionadores locais. Com divulgação defi ciente, o evento passou quase dasapercebido e poucos conseguiram apreciar os Oldies, que fi caram expostos no sábado e domingo, quando aconteceu a premiação do melhor automóvel do show.

Veteranos desfi lam em Cabo Frio

E D U C A Ç Ã O A U T O M O B I L I S M O

Mercedes Benz 230 SL

Galaxies

MP Lafer, Puma e Rural Willys

Morris Oxford 52 customizado

Page 13: Junho 2009

13CIDADE, Junho de 2009

O secretário estadual de Saúde, Sérgio Cortes, visitou no fi m do mês passado, as instalações do Hospital Geral de Arraial do Cabo, e fi rmou compromisso de colaborar com a reabertura da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), atualmente desativada.Sérgio Cortes declarou que o perfi l do hospital também terá que ser redefi nido.“O trabalho que a prefeitura está desenvolvendo através da saúde, está muito bem feito. E, é por isso que vamos ajudá-la, oferecendo todo o suporte técnico e fi nanceiro, pois a UTI irá trazer garantia de saúde para todas as pessoas”, declarou Cortes.

Sérgio Cortes em Arraial

SÉRGIO CORTES entre o prefeito Andinho (esquerda) e o secretário municipal de Saúde Marcelo Paes

Divulgação

No fi m do mês passado, a secretaria de Ciência e Tecnologia de Cabo Frio sediou a primeira reunião envolvendo autoridades municipais e educadores da Região dos Lagos com o objetivo de discutir a implantação de um campus avançado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) na cidade. O foco do encontro foi a divulgação de um estudo e um questionário eletrônico que deverão ser levados às instituições de ensino de seis municípios de abrangência estimada, para identifi car a demanda de cursos que poderão ser trazidos para a região. A ideia inicial é que sejam disponibilizados computadores nas escolas e em praças públicas para que a sociedade possa opinar.

UERJ mais perto

Vinho não combina com praia? Não é verdade. Quem explica, é o empresário Décio Marco, um apreciador da bebida, que resolveu criar um festival para pro-mover o consumo de vinho na cidade de Cabo Frio e região. Assim surgiu o Cabo Vinho, no ano de 2005, um festival para apresentação e degustação de vinhos.“Queremos mudar a ideia que só se bebe vinho na serra. O vinho vai bem em qualquer lugar. Então, juntamos um grupo de importadores e vinículas para fortalecer o consumo na região de mar.”O festival, que já está em sua quarta edição, serve para mostrar aos comer-ciantes e consumidores os diversos tipos de vinho.Décio explica que o vinho não fi deliza o consumidor como outras bebidas. “Cada garrafa é uma nova experiência.

Cabo Vinho

DÉCIO MARCO, organizador do Cabo Vinho

PapiPress

E não tem vinho melhor ou pior. o vi-nho bom é aquele que voce gosta”, diz.Este ano o festival acontece no Tamoyo Esporte Clube, no dia 24 de Julho. “Os convidados compram uma taça na entra-da por R$ 30,00 e podem consumir todos os tipos de vinhos”, adianta Décio. Além dos parceiros locais, as principais vinícolas do Brasil estão convidadas a participar do festival, como Salton e Miolo.

P a n o r a m a

E D U C A Ç Ã O S A Ú D E

E V E N T O S

Page 14: Junho 2009

14 CIDADE, Junho de 2009

C a r t a s

www.revistacidade.com.brJunho, 2009

Cartas para o EditorPraia das Palmeiras, 22 - Palmeiras, Cabo Frio/RJ - Cep: 28.912-015E-mail:[email protected]

Publicação Mensal NSMartinez Editora MECNPJ: 08.409.118/0001-80

Redação e AdministraçãoPraia das Palmeiras, nº 22 Palmeiras – Cabo Frio – RJCEP: 28.912-015 [email protected]

Diretora ResponsávelNiete [email protected]

Chefe de ReportagemTomás [email protected]

ReportagensJanaina GarciaJoão Phelipe SoaresJuliana VieiraLucas MüllerPedro Paulo CamposRenato SilveiraRoberta CostaTati Bueno

Fotografi asFlávio PettinochiLucas MüllerMarcos HomemMariana RicciPapiPressPedro Paulo CamposTatiana Grynberg

ColunistasAngela BarrosoErnesto LindgrenDanuza LimaOctavio Perelló

Produção Gráfi caAlexandre da [email protected]

DistribuiçãoSaquarema, Araruama, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Búzios, Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Quissamã, Campos, Macaé, Rio de Janeiro e Brasília.

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores

A REVISTA CIDADE SEMPRE CHEGAVA entre o dia 15 e 20, mas no mês passado não chegou. Sentimos a falta aqui por causa das matérias de Meio Ambiente de Cabo Frio e Búzios, que sempre tem interesse para nós. Se puderem continuar enviando, fi camos desde agora agradecidos.Ângela Sá (Brasília/DF)

LI A REVISTA COM A REPORTAGEM DA pesca e quero dar os parabéns por voces es-tarem sempre falando dos assuntos da Lagoa de Araruama, como é a pesca. Sempre vejo a revsita Cidade, que para mim é a melhor revista que tem, com assuntos sempre interes-santes e principalmente sempre defendendo a nossa lagoa, que é o maior tesouro desta região e ninguém cuida direito. Gostei muito da foto com os pescadores de São Pedro na capa. Obrigado a vocês pela força. Um forte abraço do amigo.João Francisco de Assis (São Pedro da Aldeia/RJ)

NÃO RECEBEMOS A REVISTA DE MAIO. Como nos serve de importante material de pesquisa sobre a região dos Lagos, pedimos que nos mandem, se puderem. Ficaremos muito agradecidos pela remessa. Aprovei-tamos para parabenizar os editores pela excelente qualidade do conteúdo impresso e pela ótima diagramação. Jessica Alonso (FGV - Rio de Janeiro/RJ)

CONHECI A REVISTA CIDADE NO EN-contro de Automóveis Antigos de Cabo Frio, onde fui acompanhando um amigo colecio-nador. Sou jornalista e fi quei impressionado com a qualidade do material que vocês pu-blicam numa cidade tão pequena. Parabéns pela ousadia e contem com um admirador desde agora.Carlos Toscana (Juiz de Fora/MG)

PEÇO A ESSA CONCEITUADA REVIS-ta para fazer uma reportagem sobre a situação dos assaltos a casas de veraneio em Cabo Frio e também em toda a Região dos Lagos. Esse é um assunto que quase não é falado pela imprensa por que é um crime silencioso, sem estardalhaço e por isso mesmo acaba passando desapercebido, mas o problema é muito grave, e só quem tem casa de veraneio sabe o que passa para conseguir manter o seu patrimônio intacto. Muito obrigado Heitor de Almeida Lima (veranista da Ogiva e morador do Rio de Janeiro/RJ)

SOU MORADOR DO FLAMENGO NO Rio de Janeiro e estou acostumado com trânsito ruim e falta de estacionamento. Mas, passei 15 dias em Cabo Frio em férias com a minha família e achei que a cidade está indo por um caminho muito ruim. O trânsito é pesado e já não tem mais lugar para estacionar no centro, isso em qualquer hora, ou dia da semana. Tentei estacionar nas imediações do centro para ir ao banco e não consegui. Todas as vagas estavam totalmente tomadas às 10 horas da manhã! E nem era temporada ou feriadão. Fiquei dando voltas para esperar abrir o estacionamento do meu banco (Unibanco) que abre as 11 horas, mas quando chegei no portão, às 11:15, já tinha uma placa de “lotado”. Uma cidade tão bonita e com tanto potencial para o turismo tem que cuidar mais desses detalhes que acabam por espantar o turista.Alberto da Silveira (Rio de Janeiro/RJ

FICAMOS SATISFEITOS DE SABER através da revista Cidade que a prefeitura está começando a resolver o saneamento de Búzios. Até agora o que temos ouvido são muitas promessas que acabam em nada. Ago-ra mesmo, a revista anunciou que a obra de Geribá começou, mas tudo está indo muito devagar. O secretário Wilmar que diz que não vai mais permitir esgoto fora da rede. Buzios agradece e espera que desta vez não fi que só na promessa como foi no governo passado.Lenita Conceição de Castro (Armação dos Búzios/RJ)

PROCUREI A REVISTA NA BANCA E não estou encontrando. Estou precisando da revista que fala da dependência dos royalties para completar uma pesquisa da faculdade. Lorena Castilho (Cabo Frio/RJ)

Page 15: Junho 2009

15CIDADE, Junho de 2009

N U T R I Ç Ã O

DANUZA LIMA é [email protected]

ma lenda chinesa diz que em 2737 a.C., o imperador

Shen Nung descan-sava sob uma árvore quando algumas folhas caíram em uma vasilha de água que seus servos ferviam para beber. Nascia aí, o chá. É bem provável que essa história nem seja verdadeira, mas dá um ar romântico à origem dessa bebida milenar.

O aumento de doenças como câncer de mama, intestino, hipertensão arterial, diabetes, doenças cardiovasculares e de-generativas, despertou na população um maior interesse em se alimentar de forma mais saudável e a procurar cura de doen-ças por meio de alimentos naturais.

O chá verde, proveniente da planta Camellia sinensis, é rico em substân-cias antioxidantes, que evitam a ação destrutiva das moléculas de radicais livres que degeneram as células. Ele ativa o sistema imunologico e é rico em tanino que faz diminuir as taxas do LDL (colesterol ruim), além de possuir man-ganês, potássio, ácido fólico, vitaminas C, K, B1 e B2. Contêm biofl avonóides e catequinas, substâncias que bloqueiam as alterações celulares que dão origem aos tumores.

Mas as boas notícias não acabam aí: o chá verde acelera o metabolismo e ajuda a queimar gordura corporal.

Para aproveitar seus efeitos corre-tamente, é preciso estar atento na dosa-gem e nas características do organismo de cada um. Um dos principais cuidados é a existência de cafeína em sua compo-sição. A cafeína pode aumentar a pres-são arterial e causar problemas como taquicardia, dor de cabeça e náuseas. O uso não deve passar de quatro a cinco xícaras por dia e pessoas em tratamento devem antes consultar o médico.

Na preparação do chá verde a água não deve estar fervendo, pois do con-trário as folhas acabam sendo cozidas proporcionando um gosto amargo. Faça uma infusão com uma colher de sopa rasa da erva para cada xícara de água “quase” fervente.

Chá verde, uma bebida milenar

U

Page 16: Junho 2009

16 CIDADE, Junho de 2009

Roberta CostaFotos: Flávio Pettinichi

DOLORES TAVARES Diretora do Museu de Arte Religiosa

História como atração

potencial turístico e cultural da Re-gião dos Lagos foi abordado durante a 7ª Semana Nacional de Museus em Cabo Frio. Com programação

intensa e variada, a semana abriu as portas do Museu de Arte Religiosa e Tradicional (MART), que funciona no Convento Nos-sa Senhora dos Anjos, para um público diversifi cado, mas muito interessado em descobrir a história e as curiosidades da região.

Entre os dias 18 e 22 de maio, o Museu de Arte Religiosa recebeu profi ssionais de várias áreas que abordaram em suas palestras temas como os cuidados com o patrimônio histórico, a posição estratégica da Região dos Lagos e a importância da preservação da natureza local.

Neste ano, em todo o país, a Semana teve como tema “Museus e Turismo” e tendo-o como base, a direção do MART organizou uma programação diversifi cada, como explica a diretora do Museu de Arte Tradicional, Dolores Brandão Tavares.

“Como o acervo do nosso museu é de arte religiosa, trouxemos um especialista para falar sobre como essa arte é tratada fora do ambiente museu. Quando uma toa-lha de plástico é colocada em uma mesa de uma Igreja do século XVIII, por exemplo, isso é profanar. Assim, como quando um cartaz é colado em uma parede de uma construção histórica. Não contribui para a manutenção da integridade histórica do lugar”, explicou a diretora, citando a pales-tra “O sagrado e o profano - Preservando o patrimônio”, com o museólogo Frei Roger Brunório, que abriu a série de palestras.

Durante a semana, o arquiteto da paisa-gem do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (IPHAN), Carlos

Fernando de Moura Delphin, abordou um dos temas de maior importância para a Re-gião dos Lagos: “Museus: Até onde a vista alcança”, que alertou para a preservação do patrimônio natural, como as praias, o morro e a restinga, tão importantes para o desenvolvimento do turismo na região.

A historiadora Olga Maria Cavalcante de Oliveira, que pesquisa a região há mais

de 20 anos, abordou o tema “A importância estratégica da Região dos Lagos”, cujo posicionamento contribuiu para a cons-trução do porto natural, no caso a Ilha de Cabo Frio, em Arraial do Cabo, descoberto pelos navegantes a partir do século XV, que aproveitavam a ilha aprazível para descansar. Aos poucos, essas paradas fo-ram contribuindo para a povoação da área

MARIA CRISTINA TENÓRIOArqueóloga

Semana de Museus

O

C U LT U R A

Page 17: Junho 2009

17CIDADE, Junho de 2009

PALESTRA da historiadora Olga Maria Cavalcanti durante a Semana de Museus

e construção do porto. Sobre a realização da Semana de Museus, a pesquisadora des-tacou a importância em manter a população perto da sua história.

“É de suma importância de que a po-pulação conheça a própria história e que a mantenha viva. A região precisa colocar a história na boca do povo para que ela seja valorizada”, acredita a historiadora carioca, que se apaixonou pelos encantos da Região dos Lagos, e há cerca de sete anos mora em Arraial do Cabo.

Encerrando a programação de pales-tras, a arqueóloga Maria Cristina Tenório, do Museu Histórico Nacional falou sobre “Pesquisas arqueológicas em Arraial do Cabo”. A arqueóloga, que faz pesquisas na Região dos Lagos desde a década de 80, busca a identidade cultural do litoral.

Segundo Maria Cristina, o maior pro-blema enfrentado no campo de pesquisa dela é o descaso da população, inclusive, dos colecionadores. De acordo com a arqueóloga, existem sítios arqueológicos na região com cerca de 5.500 anos e ainda falta despertar na população o prazer pela história local.

“Temos que colaborar para preservar esses sítios tornando-os pontos turísticos que revelam o passado de um determinado

lugar”, disse Maria Cristina, que acredita que a população ainda não descobriu o potencial que a história e a arqueologia podem ser exploradas.

Programação feita em parceriaSegundo a diretora do MART, Dolores

Brandão Tavares, a programação em Cabo Frio foi feita em parceria com o Museu Oceanográfi co do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), de Arraial do Cabo, que fi cou responsável pelo trabalho de campo, com visitações a importantes pontos turísticos de Arraial, como os faróis velho e novo, além da vi-sitação a um sítio arqueológico, todos na Ilha do Cabo Frio.

Região tem museu especializado em oceanografi a

Apesar de pouco procurado por mora-dores da Região dos Lagos, o município de Arraial do Cabo possui um dos museus mais interessantes do país, o “Museu Oceanográfi co do Instituto dos Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira”, que fi ca na Praça Daniel Barreto, na Praia dos Anjos. Segundo a museóloga Cátia Regina Duarte da Silva, segundo-tenente da Marinha e responsável pelo museu, a unidade pos-

Page 18: Junho 2009

18 CIDADE, Junho de 2009

sui um acervo variado, com arqueologia subaquática, acervo náutico, instrumento técnico da oceanografi a, além de um acervo vivo com diferentes espécies.

“Temos um acervo bastante variado, com espécies não só da região, mas como de diversas partes do país. Além disso, os visitantes conhecem o habitat natural das espécies e ainda recebem noções de alimentação”, disse a segundo-tenente, lembrando ainda que o museu possui um tanque com tartarugas e outro que permite que os animais sejam tocados.

O museu oceanográfi co é interativo e chama atenção por ser uma unidade vol-tada para a ciência e tecnologia. Segundo a tenente Cátia, ele foi construído depois que uma ossada de baleia orca encalhou na Ilha do Cabo Frio e foi enterrada pro-positalmente para que, quando retirada, a ossada estivesse em condições de ser exposta para a população.

Ibram vai viabilizar preservação de museus

A sétima semana de museus foi a pri-meira edição organizada pelo Instituto

Nacional de Museus (IBRAM), criado recentemente. Antes, a programação fi cava a cargo do Departamento de Museus do IPHAN. O novo instituto, totalmente in-dependente do IPHAN, tem como objetivo formular uma política cultural para todos os museus brasileiros, não só os federais, melhorar os serviços do setor, aumentar a visitação e arrecadação dos museus, fo-mentar políticas de aquisição e preservação

dos acervos e criar ações integradas entre os museus brasileiros.

A criação do IBRAM foi muito fes-tejada pela diretora do MART, Dolores Brandão, que acredita que a nova estrutura vai viabilizar o cumprimento do papel dos museus nas comunidades. “A criação do IBRAM é um grande passo dentro da política nacional do trato ao patrimônio histórico”, concluiu Dolores.

C U LT U R A

MUSEU Oceanográfi co de Arraial do Cabo reúne preciosidades do fundo do mar

Edua

rdo

Alve

s/D

ivul

gaçã

o

Page 19: Junho 2009

19CIDADE, Junho de 2009

1

O aniversariante da semana, o Juiz da 2ª Vara do Forum de Búzios, Rafael Rezende (31), João Carlos Correia, Juiz da Comarca de Armação dos Búzios e o advogado, Gustavo Machado, em noite de felicitações no Hotel Rio Búzios.

Ana Maria Dutra, Dr. João Carlos Correia, a elegantérrima senhora Maria José Dutra e o seu filho, Sérgio Dutra, chefe do cerimonial da prefeitura de Búzios.

Apresentação maravilhosa do Coral Canto Encanto regido pelo maestro Moisés Santos. Afi nadérrimos encantaram e can-taram músicas de compositores brasileiros como Vinícius de Morais, Tom Jobim, Ari Barroso, Baden Powel e outros.

Juntas seremos fortes pela cau-sa que abraçamos. As presidentes das Apaes, Angela Barroso (Apae-Búzios),Margareth Rosi (Apae-Teresó-polis) e Débora Dutra (Apae-Rio das Ostras).

O grande vencedor, Ezequiel Simas, no pódio, recebendo os louros pela conquista da medalha de ouro nas Olímpíadas de Angra dos Reis.

Vilma Bonbini caprichou na deco-ração do espaço para receber os con-vidados do aniversário da amiga Lilian Ficarelli. Noite agradabilíssima com gen te animada, comidinhas gostosas, bebidas honestíssimas e muita música para dançar.

Ana e Mario Paz vieram do Rio espe-cialmente para abraçar a amiga Lilian no dia do seu niver.Todos os amigos presentes ajudaram para o sucesso da festa.

As vencedoras do Torneio Master Tour que aconteceu no último dia 29/05 no Búzios Golf Club: Paty Cumim, Elza Ishii (que fez um “hole in one” belíssi-mo) e Ana “Bibita” Maria Farias.

A mãe do “Fenômeno”, Sra. Sônia Názario entre os amigos Ana Rosa Dambra e Airton Santana. Eles amam Búzios e estão na procura de casa na península, para o Ronaldo.

2

3

4

5

6

7 8

9

1

2

3

4

5

6

7

8

9

NGELABarrosoA

[email protected]

Page 20: Junho 2009

20 CIDADE, Junho de 2009

M e i o A m b i e n t e

Casas ao chão

Page 21: Junho 2009

21CIDADE, Junho de 2009

Invasões em Monte Alto são combatidas com demolições e promessas

Renato SilveiraFotos: Mariana Ricci

esde que foi criada, em 1986 pelo então governador Welling-ton Moreira Franco, a Área de Preservação Ambiental (APA) de Massambaba, localizada entre os

municípios de Arraial do Cabo e Saqua-rema, vem sendo invadida por gente de diferentes classes sociais. Mas a grande maioria dos invasores é mesmo das ca-madas mais baixas, pessoas oriundas de locais como Baixada e Norte Fluminense que, ou chegam e ocupam o espaço sem se incomodar com implicações legais ou compram nas mãos de estelionatários, que sequer tem a posse da terra para legalizar a transação. Foram várias as tentativas de combate a essa ilegalidade, algumas rece-bidas a bala, porém todas bissextas e sem perspectiva de solução. Recentemente as ações se repetiram, dessa vez colocando abaixo tudo o que ainda estava em obra e não tinha habitante.

A ação, que contou com a participação do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), Batalhão da Polícia Florestal e prefeitura do Arraial do Cabo, aconteceu durante duas semanas e derrubou dezenas de casas em construção, a maioria na área de restinga e dunas. Mas não deve parar por aí. As autoridades prometem remover de lá as mais de mil famílias que não tem o título de propriedade, mas somente após a situação social for resolvida.

O prefeito Wanderson de Brito, o Andinho (PMDB) esteve pessoalmente no local e conversou com os moradores, afi rmando que as casas habitadas não serão demolidas, porém, pediu que não sejam feitas novas construções.

“Ninguém será prejudicado e que en-quanto não tiver algo melhor para dar, ne-

D

Page 22: Junho 2009

22 CIDADE, Junho de 2009

GONTRAN FERREIRA, secretário municipal de Habitação

Invasores ignoram o perigo das ressacas e continuam construindo em áreas de risco

Erne

sto

Gal

iotto

As ações continuarão e quando terminada essa etapa, será feita a regularização fundiária nos Distritos de Monte Alto, Figueira, Recanto Sabiá, Caiçara e Pernambuca

nhuma família será retirada de suas casas. Estamos analisando uma área onde serão construídas habitações de interesse social que deverão atender aos moradores que estão com esse problema”, afi rmou.

O seu secretário de Habitação, Gon-tran de Carvalho, conta que a ação foi determinada pelo Ministério Público, que desde 2005, intimou a prefeitura cabista para tomar providências em relação a desocupação daquela área. Todas as casas deverão sair.

“Desde 2005, o Ministério Civil Públi-co impetrou uma ação contra o Município de Arraial do Cabo. Com isso, a cidade figura como réu para providências de desocupação da área de Preservação Am-biental (APA), que seriam as demolições de construções irregulares nas áreas de preservação permanente e risco em Monte Alto. As ações continuarão e quando termi-nada essa etapa, será feita a regularização fundiária nos Distritos de Monte Alto, Fi-gueira, Recanto Sabiá (já está acontecendo o lançamento predial do bairro, desde o dia 23 de maio - serão 3 meses), Caiçara e Pernambuca”, comentou o secretário.

De acordo com ele, assim que assumiu a prefeitura, o prefeito Andinho deu início ao processo de desapropriação de uma área próxima a Monte Alto, onde serão construídas habitações de interesse social com recursos da secretaria de Estado de Habitação e do Ministério das Cidades, para atender a demanda de 450 famílias já cadastradas.

A Secretaria de Meio Ambiente cabista garante que está sendo feito um trabalho de conscientização com os moradores e vem recebendo denúncias, caso alguma nova construção comece a ser erguida. Segundo o secretário Davi Barreto, as derrubadas vão continuar e os entulhos que ainda se encontram no local serão removidos.

“As derrubadas das casas irão conti-nuar. Estamos fazendo acompanhamento, fi scalização e conscientização no local, através da própria imprensa. E atendemos as denúncias feitas, indo até o local para averiguar a veracidade da denúncia. Em breve será marcada uma operação em parceria com o INEA, que estará cedendo maquinário para recolhimento dos en-tulhos, que serão levados para a própria prefeitura para ser feita triagem para obras de utilidade pública. Vale lembrar que os entulhos são resíduos inertes que não liberam nenhum tipo de contaminação química” esclareceu.

M e i o A m b i e n t e

Page 23: Junho 2009

23CIDADE, Junho de 2009

Governos municipal e estadual decretaram tolerância zero com as novas construções

MARILENE RAMOS, secretária estadual do Ambiente, acompanhou pessoalmente as demolições

Mas os entulhos das derrubadas conti-nuam lá, deixando não apenas as marcas da operação realizada pelo governo, mas a imagem triste para quem teve todas as economias de sua vida reduzidas a escom-bros. Vítima, segundo ela, de denúncias de vizinhos, a dona de casa Rafaela Cunha, que hoje mora com sua mãe exatamente ao lado da casa que tentou construir, conta os momentos de terror que passou ao ver o trator preparado para por abaixo a sua obra.

“Estava na casa de minha mãe sozinha quando percebi um alvoroço na rua. Fui ver o que era e estava lá a polícia, o trator, televisão, jornal, todo mundo preparado para a derrubada de minha obra. Cheguei a passar mal, fui para o hospital e por conta disso acabei perdendo o bebê que estava esperando. Foram anos de economia do meu marido, que recebeu a indenização após a saída do emprego e aplicou tudo na obra. Não temos mais dinheiro e agora estamos na casa de minha mãe. Não fomos avisados de nada e agora está tudo aí no chão”, lamentou.

Maior sorte teve o aposentado Hélio Ventura, que juntando alguns vizinhos, conseguiu impedir a demolição da casa de sua fi lha Cíntia, provando que ela já morava no local e não habitava uma casa em construção.

“Já estamos aqui há dois anos, moro na minha casa e minha fi lha fez a dela. No dia em que derrubaram as outras casas, disse-ram que iam partir para a casa de Cíntia, mas conseguimos evitar o pior”, contou.

O clima entre os moradores de Monte Alto é de tensão, mas a maioria sabe que é apenas uma questão de tempo a remoção. Rafaela conta que a área que está sendo estudada pela prefeitura não tem nenhuma infraestrutura e que os moradores serão jogados lá num verdadeiro deserto.

“Não sei como vai ser. Fiz campanha para Andinho e fui saber se teria algu-ma indenização pela derrubada e recebi como resposta apenas um ‘vamos ver’”, queixou-se.

O INEA afi rma, através de sua assesso-ria de comunicação, que não está agendada nenhuma data para nova ação em Monte Alto e que todas as casas demolidas foram construídas após o cadastramento feito pela prefeitura. As ações, segundo o instituto, visam, além da preservação da APA, evitar riscos para os moradores em caso de gran-des ressacas, como a que atingiu o distrito no mês de maio.

Page 24: Junho 2009

24 CIDADE, Junho de 2009

De descendência portuguesa, sem ascenção social e cabo-friense. Essas são as características de Antônio Gonçalves Teixeira e Souza, um homem que jamais imaginaria a sua importância para o uni-verso da literatura brasileira. Nascido em

Cabo Frio é berço de um dos nomes mais importantes da literatura nacional

28 de março de 1812 no Cabo de Santa Helena, como era chamada Cabo Frio no século XIX, não se sabe onde exatamente ele nasceu e viveu, mas onde ele foi eter-nizado não é de deixar dúvidas: em cada frase das suas obras literárias.

Teixeira e Souza, como é popularmente conhecido, nasceu em uma família pobre; seu pai, o português Manoel Gonçalves, chegou de Portugal com dívidas, os estudos no futuro escritor romântico foram inter-rompidos por falta de verba, o que o fez se mudar para o Rio de Janeiro para trabalhar como carpinteiro aos 13 anos de idade. Mas por problemas de saúde, Teixeira e Souza foi obrigado a interromper as aulas de aper-feiçoamento em carpintaria, partindo então para o mundo da literatura romântica. Na capital, conheceu Paulo Brito, dono de uma

livraria no centro da cidade. A partir daí a carpintaria deu lugar à leitura. E também foi nesse local que ele conheceu e conviveu com o renomado Machado de Assis.

O primeiro romântico Ao todo, cerca de 12 obras literárias

tiraram o humilde cabo-friense do anoni-mato. Livros como “Cornélia”, “Cânticos Líricos”, “Os Três Dias de um Noivado”, “Tardes de um Pintor”, entre outras, reservaram a cadeira 37 da Academia Cabo-friense de Letras. Mas é no romance “O Filho do Pescador” que se confi gura o palco para discussões. O pioneirismo do escritor gera polêmica; alguns como o jornalista Wilson Martins, veem o embrião do romance nas obras de Joaquim Manoel Macedo, outros nomes como o médico De-

João Phelipe Soares

Mar

iana

Ric

ci

O APRESENTADOR Vinicius Canisso e Giulia Edler, representaram Teixeira e Souza e a musa inspiradora do escritor em um passeio pela avenida que leva seu nome

Gênio Esquecido

Um mulato humilde de Cabo Frio foi o criador, no Brasil, de um gênero

que viria a ter em dois outros humildes mulatos do Rio de Janeiro - Machado de Assis e Lima Barreto - representantes altíssimos”, enalteceu Aurélio Buarque de Holanda

Page 25: Junho 2009

25CIDADE, Junho de 2009

mócrito Azevedo, presidente da Academia Cabo-friense de Letras, considera Teixeira e Souza como o pai do romance romântico no Brasil.

“A Moreninha, de José Manoel de Macedo, foi escrito em 1844, enquanto O Filho do Pescador foi lançado em 1843 por Teixeira e Souza. No viés da cronologia, não há dúvidas de que ele seja o pioneiro”, argumenta Demócrito.

A polêmica entorno das escritas de Teixeira e Souza não para por aí. Outro ponto que provoca resistência aos críticos da literatura, é o estilo próprio que Teixeira e Souza tinha para escrever. Seus textos foram considerados verdadeiros folhetins, parecidos com novelas, provável motivo por ele não ter alcançado a elite e caído no esquecimento.

“Machado de Assis disse, na primeira fase do seu trabalho, na época das pu-blicações como Ressureição, Guerra e Helena: ‘perdoai-me se estou impondo essa novela’. Se Machado considera essa fase como uma novela e foi rotulado como romance, porque não considerar O Filho do Pescador um romance também?”, indaga o presidente da Academia Cabofriense de Letras.

Semana Teixeira e SouzaHá 19 anos, Cabo Frio incorporou ao

calendário cultural a “Semana Teixeira e Souza” para difundir o nome do escritor pela cidade.

“Teixeira e Souza é considerado pelos acadêmicos da Academia Brasileira de Le-tras como o primeiro romancista brasileiro que criou um gênero novo. Depois ele se consagrou com José de Alencar, Machado de Assis. Ele é um ícone na história da li-teratura. A própria Academia Brasileira de Letras fez uma mesa redonda pra discutir o pioneirismo e a importância do Teixeira e Souza. É um artista que está sendo redesco-berto, o valor dele está sendo colocado em questão”, analisa o secretário de Cultura de Cabo Frio, Guilherme Guaral.

Criada a partir de uma lei municipal (1106) em 15 de outubro de 1991, na qual estabelece que o evento deve ser realizado de 21 à 28 de março, neste ano o evento deixou de ser “semana” para se tornar “Ano Teixeira e Souza”.

“Percebemos que esse período de uma semana era muito sazonal. Era realizada essa semana Teixeira e Souza e depois não precisava mais falar no assunto. Teixeira e Souza evoca diversos assuntos importantes

como a igualdade social, a literatura, estilos literários e a primazia de ser o primeiro romancista brasileiro, o orgulho de ter nascido em Cabo Frio... Quer dizer, dá para discutir assuntos ligados ao escritor durante o ano inteiro. O tema ‘Teixeira e Souza, o poeta cruza a avenida e redesco-bre Cabo Frio do século XXI’ serve para tirar o poeta do pedestal, fazendo com que as pessoas entendam que essa rua que elas cortam diariamente na cidade é mais do apenas um nome de rua, e fazer esse link entre o escritor e a vida cotidiana”, explica Guaral.

Teixeira e Souza visita a Teixeira e Souza

E falando em cruzar a avenida, foi exatamente assim que o apresentador de televisão Vinícius Canisso percorreu a Avenida Teixeira e Souza até a Praça Porto Rocha, no centro de Cabo Frio. Caracteri-zado do romancista, o ator chegou à bordo de uma charrete e visitou o comércio nos arredores da praça. Em Junho, “Teixeira e Souza” voltou a passear pela cidade, desta vez tendo as escolas como alvo.

“Está sendo muito interessante essa personifi cação do Teixeira e Souza. Va-lorizar o ícone da cidade e fazer com que isso se torne constante também é uma forma de criar um laço de pertencimento ao lugar. Cada escola que ele visita, as crianças perguntam sobre ele, a história, isso tira a idéia de que isso é um perso-nagem do passado. Então para não deixar a coisa fi car fria, deixar apenas um busto na praça, a gente quer dar vida. Em uma

visita a escola Teixeira e Souza e Achiles Barreto, no meio do caminho me chamou a atenção um menino perguntando ao pai sobre o Teixeira e Souza e ele disse: ‘ele é o Teixeira e Souza, o primeiro romancista brasileiro’. O pai viu aquele movimento e o assunto saiu da sala de aula e passou a ser conversa de pai e fi lho”, diz Guaral.

Mas, embora tenha sido desenvolvida essa atividade, o presidente da Academia Cabofriense de Letras enxerga uma outra realidade

“A lei foi criada, a semana para o even-to se tornou obrigatória. Mas no parágrafo 4º está escrito que obrigatoriamente deve ser feito um trabalho de incentivo, apro-fundamento da vida do Teixeira e Souza nas escolas municipais mas a realidade não é bem essa. Sabemos que no Brasil as leis não são cumpridas, a única escola que faz paralelamente uma Semana Teixeira e Touza é a que leva o nome dele”, lamenta Demócrito.

Mesmo diante do título de pioneiro do estilo romântico, Teixeira e Souza deixou de ser falado não só em Cabo Frio, mas em todo o país. Caiu no esquecimento. Seus textos não ganharam destaque na roda dos intelectuais. Entretanto, alguns célebres da área não economizaram palavras para exaltar o cabo-friense. Enquanto o escritor Machado de Assis descreve-o como um “gênio adormecido”, o diplomata e literato Ronald de Carvalho declarou: “Teixeira e Souza, dadas as condições do meio, foi um bom operário, um rude mas excelente obreiro, a quem devemos a primeira página desataviada da nossa prosa romântica”.

Mar

cos H

omem

Arqu

ivo

/ Mar

coni

Cas

tro

GUILHERME GUARAL, secretário de Cultura de Cabo Frio

DEMÓCRITO AZEVEDO, presidente da Academia Cabofriense de Letras

C u l t u r a

Page 26: Junho 2009

26 CIDADE, Junho de 2009

Page 27: Junho 2009

27CIDADE, Junho de 2009

Page 28: Junho 2009

28 CIDADE, Junho de 2009

CRISE AMIGAEm meio ao maior arrocho fi nanceiro desde o início da era dos royalties do petróleo, Cabo Frio vive um momento difícil em sua história econômica. As dívidas acumuladas pela prefeitura desde o ano passado atingem diretamente o empresariado local, desequilibrando as fi nanças do comércio e gerando desemprego. Sem falar na demissão de 2,5 mil funcionários do governo municipal, contratados no rastro da campanha eleitoral que deu mais quatro anos de poder ao prefeito Marcos da Rocha Mendes (PSDB). Para o governo, a culpada de todos os problemas é a crise econômica mundial.

Tomás Baggio

Mar

iana

Ric

ci

CAPA

28 CIDADE, Junho de 2009

Page 29: Junho 2009

29CIDADE, Junho de 2009

prefeitura de Cabo Frio nunca teve tantos funcionários como no ano passado. Em outubro, mês das eleições municipais, eram 12 mil pessoas nomeadas nos quadros

da administração direta (sem contar os contratados em autarquias como a Secaf, responsável pela limpeza pública, e o Ibas-caf, instituto de previdência municipal), consumindo nada menos do que R$ 13 milhões por mês da folha de pagamento líquida - excluindo os encargos trabalhis-tas. Com as demissões, os atuais 9,5 mil empregados da prefeitura provocam um gasto líquido de R$ 10 milhões por mês aos cofres públicos, mas a perspectiva é que mais servidores deixem seus cargos.

“Na minha ótica, o ideal seria reduzir o número de funcionários para 8,5 mil”, diz o secretário municipal de Fazenda, Clésio Guimarães.

O grande argumento do governo para as demissões e para a falta de pagamento aos credores é a crise econômica mundial, que, entre dezembro do ano passado e ja-neiro deste ano, derrubou o preço do barril de petróleo de US$ 150 para US$ 40. Ao fi m da primeira quinzena de junho, o barril ultrapassou a casa dos US$ 70. É o preço do barril que defi ne a cota de royalties que é repassada aos municípios produtores do óleo. No ano passado, ainda sem sofrer os efeitos da crise, R$ 144 milhões chegaram aos cofres da prefeitura somente em royal-ties do petróleo, o que signifi cou 35% dos R$ 410 milhões arrecadados pelo município em 2008. As projeções mais pessimistas para este ano, feitas quando o preço do barril ainda estava no fundo do poço, era de um repasse de R$ 75 milhões em royalties. A previsão do orçamento municipal deste ano, antes na casa dos mesmos R$ 410 milhões, caiu para R$ 383 milhões. Neste cenário pessimista (e já desatualizado), os royalties do petróleo signifi cariam 25% do orçamento de 2009. Uma perda global de receita na casa dos 30% nos primeiros me-ses deste ano, segundo Clésio Guimarães.

Colapso na ecomomiaA soma desses dois fatores, inchamento

da máquina mais crise fi nanceira, foi ter-rível para a economia cabo-friense. Sem pagar seus fornecedores, a prefeitura pro-vocou um efeito cascata de inadimplência no comércio da cidade. Salários atrasados e corte de pessoal voltaram à rotina dos comerciantes, além da interrupção de todas as obras e de importantes projetos sociais.

Casos emblemáticos como o atraso no re-passe da verba para o asilo Lar de Cidinha (matéria na página 33), e a interrupção do pagamento ao projeto Apanhei-te Cava-quinho, premiado no Brasil e no exterior (matéria na página 32), viraram manchete nos jornais.

“Estão me devendo R$ 15 mil, tem processo do ano passado que ainda não foi quitado. E o pior é que não posso parar de prestar serviço, tenho medo até que não me paguem, como está acontecendo com outros fornecedores. Conheço gente que não recebe desde 2007”, declarou um em-presário sob condição de anonimato.

A pilha de processos pendentes atinge todos os setores da administração munici-pal. A produção do Festival de Esquetes (peças de teatro de pequena duração), que teve sua sexta edição realizada em agosto do ano passado, e que receberia R$ 30 mil de patrocínio da secretaria de Cultura, ainda não tem qualquer previsão de ter a dívida quitada.

“Peguei um empréstimo de R$ 20 mil no banco para bancar uma parte dos custos e, com o dinheiro de outros patrocinado-res, cheguei a quitar quase metade desse valor. Mas o patrocínio da prefeitura era

imprescindível para quitar a outra parcela e o restante das dívidas. Como esse dinheiro não chegou e os juros continuam corren-do, o empréstimo com o banco já está em R$ 25 mil novamente. Isso sem falar no pessoal que trabalhou no festival e até hoje não recebeu. Outra dívida de mais R$ 10 mil”, conta o produtor cultural Pablo Al-varez, revoltado com a situação.

“Mais triste ainda é ver que o pesso-al que precisa desse dinheiro e que não recebeu, tem que aceitar e compreender essa situação. Você cria expectativas e faz acontecer dependendo daquele valor, e quando vê, nada. Não recebe nada! É um absurdo, nos fazem de marionetes mas o salário deles está na conta todo mês”, afi rma o produtor.

E não é preciso ser um credor da pre-feitura para sentir os efeitos do colapso fi nanceiro. O empresário Carlos Magno Quintanilha, há 30 anos proprietário da Magnauto Autopeças, acredita que a de-pendência que a cidade tem da prefeitura prejudica a circulação de dinheiro.

“É um momento difícil, houve apare-cimento de empresas iguais a minha, mas isso também aconteceu em outros setores. O problema é que Cabo Frio é uma ci-

PABLO ALVAREZ, produtor

Nos fazem de marionetes mas o salário deles está na conta todo mês

CARLOS MAGNO QUINTANILHA, empresário

Acho que a crise, na verdade, é o bode expiatório da coisa toda

Arqu

ivo/

Mar

coni

Cas

tro

Papi

Pres

s

A

29CIDADE, Junho de 2009

Page 30: Junho 2009

CAPA

dade que não oferece grandes empregos, faltam indústrias. Então o maior gerador de emprego é a prefeitura, com toda a sua defi ciência de pagamento. Isso é ruim para nós como um todo, e a tendência é piorar”, acredita.

Carlos Magno também é taxativo ao falar sobre a inadimplência do governo municipal: “acho que a crise mundial, na verdade, é o bode expiatório da coisa toda, é mais uma desculpa. Aí você tem uma conta que não consegue pagar e diz que é culpa da crise mundial. No meu caso, por exemplo, o movimento caiu um pouco, mas eu consigo pagar minhas contas, es-tão todas em dia. Não acredito nessa crise mundial não, eu acredito é no trabalho”, sentencia.

Para o presidente da Associação Co-mercial, Industrial e Turística de Cabo Frio (Acia), José Martins, a prefeitura deveria dividir o dinheiro reservado para pagar dividas igualmente entre todos os credores.

“O resultado da inadimplência está nas ruas, nas vitrines. São promoções, liquida-ções, todo mundo foi afetado. O certo seria juntar todo mundo (que a prefeitura deve) e dividir o bolo, e não pagar somente uma meia dúzia de apadrinhados”, declarou Martins.

“Só R$ 8 milhões”O secretário de Fazenda, no entanto,

minimiza os efeitos das dívidas contraídas pela prefeitura. Segundo ele, a dívida com grandes fornecedores já foi “quase toda” negociada em forma de parcelamento, enquanto a dos pequenos fornecedores, ele diz, está sendo paga à vista.

“Não tem essa dívida toda, não. São só R$ 8 milhões com alguns construtores e fornecedores. Os maiores credores nós estamos chamando e parcelando a dívida em dez vezes. É pegar ou largar. No caso dos pequenos estamos pagando todo mun-do à vista”, declarou Clésio.

O secretário cita o corte de 30% da ver-ba de todas as secretarias, com exceção de Educação e Saúde, como forma de enxugar as despesas do governo.

“As despesas com locação de imóveis e veículos, por exemplo, já estão no osso. Gasolina tem uma cota específi ca que, se ultrapassar, o carro fi ca sem gasolina. Esta-mos trabalhando em regime de guerra”.

O secretário de Finanças de Búzios, Jânio Mendes, diz que a transferência de dívidas de um governo para outro só é per-mitida se o dinheiro para quitá-las estiver previamente reservado.

“Não existe despesa na administração pública sem empenho prévio. E só é possí-vel empenhar quando há saldo disponível para quitar o processo. Quando se deixa uma despesa de um governo para outro, é preciso ter o dinheiro em caixa e a pre-visão de pagamento nos ‘restos a pagar’, uma dotação orçamentária específi ca. É o que diz a Lei de Responsabilidade Fiscal”, assegurou.

Secretarias não funcionamA promessa de enxugamento da máqui-

na foi feita pelo próprio prefeito Marcos Mendes em outubro do ano passado, na semana seguinte ao resultado das urnas. Na época, Mendes mostrou um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) indicando a necessidade da redução de 31 secretarias para 13. As secretarias extintas seriam re-

O certo seria dividir o bolo, e não pagar somente uma meia dúzia de apadrinhados

CLESIO GUIMARÃES, secretário de Fazenda

Não tem essa dívida toda, não. São só R$ 8 milhões

TOTONHO, professor

Ao mesmo tempo, anuncia-se a construção do ‘Cristo do Mar’

JANIO MENDES, ex-vereador

A cidade está pagando o preço irresponsável de uma reeleição

JOSÉ MARTINS, presidente da ACIA

Div

ulga

ção/

Asco

m C

F

Div

ulga

ção/

CC

om

Papi

Pres

s

Fláv

io P

ettin

ichi

30 CIDADE, Junho de 2009

Page 31: Junho 2009

duzidas a coordenadorias, mas a reforma administrativa nem chegou a ser enviada para a Câmara Municipal. Ao contrário, os vereadores aprovaram, a pedido do prefeito, a criação da coordenadoria de Juventude e da autarquia Cabo Frio Tur. A estrutura do primeiro escalão, portanto, só aumentou, mas as duas pastas criadas ainda não começaram a funcionar, apesar de todos os cargos criados com elas já estarem ocupados. A existência de secre-tarias e departamentos que não funcionam efetivamente revelam um outro problema do governo municipal: os funcionários fantasmas, aqueles que recebem sem trabalhar. Cada secretário e coordenador da prefeitura cabo-friense tem salário de pouco mais de R$ 8 mil.

Preço da reeleiçãoNa opinião do professor Luiz Antônio

Nogueira da Guia, o Totonho, analista po-lítico e editor do blog mais lido da região (o contador de visitas à página do “jor-nalmomento.blig.ig.com.br” registra uma média de 400 acessos diários), o que falta no governo é coordenação política.

“Horas extras e bolsas de estudo são cortadas, fornecedores não são pagos,

o funcionalismo não tem reajustes e, ao mesmo tempo, anuncia-se a construção do ‘Cristo do Mar’, uma estátua a ser fundeada a três metros de profundidade (ainda não se sabe onde), com base de 100 toneladas”, lembra ele. “Qual será o impacto nas fi nanças públicas nesse mo-mento de crise? Existe algum estudo que permita a projeção do custo/benefício do empreendimento?”, questiona.

Para Jânio Mendes, ex-vereador de Cabo Frio pelo PDT (seu mandato ter-minou em dezembro do ano passado), a crise fi nanceira do município é o “preço da reeleição”.

“A cidade está pagando o preço irres-ponsável de uma reeleição, que levou um município rico como Cabo Frio aos caos que hoje se encontra. Uma cidade parada e sem perspectivas”, opinou.

OBRA inaugurada no fi nal de junho de 2008 ainda tem débitos com fornecedores

31CIDADE, Junho de 2009

Page 32: Junho 2009

CAPA

CRIANÇAS SEM PATROCÍNIOremiado no Brasil e no exterior, o projeto social Apanhei-te Cavaquinho,

comandado pelo maestro Ângelo Budega, há dez meses não recebe o patrocínio de R$ 6 mil por mês da prefeitura de Cabo Frio. Sem condições de comprar novos instrumementos (um cavaquinho custa em torno de R$ 250), Budega não inscreve mais alunos desde agosto do ano passado, quando o repasse foi interrompido.

“Depois que o assunto ganhou os jornais, recebi a notícia de que o prefeito mandou fazer novo empenho do processo

IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano)2004: R$ 13,3 milhões 2008: R$ 17,9 milhões

ITBI (Imposto sobre Transação de Bens Imobiliários)2004: R$ 2,8 milhões2008: R$ 4,8 milhões

A arrecadação própria da prefeitura de Cabo Frio cresceu nos últimos anos, segundo dados da secretaria de Fazenda.

ISS (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza)2004: R$ 6,3 milhões2008: R$ 11 milhões

Multas2004: R$ 4,2 mil 2008: R$ 2,4 milhões

MAESTRO ANGELO BUDEGA com as crianças do projeto Apanhei-te Cavaquinho, que usa a música como ferramenta de inclusão social

do Apanhei-te. Tenho esperança de receber em breve”, diz o maestro.

Enquanto isso não acontece, Budega corre atrás de patrocinadores para levar cinco de seus alunos a Córdoba, na Argen-tina, onde o Apanhei-te Cavaquinho será premiado no Fórum Latino-Americano de Educação Musical, entre os dias 23 e 28 de julho.

“Por enquanto não existe a mínima chance de contar com o patrocínio da pre-feitura para essa viagem. Estou procurando outras alternativas”, diz.

Div

ulga

ção

P

32 CIDADE, Junho de 2009

Page 33: Junho 2009

notícia do fechamento do Lar da Cidinha, abrigo mantido pela Igreja Matriz Nossa Senhora da Assun-ção, em Cabo Frio, e que pegou a

população de surpresa no mês passado, pode ter seus capítulos fi nais decididos na Justiça. Até o fi nal de junho, o Ministério Público de Cabo Frio deve se reunir, em audiência, com o juiz Carlos Sérgio Sarai-va, representantes da prefeitura e da Mitra Arquidiocesana de Niterói para bater o martelo sobre o assunto.

A Igreja tem duas propostas: a pri-meira, pedindo ao Ministério Público que mantenha os idosos no local, mas que a prefeitura arque com o pagamento dos 18 funcionários que hoje são contratados (de carteira assinada) pela Mitra, que poderão ser demitidos com o fechamento do Lar da Cidinha. A segunda proposta sugere que o abrigo seja municipalizado.

Aliado a isso, um outro capítulo pro-mete render fortes discussões na área de

Tati Bueno

INJUSTIÇA SOCIALLar da Cidinha nas mãos da Justiça

atendimento social em torno dos idosos: em abril do ano passado a prefeitura cabo-friense, através da secretaria de Promoção Social, se comprometeu (e não cumpriu) com o Ministério Público, de construir, até dezembro último, um prédio com capaci-dade para abrigar 40 idosos (entre eles os 17 internos do Lar da Cidinha).

O lugar para construção do prédio já existe. Segundo o procurador-geral da prefeitura de Cabo Frio, Newton Carneiro, é um terreno localizado no bairro Cajueiro que possui todas as condições para um abri-go deste porte. “O projeto, me parece, já teve inclusive aprovação de Rosane Vargas (secretária de Planejamento)”, comentou. Entretanto, o prazo terminou e a obra se-quer foi iniciada. Foi então que o Ministé-rio Público entrou na Justiça com uma ação civil pública contra a prefeitura.

Estatuto do IdosoO que para muitos é uma novidade,

para a Igreja é uma situação que vem se arrastando desde 2005. Segundo Ronaldo

de Oliveira, administrador da Igreja e do Lar da Cidinha, o assunto se agravou no início do ano passado, quando um parecer técnico do Conselho Municipal de As-sistência Social determinou que a Igreja, como administradora da casa, cumprisse em 90 dias todas as determinações de acessibilidade constantes no Estatuto do Idoso, ou remanejasse os internos para outro local.

“O documento diz que a casa precisa de muitas reformas, principalmente no ba-nheiro e nas escadas, e fala da necessidade de construção de rampas e outras mudan-ças. Então, assim que fomos notifi cados, encaminhamos um ofício ao Ministério Público informando a real situação e como não tínhamos condições de modifi car o prédio, conforme determina o Estatuto, em abril do ano passado encaminhamos ofício à Promoção Social solicitando que os idosos fossem, então, remanejados”, alegou.

E para piorar, a prefeitura cortou o convênio que tinha com o Lar da Cidinha porque ele não estava obedecendo as re-gras de acessibilidade determinadas pelo Estatuto do Idoso.

“A prefeitura pode remanejar esses idosos para qualquer outro abrigo: em Campos, em Niterói ou qualquer outra cidade, mas a Igreja tem uma preocupação muito grande com isso, pois muitos desses idosos não têm família, ou foram abando-nados por elas. Então, eles são a família uns dos outros e separá-los, desta maneira, seria decretar a morte para alguns,que têm em média de idade de 85 anos”, afi rma Ronaldo de Oliveira.

Idosos podem ser desalojados

R e s p o n s a b i l i d a d e S o c i a l

A

Prédio que abriga 40 idosos não atende as exigências do Estatuto do Idoso

33CIDADE, Junho de 2009

Page 34: Junho 2009

34 CIDADE, Junho de 2009

O senhor chegou prometendo mudar a imagem da corporação perante a sociedade. O que encontrou ao assumir o comando do 25º Batalhão?

Há dois polos de milícia no Rio de Janei-ro, um em Campo Grande, comandado pelo Batman, e outro em São Pedro, comandado pelo Chico Bala. Isso eu já sabia que teria que enfrentar. O maior problema foi ter encontrado muitas viaturas que não estão em boa qualidade.Logo na segunda semana de trabalho, o senhor encontrou uma manifestação organizada pela Associação Comercial de Cabo Frio contra a onda de assaltos ao comércio lojista da cidade. Esse tipo de manifestação ajuda ou atrapalha o trabalho da polícia?

É uma bandeira que eles estão levan-tando para mostrar o problema da falta de materiais e recursos humanos. Acho que não ajuda, pelo contrário, cria uma falta de credibilidade, tira o crédito do novo comando e do novo delegado que também chegou junto comigo. Mas a manifestação já estava marcada e acho que até foi um pouco esvaziada, muitos comerciantes só fecharam as portas por imposição dos que organizaram a passeata. Mas foi uma mani-festação pacífi ca e eles podem fazer quantas vezes quiserem.Com a troca de comando, é visível o aumento de policiais no centro de Cabo Frio, bem como as blitz que fi scalizam motocicletas irregulares. Que tática o senhor vem desenvolvendo neste início de trabalho?

Tinha muita gente trabalhando dentro do batalhão. Enxuguei ao máximo o efetivo administrativo e estou estimulando os poli-ciais com premiações por bom desempenho, assim acaba sendo melhor para eles ir para a rua. A própria Associação Comercial já se comprometeu a dar prêmios aos policiais com maior produtividade. E os comer-ciantes sempre ajudam quando veem bons resultados.É verdade que a retirada das motocicletas irregulares de circulação tem o objetivo de

reprimir o crime conhecido como “saidinha de banco”, em que os bandidos, em sua maioria, utilizam esse veículo?

Não só no caso da “saidinha de banco”, mas diversos homicídios, assaltos, são fei-tos com motocicletas. Por isso decretamos tolerância zero com as motos, só vão fi car nas ruas aquelas que estiveram devidamente documentadas, com os condutores habilita-dos e usando o capacete.

Uma de suas primeiras ações foi colocar um trailer em tempo integral no Jacaré, bairro cabo-friense que estava sendo tomado pelo tráfi co de drogas. Quais são os primeiros resultados da ocupação?

Os resultados são extremamente posi-tivos. Já prendemos viciados, liberamos as praças para as crianças brincarem normal-mente. Depois disso, recebo diariamente torpedos no meu celular de gente que eu nem sei quem é agradecendo, dizendo que melhorou. Isso é um fator motivador, pois nem sei quem são essas pessoas.

Em uma reunião na 20ª sub-seção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Cabo Frio), o senhor disse que não tem muita paciência para eventos sociais, que prefere “colocar a

farda azul e ir para a rua”. Qual é o seu estilo de comando?

Na rua, perto do combate. A tropa gosta que o comandante participe do confronto, porque a nossa experiência é maior nos momentos de confl ito. Se eu fi car duas horas dentro de uma reunião, não sei o que está acontecendo na rua. Então, nessas reuniões, vou mandar um assessor para me passar as reivindicações. Os resultados aparecem quando a gente está na rua, e não dentro do gabinete.

Na mesma reunião, o senhor reafi rmou que será fácil diminuir os índices de violência na região. O que faz com que o senhor tenha tanta segurança nessa afi rmação?

Primeiro porque vou estar sempre na rua. Segundo pelo fator motivação, estou motivando a minha tropa. E terceiro por-que já está diminuindo mesmo, os índices caíram desde que cheguei. Eu saí de um batalhão de guerra, o BPVA (Batalhão de Policiamento de Vias Especiais). Aqui tem a comunidade para nos ajudar.

O 25º Batalhão atende sete cidades da Região dos Lagos, mas a população teve um crescimento muito grande na última década. O senhor concorda que o batalhão deveria ser desmembrado?

Seria bom que desmembrasse, é uma área geográfi ca muito grande. No BPVA eu rodava tudo todo dia, aqui é impossível passar em todas as cidades no mesmo dia. Sou a favor.

O que o 25º Batalhão necessita, em termos de estrutura, para fazer um trabalho de efi ciência?

Precisamos de mais viaturas e policiais. Tivemos a promessa do governador, que certamente será cumprida, de que novas viaturas chegaram ao 25º até agosto. E estamos recrutando 100 policiais nos pró-ximos meses. Passaremos de 750 homens para 850.

A Região dos Lagos tornou-se um problema para a cúpula de segurança do governo do Estado?

De maneira alguma, o problema está nas favelas cariocas.

Que mensagem o senhor deixa para os cidadãos da região?

Que nos ajudem, orientem e participem da nossa atuação. Temos o disque denúncia do Rio (21 - 2255-1177) e o disque denúncia do 25º (22 - 2647-0190). Quem denunciar vai perceber que vamos agir rapidamente, e vamos mesmo. Já tivemos confronto no Jacaré, na favela do Lixo, com morte, prisão de trafi cantes. Vamos responder a todas as chamadas.

Diversos homicídios, assaltos, são feitos com motocicletas. Por isso decretamos tolerância zero com as motos

10 PERGUNTASCoronel Carlos Henrique

CORONEL CARLOS HENRIQUE ALVES DE LIMAComandante do 25º BPM

Tatiana Grynberg

Tomás Baggio

Page 35: Junho 2009

35CIDADE, Junho de 2009

Histórias da coxiaJanaína GarciaFotos Mariana Ricci

Companhia teatral mais tradicional de Cabo Frio completa 30 anos em outubro

em Teatro Municipal, apoios, patro-cínios ou leis de incentivo à cultura. Assim era Cabo Frio quando o grupo de teatro “Creche na Coxia”, a mais

antiga companhia da cidade em atividade, surgiu no cenário teatral da região em 1979. Nas primeiras apresentações, nos palcos dos clubes Tamoyo e Santa Helena e do Colégio Estadual Miguel Couto, o grupo ainda tinha o nome de Ziembinski, ator e diretor polonês e primeiro teatrólogo do país, que morreu em 78, um ano antes da criação da companhia. Os fundadores Silvana Lima, Ivan Teixeira, Edinho Ferrô,

Nadinéia Ferreira e Tânia Arrabal se reu-niam no Colégio Estadual Miguel Couto, com o apoio do diretor escolar da época, Antônio Cruz, que abriu as portas para que a companhia conhecesse o primeiro festival de teatro, no Instituto de Educação do Rio de Janeiro.

“Depois desse momento, as portas nunca mais se fecharam, porque compre-endemos que o aprendizado vinha dali, da troca de conhecimentos”, conta a mais antiga das integrantes, Tânia Arrabal.

Em 1983, já rodando pelos festivais, os artistas seguiram rumo a Volta Re-donda (RJ) com o espetáculo “Cabo Frio em tom de poesia”, dirigido por Ângelo Samerson. Lá, o grupo se apresentou e ouviu as críticas da platéia em um debate

promovido após a encenação. Surpresos, mas com os “pés no chão”, os integrantes se conscientizaram de que tinham muito a aprender. Foi quando conheceram José Facury Heluy (ator, diretor, formado em artes cênicas e pós-graduado em cenogra-fi a), que ministrava uma ofi cina de direção em Volta Redonda.

Divisor de águasJá fl ertando com Tânia, Facury embar-

cou no ônibus para Cabo Frio decidido a ajudar a companhia a aperfeiçoar a técnica teatral.

“O grupo se resume em antes e depois de Facury. Sua vinda foi essencial. Apro-veitando a inclinação de cada componente, ele despertou alguns interesses, fazendo

T E AT RO

S

35CIDADE, Junho de 2009

Talento e produções bem cuidadas são as marcas do grupo

Page 36: Junho 2009

36 CIDADE, Junho de 2009

com que alguns se aprimorassem, ensinan-do separadamente todas as modalidades”, conta a atriz e bonequeira Tânia.

Cada integrante passou a ser responsá-vel por alguma parte do espetáculo (adere-ço, fi gurino, música...). Grandes festivais como a FETAERJ (Federação de Teatro Associativo do Rio de Janeiro) trouxeram amadurecimento e reconhecimento em nível estadual.

A cumplicidade conquistada ultrapas-sou os palcos, formando, então, três casais: Tânia e Facury, Edinho e Nadinéia, Ivan e Silvana. E a coxia, até então ocupada somente por cenários e fi gurinos, passou a fi car repleta de crianças, uma verdadeira “creche na coxia”. Por isso, em 1986, esse se tornou o novo nome da companhia.

O progresso Com o movimento cultural se expan-

dindo em Cabo Frio, por conta da infl uên-cia dos festivais, os artistas locais passaram a interagir e a sentir cada vez mais a falta de uma estrutura que os acolhesse. Em

1994, o “Creche na Coxia” encenou um espetáculo que criticava a situação polí-tica da cidade e sua tradição social, com o título “Querelas, Liras e Jagunços”. A repercussão foi tão grande que o prefeito de Cabo Frio à época, José Bonifácio, foi até a casa de Facury e pediu que ele ela-borasse um projeto para a construção do Teatro Municipal de Cabo Frio. Em 1997, o sonho se tornou realidade. A construção do Teatro Municipal impulsionou o surgi-mento de vários grupos.

Os fi lhos, agora crescidos, dão conti-nuidade ao espetáculo, lado a lado com os pais. Nomes da nova geração como Matheus Lima e Diogo Cavalcanti (fi lhos de Silvana e Ivan), Julia Lima (sobrinha de Silvana), Ravi, Téo e Tamer Arrabal (fi lhos de Tânia e Facury), se unem a atores como Helena Marques, Adassa Martins, José Pe-dro Mota, Natacha Gaspar, Bruno Peixoto, Paulo Manhard e Anny Meirelles, entre outros. Um misto de tradição e inovação, levando o nome da cidade por todo o país, angariando cada vez mais prêmios.

T E AT RO

36 CIDADE, Junho de 2009

Facury, à esquerda, com os atores do Creche na Coxia, nas escadarias do Charitas

Page 37: Junho 2009

37CIDADE, Junho de 2009

Metrô a caminho

Hen

riqu

e Fr

eire

/Div

ulga

ção

acaé, pelo que tudo indica, será o primeiro município fluminense, depois da capital, a ter um sistema

de metrô. O secretário estadual de Trans-portes, Julio Lopes, e o prefeito de Macaé, Riverton Mussi, se reuniram no início de junho quando foi apresentada parte dos estudos de viabilidade que estão sendo desenvolvidas por técnicos e engenheiros da Secretaria de Transportes.

A ideia do prefeito é integrar todo o pe-rímetro da cidade através da uma ferrovia desativada existente na região, atualmente sob a administração da empresa FCA. O projeto inicial prevê a construção de oito estações ao longo dos 26 km de trilhos,

ligando os dois extremos do município. Segundo dados, atualmente se gasta, em média, 66 minutos de ônibus para percorrer a distância, e entre as 38 linhas de ônibus de Macaé, apenas duas cobrem todo o percurso.

Para o secretário Julio Lopes, o projeto é ousado e tem grande possibilidade de viabilização.

“Este será um passo de extrema impor-tância para Macaé. No sentido social, assim

como no econômico. Desde que o prefeito Riverton solicitou nossa ajuda, a secretaria mantêm técnicos estudando todos os tipos de impactos que o metrô levará à cidade. Este é um projeto audacioso, que merece ser desenvolvido com estratégias e por etapas”, disse Julio Lopes.

O secretário encaminhou a Agência Na-cional de Transportes Terrestres (ANTT) um documento de intenção de instalação do metrô no município.

O SECRETÁRIO estadual de Transportes Julio Lopes reuniu-se com o prefeito de Macaé Riverton Mussi para tratar da implantação do metrô na cidade.

M a c a é

M

Page 38: Junho 2009

38 CIDADE, Junho de 2009

SEM descanso

Juliana Vieira

CIDINHA CAMPOS (PDT), presidente da CPI

Mar

cela

Mac

ial/A

lerj

esde o dia 2 de março, a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) está trabalhando nas denúncias que pesam sobre os conse-

lheiros José Graciosa e José Nader, ambos do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ)). No dia 18 de fevereiro os deputados aprovaram a criação de uma Comissão Par-lamentar e Inquérito (CPI) para investigar fatos relativos a denúncias de corrupção contra conselheiros indiciados pela Polícia Federal. Os deputados Délio Leal (PMDB) e Anabal (PHS) votaram contra.

Desde então a CPI não para de traba-lhar, são depoimentos, reuniões extraor-dinárias e um pedido, já aceito pela Alerj, de prorrogação do prazo inicial em mais 60 dias.

“O TCE é um órgão auxiliar do Poder Legislativo, portanto, nós não podería-mos abrir mão da investigação paralela à da polícia”, afi rmou a deputada Cidinha Campos (PDT), que comemorou a criação do Disque Fraude TCE (0800 282 8890), destinado principalmente ao atendimento de prefeitos, vereadores e denúncias anô-nimas. O Disque Fraude TCE funciona de

segunda a sexta-feira, das 9h às 18h30 e a ligação é gratuita.

Entendendo o caso Os dois conselheiros estão sendo inves-

tigados pela Operação Passárgada, da Polí-cia Federal, que averigua o envolvimento de autoridades em desvios de recursos de prefeituras dos Estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. José Nader está sendo investigado por peculato (corrupção co-metida por servidor público), advocacia administrativa e formação de quadrilha. Já José Graciosa é suspeito de corrupção passiva, prevaricação, advocacia adminis-trativa e formação de quadrilha.

Os municípios de Macaé, Santo Antô-nio de Pádua, Engenheiro Paulo de Frontin, Carapebus, Conceição de Macabu, Campos dos Goytacazes, Armação dos Búzios, São Pedro da Aldeia e São João da Barra foram citados durante depoimentos na CPI até o início do mês de junho. O caso que gerou maior repercussão foi o do ex-subsecre-tário de Políticas Pedagógicas de Macaé e responsável pela Funemac (Fundação Educacional de Macaé), Jorge Adalberto Aziz da Silva, que chegou à Alerj levado pela polícia.

No dia 26 de maio uma reunião extra-

ordinária foi marcada pela CPI. A movi-mentação ocorreu após a polícia comunicar aos deputados que havia encontrado Aziz, procurado há aproximadamente dois me-ses, desde que havia faltado às sessões da CPI marcadas para ouvi-lo.

“Ele está fugindo da CPI desde que entramos na Justiça para ele depor. Foi detido hoje, levado para a Polinter e virá para a Alerj para que tenhamos como fazer as perguntas que consideramos importantes para nosso trabalho. Depois será liberado”, explicou a deputada Cidinha Campos no dia do depoimento de Aziz. A Prefeitura de Macaé exonerou o subsecretário um dia após o depoimento de Mário Alexandre Veloso Aguiar, delegado da Polícia Federal de Minas Gerais, que depôs na Alerj no dia 11 de março e disse que existem indícios de que a Prefeitura de Macaé tenha mas-carado contratos do Instituto de Gestão Fiscal (SIM - empresa investigada por negociar, no TCE, a aprovação das contas de algumas cidades fl uminenses) através de convênios.

Fraudes em concursos públicos No dia 07 de maio um novo escândalo

veio à tona na Alerj: a CEPERJ (Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas

Alerj investiga denúncias contra conselheiros do TCE-RJ envolvendo prefeituras do interior do estado

P o l í t i c a

D

Page 39: Junho 2009

39CIDADE, Junho de 2009

MARCELO FREIXO (P-SOL), vice-presidente da CPI

Rafa

el W

alla

ce/A

lerj

e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro) e a antiga FESP (Fundação Escola de Serviço Público) não tem seus contratos analisados desde 1997 pelo TCE-RJ. A denúncia foi feita durante audiência pública presidida pela CPI.

“A Fundação é presidida por Cláudio Roberto Mendonça, que é casado com Carolina Graciosa da Fonseca, sobrinha do conselheiro José Gomes Graciosa. Seria coincidência?”, indagou Cidinha Campos. “A então FESP é uma das instituições que mais presta concursos públicos no Estado. Como o TCE-RJ ignora seus contratos por tanto tempo?”, questionou a presidente da CPI que investiga também o caso de pessoas que não teriam feito provas, mas estariam trabalhando como funcionários em determinadas prefeituras.

“O IPDEP entrega os resultados para que as prefeituras divulguem e uma vez, por acaso, vimos uma publicação com nota 9,5, quando os números só deveriam ser inteiros. Buscamos o Diário Ofi cial e vimos que 100% dos resultados tinham sido adulterados, neste caso, pela Pre-feitura de Guapimirim. Denunciamos ao Ministério Público e o concurso foi cancelado”, contou Mário Victor Goulart, presidente do IPDEP (Instituto de Pesquisa

e Desenvolvimento Público e Privado) e apontado como sócio do deputado estadual José Nader (PTB), que vem a ser fi lho do conselheiro José Leite Nader.

contratado o Instituto de Gestão Fiscal (SIM). Dois técnicos que fi zeram a inspe-ção, Gil Vicente Leite Tavares e Lisiane Ferreira, estiveram na CPI e contaram que foram até os municípios de Carapebus, Conceição de Macabu, Campos dos Goyta-cazes, Macaé, Armação dos Búzios e São Pedro da Aldeia. “O contrato era difuso e com valores muito altos. Em alguns muni-cípios constatamos que o instituto recebia por serviços que não prestava”, afi rmou Gil Vicente Leite Tavares.

“Esta comissão não é contra o TCE. O nosso trabalho é fundamental para a própria instituição e para a sociedade. A Alerj, por exemplo, não perde quando cassa um deputado, pelo contrário, ela ganha. Sempre melhoramos quando en-frentamos nossos problemas”, frisou o vice-presidente da CPI, deputado Marcelo Freixo (PSOL).

Fim do cargo vitalício No fi m do ano passado os deputados

Jorge Picciani (PMDB) e André Corrêa (PPS) conseguiram aprovar a PEC (Pro-posta de Emenda Constitucional) que aca-bou com o cargo vitalício dos conselheiros ao prever a perda de mandato em caso de comprovadas irregularidades na função.

Esta comissão não é contra o TCE. O nosso trabalho é fundamental para a própria instituição e para a sociedade.

Deputado Marcelo Freixo

Imagem preservada No dia 27 de maio, o presidente do

TCE-RJ, José Maurício de Lima Nolasco, pediu que a imagem da instituição seja pre-servada e afi rmou que o Tribunal criou uma comissão que inspecionou os municípios que tinham contratos com o SIM.

Sobre as contratações irregulares de funcionários, também investigada pela CPI, o presidente do Tribunal afi rmou que já exonerou 50 pessoas e que continua apu-rando a existência de casos semelhantes. Outra inspeção anunciada pelo TCE foi a que investiga os municípios que teriam

Éric

a Ra

mal

ho/A

lerj

ADALBERTO AZIZ DA SILVA: detido e levado à Alerj para prestar depoimento

Page 40: Junho 2009

LUTA DA MODA

Texto e fotos:Lucas Müller

Alunos praticam Boxe Tailandês na academia Shotokan, em Cabo Frio

riada há mais de dois mil anos na Tailândia e conhecida mundialmente como a Arte das Oito Armas (pu-nhos, cotovelos, joelhos e pés), o

Muay Thai vem ganhando cada vez mais força em território cabo-friense.

“Creio que existam hoje em Cabo Frio cerca de sete ou oito grupos só de Muay Thai, totalizando mais de 200 praticantes. De uns dois anos para cá o

O Muay Thai (que signifi ca boxe tailandês) tem enchido academias de artes marciais em Cabo Frio. Trazido há cerca de 15 anos para a cidade, a luta começa a formar talentos locais, e títulos importantes já estão sendo conquistados.

número de atletas vem aumentando”, diz o presidente do Sistema de Kick Boxing do Estado do Rio de Janeiro (SKERJ), Marcelo Cerqueira.

Além do crescimento visível, a organi-zação do esporte começa a ganhar outros traços. Nos meses de março e abril acon-teceram duas seletivas de Muay Thai na cidade. As seletivas tinham dois objetivos: classifi car os atletas para o Campeonato cabo-friense de Muay Thai, em julho, e formar a equipe oficial da cidade, que disputará títulos estaduais e nacionais durante o ano.

“Nessas duas seletivas (categorias de 50 Kg a 85 Kg) o saldo foi bem positivo e pudemos avaliar o nível técnico dos atletas, que por sinal está muito bom. Avaliamos também o trabalho que esses professores de Muay Thai vêm fazendo dentro de suas academias”, destacou Cerqueira, que também é professor de Karatê (JKA e Contato), Kick Boxing, Kodubô, Defesa Pessoal e Vale-Tudo, e treina grande parte dos lutadores da cidade.

Atualmente cinco atletas cabo-frienses vêm brilhando em importantes eventos do país. Gibran Cardoso, 20 anos, foi ven-

E s p o r t e

C

Page 41: Junho 2009

Thiago de Alves é uma promessa cabo-friense do Boxe Tailandês.

cedor do cinturão do Gladiadores Fight, no fi nal de março em Juiz de Fora, na categoria até 80kg ao derrotar o oponente por nocaute. O adversário de Gibran foi ao chão aos 15 segundos do 1º round. Gibran também disputara em outubro o título do Pan-Americano de Muay Thai.

Já no Guarus Kombat, em Campos, três atletas cabo-frienses trouxeram pódios para a cidade: Arthur Fabiano, Emanuel Oliveira e Wagner Espindola. O evento tinha a supervisão da Associação Norte-Fluminense de Kick Boxing e Artes Mar-ciais (ANNFKBAM).

“Venci meu adversário por nocaute no 2º round e levei o cinturão da ANN-FKBAM. Esse já é o segundo cinturão de Muay Thai que conquistei em quatro meses”, disse Arthur Fabiano, 20 anos, morador do bairro Passagem. Para conse-guir competir no esporte, Arthur trabalha em Búzios das 9h às 15h, treina de segunda à sexta-feira na academia Shotokan e no Poliesportivo Aracy Machado, e estuda à noite no Colégio Edílson Duarte. “É muito cansativo, mas vale à pena. Quero seguir carreira, quero ser um grande lutador, e com a ajuda dos meus amigos realizar os meus sonhos”, completou.

Outro grande destaque foi o lutador Emanuel Oliveira, de 23 anos, que lutou na categoria até 85 Kg. Emanuel venceu seu adversário no terceiro assalto por nocaute.

“Luto Muay Thai há quatro anos, já fi z 17 lutas e tenho 13 vitórias, sendo sete por nocaute. Já lutei Capoeira e Jiu-jitsu, e que-ro ser profi ssional de Muay Thai um dia”, disse Emanuel, que também sua a camisa para competir fazendo bicos de segurança em festas da cidade, treina Muay Thai e Jiu-jitsu de segunda a sexta e conta com o apoio do pai, que diz ser seu principal incentivador.

“Tem muita gente boa, mas falta investimento, alguém que patrocine. Eu faço porque amo. Na última luta tive que trabalhar como segurança e fui lutar virado, sem dormir”, contou.

Outro atleta a trazer medalha para Cabo Frio foi Wagner Espinola, 25 anos, que lutou na categoria máxima (acima de 85 Kg). Espínola, pesando 87 Kg, venceu por pontos seu oponente de 115 Kg.

O último grande destaque da cidade, e visto como um dos lutadores mais promis-sores, dono de uma técnica surpreendente, é Thiago de Alves, de apenas 14 anos.

“Pratico artes marciais desde cinco anos de idade. Comecei no Karatê e agora sou faixa preta. O Muay Thai comecei há apenas dois meses”, disse Thiago, que estreou na seletiva vencendo, e no último dia 16 de maio foi vice-campeão brasilei-ro de Karatê, categoria 15 e 16 anos, em São Paulo; campeonato disputado por 32 atletas.

“Agora, além do Cabo-friense de Muay Thai, acontece em agosto o Estadual de Muay Thai, e em novembro o Cabo Frio Muay Thai”, explicou o professor Marcelo Cerqueira.

Page 42: Junho 2009

42 CIDADE, Junho de 2009

prêmio “Especialista”, con-ferido pela cervejaria Am-bev aos melhores chopps

do estado do Rio de Janeiro, é mais um motivo de orgulho para dois consagrados restaurantes de Cabo Frio: o Vira Verão, da Praia do Forte, e o Tia Maluca, do Boulevard Canal. Além de receber o prêmio pelo terceiro ano consecutivo, o chopp servido no Tia Maluca foi considerado o segundo melhor do estado, e, por conta disso, o estabelecimento levou também o troféu Colarinho de Prata.

“É claro que eu não quero transformar o restaurante em chopperia, mas tenho o maior prazer em servir um dos melhores chopps do Brasil”, diz o próprietário do Tia Maluca, Milton Roberto.

Ele foi analisado nos quesitos “arma-zenamento adequado do barril”, “tiragem

correta” e “prestação de serviços”. Segun-do Milton, ele é o maior crítico do chopp servido em seu restaurante.

“Já havia recebido o ‘Especialista’ nos dois anos anteriores e tinha muita vontade de receber o ‘Colarinho’. Isso mostra que

o treinamento dos funcionários é adequado e que o chopp servido aqui é excelente. Na verdade, nem poderia ser de outro jeito. Eu gosto muito de chopp e sou o maior fi scal”, brinca.

O diretor da Marbela, distri-buidora das bebidas da Ambev

na Região dos Lagos, José Guimarães Júnior, também fi cou orgulhoso.

“Quem pára para tomar um chopp em um desses dois restaurantes premiados pode ter a certeza de estar recebendo um produto de altíssima qualidade”, frisou.

Tia Maluca recebe o Colarinho de Prata

MILTON ROBERTO exibe seu troféu ao lado do diretor da Marbela, José Guimarães Júnior

A r m a ç ã o d o s B ú z i o s

Mariana Ricci

Eleições segurasMunicípio de Búzios será o primeiro do estado a implantar o sistema de identifi cação biométrica

scolhida para ser o primeiro muni-cípio do estado a testar o sistema de identifi cação biométrica nas eleições,

Búzios começou o recadastramento dos 22 mil eleitores do município.

Uma tenda refrigerada, com de 850 m², foi instalada pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) em um terreno próxi-mo ao Fórum com toda a infraestrutura necessária para atender ao público. Cento e oitenta pessoas estão envolvidas dire-tamente no trabalho de recadastramento dos eleitores.

Em reunião com o prefeito Mirinho Braga e o juiz eleitoral do município, Rafael Rezende das Chagas, para discutir os últimos detalhes da implantação do sistema, o corregedor do TRE Luiz Um-

pierre de Melo Serra , declarou que Búzios foi escolhida por ser considerada uma cidade irradiadora, que desperta natural-mente a atenção nacional, e portanto, com capacidade de multiplicar com efi ciência e rapidez uma iniciativa inovadora.

O desembragador explicou que a grande vantagem do sistema é a segurança nas eleições. “As vantagens são inúmeras em termos de segurança e rapidez. Com a urna biométrica é impossível que um eleitor vote no lugar de outro. Se o Brasil já estava avançado em termos de apuração

de eleição, com o sistema biométrico avançamos ainda mais e Búzios será um multiplicador de tudo isso ”, declarou.

Para o prefeito Mirinho Braga é uma oportunidade do muncípio contribuir com o processo eleitoral e ganhar visibilidade nacional. “O país inteiro estará atento ao que vai acontecer aqui”, afi rmou .

O modelo já foi testado em três ci-dades do Brasil. Uma na Região Norte, Colorado do Oeste /RO, outra no Centro-Oeste, Fátima do Sul/MS e na Região Sul, São João Batista /SC. Niete Martinez

O PREFEITO Mirinho Braga, o corregedor do TRE desembargador Luiz Umpierre de Melo Serra e o juiz eleitoral Rafael Rezende das Chagas acertam os últimos detalhes da implantação.

Sérg

io Q

uiss

ak

O

E

Page 43: Junho 2009

43CIDADE, Junho de 2009

G e n t e

EMPRESÁRIA DO ANO INTEIROA empresária Suely Pereira, uma mineira criada em Campinas/SP, chegou há apenas três anos em Cabo Frio, mas já faz diferença no mercado. Depois de uma tentativa frustrada trabalhando com turismo em Búzios, Suely e o marido Maurício resolveram arrendar o restaurante Salinas Grill, e começar um negócio totalmente novo para eles. “ Nunca tínhamos trabalhado com restaurante. No dia em que começamos eu falei para o Maurício: nós não vamos ver isso cheio nunca. E hoje faz fi la na porta”, lembra. De casa cheia o ano inteiro, Suely se diz satisfeita com o resultado do negócio e re-clama apenas da difi culdade de encontar mão de obra qualifi cada na região. “ A mão de obra aqui é muito dolorosa, muito cansativa’, diz a empresária, que planeja para o próximo ano a amplição do restaurante, com a construção de um segundo andar.

DJALMAda CuícaApaixonado pelo samba, o percussionis-ta Djalma da Cunha, que em Cabo Frio ganhou o ape-lido de Djalma da Cuíca, já rodou o mundo apresentando o rítimo brasileiro. “A música bra-sileira é muito querida”, diz.No carnaval do Rio, tocou nas baterias da Mangueira, Império Serrano e Mocidade Indepedente de Padre Miguel.Vivendo na re-gião há 4 anos, aqui já desen-volveu trabalhos para as escolas de samba Flor da Passagem e Paz e Harmonia, além de partici-par na gravação dos CDs dos sambas-enredo.A idéia de Djalma é criar uma ofi cina de percus-são de instrumentos leves.“Aqui o samba é muito marcado. As escolas têm difi culdade de evoluir pela falta de instrumentos de marcação leves, como tamborin, pandeiro, reco-reco, cuíca, que servem para fazer a cadên-cia do samba”, explica.

Papi

Pres

s

Papi

Pres

s

DJALMA DA CUÍCA“O samba é o meu dom”

Page 44: Junho 2009

44 CIDADE, Junho de 200944 CIDADE, Junho de 22009

começam turnê

em Rio das Ostras

Paulo Cremona é um dos fi nalistas do programa Ídolos

Caravana de São Paulo viajou até Rio das Ostras para torcer pelos fi nalistas

Div

ulga

ção

s cinco fi nalistas da última edição do programa Ídolos, da Rede Record de Televisão, escolheram o município

de Rio das Ostras, na Região dos Lagos, para estrear a turnê nacional, o Ídolos Top 5 Tour. Na noite do dia 30 de maio, Paulo Cremona, Tiago Mattos, Maria Cristina, Geisi Rios e Mariana Bravo subiram ao palco no Camping Costazul e emociona-ram a platéia.

A noite começou com o gingado de Gui, que cantou o melhor do pagode e encantou com as baladas românticas. Logo em segui-da, foi a vez dos meninos da banda Dr. Law animarem o público com muito pop rock, além das músicas do primeiro CD do grupo, como “A Carta” e “Girassóis”.

Caravana de São Paulo - Os jovens cantores do Ídolos Top 5 já contam com um público apaixonado. Na noite do dia 30, pelo menos dois fãs clubes prestigiaram a estréia. “Por onde você for”, fã clube ofi cial de Paulo Cremona, e “KCris por Amor”, de Maria Cristina, que se uniram e fretaram

um ônibus, que saiu de São Paulo. Eles enfrentaram quase dez horas de viagem e ainda encontraram fôlego para cantar junto com os seus Ídolos.

A realização do festival, em Rio das Ostras, foi uma parceria entre a Record Entretenimento e a Sinal Entretenimento, através da Sinal Audiotec.

Solidariedade No Ídolos Top 5 Tour, o ingresso estava

atrelado à doação de um quilo de alimento, e tudo o que foi arrecadado foi repassado para a Secretaria de Bem Estar Social de Rio das Ostras, que está responsável por encaminhar os alimentos às famílias carentes.

IDOLOS M Ú S I C A

O

Div

ulga

ção

Page 45: Junho 2009

45CIDADE, Junho de 2009

E r n e s t o G a l i o t t oO P I N I Ã O

Ernesto Galiotto é empresário www.egaliotto.com.br

ara a elaboração do Novo Plano Di retor do Município de Cabo Frio, nós sabemos que se faz necessário

um estudo profundo e algumas mudan-ças, em diversos segmentos e regiões de cada bairro e distrito. São questões diferenciadas, principalmente na sede do município.

Inicialmente, para o centro da cida-de existem propostas assustadoras de alteração do gabarito. Primeiro vamos aos fatos: não existem praças, parques e área de lazer. O que era para ser, foram ocupadas, desmembradas por interesses particulares e políticos, não se preocu-pando com o futuro das gerações.

As imagens aéreas mostram como Cabo Frio se desenvolveu na área da construção civil. É só prestar atenção que se percebe que há um aglomerado de edi-fi cações. Não há mais espaço para sonhar com obras faraônicas e assustadoras que defi nitivamente dão um cheque-mate ao futuro do município.

A alteração do pé direito para 10 ou 12 andares nas Avenidas Teixeira e Souza, Joaquim Nogueira e Assunção, é jogar pelos ares o futuro e o turismo de Cabo Frio. Não há infraestrutura que suporte essa loucura vertical.

Não sabemos da onde vêm essas idéias malucas, mas nós temos certeza que quem age desta forma não tem nem um pouco de pena do suicídio de uma cidade, que de balneária passará a ser um aglomerado de edifícios de 30, 40 metros de pé direito. Isso só serve para aqueles que vêm dar uma sugada viram as costas

e vão embora, deixando o problema para trás, porque não há estrutura física nem ambiental que resista a esta besteirada. A cidade não suporta uma ocupação de um fi m de semana prolongado com uma chuvarada que já altera completamente o sistema da laguna de Araruama.

As galerias fedem, o esgoto se ento-pe, o trânsito não anda! Nada disso serve de exemplo para que se tire da cabeça as ideias faraônicas.

Seria interessante que os audaciosos dessas idéias dessem um pulinho em Balneário Camburiú – SC, para fazer um estágio e tomar conhecimento do desastre e da liquidação de uma das melhores praias deste país. Nós não podemos, num curto prazo, transformar o canal Itajurú num rio Tietê, também a laguna de Araruama ser igualada à Bahia de Guanabara, totalmente poluída e irrecuperável.

Se isso vier a acontecer, a praia do Forte irá amanhecer na maioria dos dias com placas impróprias para banho, excesso de poluição, risco de doença de pele e hepatite, porque fará parte de uma válvula de escape do esgoto, tudo isso resultado de uma ganância, afetando em defi nitivo a qualidade de vida e o próprio patrimônio natural, sobrando para Cabo Frio apenas as invasões e ocupações de-sordenadas das áreas verdes, junto com a doença, a miséria e a violência.

PA Cidade de Cabo Frio

Page 46: Junho 2009

46 CIDADE, Junho de 2009

A r t i g o

Felipe Ferraz (*)

O renascimento da Lagoa Araruama

o se comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), a Região dos Lagos também tem mo-

tivos para celebrar. Basta olharmos para a Lagoa Araruama e lembrarmos como era e como está hoje esse que é um dos ecossistemas mais complexos do país e que tem relação direta na vida das pesso-as que vivem e circulam na região.

Há cerca de 10 anos, passear pela orla da Lagoa Araruama e ver ali um espelho d’água límpido e cristalino era uma uto-pia. As algas tomavam conta da paisagem que um dia havia sido símbolo de riqueza e beleza. O mau cheiro fazia as pessoas passarem pelo local com os vidros dos carros fechados. Banhar-se naquelas águas era simplesmente impossível.

Hoje, o cenário é outro. A Lagoa Ara-ruama está saudável: são águas limpas e com bons índices de balneabilidade, além de níveis de fósforo e de nitrogênio dentro dos limites permitidos. Os peixes estão de volta: são diversas espécies em quantidade e com peso adequados.

Essa mudança não é milagre. É o resultado de uma série de medidas que começaram a ser tomadas em 2000, quan-do foi criado o Consórcio Intermunicipal Lagos São João, formado por prefeituras, governo estadual, empresas privadas, ONG’s e líderes comunitários, dando grande exemplo de gestão participativa.

Sabe-se que é impossível impedir o progresso da região, que não pára de cres-cer, mas é preciso corrigir e planejar os rumos desse crescimento. Vale destacar a importância das Câmaras Municipais na aprovação da Lei de Uso e Ocupa-ção do Solo. Baseada no Plano Diretor Municipal, é a garantia do crescimento ordenado. É isso que o Consórcio vem buscando, sempre atuando como media-dor dessas questões fundamentais.

No caso da Lagoa, uma das medidas defi nidas pelo grupo e que foram funda-mentais para a recuperação do ecossiste-ma local foi adotar o sistema de coleta e tratamento de esgoto a tempo seco, im-

plantado pelas duas concessionárias que atendem a região – Prolagos e Águas de Juturnaíba. O sistema trouxe benefícios reconhecidos por toda a comunidade, como a transparência das águas e a mul-tiplicação e o crescimento dos peixes.

Mesmo quando houve a mortandade de peixes no início deste ano, minha cer-teza de que trabalho estava no caminho certo não foi abalada. Sem dúvida foi um lamentável acidente, mas que resul-tou de um conjunto de fatores: grande quantidade de chuvas, calor intenso e paralisação da dragagem do canal do Itajuru. A grande quantidade de chuva, além de lavar o solo, carreando muitos nutrientes para a Lagoa, combinada com a temperatura excessivamente alta, au-mentou os níveis de fósforo e nitrogênio e diminuiu a salinidade da água em alguns pontos, provocando a rápida proliferação das algas, reduzindo o nível de oxigênio da Lagoa.

Entretanto, a rápida recuperação da Lagoa Araruama depois do episódio comprovou que seu ecossistema havia conseguido se fortalecer. Três semanas após o ocorrido, todos os níveis de oxi-genação da Lagoa já estavam plenamente restabelecidos.

Um exemplo foram os camarões, que chegam a atingir um tamanho de 19 cm, algo que não ocorria há décadas. Também é possível identifi car mais de 40 espécies diferentes de seres vivos habitando a Lagoa. Algumas entidades que trabalham com a pesca estimam que, hoje, é possí-vel retirar, do local, cerca de 20 toneladas de pescado por semana.

Nem as aparências nem os números enganam. A cada minuto a Lagoa Araru-ama está se recuperando, graças a esse esforço conjunto do qual fazemos parte e queremos continuar contribuindo sem-pre. Esse desafi o de não permitir que o desenvolvimento da região afete o meio ambiente é constante e a participação de todos é fundamental. Afi nal de contas, a Lagoa é nossa!

(*) Felipe Ferraz é engenheiro mecânico e diretor-executivo da Prolagos, concessionária de água e esgoto da Região dos Lagos

A

Page 47: Junho 2009

47CIDADE, Junho de 2009

Atenção causídicos e autoridades judici-árias! Nos dias 15 e 16 de junho Cabo Frio sediou a sua I Feira de Literatura Jurídica na sede da Subseção da OAB/Cabo Frio, situada à Rua José Watz Filho, n.58, sala 203, Centro. A organização foi da Comissão Per-manente de Mulheres Advogadas – CPMA.

Livros

47CIDADE, Junho de 2009

Octavio Perelló

PÉROLAS DAS ESTANTES O texto que o senhor escreve tem de me dar prova de que ele me deseja. Essa prova existe: é a escritura. A escritura é isso: a ciência das fruições da linguagem, seu kama-sutra.(Roland Barthes, A Prazer do Texto, Perspectiva, 1999, 88 páginas)

Foi lançado em 24 de maio no Espaço Holístico Pousada Oliette Couper, na Praia da Pitória, São Pedro da Aldeia, o livro Treinamento Autógeno, de José de Arias Martinez. Criado por Johannes Heinrich Schultz (1884-1970), treinamento autógeno é mais conhecido como técnica de relaxa-mento, e tem como objetivo o relaxamento psíquico e corporal, o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal.

Nascido em Bruxelas, ca-pital da Bélgica, filhos de pais argentinos, Julio Cortázar foi um escritor de características muito especiais no cenário da literatura na Argentina, país em que se naturalizou e recebeu as primeiras ins-truções. De estilo original inconfundível, é notado pela crítica e pelos leitores cativos como aquele que vai da grave refl exão ao humor sutil com a mesma desenvoltura de um músico tocando de improviso. Um aspecto interessante a ser destacado sobre o Diário de André Fava é que ele foi escrito como parte do romance O Exame Final, publicado em Buenos Aires no ano de 1950. O intelectual por-tenho André Fava, criado pelo escritor, é um dos protagonistas deste romance. O Diário foi excluído do corpo do romance, mas Cortázar o guardou como todos os textos que considerava “pron-tos”. Para nós leitores ele fez bem em separar o texto, que poucas referências faz às tramas e personagens do romance, sendo mais fragmentário, de refl exões éticas, estéticas e literárias expressas com humor melancólico, de algum modo profundo refl etindo as questões que atormentavam o próprio autor durante a sua trajetória. Como poucos, Cortázar consegue escrever um texto denso e ao mesmo tempo de uma leveza raramente encontrada nas digressões ensaísticas que emboloram as prateleiras.

DIÁRIO DE ANDRÉS FAVA(José Olympio, 1997, 127 páginas), de Julio Cortázar.

LEIA MAIS LIVROS LEIA MAIS LIVROS

O arquiteto de coração do Brasil, que dispensa maiores apresentações, cá está mais uma vez povoando a literatura com a sua vida e obra. Neste livro estão reunidos os seus trabalhos no período de 1999 a 2009. Niemeyer discorre sobre os seus projetos espalhados pela Améri-ca Latina, Europa, Ásia e África, em generosa edição ilustrada. No rol de construções abor-dadas não poderiam faltar o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, a Catedral de Belo Horizonte, a Torre de TV Digital em Brasília, a Embaixada do Brasil em Cuba, o Pavilhão Hide Park em Londres e o Centro Cultural no Cazaquistão. Vale conferir.

OSCAR NIEMEYER – 1999-2009(7 Letras, 1ª. Edição, 2009, 96 páginas), de Oscar Niemeyer.

AGEN

DA LI

TERÁ

RIA

ACONTECEU NA REGIÃO

Page 48: Junho 2009

48 CIDADE, Junho de 2009

Luz no fi m do canudinhoErnesto Lindgren (*)

P o n t o d e V i s t a

ERNESTO LINDGREN é sociólogo

bama trata outros presidentes como iguais, mas faz sarcasmo tipicamen-te americano colocando um ou outro

no seu devido lugar, como Lula: “Este é o cara, boa pinta, o presidente mais popular do mundo”. O que mais? Nada. Leva o recado “America fi rst” e não aceita condições, seu estilo estando mais para Theodore Roosevelt (“Fale manso, mas carregue um porrete: você irá muito mais longe”) do que para Kennedy e seu Corpo da Paz. Disse Lula em Trinidad e Tobago: “Nosso esforço integrador nas Américas será sempre incompleto

palhaço a brasileirada acubanada. (Car-niceiro, nos três primeiros anos (1959 a 61) de sua ditadura fuzilou milhares de cubanos: “Paredon!”, era a ordem, agora usada no BBB). Em Londres, Barak foi claro: “Vou levar pra casa nossa gente e nosso dinheiro”. Escancaradamente isolacionista sustenta a política de fechar a porta para a imigração: já têm bastante gente para fazer o que americano não faz. Por exemplo, lavar latrina pública.

O G8 foi solapado e o G20+FMI recebeu 1,3 trilhões de dólares para dividir em briga de foice no escuro. 50

tri de dólares desapareceram da economia mundial, o dólar continua despencando e Oba-ma compra petróleo a preço de banana dando porretadas na OPEP e na economia chinesa. Importa-se mais e a grana volta à origem para ser cremado. Os gringos chamam o Brasil de “a luz no fi m do túnel”, mas o que vemos é “a luz no fi m do canudinho”.

Lula recebeu ordem de trans-ferir quatro bi de dólares para o FMI, um “cala a boca” que disfarçou anunciando o inves-timento de um bi de reais para construção de casas. Quem se

habilita começa a pagar quando estive-rem prontas, ou seja, nunca. Deveria ser ao contrário. Obrigando o BB a reduzir o spread bancário cometeu um dos erros que originou a crise: vigaristas farão empréstimos e quando o dinheiro sair o banco dará beijinhos nele. Os últimos.

O país foi lulalizado, o setor público é uma esculhambação e o país se segura como pode. Usando a cota de algum deputado federal, Mãinha Dilma e Lula receberão passagens de ida para conhe-cerem o Skywalk no Grand Canyon.

trdcomdOImà g“aquca

feFdtico

h bilienquanto persistir em nossas reuniões a anômala exclusão de um dos países do continente, que é Cuba”. Levou porreta-da: “Cuba e Venezuela devem apresentar não simples palavras, mas também atos se querem melhorar suas relações”. Tra-dução: o livro que Chávez lhe deu será usado para fabricar PH. Levou pronto o acordo que não assinaram e esse era o propósito.

Engana-se quem supor que a descen-dência africana de Obama o infl uencia. É presidente sem qualifi cações e a Dou-trina Monroe (“América para os ameri-canos”, ambos “do norte”) permanece. Engana-se Fidel que virou puxa-saco usando broche com as bandeiras de Cuba e Estados Unidos entrelaçadas. Faz de

O

Page 49: Junho 2009

49CIDADE, Junho de 2009

R E S U M O

Tempos ModernosBúzios inaugura novos tempos nas relações entre o Executivo e o Legislativo. O gabinete de Planejamento, Gestão e Orçamento mantém as portas sempre abertas, literalmente, para os vereadores, e até mesmo os de oposição se sentem em casa. Ruy Borba Filho, titular da pasta, recebe a todos indistintamente e presta as informações solicitadas sem burocracia. Na foto, o vereador de oposição, Evandro Costa, à vontade com o secretário. Ao mesmo tempo, na antessala, o vereador Leandro Pereira, da situação, mesmo tendo a entrada liberada optava por aguardar a saída do colega. Enquanto esperava por sua vez de ser atendido, Leandro não hesitava em declarar: “aqui recebemos atenção”.

Grande organizaçãoO arquiteto Marco Pinheiro exibe a planilha detalhada dos associados da AVECSOL (Associação de Vela da Costa do Sol). A entidade, que é a única referência do esporte em Cabo Frio, cresce e se organiza.

PaPi

Pres

sPa

PiPr

ess

Ruy Borba recebe Evandro Costa e assessor

Montanhas de Nova Friburgo são declaradas Monumentos NaturaisNa semana em que se comemorou o Dia Mundial do Meio Ambiente, Nova Friburgo anunciou a criação do Monumento Natural do Caledônia, o maior parque em área urbana do Brasil, reunindo um conjunto de 13 montanhas locais, numa área de 7.500 hectares, em torno da cidade. Além de constituir um acréscimo considerável à arrecadação de ICMS Verde para o município, o ato objetiva controlar a expansão urbana, protegendo os sítios naturais, num dos maiores complexos montanhosos de preservação permanente da América Latina.

ForagidoO ex-sargento da PM, Francisco César Silva de Oliveira, o Chico Bala, que recentemente foi protagonista de mais uma polêmica ao assumir a subsecretaria de Transporte em São Pedro da Aldeia, está com a ordem de prisão decretada e já é considerado um foragido da Justiça.Chico Bala é acusado de chefi ar milícia (grupo paramilitar que cobra por serviços de segurança em bairros e cidades periféricas) na Zona Oeste do Rio e de diversos homicídios.As buscas iniciaram-se pela cidade da Região dos Lagos, mas segundo informações, há tempos ele não é mais visto em São Pedro, onde era facilmente avistado em bares e ruas. Até o fechamento dessa edição, ele não havia sido localizado.

Em ObrasUma reinvicação antiga dos pescadores de Búzios, a recuperação do píer dos pescadores, localizado na praia da Armação, começa a se tornar realidade.As obras começaram em maio com a demolição da estrutura de concreto existente. Agora, a equipe técnica responsável pelos trabalhos iniciou a cravação das estacas metálicas, que serão utilizadas para abrigar a nova laje que será construída no local.A estrutura do ancoradouro será recuperada integralmente e o madeiramento de acesso inteiramente recuperado.

Div

ulga

ção

EMPREENDEDORISMOO jovem empresário Rogério Alves Ribeiro, 35, é um exemplo de empreendorismo. Vindo do Rio e sem conseguir trabalho na sua área (informática), resolveu mudar de ramo e junto com Paulo Roberto Waltz, lançou um pequeno restaurante, o Forte Sabor, na Rua Irmã Josefi na da Veiga, nas Palmeiras. No começo era apenas uma pequena loja e dois únicos funcionários: os sócios. Dois anos depois o negócio cresceu, foi necessário alugar mais uma loja para acomodar o restaurante e contratar funcionários. Inovando ao apresentar um cardápio variado a preços populares, o Forte Sabor ainda oferece mais uma novidade: caldos como entrada, sem custo adicional. As novidades têm mantido a casa cheia para o almoço, mas o jovem empresário quer mais. Para atender o público noturno, o Forte Savor passou a funcionar como pizzaria à noite, atendendo também a domicílio. Isso sem contar com as tortas e doces vendidos no balcão ou sob encomenda.

Praia das ConchasO Ibama determinou a retirada de 16 quiosques na praia das Conchas, em Cabo Frio. Segundo o órgão, os quiosques estão em Área de Proteção Permanente e não têm autorização para funcionar. Há 2 anos, o ministério público federal determinou a retirada dos quiosques, junto com a criação de um projeto para realocar os comerciantes. Mas o projeto não fi cou pronto. Alguns quiosqueiros estão há mais de 40 anos trabalhando naquela região.

ErrataO pesquisador português Manuel de Carvalho Gomes é doutorando em ensino da geografi a, e não doutor, como foi publicado na matéria “Não Destruam as Belezas da Região dos Lagos”, na edição de maio. Manuel é presidente da Assembléia-Geral da Associação Portuguesa de Educação Ambiental.

Sérgio Quissak

Page 50: Junho 2009

Galeria

“Zula” - Acrílica sobre tela - 1,10m x 0,90 m - 1999 (Tela desaparecida)

IVAN MORINIPintor, músico e ecologista, o carioca Ivan Morini nasceu no bairro de Copacaba-na no ano de 1946. Estudou artes visuais na Fundação Parque Lage e começou a pintar em 1985. Mudou-se para Cabo Frio em 1986, onde desenvolveu seu trabalho como artista, realizando aqui suas mais importantes obras.Participa de exposições individuais e coletivas no Brasil e na Europa, e, parale-lamente, dedica-se à música, fazendo apresentações de piano com músicas de sua autoria e de outros compositores.

Page 51: Junho 2009
Page 52: Junho 2009

52 CIDADE, Junho de 2009