Jornal Fortaleza Decor

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fortalezadecor PUBLICAÇÃO MENSAL EDIÇÃO 3 ANO II • JANEIRO DE 2010 jornal Mundo Sustentável Os cuidados para a preservação da água, tão preciosa para a vida no Planeta Terra Design O vintage está na moda! Qual seu significado na decoração de interiores? Artesanato A sensível arte oriental do origami e kirigami, através do trabalho de Felipe Maranhão NESTA EDIÇÃO MADEIRAS ECOLOGICAMENTE CORRETAS TAMBÉM SÃO VALORIZADAS NA DECORAÇÃO DE INTERIORES. SUA MAJESTADE, A MADEIRA

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Jornal de decoração e design.

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fortalezadecorPUBLICAÇÃO MENSAL • EDIÇÃO 3 • ANO II • JANEIRO DE 2010

jornal

Mundo SustentávelOs cuidados para a preservação da água, tão preciosa para a vida no Planeta Terra

DesignO vintage está na moda! Qual seu significado na decoração de interiores?

ArtesanatoA sensível arte oriental do origami e kirigami, através do trabalho de Felipe Maranhão

NESTA EDIÇÃO

MADEIRAS ECOLOGICAMENTE CORRETAS TAMBÉM SÃO VALORIZADAS NA DECORAÇÃO DE INTERIORES.

SUA MAJESTADE,A MADEIRA

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SumárioEditorial

ExpedienteFortalezaDecor é publicado mensal com distribuição gratuita em Fortaleza. Tiragem: 4.000 exemplares. Jornalista responsável: Rodrigo Cunha (MTb 1907/CE). Diagramação/Projeto Gráfico: Rodrigo Cunha. Departamento Comercial: Eliza Souza - (85) 8777.9998. Administração e Publicidade: Lílian Fernandes - (85) 8772.2394. Consultor: Carlos Zaranza - (85) 8716.9909. Editado por Spot Publicidade e Editora. Telefone: (85) 3082.8886 – E-mail: [email protected]: Nílson Monteiro, Neandro Nascimento, Robson Gomes, Henry Teixeira e Felipe Maranhão.

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VITRINE. Espelho Veneziano. Beleza e raridade em exposição no Museu do Louvre.

MUNDO SUSTENTÁVEL. Os cuidados para a preservação de um bem tão precioso para a vida na Terra: a água.

DESIGN. O termo vintage está na moda! Mas qual seu significado e contexto na decoração de ambientes?

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CAPA. A madeira ecológica está cada vez mais presente na decoração de interiores. Na Capa projeto do Arqt° Henry Teixeira.

REFORMA. Sidney Viana trabalha com talento e demostra um pouco sua arte de reforma de mobiliários.

ARTESANATO. A sensível arte oriental do origami e do kirigami, através do trabalho de Felipe Maranhão.

Mais um ano começa e o espírito de renovação também se reflete em vários setores de nossa vida. Na decoração de interiores não é diferente e essa década se inicia com muitas novidades e transformações.

O jornal Fortaleza Decor inicia o ano com esse mesmo sentimento de renovação e traz nessa primeira edição a Madeira como tema principal.

Tendo como sempre a sustentabilidade como um dos pilares dessa publicação, na matéria de capa “Sua Majestade, a Madeira”, abordamos a valorização crescente desse produto no segmento da decoração de interiores, o modo como podemos valorizar nossas florestas trazendo a certificação como aliada principal de sua preservação e o crescente uso da madeira ecológica em projetos de arquitetura, como no caso da “Casa de Eucalipto” idealizada pelo arquiteto Henry Teixeira. Um exemplo de boa utilização do produto certificado, agregando além da sustentabilidade, beleza e economia ao projeto.

Também apresentamos nessa edição o talendo do decorador Sidney Viana, utilizando diferentes técnicas na reforma de móveis e Felipe Maranhão, o Origamista, mostrando um pouco da delicada arte da dobradura de papel.

Na seção Vitrine, o leitor conhecerá mais sobre o belo espelho veneziano com o decorador Carlos Zaranza, lerá sobre os cuidados e preservação de um bem tão precioso como a água em Mundo Sustentável e conhecerá mais sobre o termo Vintage com o Professor Neandro Nascimento. Desejamos uma boa leitura e um ano de 2010 repleto de realizações!

02 JORNAL FORTALEZA DECOR

Obter telefones e e-mails de artesãos, arquitetos e decoradores entre outros profissionais ligue: (85) 3082.8886. Para escrever para o jornal Fortaleza Decor mandar e-mail para [email protected] ou acessar o blogwww.fortalezadecor.blogspot.com. Obter números atrasados mande e-mail para [email protected]. Para anunciar no jornal ligue: (85) 8777.9998 ou 3082.8886.

Vitrine

FORTALEZA DECOR 03

CARLOS ZARANZA É CONSULTOR, DESIGNER DE AMBIENTES E PROFESSORhttp://carloszaranzadecorador.blogspot.com

O espelho é um recurso ex-tremamente útil quando se trata da criação de um

efeito de maior amplitude aos espa-ços, dando a sensação de duplicida-de de qualquer item que esteja sob ou a frente dele, ampliando efeitos visuais. Porém, quando falamos de espelhos venezianos, estamos nos referindo a algo acima de tudo belo e surpreendente.

A origem destes espelhos se deu na Veneza do século XIV, quando surgiu a técnica do espelho de superfície lisa e fundo metálico que utilizamos até hoje. Antes des-ta revolução técnica, que utilizava vidro e mercúrio, os espelhos eram feitos a partir de metais polidos, como a prata e o bronze. Para se ter

ARTIGO DE MUSEUTÃO BELA E RARA QUANTO UMA PINTURA RENASCENTISTA A ARTE VENEZIANA ESTÁ EXPOSTA NO MUSEU DO LOUVRE TEXTO. CARLOS ZARANZA FOTOGRAFIA. DIVULGAÇÃO

uma idéia, basta saber que um espe-lho veneziano custava mais do que uma pintura de gênios renascentis-tas como Rafael ou o equivalente a um navio de guerra. O valor artís-tico dos espelhos venezianos é tão grande que um de seus exemplares está exposto no Museu do Louvre.

O monopólio veneziano foi quebrado na década de 1660, du-rante o reinado de Luís XIV conhe-cido como o Rei Sol, representado pelo luxo do Palácio de Versalhes. O Rei ordenou que seu ministro das finanças subornasse artesãos de Ve-neza para que vendessem seus se-gredos. A impressionante Sala dos Espelhos em Versalhes mostra que o plano foi vitorioso, pois seus belos espelhos seguem o modelo vene-ziano de fabricação.

Seja qual for o estilo decora-tivo da composição, eles vão bem em ambientes que vão do clássi-co ao moderno, sejam em halls, livings, salas de jantar ou mesmo em lavabos, tornado-se sempre atração nos espaços. Vale ressaltar que aqueles mais antigos e já cor-roídos pelo tempo tem o mesmo valor estético que os novos recém saídos das lojas.Importante mes-mo é saber que em qualquer situa-ção, estarão sempre em posição de destaque.

Seja qual for o estilo decorativo da composição, o espelhos venezianos vão bem em ambientes que vão do clássico ao moderno, tornado-se sempre atração nos espaços

Mundo sustentável

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ELIZA SOUZA ([email protected])

Terra, planeta água. Mais que tema de canção vencedora de festival é antes de tudo

uma frase muito verdadeira, visto que, ¾ da superfície terrestre é co-berta por água, onde apenas 0,8% são de água doce, menos que 1% de toda água disponível no planeta.

Constituída de duas molé-culas de hidrogênio e uma de oxi-gênio, dela nasceram as primeiras formas de vida há milhões de anos. Tida como elemento purificador em diversas religiões desde os pri-mórdios da antiguidade, no mun-do moderno sua presença é vital para a garantia da existência de ci-dades, campos, criação de animais, plantações e indústrias.

As reservas naturais de água

vêm diminuindo em virtude do ex-cessivo consumo por parte da popu-lação mundial. A natureza não está conseguindo suprir essa demanda que cresce assustadoramente ano após ano. Em contrapartida para agravar ainda mais a situação, a hu-manidade vem poluindo essas reser-vas naturais diminuindo ainda mais sua capacidade de abastecimento.

O Brasil é a maior reserva hidro-lógica do mundo. Cada brasileiro tem disponível cerca de 34 milhões de litros de água doce, embora um percentual expressivo da população nas cidades não tenha acesso a uma rede de água e esgoto. Em outros países a água já é um artigo de luxo e a falta de reservas naturais em algumas décadas se tor-nará um problema gravíssimo.

Diante desse quadro podería-mos nos considerar em uma situa-ção confortável e olharíamos para o futuro confiantes e tranqüilos. Não podemos esquecer, porém, que em um país que possui uma matriz energética com base em usinas hi-drelétricas, eletricidade e água são ir-mãs. A diminuição dos níveis das hi-drelétricas ocasionadas pelas secas ao longo dos anos promoveu apagões e uma queda substancial na economia do país se refletindo no PIB. O aque-cimento global que promove esse desequilíbrio no clima nos faz voltar

economia e reusode águaos olhos para o desperdício energéti-co que ocorre no Brasil e no mundo.

Para começar a cuidar dis-so, medidas de economia de água e energia podem ser tomadas no dia-a-dia em nossas casas. Vão desde hábitos pessoais e domésticos muito simples a uma mudança estrutural. Medidas como: escovar os dentes ou fazer a barba com a torneira fe-chada, controlar o tempo no banho, somente usar água corrente quando for enxaguar a louça, acumular rou-pa suja e lavar tudo de uma vez só na lavadora (preferindo as front load que economizam água e energia elé-trica), trocar as válvulas de descargas por caixas que são acopladas ao vaso sanitário (daquelas que se limita o volume de descarga), trocar lâmpa-das incandescentes por fluorescentes ou pelas modernas LED, evitar o uso de ar-condicionado trocando se pos-sível por ventiladores, não usar man-gueiras para lavar pisos, automóveis, calçadas etc.

Na reutilização ou reuso de água há a possibilidade de ir ainda mais adiante. O aproveitamento de água da chuva, um projeto inspirador, mas ainda sem aplicação imediata pela população das cidades, em regiões de chuvas intensas poderiam representar até 100% de uma casa inteira.

Sua imediata aplicação é difi-

cultada por alguns motivos. Pouco espaço para instalação de cisternas, controle rígido das primeiras águas de chuva coletadas e alto custo são algumas das dificuldades para im-plantação desse projeto.

A legislação brasileira encara as águas de chuva como esgoto, pois ela vai dos telhados para os pisos e bo-cas de lobo carregando todo tipo de impurezas que vão desaguar em um córrego que por sua vez dará em um sistema de captação de água potável.

O reuso da água presente no esgoto é um dos projetos mais apli-cados em todo o mundo. O esgoto quando tratado e devolvido aos rios é limpo o suficiente para ser usado em indústrias, rega de parques e la-vagem de ruas. A água de um esgoto tratado poderia substituir cerca de 40% da água potável consumida no lar, porém, a distribuidora não tem condições de utilizar mais um siste-ma para oferecê-lo ao consumidor final, visto que, já há a implantação de um sistema para água potável.

O reuso de água de banho é uma das opções mais interessantes quando se visa a redução do uso de água potável em operações simples como descargas de vasos sanitários. Chamada de água cinza, é muito utilizada em outros países. Vários projetos vêm sendo desenvolvidos de maneira muito satisfatória e são considerados baratos e seguros, pois todo o sistema é feito em um circui-to fechado – chuveiro, ralo de Box, reservatório fechado e vaso sanitário – utilizando-se filtros e tratamentos para reutilização da água. Esses siste-mas respondem até 30% ou mais de economia de água em uma casa e são absolutamente viáveis.

De olho no futuro e sabendo que a água se tornará um recurso cada vez mais raro em nossas vidas, cada um de nós seres humanos pode tomar pequenas atitudes que sur-tirão um grande efeito no futuro. Podemos começar deixando bem fe-chadas as torneiras. O meio-ambien-te agradece.

Cada brasileiro tem disponível cerca de 34 milhões de litros de água doce, embora um percentual expressivo da população nas cidades não tenha acesso a uma rede de água e esgoto

Design

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NEANDRO NASCIMENTO É DESIGNER, ERGONOMISTA E PROFESSOR

O termo vintage esteve e está na moda! O termo vem carregando terminologias

como “resignificação” e “resignifi-cância” ou ainda “descontextuali-zar” para “recontextualizar”. Mas o que isso quer dizer? Qual o signi-ficado? Qual é o contexto?

Primeiramente devemos co-nhecer o que é vintage!

Ao pé da letra, vintage significa safra boa de boas uvas. Portanto, se dermos resignificado ao termo, podemos considerar que vintage, em arte e design, é trazer de volta “boas safras” de obras de arte e de design, ou seja, objetos que mar-caram uma época, um movimen-to, um estilo, uma linguagem, ou simplesmente elementos decora-tivos que compunham um reper-tório de formas de uma época, um movimento, um estilo, uma lin-guagem... Pode-se dizer que nem tudo que é antigo é vintage.

Grande exemplo disso, foram os relançamentos de carros como o Dodge Challenger, o Chevrolet Camaro e o Ford Mustang, todos com características, formas e prin-cipais linhas, similares as dos mo-delos lançados na década de 60.

Vale ressaltar que os ambien-tes contemporâneos (final do sé-culo XX/início do século XXI) ten-deriam a ficar inundados de frieza e monotonia, diante do universo

do Design de Interiores marcado por um renascimento (nenhuma conotação com o Renascimen-to Italiano) do Moderno (final da década de 20, influência da Escola Bauhaus), com móveis de desenho retilínio, com a utilização da ma-deira, do vidro e do metal, redução de elementos decorativos, princi-palmente os não funcionais, entre outros.

No entanto, a proposta vinta-ge acabou por salvar os novos pro-jetos, já que a busca pelo novo foi o resgate ao passado, contemplando as mais interessantes representa-ções de arte e design da história. Os ambientes atuais são sutilmente pontuados com objetos e elemen-tos decorativos que encontram si-milaridade com obras do passado, com suas graciosas curvas, cores, efeitos, entre outros aspectos.

Aguardam-se, para um futu-ro próximo, propostas vanguar-distas para o Design de Interiores e para a Arquitetura brasileiros, prática esta já comum em países da Europa e no Oriente bem abastado de riquezas como Bahein.

Por fim, um apelo: livremo-nos das amarras do passado para de-senvolvermos um Design e uma Ar-quitetura com identidade, brasileira, com influências “vintagistas” sim, pois estas fazem parte da nossa esco-la, mas com o nosso tempero.

RESIGNIFICAÇÃO. Exemplo de arquitetura contemporânea com influência modernista.

o que é servintage?

COLORIDO. Interior com influência sessentista.

FUTURISTA. Interior vanguardista.

Capa

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MADEIRAS DE ÁRVORES CERTIFICADAS ESTÃO CADA VEZ MAIS PRESENTES NA DECORAÇÃO DE INTERIORES

TEXTO. ELIZA SOUZA FOTOGRAFIA. DIVULGAÇÃO

Acaiacá, Guarandi, Ipê, Im-buia, Jacarandá, Mogno, Angico, Pau-Brasil, Andi-

roba, Araribá são apenas algumas das espécies de árvores existentes na rica flora brasileira, muitas delas en-trando em processo de extinção e de valor altíssimo no mercado.

Conhecidas como madeiras de Lei são altamente resistentes a tem-peraturas e ataques de insetos. No tempo do Brasil colônia, essas árvo-res que produzem madeira nobre eram protegidas por lei e só o go-verno poderia extraí-las. A primeira espécie a ser considerado monopó-lio da coroa foi o Pau-brasil que já

naquela época se tornava escasso devido a sua excessiva exploração. Atualmente existe uma legislação específica para cada espécie.

Muitas outras espécies tam-bém compõem a flora brasileira, algumas delas são: Cerejeira, Cedro, Angelim - pedra, Curupixá, Cuma-ru, Jatobá, Louro-vermelho, Maru-pá, Maçaranduba, Muiracatira, Pau-marfim, Pequiá, Pinus, Sucupira dentre muitos outras, nos trazendo uma infinidade de texturas, cores e cheiros, alguns deles característicos somente de nossas florestas.

Tradicionalmente utilizada na construção civil a madeira é cada vez mais empregada como elemen-to de enfeite para espaços internos. Seja em seu estado bruto ou em forma de painéis de madeira indus-trializada, chegam às marcenarias onde são largamente utilizados como revestimento de paredes, pi-sos, móveis dentre outros. A beleza e funcionalidade da madeira são imprescindíveis em um bom pro-jeto arquitetônico e de interiores. Contribui em muito com sua diver-sidade de tonalidades, resistência, elegância e sobriedade.

Não bastasse toda essa supre-macia ante os outros materiais, a valorização da madeira em tempos atuais se dá também como uma tentativa de salvar as florestas. Um bom projeto de decoração pode ser lindo e ecologicamente correto. As madeiras de reflorestamento e as madeiras certificadas e de demoli-ção estão atualmente presentes na maioria dos ambientes apontando uma tendência mundial. Morar bem não precisa necessariamente ser sinônimo de desperdício e má utilização de recursos naturais.

A extinção e dificuldade de obter algumas espécies levaram a diversificação da madeira usada na construção. A fiscalização am-biental sobre a extração de madeira muito mais rígida e nova consciên-cia ambiental, nos leva a solução de trocar espécies ameaçadas, como o ipê, por peças com desempenho semelhante, obtidas pelo reflores-tamento ou cultivo, como teca, eucalipto e angelim. Os painés de madeira também são uma solução de baixo custo para mobiliar nossas casas, além trazer ao projeto beleza e praticidade.

Tradicionalmente utilizada na construção civil a madeira é cada vez mais empregada como elemento de enfeite para espaços internos

Detalhe de toras de eucalipto na foto principal e cadeira de madeira desenvolvida por alunas da Faculdade Estácio FIC (Jotaene Marcenaria).

de lei!a madeira é

Um dos tipos de madeira ecológica é a madeira cer-tificada. Ela atende a toda

legislação, assim como a madeira de reflorestamento, mas tem al-guns passos que são cumpridos além da pura legislação. Esse tipo de madeira tem a certificação do FSC (sigla em inglês para a palavra Forest Stewardship Council, ou Conselho de Manejo Florestal, em português), uma certificação que é considerada até mais importante que o ISO 9000. É o selo verde mais reconhecido do mundo. Ele com-prova que a extração da madeira passou por todos os elos da cadeia produtiva e atende a todos os que-sitos de sustentabilidade. Atesta

Produtos ecologicamente corretos

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Móveis em madeira (Jotaene Marcenaria): 1. Mesa de Centro - MDF, rádica wengle e rádica marfim; 2. Mesa de Centro - base pau-cetim e tampo pedra-castelo; 3. Mesa de Escritório - vidro e detalhes em rádica

que o produto é resultado de um processo produtivo manejado de forma ecologicamente adequada, socialmente justa e economica-mente viável.

A madeira certificada é utili-zada tanto em projetos corpora-tivos como projetos residenciais. Principalmente arquitetos e deco-radores vêm, procurando muito esse tipo de material para valorizar o seu trabalho.Quando determina-da madeira não é encontrada com essa certificação muitas vezes pro-cura-se madeiras alternativas para atender esse tipo de cliente.

O MDP e o MDF são uma al-ternativa eficiente e prática e são produtos ecologicamente corre-

tos. Tem-se a impressão que por serem produtos industriais podem ser nocivos ao meio ambiente, po-rém, tanto o MDF como o MDP são feitos de “coníferas” que são madeiras que não são originárias do Brasil. São madeiras plantadas. Tanto fabricantes como forne-cedores de MDF e MDP já estão certificados pelo FSC, já atendem portanto, a todos os quesitos men-cionados de sustentabilidade. A certificação do FSC vem coibir práticas criminosas como a mão-de-obra escrava e mão-de-obra in-fantil. A extração da madeira uti-lizando manejos de alto impacto ambiental também não permitem que a empresa use o selo da FSC.

É bom salientar que as árvo-res nativas também se encontram no mercado com o selo de certifi-cação do FSC, e ele é de extrema importância para nossas florestas. Trazendo a elas um manejo sus-tentável se evita sua exploração, e,

por conseguinte, sua extinção dan-do-lhe um valor comercial. O in-centivo ao uso da madeira tropical é bem vindo desde que a madeira seja bem manejada. Florestas bem manejadas e certificadas garantem que o processo todo foi cumprido.

Existe uma variedade de pro-dutos certificados. Madeiras como Eucalipto, Pinus, MDP, MDF, compensados e madeira bruta já são bastante utilizados nas mar-cenarias, respondendo até a um percentual expressivo do seu fatu-ramento.

Com a certificação o temor de comprar produtos que são no-civos ao meio ambiente inexiste. Os produtos não certificados não nos dão essa garantia e o compra-dor tem que se informar se os mes-mos foram fabricados com baixo consumo d’água, baixo consumo energético, que a matéria-prima é de produtos reciclados e não noci-vos ao meio ambiente.

HÁ AINDA UM DESCONHECIMENTO por parte da população com relação ao que vem a ser a madeira ecológica, produto que já vem sendo amplamente utilizado nos atuais projetos arquitetônicos e de ambientações.

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Capa

FD – Como está atualmente o mercado de marcenaria na ca-pital cearense?Prof. Robson Gomes – O mercado da marcenaria tem crescido e todo mercado é impulsionado pela eco-nomia. A economia aqui de Forta-leza foi gratificada pela chegada de muitas lojas de móveis modulados, mas nem todo cliente fica satisfeito com apenas essa opção. Ele vai à loja, mas encontra outra possibilidade de pesquisa que são os marceneiros. Es-tes fazem o mesmo serviço: alguns deles até com qualidade superior. Vejo que o mercado da marcenaria tem sido impulsionado tanto com a chegada de lojas que vendem o mes-mo serviço de confecção e instalação de produtos quanto pelos profissio-nais que atuam no mercado hoje como o designer de interiores. Acho que o futuro da marcenaria no Cea-rá vai ser muito parecido com o dos maiores pólos industriais que temos no Sul do país. Vejo a marcenaria industrial como o futuro da marce-naria na cidade. Para ter essa possibi-lidade aqui, precisa-se ter excelência no serviço, qualidade no produto final e organização para se começar um trabalho, evitando perdas e pre-juízos pra o cliente.

FD – O que faz o cliente preferir um trabalho de marcenaria a uma loja de móveis pré-moldados?RG – Nesse caso temos dois tipos de móveis: móveis sob-medida e móveis prontos, que são chamados tecnicamente de mobiliário de com-posição. O que vai levar a pessoa a procurar um marceneiro para subs-

Entrevista: a marcenaria em FortalezaQUAIS AS PERSPECTIVAS DO PROFISSIONAL DA MARCENARIA EM FORTALEZA? O que pensa o profissional que lida diariamente com essa nobre matéria que é a madeira? Os destinos da marcenaria em Fortaleza, que antes de ser profissão é sobre-tudo uma arte. Sobre esses tópicos o jornal Fortaleza Decor entrevistou Nilson Monteiro, fundador da AMFOR - Associação das Marcenarias de Fortaleza e o professor Robson Gomes, coordenador do Curso de Design de Produtos da Faculdade Estácio/FIC.

tituir um mobiliário de composição seria a personalização do ambiente dele. Então o marceneiro tem con-dições hoje de auferir as medidas do local e adaptar o mobiliário ao gosto do cliente, ou seguir um projeto de um profissional, um serviço similar ao serviço das lojas. A grande vanta-gem do cliente é que ele vai ter um ambiente personalizado. É como se o mobiliário tivesse crescido dentro da casa dele, onde tudo já estava no local certo. Por outro lado não vejo barreira do marceneiro trabalhar com móveis de composição. Fazer estrutura de madeira e trabalhar com parceiros que vão colocar a es-puma, o tecido ou qualquer outro material, agregando à composição do mobiliário, que não tem esse do-mínio, essa tecnologia na marcena-ria dele. Se não tiver como fazer um trabalho com vidro, ter um parceiro de uma vidraçaria que vai colocar, por exemplo, portas de vidro no mobiliário, trabalhar com pastilhas de vidro, todos os componentes que podem estar inseridos no projeto.

FD – Quais são os projetos que existem para melhor qualifica-ção da marcenaria?Nilson Monteiro – Há 10 ou 12 anos o Senai ofereceu cursos não apenas direcionados à marcenaria, mas a indústria moveleira como um todo. Como a demanda era pequena, o curso acabou se esvaindo e agora está havendo novamente uma ne-cessidade de treinar esse profissional de marcenaria, agora impulsionado pelas marcenarias que estão se de-senvolvendo, evoluindo para uma forma mais industrial. Atualmente nós podemos dizer que o Senai não dispõe de curso para a área a não ser aqueles cursos de metromegia, que ensina como ler projetos, como tirar medidas. Técnica mesmo da marcenaria não dispomos de ne-nhum. O que as marcenarias têm hoje para a facilidade de adminis-tração são os cursos do Sebrae na área administrativa, mas o “chão de fábrica” tem uma demanda muito grande e aberta. É uma solicitação da Amfor juntamente com parcei-

ros para que isso possa ter em pou-quíssimo tempo aqui no Estado.

FD – Sabemos que na parte de planejamento de um ambiente existe a marcenaria. Qual a im-portância que o profissional, o arquiteto ou o designer de inte-riores dá a esta questão?RG – Vai depender muito do pro-jeto, mas em sua maioria a madeira é ainda um dos materiais mais pre-sentes nos projetos de interior. A madeira e o vidro, até porque em Fortaleza a gente tem uma maresia muito forte e trabalhar com inox e alumínio fica um pouco mais caro. Então madeira hoje é bastante utili-zada e bem viável pela nossa condi-ção natural.

FD – E o design? Aqui se faz tra-balho em marcenaria utilizan-do um design mais moderno e competitivo?NM – A Amfor tem se destacado exatamente por dar grande impor-tância a este ponto. Percebemos que as empresas de marcenaria es-tão evoluindo, formando um novo conceito. Em parceria com um de-signer ou um arquiteto, elas tam-bém passaram a oferecer aos clientes ambientes modernos, tornando-se assim cada vez mais competitivas.

FD – De um modo geral existem oportunidades de trabalho de marcenaria na cidade? NM – Eu costumo dizer que a mar-cenaria tem problemas parecidos com os da construção civil. A cons-trução civil em Fortaleza há mais ou menos 10 anos tinha problemas de toda natureza. Hoje a marcenaria tem os mesmos problemas, mas nós já temos um atenuante na trajetória que é o sindicato de associações que trabalham para evoluir no merca-do. Existe um espaço muito grande, largas avenidas a serem ocupadas, desde o desenvolvimento de produ-to para óticas, clínicas, lojas, e ainda a malha comercial como um todo, de pessoas físicas, jurídicas. Existindo essas grandes possibilidades se exige também que a marcenaria possa ter

uma evolução no seu negócio. Hoje ela, mais do que nunca, precisa se or-ganizar, porque as lojas de modula-dos estão avançando de uma forma assustadora. Algumas marcenarias ainda têm uma postura antiquada, e esse grupo vem exatamente tra-zer essas empresas para o presente. Fazendo com que essa evolução possa acontecer com mais rapidez, por que o mercado não espera e a gente sabe que existem hoje muitas marcenarias fechando. Quem tem dinheiro investe, e quando se investe tem mercado e isso nós temos visto dentro das marcenarias da Amfor. Nós observamos, por exemplo, que o mercado da zona norte do estado é super-aberto para todos. Não só englobaria Sobral como toda aque-la região do entorno. Nós sabemos que esse mercado existe e para que possamos ter uma boa fatia dele é necessário ter muita organização e mudança de atitude.

FD – As intituições acadêmicas tem demonstrado interesse em estabelecer parcerias?RG – Total interesse. A gente preci-sa muito do profissional que está no mercado trabalhando com marcenaria para dar um apoio aos professores em sala de aula. Palestras, onde o Nilson é frequentemente convidado a expôr um pouco do dia-a-dia dele, da sua ex-periência no mercado e o tipo de serviço que ele presta. É uma troca de experiên-cias. Nós temos que contar com apoio daqueles que vieram com a gente lá do inicio há quatro anos, quando come-çou a preocupação com o design e a fa-zer esta parceria. Todo setor ganha por ter profissionais preocupados em dar uma nova visão a esse mercado. Foi im-pressionante como eles conseguiram assimilar o conceito do design, esse con-ceito de reaproveitamento de sobras, da marcenaria limpa, da economia industrial voltada para indústria ma-deireira, a conscientização que eles têm do uso da madeira de reflorestamento, o controle de estoque de madeira. Vejo como parceiros muito inteligentes, que assimilam rápido os conceitos mais mo-dernos que temos hoje na marcenaria, na marcenaria industrial.

A marcenaria é uma classe que precisa estar sempre unida e investir em maquinário, pois a concorrência se torna muitas vezes deslealRobson Gomes

JORNAL FORTALEZA DECOR 09

Considerações finais

RG – Tenho um conselho: eu acho que a marcenaria é uma classe que precisa estar sempre unida, investir em maquinário. A concorrência muitas vezes se torna desleal e se eles não investirem em maquiná-rio não terão condições somente com a experiência de estar em um mercado que cresce muito rápido.NM – Hoje a marcenaria tem que caminhar mais para a realidade in-dustrial. Estar sempre atualizada e planejar o modo que ela vai fabri-car. Estar sempre “antenada” com os lançamentos, participar de fei-ras, palestras, de grupos de discus-sões, de encontros com nossos par-ceiros, para que possamos ter cada vez mais esclarecimento e conheci-mento e assim nos tornarmos cada vez mais empresas e empresários de sucesso.

A beleza e o bom preço foram dois dos fatores que levaram o Arquiteto Henry Teixeira a utilizar o Eu-calipto em um dos seus projetos. A escolha dessa

espécie como madeira estrutural da casa partiu de conversas preliminares com o cliente onde houve uma identificação em relação ao visual do eucalipto e seu caráter ecológico.

Segundo o Arquiteto se optasse por usar outra madei-ra na mesma espessura de pilar que usou no projeto sairia muito caro. Foi escolhido então o eucalipto que teve um bo-nito efeito com pilares robustos, feitos de madeira ecologica-mente correta, visto que provenientes de áreas reflorestadas (veja mais fotos na página seguinte).

Casa de eucalipto

O eucalipto tem feito bastante sucesso no país inteiro pricipalmente na Bahia e regiões Sul e Sudeste, pelo seu caráter ecológico e por ter um apelo estético diferente do que se vinha usando nos últimos anos

Capa

10 JORNAL FORTALEZA DECOR

AGENDACursosMIL IDÉIAS. Oferece cursos grátis, entre os quais textura em tela acrílica, pintura em madeira e arte francesa. Av. Br. de Studart, 626, Meireles (85) 2352-2766. MUNDO DA ARTE. Ministra cursos de pintura a óleo e curso de biscuit. Rua Pedro I, 761, Centro, (85) 3252.4055.

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GALERIA: CASA DE EUCALIPTO / HENRY TEIXEIRA

Reforma

Quem nunca teve aquele móvel de estimação que em hipótese nenhuma so-

nharia em jogar fora? Aquela cômoda da vovó toda

em madeira maciça que só de olhar remete aos bons tempos da infância, mas que ficaria linda em pátina provençal?

Quem nunca guardou a foto daquela cadeira de design art no-veau que ficaria divina em sua sala?

Mais do que simples peças de ambientação, alguns móveis são tão importantes e vitais para nós que não conseguimos pensar na idéia de dar, vender ou simples-mente jogar no lixo.

Com algumas peças sonha-mos, visualizamos suas formas em cores nítidas. Conseguimos

SOB O SIGNO DO TALENTOSIDNEY VIANA TRABALHA COM TALENTO NA ARTE DE REFORMA DE MOBILIÁRIOSTEXTO. ELIZA SOUZA FOTOGRAFIA. DIVULGAÇÃO

REFORMA: O ANTES E O DEPOIS

DECAPAGEM

PINTURA DOURADA, LACA PROVENÇAL E SOFÁ REFORMADO

sentir sua textura e até seu cheiro. Tê-las em nosso mobiliário é uma conquista.

Foi pensando em transfor-mar sonhos em realidade que o decorador Sidney Viana começou há vinte anos a aprender as dife-rentes técnicas que permitem re-formar móveis sem que eles per-cam suas características de época e estilo.

Sidney utiliza as mais varia-das técnicas em seu trabalho. Pá-tina, pátina provençal, decapage, laca provençal, folheação a ouro, prata e bronze, restauração ver-niz, pinturas especiais e satiné são algumas delas. Também fabrica e aluga móvel e peças de design fa-mosas, algumas delas expostas em sua loja aberta há quase um ano.

Com toda essa versatilidade o decorador desenvolve projetos em variados segmentos. Algumas de suas peças exclusivas como artista plástico estão também ex-postas em sua loja provando que em seu caso arte e talento sempre andam juntos.

ServiçoReforma & ArteRua Vicente Linhares, 1218, AldeotaFones: (85) 3224.5841/[email protected]

Com algumas peças sonhamos, visualizamos suas formas em cores nítidas. Conseguimos sentir sua textura e até seu cheiro. Tê-las em nosso mobiliário é uma conquista.

JORNAL FORTALEZA DECOR 11

Artesanato

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Ainda adolescente, o peda-gogo Felipe Maranhão teve contato pela primeira vez

com a cultura japonesa. Através do curso de japonês da Universidade Estadual do Ceará (UECE), ele co-nheceu essa cultura rica e milenar que sempre lhe despertou intenso interesse.

Sua professora de japonês, cer-to dia, apresentou à turma o que seria uma de suas grandes paixões até hoje: o origami. Felipe, com de-terminação, aprendeu a arte da do-bradura de papel e desde então não parou mais. Ministra hoje oficinas de origami e kirigami, além de desen-volver um belo trabalho como in-térprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais) para surdos.

A arte do origami nasceu na China, mesmo antes do surgimento do papel. A técnica utilizava a seda, e se faziam recipientes de frutas para serem deixados nos templos em oferenda aos deuses. Com o surgi-mento do papel, a arte do origami foi introduzida no Japão, sendo en-tão aperfeiçoada e disseminada para todo o mundo. “Oru”, que quer dizer dobra, e “kami”, papel, deram origem à palavra.

As figuras de origami têm para os japoneses diferentes significados. Tsuru (cegonha) simboliza fertilidade e longevidade. O kusudama, (kusu-saúde + dama-bola) figuras onde são colocadas ervas aromáticas, são ofer-tadas aos enfermos para restabelecer a saúde. O kusudama é colocado na cabeceira da cama do doente com o objetivo de equilibrar sua energia, promovendo assim sua cura.

Em suas diversas oficinas, Feli-pe também utiliza a arte do kirigami, que vem do Japonês “kiru” cortar, e “kami”, papel. Assim como o ori-

gami, o kirigami cria representações de objetos e seres em papel, porém, recortando-os. Pode ser associado ao origami trazendo uma nova re-presentação artística chamada “ori-gami tridimensional”. Há também o kiriê, arte de formar figuras e dese-nhos através do corte do papel com um fino estilete. O kiriê vem sendo bastante utilizado no design de ta-petes e painéis.

Felipe conta que, além de ter a possibilidade de criar diversas formas em papel, a arte do origami e kirigami trazem grandes benefícios a quem quer que esteja disposto a aprendê-la. Um exemplo disso é a pura satis-fação de criação. Saber ser capaz de fazer belas figuras traz um grande ganho à auto-estima de qualquer pessoa. Outros benefícios se obser-vam tais como o aprimoramento da paciência, melhora na concentração, desenvolvimento da coordenação motora, redução nos níveis de es-tresse, dentre outros.

Mais do que simples dobradu-ras e recortes em papel, essas práticas milenares mostram muito da rique-za da cultura oriental. A delicadeza e sensibilidade orientais aos poucos se incorporam ao nosso dia-a-dia nos trazendo também todos os benefícios de equilíbrio interior que essa prática encerra. Usar a arte para representar figuras em papel é transformar atra-vés do amor. Trazendo assim a mais pura magia ao que se faz.

ServiçoFelipe Maranhão integra o grupo denominado Confraria do Origami, criado em março de 2005. Mais infor-mações podem ser obtidas através do site www.origamista.com ou pelo e-mail [email protected]. Telefone para contato: (85) 8805.6075.

BELEZA ORIENTALA SENSÍVEL ARTE DO ORIGAMI E KIRIGAMITEXTO. ELIZA SOUZA FOTOGRAFIA. DIVULGAÇÃO

1. “Dois cisnes”, origami; 2. “Ratinhos amigos”, origami; 3. “Cadeira de design”, kirigami;4. “Convites de casamento”, kirigami; 5. “Jarros de flores”, origami; 6. “Origami modular”,

kusudama; 7. “Uma rosa”, origami; 8. “Ni Hana”, kiriê e 9. “Flores em detalhe”, origami

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