JORNAL DO SENADO · dia 4, o Senado esgotou ontem a pauta da con-vocação extraordinária. Nesse...

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PÁGINA 2 Ó RGˆO DE DIVULGA˙ˆO DAS ATIVIDADES DO S ENADO F EDERAL A NO V N” 806 B RAS˝LIA, SEXTA- FEIRA , 29 DE JANEIRO DE 1999 JORNAL DO SENADO JORNAL DO SENADO Senado cumpre toda a pauta da convocaçªo extraordinÆria Contribuiçªo previdenciÆria dos inativos foi a matØria mais importante votada nesta semana. No biŒnio 97-98, Senado alcançou o total de 920 matØrias apreciadas, das quais 736 foram aprovadas C om um total de 27 matérias aprovadas desde o dia 4, o Senado esgotou ontem a pauta da con- vocação extraordinária. Nesse período, foram apreciadas propostas essenciais ao ajuste fiscal, como a prorrogação da CPMF e a contribuição previdenciá- ria dos inativos. Os senadores também participaram das sessões do Congresso Nacional. CAE Sindicalista agradece apoio de Antonio Carlos Presidente do Sindicato dos Metalœrgicos do ABC paulista, Luiz Marinho, visitou ontem o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhªes. Na audiŒncia, ele destacou as manifestaçıes do senador em favor de um acordo que evite demissıes e cancele os aumentos nos preços dos veículos. P`GINA 4 Aprovado crØdito para reestruturar produçªo PlenÆrio aceita indicaçªo de Lopes para BC PÁGINA 3 A Comissão de Assuntos Eco- nômicos (CAE) aprovou ontem parecer favorável à contratação de crédito externo destinado à reestruturação e aumento da competitividade do setor produ- tivo nacional. O financiamento, a ser firmado entre o BNDES e o Banco Interamericano de De- senvolvimento (BID), benefici- ará com US$ 1,1 bilhão o Pro- grama Global de Financiamento Multissetorial. A matéria ainda será votada em plenário. PÁGINA 8 Justiça Federal terÆ cem novas varas PÁGINA 3 Deputado Jair Meneguelli e sindicalista Luiz Marinho foram recebidos por Antonio Carlos

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Ó R G Ã O D E D I V U L G A Ç Ã O D A S AT I V I D A D E S D O S E N A D O F E D E R A L A N O V � Nº 806 � B R A S Í L I A, SEXTA- F E I R A , 29 D E JANEIRO D E 1999

JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

Senado cumpre toda a pautada convocação extraordinária

Contribuição previdenciária dos inativos foi a matéria mais importante votada nesta semana.No biênio 97-98, Senado alcançou o total de 920 matérias apreciadas, das quais 736 foram aprovadas

Com um total de 27 matérias aprovadas desde odia 4, o Senado esgotou ontem a pauta da con-vocação extraordinária. Nesse período, foram

apreciadas propostas essenciais ao ajuste fiscal, comoa prorrogação da CPMF e a contribuição previdenciá-ria dos inativos. Os senadores também participaramdas sessões do Congresso Nacional.

CAE

Sindicalista agradeceapoio de Antonio CarlosPresidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista, Luiz Marinho,

visitou ontem o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães. Naaudiência, ele destacou as manifestações do senador em favor de um acordo

que evite demissões e cancele os aumentos nos preços dos veículos.PÁGINA 4

Aprovado crédito parareestruturar produção

Plenário aceitaindicação de

Lopes para BCPÁGINA 3

A Comissão de Assuntos Eco-nômicos (CAE) aprovou ontemparecer favorável à contrataçãode crédito externo destinado àreestruturação e aumento dacompetitividade do setor produ-tivo nacional. O financiamento,

a ser firmado entre o BNDES e oBanco Interamericano de De-senvolvimento (BID), benefici-ará com US$ 1,1 bilhão o Pro-grama Global de FinanciamentoMultissetorial. A matéria aindaserá votada em plenário.

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Justiça Federalterá cem

novas varasPÁGINA 3

Deputado JairMeneguelli esindicalista LuizMarinho foramrecebidos porAntonio Carlos

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JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, SEXTA-FEIRA, 29 DE JANEIRO DE 19992

JORNAL DO SENADO

MESA DO SENADO FEDERAL

Presidente: Antonio Carlos Magalhães 1º Vice-Presidente: Geraldo Melo2º Vice-Presidente: Júnia Marise

1º Secretário: Ronaldo Cunha Lima2º Secretário: Carlos Patrocínio3º Secretário: Flaviano Melo4º Secretário: Lucídio Portella

Suplentes de Secretário: Emília Fernandes - Lúdio CoelhoJoel de Hollanda - Marluce Pinto

www.senado.gov.br - E-mail: [email protected] - tel.: 0800 612211 - fax: (061) 311 3137Diretor-Geral do Senado: Agaciel da Silva Maia

Secretário-Geral da Mesa: Raimundo Carreiro SilvaDiretor da Sec. de Comunicação Social: Fernando Cesar Mesquita

Diretor de Divulgação e Integração: Helival RiosDiretor do Jornal do Senado: Flávio de MattosDiretor da Agência Senado: José do Carmo Andrade

Editor-Chefe: Djalba LimaEditores: Marcos Magalhães, Mariuza Vaz, Sylvio Guedes, João Carlos Ferreira da Silva e Sylvio Costa

Diagramação: Sergio Luiz, Wesley Bezerra de Carvalho e Osmar MirandaRevisão: Lindolfo Amaral, Maria das Graças Aureliano e Miqueas Dantas de Morais

Fotos: Célio Azevedo, Márcia Kalume, Adão Nascimento, Roosevelt Pinheiro e Jane AraújoArte: Clóvis Júnior

Impresso pelaSecretaria Especial

de Editoração ePublicações

Endereço: Praça dos Três PoderesEd. Anexo I do Senado Federal,

15º e 16º andaresBrasília - DF - 70165-920

O noticiário do Jornal do Senado éproduzido pela equipe de jornalistas da

Coordenação Agência Senado

10h - Sessão não deliberativa do Senado Federal

A G E N D AA G E N D ASEXTA-FEIRA, 29 DE JANEIRO DE 1999

O Senado aprovou um total de 27matérias durante a convocação ex-traordinária (de 4 a 29 de janei-ro), conseguindo cumprir toda apauta e garantindo a votação demedidas essenciais ao ajuste fiscalproposto pelo governo. Nesta últi-ma semana (de 25 a 29), o desta-que foi para a votação da contri-buição previdenciária para servido-res inativos e pensionistas.

O balanço da convocação extra-ordinária registra ainda a votaçãoda prorrogação e aumento da Con-tribuição Provisória sobre Movi-mentação Financeira (CPMF), rea-lizada no dia 19, e cujo texto já foienviado à Câmara dos Deputados.

Outra deliberação importante foitomada ontem, com a confirmaçãoda indicação feita pelo presidenteda República para a presidência doBanco Central. A escolha do nomedo economista Francisco Lopes jáhavia sido debatida pela Comissãode Assuntos Econômicos. Na mes-ma sessão, foi votado projeto dis-pondo sobre a reestruturação daJustiça Federal de Primeiro Grau, ea prorrogação do Decreto Legisla-tivo nº 7, de 1995, que estabelece aremuneração dos servidores.

O plenário aprovou na quarta-feira projeto obrigando a inclusãodo nome do componente genéricodos medicamentos nas bulas, rótu-

O projeto “Todos pela Educaçãode Qualidade para Todos”, desen-volvido de 1995 a 1998 pelo gover-no Tasso Jereissati, no Ceará, foielogiado pelo senador Lúcio Alcân-tara (PSDB-CE), que destacou a de-terminação do governador na mo-bilização da sociedade para o en-frentamento da questão educacio-nal, “sem dúvida o maior dos de-safios, de agora e do próximo mi-lênio”.

Adotando entre seus princípios aautonomia escolar e a parceria comos municípios, o projeto tem comoprioridades a participação da socie-dade, a permanência bem sucedi-da na escola e a escolarização dapopulação entre 7 e 14 anos, semprejuízo de outros graus e modali-dades de ensino.

Para implementar o projeto, in-formou Lúcio Alcântara, o governodo Ceará realizou dois censos es-colares, em 95 e 96, promovendo,em seguida, encontros de trabalhoscom prefeitos, dos quais surgiramos termos da lei de municipalizaçãodo ensino e a implantação de umsistema de redistribuição de recur-sos tendo por base o número dematrículas na educação básica.

A partir daí, as ações de governogarantiram um aumento nas matrí-culas do ensino fundamental de mais

Senado aprovou 27 matérias na convocaçãoDurante o período extraordinário de trabalho, que começou no dia 4 de janeiro e termina hoje, o

plenário cumpriu toda a pauta e assegurou votação de medidas essenciais ao ajuste fiscal

los, embalagens e propagandas, etambém seis mensagens presiden-ciais indicando novos embaixado-res brasileiros para postos no ex-terior.

Outra decisão relevante tomadapelo Senado durante a convocaçãofoi a aprovação do projeto deextinção progressiva dos manicô-mios. Vários acordos internacionaisforam referendados pelo plenário,como os tratados sobre Transferên-cia de Presos Condenados, assina-dos com o Chile e a Argentina, e aconvenção sobre Bens Culturais

de 12 vezes o crescimentopopulacional cearense em igual pe-ríodo, segundo o senador. Enquan-to o Brasil teve um crescimento de1,8% nas matrículas, a região Nor-deste chegou a 4,6% e o Ceará a16,7%, informou Lúcio Alcântara.Ele acrescentou que, no ano passa-do, o estado conseguiu universalizaro acesso ao ensino fundamental,mantendo nas escolas 97% da po-pulação entre 7 e 14 anos.

Lúcio Alcântara lembrou que aação do governo do Ceará na áreada educação foi reconhecida inter-nacionalmente, merecendo o prê-mio Criança e Paz 1996, do Unicef,o fundo para a educação das Na-ções Unidas. Ele citou vários outrosprojetos do governo do estado vol-tados para a educação, destinadosa adolescentes que estavam fora darede de ensino, ao aperfeiçoamen-to de professores e à educação decrianças, jovens e adultos em as-sentamentos e comunidades indí-genas.

Furtados ou Ilicitamente Exporta-dos.

Foi aprovado projeto dispondosobre o ensino no Exército, ao ladode várias autorizações de operaçõesde crédito para os estados.

Os senadores também participa-ram das reuniões do CongressoNacional que aprovaram quatromedidas provisórias consideradasindispensáveis para assegurar acredibilidade do país no meio fi-nanceiro internacional, e a propos-ta de Orçamento da União para oano de 1999.

Destacando que a cultura e o ta-lento brasileiro ganharam o olhardo mundo, o senador FrancelinoPereira (PFL-MG) apresentou re-querimento com voto de aplausoaos realizadores do filme Centraldo Brasil pelo prêmio Globo deOuro de melhor filme estrangeiro.O senador elogiou especialmente odiretor Walter Salles, a atrizFernanda Montenegro e o ator in-fantil Vinícius de Oliveira.

Para justificar sua iniciativa,Francelino citou Walter Salles, aoafirmar que “nesta época em que o

país atravessa um de seus mais di-fíceis momentos, é importante queo setor cultural possa mostrar a suavitalidade, seu senso de realização”.O senador observou que cultura,lazer e turismo são também mer-cados promissores e lucrativos, nosquais o Brasil precisa se integrar ese consolidar:

– Nestes tempos de globalização,não só as economias buscam seintegrar, mas as culturas de diferen-tes países precisam se conhecer ese unir da melhor forma possível –disse o senador.

Francelino destaca prêmio a Central do Brasil

Para Francelino, é importante que, nestemomento, o setor cultural do país

mostre sua capacidade de realização

Alcântara elogia projetoeducacional do Ceará

Lúcio Alcântara revelouque, enquanto o Brasil

teve um crescimento de1,8% nas matrículas, oCeará chegou a 16,7%

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BRASÍLIA, SEXTA-FEIRA, 29 DE JANEIRO DE 1999 3JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

Depois de uma longa discussão en-volvendo dez senadores, o Senadoaprovou ontem, com 67 votos favorá-veis, três contrários e uma abstenção,a indicação do nome do economistaFrancisco Lopes para a presidência doBanco Central. O resultado da votaçãofoi imediatamente enviado ao presi-dente Fernando Henrique Cardoso.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) fez um apelo ao presidente daRepública para que receba os gover-nadores, antes do dia 5 de feverei-ro, numa tentativa de encontrar saí-da para a crise brasileira. “FHC con-vocou muitos economistas para for-mar um ‘Conselho de Notáveis’. Atémesmo o Maílson da Nobrega, da‘política do arroz com feijão’, foi

Indicação de Francisco Lopes para BC é aprovadaPor 67 votos a três, além de uma abstenção, o plenário do Senado ratificou decisão tomada na terça-feira pela Comissão

de Assuntos Econômicos. A votação ocorreu após longo debate, que contou com a participação de dez senadoreschamado!”, surpreendeu-se.

– FHC precisa conversar com quemconhece os problemas brasileiros,como governadores, empresários, sin-dicalistas e até políticos, ao invés dese aconselhar com economistas ‘inte-lectualóides’, que volta e meia se tor-nam banqueiros. Eles não têm segu-rança em suas opiniões. Francisco Lo-pes, por exemplo, até “ontem” pen-sava 180 graus diferentemente do mi-nistro Pedro Malan. Agora, no gover-no, passou a defender as mesmas idéi-as. Isso não é sério! – enfatizou.

Mesmo com tantas críticas, Simondisse que iria votar a favor da indica-ção de Lopes. “Se o Senado não apro-var, o país vai explodir hoje, porquenão temos proposta alternativa. Nem

nos tempos do AI-5, o Congresso foitão submisso às propostas do gover-no. Alguns chegam a declarar que‘fecham os olhos e votam sem ler’.Mas idéias diferentes estão surgin-do como as do presidente da Argen-tina, que aconselha o calote, e doex-ministro Celso Furtado, que de-fende a moratória.”

Para o senador Hugo Napoleão(PFL-PI), é hora de todos somaremesforços para debelar a crise. “Preci-samos aprovar logo o nome de Fran-cisco Lopes para o BC, dando ao go-verno condições de nortear a econo-mia. O PFL permanece firme na defe-sa de seus princípios: retomada daprodução agrícola e industrial, infla-ção contida, juros adequados e maioroferta de empregos”, disse.

INFLAÇÃOO senador Ademir Andrade (PSB-

PA) declarou seu voto contrário a Lo-pes. “Ele e o ministro Pedro Malan fi-carão pouco tempo no governo, trêsou quatro meses, porque a inflação vaiexplodir, atingindo dois dígitos antesde 31 de março. Não posso entendercomo Lopes pôde garantir, na CAE,que haverá uma inflação anual de 4%.Ele se esqueceu de um fato fundamen-tal: todas as empresas exportadorasvão regular seus preços internos pelodólar.”

Como relator da proposta, o sena-dor José Fogaça (PMDB-RS) ponde-rou que qualquer nome no BC nãopoderá fazer grande diferença porqueé FHC quem dita a política econômi-ca. O senador Geraldo Melo (PSDB-RN) concordou com ele. Para o sena-dor Sebastião Rocha (PDT-AP), votara favor não implica aprovar essa polí-tica, mas apenas dar instrumentos bu-rocráticos para o governo funcionar.“Fazemos oposição ao governo, nãoao país”, enfatizou.

O senador Antonio Carlos Valadares(PSB-SE) lembrou que os presidentesanteriores do BC garantiram que a po-lítica de bandas cambiais não seriamudada, e foi. “Agora Francisco Lo-pes promete inflação baixa e chamade ‘nefasta’ a possibilidade de mora-

tória. O Senado aprovou medidas comoa CPMF e contribuição dos inativos, quetambém penalizarão os mais pobres. Ogoverno deveria aproveitar essa boa von-tade para aprovar uma reforma tributáriaséria, que até obrigue grandes empresas ebancos a pagarem imposto de renda.”

José Eduardo Dutra (PT-SE) disseque a política cambial equivocada e oacordo com o FMI são os motivos paraseu voto contrário à indicação de Lo-pes. “O receituário do FMI já foi des-moralizado em vários países, entre elesa Tailândia e a Rússia. Quem garanteque dará certo no Brasil?”, perguntou.O senador Lauro Campos (PT-DF) elo-giou a ousadia de Lopes de enfrentar ocentro de um terremoto e o senadorOdacir Soares (PTB-RO) declarou ovoto favorável de seu partido.

Fogaça lembrou quepolítica econômica é de

Fernando Henrique

Valadares propôsesforço pela

reforma tributária

Dutra disse que receitado FMI foi derrotada

em outros países

Pedro Simon pediu aopresidente para ouvir

os governadores

Hugo Napoleãodefendeu união

contra a crise

Ademir Andradepreviu a volta

rápida da inflação

O plenário do Senado aprovou on-tem projeto de lei originário da Câma-ra que reestrutura a Justiça Federal dePrimeiro Grau nas cinco regiões do paísmediante a criação de cem novas varascíveis e de execução fiscal, com os res-pectivos cargos de juiz federal e de juizfederal substituto. Conforme o relatorFrancelino Pereira (PFL-MG), que emi-tiu parecer favorável à matéria, a rees-truturação é “providência urgente ecorreta, no sentido de permitir a ade-quada prestação da Justiça no Brasil”.A proposta vai à sanção presidencial.

No caso do estado do relator, MinasGerais, no ano passado tramitavam 130mil processos, o que correspondia àmédia de 7.500 por vara federal, ex-cesso que certamente será amenizadopela implementação da proposta apro-vada, afirmou.

Justiça Federal terá 100 novasvaras cíveis e de execução fiscal

O projeto prevê também a criaçãode cargos efetivos e funções comissi-onadas necessários ao funcionamen-to das novas varas, cuja instalação fi-cará a cargo do respectivo TribunalRegional Federal, em locais a seremdeterminados pelas necessidades regi-onais de serviço jurisdicional.

Os tribunais regionais federais, se-gundo explicou o relator, também sãoautorizados a convocar juízes fede-rais e respectivos substitutos, em ca-ráter excepcional e em número equi-valente ao de juízes de cada tribunal,caso o acúmulo de serviço o exija.

Na opinião do senador BernardoCabral (PFL-AM), também favorávelà reestruturação, a crescente cons-ciência de cidadania tem levado apopulação a buscar seus direitosjunto à Justiça.

QUINTA-FEIRA, 28 DE JANEIRO DE 1999

RESULTADO DA ORDEM DO DIA

Fonte: Secretaria-Geral da Mesa

1Parecer nº 49, de 1999. Mensagem nº 54, de 1999 (nº 108/99, na origem). Presidente da República. Submeteà deliberação do Senado o nome do senhor Francisco Lafaiete de Pádua Lopes, para exercer o cargo de Presidente doBanco Central do Brasil - BACEN.Resultado: Aprovado. Será feita a devida comunicação ao senhor Presidente da República. Votaram: Sim: 67. Não:03. Abs: 01. Total: 712Projeto de Lei da Câmara nº 4, de 1999 (nº 4.569/98, na Casa de origem). Superior Tribunal de Justiça. Dispõesobre a reestruturação da Justiça Federal de Primeiro Grau nas cinco Regiões, com a criação de Varas Federais e dáoutras providências. Parecer nº 53/99-CCJ, Relator: Senador Francelino Pereira, favorável. Resultado: Aprovado. Àsanção.3Projeto de Decreto Legislativo nº 12, de 1999 (nº 768/99, na Câmara dos Deputados). Dispõe sobre a remunera-ção dos membros do Congresso Nacional durante a 51ª Legislatura.Resultado: Aprovado. À promulgação.

Sem o aval do governo federal, o Ban-co Mundial não pode fazer novos em-préstimos aos estados que estão deixan-do de pagar as dívidas com a União. Foio que revelou, em entrevista à TV Sena-do, o diretor da instituição no país,Gobind Nankani

Segundo o diretor, o banco participado pacote de ajuda externa ao Brasil, comum empréstimo de 4,5 bilhões de dóla-

Diretor do Banco Mundial diz na TV queempréstimos dependem de aval federal

res , dos quais 1 bilhão já foram aprova-dos. O objetivo do banco, revela Nankani,é colaborar na implementação de pro-gramas na área social. “Também quere-mos contribuir para a redução dos efei-tos da crise sobre os pobres”, afirmou.

Atualmente, o Banco Mundial financia70 projetos no país, sendo metade em par-ceria com o governo federal e metadecom os governos estaduais, dos quais o

diretor destacou os projetos de reformaadministrativa. “Nos estados que têm umafolha de pagamento muito alta em rela-ção à Lei Camata é preciso que a reformaseja implementada”, afirmou.

A entrevista com Gobind Nankaniserá transmitida neste sábado e domin-go, às 18h30. O programa será reapre-sentado na terça-feira, às 4h30, 9h30,12h30 e 20h30.

1ª Região - 18 (nove de execução fiscal e nove cíveis)2ª Região - 15 (oito de execução fiscal e sete cíveis)3ª Região - 40 (20 de execução fiscal e 20 cíveis)4ª Região - 15 (oito de execução fiscal e sete cíveis)5ª Região - 12 (seis de execução fiscal e seis cíveis).

COMO SERÃO DISTRIBUÍDASAS NOVAS VARAS JUDICIÁRIAS

O projeto que obriga o uso genérico naidentificação dos medicamentos, aprova-do na terça-feira pelo Senado, é o assuntoda entrevista que a TV Senado leva ao arhoje – às 9h30, 12h30 e 20h30 – com osenador Lúcio Alcântara (PSDB-CE), rela-tor da matéria.

Segundo Alcântara, a adoção do nomegenérico atende a recomendação de orga-nismos internacionais de saúde. Por outrolado, “representa um mecanismo privile-giado de controle e de redução de preçosdos medicamentos, por garantir o direitode escolha do consumidor, ao mesmo tem-po que liberta o médico do domínio dasmultinacionais farmacêuticas.

Alcântara falasobre remédios

genéricos

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JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, SEXTA-FEIRA, 29 DE JANEIRO DE 19994

O presidente do Senado,Antonio Carlos Magalhães,recebeu ontem de manhã opresidente do Sindicato dosMetalúrgicos do ABC paulista,Luiz Marinho. O sindicalistaestá em Brasília para entre-gar ao presidente da Repú-blica proposta para um pro-grama de estímulo à venda decarros novos e garantia deemprego no setor automobi-lístico nacional.

Em companhia do deputa-do Jair Meneguelli (PT-SP),Marinho fez questão de agra-decer o apoio do senadorAntonio Carlos aos esforçospara convencer o governo fe-deral, o governo paulista e asmontadoras da importânciae da oportunidade de se estabeleceruma estratégia que contemple uma po-lítica de incentivos fiscais e cancelamen-to de demissões de trabalhadores e tor-ne nulos os últimos aumentos nos pre-ços dos veículos.

Esse programa, defendido por LuizMarinho, “permitiria sinalizar uma re-tomada do desenvolvimento e um ca-minho para a superação das dificulda-des impostas por esta crise econômi-ca”, como explicou o sindicalista.

O dirigente sindical entregou ao pre-sidente do Senado cópia do documen-to dirigido ao presidente Fernando

PROGRAMAÇÃO

HOJETV SENADO

HOJERÁDIO SENADO

COMO SINTONIZAR

RÁDIO SENADO FM

Informações para usuários do sistema Rádio/Sat Digital

l Equipamentos necessários:l Antena parabólica tipo TVRO (telada) de 2,85m (mínimo) banda Cl Receptor ABR 200, ComStreaml LBN DRO ComStreaml 60 metros (no máximo) de cabo coaxial RG-11,com conectores tipo F

l Informações técnicas:l Freqüência de recepção: Banda L 1.465,600Mhzl Satélite: Brasilsat B2l Polarização: Vertical (RX)l Modo: Joint-Stereol Taxa: 128 Kbps-BPSKl Programação ABR:CC,1,11465600,256000,0 FD 1,17,1,7

TV SENADO

l Satélite - B1l Transponder - 1 BE (Banda Estendida)l Polarização: Verticall Freqüência RX (Banda - L) - 1505,75 hzl Antena - 3,6 m LNBl Receptor de Vídeo/Áudio Digital NTSC MPEG2DVBl Symbol 3,2143MS-Sl SEC 3/4l Fornecedor: COMSAT - Fone: (019) 772 9600

Informações para repetidoras e operadoras de TV a cabo

l NET BsB - canal 7l SKYNET - canal 30l DirecTV - canal 163

Informações de recepção de sinalpara usuários de antena parabólica

ACM prevê apoio do governoa proposta de metalúrgicosO presidente Fernando Henrique poderá aceitar a redução de impostos para a indústria automobilística, acredita o senador

Henrique Cardoso. Antonio Carlos de-clarou, em seguida, achar justa a pro-posta. “Apóio e acho que o presidenteda República vai atender”, afirmou àimprensa.

REFORMA POLÍTICAO presidente do Senado reafirmou

ontem o compromisso de trabalhar em1999 pela aprovação da reforma polí-tica. Na sua avaliação, houve uma “máinterpretação” em torno da decisão daComissão de Constituição, Justiça e Ci-dadania do Senado, ao não aprovar amatéria no final da atual legislatura.Para ele, o adiamento será benéfico:

– Votá-la ontem (quarta-feira) se-ria uma ficção, fingir que se adiantou,sem ter adiantado.

Antonio Carlos considera a reformapolítica, assim como a reforma tribu-tária, uma das prioridades para a con-clusão do ciclo nacional de reformasinstitucionais que o Congresso tem dis-cutido nos últimos meses.

NOVO SENADORAntonio Carlos recebeu ontem o go-

vernador reeleito de Roraima, NeudoCampos, que, apesar de pertencer aoPPB, fez questão de participar da audiên-cia que marcou o retorno do senadoreleito Mozarildo Cavalcanti ao PFL, jun-tamente com o deputado eleito LuizBarbosa. O novo senador elegeu-sepelo PPB de Roraima. Participaram doencontro os senadores Hugo Napoleãoe Agripino Maia, ambos do PFL.

Neudo Campos destacou a importân-cia da aliança entre o PFL e seu partidopara a administração de Roraima, lem-brando “o significado do retorno deMozarildo Cavalcanti ao PFL, partido doqual foi um dos fundadores”. O gover-nador registrou, ainda, a satisfação peloencontro com o senador Antonio Car-los Magalhães, “um líder que sempretransmite experiência política valiosaem seus contatos”.

Acompanhado pelo deputado Jair Meneguelli(E), o presidente do Sindicato dosMetalúrgicos do ABC paulista, Luiz Marinho, agradeu o apoio de Antonio

7h - Saúde Todo Dia - O programa trata daimportância da atividade física para a saúde.A tividade: Ginástica Olímpica7h30 -Especial Unip - Programa produzido pelaUnivers idade Paul is ta; Assunto: O sono - 3ªparte7h55 - Senado em Pauta8h - Saúde Todo Dia - A tividade: Futebol Fe-minino8h30 - Jornal do Senado8h55 - Senado em Pauta9h - Cores do Brasi l - Uma viagem pelo paísmostrando todo o seu potencial cultural. Emdestaque, João Pessoa9h30 - Entrevista - O senador Lúcio Alcântarafala sobre a aprovação do projeto que obrigaa impressão do nome genérico nas bulas e em-balagens dos medicamentos9h55 - Senado em Pauta1 0 h - S e s s ã o p l e n á r i a ( a o v i v o )Logo após assista a Comissão de Assuntos So-ciais (gravada em 27/01/99) - Em destaque :Aprovado o Projeto de Lei que institui a Polít i-ca Nacional de Educação Ambiental12h - Cores do Brasi l - Diamantina12h30 - Entrevista - O senador Lúcio Alcânta-ra fala sobre a aprovação do projeto que obri-ga a impressão do nome genérico nas bulas eembalagens dos medicamentos12h55 - Senado em Pauta13h - Cores do Brasi l - São Luís do Maranhão13h30 - Consulta Marcada - Reapresentaremoso programa sobre câncer de pele14h30 - Sessão plenária (reapresentação)18h30 - Cores do Brasi l - Serra dos Órgãos19h - Palestra - Novo Paradigma da Saúde20h30 - Entrevista - O senador Lúcio Alcânta-ra fala sobre a aprovação do projeto que obri-ga a impressão do nome genérico nas bulas eembalagens dos medicamentos21h - Jornal do Senado21h15 - Consulta Marcada - Reapresentaremoso programa sobre câncer de pele21h55 - Senado em Pauta22h - Especial - Índios, os primeiros brasilei-ros22h55 - Senado em Pauta23h - Consulta Marcada - Reapresentaremos oprograma sobre câncer de pele

8h - Agenda SenadoEm seguida - Música e informação10h - Sessão plenária (ao vivo)Em seguida - Música e informação19h - �A Voz do Brasil�Em seguida - Música e informação20h30 - �Senado em Linha Direta - Edição Nor-deste�Em seguida - Música e informação21h00 - �Senado em Linha Direta � Edição Norte/Centro-Oeste�Em seguida - Música e informação21h30 - �Senado em Linha Direta � Edição Sul/Sudeste�Em seguida - Música e informação0h - Sessão plenária do Senado (reprise)Em seguida - Música e informaçãoSÁBADO10h30 - �Autores e Livros� - Em homenagem aoscem anos da morte do Visconde de Taunay, o pro-grama traz o romance �Inocência� com a apresen-tação da professora Margarida Patriota11h - �A Música Erudita� - No programa, o �Quin-teto em Si Menor para Clarinete e Quarteto de Cor-das - Opus 115�, de Johannes Brahms. A apresen-tação é do Senador Artur da Távola16h - �A Música do Brasil� - Uma nova coletâneade grandes nomes da MPB, como �Riacho do Na-vio�, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas e �Tintim porTintim� de Haroldo Barbosa. A apresentação é doSenador Artur da Távola22h - �Brahms - Vida e Obra� - No último progra-ma da série, o segundo �Intermetto em Si BemolMaior para Piano e Orquestra - Opus 83�. A apre-sentação é do senador Artur da TávolaDOMINGO11h - �A Música Erudita� (reprise)17h - �Brahms - Vida e Obra� (reprise)19h30 - �Autores e Livros� (reprise)22h - �A Música do Brasil� (reprise)

O senador eleito Mozarildo Cavalcante (E) e o governador Neudo Campos,de Roraima, foram recebidos por Antonio Carlos Magalhães

Os olhos brilham ao falarde música, de Brahms e Ra-vel, dos programas radiofô-nicos que cria e apresenta nasrádios Senado, MEC e Tupi. Asedução pela música está evi-dente nas expressões faciais,nos gestos e nas histórias queo escritor, comunicador e se-nador Artur da Távola relataao jornalista Fernando CésarMesquita, em entrevista que vai ao ar nestefim de semana na TV Senado.

Com dezoito livros publicados, o cro-nista, contista, poeta e ensaísta Artur da

TV Senado revela as paixões de Távola

Távola diz ter leitores fiéis, apesar de suasobras não serem sucesso comercial. A ex-ceção é o livro Do Amor – Ensaio de Enig-ma, que vendeu 40 mil exemplares.

Sobre seu tema predileto, tem pelomenos quatro livros publicados: 40 anosde Bossa Nova, Vozes do Rio, MauriceRavel, e Centenário da Morte deBrahms, que trata da vida e obra do com-positor clássico com quem Távola revelater mais afinidade.

Na entrevista, ele lê um de seus poe-mas e conta sua atuação política em 1964,quando era um deputado estadual deoposição, e afirma: “A literatura não atra-palha a política, mas a política, às vezes,prejudica a literatura”.

O programa vai ao ar amanhã e do-mingo, às 11h e às 17h.

Távola(D), com Fernando César, fala sobre música à TV Senado

Destaques de sábado e domingo:11h e 17h - O jornalista Fernando César Mes-quita entrevista o senador Artur da Távola so-bre sua produção cultural18h30 - Entrevista com o diretor do BancoMundial no Brasil, Gobind Nankani21h - Recital de Viola, com o violeiro Rober-to Corrêa

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BRASÍLIA, SEXTA-FEIRA, 29 DE JANEIRO DE 1999 5JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

Tomam posse na próxima segunda-feira, às 15h, os 27 senadores eleitosem 4 de outubro para um mandato deoito anos. Logo em seguida, os sena-dores elegem a Mesa que dirigirá ostrabalhos da Casa nos próximos doisanos. No dia 22 de fevereiro, será ins-talada a primeira sessão legislativa danova legislatura.

Conforme dispõe o Regimento Inter-no do Senado, os novos representan-tes dos estados prometerão “guardar aConstituição federal e as leis do país,desempenhar fiel e lealmente o man-dato e sustentar a união, a integridadee a independência do Brasil”.

Com a posse dos novos senadores,altera-se a composição partidária noSenado. Dos partidos que dão susten-tação ao governo, o PMDB e o PSDBaumentaram suas bancadas. O PMDBinicia a 51ª Legislatura com a maiorbancada, passando de 22 para 27 se-

Novos parlamentarestomam posse na segunda

Com a posse dos novos senadores, o PMDB terá a maior bancada na Casa, seguido pelo PFL e pelo PSDB. A oposição, hoje com 12 cadeiras, passará a ter 14

nadores, enquanto os tucanos passamde 12 para 15 senadores. O PFL perdetrês cadeiras, ficando com 21 senado-res; o PPB diminui a sua bancada desete para dois senadores e o PTB, quetinha três senadores, fica com apenasum senador.

O Bloco Oposição terá na próximalegislatura uma bancada um poucomaior. Os oposicionistas, que tinham12 cadeiras no Senado, contarão ago-ra com 14. Entre eles, o senadoramazo-nense Jefferson Péres, que dei-xou o PSDB e ingressou ontem no PDT.

Ao despedir-se ontem do Senado, osenador Levy Dias (PPB-MS) afirmouque os verdadeiros produtores da ri-queza nacional não têm sido devida-mente respeitados e valorizados noBrasil. Ele se incluiu entre aqueles quesempre valorizaram quem trabalha, demodo especial “quem trabalha a terra,quem produz alimentos”.

– Batalhei arduamente contra as al-tas taxas de juros, as quais dificultammaiores investimentos na produção e,conseqüentemente, impedem a geraçãode novos empregos – afirmou ele.

Crítico da política de juros altos dogoverno, o senador entende que essemecanismo só contribuiu para levar àfalência e matar quem trabalha, pro-duz, gera empregos e paga impostos,privilegiando o ócio e a agiotagem. Osenador também lembrou seu empe-nho pelo desenvolvimento educacio-nal do país.

Para ele, o Brasil só será um país de-senvolvido quando tiver educação dequalidade para todos e com oportuni-dade de acesso desde a educação in-fantil até o ensino superior. A opçãopelo municipalismo foi também lem-brada pelo parlamentar. “Sempre ba-talhei pelo desenvolvimento regional e

Em apenas três dias, a página naInternet da Secretaria de Comunicaçãodo Senado recebeu 2.287 visitas. Des-tas, 1.483 destinaram-se exclusivamen-te aos serviços que oferecem as últi-mas notícias sobre o trabalho dos par-lamentares. Os números obtidos foramcoletados entre 25 e 28 de janeiro, apartir de programa de monitoramento,desenvolvido pela Coordenação de Pro-jetos Especiais da secretaria. Segundoesses dados, as notícias veiculadas em“Tempo Real” receberam o maior nú-mero de visitas isoladamente, num to-tal de 895 acessos no período.

Através do “Tempo Real”, produzidopela Agência de Notícias do Senado, é pos-

sível acompanhar o andamento dos tra-balhos das comissões e do plenário pormeio de flashes permanentementeatualizados. As matérias completas sobreos assuntos ali abordados são disponibili-zadas, logo em seguida, no link “AgênciaHoje”, que também foi um campeão deacessos, com 588 visitas.

A página da Secretaria de Comuni-cação é conectada no endereçowww.senado.gov.br, a partir do link“Notícias do Senado”. Através dela,o internauta pode, além de obter onoticiário sobre tudo que acontecena Casa, ouvir a estação de rádio doSenado, assistir à televisão e ler o queos maiores jornais do país publica-

ram sobre os senadores.Os outros serviços oferecidos pela

página também foram bem visitados: oJornal do Senado foi acessado 351 ve-zes; a rádio, 206; a TV, 452; e o resu-mo do que os jornais falaram sobre ossenadores, encontrado no link “Sena-dores na Mídia”, recebeu 255 visitas.

O noticiário disponibilizado pelasecretaria através dos seus vários ve-ículos – rádio, TV, agência e jornal –tem como objetivo assegurar aos ci-dadãos o constante acompanhamen-to das atividades do Legislativo, ofe-recendo maior transparência às ati-vidades do Senado e à atuação indi-vidual dos parlamentares.

pela descentralização tanto das deci-sões e da aplicação dos recursos pú-blicos quanto da execução dos progra-mas nacionais”.

Levy Dias lembrou que no exercíciodo seu mandato sempre defendeu osinteresses de Mato Grosso do Sul, pro-curando levar adiante as aspirações doestado tanto no plenário quanto nascomissões, nos ministérios e em outrosórgãos do Executivo. Nessa missão,sempre reivindicou obras, assesso-ramento técnico e verbas para MatoGrosso do Sul e para as prefeituras doestado, fossem os governantes do seupartido ou não.

“Se deixo o Senado, não abandonoa vida pública”, disse Levy Dias. Eleanunciou que continuará a luta políti-co-partidária no seu estado, esperan-do em breve voltar ao Congresso Naci-onal, seja para um novo mandato, sejapara rever os amigos.

O parlamentar se disse tão emocio-nado nessa despedida quanto no dia emque aqui chegou. Ele anunciou que essadespedida não é definitiva, mas sim“um até logo”, pois, se deixa o Senado,ele não pretende deixar a vida pública.Seu objetivo é continuar na luta políti-co-partidária no seu estado.

Presidindo a sessão plenária no mo-mento em que o senador Levy Dias des-pedia-se da Casa, o senador RonaldoCunha Lima (PMDB-PB) deu o seu tes-temunho de que ele é “um homem pú-blico de conduta exemplar, que guar-dou absoluta coerência ao longo dosmandatos exercidos, revelando um es-pírito público notável nas análises dosproblemas nacionais e dos especifica-mente regionais”.

– Vossa Excelência ganhou a admi-ração desta Casa pelo comportamentocorreto, pela conduta retilínea, na de-monstração de sua absoluta sintoniacom os problemas do seu estado e des-ta nação – afirmou Ronaldo.

Em aparte a Levy Dias, a senadoraMarluce Pinto (PMDB-RR) disse tercerteza de que, com 12 anos de Parla-mento, ele não será esquecido pelopovo de Mato Grosso do Sul. “Tenhocerteza de que a sua vida pública nãose está encerrando hoje e que terá con-

tinuidade, porque jamais o povo do seuestado poderá prescindir da sua valo-rosa cooperação.”

O senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) exprimiu profunda admiração pelaluta política de Levy Dias. “Mais de 30anos de mandato e Vossa Excelência,pelas propostas e pelos temas que abor-da, despede-se hoje como quem pro-cura iniciar suas atividades. Até pareceum pronunciamento de chegada, debusca de soluções para o país nessesnovos tempos.”

Eduardo Suplicy (PT-SP) almejouque, prosseguindo em sua vida públi-ca, Levy esteja sempre na defesa do bemcomum. “Cumprimento também a ban-cada de Mato Grosso do Sul, incluindoVossa Excelência, que há dez diasacompanhou o governador Zeca do PTem uma audiência com o presidente daRepública, numa demonstração de res-peito por esse governador recém-elei-to que inicia um mandato inovador.”

Página do Senado na Internet temquase 2.300 acessos em três dias

Projeto de decreto legislativo apro-

vado ontem pelo plenário do Senado

prorrogou para a legislatura que se

inicia no próximo dia 1º de fevereiro

a vigência do decreto legislativo de

1995 que trata da remuneração dos

congressistas, até que a matéria seja

definitivamente regulamentada.

A decisão implica que as atuais re-

Remuneração nãomuda até fevereiro

gras de pagamento e dedução das re-

munerações parlamentares ficam

mantidas. A prorrogação, já aprovada na Câ-

mara dos Deputados, busca evitar

uma lacuna na legislação, já que o

decreto de 95 expira em 31 de janei-

ro, conforme justificação da Mesa

Diretora da Câmara.

Levy reitera crítica a juros altosem discurso de despedida

A partir das 15h, os 27 senadores eleitos em outubro farão juramentoe assumirão os mandatos que exercerão nos próximos oito anos

�Um homem de condutaexemplar�, destaca Ronaldo

Para o senador LevyDias, a atual política

econômica punequem trabalha

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JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, SEXTA-FEIRA, 29 DE JANEIRO DE 19996

“Mais vale a lágrima de não ter ven-cido do que a vergonha de não terlutado.” Com essa frase, o senadorJúlio Campos (PFL-MT) iniciou on-tem o seu discurso de despedida doSenado Federal, em alusão à sua der-rota nas eleições para o governo deMato Grosso.

Os senadores que o apartearam,porém, revelaram a convicção de quea ausência de Júlio Campos do Sena-do é breve, tanto por suas qualida-des pessoais quanto pelo seu passa-do político (ver abaixo).

– O Senado significou para mim,antes de tudo, insubstituível proces-so de aprendizado cívico, pelo qualo conceito de representação parla-mentar deixou de ser compreendidocomo mero exercício de retóricapolítica e adquiriu a verdadeira di-mensão de compromisso transforma-dor na forma de ações sociais con-cretas – afirmou o senador.

Durante o discurso proferido emplenário, Júlio Campos listou osprincipais projetos que apresentoue as linhas centrais de atuação se-guidas durante seu mandato. Ele

destacou que lutou “insistentemen-te” por modificações progressistasna Consolidação das Leis do Traba-lho (CLT) e no Fundo de Garantiapor Tempo de Serviço (FGTS), nomomento em que “o capitalismo tempromovido transformações radicaisna esfera da intrincada rede das re-lações de trabalho”.

Entre os projetos de lei, JúlioCampos ressaltou o que cria o Pla-no de Gerenciamento do PantanalMato-Grossense, além daqueles quedeterminam a proteção de vítimasou testemunhas de crimes pelo Es-tado e acabam com os contratos degaveta, a fim de “restaurar a credi-bilidade do Sistema Financeiro daHabitação (SFH)”.

Todos esses projetos foram apro-vados pelo Senado na última legisla-tura. Além dessas propostas, o Aero-porto Internacional do Galeão ga-nhou o nome de Tom Jobim por ini-ciativa de Júlio Campos.

O senador teve ainda presençamarcante na administração do Se-nado. Ele foi primeiro-secretárioda Mesa Diretora no mandato do

Júlio Campos recebe as homenagensde 15 senadores ao encerrar mandato

Parlamentar destaca a proposta de proteção a testemunhas e o Plano de Gerenciamento do Pantanal como alguns dos seus principais projetos que se transformaram em leis

ex-presidente Humberto Lucena esegundo vice-presidente na gestãodo senador José Sarney (PMDB-AP). Nesse período, Júlio Campossalientou a implantação dos proje-tos da TV Senado, da Rádio Sena-do, do Jornal do Senado e da Agên-cia Senado de notícias entre suasprincipais iniciativas.

Os ocupantes anteriores da “cadei-ra número 3” da bancada de MatoGrosso, como os ex-senadoresFelinto Müller e Roberto Campos,também foram citados no discurso deJúlio Campos como exemplos de ilus-tres homens públicos.

– Do povo e do estado de MatoGrosso guardo as mais afetivas recor-

dações e a eles dirijo meus mais sin-ceros agradecimentos, sobretudoquando do reconhecimento dos bonsfrutos do meu trabalho – acrescen-tou Júlio Campos.

Em nome da Mesa Diretora, o pre-sidente da Casa, senador Antonio Car-los Magalhães, associou-se às home-nagens ao senador. Entre as caracte-rísticas de Júlio Campos, Antonio Car-los ressaltou a sua dedicação à defe-sa de Mato Grosso, “com o entusias-mo que lhe é peculiar”.

– Os verdadeiros líderes sempreretornam às atividades que deixam –concluiu o presidente do Senado, aofim do discurso de Júlio Campos, quefoi aparteado por 15 senadores.

Apartes destacam a passagem pelo CongressoDurante o seu pronunciamento de despedida,o senador

Júlio Campos ouviu reiterados apelos para permanecer navida pública. Ele foi aparteado pelos seguintes senadores:

EDISON LOBÃOn�Júlio Campos marcou sua passagem pela

Primeira-Secretaria do Senado com um traba-lho admirável, assim como o fez no governo deseu estado. É uma das maiores expressões donosso partido. Continue na vida pública. Assim,estará ajudando a nação.�

CARLOS PATROCÍNIOn�Vossa Excelência sempre foi um colega e

amigo sincero e leal. Na Mesa Diretora, foi fun-damental para a modernização desta Casa. Te-nho certeza que irá continuar trilhando os mes-mos caminhos, pela redução das desigualdadesregionais deste país.�

�Em nome dos senadores Geraldo Althoff(PFL-SC) e Sandra Guidi (PPB-SC), gostaria derevelar que, cada vez mais, o trabalho de VossaExcelência é conhecido em nosso estado. Nós,do Sul, não podemos deixar de registrar a nossaadmiração.�

CASILDO MALDANERn

HUGO NAPOLEÃOn�Em nome do PFL, gostaria de consignar

acima de tudo duas características básicas quenortearam a sua conduta: a lealdade com opaís, a Casa e o PFL e a lhaneza alvissareiraque demonstrou tantas vezes na presidênciadas sessões.�

JOSAPHAT MARINHOn�Vossa Excelência sempre foi um grande com-

panheiro no plenário e prestou relevantes servi-ços para o bom cumprimento de nossos manda-tos. Sou um admirador da disposição com quesempre defendeu o seu estado.�

JOÃO ROCHAn�O senador-amigo é um homem bem-suce-

dido na área de comunicação no Centro-Oeste etenho certeza de que sua despedida é temporá-ria. O Senado sente muito essa breve despedidapelos relevantes serviços que prestou à Casa.�

MARLUCE PINTOn�Consideramos a sua despedida como um até

breve. Os mato-grossenses, pelo seu passado,devem trazê-lo de volta. Tive o privilégio de con-viver contigo pela tua alegria e tua disposiçãode sempre ajudar os colegas do Senado.�

JEFFERSON PÉRESn�Vossa Excelência pode ir tranqüilo por qua-

tro anos, pois provavelmente voltará aqui apósesse período. Fui testemunha atenta em ple-nária de sua assiduidade na tribuna, de ondenunca se furtou de debater os grandes temasnacionais.�

�Travamos uma amizade que tem raízes queprecedem a nossa entrada na vida pública, ori-ginários que somos do antigo PSD. Lembro odiscurso duro que fez sobre os riscos da reelei-ção. Vossa Excelência continuará uma liderançapolítica de importância em seu estado.�

LÚCIO ALCÂNTARAn JÁDER BARBALHOn�Agradeço pelo relacionamento fraterno com

que sempre nos brindou. Foi uma figura dinâ-mica e sempre atenta ao estado de Mato Grossoe ao cenário nacional. Disse com muita clarezao que iria acontecer com o processo da reelei-ção, principalmente nos estados.�

�Em nome da bancada de Goiás, revelo oreconhecimento do que Vossa Excelência temrepresentado ao seu estado e ao Centro-Oeste.Juntos, como governadores, construímos pontespara reduzir a dificuldade de encontro entre nos-sos povos.�

IRIS REZENDEn

JÚNIA MARISEn�Tive o privilégio de conviver com Vossa Ex-

celência na Mesa Diretora, quando soube tra-duzir sua sensibilidade de homem público. Te-nho certeza que fará apenas um intervalo nasua vida, pois voltará a esta Casa ou ao governode seu estado.�

GILVAM BORGESn�Esta não é uma despedida, pois tenho cer-

teza de que, em nossas consciências e lembran-ças, o senador Júlio Campos sempre estará pre-sente como o grande pregador de idéias, comoo tribuno eloqüente, incisivo e objetivo.�

BERNARDO CABRALn�Gostaria de ressaltar uma qualidade que

ainda não foi mencionada: sua vontade deter-minada da conquista política. À frente da Pri-meira-Secretaria do Senado foi indubita-velmente um guardião da solução dos proble-mas dos que ali chegavam.�

RAMEZ TEBETn�Foi no Senado que estreitamos os laços de

amizade que nos unem. Vossa Excelência e eucomungamos os mesmos ideais de defesa doCentro-Oeste.�

Júlio Campos

“Advirto que não estou aqui dizendoadeus às armas”, afirmou o senadorAbdias Nascimento (PDT-RJ), ao despe-dir-se do Senado. Ele anunciou que estáapenas mudando de trincheira, poiscontinuará lutando pela comunidadeafro-brasileira e pela causa dos direitoshumanos, compromisso de toda suavida. Nos próximos dias, ele assumirá aSecretaria de Direitos Humanos e da Ci-dadania do Rio de Janeiro.

Abdias Nascimento disse deixar o Se-nado com a convicção do dever cum-prido e na certeza de ter honrado omandato que recebeu de Darcy Ribei-ro, morto em 1997. Ele também acre-dita ter representado bem a comuni-dade afro-brasileira, visto que, nessesdois anos, apresentou não apenas assuas reivindicações e denúncias comotambém projetos elaborados para en-frentar os efeitos do racismo.

O senador agradeceu o apoio do pre-sidente da Casa, Antonio Carlos Maga-lhães, em quem, segundo disse, encon-trou desde o início o estímulo que faci-litou sua atividade parlamentar. “Queas bênçãos de nossos orixás do panteãoafro-baiano possam continuar ailuminá-lo na condução desta Casa, aju-dando-o a superar os obstáculos destahora de incertezas que o país atraves-sa”, disse.

Também agradeceu aos colegas deSenado com quem conviveu numa ta-refa que, em sua opinião, se tornafrustrante para um ativista portadordos reclamos de um segmento secu-larmente excluído. Entre outros se-nadores citados em seu discurso, ex-pressou gratidão ao senador Rober-to Requião (PMDB-PR), cujo relató-rio permitiu sobrevida ao projeto queinstitui ação compensatória aos afro-brasileiros pelos 500 anos de explo-ração e racismo.

Abdias afirmou que deixa o Senadotraumatizado, não com seus colegas,mas com a sistemática de funcionamen-to do Parlamento, que dificulta o fluxodas idéias corporificadas em projetosde lei e, sobretudo, a concretização deiniciativas. Ele disse esperar que, numfuturo próximo, essa prática seja alte-rada, de modo a tornar mais rápida aconcretização dos anseios do povo.

Campos: �Maisvale a lágrima denão ter vencidodo que avergonha de nãoter lutado�

Abdias promete continuar a lutapelos direitos humanose pelos afro-brasileiros

Abdias sedespede semdizer �adeusàs armas�

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BRASÍLIA, SEXTA-FEIRA, 29 DE JANEIRO DE 1999 7JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP)vai requerer ao ministrodas Comunicações, Pi-menta da Veiga, informa-ções sobre o contrato fir-mado entre a Rede Man-chete e a Fundação Re-nascer. Baseado em notí-cia publicada ontem pelojornal Folha de S. Paulo,segundo a qual o gover-no considera ilegal o ar-rendamento integral daemissora, o senador querque o ministério informeo que está acontecendo.

Suplicy pediu a transcrição da matérianos Anais do Senado e se manifestou pre-ocupado e solidário com os funcionáriosda Manchete, que estão desde setembrosem receber seus vencimentos. Confor-me o senador, com um pequeno númerode funcionários, a Fundação Renascer

está fazendo a emissora funcionar, en-quanto outros emprega-dos, que deram seus es-forços e dedicação, du-rante anos, à Manchete,“continuam no limbo”.

CONCORRÊNCIASuplicy também apre-

sentou requerimentopara que o ministro daEducação, Paulo RenatoSouza, preste informa-ções sobre a Concorrên-cia Internacional 03/97,aberta no dia 5 de janei-ro de 1999, para a aqui-

sição de equipamentos destinados aoPrograma de Modernização e Consoli-dação da Infra-Estrutura Acadêmica dasInstituições Federais de Ensino Superi-or e Hospitais Universitários.

Conforme o parlamentar, duas empre-sas estrangeiras (a Nissho Iwai do Brasil

S.A. e a Siemens Aktiengeselischaft ) fo-ram selecionadas para atender a uma dasmaiores aquisições de equipamentos fei-tas pelo MEC, estimada entre US$ 100milhões e US$ 300 milhões. Enquantoisso, empresas brasileiras, entre elas a In-termed Equipamento Médico HospitalarLtda., foram inabilitadas sob a alegaçãode não atender a especificações técnicas.

O senador alega que os equipamentosobjeto dessa concorrência são produzi-dos no Brasil. Também lembrou que, nosEstados Unidos, a lei determina que ne-nhuma entidade pode adquirir bens eserviços estrangeiros sem antes verificarse não podem ser supridos por empre-sas ou cidadãos americanos:

– Tendo em vista o elevado déficit co-mercial e o desaquecimento da econo-mia, é mister que o governo estimule aindústria nacional, gerando, assim, em-pregos e incentivando o crescimento eco-nômico do país – argumentou.

Em discurso de despedida que durouquase uma hora, o senador Jônice Tristão(PFL-ES) fez ontem uma análise da situa-ção do país e de seu estado. O senadorenalteceu ainda o ministro da Defesa, osenador licenciado Elcio Alvares, de quemé suplente.

O senador lembrou que assumiu pelasegunda vez a suplência de Elcio Alvares(na primeira, ficou 11 meses à frente domandato, entre fevereiro e dezembro de1994 ), “num dos momentos mais deli-cados que já vivemos nas finanças públi-cas do Brasil”.

– Esta é uma imagem que me ficarápara sempre: em pleno torvelinho em quefomos de repente envolvidos, a ação par-lamentar foi racional, a situação e a opo-sição cumpriram seuspapéis, as lideranças e ocomando das duas Ca-sas agiram com equani-midade e o Congresso foipoupado de cenas deradicalização sempre la-mentáveis – afirmou.

Jônice Tristão desta-cou a normalidade nopanorama político, coma reeleição do presiden-te “em clima de paz, semqualquer contestação,em pleito irretocável”. Mas lembrou quecabe ao Congresso, agora, “alertar cons-tantemente o Executivo sobre o quadroque percebemos em nossos estados, re-ferente a alguns defeitos crônicos da eco-nomia que estão levando os setores pro-dutivos ao desespero”. Ressaltou, ainda,que os aumentos de impostos aprovadosemergencialmente pelo Senado e pelaCâmara “provocam perda de competiti-vidade das empresas e conseqüentedesaquecimento da economia”.

Jônice Tristão manifestou desejo de quea “dura campanha contra a sonegaçãode impostos”, empreendida pelo gover-no “sério e austero” implantado no Espí-rito Santo pelo ex-senador José IgnácioFerreira, seja copiada em todo o país.

O senador fez um breve histórico davida do ministro, advogado, jornalista, de-

Jônice Tristão deixa Senadoelogiando equilíbrio da Casa

filiação de Jefferson Péres.A senadora Emília Fernandes (PDT-RS)

se disse satisfeita com o ingresso de Jef-ferson em seu partido, “pelo que repre-senta, pela sua ética e seriedade”:

– Chegou a hora de as pessoas come-çarem a arrebentar as amarras que nãoas deixam enxergar o que está sendo fei-to à nossa gente. Sua presença faz comque novos horizontes sejam dados a nos-sos ideais – disse Emília.

A postura ética de Jefferson tambémfoi destacada pelo senador Sebastião Ro-cha (PDT-AP), para quem nada pode serlevantado contra ele, que sempre mos-trou uma postura independente.

Como futura líder do bloco do qualJefferson fará parte, Marina Silva disseacreditar que a entrada do senador noPDT representa o batizado de “um con-vertido histórico às causas da oposição”.

Nesse momento, o presidente de honrado PDT, Leonel Brizola, ligou para Jeffer-son. Com a ligação em viva-voz, Brizola deuboas-vindas ao senador.

Os senadores José Eduardo Dutra (PT-SE) e Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)também participaram da cerimônia.

Jefferson Péres sai doPSDB e filia-se ao PDT

putado federal, governador e senadorElcio Alvares.

– Competência, honradez, discrição,austeridade são virtudes inatas de ElcioAlvares. Temos certeza de que exercerá anova missão com destaque e com lealda-de ao presidente da República – disse.

Jônice Tristão elogiou ainda os sena-dores capixabas Gerson Camata (PMDB),Ricardo Santos e Luzia Toledo (PSDB),com os quais teve a oportunidade de es-treitar suas relações. Destacou também osenador Josaphat Marinho (PFL-BA), cujodiscurso de despedida qualificou comouma “peça oratória resplandescente”.

– O Congresso Nacional perde com suasaída um jurista emérito, um político sen-sato e coerente, que defende corajosa-

mente os seus pontos devista há anos, sem tergi-versar – afirmou.

Vários apartes foramfeitos ao discurso. Ger-son Camata destacou afundação que leva onome de Jônice Tristão esua atuação para resga-tar a história do interiordo Espírito Santo. JoãoRocha (PFL-TO) disseter-se tornado um amigodo senador. Bernardo

Cabral (PFL-AM) afirmou ter acertado emceder a Jônice sua vez de subir à tribuna,dizendo ainda que se incluía entre a le-gião de amigos que ele fez no Senado.

A senadora Luzia Toledo pediu queJônice Tristão tome a frente do Conselhodo Empresariado, para ajudar no desen-volvimento do estado. O senador GilvamBorges (PMDB-AP) destacou “o entusi-asmo, a disposição e o dinamismo” quesempre caracterizaram o senador. Na pre-sidência da sessão, o senador GeraldoMelo (PSDB-RN) disse que a Mesa doSenado se solidarizava com as homena-gens tributadas a Jônice Tristão. Melolembrou que Elcio Alvares antecipara aossenadores a grande capacidade de seusuplente, mas a seriedade e a firmeza ma-nifestadas por ele superaram as expecta-tivas criadas pelo titular do mandato.

Em cerimônia realizada na segunda vice-presidência do Senado ontem, o senadorJefferson Péres (AM) filiou-se ao PartidoDemocrático Trabalhista (PDT), deixandoo PSDB, partido pelo qual se elegeu. Ape-sar da mudança, o senador se disse umsocial-democrata, coerente com as origensde seu antigo partido, que, segundo ele,vive uma crise de identidade:

– Sou um homem de esquerda. Àque-les que tentaram impor um pensamento,a realidade se encarregou de mostrar quenão é assim e que deve haver alternativas– afirmou Jefferson Péres, depois de re-ceber o bottom do seu novo partido dasegunda vice-presidente da Casa, senado-ra Júnia Marise (PDT-MG).

“Não se trata de uma filiação qualquer.O senador faz uma escolha política base-ada na visão necessária para a constru-ção de uma verdadeira democracia”, afir-mou Júnia, que anunciou a senadoraMarina Silva (PT-AP) como a líder do Blo-co Oposição a partir do dia 15.

Senadores e deputados federais de di-versos partidos de oposição participaramda cerimônia. Representando o PDT, odeputado Neiva Moreira (MA) recebeu a

O senador Mauro Miranda (PMDB-GO) denunciou o atentado sofridopelo presidente da Câmara de Verea-dores do município goiano de VilaPropício, Florenço Dias Neves, no dia16. Segundo o senador, a casa do ve-reador foi atacada por um grupo depessoas não identificadas, depois deseguidas ameaças feitas contra ele econtra o prefeito Teodoro de Araújo:

– Vinte tiros de espingarda e de re-vólver calibre 38 fo-ram disparados con-tra a casa e o automó-vel do vereador. Umdesses disparos pro-vocou ferimentos emsua esposa, IvanildeGusmão Neves – in-formou.

De acordo com Mauro Miranda, to-dos os indícios levantados até agoraindicam que as motivações do crimesão políticas, uma vez que as vítimasfazem parte da coligação partidária li-derada pelo PMDB em Goiás. “Mes-mo sendo um fato isolado, essa é umaprática que eu julgava varrida da cul-tura política do estado, onde temosuma tradição de convivência democrá-tica, pacífica e respeitosa”, afirmou.

O senador anunciou que, comopresidente do Diretório Regional doPMDB, visitará hoje Vila Propício,junto com figuras ilustres do parti-do. “Vamos levar nossa solidarieda-de, verificar as providências que es-tão sendo tomadas para identificar epunir os autores e os mandantes doterror político no município, e reu-nir informações que possam ser le-vadas à Secretaria de Segurança Pú-blica”, disse o senador.

Mauro denunciaatentado contravereador em GO

Mauro Miranda

Preocupado com a situação dos funcionários da empresa, senador quer saber do ministro dasComunicações o que estabelece o contrato firmado entre a emissora e a Fundação Renascer

Senador diz quecabe ao

Congresso alertarpara defeitos daeconomia quelevam setoresprodutivos ao

desespero

Suplicy pede informações sobre Rede Manchete

Jônice disse que guardará para sempre a imagem daracionalidade da ação parlamentar em meio à crise

Suplicy: solidariedadeaos empregados

da Manchete

Neiva Moreira, Valadares, Sebastião Rocha e Júnia Marisecumprimentam Jefferson Péres pela filiação ao PDT

Page 8: JORNAL DO SENADO · dia 4, o Senado esgotou ontem a pauta da con-vocação extraordinária. Nesse período, foram apreciadas propostas essenciais ao ajuste fiscal, como a prorrogação

JORNAL DO SENADOJORNAL DO SENADO BRASÍLIA, SEXTA-FEIRA, 29 DE JANEIRO DE 19998

A sessão de ontem do Senado Federal foi presidida pelos senadores Antonio Carlos Magalhães, Geraldo Melo, Ronaldo Cunha Lima e Lúdio Coelho

A Comissão de Assuntos Econômi-cos (CAE) aprovou ontem parecer fa-vorável à contratação de crédito exter-no no valor de US$ 1,1 bilhão para oPrograma Global de FinanciamentoMultissetorial. O financiamento, a serfirmado entre o Banco Nacional de De-senvolvimento Econômico e Social(BNDES) e o Banco Interamericano deDesenvolvimento (BID), servirá paraa reestruturação do setor produtivonacional, aumentando sua compe-titividade, segundo o relator, senadorJosé Roberto Arruda (PSDB-DF). Amatéria ainda vai ao plenário.

Segundo Arruda, o empréstimo é“bem-vindo” para o setor produtivonesse momento, e suas condições sãovantajosas, incluindo prazo de amorti-zação de 20 anos e pagamento em 32parcelas semestrais, sendo que a pri-meira vence em maio de 2003. Em seu

CAE aprova empréstimo para o BNDES

Depois de muita polêmica entre ossenadores sobre a questão do endivi-damento interno e externo do país, aCAE aprovou parecer favorável à solici-tação do governo do Rio de Janeiro paracontratar operação de crédito externo,no valor de US$ 186 milhões, junto aoBanco Mundial. O empréstimo, queainda será submetido ao plenário, édestinado ao Programa Estadual deTransportes do Rio.

A matéria foi aprovada pela maio-ria mas teve votos contrários dos se-nadores Lauro Campos (PT-DF) e Os-mar Dias (PSDB-PR). O senador NeySuassuna pediu a aprovação de seu pa-recer alegando que o estado, apesar

Recursos, no valor de US$ 1,1 bilhão, serão tomados junto ao Banco Interamericanode Desenvolvimento para ser aplicados na reestruturação do setor produtivo nacional

parecer, Arruda afirma que a operaçãosegue as regras estabelecidas pela Re-solução nº 96/98 do Senado, que im-pôs limites para o endividamento daUnião, dos estados e municípios.

O senador Gerson Camata (PMDB-ES) disse que votaria a favor da maté-ria, mas criticou os critérios que vêmsendo adotados pelo BNDES para a apli-cação de recursos nos estados. “Os in-vestimentos do BNDES estão benefici-ando os estados mais ricos”, acusou.Ramez Tebet (PMDB-MS) concordoucom Camata. José Eduardo Dutra (PT-SE) voltou a criticar o BNDES, infor-mando que, além de beneficiar os es-tados mais ricos, destinou, em 1998, amaior parte dos recursos para as gran-des e médias empresas, em detrimentodas pequenas.

Arruda propôs então que a CAE con-voque o presidente do BNDES, Pio Bor-

ges, para explicar aos senadores os cri-térios de investimento do banco. O pre-sidente da comissão, Pedro Piva (PSDB-SP), concordou com a sugestão, quedeverá ser decidida na próxima legisla-tura, em fevereiro.

PROGRAMAÇÃONa mesma reunião, a CAE aprovou

parecer do senador Ney Suassuna(PMDB-PB), favorável à programaçãomonetária do Executivo para o primei-ro trimestre deste ano. Na programa-ção, que é aprovada periodicamentepelo Congresso, o Executivo informasobre indicadores econômicos gerais,como déficit fiscal, taxa de juros, índi-ce de desemprego etc.

Nessa programação, os indicadoresque chegaram ao Legislativo já sofre-ram alterações devido às mudanças nasituação financeira nacional e interna-cional, o que provocou críticas de Ger-

son Camata à equipe econômica. “Aprogramação monetária foi redigidano final do ano passado e eles não per-ceberam que a situação iria piorar”,observou.

Comissão autoriza créditoem favor do governo do Rio

de enfrentar dificuldades, está honran-do seus compromissos com o pagamen-to da dívida. Disse ainda que o emprés-timo vai melhorar o sistema de trans-portes do Rio, beneficiando a popula-ção mais carente e gerando empregos.

Osmar Dias observou, no entanto, quea operação contraria as regras estabele-cidas pelas resoluções do Senado que im-puseram limites ao endividamento daUnião, dos estados e dos municípios, denºs 69, 78 e 93.

– Não estão obedecendo às regras des-sas resoluções sobre capacidade de en-dividamento e limites de pagamento. A dí-vida está impagável e nós não podemosautorizar mais dívidas para quem não

pode pagar – afirmou.Apesar de reconhecer a importância

social do empréstimo, Osmar Dias aler-tou para a crise financeira nacional e in-ternacional. “A situação hoje é diferente.Vamos continuar autorizando emprésti-mos enquanto nosso país está vivendoesse drama?”, questionou.

Gerson Camata disse que ia se absterna votação, mas decidiu votar a favor por-que acha que os recursos vão gerar em-pregos no Rio. O senador Francelino Pe-

reira (PFL-MG) propôs um debate noSenado sobre a aplicação das três re-soluções para que os senadores pos-sam decidir a respeito da concessão defuturos empréstimos.

Lauro Campos (PT-DF) disse que adívida externa brasileira é de cerca deUS$ 242 bilhões. “Estou estarrecidoporque ainda não acordaram para a re-alidade brasileira. Dívida externa geradívida interna e não emprego. Nósestamos falidos”, afirmou.

Arruda sugeriu que Pio Borgesexplique na comissão os critérios

de aplicação do BNDES

O Rio tem honrado seuscompromissos, alegouSuassuna ao relatar amatéria favoravelmente

A senadora Sandra Guidi (PPB-SC) co-brou do governo federal a construção dabarragem do rio São Bento, em Criciúma.Ela argumentou que a obra é fundamen-tal para a recuperação econômica, a pro-teção do meio ambiente e o desenvolvi-mento sustentável da região sul do estadode Santa Catarina.

– O projeto situa-se em um espaço geo-gráfico densamente povoado, formado pornove municípios que seriam diretamentebeneficiados, pois a barragem trariamelhorias no abastecimento de água potá-vel e atenderia à demanda industrial e agrí-cola de toda a área – justificou Sandra Guidi.

Segundo a senadora, a barragem, orça-da em R$ 33 milhões, possibilitará a irriga-ção de 2 mil hectares de terra, ampliandoa oferta de alimentos e a produtividade agrí-cola. Com o controle das águas, comple-tou ela, serão protegidas árvores remanes-centes da Mata Atlântica, contribuindo paraa preservação da natureza.

Sandra Guidi revelou que todos osmunicípios próximos a Criciúma sofremcom a escassez de água, problema queela atribui ao desperdício das indústri-as existentes na região, principalmenteas mineradoras de carvão.

Em aparte, o senador Casildo Maldaner(PMDB-SC) comprometeu-se a lutar juntocom Sandra Guidi pela construção da bar-ragem. Na sua opinião, o governo federalprecisa retribuir a Santa Catarina toda a con-tribuição que o estado já deu no passado,sem ter recebido nada em troca.

A senadora Marluce Pinto (PMDB-RR)lamentou que Sandra Guidi, que substituiuo ex-senador Esperidião Amin, estivessedeixando o Senado, mas registrou a preo-cupação que a senadora por Santa Catarinasempre demonstrou nas suas ações.

Já o senador Geraldo Althoff (PFL-SC)destacou a importância do pronuncia-mento de Sandra Guidi, lembrando que aconstrução da barragem foi compromis-so de campanha tanto do presidente Fer-nando Henrique Cardoso quanto do go-vernador catarinense Esperidião Amin. Eleprometeu continuar, no Senado, a luta dasenadora pela execução da obra.

SandraGuidi cobraconstrução

de barragem

Segundo Sandra Guidi, obra évital para a recuperaçãoeconômica do sul de SC

Na reunião de ontem, aComissão de AssuntosEconômicos também aprovou aprogramação monetária dogoverno para o primeirotrimestre deste ano