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PELA CONSTRUÇÃO DE UM ESTADO PALESTINO LAICO,ONDE CAIBAM TODOS OS POVOS: PALESTINOS, ÁRABES E JUDEUS PELO FIM DO ESTADO ARTIFICIAL E GENOCIDA DE ISRAEL Ato na USP contra o massacre no Líbano e na Palestina “cancelado” pela Reitoria por pressão da Federeção Israelita, e realizado do lado de fora com cerca de 600 pessoas O QUE TEMOS A VER COM A GUERRA NO ORIENTE MÉDIO? SINTUSP SINTUSP JORNAL DO Gestão Sempre na Luta Piqueteiros e Lutadores Órgão informativo do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo Setembro de 2006 Construindo a CONLUTAS O QUE TEMOS A VER COM A GUERRA NO ORIENTE MÉDIO? Daniel Garcia Mila Maluhy Esta pergunta faz parte do de- bate marcado pelo CDB (Conse- lho Diretor de Base) do Sintusp como parte da programação po- lítica deste Conselho. Este Jornal especial, de forma- ção, tem como objetivo levar esta discussão para os que não pude- ram participar do debate, no dia 25 de agosto de 2006, um dia de trabalho normal, realizado das 13 às 17 horas, com mais de 200 pessoas. É necessário esclarecer publi- camente a nossa posição apro- vada no 4º Congresso dos Funci- onários da USP, por mais de 260 delegados, de lutar com os de- mais trabalhadores conscientes do mundo. PELO FIM DO ESTADO ARTIFICIAL E GENOCIDA DE ISRAEL A importância deste esclarecimento se torna maior após a reper- cussão deste debate que extrapolou os muros da USP e mesmo do país, já que além da mídia brasileira, a TV estatal da Síria pediu o cópia do vídeo da discussão realizada no Sintusp, para exibi-lo na- quele país. PELA CONSTRUÇÃO DE UM ESTADO PALESTINO LAICO,ONDE CAIBAM TODOS OS POVOS: PALESTINOS, ÁRABES E JUDEUS Ato na USP contra o massacre no Líbano e na Palestina “cancelado” pela Reitoria por pressão da Federeção Israelita, e realizado do lado de fora com cerca de 600 pessoas Debate do Sintusp – todos ouvem perplexo os relatos Especial de Formação Política

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PELA CONSTRUÇÃO DE UM ESTADOPALESTINO LAICO,ONDE CAIBAM TODOS OS

POVOS: PALESTINOS, ÁRABES E JUDEUS

PELO FIM DO ESTADO ARTIFICIAL E

GENOCIDA DE ISRAEL

Ato na USP contra o massacre no Líbano e na Palestina“cancelado” pela Reitoria por pressão da Federeção Israelita,

e realizado do lado de fora com cerca de 600 pessoas

O QUE TEMOS A VER COM AGUERRA NO ORIENTE MÉDIO?

SINTUSPSINTUSPJORNAL DO

GestãoSempre na LutaPiqueteiros e Lutadores

Órgão informativo do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo Setembro de 2006

Construindo a CONLUTAS

O QUE TEMOS A VER COM AGUERRA NO ORIENTE MÉDIO?

Dan

iel G

arci

a

Mila

Mal

uhyEsta pergunta faz parte do de-

bate marcado pelo CDB (Conse-lho Diretor de Base) do Sintuspcomo parte da programação po-lítica deste Conselho.

Este Jornal especial, de forma-ção, tem como objetivo levar estadiscussão para os que não pude-ram participar do debate, no dia25 de agosto de 2006, um dia detrabalho normal, realizado das 13às 17 horas, com mais de 200pessoas.

É necessário esclarecer publi-camente a nossa posição apro-vada no 4º Congresso dos Funci-onários da USP, por mais de 260delegados, de lutar com os de-mais trabalhadores conscientesdo mundo.

PELO FIM DO ESTADO ARTIFICIAL E

GENOCIDA DE ISRAELA importância deste esclarecimento se torna maior após a reper-

cussão deste debate que extrapolou os muros da USP e mesmo dopaís, já que além da mídia brasileira, a TV estatal da Síria pediu ocópia do vídeo da discussão realizada no Sintusp, para exibi-lo na-quele país.

PELA CONSTRUÇÃO DE UM ESTADOPALESTINO LAICO,ONDE CAIBAM TODOS OS

POVOS: PALESTINOS, ÁRABES E JUDEUSAto na USP contra o massacre no Líbano e na Palestina“cancelado” pela Reitoria por pressão da Federeção Israelita,

e realizado do lado de fora com cerca de 600 pessoas

Debate do Sintusp – todosouvem perplexo os relatos

Especial de Formação Política

2 – Jornal do SINTUSP Setembro de 2006Especial de Formação Política

A CRISE NO ORIENTE MÉDIO

O nosso CDB (Conselho Diretor deBase) do Sintusp havia aprovado um de-bate sobre a questão do Oriente Médio, aformação do Estado artificial e terroristade Israel e o atual massacre do povo liba-nês e palestino pelos sionistas genocidas.

Em seguida, fatos ocorreram naUSP, que tornaram este debate, que se-ria interno e com objetivo de servir comoparte da formação dos nossos conselhei-ros, num debate que acabou envolvendoa comunidade uspiana, além da comuni-dade externa da USP, principalmente, acomunidade árabe, libanesa e palestinade um lado, judeus sionistas e outros ju-deus, entre estes, alguns também comonós defendendo o Fim do Estado terro-rista de Israel.

O FATOPara o dia 9 de agosto havia sido con-

vocado um Ato Público Contra o Massa-cre no Líbano e na Palestina, que aconte-ceria no Anfiteatro Camargo Guarnieri,cedido pela reitoria da universidade que,na véspera acabou cancelando a utiliza-ção do anfiteatro após receber pressõesde professores ligados a FederaçãoIsraelita do Estado de São Paulo - Fisesp.Apesar do “cancelamento” inclusive di-vulgado pela reitoria, o Ato aconteceu narampa de acesso ao Anfiteatro, com cer-ca de 600 pessoas.

No dia seguinte o Sintusp denunciou,em boletim, a subserviência da reitoria aossionistas, assim como o massacre quemais uma vez estava sendo praticado peloEstado artificial, terroristas e genocida deIsrael, fundado sob os auspícios dos EUAe Inglaterra para tornar-se um enclavemilitar a serviço destas potências no cen-tro da região que mais produz petróleono planeta, o Oriente Médio, além de re-afirmar a posição (aprovada no 4º Con-gresso dos Funcionários da USP), de lu-tar pelo Fim do Estado de Israel.

ISTO FEZ COM QUE:A Fisesp, em audiência pública, com

o Procurador Geral da Justiça do Estadode São Paulo pedisse a instauração de in-quérito policial contra o Sintusp por dis-criminação e preconceito.

Diferente de muitos sindicatos, oSintusp tem atuado como uma entida-

O que temos a ver com a guerra no Oriente Médio?Por que vamos nos preocupar com o massacre de Israel sobre o povo libanês e palestino?

de classista, isto é, tem como concep-ção que o proletariado, que vive da ven-da da força de trabalho, é uma únicaclasse em todo o mundo, sendo o nos-so inimigo também único e “global”,e chama-se sistema Capitalista naatual fase do imperialismo. Este sis-tema que busca dominar de forma de-finitiva todo o planeta, através de suapolítica econômica, militar e ideológi-ca, necessita impor a derrota aos tra-balhadores e aos povos oprimidos, sedando também pelo aumento ainda maisda exploração. Este sistema Capitalistatem como centro, os Estados Unidosda América e aliados.

Esta concepção classista se traduzno parágrafo 2º, alínea d, do Estatutodo nosso sindicato, aprovado no 3ºCongresso dos Funcionários da USP,que define os objetivos do sindicato:“Atuar na luta mais global da classe tra-balhadora, na perspectiva de realizaçãode seus objetivos históricos, na constru-ção de uma nova sociedade sem explo-rados e exploradores, e na implantaçãoda verdadeira democracia”.

No 4º Congresso dos Funcionários daUSP, realizado entre os dias 29, 30 e 31de Março de 2006, os mais de 260 dele-gados, eleitos em diversas unidades dacapital e interior que reuniu para isto mi-lhares de funcionários da universidade,

Rep

rodu

ção

participaram de um amplo debate quedurou todo o primeiro dia do Congresso,discutindo Conjuntura Nacional e Inter-nacional e, finalmente, aprovando porampla maioria, como resoluções: “Fora astropas imperialistas do Iraque e OrienteMédio, do Haiti e de todos os países ondeos Estados Unidos e seus aliados man-tém bases militares, inclusive de Guan-tánamo, em Cuba”;

“LUTAR PELA DESTRUIÇÃODO ESTADO TERRORISTA DE

ISRAEL E PELA CONSTITUIÇÃODE UMA FEDERAÇÃO DE

REPÚBLICAS SOCIALISTAS DOORIENTE MÉDIO”.

Hoje, quando recebemos e-mails dossionistas, irados, perguntando o que umSindicato de Trabalhadores tem a vercom a Guerra do Oriente Médio, lem-bramos da época da ditadura militar noBrasil, quando os generais prendiam,torturavam e matavam sindicalistas emilitantes estudantis e afirmavam quetrabalhador é para trabalhar, estudanteé para estudar e sindicatos e entidadesestudantis só deveriam tratar de ques-tões específicas.

Estes militares que subjugavam opovo na base dos fuzis, estavam a servi-ço do imperialismo americano, a quem

entregavam todas as nossas riquezas epara isto, precisavam sufocar toda e qual-quer resistência popular.

Sabemos que este discurso de que ostrabalhadores e seus sindicatos não de-vem se meter nos assuntos nacionais einternacionais, deixando isto para a bur-guesia e os políticos profissionais a seusserviços, ainda convence alguns compa-nheiros nas várias categorias, inclusivena nossa.

Nosso sindicato sempre aceitou o de-safio de ser criticado, porque, além delutar (e muito) por salário, benefícios ese colocar contra a opressão dos mauschefes, também enfrenta o governo es-tadual, federal e o imperialismo norte-americano e seus aliados que, com suapolítica de subjugar os povos e de superexplorar trabalhadores e retirando um aum os direitos conquistados, desobrigaro Estado de suas responsabilidades so-ciais como Saúde, Educação, Previdên-cia Social, etc. Isto é neoliberalismo.

Se os EUA e seus aliados, inclusiveseu testa de ferro, o Estado artificial eterrorista de Israel, não estivessem en-contrando a resistência dos povos ára-bes no Iraque, na Palestina, Líbano, Síria,Irã, etc., o domínio definitivo do planetaseria bem mais fácil e, por isto, a LUTADE RESISTÊNCIA DESTES POVOSTAMBÉM É NOSSA.

Bombas de Israel no sul do Líbano, julho de 2006

Jornal do SINTUSP – 3Setembro de 2006 Especial de Formação Política

TEXTO CONTRIBUIÇÃO AO DEBATE SOBRE O ORIENTE MÉDIO

Desde o século XVIII, os europeus,principalmente Inglaterra, França e RússiaCzarista, disputavam o domínio do Ori-ente Médio.

Com a abertura do Canal de Suez,em 1869, o Egito passou a ser um paísestratégico para a Inglaterra, a qual bom-bardeou a Alexandria em 1881, ocupandomilitarmente o Egito, dominando-o duran-te toda a 1ª metade do século XX.

Na Palestina, em 1911, o merce-nário e agente britânico T.E. Lawrence,que se tornou Cel. do Exército Inglês (olendário Lawrence da Arábia) escreveu umrelatório à Coroa Britânica, afirmando queseria melhor que os judeus colonizassemo país o quanto antes, devido as crescen-tes revoltas dos árabes contra a domina-ção estrangeira. Lawrence tinha comomissão, “cumprida muito bem”, infiltrar-se e fomentar confrontos e guerras entreos árabes com objetivo de enfraquecê-los.

Nesta época, o sionismo (movimentopolítico religioso nacional colonialista)com objetivo de estabelecer um EstadoJudeu, em um primeiro momento na Ar-gentina, depois na África Oriental Britâ-nica, atual Uganda, (como pretendia o ju-deu fundador do sionismo, TheodorHerzl), acabou se definindo, por escolhera Palestina. Esta definição se deu no 2ºCongresso Sionista em 1905, quandoTheodor Herzl já havia morrido, Congres-so este, dominado por judeus da EuropaOriental.

O projeto era colonizar a Palestina coma conseqüente remoção da população ára-be nativa.

Grande parte do mundo árabe is-lâmico, incluindo a Palestina, integrava oImpério Otomano, que durante a Primei-ra Guerra Mundial foi derrotado pelaspotências da Europa.

A Inglaterra e a França passam a divi-dir o domínio da Palestina, incluindo aSíria e a Mesopotâmia.

A 1ª Guerra Mundial transferiu o cen-tro de gravidade do sionismo para os EUAe a Inglaterra.

O Comitê Britânico na Palestina re-digiu memorando propondo a criação deum Estado Judeu na Palestina com ob-

A fundação do estado artificial e terrorista de IsraelO massacre do povo libanês e palestino e a nossa posição

ANOTAÇÕES HISTÓRICAS SOBRE A ORIGEM DO ESTADO DE ISRAELjetivo de defender o Egito e o Canal deSuez.

Em 1917, a Declaração de Balfour1

denunciada e tornada pública pelos bol-cheviques da Rússia, propõe a criação doEstado Judeu na Palestina, mesmo anoem que os ingleses tomam Bagdá.

Sobre o fato, Osvaldo Coggiola,professor do Departamento de Históriada Universidade de São Paulo, afirma:

“Assim o imperialismo britânico utili-za o movimento sionista facilitando a imi-gração judia para a Palestina, contra asmassas árabes, seguindo o velho adágiolatino “divide et impera” (dividir paragovernar) para assegurar sua hegemoniaregional. Cortando na carne das nações,dividindo e desmembrando povos atravésda criação artificial da Transjordânia”.

A imigração desestrutura a vida dapopulação que vivia na Palestina, arruínatodo o modo de produção, a vida social,cultural e religiosa, destruindo a socieda-de rural árabe e provocando um grandedesemprego.

Em sua obra, A história oculta do sio-nismo, Ralph Schoeman afirma: “Ao fi-nal do século XIX havia na Palestina milpovos ou aldeias. Jerusalém, Hifa, Gaza,Yaffa, Nablús, Acreijerico, Ramle, Hebrone Nazaré, eram cidades florescentes. Ascolinas laboriosamente tratadas, canais elimoeiros, as oliveiras e cereais da Pales-tina eram conhecidos em todo o mundo.O comércio, o artesanato, a indústria têx-til, a construção e a produção agrícolaeram prósperos”.

Os camponeses e a população palesti-na distinguiam claramente, os mais de 20mil judeus que viviam totalmente integra-dos na sociedade Palestina, dos coloniza-dores que vieram às dezenas, depois cen-tenas de milhares, expulsando os povosárabes da região.

No 1º aniversário da Declaração deBalfour, 1918, houve uma manifestaçãopalestina pacífica, mas que ao sofrer coma repressão acabou se tornando violenta.

Os bolcheviques russos denunciam aDeclaração de Balfour além de afirmar quea entrega da Palestina aos judeus era umaencenação do imperialismo britânico.

1 - A Declaração de Balfour é uma carta escrita em 2 de novembro de 1917 pelo então ministro Britânico dos AssuntosEstrangeiros, Arthur James Balfour, concedendo ao povo judeu a facilitação da povoação da Palestina. Isto somente seInglaterra conseguisse derrotar o Império Otomano, que, até então, dominava a região

A resistência à colonização forçadacresceu, tornou-se violenta e, com ma-nifestações de massa nas ruas.

Em 1919, a população da Palestina erade 800 mil habitantes, dos quais 60 mil eramjudeus assentados, principalmente, a partirde duas grandes levas de imigração.

Em 1931, os sionistas expulsaram 20mil famílias camponesas palestinas, quetiveram não só sua vida produtivadestruída, mas também sua vida culturale religiosa. Além de retirarem-lhes a ter-ra, estavam acabando com a sociedadeárabe na Palestina.

A imigração, em 1931, cresceu de 4mil imigrantes/ano, para mais de 60 milem 1935.

Em 1936 os judeus já eram 400 mil eem 1947, 600 mil.

O patrocínio do projeto sionista dei-xa de ser apenas britânico e passa a sertambém dos EUA e da Liga das NaçõesUnidas. Seu financiamento deixa de serfeito apenas pela burguesia judia e passaa ser bancado por grandes nações.

A proposta absurda de divisão da Pa-lestina provocou novos e maiores mo-tins, a Revolta de 1936/1939 marca o iní-cio do movimento nacional palestino atéos dias de hoje.

A partir de 1939 os sionistas deixamde ter na Inglaterra o principal aliado,voltando-se totalmente para os EUA.

A repressão desta vez foi tremenda,foram milhares de mortos, outros tantospresos, deportados, além de desagregar

Continua na página 4

4 – Jornal do SINTUSP Setembro de 2006Especial de Formação Política

ANOTAÇÕES HISTÓRICAS SOBRE A ORIGEMDO ESTADO DE ISRAEL

os sindicatos e organizações populares.A revolta árabe só foi sufocada com umbanho de sangue em 1939.

Após a 2ª Guerra Mundial, os EUAdecidem substituir a Inglaterra como po-tência dominante na região.

No final de novembro de 1947, asNações Unidas aprovaram a divisão daPalestina atribuindo aos judeus 55% doterritório apesar dos mesmos serem 1/3da população, vivendo principalmente nascidades e ocupando 6% da terra.

Em 1947, centenas de milhares derefugiados palestinos tornaram-se exi-lados na sua própria terra, na Palesti-na, parte deles na Jordânia, no nortedo Egito, em Gaza, na Síria e a maioriano Líbano.

Em dezembro de 1947, o Irgun (Or-ganização Terrorista Judia) bombardeiaJerusalém, matando dezenas de pessoas.Estes mesmos terroristas realizam outroataque, lançando bombas de um carrocontra a multidão de operários diaristasárabes, reunidos no portão principal darefinaria de petróleo de Haifa, acarretan-do uma reação de confronto que resul-tou num saldo de dezenas de mortos, deambos os lados.

É assim que em 1948 é fundado o Es-tado de Israel, em meio a uma guerra fe-roz aos povos árabes, massacrados deforma covarde por um poderio bélicoimensamente maior. As tropas inglesasretiraram-se da Palestina deixando suasarmas para Haganah (que veio a se tornaro exército israelense) que, febrilmentepassou a trazer armas dos EUA. Em 1949,uma guerra com cinco paises árabes queresistem ao “Estado de Israel” (que pos-sui um dos exércitos mais bem prepara-dos e equipados do mundo), resulta naexpulsão de 750 mil palestinos, apoderan-do-se também de uma área 50% superiorà concedida pela ONU.

No dia 4 de abril de 1948, o Haganah,conjuntamente com as facções terroris-tas judaicas, Irgun e Stern, invadem a tran-qüila vila Deir Yassin, de um pouco maisde 1.000 habitantes, onde 254 árabes, en-tre homens, mulheres e crianças, forammassacrados a sangue frio, seus corposmutilados muitos jogados num poço. Asmulheres tinham suas barrigas rasgadas abaionetas e as crianças mortas na frentedas mães. Segundo o médico Jacques deReynier, da Cruz Vermelha Internacional,a limpeza foi concluída à faca.

Em 1950, a “unidade da vingança”(destacamento do exército Israelense), li-derada por Ariel Sharon, infiltrada naJordânia, Líbano e Síria, massacrou, comrequintes de crueldade, civis árabes.

De lá até os dias atuais, novas guer-ras foram deflagradas. Em 1956, em1967, em 1973, em 1982, em 1990 e ago-ra em 2006.

Em 1967, Israel na ofensiva de guer-ra de expansão, denominado guerra dos6 Dias, massacra os povos árabes pales-tinos, ocupando território do Líbano,Síria, Cisjordânia e da faixa de Gaza,ampliando 4 vezes mais em relação a jáabsurda área definida pela ONU em 1948.

Agora, neste absurdo massacre deIsrael contra o povo libanês (iniciado emjulho/2006), sob o pretexto de captura de2 soldados israelenses, pelo Hizbollah, oEstado Judeu terrorista matou mais de1.100 libaneses, destes, mais que mil sãocivis e destes grande parte são crianças emulheres.

Os mortos israelenses foram 149, des-tes, mais de 120 são militares;

A infra-estrutura do Líbano foi, emgrande parte, destruída;

Israel também mantém milhares depalestinos prisioneiros e capturados emseu próprio território, além de sistemáti-cos bombardeios causando a morte decentenas, desde julho/2006.

Entretanto, desta vez, todos os es-pecialistas militares e analistas políticossão unânimes, Israel foi derrotado polí-tica e militarmente, tal como ocorreucom os EUA na guerra do Vietnã, quan-do apesar de terem causado muito maisvítimas do que baixas, perderam a guerrae foram escorraçados do Vietnã.

Hoje, Israel vive uma grande crisepolítica. Tem contra si o ódio de todosos povos árabes e a repulsa em todo omundo. Após o conflito, pesquisa afereque 63% dos israelitas querem a deposi-ção do 1º Ministro pela derrota na guer-ra. Por outro lado, torna-se cada vez maisdifícil a manutenção e sustentação polí-tica e militar do Estado de Israel pelosEUA e seus aliados.

As guerras e os massacres não ces-saram e virão enquanto existir esteenclave militar do imperialismo “plan-tado” no Oriente Médio, denominadoEstado de Israel, um Estado Judeugenocida. Pois, como dizia Ben Gorion,um chefe do Estado Judeu, herói de Is-rael, “nosso atual território é parcial,mas se expandirá ainda, tem muitos ára-bes por aqui, vamos acabar com eles”.

Tanto na Palestina quanto no Líbano, nasceram da resistência popularespontânea, organizações armadas tais como: Al Fatah e Hamas na Palestina eHizbollah no Líbano, além de outras.

O Hizbollah surgiu como resistência aos muitos anos de ocupação doSul do Líbano por Israel, iniciada em 1982, cujas tropas só bateram em retira-da no ano 2000, após uma grande ofensiva dos guerrilheiros do Hizbollah quelevou à morte centenas de soldados dos EUA e de Israel.

Na Palestina, recentemente (para desespero do governo norte america-no e de Israel), o povo elegeu o Hamas, para o governo palestino, esta organi-zação armada político-militar defende e luta pelo Fim do Estado de Israel.

O Hizbollah tem 2 Ministros no governo do Líbano e é responsávelpelos programas sociais naquele país, além de continuar combatendo intensa-mente as tropas de Israel, como fez agora durante o brutal massacre de Israelcontra os libaneses e a destruição de parte do país.

Obs.: Na grande polêmica criada pelos sionistas com relação a nossa posi-ção aprovada por mais de 260 delegados no 4º Congresso dos Funcionários daUSP, de Fim do Estado de Israel, estes, como sempre fazem, tentam confundiro Anti-Sionismo com Anti-Semitismo e de Fim do Estado Judeu com Fim doPovo Judeu.

Reafirmamos nossa posição Congressual e a defendemos, que a Luta dosPovos Árabes, Libaneses, Palestinos e Iraquianos, sejam uma Luta de Todosos Povos. Até o FIM DO ESTADO JUDEU GENOCIDA DE ISRAEL

• Fim do Estado artificial e terrorista de Israel• Pela construção de um Estado Palestino Laico, onde caibam todos os

palestinos, árabes e judeus.

Secretaria de Formação Política do Sintusp

Continua na página 3

Hamas e Hizbollah nascemda resistência – à ocupação

e agressão israelense

Tanque Israelense contra civis inclusive crianças asna invasão do Líbano

Jornal do SINTUSP – 5Setembro de 2006 Especial de Formação Política

Aqui estão algumas “pérolas” extraídas dos e-mails dos quedefendem Israel e sua política. Pedimos desculpas aos leitores

pelos palavrões reproduzidos, é que achamos importantemostrar o nível destes senhores.

Zhavah:“Bastardos da Sintusp”

“... bastarda e produto da manipulação do imperialismo facistae bestial de mulçumanos, que controlam o mundo”

“...voces não sao machos, mas sim maricas mentirosas,prostitutas do totalitarismo facista e do capitalismo islâmico,

os novos nazistas e chantagistas da era moderna...”“Imperialistas arrogantes, devastadores dos direitos humanos, da

liberdade de expressão e da democracia...”

“QUE OS LÍDERES CORRUPTOS DA SINTUSP SEJAM JOGADOS AO FOGO – EM PRAÇA PÚBLICA

pois constituem perigo a raça humanae a civilização como um todo.”

Samuel Goldstein:

“vocês comeram merda

a infância toda”

“Eu diferentemente de um bando de

funcionários públicos que mamam

nas tetas do governo, se aposentam

com salário integral e só falam

besteira, eu trabalho e dou emprego

para mais de 2 mil pessoas e suas

famílias.”

“Vão todos vocês tomar no cú seus

covardes de merda.”

Tercyo Dutra:“Que a maldição do senhorcaia sobre vós e vossosindicato...Deus lembraráde vós no julgamento finalpor odiarem o povo Dele”

Alessandro J.Strauss

“O marxismo sóé viável paraaqueles que

recebem men-salmente seus

salários.”Mauro Almeida:

“Tem muito rico que trabalhoue estudou muito para chegar

onde está...”

Luis GajProf. da FEA/USP“O Boletim do Sintuspataca os EUA, a Inglaterra eoutros paises que apelida de imperialista.”

Helena Trinkenrich(Profa. da UFRJ)“... me aguardem em breve terãonotícias minhas... Este é só o início danossa guerra...”Esta Sra. em telefonema dado para oSintusp, disse: “vocês não conhecemo meu povo (referindo-se aos judeus) etambém não conhecem estes povosárabes, todos pobres,subdesenvolvidos...”

Silvio Roimicher

“Saibam os senhores que

ao pregar o fim do Estado

de Israel, os senhores

estão pregando o

genocídio de pelo menos

5 milhões de judeus

israelenses.”

Julia Maria Primo Geber“Gostaria de saber o nome doresponsável pelos artigospublicados no boletim 062 dosindicato dos empregos daUSP.”

Sergio Navarro

Vasconcelos:

“...vocês pregam contra o

único Estado democrático

de direito do Oriente Médio,

Israel!”

São dezenas de mensagens que chegam ao Sintusp:Dos sionistas, muitas impressionam pelo baixo nível, outras pelas posições retrógradas e

de direita, várias outras usam a velha tática de confundir, propositalmente, as posições contráriasao sionismo e o Estado Judeu com antisemitismo e contrárias ao povo judeu.

Por outro lado, estamos surpresos com a quantidade e a qualidade das mensagens desolidariedade de funcionários, estudantes e professores, além de um número muito grande de

entidades, movimentos e companheiros. Várias manifestando a defesa da mesma posição(aprovada no 4º Congresso dos Funcionários da USP) de luta pelo fim do estado de Israel e outrasdefendendo o direito de expressão. Estamos mais uma vez aprendendo que quem toma posição

pela luta de classes e do lado dos oprimidos, ganha inimigos, mas também muitosnovos companheiros, e mais uma vez o saldo é extremamente positivo.

6 – Jornal do SINTUSP Setembro de 2006Especial de Formação Política

SOLIDARIEDADE AO SINTUSP

Várias entidades e movimentos manifestam totalsolidariedade ao Sintusp através do texto abaixo:

• Conlutas - Coordenação Nacional de Lutas;• ASSMS - Associação dos Servidores da Secretaria Municipal de Saúde de

Porto Alegre;• Centro Acadêmico de Ciências Humanas/Conlute do IFCH, Unicamp;• LBI - Liga Bolchevique Internacionalista;• TRS - Tendência Revolucionária Sindical;• Juventude Bolchevique – JB;Oposição Bancária do Ceará;• Oposição de Luta Gráfica – DF;• Oposição de Luta Professores Sindute – CE;• Oposição Sindical e Trabalhadores Rurais de Madalena – CE;• Oposição Revolucionária Sindágua – CE;• Oposição Classista dos Professores – Am;• Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos, em oficinas mecânicas e de

material elétrico de Itaúna, Itatiaiuçu e Mateus Leme (MG);• SINDESS - Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços

de Saúde de Belo Horizonte, Cate, Nova Lima, Sabará e Vespasiano;• SINDÁGUA D.F. (Brasília) Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da

Purificação e Distribuição de Água e Serviços de Esgoto do Distrito Federal;• ADUFAL - Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas;• SINJEP - Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário do Pará;• Centros Acadêmicos da UEM - Universidade Estadual de Maringá: Letras,

Matemática, Ciências Sociais e Educação Física e Movimento Caminha);• MNOB - Movimento Nacional de Oposição Bancária;• Sindicato de Enfermeiros de Divinópolis;• SINDIPETRO/AL/SE - Sindicato Unificado dos Trabalhadores Petroleiros,

Petroquímicos, Químicos e Plásticos dos Estados de Alagoas e Sergipe;• SINASEFE - Ouro Preto.

OUTRAS MENSAGENS:

• Centro Acadêmico da Física da USP;• Vidalonga: “Recebam minha total solidariedade pela ofensiva dos fascistas

israelenses sobre o Sindicato.Eu defendo a mesma posição : sou contra a existência do Estado fascistade Israel no Oriente Médio. Ele ficaria muito bem alojado no atual Estado doAlabama, como mais um Estado oficial do Império do Norte.Abraçando fraternalmente os que resistem e lutam

• Funcionária da USP: Beleza, companheiros.Se houver mesmo o tal processo, me ofereço para ser arrolada comotestemunha em defesa do SINDICATO e em defesa da democracia em

O ..(nome da entidade ou movimento), manifesta total solidariedade aos trabalhadores da USP e ao seu Sindicato - oSINTUSP - que vem sofrendo ataques, ofensas e até ameaças por parte de setores da Comunidade Israelita, por

denunciar os constantes massacres contra os povos árabes levadas a cabo pelo exercito israelense, bem como pordefender o fim do Estado de Israel e a formação de um Estado Palestino, Laico e Democrático naquela região.

Repudiamos também a atitude do presidente da Federação Israelita de São Paulo, sr. Jaime Blay, que deu entrada compedido de abertura de inquérito policial contra o SINTUSP junto à Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo.

Fazemos nossas as denuncias dos massacres realizados pelo exercito israelense contra os povos árabes, como se dáneste momento no Líbano e na Palestina. Defendemos incondicionalmente o direito do SINTUSP de tornar públicas e

defender as suas posições e rechaçamos todo tipo de ameaça e de cerceamento desse direito.

NOSSO PAÍS. Eu estava lá na frente do Anfiteatro no evento expulso dasinstalações da USP!!!!!

Somos contra o ESTADO DE ISRAEL e fim de papo, no mesmosentido em que somos contra PARTIDOS NAZISTAS. Temos o direito de ternossa opinião ou os “sionistas” residentes no Brasil é que vão pautar o quepode e o que não pode ser dito aqui?

• Funcionário da USP (J.L.N.): Preconceito racial? O Sintusp? Eu pergunto,vocês conseguiriam entrar na Hebraica? Vocês seriam aceitos na comunidadehebraica sem ser Judeu? Muitíssimo obrigado

• Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região (SINSERM/Bauru): O SINSERM – Bauru manifesta total solidariedade aos trabalhadores;

• Oposição Operária• Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do Rio de Janeiro;• Martin Romano, delegado Gremial Coto C.I.C.S.A. (Associacion Emplada

de Comercio – Rosário – Argentina) Manifesta seu repudio ao massacre dosEUA e Israel aos povos do Oriente Médio e se solidariza incondicionalmentecom o Sintusp nesta luta;

• LER - Liga Estratégia Revolucionária: Nos colocamos, lado a lado com oSintusp, pelo Fim do Estado de Israel. Exigimos pronunciamento da Reitoriada USP contra perseguição e ameaça da comunidade Israelita contra oSindicato;

• Sindicato dos Funcionários Públicos de Algoinhas/Bahia;• Federação Sindical e Democrática dos Trabalhadores Metalúrgico de Minas

Gerais;• Fórum de Mulheres Feministas de Belo Horizonte;• Oposição dos Correios de São Paulo;• Oposição Sindical de Esquerda dos Trabalhadores da USP;• Movimento A Pleno Pulmões (estudantes);• CEUPES - Centro Acadêmico de Ciências Sociais da USP;• Saad Mahmmoud: “Parabéns pelo boletim divulgado para o evento de 10 de

agosto. Lamentável apenas o posicionamento da Reitoria da USP e daingerência da Federação Israelita, numa prova que o sionismo quer estenderseus longos e malignos braços até o Brasil, achando que o campus é Gaza,Jenin, Qalqilia, Ramalla ou Hebron.Vida longa ao Povo Palestino!!!Vida longa à Jihah Islâmica!!!Vida longa ao Hamas!!!Vida longa aos Mártires de Al-Aqsa!!!Vida longa ao Izz-i-din-Al Qassam!!!Vida longa ao Hizbollah!!!Que Deus, Clemente e Misericordioso, os abençoe.

Jornal do SINTUSP – 7Setembro de 2006 Especial de Formação Política

A CRISE NO ORIENTE MÉDIO

Logo na entrada, o corajoso SIN-TUSP mandou colocar de parede a pare-de todas as fotos de crianças árabesestraçalhadas pelas bombas de Israelcomo que dizendo VEJA O QUE OSSIONISTAS PROPICIARAM.

O local estava completamente lotado(todos os acentos tomados) e muitaspessoas, as pessoas da USP tiveram queassistir do lado de fora, aproximadamenteumas 200 pessoas, entre elas uns 20 ou30 do grupo pró-Israel, formavam umgrupo que tentava de vez em quando tu-multuar. Dos pertencentes ao Comitê desolidariedade umas 15 pessoas. Um pro-fessor de origem judaica com forte sota-que característico entre eles, começou agritar, gesticular tumultuando e interrom-pendo de forma autoritária os oradores,mas se calou diante da reação (eu reagifalando na cara dele que ali era territó-rio brasileiro e não de Israel) muitosdos presentes se indignaram e a mesacontrolou e acalmou a situação diante daclara intenção de agitação.

O diretor do SINTUSP, Magno deCarvalho, corajosamente e sem meiaspalavras fez um histórico da situação nooriente médio CULPANDO O ESTADOSIONISTA DE ISRAEL DE GENO-

O debate no sintusp “pegou fogo”QUANTO AO RELATO DO DEBATE

OCORRIDO NO SINTUSP, OPTAMOS PORREPRODUZIR O TEXTO DE UM PARTICIPANTE

EXTERNO A USP, PRESENTEAO EVENTO, DIVULGADO NA INTERNET

CÍDIO e repetindoTODOS os ataquescontra do governo,do Estado Sionista edo EUA, sem omi-tir nenhuma palavrado que já havia ditoanteriormente nosmanifestos doSINTUSP e nosatos públicos.

Todos os orado-res inscritos deramseus depoimentos no mesmo teor, fatoque irritou muito os representantes próIsrael ao perceberem que todos estavamsendo contundentes e repetindo as denun-cias com adjetivos fortes e verdadeiros.

Fiquei feliz ao ouvir o companheiroEmir Mourad da Confederação ÁrabePalestina do Brasil, pronunciar-se tam-bém com arrojo e coragem posicio-nando-se de forma equilibrada, mascontundente. Emir foi totalmente soli-dário, agradecendo e apoiando oposicionamento do SINTUSP e fez umanarração histórica da situação. Posteri-ormente vários oradores todos críticosferrenhos das atitudes do estado de Is-rael .O companheiro Dirceu Travesso,

da Conlutas, em seu pronunciamentodeixou claro o posicionamento, nãocontra o povo judeu mas sim contra osionismo . Os pró-Israel ficaram irrita-dos novamente após terem ouvido vá-rios representantes de entidades inscri-tas criticarem duramente o agressor ca-racterizado como genocida, Tentaramfazer perguntas durante as explanações,mas foram impedidos, pois o debate sóseria aberto após o ultimo pronuncia-mento inscrito. Houve certo tumultocom gritos de: - isso não é debate eoutras coisas.... Foi proposta uma mu-dança nos trabalhos para formar doisgrupos para debaterem, porém foi re-cusado. Um dos pontos altos foi o pro-nunciamento lúcido de um professor dehistória da USP, Henrique Carneiro, queem poucas palavras e através de núme-ros provou quem era o agressor e quemera o agredido, ou por suas próprias pa-lavras os genocidas e as vítimas. No-vamente os pró-Israel fica-ram raivosos. Outro pontoalto foi o pronunciamento deum judeu Socialista WaldoMermelstein que morou emKibuts em Israel e criticouduramente e de Forma cora-josa e impecável o sionismona CARA dos 30 elementospró-Israel que lá estavam esem titubear condenou ogenocídio contra os Palesti-nos e Libaneses. Dois jovenspró-Israel se pronunciaramdefendendo seus pontos de

vista tentando desca-racterizar a expressãogenocídio sob o argumen-to de que na grande guer-ra milhões de civis morre-ram sem que se tenha fa-lado em genocídio. Tenta-ram algumas vezes con-fundir as expressões anti-sionista com anti-semitismo, outra manobra.

Todos os represen-tantes pró-Israel se reti-raram em determinadomomento e em bloco,numa espécie de protes-to. Ficou subentendidoque seriam promovidosnovos debates com umaconformação mais dedebate e menos de só

pronunciamentos.Em minha opinião pessoal, não houve

realmente um debate, mas sim pronuncia-mentos de ambas as partes. Seja como foro Comitê de Solidariedade aos PovosÁrabes deveriam agradecer o SINTUSPpor mais este esse evento.

Aproveito para expressar o meuapoio pessoal e incondicional a favordesse nosso aliado valoroso que é oSINTUSP, que se apresenta, através deseus posicionamentos e, como forma-dor de opinião junto aos trabalhadores,estudantes universitários da USP e to-dos os que lá estavam prestigiando eparticipando do evento (a maioria dos200 que lá estavam eram claramen-te funcionários e estudantes da USP)da maior e melhor Universidade da Amé-rica Latina. Obrigado SINTUSP.

SaudaçõesOdessio

Emir Murad (Confederação Árabe-Palestina no Brasil), Magno de Carvalho (Diretor deSintusp), Nair Pereira (Coordenadora), Ali Nakhalawe (UJAAL - União da JunventudeÁrabe para a América Latina), Claudionor Brandão (CBD), Miryám Hess (Judia) e ValdoMermelstein (Judeu-Marxista). A Federação Israelita foi convidada e não compareceu

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Visão parcial do debate, ao fundo, o Mural “A Greve” Prof. Sionista tumultua diante da cämera de TV

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8 – Jornal do SINTUSP Setembro de 2006Especial de Formação Política

NÃO EM NOSSO NOME!!!

Nós que assinamos essa manifes-to, cidadãos de origem judaica residen-tes no Brasil, pretendemos dar um gritode alerta.

Os inaceitáveis ataques do Estadode Israel sobre o Líbano, e a persistên-cia da opressão sobre o povo palestinosão uma agressão contra toda a huma-nidade.

A bola de neve de violência propaga-da por Israel, atenta contra a paz e con-tra a fraternidade entre os povos.

Os povos libanês e palestino não sãonossos inimigos, e logo não podemosficar impassíveis às imagens de mulhe-res, velhos e crianças sendo despeda-çados, vendo

centenas de milhares fugindo desuas casas, vagando como refugiados.

Não aceitamos que a própria popu-lação israelense se torne refém de umaimplacável máquina de guerra dirigidapelos senhores Olmert e Peretz, com osempre pernicioso aval de George Bushe do governo norte-americano, que es-peram que Israel complete no Líbano ena Palestina o trabalho sujo que elescomeçaram no Iraque.

Aceitamos menos ainda que essaguerra se faça em nome da luta contrao anti-semitismo, que esta guerra sefaça em defesa das populações judiasde todo o mundo. Muito pelo contrário,o genocídio perpetrado por Israel servecomo combustível para a volta das maisreacionárias formas de anti-semitismo.A guerra que se faz fraudulentamenteem nome do povo judeu, na verdadeatenta contra o povo judeu.

NÃO EM NOSSO NOME!!Nós que nos posicionamos pela paz,

pela democracia, e pela autodetermina-ção dos povos não aceitamos a chan-tagem que nos é proposta.

Somos contra todos aqueles quenome do anti-sionismo, propagam o ódioindiscriminado aos judeus.

Somos contra os métodos doHizbollah e do Hamas – e de qualqueroutra organização que atente contra ci-

JUDEUS RESIDENTES NO BRASIL SE POSICIONAMSOBRE OS MASSACRES DE ISRAEL

vis - que colocam a fé islâmica comoprograma político. Mas não podemosdeixar de constatar que Israel tem sidoo maior opressor, que Israel vem prati-cando atos terroristas de Estado. So-mos contra “judaizar”, como somos con-tra “islamizar” a Palestina.

Somos a favor da mais ampla liber-dade religiosa, somos pelo fim de todae qualquer perseguição de caráter naci-onal, somos pelo convívio amistoso fra-terno e civilizado que respeite as cultu-ras de todos os povos do Oriente Mé-dio, somos pela total separação entreEstado e Religião, conquista da huma-nidade desde a Revolução Francesa.

Por isso tudo, nos somamos a to-dos aqueles que protestam contra es-tes massacres, contra essa guerra he-dionda, exigindo o fim dos ataques ea retirada de Israel do Líbano e dosterritórios ocupados, independente-mente das resoluções dúbias ou omis-sas da ONU.

Quanto ao pedido ao Procurador Geral da Justiça do Estado de São Paulo de abertura de inquérito policial contra o Sintusp, por defender o Fim doEstado de Israel, feito pela Fisesp – Federação Israelita do Estado de São Paulo, nosso Sndicato está preparando uma “denunciação caluniosa”, na qual

vamos fazer a defesa da posição congressual e denunciar a Fisesp por tentar imputar um crime inexistente ao Sindicato

Assinam:

Daniel Feldmann, professorFernando Kleiman, economistaLuciana Worms, professoraTali Feld Gleiser, professora etradutoraAdrian Fanjul, professor FFLCH daUniversidade de São Paulolberto BentzionNatan Cohen

PAZ- SALAM-SHALOM

Bombardear vilas de civis no Sul doLíbano é um crime contra a humanida-de como foi o bombardeio do Gueto deVarsóvia. Atirar em crianças palestinasé um crime contra a humanidade como

foram os progroms da Rússia Czarista.Estigmatizar os povos árabes como ini-migos é odioso assim como aestigmatização sofrida pelos judeus aolongo de séculos.

Eduardo BeniacarMônica DibNixon Malveira, professor daUFPRKennedy Ferreira, professorlberto BentzionSara Levy Disraeli KaduriZileia ReznikEmilia Wien

Criança libanesa morta pelas bombas de Israel