Jornal da Cidade, nº9

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Cidade Jornal da Informativo mensal – Setembro de 2011 – Ano I - Nº 9 – www.sjc.sp.gov.br ARQUIVO MUNICIPAL GUARDA RELÍQUIAS DA HISTÓRIA DA CIDADE. PÁGINA 10 r LIXO Quem separa, ajuda a preservar recurso natural PÁGINAS 4 E 5 r OBRA Seu imóvel não tem habite-se? É hora de regularizar PÁGINA 3 r ZONA NORTE Saúde da família já atende mais de duas mil pessoas PÁGINA 9 São José já é a capital nacional do rúgbi, hexacampeã brasileira e base da seleção que disputará a Olimpíada de 2016, no Rio PÁGINAS 6 E 7 QUE ESPORTE É ESSE?

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aInformativo mensal – Setembro de 2011 – Ano I - Nº 9 – www.sjc.sp.gov.br

ARQUIVO MUNICIPAL GUARDA RELÍQUIAS DA HISTÓRIA DA CIDADE. PáGINA 10

r LIXO

Quem separa, ajuda a preservarrecurso naturalPáGINAS 4 E 5

r OBRA

Seu imóvel nãotem habite-se? Éhora de regularizar PáGINA 3

r ZONA NORTE

Saúde da famíliajá atende mais deduas mil pessoasPáGINA 9

São José já é a capital nacional do rúgbi, hexacampeã brasileira

e base da seleção que disputará a Olimpíada de 2016, no Rio

PáGINAS 6 E 7

QUE ESPORTE

É ESSE?

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a cidade é sua

OBRAS MELHORAM MOBILIDADE DA POPULAçãO

Equipes da Secretaria de Serviços Municipais instalaram 248 rebaixamentos de guias em faixas de pedestres e construíram 17,5 mil metros quadrados de

calçadas em praças, vielas e outros espaços públicos. O trabalho começou pela região central e chegou a diversos bairros das regiões sul e leste.

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Elevada autoestima

Como um esporte tão diferen-te e estranho ao público brasileiro acabou virando atração em São José dos Campos? Parte da expli-cação vem do caráter cosmopolita de nossa cidade, que acolhe gente de todas as partes do mundo e que vem para cá estudar, ensinar, tra-balhar e investir. Foram europeus que vieram dar aulas no ITA que trouxeram o rúgbi, estimularam os filhos, filhos dos amigos e crianças do entorno para praticar esse es-porte nascido na Inglaterra.

Agora, São José é celeiro de craques, base da seleção brasileira nessa modalidade que, pela pri-meira vez, estará numa Olimpíada, a de 2016, a ser disputada no Rio de Janeiro(RJ). Nessa onda tam-bém surgiu o Rugby Social, que já atende 110 jovens de famílias carentes, ensina a eles o espírito da competição dura e ao mesmo tempo leal e respeitosa. É o espor-

É como se a bandeira de São José fosse fincada no ponto mais alto do mundo.

ueditorial

Jornal da Cidade

Informativo mensal da Prefeitura de São José dos Campos | Editado pela Secretaria de Governo | Coordenação editorial e imagens: Departamento de Comunicação Social | Jornalista responsável: Andréa Martins | Cartas: Rua José de Alencar 123 Vila Santa Luzia | CEP 12209-530 – São José dos Campos - SP | Telefone: 55 (12) 3947-8235 | E-mail: [email protected] | www.sjc.sp.gov.br

te promovendo o desenvolvimen-to humano e social. Por isso, esta edição mostra, na página central, um pouco do crescimento do es-porte e sua importância social.

Na última página, outro sinal do prestígio internacional de nossa ci-dade. A reportagem conta a saga de um jovem empresário movido a desafios e espírito de aventura. Carlos Canellas é o joseense que, em maio, fez a escalada das mon-tanhas de pedra e gelo até o cume do Monte Everest. É como se a bandeira de São José fosse fincada no ponto mais alto do mundo.

Também é destaque a quali-dade dos serviços prestados pelo município e pela comunidade na coleta seletiva, separação de ma-teriais e destinação dos recicláveis para reaproveitamento pela indús-tria. Nas páginas 4 e 5, uma mostra de como cada cidadão pode con-tribuir para melhorar ainda mais esse desempenho. Quem vai ga-nhar com isso é a natureza, são os recursos naturais e todos nós, que deles dependemos.

Fala, cidadão!!!

A Prefeitura está intensificando o uso da internet para ficar cada vez mais próxima do cidadão. Além dos diversos serviços disponíveis no site oficial e das consultas públicas sobre projetos específicos – como a Uni-dade de Recuperação Energética –, a população vai poder se manifestar também em audiências públicas vir-tuais e enquetes sobre as campanhas divulgadas pelo poder público.

A primeira enquete já está no ar. A administração municipal quer que todos participem da escolha dos te-mas a ser abordados nas próximas campanhas institucionais divulga-das pela Prefeitura nos jornais e nas emissoras de rádio e TV.

A consulta apresenta quatro su-gestões e, para votar em um dos te-mas, é preciso entrar no site oficial (www.sjc.sp.gov.br), clicar no link e responder a pergunta. A enquete fica no ar um mês e a campanha vence-dora será desenvolvida pela Secre-taria de Governo. No mês seguinte, novos temas serão abordados.

A audiência virtual terá pelos me-nos uma hora de duração e segui-rá esquema semelhante ao das 17 audiências públicas realizadas nos bairros até agora. O prefeito e os se-cretários municipais estarão no Paço Municipal, numa sala com câmeras instaladas para transmitir em tempo real, pela internet.

De casa ou de um Espaço Ponto Com, onde há computadores com internet gratuita, o cidadão pode participar do chat e enviar perguntas. O prefeito responderá ao vivo, com a participação do secretário municipal da área a que se refere a questão. A primeira audiência virtual está pre-vista para novembro.

Enquetes e audiências virtuais são as novas ferramentas da Prefeitura para ouvir a população e decidir sobre campanhas institucionais e ações de governo

Até agora, foram realizadas 17 audiências públicas em todas as regiões da cidade

A PREFEITURA QUER OUVIR VOCÊ.

POR UM TRÂNSITO MAIS SEGURO.

Respeitar os limites de velocidade, sinalizar qualquer mudança de faixa de conversão, usar o cinto de segurança, não falar ao celular enquanto dirige, posicionar o veículo corretamente nas faixas, respeitar semáforos etc.

CIDADE LIMPA.

Separar o lixo em casa, utilizar e descartar corretamente o lixo reciclável, não colocar lixo ou entulho nas calçadas, ruas e terrenos baldios etc.

PRESERVAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS.

Zelar pela conservação das lixeiras, placas, bancos, brinquedos, praças, parques etc.

POSSE RESPONSÁVEL DE ANIMAIS.

Não abandonar animais domésticos, procurar serviço gratuito de castração, manter as vacinas do animal em dia, andar nas ruas e calçadas com o animal na coleira, recolher as fezes etc.

Entre no site da Prefeitura e vote. Aqui, sua opinião tem valor. www.sjc.sp.gov.br

QUAL CAMPANHA EDUCATIVA VOCÊ ACHA MAIS IMPORTANTE PARA A CIDADE?

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ONDE PEDIR A REGULARIZAÇÃO

A Prefeitura montou um posto

especial de atender os interessados

em regularizar obras já realizadas.

Fica na Rua Maria Luiz de

Medeiros 92 (paralela

à Rua José de Alencar, onde se

localiza o Paço Municipal).

a cidade é sua

EMPRESA SUECA INSTALA UNIDADE EM SãO JOSÉ

O Haldex AB vai instalar sua unidade principal no distrito industrial Chácaras Reunidas, anunciaram os dirigentes do grupo sueco. A empresa produz sistemas de freio e suspensão para veículos pesados, terá 180 empregados e funcionará a partir de dezembro.

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Anote

É hora de regularizar

Se você fez uma obra numa área permitida ou ampliou sua casa sem projeto aprovado nem autorização prévia da Prefeitura, está na hora de buscar a regularização. A oportunida-de para isso começa agora, em outu-bro, e o prazo para concluí-la é de um

Obras feitas sem autorização da Prefeitura podem ser regularizadas a partir de outubro, com desconto nas taxas

Comente esta notí[email protected]

Frediana vê boas perspectivas de desenvolvimento na carreira de guarda-civil

ano. E o melhor de tudo: a Lei Com-plementar 445/2011 cria uma série de facilidades e descontos para você ob-ter o habite-se e garantir a seu imóvel condições plenas de uso.

A regularização sai de graça para quem é proprietário de único imóvel, ganha até seis salários mínimos e vai regularizar até cem metros quadrados de área construída. Nesse caso, nem é preciso contratar engenheiro para fa-zer o projeto, porque a Prefeitura vai fornecer a planta, graças ao convênio que fez com a Associação dos Enge-nheiros e Arquitetos. Se a ampliação não for para uso residencial – uma loja como parte da casa, por exemplo – o dono terá que se enquadrar como mi-croempreendedor individual (MEI).

Se a obra tiver mais de dez anos, o dono nem precisa entrar com o pro-cesso para regularizar. Pode pedir logo a certidão de construção, ficando dis-pensado do habite-se. E se a obra fica num terreno dividido – desdobro, na denominação técnica – não é necessá-ria a concordância de todos. Basta que o dono de uma das partes solicite a regularização.

Em princípio, e atendendo as exi-gências da legislação, qualquer obra pode ser regularizada – pode ser resi-dência, loja, igreja, salão, galpão ou até um prédio. No caso de edificações com

área maior que cem metros quadra-dos, o dono do empreendimento terá que arcar com as despesas de projeto, taxas municipais e outros custos da re-gularização – só não pagará multa por ter construído irregularmente. Todo o dinheiro arrecadado nesses processos será destinado ao Fundo Municipal de Habitação e aplicado em programas habitacionais de interesse social.

Mas é bom lembrar: nenhuma obra pode ser iniciada sem autorização da Prefeitura, e não adianta começar uma construção agora, porque ela não será beneficiada. A lei só vale para obras terminadas. Para evitar tentativas de burla, uma equipe especializada foto-grafou as fachadas de 120 mil imóveis da cidade, e isso permitirá identificar qualquer ampliação ou modificação irregular. Além disso, a lei vigente não poderá ser prorrogada nem revalidada durante os próximos dez anos.

PARA SER REGULARIZADAS, AS OBRAS DEVERãO

u estar fora de áreas de risco;

u estar fora de áreas de proteção ambiental ou preservação permanente;

u estar em loteamentos regulares, liberados para construção;

u ter condições mínimas de segurança, habitabilidade e higiene;

u estar terminadas e em condições de receber o habite-se.

PARA TER DESCONTO NAS TAXAS, É PRECISO

u ser proprietário ou possuidor de um único imóvel;

u ter renda familiar mensal até seis salários mínimos;

u enquadrar-se como Microempreendedor Individual (para imóvel de uso não residencial).

Sempre

Guarda Civil Municipal tem aumento de efetivo e recebe novos equipamentos

Frediana Diana da Costa, 26 anos, mora no Jardim Telespark, formou-se em Educação Física e está na segunda pós-graduação – depois da especiali-zação em Centros Poliesportivos, estu-da Condicionamento Físico e Desem-penho Esportivo Infanto-Juvenil. Neste ano, no dia do aniversário, ela recebeu como um presente a convocação para assumir o cargo de guarda-civil muni-cipal e já sonha com uma carreira.

“Meus pais e amigos me deram todo apoio, estou muito orgulhosa e quero seguir na Guarda”, comemora. Ela foi a única mulher classificada entre

os 30 guardas que passaram no con-curso realizado no final do ano passa-do e foram incorporados em agosto. O novo grupo passou por avaliações físicas, exames médicos e psicotécni-cos, atividades de integração e trei-namento específico e estará em ação a partir de outubro. Com eles, a cor-poração agora tem 330 componentes, dos quais 35 são mulheres.

“Trabalhar na área de seguran-ça era um sonho e a organização da

Prefeitura e da Guarda chamou minha atenção”, diz Mauricio Hiroshi Kishi, 21 anos. A corporação é responsável pela proteção do patrimônio público muni-cipal e atua no apoio às forças de se-gurança. Ela atende cerca de mil ocor-rências por mês e está equipada com 53 viaturas, 20 motos e 14 bicicletas. No efetivo atual, 42 guardas têm curso superior e pós-graduação, e 288 têm nível técnico, médio e fundamental.

Outro novato, o joseense Rodrigo

Jota Prado, 25 anos, mora no Parque Nova Esperança e estuda Engenharia de Controle e Automação. Ele observa que uma das características dos novos guardas é o nível de instrução.

“A maioria tem curso técnico e superior, e isso permite a cada um contribuir com sua visão de futuro e inteligência”, diz ele, certo de que é a capacidade de dialogar e agir com inteligência que diferenciam a atuação da Guarda Municipal.

3947-8714 3947-8715

São os telefones para informações sobre

regularização de obras

alerta

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Museu vai preservar espécies ameaçadas A Prefeitura entregou à comunidade o primeiro bosque do programa Museu da Flora Nativa, localizado numa área de preservação na Avenida Alto do Rio Doce, no bairro Altos de Santana. O Museu será formado por sete bosques, que abrigarão espécies de árvores nativas da mata atlântica e do cerrado, e representam o patrimônio arbóreo do município. A Secretaria de Meio Ambiente identificou 410 espécies nessas condições, algumas ameaçadas de extinção. Cada bosque oferecerá um recanto para lazer e educação ambiental, coleta de sementes de espécies raras e pesquisas científicas.

utome nota

nossa cidade

Antiga Cadeia de Santana terá programação cultural Estão prontas as obras de restauração, reforma e ampliação do prédio do antigo posto policial e cadeia do bairro Santana, na zona norte. A Fundação Cultural Cassiano Ricardo utilizará o local para desenvolver projetos para a comunidade. A reforma envolveu troca do telhado e instalações elétricas e hidráulicas; restauração e substituição das janelas e portas; novos pisos e revestimentos; pintura e novo paisagismo. O prédio, que fica na Rua Guarani, funcionou como cadeia entre as décadas de 1920 e 1950 e depois serviu de sede para um grupo jovem católico.

MONUMENTO JAPONêS RECEBE NOVA PINTURA

O portal do Jardim Japonês e os equipamentos da praça no Aquarius passam por trabalhos de manutenção. A pedido da comunidade japonesa,

algumas cores serão alteradas para que o monumento fique mais parecido com o original japonês.

Seminário debateeducação ambientalO tema educação ambiental foi destaque nos debates do 13º Seminário Nacional de Limpeza Pública (Senalimp), realizado de 14 a 16 de setembro no Parque Tecnológico de São José dos Campos. A conscientização ambiental das crianças e da população foi apontada por técnicos brasileiros e internacionais como fator importante para atingir as metas na área de limpeza pública. O presidente da Associação Brasileira de Limpeza Pública, Tadayuki Yoshimura, ressaltou que os pequenos costumam ensinar os pais a separar os resíduos e não jogá-los nas ruas. “Só em São Paulo se gasta R$ 400 milhões em varrição de ruas; é dinheiro que poderia ser aplicado em outros setores e na própria limpeza pública”.

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nossa cidade

Prestadores de serviços vãoutilizar nota fiscal eletrônicaJá está em vigor a Nota Joseense, a nota fiscal eletrônica. O novo sistema trará mais agilidade, reduzirá a burocracia e facilitará as operações dos prestadores de serviços e contabilistas. Já está sendo utilizado por um grupo de cem empresas e se tornará obrigatório, a partir de fevereiro do ano que vem, para os prestadores de serviços que faturam mais de R$ 240 mil por ano. Com o documento eletrônico, o prestador de serviço não precisará mais mandar fazer o talonário de nota fiscal impresso, o que lhe garante redução de custos e dispensa de arquivo para guardar notas e documentos.

José Aparecido, 35 anos de experiência na separação e venda de material reciclável

l Nunca descarte agulhas, seringas

de injeção e remédios vencidos

no lixo reciclável. Esses materiais

devem ser encaminhados às

farmácias ou unidades de saúde.

l A coleta de lixo eletrônico pode

ser feita em domicílio e agendada

com a Urbam pelo telefone.

Para saber o dia e horário da

coleta seletiva em seu bairro, consulte

o site www.urbam.com.br

Anote

Materiais recicláveis ganham mercado, abrem oportunidades de trabalho e de negócios, e ajudam a preservar os recursos naturais

O entra e sai é grande o dia intei-ro na Sucata Rio Branco, na Vila Sinhá. Aos 58 anos e 35 de atuação no ramo, é José Aparecido Silva quem atende cerca de 40 pessoas que vão ao local diariamente para entregar os materiais recicláveis que recolhem nos bairros da região na zona norte de São José dos Campos.

No início, o depósito só trabalhava com latas de alumínio, sucata de fer-ro e papelão, mas o mercado cresceu e hoje Silva vende praticamente todos os tipos de recicláveis, que ele compra dos catadores e revende às indústrias. “Noventa por cento do que chega aqui tem mercado”, diz ele.

Um levantamento feito pela Urbam encontrou 1.450 trabalhadores infor-mais que percorrem as casas, indústrias e os pontos comerciais e recolhem 99 toneladas de material reciclável por dia. São latinhas de alumínio, garrafas PET, caixas de papelão, plásticos, metais, que são vendidos para 33 depósitos. Isso significa que a cidade já recolhe 145 toneladas de resíduos por dia, uma vez que a empresa, sozinha, processa 46 toneladas.

Os dados da pesquisa, realizada entre julho e agosto, mostram que São José alcançou o primeiro lugar em quantidade de material reciclável coletado. Esse trabalho, que contribui para reduzir o volume de lixo gerado na cidade, começa em casa: cada habi-tante contribui separando, em média, 198 gramas de recicláveis por dia. É o melhor índice do país, comparável aos obtidos por países europeus.

O engenheiro ambiental Rodrigo da

Costa, que coordena o Programa São José Recicla, explica que, para separar corretamente o lixo, basta ter duas li-xeiras em casa: uma para o material úmido ou orgânico – como restos de comida, cascas de frutas, guardana-pos usados, fraldas e papel higiênico – e outra para os recicláveis – papel,

Separar é preciso

plástico, vidro e metal.

Ele lembra que é fundamental cada um observar a programação da coleta seletiva. Ou seja, o lixo é entre-gue num dia e os recicláveis em outro. “Não adianta separar e depois entre-gar tudo junto ou em dias errados, porque nesses casos vai tudo parar no aterro sanitário”, esclarece. E mais: materiais recicláveis precisam ser lim-pos previamente. Para isto, basta en-xaguar para retirar os restos orgânicos existentes.

Rodrigo ressalta que a separação correta e a destinação adequada do lixo são essenciais e trazem benefícios para todos. A principal vantagem é que o material reciclável é reutilizado pela indústria e transformado em di-versos produtos. “Além de aumentar a vida útil dos aterros sanitários, isso ajuda a preservar os recursos naturais, que não precisam ser usados como matéria-prima”, diz o engenheiro.

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Mais 190 desempregados sãoinseridos no programa Bolsa Auxílio A Prefeitura de São José dos Campos inseriu mais 190 desempregados no programa Bolsa Auxílio Qualificação, coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Social. Do total de bolsistas, 130 foram designados para a Secretaria de Educação e os demais distribuídos em várias secretarias. As vagas no programa são para pessoas desempregadas que moram na cidade há mais de dois anos e têm renda per capita até a metade do piso salarial vigente no estado. Os contemplados recebem por dois anos uma bolsa no valor de R$ 516, cesta básica e cursos do Senai e Senac.

COOPERATIVA FUTURA Já PODE VENDER RECICLáVEIS

A Cooperativa Futura recebeu o certificado internacional com base na norma AS-8000. O documento habilita a entidade, que reúne 120 catadores, a vender diretamente às indústrias interessadas o material reciclável que seus associados selecionam. A cooperativa funciona com 80 catadores e a partir de novembro terá 120.

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Diana é uma das mulheres que trabalham na

limpeza pública e na coleta seletiva

Separar é preciso

Tem gente que mistura lixo de cozinha

com outros materiais. Acho que isso não deve acontecer,

porque atrapalha a coleta seletiva na cidade.”

Ana Santa Alves Santo, pensionista, do

Galo Branco

Moro há um mês em São José e estou

achando a muito cidade limpa. Mas as pessoas

precisam ter consciência. Não jogar lixo no chão e

fazer a reciclagem.”Luciana Barbosa, secretária, do Altos

de Santana

A população podia reciclar mais. Tem

condomínios que reciclam, mas muitos ainda não

o fazem. É preciso conscientizar as pessoas

para manter a cidade limpa.”Igor Schmidt, estudante,

do Jardim Aquarius

Cada um precisa fazer sua parte. Não

custa jogar os papéis e demais lixos nas lixeiras.

Gosto de limpeza. Gosto de ver tudo bem organizado.”

Deolinda Barril Lucas, aposentada, do centro

São José é limpa porque o pessoal sempre varre as ruas. As pessoas não deveriam jogar nada

no chão. Isso iria contribuir muito para o trabalho de

quem varre as ruas.”Joaquim Valcedir César,

do Jardim Augusta

O QUE PODE SER RECICLADOu Papéis de escritório, papelão, caixas em geral, jornais, revistas, livros, listas telefônicas, cadernos, papel cartão, cartolina, embalagens longa vida e outros;

u Sacos plásticos, CDs, disquetes, embalagens de produtos de limpeza, garrafas de refrigerante, canos, tubos plásticos e outros;

u Vidros e frascos em geral, garrafas de bebida, potes de produtos alimentícios, copos de vidro e outros;

u Metais, latinhas de alumínio, latas de conservas, óleo ou leite em pó, tampas de garrafa, embalagens metálicas de marmitex e alimentos congelados e outros.

3944-1000É o telefone para

obter informaçõessobre coleta de lixo

Agente ambiental orienta mulheres a facilitar o trabalho da coleta seletiva

Desafiador – é assim que Diana de Oliveira, 21 anos, define o trabalho que realiza como agente ambiental na coleta dos materiais reciclá-veis em bairros como Santa-na, Vila Industrial, Vila Maria e Santa Inês. Ela faz parte do universo de mulheres que atuam na limpeza pública da cidade – elas são cerca de 21% do efetivo.

“Tem homens que desis-tem, mas eu continuo firme”, diz ela, feliz por ter comple-tado seis meses no primeiro emprego com carteira re-gistrada e por ganhar o sufi-ciente para cuidar da filha de 6 anos. Diana lembra que no início foi duro se acostumar a correr atrás do caminhão, mas agora o trabalho passou a ser divertido. “Em dois meses, dá para pegar o pique; o mais di-fícil é levantar os contêineres, mas a gente sempre conta com a ajuda de um colega.”

Diana faz um pedido espe-cial às mulheres, que formam a imensa maioria das pessoas que atuam na limpeza do-méstica. Além de convocar o time a participar da separa-ção adequada e entrega cor-reta lixo, ela pede que todas procurem compreender as dificuldades dos agentes am-bientais e facilitem o trabalho deles.

“Quando vocês colocarem cacos de vidro no lixo, – diz ela – enrolem os pedaços em folha de jornal; isso evita que a gente corte as mãos ao pe-gar as sacolas de lixo, mesmo estando de luvas.” A agente ambiental recomenda ainda que jornais e garrafas sejam colocados em sacos apropria-dos e amarrados, para evitar que o material caia pelo ca-minho.

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matéria de capa

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A equipe de São José coleciona títulos, é base da seleção brasileira e gerou um projeto social que beneficia 130 crianças e jovens de famílias carentes

Aldenízia e Joames Lopes saíram de Joaíma, no Vale do Jequitinhonha (MG), há 17 anos, e se instalaram com os filhos no Campo dos Alemães, na zona sul da cidade. Chegaram a pen-sar que os filhos pudessem ser joga-dores de futebol e com isso ajudar a família a realizar seus sonhos. Não poderiam imaginar que cinco das seis crianças despontariam num esporte inteiramente novo para eles, cheio de lances duros e jogadas com nomes em inglês.

Gilliard, Pedro, Gleice, Rodrigo e Lucas são craques do rúgbi – ou ru-gby, como se escreve na Inglaterra, onde o esporte nasceu há quase 200 anos. Eles começaram a jogar escon-didos da família porque acharam que os pais não entenderiam. Na verda-

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MATÉRIA DE CAPA

A capital Pedro Henrique, exemplo para os irmãos Rodrigo, Gleice e Lucas e craque do São José Rugby e da seleção brasileira juvenil

nacional dorúgbi

de, dona Aldenízia estranhou muito aquele jogo cheio de agarrões, e qua-se invadiu o campo no dia que um dos meninos foi derrubado e ficou cheio de dores pelo corpo. Agora, ela dá a maior força aos filhos, é voluntária na cozinha do clube e encabeça rifas e bingos para ajudar nas despesas.

Os cinco estão ligados ao São José Rugby, fundado em 1984 e que cole-ciona títulos estaduais e nacionais nas categorias juvenil e adulto. Gilliard tem 21 anos, foi destaque no time, traba-lha, estuda computação, ajuda na ad-ministração e no site do clube. Pedro, como o irmão, treinava judô no Caic Dom Pedro quando conheceu a mo-dalidade. É titular na seleção brasileira juvenil, treinou sete meses na França e é referência em casa para os outros irmãos. Gleice joga na equipe feminina e Lucas, o caçula, largou o futebol e pensa no futuro: “Quero ser um gran-de jogador, como meu irmão”, diz ele.

Aos 18 anos, Pedro Henrique Lo-pes já é um veterano de seleção bra-sileira: está na terceira convocação. Além dele, outros cinco rugbiers de São José foram convocados e parti-cipam do campeonato sul-americano em Assunção, no Paraguai: Luiz Gus-tavo Vieira, Rafael Morales e Saulo de Oliveira – ambos pela segunda vez – e Jefferson Felisberto e Lucas Abud An-drade, que estreiam na competição.

Pedro Henrique e Luiz Gustavo, por sinal, foram selecionados no final do ano passado e passaram sete me-ses na França em atividades de inter-câmbio com equipes de rúgbi daquele país. Conheceram cidades, aprende-ram um pouco de francês, treinaram com algumas equipes e retornaram a São José em agosto, e já têm convites para participar de outros torneios no país e no exterior.

Exemplos assim incentivaram os organizadores da equipe joseense a criar o Rugby Social em 2008, que já atendeu cerca de 500 crianças de famílias carentes da cidade. No início deste ano, a Prefeitura decidiu incor-porar o projeto ao programa Atleta

Cidadão, que tem 130 participantes nessa modalidade, em equipes mas-culinas e femininas, divididas por faixa etária. Eles treinam de segunda a quinta-feira, com uma hora de gi-nástica, duas de fundamentos e uma refeição completa.

O esporte chegou a São José pelas mãos de professores estrangeiros que, a partir da década de 1950, vieram dar aulas no ITA. Em 1984, o argentino Guilhermo Collins e o francês Domi-nique Constant começaram a reunir universitários e, depois, os filhos dos amigos e as crianças da mesma ida-de para formar as primeiras equipes e promover jogos entre elas. Dessa ini-ciativa surgiu o São José Rugby.

A equipe juvenil, que foi treinar na França e é oito vezes campeã brasileira

MAIS DOIS BAIRROS TêM ACADEMIAS AO AR LIVRE

Moradores dos bairros Vista Linda e Jardim da Granja já dispõem de academias ao ar livre para se exercitar diariamente com orientação de monitores da

Secretaria de Esportes e lazer. Agora, a cidade chega a 32 academias instaladas.

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7 | Jornal da Cidade | setembro de 2011

27º lugarEssa é posição doBrasil no rankingmundial de rúgbi

Afinal, que esporte é esse?

Quem se interessa em conhecer o rúgbi logo fica sabendo que os principais atributos do jogador são a força, a agilidade e a estra-tégia de jogo. O público jo-vem do sexo masculino é o maior interessado no espor-te que mais cresce no país e no mundo e começa a che-gar à televisão com trans-missões de jogos ao vivo. O Brasil tem cerca de 10 mil jogadores, 230 clubes em 22 estados e uma federação nacional que organiza os principais campeonatos.

A linguagem típica do rúgbi é toda em inglês e começa a ser adaptada. Ta-quear, por exemplo, é der-rubar o atacante e impedir sua progressão; “modele-te” é o camisa 10, o arma-dor das jogadas, e o full back é o último defensor, o grandalhão encarregado de agarrar o adversário e impedir que ele marque um gol – ou try, como dizem os fãs desse esporte.

Tem lugar para todos os físicos. Tipos atarracados, pesados, são bons para pri-meira linha; os grandalhões, que são mais lentos, podem ser segunda linha e jogar protegendo quem está com a bola. Para ser terceira linha não é preciso ser grande, mas tem que ser rápido e ter muito fôlego. Baixinhos ha-bilidosos podem ficar como jogador 9, ou ser armadores (jogador 10). Para o 11 e o 14, não importa o biotipo, pois eles são pontas, defen-dem e atacam, mas o 12 e o 13 precisam ser atletas, for-tões, se possível.

Embora de muito conta-to físico, não é um esporte violento. As regras são du-ras, até mesmo quanto à cortesia e ao respeito pelo adversário. O jogo tem dois tempos, mas sempre há uma terceira parte, que não está nas regras: é a reunião das duas equipes para come-morar a partida e comentar lances e expectativas. O ter-ceiro tempo é para esque-cer possíveis rivalidades e construir amizades entre os atletas. Segundo o costume, a despesa é bancada pelo time da casa.

Tudo começou durante um jogo de futebol

Conta-se que o esporte nas-ceu no norte da Inglaterra, por causa de uma desobediência às regras do futebol. Durante uma partida na Rugby School, o joga-dor William Webb Ellis irritou-se com a monotonia da disputa, agarrou a bola com as mãos e saiu correndo até a linha de fun-do adversária, sob dura perse-guição dos demais.

Começava ali um novo es-porte, que hoje é praticado por equipes de sete (seven) ou 15 jogadores, num campo pouco maior que o de futebol. As tra-ves têm formato de H e o gol é marcado quando a bola oval é chutada e passa entre as balizas superiores, ou é levada nas mãos até a última linha do adversário.

A África do Sul é a atual cam-peã mundial. A Copa do Mun-do está sendo disputada por 20 equipes na Nova Zelândia e ter-mina em outubro. O Brasil perdeu a vaga lá, mas, como país-sede, está garantido na Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro.

TIME ADULTOl Seis vezes campeão brasileirol Oito vezes campeão paulista

EQUIPE JUVENILl Onze vezes campeã paulista l Oito vezes campeã brasileira

As conquistas do São José Rugby

ONDE APRENDER E PRATICARSão José RugbyTem sete equipes, com mais de 200 atletas Categorias por faixa etária: M13, M15, M17 e M19Adulto, veterano, feminino

Treinos: às terças e quintas-feiras, à noite

Local: Praça Florípedes Bicudo, no Jardim Esplanada

Rugby Social/Atleta CidadãoTem 130 crianças e jovens inscritosAté 30 atletas por categoria: M13, M15, M17 e feminino

Treinos: de segunda a quinta-feira, às 15h

Local: Teatrão da Vila IndustrialRua Ricardo Edwards 95

AçãO JUVENTUDE COMPLETA SEIS ANOS DE ATIVIDADES

A Ação Juventude completou em setembro seis anos de atividades e chegou à 46ª edição. É realizada mensalmente e leva ao público jovem opções de esportes, cultura, prestação de serviços. Envolve mais de 100 parceiros e grupos da sociedade civil.

n PENSE NISTO

Informação é vitalAs mudanças em geral, por me-

nores que sejam, costumam provo-car ansiedade e levantar dúvidas. São reações compreensíveis, porque qualquer pessoa está sujeita a elas. Cabe ao administrador adotar pro-vidências para que situações des-se tipo não tenham consequências maiores, principalmente quando se trata do setor público e quando en-volve o interesse e a vida de milha-res de pessoas.

No caso da Prefeitura de São José dos Campos, era de se esperar que o projeto do novo Plano de Carreira despertasse discussões variadas. Foi pensando nisso que os técnicos pro-curaram cercar-se de todos os cui-dados. Primeiro, foi feito um amplo levantamento, por meio da Funda-ção Getúlio Vargas, e a seguir foram realizadas inúmeras consultas inter-nas e externas.

O Plano só começou a ganhar cor-po depois que a administração ficou conhecendo a fundo as característi-cas do atual quadro de servidores, o perfil profissional da categoria, o histórico das carreiras e dos salários, as normas de evolução profissional e o impacto dessas condições sobre as finanças do município.

Desde o início, os técnicos da Prefeitura vêm se reunindo com es-pecialistas e debatendo com servi-dores as melhores alternativas. Eles estudaram planos que deram certo em outros municípios, receberam sugestões de entidades, de sindictos e associações de funcionários pú-blicos, de vereadores, de colabora-dores diversos. Depois de pronto, o projeto foi modificado várias vezes para incorporar ideias e soluções.

O Plano de Carreira continua em discussão. Já foi apresentado em dez encontros com professores e outros profissionais da educação e em mais sete reuniões com funcionários do Paço Municipal e das regionais. Tudo está sendo explicado para que, ao comprrender melhor a necessida-de dele, todos possam participar da efetivação desse plano.

Informar-se corretamente, além de direito de todos, é essencial e, certamente, levará à compreensão de que o plano é estratégico para a administração pública e bom para o futuro quadro de servidores. Ele vai garantir aos funcionários a oportu-nidade de uma carreira promissora, em que o mérito e a competência se-rão reconhecidos e valorizados. Pela administração e pela comunidade.

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Os produtores interessados

em obter orientações e

informações complementares

devem procurar os técnicos

do Proder no 4º andar do

Paço Municipal, sala 1.

O serviço funciona de segunda

a sexta-feira, das 8h15 às 17h15.

Anote

8 | Jornal da Cidade | setembro de 2011

nossa cidade

Programa da Prefeitura apoia os produtores rurais e faz crescer o interesse pela criação de caprinos na região

Uma aposta nas cabras

Há dois anos, Lore Astrid e o mari-do, Antônio Osny de Toledo, decidiram iniciar uma criação de cabras num sítio de seis alqueires, onde vivem, no bair-ro do Turvo, região norte da cidade. Compraram três cabeças e começaram a aprender as técnicas básicas de ma-nejo. Quando perceberam que o ne-gócio era promissor, foram adquirindo mais. Hoje, o plantel já tem 23 animais, a produção chega a cem litros de leite por semana e o plano é aumentar o re-banho para 80 ou 100 reses.

Lore e Osny já trabalham com al-guma tecnologia. Utilizam vassoura de fogo e revestimento com cal para limpar e esterilizar as instalações; Aai-mentam os animais com ração diferen-ciada, composta de vitaminas, soja e sal mineral apropriado. Por enquanto, consomem parte do leite e transfor-mam a outra porção em massa láctea, que é entregue nas queijarias da re-gião. A ideia é partir para a produção de derivados, sem pretensões exage-radas, mas com muita qualidade.

O que mudou a perspectiva do ca-sal na curta trajetória de caprinoculto-res foi a orientação que receberam da equipe de agronomia e veterinária do Programa de Desenvolvimento Rural (Proder), coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de São José dos Campos. Graças a essa atuação, o número de criadores de cabras vem aumentando na zona rural joseense. Há três anos, eram apenas três os interessados, e hoje já existem pelo menos vinte cria-dores de cabras no município.

“Nós ajudamos em todos os pas-sos da produção”, explica a veterinária Milena Mello. Desde a adequação do local, estrutura física e as baias até a composição adequada dos insumos para ração, manejo e cuidados com a saúde dos animais. Ela presta assis-tência direta para oito produtores e acredita que esse tipo de negócio tem boa viabilidade na região. Segundo a profissional, a caprinocultura de leite tem custos menores, permite bom aproveitamento de áreas pequenas e montanhosas e tem mercado cres-cente para a produção.

“Se fizermos uma comparação en-tre os custos de produção, uso de pas-

3947-8513É o telefone para

obter informaçõessobre o Proder

Comente esta notí[email protected]

tagens e área ocupada pelos animais, criar oito cabras é mais econômico do que manter uma vaca na proprieda-de”, argumenta Milena. Segundo ela, no prazo de dois anos, a caprinocultu-ra bem orientada começa a compen-sar os investimentos realizados, além de ser uma das atividades mais rele-vantes no esforço de dar condições de sobrevivência e manutenção do trabalhador rural no campo.

De acordo com a veterinária, é fun-damental que as pessoas saibam dos riscos da atividade. “Não dá para pla-nejar e montar uma criação sem saber o que vai ser feito com o produto final, para quem ele vai ser vendido e como será distribuído”, lembra. Na região, já existem pequenos e médios laticínios trabalhando com derivados de leite de cabra, a maioria deles vendendo os produtos para grandes centros, como São Paulo e Campinas. Essas empre-sas são potenciais compradoras do leite produzido em São José.

Nesse momento, o leite de cabra

é muito mais atrativo para o produtor que o de vaca, mesmo em período em entressafra, quando as cotações são maiores. Hoje, o leite de vaca é entre-gue nas cooperativas por cerca de 85 centavos o litro – o leite de cabra está cotado a R$ 2,20. O mercado é atra-ente, principalmente porque o pro-duto tem qualidade nutritiva, menos colesterol e menos açúcar e é espe-cialmente recomendado para pessoas alérgicas à lactose e ao leite de vaca.

O queijo de cabra chega a custar R$ 120 o quilo, enquanto o de vaca fica em torno de R$ 13 em média. Consi-derados finos, os queijos de cabra são encontrados com maior frequência em restaurantes, hotéis, empórios e pouquíssimos supermercados.

Além de ter uma longa lista de de-rivados, o leite de cabra é recomen-dado para a maioria das pessoas alér-gicas ao leite de vaca, e é bem aceito por crianças e idosos. É largamente utilizado em pratos, molhos e pela insdústria de cosméticos.

Lore e Antônio, com a veterinária Milena, têm planos

para ampliar a criação

O QUE É O PRODERA equipe do Proder iniciou

há cerca de dois anos o traba-lho de extensão rural e apoio à criação de cabras. Nas visi-tas às propriedades, os profis-sionais verificam as condições do plantel e orientam os pro-prietários, além de identificar alternativas de colocação da produção no mercado. Os produtores também são con-vidados para cursos de capa-citação, visitas técnicas e par-ticipação em feiras e eventos de interesse do setor.

O programa procura de-senvolver o potencial local e alternativas econômicas viáveis e de interesse do município nos setores de agropecuária e agroindústria. Proporciona assistência técnica e extensão rural, apoio na formação de mão de obra e disseminação de tecnologias modernas de manejo, cultivo e comercializa-ção, além de fazer inspeção de instalações e alimentos pro-cessados de forma artesanal e por agroindústrias.

EXPORTAçõES DE SãO JOSÉ TêM AUMENTO DE 75%

São José dos Campos alcançou a posição de segundo maior exportador de produtos industrializados do país, atrás de São Paulo e à

frente de São Bernardo do Campo. O total exportado pelo município em agosto superou US$ 652 milhões.

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9 | Jornal da Cidade | setembro de 2011

nossa cidade

Novo programa começa pela região norte da cidade, já atende 913 famílias do Bonsucesso e chegará ao Buquirinha até o final de outubro

Os hábitos estão mudando na casa de Márcia Alves Firmino, no bairro do Turvo, zona rural de São José dos Campos. A dona de casa refez a dieta da família, cortou os doces, reduziu a quantidade de gordura na comida e eliminou os refrigerantes. A mudança segue orientação médica e vem be-neficiando toda a família.

Márcia, o marido e as quatro fi-lhas fazem parte das primeiras 913 famílias que passaram a receber vi-sitas rotineiras das equipes pioneiras do programa Estratégia de Saúde da Família (ESF). Esse trabalho começou em junho na região do bairro Bonsu-cesso e até o final de outubro chega-rá ao Buquirinha, onde vão atuar três equipes médicas.

Gisele, de 9 anos, é uma das filhas e tem diabetes. A doença foi diagnos-ticada há poucos meses e a mãe não sabia como tratar a filha. “Agora sinto que não estou sozinha, porque tenho para quem falar das minhas angústias e me ensinar como cuidar da minha menina”, comenta Márcia.

Ela demorava cerca de duas horas para chegar até a Unidade de Pronto

Comente esta notí[email protected]

Atendimento (UPA) da Região Norte. “Antes, quando minha filha passava mal, eu corria em busca de socorro, mas agora descobri que posso re-solver muitos problemas em casa, aprendi sobre a doença e posso tratar melhor da minha filha.”

O trabalhador rural aposenta-do Vicente de Campos, de 82 anos, mora no Bonsucesso e também está no programa. Ele tem problemas no coração e passa boa parte do dia na cama. A mulher dele, Maria Apareci-da, de 77 anos, sofre de pressão alta e diabetes e recebeu a equipe com ale-gria. “É muito bom porque eles estão vindo aqui, porque a gente é atendi-da em casa e vai menos para a cidade em busca de médico”, diz ela.

A equipe do ESF na região tem um médico, um enfermeiro, dois auxilia-res de enfermagem e quatro agentes comunitários. Na segunda quinzena de outubro, três outras equipes vão trabalhar na região do Buquirinha. “É um trabalho de prevenção de do-enças e de promoção de saúde”, in-forma a enfermeira Denise Bambace, coordenadora do programa.

As visitas são principalmente para a população que não tem condições de buscar atendimento, porque vi-vem distantes das unidades básicas de saúde (UBS), vivem em situação de risco, estão acamados ou não dis-põem de transporte. “Algumas mo-ram a 30 quilômetros da UBS”, diz a coordenadora.

“Estamos resgatando pacientes que não iam à UBS há muito tempo, e con-

Saúde em família

3.058famílias vão ser

atendidas pelas equipesdo ESF na zona norte

ONDE AS EQUIPES VãO ATUAR

REGIãO DO BONSUCESSO

Guirra, Rio das Cobras, Santo Agostinho, Terra Boa, Sobrado, Bonsucesso, São João, Pau de Saia, Turvo e Bengalar.

2.400 habitantes913 famílias Uma equipe

REGIãO DO BUQUIRINHA

Buquirinha (1,2 e 3 ), Mirante do Buquirinha, Freitas, água Soca, Taquari, Bengalar, Chácaras Boa Vista e Costinha.

9.838 habitantes 2.145 famílias Três equipes

seguimos diagnosticar várias pessoas com problemas de hipertensão e dia-betes, além de crianças que nunca ha-viam passado por uma consulta ou não tinham acompanhamento médico”, diz a enfermeira Heloísa de Oliveira.

Os agentes comunitários têm pa-pel fundamental nesse desafio. Eles moram na região em que trabalham e ficam em contato permanente com a comunidade. Têm a incumbência de comunicar aos médicos da equipe os casos que precisam de cuidados intensivos. São eles que controlam a agenda de consultas, as vacinas, a ad-ministração dos remédios.

É o caso de Dheli Aparecida da Sil-va, de 23 anos, que mora no Turvo. Ela trabalhava como diarista e é agen-te comunitária de saúde há um ano e meio. “Agora eu tenho um olhar diferente para o lugar onde moro, porque passei a conhecer muita gen-te da vizinhança que precisa de aju-da, e posso ajudar a melhorar a vida delas”, afirma. O programa também a ajudou a ter nova perspectiva de vida: ela quer ser auxiliar de enfermagem. “E se Deus quiser, vou conseguir e me aperfeiçoar ainda mais.”

Márcia, com uma das filhas, recebe a equipe do ESF

Dona Maria, mais tranquila com o atendimento da equipe médica em casa

ESTADO INAUGURA O CENTRO LUCy MONTORO

Com 1.880 metros quadrados de área construída, o Centro de Reabilitação Lucy Montoro foi inaugurado em 17 de setembro pelo governador Geraldo Alckmin. Foram investidos R$ 5 milhões na obra, realizada em parceria entre o governo estadual e a Prefeitura.

O aposentado Vicente, controle de pressão e medicação em casa

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nossa cidade

10 | Jornal da Cidade | setembro de 2011

A história documentada

Em 2008 o estudante de história Alessandro Santana da Cunha pre-parava o trabalho de conclusão de curso e escolheu abordar as ligações do escritor joseense Cassiano Ricar-do com o governo Getúlio Vargas no período conhecido com Estado Novo (1937-1945). Grande parte da pesquisa foi feita no Arquivo Público do Município, onde ele se debruçou sobre ouro puro: a biblioteca parti-cular e o conjunto de documentos doados pela família do autor.

“Lá tem documentos fantásticos, e nem sempre as pessoas sabem disso”, lembra Alessandro. As obras, os escritos e objetos do filho mais ilustre da terra são uma pequena amostra da riqueza disponível para o acesso gratuito aos interessados, especialmente aos pesquisadores e estudiosos.

Lá estão cerca de cem volumes de livros raros, uma biblioteca de referência e mais de 40 coleções particulares, que somam aproxima-damente 9 mil títulos. E ainda, 14 mil imagens com registros de eventos, personalidades, imóveis e lugares públicos que testemunham a evo-lução urbana desde a década de 1920.

“O arquivo é o lugar onde os do-cumentos têm vida permanente”, define a historiadora Edna Martelo, que trabalha há dez anos no espaço. Ali estão cerca de 800 conjuntos ar-quivísticos, datados desde o século

Arquivo Público guarda documentos, livros, peças de arte e equipamentos que podem contar em detalhes a história da cidade e de seus personagens

18. Se fosse medido em linha reta, esse material ocuparia quatro quilômetros. Entre os textos mais antigos, estão as ordens régias – escritas em português arcaico –, e as primeiras atas da Câmara Municipal, de 1803.

Vinculado à Fundação Cultural Cas-siano Ricardo, o arquivo joseense com-pleta 18 anos em outubro e serve de modelo à preservação da memória do povo. “São José irradia conhecimento para os municípios vizinhos e é refe-rência em gestão documental”, acentua Igor Blumer Marangone, executivo do Arquivo Público do Estado.

Foi à coleção de jornais do Arqui-vo, com exemplares intactos de várias fases da imprensa local, que os técni-cos do Instituto Geológico recorreram em 2009 para pesquisar inundações, enchentes e alagamentos ocorridos no Vale do Paraíba nos últimos 40 anos.

No setor chamado de reserva técni-ca estão exemplares de produtos que eram feitos na cidade e despachados mundo afora, como as louças da Cerâ-mica Weiss e os bonecos dos persona-gens do anúncio de televisão dos Co-

bertores Parahyba nas décadas de 60 e 70 – o jingle dizia: “Já é hora de dormir, não espere a mamãe mandar...”

Máquinas e equipamentos, como teares mecânicos, relógios de ponto e uniformes da Tecelagem Parahyba, e formas e moldes para louças da Cerâ-mica Weiss completam a coleção que conta a história das indústrias pioneiras da cidade. São muitos objetos para ver, apreciar e lembrar.

O acervo de artes plásticas contém réplicas de esculturas, pinturas acríli-cas, óleos sobre tela, mosaicos e obras de arte sacra, como imagens de santos, crucifixos, castiçais, paramentos litúrgi-cos, oratórios, livros religiosos, bandei-ras de procissão e outras peças datadas do século 18 ao 20 e confeccionadas por artistas e artesãos anônimos do Vale do Paraíba e de outras regiões.

A historiadora Edna Martelo perto de uma raridade: a primeira

impressora da Gráfica Municipal

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ONDE FICA

Avenida Olivo Gomes 100, Santana (ao lado da Fundação Cultural)

Funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

O acervo de documentos também está disponível na internet, no site da

Câmara Municipal.

www.camarasjc.sp.gov.br/ promemoria

NO FINAL DE OUTUBRO, A SEMANA CASSIANO RICARDO

Varal poético, oficinas literárias, documentários sobre grandes escritores brasileiros, filmes, e uma peça de teatro baseada na obra de Mário Quintana

são algumas das atrações da Semana Cassino Ricardo, que a Fundação Cultural realiza de 22 a 28 de outubro, em homenagem ao poeta joseense.

Ordem régia, em português arcaico Mural da residência de Mário Weiss Documentos e imagens para pesquisas

3924-7327É o telefone para mais informações sobre o Arquivo

MEMÓRIA DA CIDADE

Você pode contribuir para enriquecer ainda mais o acervo do Arquivo Público

Municipal e ajudar a preservar a memória da cidade.

Você pode doar documentos ou peças de valor histórico,

equipamentos e materiais antigos, cerâmicas, obras de arte, imagens,

fotografias, slides ou filmes.

Podem ser agendadas visitas monitoradas para grupos de

professores e alunos.

O passeio começa com uma breve expedição às trilhas do

Parque da Cidade.

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nossa cidade

1.383.064ACESSOSforam feitos ao

site da Prefeitura em agosto

4.173

VISITASàs páginas da

Prefeitura vieramde celulares

62PAÍSES

foram a origem dos acessos ao site oficial em agosto

1.279VEZES

o site oficial foivisitado a partir dos

Estados Unidos

6 MILPESSOASacompanham as

notícias da Prefeiturapelas redes sociais

27.730CONSULTASàs notícias do site

foram feitas duranteo mês de agosto

ufique sabendo

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O site da Prefeitura de São José dos Cam-pos superou em agosto a barreira de 1 milhão de consultas por mês, melhor resultado desde sua criação, em 1995. Foram 1.022.064 visua-lizações feitas a partir de máquinas diferentes (IPs únicos). O número é calculado pela ferra-menta Google Analytics, que também apontou recorde de visualizações, ou seja, o site foi visto quase 1,4 milhão de vezes nesse período.

As páginas mais procuradas continuam sendo aquelas que oferecem aos cidadãos in-formações sobre vagas de emprego, horários e itinerários de ônibus, concursos públicos e notícias da administração municipal. O site foi consultado a partir de 434 mil endereços ele-trônicos no Brasil e mais de 4 mil no exterior – Estados Unidos, Espanha, Reino Unido, Japão, Taiwan e outros países. Apenas da capital pau-lista vieram mais de 51 mil contatos.

Ficou claro que a maioria dos frequentado-res do site sempre volta: 73% dos internautas retornaram mais de duas vezes às páginas da Prefeitura na internet. O caminho para o portal também foi facilitado por meio da participação nas redes sociais, como Youtube, Twitter, Orkut e Facebook, como também pelos produtos de comunicação distribuídos ao público por e-mail ou pela web, como boletim diário São José Hoje

e o Jornal do Consumidor, que é semanal.

As mudanças introduzidas no portal em ju-lho contribuíram muito para esse aumento na quantidade de acessos. A nova configuração tem aspecto gráfico moderno e segue critérios e padronizações de governo eletrônico, que facilitam o acesso à informação procurada e tornam a navegação mais simples. Além disso, tem galerias de imagens e vídeos, e passou a utilizar a certificação digital para dar mais se-gurança ao usuário.

Em breve o site terá o conteúdo completo em versões em inglês e espanhol on-line e trará ainda serviços como a nota fiscal eletrônica, o portal Trabalho sem Barreiras (espécie de ban-co de empregos para pessoas com deficiência) e audiências públicas pela internet.

Primeiro, eles pesquisaram na internet sobre os recursos e selecionaram imagens relacionadas ao ambiente marinho. Depois, utilizaram da própria criatividade para uma releitura do material, traduzindo suas impressões com técnicas de textura e tinta guache. O resultado é uma coletânea de poesias e de obras de arte, organizadas pela professora Joana Montes. Os autores são meninos e meninas portadores de deficiência que estudam na Escola Municipal Ildete Mendonça Barbosa, do Residencial União, na zona sul da cidade.

ELAS PINTAM E DECLAMAM O QUE APRENDEM NA ESCOLA

1.022.064cliquesSite da Prefeitura bate recorde de acessos em agosto

www.sjc.sp.gov.brÉ o site para você se

cadastrar para receber os informativos da

Prefeitura de São José

90serviços on-line

são oferecidos pelosite da Prefeitura

UFOP FORMA PRIMEIRA TURMA DE ADMINISTRAçãO

32 alunos do curso de Administração Pública receberam os diplomas de graduação. Eles iniciaram em 2007 o curso, que é ministrado por educação a distância pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), mediante convênio com a Prefeitura. A cerimônia foi aberta por um coral de alunos da rede municipal(foto).

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12 | Jornal da Cidade | setembro de 2011

CARLOS CANELLAS

“Mais importante que a conquista é a forma como percorremos o caminho até ela” Carlos Canellas

“Minha história começa no Hos-pital Pio XII, como bom joseense, em abril de 1973”. Foi assim que Carlos Canellas começou a contar sua traje-tória de vida, do menino que adorava brincar nas ruas do Jardim da Granja, ao homem que queria ser militar e vi-rou empresário, e que em 7 de maio de 2011 entrou para a história após es-calar o Monte Everest e atingir o cume dessa montanha de gelo a quase 9 mil metros de altitude. Foi o primeiro jose-ense e um dos raríssimos brasileiros a chegar lá.

Da infância, ele traz boas lembran-ças dos tempos em que seguia à risca tudo que o pai recomendava. Recorda que Seu Gilis, homem simples, moto-rista no Inpe, fez de tudo para garan-tir aos filhos uma vida saudável e feliz. “Meu pai me ensinou a ter honra e for-ça para lutar”, declara. Enquanto a mãe, a mineira Carmem, teve que deixar o emprego de enfermeira para cuidar dos dois filhos e da casa, uma vez que a profissão do marido exigia dele mui-tas viagens.

Movido a sonhos, aos 23 anos o jovem Carlos tirou os planos do papel e, mesmo sem capital disponível, criou uma empresa de fabricação e distribui-ção de materiais para embalagens. “Foi

gente daqui

Movido a desafios, o empresário Carlos Canellas levou o nome da cidade a mais de 8 mil metros de altura e entrou para o seleto grupo de onze brasileiros que conseguiram chegar ao cume do Monte Everest

pernas, alucinações, e pode chegar ao ataque cardíaco. O oxigênio no ar é tão pouco que o cérebro pode entrar em colapso. Nessa altitude, o alpinista pre-cisa respirar 15 vezes para dar um pas-so e, no esforço final de atingir o cume, queima até 15 mil calorias, dez vezes mais do que o corpo utiliza em condi-ções normais de pressão e temperatu-ra. Por isto, é preciso levar um tubo de oxigênio suplementar.

A expedição decidiu subir pela face sul da montanha, caminho seguido pela maioria dos alpinistas que chega-ram ao topo – somente nessa tempo-rada, três pessoas morreram subindo ou descendo por aquele trajeto. O gru-po ficou acampado dez dias, esperan-do o tempo melhorar. Era 6 de maio, ventos fortes e gelados sopravam a 70 quilômetros por hora, fazia 15 graus negativos. “Estávamos como cachorros presos à coleira, loucos para avançar montanha acima”. Às 22h, Canellas e o parceiro Carlos Santalena iniciaram a subida.

Às 9h50 do dia 7 de maio de 2011, a dupla estava no ponto mais alto do Everest. “É uma sensação indescritível”, conta Carlos. Somente onze brasilei-ros chegaram até lá. “Eu lembrava de tudo que passei, da honra que meu pai sentiria, e do meu filho, de apenas 28 dias, que me esperava no Brasil; e eu com mais essa conquista para me or-gulhar”.

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Carlos Eduardo CanellasJoseense, nascido em 27 de abril de 1973Filho de Gilis e CarmemIrmão de MarcoEstudou na Escola Municipal Maria Nazaré de Moura Veronese, no Jardim da GranjaEmpresário, técnico em Administração de EmpresasPai de Carlos Eduardo JúniorMora no bairro Vista Verde

uperfil

meu irmão que emprestou um cheque e com ele eu comprei a gasolina para fazer a primeira entrega da firma”, con-fessa. A empresa vai bem e funciona no Jardim Diamante.

Enquanto trabalhava, Carlos ia se envolvendo com o mundo fantástico dos desafios e de muita adrenalina. Co-meçou com o paraquedismo e, numa sequência alucinada e em várias partes do país e do mundo, arriscou mergu-lhos no fundo do mar, rafting pelos rios e correntezas, rapel nas montanhas e cavernas, voos de paraglider... Mas ain-da faltava alguma coisa.

Carlos queria de todo jeito entrar para a Legião Estrangeira Francesa, tro-pa de elite criada para defender os in-

teresses da França nos territórios de ul-tramar controlados pelo país. A Legião tem pouco mais de 7 mil voluntários, que se inscrevem na expectativa de encontrar aventura permanente, bom salário e possibilidade de se tornarem cidadãos franceses.

“Sendo da Legião, eu uniria duas coisas que sempre quis: ser militar e me aventurar”, diz Carlos. Mas quan-do estava prestes a embarcar para a França, sofreu um acidente no trabalho quando operava uma empilhadeira. Na mesa de cirurgia, foi avisado que a lesão era grave, e eram pequenas as chances de recuperar os movimentos do braço.

Carlos pediu aos médicos que, se fosse o caso, lhe colocassem um gan-cho no lugar do braço, porque preci-saria dele para superar outro desafio. “Naquela hora eu prometi escalar os 8.850 metros da montanha mais alta do mundo”, conta, emocionado. Recu-perado, procurou o alpinista Rodrigo Ranieri, que subiu o Everest em 2008, e com ele treinou quase três anos. Em março passado, achou que estava pronto e partiu para a fronteira entre o Nepal e o Tibet (China).

O sonho era tão grande quanto o desafio. A 8 mil metros de acima do nível do mar, se está a um passo da “zona da morte”. O “mal da montanha” começa com dor de cabeça, perda da visão, congelamento dos pés e das

nas alturasjoseenseUm

Santalena, Rodrigo Ranieri e Canellas, no acampamento, antes da escalada final até o cume do Everest