Jornal da Seção Sindical dos Docentes da Universidade...

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Jornal da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Tecnológica Federal do Paraná | Abril de 2015 Universidade Tecnológica Federal do Paraná será sede do próximo Congresso Nacional do Andes-SN O presidente da seção Sindical Ivo Queiroz recepciona os professores no jantar. O câmpus Curiba da Universida- de Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) vai receber o Congresso do Sindicato Nacional dos Docen- tes das Instuições de Ensino Su- perior (Andes-SN), em fevereiro de 2016. Esta será a primeira vez que a instuição abriga o evento, que tem a parcipação de cerca de 500 professores e professoras de diver - sos estados brasileiros. A escolha pela capital paranaense ocorreu durante o 34º congresso da categoria, realizado entre os dias 23 e 28 de fevereiro, em Brasí- lia. A decisão foi unânime entre os delegados da plenária “Questões Organizavas e Financeiras”, du- rante o úlmo dia do evento. Na ocasião, os representantes da Seção Sindical dos Docentes da UTFPR (SINDUTF-PR) jusficaram a candidatura da instuição pelo cenário paranaense de lutas do- centes. “A greve dos professores da rede estadual [no começo des- te ano] mostra que nosso estado é muito combavo, ao contrário do que nossos governos costumam mostrar”, diz Ivo Queiroz, presi- dente da endade. Outro argumento dos delegados é a experiência da SINDUTF-PR com a organização no contexto da mul- campia, debate muito discudo em âmbito nacional. “Estamos sempre nos adaptando à expan- são dos câmpus da nossa ins- tuição com a integração da nossa base. Queremos contribuir para a discussão em outros estados bra- sileiros”, avalia Jazomar Rocha, também diretor da seção sindical. O úlmo Congresso do Andes-SN em Curiba foi em 2005, organi- zado pela Associação de Professo- res da UFPR (APUF-PR). Em 2009, a própria SINDUTF-PR abrigou a 54ª edição do Conad, evento do conselho deliberavo do sindicato nacional. Plano de lutas O 34º Congresso Nacional do Andes-SN definiu as ações para o próximo ano, incluindo uma agen- da de reivindicações ao governo. Na pauta de lutas estão as creches em tempo integral e com finan- ciamento estatal aos professores e professoras do Ensino Superior, um projeto de carreira única para o magistério federal e a constru- ção de uma greve para as Ins- tuições Federais de Ensino, entre outras. Em fevereiro, Congresso reuniu 500 professores em Brasília. Delegados da SINDUTF-PR defenderam candidatura de Curiba como sede para evento em 2016

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Jornal da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Tecnológica Federal do Paraná | Abril de 2015

Universidade Tecnológica Federal do Paraná será sede do próximo Congresso Nacional do Andes-SN

O presidente da seção Sindical Ivo Queiroz recepciona os professores no jantar.

O câmpus Curitiba da Universida-de Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) vai receber o Congresso do Sindicato Nacional dos Docen-tes das Instituições de Ensino Su-perior (Andes-SN), em fevereiro de 2016. Esta será a primeira vez que a instituição abriga o evento, que tem a participação de cerca de 500 professores e professoras de diver-sos estados brasileiros. A escolha pela capital paranaense ocorreu durante o 34º congresso da categoria, realizado entre os dias 23 e 28 de fevereiro, em Brasí-lia. A decisão foi unânime entre os delegados da plenária “Questões Organizativas e Financeiras”, du-

rante o último dia do evento. Na ocasião, os representantes da Seção Sindical dos Docentes da UTFPR (SINDUTF-PR) justificaram a candidatura da instituição pelo cenário paranaense de lutas do-centes. “A greve dos professores da rede estadual [no começo des-te ano] mostra que nosso estado é muito combativo, ao contrário do que nossos governos costumam mostrar”, diz Ivo Queiroz, presi-dente da entidade. Outro argumento dos delegados é a experiência da SINDUTF-PR com a organização no contexto da mul-ticampia, debate muito discutido em âmbito nacional. “Estamos sempre nos adaptando à expan-são dos câmpus da nossa insti-tuição com a integração da nossa base. Queremos contribuir para a discussão em outros estados bra-sileiros”, avalia Jazomar Rocha,

também diretor da seção sindical.O último Congresso do Andes-SN em Curitiba foi em 2005, organi-zado pela Associação de Professo-res da UFPR (APUF-PR). Em 2009, a própria SINDUTF-PR abrigou a 54ª edição do Conad, evento do conselho deliberativo do sindicato nacional.

Plano de lutasO 34º Congresso Nacional do Andes-SN definiu as ações para o próximo ano, incluindo uma agen-da de reivindicações ao governo. Na pauta de lutas estão as creches em tempo integral e com finan-ciamento estatal aos professores e professoras do Ensino Superior, um projeto de carreira única para o magistério federal e a constru-ção de uma greve para as Insti-tuições Federais de Ensino, entre outras.

Em fevereiro, Congresso reuniu 500 professores em Brasília.

Delegados da SINDUTF-PR defenderam candidatura de Curitiba como sede para evento em 2016

Tribunal confirma sentença pela manutenção do câmpus Curitiba

Seção Sindical dos Docentes da UTFPR // Sede Curitiba: Av. Sete de Setembro, 3165, Centro // Telefone: (41) 3323-2477 // site: www.sindutfpr.org.br // E-mail: [email protected] // Envie um e-mail para receber nossos boletins semanais.Diretora de Comunicação: Maurini Souza // Jornalista responsável: Rodolfo Stancki (DRT 8007-PR ) // Fotografias: Assessoria de Imprensa do ANDES-SN e Saturnino Machado // Impressão: Topgraf Editora & Gráfica Ltda. // Tiragem: 2.800 exemplares.

Expediente

Assembleia decide discutir construção de uma greve dos docentes da UTFPR

MOBILIZAÇÃO JURÍDICO

OPINIÃOEstamos dispostos a enfrentar uma greve pelos nossos direitos?

As demandas das categorias do serviço público fe-deral se acentuam neste início de ano. Particular-mente, as das Instituições Federais de Ensino (IFE). O 34º Congresso Nacional do Andes-SN construiu uma pauta das lutas de 2015. As análises apontam um agravamento da crise do capital, em que governos, tentando conter as consequências, empenham-se violentamente nos ajustes fiscais para a arrumação das contas. A classe trabalhadora passa por ataques sistemáticos aos direitos adquiridos, a exemplo do que fez o (des)governador Beto Richa com os servi-dores públicos do Paraná. As investidas contra esses trabalhadores não podem ser vistas isoladas, vez que, noutras proporções, repetem-se Brasil afora. Nas IFEs, o momento é de mobilização. O Andes-SN articulou-se com outras categorias para montar uma pauta de reivindicações da campanha salarial. O texto foi protocolado junto ao Ministério do Plane-jamento, Orçamento e Gestão em ato público em 25 de fevereiro, que teve a participação da delegação da SINDUTF-PR.

Os professores da Universidade Tecnológica Fe-deral do Paraná devem intensificar a mobilização nas próximas semanas para debater a construção de uma greve nacional da categoria. A decisão partiu de uma assembleia realizada no dia 26 de março, com a diretoria da Seção Sindical dos Do-centes da instituição.Outro tema debatido no encontro foi o envio de delegados para o 7º CONAD Extraordinário, even-to do Conselho do Andes-SN, marcado para os dias 2 e 3 de maio em Brasília. Na ocasião, repre-sentantes sindicais se organizam para o Congres-so Nacional da Central Sindical e Popular Conlu-tas. O presidente da SINDUTF-PR, Ivo Queiroz, e o diretor Altemir Borges serão os enviados locais.

A ação de um grupo de professores da Universi-dade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) que pedia a anulação do processo de extinção do câm-pus Curitiba foi finalizada. A sentença, que torna a manutenção do espaço definitiva, foi confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, sem que haja mais recursos.“Foi o prego no caixão dessa discussão”, diz Ivo Queiroz, que ajudou na construção do projeto as-sumido pela atual gestão do local. O caso começou quando, em sessão extraordinária em março de 2013, membros do Conselho Universitário aprova-ram o fim do câmpus Curitiba, cuja estrutura pas-saria a fazer parte da Reitoria. Com isso, as eleições para a diretoria do espaço estariam suspensas.

A resposta proposta às categorias foi um calendário de negociação, em que as reivindicações seriam en-viadas ao Congresso Nacional até o fim de agosto. Os representantes sindicais concluíram que a posição do ministro foi desfavorável aos servidores porque tal calendário pode levar o funcionalismo a um impasse como o de 2012, quando foi imposto um reajuste de 15,8%, parcelado em três anos.O ANDES-SN também alerta para cortes de verbas anunciados pelo governo, que enrijecerão as pos-sibilidades de realização de projetos de pesquisa e devem intensificar a lógica produtivista do docente.No caso da UTFPR, o desafio é a informação. Um sin-dicato é organizado a partir da base. Os dirigentes devem ser orientados pela comunidade. Nossa dire-toria ressalta a necessidade de a comunidade acadê-mica fortalecer a participação e o engajamento dian-te do quadro a ser enfrentado. A direção nacional do ANDES-SN encaminha o debate sobre a construção da greve, mas a categoria está disposta a tal enfren-tamento para buscar os direitos?

Ciclo de palestras promovido pela Seção Sindical discute relação entre mulheres e tecnologia no mundo contemporâneo

DESTAQUES

Luta pela igualdade de gênero norteou debates do evento “Mulheres e Tecnolo-gia: avanços e desafios”, que ocorreu em março na UTFPR. Veja os destaques

A programação contou com palestras de especialistas, lançamento de livro e apresentações musicais. A aber-tura ocorreu no dia 3, com a presença da Secretária da Mulher de Curitiba, Roseli Isidoro. Na ocasião, a palestrante discutiu políticas públicas para enfrentar a violência contra as mulheres no município.

PesquisasOutro destaque foi a mesa que debateu o aniversário de 15 anos do Núcleo de Estudos em Gênero e Tec-nologia (GETEC), do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia (PPGTE), da UTFPR. Hoje coordenado pela professora Nanci Stancki da Luz, o grupo foi criado pela pesquisadora Marília Gomes de Carvalho, que comandou a equipe entre 2000 e 2011. Entre os feitos do núcleo ao longo desse período estão a participação em congressos nacionais e internacionais e a realiza-ção do 8º Congresso Ibero Americano de Gênero de Ciência Tecnologia e Gênero, que ocorreu em 2010.

EtniaO evento encerrou com uma palestra com a ativista gaúcha Vanda Gomes Pinedo, que, no dia 27, debateu a relação entre gênero e raça. “Nossa luta começa no momento em que as negras foram retiradas de seu lar para trabalhar em condições desumanas como escra-vas de brancos portugueses no período colonial. O ce-nário para que haja igualdade entre negros e brancos nunca foi possível no Brasil. Isso precisa ser resolvido com o poder público”, avalia.

Mesa discutiu o Núcleo de Estudos em Gênero e Tecnologia.

Ativista debateu os desafios das mulheres negras no Brasil.

Na abertura, Roseli Isidoro falou sobre violência contra mulher.

Eleições para definir diretoria do biênio 2015-2017 marcadas para 30 de abril

O pleito que define a chapa da gestão 2015-2017 da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Tecno-lógica Federal do Paraná (SINDUTF-PR) ocorre no dia 30 de abril. Os professores filiados há pelo menos 180 dias podem participar da votação em diversos câmpus da instituição, entre 9h e 21h. Em Curitiba, a urna ficará na Sala de Exposições; em

Pato Branco, a eleição será na cantina dos servidores; em Medianeira, os eleitores podem se dirigir ao Ga-binete da Diretoria (GADIR); em Campo Mourão, as cédulas serão entregues na sala 106, do bloco H; e em Ponta Grossa, no hall do café.A comissão eleitoral é presidida pela professora Adria-na Cabral dos Santos, de Curitiba. A equipe também é composta por Oglacir Cardoso, Elizeth Gomes Herlein e Enrique Bojarczuk. O edital de convocação foi apro-vado em assembleia com a categoria em março.

Professores da UTFPR lamentam fechamento de vagas de cursos técnicos integrados ao Ensino Médio em Curitiba

DEBATE

Departamentos acadêmicos enviaram memorando à direção do câmpus para alertar sobre as dificuldades no atendimento das turmas

O ensino de Educação Profissional Técnica de Nível Médio está deixan-do de existir no câmpus Curitiba da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Após 106 anos de oferta dos cursos técnicos asso-ciados à educação básica, a institui-ção pode se dedicar integralmente ao Ensino Superior ainda em 2015. Neste semestre, apenas as áreas de Mecânica e Eletrônica ainda mantêm vagas para essa formação. Diante do fechamento de turmas, alguns departamentos acadêmi-cos enviaram um memorando à direção do câmpus Curitiba no ano passado. O texto alertava para as dificuldades de atuação docen-te nos cursos de Ensino Médio. O documento foi assinado por pro-fessores das áreas de Matemática, Educação Física e Linguagem e Co-municação, entre outros. “O ensino técnico foi ‘estrangula-do’ desde que alcançamos o status de universidade, em 2005”, avalia o presidente da Seção Sindical da UTFPR, Ivo Queiroz. Ao se desligar da Secretaria de Educação Profis-sional e Tecnológica (SETEC) para ser regida pela Secretaria de Ensino Superior (SESU), a instituição ficou impossibilitada de contratar novos docentes para os cursos técnicos.Além disso, parte dos docentes de carreira de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) leciona em cursos de graduação. Outros estão prestes a se aposentar. “Não há profissionais que possam dar con-ta da abertura de novas turmas de

nível médio”, diz o professor Mário Amorim, do Departamento Acadê-mico de Estudos Sociais (DAESO).Até meados de 2014, o atendimen-to aos cursos técnicos era feito por professores substitutos. Mas a re-dução na realização de testes sele-tivos provocou uma precarização da docência dessas áreas. “Essas vagas pertencem à sociedade e estão sendo fechadas sem um de-bate com a comunidade”, lamenta Amorim. Com o memorando de novembro, o DAESO enviou também uma avalia-ção em que os professores defen-dem que não há uma justificativa aceitável para o encerramento do Ensino Médio na instituição. Isso porque essa área é tão importan-te quanto o Ensino Superior para a formação dos brasileiros. Para o diretor do câmpus Curitiba, Cezar Augusto Romano, o “estran-gulamento” de vagas de nível mé-dio é natural para uma instituição que quer se dedicar à graduação e à pós-graduação. “De nossa parte, não temos interesse em manter a oferta de novas turmas”, afirma ele, que garante que o destino dos

cursos técnicos de Mecânica e Ele-trônica deve ser definido pelos pró-prios departamentos responsáveis.

HistóriaEsta não é a primeira vez em que a educação técnica de nível médio deixa a UTFPR. Em 1997, após um decreto do governo federal, a ins-tituição priorizou a oferta de cur-sos superiores de tecnologia. Na época, os câmpus Curitiba passou a ofertar turmas de Ensino Médico básico.O Decreto foi revogado em 2004, mas o número de cursos técnicos ofertados nunca mais foi o mesmo. “O debate sobre o fim dessas vagas é uma questão social. A educação pública não pode ser fragmentada e qualquer decisão desse tipo pre-cisa ser dialogada”, avalia o profes-sor Domingos Leite Lima Filho, do Departamento Acadêmico de Ele-trônica. “Nada impede que uma universidade do porte da UTFPR oferte o Ensino Médio para a socie-dade. Fechar essas vagas sem um debate público traz perdas para a instituição e ignora um legado his-tórico”, complementa.

Diretoria do câmpus diz que não há interesse em manter Ensino Médio