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l “Devemos construir um verda- deiro contrato social, um compro- misso social que envolva os pro- fissionais, os agentes económi- cos, as instituições de ensino e de investigação em saúde”, defendeu a ministra da Saúde, Sílvia Lutucu- ta, na sessão inaugural do XII Con- gresso que decorreu ontem, dia 25 de Janeiro. De acordo com a responsável, “estes actores têm um papel im- portante para a governação da saúde pela acumulação de conhe- cimentos relacionados com a prestação de cuidados, a que chamo autonomia com responsa- bilização – que se exercita, desen- volve e se refere não apenas às grandes questões sociais, mas também para às pequenas activi- dades executivas do dia-a-dia”. Uma segunda ideia chave ex- posta por Sílvia Lutucuta refere-se à abordagem da governação da saúde que “deve estar centrada em políticas públicas e adaptati- vas, através de soluções de ges- tão suficientemente sofisticadas, tendo em consideração o mundo global em que nos encontramos, em permanente mudança, para não dizer em ebulição”. De acordo com a ministra “pretende-se aju- dar as pessoas e as comunidades a ajudarem-se a si próprias, cola- borando mais nos desafios da uni- versalidade, acessibilidade e da sustentabilidade do Sistema Na- cional de Saúde (SNS)”. A terceira ideia chave assenta no princípio de que o sucesso do SNS se deve à qualificação e de- senvolvimento técnico-científico dos profissionais, nomeadamente dos médicos. Estão assim a ser preparadas “medidas que estimu- lam o percurso de diferenciação profissional com avaliações inter- Logo de manhãzinha, pelas 8H30, na sala 1, a Conferência sobre Emer- gências médicas em Angola: o que deve ser melhorado, por Ezequiel Hi- chica. De seguida passe à sala 2, on- de, pelas 9 horas, pode ouvir Fernan- do Dias Flora a dissertar sobre como melhorar a organização do banco de urgência. Se, no entanto, estiver mais interes- sado em debater a gestão da saúde em geral, tem um naipe de oradores qualificados, moderado por Valentim Altino Matias, no grande auditório, pelas 9 horas. E se a sua preocupação é a regulação farmacêutica, mante- nha-se sentado no mesmo lugar, pois pelas 11 horas este será o tema em foco com um responsável da DNME. Mas, se o rim é o seu interesse, não quererá deixar de antever o futuro dos transplantes renais que o espe- cialista Matadi Daniel, moderado por Suzana Rodrigues da Costa, irá des- cortinar. Na sala 1, às 11 horas. Passe de seguida para a sala 2 para assistir, pelas 11H30, a uma interes- sante conferência ministrada por An- selmo Castela sobre a situação actual e as perspectivas da endocrinologia. Depois do almoço tem muito por onde escolher. Pegue no programa e pla- neie a sua tarde. Comece às 14H30, no auditório, onde poderá saber as novidades sobre os análogos de insu- lina no tratamento da diabetes, no Simpósio Socifarma. E siga o plano até à apresentação das conclusões no final do dia. Bom trabalho! A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, a entrar no congresso, acompanhada da vice-governadora do GPL, Ana Paula Correia Victor, e do Bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Alberto Pinto de Sousa Jornal do Congresso XII Congresso Internacional dos Médicos em Angola Director: Presidente do Congresso, Carlos Alberto Pinto de Sousa Nº2 26 de Janeiro de 2018 Ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, na abertura do XII Congresso “Devemos construir um verdadeiro compromisso social” Leonardo Europeu Inocêncio Abordagem do politraumatizado z O médico e director hospitalar, Leo- nardo Inocêncio, foi o coordenador do curso pré-congresso sobre a aborda- gem ao politraumatizado que decorreu nesta terça-feira,23. Em declarações ao Jornal do Congresso, referiu que o principal objectivo do curso foi o de capacitar os profissionais que lidam com o paciente acidentado no sentido de prestarem um atendimento adequa- do, com qualidade e actualizado, de acordo com as normas internacionais, nomeadamente o modelo ATLS, já na sua 10ª edição, e que aborda o manu- seamento do crânio encefálico, tórax, abdómem, coluna cervical, fraturas das extremidades da bacia e outras áreas do corpo. Mais nas págs.3 e 4. Hoje não perca “A saúde não é uma despesa. É um investimento. Mas exige a aplicação adequada dos recursos disponíveis” Continua na página 2

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l “Devemos construir um verda-deiro contrato social, um compro-misso social que envolva os pro-fissionais, os agentes económi-cos, as instituições de ensino e deinvestigação em saúde”, defendeua ministra da Saúde, Sílvia Lutucu-ta, na sessão inaugural do XII Con-gresso que decorreu ontem, dia25 de Janeiro.

De acordo com a responsável,“estes actores têm um papel im-portante para a governação dasaúde pela acumulação de conhe-cimentos relacionados com aprestação de cuidados, a quechamo autonomia com responsa-bilização – que se exercita, desen-volve e se refere não apenas àsgrandes questões sociais, mastambém para às pequenas activi-

dades executivas do dia-a-dia”. Uma segunda ideia chave ex-

posta por Sílvia Lutucuta refere-seà abordagem da governação dasaúde que “deve estar centradaem políticas públicas e adaptati-vas, através de soluções de ges-tão suficientemente sofisticadas,

tendo em consideração o mundoglobal em que nos encontramos,em permanente mudança, paranão dizer em ebulição”. De acordocom a ministra “pretende-se aju-dar as pessoas e as comunidadesa ajudarem-se a si próprias, cola-borando mais nos desafios da uni-versalidade, acessibilidade e dasustentabilidade do Sistema Na-cional de Saúde (SNS)”.

A terceira ideia chave assentano princípio de que o sucesso doSNS se deve à qualificação e de-senvolvimento técnico-científicodos profissionais, nomeadamentedos médicos. Estão assim a serpreparadas “medidas que estimu-lam o percurso de diferenciaçãoprofissional com avaliações inter-

Logo de manhãzinha, pelas 8H30,

na sala 1, a Conferência sobre Emer-

gências médicas em Angola: o que

deve ser melhorado, por Ezequiel Hi-

chica. De seguida passe à sala 2, on-

de, pelas 9 horas, pode ouvir Fernan-

do Dias Flora a dissertar sobre como

melhorar a organização do banco

de urgência.

Se, no entanto, estiver mais interes-

sado em debater a gestão da saúde

em geral, tem um naipe de oradores

qualificados, moderado por Valentim

Altino Matias, no grande auditório,

pelas 9 horas. E se a sua preocupação

é a regulação farmacêutica, mante-

nha-se sentado no mesmo lugar, pois

pelas 11 horas este será o tema em

foco com um responsável da DNME.

Mas, se o rim é o seu interesse, não

quererá deixar de antever o futuro

dos transplantes renais que o espe-

cialista Matadi Daniel, moderado por

Suzana Rodrigues da Costa, irá des-

cortinar. Na sala 1, às 11 horas.

Passe de seguida para a sala 2 para

assistir, pelas 11H30, a uma interes-

sante conferência ministrada por An-

selmo Castela sobre a situação actual

e as perspectivas da endocrinologia.

Depois do almoço tem muito por onde

escolher. Pegue no programa e pla-

neie a sua tarde. Comece às 14H30,

no auditório, onde poderá saber as

novidades sobre os análogos de insu-

lina no tratamento da diabetes, no

Simpósio Socifarma. E siga o plano

até à apresentação das conclusões no

final do dia. Bom trabalho!

A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, a entrar no congresso, acompanhada da vice-governadora do GPL, Ana Paula Correia Victor, e do Bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Alberto Pinto de Sousa

Jornal do Congresso

XII Congresso Internacional dos Médicos em AngolaDirector: Presidente do Congresso, Carlos Alberto Pinto de Sousa Nº2 26 de Janeiro de 2018

Ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, na abertura do XII Congresso

“Devemos construir um verdadeiro compromisso social”

Leonardo Europeu Inocêncio

Abordagem do politraumatizadoz O médico e director hospitalar, Leo-

nardo Inocêncio, foi o coordenador do

curso pré-congresso sobre a aborda-

gem ao politraumatizado que decorreu

nesta terça-feira,23. Em declarações

ao Jornal do Congresso, referiu que o

principal objectivo do curso foi o de

capacitar os profissionais que lidam

com o paciente acidentado no sentido

de prestarem um atendimento adequa-

do, com qualidade e actualizado, de

acordo com as normas internacionais,

nomeadamente o modelo ATLS, já na

sua 10ª edição, e que aborda o manu-

seamento do crânio encefálico, tórax,

abdómem, coluna cervical, fraturas

das extremidades da bacia e outras

áreas do corpo. Mais nas págs.3 e 4.

Hoje não perca

“A saúde não é uma despesa. É um

investimento. Masexige a aplicação

adequada dos recursosdisponíveis”

Continua na página 2

26 Janeiro 2018 Jornal do Congresso Nº 22

Mais de ummilhar de visitantes nafeira MédicaHospitalar

pares e reconhecimento institucio-nal”, garantiu a ministra.

Finalmente, a responsável pelapasta da saúde sublinhou o desafiode continuar a centrar a promoçãoda saúde na prevenção da doença,medicina do trabalho, biomedicinae o ensino nas faculdades médicase outras escolas e institutos.

Investimento no bem-estar

A saúde não é uma despesa. É uminvestimento. É o que há de maissensível e rico. Trata-se do bem-estarfísico e psíquico das populações.Mas este investimento exige a aplica-

ção adequada dos recursos disponí-veis como imperativo ético para to-dos os sectores público e privados.

A mesa do presidium na sessãode abertura contou também com apresença de Ruben Sicato, em re-presentação do presidente da 6ªComissão da Assembleia Nacional,Ana Paula da Conceição Victor, vice-governadora para o sector político esocial do GPL, José Vicente, em re-presentação da Secretária para osassuntos Sociais da Presidência daRepública e Carlos Alberto Pinto desousa, Bastonário da Ordem dosMédicos.

26 Janeiro 2018 Jornal do Congresso Nº 2 3

Para os jovens médicos, cuidardo próximo é a razão que maisdespertou o interesse pela Medi-cina, dado que 97% responderamMuito e/ou Completamente a estecritério, num inquérito realizado auma amostra de 70 recém-licen-ciados, no âmbito da primeira fa-se de um estudo que a Ordemdos Médicos iniciou com vista aavaliar quais as suas expectativasprofissionais. A segunda razão é

a admiração pela profissão. O re-torno financeiro e o status socialnão foram factores decisivos, oque demonstra o espírito altruísta,de ajuda ao próximo, generosida-de e abnegação que caracterizaos médicos angolanos.Estes primeiros resultados foramapresentados no XII Congresso,no dia 25 de Janeiro, por FilipaMorgado, moderada por RenatoPalma.

Cuidar do próximo é o quemove os jovens médicos

Continua na página 4

• Cobertura por erros ou faltas profissionais cometidas no exercício da actividade, causadas a terceiros.

• Garantia de danos patrimoniais e não patrimoniais, causados pelo próprio ou por outros quando ao seu serviço.

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Os 45 cursos pré-congresso acolheram 1.600 participantes!Os cursos pré-congresso realizaram-se durante os dias 22 e 24 de Janeiro. Incidiram sobre assuntos da maior actualidade e interesse científico. O Jornal do Congresso publica alguns resumos dos temas leccionados.

Filipe MatubaNoções básicas de otoscopia para clínicos gerais

Para uma boa observaçãodo ouvido

Qual foi o principal objectivo do curso pré-congresso?O principal objectivo do curso foi capacitar osclínicos gerais, ou pediatras – por serem os

primeiros a estabelecer contacto directo comos pacientes – com doenças do sistema auditi-vo, possibilitando-lhes fazer um bom diagnós-tico e tratá-los, ou encaminhá-los para um es-pecialista em laringologia.Como especialista, como vê a doença doforo auditivo em Angola?Não consigo dizer, já que ainda não foi feitoum estudo abrangente sobre o estado dasdoenças auditivas no país. Mas posso dizerque é bastante preocupante, sobretudo noque se refere à falta recursos humanos, pois a

maior parte dos especialistas trabalha nas ca-pitais das províncias, sendo Luanda a maisprivilegiada.Que conhecimentos é que os profissionaisadquiriram durante o curso?Durante o curso, os profissionais aprenderama técnica para uma boa observação do ouvi-do, particularmente a parte externa, que lhespermite determinar o estado de saúde domesmo.

26 Janeiro 2018 Jornal do Congresso Nº 24

Margarida correiaAbordagem da criança com desidratação graveQual foi o principal objectivo do curso pré-congresso?Visto que o congresso de 2018 recebeu maiori-tariamente médicos, muitos dos quais traba-lham fora de Luanda, em locais onde há poucospediatras, o principal objectivo do curso foi pas-sar o máximo de informação possível aos pro-fissionais de saúde para que aprendam a fazer,ou revejam, a reidratação das crianças, já queesta deve ser realizada de acordo com as nor-mas e práticas medicinais recomendadas.É sabido que esta missão é dos pediatras, masos médicos generalistas também têm esta res-ponsabilidade, particularmente em situações oulocais em que estes profissionais não estejamdisponíveis. Como vê a evolução da doença em Angola?Embora não possa pronunciar-me alargada-mente sobre o assunto, por falta de dados con-cretos, posso dizer que não têm havido assimtantas ocorrências de desidratação grave emcrianças de gestantes angolanas desde 2015,graças à vacinação contra o rotavírus. E alegoainda que a mesma se manifesta, principal-mente, por doença diarreica ou gastroenteriteaguda. A doença diarreica acompanhada devómitos pode provocar a desidratação emcrianças e pode ser ultrapassada se os lactenteslevarem as duas doses da vacina entre os 2 e os4 meses de idade. Qual é a importância deste curso para acomunidade médica em Angola?Este curso é de extrema importância para An-gola porque permite, sem grandes barreiras, aparticipação dos profissionais de saúde respon-sáveis pelo tratamento das crianças com desi-dratação grave, capacitando-os com as melho-res abordagens.Que conhecimentos é que os profissionaisadquiriram durante o curso?Os profissionais tiveram acesso a uma visão ge-ral das doenças que podem provocar a diarreiaem várias idades – crianças recém-nascidas,com 7 dias, 1 ano, ou outras faixas etárias maisavançadas.

Adelaide MatiasOrganização e funciona-mento de um laboratóriohospitalar

Qual foi o principal objectivo do curso pré-congresso?O objectivo principal foi definir etapas e trans-

mitir conhecimentos que poderão ser postos emprática e monitorizados pelos responsáveis hos-pitalares da área laboratorial, de forma a criarnormas que deverão ser respeitadas, aceites ecompreendidas pelos técnicos do país que con-tribuirão para a melhoria da saúde da popula-ção. Actualmente, observa-se uma maior preocupa-ção em trabalhar com metodologias credíveis,sedimentadas por uma interação intra-hospita-lar e extra-hospitalar aberta, que se equiparamaos evolutivos laboratórios internacionais. Estasmetodologias incentivam os jovens técnicos delaboratório a dedicarem-se à pesquisa, aproxi-mando-se assim do reconhecimento nacional einternacional. Como vê a evolução dos laboratórios emAngola?Penso que a prioridade é os laboratórios terema capacidade de analisar as principais doençasque afectam o país, procurando sempre as téc-nicas mais actualizadas. Em Angola, temosbons laboratórios do nível 1, como o que per-tence à Clínica Multiperfil, o da Clínica Girassole de outras instituições privadas que são bas-tante profissionais. Também nos hospitais esta-tais está a ser feito um grande esforço para terresultados palpáveis, mas ainda temos muitasdificuldades em adquirir novos equipamentos emuitos não funcionam por desconhecimentodos técnicos. Qual é a importância deste curso para acomunidade médica em Angola?Este curso permite uma aprendizagem de comofunciona o laboratório e que critérios devem serobservados para obter bons resultados a nívellaboratorial. É fundamental que se comece adar mais importância ao laboratório clínico. Que conhecimentos é que os profissionais ad-quiriram durante o curso?Os profissionais aprenderam mecanismos desuporte técnico e de validação e a estabelecerfluxos em função da procura de serviços, de for-ma a não haver incompatibilidade na efetiva-ção e na elaboração de um resultado, nem dú-vidas relativamente ao mesmo.

Isilda nevesA vigilância é um tema queainda não é visto seri-amente pelos profissionais

Qual foi o principal objectivo do curso pré-congresso?

O principal objectivo do curso foi sensibilizar osprofissionais de saúde para a importância dainvestigação e da notificação de todas as mor-tes que acontecem, pois todos os casos devemser incluídos nas estatísticas. É essencial apurare analisar as circunstâncias em que os óbitosacontecem para que estes possam ser preveni-dos no futuro. Como vê a evolução da vigilância e audito-ria de mortes maternas em Angola?A vigilância é um tema que ainda não é vistoseriamente pelos profissionais, pois muitas mor-tes não são notificadas. É importante referir quetêm sido assinalados grandes progressos, masnão tão grandes seria esperado, pois os dadoscontinuam a chegar tardiamente. Penso quedeve ser um esforço contínuo e não há nadamelhor do que dar a possibilidade aos médicos

e outros profissionais do sector de se reunirempara desenvolver conhecimentos sobre essamatéria. Qual foi a importância deste curso para acomunidade médica em Angola?Antigamente, só as doenças transmissíveis eramnotificadas, mas devido ao grande impacto quea morte materna tem do ponto de vista sócio-económico no país – e no mundo – a Organiza-ção Mundial de Saúde orientou que todos ospaíses incluíssem a morte materna como umproblema de saúde pública. Este curso veio por-tanto sensibilizar os médicos para a necessida-de de valorização e cumprimento da notificaçãoobrigatória.Que conhecimentos é que os profissionaisadquiriram durante o curso?Os profissionais aprenderam como notificar, co-nheceram os instrumentos de actuação e o pro-cesso de auditoria a seguir para encontrar osfactores que influenciam a ocorrência da morte.Diz-se que a maior parte das mortes são preve-níveis e evitáveis. Posto isto, devemos identificaras lacunas para que possamos eliminá-las eacautelar este mal.

António FeijóUrgência no Doente com VIH

Qual foi o principal objectivo do curso pré-congresso?O objectivo principal do curso foi ensinar a ava-liar, de forma integral e sistemática, o pacienteno Banco de Urgência. Uma vez que o mesmopode chegar às urgências sem saber se está ounão infectado pelo vírus da imunodeficiênciahumana (VIH), é preciso que os médicos te-nham conhecimentos básicos para poder abor-dar os pacientes e chegar aos diagnósticos, me-diante observação e análise dos sinais e sinto-mas que os pacientes apresentam, apurando,sempre que possível, a razão de terem contraí-do o vírus. Como vê a evolução das urgências nodoente com VIH em Angola?Não posso comparar a nossa realidade com ados outros países, mas os pacientes que che-gam às urgências são normalmente os quenunca fizeram testes de VIH e não sabem quetêm o vírus, pelo que o primeiro contacto queterão é com o Banco de Urgência. Apesar dosapelos à testagem voluntária, muitos não ade-rem, e mesmo os que sabem que são seroposi-tivos e têm consciência de que a terapia antirre-troviral deve ser feita todos os dias, muitas ve-zes não a fazem, ou recusam-na, e acabam porter uma infecção oportunista que os leva às ur-gências. Qual é a importância deste curso para a

comunidade médica em Angola?O curso tem uma importância extrema para osprofissionais pois nele foram discutidos muitosaspectos e esclarecidas dúvidas que têm mere-cido respostas urgentes. Foram ainda apresen-tadas abordagens e metodologias sindrómicas,já que os nossos recursos em termos de diag-nóstico são reduzidos e queremos oferecer àpopulação um bom serviço de saúde. Que conhecimentos é que os profissionaisadquiriram durante o curso?Os profissionais adquiriram conhecimentos so-bre métodos de testagem, terapia antirretrovi-ral, efeitos adversos da medicação, os grandesdesafios no que toca a evitar que os pacientesapanhem infecções oportunistas e síndromesrespiratórias e suas doenças – tais como apneumocistose, pneumonia bacteriana, tuber-culose, infecção pulmonar e infecções neuroló-gicas, entre outras.

Anselmo castela Diabetes Mellitus: Diagnóstico e Tratamento

Evolui como uma epidemia

Qual foi o objectivo do curso pré-congresso?O nosso principal objectivo foi dar a conhecer aendocrinologistas e outros profissionais de saú-de a história natural da diabetes, desde o diag-nóstico, à classificação, ao tratamento, seja detipo 1 ou 2, elucidando-os também acerca dasdificuldades que poderão ter de enfrentarquando abordam esta patologia. Como vê a evolução das urgências nodoente com VIH em Angola?Esta doença, como em qualquer parte do mun-do, evolui como uma epidemia, o que quer di-zer que a prevalência é cada vez maior. Esteaumento deve-se às mudanças no estilo de vidaque resultam em excesso de peso, entre outrosriscos. A diabetes do tipo 1 e 2 estão a aumen-tar e as complicações da doença são muito difí-ceis para os doentes e suas famílias. Qual foi a importância do curso para a co-munidade médica em Angola?Pensa-se que é um curso bastante importante. Éa nossa contribuição para que os profissionaisse encontrem melhor preparados para abordaruma doença que é crónica e não tem cura, masque pode ser controlada e cujas complicaçõespodem ser evitadas. Que conhecimentos é que os profissionaisadquiriram durante o curso?Os profissionais aprenderam a identificar casosde diabetes, como a doença se manifesta ecomo é feito o diagnóstico. Adquiriram aindaconhecimentos sobre o tratamento e a preven-ção das complicações.

FIcHA técnIcAJornal do XII Congresso dos Médicos em AngolaDirector: Presidente do Congresso, Carlos AlbertoPinto de Sousa Editor: Jornal da Saúde de Angola/ Marketing For You Redação: Francisco Cosme,Rui Moreira de Sá Paginação: Fernando Almeida Impressão: Litotipo

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