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Oeiras e São Julião da Barra Munícipes comentam situação do concelho e do país. Leões de Porto Salvo apostam no ténis de mesa. Conheça os benefícios do café para combater a progressão da hepatite C numa entrevista. Jornal quinzenal do Concelho de Oeiras Diretora: Graça Tracana N.º 55 20 dez. 2011 a 16 jan. 2012 PUB JF OEIRAS E S. JULIÃO DA BARRA Em análise Desporto Saúde Conheça algumas das iniciativas do concelho. Natal p.6 p. 12 e 13 p. 14 p. 15 Freguesia valiosa pela costa e rica em património Suplemento p. 7-11 PUB VERÓNICA FERREIRA A AH Bombeiros de Paço de Arcos atravessa uma grave crise de sustentabilidade que pode pôr em causa a continuidade dos serviços a partir de fevereiro. AHB Paço de Arcos p.4-5

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edicao 55 dezembro 2011

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Oeiras e São Julião da Barra

Munícipes comentam situação do concelho e do país.

Leões de Porto Salvo apostam no ténis de mesa.

Conheça os benefícios do café para combater a progressão da hepatite C numa entrevista.

Jornal quinzenaldo Concelhode Oeiras

Diretora:Graça Tracana

N.º 5520 dez. 2011 a 16 jan. 2012

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Em análise

Desporto

Saúde

Conheça algumas das iniciativas do concelho.

Natal • p.6

• p. 12 e 13

• p. 14

• p. 15

Freguesia valiosa pela costa e rica em património

Suplemento p. 7-11

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A AH Bombeiros de Paço de Arcos atravessa uma grave crise de sustentabilidade que pode pôr em causa a continuidade dos serviços a partir de fevereiro.

AHB Paço de Arcos • p.4-5

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2 • 20 de dezembro de 2011 a 16 de janeiro de 2012 Atualidade

editorial

Boas Festas!SugeStão Cultural BREVES concelho

FICHA TÉCNICADiretora: Graça Tracana

Redação: Sofia Filipe e Verónica Ferreira.

E-mail: [email protected]

Fotografia: Sofia Filipe, Ramiro Farrolas e Verónica Ferreira

Conceção Gráfica: Rita Fialho e Vera Tracana

Diretor Comercial: Joaquim Santos

Equipa Comercial: Alexandre Castanhas, Paula Vidal, Ramiro Farrolas.

E-mail: [email protected]

Serviços Administrativos: Alexandra Dias

Morada: Avenida Dos Bombeiros Voluntários Nº19, Loja 12725-592 Mem Martins

Tlf: 21 920 55 25 / 21 920 53 29

Blog: www.correiodeoeiras.blogspot.com

Periodicidade: quinzenal; Tiragem média: 35000

Propriedade: Lançar Idéias, Lda.; NIF: 507922093Registo da ERC N.º: 125477Depósito Legal: 277926/08

Impressão: Gráfica Funchalense

INTERDITA A REPRODUÇÃO DE TEXTOS, IMAGENS E ANÚNCIOS DE PUBLICIDADE SEM O DEVIDO CONSENTIMENTO DA DIREÇÃO DO JORNAL

AS NOTÍCIAS DESTE JORNAL FORAM REDIGIDAS AO ABRIGO DO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO.

O Clube Recreativo Leões de Porto Salvo recebeu a certificação ISO 9001:2008, segundo a norma inter-nacional de gestão e qualidade para a componente de “Gestão da utilização do seu Complexo Social e Desportivo”. Este galardão será entregue pela APCER – Associação Portuguesa de Certificação no dia 21 pelas 18h30. A par dos Leões de Porto Salvo esta certificação só existe no Sporting Braga SAD, no Futebol Clube do Porto SAD e no Sporting Clube Portugal o que aumenta a importância da distinção.

CR Leões de Porto Salvo recebe certificado de qualidade

A primeira fase da obra de requalificação da Vila Shore, no Dafundo, já está concluída. Dos quatro edifícios adquiridos pela Câmara Municipal de Oeiras, no âmbito do Programa Habitação Jovem, dois já têm a obra de recuperação concluída. A inauguração será dia 21 de Dezembro pelas 11h00, na Avenida Ivens (Avenida Marginal), números 3a e 3b. A empreitada, agora concluída, constituiu um investimento de 158.777,40 euros e foi executada num prazo de 10 meses.

Oeiras aprovou um Orçamento de 155.987.354,00 de euros. A verba apresenta uma redução de 10,35% ou seja, cerca de 18 milhões de euros,

Mais dois edifícios recuperados em centro histórico

CMO: Orçamento 2012 aprovado

A CMO já aprovou a adjudicação da empreitada à firma Habitâmega - Construções, S.A., com um prazo de 365 dias e pelo valor de 1.008.696,97 euros (IVA não incluído). A consignação desta obra está prevista para o início de 2012, após Visto do Tribunal de Contas. Para além da intervenção no edificado, será realizada outra empreitada, de Arranjos Exteriores, abrangendo zonas adjacentes aos arruamentos confinantes e as áreas envolven-tes ao pavilhão, dentro do recinto escolar, a qual terá início logo após as obras de recuperação do pavilhão. Os arranjos exteriores também já foram adjudicados, à firma XIX – Construção, Projectos e Gestão, Lda., com o preço contratual de 153.663,88 euros (valor sem IVA) e um prazo de nove meses.

Paço de Arcos: Obra do Pavilhão Desportivo da EB 2,3 Dr. Joaquim de Barros vai avançar

Sugestão Cultural

20 DEZEMBROVisita-jogo à exposição “Arte Sacra. Memória Viva”Centro Cultural Palácio do Egipto, Oeiras, 15h00.

21 DEZEMBROExposição: Primeiro PassoSala de Sócios do Sport Algés e Dafundo, Algés, 9h às 21h00.

26 DEZEMBROUma Incrível Aventura à Volta do Mundo com o Google EarthBiblioteca Municipal de Carnaxide, 10h00 às 13h00.

ATÉ 30 DEZEMBROExposição: As cores do outono Segundas e quartas 17h30 às 21h00, Quintas, sextas e sábados às 11h00 às 13h00Galeria DinRic. no Centro Cívico de Carnaxide.

Exposição: Olhar as Emoções Biblioteca Operária Oeirense. Segunda a sexta das 15h às 19h00 e sábado 9h às 13h00.

ATÉ 16 JANEIROWorkshop de Experiências TeatraisTeatro Nova Morada. Segundas e quintas das 22h às 24h00.

20 JANEIROExposição: In Vino VeritasCentro Cultural Palácio do Egipto, inauguração a 19 de janeiro pelas 18h30.

O ano está a terminar. Ao longo de 12 meses foram muitos os relatos, reportagens e entrevistas que

partilhámos consigo. Apesar das dificulda-des, estamos conscientes que realizámos o melhor trabalho concelhio possível dentro da conjuntura atual. Para 2012 vamos dar continuidade à missão de vos informar sobre as atividades e realidade de Oeiras com o melhor rigor e isenção que nos é reconheci-da. Neste último número de 2011, deixamos um alerta e uma palavra de apreço especial para as Associações Humanitárias de Bombeiros do concelho. É sabido que as corporações atravessam momentos difíceis de sustentabilidade mas, ao mesmo tempo, todos sabemos a importância destes organismos para o correto funcionamento da sociedade civil de qualquer freguesia, concelho e país. Os portugueses são (re)conhecidos pela sua grande generosidade e solidariedade, por isso, nesta quadra ajude as entidades que trabalham para si, aqueles que, como nós, procuram ajudar o desenvol-vimento e crescimento saudável das regiões. Para finalizar, a equipa do CORREIO DE OEIRAS deseja a todos um santo natal e um prospero ano novo! Vemo-nos em 2012! •

Como já é hábito, a Junta de Fregue-sia de Queijas voltou a reunir os seniores da localidade para uma animada tarde de baile alusiva à quadra natalícia no dia 16 deste mês.

Mais de 80 idosos de Queijas dançaram, conviveram e participaram em vários jogos propostos pela organização nesse dia. No final, houve um lanche oferecido pela autarquia de Queijas. O baile de natal já acontece há seis

anos e surgiu pela necessidade de eventos que dinamizassem a localidade e reunissem os fregueses, ao mesmo tempo que estreita rela-ções entre o executivo da JF e os cidadãos. Paralelamente a este, realizou-se uma festa de

natal para as crianças do J.I. e 1.º ciclo de Queijas com mais de 700 crianças. Apesar dos tempos de austeridade e contenção, o execu-tivo garantiu que os eventos se vão manter.

• REDAÇÃO

Animação e boa disposição no baile de natal QuEIJAS

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relativamente a 2011. Em 2012, dá-se continuida-de à valorização da educação e qualificação, para a promoção de estilos de vida saudáveis, para o desenvolvimento de redes de sociabilidade e solidariedade social. A Reabilitação Urbana, Espaço Público e Escolas continuam a ser prioridades para 2012. A Reabilitação Urbana tem uma nova política de habitação, orientada para realidades e necessidades habitacionais, sociais, educacionais e urbanas. No Espaço Público e Espaços Verdes, o destaque vai para os investimentos na higiene urbana, na reparação de arruamentos e passeios, na recuperação de jardins.

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4 • 20 de dezembro de 2011 a 16 de janeiro de 2012 Sociedade

A rutura financeira da Associação acontecerá no final de fevereiroEntrEvista a Carlos andré, prEsidEntE da assoCiação Humanitária dE BomBEiros dE paço dE arCos

O s bombeiros de Paço de Arcos estão condenados pelo sistema e a continuidade dos

serviços permanentes prestados está ameaçada. O alerta foi-nos dado pelo presidente da Associação Humanitária de Bombeiros de Paço de Arcos que, em entrevista, revela o estado da corporação.

A que se refere quando menciona o estrangulamento da corporação de bombeiros?

um conjunto de fatores exógenos à nossa vontade e capacidade própria de planeamento, de investimento, de decisão e influência na criação de sustentabilidade da atividade do Corpo de Bombeiros, têm vindo a determinar e a condicionar, desde há algum tempo, a nossa capacidade de nos adaptarmos aos novos re-quisitos do século XXi de apoio, com qualidade, aos nossos semelhantes. a operacionalidade, exigida em primeiro lugar por nós próprios e também pelos habitantes da nossa zona de intervenção que abrangemos - as Freguesias de paço de arcos e Caxias - exige sermos capazes de lidar com as situações mais extre-mas e limites e sempre com o objetivo do su-cesso máximo. atualmente, nos Bombeiros de pa e presumo que nas outras associações congéneres se passa o mesmo, sentem-se sózinhos e abandonados!

O serviços à população está ame-açado?

sem o apoio, explícito, responsável e neces-sário, e que no passado recente era uma reali-dade, quer das autarquias locais (Juntas de Freguesia e Cmo), do ministério da saúde (arslvt), do instituto nacional Emergência médica (inEm), da liga de Bombeiros portu-gueses (lBp), instituto socorros a náufragos (isn) não podemos evoluir e garantir os cuida-dos básicos de apoio à vertente saúde que os

nossos utentes merecem. o investimento e apetrechamento, sempre necessários, não podem ser responsabilidade exclusiva da ins-tituição que detém um Corpo de Bombeiros!

Qual seria a solução?

o “desafio” lançado pelo Estado português, através do ministério da saúde, há uns anos, aos Bombeiros, no sentido de garantirem trans-porte conveniente e adequado de doentes não urgentes, “obrigou” as nossas instituições a investirem e a apetrecharem-se, por conta própria, de meios humanos e materiais que permitissem esse transporte. Esta ação, para além do transporte personalizado, garantia-nos uma receita própria que possibilitava, durante grande parte do dia, a existência de bombeiros com formação própria e específica para realizarem as tarefas contratualizadas e ao mesmo tempo, garan-tindo os necessários des-dobramentos para acorrer-mos a emergências / ocor-rências súbitas. Hoje, com as draconianas medidas de restrição económicas e financeiras, está posto em causa o bom desem-penho de apoio/serviço aos utentes carentes de apoio médico continuado, prescrito pelos respetivos médicos de família. o que está em causa é o estrangulamento financeiro e a redu-ção da capacidade de melhor desempenho global no socorro. impossibilita o dia a dia dos quartéis de Bombeiros, com a presença física de bombeiros. uma atitude pouco esclarecida, distorcida e pouco avisada sobre o apoio à in-tervenção em socorro continuado.a inflexão e rigidez de medidas ora adotadas, caso seja ir-redutível, vai colocar toda a estrutura funcional e de apoio permanente, 365 dias sobre 355 dias em reduzida capacidade para a intervenção. prejuízo absoluto, indiscritível e assinalável para a população.

De que forma o poder local está a contribuir para essa situação?

se é verdade que a legislação autárquica em vigor, atribui particulares responsabilidades às Juntas de Freguesia e Câmaras municipais, também é verdade que estas instituições estão também descapitalizadas e sem capacidade financeira própria que possa permitir ultrapassar problemas vividos pelas populações e que se enquadram nas suas áreas de influência, mas para os quais não têm podido/querido ter uma intervenção mais afirmativa e solidária para com as associações de Bombeiros. ao fim e ao cabo, a população a servir é comum! os suces-sivos problemas que o ministério da saúde tem vindo a causar aos utentes através de cortes nos transportes de doentes, praticados pelos Bombeiros, ainda não tiveram qualquer “eco” nas autarquias locais. provavelmente, já não há verbas para aquisição de meios de informa-ção que possibilitem um acompanhamento na hora dos problemas de munícipes e das respe-tivas instituições!

Então qual é o papel das autar-quias?

sobre as Juntas de Freguesia, tenho que diferenciar a colaboração da Junta de Caxias, o seu presidente e Executivo, da postura da Junta de paço de arcos. mas, as colaborações são como são. de Caxias, sempre que solicita-mos qualquer apoio extraordinário e sempre como último recurso, os responsáveis ouvem-nos e colaboram da forma que lhes é possível em cada momento. Quanto ao apoio da Junta de paço de arcos, sinceramente, não percebe-mos a diferença existente. nem sempre preci-samos de apoios financeiros diretos. precisa-

mos por exemplo, nas Festas do sr. Jesus dos navegantes, que não nos façam concor-rência! é uma ocasião em que os nossos valorosos bombei-ros se dedicam inexcedivel-mente, no “restaurante o Bombeiro” à angariação de fundos. temos conseguido algumas relevantes verbas

extraordinárias que permitem pagar os bens de investimento adquiridos (viaturas e equipamen-tos) nos últimos anos, para os colocarmos ao serviço da população e que são indispensáveis.. a Câmara municipal de oeiras, o seu presiden-te e vereadores, nos dois últimos anos, estão praticamente limitados ao apoio mensal con-cedido de cerca de onze mil euros mensais e que ajudam no pagamento de vencimentos e encargos sociais dos bombeiros que 24 sobre 24 horas garantem a segurança e a resposta ao minuto, na nossa área de intervenção. tivemos uma “garantia” de apetrechamento da nossa viatura de desencarceramento no montante de cinquenta mil euros e já recebemos metade. a outra metade está a ser cumprida com algumas, muitas, dificuldades através das verbas próprias

provenientes da quotização e das receitas ex-traordinárias das Festas. Quando soubemos do “corte”, o material já estava adquirido, pois a Cmo paga sempre contra entrega da fatura! percebemos bem o atual enquadramento finan-ceiro, difícil, da Cmo. no entanto, vamos be-neficiando da possibilidade de uso das instala-ções do pavilhão Jardim a título gratuito, de maio a agosto, de forma a colmatarmos a ne-cessidade de restauração no Jardim de paço de arcos e que permite obter alguns euros extra para o investimento necessário.

Do ponto de vista social, a continui-dade da atividade dos bombeiros de Paço de Arcos está ameaçada?

a população por nós abrangida está, como sempre tem estado ao longo dos 118 anos, connosco. não tenho qualquer dúvida e posso afirmar que os indicadores referentes ao núme-ro de associados estão estabilizados em torno dos três mil e quinhentos sócios, com uma re-ceita bruta anual da ordem dos 55 mil euros. Bem sabemos que os recentes indicadores do Censos 2011, dão um total de dez mil famílias e de uma população residente de vinte e quatro mil pessoas. Quando as pessoas entenderem que as verbas que nos consignarem se tradu-zem em melhores meios de socorro e de ajuda quando necessitarem serão uma enorme mais valia, assinarão a proposta de novos associa-dos. desenganem-se todos os que pensam que os outros que atualmente colaboram são suficientes para garantir a aquisição dos meios imprescindíveis ao socorro. não existem, atu-almente, apoios externos para aquisições / manutenções de equipamentos. não podemos continuar a ser os únicos a preocuparmo-nos com a abrangência para possíveis episódios de insegurança!

Quantos elementos contratados têm a AHB Paço de Arcos? E a forma-ção?

Existem duas realidades nos nossos quadros de pessoal. por um lado, os bombeiros do quadro de pessoal, 22 elementos, e que são os responsáveis operacionais pela vertente cor-respondente ao transporte de doentes não ur-gentes. os bombeiros voluntários dos restantes quadros são cerca de noventa.

Como é feita a gestão dos recursos que servem para manter as viaturas e o corpo operacional?

Com alguma dificuldade, pelo facto de as verbas não abundarem e as avarias acontecem com alguma frequência, pois as viaturas de emergência ou de apoio andam consecutiva-mente na rua em serviço. até ao passado mês de setembro contávamos com o apoio de um mecânico que fazia as manutenções e repara-ções necessárias. mesmo assim, é necessário por muitas ocasiões efetuar estas reparações nas oficinas de assistência das marcas.

Não existem, atualmente, apoios externos para aquisições nem manutenções de equipamentos.

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A rutura financeira da Associação acontecerá no final de fevereiro

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Considera, na sua opinião pessoal, que a população está menos sensibilizada para a importância dos bombeiros na comunidade?

A sensibilidade da população, não só a nível local, mas também nível nacional e de acordo com sondagens que regularmente são apre-sentadas na comunicação social nacional, é a de que a “classe” mais apoiada pelas estatís-ticas em diversos fatores de estudo, mostra muito claramente que os BOMBEIROS ocupam os lugares cimeiros à frente de muitas outras profissões de cariz eminentemente técnico. O problema maior é a absurda falta de esclareci-mento público sobre o que é o quotidiano num Quartel de Bombeiros, mesmo sem alertas de emergência e as dificuldades dos dirigentes – absolutamente voluntários – na administração eficaz de todas as vertentes. As Associações Humanitárias de Bombeiros, não estão dimen-sionadas, nem vocacionadas para o lucro fi-nanceiro de gestão. Estão vocacionadas para dar lucro humano em situações adversas!

E a população sénior e carenciada, tem recorrido mais aos serviços de bombeiros?

A larga maioria dos nossos Associados, pode ser classificada como Sénior. Os ativos no mercado de trabalho e os mais novos, não têm “apetência” para a obtenção de serviços que prestamos por exemplo no nosso Posto Médico. Os serviços de transporte de doentes não urgentes são transversais às várias faixas etárias. O que temos vindo a constatar nos últimos tempos é o não pagamento dos nossos serviços, sempre que não são considerados, pelos clínicos que os recebem nos Hospitais, transportes de emergência. Por norma, não recusamos transportar qualquer pessoa em estado de hipotética necessidade de cuidados médicos. Caso contrário arriscaríamos perder vidas, por erro de avaliação. Aos médicos, o que lhes é a sua competência e aos bombeiros o que pode significar o lapso de tempo entre a vida e a morte.

Quais as perspetivas para 2012? E, a seu ver, qual o risco de rutura da Associação?

Para o ano de 2012 estamos a prever o pior

dos cenários alguma vez imaginados. As As-sociações de Bombeiros são reconhecidas pelo Estado Português como Instituições Hu-manitárias. Existem alguns apoios legais que ajudam, sobretudo, na aquisição de novos equipamentos, através do reembolso do IVA, por exemplo. No entanto, às Associações de Bombeiros, está tipificada a atuação mas, para os nossos fornecedores, somos uma Empresa igual a todas as outras, com obrigações de cumprimento, sem apelo nem agravo. O ‘ne-gócio’ das Associações de Bombeiros é o transporte de doentes não urgentes. É assim que pensam os atuais responsáveis pela área da saúde. Vão ter, muito em breve, se nada for alterado, o desagradável sabor do lucro, pois os bombeiros deixarão de ter condições de obter tão ‘enorme’ rendimento. A rutura finan-ceira da Associação, segundo os dados credí-veis que disponho neste momento, acontece-rá no final do mês de fevereiro de 2012. Irei verificar e constatar como o poder político, seja

autárquico ou governativo, irá lidar com esta nova situação. De momento, ou se ignora o problema ou assobia-se para o lado.

No pior dos cenários, quais as con-sequências da extinção da AHB Paço de Arcos para as populações das freguesias onde atuam?

Apesar dos atuais constrangimentos finan-ceiros impostos é absolutamente impensável falarmos da extinção dos Bombeiros de Paço de Arcos. Mesmo havendo novos paradigmas económico - financeiros, esta Instituição, cria-da há 118 anos por “exigência e necessidade” da população é a mais antiga, oriunda da so-ciedade civil, de Paço de Arcos. A disponibili-dade, vontade e querer dos nossos bombeiros associada a melhoria da sua formação ajudará a não fecharmos as portas em definitivo. Caso algum dia se tiver de verificar, por motivos económicos ou outros de igual ou menor im-portância, a infeliz decisão de extinção deste corpo de bombeiros ou de qualquer outro, ao nível local ou nacional, será uma perda irreme-diável e dramática para as populações que nos habituámos a servir, por amor ao próximo e à causa da vida humana.

• VERÓNICA FERREIRA

Para além de divulgar o trabalho de artesãos e possibilitar a estes a venda dos seus produtos, a Feira Solidária teve como principal objetivo apresentar a Loja Social.

O Centro Cívico de Carnaxide foi palco da Feira Solidária de Natal, entre 7 a 11 de de-zembro. Organizada pela Junta de Freguesia de Carnaxide, no âmbito do Gabinete de Apoio Social, teve como objetivo principal promover a futura Loja Social da freguesia. Havia no recinto um local onde os munícipes tiveram a oportunidade de ceder diversos artigos, que depois vão para a loja. Foi tam-bém feita uma recolha de livros para a Biblio-teca Municipal.

«A dinamização do comércio local e do Centro Cívico, a par do incentivo social que

possa contribuir para um convívio local des-pertando a solidariedade de todos», referiu Jorge de Vilhena, presidente da Junta de Freguesia de Carnaxide, quando questiona-do sobre as expectativas deste evento que se realizou pela primeira vez. Em 2006 e 2007 foram organizadas feiras de Natal, mas «com outro espírito e outros objetivos». Em relação à população carenciada, segundo o autarca, será beneficiada com a «recolha de bens alimentares, que serão entregues aos bancos alimentares pela Junta de Freguesia e a composição de cabazes de Natal, que serão executados pelas equipas da escola segura e do PIPE da P.S.P. - 83ª Esquadra de Car-naxide e entregues a famílias sinalizadas».

Como não poderia deixar de ser, a Feira Solidária contribuiu também para divulgar as

tradições e a cultura promovida pelas asso-ciações locais, através do programa de animação. Nesta feira foi possível lembrar os mercados de antigamente, onde se encon-travam os mais variados objetos. Ali havia desde artigos artesanais aos contemporâne-os, com uma boa relação entre preço e qualidade. Os artesãos tiveram neste evento a oportunidade de expor ao público e esco-ar os seus produtos.

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Feira Solidária de Natal dinamiza comércio local

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6 • 20 de dezembro de 2011 a 16 de janeiro de 2012

Se tem brinquedos usados e em boas condições dos quais se quer desfazer, a Junta de Freguesia de Porto Salvo e de Barcarena dão-lhe uma sugestão. Entregue-os na sede da JF de Porto Salvo, dentro do horário de expediente (de segunda a sexta-feira das 9h às 17h30) e na JF de Barcarena ou no Mercado Municipal de

A ceia de natal solidária, do dia 10 de dezembro, juntou mais de uma centena de pessoas na escola secundária Prof. José Augusto Lucas. Para além da refeição composta de várias iguarias e doces, cerca de 40 crianças receberam uma prenda que foram oferecidas pelas crianças do Centro Infantil “O Palhaço” e pelo ATL “Os Nossos Tempos Livres”. É de ressalvar que esta iniciativa decorreu no âmbito do projeto “Natal Solidário” também responsável pela entrega de Cabazes de Natal a cerca de 80 famílias da freguesia. A JF de Linda-a-Velha vai ainda realizar uma ida ao Circo Cardinali para os seniores da freguesia no dia 28 de dezembro pelas 14h30. As inscrições podem ser realizadas na loja de atendimento daquela entidade municipal.

Caxias em festa

Recolha de brinquedos em Porto Salvo e Barcarena

Linda-a-Velha celebra natal social

O parque desportivo Carlos Queiroz, na Outurela/Portela recebeu centenas de seniores do concelho, acima dos 65 anos, para a festa de natal. O evento, oferecido pela Câmara Municipal de Oeiras, contou com a presença das atrizes Eunice Muñoz e Maria José Paschoal e prolongou-se pela tarde fora com o animado baile de natal. Esta iniciativa visa a promoção do convívio e o combate contra a solidão e esquecimento que afeta muitos seniores ao mesmo tempo que reforça as relações e o convívio entre munícipes.

Almoço e baile de natal sénior

A Junta de Freguesia de Algés está a realizar uma campanha de recolha de géneros no mercado de Algés até ao dia 22 de dezembro entre as 9h00 e as 12h00, com a colaboração de várias Instituições da Freguesia. A iniciativa pretende reunir bens alimentícios frescos como legumes, frutas, peixe, carne e outros itens, adquiridos no Mercado de Algés ou no restante Comércio. Os interessados podem também doar peças de vestuário, calçado e brinquedos novos ou em bom estado de conserva-ção. No final os diversos produtos serão distribuí-dos pelas IPSS’s da freguesia e do concelho.

Nos dias 17 e 18 o mercado municipal acolheu a primeira Venda de Natal Solidária onde as verbas angariadas reverteram diretamente para as entidades sociais envolvidas. Os produtos comercializados foram feitos pelas crianças e idosos utentes nas instituições sociais presentes no evento. Esta iniciativa teve como objetivo, a par da promoção da solidariedade entre munícipes e do convívio, o reforço do sentimento de coesão social entre as demais instituições locais e a comunidade de Queijas.

Algés Solidário

Natal solidário em Queijas

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Concelho

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No dia 17, a freguesia celebrou o Natal com todas as crianças de Caxias. A festa foi animada com momentos musicais, balões e pinturas faciais, sem descurar o lanche e as lembranças natalícias para todos. Para além do evento principal, os visitantes contemplaram ainda a exposição de árvores de natal concebida pelos alunos das escolas do agrupamento de São Bruno, da Junta de Freguesia e da PSP – programa escola segura.

Tercena. Os brinquedos recolhidos serão redistribuídos por crianças necessitadas e instituições de apoio à infância da freguesia.

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Jornal Quinzenal • 7• Suplemento •

Oeiras e São Julião da Barra

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É palco de inúmeros eventos, desde o Festival do Caracol, a Sopa da Pedra, a Feira do

Oculto às festas de verão. Situada na costa marítima, é extremamente rica ao nível de património, tem o maior número de recenseados (33.500) e, a seguir a Barcarena, é a segunda maior em termos de território. Em dezembro

assinala o 111-º aniversário, mas, porque coincide com a quadra natalícia, será celebrado a 10 de maio. Carlos Morgado, presidente da Junta de Freguesia de Oeiras e S. Julião da Barra, está a cumprir o segundo mandato e concedeu uma entrevista ao Correio de Oeiras.

A Freguesia de Oeiras e S. Julião da Barra situa-se numa zona privilegiada do concelho. Quais os principais atrati-vos junto à costa marítima?

A costa é extremamente atrativa não só pelas suas praias, nomeadamente a praia da Torre e a de Santo Amaro de Oeiras, como pelas próprias infraestruturas, como o passeio marítimo. Trata-se da maior infraestrutura des-

portiva do concelho, onde diariamente circulam milhares de pessoas, fazendo o seu exercício físico. Temos também a piscina oceânica, as fortificações marítimas e o porto de recreio, que tem sido objeto de vários galardões, nomeada-mente da bandeira azul. Faz com que seja efetivamente um garante da qualidade.

Em relação ao passeio marítimo,

Freguesia valiosa pela costa e rica em património

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8 • 20 de dezembro de 2011 a 16 de janeiro de 2012

antes de ficar concluída, foi uma obra que gerou alguma polémica…

Sim. Na altura, as pessoas julgavam que as praias iriam ser prejudicadas e veio a verificar-se que foi uma das obras mais emblemáticas durante os mandatos do Dr. Isaltino Morais.

E para além dos atrativos junto à costa, o que é que a freguesia ofere-ce?

Uma oferta muito rica em termos de patri-mónio, como o Palácio dos Marqueses, o Pe-lourinho, a própria Igreja Matriz, a Capela de Santo Amaro de Oeiras e, para não enumerar exaustivamente o património, mais recentemen-te temos outra obra emblemática que é o Par-que dos Poetas, que é um dos maiores parques verdes da Europa.

Está a decorrer a segunda fase das obras do Parque dos Poetas. O que con-templa?

Para além de estátuas de outros poetas, haverá também um museu ligado à água e outros pontos de interesse, que fazem daquela obra um atrativo não apenas para a população residente em Oeiras, mas também de vários pontos do país e além fronteiras.

Mas a freguesia também é rica ao nível de instituições...

Sem dúvida. Temos os Bombeiros de Oeiras, a PSP e diversas instituições dentro das mais variadas vertentes, desde cultural, social e

desportiva, que oferecem à comunidade em geral a maior diversidade em termos de oferta de serviços.

No que respeita a iniciativas dirigidas aos munícipes. O que é que a Junta oferece aos mais idosos?

Temos o programa “Passeios com História” para seniores, em que todos os meses, exceto em agosto, organizamos dois passeios, na área de Lisboa (outono e inverno) e noutras zonas do país (primavera e verão). Temos uma volun-tária a colaborar com a Junta, que desenvolve trabalho na área das artes plásticas, dirigindo-se a várias instituições sociais da freguesia, ensi-nando os idosos a trabalhar nas mais variadas vertentes das artes plásticas. Como temos autocarro, cedemos a várias instituições, para organizarem os seus próprios passeios, o que é nos dias de hoje uma grande ajuda.

E na área social, que apoios existem para a população?

Fomos pioneiros, ao nível do concelho, com o programa farmácia solidária. Os agregados familiares com carências de ordem financeira têm os medicamentos a título gratuito, sendo 50% do custo assumido pela Junta e os res-tantes 50% pelas farmácias da freguesia. Funciona há cerca de 5 anos. Todos os meses, realizamos uma entrega de cabazes de géneros alimentícios às famílias carenciadas, graças ao patrocínio de mecenas. No Natal, em parceria com Rotary Club de Oeiras e outras instituições, vamos oferecer 160 cabazes. Este ano letivo, foram atribuídas 14 bolsas a alunos do ensino do 2º e 3º ciclo e secundário e no ano letivo passado, 12. Esta iniciativa é possível devido ao apoio de mecenas e para usufruir é neces-sário preencher alguns critérios, como ter bom aproveitamento, bom comportamento e ter as tais dificuldades de ordem económica. Ainda no plano social, gostaria de realçar o funciona-mento d a comissão social de freguesia, que reúne todas as instituições da freguesia, sejam de caráter cultural, desportivo ou social, forças de segurança, no sentido de dar resposta a diversos problemas.

A freguesia é também palco de ações de índole cultural e desportiva…

Através do programa “Vem à Vila”, que de-corre de abril a setembro, são organizados vários eventos de caráter cultural e desportivo, para fomentar a visita ao centro histórico. Or-ganizamos vários recitais, concertos e exposi-ções em diversos locais, como seja a esplana-da do Palácio do Egito e alguns edifícios histó-ricos e monumentos. No que diz respeito à vertente desportiva, no pavilhão, situado no Jardim Municipal, praticam atividade física cerca de 850 utentes, desde os mais novos aos seniores. É uma infraestrutura rentável em ter-mos de oferta à comunidade, tendo em vista a contribuição para o seu bem-estar.

Existe algum aspeto menos positivo e por resolver?

Sim e é transversal a todas as freguesias e até mesmo todo o território nacional. Está rela-cionado com o estacionamento, sobretudo nas zonas mais antigas. Por exemplo, nos anos 70 a zona da Figueirinha tinha um parque com capacidade para 20 viaturas e, na altura, tinha entre quatro a cinco carros; hoje não é suficien-te. O parque automóvel aumentou considera-velmente e se antes a média era de um carro por família, atualmente existe um automóvel quase por cada membro do agregado familiar. O desenvolvimento tem prós e contras.

Dada a atual conjuntura do país, há espaço para planos de futuro?

A Junta vai receber menos 38 mil euros da administração central, nos anos de 2011 e 2012, o que no nosso orçamento vai ser significativos. A conjuntura económica não é muito favorável e estou convencido que muitos projetos terão de aguardar. Essencialmente deveremos apos-tar na manutenção e temos de ter em atenção as pessoas, porque vão surgir bastantes difi-culdades. Realço por isso a nossa preocupação em relação à área social. Não vamos baixar os braços e vamos ter discurso positivo e de ânimo perante os munícipes e instituições.

• SOFIA FILIPE

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• Suplemento •

Carlos Morgado presidente da JF de Oeiras e S. Julião da Barra.

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A Junta organizou mais uma iniciativa social, desta feita para aquisição de Cabazes de Natal. A Noite de Fados contou com mais de 200 pessoas.

Fez-se silêncio no ginásio da Escola Se-cundária Sebastião e Silva para se cantar o fado. Uma canção que aliás já não pertence a Portugal por ter sido reconhecido pela UNESCO como património imaterial da hu-manidade. A Noite de Fados foi organizada pela Junta de Freguesia no âmbito das diver-sas iniciativas de cariz social, que habitual-mente promove. Decorreu no dia 9 de dezem-bro e estiveram a ouvir o fado cerca de 210 pessoas. A receita reverteu para a aquisição de Cabazes de Natal, que a Junta ofereceu às famílias mais carenciadas do seu território. Para organizar esta ação, a Junta contou com a colaboração de uma equipa de voluntários. No final da Noite de Fados, Carlos Morgado dirigiu agradecimentos ao público, aos artis-tas, aos voluntários, à Câmara e a diversas entidades envolvidas na ação.

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Noite de fados anima Oeiras

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Jornal Quinzenal • 9

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• Oeiras e São Julião da Barra •

Já não existem filas de espera para marcar consultas. Esta é apenas uma das mudanças que

decorreram no ACES Oeiras, em prol do bem-estar dos utentes.

Estão a terminar as obras no edifício que congrega as USF São Julião, a USF Conde de Oeiras e a UCSP Oeiras. «As remodelações estão a ser feitas no interior e no exterior, de forma a melhorar as condições dos profissio-nais e dos utentes», referiu o Vítor Cardoso, diretor executivo do ACES Oeiras – Agrupa-mento Centros de Saúde Oeiras/Carnaxide. Este não foi, aliás, o único melhoramento. Já não se verificam filas de espera para marcar consulta nos balcões das respetivas unidades, devido ao sistema de creditação automática. A funcionar há cerca de um ano, permite efe-tuar a marcação de uma consulta, bem como fazer uma espécie de “check-in” no dia da mesma. Um procedimento muito fácil. Que o diga Ana Maria. «A primeira vez fez-me confu-são, mas já estou habituada. É muito mais

rápido que antigamente», mencionou esta utente da USF de Conde de Oeiras. «O médico recebe uma notificação, via computador, de que o utente já chegou à unidade», indicou Vítor Cardoso, responsável pelo ACES Oeiras há três anos. «De futuro vamos ter SMS de aviso de consulta», avançou e não deixou de sublinhar o facto de todos os munícipes terem médico de família. «Fizemos uma atualização de ficheiros e conseguimos dar prioridade aos utentes que verdadeiramente residiam na fre-guesia. Acontece que vinham pessoas de outros concelhos».

Cada uma das unidades tem a sua própria equipa de médicos, enfermeiros e administra-tivos. Para além das consultas de Medicina Geral e Familiar e do serviço de enfermagem, entre outras consultas de especialidade, dispõe da Unidade de Cuidados da Comunidade. Com capacidade para 20 camas, tem como finali-dade dar assistência a pessoas acamadas nas suas próprias habitações. Apenas já não fun-ciona neste edifício o Atendimento Comple-mentar, que transitou para Paço d’Arcos.

• SF

Melhorar as condições de todos

SAúDE

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EVEntOS

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10 • 20 de dezembro de 2011 a 16 de janeiro de 2012

Socorrer acidentados e transportar doentes são os serviços mais frequentes dos Bombeiros de Oeiras. Localizados no centro histórico, também sofrem os efeitos da crise.

No dia 21 de novembro os Bombeiros de Oeiras completaram 120 anos. Uma idade

bonita aos olhos de toda a corporação, atualmente com 85 elementos. Todavia, sem direito a comemoração, à semelhança do ano passado, em que estiveram presentes na sessão solene altas entidades concelhias e distritais e o presidente da Liga, bem como o presidente da câmara. Foi com um olhar triste que Joia da Silva, presidente da direção

dos Bombeiros de Oeiras, explicou que houve falta de verba para festejar, devido à crise. «Apenas comprámos um bolo e batizámos uma ambulância», revelou. O associativismo de uma maneira geral está em crise. «A função das coletividades de cultura e recreio já não assumem a função de outros tempos e os bombeiros sofrem também as

consequências», disse Joia da Silva, que também é presidente da mesa da assembleia-geral da Federação dos Bombeiros do Distrito de Lisboa. Todavia, prestam um serviço imprescindível à população. Por seu turno, são fundamentais os apoios e aquele que recebem da edilidade é valioso para a sua manutenção. «A câmara é a entidade que mais nos apoia. Também temos a verba da Proteção Civil, que não é atualizada desde 2007, e as quotas dos sócios», mencionou José Manuel, comandante dos Bombeiros de Oeiras. O socorro, a emergência pré-hospitalar e o transporte de doentes não urgentes são as principais atividades, mas são responsáveis por muitas mais. «Todos os anos fornecemos elementos para a coluna nacional, que se desloca para os sítios dos fogos de maior gravidade», disse Joia da Silva que, tal como José Manuel, mostrou preocupação em relação ao futuro, em especial no que respeita à sustentabilidade e financiamento. «Temos muito receio da evolução dos sistemas de transporte de doentes, devido ao preço do quilómetro. O valor atribuído pelo Ministério da Saúde fica muito aquém da realidade», remataram.

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Há 120 anos a prestar auxílio à população BOMBeirOS

• Suplemento •

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Ao longo de 78 anos tem contribuído para o enriquecimento cultural do concelho. Oferece outras iniciativas para além da aprendizagem de instrumentos musicais.

Com um papel importante na cultura do concelho, a Biblioteca Operária Oeirense acolhe ateliês de vários instrumentos musi-

cais. Aqui é possível aprender piano, flauta, guitarra clássica e guitarra portuguesa, acor-deão e violino. É ainda possível aprender técnicas vocais. Para além da música são ministradas aulas de artes decorativas, pin-tura, bordados, teatro e, entre outras, escrita criativa e algumas línguas estrangeiras. Para além destas iniciativas, é igualmente palco de ações da responsabilidade da Junta de

Freguesia. «Costumamos organizar duas exposições, por ano, na Biblioteca Operária Oeirense. É uma instituição cultural que faz um trabalho extraordinário. Tem muita pro-cura e imensos alunos a aprender os mais variados instrumentos», referiu Carlos Mor-gado, presidente da Junta de Freguesia. esta biblioteca foi criada no ano de 1933 pela mão de um grupo de operários movido pelo lema

«Depois do pão a instrução». Na verdade, ao longo de todos estes anos tem revelado ser uma instituição cumpridora deste lema, pro-movendo o desenvolvimento cultural em Oeiras. Aliás, até á criação da Biblioteca Municipal, foi a única que se dedicou à divul-gação da leitura a nível local.

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Biblioteca Operária OeirenseCULTUrA

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Jornal Quinzenal • 11

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Destaca-se pelo Hóquei, mas tem diversas atividades desportivas. A Associação Desportiva de Oeiras tem mais de 800 praticantes desportivos e 2 mil sócios.

A 28 de fevereiro de 2012 vai assinalar o 107º aniversário. Ainda não foi preparada nenhuma atividade específica, mas a data querida certamente não vai passar em bran-co. A Associação Desportiva de Oeiras (ADO) é o maior clube desportivo do concelho. Tem 870 praticantes desportivos no geral, dividi-dos pelas modalidades federadas de Hóquei, Patinagem Artística, Vela, Xadrez, Futebol e Krav Maga. O Hóquei é a «menina dos olhos» da ADO e a atividade desportiva que trouxe para a «sala dos troféus» a taça das taças

durante três anos, nos anos 70. «Neste mo-mento é o clube português com mais atletas praticantes inscritos no Hóquei a nível nacio-nal», refere com orgulho Artur Campos, presidente da ADO há um ano e meio mas com um percurso de oito anos na direção

desportiva da associação e como atleta de futebol. Dos 870 praticantes, a média de atletas do hóquei ronda os 185, sendo que estão divididos por 14 equipas, por sua vez, divididas em Benjamins, Bambis, Escolares, Infantis, Iniciados, Juvenis, Juniores e Senio-res. No que diz respeito às outras modalida-des, existem atualmente 10 equipas de Fu-tebol, cerca de 55 atletas de Patinagem Ar-tística, 18 de Xadrez, 60 de Vela e 70 de Krav Maga. Este sistema de defesa pessoal isra-elita foi a última modalidade desportiva a funcionar na Associação Desportiva de Oei-ras e, segundo Artur Campos, «há abertura para a criação de novas parcerias, desde que não haja encargos para a ADO». É um clube estabilizado, mas os encargos são avultados e as dificuldades enormes. Como seria de

esperar, não são as quotas dos 2 mil sócios que sustentam a ADO, até porque só 500 é que pagam regularmente. São, pois, essen-ciais os apoios da Junta de Freguesia, da Câmara e de patrocinadores.

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Maior clube desportivo do concelho

• Carnaxide •

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ASSOCIAçãO DESPOrTIVA DE OEIrAS

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12 • 20 de dezembro de 2011 a 16 de janeiro de 2012

Os jogos de tabuleiro têm cada vez mais adeptos.

Concelho

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A austeridade e a crise são as palavras de ordem naquele que é considerado um dos melhores

concelhos do país para viver e trabalhar. O Correio de Oeiras foi ouvir a popula-ção sobre o ano que termina e as previsões para o próximo.

O ano de 2011 ficou marcado por vários acontecimentos no concelho. Em revista podemos salientar aspetos positivos como a distinção de Oeiras como um dos melhores concelhos do país para viver e trabalhar. Delfino Pereira, morador em Algés há mais de 40 anos, é também comerciante numa banca de jornais na baixa daquela localidade. «Este foi o pior ano de sempre! Já tinha pas-sado pela anterior crise mas nada se com-para àquilo que hoje existe. As pessoas queixam-se que não há dinheiro e o negócio está mau», lamentou o comerciante que, no

pior dos cenários, admite ter de fechar a banca se começar a dar prejuízo e não der para as despesas. «O mal é geral e não acre-dito que a autarquia conseguisse fazer algu-ma coisa para evitar o mau estar que se faz sentir. Apesar deste ser um dos melhores concelhos, não estamos alheios às dificulda-des do resto do país e da Europa», con-cluiu.

O natal sem luz

São várias as freguesias do concelho que este ano se despem de cor e luzes natalícias. A quadra é celebrada com iniciativas pontu-ais promovidas por entidades públicas, reli-giosas e privadas. Mas o comercio local que, outrora se enchia de luz, música e animação de natal, está este ano sombrio e com fracas perspetivas de negócio. Questionado sobre a promoção e incremento da freguesia por parte das entidades competentes, Delfino Pereira reforça que não compreende que outra posição se poderia adotar «Não há decoração natalícia em Algés, é verdade, mas também não acho que seja isso que faz di-ferença. Falta dinamismo e animo ao comér-cio local mas também não sei o que poderia fazer o presidente da Câmara ou da Junta de Freguesia para nos ajudar», disse. «Não há dinheiro para algumas coisas mas continua a haver para outras. A decoração natalícia não faz as casas nem as vendas. É preciso sorte e saúde para conseguir contornar os problemas e seguir em frente», salientou Dina Simões proprietária de um restaurante em Valejas.

Caso Isaltino Morais ainda na boca do povo

O presidente da Câmara Municipal de Oeiras, arguido em vários crimes de corrup-

ção, fraude e evasão fiscal, viu aceite o re-curso que visa a reapreciação da prescrição de alguns dos crimes de fraude fiscal. O coletivo de juízes desembargadores deu, por unanimidade, “provimento a um recurso da defesa de o autarca Isaltino Morais”, sobre a prescrição de crimes de fraude fiscal, pelos quais foi condenado, o que implica que a juíza Carla Cardador, do Tribunal de Oeiras, tenha que apreciar a questão. A informação foi avançada no passado dia 13 de dezembro. Apesar da delicadeza do caso, os municipes continuam a apoiar o presidente por todo o

trabalho levado a cabo no concelho mas também há quem tenha uma opinião oposta. «Se ele é culpado, já devia estar preso há muito tempo mas como é uma figura pública e tem todo este protagonismo no concelho de Oeiras vai sair impune. É lamentável mas todos sabemos que se este caso se passas-se na vida de um anónimo cidadão, há muito que estava preso», comentou o munícipe João Costa. Também Dina Simões conside-ra que há perguntas sem resposta. «Tenho pena que o Isaltino Morais esteja a ser acu-sado. Acredito que até possam haver con-

Perspetivas pessimistas para 2012

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EM ANálISE

A baixa de Algés está “despida” de cor e tradição natalícia.

Delfino Pereira não vê com bons olhos o ano de 2012 e admite ter de abandonar o comércio local.

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Jornal Quinzenal • 13

trapartidas de alguns feitos que ele tenha realizado no concelho mas não acho que seja corrupto porque se fosse não tinha transformado Oeiras no é hoje. E isso deve-mos ao atual presidente da Câmara Munici-pal de Oeiras», afirmou a moradora de Vale-jas acrescentando «ele não olha por Valejas porque as nossas reclamações não passam da Junta de Freguesia porque se esta fosse mais ativa estaria a par de Carnaxide, Quei-jas ou Paço de Arcos que têm ganho desen-volvimento pela pro-actividade dos seus presidentes».

Falta dinâmica no interior do concelho

Apesar dos tempos difíceis, a parca ini-ciativa de algumas autarquias locais desmo-ralizam os munícipes e fazem acender as criticas. Em Valejas continua o apelo por atividades e dinâmicas para as crianças e,

consequentemente, a construção de um parque infantil. «De todas as carências que o interior do concelho tem, aqui [em Valejas] não há iniciativa da Junta de Freguesia de Barcarena para a realização de atividades para as crianças e jovens», disse Paulo Si-mões, morador na localidade há mais de 30 anos. Outros dos aspetos realçados por al-guns moradores daquela localidade da fre-guesia de Barcarena, dizem respeitos aos serviços. A farmácia de Queluz de Baixo não tem, segundo fonte popular, medicamentos que satisfaçam as necessidades da popula-ção. «É frequente irmos à farmácia e sermos informados que não há o que queremos, pedem para deixarmos a receita e voltarmos dentro de alguns dias. Ora se tivermos me-dicamento cujo avio é urgente temos de procurar outra farmácia em Carnaxide ou Queijas porque não há melhor opção», co-mentou Dina Simões. «As localidades do interior são indicadas para o descanso e repouso das pessoas que trabalham em Lisboa ou em zonas de maior stress porque aqui pouco há para fazer», referiu outra mo-radora da freguesia que acompanhou o desenvolvimento das freguesias de Queijas e Barcarena.

Votos de um próspero ano

O ano está a terminar e 2012 não se afi-gura muito afortunado. Mas em uníssono e com algum pessimismo no olhar, os muníci-pes desejam que em 2012 não lhes falte saúde e trabalho para que possam governar as suas vidas e seguir em frente. A todos os cidadãos que colaboraram na realização desta reportagem, um grande bem hajam do jornal Correio de Oeiras e votos de boas festas!

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Perspetivas pessimistas para 2012PUB

Concelho

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BoasFestas

Dina Simões deseja saúde e muito trabalho para contra-riar o pessimismo da crise.

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14 • 20 de dezembro de 2011 a 16 de janeiro de 2012

A modalidade surgiu acerca de dois anos e já é exemplo de sucesso com uma equipa sénior masculina a disputar a primeira divisão do cam-peonato distrital e uma formação feminina de peso para o campeonato deste ano.

Sob a responsabilidade de José Proença, Carlos Godinho e António Anjos o ténis de mesa é a mais recente aposta do Clube Re-creativo Leões de Porto Salvo. O treinador principal e responsável pela modalidade, José Proença, explicou ao jornal Correio de Oeiras que o repto foi lançado à direção em 2009 e, apesar de se ter mostrado reticente, aceitou o desafio. «Sempre tive muito ligado ao ténis de mesa, embora não praticasse há alguns anos. Agora, reformado e com mais tempo livre, achei que era o momento ideal para me dedicar à modalidade», disse. Apesar da ten-ra idade, o projeto arrancou com força nesta temporada. No torneio de abertura, decorrido em setembro, participaram duas equipas se-niores e atualmente está uma equipa a dispu-

tar a 1.ª divisão do campeonato distrital. «Ambicionamos participar também no cam-peonato distrital feminino e vencer o título. Acredito que as atletas Carina Costa e Isabel Rodrigues têm potencial suficiente para tal.» O clube tem previsto a criação de protocolos de colaboração com as escolas circundantes para fomentar a prática do ténis de mesa e do desporto nos jovens. Carlos Godinho transitou recentemente da Sociedade Recreativa de São Marcos, concelho de Sintra, para o ténis de mesa dos Leões de Porto Salvo. «O Carlos Godinho apareceu em boa altura neste proje-to e deixo aqui um agradecimento especial por nos ajudar a promover e desenvolver a modalidade. O ténis de mesa que praticamos aqui é assegurado por pessoal experiente e credenciado, o que nos confere um estatuto e qualidade superiores», salientou. Os treinos para seniores decorrem à quarta-feira pelas 21h30, a formação (8 aos 15 anos) reúne à segunda-feira pelas 18h e ao sábado a partir das 15h00 e o ténis de mesa de lazer treina às segundas e quinta-feiras pelas 21h30.

• REDAÇÃO

O Clube de Petanca de Linda-a-Velha reuniu atletas, sócios e amigos a 17 de dezembro para o almoço natalício. Na ocasião foram recordados os torneios deste ano e entregues diplomas aos jogadores.

No decorrer de 2011, o Clube de Petanca de Linda-a-Velha participou em 17 torneios. «Não foi possível concorrer a mais por duas razões, a primeira porque não havendo subsí-dios de Instituições Oficiais, e dispondo apenas das quotizações, houve necessidade de ratear a presença em Torneios de acordo com a

disponibilidade financeira; a segunda razão prende-se com a exiguidade de campos para treinar, dois, que se revelam insuficientes», comentou o presidente do clube, Jorge Alber-naz. A boa notícia está na promessa do vice-presidente da CM de Oeiras, Paulo Vistas, que prevê a construção de mais três campos de treinos para breve. No almoço-convívio o pre-sidente e o vice-presidente Eduardo Ferrão do C.P.L.V. distribuiram diplomas de agradecimen-to da CMO, da JF de Linda-a-Velha e do C.P.L.V. pelo seu contributo para a dignificação das três entidades referidas aos atletas.

• REDAÇÃO

Aposta no Ténis de Mesa

Petanca reúne atletas em almoço de Natal

CLubE RECREATIVO LEõES DE PORTO SALVO

LINDA-A-VELhA

Desporto

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António Anjos (treinador sénior), Hugo Garcia, Luís Antunes, José Proença e Carlos Godinho.

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27/03 • Torneio de Grândola - Eduardo Ferrão e Miguel Bastos ficaram em 1.º lugar no T. de Consolação.10/04 • Torneio de Alpiarça - Jorge Albernaz e Miguel Bastos obtiveram o 2.º lugar no T. de Consolação, e Venâncio Lança e Vitor Almeida ficaram em 3.º lugar.01/05 • Torneio de Cascais - Venâncio Lança e Vitor Almeida ficaram em 2.º lugar no T. Principal.04/06 • Torneio de Oeiras - Eduardo Ferrão e Júlio Silva ficaram em 1.º lugar no T. Único.21/06 • Torneio de Grândola - Eduardo Ferrão e

Júlio Silva obtiveram o 2.º lugar no T. de Consolação.03/07 • Torneio de Alpiarça - Venâncio Lança e Vitor Almeida ficaram em 2.º lugar no T. de Consolação, e a equipa constituída por Artur Sousa e Júlio Silva ficou em 3.º lugar.15/10 • Torneio De Grândola - António Ferrão e Venâncio Lança obtiveram o 2.º lugar no T. de Consolação, e a equipa constituída por Crisanto Correia e Eduardo Ferrão ficou em 3.º lugar.20/11 • Torneio da “AMI” - António Ferrão e João Padeiro classificaram-se em 2.º lugar no T. de Consolação.

Resultados de 2011:

Page 15: jornal CORREIO DE OEIRAS 55

Jornal Quinzenal • 15Saúde

Os benefícios e malefícios do café são sobejamente conhecidos e alvo de estudo constante nas mais diver-sas áreas da saúde. Recentemente um estudo norte-americano revelou que o consumo moderado daquele líquido pode proteger o fígado e assim enfraquecer a progressão da hepatite C. O jornal Correio de Oeiras falou com Carlos Martins, especialista em Medicina Geral e Familiar / Clínica Geral, sobre os dados revelados.

Qual foi a sua reação quando tomou conhecimento do estudo norte-america-no que revela benefícios no café para os portadores de hepatite C?

Este estudo confirma o que outras investi-gações já concluíram: o consumo de café pode atenuar a progressão da hepatite, promovendo um efeito protetor para o fígado.

Em termos práticos, qual será a apli-cabilidade do estudo no quotidiano dos pacientes?

A Hepatite C é a inflamação do fígado cau-sada pelo vírus. Esta inflamação ocorre na

maioria das pessoas que adquire o vírus e, dependendo da intensidade e do tempo de duração, pode levar a cirrose e cancro do fíga-do. O estudo concluiu que o consumo de mais de três chávenas de café/dia está associado a um grau inferior atividade inflamatória o que pode atenuar a evolução da doença.

Pode o café ser substituído por chá preto, pelo seu alto teor em cafeína?

A maioria das pessoas ignoram quais as substâncias que estão presentes no café e pensam que esta bebida contém apenas ou principalmente cafeína. O café possui apenas 1 a 2,5 % de cafeína e muitas outras substân-cias em maior quantidade. Estas outras subs-tâncias podem até ser mais importantes do que a cafeína para o organismo humano. O café possui, além da cafeína, muitas vitaminas e minerais importantíssimos para a saúde, como o cálcio, fósforo e ferro, sendo uma bebida muito rica em termos nutricionais. O chá preto também contém cafeína, em menor escala, bem como outros nutrientes, como a vitamina B1.

Considera que esta patologia ainda

O café pode atenuar o progresso da doençaHEpAtitE C

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está rodeada de tabu e parca informação sobre causas e consequências? Por-quê?

Não me parece que esta doença esteja rodeada de qualquer tabu. A prevenção desta doença beneficiou de todas as medidas pre-ventivas instituídas em relação ao HiV, quer em relação ao tratamento do sangue e seus pro-dutos derivados usados em tratamentos mé-dicos, quer em relação à consciencialização e informação da população sobre as vias de transmissão.

Um portador de Hepatite C consegue ter uma “vida normal”?

Um número considerável de pessoas com Hepatite C, desde que devidamente acompa-nhadas, pode ter uma vida normal. Em alguns casos, os doentes queixam-se de fadiga e falta de concentração, que por motivos óbvios podem afetar o dia-a-dia. Nos casos em que a doença está presente há mais de 20 anos, podem aparecer sinais de mal funcionamento do fígado (cirrose) e, em casos mais extremos, é necessário o transplante hepático. Quando a patologia evolui para cirrose, o fígado fica com a estrutura irregular, devido ao processo de cicatrização constante.

Como se pode prevenir a hepatite e

quais os primeiros sintomas que as pes-soas devem ter em atenção?

Uma vez que a doença é transmitida através do contacto com sangue contaminado, a prevenção da Hepatite C é feita pelo rigoroso controlo de qualidade dos bancos de sangue, tanto no sentido da gestão de materiais quan-to no rastreamento adequado de dadores de sangue. Seringas e agulhas nunca podem ser compartilhadas. Além disso, o uso de preser-vativo nas relações sexuais, especialmente se não houver um parceiro fixo, também é neces-sário. Quanto aos sintomas, apenas 25 a 30% dos infetados apresentam, na fase aguda, sintomas de doença que podem manifestar-se por queixas pouco específicas como letargia, mal-estar geral, febre, problemas de concen-tração, queixas gastrointestinais (como perda de apetite, náuseas, intolerância ao álcool, dores na zona do fígado) ou o sintoma mais comum, que é a icterícia (olhos amarelados). Muitas vezes, os sintomas não são claros, podendo assemelhar-se aos de uma gripe, tendo que ser feito um diagnóstico mais es-pecífico. O portador de Hepatite C pode não apresentar qualquer sintoma, sentir-se saudá-vel e, no entanto, estar a desenvolver uma cirrose ou um cancro hepático.

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