Juca Post - pagina 10 - edição nº 252 - setembro de 2012

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10 Ano XXVI - nº 252 - setembro de 2012 Juca Post - Franco da Rocha - SP. ficou apenas a transferência do antigo pronto atendimento, que já era péssimo, para outro local, mais distante, com os mesmos problemas. E ainda ficamos sem a UBS central, o que foi uma perda grande. Quero re- pensar esse papel da Praça da Saúde e colocá-la para funcio- nar com mais qualidade. Quan- to ao hospital, é inadmissível que um hospital desse porte, que custou o que custou, não funcione plenamente. Vou exi- gir do Governo do Estado esse funcionamento e, se eles não têm condições de operar, va- mos atrás de outras parcerias que permitam que o hospital cumpra sua função real, além de ser um outdoor de propa- ganda. JP — A população cobra a cons- trução de uma maternidade. O senhor tem planos de concreti- zar esse anseio do povo? Sim. Este, como já disse, é meu principal compromisso na saú- de. Desde 2008 não nascem mais crianças na cidade; o mi- nistro Alexandre Padilha tam- bém já firmou seu compromis- so e vamos trazer, inicialmente, uma maternidade para realiza- ção de partos normais e ope- rações de baixa complexidade, nos padrões da Rede Cegonha do Governo Federal. Os partos mais complexos seriam atendi- dos nos hospitais regionais de Caieiras e de Francisco Morato, e aí vamos precisar também da ajuda do Governo do Estado. SANEAMENTO BÁSICO JP — Há muito tempo que a popula- ção cobra o serviço de tratamen- to de esgoto por parte da Sabesp, que deveria fazer esse serviço antes dos dejetos serem lança- dos no Rio Juquery e Ribeirão Eu- sébio, que estão completamente contaminados. O que mudaria na sua administração? A relação com a Sabesp preci- sa ser resolvida. Desde o meu mandato de vereador estamos atrás dessa questão; os inves- timentos da Sabesp na cidade são ridículos. A coleta de esgo- to cresce muito lentamente, e nada é tratado, enquanto Mai- riporã tem 100% de tratamen- to. E a gente sofre com a ame- aça constante de inundação, pela abertura das comportas da barragem, como aconteceu em 2011. A cidade perdeu uma grande oportunidade de rever essa relação agora que a con- cessão venceu. Trocamos essa chance por um show do Latino e dinheiro que está sendo in- vestido em obras eleitoreiras de recapeamento, ao invés de saneamento ou outras obras que, ao meu ver, são mais ur- gentes e importantes. JP — A população está apta para a criação do sistema de coleta seletiva de lixo? O senhor tem planos de instituir esse sistema? Claro que está apta. Acho que, no século XXI, todo governante deve estar comprometido com a questão ambiental. Vamos concluir o galpão de recicla- gem, que está em obras no Jar- dim Cruzeiro, e incluir a coleta seletiva no contrato da coleta normal, além de lançar campa- nhas de educação para a popu- lação separar o lixo de forma adequada e formar os catado- res para trabalharem com mais efetividade. TRANSPORTE PÚBLICO JP — O que o senhor pretende fa- zer para melhorar o transporte público na cidade? Falta a Franco da Rocha um planejamento estrutural do transporte. Há décadas, desde que ainda existiam os pontos de charretes, que as linhas são mais ou menos as mesmas, se- guem os mesmos trajetos. Mas a cidade cresceu muito, tem muito mais gente, mais carros. É um absurdo que não tenha- mos até hoje terminais rodovi- ários, em uma cidade com mais de 130 mil habitantes. Quero executar esse plano, que vai in- cluir dois terminais, um no cen- tro, junto à nova estação, e um na Vila Bela, ao lado da estação Baltazar Fidélis, e a partir deles criar corredores de ônibus e in- tegrar as linhas, com o bilhete único municipal, que vai permi- tir que as pessoas peguem mais de um ônibus sem pagar outra passagem. JP — Quando será construída a tão sonhada rodoviária no centro da cidade, a exemplo dos municí- pios vizinhos de Caieiras e Mairi- porã? Como disse, quero investir em dois terminais rodoviários. Não sei se você se refere a uma ro- doviária propriamente dita, com ônibus de viagem, para outras cidades. Honestamen- te não sei se há demanda para isto, teríamos que estudar. Con- fesso que não é uma prioridade em meu programa. TRÂNSITO JP — Dirigir no centro da cidade tem sido um martírio para os franco-rochenses. A cidade não tem semáforos, os estaciona- mentos não dão conta da deman- da. Os ônibus estacionam nas ruas centrais, dos dois lados da via pública, e o que é pior; a po- pulação não tem educação. Não respeita as faixas destinadas aos pedestres. O que fazer para melhorar esse caos? JP — O senhor não acha que o trânsito no centro da cidade fi- caria melhor se o ponto inicial e final de cada linha de ônibus fos- se em cada bairro, tipo: bairro / centro, ao contrário do que ocor- re atualmente? Vou responder essas duas de uma vez: o primeiro passo, acredito, é essa reestruturação do sistema de transporte coleti- vo. O trânsito da cidade não su- porta, por exemplo, a Cavalhei- ro Ângelo Sestini daquele jeito, com ônibus parando dos dois lados, manobrando. Não é bom para quem pega o ônibus, não é bom para a empresa, não é bom para quem circula de carro ou a pé. Quero resolver esse pro- blema com a reestruturação do sistema e com os terminais. Em seguida, precisamos sinalizar melhor nossas ruas. Como você reparou, não temos semáforos, mas também não temos placas, faixas pintadas, nada disso fa- vorece mais educação e respei- to no trânsito. Também preten- do implementar, com ajuda do governo federal, algumas obras estruturantes que permitam maior fluidez no tráfego, como a construção de um corredor de ônibus na rua Basílio Fazzi, para fazer uma ligação direta com a avenida Israel, e a du- plicação da Cavalheiro Ângelo Sestini, até a avenida Sete de Setembro. Também quero me- lhorar os acessos e entradas da cidade, criando alternativas. Uma delas é o prolongamento da rua Armando Pinto até a Es- trada Velha de Campinas. SEGURANÇA PÚBLICA JP — Delinqüência não é privilégio e todas as cidades têm que con- viver com esse dilema. O que fa- zer para contornar esse mal da humanidade? JP — O senhor tem planos de im- plantar o monitoramento por câ- meras em pontos estratégicos da cidade? Quero que o município assuma um papel no combate à violên- cia e à criminalidade. Segurança é responsabilidade do Estado, mas nós podemos ajudar. Conto com a experiência do meu vice, Dr. Nivaldo, delegado de polícia há mais de 30 anos, para cola- borar nessa tarefa. Quero inte- grar as ações das polícias Civil e Militar com a Guarda Munici- pal, fornecendo apoio logístico e também criando mais bases da GCM, que precisa ser valo- rizada. Também vamos com- bater o tráfico de drogas, espe- cialmente o crack, oferecendo alternativas para tratamento de dependentes. Outra medida fundamental é melhorar a ilu- minação pública, porque quem gosta de rua escura é bandido. O monitoramento por câmeras no centro comercial também é uma das medidas que vamos implementar. HABITAÇÃO JP — Sabemos que há uma defi- ciência habitacional em todo o país, uma necessidade prioritá- ria de abrigar essa gente. Aqui em Franco da Rocha estão sendo construídos dois conjuntos habi- tacionais próximos à Paradinha: o Residencial Santo Antonio e o Portal da Estação. O município conta com infraestrutura para abrigar essa expansão demográ- fica? Acho que isso deve ser pensa- do antes da implantação dos empreendimentos. A expansão imobiliária é inevitável, mas acredito que a cidade precisa de uma política habitacional sé- ria tanto para receber e avaliar estes novos empreendimentos, mas também para solucionar os problemas de moradia de quem já está aqui, que não são poucos. O Plano Diretor prevê a criação de um Plano Municipal de Habitação, que até hoje não foi elaborado. Na discussão do Plano na Câmara, quando eu ainda era vereador, apresentei diversas emendas relacionadas à esta questão – uma delas, in- clusive, limitava os novos lotes a um mínimo de 10 metros de frente, para tentar organizar Ministro da Saúde Alexandre Padilha e Kiko Celeguim, em Brasília

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10 Ano XXVI - nº 252 - setembro de 2012Juca Post - Franco da Rocha - SP.

ficou apenas a transferência do antigo pronto atendimento, que já era péssimo, para outro local, mais distante, com os mesmos problemas. E ainda ficamos sem a UBS central, o que foi uma perda grande. Quero re-pensar esse papel da Praça da Saúde e colocá-la para funcio-nar com mais qualidade. Quan-to ao hospital, é inadmissível que um hospital desse porte, que custou o que custou, não funcione plenamente. Vou exi-gir do Governo do Estado esse funcionamento e, se eles não têm condições de operar, va-mos atrás de outras parcerias que permitam que o hospital cumpra sua função real, além de ser um outdoor de propa-ganda.

JP — A população cobra a cons-trução de uma maternidade. O senhor tem planos de concreti-zar esse anseio do povo?Sim. Este, como já disse, é meu principal compromisso na saú-de. Desde 2008 não nascem mais crianças na cidade; o mi-nistro Alexandre Padilha tam-bém já firmou seu compromis-so e vamos trazer, inicialmente, uma maternidade para realiza-ção de partos normais e ope-rações de baixa complexidade, nos padrões da Rede Cegonha do Governo Federal. Os partos mais complexos seriam atendi-dos nos hospitais regionais de Caieiras e de Francisco Morato, e aí vamos precisar também da ajuda do Governo do Estado.

SANEAMENTO BÁSICOJP — Há muito tempo que a popula-ção cobra o serviço de tratamen-to de esgoto por parte da Sabesp, que deveria fazer esse serviço antes dos dejetos serem lança-dos no Rio Juquery e Ribeirão Eu-sébio, que estão completamente contaminados. O que mudaria na sua administração?A relação com a Sabesp preci-sa ser resolvida. Desde o meu mandato de vereador estamos atrás dessa questão; os inves-timentos da Sabesp na cidade são ridículos. A coleta de esgo-to cresce muito lentamente, e nada é tratado, enquanto Mai-riporã tem 100% de tratamen-to. E a gente sofre com a ame-aça constante de inundação, pela abertura das comportas da barragem, como aconteceu

em 2011. A cidade perdeu uma grande oportunidade de rever essa relação agora que a con-cessão venceu. Trocamos essa chance por um show do Latino e dinheiro que está sendo in-vestido em obras eleitoreiras de recapeamento, ao invés de saneamento ou outras obras que, ao meu ver, são mais ur-gentes e importantes.

JP — A população está apta para a criação do sistema de coleta seletiva de lixo? O senhor tem planos de instituir esse sistema?Claro que está apta. Acho que, no século XXI, todo governante deve estar comprometido com a questão ambiental. Vamos concluir o galpão de recicla-gem, que está em obras no Jar-dim Cruzeiro, e incluir a coleta seletiva no contrato da coleta normal, além de lançar campa-nhas de educação para a popu-lação separar o lixo de forma adequada e formar os catado-res para trabalharem com mais efetividade.

TRANSPORTE PÚBLICOJP — O que o senhor pretende fa-zer para melhorar o transporte público na cidade?Falta a Franco da Rocha um planejamento estrutural do transporte. Há décadas, desde que ainda existiam os pontos de charretes, que as linhas são mais ou menos as mesmas, se-guem os mesmos trajetos. Mas a cidade cresceu muito, tem muito mais gente, mais carros. É um absurdo que não tenha-mos até hoje terminais rodovi-ários, em uma cidade com mais de 130 mil habitantes. Quero executar esse plano, que vai in-cluir dois terminais, um no cen-tro, junto à nova estação, e um na Vila Bela, ao lado da estação Baltazar Fidélis, e a partir deles criar corredores de ônibus e in-tegrar as linhas, com o bilhete único municipal, que vai permi-tir que as pessoas peguem mais de um ônibus sem pagar outra passagem.

JP — Quando será construída a tão sonhada rodoviária no centro da cidade, a exemplo dos municí-pios vizinhos de Caieiras e Mairi-porã?Como disse, quero investir em dois terminais rodoviários. Não sei se você se refere a uma ro-

doviária propriamente dita, com ônibus de viagem, para outras cidades. Honestamen-te não sei se há demanda para isto, teríamos que estudar. Con-fesso que não é uma prioridade em meu programa.

TRÂNSITOJP — Dirigir no centro da cidade tem sido um martírio para os franco-rochenses. A cidade não tem semáforos, os estaciona-mentos não dão conta da deman-da. Os ônibus estacionam nas ruas centrais, dos dois lados da via pública, e o que é pior; a po-pulação não tem educação. Não respeita as faixas destinadas aos pedestres. O que fazer para melhorar esse caos?JP — O senhor não acha que o trânsito no centro da cidade fi-caria melhor se o ponto inicial e final de cada linha de ônibus fos-se em cada bairro, tipo: bairro / centro, ao contrário do que ocor-re atualmente?Vou responder essas duas de uma vez: o primeiro passo, acredito, é essa reestruturação do sistema de transporte coleti-vo. O trânsito da cidade não su-porta, por exemplo, a Cavalhei-ro Ângelo Sestini daquele jeito, com ônibus parando dos dois lados, manobrando. Não é bom para quem pega o ônibus, não é bom para a empresa, não é bom para quem circula de carro ou a pé. Quero resolver esse pro-blema com a reestruturação do sistema e com os terminais. Em seguida, precisamos sinalizar melhor nossas ruas. Como você reparou, não temos semáforos, mas também não temos placas, faixas pintadas, nada disso fa-vorece mais educação e respei-to no trânsito. Também preten-do implementar, com ajuda do governo federal, algumas obras estruturantes que permitam maior fluidez no tráfego, como a construção de um corredor de ônibus na rua Basílio Fazzi, para fazer uma ligação direta com a avenida Israel, e a du-plicação da Cavalheiro Ângelo Sestini, até a avenida Sete de Setembro. Também quero me-lhorar os acessos e entradas da cidade, criando alternativas. Uma delas é o prolongamento da rua Armando Pinto até a Es-trada Velha de Campinas. SEGURANÇA PÚBLICAJP — Delinqüência não é privilégio

e todas as cidades têm que con-viver com esse dilema. O que fa-zer para contornar esse mal da humanidade?JP — O senhor tem planos de im-plantar o monitoramento por câ-meras em pontos estratégicos da cidade?Quero que o município assuma um papel no combate à violên-cia e à criminalidade. Segurança é responsabilidade do Estado, mas nós podemos ajudar. Conto com a experiência do meu vice, Dr. Nivaldo, delegado de polícia há mais de 30 anos, para cola-borar nessa tarefa. Quero inte-grar as ações das polícias Civil e Militar com a Guarda Munici-pal, fornecendo apoio logístico e também criando mais bases da GCM, que precisa ser valo-rizada. Também vamos com-bater o tráfico de drogas, espe-cialmente o crack, oferecendo alternativas para tratamento de dependentes. Outra medida fundamental é melhorar a ilu-minação pública, porque quem gosta de rua escura é bandido. O monitoramento por câmeras no centro comercial também é uma das medidas que vamos implementar.

HABITAÇÃOJP — Sabemos que há uma defi-ciência habitacional em todo o país, uma necessidade prioritá-ria de abrigar essa gente. Aqui em Franco da Rocha estão sendo construídos dois conjuntos habi-tacionais próximos à Paradinha: o Residencial Santo Antonio e o Portal da Estação. O município conta com infraestrutura para abrigar essa expansão demográ-fica?Acho que isso deve ser pensa-do antes da implantação dos empreendimentos. A expansão imobiliária é inevitável, mas acredito que a cidade precisa de uma política habitacional sé-ria tanto para receber e avaliar estes novos empreendimentos, mas também para solucionar os problemas de moradia de quem já está aqui, que não são poucos. O Plano Diretor prevê a criação de um Plano Municipal de Habitação, que até hoje não foi elaborado. Na discussão do Plano na Câmara, quando eu ainda era vereador, apresentei diversas emendas relacionadas à esta questão – uma delas, in-clusive, limitava os novos lotes a um mínimo de 10 metros de frente, para tentar organizar

Ministro da Saúde Alexandre Padilha e Kiko Celeguim, em Brasília