Jornal O Claustro 2ª edição 2012

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F ACULDADE DE P SICOLOGIA E C IÊNCIAS DA E DUCAÇÃO DA U NIVERSIDADE DE C OIMBRA VOLUME 2 - 22 DE MARÇO 2012 - BIMESTRAL GRATUITO O C LAUSTRO «Trupes: história antiga ou tradição com vida?» P.8 «Jornadas Transdisciplinares» P.20 «Entrevista ao Represen- tante Nacional na EFPSA» P. 16 SERÁ QUE AS ORDENS (CO)ORDENAM? «As (Des)Ordens que procuram a ordem» P.3

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Page 1: Jornal O Claustro 2ª edição 2012

FACULDADE DE PSICOLOGIA E CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

VOLUME 2 - 22 DE MARÇO 2012 - BIMESTRAL GRATUITO

O CLAUSTRO

«Trupes: história antiga

ou

tradição com vida?»

P.8

«Jornadas

Transdisciplinares» P.20

«Entrevista ao Represen-tante Nacional na EFPSA»

P. 16

SERÁ QUE AS ORDENS (CO)ORDENAM?

«As (Des)Ordens que procuram a ordem» P.3

Page 2: Jornal O Claustro 2ª edição 2012

Editorial

Ficha Técnica Jornal do NEPCE/AAC “O Claustro” [email protected]

Direcção e Edição Rita Nunes Colaborou nesta edição Ana Francisca Marques, Ana Mateus, André Fernandes, Julieta Azevedo, Maria Inês Trindade, Marlene Cardoso, Marta da Concei-ção, Nádia Costa, Pedro Almeida, Pedro Rodrigues, Rita Nunes, Rúben Costa Agradecimento à Direcção da FPCEUC Fotografia de Julieta Azevedo, Marta da Conceição, Nádia Costa, Pedro Rodrigues e Maria Constança Moura Casas Fotografia do frontispício gentilmente cedida por Maria Constança Moura Casas Paginação Rita Nunes Concepção e Produção Pelouro da Cultura do NEPCE/AAC 2010/2011 Impressão PMP -Serviços e Equipamentos Gráficos, Lda; Telefone 239 704 638/ 239 705 114, Fax 239 704 639, e-mail: [email protected] Tiragem 100 exemplares

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Os tempos são difíceis, para todos nós. À nossa volta, vemos

colegas em condições desfavorecidas que perdem as suas Bolsas e a

esperança de terminar o Curso que sempre planearam ter. O mun-

do está instável. Chegamos a casa cansados, e ligamos a televisão

com esperança de nos dar algum descanso, e tudo o que ouvimos

no TeleJornal são más notícias. Nada, neste momento, garante que

aqueles que ainda mantêm um bom nível de vida não sofram uma

reviravolta e o vento os coloque em territórios mais íngremes. Co-

mo um dos vossos colegas escreve nesta Segunda Edição do Jornal

O Claustro, é o «Jogo da vida».

Por estas razões, e mais, é nestas alturas que a voz que tantas

vezes calamos deve ser ouvida. Sem medos, sem vergonha, sem

hesitação. Esta voz é tão válida (senão mais) como a de um político.

E não falo só de “opinarem” sobre as mais recentes políticas aplica-

das, sobre o que se passa no outro lado do Mundo ou sobre o que

se passa tão perto de nós quanto a nossa Faculdade. Estou a falar

também em expressar-nos artisticamente. No fundo o que quero

dizer é…

Aproveitem as formas que vos são oferecidas para o fazer.

Obrigada a todos os que viram no Jornal desta nossa Faculda-

de um ponto de abrigo onde a vossa voz, culta e criativa, possa ser

transmitida, acreditando que será ouvida.

Apreciem esta 2ª Edição do Jornal O Claustro!

PÁGINA 2 O CLAUSTRO

FPCEUC NEPCE/AAC

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Destaque

As (des)Ordens que procuram a ordem Por André Fernandes

A Ordem dos Psicólogos Portugueses Um licenciado acabado de sair do Ensino

Superior questiona-se acerca de vários procedi-mentos burocráticos e necessários à sua prática profissional. Um deles é, sem dúvida, o reco-nhecimento da sua Ordem Profissional, quando ela existe.

Mas afinal o que é uma Ordem Profissional? Uma Ordem Profissional, é uma entidade colectiva de di-reito público, e que no seu di-

reito pratica os actos administrativos necessá-rios ao desempenho das suas funções, assim como aprova os regulamentos previstos na Lei e no seu Estatuto. Por outras palavras, é uma organização constituída por uma colectividade de pessoas que trabalham pelos interesses em comum.

A Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), que viu publicada em 2008 no Diário da República a sua criação e a aprovação do seu Estatuto, ainda tem um largo percurso a cami-nhar no ponto que define uma Ordem Profis-sional. No entanto, a sua formalização já valeu a todos os psicólogos portugueses o Código Deontológico dos Psicólogos Portugueses, que tão importante é em qualquer profissão, e mais ainda quando a profissão em questão se relacio-

na com algo tão valioso quanto a vida humana, e que, por outro lado, procura o seu espaço entre as ciências já há muito tempo instaladas.

Entre 2008 e 2011, a Ordem em questão conseguiu ver aprovado o Regulamento de Es-tágios da Ordem dos Psicólogos Portugueses, que, entre solavancos, foi ganhando expressão, nomeadamente entre os estudantes finalistas de Psicologia, e não só.

No que toca aos estudantes, é sempre im-portante a informação relativa a esses está-gios, pois é nesse preciso momento que, entre a decisão e a indecisão, se criam laços impor-tantes para o desenvolvimento da prática da Psicologia. E contudo, este foi um Regula-mento em muito criticado e discutido, que deixou uma nuvem cinzenta que ainda hoje paira na nossa “atmosfera psicológica”. Posto isto, O Claustro foi ao encontro de um recém-formado em Psicologia, para esclarecer algu-mas linhas gerais de trabalho desenvolvidas pela OPP nestes primeiros anos de vida.

O João Oliveira (Mestre em Psicologia Clínica) é o nosso convi-dado para uma breve en-trevista, que visa expor, de modo geral, a experi-ência de alguém que aca-bou o curso e encontrou à porta uma Ordem Profis-sional, ainda que recém-criada.

«É necessário estarmos informados dos nossos direitos para que possa-mos combater as tenta-tivas de aproveitamento

profissional.»

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Jornal O Claustro: Como se processou o teu ingresso na Ordem dos Psicólogos Portugueses? João Oliveira: Na altura foi um processo de-moroso, pois a Ordem tinha sido criada re-centemente, nomeadamente com o processo de Estágios Profissionais. Isto também porque a plataforma on-line dos estágios ainda não estava disponível, e o Decreto-Lei tinha saído pouco tempo antes.

Lembro-me perfeitamente que comecei o meu Estágio em Novembro de 2010 e só re-cebi feedback da OPP em Fevereiro de 2011. No entanto, penso que, ac-tualmente, este processo é bem mais rápido, através da plataforma de estágios. Tan-to o estagiário, como o ori-entador de estágio e a enti-dade receptora do estagiá-rio podem proceder à can-didatura através da mesma plataforma, o que simplifica o processo e consequente-mente aumenta a velocida-de do mesmo.

Quando eu iniciei o es-tágio ainda não existia a pla-taforma, e também ainda eram poucos os orientado-res de estágio, já para não falar dos protocolos com as entidades profis-sionais, que nem sequer existiam, daí todo o meu processo de candidatura ao estágio pro-fissional ter sido demoroso e um pouco por conta própria. JC: A OPP tem conseguido fazer-se ou-vir? JO: A OPP tem ganho aos poucos o seu espa-ço, mas claro que precisa de mais tempo. Ten-do em conta o cenário de excesso de psicólo-gos em Portugal, na minha opinião, isto deve

tornar-se público, e a Ordem já teve isso em consideração num documento que apresentou num congresso na Turquia em 2011.

Também considero muito importante a transparência de toda a informação relativa ao cenário de empregabilidade e outras questões como os estágios profissionais, à população jo-vem que se vai candidatar ao ensino. É ainda importante, tornar claro que para ser psicólo-go clínico existem certo tipo de exigências que são tidas em consideração, por exemplo, pelo Diploma Europeu de Psicologia, nomeada-mente a realização de um curso de psicotera-

pias. Estas são informações que têm de ser ouvidas, princi-palmente por quem estuda ou tenciona estudar Psicolo-gia. Mas claro que em termos legais a OPP também não se pode pronunciar acerca da abertura de cursos ou de va-gas no Ensino Superior. JC: Como vês os estágios profissionais não renu-merados? JO: Os estágios profissionais da ordem estão definidos em termos legais que devem ser renumerados. No entanto a título excepcional podem não

ser renumerados. Eu considero, sem dúvida, que os estágios

devem ser renumerados, mas para que isso aconteça é necessário estarmos informados dos nossos direitos enquanto cidadãos e psicólogos, para que possamos combater as tentativas de aproveitamento profissional.

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É como ires ao cinema e não saberes que havia uma promoção que te oferecia um balde de pipocas. Se não estiveres informado vai ha-ver muitos baldes de pipocas que não vais sa-borear. JC: Mas ainda existem muitos estagiá-rios que não são renumerados, certo? JO: Sim, conheço algumas pessoas que estão a estagiar a título não-renumerado. Posso dizer que o meu estágio profissional foi renumera-do, mas para isso também contribuiu a minha procura pela informação acerca de todos os direitos e deveres que me eram devidos, e isso é algo que todos os recém-formados devem ter em conta. JC: A Ordem tem contribuído para o desenvolvimento da Psicologia en-quanto ciência? JO: Ainda é prematuro fazer juízos de valor, mas penso que o papel da Ordem é estabele-cer ligações fortes no âmbito da actividade profissional do psicólogo, e para isso tem de haver uma forte ligação da Ordem com a soci-edade civil e com as Universidades e unidades orgânicas de investigação. JC: Para finalizar, Ordem ou Desordem? JO: Ordem, para criar a integração, no senti-do do melhor para os psicólogos.

Obrigado João Oliveira! A luta pela Ordem dos Assistentes Sociais A Associação de Profissionais de Serviço

Social (APSS) apresentou em Outubro de 2010, na Assembleia da República, o pedido de criação da Ordem dos Assistentes Sociais. Contudo, passado um ano e cinco meses, este processo ainda não teve um ponto final; mas nem tudo neste processo é negativo. Os Gru-pos Parlamentares, na anterior legislatura, manifestaram o seu apoio à APSS, e nesse se-

guimento desenrolaram-se as primeiras con-versações entre ambos os lados.

Entre este impasse, a APSS organizou em Março de 2011 uma concentração de assisten-tes sociais junto à Assembleia da República para manifestarem o seu descontentamento face à demora na resposta à criação da respectiva Or-dem.

Não bastava já todo o impasse criado pelo parlamento, e ainda houve um afundar desta iniciativa com a dissolvência da Assembleia da República.

Com isto, a APSS publicou na sua Newslet-ter nº30, em Agosto de 2011, a seguinte men-sagem “Foi recentemente constituída a Comissão Par-lamentar da Segurança Social e Trabalho (que mudou a sua designação e composição face à anterior legis-latura), onde se encontra o processo da Ordem, e fo-ram retomados os trabalhos parlamentares.

Continuaremos a desenvolver os procedimentos formais necessários para a prossecução do processo, assim como desenvolver contactos neste sentido. Aguardamos um novo conjunto de audiências com a Comissão Parlamentar, Grupos Parlamentares e Go-verno.

Contamos com cada um(a) para continuar esta caminhada.”

Sumamente, a APSS tem deixado as infor-mações relativas a este processo no blogue cria-do para este fim: http://ordemassistentessociais.blogspot.pt/ .

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A época adversa em que todos vivemos, faz com que tenhamos a consciência de que o que nos aguarda no futuro poderá não ser me-lhor do que o que presenciamos actualmente. Com mais ou menos intensidade, cada um de nós sente as dificuldades que se estão a instalar dia para dia. É precisamente por esta descrença e por falta de apoio, quer económico ou emocional, que todos aca-bamos por sentir (cada qual à sua forma), que é nossa obri-gação, quer cívica quer moral, apoiarmo-nos mutuamente e fazer com que um pequeno gesto contribua para a felicida-de ou conforto dos que nos rodeiam.

Com base nestas ideias de cidadãos acti-vos e solidários, com sentido de responsabili-dade cívica e sobretudo com motivação e dedi-cação pelo bem, surgiu o «Projecto In-Change», um projecto de voluntariado jovem, que visa essencialmente a remodelação de quartos de estudantes do Ensino Superior, através de intervenções que se traduzem em

pequenas obras, bricolage, decoração, com um ênfase particular na rentabilização energética através de uma forte aposta na sua monitoriza-ção. Muitas vezes apelidado de um projecto “de pessoas para pessoas”, o Projecto In-Change, composto por alguns jovens dinamiza-

dores e voluntários, tem o objectivo de tornar a vida de alguns dos seus colegas estu-dantes que integram a Uni-versidade de Coimbra muito mais agradável e o mais pare-cida possível com o conforto da família que muitos deixam por algum tempo, para con-cretizar os seus sonhos e cons-truir o seu futuro. Esta opor-

tunidade de ajudar todos os que mais precisam, mostra também o lado mais Educativo deste Projecto, que realça o desempenho de todas as responsabilidades cívicas nas comunidades on-de estão inseridos. Desta forma, todos estes jovens ajudam a ultrapassar todos os desafios e inquietações que são postos diariamente à nos-sa sociedade, de uma forma mais saudável.

Univer-cidade

Projecto In-Change Por Joana Nogueira

«Projecto In-Change tem o objectivo de tornar a

vida de alguns dos seus co-legas estudantes que

integram a Universidade de Coimbra muito mais

agradável »

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Ao serem responsáveis pela logísti-ca, organização, recolha de materiais, ges-tão de bolsas de voluntários, comunicação e marketing e gestão informática, estão a desenvolver competências, a aprofundar valores. Estão também a desenvolver com-petências básicas de bri-colage e pequenas inter-venções físicas que mais do que nunca se tornam imperativas na formação de um jovem. Cabe a um estudante de Medicina, de Economia, de Administra-ção Pública e Privada, de Direito, de Psicologia, de Estudos Europeus, saber colocar um candeeiro de tecto, mudar uma persiana, uma tomada eléctrica, en-vernizar um soalho, mudar uma fechadura, colocar um espelho, papel de parede…

E com o esforço de cada um e a coo-peração entre todos se transformam quar-

tos, que contribuem consideravelmente pa-ra uma melhoria na qualidade de vida de qualquer estudante universitário. Um me-lhor ambiente de estudo, uma melhor habi-tabilidade, e uma melhor identificação com o quarto que habita, faz com que a distância

e a saudade se tornem mais fáceis de suportar. Contribuir para que muitos dos nossos colegas possam usufruir de melhores condi-ções nesta sua passagem por Coimbra, nesta etapa tão importante nas suas vidas e formação, com a melhores recordações possíveis e com a saudade que sempre fica, é

um dos grandes objectivos do «Projecto In-Change.»

Finalmente, para que o sucesso con-tinue, “Contamos contigo para que muitos outros possam contar connosco”!

«Projecto In-Change, um

projecto de voluntariado jovem, que visa essencial-mente a remodelação de quartos de estudantes do

Ensino Superior»

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PÁGINA 8 O CLAUSTRO

Na actualidade, muitos estudantes conhecem e recei-am as trupes. Sabem que existem mas não sabem pa-ra que servem nem para que serviram. Será que existe uma razão de ser hoje em dia ou é só uma tradição sem fundamentos? O Jornal O Claustro foi questio-nar o Dux Veteranorum sobre a temática.

Jornal O Claustro: Em relação às trupes, qual é a sua verdadeira utilidade hoje em dia, na sua opinião?

Dux Veteranorum: Nem tudo o que existe na praxe tem lógica, tendo em conta a actual conjectura social. Se calhar, as trupes são uma dessas partes, tal como muitas outras coisas que não têm lógica mas que continuam a acon-tecer. É algo que foi criado pelos estudantes, como resposta a uma alteração da ordem da sociedade e da universidade, com a implemen-tação da República. Antigamente, os estudantes estavam proibidos de estar na rua a partir de determi-nada hora e se fossem apa-nhados pela Polícia Acadé-mica passavam a noite na prisão académica. Quando a polícia académica foi extin-ta, os próprios estudantes pegaram nessa ideia da fis-calização nocturna e cria-ram as trupes. Com o res-surgimento da praxe, em 1979, as trupes, como fazi-

am parte da tradição, voltaram a aparecer. Uma trupe pode interpelar qualquer pessoa e per-guntar a sua hierarquia perante a praxe. Inde-pendentemente da hierarquia que a pessoa te-nha, poderá estar em infracção ou não. Como tudo o que existe na praxe, as coisas só fazem sentido se as pessoas aderirem ao espírito da praxe e da tradição. Qualquer pessoa que enca-re a praxe apenas nos aspectos que lhe interessa e lhe dá jeito, não está a vivenciar a praxe na sua plenitude. Isoladamente, não faz sentido haver trupes, só faz sentido existir no conjunto da praxe académica dos estudantes da UC. J

C: Mas custa-nos a entender quais os critérios que foram utilizados para as questões de protecção, nomeadamente de futricas. Parecem um pouco lançadas ao acaso…

Univer-cidade

Trupes: história antiga ou tradição com vida? Por Julieta Azevedo e Rita Nunes

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D.V. As protecções de futricas são situações muito específicas (atenção que algumas protec-ções estão ainda enraizadas nos anos 30 e 40), por exemplo, aquela que o caloiro fica protegi-do por uma senhora que use meias brancas e use chapéu, se estiver de braço dado com ela, e . São coisas que ficaram e que nunca foram alteradas.

JC: Nesse caso não deveriam ser altera-das?

D.V. Se fossemos a alterar tudo aquilo que não tem lógica, as coisas ficariam descaracterizadas.

JC: Mas na altura fazia sentido, devido à existência de senho-ras com chapéu a circular, proporcio-nando essa protecção. E se era es-se o objec-tivo então, não o deveria ser nos dias de hoje?

D.V. Era, mas continua a haver outro tipo de protecções que são válidas. Há coisas que não estão no Código mas que continuam a ser váli-das. Toda a gente já ouviu falar da protecção da telha. Em nenhum sítio no Código de Praxe está lá escrito essa protecção. Existe somente uma norma que toda a gente respeita, que é: debaixo de telha não se praxa. Ora bem, consi-dera-se e sempre foi aceite uma trupe se apa-nhar um caloiro ou um infractor e ele agarrar numa telha e a puserem em cima da cabeça, está protegido.

JC: Ficámos muito intrigadas com o “cão

de fila”. Para que serve o “cão de fila” e como é que ele surgiu?

D.V. Tem de se entender o contexto de há 100 anos atrás quando surgiram as troupes. Ora bem, há 100 anos atrás, supostamente, quem andava na cidade era uma elite que tinham há-bitos burgueses e hábitos de caça. Ora, para que serve os cães na caça? Para fazer saltar as presas. Portanto, comparativamente, o cão de fila é um caloiro que vai com a trupe para fazer saltar a caça de possíveis infractores.

JC: Pois, mas se o cão de caça não encon-trar presas, o cão não acaba cozi-nhado, pois não?

D.V. Não… A recompen-sa do cão de fila, se se portar bem, é sair intocado da aventura. Agora, se ele não descobrir ninguém tem

que ser castigada para a próxima se portar me-lhor. O castigo é, se não encontrar ninguém, é rapado.

JC: Então para finalizar, qual é a sua conclusão referente às trupes na actuali-dade?

D.V. Tem a sua razão de ser, mas têm de ser cada vez mais controladas para serem algo que lembre aquilo que existiu mas que passa a ser meramente simbólico. Mas que não se pode perder, pois se perdermos essa simbologia per-demos a identidade.

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PÁGINA 10 O CLAUSTRO

Aluna faz Bolsa de Investigação Inédita em Portugal

Envelhecimento nas minorias sexuais: Ambiente psicossocial e necessidades de saúde

Por Inês Margarida Trindade

No ano lectivo de 2009/2010, en-quanto aluna do 2º ano de Psicologia na Uni-versidade da Beira Interior, Julieta Azevedo (agora aluna do 4º ano na nossa Faculdade) realizou uma investigação considerada inédita em Portugal. O estudo, proposto pelo Insti-tuto Superior de Psicologia Aplicada, teve co-mo tema “Envelhecimento e mino-rias sexuais: Ambiente psicossocial e necessidades de saúde” e foi realiza-do no âmbito de uma Bolsa de Integração na Investigação, fi-nanciado pela FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia). Os resultados do estudo foram alvo de notícia em vários jornais nacionais inclusi-ve no Jornal «Diário de Notícias». Este ano a aluna transferiu-se para a Universidade de Coimbra, pelo que a entre-vista que se segue foi realizada com a finalida-de de conhecer melhor o trabalho de Julieta e de revelar as dificuldades e o enriquecimento académico que teve ao realizar uma investiga-ção deste tipo. Jornal O Claustro: Que objectivos ti-nha a investigação? Julieta Azevedo: O objectivo mais geral do estudo era perceber as necessidades psicosso-ciais e de saúde das minorias sexuais com mais de 50 anos, por não existir essa informa-ção em relação aos mais idosos. JC: Que resultados obtiveste com o es-tudo? JA: Constatei que a prevalência das DSTs, nu-ma amostra tão pequena (34 sujeitos) era muito elevada, como previam outros estudos. Um dos factores que parece estar associado, e já referido nalguma bibliografia, é que há

muitos comportamentos de risco, pois os mé-todos contraceptivos são pouco utilizados (como revelou a própria amostra). Tinha duas pessoas com HIV e outras com gonorreia e ainda outras DSTs, o que é significativo em comparação com a população geral. No que diz respeito a revelarem a sua orientação se-

xual ao médico de família, 43% ocultam esta informação. Esta era uma das minhas principais preocupações, porque se o médi-co de família não sabe isto, há muitos factores que os doentes vão ocultar, nomeadamente os relacionados com a sua saúde se-

xual. Outro resultado importante relacionou-se com a escala de opressão sentida, que teve níveis muito elevados e significativos. Acho que a explicação passa por esta população es-pecífica ter passado por um período em que a homossexuali-dade era vista de maneira ainda pior do que é hoje. Percebi tam-bém que uma das principais preocupações destas pessoas em relação ao envelhecimen-to é serem separados dos seus compa-nheiros no caso de terem de ir para um

«O meu orientador ajudou-me na parte do processamento dos da-dos mas toda a investi-

gação foi feita por mim.»

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PÁGINA 11 VOLUME 2 - 22 DE MARÇO 2012 - B IMESTRAL

lar. Têm redes sociais muito reduzidas e quan-to mais envelhecem mais reduzidas ficam. No entanto, a minha amostra mostrou ter mais apoio dos amigos do que era esperado, segun-do a literatura. São as relações familiares as mais deterioradas. Muitos deles não têm se-quer contacto com a família, provavelmente por terem sido obrigados a afastarem-se devi-do à sua orientação sexual não ser aceite. JC: Com que dificuldades te deparaste no decorrer da in-vestigação? JA: As maiores dificuldades foram primeiro a bibliografia, pois não há estudos portugueses, só mesmo sobre as questões do envelheci-mento no geral, que aproveitei por haver pon-tos comuns. Apesar de ser uma minoria sexual passa pelos mesmos problemas do envelheci-mento que as outras pessoas passam. A grande diferença relaciona-se com o isolamento a que estão sujeitos, por terem uma rede social mais reduzida, e a discriminação. As consequências disso são, perderem as pessoas mais cedo e isolarem-se mais ra-pidamente no enve-lhecimento. Depois há questões específi-cas como o fato de terem companheiros homossexuais e isso não ser aceite nos lares. A maior dificuldade que tive foi inicialmente redigir um questionário que abrangesse tudo isso e que não fosse de-masiado extenso. Depois foi uma amostra muito difícil de recolher. Só tive 34 sujeitos e mesmo assim a maior parte deles só foi pela internet e por redes sociais, porque as pessoas não queriam dar a cara.

JC: Como descreves a tua experiência como investigadora, especialmente sen-do ainda estudante? JA: Foi muito complicado. O meu orientador ajudou-me na parte do processamento dos da-dos mas toda a investigação foi feita por mim. Foi difícil toda a experiência, mas foi muito en-riquecedora, porque fiquei com uma noção do que é o processo de investigação: como se faz,

como se redige, como se analisa e como é que depois resulta. Apesar das dificuldades gostei muito de o fazer porque houve trabalho de campo, fui aos sítios onde estavam e consegui ter uma noção das suas problemáticas muito mais profunda

do que se estivesse só a ler artigos ou a escrever um artigo de revisão literária, por exemplo. Acho que devíamos passar por isto mais cedo. Talvez houvesse mais pessoas a gostar de inves-

tigação depois de pas-sarem por esta expe-riência. JC: Que conselhos darias a alguém que estivesse a planear fazer uma investigação ainda durante o curso? JA: É preciso gerir muito bem o tempo, sem dúvida. As coisas acabam por se acu-mular e redigir um

relatório em condições não é fácil. Procurar ajuda e orientação também é importante, e não tentarmos fazer tudo sozinhos. Fazer uma boa de revisão literária, para se ter noção do que procurar, e do que já foi feito noutros países e no nosso, para depois conseguir fazer essa dis-cussão e orientar todo o estudo.

«É preciso gerir muito bem o

tempo»

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Entre Vistas

PÁGINA 12 O CLAUSTRO

Vocalista de banda En5mble encontra-se entre nós

Por Rita Nunes

É a deambular pelo Youtube que se descobre os talen-tos da FPCE-UC, como por exemplo a voz extraordi-nária da Juliana Azevedo e o talentoso grupo En5mble. Quem sabe, talvez um dia consigamos ouvi-los ao vivo nos nossos Claustros.

Jornal O Claustro: Como surgiu os En5emble?

En5mble: Os En5emble surgiram em Setem-bro de 2009 após um grupo de amigos se ter decidido juntar para formar um grupo musical para actuar em casamentos, baptizados, janta-res, entre outros eventos. Como todos temos uma paixão pela música e estamos neste mun-do há muitos anos, esta ideia fez todo o senti-do. Cada um de nós representa um instrumen-to: a Laura no violoncelo, a Ana Margarida na viola d’arco, o Eduardo no violino, o Xavier

no piano e a Juliana na voz. JC: São uma banda que canta covers com estilo gregoriano, não é assim?

♫ Não, as características do canto gregoria-no são diferentes do conceito das músicas que cantamos. No canto gregoriano, as melodias são cantadas em uníssono, sem predominância de vozes, de ritmo livre, cantado sem acompa-nhamento de instrumentos musicais e suas le-tras são em latim, tiradas, em sua grande maio-ria, dos textos bíblicos. Nós temos duas ver-tentes: uma mais clássica e sacra, música inter-pretada nos casamentos, na parte religiosa; e outra mais pop, onde fazemos covers de muitas músicas conhecidas por todos e adaptamos para os instrumentos.

JC: São todos muito talen-tosos – tudo isso nasceu convosco ou tiveram for-mação?

♫ Tivemos formação: Forma-ção Musical, alguns estudaram História da Música, Acústica, Composição, Orquestra, Coro, e claro, formação no instru-mento. Só a Juliana é que não estudou connosco na Academia de Música de São João da Ma-deira, mas sim em Milheirós de Poiares.

Page 13: Jornal O Claustro 2ª edição 2012

PÁGINA 13 VOLUME 2 - 22 DE MARÇO 2012 - B IMESTRAL

JC: A Juliana é a vocalista que estu-da Psicologia na FPCE-UC, e no en-tanto poucas pessoas na Faculdade sabem que tem um vozeirão! Estás a esconder o talento?

♫ Eu não escondo o talento! Só não sou de estar sempre a cantar ou de me apre-sentar como cantora… É qualquer coisa muito especial para mim que não gosto de dar a conhecer sem um contexto.

JC: Costumam trabalhar em que gé-nero de actividades?

♫ Costumamos actuar em ca-samentos, quer na parte religi-osa, quer no copo d’água, em jantares românticos, em concertos para promover instituições. Temos actuado, anualmente, no Noivos Weekend, que ocorre no Hotel de São João da Madeira e que promove as empresas do concelho cu-jo negócio está relacionado com a organi-zação de casamentos (música, fotógrafo, cabeleireiro, estilista, etc.). Também já or-ganizámos um concerto cujas receitas re-vertiam a favor das vítimas do temporal da Madeira, com vários convidados.

JC: Quais foram os sucessos que, na vossa perspectiva, já conseguiram atingir?

♫ Desde o início do En5emble, em 2009, que o nosso desenvolvimento tem sido uma constante. Temos tido um feedback muito positivo por parte do público, visível pelo número crescente de casamentos/eventos para os quais temos sido contratados a cada ano que passa após a formação do En5em-ble. Iniciámos este grupo com o objectivo de tocar em cerimónias religiosas e copo

d’água e, no entanto, temos sido convidados para participar em diferentes eventos, incluin-do concertos de beneficência,

exposições, animação de jantares, etc. JC: Quais são os vossos principais ob-jectivos de futuro?

♫ Em primeiro lugar, pretendemos conti-nuar a investir no trabalho de qualidade que temos feito até aqui, proporcionando com a música momentos inesquecíveis àqueles que nos contratam. Em segundo lugar, a actuação em concertos para o público geral, não somente em contexto privado, também faz parte dos planos do En5emble.

Tuna Mista da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de

Coimbra

Vem para a Tuna da TUA FACULDADE

Ensaios: Quarta e Quinta-feira às 21h na FPCEUC

Bruna 916597864; Bárbara 917871646; Flávio 918219947

Tocas algum instrumento, gostas de cantar?

Vem aprender connosco!

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Page 14: Jornal O Claustro 2ª edição 2012

Entre Vistas

PÁGINA 14 O CLAUSTRO

O outro lado da Burocracia: Doutora Maria Elisa fala de como é trabalhar na Secretaria da

FPCE-UC Por Nádia Costa

Todos nós tivemos (pelo menos uma vez na vida académica) de lidar com os Serviços Académicos da Universidade de Coimbra. Conhecemos o sítio, co-nhecemos as caras, e conhecemos a chatice que é o trabalho que desempenham, mas quem são na ver-dade as “Senhoras da Secretaria”? Vamos conhecer um pouco mais, pela Doutora Maria Elisa, funcio-nária da Secretaria da FPCE-UC.

JC: Como é que começou a sua relação com a faculdade?

Maria Elisa: Candidatei-me a um concurso público em Diário da República, concorri pa-ra vários lugares das várias unidades orgânicas e depois vim para a Faculdade. Quando entrei aqui não tinha curso superior. Entretanto, de-pois de estar já a trabalhar houve aqui colegas que me incentivaram a concorrer ao ensino superior, e portanto fiz o curso [Licenciatura em Psicologia] a trabalhar.

JC: Notou muitas diferenças aquando das mudanças de Direcção da Faculda-de?

ME: Relativamente às diferenças nas mudan-ças de Direcção, claro que há diferenças por-que estamos a falar de pessoas e cada pessoa tem a sua maneira de dirigir. Não são boas nem são más, são diferentes! Com qualquer uma tive sempre boas relações.

JC: Mas notou alguma diferença mais significativa, algo que tenha mudado na relação entre os funcionários da Fa-

culdade ou a relação entre a Faculdade e os alunos?

ME: Nas relações, acho que sempre houve uma grande proximidade entre as Direcções quer com os funcionários, quer com os alunos.

JC: Gosta de aqui trabalhar?

ME: Gosto muito de trabalhar aqui! Trabalho na Faculdade há 23 anos e nunca senti, até ao momento, necessidade de ir embora, de mu-dar.

Page 15: Jornal O Claustro 2ª edição 2012

PÁGINA 15 VOLUME 2 - 22 DE MARÇO 2012 - B IMESTRAL

JC: Como é a relação com os colegas?

ME: A relação com os colegas é boa, temos boas relações de amizade. Algumas já são mais longas e daí se calhar são mais próxi-mas, mas não tenho problemas com nin-guém.

JC: E quando chega um funcionário novo, é sempre bem integrado?

ME: São sempre bem integrados! Recente-mente chegaram à Faculdade vários funcio-nários novos e acho que são sempre inte-grados dentro do que nós temos, portanto não há aí problema nenhum, até ao mo-mento. Fizemos Festa de Natal e todos en-tram, quer sejam os mais velhos, quer os mais novos. Se fizermos um lanche ou qualquer coisa, são todos incluídos.

JC: E como é a relação com os alunos?

ME: Com os alunos tam-bém é boa… O que eu acho é que, às vezes, os alunos queriam ou-tras coisas que muitas vezes não dependem de nós. E acho que, às vezes, não percebem que há uma estrutura que nos impede de dar resposta como eles querem, no mo-mento certo. Nós dependemos muito dos Serviços de Gestão Académica da Universi-dade, e há coisas para as quais não nos dão autonomia para fazer que poderiam facilitar a vida aos alunos. E então com o Centro de Serviços Comuns acho que as coisas fica-ram ainda mais complicadas, perdemos ain-da mais autonomia para poder resolver pro-blemas aos alunos na Faculdade.

JC: Se esses problemas se pudessem resolver na faculdade iria facilitar mais a vossa vida e a dos alunos?

ME: Sim, e até a nossa vida, porque para nós seria também mais fácil, resolveríamos na hora. O aluno ficava com o problema resol-vido e nós também! E muitas vezes temos de estar à espera que o requerimento vá “lá aci-ma”, venha “para baixo” até a situação ficar resolvida.

JC: Como tem visto esta situação dos cortes nas Bolsas?

ME: Com alguma tristeza pois um aluno que está num percurso do Ensino Superior, e que até tem boas nota, por uma questão financei-ra pode não concluir um curso que no fun-do, mais tarde, seria uma mais-valia para a

vida dele. Acho que há cor-tes que se poderiam fazer em coisas mais supérfluas e investir no Ensino Superior.

JC: Que mudanças gos-taria de ver na Faculda-de, quer a nível de es-trutura, quer a nível de ambiente?

ME: Do ambiente não tenho razão de quei-xa. O meu grande desgosto aqui era traba-lhar num sítio onde não havia luz (natural), como nós trabalhámos [refere-se à antiga lo-calização da secretaria, a actual sala de com-putadores junto ao auditório]. Neste mo-mento temos um sítio onde dá gosto traba-lhar, onde temos todo o material informático necessário. Temos uma sala com aquecimen-to… Temos tudo o que nos permite desen-volver o nosso trabalho. Portanto eu acho que neste momento, dado a actual conjectu-ra económica que nós temos, até estamos bem a nível de infra-estruturas de local de trabalho. Houve tempos em que não estive-mos, mas agora estamos bem!

«O meu grande desgosto aqui era trabalhar num sitio onde não havia luz natural como

nós trabalhámos. (…) Houve altura em que não tivemos, mas agora estamos bem!»

Page 16: Jornal O Claustro 2ª edição 2012

Entre Vistas

PÁGINA 16 O CLAUSTRO

Alunos de Psicologia na Europa: Entrevista ao Representante Nacional na EFPSA

Por Pedro Rodrigues

Tendo um carácter informativo e fidedigno, O Claustro deliberou transmitir aos estudantes per-tencentes à FPCE-UC a entrevista efectuada ao Representante Nacional da EFPSA, João Pedro Es-tanqueiro. Deste modo, todas estas pequenas curio-

sidades serão sacia-das a nível pessoal, social e, como é lógico, profissional.

Jornal O Claustro: O que é a EFPSA?

João Estanqueiro: EFPSA significa European Federation of Psychology Students Associations, ou seja, é a Federação Europeia de Estudantes de Psicologia. A EFPSA é constituída por 26 paí-ses membros, e cada um tem a sua própria Associação Nacional de Estudantes de Psico-logia (ANEP). Foi criada como qualquer or-ganização de estudantes para defender o di-reito dos estudantes e para representá-los. Neste momento tem contactos com institui-ções que regulam a actividade profissional do psicólogo e o seu grande objectivo é esse: organizam eventos que juntam os estudantes de Psicologia, a nível europeu, e permitem uma forma-ção tanto científica como uma aproximação social entre os estu-dantes.

JC: Como te sentes ao seres o representante “máximo” de

Portugal. É uma grande responsabilida-de e ao mesmo tempo um grande júbi-lo?

JE: É uma grande responsabilidade, como é óbvio. Sou representante nacional mas a minha acção na EFPSA e toda a minha acção como representante é articulada dentro da equipa da ANEP. No fundo, estou a representar a ANEP e estou a ser a voz portuguesa na EFPSA e é com grande sentido de responsabilidade que tudo farei para defender os estudantes portu-gueses de psicologia, na EFPSA e na Europa.

JC: Como foste “posicionado” neste cargo de grande peso internacional?

JE: Fui indigitado pela direcção da ANEP. Ca-da organização nacional tem de ter um mem-bro representante na EFPSA e tem de ser um membro que seja parte da Direcção da ANEP. Eu fazia parte da Direcção e como não havia representante da EFPSA, viram-me como uma boa opção para o cargo.

JC: Quais os principais objectivos que constam no programa de 2012?

«Summer School será em Portugal e a equipa

já se encontra a trabalhar para que seja

um sucesso.»

Page 17: Jornal O Claustro 2ª edição 2012

PÁGINA 17 VOLUME 2 - 22 DE MARÇO 2012 - B IMESTRAL

JE: Existem vários projectos interessantíssi-mos como o JEPS (Journal of European Psychology Students) que é uma revista cien-tífica de estudantes e para estudantes. No pro-grama, inclui-se o Congresso, que é o grande evento da EFPSA durante todo o ano: é um congresso que junta todos os países membros e este ano será na Dinamarca em Abril. Diga-mos que é o ponto alto do ano da EFPSA, on-de há uma forte componente científica mas também social. Depois há a European Summer School: é uma semana em que vários estudan-tes são auxiliados por um estudante de douto-ramento a trabalhar num projecto de investigação, havendo também uma componente social – embora o foco seja na componente científica. Houve a Summer School no ano passado, se não estou em erro na Hun-

gria, e este ano, posso adiantar em 1ª mão ao Claustro, será em Portugal e a equipa já se encontra a trabalhar para que seja um suces-so.

JC: Sendo a EFPSA uma rede multicul-tural de estudantes, o que achas que isto contribui para a formação profis-sional para um dado indivíduo?

JE: A nível profissional fazes contactos em to-da a Europa com as pessoas que vão estar a envolver-se na Psicologia no futuro. Desen-volves uma rede de contactos e uma troca de experiências não só a nível científico, como a nível pessoal. E o intercâmbio de culturas que só enriquece. A língua também é importante porque alargamos horizontes.

JC: Quais são os conselhos que deixas aos teus futuros colegas de profissão?

JE: Deixo não só aos colegas de profissão co-mo a meus actuais colegas de curso: que se en-volvam ao máximo em todas as oportunidades que tiverem. Nós temos muitas oportunidades enquanto estudantes, mas eu falo por experi-ência própria, 5 anos é bastante pouco para fazer o que eu queria fazer enquanto estudante e o meu conselho é mesmo esse: não percam tempo, envolvam-se, façam coisas, criem coi-sas, sejam proactivos porque no mundo globa-lizado quase que só há lugar para a pro-actividade e para os proactivos. Porque quer queiramos ou não, as oportunidades para quem permanece no seu sítio a tirar o seu cur-so e as suas notas são muito reduzidas. O mer-cado de trabalho quer pro-actividade. Não quer que as pessoas fiquem sentadas à espera que caia algo do céu porque não vai cair. É esse o meu repto: o futuro não é determinado, so-mos nós que o fazemos no presente e agora é a hora de o construir, não é amanhã nem depois – vamos construí-lo e torná-lo bem melhor do que o que nos querem dar.

http://www.efpsa.org/

Page 18: Jornal O Claustro 2ª edição 2012

NEPCE

Política Educativa Acção e Formação

PÁGINA 18 O CLAUSTRO

Olá Caros Colegas da FPCE,

Certamente que já estão ansiosos pelas

Jornadas Transdisciplinares de 2012, na

realidade têm motivos para estar… As

Jornadas Transdisciplinares deste ano con-

ta com um óptimo cartaz, que vai com

certeza fazer as delícias de qualquer um.

Para além de abordar temas diferentes,

inclui nomes internacionais com os quais

vais ter a oportunidade rara de poder con-

tactar de perto. Curioso?

“Constrói a tua Caixa” é o tema deste

ano, porque todos nós somos caixas, esta-

mos em constante construção pessoal e

profissional. No entanto, muitas vezes pa-

recemos caixas que vão saindo da Faculda-

de em formato Industrial. Estas Jornadas

Transdisciplinares são mais uma ferramen-

ta para “saíres fora” dela e escolheres o que

queres que faça parte da tua caixa de co-

nhecimentos. Se quiseres, podes ser tu a

construi-la, e estas Jornadas são a oportu-

nidade ideal para o fazer!

Após, as Jornadas Transdisciplinares o

pelouro tem algumas actividades planea-

das que está sedento por pôr em prática.

Até lá, Boas Jornadas Transdisciplinares

para Todos!

As Melhores Saudações.

O Pelouro de Política Educativa

do NEPCESS/AAC continua a elaborar

as reuniões dos representantes de ano,

momento de partilha de informações,

troca de opiniões e análise pedagógica,

fazendo das mesmas um balanço muito

positivo. Temos, também, participado

activamente com a DG/AAC no desen-

volvimento do plano estratégico da polí-

tica educativa, nomeadamente no que

concerne à elaboração de acções reivin-

dicativas contra a crescente elitização na

frequência do Ensino Superior.

Informamos que o nosso pelouro

continua a ter um horário de atendimen-

to com o intuito de esclarecer eventuais

dúvidas normativas e/ou de carácter pe-

dagógico, sendo o horário do mesmo o

seguinte: Segunda-Feira das 14horas às

16horas e Quarta-Feira das 14horas às

18horas. Relembramos que estamos dis-

poníveis e totalmente solícitos a aceitar

como colaboradores todos os estudantes

da FPCE que se interessem pelas ques-

tões relacionadas com a política educati-

va. Contigo somos mais fortes. Aparece!

Page 19: Jornal O Claustro 2ª edição 2012

NEPCE

PÁGINA 19

Jornadas Transdisciplinares 2012: consegues encaixar na tua agenda?

Por Marta da Conceição

No próximo dia 30 e 31 de Março e dia 1 de Abril, vão decorrer as Jornadas Transdisciplinares, organi-zado pelo NEPCESS/AAC, com a temática «Constrói a tua caixa”. Fomos falar com a Coorde-nadora do evento, Ana Cláudia Araújo, para saber um pouco mais do que nos espera. Jornal O Claustro: O que são as Jorna-das Transdisciplinares desenvolvidas pelo NEPCESS/AAC? Ana Cláudia Araújo: As Jornadas Transdisciplinares são, basicamente, um Ciclo de Conferências e de Workshops, e pretende conseguir abordar um conjunto de temas que, muitas vezes não são aborda-dos no plano curricular dos cursos e, são a oportunidade de aprofundar um tema que não foi possível de ser apro-fundado no decorrer de uma unidade curricu-lar. São também uma forma de fazer chegar a todos os estudantes um tipo de formação mais acessível economicamente e, de certa forma, direccionada para todos os cursos da nossa faculdade. JC: Antes, eram Jornadas Multidiscipli-nares, agora são Transdisciplinares. Sa-bes explicar esta mudança significati-va? ACA: Sim, essa mudança deu-se no ano lecti-vo 2010/11. Na altura eu era apenas uma co-

laboradora das Jornadas, onde tudo para mim era uma novidade e uma constante aprendiza-gem. Mas a mudança do nome das Jornadas deu-se na altura em que se estava a escolher o nome para o título das Jornadas. Como todos sabem o conceito de multidisciplinar é dife-rente de transdisciplinar, transdisciplinaridade implica uma maior complexidade de relações e actividades, que é o que pretendemos, que

todas actividades das Jor-nadas estejam interligadas e sejam “transversais” a to-dos os cursos. Ou seja, pretende-se que, de uma forma ou de outra, todas as actividades sejam do in-teresse de todos. JC: O que te motiva a entrar neste projecto, tão enriquecedor, mas ao mesmo tempo, tão

esgotante? ACA: (Risos) Apesar de ter sido colaboradora no ano passado, existe sempre uma quantidade de pormenores que passam despercebidos, pe-lo menos os pormenores que ficam à responsa-bilidade da Direcção, como é o caso dos con-tractos e assim. No entanto, acho que qualquer colaborador meu poderia assumir o meu papel porque os acho bem mais eficientes do que aquilo que eu era na altura. Aceitei este desafio porque sabia que, quer eu começasse bem quer eu começasse mal,

«Contamos com nomes internacionais. Um deles é o Dr.º Jeremy Roberts,

da Universidade de Cambridge que se dedica ao comportamento não

verbal e detecção de mentira.»

VOLUME 2 - 22 DE MARÇO 2012 - B IMESTRAL

Page 20: Jornal O Claustro 2ª edição 2012

O CLAUSTRO PÁGINA 20

porque sabia que, quer eu começasse bem quer eu começasse mal, ia ter sempre alguém que me iria chamar a atenção e estar ao meu lado para me ajudar. É muito enriquecedor fazer parte de um projeto como este e sinto, sinceramente, que está a passar demasiado rá-pido. No entanto, acredito que este enriqueci-mento não deve ficar por aqui e, na medida do possível, irei fomentá-lo. Quanto ao esgota-mento, pode ser interpretado como um factor negativo, no entanto não o considero porque ao longo do tempo aprendi a pensar muito bem antes de agir, compreender os colabora-dores, a tentar perceber os diferentes pontos de vista, gerir um bocadinho melhor o stress e a pressão que se acumula. A única coisa que mais me afecta é a preocupação de que tudo esteja a correr bem e que o público-alvo goste. Até porque para já ainda não me tirou o sono. (risos) JC: De uma forma geral o que podemos encontrar nas Jornadas? ACA: Este ano, nas Jornadas podem encontrar principalmente novas formas de pensar, novas investigações, novos paradigmas, e aquilo que de mais recente existe nos três cursos da Fa-culdade. Já que os estudantes desta Faculdade são o nosso principal público-alvo. JC: Contamos com algum convidado es-pecial? ACA: Este ano, pela primeira vez, contamos com nomes internacionais e que nos vão de certeza trazer temáticas e conhecimentos mui-to “à frente”. Um deles é o Dr.º Jeremy Ro-berts, da Universidade de Cambridge que se dedica ao estudo de comportamentos não ver-bais e detecção da mentira a partir dos mes-mos. JC: Este ano decidiram mudar de paradi-gma, não foi? ACA: Sim, mudámos de paradigma porque sen-timos que as Jornadas Transdisciplinares esta-vam a cair num formato muito standard, e nesse

sentido, como o pressuposto das Jornadas é ino-var nas temáticas porque não inovar também no formato? Assim sendo, optámos por um uma junção de três formatos, o primeiro são as Lec-tures, que são uma espécie de mini-conferências, onde a proximidade entre formador e forman-dos é maior; os workshops, porque cada vez mais a formação prática é importante; e, por fim, as Conferências-Magnas, que nos reportam ao es-tilo de conferências normais. JC: Ao contrário do que ocorreu o ano passado, as Jornadas irão decorrer a um fim-de-semana. Que palavras nos deixas para que nos impulsione a ir? ACA: Eu e toda a equipa está sensibilizada para o facto das Jornadas serem ao fim-de-semana e, por esse motivo, muitos dos estudantes da Fa-culdade não vão puder estar presentes. Mas agendarmos as Jornadas Transdisciplinares para mais cedo era complicado devido à Semana Cultural. Daí surgiu a ideia do fim-de-semana anterior ao início das Férias da Páscoa, porque assim os alunos não perdem aulas, não estão preocupados com as avaliações e começam as Férias em grande e cheios de conhecimento! A isto podemos ainda juntar o lado social e dizer que, como vão estar todos relaxados, a diversão vai certamente aliar-se ao conhecimento, de alguma forma. As Jornadas, assim como qualquer ciclo de con-ferências são uma oportu-nidade mui-to grande de crescer e aprender e ter uma des-te género é mais que perfeito!

Page 21: Jornal O Claustro 2ª edição 2012

Erasmus

Nos por lá

PÁGINA 21

País Universidade Alemanha Frei Univ.Berlin Bélgica Kathol.Univ.Leuven

Eslováquia Univ. Matej Bel Espanha Almeria Espanha Autónoma de Madrid Espanha Complutense de Madrid Espanha Granada Espanha Huelva Espanha Pontificia de Salamanca Espanha Salamanca Espanha Santiago de Compostela Espanha Vigo França Provence - Aix-Marseille I Itália degli studi di Firenze Itália degli studi di Padova Luxemburgo Luxemburgo Rep.Checa Univ.Charles de Praga Turquia Univ. Ondokuz Mayis Turquia Univ. Cumhuriet

País Universidade Alemanha Koblenz Bélgica Libre de Bruxelles (pela 14.2) Espanha Barcelona Espanha Complutense de Madrid Espanha Granada Espanha La Laguna (Tenerife) Espanha Salamanca Espanha Sant. de Compostela Espanha Vigo França Nantes – UFR Sociologie França Lille - E.S.E de Travail Social Holanda Hogeschool Zuyd Hungria Eötvös Loránd Lituânia Vilnius Pedag.Univ. Rep. Checa Charles of Prague Suiça Sion (Delemont) Suiça Fribourg TS

País Universidade Alemanha Technische Univ.Dresden

Alemanha Ludvig-Maxim.-Univ.

Alemanha Univ.Oldenburg

Alemanha Univ. Potdam

Bélgica Libre de Bruxelles

Bélgica Vrije Univ. de Brussel

Bélgica Katholieke Univ.Leuven

Bélgica Catholique de Louvain

Bélgica Mons

Espanha Barcelona

Espanha Autónioma de Barcelona

Espanha Pontificia de Comillas

Espanha Autónoma de Madrid

Espanha Complutense de Madrid

Espanha Univ. Granada

Espanha Huelva

Espanha La Laguna - Tenerife

Espanha Málaga

Espanha Salamanca

Espanha Santiago de Compostela

Espanha Valência

Estónia Tallinn

Finlândia Jyvaskia

Finlândia Helsínquia

França Lumière (Lyon II)

França Provence (Aix-Marseille I)

França Poitiers

França Paris-Sud (Paris XI)

França Toulouse le Mirail

Grécia Kritis

Holanda Gronigen

Itália Bolonha

Itália degli studi di Cagliari

Itália degli studi di Chieti

Itália degli studi di Firenze

Itália degli studi di Parma

Itália Pádua

Itália degli studi di Padova Itália degli studi di Roma(1)

Lituânia Pedag Univ.Vilnius

Luxemburgo Luxembourg

Noruega Univ.Tromso

Polónia Univ.Warsaw

Reino Unido Univ. Cardiff

Rep.Checa Univ.Charles de Praga

Suiça Univ. Lausanne

Suíça Univ. Genève

Suiça HES- SO Valais-Wallis (Delemont)TS

Turquia Univ. Ondokuz Mayis

Ciências da Educação Psicologia

Serviço Social

ERASMUS - VAGAS DE MOBILIDADE Mobilidade de Estudantes

Universidade de Pádua

Itália

VOLUME 2 - 22 DE MARÇO 2012 - B IMESTRAL

Page 22: Jornal O Claustro 2ª edição 2012

PÁGINA 22

Erasmus na Universidade de Pádua: Italia, Bellíssima!

“Universa Universis Patavina Libertas De Ana Mateus

Partimos, mais uma vez, à descoberta de

mais um destino no mundo Erasmus e, desta

vez, detivemo-nos na bela Itália. Situando-se

bem perto de Veneza, Pádua não é só um local

de peregrinação importante para os católicos,

pois é lá que se encontra a Basílica

de Santo António, como alberga a

Università degli studi di Padova, com-

posta por treze faculdades.

Ainda que a data da sua funda-

ção seja anterior, foi só no século XV que co-

meçou aquilo a que se pode chamar a sua

“Época de Ouro”, durante a qual esta universi-

dade, sob a protecção da República de Veneza,

pôde crescer em qualidade e prestígio. Foi

também neste pe-

ríodo que foram

feitas grandes con-

tribuições para a

Revolução Cientí-

fica, com desenvol-

vimentos no pensamento filosófico, estudo da

medicina e anatomia e grandes descobertas

em astronomia, física e matemática, que estão

também ligadas a um período de 18 anos du-

rante o qual Galileu Galilei ensinou nesta uni-

versidade.

No que à psicologia diz respeito, crê-se

que terá começado a ter uma maior importân-

cia por volta de 1882 aquando da proposta de

Roberto Ardigo (que na altura leccionava His-

tória da Filosofia) para a criação de uma cadei-

ra de Psicologia Experimental. Mas só 40 anos

mais tarde é que a verdadeira história começa,

com Vittorio Benussi, que havia

estudado com Alexius Meinong.

Em 1919, Benussi obteve a Cáte-

dra de Psicologia na Universidade

de Pádua, onde se tornou profes-

sor titular e diretor do Instituto de Psicologia

Experimental. Nos seus últimos anos dedicou-

se à pesquisa experimental sobre a sugestão e

hipnose.

Desde 1984 que o Departamento de Psi-

cologia realiza pesquisas nas áreas de percep-

ção, comportamento animal, processos cogni-

tivos e psicolinguísticos, Psicologia Social e

Psicologia Clínica. Actualmente existem cerca

de

vinte

«Nem só de estudo vive o

Homem»

«turismo é uma óptima forma de

adquirir conhecimento»

O CLAUSTRO

Page 23: Jornal O Claustro 2ª edição 2012

VOLUME 2 - 22 DE MARÇO 2012 - B IMESTRAL

vinte e quatro laboratórios a trabalhar só

neste Departamento.

Mas como nem só de estudo vive o Ho-

mem, há que aproveitar para explorar Pádua

e tirar partido de um ambiente que combina

a ciência e a arte, a modernidade e a tradi-

ção. O seu constante crescimento comercial

e industrial fez dela uma cidade importante

que, ainda assim, tem conseguido manter

grande parte do seu carácter medieval. Ro-

deado por muralhas do século XVI, o antigo

centro da cidade é um lugar de ruas silenci-

osas onde podemos encontrar igrejas, torres

e palácios.

Porque fazer turismo é uma óptima forma

de se inteirar nos costumes da população e é,

também, um meio de adquirir conhecimento,

é importante visitar museus e monumentos,

como por exemplo, o Museu da Educação. E

se quiser por acaso estiver com saudades de

casa e quiser algo mais familiar, podem sem-

pre matar saudades e ver qual Jardim Botâni-

co é mais bonito ou qual Museu de Antropo-

logia é mais rico.

O Gabinete de Apoio ao Estudante oferece a todos os estudantes da FPCEUC:

- Apoio psicológico (individual, confidencial e gratuito);

- Apoio pedagógico (gestão do estudo e da aprendizagem);

- Aconselhamento de carreira (apoio à decisão vocacional e procura de emprego);

- Orientação socioeducativa (promoção de competências pessoais e sociais);

- Apoio e mediação sociocultural (facilitação do diálogo intercultural);

- Atendimento e aconselhamento na área da sexualidade;

http://www.uc.pt/fpce/servicos/gae/XPTO_seXualidades

Vem obter informações acerca dos direitos dos estudantes, planos de estudo, cursos, faculdade, universidade e ensino superior e participa nas actividades formativas, socioculturais, artísticas e de lazer que te propomos.

Vem conhecer o GAE!

http://blogdogae.blogspot.com [email protected] http://www.uc.pt/fpce/servicos/gae

Concurso de Fotografia NEPCE/AAC

Maria Constança Moura Casas

Foi a grande vencedora!

Parabéns!

PÁGINA 23

Page 24: Jornal O Claustro 2ª edição 2012

Erasmus

Nos por lá

PÁGINA 24

Nós por lá: Erasmus em Padova Por Ana Francisca Marques

"Ai isso é que não vais!" respondeu a minha mãe, quando lhe disse que estava a ponderar ir de ERASMUS. Muitas outras reacções se se-guiram, desde o "Um semestre em Itália? Que sorte, vai ser só boa vida!" até ao "... E vais sozinha?! Isso é que é coragem!".

E na verdade, de tantas opiniões diferentes, nenhuma delas estava longe ou perto da verda-de, incluindo a que eu própria tinha.

Sabia que ia frequentar a Università degli Studi di Padova, uma das mais prestigiadas uni-versidades italianas, num país cuja cultura me apaixona desde que me lembro, e não cabia em mim de contentamento! Obviamente que, ao aventurar-me a ser uma estudante ERASMUS num país desconhe-cido, já esperava uma grande mudança: nem sempre é fácil sair da zona de conforto, deixar a família e os amigos, e cair de repente num sítio onde não se conhece nada nem ninguém.

Por outro lado, esse é precisamente um dos aspectos mais refrescantes desta experiência: passar de não conhecer ninguém para conhecer toda a gente, tão rápido que nem há tempo para expectativas ou desilusões. Uns toleram-se, outros nem isso. E de-pois há um grupo bem mais restrito, dos que se tornam verdadeiros companheiros - tanto de viagem como de estudo, tanto de festa co-mo de dias menos bons. Sim, porque em ERASMUS também há dias menos bons! Há sempre alturas em que nos questionamos

se valem realmente a pena aquelas aulas in-compreensíveis em italiano supersónico, os quase-atropelamentos como base diária, as perseguições ao coordenador que tem mesmo de assinar aquele papel e falta semana após se-mana ao ho-rário de atendimento, ou mesmo o ter de repetir constante-mente que não, os por-tugueses não falam espa-nhol e não, Portugal não é uma província lá para o oeste de Espanha.

Mas a verdade é que, mais tarde ou mais ce-do, cada um desses percalços se transforma em mais uma vitória conseguida, e já todos sabe-mos o que dizia Nietzsche a respeito de “tudo o que não mata”.

E quanto ao resto... todas as viagens que tive oportunidade de fazer, as cidades maravilhosas que conheci por toda a Europa, as actividades e as festas do grupo ERASMUS, não me deixam dúvidas ao classificar esta experiência como uma das melhores que tive até agora!

«esse é precisamente um dos aspectos mais refrescantes desta

experiência: passar de não conhecer ninguém para conhecer toda a gente»

O CLAUSTRO

Page 25: Jornal O Claustro 2ª edição 2012

PÁGINA 25 VOLUME 2 - 22 DE MARÇO 2012 - B IMESTRAL

Para concluir, não quero deixar de partilhar um pequeno texto que me chegou às mãos por acaso, mas com o qual me identifiquei bastante enquanto estudante ERASMUS. Es-pero que gostem!

“Uma lição de vida - ERASMUS

Acredita apenas em ti. Acredita apenas nas tuas capacidades.

Acredita apenas na tua inteligência.

Acredita que és verdadeiro.

Não te enganes. Não te iludas com os outros.

Não te forces a nada.

Erasmus é uma experiência única.

Não quer dizer que não vás estudar.

Não quer dizer que vás para as discotecas todas as noites.

Não quer dizer que vás arranjar um namorado novo.

Não quer dizer que vais gastar demasiado dinheiro aos teus pais. Aproveita. Aproveita as oportunidades que tens.

Muda a tua vida. Conhece outras culturas. Viaja.

Conhece-te melhor. Aprende a viver por ti.

Vais ter problemas. Não são só dias bons. Vais precisar de apoio quando estás em baixo. Vais ter saudades dos teus amigos. Vais querer ir ter com a tua família e não vais poder.

Não deixes que decidam por ti.

Não deixes que alguém te magoe e que te diga que vais fazer algo errado.

Se confiarem em ti, deixam-te. São tempos fora, mas só vão fazer com que a tua re-lação cresça.

Se tiveres que deixar alguém para ir é porque esse alguém nunca se importou dema-siado contigo. Pode custar mas é a maior verdade.

Por isso, deixa. A vida é só uma e podes-te arrepender de nunca o ter feito.

Nada nem ninguém é eterno.

Consegues acabar o curso. Consegues ter uma experiência de vida completamente diferente. Consegues fazer amigos novos. Consegues mostrar a todos que não foi em vão.

E não foi. Cresce contigo e vale por ti.

Nunca vais esquecer esta etapa da tua vida.”

Inês Tadeu

Page 26: Jornal O Claustro 2ª edição 2012

PÁGINA 26 O CLAUSTRO

O que é que faz com que o Benfica um dia entre em campo com fogo nos pés e ordem no cérebro, o todo de uma dita "orquestra" toque afinado e o jogo se transforme num concerto festivo e vitorioso? O que é que faz com que o Benfica, no jogo seguinte, entre desajeitado e mole, sem ordem nem ritmo, sombra de si próprio, desconcerto e desilu-são, sem pés nem cabeça? Um jogo de futebol é sempre interessante. Há muito que o negócio dos atletas preenche jornais e anima debates nas tascas e nos cafés.

E muitos m i l h a r e s de euros animam o fantástico desportivo que a épo-ca de fute-bol pro-porciona. E porque a bola é re-

donda, nada de definitivo se garante à partida. Onze cabeças, vinte e dois pés e a dúvida apaixonante de saber quem vai passar e quem vai ficar pelo caminho. Raramente temos coragem de perguntar pelo jogo da Vida. O que somamos e perde-mos no cômputo geral da existência é um as-sunto que nos mete algum medo. Vamos an-dando que depois se verá. Até pode acontecer que nada se veja e tudo fique assim: cada qual

com as migalhas de gozo que a vida lhe facul-tou. Despertador na cabeceira, relógio no pulso, cara de sono, cá vamos nós para o reco-meço. Voltamos ao trabalho. É bom trabalhar. Feliz de quem pode traba-lhar para o que está vocacionado. Feliz de quem parte para cada dia como quem vai começar o mundo. Pode sentir a fadiga, pode desejar o repouso, mas não vive dobrado ao peso da in-dignidade. O que dói não é trabalhar, mas fazer o mesmo, repetir sem uma leve chama de entu-siasmo, o percurso quotidiano e fastidioso de trabalhar para viver... ou para sobreviver. Felizmente apela-se para a globalidade do trabalho como realização, pois todos nós somos co-criadores do mundo. Gostaria de saber até que ponto este apelo será atendido. Do ângulo da injustiça, o mundo tem sempre uma cor ne-gra e insuportável, mas é mais que tempo de dizer que o dinheiro, embora necessário, não paga nenhum trabalho. Por outro lado, somos responsáveis, isto é, temos de responder pelo que somos e pelo que fazemos. Vamos passar por uma porta muito estreita, revistados de cima a baixo, despidos até ao coração com as nossas rugas, tatuagens e celulites, sem retoques, pinturas ou adornos. Apenas com uma questão em aberto : se valeu ou não a pena o jogo. O jogo da Vida. O campeonato de futebol começa em Agosto e acaba em Maio. O campeonato da Vida come-çou no dia exacto em que nos foi oferecida a razão. E quando acaba? Fica ao vosso critério. Mas uma coisa é certa: ninguém fica no banco.

O Jogo da Vida Por Rúben Costa

O Claustro de Orpheu

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Opinião

A ciência, a tecnologia, a arte e a po-lítica são produto do contexto histórico e cultural da actividade humana, fruto de con-flitos sociais motivados ideologicamente e em serviço do poder. Nesse sentido, a pro-

dução do conheci-mento acontece dentro de um cenário social, econó-mico e cultural-mente

construído, determinado pelo método e fo-co de uma sociedade específica. No entanto, diferentes tipos de conhecimento, com ou-tros métodos de produção, não deixam de existir, ou seja, várias perspectivas coexis-tem e disputam lugares, espaços e tempos, podendo ressurgir de forma transformada ou aparentemente diferente.

Já se tornou característico da discipli-na da Psicologia que diferentes teorias, todas elas confirmadas empiricamente, existam lado a lado. Mas mais do que uma multiplici-dade de teorias, estas extraem conclusões universais acerca do mesmo objecto com base em conceitos incompatíveis que, por

consequência, nos deixam numa posição in-capaz de decidir quais devem ser aceites ou não. O mesmo aconteceria se, na Física por exemplo, existissem várias teorias rivais que explicassem a queda livre de objectos ou o movimento dos diferentes astros.

A Psicologia encontra-se repleta de explicações acerca de processos mentais do quotidiano, produzidas a partir da digestão do conhecimento do senso comum, resul-tando numa psicologização do dia-a-dia. No fundo, o que as pessoas já sabem é sequestra-do só para lhes ser devolvido como algo de extraordinário e inovador. Este “novo” co-nhecimento criado numa base filosófica po-sitivista em experiências laboratoriais, num ambiente artificial e desligado das suas con-dições naturais, constrói uma imagem redu-cionista, e potencialmente perigosa, do ser

«A Psicologia encontra-se repleta de explicações acer-ca de processos mentais do quotidiano, produzidas a

partir da digestão do conhe-cimento do senso comum, resultando numa psicologi-

zação do dia-a-dia.»

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A psicologia não se inventa, mas vive-se e produz-se

Por Pedro Almeida

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humano. Para além disto, existe também uma

forte dinâmica de controlo e preservação do status quo. De facto, é tentador cair em mitos da criação que fixam o conhecimento e limi-tam a procura crítica de informação. O argu-mento que a psicologia só começou nos anos 1870 em Leipzig é exemplo disso. Ao enclau-surar a sua história dentro de fronteiras rígidas e pré-estabelecidas, a Psicologia Institucional cria um monopólio do poder sobre o que deve ser estudado e como deve ser estudado. Assim, ao ignorar tudo o que vai para além do seu domínio, a Psicologia encerra-se sobre si mes-ma e impede qualquer tentativa de renovação temática e metodológica.

Como nas demais Ciências Sociais e Humanas, na Psicologia o ser humano assume

ao mesmo tempo o lugar de sujeito e objecto de estudo. Na verdade, os psicólogos fazem observações acerca dos observadores, experi-ências com experimentadores e teorizam so-bre teorizadores. Esta proximidade epistémica torna-se especialmente nociva quando a teoria e a prática dominante de investigação em Psi-cologia tende a reduzir as características hu-manas como o pensar, o sentir e o actuar a tra-ços individuais meramente simplistas. Assim, ao sistematizar o indivíduo, a Psicologia entra num ciclo de progressiva especificidade e anu-la qualquer tentativa de explicar o que se pro-pôe. Por isso, torna-se importante dar um passo atrás e perceber que mesmo que todas as Psicologias possam parecer iguais, umas são mais iguais que outras.

«Coimbra é a tatuagem que não escolhemos» Por Marlene Cardoso

O CLAUSTRO

Nos meus primeiros tempos em Coimbra, encontrei, no meio das muitas frases que reves-tem as paredes das Repúblicas Coimbrãs, uma que logo me chamou à atenção e me fará sem-pre pôr em causa e reflectir acerca do que é Coimbra e qual é, de facto, o meu sentido cá: “Coimbra é a tatuagem que não escolhemos e que nos fica p’ra vida”. Esta frase, já desgas-tada de cor pelos anos que tem na parede dos Galifões, foi escrita por uma das suas residentes nos seus últimos tempos de estudante. Da pri-meira vez que a li, senti nela uma carga negati-va, como se a minha passagem por cá fosse for-çada, parecendo que, em alguma coisa, estaria a ser enganada. Talvez, mais tarde, fosse capaz de perceber o que aquilo queria dizer. Hoje, pas-sados quase quatro anos, e julgando que sem-pre tentei viver Coimbra intensamente, enten-

do Coimbra como uma tatuagem que temos na alma, mas que não foi essa a tatuagem que es-colhemos.

Antes de cá estarmos, vemos Coimbra co-mo a Cidade dos Estudantes, do Fado, onde se canta ao Amor e à Saudade! Qualquer pensa-mento que tenhamos dela, tem sempre por detrás a ima-gem de um estudante, ca-valheiro e apaixonante, a cantar o seu amor nas ruas velhas da Alta. Escolhemos começar uma nova e arriscada fase das nossas vidas nesta

«Pena que muitos de nós só nos apercebamos do

que estamos a construir e do que Coimbra nos pode dar a meio da nossa jorna-

da e aí será tarde»

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cidade, com base na nostalgia com que os mais velhos nos passam as suas memórias; chegamos cá e Coimbra não é, na verdade, aquilo que es-colhemos!

Não quero dizer que Coimbra não seja uma cidade mágica, cheia de segredos! Coimbra vai deixar sempre uma lágrima de Saudade ao ouvir-se a Balada da Despedida, há-de ser sempre a cidade que nos desperta, na memória, os tem-pos mais felizes e vibrantes das nossas vidas. Mas a realidade mudou e a imagem que é passada já não é um retrato fiel do que por aqui acontece.

Apesar de o número de estudantes que se tentam afirmar, política e ideologicamente, ser cada vez maior, há uma notória falta de valores nos que, na generalidade, formam a Academia. Coimbra não é mais a cidade pujante de estu-dantes vigorosos e com vontade de crescerem pessoalmente, de quererem ter cada vez mais peso e credibilidade, como nos tempos áureos do grande Zeca Afonso!

Pratica-se sim uma cultura boémia, onde os tempos de lazer são ocupados em actividades onde o álcool e os ritmos alucinantes ocupam um papel primordial. Ainda a reforçar a vida bo-émia, há uma fraca e pouco diversificada verten-te cultural em Coimbra, que, muitas vezes, não se direcciona aos jovens, tanto no que respeita às suas áreas de interesse, mas, essencialmente, no seu elevado encargo económico incapaz de ser suportado pela classe estudantil.

Por outro lado, Coimbra, tão marcada pela tradição, já nos aparece mascarada nesse aspecto. E não são raros os exemplos ilustrativos do “esmagamento” da tradição pelos interesses económicos.

A Queima das Fitas, surgida como a maior festa estudantil da Europa, onde uns honravam a possibilidade de iniciarem os seus percursos em Coimbra e outros me-moravam os últimos meses da sua estadia coimbrã; hoje, destaca-se pelas Noites do Parque e os seus concertos, e pelas enor-

mes quantidades de álcool (grátis) que há no Cortejo, onde, por vezes, até já é esquecida a mensagem alegórica e satírica que este deveria transmitir. A Queima das Fitas de agora é a festa que “enche os bolsos” de todos aqueles que an-seiam pelos proveitos económicos do evento.

As famosas Noites dos Horários, organiza-das semestralmente, tradicionalizaram-se pela necessidade de os estudantes de Economia per-noitarem na Faculdade para se inscreverem nas turmas que desejavam e, nessas noites, eram im-provisadas barraquinhas de comidas e bebidas. A tradição mantem-se até aos dias de hoje, mas, curiosamente, o seu tradicional festejo, em 2011, foi cumprido na “sala de espectáculos” da Sá da Bandeira – o Theatrix - espaço que, pelo que consta, pertence aos abnegados proprietá-rios que se apoderam da maioria das festas e es-paços dos estudantes da UC.

Apesar de tudo, Coimbra tem uma força intrínseca e incrível que nos torna capazes de aproveitar tudo o que a cidade nos dá, mesmo as coisas menos boas ou diferentes do romantismo pré-concebido, e nos faz mais competentes e singulares neste mundo de diversidades e adver-sidades.

Pena que muitos de nós só nos apercebamos do que estamos a construir e do que Coimbra nos pode dar a meio da nossa jornada e aí será tarde para que possamos mudar a já tão vincada tatuagem que Coimbra desenhou em nós!

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Pauta

VOLUME 2 - 22 DE MARÇO 2012 - B IMESTRAL

Agenda Cultural

Jornadas Transdisciplinares 2012 (Científico) 30 e 31 de Março, 1 de Abril

Shakespeare pelas Barbas (Teatro)

Sala Grande da Oficina Municipal do Teatro | 22 de Março a 29 de Abril

I Conferência Internacional da Perspectiva Temporal FPCE-UC | 5 e 6 de Setembro

XIV Conferência Europeia sobre Expressão Facial Instituto Piaget | 16– 18 de Julho

O Diabólico Dr. Mabuse (Cinema) TAGV | 28 de Março - 21h30

A XIV Semana Cultural, “Navegar é Preciso, Viver não é preciso” foi vivida a navegar intensamente por mares des-conhecidos, mas no fim da mesma, o balanço foi muito po-sitivo: o barco esteve cheio e sem grandes ondulações.

Parabéns ao Pelouro da Cultura!

Qualquer um tem conhecimento dos cortes nas Bolsas e dos abandonos do Ensino Superior por razões económicas. Co-mo tal, as propinas aumentaram 30 euros para ajudar os estudantes carenciados. Ora, então, temos de ser nós, os es-tudantes, a desembolsar isso, incluindo os próprios carenci-ados. Faz sentido ou nem por isso?

Está complicado para todos!

Posso tirar o curso na hora de expediente e virar jornalista nos tempos livres.

Jornal O Claustro