Jornal Primeira Pauta

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PRIMEIRA PAUTA PRESENÇA FEMININA NO MEIO MILITAR VENDAS E CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA NO DF SERÃO MENORES ESTE ANO TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO É BRINCADEIRA DE CRIANÇA SEU CABELO NÃO É IGUAL AO MEU EXERCÍCIO E CONSCIENTIZAÇÃO PERISCOPE EM SALA DE AULA RECUPERAÇÃO DA AUTOESTIMA DE PACIENTES COM CÂNCER SAÚDE ECONOMIA EDUCAÇÃO MENOS CRISE E MAIS BELEZA dezembro 2015 edição única distribuição gratuita O primeiro registro de uma mulher brasileira em com- bate ocorreu em 1823, quando Maria Quitéria de Jesus lutou pela manutenção da independência do Brasil. Ela é considerada a primeira brasileira a assentar praça em uma unidade militar. Mas a história das mulheres nes- se setor está cheia de outras conquistas. Durante a 2° Guerra Mundial, cerca de 70 enfermeiras serviram como voluntárias em hospitais do exército norte-americano. Após a guerra, a maioria delas foram homenageadas e receberam a patente de oficial, sendo capacitadas ao serviço militar ativo. No caso da Marinha, as mulhe- res começaram a ocupar os quadros a partir de 1980, quando o ingresso na Força foi regulamentado por lei. Atualmente, a Força Naval conta com 6.981 mulhe- res militares. Já a Força Aérea Brasileira (FAB) criou o Corpo Feminino da Reserva da Aeronáutica (CFRA) em 1981, absorvendo, no ano seguinte, sua primeira tur- ma, composta por 150 mulheres de diversas formações: Psicólogas, Enfermeiras, Analistas de sistemas, Assis- tentes sociais, Fonoaudiólogas, Nutricionistas e Biblio- teconomistas, entre outras. O desejo de servir a Pátria aliado e a valorização da mulher são atrativos para seguir na carreira Crianças aprendem com a internet. Pais devem ajuda-las a não se tornarem vítimas da rede Cresce o número de modelos negras que aderiram ao cabelo afro no Brasil Mau uso das academias ao ar livre podem gerar lesões graves sem orientação Aplicativo permitiu interação entre a turma em Brasília e o palestrante baseado em Londres Com a ajuda de voluntários, a Rede Feminina arrecada doações de cabelos para confecção de perucas Mesmo em período de recessão econômica o setor de produção e venda de cosméticos continua em alta + ESTUDANTES CRIAM SOFTWARE PARA AUTISTAS O programa, criado por alunos da UnB, levou um ano para ser desenvolvido pág. 5 pág. 19 pág. 4 pág. 23 pág. 22 pág. 25 pág. 16 pág. 20 pág. 13

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PRIMEIRA PAUTAPRESENÇA FEMININANO MEIO MILITAR

VENDAS E CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA NO DF SERÃO MENORES ESTE ANO

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO É BRINCADEIRA DE CRIANÇA

SEU CABELO NÃO É IGUAL AO MEU

EXERCÍCIO E CONSCIENTIZAÇÃO

PERISCOPE EM SALA DE AULA

RECUPERAÇÃO DA AUTOESTIMA DE PACIENTES COM CÂNCER

SAÚDE ECONOMIA EDUCAÇÃO

MENOS CRISE E MAIS BELEZA

dezembro 2015 edição única distribuição gratuita

O primeiro registro de uma mulher brasileira em com-bate ocorreu em 1823, quando Maria Quitéria de Jesus lutou pela manutenção da independência do Brasil. Ela é considerada a primeira brasileira a assentar praça em uma unidade militar. Mas a história das mulheres nes-se setor está cheia de outras conquistas. Durante a 2° Guerra Mundial, cerca de 70 enfermeiras serviram como voluntárias em hospitais do exército norte-americano. Após a guerra, a maioria delas foram homenageadas e receberam a patente de oficial, sendo capacitadas ao serviço militar ativo. No caso da Marinha, as mulhe-res começaram a ocupar os quadros a partir de 1980, quando o ingresso na Força foi regulamentado por lei.

Atualmente, a Força Naval conta com 6.981 mulhe-res militares. Já a Força Aérea Brasileira (FAB) criou o Corpo Feminino da Reserva da Aeronáutica (CFRA) em 1981, absorvendo, no ano seguinte, sua primeira tur-ma, composta por 150 mulheres de diversas formações: Psicólogas, Enfermeiras, Analistas de sistemas, Assis-tentes sociais, Fonoaudiólogas, Nutricionistas e Biblio-teconomistas, entre outras.

O desejo de servir a Pátria aliado e a valorização da mulher são atrativos para seguir na carreira

Crianças aprendem com a internet. Pais devem ajuda-las a não se tornarem vítimas da rede

Cresce o número de modelos negras que aderiram ao cabelo afro no Brasil

Mau uso das academias ao ar livre podem gerar lesões graves sem orientação

Aplicativo permitiu interação entre a turma em Brasília e o palestrante baseado em Londres

Com a ajuda de voluntários, a Rede Feminina arrecada doações de cabelos para confecção de perucas

Mesmo em período de recessão econômica o setor de produção e venda de cosméticos continua em alta

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ESTUDANTES CRIAM SOFTWARE PARA AUTISTASO programa, criado por alunos da UnB, levou um ano para ser desenvolvido

pág. 5pág. 19

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2 Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

FACULDADE ANHANGUERADE BRASÍLIA

ALUNOS(EM ORDEM ALFABÉTICA)

MÉTODO PARAA ESCOLHA DE MATÉRIAS PARA A CAPA

Jornal produzido para as disciplinas Produção Gráfica (Kátia Sleide), Edição Jornalística (Alexandre Álvares) e Jornal Laboratório(Larissa Ribeiro) e suas respectivas de notas do semestre.

Ana Lúcia Ferreira, 6814014262Ana Paula Mendes, 7060005202Aruanda Lustosa, 7249601108Bárbara Oliveira, 6451329023Daniele Oliveira, 7476695850Fernanda de Lima, 6662442668Franca Vilarinho, 8207985692Ícaro Andrade, 6619368125Joyce Coelho, 7475694639Lanna Santana, 7421635884Leandro Lopo, 6661443532Leonardo Farias, 7060005193Linalva Moraes, 1299536264Lívia Soares, 5634128271Lucas Rodrigues, 6854485441Luciana Melo, 1563263781Luciano Beregeno, 6891503696Lucivanda Lima, 6621371664Marcos Lenmah, 1299571889Natanael Frós, 6819460300Pedro Henrique Fideles, 6814002963Raphael de Araújo, 7423672297Rosana Jesus, 7475684776Sandy Glenda, 7060005191Tainá Morais, 6856487191Thaynara Pires, 6814002982Viviane Melo, 7531591729

Para tornar demorática a escolha das chamadas e manchete,um sorteio foi realizado para decidir quais matérias entrariam nos locais pré-definidos na capa.

Com a numeração de 1 a 26, seguindo a ordem alfabética dosalunos, nove locais na capa foram escolhidas para receber uma matéria. Para definir qual texto em cada local, foram sorteadas pela seguinte ordem:

- manchete;- uma chamada complementar;- quatro chamadas na parte superior da página;- três na parte inferior da página, sendo uma acompanhadapor uma imagem.

O sorteio foi feito pelo site sorteiospt.com/numerosAleatorios,realizada às 18h40, do dia 4 de dezembro de 2015.

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3Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

Avião impulsiona turismo brasileiro

Aeronaves temáticas para atrair mais clientes

Estudo revela crescimento de 170% no número de viagens aéreas pelo país

Pedro Fideles

Um estudo publicado pela Se-cretaria de Aviação Civil (SAC) em outubro de 2015 revelou

que mais de 199 milhões de pas-sageiros se deslocaram pelo Brasil em viagens aéreas no ano passado. Denominado “O Brasil que voa”, o levantamento da SAC mostrou um crescimento de 170% nos últimos dez anos da série histórica que re-trata o fluxo de passageiros no país.

O Boletim de intenção de Viagem do MTur referente ao mês de setem-bro de 2015 revelou que o avião é o meio de transporte preferido pela maioria (51,8%) dos brasileiros para viajar. A estudante brasiliense, Ga-briela Tavares que sempre viajou com a família de ônibus, terá sua primeira experiência com o avião nas próximas férias. “A oportunidade de chegar mais rápido à São Paulo, com mais conforto, e aproveitar as praias por mais tempo me motivaram a esco-lher o avião para a próxima viagem”. Esse também é o caso da cearense Jael Vieira. “Após cinco anos viajando

para Brasília de ônibus para visitar meus tios e primos, terei minha pri-meira experiência com o avião”.

O estado de São Paulo registrou a movimentação aérea de 492 milhões de passageiros em 2014, a maior entre todos os estados do país. Com menos da metade do fluxo de pas-sageiros em território paulista, o Rio de Janeiro teve a segunda maior mo-vimentação (235 milhões), seguido pelo Distrito Federal (129 milhões).

Para o gerente sênior de Co-municação e Marca da TAM, Daniel Aguado, “o avião exerce um papel de grande relevância econômica para o Brasil, além de unir destinos, pesso-as e culturas”, afirma. A crescente demanda por novas rotas aéreas no ano passado esteve diretamente liga-da à redução de 48% na média de preço das passagens aéreas.

O Anuário Estatístico produzido pelo Ministério do Turismo (MTur) também revela a importância do avião para o turismo brasileiro. De acordo com o estudo, 70,6%

Nos últimos anos, companhias aéreas de vários países estão ino-vando a estampa de suas aeronaves. Em vez de expor apenas as cores e o logotipo da empresa em sua care-nagem, como no modelo tradicional, os aviões trazem pinturas temáticas inusitadas que promovem ícones cul-turais e destinos turísticos. A nova decoração está atraindo mais clientes que além de viajar, desejam registrar o momento e compartilhar a selfie com os amigos nas redes sociais, de acordo com a diretora de Marketing da Gol, Florence Scappini. “Além de seu importante papel de transmissão cultural, a decoração especial da ae-ronave proporciona uma experiência mais divertida aos viajantes”, afirma.

No Brasil, as aeronaves temáticas ganharam maior atenção dos via-

dos 6,4 milhões de turistas es-trangeiros que visitaram o Brasil utilizaram o avião como meio de transporte. Nesse período, os es-trangeiros gastaram US$ 6,9 bi-

lhões no país. Mais de 3,59 mil municípios

são definidos na pesquisa como origem ou destino de viagens aé-reas. Desse total, 252 cidades têm

demanda suficiente para a cria-ção de novas rotas aéreas com ocupação de 50% das aeronaves, e 144 cidades tem alta demanda para ocupação de 85% dos aviões.

Infraero/Arquivo

jantes no ano passado, com o lan-çamento de três aviões com pinturas nacionalistas para celebrar a realiza-ção da Copa do Mundo. A empresa aérea brasileira com maior destaque na produção de aeronaves temáticas é a Azul. De acordo com a assessoria da empresa aérea, “as campanhas que promovem a decoração temáti-ca dos aviões geram identificação e preferência dos viajantes pela com-panhia”. Entre suas obras-primas es-tão os aviões “Rosa e Azul”, em apoio à campanha de combate ao câncer de mama, e o “#sennasempre”, para homenagear o piloto brasileiro tri-campeão mundial de Formula 1, Ayr-ton Senna.

No Japão, a companhia de maior destaque é a All Nippon Airways (ANA). Em 1998, a empresa aérea

japonesa lançou dois aviões que es-tampavam personagens da anima-ção infantil Pokémon. E para celebrar o lançamento do filme “Star Wars: Episode VII” em 2015, a ANA lançou três jatos especiais com estampa em homenagem aos robôs R2-D2 e BB-8, da série cinematográfica Guerra nas Estrelas.

Nos Estados Unidos, a ideia de decoração temática em aeronaves foi popularizada em 1988, com o avião da Southwest Airlines em homena-gem à orca Shamu, símbolo do par-que aquático Sea World. Desde então, os aviões que homenageiam os esta-dos norte-americanos e personagens da Walt Disney Company, das empre-sas Southwest e Alaska Airlines res-pectivamente, contribuíram para co-lorir o espaço aéreo norte-americano.

Estudo da SAC registra 199 milhões de viagens partindo dos principais aeroportos do país.

Avião em homenagem ao piloto brasileiro Ayrton Senna.Gianfranco Beting/Azul

Economia

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4 Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

Vendas e contratação temporária no DF serão menores este anoLojistas afirmam que apesar da crise, a possibilidade de efetivação existe e só depende do funcionário

Ana Lúcia Ferreira

Todos os anos o comércio se prepara para o aquecimento nas vendas durante o Na-

tal. Neste ano, a contratação de trabalhadores temporários será menor se comparada a 2014. É o que mostra levantamento reali-zado pelo Instituto Fecomércio, de Brasília. De acordo com o estu-do, 23,5% dos empresários farão contratações temporárias. No ano passado, no entanto, na mes-ma época do ano o índice era de 34,3%. Entre os segmentos pes-quisados, as lojas de calçados fo-ram as que apresentaram maior intenção de contratação tempo-rária, seguidas por chocolatarias, pelas lojas de material esportivo e perfumaria.

A redução nas contratações se deve à baixa expectativa de vendas por parte dos comercian-tes. Segundo a maioria dos en-trevistados, não houve aumento considerável na procura dos ser-viços e mercadorias ofertadas. A saída dos comerciantes é inves-tir em promoções e atrativos que atraiam o consumidor.

Em nota, o presidente da Fe-comércio-DF, Adelmir Santana, afirma que apesar da pesquisa mostrar uma redução na inten-ção dos empresários em relação a contratações temporárias, isso não quer dizer que não have-rá contratação, mas sim que as oportunidades serão menores. “O trabalhador deve ficar aten-to às vagas temporárias, pois as pessoas devem encarar a opor-tunidade não apenas como um trabalho temporário, mas como uma chance de efetivação”, ava-lia Adelmir.

Para a lojista Leda Ramalho, o reajuste nos preços públicos e nos impostos de serviços básicos,

bem como a redução de gastos por parte da clientela dificulta a criação de vagas. Para ela, a saída foi conversar com os fun-cionários e aumentar a carga horária de trabalho, oferecendo “regalias” aos funcionários. “A si-tuação não está fácil. Estou atu-ando no limite de tudo.

Com o desinteresse na procura dos nossos produtos fica pratica-mente difícil incluir um funcio-nário a mais. Eu prefiro investir em incentivos aos funcionários que estão comigo há algum tem-po, assim eles tiram um “extra” e se sentem valorizados dentro da

empresa”, disse. Ainda segundo o estudo, mais

da metade dos empresários afir-maram que pretendem efetivar os temporários. Os comerciantes também disseram que a maio-ria das contratações temporárias será realizada durante o mês de novembro. Segundo Alberto Ri-beiro, gerente de uma loja de sa-patos em um shopping da cidade, o bom desempenho do funcio-nário, aliado à vontade de cres-cer no ambiente profissional são fundamentais para a entrada no mercado. “O período de contrata-ção temporária, serve para que

Redução nas contratações se deve à baixa expectativa de vendas por parte dos comerciantes.

possamos avaliar o interesse do empregado. Aquele de demons-trar um interesse especial pela profissão certamente ficará com o emprego”, afirmou.

Esperança x Expectativa

Maiara Luize, 24 anos é estu-dante universitária e aproveita a chance das contratações de fim de ano para ter uma renda extra. “Eu trabalho em outro seguimento durante todo o ano e sempre espe-ro as contratações natalinas para complementar a grana. Este ano, ainda não consegui nada, parece

que está bem mais difícil”, disse a estudante.

Para Joelson Rodrigues a con-tratação temporária teve um gos-to especial. Ele foi contratado pela empresa em que trabalhou em 2014 pelo seu excelente de-sempenho e fácil adaptação. “Eu já havia trabalhado outros anos no mesmo esquema. Apesar de saber que existia a possibilidade de contratação efetiva, nunca tinha acontecido comigo. Ano passa-do surgiu à oportunidade e estou aqui até hoje. Acho que chegou a minha vez e não tenho do que reclamar”, ressaltou o vendedor.

Ana Lúcia Ferreira

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5Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

Menos crise e mais belezaMesmo em período de recessão econômica o setor de produção e venda de cosméticos continua em alta

Marcos Lenmah

O que muitos enxergam como vaidade, outros veem como uma oportunidade de fatu-

ramento. O Brasil já é conside-rado o segundo maior mercado mundial de cosméticos, e aca-bou virando alvo preferencial das grandes empresas globais do setor. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Higie-ne Pessoal, Perfumaria e Cos-méticos (Abihpec) revelam que em 2014 o crescimento do setor ficou em torno de 11,8%, o que significa que as empresas do se-tor devem faturar 42,6 bilhões de reais. Com esse crescente suces-so nas vendas de cosméticos no Brasil são muitas as gigantes da beleza que estão cada vez mais empenhadas em investir no país. Entre empresas multinacionais e nacionais, já se destacam nesse mercado empresas como a Na-tura, Avon, O boticário, Jequiti e outras.

Em contramão a outros seto-res da economia que apresentam queda na produção e faturamen-to, o setor de produção e venda de cosméticos consegue passar sem grandes danos pelo período difícil que a economia brasilei-ra enfrenta. Com o aumento do interesse dos consumidores por produtos de beleza, as empresas têm, nos últimos anos, inves-tido em lojas próprias. Paralelo a isso, é cada vez maior o nú-mero de pessoas que decidem aderir à modalidade de vendas de produtos estéticos de porta em porta, a grande maioria são mulheres, que enxergam nesse ramo a oportunidade para terem sua própria fonte de renda ou até

mesmo conseguir uma renda ex-tra para seu orçamento familiar.

Um exemplo é Raimunda Soa-res, 58 anos, moradora da cida-de de Santa Maria-DF, e que já trabalha há mais de 12 anos re-vendendo cosméticos para suas amigas e moradoras de quadras vizinhas. “Consegui fazer minha clientela fiel e todo mês eu tô lá na porta deles com meus catálogos e eles sempre compram na minha mão” revela Raimunda que afirma ter construído relações de amiza-de com a grande maioria de seus clientes e que tira dessas vendas uma complementação á sua apo-sentadoria que lhe rende pouco mais de um salário mínimo. Dian-te da perda do marido eletricista em um acidente de trabalho, Ana Meire Ferreira, 37 anos, encontrou na venda de cosméticos a fonte de renda para manter a sua casa e o sustento de seus dois filhos ado-lescentes. Com investimento de pouco mais de dois mil reais, Ana Meire comprou produtos de uma marca internacional e começou a revender a amigos e vizinhos, hoje já tem em sua residência um lo-cal aonde expõe seus produtos que já não são mais apenas de uma marca de cosméticos. “As pes-soas precisam desses produtos, seja apenas perfume, um batom, um estojo de maquiagem, um hi-dratante,... eles sempre vêm aqui olhar as novidades e quase sempre é certa a venda de um produto”.

De olho nesse mercado foi que Geovane Silva, 42 anos, abriu uma pequena loja de cosméticos. Há poucos meses nesse ramo ele já contratou duas funcionárias para o pequeno estabelecimento que já

planeja ampliar e que administra junto com a esposa. Com entusias-mo microempresário revela que o investimento que fez até agora em produtos e mão de obra já lhe apresenta retorno. “Não foi uma decisão fácil entrar nesse ramo, pesquisei sobre esse tipo de venda e investi umas economias que ti-nha e já percebo que fiz um inves-timento certo”, afirma.

Prova do crescimento do mercado de cosméticos no Brasil aconteceu no início de novembro de 2015 quando a Hypermarcas anunciou a venda de seu negócio de fabricação e venda de cos-méticos para a francesa Coty por 3,8 bilhões de reais. O negócio inclui mar-cas como Bozzano, Biocolor, Monange, Risqué, Paixão e Cenoura & Bronze, dentre outras. A transação, que ainda depende de aval dos órgãos de defe-

sa da concorrência para ser concluído, não envolve os produtos descartáveis, como Jontex, e de cuidados infantis, como as marcas Pom Pom e Sape-ca, nem de dermocosméticos. Em um período aonde outros setores da economia apresentam desaceleração, o mercado da beleza parece imune à crise que atinge outros setores e com isso firma o Brasil como uma potência nessa área.

Ana Meire deu a volta por cima vendendo cosméticos.

Marcos Lenmah

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6 Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

W3 Sul sofre com abandonoA falta de estacionamento e infraestrutura são alguns dos problemas

Raphael de Araújo

Uma das principais avenidas comerciais de Brasília nas décadas de 1980 e 1990, a

W3 Sul, atualmente, sofre com o abandono dos comerciantes e da população na região. O alto preço dos aluguéis, calçadas deteriora-das, má conservação dos prédios, falta de estacionamento e infra-estrutura, são apenas alguns dos problemas apontados para expli-car a situação crítica da avenida. Dados do Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista-DF) revelam que, apenas no primei-ro semestre de 2015, o número de lojas desocupadas no Distrito Federal passou de 600. Somente na Asa Sul, este ano, são mais de 220.

Apesar de influenciar negati-vamente a economia brasileira, a crise atual está longe de ser o principal problema para explicar o abandono e a falta de clientes na região. A W3 Sul acabou perdendo espaço para os shoppings que ofe-recem mais comodidade na hora de realizar as compras.

Para o sapateiro Antônio Fran-cisco Alencar, 75 anos, o surgi-mento dos shoppings na região prejudicou a vida dos comercian-tes e, a cada ano, a situação fica mais delicada. “A W3 Sul vem morrendo aos poucos, não é de hoje. Não há projetos de infraes-trutura e os clientes preferem ir aos shoppings, que oferecem es-tacionamento, segurança e uma variedade de lojas”, analisa.

Segundo Eli Mendes Silva, 48 anos, dono de uma loja de mate-riais para escritório, o alto preço dos aluguéis é outra explicação para o abandono que vem sofren-do o comércio da W3 Sul. “O nú-mero baixo de clientes diminuiu o nosso faturamento, com isso, em busca de aluguéis mais em conta, muitos comerciantes se desloca-

ram para o comércio de cidades satélites como Taguatinga e Cei-lândia”, explica. Ainda segundo Silva, os comerciantes pedem à Administração de Brasília que os projetos de revitalização da ave-nida saiam do papel e confessa que os próprios lojistas cuidam das calçadas de suas lojas. “O descaso da administração é outro problema. Já realizamos várias ligações sempre ouvindo as mes-mas coisas. Tive que mandar pa-vimentar a minha calçada e ou-tros fizeram isso também. Senão, o acesso dos clientes às lojas fica prejudicado”, conta Eli Mendes.

Acessibilidade

A acessibilidade tem se tornado um outro problema cada vez maior segundo os comerciantes da W3 Sul e a população. As calçadas de-terioradas, lixeiras, lixos e buracos pelo chão dificultam o acesso pela avenida. A estudante Ana Paula de Souza, 22 anos, conta que essa sujeira e os buracos atrapalham quem precisa passar todos os dias por ali. “É ruim andar por calçadas assim. O perigo de tropeçar e cair é muito grande, além da sujeira que é desagradável”. Dono de uma loja de roupas Erivaldo Macena de

Comércio

Pesquisa aponta queda de -3,82%

A crise econômica tem atin-gido os principais setores do comércio no DF. Uma Pesquisa Conjuntural de Micro e Pequenas Empresas do Distrito Federal, re-alizada pelo Instituto Fecomércio, com apoio do Sebrae, aponta que o comércio brasiliense registrou queda de -3,82% nas vendas no mês de setembro na comparação com agosto. Já o setor de servi-ços (casa de eventos, ensino de idiomas, salão de Beleza, auto-escola, etc.) apresentou queda de -5,96%. A pesquisa revelou, ainda, que entre as formas de pagamento, o cartão de crédito foi a mais utilizada.

Vagas temporárias

A expectativa de vendas para este natal registra queda e deve diminuir a contratação de vagas temporárias, o que não acontece há 11 anos. De acordo a Confe-deração Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), os principais motivos são os juros ao consumidor em níveis recor-des e a confiança do consumidor em investimento, diante da crise.

A CNC revisou de -4,1% para -4,8% sua estimativa do volume de vendas natalinas em 2015. A exceção fica por conta dos seg-mentos de farmácias e perfuma-rias, (+1,0%), e de artigos de uso pessoal e doméstico, (+2,8%). To-dos os demais segmentos apon-tam para um resultado negativo. As maiores perdas deverão ocor-rer nos ramos de móveis e eletro-domésticos (-17,6%) e de livra-rias e papelarias (-15,1%). Ainda sim, a data deverá movimentar R$ 31,76 bilhões neste ano.

Essa queda no faturamento atinge de forma negativa a con-tratação de trabalhadores tem-porários. Esse tipo de contrato de trabalho teve sua previsão revisada para baixo, de -2,3% para -2,9% em relação ao ano de 2014.

Abreu, 48 anos, explica que a pro-messa de revitalização da W3 Sul é antiga e de vários governos. E aponta o estacionamento como o principal problema da via. “O gran-de problema da W3 Sul é estacio-namento no meio da rua. Não tem nenhuma acessibilidade. Um idoso ou cadeirante, por exemplo, tem uma dificuldade enorme para atra-vessar a pista. A W3 Norte passou por mudanças e os estacionamen-tos estão na frente das lojas, faci-litando a entrada”, analisa Abreu.

Procurada até o fechamento desta matéria, a Administração de Brasília não se manifestou.

Raphael de Araújo

Ao longo da W3 Sul, as placas de ‘aluga-se’ tomam conta da avenida. Falta de infraestrutura e calçadas deterioradas prejudicam o acesso da população

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Cidades

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7Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

Salões de bairroUm antigo negócio que ainda dá certo

Ícaro Andrade

A cidade de Taguatinga Sul é conhecida no Distrito Fede-ral como uma das princi-

pais fontes de renda da capital do país. Nela, encontram-se inú-meras variedades de bares, res-taurantes, shopping centers, ca-sas noturnas e bancos. A cidade, ainda preserva muitos comércios antigos, como os salões de be-leza. Em qualquer esquina que andar irá encontrar um desses. Agora, sendo mais específico a um público também célebre des-se antigo negócio, há os antigos salões de beleza e barbearias, destinados ao público masculino, que costumam ser muito fiel a esse tipo de mercado.

O cabeleireiro Jacinto do Espí-rito Santo, 46, há onze trabalha cortando cabelos. Proprietário de um salão móvel desde mar-

ço de 2004 resolveu, empreender no mundo da estética masculina, após um acidente que o deixou impossibilitado de trabalhar. As dificuldades foram muitas para conseguir uma nova contratação, foi então que resolveu virar seu próprio patrão, abrindo algo que sempre gostou de fazer, cortar cabelos.

A ideia era que seu negócio pudesse se locomover por várias

cidades da capital, mas devi-do alguns problemas optou por ocupar um pequeno espaço em Taguatinga Sul, próximo à Praça Vila Dimas e, deu início ao seu projeto. Hoje, com doze anos de negócio, ele garante uma clien-tela fiel e, com os lucros do em-preendimento, ajuda seus dois filhos e pretende ampliar a em-presa. “Chego a atender, em mé-dia, quinze clientes por dia, crio

Jacinto tem onze anos de experiência. Em todo este tempo, trabalha dentro de um salão móvel.

Dimitri, 4 anos, acompanhado de sua mãe, são clientes do salão de Jares há dois anos.

meus filhos e pretendo crescer ainda mais meu salão”.

Recentemente, fez contato com o Serviço de Apoio às Mi-cros e Pequenas Empresas (Se-brae) para tirar dúvidas referente às mudanças que pretende fazer como, reforma do local, contra-tação de funcionário e, como se tornar um microempreendedor de sucesso.

E falando em sucesso, outro empreendimento que também deu certo é o do microempre-sário, Jares Martis Sousa, 29, o Jares Martins Haistylis&Estética, situado na Avenida Comercial Sul, em Taguatinga. A empresa funciona há um ano e dois meses e conta com uma equipe de sete funcionários. Nela são oferecidos serviços de Hair Stylist (estilista de cabelo), como o nome já diz, esse conceito se destina a fugir do habitual dos cortes bem tradi-cionais, ou seja, os profissionais analisam o perfil de seus clien-tes e, assim dão dicas de cortes e penteados mais modernos va-riando com o formato de rosto e estilo do cliente.

A moradora de Taguatinga, Ja-queline Silva Abreu, 32, há dois, corta o cabelo do filho Dimitri de quatro anos no salão. “Além do meu filho se adaptar com o

Jares, eu gostei muito desse con-ceito de corte de cabelo oferecido aqui, pois foge bem do estilo tra-dicional, o que não é muito con-vencional mais pra mim”. O ga-roto é espontâneo e se diverte na hora de mudar o visual. A mãe fica até mais tranquila, pois em outros lugares a situação era um tanto conturbada, pois ele não parava quieto na cadeira.

Vários artistas também frequen-tam o salão. O cantor sertanejo Gus-tavo Lima, já passou pelo local para dar um trato no visual. Além dele, outros como, Pedro Paulo da dupla Pedro Paulo e Matheus, Zé Marco e Miguel, Jhonny e Rahonny, Borges e Fernando e Fyama Dourado, tam-bém já cuidaram do visual no local.

O sonho em fazer crescer esse meio é cada vez maior. O mercado da moda está sempre em mudan-ças e, estes profissionais demostram que estarão sempre prontos para todas elas. Considerados importan-tíssimos para as mulheres e agora para os homens também, trazem rentabilidade, oferecem para a cida-de demasiadas opções para todos os gostos e públicos e, procuram sem-pre inovar. Não importa o tamanho, se é grande ou pequeno, se é bar-bearia ou não, eles conquistaram e continuam conquistando o gosto de todos e, a cidade agradece.

Ícaro Andrade

Ícaro Andrade

Page 8: Jornal Primeira Pauta

8 Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

Brasília eas cicloviasRegião tem a maior estruturacicloviária de todo o Brasil

Luciana Melo

B rasília situada no centro do Planalto Central é uma cida-de que foi milimetricamen-

te projetada. Apesar de possuir terreno plano, seus idealizadores não pensaram durante sua cons-trução em ciclovias. Nos últimos anos o tema tem ganhado força por diversas razões, por ser um transporte sustentável, por gerar qualidade de vida, por ser mais barato e vem conquistando cada vez mais adeptos.

Segundo dados governamen-tais e a UCB – União dos Ciclistas do Brasil, entre 2011 e 2015, Bra-sília ultrapassou o Rio de Janeiro e é a cidade com maior estrutura cicloviária do Brasil. Porém, fa-lhas de planejamento, aliadas à falta de iluminação e sinalização, ainda impedem que as ciclovias contribuam para modernizar o transporte urbano brasiliense.

“Sou ciclista há mais de vinte anos, pedalo pelo menos quatro vezes na semana ou mais, acho as ciclovias ineficientes e insu-ficientes. Apesar de contarmos com a maior malha cicloviária no país, ainda são necessárias ciclo-vias que conectem os eixos rodo-viários as cidades satélites. Além disso, boa parte delas são mal

sinalizadas e enfrentam proble-mas na pavimentação e também a falta de manutenção”, comenta o arquiteto Uno Matos.

Outra reclamação constante dos ciclistas é que as principais ciclovias estão sendo construídas em vias paralelas, ou seja, que nunca se encontram o que faz com que o ciclista tenha que sair da ciclovia para dar continuida-de ao seu percurso. Luana mota, servidora pública e ciclista desde 2005 explica, “Na verdade, é difí-cil usar a bicicleta como meio de transporte diário, para trabalhar e etc. Pois as ciclovias não tem continuidade, elas fornecem se-gurança até um ponto específico, depois o ciclista precisa compe-tir passagens em BRs e pistas de alta velocidade para seguir via-gem, é o exemplo da rodoviária”.

A grande maioria das ciclovias do Distrito Federal são constru-ídas ao lado das pistas de ca-minhada e corrida. O que acaba por gerar um problema, pois os pedestres quase sempre utilizam as ciclovias em suas caminhadas e corridas e ambos, pedestres e ciclistas saem perdendo. “As ci-clovias paralelas às pistas de caminhada, fazem com que os pedestres acabem utilizando a ciclovia e com isso pode ocorrer

acidentes”, explica Rogério Aialla Lima Melo, 29 anos advogado.

A segurança para quem faz uso contínuo da bicicleta é pri-mordial. Tanto com relação aos veículos automotivos quanto à segurança em relação a assal-tos. Para os motoristas existem regras claras em relação aos ci-clistas. O art.201 do Código de Trânsito prevê que os motoristas ao ultrapassarem um ciclista de-verão manter uma distancia mí-nima de 1,5m. Para João Paulo Alves, 31 anos, autônomo, ciclista que tem a bicicleta como único meio de transporte, a conscienti-zação dos motoristas é essencial. “Para maior segurança do ciclis-ta, é necessária a conscientização e a educação tanto dos ciclistas, como dos motoristas e até mes-mo de pedestres. A cultura da bi-cicleta como meio de transporte ainda é muito recente no país e é preciso haver um bom convívio entre as partes e para isto é ne-cessário conscientizar”.

O ciclista em Brasília precisa estar sempre atento à pista, ao barulho das pessoas que tran-sitam ao seu lado, a entrada e saída de veículos, aos próprios ciclistas, às sinalizações, as rotas possíveis e é claro resguardar seu meio de locomoção, a bicicleta.

Código de Trânsito Brasileiro prevê que os motoristas ao ultrapassarem um ciclista deverão manter uma distancia mínima de 1,5m

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Page 9: Jornal Primeira Pauta

9Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

Natanael Frós

O Papai dos Correios é uma ini-ciativa da empresa Correios realizada há 26 anos, tendo

como objetivo responder por meio de presentes às cartas de crianças ma-triculadas em escolas públicas. Este ano a campanha foi lançada em todo o Brasil foi lançada no dia 10 de no-vembro.

No Distrito Federal, desde 2010 a campanha é feita em parceria com a Secretaria de Educação do GDF. O critério da campanha é que todas as crianças participantes estejam ma-triculadas na rede pública de ensino até o 5° ano. A Secretária de Educa-ção mapeia as escolas que atendem esse critério em local de vulnera-bilidade social e realiza com essas crianças o trabalho de desenvolvi-mento das cartas para o Papai Noel. A intenção é fazer com as crianças também desenvolvam a habilidade da redação de carta, uso correto de endereçamento e CEP.

Este ano a meta é responder às 15 mil cartas em 32 instituições de ensino no Distrito Federal. Para suprir toda essa demanda os Cor-reios conta com a solidariedade de padrinhos e madrinhas, que são as

15 mil crianças esperam o Papai NoelCampanha de natal dos Correios conta com voluntários em todo o DF

pessoas que adotam as cartinhas, e de forma voluntária providen-ciam os presentes solicitados pelas crianças. Só no ano passado foram recebidas 14.584 correspondências e todas foram apadrinhadas antes do prazo final de adoção.

Para a publicitária Paula Marra este ano será a primeira vez que ela e o marido Matheus Henrique irão adotar uma cartinha. Os dois viram o anúncio na televisão e se sensibi-lizam com a causa : “A gente já esta-va pensando em fazer alguma coisa. Achamos interessante e pretendemos fazer isso todo ano. Adotamos duas cartinhas, uma pra cada, mas preten-demos adotar mais ” Afirma Paula.

Elizabete Nascimento, servidora dos Correios, é madrinha veterana na campanha. Há de 10 anos ela adota cartinhas. Todo ano ela responde a 5 cartinhas e sempre leva mais para compartilhar com a família e ami-gos. E se surpreende com os pedidos: “Têm pedidos que emocionam. Eu já li cartinhas de crianças que pedem par de sandálias. Uma vez pediram até um cachorro. Só que os Correios não transportam animais.”

Após escolherem as cartas, os pa-

drinhos entregam os presentes na sede dos correios e a entrega é feita pela própria empresa. O motivo des-se procedimento é a segurança das crianças, por isso o endereço da crian-ça não é informado ao padrinho.

A coordenadora da campanha no DF, Cleide Ilha, informa que a entrega dos presentes nas escolas será feita a partir do dia 01/12 até o último dia de ano letivo, que neste ano é até o dia 18/12. Nessas duas semanas, das 32 escolas, apenas 4 o Papai Noel e a equipe dos Correios farão as entregas pessoalmente. As entregas são feitas preferencialmente em escolas rurais: “ Não conseguimos fazer o evento de entrega em todas as 32 escolas. Nos entendemos que nas escolas rurais qualquer evento é sempre mais difícil de ser levado. Por isso fazemos a en-trega festivas em apenas 4 escolas.”

Os Correios não garante que todas essas 15 mil cartinhas serão aten-didas, a única garantia é que todas as cartas recebidas serão disponibi-lizadas para adoção: “ A adoção das cartas é voluntária pela população de Brasília. Dependemos da colaboração e solidadriedade de todos para que todas as crianças sejam atendidas.”

pontua Cleide Ilha. .

Casa do Papai Noel dos Correios em Brasília

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Endereço: Universidade Correios - SCEN Trecho 2 Lote 4 – Bl. I – Via L4 Norte, próximo ao Ibama. Disponibilização de car-ta– a adoção das cartas pode ser feita até o dia 28/11, de segunda à sexta-feira, de 9h às 17h. A Casa do Papai Noel estará aberta no sábado, dia 28/11, de 9h às 13h.Recebimento de presen-te- Todos os dias conforme horários citados acima. No dia 5/12,sábado,último dia para entrega de presentes, o funcionamento da Casa é de 9h às 13h.

Elizabete Nascimento (esq.), adota cartinhas todo ano. / Matheus e Paula (dir.) irão adotar cartinhas pela primeira vez

Natanael Frós

Natanael Frós

Page 10: Jornal Primeira Pauta

10 Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

Ana Paula Mendes

Os funcionarios da Empresa Bra-sil de Comunicação (EBC) entraram em greve nesta terça-feira (10). Depois de semanas de negociação, empresa e sindicatos não chegaram a um consenso sobre o aumento que vinha sendo solicitado pelos trabalhadores . Os funcionários pe-dem correção salarial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acrescida de um au-mento linear nos salários de R$ 450 e reajuste dos tíquetes refeição e alimentação pelo IPCA mais 4,25%, além de três tíquetes extras duran-te o ano. A empresa ofereceu 3,5% de reajuste.

A proposta da empresa foi anun-ciada durante uma reunião do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), realizada nesta segunda-feira (9), em Brasília, entre a Comissão de Negociação da EBC e os represen-tantes das entidades sindicais e a Comissão de Empregados e assim anunciaram a greve.

E assim começou a greve, por não chegarem em um acordo por um ajuste salarial, os empregados da Empresa Brasil de Comunicação , responsável pela manutenção de empresas como a Tv Brasil, entra-ram em greve nesta terça-feira por tempo indeterminado.

A paralisação foi aprovada pelas quatro praças com canais próprios do canal de São Paulo, Rio de Ja-neiro, Brasília e São Luis . Além do aumento irrisório, os trabalhadores dizem que a direção da empresa tem tido muitos privilégios recente-mente, em detrimento as melhores condições de trabalho pedidas.

E apesar de tudo os grevistas garantiram que a greve não preju-dicará o andamento de programas ao vivo de todos os veículos da EBC, incluindo a TV Brasil. Um número mínimo de funcionarios estarão a disposição para colocar as atrações no ar.

Greve afeta até a televisão públicaDiversas categorias estão aderindo a greve e reivindicando seus direitos e nem a TV Brasil escapou

Ministro da Secretaria de Co-municação Social, Edinho Silva crítica grevistas.

O ministro da Secretaria de Co-municação Social da Presidência da República, Edinho Silva, reba-teu as reivindicações de funcioná-rios da EBC em greve que faziam manifestação em frente ao centro

de convenções onde ele estava.O ministro disse ser natural

que uma empresa de comunica-ção faça contratações sem ser por concurso. “Você contrata jornalis-tas, apresentadores por aquilo que você quer para o programa, um locutor, você contrata pro de-senho que você faz do programa, é assim em qualquer empresa”.

Como protesto os funcionários protestaram com cartazes e faixas, além de fazerem barulho com um carro de som enquanto acontecia a entrevista coletiva do ministro do lado de dentro do local do evento.

Para o Supervisor Eslei Perei-ra a greve e um direito de todos, já que o reajustes pedido pelos funcionarios não foram atendidos

e só voltaremos quando tiverem alguma solução para resolverem o fim da greve.

Já Claudia Goulart de Oliveira, Coordenadora de Planejamento da Programação EBC/ TV Brasil com a greve ficarei sobrecarregada já que sou responsável pela programação de uma TV e só poderei contar com minha estagiária e comigo mesma.

Os funcionários pedem correção salarial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e reajuste dos tíquetes refeição e alimentação.Ana Paula Mendes

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11Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

Sonho que se torna realidadeA PR2 Esportes foi alimentada por um sonho onde crianças praticassem esporte com saúde e diversão

Lucivanda Lima

Com quatro anos de existên-cia, escola de futebol PR2 Esportes foi criada na Asa

Sul, atende cerca de 50 alunos de várias categorias. Cinco profes-sores se desdobram para formar jovens talentos e cidadãos de bem. Rodrigo Resende e Gabriel Politi são os idealizadores do projeto, “Participei de um projeto quando criança, onde um anti-go morador da quadra promovia atividade física para as crianças, isso impulsiona para que criasse a minha escola”, disse Rodrigo Resende.

As aulas ocorrem na quadra de esportes da 213 Sul, que pos-sibilita mais liberdade a alunos, professores e também os pais, que acompanha o desempenhos dos futuros atletas. Glacia Dias, mãe de Pedro Dias, conta como o futebol ajudou na formação do filho: A escola trouxe para ele experiências de competivida-de, participação em amistosos e campeonatos, está aprendendo a lidar com as emoções como ga-nhar e perder.

Especialista indicam as ativi-dades físicas desde a primeira infância, para que os pequenos possam crescer saudáveis. Esse foi um dos motivos que Carmen Silva, a mãe de Gabriel matricu-

lou seu filho, Gabriel sempre fez atividade física desde 1 ano. A importância vai além dos benefí-cios para o corpo e para a men-te. Biel sempre chega dos treinos disposto e se alimenta bem.

A escola já promoveu dois campeonatos, o último ocorreu em outubro deste ano com todas as categorias da PR2. O aluno Pedro Dias, 10 anos conta como foi a experiência. Amo futebol e poder participar do campeonato foi ótimo e fiquei feliz por ter ganhado, me diverte muito com meus amigos.”

Os professores trabalham ar-duamente para formar bons alunos e, que sabe profissionais do futebol. O intuito da escola é formar cidadãos, pois todos são iguais e devem ser respeitados, independentemente da sua clas-se, cor ou raça. Mesmo nas com-petições, o importante é se di-vertir e respeitar os adversários considera Cléside Júnior, um dos professores.

É necessário que aluno tenha mais de 4 anos, faça uma aula ex-perimental caso goste da aula já pode começar os treinos. Para fazer a matrícula é cobrada a taxa de 140 reais e a mensalidade no valor de 70 reais, as aulas ocorrem de segunda á quinta 18h00min ás 21h30min.

+Para mais informações eagendamento de aulas

(61) 8340-8331 ou (61) 9310-4182.

Treino na quadra 213, Asa Sul. São aulas de segunda a quinta, na faixa noturna.

Lucivanda Lima

Esportes

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12 Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

Projeto Zoe incentiva mulheres a melhorar a auto estimaProjeto começou em janeiro de 2015 e já tem 400 mulheres cadastradas

Tainá Morais

O Projeto Zoe é destinado para as mulheres de Águas Claras e Regiões, com encontros se-

manais, para a prática de atividades esportivas, que incluem atualmente: vôlei, queimada, handebol, futebol, peteca, bete e elástico.

O referido Projeto é uma ação que transcende a competição, pois leva uma série de ações de cunho social para Águas Claras e regiões pro-porcionando inclusão social as mora-doras destas regiões beneficiadas. Em tão pouco tempo tem tido grande vi-sibilidade nas redes sociais com 1260 curtidas na sua fanpage e com o aces-so de até 19 mil pessoas, 250 mulhe-res cadastradas no projeto atualmente e saindo em várias reportagens e em seus diversos veículos de comunicação.

História

Projeto criado em dia 06 de ja-neiro de 2015, por sua idealizadora Sherlanne Reis Torres Gomes tem seu nome derivado do grego, cujo signifi-cado é “vida”. Realizado nas quadras cimentadas do Park de Águas Claras, quatro vezes na semana, sempre às terças e quintas-feiras, entre as 19 horas e 22 horas e aos sábados e do-mingos, entre as 8 horas e 10 horas, são oferecidas várias atividades es-portivas, como: vôlei, queimada, han-debol, elástico, corda, entre outros.

A maioria dos homens, cultural-mente, tem tempo livre semanalmente para o dia do futebol, então, porque não sugerir um dia para as mulheres se divertirem também. Estamos em constante evolução e aquelas mulhe-res que ficavam em casa vendo o tem-po passar, ou sempre na internet sem nada fazer para combater o estresse e os desafios da vida sem diversão e la-zer, já não existem mais. Além de fre-quentar academia, fundamental para o fortalecimento muscular e estética, é

possível ter atividades que remetem a infância e que promovem tanto prazer. Portanto, trocar esta vida tão reclusa com a possibilidade de correr ao ar li-vre, dar-se boas risadas porque jogou a bola errada e vê o quanto o tempo passa tão rápido, vale a pena.

Um provérbio já se refere a esses momentos como uma dádiva entre-gue por Deus a nós, quando ele afirma que: “Um coração alegre aformoseia o rosto”. Vivemos em uma sociedade onde bilhões e bilhões de dólares são gastos no universo feminino para as mulheres se sentirem lindas, deseja-das, elegantes, jovens, porém o melhor embelezamento vem da alegria. A mu-lher enfrenta diariamente a oscilação hormonal, a tão famosa TPM; um dia com vontade de não fazer nada, outro dia triste, desanimada, estressada ou simplesmente cansada.

Em outro provérbio, refere-se que

“o coração abatido seca até os ossos”. Sendo assim, sair da rotina e ter uma vida em abundância com muitas en-dorfinas liberadas permite que qual-quer pessoa tenha bem estar e au-mente sua qualidade de vida.

No projeto Zoe tudo isso é possí-vel, o feedback é positivo e acontece por meio de diversos depoimentos por Whatsapp, Facebook, pessoalmente, na página do projeto e na página pes-soal da idealizadora. Muitas mulheres têm se mostrado interessadas no pro-jeto. As páginas com as fotos e vídeos do projeto têm sido muito visitadas e os comentários sempre curtidos e apreciados por diversas participantes, já ocorreu, em uma semana, o acesso de 19 mil pessoas. Em apenas alguns dias de cadastro, já possuímos uma lista de 228 mulheres oficialmente as-sociadas ao projeto.

Acredita- se que quando houver

algum tipo de divulgação ou trabalho de firmação destas participantes, este número crescerá significativamente e em pouco tempo haverá mais cente-nas de membros para este movimento.

Objetivo

O objetivo do projeto é proporcionar às mulheres de Águas Claras e demais regiões um espaço e um momento só delas. A ideia surgiu principalmente da necessidade que cada mulher tem de se afastar, mesmo que por algum momento, da rotina de desafios como as obrigações do lar e da família e ao mesmo tempo, de saber lidar com as cobranças constantes impostas pela sociedade em se manter bem e feliz, o que acaba sendo impossível para al-gumas mulheres, que têm vivido mo-mentos de depressão, tristeza e perda de si mesma, confusas diante de tan-

tas metas e obrigações. Sua característica principal é atrair

mulheres de vários segmentos e ida-des, retirando-as de suas rotinas e proporcionando-as momentos de des-contração, socialização e lazer. Para que tenham oportunidade de se diver-tir, e conhecer outras mulheres, que como elas, tenham se superado nos desgastes do dia a dia, partilhando experiências.

Justificativa

O crescimento significativo de novas adeptas ao projeto a cada semana, mesmo diante da pouca estrutura que o evento possui, mos-tra que estamos no caminho certo e mesmo com os vários pontos li-mitantes, é possível proporcionar às participantes ações que têm dado um perfil ousado ao projeto.

Tainá Morais

Grupo de mulheres se encontram durante quatro dias por semana em Águas Claras.

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13Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

Estudantes criam software para autistasO programa, criado por alunos da UnB, levou um ano para ser desenvolvido

Fernanda de Lima

Estudantes de Ciência da Compu-tação da Universidade de Brasília (UnB) se unirão para montar o

software Aproximar, focado na edu-cação de crianças autistas denomi-nadas com o tipo clássico da doença. O programa funciona como apoio educacional, e ensina, através de ví-deos, gestos básicos para estudantes e pode ser utilizado em escolas de todo o país.

Alexandre Silva dos Santos e Eduardo Andreotti da Silva são os principais responsáveis pela criação do projeto. Segundo os estudantes, pensar na inclusão social foi a prin-cipal motivação para criar o progra-ma. Além disso, Eduardo conta que a UnB deu apoio e também foi colabo-rou na criação. “Levamos 12 meses para produzir o software. E o nosso sucesso é graças à universidade, que o lançou no mês passado e deu apoio do inicio ao fim do Aproximar”, conta o graduando.

O projeto ganhou destaque, já que é desconhecida a existência de um software que tenha os mesmo con-ceitos. “Essa ferramenta chegou para transformar a vida do professor, do estudante e dos pais. Vai ser possível trabalhar gestos de forma simples e eficaz”, diz a pedagoga Camila Frei-tas. O programa deverá beneficiar diversas escolas do país que contam com alunos autistas, além de incenti-var no aprendizado das crianças.

As ferramentas do Aproximar funcionam de forma simples, já que é um aplicativo desktop e não neces-sita de conexão com internet. O sof-tware funciona através de um sensor

Aula de informática auxilia o tratamento e desenvolviemnto de crianças autistas.

Corbs

de movimentos, Kinect, que é a pon-te de interação com o computador. Alexandre, um dos responsáveis do programa, explica que dessa forma é possível trabalhar com as crianças como se fosse uma brincadeira no espelho.

Durante as atividades no software, são mostrados nos vídeos comandos diferentes que devem ser repetidos pelos usuários. As crianças apren-dem sete gestos sociais: mandar beijo, acenar com sim e não através do movimento da cabeça, fazer sinal positivo, bater palmas e dar tchau. Já o sensor tem como função avaliar se atividade foi executada corretamente.

O projeto motivou a graduanda em Pedagogia, Jéssica Meire, que está finalizando seu trabalho de conclu-são de curso que tem como tema o aprendizado de crianças autistas. A universitária conta que fica feliz em saber que tem pessoas que trabalham para favorecer a inclusão social no país. “Realizei estágios na educação da área. Estudei o projeto, e acho que será muito útil para ajudar no cresci-mento dos meus futuros alunos”, diz.

O processo de estudos e desenvolvi-mento do software contou com outros especialistas. O professor do depar-tamento de Ciência da Computação da universidade, Wilson Veneziano, acompanhou os alunos Alexandre e Eduardo na elaboração do projeto. Já a diretora da UnBTV, Neuza Meller, respondeu pela produção e edição de imagens, e a pedagoga Maraísa Bor-ges foi a responsável por apresentar a demanda da Secretária de Educação do Distrito Federal.

O autismo é um distúrbio neu-rológico que aparece nos três primeiros anos de vida da crian-ça, comprometendo habilidades, como interação social, comunica-ção verbal e não verbal, causando comportamento restrito e repe-titivo. As causas são desconhe-cidas, mas pesquisas avançadas que afirmam a genéticos e agen-tes externos são alguns fatores causadores da doença.

De acordo com a Associação Médica Americana, as chances de desenvolvimento de autismo em uma criança por herança genética é de 50%. A outra metade dos casos está ligada a outros fatores externos, como a poluição do ar, complicações durante a gravidez, infecções causadas por vírus, al-terações no aparelho digestório, contaminação por mercúrio e sen-

Saiba mais sobre o autismo

sibilidade a vacinas.O diagnostico de autismo é fei-

to por um especialista, que pro-cura sinais de atraso no desen-volvimento da criança, que para ser considerada portadora do transtorno deverá apresentar pelo menos seis dos sintomas básicos. Também é necessário realizar exa-mes de desenvolvimento de rotina.

O transtorno não tem cura, mas possui um programa de tra-tamento precoce e intensivo para crianças. Com a terapia, é possível aumentar o interesse com ativida-des construtivas e recursos visu-ais, já que o objetivo é ampliar as habilidades sociais e comunicati-vas. Também não há medicamen-tos capazes de tratar a autismo, porém em alguns casos são uti-lizados remédios para problemas comportamentais e emocionais.

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Educação

Page 14: Jornal Primeira Pauta

14 Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

Cil abre vagas para a comunidadeApós alunos da rede pública, matrículas serão disponibilizadas para a população mais informações sobre vagas em www.se.df.gov.br

Rosana Jesus

Os Centros Interescolares de Línguas (CILs) irão conceder novamente vagas para a co-

munidade do Distrito Federal. As escolas oferecem cursos gratuitos de inglês, francês, espanhol, ale-mão e japonês. O objetivo é fazer com que as vagas remanescentes sejam bem aproveitadas. Os ex--alunos que não concluíram o cur-so poderão ser rematriculados.

Depois de feita a matrícula dos estudantes da rede pública sobram vagas que não podem ser preen-chidas por serem em horários não cabíveis, essas serão disponibiliza-das para quem deseja ampliar os conhecimentos com um idioma es-

trangeiro. A secretaria de Educa-ção deve estabelecer uma tabela de preferências para evitar que al-guns grupos da sociedade tenham privilégios em relação aos outros. A regulamentação deve definir quem tem prioridade. O projeto é de autoria do deputado distrital professor Israel Batista.

Para o distrital, esta é uma ma-neira de contribuir com o avanço da sociedade: ”Se sobram vagas, nada mais justo do que utilizar essas va-gas. E se a gente quer que a sociedade evolua e nosso país cresça economi-camente, temos que dá oportunidade para o aprendizado de outro idioma, porque já está provado o quanto o

idioma estrangeiro interfere na vida do profissional brasileiro”.

O deputado ainda fala sobre a importância da rematrícula para os ex-alunos que poderão se rematri-cular sem ter que esperar as vagas ociosas, uma vez que antes da lei ser aprovada a Secretaria de Edu-cação concordou que não seria bom cancelar as matrículas dos mesmos, uma vez que já tiveram um investi-mento com o dinheiro público.

Segundo a vice-diretora do CIL de Taguatinga (CILT), Denise Alves, não é viável juntar os alunos que já estão matriculados: ”O material didático é compatível com cada idade, não dá para pegar um aluno da comunidade

e jogar em uma turma de nível avan-çado. No caso teriam que ser abertas novas turmas, não tem como colocar tudo misturado”, argumenta.

Para os alunos que já fazem al-gum curso, a oportunidade vale a pena. Letícia Leal tem 12 anos e cursa inglês no CIL (Elefante Branco), há dez meses, a estudante diz que é importante ter uma segunda língua e o curso serve de passatempo, além de contribuir para o futuro profissional.

O poder executivo e a Secretaria de Educação vão estabelecer as novas estratégias de matrículas, por meio de sorteio ou prova de nivelamento. O projeto foi iniciado há dois anos, mas foi totalmente aprovado no segundo

semestre desse ano. A Lei 5.536/2015 foi sancionada pelo governador Ro-drigo Rollemberg, em 28 de agosto deste ano. E começa valer a partir do segundo semestre de 2016.

Atualmente, existem 11 unidades de CILs no DF e mais de 35 mil alunos. De acordo com a nova lei serão im-plantadas mais três escolas em Santa Maria, Paranoá e Recanto das Emas. O professor Israel aind acrecenta que a primeira etapa já foi concluída, ou seja, colocar em lei a existência dessas escolas. Uma vez que estão existindo para a lei, cria-se um direito, e a partir daí é preciso que comunidade se mo-bilize para que as escolas sejam cons-truídas o mais breve possível.

Lívia Soares

Denise Alves Vice-Diretora do Centro Interescolar de Línguas de Taguatinga.

Page 15: Jornal Primeira Pauta

15Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

Dormir mal pode causar sonambulismo e insôniaPesquisas afirmam que 30 a 50% da população sofrem de algum problema

Aruanda Lustosa

Distúrbio do sono é a existência de dificuldades relacionadas ao sono ou a falta dele. Muitas ve-

zes, por vários fatores as pessoas não conseguem adormecer. Cientificamen-te já foram descobertos mais de 100 distúrbios do sono. Um deles e o mais famoso é a insônia, que é a dificulda-de para dormir. Pode ser passageiro, aparecer e desaparecer, tornando-se transitório, ou pode ter longa duração, que é quando fica mais sério.

Como qualquer outro problema de saúde, o distúrbio do sono também apresenta sintomas, como dificulda-des para adormecer, facilidade para acordar e comportamentos anormais durante o sono, o que já configura o sonambulismo. Uma boa notícia é que existem tratamentos e médicos especializados, mas geralmente esse tipo de atendimento é pago, e não é barato.

Pessoas que procuram um espe-cialista para tratar-se e viver melhor incentivam outros indivíduos com o mesmo problema a ir atrás de ajuda.

A estudante de vinte anos, Ester Mendonça conta: ”Acredito que tudo tenha começado quando dei início à faculdade. Foi o trabalho, a minha vida acadêmica e problemas familia-res os principais fatores que me leva-ram a desenvolver o distúrbio do sono. Foi aí, que um amigo me incentivou a procurar um especialista, aceitei o in-centivo e fui a uma consulta. O médi-co também me indicou um psicólogo, para que conversasse com um espe-cialista em comportamento humano, sobre estresse e ansiedade”. Depois de tomar remédio e buscar um psicólogo, Ester diz que ao fim do tratamento vive bem.

É interessante seguir algumas di-cas antes de dormir para cuidar bem do sono, além disso, é preciso estar

atento a alguns fatores que caracteri-zam distúrbios e solicitam tratamento especializado.

“Aqui na clínica o surgimento de pacientes com esse distúrbio aparece com muita frequência, até porque não dormir bem vem também de outros transtornos, como depressão e ou-tras síndromes, como a do pânico. A procura na maioria das vezes é por pacientes com idade superior a vinte e cinco anos”, conta Orlândio Sousa, psicólogo.

Na medida que seu metabolismo não funciona como deveria, por exem-plo, se você não conseguir dormir oi-tos horas, você perde a concentração, perde reflexos. E sendo assim, seu corpo e seu desenvolvimento perdem muito também.

Sintomas como estresse e mau humor são comuns no distúrbio do sono.

Aruanda Lustosa

Dicas para dormir bem

1 - Mantenha horários regulares; 2 - Faça exercícios regularmente; 3 - Não fume; 4 - Beba com moderação; 5 - Não se deite após ter comido em excesso ou sem ter comido; 6 - Tente criar um Ambiente agradável; 7 - Relaxamento muscular; 8 - Desenvolva um ritual de sono.

Reprodução

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Saúde

Page 16: Jornal Primeira Pauta

16 Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

Exercício e conscientizaçãoMau uso das academias ao ar livre podem gerar lesões graves sem orientação

Bárbara Oliveira

Práticas, gratuitas e cada vez mais populares, as aca-demias ao ar livre,no DF

chamadas de PEC’s (Pontos de Encontros Comunitários), são es-colhidas por quem não tem con-dições de pagar uma academia privada e querem praticar exer-cícios físicos. Os aparelhos são simples e aparentemente não oferecem riscos, mas o uso deles sem moderação e conhecimento pode causar lesões. O que levan-ta o debate sobre a presença de profissionais em Educação Física para orientação dos uso correto.

Em Santa Maria (DF), cinco vezes por semana, Tereza Paula, de 45 anos se exercita utilizando seis aparelhos. Ela conta que no começo, empolgada para perder peso, estendia o tempo de uso de cada aparelho, hoje, fica em mé-dia 15 minutos em cada e segue as instruções fixadas. Diz que não vê dificuldade na execução dos exercícios e que nunca se le-sionou. “Pra mim foi uma facili-dade, o orçamento pesa se pagar uma academia, aqui é pertinho de casa e eu me movimento um pouco”, conta. Questionada sobre o uso correto ela declara que faz todos devagar para não forçar nenhuma parte do corpo.

A desvantagem dessas PEC’s está no exagero e no mau uso dos equipamentos, lesões graves podem ser provocadas. Segundo Welinton Ferreira Júnior, profis-sional de educação física, geral-mente esse público procura as academias para se distraírem e acabam não se preocupando em fazer os exercícios corretos. A falta de um profissional faz mui-ta diferença. Os principais riscos

que ocorre durante um exercício feito por idosos, são se machucar durante uma execução por fal-ta de orientações, nesse publico da terceira idade, o risco maior é sofrer um infarto e até mesmo morrer por falta de socorro.

“Os idosos tende se lesionar mais rápido porque já não tem a mesma força ou equilíbrio de an-tes. Eles podem sentir desconfor-to nas articulações, e isso pode levar a uma grave lesão, eles fi-cam mais sujeitos a se machucar, por não saberem seus limites.

Já tive alguns estudos voltados a idosos, geralmente esse públi-co procura as academias para se distraírem e acabam não se pre-ocupando em fazer os exercícios corretos. A falta de um profissio-nal faz muita diferença”, conta Junior.

O indicado é fazer exame médico antes de iniciar a prática de exercícios para saber as condições do aluno em questão e, se for o caso, detectar possíveis problemas cardíacos.

As PEC’s são abertas ao público todos os dias . Sendo que a idade mínima para ínicio das atividades é a partir dos 12 anos.

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Bárbara Oliveira

Bárbara Oliveira

Page 17: Jornal Primeira Pauta

17Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

Transparência para reduzir partos cesáreosGoverno conscientiza as mulheres sobre a importância do parto normal

Thaynara Pires

Na quinta-feira, 10 de setem-bro de 2015 às 8h, Hemely Álex teve a bolsa rompida.

A princípio os médicos definiram que a pequena Manuela chegaria ao mundo por intermédio de parto normal. Mas, após 17h tentando entrar em trabalho de parto, hou-ve uma reunião a qual definiria o destino da adolescente. E, então, a 0h a médica fez uma nova escolha e alterou o parto de normal para a operação cesariana. A bebê estava com complicações. “O meu pequeno milagre nasceu com o cordão umbi-lical enrolado no pé, no braço e no pescoço”, relatou Hemely.

Casos como o da brasiliense, Hemely, ocorrem diariamente. A Organização Mundial da Saúde re-comenda que a operação cesariana deva ser realizada em caso de com-plicações na gravidez e no trabalho de parto. No Brasil, o procedimento cirúrgico ganhou grande popula-ridade, na rede privada e na rede pública, e cerca de 55,6% dos be-bês nascem dessa forma. Quando o levantamento leva em consideração apenas os planos de saúde esse nú-mero salta para 84,6%. O país está muito acima da taxa recomendada pela OMS, 15%.

No dia 15 de outubro, o Ministério da Saúde em parceria com a Agên-cia Nacional de Saúde Suplementar (ANS) implementaram duas resolu-ções visando à redução do procedi-mento cirúrgico, no setor privado, em casos desnecessários, entre elas estão: a transparência de informa-ção, as beneficiárias terão acesso ao número de partos normais e cesá-reos realizado pelo estabelecimento ou por um médico específico; e a apresentação do partograma, do-cumento contendo as anotações do desenvolvimento do trabalho de parto, das condições maternas e fe-

tais. A expectativa é que as medidas entrem em vigor em dezembro.

A taxa da Organização Mundial da saúde considera os riscos da ce-sariana para estabelecer essa taxa de 15%. Esse tipo de procedimento realizado sem a indicação obstétri-ca está associado ao maior risco de hemorragia, infecção, complicações anestésicas, entre outros.

Bianca Siqueira, 20 anos, realizou diversas pesquisas antes de dar à luz ao Bernardo. Durante a gravidez uma obstétrica indicou a cesariana, mas ela optou por uma recuperação mais rápida. Com o aprofundamento no assunto, Bianca cogitou a ideia de realizar o parto humanizado, po-rém a dificuldade por existir apenas um local em Brasília que esteja pre-parado para atender essa demanda pelo SUS atrapalhou os planos. “O único local que faz o parto natural aqui em Brasília é na casa de par-to em São Sebastião, e como moro em Samambaia ficava muito longe”, afirma a jovem.

Bernardo nasceu de parto normal.

Bianca Siqueira

Thaynara Pires

+

+Exposição em Brasília relata os benefícios do parto normal

A mostra “Sentidos do nascer” passou por estados como Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O ambiente propõe aos visitantes uma simulação de gravidez. No primeiro momento, ocorre a concepção do feto e, no segundo, é apresentado de forma humorística as su-postas vantagens da cesariana. O ápice fica por conta do terceiro espaço, onde os participantes são convidados a acompanhar um debate sobre a importância do parto normal e os benefícios para o bebê e a mãe. A integrante do projeto Tamara Rubia Lino ex-plica que a exposição não tem o objetivo de influenciar ninguém. “A gente pode conduzir o outro a refletir, pensar e rever seus conceitos. E, além disso, tentar mudar a alta taxa de cesarianas no Brasil”, afirma a enfermeira.

A exposição chegou à capital no dia 9 de outubro. A próxima parada será na 15° Conferência Nacional de Saúde, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, entre os dias 1º e 5 de dezembro.

Segundo o Ministério da Saúde, no Centro-Oeste, 50% dos partos cesáreos são marcados com antecedência

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18 Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

Liinalva Moraes

Consumidores descobrem orgânicos de várias formas, mas principalmente com informações da mídia. O retorno que os produtos orgânicos trazem para saúde compensam seus valores.

Aumenta o consumo de orgânicosno Distrito FederalPor uma vida mais saudável, cresce o número de pessoas que optam por alimentos sem agrotóxicos

Linalva Moraes

Moradores do DF estão consu-mindo mais produtos orgâ-nicos nos últimos anos. Esse

fato ocorre em função do aumento de produtores locais e maior facili-dade em encontrar pontos de venda, mas principalmente por querer viver de forma mais saudável e contri-buindo com o meio ambiente.

A produtora Maria Abadia Chaves, 57 anos, trabalha há mais de 30 com orgânicos e fala sobre o cresci-mento do consumo no DF: “Hoje em dia, existe uma crescente demanda pela qualidade de vida. As pessoas estão muito preocupadas com o que elas comem, com a prática de exer-cícios físicos, com o que elas podem fazer para prevenir doenças”. Ela não acredita em modismo e, sim, em uma preocupação real por parte do consumidor: “O agrotóxico realmente polui tanto o meio ambiente quanto o nosso corpo”, diz Abadia.

Os produtos orgânicos são aqueles cultivados sem agrotóxicos ou insu-mos químicos é o que explica o en-genheiro agrônomo Cláudio Augusto, 40 anos. “Basicamente na produção orgânica é proibido o uso de agrotó-xicos, fertilizantes sintéticos, solúveis e transgênicos”.

Pronara sairá do papel este ano

Os produtos orgânicos são cul-tivados através de técnicas agro-ecológicas, essas técnicas podem ser usadas também por produtores convencionais, por esse motivo está sendo lançado o Programa Nacional para Redução do Uso de Agrotóxi-cos (Pronara) esse ano. A decisão foi confirmada aqui em Brasília, na 63° Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf).

O produtor e técnico agrícola

Eronildes Ramos, que é indígena de etnia Pankanraru, de Pernambuco, presente na conferência, defende a não utilização de agrotóxico. “O tema dessa conferência é: “COMIDA DE VERDADE NO CAMPO E NA CI-DADE” e como comunidade indígena ou povos tradicionais, o que a gente defende nessa conferência é o não uso de agrotóxicos nos cultivos”.

Ele ainda defende a agricultura de base e explica o caminho que os alimentos fazem, com um pro-grama de distribuição de alimen-tos: “A gente defende a agricultu-ra de base familiar, que tem esse entendimento, que produzindo com essa base agroecológica é o que estamos trazendo para nossa mesa”, conclui.

Existe a expectativa quanto à diminuição de agrotóxicos nas plantações. Esta é a razão para o acontecimento de conferências e feiras com o tema voltado para alimentação saudável em Brasília. O agrônomo Cláudio Augusto ex-plica um pouco das possibilidades e limitações do momento. “Ainda existem alguns limitantes para que isso ocorra, como a falta de tec-nologias para produção em larga escala”, afirma.

Os consumidores procuram os produtos por vários motivos. “Co-nheci os orgânicos pela televisão e internet, as pessoas que conhe-cem comentam que os produtos que compramos no mercado tem muito agrotóxico, diz Sandra Sil-va, 34 anos, dançarina e vegana.

Isabele Pimenta ,23 anos, tra-balha com comida vegetariana: “A concepção da indústria, nun-ca foi e nunca será voltada para nossa saúde”, acredita.

Existem pontos de venda espa-lhados por toda cidade, em feiri-nhas e até supermercados.

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19Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

Sandy Glenda

A Rede Feminina de Combate ao Câncer de Brasília, asso-ciação que tem como fina-

lidade assistir aos pacientes por-tadores de câncer em situação de vulnerabilidade social, realiza o projeto ‘Oficina da Peruca’, que tem como propósito, amenizar a dor e levar alegria àqueles que lidam com a doença. A perda dos cabelos é um dos fatores que pode exercer influência emocional nos pacientes em tratamento, além da saúde fra-gilizada, a autoconfiança também é abalada durante esse processo.

A coordenadora da Rede Femini-na, Vera Lúcia, conta que a ideia da peruca veio de uma amiga que per-deu a mãe com câncer, e elas do-aram as primeiras perucas. “E hoje nós temos uma oficina de perucas. Entregamos este ano mais de 100 perucas”, afirma.

“Para receber as perucas é pre-ciso ser paciente do Sistema Úni-co de Saúde (SUS). Recebemos ca-belos, confeccionamos as perucas inteiramente de graça e as doa-mos. Temos um cadastro de quem doa cabelo e de quem recebe as perucas”, informa Vera Lúcia.

A voluntária da Rede Feminina, Ângela Maria teve câncer há qua-tro anos e relata a sua experiência durante o tratamento da doença. “Quando meu cabelo começou a cair eu fiquei meio desesperada. Depois de 15 dias que eu fiz a pri-meira quimioterapia eu fui tomar banho e vi o cabelo saindo todo na mão, acordava via um monte de ca-belo. Aí eu fui ao salão com a mi-nha filha passar a máquina. Quan-do o cabeleireiro começou a passar a máquina minha filha disse: “mãe, olha para mim”, e nessa hora eu chorei, chorei muito”.

“Quando eu botei a peruca, eu me senti “maravilinda”. Essa épo-

Sandy Glenda

Recuperação da autoestima de pacientes com câncerCom a ajuda de voluntários, a Rede Feminina arrecada doações de cabelos para confecção de perucas

ca foi uma das fases que eu me achei mais linda e maravilhosa, com aquela peruquinha, mesmo com os efeitos da quimioterapia”, conta Ângela.

A servidora Glaucia Viviane re-aliza campanhas para arrecada-ção de mechas de cabelos para a Rede Feminina. Ela participa do projeto há três anos e conta que aderiu à causa para ajudar na autoestima das mulheres em tra-tamento. “A autoestima cai mui-to por falta do cabelo e quando elas ganham a peruca, ajuda até no tratamento, porque a auto-estima melhora. A pessoa busca cada dia mais fazer o tratamento mais alegre, mais animada, isso ajuda bastante”, assegura.

Glaucia expõe, ainda, que o gru-po já realizou três campanhas no Ministério da Saúde em prol da causa. “A gente consegue uma vo-luntária que corta os cabelos das pessoas de graça, em troca da doa-ção. A gente vai levando nos locais onde tem muito fluxo de pessoas”, afirma.

A filantropa Tânia Alves, res-ponsável pela confecção das pe-rucas relata como começou no projeto. “Eu não entrei na Rede Feminina fazendo perucas, mas quando eu me deparei com a ne-cessidade das mulheres com as cabeças peladas e eu vi o quanto aquilo era importante para elas, faz parte da elevação da autoes-tima delas. Eu vi que os cabelos

chegavam aqui e nós não tínha-mos quem fizesse as perucas. Até que um dia falei com a minha coordenadora, que é a Vera e des-cobri que já havia o projeto, só não havia quem levasse adiante, aí eu abracei a causa e estou aqui até hoje, não sei quanto tempo ao certo, mas já estamos entrando no terceiro ano”.

No dia 04 de dezembro a Rede Feminina realizará a entrega das perucas no Hospital de Base, cor-redor cinco, assim informa a vo-luntária Renata Luz. “A entrega das perucas vai acontecer agora no começo de dezembro, a gente faz um mutirão que se chama ‘Dia da Beleza’, aí quem sabe maquiar vem aqui, maquia, faz sobrancelha e aí

as pacientes já saem com as pe-rucas”.

Outra benevolente é Jéssica Rayssa, que conheceu o projeto após vivenciar o diagnóstico de câncer de sua avó, foi quando en-tão tomou a iniciativa de doar al-gumas mechas de seu cabelo. “Me senti super bem quando eu fui até a Rede Feminina entregar o cabelo. É uma sensação incrível ver que es-tava fazendo o bem a alguém que voltaria a sorrir quando recebesse o novo cabelo”, conta.

Já para a doadora Marcia Syn, é um compromisso, mas que encara com empolgação e engajamento. “Muito gratificante participar desse projeto. E o cabelo? Já está cres-cendo para eu fazer alguém feliz de novo. Isso faz um bem danado para o coração e para a alma da gente.”

A Rede Feminina de Combate ao Câncer recebe mechas de cabe-lo de, no mínimo, 10 centímetros. São aceitos todo tipo de cabelo, fios pintados ou com qualquer tipo de química também podem ser doa-dos. As doações são encaminhadas para o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) que também conta com voluntariado para a confecção de perucas.

Ações para coleta de cabelos são realizadas em datas específi-cas no ano, como no Dia Interna-cional da Mulher, celebrado em 8 de março e em outubro, mês de-dicado à conscientização da pre-venção do câncer de mama. No entanto, alguns salões de beleza e cabeleireiros encontram-se sem-pre dispostos a oferecer o corte, em prol do trabalho social para facilitar a doação das mechas. Quatro estabelecimentos, creden-ciados no Sincaab-DF, Sindicato dos Salões de Beleza, Barbeiros, Cabeleireiros e Profissionais Autô-nomos na Área de Beleza do Dis-trito Federal, oferecem o serviço.

Contatos:Rede FemininaTel: (61) 3315-1221Site: http://www.redefemininabrasilia.org.br/+

Projeto ‘Oficina da Peruca’.

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20 Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

Luciano Beregeno

Alunos do curso de Comu-nicação Social de uma fa-culdade no Distrito Federal

elevaram o uso das redes sociais a favor do conhecimento a um nível bem mais acadêmico. Na quarta-feira, 4, cumprindo agen-damento prévio organizado na aula presencial da semana an-terior, eles participaram de uma palestra com a jornalista Ericka Galindo. Tudo a distância. Mas com um diferencial: o aplicativo selecionado foi o Periscope.

Lançado em março deste ano pelo Twitter, o Periscope é a apos-ta da rede social para se livrar do rival Meerkat, até então absolu-to na preferência para a trans-missão de vídeos em tempo real através do microblog. O aplicativo é razoavelmente simples de ser usado e dependendo da internet, a qualidade de transmissão sur-preende.

A iniciativa partiu da profes-sora da disciplina de Jornalis-mo Internacional da Faculdade Anhanguera de Brasília, Débora Castro. Foi uma alternativa à im-possibilidade de promover o en-contro entre os alunos e Galindo, atualmente morando em Londres, onde faz reportagens para o gru-po de comunicação Deutsche Wel-le, da Alemanha.

Durante mais de uma hora, os alunos interagiram com a jorna-lista, em busca de informações que foram desde a preparação para a cobertura, até situações cotidianas na realização do tra-balho.

+

+A transmissão pelo app Peris-

cope idealizada por Debora Castro (E) teve Ericka Galindo (D) como palestrante. Augusto Fernandes vi-veu sua primeira experiência com a ferramenta.

Periscope em sala de aulaAplicativo permitiu interação entre a turma em Brasília e o palestrante baseado em Londres

Audiência em tempo real

Mais que aprender a usar o aplicativo, os alunos foram con-frontados com uma realidade que ainda não era percebida por muitos deles. Foi o caso de Au-gusto Fernandes, aluno do 6º pe-ríodo que nunca havia utilizado o Periscope. “Foi a primeira que eu usei. Achei uma ótima ferra-menta”, conta , já deixando claro que passou a utilizar para acom-

panhar transmissões esportivas em tempo real feitas por locuto-res enquanto narram jogos para emissoras de rádio. Quanto a produzir conteúdo para transmi-tir pelo aplicativo, Augusto con-fessa que ainda não pensou na possibilidade. Mas garantiu que usará para algum projeto.

A experiência dos alunos de Brasília pode representar um avanço rumo à

solução de um velho dilema de pro-fessores em sala de aula, frente aos smartphones: proibir ou incluí-los. Para a pesquisadora em Novas Mídias pelo CNPQ e doutora em Comunica-ção Social pela UFMG, Lorena Tárcia, a utilização desta tecnologia esbarra em problemas como a qualidade das conexões no Brasil Lorena acredita que vencida esta dificuldade, o aplica-tivo pode contribuir com uma relação

mais direta e facilitada no Ensino a Distância, além de conectar pessoas a partir de diferentes localidades. “No entanto, acredito que um dos aspectos mais interessantes é a possibilidade de experimentar novas linguagens e pos-sibilitar a vivência de audiências em tempo real”, enfatiza a jornalista.

Cerca de 40 alunos do quinto e sexto períodos participaram da experiência.

Facebook

Luciano Beregeno

Luciano BeregenoTecnologia

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21Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

O uso excessivo das redes sociaisAs pessoas estão cada vez mais conectadas à internet

Daniele Oliveira

A internet foi criada para fa-cilitar a vida das pessoas, agilizar o processo de comu-

nicação, e com isso, trazer uma qualidade de vida maior para os indivíd os. Ter acesso ao maior número de informações em me-nos tempo, teoricamente significa ter um período maior no dia-a-dia para entretenimento e lazer.

Entretanto, essa modernização invade a vida das pessoas sem pe-dir licença, e quando vemos já nos tornamos dependentes dela. O Bra-sil se posiciona em terceiro lugar no ranking dos países que passam mais tempo on- line por meio dos dispositivos móveis. A pesquisa re-alizada pela GlobalWebIndex, cons-tatou que os países subdesenvol-vidos passam mais tempo on-line que os países desenvolvidos.

Isso revela que a internet pas-sou de um meio de informação ou mesmo um hobby, para um veículo

essencial na vida das pessoas. Os recursos disponíveis na internet le-vam milhões de pessoas às salas de bate-papo, sites de relacionamento como Facebook, Twitter, WhatsApp, entre outros, os quais possibili-tam um contato fascinante com um universo que excede o mundo individual, onde se tem acesso a culturas, pessoas e informações de todos os lugares do mundo.

Nas redes sociais os internautas se sentem seguros e tem espaço para expressarem quem realmente são ou quem gostariam de ser. Mas até que ponto o uso das redes é sau-dável? E quando ela se transforma em vicio? Como é possível identifi-car, realmente quando uma pessoa precisa de tratamento no que diz respeito ao uso dos eletrônicos?

Segundo o psicólogo Douglas Piasson, existem alguns sintomas que devem ser vistos com atenção. A pessoa passa a utilizar a tecnologia

de forma compulsiva e repetitiva. Há prejuízos significativos no indivíduo no que diz respeito a sua vida social, familiar e acadêmica. É preciso estar atento ao se perceber irritabilidade, ansiedade, mudanças de humor e tédio quando o uso da internet é interrompido. Outras características que podem ser observadas é a perda de interesses por outras atividades e distrações em consequência do uso da internet, bem como, a fuga dos problemas através da utilização da mesma, já que esta possibilita ao indivíduo vivenciar muitas vezes uma realidade que não é a sua, afir-ma o especialista.

Para você saber se está se tor-nando um viciado digital, há sites que oferecem testes gratuitos. Faça o teste e descubra o seu grau de dependência da tecnologia. E caso o seu grau de dependência seja muito alto, não deixe de pro-curar ajuda.

As facilidades dos dispositivos tecnológicos tornaram as pessoas dependentes destes aparelhos.

Elas falam

A vida agitada da estudante de pedagogia Ingrid Oliveira não é capaz de deixa - lá longe das redes sociais. “A primeira coisa que faço ao acordar é checar todas as minhas redes sociais, para ver as minhas atualizações, sempre encontro tempo para me conec-tar, eu me considero viciada.” Conta a estudante.

A estudante Camila Suelem também faz uso das redes sociais, mas ela se considera uma pessoa controlada. “Não vejo a internet como um problema, mas como uma solução. Tudo é questão de disciplina, uma pessoa organizada consegue conciliar o uso da in-ternet com a sua vida social, sem problemas, vejo a internet como uma ferramenta que auxilia nos meus estudos.” revela.

Arquivo

Arquivo

Daniele Oliveira

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22 Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

Lívia Soares

Há alguns anos a internet in-vade os lares brasileiros e as crianças são atraídas pelo

mundo colorido e cheio de infor-mações que fica na palma de suas mãos. O processo de aprendizado das crianças está se desenvolvendo rapidamente a cada dia devido ao uso da internet, segundo pesqui-sas realizadas por Alessandro Mar-co Rosini, Professor Mestrado em tecnologia da informação e servi-ços - Stricto-sensu na Complexo Educacional FMU.

“De certa maneira, este é um cenário que a cada dia que passa, o processo de aprendizagem au-menta, causado prontamente pelas aquisições de novos equipamen-tos (computadores) pelas institui-ções de ensino público e privado, juntamente com os incentivos de treinamentos e uso em geral pelas pessoas, dentre os quais os pró-prios professores e alunos.” Diz o professor. As crianças, obtém co-nhecimentos avançados através de redes de internet e aprendem um mundo infinito, a qual a tecnolo-gia da informação pode ajuda-las significativamente, segundo Lucia-no Lima, 31 anos, pai do Matheus Henrique Lima, de 3 anos, o filho adquiriu aprendizado com a tecno-logia da informação “Ele aprendeu a desenvolver a fala, está com uma atenção incrível e ficou até mais educado, até cantar inglês ele já canta” afirma Luciano.

Para ele, a tecnologia tem pon-tos positivos como habilidades e desenvolvimento das crianças com o raciocínio lógico, entretan-to há os pontos negativos “O fato das crianças esquecerem as brin-cadeiras que existiram no meu tempo”, diz Luciano.

A internet oferece vários recur-

Pesquisa de Alessandro Marco Rosssi, professordo Complexo EducacionalFMU sobre o rápido desenvolvimento de crianças devido à internet, disponível em:www.ipv.pt/millenium/Millenium27/15.html

Lívia Soares

Tecnologia da informação é brincadeira de criança Crianças aprendem com a internet. Pais devem ajuda-las a não se tornarem vítimas da rede

sos de aprendizado, as crianças, sem sair de casa, podem viajar o mundo, podem estudar, ler livros e cada dia mais, esses recursos se tornam exorbitantes e ilimitados, porém podem surgir várias doen-ças em decorrência dessa tecno-logia da informação que acaba se tornando um vício.

As crianças ficam mais curiosas devido às informações que contêm nas redes e acabam conversando com mais frequência com seus pais, Duanny Angelo Martins, 24 anos, mãe da Mirely Sophia Angelo, 7 anos, que ama a internet, sem-pre tira suas dúvidas com a mãe “O diálogo é mais aberto, vejo mais atitudes da parte dela em procurar respostas para as próprias pergun-

tas. “ Conta Duanny.Diante dessas informações, é

importante impor limites para es-sas crianças, para que elas não cresçam de uma forma a qual as prejudique na saúde mental e fí-sica. A psicóloga Cássia Rejane dá algumas dicas para o uso da in-ternet nessa fase “O limite vem da base do núcleo familiar, é por meio de uma conversa, é por meio de mostrar para essas crianças e adolescentes qual a importância de ter um momento de distração, mas também que elas tenham outras atividades necessárias, é por meio da conversa, não pode proibir, por-que proibir nessa era digital, gera um desconforto para a criança.” Diz a psicóloga Cassia Rejane.

Psicóloga dá dicas para ajudar no comportamento das crianças.

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23Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

Presença feminina é cada vez maior no meio militarO desejo de servir a Pátria aliado e a valorização feminina são atrativos para seguir na carreira

Joyce Coelho

O primeiro registro de uma mulher brasileira em com-bate ocorreu em 1823,

quando Maria Quitéria de Jesus lutou pela manutenção da inde-pendência do Brasil. Ela é con-siderada a primeira brasileira a assentar praça em uma unidade militar. Mas a história das mu-lheres nesse setor está cheia de outras conquistas. Durante a 2° Guerra Mundial, cerca de 70 en-fermeiras serviram como volun-tárias em hospitais do exército norte-americano. Após a guerra, a maioria delas foram homena-geadas e receberam a patente de oficial, sendo capacitadas ao serviço militar ativo. No caso da Marinha, as mulheres começa-ram a ocupar os quadros a partir de 1980, quando o ingresso na Força foi regulamentado por lei.

Atualmente, a Força Naval con-ta com 6.981 mulheres militares. Já a Força Aérea Brasileira (FAB) criou o Corpo Feminino da Re-serva da Aeronáutica (CFRA) em 1981, absorvendo, no ano seguin-te, sua primeira turma, compos-ta por 150 mulheres de diversas formações: Psicólogas, Enfermei-ras, Analistas de sistemas, Assis-tentes sociais, Fonoaudiólogas, Nutricionistas e Biblioteconomis-tas, entre outras. No Exército, a primeira turma de formação para mulheres foi aberta, na Escola de Administração do Exército, em 1992, com 42alunas. Em 1996, a Força Terrestre instituiu o serviço militar feminino voluntário para médicas, dentistas, farmacêuti-cas, veterinárias e enfermeiras de nível superior. Nesse mesmo ano, incorporou a primeira turma de 290 voluntárias para prestarem o

serviço militar na área de saúde. De lá para cá, o número de mu-lheres no Exército só aumentou, alcançando o patamar de 5.400 integrantes.

“Ao longo dos anos, fui alcan-çando respeito e consideração, diante da nossa dedicação e pro-fissionalismo, passamos a ocupar funções de importância e hoje, talvez, a maior das conquistas, é termos a primeira oficial-gene-ral”, disse a oficial Natasha

Natasha entrou para o meio militar em 1996 por meio de con-curso publico, para nível técnico, ou seja, auxiliar feminino de pra-ças, três anos depois, fiz um novo concurso mais desta vez para algo mais avançado, nível supe-rior. Após concluir o curso para formação de oficiais, Natasha, foi nomeada ao cargo de Primeira Tenente no grupo de mulheres.

“Desde pequena sempre quis ser da Marinha, mais na verdade nunca imaginei o tamanho que esse sonho teria, até porque não fui criada por uma família de mi-litares, mais em hipótese alguma desisti dos meus sonhos, pois sempre fui apoiada por todos”, relatou.

Para a jovem Maria Luiza, esse sonho está apenas começando, a jovem de apenas 14 anos faz par-te das Forças no Esporte e sonha fazer parte do Exercito.

“Meu sonho é fazer parte do Exer-cito, acho lindas mulheres fardadas, e mais lindas ainda protegendo nossa Pátria. Venho de uma família humil-de, no qual não tem condições, mais sempre recebi apoio para ir atrás desse sonho então vou continuar lu-tando e indo atrás, sem pensar em desistir”. afirma Maria Luiza A oficial Natasha conquistou um cargo anteriormente composto somente por homens.

Joyce Coelho

Comportamento

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24 Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

Viviane Melo

Uma onda feminista invadiu o Brasil nos últimos meses, o as-sunto sempre esteve em pauta,

mas após a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania ( CCJ ) da Câmara dos Deputados ter aprovado o Projeto de Lei 5069 do deputado do PMDB Eduardo Cunha, que consiste na proibição do aborto em qualquer circunstância uma onda de revolta atingiu mulheres de todo o país. Nesse cenário diversos movimentos foram criados em militância contra o Projeto de Lei e a favor dos direitos da mulher em todos os âmbitos.

Diversas questões foram levanta-das com força total; empoderamento das mulheres, equidade de gêneros, autonomia dos corpos, racismo, lai-cidade do estado, mutilação infan-til, ocupação parlamentar feminina, primavera das mulheres, cotas de liderança na OAB , amamentação em público , suicídio de adolescentes por padrões de beleza impostos pela mídia atual e a situação das presidi-árias nas cadeias Brasileiras.

Ilka Teodoro é membro da OAB e luta por diversas causas, mas a ocu-pação parlamentar e participação das mulheres na OAB são sua principal causa, pois a representatividade na autarquia ainda é irrisória, em torno de 30 %, mas paralelamente está sem-

Queimando novamente os sutiãsDesde o Sufrágio Feminino até os dias de hoje as mulheres conquistaram muito, exceto a própria liberdade

pre conectada a situação da violência contra a mulher “ Quando a gente fala de violência contra a mulher é uma violência cotidiana, na rua, seja atra-vés de cantadas agressivas, encoxadas dentro do metrô, estupros, violência doméstica, violência virtual, violência obstétrica, que são as violências so-fridas durante o período gestacional e ainda temos um tipo de violência pou-

co discutida que é a ginecológica que é a que ocorre dentro dos consultórios.”

A Organização da Nações Unidas (ONU) pede investimentos para empo-derar as mulheres a partir da adoles-cência. Celebrado como Dia Internacio-nal da Meninas o 11 de outubro. Para a Organização as adolescentes preci-sam estar no centro das políticas glo-bais de desenvolvimento, prevenindo o

casamento infantil, casos de gravidez indesejada e proteção ao HIV. Ban KI--Moon, secretário geral da ONU propôs que parte dos investimentos políticos sejam direcionados aos projetos de apoio mundiais à meninas e mulheres.

No Brasil umas das grandes pre-ocupações , além de todas as outras que permeiam o tema, é a situação das presidiárias. Segundo a escritora

Débora Diniz Autora do Livro , Cadeia, Relatos sobre Mulheres que descreve a vida das carcerárias da Penitenciá-ria Feminina Colméia em Brasília “Os presídios foram pensados e desenha-dos para homens. São instituições masculinas. As mulheres que vivem em presídios enfrentam camadas de silenciamento e de resistências de maior dificuldade do que os homens” . E ela ainda discorre sobre a questão emocional sobre a relação mãe filhos e o rompimento desse cordão nos pre-sídios “ Vi as cenas de entrega dos filhos para adoção ou para a família no forum. Foram momentos muito sensíveis, mas não só para mim: para a própria mulher, para a criança miú-da, para os jalecos brancos e os cole-tes pretos. Para todas nós, aquela era uma cena de profundo desamparo, pois gritavam os sem sentidos da pri-são e como aquele era um modelo de castigo ainda mais perverso para as mulheres. Por isso, costuma-se dizer, na literatura acadêmica, que há uma adicional de pena para as mulheres no sistema: a elas há ainda a dor da se-paração dos filhos, pois, socialmente, as relações de cuidado e de dependên-cia são de sua responsabilidade”.

Infelizmente pouco se sabe sobre onde procurar ajuda ou apoio gratui-to para parte da população feminina, muitos grupos tem se mobilizado, mas a jornada ainda é longa.

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Procure no Facebook a página Primeiro assédio e acompanhe depoimentos de mulheres que foram violentadas de alguma forma. As fundadoras da página oferecem acompanhamento à delegacia e recomendação de psicólogo gratuito.

Kamilia Fialho

Feminismo em alta, a onda de movimentos toma conta do País.

Jean Marques

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25Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

Seu cabelo não é igual ao meuCresce o número de modelos negras que aderiram ao cabelo afro no Brasil

Lucas Rodrigues

Cabelos crespos são sinônimo de naturalidade assumida. Aos poucos, a sociedade vem dei-

xando a onda da chapinha e escova progressiva e adotando os estilos afros, black e cacheados. Foi isso o que aconteceu na 39° edição do SPFW – São Paulo Fashion Week, onde várias modelos aderiram aos cachos e fizeram sucesso nas pas-sarelas.

Ao passo que a mídia mostra a transição que modelos e atrizes negras passaram até assumir a sua própria identidade, isso vem servindo de inspiração para várias pessoas que antes alisavam os ca-belos para se sentir incluída na so-ciedade.

A fotógrafa Emanuelle Sena, 21 anos, confessa que alisava os cabe-los na infância para se sentir aceita pela comunidade. “Já alisei o cabelo por vergonha do volume, mas de-cidi parar, pois percebi que estava detonando meu cabelo para ser quem eu não era, para entrar num padrão que eu não me encaixava. Decidi deixá-lo crescer como ele é. Gostei e me redescobri”.

A cabeleireira Juliana Carolina, 23 anos, começou a alisar os ca-belos aos 10 anos, e só depois de receber ajuda de alguns amigos adeptos do estilo afro resolveu assumir seu estilo natural. “Em 2012, comecei a frequentar lugares onde várias pessoas tinham cabelos afros e black power. Eu via naque-les estilos uma grande admiração e isso serviu de incentivo para que eu também assumisse a minha identi-dade. Então parei de alisar o cabelo e resolvi deixá-lo crescer natural-mente até assumir o meu cabelo Black em 2013”.

Após Juliana ter recebido ajuda, a jovem abriu um salão de beleza afro direcionado para o público ne-gro e especializado em cuidar de cabelos crespos, black e anelados. “É comum encontrar pessoas com

histórias parecidas com a minha. Fico feliz quando alguém decide assumir a sua identidade e manter o seu cabelo natural. Sinto-me na obrigação de mostrar os benefícios que temos em sermos crespas e de nos impor perante uma socieda-de preconceituosa, tanto nas ruas quanto nos locais de trabalhos”, afirma.

Para a blogueira May Diniz, 28 anos, o ambiente de trabalho é um dos locais mais propícios de terem preconceito. “É comum presenciar olhares tortos e preconceituosos nos locais de trabalhos. Já per-di as contas de quantas mulheres foram obrigadas a prender os ca-

Mulheres fazem campanha sobre cabelo afro no metrô.

belos e esconder a sua identidade por medo de perder o emprego e comprometer a renda familiar. A sociedade precisa compreender que a mulher negra cansou de ser do-mada e abafar os seus cabelos em coques apertados. Nós negras esta-mos cada dia mais poderosas”.

Atualmente, ela utiliza as redes sociais para promover campanhas que incentivam as pessoas a mos-trar a sua verdadeira identidade. “Percebi que faltava ajuda direcio-nada para o público negro, então resolvi utilizar as redes sociais em diferentes plataformas para com-partilhar dicas e experiências sobre o assunto”, conta.

“Decidi deixá-lo crescer como ele é. Gostei e

me redescobri” Emanuelle Sena

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Lucas Rodrigues

Lucas Rodrigues

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26 Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

Estreia de “Das Raízes às Pontas”O curta-metragem documentário aborda o resgate das raízes negras a partir dos cabelos crespos

Leandro Lopo

O curta-metragem documentário teve sua primeira exibição na úl-tima terça feira (dia 17), no Cine

Brasília. Além da exibição do filme, a estreia contou com uma exposição, feira afro e com a presença dos DJs Deejay LM e DJ Donna.

O curta-metragem documentá-rio tem a direção da Flora Egécia, a realização do Estúdio Cajuína e LENI e com o apoio do Fundo de Apoio a Cultura (FAC-DF), Tauá Produção Cul-tural, Clínica dos Cachos, OZI Escola de Audiovisual e da Faculdade de Co-municação da Universidade de Brasília (UnB). Conta com a participação de 12 entrevistados, dentre eles, a primeira ganhadora do The Voice Brasil, Ellen Oléria e a atriz Sheron Menezzes. As gravações foram feitas em Brasília e no Rio de Janeiro.

“Das raízes às Pontas é um curta--metragem documentário que aborda o resgate das raízes negras a partir dos cabelos crespos. O filme propõe es-timular o público a se relacionar bem com o cabelo na forma natural e, con-sequentemente, promover a aceitação e a aproximação com a origem de sua cultura”.

O filme relata a educação afirmati-va dos cachos de Luíza, uma menina de 12 anos. A partir da história dela, outros registros formam a estrutura geral do documentário. “Foram convi-dados a emprestar suas histórias, por meio de entrevistas, personagens com diferentes trajetórias de vida que apre-sentam suas experiências e a forma como se relacionaram com seus cabe-los, da infância aos dias atuais”.

“Das Raízes ás Pontas” também aborda um assunto educacional, a Lei 10.639/03, que trata a obrigatoriedade do ensino da História Afro-Brasileira e Africana nas escolas.

De saia branca, a diretora do filme, Flora Egécia com a equipe de produção.

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27Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

Franca Vilarinho

A exposição intitulada “Os si-nais e as coisas”- Das foguei-ras á internet, em cartaz até

de janeiro de 2016 no Museu dos Correios, traz um recorte da evolu-ção dos sistemas de comunicação do Brasil do século 19 até os dias atuais. A mostra conta com 220 fotografias, textos, e até um auto-móvel que pertenceu ao Marechal Rondon. A visitação fica até 25 de janeiro de 2016 com a possibilidade de prorrogação. E é gratuita.

Segundo o curador da mostra, Bernar Arridad, a exposição pare-ce dizer ao visitante “Olha gente, o correio participou de todo o de-senvolvimento tecnológico para que hoje você tenha um telefone com whatsapp”.

Para ele, a maneira como a ex-posição foi produzida e a sua dinâ-mica possibilitam a vinda de esco-las e comunidade em geral, Bernar explica que a proposta da exposição é fazer uma interação com os dias atuais, porque a telegrafia começou no século 19 e terminou no sécu-lo 20 com o advento dos compu-tadores, “Os jovens não conhecem o telegrafo, por isso nos utilizamos alguns artifícios, como por exem-plo, a transmissão instantânea de mensagens através do whatsapp que dinamizar a exposição e atrai gente que nem tinha nascido no período que o telegrafo funcionava a todo vapor no século passado”, afirmou o curador. Esta estratégia segundo ele tem atraindo um nu-mero significativo de escolas publi-cas e até pacientes do Hospital Sa-rah Kubitschek. “Com isso o museu acompanhou o avanço tecnológico e não ficou parado no tempo” con-cluiu.

Histórico

As iniciativas de proteger bens e documentos relacionados aos Cor-reios no Brasil datam do século XIX. O Museu Telegráfico foi criado ain-

Franca Vilarinho

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Das fogueiras à InternetCorreios expõe o sistema de comunicação brasileiro do século 19 ao século 20

da na época do Império pelo Barão de Capanema e reunia fragmentos de cabos submarinos e aparelhos telegráficos, por exemplo. O Museu Postal surgiu em 1889 e colecio-nava documentos e artefatos ex-clusivos dos serviços postais como malas, bolsas e carimbos.

Novo museu

Após um reformulação foi Re-aberto em 25 de janeiro de 2012, proporciona aos visitantes experi-ências nas mais diversas formas de expressões artística e cultural. E assim, se consolida como referencia em conservação, pesquisa e exibi-ção de objetos relativos à história postal e Telegráfica do Brasil.

O acervo de mais de um milhão de peças relacionadas à história postal e telegráfica é fonte primária das exposições que propiciam ao público o encontro com a história do país. A localização privilegiada, no “coração” comercial de Brasília, a entrada gratuita e o fácil acesso, por meio do transporte público são

A analista dos Correios e jor-nalista Marta Ribeiro, fala sobre a história do Museu dos Correios con-fira a entrevista:

O que o visitante encontra no do Museu dos Correios?

O Museu dos Correios preserva a história dos serviços postais e telegráficos e a memória de uma das instituições mais antigas do Brasil, os Correios. Além disso, possui, durante todo o ano, uma programação variada de ativida-des culturais no campo das artes visuais, audiovisual, música e humanidades.

Serviço – Museu CorreiosEndereço: Setor Comercial Sul, quadra quatro, bloco A, n° 256, ed. Apolo, Asa Sul. Brasília/DF Horário: terça a sexta-feira, de 10h às 19h. Sábados, domingos e feriados, de 12h as 18h.Informações e agendamento de visitas: (61) 3213-5076e-mail: [email protected] franca.

Modelo de telégrafo utilizado no século 20 pelos Correios.

Como foi a escolha do prédio para abrigar o espaço?

Em 15 de janeiro de 1980, o antigo prédio da primeira sede dos Correios em Brasília passou a abrigar o Museu Postal e Tele-gráfico, MPT. Tornou-se referência em conservação, pesquisa e exibi-ção de objetos relativos à História Postal e Telegráfica do Brasil, com ênfase especial para a Filatelia na-cional e internacional. Após uma reformulação, foi reaberto em 25 de janeiro de 2012 e proporciona aos visitantes experiências nas mais diversas formas de expressão artística e cultural.

Há algum projeto de expansão

do museu para outras localida-des dentro do Distrito Federal?

Não. Mas os Correios possuem

ainda oito unidades culturais es-palhadas pelo país. A arquitetura histórica dos prédios e a programa-ção variada tornam as visitas mais que especiais. Museu Correios em Brasília, Centro Cultural Correios São Paulo, Centro Cultural Correios Rio de Janeiro, Espaço Cultural Cor-reios Niterói, Espaço Cultural Cor-reios Juiz de Fora, Espaço Cultural Correios Fortaleza, Centro Cultural Correios Salvador e Centro Cultural Correios Recife.

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28 Primeira Pauta - dezembro 2015 - edição única

21ª Conferência do Clima (COP 21)Evento internacional reunirá representantes de Estado para discutir e propor novo acordo climático

Lanna Santana

Do dia 30 de novembro a 11 de dezembro, Paris, na França, irá sediar um dos eventos mais

importantes sobre o meio ambiente, a 21° Conferência do Clima (COP 21). O evento irá reunir representantes de Estado, autoridades locais e agentes não estatais para definir um novo acordo global sobre metas a serem cumpridas em relação ao controle na emissão de gases de efeito estufa.

Na ocasião, será definido o Pro-tocolo de Paris que irá substituir o Protocolo de Kyoto, que entrou em vigor em fevereiro de 2005. O Pro-tocolo de Kyoto tinha acordos es-

tabelecidos para apenas 40 países desenvolvidos. Este novo acordo irá abranger mais países, cerca de 190, que fazem parte da Convenção do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU). No novo acordo de Paris, tanto países desenvolvidos quanto em desenvolvimento passa-rão a ter metas de redução de emis-são de gases de efeito estufa, para redução do aquecimento global e em consequência controlar o aumento da temperatura do planeta em 2ºC.

Segundo dados estimativos da Or-ganização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o

Brasil representa mais de 50% na re-dução global de emissões de carbono entre 2001 e 2015. As emissões, de-vido ao desmatamento, caíram 25% entre 2001 e 2015, passando de 3,9 para 2,9 gigatoneladas (Gt) por ano.

Indústria sustentável

Em setembro deste ano, a Confe-deração Nacional da Indústria (CNI) realizou o evento “CNI Sustentabili-dade”. No encontro, empresários e representantes governamentais bra-sileiros debateram sobre os desafios que a indústria deve enfrentar na

busca de um modelo de desenvolvi-mento que se adapte às mudanças climáticas. Outro tópico abordado foi a construção de estratégias de negó-cios que garantam a competitividade aos empresários do país.

A diretora de relações institucio-nais da CNI, Monica Messenberg, apresentou uma pesquisa realizada neste ano, sobre como os empre-sários tem relação com a sustenta-bilidade e como isso influencia na atividade comercial. Após apresenta-ção do documento, Monica apontou expectativas, “Neste cenário de mu-danças climáticas, há espaço para

soluções e novas tecnologias. Temos que criar uma economia mais resi-liente, reduzindo e gerenciando os riscos”, afirmou.

Outra ação da CNI foi entregar, em setembro, ao Ministério das Relações Exteriores o documento “Propostas da indústria brasileira para o novo acordo de mudança do clima”, com contribui-ções do setor industrial para a agenda de mudanças climáticas. A expectativa é que representantes governamentais brasileiros considerem as sugestões do setor nas negociações da 21° Confe-rência das Partes da ONU sobre Mu-danças Climáticas, a COP-21.

Monica Messenberg, apresentou uma pesquisa sobre como os empresários tem relação com a sustentabilidade e como isso influencia na atividade comercial.

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