Jornal Estado de Minas - Cine Pathé de volta

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23 de fevereiro de 2013Reportagem do jornal O Tempo sobre o projeto da Farkasvölgyi Arquitetura que retorna com o funcionamento do Cine Pathé em Belo Horizonte - Minas Gerais

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MIA , n r

:~1 NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS

Savassi vai voltar a abrigar o tradicional cinema, que será reconstruído com edifício comercial de 9 andares que também deve ocupar o local

Cine Pathé ,.., ....

o

PEDRO ROCHA fRANCO

Depois de ter sido ocupa­. da por igreja evangélica, fei­

ra de roupas e estaciona­' mento, o imóvel da Avenida

Cristóvão Colombo, 315, es-tá a um passo de voltar a ter

, a ocupação pela qual ficou • tão famoso- o Cine Pathé. O

Conselho Municipal de Pa­trimônio de Belo Horizonte

• aprovou projeto da Farkas­; volgyi Arquitetura e da PHV

Engenharia para erguer um edifício comercial no local. Em contrapartida, as empre­sas vão reconstituir o cine­ina,mantendo a fachada e o foyer do antigo Cine Pathé (ambos tombados pelo pa­

... trimônio), e doá-lo em defi­nitivo à Fundação Municipal de Cultura.

Pelo projeto seria erguido um edifício comercial que se­rá dividido com um centro cultural, onde ficará instala­do o cinema. Nove andares, com média de 167 metros

-quadrados, devem ser desti-nados a salas e escritórios

- 'C<l>m entrada pela Rua Ala­, goas. Dois andares subterrâ­',f neos devem ser construídos ~ tpara criação de um estaciona­i t-rnento com 57 vagas. - " Os andares com entrada

pela Avenida Cristóvão Co­lombo voltariam a abrigar

,_ .uma sala de cinema multi uso

FARKASVÓLGYI ARQUITETURA/DIVULGAÇÃO

Perspectiva do novo cinema: sala multiuso dentro de centro cultural

com palco para palestras e 252 poltronas, além de espaço pa­ra exposição e um café-bar (primeiro andar). No mezani­no, a ideia é criar uma área pa­ra manutenção de acervo per­manente do Centro de Refe­rência Audiovisual (Crav) e a sala de projeção do cinema. )untos, esses dois andares tota­lizam 593 metros quadrados.

Uma empresa especializa­da deve ser contratada para reconstituir fielmente o cine­ma, que, concluído, seria doa­do em definitivo à Prefeitura de Belo Horizonte, ficando a cargo da Fundação Municipal

de Cultura a operação dos es­paços e a implantação dos equipamentos necessários. "O projeto é o resgate de um am­biente bacana. É um espaço que a cidade ganha", avalia o arquiteto responsável, Bernar­do Farkasvolgyi, em depoi­mento saudoso dos tempos em que ia namorar no Pathé.

NEGOCIAÇÕES O apagar defi­nitivo das luzes' do cinema se deu em 1999, época em que os filmes comerciais dos sho­pping centers já dominavam o mercado e o Pathé e outras salas de rua se rendiam ao

e volta formate. A sequência do fil­me foi tle pura decadência, com abmdono do prédio e ocupações que em nada lem­bravam o charme do antigo cinema. 'Jo ano passado, o es­paço foi llugado para implan­tacão de um estacionamento pe'ta segunda vez. Com isso, os inve ~ tidores tiveram de negocia! a compra do imóvel, por meio de uma permuta com os proprietários. Mas, antes de as obras terem início, falta apr;)vação da Secretaria Munici~a1 de Regulação Ur­bana. A t:xpectativa é que até junho seja concedido o alvará qu€ dá permissão para as obras. A previsão é de que, de­pois disso, a construção dure 24 mese >. com investimento de R$ 20 milhões.

No sEgundo semestre de 2015, da'a prevista para con­clusão cas obras, uma das mais tradicionais salas da ca­pital pode voltar a exibir fil­mes f01a da rota de Ho­llywood. "O plano é estabele­cer um cinema alternativo, longe d() roteiro comercial, com filmes de Almodóvar e outros ciretores europeus", afirma o presidente da Funda­ção Mun.cipal de Cultura, Leô­nidas OUveira, que já vislum­bra a conposição de uma ex­posição )ermanente no me­zanino tendo a cinematogra­fia como tema.

I MEMÓRIA

O charme do letreiro luminoso

Avenida Afonso Pena, 759 Em 1920, o grupo Cinemas S.A. inaugura uma sala no Centro de Belo Horizonte, em alusão ao francês e inelustrial da sétima arte Charles Pathé. Treze anos passados e as portas cerradas depois da última sessão, dessa vez, seriam em definitivo- pelo menos naquele local. Quase três décadas depois do lançamento da sala, em 1948, para atender a demanda dos moradores do Bairro Funcionários, eram abertas as portas do novo Cine Pathé, na Avenida Cristóvão Colombo, 315 (foto). Por décadas, o empreendimento se tornou point dos jovens e das famz1ias, que a cada semana encontravam o anúncio de um novo clássico no letreiro luminoso.

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INFlAÇÃO

Nem BC acredita na meta

GEóRGEA (HOUCAIR

A inflação va.i mostrar resis­tência a ceder no primeiro se­mestre mas vai pisar no freio no segundo semestre do ano, afir­mou ontem em Belo Horizonte o diretor de Política Econômica do Banco Centrai (BC), Carlos Ha­milton Araújo. '"Feremos unia al­ta com certa resistência no pri­meiro semestre, mas a tendência é de recuo no segundo", disse, depois da apresentação do Bole­tim Regional Trimestral. Ele des­cartou a convergência da infla­ção à meta de 4,5% para 2013. · "Com as informações de que cllis­pomos, não é realista acreditar em convergência à meta de 4,5% em 2013", afirmou.

Segundo ele, a experiência in­ternacional e a teoria econômica apontam inflação baixa e estável com condição para crescimento. O diretor do BC aproveitou a oea­sião para ressaltar a atuação do BC. Ao ser questionado se a credi­bilidade da insütuição não esta­ria desgastada, ele afirmou que "a inflação ficou dentro do intewa­lo de tolerância nos últimos no,ve anos", disse.

MINAS A indústria mineira cresceu acima da média brasi­leira em 2012. A produção in­dustrial de Minas G!i!rais avan­cou 1,4% no ano, contra recuo de 2,8% do Brasil no mesmo pe­ríodo. A diferença foi puxada pela indústria automobilística e farmacêutica, segundo o bole­tim do Banco Central, que trou­xe anexo sobre o desempenho da economia mineira.