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GAZETA IMPERIAL Jornal editado pelo Instituto Brasil Imperial Agosto de 2017. Ano XXII Número 259 www.brasilimperial.org.br presidê[email protected] 1 DOM RAFAEL, O HOMEM QUE NASCEU PARA SER IMPERADOR DO BRASIL. “Da Internet” S.A.R. o Príncipe Dom Rafael do Brasil concedeu uma entrevista ao site americano “Fusion”. Sua Alteza falou sobre sua vida e carreira, sobre seu preparo para servir ao Brasil e suas perspectivas com relação à restauração da Monarquia no Brasil. A matéria também inclui informações interessantes sobre o crescente Movimento Monarquista em nosso País. SÃO PAULO O Príncipe Dom Rafael de Orleans e Bragança conta que ele terá de se casar com uma Princesa para manter seus direitos sucessórios ao Trono Brasileiro. Mas essa é uma tradição familiar que ele está disposto a manter viva, mesmo que não haja muitas Princesas disponíveis para escolher no Brasil. “Eu preciso encontrar alguém que me complete”, diz o herdeiro brasileiro. “E isto significa que tenho de encontrar alguém que seja capaz de me acompanhar nesse destino.” Estamos sentados em um bar na vizinhança, cuja especialidade é carne de coelho. Mas não estamos aqui para comer. Eu vim aqui para aprender mais sobre a vida do Príncipe Dom Rafael, e sobre o curioso movimento político que espera restaurar a Monarquia de sua Família. O belo homem de trinta anos é tetraneto do último Imperador do Brasil, Dom Pedro II. A Monarquia se foi, mas não foi esquecida. E dado o estado lamentável da democracia brasileira, há algumas pessoas que pensam que é hora de dar à Coroa uma nova chance de governar. É uma ideia que se encaixa bem como os planos do Príncipe Dom Rafael para o futuro. “É uma ideia antiquada, mas acredito que funciona,” o Príncipe Dom Rafael, vestido com um blazer elegante e jeans escuros, diz para mim, enquanto bebemos um café. “Alguns dos países mais bem-sucedidos da Europa são Monarquias Parlamentaristas”.

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DOM RAFAEL, O HOMEM QUE NASCEU PARA SER IMPERADOR DO BRASIL. “Da Internet”

S.A.R. o Príncipe Dom Rafael do Brasil concedeu uma entrevista ao site americano “Fusion”. Sua Alteza falou sobre sua vida e carreira, sobre seu preparo para servir ao Brasil e suas perspectivas com relação à restauração da Monarquia no Brasil. A matéria também inclui informações interessantes sobre o crescente Movimento Monarquista em nosso País. SÃO PAULO – O Príncipe Dom Rafael de Orleans e Bragança conta que ele terá de se casar com uma Princesa para manter seus direitos sucessórios ao Trono Brasileiro. Mas essa é uma tradição

familiar que ele está disposto a manter viva, mesmo que não haja muitas Princesas disponíveis para escolher no Brasil. “Eu preciso encontrar alguém que me complete”, diz o herdeiro brasileiro. “E isto significa que tenho de encontrar alguém que seja capaz de me acompanhar nesse destino.” Estamos sentados em um bar na vizinhança, cuja especialidade é carne de coelho. Mas não estamos aqui para comer. Eu vim aqui para aprender mais sobre a vida do Príncipe Dom Rafael, e sobre o curioso movimento político que espera restaurar a Monarquia de sua Família. O belo homem de trinta anos é tetraneto do último Imperador do Brasil, Dom Pedro II. A Monarquia se foi, mas não foi esquecida. E dado o estado lamentável da democracia brasileira, há algumas pessoas que pensam que é hora de dar à Coroa uma nova chance de governar. É uma ideia que se encaixa bem como os planos do Príncipe Dom Rafael para o futuro. “É uma ideia antiquada, mas acredito que funciona,” o Príncipe Dom Rafael, vestido com um blazer elegante e jeans escuros, diz para mim, enquanto bebemos um café. “Alguns dos países mais bem-sucedidos da Europa são Monarquias Parlamentaristas”.

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O Movimento Monarquista do Brasil ainda é razoavelmente pequeno, e críticos zombam da ideia de que uma das maiores economias do mundo possa retornar a uma forma de governo que foi descartada em toda a América. No entanto, recentemente tem havido um aumento considerável no interesse online pelo

Movimento, uma vez que o Brasil se vê envolto em um escândalo de corrupção multibilionário e uma briga por poder no Congresso, que levou ao impeachment da Presidente Dilma Rousseff. Os apoiadores da Monarquia apontam que a classe política brasileira perdeu toda a credibilidade, e acreditam que alguém com uma vocação superior precisa vigiá-los. “Desde que eles são crianças, Monarcas são ensinados a defender seu país e os interesses do seu povo”, diz Oscar Capra, um monarquista que levou uma bandeira do Império, ao recente desfile do Dia da Independência do Brasil, no Rio de Janeiro. “Os políticos representam apenas o interesse dos seus partidos e trocam favores com seus patrocinadores de campanha.” Durante o desfile, cerca de sessenta monarquistas enfrentaram o sol forte, enquanto tremulavam bandeiras do Império e distribuíam adesivos mostrando o Brasão da Monarquia Brasileira, do século XIX. Depois que terminou o desfile, os monarquistas, pacientemente, fizeram fila para tirar fotos com o Príncipe Dom Pedro Alberto, um dos primos do Príncipe Dom Rafael, que não está na linha de sucessão ao Trono. “As pessoas estão buscando por algo diferente, e elas estão se lembrando de que houve algo diferente”, o Príncipe Dom Rafael me contou. O jovem Príncipe é o quarto na linha de sucessão ao Trono Brasileiro, e os três Príncipes à sua frente têm entre oitenta e setenta anos. O futuro O jovem Príncipe é o quarto na linha de sucessão ao Trono Brasileiro, e os três Príncipes à sua frente têm entre oitenta e setenta anos. O futuro Imperador afirma

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que sua Família está pronta para, mais uma vez, liderar esta Nação sul-americana de duzentos milhões de habitantes... Se os brasileiros votarem para lhes devolver o Trono. “Nós não queremos usar a força militar para derrubar o governo”, ele me assegura, com toda seriedade. “E não estamos falando de uma Monarquia absoluta... O Chefe de Governo ainda teria controle sobre as políticas de governo.” Os monarquistas explicam que a Família Imperial serviria como o quarto Poder governamental. Seria uma instituição hereditária que iria “representar o povo” e garantir um peso e contrapeso adicionais ao Judiciário, Legislativo e Executivo, além de representar o Brasil em eventos internacionais. Um dos ideais do Movimento é dar ao Monarca o poder de dissolver o

Parlamento e convocar novas eleições, em tempos de crise política ou sempre que o congresso ficar muito envolvido em casos de corrupção. Os monarquistas também querem que o Brasil se lembre de que o governo da realeza já se encontra no DNA nacional. Ao contrário dos Estados Unidos e o resto da América Latina, que se desfizeram de Dinastias europeias para se tornarem Repúblicas independentes, a Independência do Brasil se deu substituindo uma Coroa por outra. O País se tornou independente de Portugal sob a liderança de um Príncipe português, que estabeleceu seu próprio Trono no Rio de Janeiro. O Príncipe se tornou o Imperador Dom Pedro I, e ele foi sucedido por seu filho, o Imperador Dom Pedro II, que governou o Brasil de 1831 a 1889, quando foi deposto por um golpe de Estado. Os monarquistas explicam que o Imperador

Dom Pedro II foi um líder esclarecido, que unificou o País e ajudou a transformá-lo em uma das maiores economias do mundo do século XIX. A posição forte do Brasil lhe permitiu expandir seu território, em detrimento dos países mais fracos da América Latina, que estavam envoltos em guerras civis ou disputas políticas. Eles também garantem que seu Movimento é sério e viável. Durante o Plebiscito de 1993, onde os brasileiros foram questionados acerca da forma de governo que preferiam 13% optaram por uma Monarquia Parlamentarista. Apesar de a Monarquia ter perdido para a República Presidencialista por uma margem grande, os monarquistas afirmam que a ideia não foi esquecida. Os apoiadores do regime monárquico realizam uma série de

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conferências ao redor do País, todos os anos, e, recentemente, passaram a usar as redes sociais para expandir seu alcance e divulgar sua causa. Vários grupos favoráveis à Monarquia surgiram no Facebook, durante os dois últimos anos, e alguns partidos políticos monarquistas tentaram conseguir registro para disputar as eleições. Ainda é um Movimento pequeno. A maior página monarquista do Facebook tem 31 mil seguidores, uma gota no oceano para um País com 100 milhões de usuários de Internet. Mas a esperança é a última que morre. “Nós podemos ser não muito conhecidos, mas se educarmos

mais as pessoas acredito que o interesse pelo assunto irá crescer”, diz Charlô Ferreson, uma cabeleireira que veio ao desfile do Dia da Independência, para mostrar seu apoio à Monarquia. Monarquistas argumentam que, durante a maior parte do século XX, seu Movimento era proibido pela lei. Isso mudou apenas com a redemocratização, em 1988. “A República tentou apagar nossa história”, diz o apoiador da Monarquia Oscar Capra. O Príncipe Dom Rafael diz que, enquanto o Movimento cresce, ele irá continuar trabalhando como executivo de vendas de uma cervejaria multinacional. E, de alguma forma, ele terá de encontrar uma esposa na Europa, uma vez que famílias nobres são difíceis de serem encontradas no Novo Mundo. “Eu não quero terminar me casando com uma prima”, ele diz, rindo. Enquanto isso, ele continuará se comportando como sendo da realeza. “Eu sempre fui ensinado que tenho uma posição diferente da dos demais”, o

Príncipe Dom Rafael explica. “De modo que tenho que ser sério e responsável com relação a isso.”

Pais de Dom Rafael

Dom Antonio e Dona Cristina de Ligne.

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Tributo – Embaixador Vasco Mariz Luís Severiano Soares Rodrigues

Prestamos aqui homenagem a um grande monarquista falecido em junho, próximo passado, trata-se do embaixador Vasco Mariz, nascido no Rio de Janeiro em 1921, formado em música no Conservatório Brasileiro e em direito em 1943 na Universidade do Brasil, ingressou na carreira diplomática em 1945, em 1947 já era vice-cônsul na cidade do Porto. Além de Portugal, serviu na Argentina, na Itália e nos Estados Unidos, alternando legações e organismos internacionais, tais como a ONU, a OEA e a UNESCO entre outras. Chegou a embaixador em 1971, quando assumiu a nossa representação no Equador, posteriormente nos representou em Israel cumulativamente com Chipre, Peru e Alemanha Oriental (RDA), se aposentando em 1987. Uma das vertentes da sua atuação diplomática foi a divulgação da cultura brasileira em suas diversas nuances, com

destaque para a erudita, nos diversos postos em que serviu, foi também chefe do departamento cultural do Itamaraty. De sua carreira diplomática deixou publicadas as suas memórias em: Temas da Política Internacional (2008) e em Nos Bastidores da Diplomacia (2013), estando esse último disponível para acesso no sítio da Funag na internet. Como intelectual deixou uma grande obra como musicólogo e historiador, sua bibliografia alcança a marca de trinta livros que somados as edições no estrangeiro alcançam a marca de 58 livros editados. Como exemplo, temos que sua biografia do maestro Villa-Lobos, a quem conheceu pessoalmente, alcançou 12 edições. Era membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Pen Club do Brasil e da Academia Brasileira de Música, da qual foi presidente em 1991. Sua capacidade de trabalho era

admirável e o acompanhou até o fim junto com uma lucidez completa em relação à realidade brasileira. De sua obra como historiador destacamos de 2016 Retratos do Império, onde o mesmo traça o perfil de diversas personalidades daquele período.

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Nas discussões pré-plebiscito, coube ao embaixador Vasco Mariz trazer um pouco

de lucidez ao discurso monarquista apontando para a necessidade da unidade, que não houve naquela época. Em seu artigo no Jornal do Brasil de 10/09/1991, intitulado “Rei ou Imperador?”, onde ele foi bem claro “Agora que se reúne no Rio de Janeiro o Conselho Nacional Pró-Brasil Monárquico, vou tentar analisar os

problemas delicados que estão dificultando a unidade do movimento monarquista e que, se não forem resolvidos, poderão fazer desperdiçar esta oportunidade, talvez única, na História moderna do Brasil, para a restauração da monarquia constitucional.”, no artigo ele apontava falhas no anteprojeto de Proposta Monarquista do Movimento Parlamentarista Monárquico, apresentado pelo deputado Cunha Bueno, principalmente a idéia de eleição de um rei, e a condição de reino, para o Brasil independente que sempre foi um Império, além de o tal projeto não deixar bem claro quais seriam os atributos do poder moderador a ser exercido pelo monarca restaurado. Esse artigo gerou uma pequena polêmica com os membros do MPM, que responderam num artigo do jornalista Caio Domingues “O dono do trono” no JB de 12/09/91, ao qual o embaixador respondeu no mesmo jornal na edição de 14/09/91 com o artigo ”Os donos da coroa”. Nesse artigo entre outras coisas ela enfatiza a necessidade de se ser claro com relação ao herdeiro da coroa brasileira, que todos sabemos é Dom Luiz de Orléans e Bragança. Eu mesmo apoiei alguns pontos da argumentação do

embaixador em carta ao JB, publicada em 08/10/91, o deputado Cunha Bueno, inclusive me parabenizou pela carta ao JB, por carta, e me enviou anexa cópia de carta sua ao embaixador, datada de 10/09/91, onde o mesmo reitera alguns pontos a serem observados dentro dos seus argumentos. Posteriormente pude conversar pessoalmente com o embaixador sobre esse episódio da campanha na qual lutamos pela restauração de um Brasil melhor. Infelizmente o Pró-monarquia não aproveitou melhor a capacidade de trabalho do embaixador Vasco Mariz na campanha para o plebiscito, e devemos constatar que ele estava certo, não tivemos como caminhar unidos e desperdiçamos uma oportunidade, talvez única, na história moderna do Brasil, para a restauração da monarquia constitucional. O autor é economista, pós-graduado em história. Sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Niterói, Conselheiro consultivo do Instituto Cultural D. Isabel I, A Redentora e membro do Instituto de Pesquisa Histórica e Arqueológica do Rio de Janeiro (IPHARJ).

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Academia Imperial de Belas Artes Luís Severiano Soares Rodrigues

Retomando o tema do patrimônio cultural, na sua expressão arquitetônica, venho lembrar um prédio que já não existe mais há muito tempo, demolido que foi em 1938. Trata-se do prédio da Academia Imperial de Belas Artes, que se situava nas imediações da Praça da Constituição (hoje Tiradentes), precisamente na travessa das Belas Artes em frente à rua Debret, da sua portada se vislumbrava a magnífica estátua eqüestre de D. Pedro I. Essa academia vem a ser o coroamento dos esforços iniciados com a missão francesa que aportou no Rio de Janeiro, ainda no reinado de SMR o Sr. D. João VI. O prédio a que nos referimos foi concluído em 1826, quando efetivamente se iniciou as suas atividades como instituição de ensino superior. Prédio neoclássico projetado por Grandjean de Montigny. Por essa instituição passaram os maiores

pintores, escultores e gravadores do classicismo brasileiro, e onde foram realizados os grandes salões de artes plásticas ao longo dos anos imperiais sob o mecenato do augusto senhor D. Pedro II. O prédio em si ao longo do tempo teve várias ampliações. Com o infausto advento da república foi rebatizada de Escola Nacional de Belas Artes, com a remodelação do centro da cidade do Rio de Janeiro, na gestão do prefeito Pereira Passos, a ENBA ganha um prédio novo na novíssima Avenida Central (hoje Rio Branco), mais à frente ela seria inserida na estrutura da Universidade do Brasil, posteriormente, Universidade Federal do Rio de Janeiro, ficando como EBA (Escola de Belas Artes), funcionando no prédio da reitoria, na Ilha do Fundão, juntamente com a faculdade de Arquitetura e Urbanismo, agregado a ela temos o Museu D. João VI, moderníssimo e interessante. O prédio

da Av. Rio Branco passou a abrigar o Museu Nacional de Belas Artes, por sinal, um excelente museu. Voltando ao prédio da travessa das Belas Artes, temos que o mesmo foi demolido em 1938, e desde então o terreno que o abrigou ficou vazio, e hoje funciona um estacionamento. O pórtico de entrada do prédio foi transferido para o Jardim Botânico, especificamente na alameda de palmeiras imperiais, a estátua de João Caetano que ficava em frente ao mesmo, hoje, não está muito longe, foi transferida para a frente do teatro com o mesmo nome da estátua na praça Tiradentes. Uma curiosidade a se registrar é que por ocasião do bicentenário da vinda da Missão Francesa em 2016, foi feito um painel em tamanho natural reproduzindo a fachada da AIBA e colocado no local original onde a mesma ficava, o qual permanece no mesmo lugar nos presentes dias, situação que nos leva a

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perguntar: Por que se demoliu um prédio bonito e singular, além de simbólico como aquele, para no seu lugar não se colocar nada?

A resposta não será difícil de obter, pois como eu sempre falo, a estupidez republicana brasileira não tem limites.

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Nada de novo na novela presidencialista. Luís Severiano Soares Rodrigues O esperado capítulo da novela presidencialista, como esperado, não teve nenhuma novidade, os deputados voltaram das férias escolares ávidos de merenda e o presidente os satisfez, somente os comportados, que o livraram de ser investigado e talvez processado no Supremo Tribunal Federal, esse capítulo foi de presidencialismo puro, com o presidente, dono da caneta, saiu usando as suas prerrogativas que os deputados aliados adoram, a liberação de verbas de emendas (dos amigos) ao orçamento. Fica aqui uma grande lição para o Sr. Procurador Geral da república, quando escolher entre o corrupto e o corruptor, optar pelo mais fácil de pegar, nesse caso aquele que não precisava ser autorizado por um monte de deputados, os quais nos escusamos de fazer qualquer julgamento de valor, ou então recorrer

à sabedoria popular que do alto do pedestal da sua sabedoria, ensina que é melhor um pássaro na mão do que dois voando, como é o caso agora, mas tenho certeza que essa caso estranho de liberação de dois bandidões e seus comparsas ainda vai dar pano pra manga. Se a experiência serve para alguma coisa, vamos aconselhar o Sr. Procurador Geral da república a não terminar o seu mandato com mais uma derrota, pois se ele liberou quem obstruiu de fato a justiça, nesse caso da Fribomba, não tem lógica processar quem se omitiu, pois numa escala de valor, criminoso maior é quem age e não aquele que fica quieto, esse é um criminoso menor, ou seja, sua estranha atitude de liberar um tem de consequentemente liberar o outro. Para nossa satisfação a nova Procuradora Geral já se mostrou disposta a rever esse acordo de

delação dos sertanejos universitários, Wesley e Joesley Batista, o que muda o caso de figura. Um detalhe do capítulo presidencialista, foi seu final surpreendente, já que o presidente da república afirmou que já podemos seguir para o parlamentarismo em 2018. De fato após usar os poderes presidencialistas, se afirmar disposto a apoiar o parlamentarismo beira a apostasia. Devemos como bom monarquista explicar ao presidente, que com a estrutura atual o parlamentarismo é inviável, pois como no parlamentarismo a administração pública tem de ser profissionalizada, não existem cargos de segundo, terceiro, quarto e quinto escalão para distribuir para bancadas de partidos e/ou deputados ou senadores específicos, como vimos nos dias seguintes ao capítulo de dois de agosto. Para a adoção do

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parlamentarismo também se faz necessário mudanças estruturais na representação partidária e eleitoral, além da fundamental para que o parlamentarismo dê certo, que é a supressão da república, para termos um chefe de Estado apartidário: o Imperador. No capítulo da reforma política que vem sendo representado no parlamento brasileiro, temos momentos de cinismo puro, com a possibilidade de nas eleições de 2018 termos a eleição em um distritão, ganhando a vaga de deputado os candidatos mais votados, sobre os quais os eleitores continuarão sem qualquer poder de repreensão, ficando para 2022 o sistema distrital misto, ou seja, eles querem mais um mandato de moleza em relação aos eleitores. Então fica aqui o registro da nossa indignação, pois se esse país fosse sério o sistema distrital misto seria já para 2018, então fica patente que suas excelências não são dignas

desse tratamento. Por falar em seriedade no Congresso Nacional, nesse momento em que é necessário de recuperar o poder de arrecadação tributária do Estado, a comissão encarregada de analisar o projeto de Refinanciamento de Dívidas Tributárias, enviado pelo governo, o descaracteriza a ponto de uma estimativa de arrecadação de 13 bilhões de reais se reduzir para 2 bilhões, ou seja, os deputados querem estimular a sonegação e não estão nem um pouco preocupados com a recuperação econômica do País, um belo exemplo de republicanismo brasileiro. O autor é economista, pós-graduado em história. Sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Niterói. Conselheiro consultivo do Instituto Cultural D. Isabel I, A Redentora e membro do Instituto de Pesquisa Histórica e Arqueológica do Rio de Janeiro (Ipharj).

Viagem ao Império do Brasil no Museu Histórico Nacional (I) Da Redação Muitos monarquistas quando viajam ao Rio de Janeiro, quando possível, fazem uma peregrinação até Petrópolis para verem um pouco do Império do Brasil no magnífico Museu Imperial daquela Imperial cidade. Mas como

nem sempre é possível para os visitantes subirem a serra, a equipe de jornalismo da Gazeta Imperial, visitou o Museu Histórico Nacional, para trazer maiores informações aos leitores no que concerne ao Império no

acervo daquele magnífico e importante museu, para que os monarquistas brasileiros, ao vir à cidade do Rio de Janeiro não deixem passearem pela história do Brasil, com o sensível

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destaque pelo acervo imperial que é expressivo e maravilhoso. Os visitantes ao acessarem a exposição permanente, no rol das escadas rolantes já se depara com a monumental estátua equestre de D. Pedro II, em gesso, estátua essa que é um molde, que após subscrição popular para ela ser fundida em bronze, o nosso grande Imperador declinou da homenagem e determinou que o dinheiro arrecadado fosse empregado na construção de quatro escolas de ensino fundamental na capital do Império, ao chegar no andar

seguinte o visitante se depara com um enorme brasão imperial em metal, mais acima com um par de consoles com espelhos brasonados oriundos do palácio Leopoldina. Na exposição relativa ao Império começamos pelo primeiro reinado, quando nos deparamos com uma excelente iconografia de D. Pedro I e das imperatrizes, bem como ambientes reconstituindo interiores da época. O segundo reinado é marcado por uma abundante iconografia de D. Pedro II, um acervo magnífico de medalhas,

moedas e condecorações do período, além de cédulas e selos. Uma das peças de grande simbolismo é o trono do senado, de onde SMI lia a fala do trono nas sessões da abertura das legislaturas. A nobreza brasileira está representada por alguns exemplares iconográficos e uma expressiva coleção de louça brasonada. Na singular exposição de carruagens e viaturas, nos deparamos com várias carruagens imperiais como a Cor de Cana dos dias de grande gala e as mais simples de uso diário.

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Continua na próxima edição.

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A Europa e os novos Bárbaros Luís Severiano Soares Rodrigues Recorrentemente tem sido mostrado na televisão, diariamente, uma contínua leva de imigrantes da África e da Ásia, tentando e muitas vezes conseguindo, entrar no continente europeu. A mídia televisiva tem dado uma conotação sentimentalista ao problema, quando muitas vezes se reportam aos imigrantes como pessoas que fogem da fome, da miséria e da

violência. A conclusão óbvia desse discurso, certamente é a de que os europeus devem, por razões

humanitárias, receber esses imigrantes. No entanto, o fenômeno deve ser analisado em todas as suas variantes, antes de chegarmos a uma conclusão. Se observarmos a realidade nua e crua desse fenômeno, veremos que o único caso que merece ser levado a sério é o dos refugiados sírios, pois a guerra civil naquele país chegou a níveis de destruição generalizada, onde muitas cidades foram reduzidas a escombros, restando aos sírios fugirem, ao mesmo tempo em que uma parte dos sírios continuam enfrentando as forças ditatoriais de Bachar al Assad, buscando aquilo que eles entendem ser a solução para o seu país, isto é, derrubar o ditador. A história desses países nos mostra que eles quando muito só conseguem trocar de ditadura, mas também devemos registrar que uma parte relevante da população síria apóia o

regime de Assad, como isso vai acabar é impossível prever, pois ambos os lados contam com aliados poderosos e assim existe um equilíbrio de forças que não nos permite dizer qual deles prevalecerá. O certo é que as levas migratórias de sírios para a Europa via Balcãs, despertou essa corrente generalizada que agora se verifica no Mediterrâneo central e ocidental e no Levante. Aqui é que entra o nó do problema, pois em sua maioria esses imigrantes vêm de países cujos problemas diferem e muito do caso sírio, e podemos concluir que muitos buscam sair de uma realidade de subsistência para aquilo que eles entendem que seria uma vida de opulência, vis a vis, a sua realidade. O discurso complacente de alguns segmentos europeus, como as ONG`s humanitárias, acabam gerando um incentivo para esses indivíduos. Ao

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mesmo tempo aparecem algumas contradições, tais como os agenciadores do tráfico de pessoas cobrarem dois mil euros por pessoa. Então como que em países de miseráveis se consegue dois mil euros para tal viagem arriscada? As ondas migratórias também apresentam algumas contradições, como por exemplo, as que se formam no Marrocos que é um país estável politicamente e economicamente falando. O que não é o caso da Líbia, que por falta de governo com autoridade tem dado margem ao seu território servir para esses bandos de traficantes. Outra questão que salta aos olhos é que a “fuga” desses indivíduos, antes de tudo, é baseada na covardia de não encararem a realidade de seus países e tentarem transformá-las. Pelo lado dos europeus temos que em nenhum lugar está escrito que cabe aos contribuintes daquele continente salvar o mundo, nem mesmo serem responsabilizados por problemas de outros, isso é a mais pura verdade.

Essas hordas de imigrantes em sua maioria tem se transformado em pedintes na Itália e nos demais países mediterrâneos, é pura ilusão achar que eles serão aceitos passivamente. Até o caso sírio, certamente terá como desdobramento o retorno desses imigrantes para a Síria, assim que se

chegar a um termo o conflito intestino que ela vive, pois os alemães certamente não vão querer ficar sustentando milhares de indivíduos ad infinito. Muitos dos países europeus têm sérios problemas orçamentários e de dívida pública, assumir maiores ônus indevidos é penalizar os contribuintes europeus. Para entendermos isso basta fazermos comparações com os problemas

tributários e orçamentários que o Brasil passa, e imaginarmos um bando de bocas (imigrantes) chegando às praias achando que o nosso governo tem de alimentá-las e providenciar um meio de sustentá-los até eles encontrarem uma colocação, se é que existe lugar para todos. Outro problema a ser considerado é o choque cultural inerente à questão, pois essas populações majoritariamente muçulmanas agrárias e pastoris, inseridas em uma realidade religiosa teocrática e limitadora, quando transmutadas para uma realidade liberal, laica e tolerante, sentirão um choque de grandes proporções, não só para elas, mas para os povos “hospedeiros” também, pois os costumes muçulmanos entram em choque com a civilização cristã, pois práticas como a poligamia (até quatro mulheres por cada homem) e a pedofilia (casamento de homens com meninas de doze anos) são práticas inaceitáveis para os europeus em geral, no caso dos originários da África

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acrescenta-se a prática da mutilação dos órgãos genitais de meninas pré-adolescentes, práticas que eles insistem em preservar mesmo vivendo na Europa, e de uma forma geral nas

sociedades muçulmanas as mulheres são subjugadas, o quê é a antítese da condição da mulher européia, daí mais um foco de conflito. A realidade do histórico das populações de imigrantes africanas e asiáticas na Europa também não recomenda a sua intensificação, pois se deve considerar que a realidade demonstra que a esses imigrantes está

destinada uma posição de cidadãos de segunda classe, ou menos ainda, assim aumentar esse contingente é preparar uma bomba de efeito retardado que explodirá de uma vez em não muito tempo. Os atentados terroristas que recorrentemente tem acontecido, perpetrados por minorias desses imigrantes, são exemplos de pequenas bombas que vão explodindo antes do tempo, quando grande explosão for inevitável, a expressão fala por si própria, não terá como ser evitada, e aí os discursos de tolerância de nada servirão, pois se descobrirá que ser tolerante com intolerantes é dar argumentos para eles aumentarem e cristalizarem a sua intolerância, em prejuízo daqueles que tinham a ilusão de que eles entenderiam, e quando esse dia chegar será tarde demais. A história guarda algumas lições que por muito tempo alguns não quiseram entender, mas agora fica claro porque

Portugal e Espanha expulsaram os muçulmanos nos seus territórios depois das guerras de reconquista, e mandaram eles de volta para onde eles vieram. Mas em termos históricos não se precisa ir muito longe, basta olharmos a posição japonesa em relação a imigrantes muçulmanos para ver como se evitam problemas, basta não proibir, mas também não dar asilo nem visto de trabalho para eles, e com sabedoria, não é à toa que o Japão, milenar, é um Império. O autor é economista, pós-graduado em história. Sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Niterói. Conselheiro consultivo do Instituto Cultural D. Isabel I, A Redentora e membro do Instituto de Pesquisa Histórica e Arqueológica do Rio de Janeiro (Ipharj).