Jornal Brasil Atual - Limeira 12

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Jornal Regional de Limeira www.redebrasilatual.com.br LIMEIRA nº 12 Fevereiro de 2012 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Terminal Central Urbano é inaugurado e concentra discussões Pág. 5 TRANSPORTE BOM OU RUIM? Livro revela como o PSDB comandou um roubo de 2,5 bilhões de dólares Pág. 4 BONS DE BICO MAU CHEIRO Bancos demitem e são a maior causa das broncas do Procon Pág. 2 TRABALHO DEMISSÕES Chefe de uma gangue, prefeito afastado pode ter direitos políticos cassados CLã DOS FéLIX IMPEACHMENT NELE! REINTEGRAçãO DE POSSE Governo do Estado usa força bruta para desalojar famílias em São José dos Campos Pág. 3 UM VERDADEIRO CHOQUE DE HORROR

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mau cheiro bom ou ruim? Governo do Estado usa força bruta para desalojar famílias em São José dos Campos reintegração de Posse demissões clã dos félix Distribuiçã o nº 12 Fevereiro de 2012 Pág. 3 Pág. 5 Pág. 2 Pág. 4 www.redebrasilatual.com.br Jornal Regional de Limeira Bancos demitem e são a maior causa das broncas do Procon Terminal Central Urbano é inaugurado e concentra discussões Livro revela como o PSDB comandou um roubo de 2,5 bilhões de dólares

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Jornal Regional de Limeira

www.redebrasilatual.com.br limeira

nº 12 Fevereiro de 2012

DistribuiçãoGratuita

Terminal Central Urbano é inaugurado e concentra discussões

Pág. 5

transPorte

bom ou ruim?

Livro revela como o PSDB comandou um roubo de 2,5 bilhões de dólares

Pág. 4

bons de bico

mau cheiro

Bancos demitem e são a maior causa das broncas do Procon

Pág. 2

trabalho

demissões

Chefe de uma gangue, prefeito afastado pode ter direitos políticos cassados

clã dos félix

imPeachment nele!

reintegração de Posse

Governo do Estado usa força bruta para desalojar famílias em São José dos Campos

Pág. 3

um verdadeiro choque de horror

2 Limeira

expediente rede brasil atual – Limeiraeditora Gráfica atitude Ltda. – diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros redação Ana Lucia Ramos, Dalva Radeschi, Ivanice Santos, Tracy Ellen Caetano e William da Silva revisão Malu Simões diagramação Leandro Siman Telefone (19) 9708-0104 / (11) 3241-0008 Tiragem: 15 mil exemplares distribuição Gratuita

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jornal on-line

editorial

Há três episódios recentes da política estadual paulista que ilustram bem a serviço de que interesses pulsa o governo do Estado e para que serve a Polícia Militar: a invasão da Universidade de São Paulo e a consequente prisão de estu-dantes, a malfadada ação contra os dependentes de droga da Cracolândia e o choque de horror produzido pela tropa para desalojar mais de 6.000 pessoas do bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba – vale lembrar que a ação foi urdida de maneira furtiva e rápida, pois as partes negociavam com o governo Federal quando uma reintegração de posse foi dada pelo juiz Rodrigo Capez, irmão do deputado federal Fernando Capez, do PSDB, a pedido da massa falida da empresa Selecta, do doleiro Naji Nahas.

Não bastasse a triste constatação revelada pelo livro A Pri-vataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., onde é con-tada, tintim por tintim, a história de um dos maiores roubos levados adiante na política brasileira durante a desditosa pri-vatização levada a cabo pelos tucanos – a matéria é tema de nossa presente edição e pode ser lida no site www.redebrasi-latual.com.br/jornais –, o partido revela agora a sua face mais cruel, o seu lado mais desumano. Os três fatos, melancólicos por si sós, são reveladores de um governo que vai chegando ao fim passando a sensação de total menosprezo à população, que se apaga deixando as trevas como rastro e a estultícia como pegada. É isso. Boa leitura!

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jardim novo horizonte

os bancos e as demissões

Programas de esporte e cultura

Eles são as empresas que mais lucram no mundo

Intenção é ocupar período oposto ao das aulas

Desde 1994, os bancos iniciaram um movimento de privatizações, fusões e aquisi-ções que enxugaram o sistema financeiro. Hoje, em Limeira, há cinco grandes bancos: dois públicos (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) e três privados (Itaú, Santander e Bradesco) – o Banco Mer-cantil do Brasil e o HSBC têm uma agência no município. O enxugamento resultou em grande demissão de bancários, dificultou o atendimento aos clientes e usuários e sobrecar-regou a categoria. Os bancos direcionaram-se para a venda de seus produtos. Para cum-prir metas abusivas, os bancá-rios foram obrigados a vendê-los aos correntistas.

Em 2011, o Itaú-Unibanco demitiu quatro mil pessoas no Brasil. Em Limeira, 34 dos 550 bancários, ou seja 5,66% da categoria, foram demitidos.

Mais: o banco pressionou por metas, utilizando-se do assédio moral, o que trouxe problemas graves aos bancários: uns adoe- ceram, outros pediram a conta e muitos foram demitidos.

A maior parte das recla-mações de consumidores aos Procons em 2011 concentrou--se nos segmentos financeiros

e de telecomunicações. Do 1,6 milhão de atendimentos, 81,9 mil eram relacionados ao gru-po Itaú. Apesar disso, ele ob-teve até setembro um lucro de R$10,940 bilhões, o primeiro do ranking do sistema finan-ceiro, seguido do Bradesco (R$ 8,303 bilhões) e do San-tander (R$ 5,953 bilhões).

A Associação do Jardim Novo Horizonte, que busca melhorias para os moradores do bairro, sela uma parceria para beneficiar crianças de até 16 anos. A intenção é ocupar o período oposto ao das aulas com atividades esportivas e cul-turais. A ideia é começar com

aulas de futebol para os peque-nos. O projeto prevê ainda mú-sica, dança, lutas (como boxe), trilhas e acampamentos. O lan-çamento está previsto para o dia 12 de fevereiro, mas a data não foi confirmada, visto que para o evento serão convidados alguns craques do futebol brasileiro.

Os Alckmistasestão chegando

Assédio moral – Ato de ofender, menosprezar, rebaixar ou constranger um trabalhador, fazendo-o sentir-se sem valor, inútil. A humilhação causa dor, tristeza e sofrimento.

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itaú, o banco que mais demitiu funcionários

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reintegração de Posse

a desastrosa ação da polícia. e outros desastres

a justiça dos ricos devolveu a terra a um criminoso

Tropa de Choque desaloja seis mil moradores do Pinheirinho, em São José dos CamposMadrugada de 22 de janeiro,

domingo. A maioria dos habi-tantes de São Paulo dorme. À socapa, com contingente cin-co vezes maior do que o usado para a ocupação da Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, dois mil soldados da Polícia Militar paulista iniciam uma operação de guerra, das maiores em tem-pos recentes. De repente, a tropa aparece com cavalos, cachor-ros, escudos, cassetetes, carros blindados, revólveres, pistolas com balas de borracha, sprays de pimenta, bombas de gás la-crimogêneo, tratores. E invade as casas. Os inimigos não são chefões do tráfico de drogas nem banqueiros flagrados em esquemas de lavagem de dinhei-ro. São 1.500 famílias – seis mil pessoas – do Pinheirinho, bair-ro de São José dos Campos, no Vale do Paraíba. Elas não têm nem como pegar seus documen-tos, mas tentam resistir. Montam barricadas, atiram pedras e paus, queimam carros.

A história acaba com muita fumaça, gritos, choro e feridos.

Alvo de um imbróglio judicial, a área foi ocupada pelas famí-lias há sete anos. O terreno de 1 milhão de m² pertence à em-presa falida Selecta, do doleiro Naji Nahas (veja abaixo). Há pouco tempo, Edson Cury, pre-feito de São José dos Campos, do PSDB, solicitou à Justiça Estadual a reintegração de pos-se da área, a pretexto de cobrar uma dívida de R$ 15 milhões da Selecta em IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).

No início de janeiro, a PM já tentara desocupar o terreno,

mas a resistência dos morado-res abortou a operação. No dia 20, a Justiça Federal suspendeu a reintegração de posse. Um acordo firmado entre a Selecta e os advogados dos moradores, na presença de deputados de diferentes partidos, garantia a suspensão por 15 dias. Porém, alegando “conflito de interes-ses”, o desembargador Rodrigo Capez (irmão do deputado fede-ral Fernando Capez, do PSDB), que respondia pela presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo, ignorou a decisão fede-

O Pinheirinho era de um casal de alemães assassinado misteriosamente em 1969. A terra, sem herdeiros – portan-to do Estado –, caiu nas mãos de Naji Nahas, um libanês que chegou aqui nos anos 1960, trazendo muitos dólares na ba-gagem. Em 1980, Nahas já era bem mais rico do que quando chegou: era dono de haras e in-vestia na Bolsa de Valores do

Rio de Janeiro. Mas, em 1989, ele se sujou na quebra da bolsa carioca. Acusado de manipular o preço de ações para vendê-las por mais, Nahas acabou preso sob regime domiciliar. Conde-nado a 24 anos de prisão por cri-me de colarinho branco, contra a economia popular e formação de quadrilha, ele foi inocentado em 2004, mas voltou aos jor-nais com a operação Satiagraha,

acusado de lavagem de dinheiro em paraísos fiscais.

Hoje, o Pinheirinho perten-ce à massa falida da empresa Selecta, de Naji Nahas, e vale R$ 180 milhões. Antes aban-donada, a área foi ocupada pe-las famílias agora despejadas. Nela havia ruas pavimentadas, energia elétrica, água, coleta de lixo, comércio e igrejas. Se o local fosse considerado

Zona Especial de Interesse Social (ZEIS), como o mo-vimento queria, o bairro se-ria de moradias populares, o que diminuiria seu valor de mercado. Mas a especu-lação está de olho na área, que está próxima a um setor industrial de alta tecnologia e faz fronteira com condo-mínios de luxo de Jacareí, cidade vizinha.

ral e fez prevalecer a decisão da juíza Márcia Mathey Loureiro, da 6ª Vara Cível de São José dos Campos, que determinava a reintegração de posse da área. Confiantes na validade da limi-nar da Justiça Federal e no acor-do firmado com a Selecta, os moradores não se organizaram para resistir.

A imprensa internacional – o britânico The Guardian, por exemplo – divulgou mortes na operação. A informação não foi confirmada oficialmente. Nin-guém sabe o saldo de feridos. O

secretário nacional de Articula-ção Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, Paulo Maldos, foi baleado na perna. “Pelas costas, recebi tiros de bala de borracha, que me atin-giram a perna” – disse. Jornalis-tas e deputados foram impedidos de entrar no Pinheirinho depois da ação. O governo tentou jogar a culpa nos moradores pela vio-lência – um dia depois da desas-trosa ação, a Secretaria de Segu-rança Pública divulgou que uma verdadeira fortuna em cocaína (338 quilos) fora encontrada na área desocupada.

A truculência da polícia pau-lista do governador tucano Ge-raldo Alckmin recebeu críticas da opinião pública internacio-nal. No dia 27, a relatora espe-cial da Organização das Nações Unidas (ONU) Raquel Rolnik cobrou explicações das autori-dades brasileiras sobre o caso. Ela disse que a operação foi marcada por “gravíssimas vio-lações dos direitos humanos” e que o país caminha para trás em questões de cidadania.

a polícia e sua violência costumeira: pôs fogo nas casas e rendeu o povo armado de paus

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a Privataria tucana

Privatização: livro denuncia serra, família e amigos

as perdas

E conta como o PSDB comandou a maior falcatrua no Brasil, que movimentou US$ 2,5 bilhões Os tucanos comandaram o

processo de privatização das empresas públicas na década de 1990, que movimentou US$ 2,5 bilhões e distribuiu propinas de US$ 20 milhões, segundo o li-vro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., de 320 páginas – 200 de tex-to jornalístico e 120 de repro-dução de provas. Baseado em documentos, Amaury mostra como o PSDB vendeu o patri-mônio público a preço de bana-na. Entre a compra e a venda, funcionava a lavagem de di-nheiro e suas conexões com a mídia e com o mundo político.

Os envolvidos são gente

do alto tucanato: o livro liga o ex-candidato do PSDB à pre-sidência, José Serra, a um es-quema de desvio e lavagem de

dinheiro e o acusa de espionar adversários políticos. “Quando ministro da Saúde, Serra criou uma central de montagem de

O governo FHC arreca-dou R$ 85,2 bilhões com a venda das empresas públicas. Mas o país pagou R$ 87,6 bilhões para as empresas que assumiram esse patrimônio – R$ 2,4 bilhões a mais do que recebeu. O prejuízo veio por-que o governo absorveu as dívidas das empresas, demi-tiu um monte de gente, em-prestou dinheiro do BNDES aos compradores e aceitou como pagamento o uso de “moedas podres”, títulos do governo que valiam metade do valor de face. A “costu-ra”, feita por Ricardo Sérgio, envolvia o pagamento de propina dos empresários que participavam do processo. O dinheiro era lavado em pa-raísos fiscais. Promoveu-se um desmonte das empresas públicas, fazendo-as pare-cer mais inoperantes do que eram – assim, quase foram pelo ralo o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.

Para a presidenta do Sin-dicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, o livro prova a importância do combate do movimento sin-dical ao processo de privati-zação. “A velha imprensa não repercute as graves denúncias e mostra a sua parcialidade. Esperamos que o Ministério Público e a Polícia Federal investiguem esses crimes de que trata o livro e retomem para os cofres públicos todo o dinheiro desviado.”

dossiês na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvi-sa), no governo FHC.” O livro afirma também que o esquema era feito por meio de empre-sas off-shore das Ilhas Virgens Britânicas, e foi idealizado pelo ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil e ex-tesou-reiro da campanha de Serra e FHC, Ricardo Sérgio de Olivei-ra. Outros esquemas semelhan-tes eram realizados pelo genro dele, Alexandre Bourgeois, por sua filha Verônica – que manti-nha empresa em sociedade com a irmã do banqueiro Daniel Dantas – e pelo seu sócio, Gre-gório Marin Preciado.

serra, a filha verônica, fhc e ricardo sérgio: tucanos no livro

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a entrevista com o autor das denúnciasComo era o esquema de corrupção dos amigos e parentes de José Serra?O tesoureiro do Serra, o Ri-cardo Sérgio, criou um modus operandi de operar dinhei-ro do exterior, e eu descobri como funcionava o esquema. Eles mandavam o dinheiro da propina para as Ilhas Virgens, um paraíso fiscal. Depois, si-mulavam operações de inves-timento para a internação de dinheiro. Usavam umas off- -shores que simulavam inves-tir dinheiro em empresas que eram deles mesmos no Brasil, numa ação muito amadora.Como você pegou isso?As transações estão em cartó-rios de títulos e documentos.Movimentou bilhões?Bilhões. Os banqueiros, li-gados ao PSDB, formados na PUC do Rio, com pós-

-graduação em Harvard, sofis-ticaram a lavagem de dinheiro. A gente é simples, formado em jornalismo na Cásper Líbero, mas aprendeu a rastrear o di-nheiro deles. Eles inventaram um marco para lavar dinheiro, seguido por criminosos como Fernando Beira-Mar, Georgi-na (de Freitas que fraudou o INSS). Os discípulos da Ge-

orgina foram condenados por operações semelhantes às que o Serra fez, que o genro dele, Alexandre Bourgeois, fez, que o Gregório Preciado fez, que o Ricardo Sérgio fez, que o banqueiro Daniel Dantas, que comandava a corrupção, fez.Serra espionava o Aécio?Está documentado. Ele contra-tou a Fence Consultoria, em-presa que faz varreduras contra grampos clandestinos, no Rio de Janeiro. O Serra gosta de espionagem e manda espionar os inimigos dele. Ele contratou a empresa de um coronel baixo nível da ditadura. O pretexto era que fazia negócio de con-traespionagem. O doutor Ênio (Gomes Fontenelle, dono da Fence) trabalhou na equipe dele. Para espionar o Aécio.E a ex-governadora mara-nhense Roseana Sarney?

Está no Diário Oficial. O agente era o Jardim (Luiz Fernando Barcellos), ligado ao Ricardo Sérgio. Mas a imprensa defende o Serra e não divulga. Dilma contra-atacou com arapongas também?Não. As pessoas que tra-balhavam na campanha da Dilma eram ligadas ao mer-cado financeiro. Me chama-ram porque vazava tudo. Os caras faziam uma reunião e, no dia seguinte, estava na imprensa. Eu achava que era coisa do (ex-deputado tucano Marcelo) Itagiba ou do (candidato a vice-presi-dente, deputado do PMDB, Michel) Temer. Aí veio a surpresa: era o fogo-amigo do PT, de Rui Falcão (atual presidente do PT e deputado estadual).

amaury ribeiro jr.

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terminal central urbano: as boas e as más novidades

rádios para deficientes visuais

qual é a saída?

câmara discute o tcu

Funcionários das empresas de ônibus aplaudem; passageiros e camelôs criticam a PrefeituraDesde 14 de janeiro, todas

as linhas de ônibus passaram a utilizar o Terminal Central Urbano (TCU), que conta com três plataformas cobertas para os passageiros e cujas linhas foram distribuídas por setor (norte, sul, leste e oeste), letras (de A a J) e cores. Localizado na Rua Quadros Sobrinho, per-to da Rodoviária e da Escola Senac, o TCU possui uma gua-rita da Guarda Municipal, duas salas para venda de passagens, duas salas administrativas, três boxes para comércio, banhei-ros e bebedouros.

Os motoristas e cobradores das empresas de ônibus – Li-

meirense e Rápido Sudeste –, aprovaram o local. Agora eles têm banheiros limpos com chuveiro de água quente, re-

O antigo terminal, na Pra-ça Coronel Flamínio (Mu-seu), abriga ainda 17 barracas de camelôs, que não sabem qual será o seu destino – com a reforma da praça, eles te-rão de deixar o local. Para Maria Aparecida Bastos, a Cida, presidente da Associa-ção dos Camelôs, o seu tipo de comércio não funciona em lugar fechado. Portanto, nem o Shopping Popular, cuja

obra deveria estar pronta em outubro de 2011, é um lugar ideal para abrigá-los. Ela cita a alternativa de voltar à Praça Doutor Luciano Esteves ou ao calçadão da Rua Conselheiro Saraiva, onde não há comér-cio que venda os mesmos produtos que os seus. Com a transferência do Terminal e a proibição das paradas de ônibus na Praça do Museu, as vendas caíram 80%.

Os vereadores da Câmara Municipal de Limeira, presidida por Paulo Hadich (PSB), chamou as empresas de ônibus da cidade, os secretários dos Transportes, Rodrigo Oliveira, e do Planeja-mento, Marcelo Ribeiro, entida-des que cuidam de deficientes fí-sicos – como a ARIL (Associação de Reabilitação Infantil Limei-rense), sindicatos e a população para discutir a questão.

O secretário de Transportes disse que o Terminal está em fase de adaptação, com as em-presas refazendo suas planilhas

de horário e veículos, para aten-der aos usuários em tempo mais curto. Outra questão é a frota de Limeira – 120 ônibus, dos quais 40 adaptados –, que não supre a necessidade dos deficientes. Um cadeirante aguarda mais de uma hora um carro adaptado.

O vereador Ronei Costa Martins (PT) aprovou na Câmara projeto de lei que beneficia os deficientes visuais. Trata-se da Rádio Frequência. O sistema possui um receptor instalado no ônibus e um transmissor que fica com o deficiente. O usuário cadastra a linha de ônibus e o ponto de embarque e desembarque – assim, o motorista sabe quando deve parar para o deficiente. A verba aprovada, de R$ 250 mil, é suficiente para equipar todos os ônibus – cada receptor custa R$ 700,00 e cada transmissor R$ 300,00.

feitório, lanchonete e estrutura coberta. A estimativa da secre-taria dos Transportes é que 70 mil usuários usem o Terminal

por dia. Mas as alterações no trânsito, com inversão do flu-xo de veículos e a extinção de algumas paradas de ônibus, trouxeram transtornos a quem se utilizava de uma rota alter-nativa para chegar ao bairro da Boa Vista ou à Rodovia Anhanguera. A mudança de sentido das ruas agora obri-ga os carros a passarem pelo Centro. E o engarrafamento é inevitável. Também o cruza-mento da Rua Siqueira Cam-pos com a Barão de Campinas é outro ponto crítico. Será ne-cessária a instalação de semá-foro para os pedestres, pois o local se tornou arriscado.

“é ruim”A presidente do Sindi-

cato dos Bancários, Dal-va Radeschi, afirma que o Terminal é ruim para gente com deficiência, obesos, idosos, mulheres grávidas e pessoas com crianças de colo. “Há buracos nas cal-çadas, as ruas são íngremes até o centro comercial e não há segurança à noite. Também há problemas nas rampas para cadeirantes e deficientes visuais, pois elas não dão acesso direto às plataformas” – diz.

Os deficientes visuais re-clamam da falta de placas em braile, de piso táctil adequado e de orientadores treinados. Tudo isso já tinha sido discutido no Conselho dos Deficientes, do qual o secretário de Planejamen-to é vice-presidente, mas não foi implantado na obra. Segundo Marcelo Ribeiro, “no projeto do Terminal essas questões foram observadas. Mas, uma vez apro-vado, ele é enviado à Secretaria de Obras para a execução, e a Secretaria de Planejamento não tem mais o controle”.

camelôs: proibidosA Secretaria de Trans-

portes informa que não será permitido o comércio de ambulantes, camelôs e artesãos no Terminal Urba-no. A Prefeitura terá fiscais para impedir o comércio no local, mas disponibilizará

um boxe para o Grupo Em-penho, que explora uma lan-chonete – a atitude revoltou os camelôs. O Grupo Empe-nho terá duas lanchonetes – no Terminal e na Praça, até ter certeza de que dará certo no novo local.

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clã dos félix

coitadinho, o silvio félix ainda não sabe de nadaFoi o que ele disse à Comissão Processante sobre o rolo em que se meteu com os parentes

Em 25 de janeiro, Félix foi à Câmara Municipal para pro-nunciar-se na Comissão Pro-cessante (CP) sobre o escân-dalo do clã Félix. E ele, com aparência magra e tranquila, de cara, afirmou, com voz de ví-tima: “Estou aqui em respeito aos limeirenses; como não tive acesso ao processo, não estou apresentando minha defesa”. Depois, diante das perguntas camaradas dos vereadores da base aliada, Félix se sentiu em casa, mas evitou olhar a popu-lação presente e a imprensa.

Quando o relator da CP Ronei Martins (PT) questio-nou-o, seu tom de voz, antes

refresco de memória saiba quem está sendo ouvido Na investigação do Gru-

po de Atuação Especial de Combate ao de Crime Orga-nizado (Gaeco), do Ministé-rio Público, o patrimônio do clã Félix é incompatível com os rendimentos declarados à Receita Federal. Foram en-contrados, em nome de todos os acusados, imóveis milio-nários que serviriam para

lavar dinheiro de origem desconhecida. Há também várias fraudes fiscais, como a declaração dos imóveis com valores menores do que os pagos na compra. O clã é investigado pelos crimes de formação de quadrilha, lava-gem de dinheiro, sonegação fiscal, falsidade ideológica e furto qualificado.

Além do prefeito afastado Silvio Félix, foram arrolados para depor na CP: Carlos Ro-berto Silva Garcia, que não foi preso e quer colaborar com as investigações; Constância Fé-lix, mulher de Silvio Félix; os filhos Murilo e Maurício Fé-lix; Carlos Henrique Pinheiro, o Ricko, assessor político de Félix; e parentes e funcioná-

acusados querem amordaçar a imprensa de limeiraO Ministério Público abriu

inquérito criminal para apurar quem ameaça os jornalistas dos veículos locais – Jornal de Limeira, Gazeta de Limeira, Mix e TV Jornal. Alguns deles recebem e-mails desconheci-dos com intimidacões, desde novembro, quando explodiu o escândalo do clã Félix. Em janeiro, entidades e sindicatos

repudiaram a ação contra os jornalistas e apoiaram a par-ticipação popular nas sessões da CP. Para o presidente do Sindicato da Alimentação, Ar-tur Bueno Júnior, “é importan-te fazer alianças e ir forte para as sessões da Câmara”.

Uma ato público foi marcado para o dia 11, na Praça Toledo de Barros, às 11 h, com entrega de

panfletos esclarecendo os traba-lhos da Comissão e a importância da participação dos limeirenses.

Jovens que se reúnem nas redes sociais querem mudança na cidade. Eles juntam moedas para simbolizar a “compra dos vereadores”. Como explica Guto Rodrigues, do Mocimen-to Acorda Limeira: “Estamos ao lado dos vereadores para

que a verdade seja mantida, para que eles não enfraqueçam nesta hora tão importante para a cidade”. Todos apoiam o ve-reador João Alberto dos Santos (PSB), suplente da presidente da Casa, Elza Tank (PTB), da base aliada de Félix, afastada há mais de seis meses por mo-tivo de saúde – nos bastidores cogitam a sua volta.

rios que trabalham ou trabalha-ram na Félix Plantas e Flores e Fênix Plantas, ambas de Cons-tância Félix. O prazo da CP vai até depois do carnaval.

Para o relator Ronei Martins (PT) o trabalho não precisará produzir novas provas. “Vamos querer saber se há envolvimen-to de Félix no enriquecimento ilícito da família e se ele agiu

com decoro. Dependendo da avaliação, Félix pode até ser cassado.” Na fase inicial se-rão ouvidas dez testemunhas arroladas pelo prefeito, entre as quais, o deputado estadual José Bittencourt (PSD) e três deputados federais do PDT – Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, Salvador Zimbaldi e João Dado.

brando, ficou alterado. “Tenho os documentos aqui, mas não posso falar sobre eles por-que são sigilosos” – repetia.

Indagado sobre a renda de sua mulher Constância, Félix confirmou ter ciência de sua renda e que a disponibilizaria

à Comissão. No entanto, não respondeu se ela tinha parti-cipação na Fênix Plantas e na Félix Plantas. “Ela é produ-

tora rural e desde solteira tem renda”. Sobre os 23 imóveis de alto padrão dos filhos Mu-rilo e Maurício, Félix voltava à resposta inicial. “Não posso responder, não tive acesso ao processo, estou aqui por res-peito aos cidadãos e não para fazer minha defesa”.

Depois, houve a reunião secreta, pois Félix tinha docu-mentos que não seriam lidos na sessão aberta, por serem sigilo-sos. Mas os documentos apre-sentados não sanaram todas as questões. “Ele não explicou, por exemplo, a criação da holding em nome dos seus parentes” – comentou o relator.

limeira vai fazer a lição de casa e decretar o impeachment de silvio félix

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a posse apagada de zovico

os vereadores e os indícios do ministério Público

félix segue os passos do ex-presidente collor

Com uma posse quase camuflada, o vice-prefeito Orlando Zovico (PDT) anunciou a primeira medida de sua gestão: uma reunião com as empresas que dese-jam se instalar no municí-pio. “Elas são importantes para o bom funcionamento da cidade.” Na coletiva, desconfortável com a situa-ção, Zovico disse que “se arrependia de estar na polí-tica e ter participado do gru-po que elegeu Silvio Félix”.

Por questões de saúde e idade, Zovico não descarta sua renúncia – ele passará pelo sexto transplante de córnea, por causa de proble-ma degenerativo nos olhos.

Aos 68 anos, ele pouco apa-receu nos quase oito anos de mandato de Félix. Sua última aparição havia sido na inau-guração do Samu, no meio do ano passado, quando exibia aparência menos abatida do que agora.

Zovico também é in-vestigado pelo Ministério Público pela compra de um imóvel em 2010, no valor de R$ 11,9 milhões. “Refis a minha declaração e entre-guei ao promotor Luiz Al-berto Bevilacqua. Tive dez dias para fazê-la, mas fiz em cinco, prova de que quero a apuração rápida dos fatos” – garantiu. Ao assumir, logo depois da crise, Zovico deu a entender que haveria de-missões, algumas com alto grau de proximidade com Félix. Agora, porém, ele aguarda passar o momento das indefinições. “Chama-ram-me para assumir e eu assumi. Ponto” – afirmou.

Em menos de um mês, Félix voltou ao governo que-rendo pôr fim à Comissão Processante com o argumento de que ela era inválida. Mas o juiz da Vara da Fazenda Públi-ca, Adilson Araki Ribeiro, ne-gou o pedido, afirmando que a concessão da liminar afetaria

No dia 15, a Comissão Processante (CP) realizou uma sessão e decidiu pelo uso das sete mil páginas de documentos do processo do Ministério Público contra o clã Félix. Com a Câmara Mu-nicipal parcialmente cheia, e sob protesto da população que ficou à espera do fim da reunião fechada aos vereado-res, a decisão foi unânime.

Com fala emocionada, o relator da CP, Ronei Mar-

tins, parabenizou a população num domingo chuvoso. “Essa vitória é de vocês. Por se orga-nizarem e virem a esta Casa, mais uma vez estamos emocio-nados de trabalharmos nessa CP, que a justiça seja feita.” Já o vereador Piuí não teve a mes-ma sorte: sob vaias, em tom de braveza, ele dizia: “Exijo res-peito, sou autoridade. Já dis-se a todos que sou a favor da verdade”. Mas foi abafado pela multidão que cantava: “Eu, sou

a soberania da Câmara de in-vestigar o prefeito. Os advo-gados de Félix alegavam que a CP fora criada a partir de uma denúncia ilegal. “O texto não traz a descrição de fatos deter-minados que caracterizem a conduta incompatível de Félix com o cargo de prefeito” e “a

denúncia do Gaeco não mos-tra indícios mínimos de envol-vimento do prefeito nos fatos apurados; mesmo sendo ele da família dos envolvidos não se caracteriza infração político-administrativa.”

No despacho que negou a li-minar, Araki sustenta que a CP

foi aberta para apurar supostas irregularidades praticadas por Félix, que teriam resultado em “desvio do dinheiro público”. Segundo o juiz, é necessário que seja garantida a sobera-nia do Legislativo para apurar e punir o prefeito por suposto crime de responsabilidade.

futebol

o Paulista da a3Vinte equipes disputam três fases

Os clubes jogam no míni-mo 19 partidas e no máximo 27 partidas. Limeira terá dois times – Internacional e Independente – disputando o campeonato, bus-cando à ascensão a Série A2.

O Independente, campeão da Segundona em 2011, refor-mulou o elenco de jogadores e a comissão técnica. No fim do ano passado, foi eleito presidente, o empresário Clodoaldo José Mi-netto, 52 anos, em substituição a José Marcelo de Assis, que ficou à frente do time por um ano. O novo técnico é Sandro Gomes, 42 anos, que indicou os jogado-res Brumatti, Marabá e Terrão, que já trabalharam com ele no

limeirense, com muito orgu-lho, com muito amor”.

Em 9 de janeiro, a CP se reunira a portas fechadas e de-cidira devolver os documen-tos do Ministério Público, sem analisar seu conteúdo. O gesto ocorreu horas depois de Félix, em tom ameaçador, afirmar em seu blog que iria processar os vereadores. “É crime a que-bra de sigilo e a divulgação de informação fiscal e outras sob segredo de justiça” – dizia.

O presidente da CP, Miguel Lombardi, disse que a decisão foi tomada após conversa com o departamento jurídico da Câmara. “Consultei e no voto dos membros da Comissão optou-se para a devolução dos documentos” – disse ele.

O promotor Luiz Alberto Bevilacqua, que investiga o clã Félix, disse que os verea-dores têm o direito de conhe-cer os documentos. O que não pode é a Comissão Processan-

te dar publicidade das infor-mações fiscais, mas não há problema nenhum usá-las como parte da investigação. Bevilacqua enviou também um relatório com autoriza-ção judiciária para que eles pudessem realizar os traba-lhos. “Um juiz competente autorizou que os documen-tos fossem compartilhados com a Câmara, porque a própria instituição pediu” – concluiu.

Sumaré. A última aquisição foi o atacante Rodrigo Fernandes Al-flen, o Rodrigão. O Independen-te estreou vencendo o São Bento por 3 x 1, gols de Tavares, Baia-no e Luiz Chalita.

A Internacional manteve a base de 2011. Para o técnico Lelo, alguns jogadores ainda podem se apresentar durante a competição. As únicas contrata-ções da Internacional foi Fábio, lateral-direito do Americana, e Fernando Russi, atacante, ex-Ituano. Lelo tem 25 jogadores e mais oito juniores. Na estreia, a Inter bateu o Osvaldo Cruz, fora de casa, por 3 x 0, gols de Diego Carioca (2) e Lucas Biselli.

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horizontal – 1. (Geom.) Diz-se de linhas ou superfícies equidistantes em toda a extensão de outra linha ou superfície 2. Ficar amarelo, empalidecer 3. Diz-se de algo sem manchas ou sujeira; Seguia 4. Sigla de Moçambique na internet; Elevação das águas em mares, em virtude dos ventos e das marés; (Sigla) Observatório Tecnológico 5. (Sigla) Escritório de Arquitetura; Grupo formado por uma única família 6. Anos de vida; (Sigla) Antigo Testamento 7. Profissional que produz reportagens 8. Falta de exatidão, falha; (Informática) Programa que converte arquivos de imagem em dados digitais onde cada ponto do desenho é representado por sua coordenada 9. Canal de televisão do Brasil; Município de Minas Gerais 10. Satanás, demônio; Raspa, sobra 11. Qualquer período de tempo, como parte de um período maior; Cada um dos membros anteriores das aves, que servem para voar.

vertical – 1. Torcedor do Palmeiras 2. Sentimento de estima ou de solidariedade entre pessoas; Banda alemã de rock 3. Memória do computador regravável; Apuro 4. Nome de uma praia do Rio de Janeiro; (Sigla) Antes de Cristo; 5. Prenome de Trotski, revolucionário bolchevique; (Fem.) Resultado de errar 6. Forma antiga do artigo o; Quarta letra do alfabeto; Grande tronco de madeira 7. Percorra com a vista o texto; Cada uma das duas partes do corpo humano que ficam nas extremidades das pernas; Bolo de farinha de arroz e azeite de coco 8. Casa Indígena; Roçaduras 9. Igreja episcopal; Expressão usada para chamar alguém; Nome de um Estado do Norte do Brasil 10. Obras de engenharia de estradas, feitas para facilitar o trânsito nos cruzamentos de duas ou mais rodovias.

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