Jornal SUS Curitiba número 2
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Usuários do sistema público de saúde aprovam oatendimento nas unidades que tiveram horário ampliado
SUS Curitiba ganha nota 8
saúdesaúdeANO I - Nº 2NOV-DEZ/2013
Informativo dos Servidores do SUS Curitiba
Mudança no modelo deatendimento amplia acesso. Pag. 4
Unidades apostam na ambiênciapara transformar espaços. Pag. 8
Maternidade do Bairro Novoinveste no parto humanizado. Pag. 9
Reorganização de fluxo melhoraqualidade do atendimento apacientes renais. Pag. 12
VEJA TAMBÉM NESTA EDIÇÃO
EDITORIAL
2
saúdeInformativo dos servidores do SUS Curitiba
Conselho EditorialAndréia Silva
(Suec)
Ângelo Massuchetto(Centro de Educação em Saúde)
Carla da Ros(Departamento de Atenção Primária à Saúde)
Carmen Santos(Distrito Sanitário Matriz)
Caroline Rocha da Cunha(Assessoria de Gabinete)
Cesar Titton(Departamento de Redes Assistenciais)
Cynthia Calixto Fraiz(Distrito Sanitário CIC)
David Claret Bueno(Distrito Sanitário Boa Vista)
Érica Teixeira(Feaes)
Grasiela Pomini(Superintendência Executiva)
Helvo Slomp Júnior(Assessoria de gabinete)
Juliana Nery(Suec)
Liliane Correa(Promoção da Saúde)
Marcela Dohms(Residência Medicina de Família e Comunidade)
Márcia Rocha Saad(Vigilância em Saúde)
Paulo Poli Neto(Departamento de Atenção Primária à Saúde)
Rosângela Scucato(Departamento de Redes Assistenciais)
Viviane Maria Sutile(Distrito Sanitário Santa Felicidade)
EXPEDIENTEsaúde - Informativo dos servidores
do SUS Curitiba é produzido pelas SecretariasMunicipais de Saúde e Comunicação Social, compublicação bimestral, de caráter informativo, com
distribuição dirigida e gratuita.É proibida a reprodução total ou parcial
de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio,sem prévia autorização.
Jornalista Responsável: Lorena Aubrift Klenk(Mtb 2094/PR) - Diretora de Redação - Redação:
Andrea Percegona, Danielle Blaskievicz eSarah Corazza - Fotografia: SMCS - Diagramação:Celso Arimatéia - Disponível na versão on-line no
www.saude.curitiba.pr.gov.br
Sua participação é importante para nós.Mande sua sugestão ou crítica para o e- mail:[email protected]
O direito à comunicação e à informação são pilares fundamentais para a construção do
modelo assistencial defendido pelo Sistema Único de Saúde de Curitiba (SUS Curitiba). É
um trabalho pautado na garantia do acesso aos serviços de saúde de qualidade, na divulga-
ção das informações da gestão de interesse coletivo e social e no fortalecimento do vínculo
dos cidadãos curitibanos com o SUS, estabelecendo um canal direto de confiabilidade, de
segurança, de proximidade e, principalmente, de pertencimento.
Além do reconhecimento do direito primordial de todo cidadão curitibano à informação
em saúde, é fundamental assegurar o ingresso digno no sistema, de forma ordenada e
organizada, com tratamento adequado e efetivo para seu problema. Atendimento humani-
zado, acolhedor e livre de qualquer discriminação, respeitando, acima de tudo, a sua pes-
soa, seus valores e seus direitos.
E para que isso aconteça de fato, é necessário implementar estratégias de comunica-
ção que assegurem aos cidadãos, usuários do SUS Curitiba, o acesso a essas informações,
principalmente no que diz respeito ao serviço indicado para cada tipo de problema e como
acessá-los.
O Saúde – Informativo dos servidores do SUS Curitiba é uma ferramenta de comunica-
ção da Secretaria Municipal da Saúde que pretende mostrar as ações desenvolvidas pelos
profissionais da saúde pública de Curitiba.
Nesta segunda edição, é possível perceber que, progressivamente, e de forma silencio-
sa, uma “revolução” está acontecendo no SUS Curitiba. Consequência desta opção de
modelo assistencial adotado por Curitiba nos últimos meses, centrado na Atenção Primária
à Saúde como principal porta de entrada do sistema, na organização da coordenação do
cuidado, na ampliação da carteira de serviços
disponibilizados para população, na valorização
do vínculo do cidadão com sua equipe de saú-
de, na melhoria do acesso às ações e serviços
primários.
Isso foi possível graças à ampliação do nú-
mero de Equipes de Saúde da Família, à expan-
são do horário de atendimento das unidades
de saúde até as 22 horas, à reforma e a cons-
trução de novas unidades de saúde, abertura
das agendas para demanda espontânea. Es-
tas experiências já estão sendo vivenciadas por
algumas unidades de saúde, como é o caso da Moradias Belém, Santa Quitéria 1 e Bairro
Novo, apresentadas nesta edição.
Todas estas mudanças já começam a ser sentidas pelos curitibanos. Segundo a Pesquisa
de Avaliação de Satisfação dos Usuários, promovida pela Secretaria de Comunicação Social
de Curitiba, as unidades de saúde estão cada vez mais próximas da comunidade. A pesquisa
também apontou a satisfação do cidadão quanto à qualidade do atendimento dos profissio-
nais de saúde do SUS Curitiba. E isso é resultado da implementação de uma política efetiva
de valorização do profissional, que passa, principalmente, pela educação permanente.
Essas e outras iniciativas mostram a importância do profissional que atua no SUS Curi-
tiba. É esse trabalho, de quem atua diretamente com a população, com dedicação e criati-
vidade, que será mostrado nesta e nas próximas edições do Saúde.
SUS Curitiba: gestão deinteresse coletivo e social
Nesta segunda edição,é possível perceber que,
progressivamente, ede forma silenciosa,uma “revolução”
está acontecendono SUS Curitiba.
3
Uma análise dos dados do Projeto Vida
no Trânsito, que está sob gestão da Secre-
taria Municipal de Trânsito em parceria com
a Secretaria Municipal da Saúde, mostra
que em Curitiba o atropelamento foi o tipo
de acidente mais frequente em 2012. Nes-
te levantamento, o grupo de idosos foi con-
siderado o mais vulnerável, com 33% dos
óbitos entre as vítimas de atropelamento.
No ano passado, ocorreram em Curiti-
ba 256 acidentes fatais e que resultaram
em 261 mortes no trânsito. Destes, 71,5%
(183) foram analisados pelo Comitê de Aná-
lise dos Acidentes de Trânsito – formado
por profissionais das secretarias municipais
da Saúde, Trânsito, Siate, Instituto de Cri-
minalística, Polícia Rodoviária Federal, Ba-
talhão da Polícia de Trânsito (Bptran), en-
tre outros órgãos – com o objetivo de iden-
tificar as condutas e fatores de risco e gru-
pos de vítimas vulneráveis, visando subsi-
diar o planejamento de ações de educa-
ção, fiscalização e readequação viária.
Segundo a coordenadora de Vigilân-
cia de Doenças e Agravos não Transmissí-
veis do Centro de Epidemiologia da Saú-
de, Vera Lídia Oliveira, o risco de morrer
por atropelamento entre a população ido-
sa é sete vezes maior do que o verificado
EPIDEMIOLOGIA
Idosos: principais vítimas de atropelamentos
entre a população escolar, com idade en-
tre 8 e 15 anos. “É fundamental trabalhar
com as questões de prevenção e seguran-
ça entre as pessoas mais idosas, que já
não têm mais tanta agilidade nos movi-
mentos. E, com o processo de envelheci-
mento, é natural as pessoas perderem os
reflexos, além da acuidade visual e auditi-
va”, comenta Vera.
Na Unidade de Saúde Taiz Viviane Ma-
chado, na CIC, os cuidados no trânsito
estão entre os assuntos abordados no
grupo do Comunidade Ativa. São cerca
de 60 pessoas, com idades entre 45 e 80
anos, que se reúnem três vezes por se-
mana para realizar atividades físicas e
participar de palestras e receber orienta-
ções sobre saúde.
Projeto Vida no TrânsitoO Vida no Trânsito é uma ação intermi-
nisterial e que conta com a Organização
Pan-Americana de Saúde (OPAS), ministé-
rios da Saúde, Cidades, Justiça e Transpor-
tes, entre outros órgãos, com o objetivo de
reduzir lesões e óbitos no trânsito. No Bra-
sil, o projeto foi implantado em cinco capi-
tais: Curitiba, Belo Horizonte, Campo Gran-
de, Palmas e Teresina.
US Taiz Vivane Machado promove conscientização com grupo de idosos do Comunidade Ativa.
No Brasil, o Vida noTrânsito foi implantado
em cinco capitais:Curitiba, Belo Horizonte,Campo Grande, Palmas e
Teresina.Encontros do grupo reúne cerca de 60 pessoas com idades entre 45 e 80 anos.
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Experiências de sucessona Atenção Primária
ORGANIZAÇÃO E ACESSO
O acesso ao sistema de saúde e a organização da agenda dos profissionais nas unidades de saúde estão entre os temas mais debatidosna Atenção Primária à Saúde (APS) em Curitiba, em 2013. Uma Atenção Primária forte e resolutiva depende principalmente de um acessofacilitado, em que a pessoa consiga o atendimento quando precisa, no horário mais adequado e com a forma de agendamento maisconfortável. O acesso é um dos atributos mais importantes para uma APS que quer se estabelecer como o primeiro, preferencial, continu-ado, compreensivo e abrangente ponto do sistema de saúde.
Graças ao envolvimento e dedicação dos servidores, algumas unidades de saúde de Curitiba têm realizado inovações interessantes emrelação à forma de agendamento de consultas, ao fluxo da população, ao papel do enfermeiro no atendimento, entre outras situações docotidiano do serviço público de saúde. O objetivo, ao divulgar essas experiências, é incentivar ainda mais uma reflexão e uma reavaliaçãoem cada unidade de saúde sobre como está e como poderia ser a organização do acesso.
“Voltamos a fazer o óbvio”. Assim Mar-celo Garcia Kolling, médico da Unidade deSaúde do Bairro Novo, no Sítio Cercado,explica a mudança no acesso do usuárioao sistema. De acordo com o médico, quetrabalha há dez anos no sistema público, éessencial que o acesso corresponda à ne-cessidade do paciente. “Criamos um siste-ma complexo para fazer as coisas e agoravoltamos a fazer de maneira mais simples.
Desde maio, a Unidade de Saúde San-ta Quitéria I passou a atender com quatroequipes generalistas de atenção primária.Quatro meses depois da mudança, é per-ceptível a integração entre as equipes, fatoque gera resultados e reconhecimento en-tre os usuários.
“Dividimos nossa área de abrangênciae nossa maior surpresa foi quando os usu-ários começaram a procurar suas equipespelo nome. Ali percebemos que o vínculofoi criado”, comemora Luiza Reikda Morei-ra, coordenadora da unidade.
De acordo com a enfermeira DéboraLeite, um dos problemas enfrentados noinício foi conseguir resgatar a confiança
Consulta com hora marcadaAtender quem precisa na hora que preci-sa”, resume.
No sistema antigo, com pré-agenda-mento de consultas que demoravam atédois meses, a unidade registrava um índi-ce alto de faltas. Atualmente, as pessoaspassam pela avaliação e são atendidas, emsua maioria, no mesmo dia. “Após a avali-ação da enfermeira, conseguimos marcara consulta para o momento mais adequa-do. Como todos moram na região, é possí-vel ir para casa e voltar no horário agenda-do. Não é mais necessário passar o dia naunidade aguardando ser chamado”, salien-ta Kolling.
Na odontologia, o sistema adotado é o
Integração e reconhecimento da comunidadeno trabalho dos profissionais de enferma-gem, que deixaram o papel burocráticopara assumir a função clínica. “Quandoos usuários vinham até nós, não acredi-tavam que pudéssemos resolver o proble-ma. Mas aprovaram quando viram que
mesmo. São realizadas avaliações diárias eos usuários são atendidos geralmente nomesmo dia. “Com esse novo modelo, au-mentou muito a demanda, graças à propa-ganda da própria população. E mesmo como aumento do trabalho, diminuiu muito o es-tresse da equipe e dos usuários, porque tra-balhamos com a agenda otimizada”, expli-cou o dentista Fabrício Teixeira.
agilizávamos o processo de atendimen-to”, comenta.
No novo sistema, o usuário chega à re-cepção e é encaminhado para sua equipede referência, o enfermeiro, o médico ou odentista. Outro diferencial são os cartõesde visita das equipes de saúde, com o nomee função de cada profissional para entre-gar à população.
“Atendemos públicos bem distintos.Desde moradores de ocupações irregu-lares até aqueles que têm um melhor po-der aquisitivo. Cada um traz a sua reali-dade e vamos nos adaptando. Nas difi-culdades, todo mundo se ajuda”, ressal-ta Debora.
Kolling: sem burocracia.
Teixeira: atendimento no mesmo dia.
Débora: confiança da comunidade.
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ORGANIZAÇÃO E ACESSO
Fila zerada, atendimento rápidoA Unidade de Saúde Moradias Belém,
no Boqueirão, conseguiu zerar sua fila para
consultas médicas através da mudança no
sistema de acesso dos usuários. Trabalhan-
do como Estratégia de Saúde da Família,
no mês de maio, a médica Maria da Graça
inovou no atendimento, acabou com o pré-
agendamento de consultas na sua agenda
para priorizar os atendimentos de urgência
e espontâneos.
“Sempre me angustiou trabalhar com
80% da minha agenda repleta de consul-
tas pré-agendadas. O paciente tinha que
esperar dois ou três meses por uma con-
sulta. Sempre tive a intenção de trabalhar
com a agenda aberta e essa gestão da Se-
cretaria da Saúde me possibilitou isso. Hoje
tenho no máximo oito consultas agenda-
das, quatro em cada período. No restante
do dia, atendo às pessoas que precisam
do médico naquele dia”, conta Maria da
Graça.
De acordo com a coordenadora da
unidade, Christiane Cherpinski, todos os
funcionários ficaram motivados e a mu-
dança foi estendida às demais equipes
da unidade. Cada um reserva oito con-
sultas para atender principalmente pa-
cientes que precisam de um retorno pro-
gramado e as gestantes. “Ainda estamos
no início do processo, mas já consegui-
mos atender 100% da nossa demanda.
Cada equipe cuida dos pacientes da sua
microrregião, com dias para atendimen-
to domiciliar. Nossa agenda para setem-
bro já melhorou e hoje, conforme a con-
dição clínica do paciente, é possível
agendar a consulta de um dia para o
outro”.
EnfermeirasSegundo Maria da Graça, o trabalho
das enfermeiras e auxiliares de enferma-
gem da equipe também é fundamental
para o sucesso da mudança no acesso
da população. A enfermeira agora tem
mais tempo dedicado ao atendimento dos
pacientes da sua área e, em muitos ca-
sos, ela já consegue suprir a necessida-
de do usuário.
“Às vezes é um preventivo, coleta de
exames e isso a enfermeira consegue re-
solver sem passar por mim. Depois, já com
o resultado dos exames, o paciente vem
consultar comigo”, explica a médica.
Outra mudança foi a extinção de dias
específicos para o atendimento de pacien-
tes portadores de doenças crônicas. “An-
tes trabalhávamos com o dia do hiperten-
so, do diabético. Hoje, as auxiliares de en-
fermagem são responsáveis por esses pa-
cientes. Monitoram se estão realizando as
consultas regulares, buscando os medica-
mentos, comparecendo às consultas. Caso
contrário, eu marco uma consulta, mando
uma cartinha através da agente de saúde
e, se necessário, vou até a casa do pacien-
te verificar o que está acontecendo”, res-
salta Ketemen Luci Cardoso, auxiliar de
enfermagem.
“No início, tínhamos muitas reclama-
ções do novo modelo de atendimento,
mas isso é normal. Temos que mostrar
para o usuário que está dando certo. Hoje
escutamos muito mais elogios do que crí-
ticas e isso motiva toda a equipe”, afirma
Christiane.Ketemen: monitoramento dos pacientes.
“Às vezes é um preventivo, coleta de exames eisso a enfermeira consegue resolver sem passar por mim.
Depois, já com o resultado dos exames, o pacientevem consultar comigo”.
Maria da Graça
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GESTÃO
Quem usa aprovaUsuários dão nota 8 para as nove unidades de saúde 22 HorasTrabalhadores da Saúde de Curitiba foram elogiados pela cordialidade (nota 7,8) e competência (nota 8,6)
Uma pesquisa de satisfação do usuá-
rio das nove Unidades de Saúde de Curiti-
ba que atendem até as 22h mostrou alto
nível de aprovação dos serviços, profissio-
nais e estrutura. Os 1.200 curitibanos ouvi-
dos deram notas gerais de 7,6 a 8,3 (nota da
Unidade Ouvidor Pardinho). A média foi 8,0.
A média do “grau de satisfação” foi de
85%, tendo chegado a 91,8% na Unidade
Oswaldo Cruz.
O tempo de espera para ser atendido
mostrou resultados animadores. De 57%
a 73% das ocasiões, conforme a unida-
de, o paciente esperou menos de meia
hora. Em 73% dos atendimentos, em
média, a espera foi menor que 1 hora (va-
riou de 64% a 86%, índice da Unidade
Santa Felicidade).
A imagem dos profissionais de saúde de Curitiba, a julgar pelas nove unida-
des avaliadas pelos usuários, é de competência e gentileza. Quando pergunta-
dos sobre a cordialidade no atendimento, os usuários deram nota 7,8, na mé-
dia. Os resultados variaram de 7,3 a 8,1, que foi a nota da Unidade Mãe Curiti-
bana.
Para a competência, os curitibanos dão notas de 8,3 a 8,9 (média de 8,6). A
maior nota, nesse caso, foi para a Unidade Concórdia, no Pinheirinho.
O prefeito Gustavo Fruet enviou cartas aos profissionais da Saúde, comen-
tando os resultados da avaliação. Para o prefeito, as boas notas obtidas devem
ser comemoradas, pois demonstram que há vínculos fortes entre os profissio-
nais e a comunidade. “Isso não deve nos iludir, pois é claro que ainda existe
muito por fazer”, disse o prefeito. Para ele, “os desafios são gigantescos, mas
vimos que estamos no caminho certo. Toda a equipe está de parabéns.”
O que os curitibanospensam dos profissionais
do SUS Curitiba?
US Mãe Curitibana.
US Concórdia.
US Eucaliptos. US Osvaldo Cruz. US Bairro alto.
7
GESTÃO
Notícias animadoras para os trabalhado-
res da Saúde chegam também dos relató-
rios do serviço 156. Nos primeiros seis me-
ses deste ano, comparando com o primeiro
semestre de 2012, as reclamações diminuí-
ram em todos os Distritos Sanitários.
Nas Unidades de Pronto Atendimento
24 Horas, que aumentaram significativamen-
te o número de atendimentos nesse ano e
sofreram forte pressão, os resultados tam-
bém são positivos. Em todas as UPAs as re-
clamações diminuíram. E os elogios, subiram.
Na UPA Boa Vista, por exemplo, as re-
clamações caíram de 428, no primeiro se-
mestre do ano passado, para 229. Os elo-
gios, aumentaram de 28 para 48. Conside-
rando que é muito mais comum uma pessoa
telefonar para reclamar que para elogiar, é
um resultado a ser comemorado.
O que estãodizendo da
Saúde no 156?
US Vila Guaíra. US Camargo.
US Bairro Novo. US Santa Felicidade. US Ouvidor Pardinho.
Diminuem reclamações nasUnidades de Pronto Atendimento
UPA Boa Vista290
190
UPA Cajuru260
183
UPA Campo Comprido309
181
UPA CIC201
165
100 200 300 400 500 600
UPA Boqueirão428
229
UPA Pinheirinho313
227
UPA Fazendiinha355
226
UPA Sítio Cercado344
207
1º semestre 2012
1º semestre 2013
ACOLHIMENTO
8
A ambiência, ou seja, um ambiente fun-
cional, confortável, organizado e especial-
mente preparado para um serviço de saú-
de tem um papel relevante, e muitas vezes
não devidamente valorizado. Trabalhar em
um local agradável pode promover bem-
estar para os profissionais que passam ali a
maior parte do seu tempo. Aguardar uma
consulta ou um atendimento em uma sala
de espera com paredes decoradas, revis-
tas para leitura, flores, sem muitos ruídos,
pode ter um impacto enorme na saúde,
além de maior satisfação.
Algumas unidades de saúde da Secre-
taria Municipal da Saúde passaram a ter a
ambiência como dispositivo para contribuir
para o processo de trabalho, visando o con-
forto, melhoria no acesso e uma nova rela-
ção entre as pessoas.
A unidade é sua...
O que as unidades de saúde já estão fazendo:Reorganização dos consultórios, de modo que o consultório do médico fique próximo ao do enfermeiro, com identificação de equipe
e do profissional;
Criação do “Espaço Criança”, local onde as crianças aguardam pelo atendimento de forma lúdica e acolhedora;
Organização das cadeiras da espera em forma de pequenas salas em vez de fileiras. Desse modo, as pessoas se sentem e acolhidas;
Os antigos murais com muitos informes e cartazes deram espaço a paredes revitalizadas com quadros/ telas, acompanhados de vasos
de flores;
Bancos de madeira antigos, com a criatividade da equipe, foram pintados e consertados;
Revistas em mesas de centro ou revisteiros são ofertadas na sala de espera;
Redução dos barulhos da sala de espera (volume da televisão).
US Moradias Belém:nova disposição das
cadeiras e consultóriodecorado.
US Santa Quitéria I: espaço exclusivo para os pequenos pacientes.
Algumas unidades de saúde da SecretariaMunicipal da Saúde passaram a ter aambiência como dispositivo paracontribuir para o processo de trabalho
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Educação continuadaCapacitar os profissionais da saúde para
fortificar a implantação do SUS Curitiba.Esse é um dos objetivos dos cursos ofere-cidos pela Secretaria Municipal da Saúdeem parceria com o Hospital Sírio Libanês,em São Paulo.
Dulce Meri Blitzkow, coordenadora doCentro de Orientação e Aconselhamento(COA), está fazendo a especialização emGestão da Clínica e, apesar do curso estar noinício, ela conta que está bem motivada. “Souuma entusiasta. Mas gosto muito da meto-dologia utilizada que nos dá espaço para dis-cutirmos as rotinas do dia-a-dia. Além disso,temos a motivação de colocarmos em práti-ca o que estamos aprendendo e ajudar amelhorar o atendimento na rede pública”.
Já Deizi Groszewicz, do Núcleo de Edu-cação Permanente da Secretaria, escolheuo curso de Educação na Saúde para Precep-toria do SUS. “Sou servidora há mais de 20anos e nunca tive a oportunidade de fazerum curso como este, que capacita os profis-sionais para desenvolver ações de promoçãoe educação permanente para as pessoas queatuam no SUS. Não tem como participar das
9
CARREIRA
Em 2009, quando a enfermeira KarinMadeleine Godarth saiu de Curitiba e foipara Angola, na África Ocidental, partici-par da implantação de um projeto de cirur-gia cardíaca no Hospital Josina Machel, nacapital Luanda, nem imaginava que quatroanos depois estaria atuando em uma ma-ternidade.
No retorno ao Brasil, a profissional desaúde teve uma chance de trabalhar emhospital privado. O foco era a emergênciae o centro cirúrgico. Mas, por dificuldadesde horário, aceitou uma vaga no centroobstétrico. “Eu nem imaginava trabalharcom parto e hoje sou apaixonada pelo nas-cimento”.
A novidade na vida profissional a im-pulsionou à especialização em EnfermagemObstétrica. “É um privilégio participar de ummomento tão lindo de uma pessoa desco-nhecida e essa pessoa depois lembrar quevocê foi carinhosa e delicada com ela. Obs-tetrícia é vida, nascimento, esperança”.
Tempos depois, uma escolha antiga
Escolhas que moldam o destinomoldou novamente seu destino: “tinha fei-to o concurso na Prefeitura de Curitiba an-tes de ir para a África e, quase no fim doprazo, fui chamada para assumir a vaga”.Outras chances de ascensão na carreirasurgiram até que, em março deste ano, ela
assumiu a gerência assistencial da Mater-nidade Bairro Novo.
“Adotamos as boas práticas do partohumanizado, que integra a Rede Cegonha”.Godarth explica ainda que o programa dogoverno federal prevê a atuação das enfer-meiras obstétricas.
A Maternidade Bairro Novo é uma uni-dade municipal que atende 100% pelo SUS.Realiza, em média, 250 atendimentos men-sais e é referência para partos de baixo ris-co de 23 Unidades Básicas de Saúde daregião sul da cidade.
ExperiênciaA permanência por quase 2 anos emum país onde a esperança de vida aonascer é de menos de 50 anos e umalocalidade na capital pode ficar até umasemana sem energia elétrica e inter-net, fez a enfermeira despertar um novoolhar para sua vida no Brasil. “A expe-riência foi fantástica, mas a gente sentefalta da família, que é a coisa maisimportante da vida”.
aulas e não acordar para o novo momentoque a saúde está passando”.
Por outro lado, alguns servidores quefizeram o curso no ano passado agora têma oportunidade de participar como “facili-tadores”. A chefe da Vigilância Sanitária deProdutos da Secretaria, Gisele Kosiak, as-sumiu a função neste ano. Segundo ela,para ser facilitadora é essencial ter dispo-nibilidade e abertura para a identificaçãodas necessidades e oportunidades. “O pro-cesso não se faz somente pela transferên-cia de conteúdos, normas e protocolos. Eleleva em conta as experiências vivenciadaspelos indivíduos e sua bagagem profissio-nal e pessoal. Exige ações direcionadas paraque o aluno se aprofunde e amplie os signi-ficados elaborados mediante sua participa-ção, enquanto requer do facilitador o exer-cício permanente do trabalho reflexivo, dadisponibilidade para o acompanhamento,da pesquisa e do cuidado, devendo des-pertar no aluno uma atitude investigativade curiosidade”, garante.
Foram 264 vagas ofertadas em cincocursos: Gestão da Clínica nas Regiões da
Saúde; Gestão da Vigilância Sanitária; Re-gulação em Saúde no SUS; Educação naSaúde para Preceptores do SUS e Gestãode Emergências em Saúde Pública. Todosos cursos têm duração de 360 horas, sen-do 288 horas presenciais e 72 horas detrabalho à distância.
O projeto é resultado da parceria entreSecretaria Municipal de Saúde, Hospital Sí-rio Libanês, Ministério da Saúde, Secretariade Estado da Saúde, Fundação Dom Cabral,Conselho Nacional dos Secretários da Saú-de (Conass) e Conselho Nacional das Se-cretarias Municipais de Saúde (Conasems).
Secretaria de Saúde investe na formação dos servidores.
Karin: parto humanizado no SUS.
Foto
: Fea
es
10
ARTIGO
Prevenção QuaternáriaO tema da prevenção quaternária é
novo nas discussões de saúde em nosso
meio, mas já é discutido internacionalmente
desde meados dos anos 80 do século pas-
sado. O termo foi cunhado pelo médico de
família belga Marc Jamoule e é aplicado
para explicar o uso excessivo de medica-
mentos e tecnologias sem que isto resulte
em maior quantidade ou qualidade de vida
para as pessoas.
Para se ter noção da importância do
tema, o Ministério da Saúde dos Estados
Unidos reconhece que a ação médica e da
equipe de saúde já é a terceira causa de
óbitos naquele país.
Para exemplificar o tema, trago dois tex-
tos discutindo o uso de radiação ionizante
para diagnóstico e as suas consequências
na saúde das pessoas:
O primeiro texto foi publicado no Bri-
tish Medical Journal, assinado por John D.
Mathews e colaboradores. Tratado o risco
de câncer em crianças e adolescentes
É muito comum recebermos pacientes solicitando fazer um “check-up” nas Unidades de Saúde. É importante como profissionais da saúde
estarmos atualizados em relação a quais são as evidências científicas da necessidade e periodicidade dos exames mais comuns. Hoje sabemos que
fazer exames desnecessários desencadeia todo um processo investigativo que pode inclusive ser iatrogênico (causar dano) para o paciente. Por isso
é preciso estar atento às novas recomendações. Fizemos um resumo das evidências de recomendações mais atualizadas dos exames mais solici-
tados na Atenção Primária:
submetidas à tomografia para diagnóstico
e que mostra um aumento de 24% na ocor-
rência deste tipo de patologia nas que fi-
zeram um exame.
O segundo texto é uma publicação da
Gazeta do Povo, de 7 de setembro de 2012,
que fala da dose venenosa de raios X. Ali é
abordada a quantidade de radiação que se
recebe em cada exame e os riscos associ-
ados do surgimento de câncer.
Um conhecido médico de família espa-
nhol, Juan Gérvas, recentemente publicou
um livro chamado São e Salvo e Livre de
Intervenções Médicas Desnecessárias. Nes-
ta obra, ele demonstra os riscos associa-
dos a exames com radiação ionizante, e cita
que seis tomografias de tronco equivaleri-
am à radiação de uma pessoa exposta à
bomba de Hiroshima.
Ora, médicos e pacientes encaram os
exames radiográficos como algo banal, não
considerando os riscos embutidos na ex-
posição desnecessária aos estudos radio-
lógicos. Para que servem estes exames?
Para confirmar uma hipótese diagnóstica ou
para controlar a evolução de um dado pro-
blema. Mas seriam eles fundamentais para
isto? Muitas vezes o exame clínico adequa-
do e um acompanhamento ao longo do tem-
po podem evitar estes exames e permitem
uma evolução mais segura e adequada.
Este é o foco da prevenção quaterná-
ria e o debate a ser feito durante o 1.º Se-
minário Brasileiro de Prevenção Quaterná-
ria em Atenção Primária à Saúde que ocor-
rerá em Curitiba, de 28/11 a 01/12/13. O
evento é uma promoção da Sociedade Bra-
sileira de Medicina de Família e Comunida-
de e da Associação Paranaense de Medi-
cina de Família e Comunidade, com apoio
da Secretaria Municipal de Saúde de
Curitiba,Universidade Positivo e da Fede-
ração das UNIMEDS do Paraná.
* Hamilton Lima Wagner – é médico defamília e trabalha na Unidade de Saúde São José, no CIC;membro do Grupo Técnico de Prevenção Quaternária da
Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade
Recomendações para exames de rotina
Hamilton Lima Wagner*
*Todas essas indicações foram baseadas em importantes estudos Brasileiros, Norte Americanos, Ingleses e Canadenses acessíveis nos links:http://www.uspreventiveservicestaskforce.org/adultrec.htm, http://www.nice.org.uk/, http://www.aafp.org/home.html,http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/inca/portal/homeDUNCAN.Medicina Ambulatorial, 2013.
EXAME
Hdl, colesterol total
Glicemia de jejum
Hemograma
Urina
Mamografia
Papanicolau
Aferição da pressão arterial
Psa
Tsh
Creatinina
CONDIÇÃO
colesterol alto
diabetes
anemia
infecção urinária
câncer de mama
câncer de colo uterino
hipertensão arterialsistêmica
câncer de próstata
doenças da tireóide
função renal
IDADE
Após 40 anos ou antes se fizer uso: de tabaco, abusivo deálcool, doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade e/ousedentarismo.
Somente se apresentar pressão arterial entre 135x80 e139x89 mmhg
Somente em gestantes
50 –74 anos
25 – 65 anos
Maiores de 18 anos
PERIODICIDADE
5 anos
3 anos
1º e 3º trimetres de gestação
a cada 2 anos
anual para dois exames consecutivos com resultadonormal; a seguir, a cada 3 anos.
a cada 2 anos para as pessoas sem registros de alteração depressão
Somente submeter ao exame pessoas com sintomasObs: creatinina em seguimento de diabéticos, hipertensos ou comproblemas renais.
Não há evidências de recomendação para exames de rotina em crianças e adultos sem sintomas em outras situações que não as indicadas.
EXAMES RECOMENDADOS EM PESSOAS SEM SINTOMAS
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PESQUISA
O controle do tabagismo entre os ado-
lescentes se tornou um desafio para os pro-
fissionais da área da saúde, conforme da-
dos revelados pela Pesquisa Nacional de
Saúde Escolar (PeNSE), realizada em 2012
pelo IBGE e os ministérios da Saúde e da
Educação. O levantamento, realizado en-
tre estudantes do 9.º ano do ensino funda-
mental (13 a 15 anos), mostrou que 14,4%
dos estudantes de Curitiba afirmaram ter
usado algum produto derivado do tabaco
nos 30 dias anteriores à pesquisa. O índice
é três vezes maior que a média nacional,
que foi de 4,8%.
O narguilé foi citado por 93% dos ado-
lescentes, que citaram ainda produtos
como cigarrilha, charuto, cachimbo e ou-
tros.
A pesquisa aponta que 19,57% dos
escolares no Brasil já experimentaram ci-
garro alguma vez na vida. Curitiba tem a
segunda maior prevalência entre as capi-
tais (31,7%), sendo em Campo Grande o
maior percentual (37,1%). Em Curitiba, a
prevalência de experimentação entre os
alunos da escola pública (36,12%) é o do-
bro da observada nas escolas privadas
(18,58%). Não é observada diferença en-
tre os sexos.
Tabagismo entre adolescentes
O Programa de Controle do Tabagismo
da Secretaria Municipal da Saúde existe hoje
em 56 unidades básicas da capital parana-
ense. Mas, de acordo com a médica e coor-
denadora do programa, Cláudia Weingaert-
ner Palm, o objetivo é que até julho do ano
que vem esteja funcionando em todas as
109 unidades. O tratamento é feito com te-
rapia cognitivo-comportamental, preferenci-
almente em grupos, e prescrição de medi-
camentos, quando necessário.
De acordo com a coordenadora, vários
estudos mostram que 90% dos fumantes
adultos começaram a fumar antes dos 19
anos, o que alerta para a importância da
prevenção da iniciação do hábito de fumar
entre os jovens. “Esses dados ressaltam a
importância de um trabalho multissetorial
de prevenção ao tabagismo entre adoles-
centes. A escola, a família e os meios de
comunicação são ferramentas essenciais na
formação do jovem”, comenta.
Fonte: IBGE
Ação da SMS no Dia Nacional de Combate ao Fumo.
Perfil do tabagismo entre estudantes do 9º ano do ensino fundamentalsegundo sexo e dependência administrativa da escola - Curitiba, 2012
Tentaram parar defumar, entre os fumantesFamília se importaria muito com ele (a)...
Pelo menos um dos pais fuma cigarroEstiveram na presença de fumantes (7 dias)
Fumaram cigarro últimos 30 diasUsaram tabaco últimos 30 diasExperimentaram algumas vezes
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100%
PÚBLICO
PARTICULAR
12
PROCEDIMENTOS
Reorganização da terapia renalPara melhorar o atendimento aos paci-
entes renais crônicos em Curitiba e reduzir
custos desnecessários, a Política de Aten-
ção ao Paciente Renal Crônico da Secreta-
ria Municipal da Saúde está passando por
um processo de reestruturação. Este traba-
lho é baseado nas diretrizes do Ministério
da Saúde e tem foco na educação continu-
ada dos profissionais, na qualificação do
atendimento dos pacientes e no envolvimen-
to de todos os níveis de atenção à saúde,
incluindo autocuidado, atenção primária,
rede de urgência/ emergência, assistência
especializada e atenção hospitalar.
O objetivo, na prática, é oferecer a as-
sistência mais adequada à condição clíni-
ca de cada paciente, principalmente nos
casos agudos. A primeira etapa envolveu a
organização das auditorias das diálises pe-
ritoneais para verificar como está sendo
feito o acompanhamento dos pacientes,
inclusive domiciliar, pelas equipes multipro-
fissionais contratadas pela Secretaria. Tam-
bém foi feito um trabalho de sensibilização
dos Distritos Sanitários para alertar os pro-
fissionais da rede sobre os processos de
trabalho nesse tipo de diálise.
Outra ação foi a otimização dos proces-
sos de confecção de fístulas (procedimen-
to para conexão de uma artéria com uma
veia para bombear o sangue), uma vez que
somente os procedimentos menos comple-
xos estavam sendo realizados. “Foi feita
uma pactuação com os prestadores desse
tipo de serviço e a rede hospitalar para or-
ganizar o fluxo dos pacientes que precisa-
vam da fístula. Muitos usavam catéteres ou
fístulas de fluxo inadequado”, explica o as-
sessor técnico da Diretoria de Redes de
Atenção à Saúde da Secretaria, Renê Sca-
let dos Santos Neto.
Alinhado a todas essas iniciativas, foi
Alinhado a todas essas iniciativas, foi ela-
borado um programa de requalificação e
educação continuada sobre o atendimento
ao paciente renal crônico agudizado e os
fluxos de encaminhamento. A capacitação
será destinada a todos os funcionários da
rede de saúde de Curitiba, mas será apli-
cado inicialmente aos profissionais que atu-
am no sistema de urgência e emergência.
“Essas são as ações que já estão sendo
colocadas em prática, mas temos um pla-
nejamento a longo prazo, que inclui a re-
pactuação de contratos com prestadores
de serviços, análise dos dados de morbi-
mortalidade dos pacientes renais crônicos,
além de campanhas de educação e cons-
cientização da população sobre as doen-
ças renais”, afirmou Santos Neto.
O trabalho de quem está no contato di-
reto com o paciente também é fundamen-
tal para o diagnóstico de doenças renais. A
enfermeira Claudineia Maciel, responsável
pela sondagem de alguns casos que foram
confirmados posteriormente, conta que fica
atenta para o histórico do paciente, princi-
palmente nos casos de usuários com ou-
tras comorbidades, como hipertensão ar-
terial e diabetes. “Quem dá a palavra final
sobre o diagnóstico é o médico, mas eu
também preciso ficar atenta aos sinais que
o paciente dá”, salientou a enfermeira, que
hoje trabalha na Unidade de Saúde Vitória
Régia, na Cidade Industrial de Curitiba.
1)Curitiba tem aproximadamente 1000 pacientes em Terapia Renal Substitutiva. Seconsiderarmos o total de renais crônicos (dialíticos e não-dialíticos), esse númeropode chegar a 1% da população (cerca de 17 mil pessoas).
2)A primeira etapa (auditorias e otimização de fístulas) começou no primeiro semes-tre desse ano. As capacitações nas UPAs estão programadas para o último trimestree as capacitações da Atenção Primária ocorrerão durante o ano que vem.
3)O resultado obtido com a implantação da primeira etapa foram reduções de hospi-talizações, complicações dentro da diálise e da sobrecarga nas retaguardas hospita-lares e nas UPAs, representando um menor custo para o município e melhora daqualidade de vida dos pacientes assistidos.
Formas de terapia renal substitutivaFormas de terapia renal substitutivaFormas de terapia renal substitutivaFormas de terapia renal substitutivaFormas de terapia renal substitutiva
Hemodiálise: Filtragem desubstâncias tóxicas do sangue como
se fosse um rim artificial. É feita com
a ajuda de equipamentos apropriados,
com uma frequência de três vezes por
semana.
Diálise peritoneal: Filtragem do
sangue através de uma membrana
semipermeável (o peritônio) que
separa a cavidade abdominal, onde
está contida a solução de diálise, do
capilar peritoneal, onde se encontra o
sangue impuro. Pode ser feita pelo
próprio paciente durante o sono e a
frequência é diária.
Transplante renal: É a substituição
dos rins doentes por um rim saudável
de um doador. É feito através de
procedimento cirúrgico.
Claudinéia: atenção especial aos pacientes com comorbidades.
Foto
: Eve
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Bre
ssan
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CS