Jornal Patrimônio da Comunidade - Bagé/RS

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da comunidade www.damayaespacocultural.art.br 17/12/12 nº10 BAGÉ-RS Brasil Segunda-Feira Informe Comercial Onde o privado invade o púb l ico Q uem já visitou os países desenvolvidos, tem um desafio: Lembrar de alguma ocupação do espaço público pela iniciativa privada, na América do Norte ou na Europa, como acontece em Bagé. Seja através de construções irregulares ou de propagandas de mau gosto que invadem as ruas e praças da cidade. Edição Especial

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Jornal Patrimônio da Comunidade - Bagé/RS

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da comunidadewww.damayaespacocultural.art.br

17/12/12

nº10

BAGÉ-RSBrasilSegunda-Feira

Informe Comercial

Onde o privado invade o público

Quem já visitou os países desenvolvidos, tem um desafi o: Lembrar de alguma ocupação do espaço público pela iniciativa privada, na América do Norte ou na Europa, como acontece em Bagé. Seja através de construções irregulares ou de propagandas de mau gosto que invadem as ruas e praças da cidade.

Edição Especial

A essência do Natal é afeto. Por isso, o Patrimônio da Comunidade homenageia as primeiras casas que enfeitam o coletivo em Bagé nesse dezembro de 2012. Afi nal, uma casa de verdade, abriga muito mais do que paredes sólidas e iluminação interna. Aqueles que acreditam e praticam o espírito de Natal durante 365 dias, todos os anos, é que iluminam essa comunidade.

Patrimônio da comunidade

Informe Comercial

BAGÉ, SEGUNDA-FEIRA,17 DE DEZEMBRO DE 2012

A luminosidade do afeto João Telles com General Sampaio

General Osório

Avenida Marechal Floriano Rua 18 de maio Rua Juvêncio Lemos

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Parabenizamos também a Associação Comercial e Industrial de Bagé (ACIBA) e parceiros pela iniciativa do projeto Luzes no Pampa.

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Patrimônio da comunidade2

Informe Comercial Editorial /

Uma construção sólida é fruto do amor ao trabalho, paixão, modéstia e fi delidade. Com essas ferramentas, se constroi de fato. Seja uma família, uma obra, ou, uma comunidade. E, na verdade, o material de primeira é escolhido a partir desse com-prometimento.

Inúmeras crônicas do jornalista Cláudio Abramo resultaram no livro a “Ética do marceneiro” e, aquela que dá nome à obra ilustra, muito bem, esse tipo de construção. Abramo ressalta que a ética de um jornalista é a mesma de um marceneiro. Ou seja, o código de conduta é o mesmo em todas as profi ssões.

Assim, se constroi e preserva a história de uma comunidade. Agentes comprometidos com a memória e o espírito do lugar podem e devem iluminar. E, com alegria.

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NTE

Produção Patrimônio da Comunidade é uma publicação especial produzida pelo Da Maya Espaço Cultural em apoio ao Movimento de Resistência à Destruição do Patrimônio Histórico de Bagé.

Endereço Rua General Osório, 572 / Anexo Bagé RS Brasil CEP 96400.100 / Telefone (53) 3311.1874

Site www.damayaespacocultural.art.br

Luciana Cano Casarotto*

Afetos constroem coisas belas

Jornalista ResponsávelAngelina Quintana - Reg. Prof.5305CapaAcervo do Museu Dom Diogo de Souza e Cristiano LameiraProjeto Gráfi coAna Remonti RossiImpressãoGráfi ca do jornal Zero Hora -Av. Ipiranga 1075 Porto AlegreTiragem5000 exemplares

Como se mede o tempo

BAGÉ, SEGUNDA-FEIRA,17 DE DEZEMBRO DE 2012

* Promotora de Justiça Especializada de Bagé

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{omo se mede o tempo? Por anos? Por dias? Por horas? Por conquistas? Por derrotas? Como medir o tempo que passamos

nesta cidade tão singular como Bagé? Cidade que acolhemos e que nos aco-lheu de maneira tão afetiva... Mas a vida é dinâmica, e o que era para durar cin-co, dez anos, durou menos de três. Uma pena? Pode ser. Mas uma experiência inesquecível, também. Que deixou mar-cas profundas na alma e na maneira de vermos a História e o desenvolvimento de nosso Estado. De entendermos ra-zões profundas para comportamentos arraigados ancestralmente nas gentes dessa nossa aldeia. Sim, permitam-me os bageenses “da gema” de tratá-los como iguais. E a decisão de apropria-ção da cidade não se deu aos poucos, mas sim veio aos borbotões, sem pos-sibilidade de qualquer resistência. E ini-ciou-se, sem sombra de dúvidas, pela admiração do conjunto do patrimônio histórico que enfeita seu território.

Durante o decurso do trabalho em de-fesa pelo patrimônio histórico, ecoan-do um grito antigo de socorro da co-munidade, várias foram as surpresas, negativas e positivas. Muitos foram os dias de desilusão, com a nítida impres-são de “nadar contra a maré”. Mas a certeza de que o caminho escolhido era o correto, que a preservação histó-rica e arquitetônica alia-se diretamente ao desenvolvimento de um povo, foi a responsável pela manutenção do rumo. O combustível, por sua vez, veio de pessoas especiais, sensíveis, preo-cupadas com nosso destino, uma vez que o desenvolvimento de um povo não pode ser simplesmente medido pelo lucro que uns têm em detrimento de todos.

Como acreditar que somente a cons-trução de prédios, com projeto dis-sociado da identidade de uma co-munidade, tendo por preocupação exclusiva a maximação de lucros para quem os constroem, pode sobrepor-se à memória afetiva de uma comunidade inteira, à própria História?

De regra, radicalismos não levam a lugar algum. De parte a parte. Hoje, olhando para trás, acredito que o tra-

balho desenvolvido pelo Ministério Público no período em que estive à frente da Promotoria de Justiça Espe-cializada, auxiliou a todos a enxergar que no meio reside a virtude. Cons-trução de prédios, sim! Mas sempre tendo por norte a preocupação esté-tica, arquitetônica, de harmonização com as nossas raízes. Não meros caixotes de concreto armado! Pre-servação daquilo que é interessante para a comunidade, com sua remo-delação, se necessário, para o atingi-mento de novos objetivos. Não uma cidade parada no tempo, onde não se possa sequer trocar uma lâmpa-da, uma telha.

Deixo, assim, a minha Bagé de pei-to aberto, com a esperança de que tenha conseguido fazer a parte que me cabia, sempre pronta para auxi-liar, ainda que de longe. E, respon-dendo, à pergunta inicial, gosto de acreditar que a passagem do tempo se mede pelas experiências vividas. Sendo assim, os quase três anos du-raram muito, mas muito mais. Quem duvida?

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Informe Comercial

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Até os anos 80, Bagé fi gurava no cenário nacional como um dos pólos da criação de cavalos crioulos. Mas, já na década de 70, o município começou a receber o investimen-to de empresários cariocas do turfe. Hoje, a criação de PSI representa um dos três prin-cipais pilares da economia de Bagé. O que signifi ca a criação de 500 novos empregos dire-

tos gerados pelos haras e algumas centenas de

indiretos como marceneiros, caminhoneiros, tra-

toristas, aramadores, predreiros,paisagistas, jardineiros e entre outros.

A empresária Zuleika Borges Torrealba con-sidera que esses investidores trouxeram um frescor à mentalidade dos produtores rurais de Bagé. O que representou, ao mesmo tempo, uma abertura à cadeia produtiva. Cita, como exemplo, os investimentos no aprimoramento genético do gado de leite e corte, na vitivinicultura, produção de olivei-ras e também valorizou os verdadeiros ho-mens do campo que continuam investindo no cavalo crioulo e que valorizam o trabalho. Haras Doce ValeHaras Sant’Anna

Uma nova forma de pensar Bagé

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Informe Comercial

D.Zuleika O sucesso é viver icas de

Estamos chegando a nossa última con-versa de 2012. Foi um ano de luta, traba-lho, mas o sucesso não nos abandonou. Nosso lema, resultado da nossa vivência de oito décadas, ensinou-nos: sucesso chega e é daquele que consegue fi car vivo. Paciência, a humildade, a capaci-dade de fazer face aos tropeços do dia a dia e as surpresas indesejadas, soma-dos, e devidamente equilibrados chegam fácil à sobrevivência.

Tudo que contamos e procuramos transmi-tir até agora, é que o ser humano usando seu DNA, e a herança de origem e meio, usado de forma equilibrada dá certo. Te-mos que ser sérios, corretos e fazer o melhor. Não existem má sorte e azar, são supertições tolas. Existe sim a vontade de fazer o certo, o bom, a decência, enfi m a procura do melhor que posto em prática não há inimigo e nem mal que destrua. A verdade sobre nada principalmente num pais imaturo e subdesenvolvido como o nosso que procura desesperadamente

Tudo que tentamos passar adiante foi que temos um enorme compromisso com o nosso corpo e com aqueles que nós geramos ou com aqueles que ainda pretendemos gerar. Aos jovens gostaría-mos de ensinar que o nosso exemplo de comida saudável e limpa tem nos man-tido inteiros não importa o quanto difícil tenha sido. Até hoje estamos ganhando das bactérias, das crises de falta total de imunidade que quase nos derrubaram e nas consequências nefastas da quimio-terapia. Deram nos alguns dias de férias para recuperação, ainda não estamos bem mas já podemos sonhar com o pró-ximo ano bem melhor. E aos da minha geração peço coragem, vontade de viver e ter sempre muitos projetos, não importa a idade que tenham.

Para terminarmos esses nossos votos de Natal e Fim de Ano, vamos imitar a arte maior dos nossos dias que é o cinema: tudo acaba em happy end e o mocinho ganha a mocinha selado com o beijo clássico...

não se afogar na corrupção e que come-ça a deslumbrar a luz tênue no fi m no túnel.

A descoberta mágica que somos melhores do que pensamos e que podemos, é uma sensação maravilhosa ao chegarmos lá! O ser humano é imbatível desde que tenha saúde mental, o equilíbrio é a meta maior de realização de ser normal. Ao despertar-mos agradecemos a herança de educa-ção e exemplos pois temos a certeza que na hora da decisão fi nal faremos o certo. O caminho mais fácil é sempre ilusório o que leva a algum lugar é feito de desgaste e luta.

O orgulho de dizer que a escalada foi ár-dua mas vencemos. Chegamos a este fi m de ano com a certeza de que estamos vencendo a doença, que o preço está sendo bastante alto mas não nos derru-bou. Chegaremos a Bagé para nossa úl-tima visita de festas e participarmos com nossos colaboradores sempre fi eis e vito-riosos e podemos levantar a cabeça con-tentes que todos cumprimos nosso dever.

“Encerrando o ano, só tenho boa notícias. A luta que travei, nos últimos seis meses, está no começo do � m. Talvez, em janeiro, eu possa dizer que venci mais essa etapa.”

2013 em construção...

O Da MAya Espaço Cultural já prepara a exposição que acon-tece entre os meses de junho e julho, com a proposta de pro-mover uma grande interação com a comunidade. Durante a rápida visita a Bagé o artista plástico capixaba, a designer Thaís Hilal e o responsável técnico pela iluminação da Pousa-da Da Maya Antônio Mendel defi niram as linhas principais do novo trabalho do artista que será desenvolvido, especialmen-te, pensando em Bagé e para começar no Da Maya Espaço Cultural.

_A interação vai se dar através do papel feito à mão. Vamos fazer papel e história com essa exposição. O papel está pre-sente desde o nosso nascimento até à morte. São nossos re-gistros. Portanto, são importantes, antecipa o artista.

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Mendel, Thaís, Eulália e Hilal traçaram as linhas e luzes da exposição de inverno que vem do Espírito Santo

Informe Comercial

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Recanto do Brasil que é berço de

Uma famosa lenda árabe conta que Deus pegou um punhado de areia, chamou o Vento Sul e ordenou que soprasse. Assim, Deus criou o cavalo.”

CAMPEÕESO patrimônio de uma comunidade não se restringe aos bens mensuráveis pelas cota-ções do mercado imobiliário. Por exemplo, Bagé possui um patrimônio singular e que não tem preço. A região situada no paralelo 31, a sudoeste dos 9.372, 614 km² do terri-tório brasileiro, abriga 15 haras que se dedi-cam à criação de cavalos PSI (Puro Sangue Inglês), concentrando cerca de 1,6 mil ani-mais. O que representa quase a metade do plantel brasileiro, que está em torno de 3,7 mil exemplares, criados entre os municípios de Bagé e Aceguá, às margens da BR-153.

Essa parte riograndense oferece além da lu-minosidade ímpar, clima, relevo e solo ideais. O que resulta em estações bem defi nidas, solo rico em nutrientes, com quase 400 di-ferentes espécies de plantas, e um relevo sem grandes ondulações são ideais para criação de um cavalo de corrida. Toda essa topografi a assemelha-se muito a do Estado do Kentucky, nos Estados Unidos, que é um dos maiores produtores de PSI do mundo. Segundo os técnicos da Associação Brasilei-ra de Criadores e Proprietários do Cavalo de Corrida, esse conjunto serve de berço para os grandes campeões nas pistas do Brasil e do mundo.

O Santa Maria de Araras, do banqueiro gaúcho radicado no Rio de Janeiro, Júlio Bozano, é um dos maiores e mais luxuosos da Vieira Souto de Bagé

Haras Bagé do Sul

Haras Old Friends

Fotos Cristiano Lameira

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Quando os convidados do IV Festival Internacional de Cinema da Fronteira visitaram o Da MAya Espaço Cultural, em novembro, o assunto central foi a beleza do patrimônio histórico de Bagé. O diretor e fotógrafo uruguaio, César Charlone, confessou-se encan-tado com a marcante convivência dos estilos português e espanhol que ca-racterizam a arquitetura da cidade.

_ Isso me lembra a Colônia do Sa-cramento, na Argentina, e foi justa-mente esse tipo de arquitetura que tornou esse lugar um ponto cultu-ral e artístico. Da mesma forma, a preservação do centro de Monte-vidéu foi determinante para que o Fernando Meirelles escolhesse a cidade para filmar o “Ensaio sobre a cegueira”. As pessoas precisam tirar a venda dos olhos e entende-rem que preservar a história é in-vestir no turismo e na cultura e isso representa movimentação econô-mica.

Enquanto o jornalista e poeta, Jorge Salomão, percorria o Da MAya Espa-ço Cultural e comemorava o encontro com as obras de arte, dizia-se mara-vilhado com a preservação do patri-mônio arquitetônico e com as ruas largas.

- Nasci em Jequié, no interior da Bahia, e fico triste porque a minha comunidade não respeitou a nossa história. O que era interessante foi co-locado abaixo para imitar as grandes capitais e construíram caixotes. Pes-

Bagé resgata a ótica da beleza

Informe Comercial

4 Patrimônio da comunidadeBAGÉ, SEGUNDA-FEIRA,17 DE DEZEMBRO DE 2012

As pessoas precisam tirar a venda dos olhos e entenderem que preservar a história é investir no turismo e na cultura e isso representa movimentação econômica.”

Bagé tem um astral muito bom. A gente só tem uma vida e temos que enfeitá-la.”“

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soas ignorantes não respeitam a deli-cadeza das coisas. Bagé tem um astral muito bom. A gente só tem uma vida e temos que enfeitá-la.

Salomão aprofunda-se na poesia e vai mais longe.

_Achei Bagé uma cidade muito bacana. Tem um frescor no ar muito bom. Parece que a população daqui já entendeu que a preser-vação nada tem a ver com o parar no tempo. O contemporâneo pode e, deve, conviver com a memória e a história que existe nesse lugar e esparrama-se em suas ruas largas.

Informe Comercial

Patrimônio da comunidadeBAGÉ, SEGUNDA-FEIRA,17 DE DEZEMBRO DE 2012 9

A Cabanha da Maya é exemplo. Por isso, as fêmeas da raça Jersey foram re-cebidas com honra de grandes estrelas, com direito a batedores e buzinaço, na chegada a Bagé nesta quarta-feira. A Cabanha da Maya conquistou o penta-campeonato como criador e o tetracam-peonato com a exibição da melhor vaca da raça Jersey na 6 ª Feira Internacional da Cadeira Produtiva do Leite (Feileite), realizada de 19 a 23 de novembro, em São Paulo, no Parque de Exposições Imigrantes.

Se não fosse a grande à comitiva e ao bu-zinaço, o boiadeiro que chegou às 14 h no trevo de acesso a Bagé seria, apenas, mais um chegando à cidade. No entanto, ele trazia estrelas como Ana Ivone Valen-tin da Cabanha da Maya (4 anos), Grande Campeã Nacional de 2012, em morfologia. Hortelã 831 Big Show Da Maya, a Terceira Melhor Vaca do Brasil. E, ainda, nada me-nos do que a melhor fêmea jovem do país, Irene 909 Dominic Da Maya, que é filha da clone Excelência, e que foi clonada de Gr CH Responses Wonder em 2010.

Pentacampeãs brasileiras da raça Jersey retornam à Cabanha da Maya

Na verdade, é a consagração do trabalho de todos nós. Cerca de 50 trabalhadores foram envolvidos, de forma direta, nessa conquista. Estamos sempre juntos.”

Chico Viera

As grandes vencedoras da 6 ª Feira Internacional da Cadeira Produtiva do Leite foram recebidas na entrada da cidade com uma carreata

Diante desse quadro, a Cabanha da Maya conquistou o pentacampeonato alternado como criador (2006, 2008, 2009, 2011 e 2012), e o tetracampeonato com a exibi-ção da melhor vaca, sendo um troféu con-quistado em 2008, o os demais em sequ-ência nos anos de 2010, 2011 e 2012.

Com muito entusiasmo e simplicidade, o ad-ministrador da Cabanha da Maya, Chico Vie-ra, observa que só foi possível chegar a esse resultado porque a equipe é muito afinada.

_Na verdade, é a consagração do traba-lho de todos nós. Cerca de 50 trabalha-dores foram envolvidos, de forma direta, nessa conquista. Estamos sempre juntos. Desde os que estiveram em São Pau-lo defendendo a Cabanha da Maya até aqueles que trabalham, todos os dias, para criar esses animais de excelência.

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Certi� cado de Origem

Informe Comercial

Patrimônio da comunidadeBAGÉ, SEGUNDA-FEIRA,17 DE DEZEMBRO DE 20128

Quando foi realizada a reciclagem do casarão construído no Século XIX que abriga a Pousada Da Maya, o porão não existia. Havia um pequeno espaço que servia como ventilação. O projeto arqui-tetônico foi desenvolvido pela arquiteta Eulália Anselmo em conjunto com a em-presa Pampa Gaúcha, formada pelos sócios Márcio Porcellis e Wanderley So-ares. Eulália explica como surgiu a ideia do restaurante “Porão”.

_Quando tu reciclas um prédio, ele é que tem que te dizer quem ele é. A casa vai falando junto com o garimpo. Fomos es-cavando e vendo que surgia um espaço maravilhoso. Durante 1,6 meses os ope-rários escavaram 1,5 metros de profun-didade. Depois, fi zemos as sapatas de concreto para a sustentação.

A arquiteta observa que há 4,6 meses essa mesma equipe trabalha em con-junto, sendo responsável pelas obras o Espaço Cultural, casa da estância e a pousada. A previsão é de que, até julho de 2013, a parte contemporânea da Pou-sada Da MAya esteja concluída com sete unidades de apart hotel.

_ O desafi o da nossa equipe foi manter a identidade do porão e resgatar o espíri-to do lugar. Além do reaproveitamento do material que encontramos, a Dona Zuleika vai garimpando coisas antigas por onde anda e a obra vai-se construindo. Mas nada disso aconteceria sem o bom gosto e a cultura da Dona Zuleika, sintetiza Eulália.

Segredos e sabores no Porão

Até mesmo o cardápio do Porão está em permanente construção, colhendo novas ideias e experimentando novos sabores. Ele vai-se aprimorando com as sugestões dos clientes, mas com a ga-rantia de qualidade das mãos da Chef Simone Lebedeff.

Grande parte dos produtos são oriun-dos da Cabanha Da Maya. Como a car-ne de cordeiro, queijos (fontina, quartiro-lo, frescal, parmesão e queijo de cabra), verduras hidropônicas, manjericão e ou-tras especiarias colhidas diretamente da

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horta, azeite de oliva Arbechina produ-zido no Chile por Zuleika Torrealba. As massas, pães e quiches são oferecidos através da parceria com Da Castellana.

_O nosso cardápio está sendo uma ex-periência nova que passa pelas mãos de pessoas talentosas e gosto refi nado.

O Porão funciona de segundas a sábados, das 18h30min à meia noite na Rua Gene-ral Sampaio, 300. Reservas, pelos telefones: (53) 3311.1874 (horário comercial) e (53) 3312.1203 (18h às 20h30min).

O ambiente requintado e acolhedor, com uma iluminação perfeita, alia-se ao cardápio sofi sticado

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5Patrimônio da comunidadeBAGÉ, SEGUNDA-FEIRA,17 DE DEZEMBRO DE 2012

Novembro de 2012 encerrou de forma emblemática e histórica na esquina das avenidas Marechal Floriano e Presiden-te Vargas. A inauguração da Casa Her-mosa, no dia 30, foi a consagração de que é possível integrar preservação do patrimônio histórico com desenvolvimen-to. Há dois anos um grupo de manifes-tantes, numa tarde quente de dezembro, realizava o abraço simbólico ao antigo casarão para garantir a sua preservação. O Ministério Público interviu e respaldou a manifestação. Nesse mesmo espaço, agora preservado, instala-se uma moder-na loja de móveis que ilumina o local ge-rando novos empregos e movimentando a economia de Bagé.

O publicitário Paulo Pacheco falou em nome de seus sócios e explicou porque decidiram apostar nesse projeto.

_Saí de Bagé para estudar e voltei para investir porque sou comprometido com a nossa comunidade. Abraçar essa esqui-

A força do abraço na resistência da identidade

na foi uma forma de retribuir o meu cari-nho à cidade.

Para a irmã de Pacheco e presidente da Federação Nacional das Apaes e Secretá-ria Municipal de Acessibilidade e Inclusão Social de Porto Alegre, Aracy da Silva Ledo, essa escolha não surpreendeu a família.

_Ele é o irmão que cuida da gente. As-sim como cuida da família, se preocupa com tudo que se refere à comunidade. Portanto, em relação ao patrimônio his-tórico não poderia ser diferente.

A professora Elvira Nascimento falou em nome do grupo Ecoarte ressaltando que Bagé vive um momento de resistên-cia de sua identidade.

_Por isso é importante que os bage-enses preservem suas casas e res-guardem suas almas. As casas sim-bolizam a nossa identidade e a alma de uma cidade é feita de memória, beleza e afetos. Voltar aqui essa noi-te representa que a nossa luta de 25 anos não foi em vão.

Ao analisar esse processo a diretora de criação do Da Maya Espaço Cultural Eulália Anselmo é bastante sintética.

_Empilhar tijolos é construção. Arqui-tetura é alma.

Em 2010, um grupo de manifestantes cercou o prédio formando uma corrente de proteção

O escritório do arquiteto Alexandre Sant’Anna foi responsável pela intervenção contemporânea

“Empilhar tijolos é construção.

Arquitetura é alma.” Eulália Anselmo

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Foto Cristiano Lameira

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A privatização do espaço público Informe Comercial

Patrimônio da comunidadeBAGÉ, SEGUNDA-FEIRA,17 DE DEZEMBRO DE 2012

Informe Comercial

Patrimônio da comunidadeBAGÉ, SEGUNDA-FEIRA,17 DE DEZEMBRO DE 20126 7

_Se formos fazer um roteiro pelo mundo,

fi ca difícil ver coisa parecida nos Estados

Unidos e Europa tipo essas construções

que tomam conta do espaço público. E

olha que eu já viajei muito. Até arrisco

dizer que essa prepotência da iniciativa

privada deve ser reminiscência do coro-

nelismo. Não entendo como as pessoas

podem pensar que podem instalar uma

barraquinha onde bem entendem e os

taxistas são os que gritam mais, critica.

A empresária vai mais longe em sua

análise. A instalação até mesmo de cai-

xas d’água em plena avenida Sete de

Setembro é inconcebível.

_Eu entendo que estão conspurcando o

bom gosto da população que vai fazer

Bagé entrar no Guiness Book pela mais

ridícula ocupação do espaço público.

Assim, ocorre uma prostituição da nos-

sa pobre cidade. Será que é uma moda

plantada? Será que existe algum brasi-

leiro que acredita que é possível aumen-

tar o PIB (Produto Interno Bruto) com a

favelização do espaço público? Pra mim,

é o trunfo do mau gosto e da falta de

respeito, encerra.Ace

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Oprocesso de invasão do espaço público

pela iniciativa privada nas principais

praças e ruas centrais de Bagé já

começou há décadas, mas acelerou-se

nos últimos anos. A empresária Zuleika

Borges Torrealba classifi ca esse tipo de

instalação um falta de respeito com os

cidadãos que pagam impostos.Calçadão

Praça Carlos Gomes

Praça Silveira Martins

Praça Silveira Martins

Praça Rio Branco (Esporte) Rua Bento Gonçalves

Avenida General Osório

Calçadão

Rua Monsenhor Costábile Hipólito Rua Melanie Granier

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A privatização do espaço público Informe Comercial

Patrimônio da comunidadeBAGÉ, SEGUNDA-FEIRA,17 DE DEZEMBRO DE 2012

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Patrimônio da comunidadeBAGÉ, SEGUNDA-FEIRA,17 DE DEZEMBRO DE 20126 7

_Se formos fazer um roteiro pelo mundo,

fi ca difícil ver coisa parecida nos Estados

Unidos e Europa tipo essas construções

que tomam conta do espaço público. E

olha que eu já viajei muito. Até arrisco

dizer que essa prepotência da iniciativa

privada deve ser reminiscência do coro-

nelismo. Não entendo como as pessoas

podem pensar que podem instalar uma

barraquinha onde bem entendem e os

taxistas são os que gritam mais, critica.

A empresária vai mais longe em sua

análise. A instalação até mesmo de cai-

xas d’água em plena avenida Sete de

Setembro é inconcebível.

_Eu entendo que estão conspurcando o

bom gosto da população que vai fazer

Bagé entrar no Guiness Book pela mais

ridícula ocupação do espaço público.

Assim, ocorre uma prostituição da nos-

sa pobre cidade. Será que é uma moda

plantada? Será que existe algum brasi-

leiro que acredita que é possível aumen-

tar o PIB (Produto Interno Bruto) com a

favelização do espaço público? Pra mim,

é o trunfo do mau gosto e da falta de

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Oprocesso de invasão do espaço público

pela iniciativa privada nas principais

praças e ruas centrais de Bagé já

começou há décadas, mas acelerou-se

nos últimos anos. A empresária Zuleika

Borges Torrealba classifi ca esse tipo de

instalação um falta de respeito com os

cidadãos que pagam impostos.Calçadão

Praça Carlos Gomes

Praça Silveira Martins

Praça Silveira Martins

Praça Rio Branco (Esporte) Rua Bento Gonçalves

Avenida General Osório

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Rua Monsenhor Costábile Hipólito Rua Melanie Granier

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Certi� cado de Origem

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Quando foi realizada a reciclagem do casarão construído no Século XIX que abriga a Pousada Da Maya, o porão não existia. Havia um pequeno espaço que servia como ventilação. O projeto arqui-tetônico foi desenvolvido pela arquiteta Eulália Anselmo em conjunto com a em-presa Pampa Gaúcha, formada pelos sócios Márcio Porcellis e Wanderley So-ares. Eulália explica como surgiu a ideia do restaurante “Porão”.

_Quando tu reciclas um prédio, ele é que tem que te dizer quem ele é. A casa vai falando junto com o garimpo. Fomos es-cavando e vendo que surgia um espaço maravilhoso. Durante 1,6 meses os ope-rários escavaram 1,5 metros de profun-didade. Depois, fi zemos as sapatas de concreto para a sustentação.

A arquiteta observa que há 4,6 meses essa mesma equipe trabalha em con-junto, sendo responsável pelas obras o Espaço Cultural, casa da estância e a pousada. A previsão é de que, até julho de 2013, a parte contemporânea da Pou-sada Da MAya esteja concluída com sete unidades de apart hotel.

_ O desafi o da nossa equipe foi manter a identidade do porão e resgatar o espíri-to do lugar. Além do reaproveitamento do material que encontramos, a Dona Zuleika vai garimpando coisas antigas por onde anda e a obra vai-se construindo. Mas nada disso aconteceria sem o bom gosto e a cultura da Dona Zuleika, sintetiza Eulália.

Segredos e sabores no Porão

Até mesmo o cardápio do Porão está em permanente construção, colhendo novas ideias e experimentando novos sabores. Ele vai-se aprimorando com as sugestões dos clientes, mas com a ga-rantia de qualidade das mãos da Chef Simone Lebedeff.

Grande parte dos produtos são oriun-dos da Cabanha Da Maya. Como a car-ne de cordeiro, queijos (fontina, quartiro-lo, frescal, parmesão e queijo de cabra), verduras hidropônicas, manjericão e ou-tras especiarias colhidas diretamente da

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horta, azeite de oliva Arbechina produ-zido no Chile por Zuleika Torrealba. As massas, pães e quiches são oferecidos através da parceria com Da Castellana.

_O nosso cardápio está sendo uma ex-periência nova que passa pelas mãos de pessoas talentosas e gosto refi nado.

O Porão funciona de segundas a sábados, das 18h30min à meia noite na Rua Gene-ral Sampaio, 300. Reservas, pelos telefones: (53) 3311.1874 (horário comercial) e (53) 3312.1203 (18h às 20h30min).

O ambiente requintado e acolhedor, com uma iluminação perfeita, alia-se ao cardápio sofi sticado

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Novembro de 2012 encerrou de forma emblemática e histórica na esquina das avenidas Marechal Floriano e Presiden-te Vargas. A inauguração da Casa Her-mosa, no dia 30, foi a consagração de que é possível integrar preservação do patrimônio histórico com desenvolvimen-to. Há dois anos um grupo de manifes-tantes, numa tarde quente de dezembro, realizava o abraço simbólico ao antigo casarão para garantir a sua preservação. O Ministério Público interviu e respaldou a manifestação. Nesse mesmo espaço, agora preservado, instala-se uma moder-na loja de móveis que ilumina o local ge-rando novos empregos e movimentando a economia de Bagé.

O publicitário Paulo Pacheco falou em nome de seus sócios e explicou porque decidiram apostar nesse projeto.

_Saí de Bagé para estudar e voltei para investir porque sou comprometido com a nossa comunidade. Abraçar essa esqui-

A força do abraço na resistência da identidade

na foi uma forma de retribuir o meu cari-nho à cidade.

Para a irmã de Pacheco e presidente da Federação Nacional das Apaes e Secretá-ria Municipal de Acessibilidade e Inclusão Social de Porto Alegre, Aracy da Silva Ledo, essa escolha não surpreendeu a família.

_Ele é o irmão que cuida da gente. As-sim como cuida da família, se preocupa com tudo que se refere à comunidade. Portanto, em relação ao patrimônio his-tórico não poderia ser diferente.

A professora Elvira Nascimento falou em nome do grupo Ecoarte ressaltando que Bagé vive um momento de resistên-cia de sua identidade.

_Por isso é importante que os bage-enses preservem suas casas e res-guardem suas almas. As casas sim-bolizam a nossa identidade e a alma de uma cidade é feita de memória, beleza e afetos. Voltar aqui essa noi-te representa que a nossa luta de 25 anos não foi em vão.

Ao analisar esse processo a diretora de criação do Da Maya Espaço Cultural Eulália Anselmo é bastante sintética.

_Empilhar tijolos é construção. Arqui-tetura é alma.

Em 2010, um grupo de manifestantes cercou o prédio formando uma corrente de proteção

O escritório do arquiteto Alexandre Sant’Anna foi responsável pela intervenção contemporânea

“Empilhar tijolos é construção.

Arquitetura é alma.” Eulália Anselmo

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Foto Cristiano Lameira

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Quando os convidados do IV Festival Internacional de Cinema da Fronteira visitaram o Da MAya Espaço Cultural, em novembro, o assunto central foi a beleza do patrimônio histórico de Bagé. O diretor e fotógrafo uruguaio, César Charlone, confessou-se encan-tado com a marcante convivência dos estilos português e espanhol que ca-racterizam a arquitetura da cidade.

_ Isso me lembra a Colônia do Sa-cramento, na Argentina, e foi justa-mente esse tipo de arquitetura que tornou esse lugar um ponto cultu-ral e artístico. Da mesma forma, a preservação do centro de Monte-vidéu foi determinante para que o Fernando Meirelles escolhesse a cidade para filmar o “Ensaio sobre a cegueira”. As pessoas precisam tirar a venda dos olhos e entende-rem que preservar a história é in-vestir no turismo e na cultura e isso representa movimentação econô-mica.

Enquanto o jornalista e poeta, Jorge Salomão, percorria o Da MAya Espa-ço Cultural e comemorava o encontro com as obras de arte, dizia-se mara-vilhado com a preservação do patri-mônio arquitetônico e com as ruas largas.

- Nasci em Jequié, no interior da Bahia, e fico triste porque a minha comunidade não respeitou a nossa história. O que era interessante foi co-locado abaixo para imitar as grandes capitais e construíram caixotes. Pes-

Bagé resgata a ótica da beleza

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4 Patrimônio da comunidadeBAGÉ, SEGUNDA-FEIRA,17 DE DEZEMBRO DE 2012

As pessoas precisam tirar a venda dos olhos e entenderem que preservar a história é investir no turismo e na cultura e isso representa movimentação econômica.”

Bagé tem um astral muito bom. A gente só tem uma vida e temos que enfeitá-la.”“

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soas ignorantes não respeitam a deli-cadeza das coisas. Bagé tem um astral muito bom. A gente só tem uma vida e temos que enfeitá-la.

Salomão aprofunda-se na poesia e vai mais longe.

_Achei Bagé uma cidade muito bacana. Tem um frescor no ar muito bom. Parece que a população daqui já entendeu que a preser-vação nada tem a ver com o parar no tempo. O contemporâneo pode e, deve, conviver com a memória e a história que existe nesse lugar e esparrama-se em suas ruas largas.

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Patrimônio da comunidadeBAGÉ, SEGUNDA-FEIRA,17 DE DEZEMBRO DE 2012 9

A Cabanha da Maya é exemplo. Por isso, as fêmeas da raça Jersey foram re-cebidas com honra de grandes estrelas, com direito a batedores e buzinaço, na chegada a Bagé nesta quarta-feira. A Cabanha da Maya conquistou o penta-campeonato como criador e o tetracam-peonato com a exibição da melhor vaca da raça Jersey na 6 ª Feira Internacional da Cadeira Produtiva do Leite (Feileite), realizada de 19 a 23 de novembro, em São Paulo, no Parque de Exposições Imigrantes.

Se não fosse a grande à comitiva e ao bu-zinaço, o boiadeiro que chegou às 14 h no trevo de acesso a Bagé seria, apenas, mais um chegando à cidade. No entanto, ele trazia estrelas como Ana Ivone Valen-tin da Cabanha da Maya (4 anos), Grande Campeã Nacional de 2012, em morfologia. Hortelã 831 Big Show Da Maya, a Terceira Melhor Vaca do Brasil. E, ainda, nada me-nos do que a melhor fêmea jovem do país, Irene 909 Dominic Da Maya, que é filha da clone Excelência, e que foi clonada de Gr CH Responses Wonder em 2010.

Pentacampeãs brasileiras da raça Jersey retornam à Cabanha da Maya

Na verdade, é a consagração do trabalho de todos nós. Cerca de 50 trabalhadores foram envolvidos, de forma direta, nessa conquista. Estamos sempre juntos.”

Chico Viera

As grandes vencedoras da 6 ª Feira Internacional da Cadeira Produtiva do Leite foram recebidas na entrada da cidade com uma carreata

Diante desse quadro, a Cabanha da Maya conquistou o pentacampeonato alternado como criador (2006, 2008, 2009, 2011 e 2012), e o tetracampeonato com a exibi-ção da melhor vaca, sendo um troféu con-quistado em 2008, o os demais em sequ-ência nos anos de 2010, 2011 e 2012.

Com muito entusiasmo e simplicidade, o ad-ministrador da Cabanha da Maya, Chico Vie-ra, observa que só foi possível chegar a esse resultado porque a equipe é muito afinada.

_Na verdade, é a consagração do traba-lho de todos nós. Cerca de 50 trabalha-dores foram envolvidos, de forma direta, nessa conquista. Estamos sempre juntos. Desde os que estiveram em São Pau-lo defendendo a Cabanha da Maya até aqueles que trabalham, todos os dias, para criar esses animais de excelência.

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D.Zuleika O sucesso é viver icas de

Estamos chegando a nossa última con-versa de 2012. Foi um ano de luta, traba-lho, mas o sucesso não nos abandonou. Nosso lema, resultado da nossa vivência de oito décadas, ensinou-nos: sucesso chega e é daquele que consegue fi car vivo. Paciência, a humildade, a capaci-dade de fazer face aos tropeços do dia a dia e as surpresas indesejadas, soma-dos, e devidamente equilibrados chegam fácil à sobrevivência.

Tudo que contamos e procuramos transmi-tir até agora, é que o ser humano usando seu DNA, e a herança de origem e meio, usado de forma equilibrada dá certo. Te-mos que ser sérios, corretos e fazer o melhor. Não existem má sorte e azar, são supertições tolas. Existe sim a vontade de fazer o certo, o bom, a decência, enfi m a procura do melhor que posto em prática não há inimigo e nem mal que destrua. A verdade sobre nada principalmente num pais imaturo e subdesenvolvido como o nosso que procura desesperadamente

Tudo que tentamos passar adiante foi que temos um enorme compromisso com o nosso corpo e com aqueles que nós geramos ou com aqueles que ainda pretendemos gerar. Aos jovens gostaría-mos de ensinar que o nosso exemplo de comida saudável e limpa tem nos man-tido inteiros não importa o quanto difícil tenha sido. Até hoje estamos ganhando das bactérias, das crises de falta total de imunidade que quase nos derrubaram e nas consequências nefastas da quimio-terapia. Deram nos alguns dias de férias para recuperação, ainda não estamos bem mas já podemos sonhar com o pró-ximo ano bem melhor. E aos da minha geração peço coragem, vontade de viver e ter sempre muitos projetos, não importa a idade que tenham.

Para terminarmos esses nossos votos de Natal e Fim de Ano, vamos imitar a arte maior dos nossos dias que é o cinema: tudo acaba em happy end e o mocinho ganha a mocinha selado com o beijo clássico...

não se afogar na corrupção e que come-ça a deslumbrar a luz tênue no fi m no túnel.

A descoberta mágica que somos melhores do que pensamos e que podemos, é uma sensação maravilhosa ao chegarmos lá! O ser humano é imbatível desde que tenha saúde mental, o equilíbrio é a meta maior de realização de ser normal. Ao despertar-mos agradecemos a herança de educa-ção e exemplos pois temos a certeza que na hora da decisão fi nal faremos o certo. O caminho mais fácil é sempre ilusório o que leva a algum lugar é feito de desgaste e luta.

O orgulho de dizer que a escalada foi ár-dua mas vencemos. Chegamos a este fi m de ano com a certeza de que estamos vencendo a doença, que o preço está sendo bastante alto mas não nos derru-bou. Chegaremos a Bagé para nossa úl-tima visita de festas e participarmos com nossos colaboradores sempre fi eis e vito-riosos e podemos levantar a cabeça con-tentes que todos cumprimos nosso dever.

“Encerrando o ano, só tenho boa notícias. A luta que travei, nos últimos seis meses, está no começo do � m. Talvez, em janeiro, eu possa dizer que venci mais essa etapa.”

2013 em construção...

O Da MAya Espaço Cultural já prepara a exposição que acon-tece entre os meses de junho e julho, com a proposta de pro-mover uma grande interação com a comunidade. Durante a rápida visita a Bagé o artista plástico capixaba, a designer Thaís Hilal e o responsável técnico pela iluminação da Pousa-da Da Maya Antônio Mendel defi niram as linhas principais do novo trabalho do artista que será desenvolvido, especialmen-te, pensando em Bagé e para começar no Da Maya Espaço Cultural.

_A interação vai se dar através do papel feito à mão. Vamos fazer papel e história com essa exposição. O papel está pre-sente desde o nosso nascimento até à morte. São nossos re-gistros. Portanto, são importantes, antecipa o artista.

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Mendel, Thaís, Eulália e Hilal traçaram as linhas e luzes da exposição de inverno que vem do Espírito Santo

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Recanto do Brasil que é berço de

Uma famosa lenda árabe conta que Deus pegou um punhado de areia, chamou o Vento Sul e ordenou que soprasse. Assim, Deus criou o cavalo.”

CAMPEÕESO patrimônio de uma comunidade não se restringe aos bens mensuráveis pelas cota-ções do mercado imobiliário. Por exemplo, Bagé possui um patrimônio singular e que não tem preço. A região situada no paralelo 31, a sudoeste dos 9.372, 614 km² do terri-tório brasileiro, abriga 15 haras que se dedi-cam à criação de cavalos PSI (Puro Sangue Inglês), concentrando cerca de 1,6 mil ani-mais. O que representa quase a metade do plantel brasileiro, que está em torno de 3,7 mil exemplares, criados entre os municípios de Bagé e Aceguá, às margens da BR-153.

Essa parte riograndense oferece além da lu-minosidade ímpar, clima, relevo e solo ideais. O que resulta em estações bem defi nidas, solo rico em nutrientes, com quase 400 di-ferentes espécies de plantas, e um relevo sem grandes ondulações são ideais para criação de um cavalo de corrida. Toda essa topografi a assemelha-se muito a do Estado do Kentucky, nos Estados Unidos, que é um dos maiores produtores de PSI do mundo. Segundo os técnicos da Associação Brasilei-ra de Criadores e Proprietários do Cavalo de Corrida, esse conjunto serve de berço para os grandes campeões nas pistas do Brasil e do mundo.

O Santa Maria de Araras, do banqueiro gaúcho radicado no Rio de Janeiro, Júlio Bozano, é um dos maiores e mais luxuosos da Vieira Souto de Bagé

Haras Bagé do Sul

Haras Old Friends

Fotos Cristiano Lameira

Page 11: Jornal Patrimônio da Comunidade - Bagé/RS

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Informe Comercial Editorial /

Uma construção sólida é fruto do amor ao trabalho, paixão, modéstia e fi delidade. Com essas ferramentas, se constroi de fato. Seja uma família, uma obra, ou, uma comunidade. E, na verdade, o material de primeira é escolhido a partir desse com-prometimento.

Inúmeras crônicas do jornalista Cláudio Abramo resultaram no livro a “Ética do marceneiro” e, aquela que dá nome à obra ilustra, muito bem, esse tipo de construção. Abramo ressalta que a ética de um jornalista é a mesma de um marceneiro. Ou seja, o código de conduta é o mesmo em todas as profi ssões.

Assim, se constroi e preserva a história de uma comunidade. Agentes comprometidos com a memória e o espírito do lugar podem e devem iluminar. E, com alegria.

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Produção Patrimônio da Comunidade é uma publicação especial produzida pelo Da Maya Espaço Cultural em apoio ao Movimento de Resistência à Destruição do Patrimônio Histórico de Bagé.

Endereço Rua General Osório, 572 / Anexo Bagé RS Brasil CEP 96400.100 / Telefone (53) 3322.2874

Site www.damayaespacocultural.art.br

Luciana Cano Casarotto*

Afetos constroem coisas belas

Jornalista ResponsávelAngelina Quintana - Reg. Prof.5305CapaAcervo do Museu Dom Diogo de Souza e Cristiano LameiraProjeto Gráfi coAna Remonti RossiImpressãoGráfi ca do jornal Zero Hora -Av. Ipiranga 1075 Porto AlegreTiragem5000 exemplares

Como se mede o tempo

BAGÉ, SEGUNDA-FEIRA,17 DE DEZEMBRO DE 2012

* Promotora de Justiça Especializada de Bagé

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{omo se mede o tempo? Por anos? Por dias? Por horas? Por conquistas? Por derrotas? Como medir o tempo que passamos

nesta cidade tão singular como Bagé? Cidade que acolhemos e que nos aco-lheu de maneira tão afetiva... Mas a vida é dinâmica, e o que era para durar cin-co, dez anos, durou menos de três. Uma pena? Pode ser. Mas uma experiência inesquecível, também. Que deixou mar-cas profundas na alma e na maneira de vermos a História e o desenvolvimento de nosso Estado. De entendermos ra-zões profundas para comportamentos arraigados ancestralmente nas gentes dessa nossa aldeia. Sim, permitam-me os bageenses “da gema” de tratá-los como iguais. E a decisão de apropria-ção da cidade não se deu aos poucos, mas sim veio aos borbotões, sem pos-sibilidade de qualquer resistência. E ini-ciou-se, sem sombra de dúvidas, pela admiração do conjunto do patrimônio histórico que enfeita seu território.

Durante o decurso do trabalho em de-fesa pelo patrimônio histórico, ecoan-do um grito antigo de socorro da co-munidade, várias foram as surpresas, negativas e positivas. Muitos foram os dias de desilusão, com a nítida impres-são de “nadar contra a maré”. Mas a certeza de que o caminho escolhido era o correto, que a preservação histó-rica e arquitetônica alia-se diretamente ao desenvolvimento de um povo, foi a responsável pela manutenção do rumo. O combustível, por sua vez, veio de pessoas especiais, sensíveis, preo-cupadas com nosso destino, uma vez que o desenvolvimento de um povo não pode ser simplesmente medido pelo lucro que uns têm em detrimento de todos.

Como acreditar que somente a cons-trução de prédios, com projeto dis-sociado da identidade de uma co-munidade, tendo por preocupação exclusiva a maximação de lucros para quem os constroem, pode sobrepor-se à memória afetiva de uma comunidade inteira, à própria História?

De regra, radicalismos não levam a lugar algum. De parte a parte. Hoje, olhando para trás, acredito que o tra-

balho desenvolvido pelo Ministério Público no período em que estive à frente da Promotoria de Justiça Espe-cializada, auxiliou a todos a enxergar que no meio reside a virtude. Cons-trução de prédios, sim! Mas sempre tendo por norte a preocupação esté-tica, arquitetônica, de harmonização com as nossas raízes. Não meros caixotes de concreto armado! Pre-servação daquilo que é interessante para a comunidade, com sua remo-delação, se necessário, para o atingi-mento de novos objetivos. Não uma cidade parada no tempo, onde não se possa sequer trocar uma lâmpa-da, uma telha.

Deixo, assim, a minha Bagé de pei-to aberto, com a esperança de que tenha conseguido fazer a parte que me cabia, sempre pronta para auxi-liar, ainda que de longe. E, respon-dendo, à pergunta inicial, gosto de acreditar que a passagem do tempo se mede pelas experiências vividas. Sendo assim, os quase três anos du-raram muito, mas muito mais. Quem duvida?

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Patrimônio da comunidadeBAGÉ, SEGUNDA-FEIRA,17 DE DEZEMBRO DE 2012 11

Até os anos 80, Bagé fi gurava no cenário nacional como um dos pólos da criação de cavalos crioulos. Mas, já na década de 70, o município começou a receber o investimen-to de empresários cariocas do turfe. Hoje, a criação de PSI representa um dos três prin-cipais pilares da economia de Bagé. O que signifi ca a criação de 500 novos empregos dire-

tos gerados pelos haras e algumas centenas de

indiretos como marceneiros, caminhoneiros, tra-

toristas, aramadores, predreiros,paisagistas, jardineiros e entre outros.

A empresária Zuleika Borges Torrealba con-sidera que esses investidores trouxeram um frescor à mentalidade dos produtores rurais de Bagé. O que representou, ao mesmo tempo, uma abertura à cadeia produtiva. Cita, como exemplo, os investimentos no aprimoramento genético do gado de leite e corte, na vitivinicultura, produção de olivei-ras e também valorizou os verdadeiros ho-mens do campo que continuam investindo no cavalo crioulo e que valorizam o trabalho. Haras Doce ValeHaras Sant’Anna

Uma nova forma de pensar Bagé

Page 12: Jornal Patrimônio da Comunidade - Bagé/RS

da comunidadewww.damayaespacocultural.art.br

17/12/12

nº10

BAGÉ-RSBrasilSegunda-Feira

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Onde o privado invade o público

Quem já visitou os países desenvolvidos, tem um desafi o: Lembrar de alguma ocupação do espaço público pela iniciativa privada, na América do Norte ou na Europa, como acontece em Bagé. Seja através de construções irregulares ou de propagandas de mau gosto que invadem as ruas e praças da cidade.

Edição Especial

A essência do Natal é afeto. Por isso, o Patrimônio da Comunidade homenageia as primeiras casas que enfeitam o coletivo em Bagé nesse dezembro de 2012. Afi nal, uma casa de verdade, abriga muito mais do que paredes sólidas e iluminação interna. Aqueles que acreditam e praticam o espírito de Natal durante 365 dias, todos os anos, é que iluminam essa comunidade.

Patrimônio da comunidade

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BAGÉ, SEGUNDA-FEIRA,17 DE DEZEMBRO DE 2012

A luminosidade do afeto João Telles com General Sampaio

General Osório

Avenida Marechal Floriano Fabrício Pillar Rua Juvêncio Lemos

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Parabenizamos também a Associação Comercial e Industrial de Bagé (ACIBA) e parceiros pela iniciativa do projeto Luzes no Pampa.

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