José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

48
three poems by Luís Carlos Patraquim foreword by Alexandre Pomar URBAN ANGELS JOSÉ CABRAL

description

Exhibition CatalogueJosé Cabral, Luís Carlos Patraquim, Alexandre Pomarpublished by P4Photography (May 2009)photography José Cabral / photobook design Luís Trindadepoems Luís Carlos Patraquim / text Alexandre Pomar / translation Francisca Cortesãolegal deposit PT 293741/09

Transcript of José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

Page 1: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

three poems by Luís Carlos Patraquim

foreword by Alexandre Pomar

URBAN ANGELSJOSÉ CABRAL

Page 2: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

TRÊS VARIAÇÕES SOBRE O ESCURO ANTERIOR

o olho intrusivopoucoo que vês na paisagemse houvesse

edizes a palavra muda

há uma savana anjoque te redime

elapietáa invisível árvore

e tufilho de nadano seu colo

*

Alta noitedepois do escuro anterioreu vi a máquina

a máquina próteseepigramática

e meu canto tinha a tensão de um arcoe cada grito era uma seta

*

Page 3: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

1

Page 4: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

Coração neuronal sanguínea pulsante fontede que mar beber-te a inteligênciaque a voz pergunta

um chuço passoue a cabeça larvar corre adianteoscilando sob a Lua

As adagas flanqueiam a Carneorgiásticassubindo até à transcendênciado Gesto

o que dançae explode da lava e a isso chamamos Mãee rasgamo-la!

Ei-lo! O cavaleiro mongol degolandoa última estrela

Um pescoço de nuvem ondepasmam as gazelas cúbicassossegadas

Luís Carlos Patraquim, unpublished poems for “Anjos Urbanos” exhibition by José Cabral

Page 5: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

2

Page 6: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

Human condition

Photography in Mozambique was a great collective adventure for about two decades. It was defined by a few books, which, as a rule, were an extension of exhibits and gestures of international cooperation (Moçambique, A Terra e os Homens, 1983; Karingana ua Karingana, 1990; Maputo - Desenrascar a vida, 1997; Iluminando Vidas, 2002). When Europe discovered photography made by Africans, a few years back, Mozambique was in the front line (Africa, Africa, Copenhagen, 1993; Revue Noire, n. º 15, Paris, 1994). With life slowly turning normal in Mozambique (after the revolution and the civil war, after the election of 1994 or 1999…), the chapter of mobilization and propaganda that had called for photography headed to its natural demise and the routes forcibly turned personal. There had been nototious exceptions, such as José Henriques da Silva with Pescadores Macua (Lisbon, 1983 and 1998) and Moira Forjaz with Muitipi, Ilha de Moçambique (Lisbon, 1983).The aforementioned adventure had trailblazers, Ricardo Rangel and Kok Nam, who came very soon into a colonial press that was more permissive that the one based in Lisbon and who set the models for the transition. More than some Portuguese tradition (Século Ilustrado?), the exciting example of the photographers of Drum magazine, in South Africa, must have made an impact. The adventure then had its headquarters and school, the Associação Moçambicana de Fotografia [Mozambican Association of Photography] and the Centro de Formação Fotográfica [Photography Learning Centre], in which dozens of photographers were trained, some of them more perseverant than others. It had a documental and political style, as a way to answer to the urgencies of socialism, war, hunger and the reconstruction. Times changed.José Cabral came to this collective history in a unique way, having trained with his amateur photographer and filmmaker father — he also had a grandfather, homonymous, on his father’s side, who was a governor (1910-1938) and who had a park named after him in the old capital (Continuadores Park, today). He started in cinematography and he joined his experience as a news photographer to documental programmes of a less urgent nature. Later, he was probably the first to distance himself from the routines of journalism, and he made that challenge very clear with the choice of works in

Page 7: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

display in the Iluminando Vidas exhibit: instead of war, misery, victims, ruins and promises of reconstruction, that can still be seen yet another face for exoticism, he showed feminine nudes without any ethnographical pretext. The representation encountered some problems in Bamako, Mali, photographical capital in a country of Islamic severity.His photography — particularly the fact that he shows it as the work of an artist — became more autobiographical and even more intimate, albeit free from any pretence to self-reference or narcissism. In the country’s new situation of economic growth, that is a battle that matters, a more individualist battle for convivial spaces. As Linhas da Minha Mão [The lines of my hand], in 2006, during the third edition of Photofesta, was an affirmation of the personal dimension of a gallery of portraits and places — meetings with people, landscapes, cities and trees all through Mozambique’s recent history. The Urban Angels are children: his own three and then four and other people’s children, street children. The differences of colour and of social condition aren’t hidden, quite the opposite, they make the record of the unbearable inequalities more pungent and penetrating. José Cabral’s images are simple and beautiful, tender and terrible, but they always lack the weightings of chance, artifice and policy that so often are the easy formula of the art of photography. They are simultaneously direct and charged with emotion, without distancing themselves from life in search of metaphors. There’s a personal history and many collective histories in these images of Mozambique. One of them brings together General Mouzinho de Albuquerque, who defeated Gunganhana in 1895, and the great-grandson of Colonel José Cabral, who had continued his railways plans and commissioned a statue of him - which has meanwhile gone down. It is just a family photograph, a child playing…

Alexandre Pomar

Page 8: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

Condição humana

A fotografia em Moçambique foi uma grande aventura colectiva durante cerca de duas décadas. Ficaram a marcá-la alguns livros, que em geral prolongam exposições e gestos de cooperação internacional (Moçambique, A Terra e os Homens, 1983; Karingana ua Karingana, 1990; Maputo - Desenrascar a vida, 1997; Iluminando Vidas, 2002). Quando a fotografia feita por africanos foi descoberta na Europa, há poucos anos, Moçambique estava na primeira linha (Africa, Africa, Copenhaga, 1993; Revue Noire, nº 15, Paris, 1994). Com a normalização lenta da vida do país (depois da revolução e da guerra civil, depois das eleições de 1994, ou das de 99…), esse capítulo de mobilização e propaganda a que a fotografia tinha sido chamada encaminhou-se para o seu fim natural e os itinerários passaram a ter de ser individuais. Tinha havido alguns casos de excepção, como José Henriques e Silva e os Pescadores Macua (Lisboa, 1983 e 1998), Moira Forjaz e Muitipi, Ilha de Moçambique (Lisboa, 1983).A referida aventura teve pioneiros, Ricardo Rangel e Kok Nam, que entraram muito cedo numa imprensa colonial mais liberal que a de Lisboa e construíram os modelos da transição. Mais do que uma tradição portuguesa (o Século Ilustrado?), terá contado o exemplo empolgante dos fotógrafos do magazine Drum, da África do Sul. A aventura teve depois uma sede e uma escola, a Associação Moçambicana de Fotografia e o Centro de Formação Fotográfica, no qual se fizeram dezenas de fotógrafos mais ou menos perseverantes. Teve um estilo testemunhal e militante, para responder às urgências do socialismo, da guerra, das fomes e da reconstrução. Os tempos mudaram.José Cabral chegou por uma via original a essa história colectiva, praticando com um pai amador de fotografia e cinema – e, por sinal, também teve um homónimo avô paterno que foi governador (1910-1938) e um parque com o seu nome na velha capital (hoje Parque dos Continuadores). Começou pela fotografia de cinema e aliou a prática de foto-repórter a programas documentais menos determinados pela urgência. A seguir, terá sido o primeiro a distanciar-se da dinâmica jornalística, e tornou muito claro esse desafio com a escolha das obras para a exposição Iluminando Vidas: em vez de

Page 9: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

guerra, miséria, vítimas, ruínas e promessas de reconstrução, que podem ser ainda uma outra face do exotismo, mostrou nus femininos que não tinham qualquer pretexto etnográfico. A representação acabou por ter problemas em Bamako, no Mali, sede fotográfica e país de rigores islâmicos. A sua fotografia – em especial a forma de a mostrar como trabalho de artista - tornou-se mais autobiográfica e até intimista, sempre sem pretender ser auto-referencial e narcísica. Essa é a outra luta que importava travar nas novas condições de crescimento do país, uma batalha já mais individualista para abrir espaços conviviais. As Linhas da Minha Mão, em 2006, por ocasião do 3º Photofesta, afirmava a dimensão pessoal de uma galeria de retratos e de lugares – encontros com pessoas, paisagens, cidades e árvores ao longo da história recente de Moçambique. Os seus Anjos Urbanos são as crianças: os três e depois quatro filhos do fotógrafo e os filhos dos outros, as crianças da rua. Há diferenças de cor e de condição social que se não escondem, pelo contrário, e que tornam mais incisivo ou mais pungente o testemunho sobre as insuportáveis desigualdades. As imagens de José Cabral são simples e belas, ternas e terríveis, mas sempre sem os cálculos de acaso, artifício ou programa que são tantas vezes a fórmula fácil da arte fotográfica. São ao mesmo tempo directas e carregadas de emoção, sem se distanciarem da vida à procura de metáforas. Há uma história pessoal e há muitas histórias colectivas nestas imagens de Moçambique. Uma delas associa o general Mouzinho de Albuquerque, o vencedor de Gungunhana em 1895, ao bisneto do coronel José Cabral, que tinha continuado os seus planos de vias férreas e lhe ergueu a estátua, entretanto apeada. É só uma fotografia de família, uma criança que brinca…

Alexandre Pomar

Page 10: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

3

4

Page 11: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

5

Page 12: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

6

Page 13: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

7

Page 14: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

8

Page 15: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

10

9

Page 16: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

11

Page 17: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

12

Page 18: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

13

Page 19: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

14

Page 20: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

15

Page 21: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

16

Page 22: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

17

18

Page 23: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

19

20

Page 24: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

21

Page 25: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

22

Page 26: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

23

Page 27: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

24

Page 28: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

25

Page 29: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

26

27

Page 30: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

28

Page 31: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

29

Page 32: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

30

Page 33: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

31

Page 34: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

32

Page 35: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

33

Page 36: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

34

Page 37: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

35

Page 38: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS
Page 39: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

Captions / Legendas

1 - Maputo, 19902 - Maputo, 19883 - Maputo, 19974 - Maputo, 19885 - Catembe, 19926 - Maputo, 19877 - Maputo, 19888 - Bar, Maputo, 19899 - Maputo, 198910 - Xai – Xai, 199211 - Maputo, 199812 - Maputo, 199513 - Mueda, 199814 - Maputo, 199015 - Maputo, 198716 - Maputo, 199217 - Maputo, 197918 - Chicomo – Inhambane, 1995

19 - Maputo, 198820 - Ilha de Moçambique, 199821 - Mueda, 199822 - Maputo, 198923 - Maputo, 198924 – Pastor, Moamba, 198325 - Maputo, 198926 - Maputo, 198727 - Xai-Xai, 199228 – Vila Algarve, Maputo, 199029 - Maputo, 1987 30 - Maputo, 199731 - Maputo, 199032 - Tete, 199333 - Maputo, 198334 - Maputo, 2002 35 - Moamba, 198336 - Tete, 1993

Page 40: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

José Cabral, photographer

I was born in April 1952 in Lourenço Marques, now Maputo. I started learning photography from my father, who was a technician on the railways and a talented amateur photographer and filmaker. When I was twelve he offered me a small laboratory and a box camera.I’ve been working as a photographer for 30 years. From 1975 to 1978 I worked in the photographic department of the National Cinema Institute, as a member of its first crew. In 1979 I started working on the daily newspaper Notícias and from 1981 to 1982 worked for the weekly Domingo, that I also helped founding. Then, from 1983 to 1985, I worked in the Ministry of Agriculture as head of the photographic department. From 1986 to 1990 I lectured at CFF.In 1987 I won a scholarship to travel and study still life photography in Italy. I photographed Milan, and later showed the pictures at an exhibit. In 1996 a scholarship from the Mid-America Arts Alliance took me on a long study trip to the United States where I gave lectures and presented an exhibition entitled The War of Water, about the water problem in the Inhambane province, in Mozambique. In 1998 Ébano Multimédia published my first book A Guerra da Água / The Water War.In 1999, in Évora, I exhibited photographs of that city and of Island of Mozambique. I was invited to participate in the 2006 Photofesta with As Linhas da Minha Mão (The lines of my hand). Today I try to make a living from photography in Maputo, having two works as a priority: Urban Angels and Taste of You, stories of love and life.

Page 41: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

José Cabral, fotógrafo

Nasci em 1952 no mês de Abril, em Lourenço Marques, actual Maputo. Aprendi fotografia com o meu pai que era técnico dos Caminhos de Ferro de Moçambique e um belíssimo fotógrafo e cineasta amador. Aos 12 ofereceu-me um pequeno laboratório e uma câmara “caixote”.Há 30 anos que trabalho como fotógrafo. Primeiro no Instituto Nacional de Cinema, pertencendo à equipa fundadora (1975-78), depois no jornal diário Notícias (1979) e no semanário Domingo, neste último também como fundador (1981-82). Passando pelo departamento de fotografia do Ministério da Agricultura (1983-85) e pela Unicef durante um ano. De 1986 a 1990 leccionei no Centro de Formação Fotográfica. Em 1987 obtive uma bolsa de estudo para Itália onde trabalhei em estúdios de “still life”. Durante a estadia em Itália fotografei a cidade de Milão, o que deu lugar a uma exposição. Em 1996 efectuei uma viagem aos Estados Unidos da América (Prémio Mid-American Arts Alliance), onde fiz palestras e apresentei a exposição A Guerra da Água, sobre o problema da água no interior da província de Inhambane, Moçambique. Em 1998 foi publicado o meu primeiro livro, A Guerra da Água, edição da Ébano Multimédia. Em 1999, em Évora, expus fotografias desta cidade e da Ilha de Moçambique. Fui convidado a expôr na Photofesta 2006 com o trabalho As Linhas da Minha Mão. Actualmente vivo e trabalho, quando há, em Maputo, tendo neste momento como prioridade dois trabalhos: Anjos Urbanos e Sabor de Ti, histórias de amor e vida.

Page 42: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

Individual exhibitions / Exposições individuais

2009 - Urban Angels / Anjos Urbanos. P4Photography Gallery, Lisboa.2006 - As Linhas da Minha Mão. Galeria da Associação Moçambicana de Fotografia. Photofesta, IIIos Encontros Internacionais de Fotografia, Maputo.1999 - Velhas Urbes, Novos Tempos. Palácio D. Manuel, Évora; Ilha de Moçambique.1998 – Mueda - Planalto Maconde. Museu Nacional de Arte, Maputo; Museu Nacional de Etnologia, Nampula, Moçambique.1996 - Os Americanos. Centro de Estudos Brasileiros, Maputo.1996 - The War of Water. Blue Gate Gallery, Las Cruces, New Mexico, USA. 1995 - A Guerra da Água (Inhambane). Centro Cultural Franco-Moçambicano, Maputo.1993 - Doce Árvore (Tete). Associação Moçambicana de Fotografia, Maputo.1987 - Itália 87. Associação Moçambicana de Fotografia, Maputo (with/com Martinho Fernando).1985 - A Terra e o Homem. Casa Velha, Maputo (on the peasants of Moamba / sobre os camponeses de Moamba).

Page 43: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

Group exhibitions / Exposicões colectivas

2008 - Animais: Caracterização e Representação. Museu Nacional de Arte, Maputo.*2006 - Dominique Macondé. Musée Historique de Villèle, Saint-Gilles-les-Hauts, La Réunion. (Makonde art / Arte maconde)*2006 – Dinâmicas Rurbanas. Fortaleza de Maputo, Photofesta, IIIos Encontros Internacionais de Fotografia.2004 - Mais a Sul, Obras de Artistas de África na Colecção da Caixa Geral de Depósitos. Culturgest, Lisboa.*2003 - Saudade de l’Espoir. Être photographe au Mozambique. Marché Couvert de Saint-Benoit, La Réunion.*2002 - Dez anos de Paz em Moçambique. Colectiva da Associação Moçambicana de Fotografia. Photofesta, Ios Encontros Internacionais de Fotografia, Maputo.2002/05 - Iluminando Vidas, Ricardo Rangel & the Mozambican Photography / Iluminando Vidas, Ricardo Rangel e a Fotografia Moçambicana. Switzerland (Lugano; Bienne; Basel), Mozambique (Maputo; Nampula), Mali (5es Rencontres de la Photographie Africaine, 2003, Bamako), Portugal (Porto, Culturgest, 2004), South Africa (Cape Town; Johannesburg), Namibia (Windhoek).*1997 – A Árvore. Associação Moçambicana de Fotografia, Maputo.1996 - Manifesta (street poster exhibition / exposição de cartazes de rua). Lisboa. 1995 - Eredi del 2000. Galeria Diafragma, Milano, Italia. (Heirs of year 2000 / Herdeiros do Ano 2000)1993/5 - Moçambique, Cinco Olhares - António Valente, Joel Chiziane, José Cabral, Kok Nam, Naita Ussene. Cidac - Centro de Informação e Documentação Amilcar Cabral, Forum Picoas, Lisboa; Guiné-Bissau, Angola e Moçambique.*1993 - Africa, Africa. Images of Africa Festival, Copenhagen, Denmark.*1990 - Karingana ua Karingana. Maputo; Palazzo d’Accursio, Bologna, Italia.*1987 - Os Maziones. Associação Moçambicana de Fotografia, Maputo.1986 - As Nossas Crianças. Associação Moçambicana de Fotografia , Maputo. 1984 - Moamba, o Homem e a Seca. Casa Velha, Maputo. (* with catalogue / com catálogo )

Page 44: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

36

Page 45: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

Awards / Prémios

2006 - Prémio de Carreira (Career award). Associação Moçambicana de Empresas de Publicidade / Millennium Bim, Moçambique.1997 - 1º Prémio de Fotografia (First Photography Prize). Instituto Camões, Embaixada de Portugal, Moçambique.1996 - Prémio de Fotógrafo (Photographer Prize). Mid-America Arts Alliance, USA.1989 - Prémio Foto do Ano (Photo of the Year). Organização Nacional de Jornalistas, Moçambique.

Published work (selection) / Publicões (selecção)

2006 - Dominique Macondé, Mozambique - La Réunion. Textes de Julieta Massimbe, Jean Barbier, Alda Costa, et al.. Musée Historique de Villèle, Saint-Gilles-les-Hauts, La Réunion.2003 – Saudade de l’Espoir. Être photographe au Mozambique. Karl Kugel (ed.), Océan Editions, Saint-André, La Réunion.2002 – Iluminando Vidas, Ricardo Rangel & the Mozambican Photography. Bruno Z’Graggen e Grant Lee Neuenburg (editors), Christoph Merian Verlag, Basel. (English/Portuguese; German/French)2000 - Margaret Waller, A Bigger Picture, A Manual of Photojournalism in Southern Africa. Juta Academic, Lansdowne, South Africa.1999 - “Camões”, Revista de Letras e Culturas Lusófonas, Instituto Camões, Lisboa, Nº 6, Julho-Setembro: “Pontes lusófonas II”. Portfolio “A cama de Cambala (Viagem a Mueda)” - José Cabral, fotografia / Júlio Carrilho, texto / Feliciano de Mira, concepção. 1999 – Outras Plasticidades. Maria Armandina Maia e Feliciano de Mira (coord.), Instituto Camões, Lisboa.1997 - Maputo - Desenrascar a vida. Textos de Nelson Saúte e António Sopa. Ed. Ndjira, Maputo / Comissão Nacional para a Comemoração dos Descobrimentos Portugueses, Lisboa. 1998 - José Cabral, A Guerra da Água / The Water War, Ébano Multimédia. Maputo.1994 – “Revue Noire”, Paris, nº 15, Déc. 94 – Jan. Fev. 95: “Moçambique”.1993 – Moçambique, Cinco Olhares. Texto de Mia Couto, Cidac, Lisboa.1993 – Africa, Africa. Olaf Gerlach Hansen and Vibeke Rostrup Bøyesen (editors), Images of Africa, Danish Centre for Culture and Development, Copenhagen, Denmark.1992 - Uma vida a reportar a vida. Prefácio de Leite de Vasconcelos, ed. ENACOMO, Empresa Nacional do Comércio, Maputo.1990 - Karingana ua Karingana, Il Mozambico contemporaneo visto dai suoi fotografi. A cura di Gin Angri, introduzione di Mia Couto. Coop, Associazione Nazionale Cooperative di Consumatori, Milano, Italia. (Cover photo by / Capa com foto de José Cabral)

Page 46: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

Published in conjunction with a exhibition of the same title at P4 Photography Gallery 21 May - 24 September 2009

A special Collector’s Edition of Urban Angels, limited to 50 numbered copies signed by José Cabral, will be accompanied by a original silver print, sized 10 x 15 cm.,

printed by Filipe Barrocas (NAF-IST) directly from the negative.

Page 47: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS

ANJOS URBANOSJOSÉ CABRAL

published by P4Photography (May 2009)photography José Cabral

photobook design Luís Trindadepoems Luís Carlos Patraquim

text Alexandre Pomar

translation Francisca Cortesãoprinted Rolo & Filhos

legal deposit PT 293741/09

director Luís Trindadewww.p4photography.com . [email protected]

16 Navegantes St. 1200-731 Lisbon

Page 48: José Cabral, ANJOS URBANOS, URBAN ANGELS