JUDAS de Mathew Henry

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JUDAS Esta epístola está dirigida a todos os crentes do evangelho. Sua intenção é resguardar aos crentes contra os falsos mestres que haviam começado a infiltrar-se na Igreja cristã, e a disseminar preceitos perigosos para reduzir todo o cristianismo a uma fé só de nome e a uma profissão externa do evangelho. Tendo negado assim as obrigações da santidade pessoal, ensinavam a seus discípulos a viver em sendas pecaminosas e, ao mesmo tempo, os bajulavam com a esperança da vida eterna. Demonstra-se o vil caráter destes sedutores e se pronuncia sua sentença, e a epístola conclui com advertências, admoestações e conselhos para os crentes • Versículos 1-4 O apóstolo exorta à constância na fé • Versículos 5-7 O perigo de ser infetado pelos falsos mestres, e o castigo temível que lhes será infligido e a seus seguidores • Versículos 8-16 Uma descrição espantosa dos sedutores e de seu final deplorável • Versículos 17-23 Adverte-se aos crentes a não se deixarem surpreender pelos enganadores que surjam entre eles • Versículos 24-25 A epístola conclui com uma alentadora doxologia, ou palavras de louvor Versículos 1-4 Os cristãos são chamados do mundo, de seu mal espírito e temperamento; são chamados a pôr-se por acima do mundo, para coisas mais elevadas e melhores, para o céu, para as coisas invisíveis e eternas; chamados do pecado a Cristo, da vaidade à seriedade, da imundícia à santidade; e isto conforme ao propósito e a graça divinos. Se formos santificados e glorificados, toda a honra e a glória devem ser atribuídas a Deus e somente a Ele. Como é Deus quem começa a obra de graça nas almas dos homens, assim é Ele quem a executa e a aperfeiçoa. Não confiemos em nós nem em nossa quota de graça já recebida, senão nEle e somente nEle. A misericórdia de Deus é o manancial e a fonte de todo o bom que temos ou esperamos; a misericórdia, não só para o miserável, senão para o culpável. Depois da misericórdia está a paz, que recebemos do sentido de termos obtido misericórdia. Da paz brota o amor; o amor de Cristo por nós, nosso amor por Ele, e nosso amor fraternal dos uns pelos outros. o apóstolo roga não que os cristãos se contentem com pouco, senão que sua alma e seus associados possam estar cheios destas coisas. Ninguém está excluído da oferta e convite do evangelho, senão os que, obstinada e perversamente, se excluem a

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COMENTARIO RESUMIDO DO LIVRO DE JUDAS NA BIBLIA

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JUDASEsta epstola est dirigida a todos os crentes do evangelho. Sua inteno resguardar aos crentes contra os falsos mestres que haviam comeado a infiltrar-se na Igreja crist, e a disseminar preceitos perigosos para reduzir todo o cristianismo a uma f s de nome e a uma profisso externa do evangelho. Tendo negado assim as obrigaes da santidade pessoal, ensinavam a seus discpulos a viver em sendas pecaminosas e, ao mesmo tempo, os bajulavam com a esperana da vida eterna. Demonstra-se o vil carter destes sedutores e se pronuncia sua sentena, e a epstola conclui com advertncias, admoestaes e conselhos para os crentes

Versculos 1-4O apstolo exorta constncia na f Versculos 5-7O perigo de ser infetado pelos falsos mestres, e o castigo temvel que lhes ser infligido e a seus seguidores Versculos 8-16Uma descrio espantosa dos sedutores e de seu final deplorvel Versculos 17-23Adverte-se aos crentes a no se deixarem surpreender pelos enganadores que surjam entre eles Versculos 24-25A epstola conclui com uma alentadora doxologia, ou palavras de louvor

Versculos 1-4Os cristos so chamados do mundo, de seu mal esprito e temperamento; so chamados a pr-se por acima do mundo, para coisas mais elevadas e melhores, para o cu, para as coisas invisveis e eternas; chamados do pecado a Cristo, da vaidade seriedade, da imundcia santidade; e isto conforme ao propsito e a graa divinos. Se formos santificados e glorificados, toda a honra e a glria devem ser atribudas a Deus e somente a Ele. Como Deus quem comea a obra de graa nas almas dos homens, assim Ele quem a executa e a aperfeioa. No confiemos em ns nem em nossa quota de graa j recebida, seno nEle e somente nEle. A misericrdia de Deus o manancial e a fonte de todo o bom que temos ou esperamos; a misericrdia, no s para o miservel, seno para o culpvel. Depois da misericrdia est a paz, que recebemos do sentido de termos obtido misericrdia. Da paz brota o amor; o amor de Cristo por ns, nosso amor por Ele, e nosso amor fraternal dos uns pelos outros. o apstolo roga no que os cristos se contentem com pouco, seno que sua alma e seus associados possam estar cheios destas coisas. Ningum est excludo da oferta e convite do evangelho, seno os que, obstinada e perversamente, se excluem a si mesmos. Todavia, a aplicao para todos os crentes, e somente para eles. para o fraco e para o forte.Os que tm recebido a doutrina desta salvao comum devem contender por ela, eficazmente, no furiosamente. Mentir em favor da verdade errado; castigar em nome da verdade, no melhor. Os que tm recebido a verdade devem contender por ela como fizeram os apstolos; sofrendo com Paixo e valor por ela, no fazendo sofrer aos outros, se eles no aceitam cada noo do que chamamos f e julgamos importante. Devemos contender eficazmente pela f, opondo-nos aos que a corrompem ou depravam; os que se infiltram sem ser percebidos; os que se arrastam como serpentes. Eles so os piores mpios, os que tomam to atrevidamente a exortao a pecar porque a graa de Deus abundou e ainda abunda to maravilhosamente, e os que esto endurecidos pela magnitude e plenitude da graa do evangelho, cujo desgnio livrar o homem do pecado e lev-lo a Deus.Versculos 5-7Os privilgios externos, a profisso e a converso aparente, no podem guardar da vingana de Deus contra os que se desviam, voltando-se incredulidade e desobedincia. A destruio dos israelitas incrdulos no deserto demonstra que ningum deve presumir de seus privilgios. Eles tiveram milagres como seu po dirio, e ainda assim pereceram na incredulidade. Um grande nmero de anjos no se agradou com os lugares que Deus lhes assinou; o orgulho foi a causa principal e direta de sua queda. Os anjos cados esto reservados para o juzo do grande dia; e os homens cados querem escapar dele? Com toda certeza que no. Considere-se isto no momento devido. A destruio de Sodoma uma advertncia a toda voz para todos, para que lhe prestemos ateno e fujamos das concupiscncias carnais que batalham contra a alma (1 Pe 2.11). Deus o mesmo Ser puro, justo e santo agora que ento. Portanto, tremam e no pequem (Sl 4.4). no descansem em nada que no submeta a alma obedincia de Cristo, porque nada seno a renovao de nossa ama conforme imagem divina, que opera o Esprito Santo, pode impedir que sejamos destrudos entre os inimigos de Deus. Considere-se o caso dos anjos e note-se que nenhuma dignidade nem valor de criatura serve. Ento, como deve tremer o homem que bebe a iniqidade como se fosse gua" (J 15.16).Versculos 8-16Os falsos mestres so sonhadores; denigram grandemente e ferem penosamente a alma. Estes mestres so de mente perturbada e esprito sedicioso; esquecem que as potestades que existem tm sido ordenadas por Deus (Rm 13.1).Enquanto disputa pelo corpo de Moiss, parece que Satans desejava dar a conhecer o lugar de seu sepulcro aos israelitas para tent-los a ador-lo, porm lhe foi impedido e descarregou seu furor com blasfmias desesperadas. Isto deve lembrar a todos os que discutem, que nunca se faam acusaes com linguagem ofensiva. Alm disso, daqui aprendam que devemos defender aos que Deus reconhece. Difcil, seno impossvel, achar inimigos da religio crist que no vivam, nem tenham vivido, em aberta ou secreta oposio aos princpios da religio natural. Aqui so comparados com as bestas, embora freqentemente se jactam de ser os mais sbios da humanidade. Eles se corrompem nas coisas mais simples e abertas. A falta reside no em seus entendimentos, seno em suas vontades depravadas e em seus apetites e afetos desordenados.Grande repreenso, embora injusta, para a religio, que os que a confessem, se oponham a ela de corao e vida. O Senhor redimir isto a seu tempo e a seu modo, no da forma cega em que os homens arrancam as espigas de trigo junto com o joio. Triste que os homens que comearam no Esprito terminem na carne. Duas vezes mortos: eles estiveram mortos em seu estado natural cado, mas agora esto mortos de novo pelas provas evidentes de sua hipocrisia. rvores mortas, por que carregam o solo! Fora com elas, ao fogo! As ondas rugidoras so o terror dos passageiros que navegam, mas quando chegam a porto, o barulho e o terror acabam. Os falsos mestres devem esperar o pior castigo neste mundo e no vindouro. Brilham como meteoros ou estrelas errantes que caem, e depois, afundam na negrura das trevas para sempre.No h meno da profecia de Enoque em outra parte da Escritura; contudo, um texto claro da Escritura prova qualquer ponto que devamos crer. Deste descobrimos que a vinda de Cristo a julgar foi profetizada to ao princpio como foram os tempos anteriores ao dilvio. O Senhor vem: que tempo glorioso ser!Percebam quo freqentemente se repete a para "mpio". Agora, muitos no se referem aos vocbulos pio ou mpio a menos que seja para zombar at das palavras; mas no assim na linguagem que nos ensina o Esprito Santo. As palavras duras de uns a outros, especialmente se mal fundamentadas, certamente sero levadas em conta no dia do juzo.Os homens malvados e sedutores se enraivecem com to o que acontece, e nunca esto contentes com seu prprio estado e condio. Sua vontade e sua fantasia so sua nica regra e lei. Os que comprazem seus apetites pecaminosos tendem mais a render-se s paixes ingovernveis. Os homens, desde o comeo do mundo, tm declarado a condena que os denunciou. Evitemos os tais. Devemos seguir os homens que somente seguem a Cristo.Versculos 17-23Os homens sensuais se separam de Cristo e de sua Igreja, e se unem ao diabo, ao mundo e carne, com prticas mpias e pecaminosas. Isto infinitamente pior que separar-se de qualquer ramo da igreja visvel por questo de opinies ou modos e circunstncias de governo externo ou da adorao. Os homens sensuais no tm o esprito de santidade, e qualquer que no a tenha, no pertence a Cristo. a graa da f santa at o mximo, porque opera por amor, purifica o corao e vence ao mundo pelo qual se distingue da f falsa e morta. Muito provavelmente prevaleam nossas oraes quando oramos no Esprito Santo, sob sua direo e poder, conforme com a regra de sua palavra, com f, fervor e anelo; isto orar no Esprito Santo. A f na expectativa de vida eterna nos armar contra as armadilhas do pecado: a f viva desta bendita esperana nos ajudar a mortificar nossas concupiscncias.Devemos vigiar-nos os uns aos outros; fielmente, porm com prudncia, para reprovar-nos os uns aos outros, e para dar bom exemplo a todos os que nos rodeiam. Isto deve ser feito com compaixo, diferenciando entre o fraco e o soberbo. Devemos tratar a alguns com ternura. A outros, salvar com temor; enfatizando os terrores do Senhor. Todos os esforos devem realizar-se com aborrecimento decidido dos delitos, cuidando-nos de evitar todo o que conduza comunho com eles, o que tenha estado conectado com eles, em obras de trevas, mantendo-nos longe do que ruim ou parece s-lo.Versculos 24-25Deus poderoso, e to disposto como poderoso para impedir que caiamos e para apresentar-nos sem defeito ante a presena de sua glria. No como uns que nunca tivssemos falhado, seno como uns que, pela misericrdia de Deus, e os sofrimentos e mritos de um Salvador, tivssemos sido, em sua grande maioria, justamente condenados faz muito tempo. todos os crentes sinceros lhe foram dados pelo Pai; e de todos os assim dados, Ele no perdeu nenhum, nem perder a nenhum. Agora, nossas faltas nos enchem de temores, dvidas e tristeza, porm o Redentor se tem proposto que seu povo seja apresentado sem mcula. Onde no h pecado, no haver pena; onde h perfeio de santidade, haver perfeio de gozo. olhemos com maior freqncia quele que capaz de impedir que caiamos, de melhorar e de manter a obra que comeou em ns at que sejamos apresentados sem culpa diante da presena de sua glria. Ento, nossos coraes conhecero um gozo alm do que pode permitir a terra; ento Deus tambm se regozijar por ns e se completar o gozo de nosso compassivo Salvador. Ao que tem formado o plano to sabiamente, e que o cumprir fiel e perfeitamente, a Ele seja a glria e a majestade, imprio e poder, agora e por todos os sculos, amm.

FONTEComentrio Bblico de Matthew Henry - Novo Testamento