Jornal Brasil Atual - Barueri 03

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Jornal Regional de Barueri www.redebrasilatual.com.br BARUERI nº 3 Junho de 2012 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Afinal, desde quando existe o povoado na Aldeia de Barueri? Pág. 7 CULTURA NOSSA HISTÓRIA Os negócios nebulosos do convênio Prefeitura e Grêmio Barueri Pág. 3 FUTEBOL PAGARAM BOLA? Ronaldo é escolhido como pré-candidato do PT nas próximas eleições Pág. 2 SUCESSÃO NOVO FENÔMENO ECONOMIA Taxação sobre grandes fortunas ajudaria a saúde e o combate à miséria no Brasil Pág. 4-5 UM IMPOSTO PARA MELHORAR O PAÍS A Justiça está de olho na família do prefeito Rubens Furlan, suspeita de corrupção INVESTIGAÇÃO O DESESPERO DO CHEFE

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novo fenômeno Taxação sobre grandes fortunas ajudaria a saúde e o combate à miséria no Brasil sUCessão invesTigAção nossa história A Justiça está de olho na família do prefeito Rubens Furlan, suspeita de corrupção Distribuiçã o nº 3 Junho de 2012 Pág. 4-5 Pág. 7 Pág. 2 Pág. 3 www.redebrasilatual.com.br Jornal Regional de Barueri Os negócios nebulosos do convênio Prefeitura e Grêmio Barueri Afinal, desde quando existe o povoado na Aldeia de Barueri?

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Jornal Regional de Barueri

www.redebrasilatual.com.br Barueri

nº 3 Junho de 2012

DistribuiçãoGratuita

Afinal, desde quando existe o povoado na Aldeia de Barueri?

Pág. 7

CULTURA

nossa história

Os negócios nebulosos do convênio Prefeitura e Grêmio Barueri

Pág. 3

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pagaram bola?

Ronaldo é escolhido como pré-candidato do PT nas próximas eleições

Pág. 2

sUCessão

novo fenômeno

eConomiA

Taxação sobre grandes fortunas ajudaria a saúde e o combate à miséria no Brasil

Pág. 4-5

Um imPosTo PARA meLhoRAR o PAís

A Justiça está de olho na família do prefeito Rubens Furlan, suspeita de corrupção

invesTigAção

o desesPeRo do Chefe

2 Barueri

expediente rede brasil atual – baruerieditora gráfica atitude ltda. – Diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros redação Enio Lourenço revisão Malu Simões Diagramação Leandro Siman telefone (11) 3241-0008 apoio AMABARE – Amigos de Apoio a Barueri e Região – tiragem: 10 mil exemplares Distribuição gratuita

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joRnAL on-Line

ediToRiAL

A cidade de Barueri vive um clima político tenso. Há mui-ta coisa que permanecia inexplicável – ou que tinha explica-ções estrambóticas, como o caso da união Prefeitura-Grêmio Recerativo Barueri –, mas a que, felizmente, o Ministério Público, por intermédio do promotor Alexandre Magalhães Júnior, decidiu dar um fim, colocando ordem na casa. A últi-ma dessas medidas foi a proibição de que o prefeito Rubens Furlan deixasse a sua própria empresa, a Rubi’s Participações Ltda., minada por uma onda de malfeitos. É, sem dúvida, uma ótima medida tomada pela Justiça, que bloqueou os bens des-se homem que, eleito para gerir a cidade, parece que se esme-rou em estabelecer políticas que beneficiam somente a si e a um punhado de amigos.

Já no Brasil, um debate que promete pegar fogo no Con-gresso Nacional é sobre o imposto que deve ser cobrado dos brasileiros muito ricos, pouco mais de 45 mil pessoas. Eles pagariam uma irrisória taxa para que o país pudesse, defini-tivamente, atacar as mazelas da saúde e combater a miséria. Assim, ele sairia dessa batalha ecoando o brado de um slogan que retumbaria, de vez, por toda a Nação: País rico é um país sem pobreza. É isso. Boa Leitura!

TRAnsPoRTe

nova vitória pelo acesso livre Artesp divulga documento que garante nossa vitória

A Associação AMABA-RE – Amigos de Apoio a Ba-rueri e Região –, composta de moradores, empresários e usuários que querem aces-so livre à Rodovia Castelo Branco pelo Jardim Mutin-ga, existente muito antes da concessão do governo do Estado à CCR-Via Oeste, que privatizou a estrada, di-

vulgou um documento ofi-cial da Agência Reguladora de Transporte do Estado (Artesp) segundo o qual o acesso livre continuará livre. No local havia uma faixa da AMABARE que pedia às autoridades um documento de garantia de que o acesso não seria fechado. Foi uma nova vitória.

sUCessão mUniCiPAL

Ronaldo, pré-candidato a prefeitoO desejo do PT é derrotar o grupo de Rubens Furlan

Em 2011, o PT de Barueri aceitava qualquer negócio para derrotar o grupo do prefeito Rubens Furlan. Até conversou com o deputado estadual Gil Arantes (DEM) para se coligar nas eleições de 2012. Por sua vez, Rubens Furlan ansiava em aniquilar o PT na cidade: um áudio de 2004 revela que, numa reunião com seus apoia-dores, ele manda bater em quem não votar nele e faz crí-ticas grosseiras ao Partido dos Trabalhadores. Veja <http://www.redebrasilatual.com.br/jornais/barueri/audio-rubens-furlan-tatica-eleicao>.

O PMDB de Furlan é um aliado da presidenta Dilma, mas ele nunca seguiu seu parti-do. Em 2010, ele se aliou ao tu-cano José Serra. No dia em que o candidato do PT ao governo do Estado, Aloisio Mercadan-

te, viria a Barueri, Furlan arti-culou um comício de Alckmin e Serra, dispensando das aulas as escolas da cidade e obrigan-do os professores a estarem presentes ao evento.

Durante as tratativas com Gil Arantes, houve o 4º Congresso do PT, que proibiu a coligação com quem faz oposição ao governo fe-deral – DEM, PPS e PSDB. Por isso, o partido optou por ter um candidato próprio. E vários no-mes apareceram: Ronaldo Araú-jo, Agnério Néri, Baltasar Rosa, Chiranha, Gil Rosa e Elisabeth Dutra, recém-filiada. No dia 6 de maio, dois deles disputaram as prévias: Ronaldo Araújo e Elisa- beth Dutra. E, com 75% dos votos, venceu Ronaldo Araújo que, no discurso da vitória, convidou Elisa- beth a se candidatar a vereadora.

bacharel e militanteRonaldo Araújo é bacharel de Direito. Iniciou sua mili-

tância aos 18 anos, em 1988. Nos anos 1990, foi do Diretório Municipal e é da Executiva do partido até hoje. Em 2004, foi candidato a vice-prefeito pelo PT. Atualmente é o presidente do Partido dos Trabalhadores de Barueri, eleito há dois anos.

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invesTigAção

Rubens furlan se enrola em negócios suspeitosJustiça impede a saída do prefeito de sua própria empresa; seus bens estão bloqueados

São numerosos os inquéritos instaurados pelo promotor de Justiça Alexandre Magalhães Júnior, do Ministério Público, para apurar crimes de preva-ricação, corrupção e improbi-dade administrativa. As ações são movidas contra o prefeito Rubens Furlan, secretários mu-nicipais e empresas suspeitas de ligação com atos corruptos na cidade. A última do promotor Alexandre foi pedir à Magis-tratura que impedisse a saída do prefeito da própria empresa, a Rubi’s Participações Ltda., prontamente atendida pela juíza Nilza Bueno da Silva.

Em março, Furlan teve seus bens bloqueados pela Justiça. Em 13 de abril, ele alterou na Junta Comercial de São Pau-lo o contrato social da Rubi’s Participações Ltda., da qual eram sócios ele próprio e seus

filhos Felipe Dias Furlan e Ru-bens Furlan Junior. Sua esposa, Sônia Dias Furlan, passou a ter R$ 10,00 do capital da empresa, que era de R$ 3.705.000,00.

No mesmo dia, foi admitida na sociedade da Rubi’s a empre-sa AB103 Participações S/A, constituída em setembro de 2010 como sociedade limitada, cujos sócios eram: André Maia Filho, morador da Cohab de Itapevi, e Eline Abreu Ferreira,

residente no Jardim Maria Du-arte, em São Paulo. Em novem-bro de 2010, com dois meses de vida, a AB103 virou socie-dade anônima, com o mesmo capital: cem reais. Agora, sócia da Rubi’s, a AB103 tem mais R$ 3.704.990,00 de capital so-cial e Sônia Furlan ficou ape-nas com R$ 10,00. Também em 13 de abril, os filhos de Furlan abriram outra empresa, a Impe-ra Participações S/A, no mes-

mo endereço da Rubi’s Partici-pações – Alameda Grajaú, 129, conjunto 1504, em Alphaville.

Embora o capital so-cial da Rubi’s seja de R$ 3.705.000,00 apenas um de seus imóveis – na Alameda Tucunaré, 292, em Alphaville, alugado à Receita Federal –

vale mais de 4 milhões de re-ais! Última curiosidade: Fur-lan e sua ex-empresa Rubi’s constituíram, juntos, a Nova Coqueiros Agropecuária Ltda, que possui uma fazenda, em Agudos, e se dedica à criação de bovinos para corte e leite e ao cultivo de plantas.

Um belo patrimônioEm 2008, a Rubi’s tinha 20 imóveis, em áreas valorizadas da cidade. Alguns deles:

Escritórios de 342 m², em Alphaville Galpão de 6.333 m², em Alphaville Casa no Condomínio Alphaville II Escritórios comerciais em Alphaville Galpão alugado à Receita Federal

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justiça determina bloqueio de bens do prefeitoDe 2001 a 2008, a Prefeitura manteve convênio irregular com o Grêmio Recreativo Barueri

O prefeito Rubens Furlan e o ex-prefeito Gil Arantes (hoje deputado estadual) tiveram bens no valor de R$ 1,3 milhão bloqueados pela Justiça, devido a irre-gularidades no convênio entre a Prefeitura e o clube Grêmio Recreativo Barueri. Furlan e Gil teriam repassa-do verbas públicas ao clube, sem fiscalizar o seu destino.

Mais seis pessoas são in-vestigadas no processo, entre as quais o ex-secretário de esportes, Walter Sanches, que

também era presidente do Grê-mio Recreativo Barueri (GRB). Até 2008, o clube funcionava como uma ONG e o convênio

previa que ele desenvolvesse atividades sociais e educativas com a comunidade. Os indícios são de que os repasses eram

usados no futebol profissional; as demais atividades eram su-bexploradas.

Em 2006, a Prefeitura re-passou mais de R$ 15 milhões ao clube, dos quais R$ 10 mi-lhões são considerados irregu-lares pelo Tribunal de Contas do Estado. Em 2007, a Pre-feitura se comprometeu a não mais repassar valores ao GRB. No entanto, uma nova empre-sa foi criada e o GRB transfe-riu seu patrimônio a ela, sem garantir que o erário público municipal fosse ressarcido.

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o casoA denúncia foi do jorna-

lista Juca Kfouri, na Folha de S.Paulo, em 2006. Juca destacava a artificialidade do clube (novo e sem torcida) e o palanque que ele significa-va para as intenções políticas de Furlan, “um jogador inve-terado”. O clube era 100% subsidiado pela Prefeitura. O MP, além de requerer toda a grana de volta, pede a sus-pensão dos direitos políticos do prefeito Rubens Furlan.

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Um imposto que não mata ninguém. e vale muito

imposto sobre grandes fortunas

Contribuição social das grandes fortunas

Tributação das grandes fortunas seria para a saúde pública e o combate à miséria Por Maurício Thuswohl

A criação de um Impos-to sobre Grandes Fortunas (IGF), prevista na Constitui-ção Federal de 1988, está su-bordinada à aprovação de lei complementar para entrar em vigor e até hoje não virou rea-lidade. O debate sobre a taxa-ção das fortunas voltou à tona no ano passado, por causa da Emenda 29, que fixou os per-centuais mínimos que União,

Estados e municípios devem investir na saúde. Defensores e críticos da tributação pra-ticada em outros países vol-taram a tornar públicos argu-mentos de uma discussão que ganha corpo. Em 1989, o Se-nado aprovara um projeto de lei complementar do então se-nador Fernando Henrique Car-doso (PSDB-SP) que punha em vigor o IGF, mas permitia

Elaborado pelos deputa-dos Chico Alencar (RJ), Ivan Valente (SP) e Luciana Genro (RS, sem mandato), do Par-tido Socialismo e Liberdade (PSOL), o projeto de lei do Imposto sobre Grandes For-tunas (IGF) visa complemen-tar a Constituição Federal.

Em 2011, no debate sobre a Emenda 29, o deputado Dr. Aluizio (PV-RJ) criou a Con-tribuição Social das Grandes Fortunas (CSGF). A relatora do projeto na Comissão de Seguri-dade Social e Família, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), apresentou emenda para que a arrecadação proveniente da CSGF fosse direcionada a ações e serviços de saúde. O dinheiro seria encaminhado ao Fundo Nacional de Saúde (FNS) e fi-nanciaria o Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a de-putada, a CSGF atingiria mais de 55 mil contribuintes com patrimônio superior a R$ 4 mi-

lhões. Seu relatório previa nove alíquotas para a CSGF, a serem pagas anualmente: 0,4% (entre R$ 4 milhões e R$ 7 milhões); 0,5% (de R$ 7 milhões a R$ 12 milhões); 0,6% (de R$ 12 mi-lhões a R$ 20 milhões); 0,8% (de R$ 20 milhões a R$ 30 mi-lhões); 1% (de R$ 30 milhões a R$ 50 milhões); 1,2% (de R$ 50 milhões a R$ 75 mi-lhões); 1,5% (de R$ 75 mi-lhões a R$ 120 milhões); 1,8% (de R$ 120 milhões a R$ 150 milhões); e 2,1% para patrimô-nios acima de R$ 150 milhões.

A deputada ressalta que as alíquotas produziriam efeito sobre a arrecadação e

baixíssimo impacto para os contribuintes atingidos face à evolução patrimonial: “A Receita Federal informa que, em 2009, o patrimônio das pessoas que superava R$ 100 milhões elevou-se de R$ 418 bilhões para R$ 542 bilhões – 30% de crescimento num ano.

Assim, uma tributação de 2% representa pouco para esse di-minuto segmento social, mas significará um belo aporte de recursos para a saúde públi-ca, que atende 190 milhões de brasileiros” – diz Jandira. Se aprovada na Comissão de Seguridade Social e Família,

a CSGF passará por duas co-missões antes de ir a votação. O trâmite se estenderá pelo primeiro semestre de 2012. O objetivo dos defensores da proposta é evitar que se repita a situação do projeto que está a hibernar na gaveta da Mesa Diretora.

que os valores pagos fossem deduzidos do imposto de ren-da. Na Câmara, o projeto aca-bou substituído por outro, do PSOL, aprovado na Comissão de Constituição e Justiça em junho de 2010 e pronto para ir a voto em plenário. No entan-to, dorme em alguma gaveta da Mesa Diretora à espera de uma decisão política que des-trave a discussão.

Ele determina que o imposto incida em 1% sobre os pa-trimônios de R$ 2 milhões a R$ 5 milhões; em 2%, entre R$ 5 milhões e R$ 10 mi-lhões (26.206 pessoas em 2008, segundo a Receita Federal); em 3%, entre R$ 10 milhões e R$ 20 milhões

(10.168 pessoas); em 4%, entre R$ 20 milhões e R$ 50 milhões (5.047 pes-soas); e em 5% sobre pa-trimônios acima de R$ 50 milhões (1.327 pessoas – há, ainda, 997 pessoas com patrimônio acima de R$ 100 milhões).

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Alíquota do imposto sobre grandes fortunas, em milhões

Alíquota da Contribuição social das grandes fortunas, em milhões

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imposto ou Contribuição social: o que é melhor?

Como é lá fora

O professor de Direito Tri-butário da Universidade Fede-ral do Rio de Janeiro Bruno Macedo Curi acha que o Im-posto sobre Grandes Fortunas (IGF) deve prevalecer sobre a contribuição (CSGF). Ele lembra que entre os objetivos constitucionais do Brasil es-tão a erradicação da pobreza, da marginalização e a redução das desigualdades sociais: “O

combate à pobreza é algo ca-ríssimo. Por isso, buscou-se um instrumento tributário e a receita do IGF ficou vincu-lada ao Fundo de Combate à Pobreza”.

Segundo Curi, não have-ria dupla tributação do IGF e do Imposto de Renda porque “não há duas incidências so-bre o mesmo bem; o IGF não tributa a renda, mas o capital.

Renda é o acréscimo de patri-mônio (tributável pelo IR) e a grande fortuna é o patrimô-nio em si. Se uma pessoa com grande fortuna não acrescer seu patrimônio durante um ano-calendário, não pagará imposto de renda, mas pagará o IGF”. O tributo, portanto, atua sobre o patrimônio de quem concentra grande parte da renda nacional.

Segundo Curi, o calcanhar de Aquiles é a possibilidade de o IGF provocar fuga pa-trimonial do país. “Eis um ponto crucial. O imposto não incide sobre o patrimônio de fora do país, ao contrário do Imposto de Renda, que tem previsão constitucional para isso. Assim, é preciso haver uma emenda constitucional destinada a evitar a previsível

evasão de divisas. Até porque, quanto maior o patrimônio do cidadão, tanto maior será sua mobilidade” – diz o professor, para quem uma alternativa possível, mas não ideal, seria a União aumentar o IOF sobre certas remessas de dinheiro para o exterior. “Mas isso, in-felizmente, não é à prova de fraudes e demandaria maior esforço de fiscalização.”

Em 1922, na Alemanha, a tributação, com alíquotas de 0,7% a 1%, atingia não apenas quem possuía bas-tante dinheiro, mas também poder econômico e político. O imposto foi declarado inconstitucional em 1995. Desde então, aguardam-se novas regras para que volte a ser cobrado.

Na França, o Imposto de Solidariedade sobre a For-tuna, ainda em vigor, tem alíquotas de 0,5% a 1,5% e incide sobre o patrimônio líquido de pessoas físicas. Foi recriado pelo presiden-te François Mitterrand, em 1988. Outros países euro-peus que tributam as fortunas são Áustria, Suécia, Finlân-dia, Islândia, Luxemburgo, Noruega e Suíça. Holanda, em 2001, e Dinamarca, em 1996, o aboliram em um pas-sado recente; há mais tempo, Itália (1947) e Irlanda (1978) o deixaram de lado.

Nos países anglo-saxões, a taxação de grandes fortu-nas nunca pegou. Na Ingla-terra, as discussões sobre a sua criação foram de 1960 a 1974, quando se formou

uma comissão especial para decidir sobre o tema. Ela constatou que a instituição de um imposto sobre gran-des fortunas substituiria um imposto sobre patrimônio já existente, impedindo sua adoção. Nos Estados Uni-dos e no Canadá, o debate foi abandonado na primeira metade do século 20, mas ambos possuem sistemas próprios de impostos, cha-mados de property tax, que incidem sobre a proprieda-de e não sobre o patrimônio global dos contribuintes.

Nos países emergentes, a África do Sul e a China não tributam as grandes fortunas. Na Índia, desde 1957, existe um imposto anual sobre o patrimônio líquido com alí-quotas que variam entre 1% e 5% sobre os bens das pes-soas físicas e jurídicas que excedam um limite estabele-cido pelo governo. O modelo indiano, no entanto, isenta da cobrança do imposto pro-priedades agrícolas, obras de arte, bens de uso pessoal e até um imóvel do contribuin-te, desde que comprovada-mente habitado por ele.

AfortunadosGrandes Fortunas do Brasil

pessoas com patrimônio superior a

R$ 100 milhões

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26.206 pessoas com

patrimônio entreR$ 5 e R$ 10 milhões

10.168 pessoas com

patrimônio entreR$ 10 e R$ 20 milhões

5.047 pessoas com

patrimônio entreR$ 20 e R$ 50 milhões

1.327 pessoas com

patrimônio entreR$ 50 e R$ 100

milhões

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PoLíTiCA

d i R e T A s Por Sandra Barbosa

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3º Festival de Aldeia da SerraO Festival de Aldeia da Serra, promovido pela Cultura da Aldeia, Rádio Eldorado e Prefeitura de Barueri, foi um su-cesso. Os artistas – entre os quais Zélia Duncan e Arnaldo Antunes – deram um show e os cidadãos também, demons-

trando preocupação com o meio ambiente, jogando o lixo no lixo! A tenda dei-xou o ambiente aconchegante. Sugiro ao secretário de Cultura, Getúlio Azeve-do, presente no evento, que organize festivais culturais deste porte em outros pontos da cidade, contemplando a todos os munícipes.

Crianças x Van escolarO Conselho Tutelar e o Poder Legislativo devem pensar num projeto de Lei que limite o tempo em que as crianças ficam na perua van escolar. Hoje, elas passam horas rodan-do – às vezes até no bairro onde moram – até chegarem

ao seu destino. Muitas têm problemas com a alimentação, passam mal, ficam cansadas e o rendimento escolar delas cai.

Site desatualizado O site da Câmara Municipal de Barueri, criado para trazer informações ao cidadão dos atos legislativos e executivos da cidade, está desatualizado há tempos. Em 20 de maio, eu busquei informações sobre as pautas das sessões deste

ano, sobre projetos de lei, e nada. Não há transparência. O acesso do público à Câmara é difícil. A sessão se realiza na hora em que o povo trabalha. Agora, se nem informações no site ele tiver, é algo estarrecedor!

Vereadores mirinsAtenção escolas da cidade: preparem seus alunos para par-ticipar do projeto vereadores mirins. Professores, infor-mem-se como proceder na Câmara ou com o seu vereador. A participação dos alunos na cena política é importante.

Bem preparados, eles garantem um futuro mais justo e humano para Barueri.

Saúde: onde está o dinheiro?Em 2 outubro de 2009, a Prefeitura de Barueri emitiu um cheque de R$ 7.100.000,00 (sete milhões e cem mil reais), para uma conta do Bradesco, em Vinhedo, em nome da So-ciedade Paulista de Desenvolvimento da Medicina – o es-

tranho é que a conta foi aberta no mesmo dia; depois, foi zerada e sumiu. O caso parou na Delegacia de Polícia de Barueri e deu num processo, encaminhado à 2ª Vara Criminal. Em novembro de 2009, o vereador Prof. Agnério (PT) denun-ciou ao Tribunal de Contas do Estado. Até hoje o enigma permanece.

Lixão: atenção moradores!A Prefeitura quer trazer um lixão para Barueri e instalar uma usina de incineração entre os Jardins Tupanci e São Luiz, a Chácara Marcos e Alphaville. Como só o lixo da cidade não traz lucro para a usina, o risco é que ela receba

o lixo de toda a região. A usina de incineração – ultrapassada e ecologicamente incorreta – produz gases tóxicos que, lançados no ar, trazem mau cheiro, conta-minam o solo e infestam o lugar de ratos e baratas. Os vereadores têm de votar contra esse retrocesso ambiental e barrar esse projeto. Um grupo que visa lucro não pode passar por cima dos interesses coletivos.

Munhoz em açãoEm maio, as moradoras do bairro Munhoz Junior, em Osas-co, na divisa com Barueri, fizeram um abaixo-assinado, exigindo atendimento ginecológico de qualidade. Segundo a líder Elaine Vignon, elas estão preocupadas com o serviço

desqualificado realizado na UBS-Raimunda Cavalcanti de Souza, que faz as pacientes sentirem-se constrangidas em relatar seus reais problemas de saúde – os médicos têm pressa e não fazem o exame detalhado. O abaixo-assinado foi protocolado na Prefeitura de Osasco e no Ministério Público.

Aterro em BarueriCaminhões e tratores destroem a mata nativa e as nascentes de água do Jardim Votupoca. Moradores dizem que duas nascentes já foram soterradas. Os caminhões que descar-regam os entulhos atrás do pátio da Secretaria de Obras de

Barueri recebem de R$ 100,00 a R$ 160,00 por viagem. Pior: a Secretaria de Obras e do Meio Ambiente sabe de tudo. Precisa haver intervenção de ambien-talistas contra o capitalismo selvagem que assola a cidade.

Censura à oposiçãoEm 15 de maio, a bancada de vereadores de oposição dei-xou o plenário da Câmara. Motivo: segundo eles, o vereador Jô, presidente da Câmara, favorece a situação. Na sessão daquele dia, ele permitiu que dois vereadores governistas

se inscrevessem e falassem após o término do tempo determinado. Por outro lado, Jô corta o som do microfone quando alguém da oposição se manifesta contra a atual administração – em fevereiro, o vereador Miguel de Lima (PDT) teve o som cortado ao mencionar a CPI da Habitação. Em março, depois de chamar os presentes de “manés” e Toninho Furlan se dirigir às pessoas como “chupins”, Jô cortou o áudio abruptamente, quando a oposição iria se manifes-tar. Esses atos truculentos não estão com nada: Ditadura já era!

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imPeRiAisPor Denilson Campos D

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Em obrasO espaço de lazer que havia na en-trada do Parque Imperial, com pis-ta de skate, quadra e playground, destruído pela atual administração há quase 8 anos, será reaproveita-

do. Porém, ninguém sabe ainda qual será a sua destinação. Uns apostam num camelódromo. Outros falam em feiras do bairro. E há quem diga que o espaço será dividido em dois, com quadra poliesportiva de um lado e estacionamen-to de outro. As obras só despontam por causa da disputa eleitoral que se avizinha, principalmente quando existem alternativas de peso ao atual prefeito e aos vereadores de sua base.

CULTURA

barueri e a história do brasilLocal onde surgiu o povoamento tem de ser valorizado

Barueri faz parte da his-tória do Brasil desde 1560 quando, segundo se crê, o pa-dre Anchieta ergueu a Cape-la Nossa Senhora da Escada, hoje padroeira do município na margem direita do rio Tie-tê. Porém, essa história não é reconhecida nos livros que tratam do descobrimento do Brasil. O local que teria dado origem ao povoamento ainda está para ser valorizado na educação, na cultura e virar atração turística.

Em 2002, foram feitas es-cavações no local da capela pela equipe de arqueólogos da Universidade de São Paulo (USP), coordenada por Maria Cristina Scatamacchia. Foram encontradas ossadas e objetos como colares e cerâmicas, que estão expostos no Museu Mu-nicipal no Jardim Belval. Se-gundo Maria Cristina, o bairro da Aldeia sempre foi conheci-do como o local do aldeamen-to jesuítico do século XVI. “Essa é uma hipótese a ser

trabalhada, em oposição aos dados da historiografia oficial, que dá a data de 1610 como da implantação do povoado pelo padre João de Almeida.”

Maria Cristina garante que, conforme as pesquisas avançaram, cresceu o desejo da comunidade de transformar o lugar em atração turística. “O sítio tem importância para a história de São Paulo; por isso, deveria ser valorizado com o estabelecimento de um museu” – diz ela.

Casa lotérica: uma loteriaO Parque Imperial continua desas-sistido pela Prefeitura. As pessoas anseiam em ter um posto bancário no bairro. Há gente interessada em abrir uma casa lotérica, mas que

esbarra na falta de segurança, ainda que haja uma base da força tática da Polícia Militar na entrada do bairro. A Cai-xa Econômica Federal até ofereceu um espaço para a tal casa lotérica, mas longe da polícia, perto da escola Amador Aguiar, o que afugentou os interessados, pois ninguém vai arriscar se não houver pelo menos uma base da Guarda Civil Municipal por perto.

Curral, nãoPara entrar ou sair do bairro só há a alternativa da Rua Chico Mendes e ela vira e mexe está congestiona-da! A realidade é que nós estamos cercados pelos residenciais de Tam-

boré e prejudicados por interesses empresariais. Existem as alternativas da Rua Hercília da Silva Barbosa (ao lado do Rodoanel) ou do prolongamento da Estrada do Paiol Velho até o Parque Imperial. Se precisar desapropriar, por se tratar de área particular, que se indenize, como previsto em lei. Afinal, é para o bem dos habitantes do bairro – para que eles não fiquem sem alternativa, como ocorre agora com as interrupções por acidentes ou mesmo por obras.

escavações: o passado vivoO morador da Aldeia de Ba-

rueri José Benedito lembra-se das escavações feitas no local da Capela Nossa Senhora da Escada e ficou chateado com a sua paralisação. “Recordo o ce-mitério dos índios, as olarias, o rio, a ponte pênsil, o matadouro e a família Adriano Augusto, que morava ao lado da capeli-nha numa casa de pau-a-pique, e descendia da tribo dos Pés Largos que habitava Barueri.”

Benedito conta que durante as escavações encontraram es-queletos de bruços, dos anos 1600. “Ali, houve um massa-cre; os corpos não foram en-terrados, mas jogados na vala.” O projeto de escavações no en-torno da capela foi realizado, mas o Museu do Sítio, um sítio arqueológico a céu aberto, não foi concluído. As escavações deveriam ser parte integrante da história do Brasil.

Notas

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foTo sínTese – emef giLbeRTo fLoRenCio PALAvRAs CRUzAdAsPALAvRAs CRUzAdAs

Respostas

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As mensagens podem ser enviadas para [email protected] ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

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Palavras cruzadas

CARTOmAnTEAPARADORPREmOsRPIALATInARsmAAsAEsTERARusPOLIAOILAPROnTARADARTLAOFICInEIROsOLOEmPOs

horizontal – 1. Quem lê o futuro nas cartas 2. móvel sobre o qual se põem travessas com a comida a ser servida em uma refeição 3. Tribo indígena da bacia do Javari; 3,1416 4. Adotar os procedimentos dos povos latinos 5. maldosa; Cada um dos membros anteriores das aves, providos de penas, que ger. servem para voar; 6. É, em francês; Comprar garrotes jovens para mais tarde revendê-los; universidade de são Paulo (sigla) 7. Óleo, em inglês 8. Preparar 9. Contração da preposição de com o artigo definido feminino a; Reserva técnica (sigla)10. Profissional que trabalha em oficina 11. Chão, piso; Após, depois de.

vertical – 1. Que se converte em caramelos 2. Pedir socorro; parágrafo 3. Ramagem; Ar, em inglês; 49, em algarismos romanos. 4. Andar (a montaria) entre o passo e o galope; A região dos mortos 5. Lugar com água e vegetação no meio de um deserto; Diz-se de um dos dois isômeros em certos compostos que apresentam ligação dupla entre dois átomos de nitrogênio 6. 1.500, em algarismos romanos; Denominação de vários tipos de navio, com um ou mais mastros e velas redondas 7. Agora, forma arcaica; mais adiante 8. nota da Redação; Tornar a pôr; A identidade do computador (sigla) 9. Argola 10. no novo Testamento, cada uma das cartas escritas pelos apóstolos às primeiras comunidades cristãs; símbolo do ósmio.

luc

a.s