Jornal Humana PT | Edição junho-agosto2016

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OS CIDADÃOS DOARAM 5.303 TONELADAS DE ROUPA USADA EM 2015 P. 2 NA LINHA DA FRENTE CONTRA O VIH/SIDA P. 6 PROGRAMA DE VALES DE AJUDA CONCRETIZA RESPOSTA DE APOIO SOCIAL P. 3 A dimensão artística da roupa usada P. 4 - 5 A Humana apoiou através de cedência de vestuário o espetáculo de teatro “O Apartamento” protagonizado por Maria João Abreu, Heitor Lourenço, Hélder Gamboa, Vitor De Sousa, entre outros. Foto – Tenda Produções junho - agosto 2016

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- A dimensão artística da roupa usada - 5.303 toneladas de têxtil recolhidas em 2015 - Programa de Vales de Ajuda concretiza resposta de apoio social - Na linha da frente contra o VIH/SIDA

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—OS CIDADÃOS DOARAM 5.303

TONELADAS DE ROUPA USADA EM 2015

P. 2

—NA LINHA DA

FRENTE CONTRA O VIH/SIDA

P. 6

—PROGRAMA DE VALES DE AJUDA

CONCRETIZA RESPOSTA DE APOIO SOCIAL

P. 3

A dimensão artística da roupa usadaP. 4 - 5

A Humana apoiou através de cedência de vestuário o espetáculo de teatro “O Apartamento” protagonizado por Maria João Abreu, Heitor Lourenço, Hélder Gamboa, Vitor De Sousa, entre outros. Foto – Tenda Produções

junho - agosto 2016

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A Humana recolheu no ano passado 5.303.989 kg de

roupa e calçado usados através de uma rede de 1.711 contentores e 7 lojas secondhand existentes em território nacional, para lhes dar um fim social. Objetivo esse, só possível graças à colaboração de mais de setecentos mil doadores que depositaram com confiança a sua roupa usada e ao apoio de entida-des parceiras. A Associação tem atualmente uma equipa de 70 funcionários, o que significa que é criado um posto de trabalho per-manente a tempo inteiro por cada 75.000 quilogra-mas de roupa recolhidos.

A recolha de roupa é um serviço gratuito para os municípios e representa uma poupança significativa nos custos de recolha e eliminação de resíduos urbanos. Presentemente, em Portugal, a Humana conta com mais de 135 entidades públicas e 140 privadas que colaboram connosco ao abrigo de parcerias.

A reutilização e a reciclagem têxtil contribuem para a proteção do meio ambiente ao reduzir em parte os re-síduos gerados pelos cidadãos, dando uma segunda vida à roupa que de outra forma iria parar ao aterro para incineração. Cada quilo de roupa que se reutiliza e não é incinerada evita a emissão de 3,169 kg de CO2 segundo

dados da Comissão Europeia. As 5.303 toneladas recolhidas no ano passado representaram a não emissão de 16. 805 toneladas de CO

2 para a

atmosfera.

A Humana faz uma gestão eficaz das doações de têxtil incentivando a reu-tilização e a consciencialização para um desenvolvimento sustentável em termos ambientais, sociais e econó-

micos. Um objetivo partilhado pela Diretiva Quadro de Resíduos (DQR) da UE e pelo Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, em conformidade com o Decreto-Lei n.º 73/2011 de 17 de junho e de acor-do com a estratégia nacional, cuja prioridade é reforçar a prevenção da produção de resíduos e fomentar a sua reutilização e reciclagem com vista a prolongar o seu ciclo de vida antes de os devolver em condições adequadas ao meio natural.

A hierarquia dos resíduos assume-se neste âmbito, como princípio fun-damental da política de ambiente, a qual define a seguinte ordem no

que se refere às opções de prevenção e gestão de resí-duos: prevenção e redução, preparação para a reutili-zação, reciclagem, outros tipos de valorização, e por fim, a eliminação, quando as restantes opções não foram possíveis.

A colocação de roupa usada em contentores destinados para o efeito inicia o ciclo de reutilização e valoriza adequadamente este recurso tanto em termos de ma-teriais como de energia, aumentando o seu tempo de vida no circuito de consumo.

Todos os recursos gerados pela atividade de recolha e valorização da roupa em Portugal são dedicados ao objetivo social da organi-zação. Graças à sua colabo-ração, entre 2013 e 2015, foi

possível destinar 1,4 milhões de euros para projetos de educação e agricul-tura em África, mais concretamente na Guiné-Bissau e Moçambique. Estes programas de cooperação são desen-volvidos em zonas rurais com altos níveis de pobreza, promovendo um crescimento sustentável e a melhoria das condições de vida junto das comu-nidades onde operam.

A valorização da roupa permite igual-mente criar recursos, que em conjunto com as entidades públicas e privadas com quem estabelecemos parcerias, são destinados a iniciativas sociais e de apoio local em Portugal.

5.303 toneladas de têxtil recolhidas, graças a tiA recolha de roupa usada em 2015 evitou a emissão de 16.805 t de CO2 para a atmosfera.

A Humana Portugal é uma associação sem fins lucrativos, que desde 1998 promove a proteção do meio ambiente através da reutilização têx-til e implementa programas de cooperação em África, bem como de ajuda social em Portugal.

Atualmente contamos com mais de 1.700 contentores para a recolha de roupa usada à disposição dos cidadãos, distribuídos pelo ter-ritório nacional, onde poderão colocar as suas doações. De igual modo, o poderão fazer dire-tamente numa das sete lojas secondhand da associação. A Humana faz uma gestão eficaz das doações de roupa usada e incentiva a reuti-

lização e o consumo responsável. Um objetivo partilhado pela Diretiva Quadro de Resíduos e o Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, cuja prioridade é reduzir a produção de resíduos desde a sua origem e aumentar a preparação para reutilização e reciclagem de resíduos domésticos e similares.

A reutilização e a reciclagem têxtil contri-buem para a proteção do meio ambiente: cada quilo de roupa que se reutiliza e não é incinerada evita a emissão de 3,169 kg de CO2 segundo dados da Comissão Europeia. A recolha de roupa é um serviço gratuito para os

municípios e representa uma poupança signi-ficativa nos custos de recolha e eliminação de resíduos urbanos.

Além da sua componente ambiental, a gestão de têxtil usado é um importante motor de desenvolvimento. Por um lado, na criação de emprego em Portugal (a Associação tem atual-mente 70 funcionários) e por outro, porque os recursos obtidos com a gestão de têxtil usado viabilizam os programas de ajuda social e de sensibilização em Portugal e de cooperação para o desenvolvimento em África.

Quem Somos

Onde estamos

Sede

Rua B, nº 104, Armazém AUrbanização do Passil2890-171 Alcochete T. +351 21 280 15 87 F. +351 21 280 15 86

Delegações

Norte Rua da Gandra, nº 5203885-246 Cortegaça T./F. +351 256 788 035

SulAv. Vilamoura XXI, Edif. Portal de Vilamoura, Loja C-1 Bloco B8125-017 Quarteira

LOJAS | LISBOA

Av. Almirante Reis, nº 26 1150-018 LisboaT. +351 21 812 91 80

Av. Almirante Reis, nº 94 1150-022 LisboaT. +351 21 813 27 13

Av. Almirante Reis, nº 104 B 1150-022 LisboaT. +351 21 813 93 27

Praça Francisco Sá Carneiro, nº 10 A1000-160 LisboaT. +351 21 845 09 09

Rua Morais Soares, nº701900-348 LisboaT. +351 21 813 15 57

Rua dos Fanqueiros, nº 2251100-229 LisboaT. +351 21 886 11 87

LOJA | PORTO

Rua Passos Manuel, nº 624000-381 PortoT. +351 22 201 17 80

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Por cada 75.000 kg de rou-pa recolhidos é criado um posto de trabalho perma-nente.

T. 212 801 587

www.humana-portugal.org

[email protected]

https://www.facebook.com/humana.portugal

Edição: Humana PortugalFotografias: Arquivo Humana youtube.com/user/humanaportugal

flickr.com/photos/humanaportugal

Diversas ações de sensibilização são efetuadas para promover a responsabilidade socioambiental.

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Programa de Vales de Ajuda concretiza resposta de apoio social Em Portugal, os recursos obtidos com a gestão de têxtil usado permitem impulsionar diversos projetos sociais a nível local.

Todos os recursos gerados com a atividade de recolha e valoriza-ção de roupa em Portugal desti-

nam-se ao fim social da organização. A maior parte são dedicados a progra-mas de cooperação na Guiné-Bissau e em Moçambique; e outra parte, cada vez mais significativa, a apoio local no nosso país em conjunto com diversas entidades. Desta forma, e conscientes do nosso compromisso, é possível reverter para a sociedade par-te dos recursos gerados com a gestão da roupa doada.

Inserido no programa de Apoio Social da Humana, o plano de Vales de Aju-da permite atribuir a instituições, entidades ou municípios com quem estejamos a desenvolver projetos de colaboração ou par-cerias, a possibilidade de adquirir roupa e calçado de forma comple-tamente gratuita na nossa rede de lojas secondhand. Estes vales não po-dendo ser adquiridos, são entregues

pela Humana a estas entidades para que consoante as carências locais de recursos têxteis básicos possam ser uma resposta efetiva de apoio social junto dos cidadãos. Esta atribuição pode ser efetuada de duas formas, re-metendo este critério exclusivamente à entidade apoiada.

Assim, a instituição pode optar pela criação de stocks de roupa e/ou cal-çado consoante as necessidades que respetivas famílias possam apresentar em dado momento, sendo a própria entidade a proceder ao respetivo levantamento nas lojas Humana para posterior entrega aos utentes; ou atra-vés da sinalização das famílias mais carenciadas pelo departamento de Ação Social da entidade apoiada, que atribui os vales aos próprios utentes para que estes possam dirigir-se à loja e adquirir o que precisam consoante a sua própria seleção.

Em vigor desde junho de 2013, este programa de Apoio Social atribuiu até à data 674 vales roupa Humana de valor unitário de 30 euros, per-fazendo um valor global de 20.220

euros. Adicionalmente, o número de entidades beneficiárias tem cresci-do gradualmente de ano para ano, ainda que de momento a distribuição de Vales de Ajuda esteja circunscrito às áreas geográficas de Lisboa e Porto, onde estão loca-lizadas a nossa rede de lojas secondhand.

A sinalização de algu-mas carências a nível

local só é possível com o envolvimen-to das entidades parceiras e dos respe-tivos departamentos de Ação Social. Mencionamos algumas, que de uma forma regular têm colaborado com a Humana no âmbito deste projeto: Instituto de Apoio à Criança (IAC); Câ-mara Municipal do Seixal; União das Freguesias de Agualva e Mira Sintra; Junta de Freguesia dos Olivais; União de Freguesias de Queluz e Belas; Junta de Freguesia do Parque das Nações, entre outros.

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Com âmbito local, esta intervenção visa canali-zar a ajuda diretamente às populações como meio de potenciar o seu desen-volvimento comunitário e social, permitindo aos cidadãos o acesso a re-cursos têxteis de forma completamente gratuita.

159é o número de

Vales de Ajuda entregues no 1º trimestre de 2016

Ato de Entrega de Vales ao executivo da União de Freguesias de Queluz e Belas, a 9 de março.

Cerimónia de entrega oficial da verba angariada com o executivo municipal de S. Brás de Alportel.

Campanha “Roupa por Alimentos”

Numa cerimónia simbólica presidi-da por Vítor Guerreiro, presiden-

te da Câmara Municipal de S. Brás de Alportel, com todo o executivo pre-sente, realizou-se no passado dia 14 de abril, na Loja Social do Município, a entrega oficial da verba angariada na campanha designada “Roupa por Alimentos”.

Uma campanha que a autarquia implementou em colaboração com a Humana Portugal, visando angariar fundos para auxiliar a ajuda alimen-tar que está a ser dada a mais de cem famílias carenciadas do município.

De referir que esta iniciativa, lançada por sugestão da vice-presidente da

Câmara, Marlene Guerreiro, cumpriu a sua segunda edição, mas “o nosso desejo é que continue a repetir-se no mesmo período” para que “as difi-culdades sentidas pela autarquia em ajudar quem mais precisa, sejam mais facilmente superadas, designada-mente com a ajuda da Humana, que é muito bem-vinda. Muito e muito obrigado!” – finalizou a autarca “por esta pequena cerimónia de enorme significado”, acrescentou.

A campanha de recolha de roupa para converter em alimentos a favor da Loja Social do Município de S. Brás de Alportel, decorreu em espaço anexo ao Mercado Municipal, mediante a colocação de um contentor adicional

à rede de equipamentos que a Huma-na mantém instalados em diversos pontos estratégicos do concelho.O valor angariado para aquisição de

alimentos pela Loja Social do Mu-nicípio de S. Brás de Alportel foi de 400,00 euros e destinou-se a auxiliar famílias carenciadas do concelho.

A 2ª edição desta campanha decorreu junto ao Mercado Municipal de S. Brás de Alportel e reverteu para famílias carenciadas.

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Em contextos artísticos, o pro-cesso de construção de uma personagem passa por um

trabalho do qual dependem vários fatores, e para o qual, só através da confluência dos diversos inter-venientes (atores, o encenador, o argumento,…) é possível imprimir verosimilidade ao espetador e à narrativa. Um dos aspetos fulcrais para esta construção passa pelo guarda-roupa ou figurino, que pela sua importância, exerce a função complementar de enriquecer e cre-dibilizar as personagens encaixan-do no contexto proposto, cumprin-do a sua função como elemento comunicador. O vestuário delimita onde ocorre a narrativa, o tempo e o espaço, envolvendo o respetivo público. Os diretores artísticos e responsáveis pelo guarda-roupa têm assim um papel significativo no êxito de uma produção ou projeto.

A Humana colabora regularmente em projetos culturais de diversa índole, através da cedência ou venda a preços especiais de roupa usada a companhias de teatro ou produtoras de cinema e televisão. Nestes últimos dois anos, este apoio tem sido mais efetivo, tendo colaborado em vários projetos de produtoras e companhias como: UmColetivo, Companhia Limitada (Largo Residências), Real Ficção, entre outras; e mais recentemente a Tenda Produções com o espetácu-lo de teatro “O Apartamento”, em estreia mundial e com um elenco notável.

“O Apartamento” obra do consa-grado Billy Wilder, numa adap-tação única de Hélder Gamboa e Jorge Fraga, considerado um dos maiores encenadores nacionais, esteve em cena no Teatro Trindade de 8 de abril a 15 de maio de 2016. Esta comédia romântica, passada nos Anos 50, conta as aventuras de C.C. Baxter (Hélder Gamboa) um funcionário de uma megaempre-sa de seguros na cidade de Nova Iorque que com o intuito de obter uma ascensão profissional resolve emprestar o seu apartamento aos seus chefes hierárquicos para que pudessem ter encontros amoro-sos. Uma sátira social, com um regresso aos valores da ética e da moral doseada com muito humor, dadas as cenas inusitadas que compõem esta teia de relações humanas. Do elenco fizeram parte 16 atores, entre os quais: Hélder

Gamboa (C.C. Baxter), Maria João Abreu (Fran Kubelik), Heitor Lourenço (Jeff Sheldrake), Vítor de Sousa (Dr.Drey-fuss), Paula Guedes (Mildred Dreyfuss) e Ângela Pinto (Srta. Olsen).

“Numa peça de época como esta, que caracteriza os Anos 50, o guarda-roupa é fundamental e intrínseco à cons-trução e interiorização das persona-gens. Numa fase inicial de pesquisa, tentámos perceber como a sociedade estava organizada e o qual o modus vivendi que existia nessa altura e foi através do vestuário que conseguimos materializar essa estética”, explica Ân-gela Pinto, produtora e atriz do espetá-culo. “A roupa usada além de permitir caracterizar em termos globais uma época, ou um dado momento tem-poral, reflete igualmente os extratos sociais a que a personagem pertence, tornando-a mais real tanto para quem a interpreta como para o público. No caso da Srta. Olsen, a secretária de direção que interpreto, o requinte de detalhes do figurino teria que ser expressivo do glamour que o vestuário detinha à data”, salienta.

“A roupa usada tem uma textura própria, um padrão ou silhueta típica de uma utilização anterior, que aplica-do ao contexto cénico carrega mensa-gens que muitas vezes não são ditas através de diálogos. A aplicação deste referencial enriquece a personagem, possibilita transformações e enquadra a história com os restantes elementos que a compõem. Sendo um atributo visual, poderá ter a capacidade de caracterizar as personagens tanto física quanto psicologicamente. Tratando-se de espetáculo de época o guarda-roupa assume, de facto, um relevo adicional”, conclui.

Igualmente com o grupo UmColetivo, a Humana tem colaborado regularmente através de cedência de vestuário para apoio a projetos de cinema - “Ninho” (2016) de J.P. Nunes, que conta a história de um mundo de sonhos impossíveis construído pela imaginação de uma criança; e de teatro – “Silêncio” (2015) de Rúben A., uma peça sobre o amor em ruínas entre um homem e uma mulher, protagonizada por dois atores num carro, durante 48 horas, para dois espetadores de cada vez. E a trilogia “Três Irmãs: Irina, Macha e Olga” (2015 - 2016) reinterpretando as Três Irmãs de

A expressão cénica O empréstimo ou a cedência de vestuário a produtoras de espetáculos são mais um exemplo das possibilidades da reutilização.

O filme “O Apartamento” com Jack Lemmon e Shirley MacLaine ganhou 5 Óscares.

Estreia de “O Apartamento” no Teatro Trindade a 8 de abril. Fonte | MOVE Notícias

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da roupa usada

Tchékhov em três espetáculos diferen-tes espaçados no tempo. Olga, o último, tem estreia marcada para o próximo dia 20 junho e estará em cena na Escola Básica da Ajuda, em Lisboa.

“Três Irmãs” com textos de Luísa Mon-teiro, Valério Romão e Rui Pina Coelho e direção artística de Cátia Terrinca e Francisco Salgado, narra uma jornada a três tempos sobre ilusão e fuga. Irina, Macha e Olga (interpretadas por Cátia Terrinca) idealizam voltar para Mosco-vo, cidade em que cresceram, imbuídas no tédio de uma vida bucólica confi-nadas à sua casa de campo. Cada uma delas é uma estação dessa viagem rumo ao sonho da capital: Irina (inverno), Macha (primavera) e Olga (verão). Sobre cada uma, constrói-se um espetáculo diferente, no corpo da mesma atriz e sob os detritos do espetáculo anterior.

Cátia Terrinca, atriz, diretora artística e fundadora de UmColetivo, elucida: “Consoante as características de cada projeto há um trabalho prévio de construção das personagens que é

indissociável da criação dos respetivos figurinos. A roupa traduz e acrescenta peso ao corpo; a sensação tátil que a roupa estabelece com o protagonista permite-lhe chegar a outras camadas de representação. Agindo diretamente sobre o corpo e sobre o espaço, a roupa é o que intermedeia a relação com o espetador.”

Enquanto diretora artística, utiliza preferencialmente roupa em segunda mão na composição do guarda-roupa dos projetos que integra. “A roupa usa-da é mais credível, conta uma história que é mais pessoal e íntima, induz a personagem num movimento e estética específicos que podem ser transpostos para o espetáculo. Neste sentido, as Lojas Humana, devido à multiplicidade de estilos e ao dinamismo de oferta pos-sibilitam selecionar as mais variadas peças, que por não serem novas, vão de encontro às exigências de um determi-nado projeto ou personagem”, explica Cátia Terrinca, “por outro lado, a roupa dita convencional pode tornar-se monótona e desinteressante para o

espetador, ao passo que uma peça única e impactante, claramente produzirá outro efeito.”

Na seleção de vestuário, para as mais variadas produções, existem certos fatores a considerar pelos figurinistas ou diretores artísticos. Estes poderão ser de ordem económica, dado a grande quantidade de peças necessárias para comportar as diferentes mudas de roupa tanto dos protagonistas como dos figurantes; bem como, os que se prendem com a própria utilidade deste vestuário após o termino do projeto.

“Começou-nos a fazer muito sentido recorrer ao empréstimo de roupa em segunda mão para a construção de figurinos tanto para teatro como para cinema, porque a utilizamos durante um tempo delimitado e num respetivo processo de trabalho. É roupa para um fim concreto que nestes moldes poderá ser devolvida”, indica Terrinca, “dado a relação pessoal que já mantinha com as Lojas Humana, surgiu esta possibili-dade…que foi continuando ao longo do

tempo”, acrescenta e conclui.

No âmbito de apoio a produções cultu-rais, convém ainda destacar o mais re-cente projeto da Companhia Limitada. Uma produção do nosso parceiro Largo Residências e co-produção do Teatro Nacional D. Maria II, no qual a Humana colaborou através de empréstimo de roupa usada para o espetáculo.

“Estação Terminal” de Madalena Vic-torino e Pedro Salvador foi o terceiro momento da trilogia Companhia Limitada que, tal como as duas edições anteriores, propôs-se reinventar a soli-dão urbana.

Um espetáculo que contou com setenta e cinco participantes e decorreu em vários espaços do Teatro Nacional; des-de o Largo do Regedor ao gabinete do diretor artístico, passando pelos terraços, as arcadas do Rossio, cama-rins, armazéns e corredores, até ao Salão Nobre. Estreou a 12 de maio e esteve em cena até ao dia 22, no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa.

Cátia Terrinca, fundadora de UmColetivo e atriz. Foto © MAR (Margarida A. Rodrigues)

MACHA, o segundo espetáculo da trilogia no Teatro Ibérico, em Lisboa. Foto © Vitorino Coragem

IRINA de “Três Irmãs” no Espaço Zoot da Lx Factory, em Lisboa. Foto ©Alípio Padilha

A roupa usada é mais credível, conta uma história que é mais pessoal e íntima, induz a personagem num movimento e estética específicos que podem

ser transpostos para o espetáculo”

Cátia Terrinca, diretora artística “Três Irmãs”

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A síndrome de imunodefi-ciência adquirida VIH/SIDA provoca nas pessoas uma

vulnerabilidade acrescida face a outras doenças, como a hepatite ou a tuberculose. Através de dados divulgados pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o VIH/SIDA (ONUSIDA) é agora possível entender melhor a incidência do VIH a nível global, com especial destaque para a África Subsariana, onde se concen-tram cerca de 70% do número total de novas infeções à escala mundial.

Calcula-se que, em 2013, 24,7 milhões de pessoas viviam com o VIH, das quais 58% eram mulheres. Neste período surgiram aproximadamente 1,5 mil-hões de novas infeções, ainda que entre 2015 e 2013 este valor tenha decrescido

33%, e no mesmo intervalo de tempo o número de mortes relacionadas com SIDA tenha baixado 39%.

Em 2013, foram detetadas 210.000 novas infeções por VIH em crianças, sendo que desde 2009 se tenha assisti-do a uma redução na ordem dos 43% entre as crianças dos 21 países prio-ritários do Plano Mundial em África.O trabalho da Humana e do resto das organizações que formam a Federa-ção Humana People to People face ao VIH/SIDA no hemisfério Sul centra-se em dois programas relacionados com a luta contra esta pandemia.

O primeiro é o Total Control of the Epidemic (TCE), cujo objetivo é mobi-lizar a comunidade para a prevenção do VIH e o respetivo acesso aos trata-mentos. Sempre em estreita colabora-ção com os governos de cada país, o TCE promove o diálogo personalizado sobre hábitos sexuais e de higiene,

entre outras atividades.

O segundo programa, denominado de HOPE, baseia-se em ações que pre-vinam infeções, conduzindo a modos de vida saudáveis, dando estrutura e fomentando alianças para que as pessoas se apoiem mutuamente e consigam enfrentar as consequên-cias da doença. Este programa está implementado em Angola, Botswana, Índia, Moçambique, África do Sul, Zâmbia e Zimbabwe, colaborando com os centros de saúde públicos e parceiros locais.

A abordagem da ONUSIDA de Respos-ta Rápida insta os países a alcançar um ambicioso conjunto de metas até 2020, incluindo a redução do número de pessoas infetadas pelo VIH e pes-soas que morrem de causas relacio-nadas à SIDA para menos de 500.000 por ano. Assim como à duplicação do número de pessoas em tratamento estabelecendo a meta 90-90-90, que prevê que: 90% das pessoas que vivem com VIH estejam diagnosticadas; 90% das pessoas com diagnostico positivo tenham acesso ao tratamento; e 90%

das pessoas em tratamento tenham carga viral indetetável.

A ONUSIDA identificou 35 países que devem priorizar e adotar a Resposta Rápida visto que representam 90% dos novos casos de infeções de VIH/SIDA, necessitando assim, de uma atenção particular para que o objeti-vo da erradicação seja alcançado.

Concentrando esforços e reforçando investimentos no sentido de assegu-rar uma resposta célere e global que trave a propagação do VIH, por meio de programas integrais de prevenção e tratamento junto das populações mais afetadas, podemos ambicionar que a SIDA deixe de ser uma amea-ça à saúde pública e se obtenham grandes benefícios até 2030: evitando 21 milhões de mortes relacionadas à SIDA e 28 milhões de novas infeções de VIH, as quais 5,9 em crianças.

Humana luta contra o VIH mediante o seu programa TCE em 7 países.

O objetivo do TCE é mobilizar a comunidade para a prevenção do VIH e o acesso ao tratamento.

Humana People to People luta contra esta pandemia em conjunto com as comunidades do hemisfério Sul onde está presente.

Na linha da frente contra o VIH/SIDATCE promove o diálogo personalizado sobre hábitos sexuais e de higiene.

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Campanha Vintage nas Lojas Humana

A Humana inaugurou, no pas-sado mês de março, uma nova loja de moda sustentável na

Rua Morais Soares, nº 70 em Lisboa. A abertura desta nova loja oferece a to-dos os clientes da capital a melhor se-leção de moda sustentável na relação qualidade-preço e constitui-se como uma alternativa de estilo excitante face à oferta convencional. Localizada no centro da cidade, em local em-blemático e de ótima acessibilidade, esta será a maior loja da Humana em Portugal.

Com uma área de cerca de 350m2, o nº 70 da Rua Morais Soares disponibi-

liza roupas em segunda mão a preços acessíveis e com a melhor qualidade.

De roupa e acessórios para senhora, homem ou criança até ao calçado ou aos têxteis para o lar, a loja tem capacidade para albergar 10 mil peças de vestuário, direcionadas para um público que procura a qualidade alia-da a um preço baixo e com consciên-cia social.

Desde 1998, a Humana Portugal tem desenvolvido um modelo especiali-zado na preparação para a reutili-zação. Promovendo, deste modo, a segunda vida da roupa como pilar da moda sustentável. Neste contexto, a reutilização é fundamental: A peça de vestuário mais sustentável é aquela que já foi fabricada.

Por outro lado, os cidadãos estão cada vez mais conscientes da importância da reutilização e de um modelo de consumo responsável que contribua para a proteção ambiental.

Ganhando cada vez mais peso a moda ética, baseada no respeito pelo planeta e pelas pessoas através de um posicionamento e paradigma cada vez mais sustentável.

Os recursos gerados pelas lojas, assim como o trabalho da Humana a nível de recolha e gestão de roupa usada, permitem a realização de programas de cooperação em África e promo-vem as boas práticas ambientais colaborando com a sustentabilidade ambiental.

Atualmente, a rede de lojas Humana é composta por 6 lojas em Lisboa e 1 no Porto, onde é possível adquirir roupa em segunda mão e acessórios ao melhor preço.

De 17 a 20 de março decorreu em três Lojas Humana de Lisboa e

Porto a Campanha especial Vintage, onde os clientes tiveram à sua dispo-sição em espaços dedicados (corners) uma grande variedade de peças vinta-ge a preços excelentes.

Com esta campanha foi possível revi-sitar o universo vintage e descobrir peças com corte, qualidade irrepreen-

sível, padrões irrepetíveis e autenti-cidade; em artigos com um imenso potencial e uma narrativa única.

Tendência do momento, o vintage pa-rece estar cada vez mais presente nas ruas portuguesas com o regresso da inspiração da roupa de outros tempos a moldar as propostas nostálgicas das próximas estações. Sempre com oferta vintage disponível, continue a usar as múltiplas possibilidades que as Lojas Humana lhe oferecem para afirmar a sua individualidade nas suas opções de consumo e de estilo.

Localizada no centro de Lisboa esta será a maior loja da Humana em Portugal.

Baseada no respeito pelo planeta e pelas pessoas, a moda ética é cada vez mais uma opção.

O charme das peças em segunda mão.

Mais moda sustentável com inauguração de loja

Aumenta a oferta secondhand e a rede de estabelecimentos em Lisboa.

Campanha Vintage nas lojas de Lisboa (Almirante Reis, 94 e Fanqueiros, 225) e Porto (Passos Manuel, 62).

Os cidadãos estão cada vez mais conscientes da importância da sustentabilidade no consumo de roupa. Na imagem, inauguração de loja na Rua Morais Soares, em Lisboa, a 3 de março.

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A importância de uma educação de qualidade como motor de desenvolvimento é o tema escol-

hido para a próxima edição do Humana Day, que terá lugar durante os meses de setembro e outubro. Poder contar com um número suficiente de profes-sores bem formados, com instalações e material adequado, tanto em termos de conteúdos como de quantidade, são condições necessárias para promover uma educação de qualidade no hemis-fério Sul.

O Humana Day é um evento anual, no qual participam outras organizações

da Federação Humana People to People na Europa. Os temas escolhidos nas seis edições anteriores foram: “Education for All”, “Food for All”, “Women in Ac-tion” e, durante três anos consecutivos, “Our Climate, Our Challenge”.

As organizações que fazem parte da Hu-mana People to People fazem a gestão de meia centena de escolas de for-mação de professores em 12 países. Os docentes promovem o desenvolvimento local e transmitem uma educação de qualidade. Deste modo, melhoram as condições pedagógicas dos seus alunos e fortalecem a comunidade.

Humana Day 2016: “Quality Education for Development”Este evento anual, em que participam outras organizações de HPP, chega à 7ª edição.

“Sou cliente habitual e como conheço o vosso objetivo social, prefiro fazer as minhas compras nas lojas Humana para assim poder contribuir.

Outro motivo que me agrada, são os preços serem em conta e a oferta ser diversificada. Consigo sempre encontrar peças muito interessantes. Como venho regularmente às lojas, estou sempre

atenta às novidades e promoções, especialmente nos artigos vintage.”

Miriam Azevedo – 50 anos

“Sou cliente das vossas lojas há algum tempo e compro na Humana devido à excelente relação qualidade-preço. O facto de apoiarem projetos de

âmbito humanitário é algo que me revejo enquanto cliente e cidadão. Como costumo acompanhar as vossas promoções nas redes socias, hoje vim ver se encontrava casacos e calças de marca…para já estou

muito satisfeito com a oferta.”

Adriano Bernardino – 43 anos

“Essencialmente devido à qualidade da roupa, aos preços baixos e à simpatia das funcionárias. Sou-be há pouco que as compras efetuadas revertem

para projetos solidários, o que me agradou bastan-te… e vai com certeza determinar que me torne uma cliente mais regular. Gosto da forma como a roupa está organizada e em especial o espaço vinta-

ge, onde facilmente encontro o que procuro.”

Dilia Dias – 57 anos

“Comecei a vir às lojas Humana por indicação da minha mãe, que é cliente habitual, agora venho regularmente e procuro essencialmente artigos

diferentes ou em pele. De uma forma geral encontro sempre peças que gosto e a preços muito bons, que noutras lojas possivelmente não poderia comprar. A roupa em segunda mão é sem dúvida uma opção

com qualidade e tem a vantagem de serem peças únicas, que mais ninguém tem.”

Emivaldo Silva – 20 anos

“Compro nas lojas Humana porque têm peças diferentes, com muita qualidade e a preços acessíveis. Para além disso, tenho conhecimento

do vosso fim social e identifico-me com o conceito secondhand. Sempre que posso opto por artigos em segunda mão, porque entendo que a reutilização de roupa faz todo o sentido se queremos ser cada vez

mais sustentáveis.”

Tânia Gordo – 36 anos

“É a primeira vez que entro numa loja Humana. Já tinha ouvido falar no vosso conceito de moda sustentável e sabia que era uma loja de roupa em

segunda mão…que claramente prefiro!...mas não conhecia as lojas. Hoje entrei porque a montra me despertou interesse, tanto a nível de artigos como de promoções. Pelo que pude ver têm uma seleção

de peças com muita qualidade e fora do comum…muito bom…Gostei!”

Beatriz David – 21 anos

Porque compras

na Humana?

E tu Qualidade, preços baixos, peças únicas e diferentes, apoio a projetos, moda sustentável... muitos são os motivos para optar pelas lojas secondhand.

Contar com docentes bem formados é essencial para uma educação de qualidade no hemisfério Sul.