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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 125 – MARÇO/2009 1 INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTE - BRASIL Rua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center, sala 701 - Fone/Fax: (19) 3433-3254 - Website: www.ipni.org.br - E-mail: [email protected] 13416-901 Piracicaba-SP, Brasil Desenvolver e promover informações científicas sobre o manejo responsável dos nutrientes de plantas para o benefício da família humana MISSÃO MISSÃO MISSÃO MISSÃO MISSÃO INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS N 0 125 MARÇO/2009 Veja também neste número: Integração lavoura-pecuária: benefícios das gramíneas perenes no sistema de produção ...... 2 Norman Borlaug completa 95 anos ................... 16 IPNI em Destaque ................................................ 17 Divulgando a Pesquisa ....................................... 19 Painel Agronômico ............................................. 23 Cursos, Simpósios e outros eventos .................. 25 Publicações Recentes ......................................... 27 Ponto de Vista ..................................................... 28 D iante da elevação dos preços dos fertilizantes no ano passado, e em confronto com a realidade de que o Brasil é bastante dependente da importação destes insumos, estabeleceram-se discussões e reuniões diversas no país no sentido de procurar por novas alternativas para forneci- mento de nutrientes às plantas. As iniciativas ocorreram em vários níveis, com destaque para o apoio a projetos de pesquisa e reu- niões promovidas pelo governo federal. A busca por novas fontes é importante e deve ser realizada pelos diversos setores de interesse – governo, universidades, em- presas e agricultores; porém, não se estabelecem novos fertilizantes a curto prazo. Houve falha em nível mundial quando institutos de pesquisa específicos para o estudo de fertilizantes foram fechados. Pode-se citar, como exemplos, o TVA, nos Estados Unidos, e o CEFER, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), no Brasil. Provavel- mente, acreditava-se que não mais havia necessidade de estudos sobre fertilizantes. O tempo, entretanto, mostrou o contrário. Fica, então, uma lição: há necessidade de visão futura mais clara e contí- nuo apoio à pesquisa, muitas vezes investindo no que poderá surgir no futuro e não simplesmente com base na condição do presente. Considerando que a viabilização de novas jazidas ou novas fontes de fertilizantes demanda tempo, o que se pode fazer de imedia- to é fomentar a utilização correta das fontes existentes. A utilização de baixas quantidades de corretivo agrícola e fertilizante nitrogenado no Brasil é exemplo claro de que há muito por se progredir no sentido de providenciar condições para manifestação do amplo potencial outros nutrientes aplicados na agricultura nacional. No sentido de difundir o uso adequado dos fertilizantes, o IPNI Brasil estará promovendo, de 28 a 30 de setembro próximo, o simpósio sobre Boas Práticas Para Uso Eficiente de Fertilizantes. No simpósio serão enfatizados quatro tópicos principais: a situa- ção no mundo, as práticas de suporte ao uso eficiente de corretivos e fertilizantes, os nutrientes e as culturas. Contará com a participa- ção de pesquisadores importantes que virão do exterior e de várias partes do Brasil. A recomendação geral do IPNI Brasil a todos os palestrantes é a de que não se trata de um evento para discutir a necessidade de novas pesquisas, mas sim de comunicar de forma prática aos que atuam no setor o que a pesquisa tem de fato a oferecer neste momento para que se faça uso adequado destes importantes insumos. O simpósio marcará a primeira etapa de um programa que prevê, na seqüência, a publicação de um livro e, com base no simpósio e no livro, um amplo conjunto de medidas para a difusão das informações do uso eficiente de fertilizantes por todo o país. A motivação é grande para que o evento seja útil ao país e que possa servir de base para a difusão geral das práticas corretas para o uso eficiente dos fertilizantes. O programa completo do evento pode ser encontrado na página 25 deste número do nosso jornal. Contamos com a colaboração de todos os interessados no sentido de tornar este programa, que se inicia com o simpósio, em uma realidade positiva e marcante para o nosso país. 1 Engenheiro Agrônomo, Doutor, diretor do IPNI Brasil; e-mail: [email protected] Luís Ignácio Prochnow 1 BOAS PRÁTICAS PARA BOAS PRÁTICAS PARA BOAS PRÁTICAS PARA BOAS PRÁTICAS PARA BOAS PRÁTICAS PARA USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 125 – MARÇO/2009 1

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTE - BRASILRua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center, sala 701 - Fone/Fax: (19) 3433-3254 - Website: www.ipni.org.br - E-mail: [email protected]

13416-901 Piracicaba-SP, Brasil

Desenvolver e promover informações científicas sobre omanejo responsável dos nutrientes de plantas para obenefício da família humana

MISSÃOMISSÃOMISSÃOMISSÃOMISSÃO

INFORMAÇÕESAGRONÔMICAS

N0 125 MARÇO/2009

Veja também neste número:

Integração lavoura-pecuária: benefícios dasgramíneas perenes no sistema de produção ...... 2

Norman Borlaug completa 95 anos ................... 16

IPNI em Destaque ................................................ 17

Divulgando a Pesquisa ....................................... 19

Painel Agronômico ............................................. 23

Cursos, Simpósios e outros eventos .................. 25

Publicações Recentes ......................................... 27

Ponto de Vista ..................................................... 28

Diante da elevação dos preços dos fertilizantes noano passado, e em confronto com a realidade deque o Brasil é bastante dependente da importação

destes insumos, estabeleceram-se discussões e reuniões diversasno país no sentido de procurar por novas alternativas para forneci-mento de nutrientes às plantas. As iniciativas ocorreram em váriosníveis, com destaque para o apoio a projetos de pesquisa e reu-niões promovidas pelo governo federal.

A busca por novas fontes é importante e deve ser realizadapelos diversos setores de interesse – governo, universidades, em-presas e agricultores; porém, não se estabelecem novos fertilizantesa curto prazo. Houve falha em nível mundial quando institutos depesquisa específicos para o estudo de fertilizantes foram fechados.Pode-se citar, como exemplos, o TVA, nos Estados Unidos, e o CEFER,do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), no Brasil. Provavel-mente, acreditava-se que não mais havia necessidade de estudossobre fertilizantes. O tempo, entretanto, mostrou o contrário. Fica,então, uma lição: há necessidade de visão futura mais clara e contí-nuo apoio à pesquisa, muitas vezes investindo no que poderá surgirno futuro e não simplesmente com base na condição do presente.

Considerando que a viabilização de novas jazidas ou novasfontes de fertilizantes demanda tempo, o que se pode fazer de imedia-to é fomentar a utilização correta das fontes existentes. A utilizaçãode baixas quantidades de corretivo agrícola e fertilizante nitrogenadono Brasil é exemplo claro de que há muito por se progredir no sentidode providenciar condições para manifestação do amplo potencialoutros nutrientes aplicados na agricultura nacional.

No sentido de difundir o uso adequado dos fertilizantes, oIPNI Brasil estará promovendo, de 28 a 30 de setembro próximo, osimpósio sobre Boas Práticas Para Uso Eficiente de Fertilizantes.No simpósio serão enfatizados quatro tópicos principais: a situa-ção no mundo, as práticas de suporte ao uso eficiente de corretivose fertilizantes, os nutrientes e as culturas. Contará com a participa-ção de pesquisadores importantes que virão do exterior e de várias

partes do Brasil. A recomendação geral do IPNI Brasil a todos ospalestrantes é a de que não se trata de um evento para discutir anecessidade de novas pesquisas, mas sim de comunicar de formaprática aos que atuam no setor o que a pesquisa tem de fato aoferecer neste momento para que se faça uso adequado destesimportantes insumos.

O simpósio marcará a primeira etapa de um programa queprevê, na seqüência, a publicação de um livro e, com base nosimpósio e no livro, um amplo conjunto de medidas para a difusãodas informações do uso eficiente de fertilizantes por todo o país.

A motivação é grande para que o evento seja útil ao país eque possa servir de base para a difusão geral das práticas corretaspara o uso eficiente dos fertilizantes. O programa completo do eventopode ser encontrado na página 25 deste número do nosso jornal.Contamos com a colaboração de todos os interessados no sentidode tornar este programa, que se inicia com o simpósio, em umarealidade positiva e marcante para o nosso país.

1 Engenheiro Agrônomo, Doutor, diretor do IPNI Brasil; e-mail: [email protected]

Luís Ignácio Prochnow1

BOAS PRÁTICAS PARABOAS PRÁTICAS PARABOAS PRÁTICAS PARABOAS PRÁTICAS PARABOAS PRÁTICAS PARAUSO EFICIENTE DE FERTILIZANTESUSO EFICIENTE DE FERTILIZANTESUSO EFICIENTE DE FERTILIZANTESUSO EFICIENTE DE FERTILIZANTESUSO EFICIENTE DE FERTILIZANTES

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2 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 125 – MARÇO/2009

1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO

Asustentabilidade do setor agropecuário está direta-mente relacionada com a evolução do sistema deprodução, tal como ocorre com o sistema plantio

direto (SPD) e o sistema de integração lavoura-pecuária (ILP), queproporcionam benefícios ao sistema ao eliminar ou reduzir as cau-sas da degradação física, química ou biológica do solo, resultantesdas explorações (KLUTHCOUSKI et al., 2000).

O SPD é, sem dúvida, um dos princiais responsáveis pelosignificativo aumento da produtividade e continuidade da explora-ção agrícola dos solos brasileiros. Contudo, para a implantação econdução desse sistema de maneira sustentável é imprescindível,além do não revolvimento do solo, a rotação de culturas de forma aproporcionar a manutenção permanente de quantidade mínima depalhada na superfície do solo.

No entanto, a maior limitação para a sustentabilidade do SPDnas regiões com inverno seco do Estado de São Paulo e na maior partedo Brasil Central, notadamente na região dos cerrados, é a baixaprodução de palhada nos períodos de outono/inverno e inverno/primavera. Isto ocorre tanto com as espécies utilizadas para aduba-ção verde e cobertura do solo quanto com as culturas graníferas,em razão das condições climáticas desfavoráveis, principalmenteas baixas disponibilidades hídricas durante boa parte do ano.

Nos últimos anos, uma das modalidades de ILP que temaumentado significativamente nessas regiões é o cultivo consorcia-do de plantas produtoras de grãos com forrageiras tropicais em SPD.

O cultivo consorciado, principalmente de milho e sorgo complantas forrageiras, notadamente Brachiaria brizantha e Panicummaximum, é uma ótima alternativa para produção de forragem noperíodo de menor disponibilidade nessas regiões e de palhada parao SPD para a cultura sucedânea. Nesse sistema, a forrageira é mane-jada como cultura anual.

Essas forrageiras perenes possuem sistema radicular vigo-roso, profundo e com elevada tolerância à deficiência hídrica, de-senvolvendo-se em condições ambientais nas quais a maioria dasculturas produtoras de grãos e das espécies utilizadas para cober-tura do solo não apresentam desempenho satisfatório. Neste con-texto, estas espécies são eficientes em absorver nutrientes e, prin-cipalmente, água nas camadas mais profundas do solo, especial-mente no primeiro ano de cultivo.

Carlos Alexandre Costa Crusciol1

Rogério Peres Soratto2

INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA: BENEFÍCIOS DASINTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA: BENEFÍCIOS DASINTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA: BENEFÍCIOS DASINTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA: BENEFÍCIOS DASINTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA: BENEFÍCIOS DASGRAMÍNEAS PERENES NOS SISTEMAS DE PRODUÇÃOGRAMÍNEAS PERENES NOS SISTEMAS DE PRODUÇÃOGRAMÍNEAS PERENES NOS SISTEMAS DE PRODUÇÃOGRAMÍNEAS PERENES NOS SISTEMAS DE PRODUÇÃOGRAMÍNEAS PERENES NOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO

Emerson Borghi3

Gustavo Pavan Mateus4

1 Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor Adjunto da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA)/Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus deBotucatu, Botucatu, SP. Bolsista do CNPq; e-mail: [email protected]

2Engenheiro Agrônomo, Dr., Professor Assistente da FCA/UNESP, Campus de Botucatu, Botucatu, SP. Bolsista do CNPq; e-mail: [email protected]

3Engenheiro Agrônomo, Dr., Assessor Agronômico da Bunge Fertilizantes S.A.; e-mail: [email protected]

4Engenheiro Agrônomo, Dr., Pesquisador Científico da APTA, Pólo Regional do Extremo Oeste; e-mail: [email protected]

A inclusão de gramíneas tropicais por intermédio da ILP,além de proporcionar a manutenção de quantidade adequada depalhada na superfície do solo, durante todo o ano, altera a dinâmi-ca e a ciclagem de nutrientes, bem como os atributos físicos equímicos do solo, e, consequentemente, a nutrição e a produtivi-dade das culturas sucedâneas.

2 .2 .2 .2 .2 . PRODUÇÃO DE GRÃOS EM CONSÓRCIO COMPRODUÇÃO DE GRÃOS EM CONSÓRCIO COMPRODUÇÃO DE GRÃOS EM CONSÓRCIO COMPRODUÇÃO DE GRÃOS EM CONSÓRCIO COMPRODUÇÃO DE GRÃOS EM CONSÓRCIO COMFORRAGEIRAS PERENESFORRAGEIRAS PERENESFORRAGEIRAS PERENESFORRAGEIRAS PERENESFORRAGEIRAS PERENES

No consórcio de culturas graníferas com forrageiras pere-nes, a forrageira pode ter dupla finalidade: a) servir como alimentopara a exploração pecuária, desde o final do verão até o início daprimavera, e b) servir como planta exclusiva para produção depalhada, proporcionando cobertura permanente do solo até a se-meadura da safra de verão subsequente.

Dentre as várias formas de estabelecimento do consór-cio, as mais utilizadas são: a) semeadura da forrageira simultane-amente com a cultura produtora de grãos, na mesma linha desemeadura (Figura 1) ou b) na entrelinha (Figura 2) e c) semea-dura da forrageira no momento da adubação de cobertura (Figu-ra 3), sempre semeada em linha. Para a semeadura de ambas asespécies na mesma linha, as sementes são misturadas ao aduboe depositadas no compartimento de fertilizante da semeadora,sendo distribuídas na mesma profundidade do adubo. Assim, omesmo adubo usado pela cultura produtora de grãos será utili-zado pela forrageira, que terá seu pleno desenvolvimento e sebeneficiará do adubo após a colheita da cultura anual. Já a semea-dura da forrageira na entrelinha da cultura é feita sem fertilizan-te, ou seja, as sementes da forrageira são distribuídas em linhasindividuais. Uma outra forma de implantação desse sistema é asemeadura da forrageira no momento da aplicação do fertilizantede cobertura, ambos misturados, podendo-se, inclusive, utilizarfertilizantes formulados.

Contudo, alguns produtores têm obtido sucesso com a im-plantação da forrageira mediante distribuição das sementes a lan-ço, antes da semeadura da cultura produtora de grãos, nas seguin-tes variações: a) semeadura da forrageira com semeadora em espa-çamento de 17 a 21 cm entre linhas e, posteriormente, semeadura dacultura do milho; e b) semeadura da forrageira a lanço imediatamenteantes da semeadura do milho, sendo que as sementes da forrageira

Abreviações: CTC = capacidade de troca de cátions, DAE = dias após a emergência das plântulas; DAM = dias após o manejo químico, DMG = diâmetromédio geométrico, DMP = diâmetro médio ponderado, Ds = densidade do solo, Dsc = densidade do solo crítica, IHO = intervalo hídrico ótimo, IEA = índicede estabilidade dos agregados, ILP = integração lavoura-pecuária, K = potássio, N = nitrogênio, P = fósforo, RS = resistência mecânica do solo,SPD = sistema plantio direto, V% = saturação por bases do solo.

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 125 – MARÇO/2009 3

Figura 2. Brachiaria brizantha cv. Marandú e milho semeados simultaneamente, com a forrageira somente na entrelinha do milho no sistema Santa Fé.Milho com 6 folhas (A) e com 10 folhas (B).

Crédito das fotos: Charles Peeters.

Figura 1. Brachiaria brizantha cv. Marandú e milho semeados simultaneamente na mesma linha, no sistema Santa Fé (sistema de produção consorcia-da de grãos e forrageira para a entressafra). Milho com 7 folhas (A) e na fase de embonecamento (B). As sementes da forrageira forammisturadas ao fertilizante.

Crédito das fotos: Rogério P. Soratto (A) e Emerson Borghi (B).

Figura 3. Brachiaria brizantha cv. Marandú (A) e Panicum maximum cv. Mombaça (B) semeados em linha no momento da adubação de cobertura do milho.Crédito das fotos: Emerson Borghi.

A B

podem ou não ser incorporadas com o auxílio de correntão (Fi-gura 4). Porém, estas variações exigem, no mínimo, duas operaçõesadicionais, acarretando maior custo. Outra possibilidade é a distri-buição a lanço das sementes da forrageira simultaneamente à semea-dura do milho, com auxílio de semeadora adaptada com comparti-mento extra para armazenamento das sementes da forrageira (Figu-ra 5A) e dispositivo de distribuição a lanço, tipo leque (Figura 5B).

Nessas modalidades de implantação do consórcio, na maioria dasvezes, haverá necessidade da aplicação de herbicida para retardar ocrescimento da forrageira.

Outra possibilidade é a implantação da forrageira em sobres-semeadura, no final do ciclo (mais utilizada na cultura da soja emestádio R5-R6) ou em conjunto com a adubação de cobertura (cul-tura do milho).

A B

A B

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4 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 125 – MARÇO/2009

Quando do emprego da mistura de fertilizante e sementes daforrageira, o conhecimento do tempo de permanência da misturadas sementes com os mais diversos fertilizantes minerais é de sumaimportância, para que não ocorra redução do poder germinativodevido à salinidade dos adubos, já que, depen-dendo da logística da propriedade rural, há a ne-cessidade de fazer essa mistura e armazená-la pordeterminado período para posterior utilização.Resultados de pesquisas indicam que é possívelutilizar sementes da forrageira (Brachiariabrizantha cv. Marandú) misturadas com diferen-tes fertilizantes minerais (fosfatados, cloreto depotássio e formulado farelado) até 96 horas apósa mistura, sem afetar significativamente a germi-nação da forrageira, em condições de solo comumidade adequada (Figura 6). Contudo, por se-gurança, a mistura de fertilizante com Brachiariabrizantha cv. Marandú deve ser realizada, nomáximo, 48 horas antes da semeadura, o que fa-cilita as operações na propriedade e não causadanos à qualidade fisiológica das sementes. Po-rém, o produtor deve considerar a umidade rela-tiva do ar, pois os fertilizantes com maior higros-copicidade podem absorver água após serem

Figura 4. Correntão liso (A) e correntão com facas (B) utilizados para incorporação das sementes da forrageira antes da semeadura do milho safrinha.Crédito das fotos: Carlo Boer (A) e Rogério P. Soratto (B).

A B

Figura 5. Semeadora adaptada com compartimento extra para armazenamento das sementes da forrageira na parte frontal (A) e dispositivo dedistribuição a lanço das sementes, tipo leque (B).

Crédito das fotos: Rogério P. Soratto.

Figura 6. Efeito de períodos de contato de diferentes fertilizantes na germinação de sementesde Brachiaria brizantha cv. Marandú.

Fonte: Adaptada de MATEUS et al. (2007).

misturados, o que pode limitar sua utilização em razão da reduçãoda fluidez no sistema de distribuição da semeadora decorrente do“empedramento” do produto.

A B

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O consórcio de milho ou sorgo com gramíneas forrageiras,como as dos gêneros Brachiaria e Panicum, é possível em função dadiferença nas taxas de acúmulo de biomassa entre esses cereais eas forrageiras, sendo que o crescimento inicial da forrageira é maislento. Assim, as culturas de milho e sorgo se estabelecem primeiro,não sendo necessário, na maioria dos casos, o uso de herbicidaspara retardar o crescimento da forrageira.

A semeadura simultânea da B. brizantha na linha e na entreli-nha do milho pode acarretar redução da produtividade de grãos docereal em função da maior competição entre as espécies, quando nãose utiliza herbicida para retardar o crescimento da forrageira (Figu-ra 7). Caso o agricultor opte por essa modalidade, haverá necessida-de da aplicação de subdoses de herbicida para reduzir o desenvolvi-mento da forrageira, garantindo pleno desenvolvimento do milho,sem interferência. A redução do espaçamento nas entrelinhas de90 cm para 45 cm não tem proporcionado grandes incrementos naprodutividade de grãos, sendo mais importante o tipo de consórcio.

Figura 7. Produtividade de grãos de milho consorciado com Brachiariabrizantha cv. Marandú em diferentes modalidades de cultivo.Média de dois anos. Médias seguidas da mesma letra não dife-rem estatisticamente entre si pelo teste t (DMS) a 5 % de proba-bilidade.

Fonte: Adaptada de BORGHI e CRUSCIOL (2007).

Entretanto, quando o agricultor estabelece o consórcio nalinha, no momento da semeadura, ou na entrelinha, em cobertura,nas culturas de milho e sorgo, a forrageira não interfere na produti-vidade dessas culturas e, em alguns casos, pode proporcionar pro-dutividades maiores que as obtidas no cultivo tradicional de milhoe sorgo solteiros (Figura 8).

Na cultura do milho, o consórcio de B. brizantha com híbri-do de ciclo médio e tardio tem reduzido a produtividade de grãos,em comparação com o cultivo solteiro. Por outro lado, quando seutiliza híbridos de ciclo super-precoce e precoce (Figura 9), a con-sorciação com a forrageira tem promovido aumentos de produtivi-dade em relação ao sistema solteiro. É provável que o maior períodode convivência entre as espécies promova maior competição entreelas, em nível que acarrete redução na produtividade de grãos. Nes-sa situação, haverá necessidade de controle da forrageira medianteo uso de herbicidas em subdoses.

Já na cultura do sorgo granífero, independentemente dociclo do híbrido utilizado, a consorciação com B. brizanthaproporcionou tendência de aumento da produtividade de grãos(Figura 9).

O nitrogênio (N) é o elemento mais afetado no SPD, pois,com a decomposição mais lenta da palhada deixada sobre a super-fície do solo, processos como imobilização, mineralização e lixiviaçãosão alterados. Mais especificamente no cultivo consorciado de

Figura 8. Produtividade de grãos de milho e sorgo consorciados comBrachiaria brizantha cv. Marandú ou Panicum maximum cv.Mombaça em diferentes épocas de estabelecimento do consór-cio. Médias de três anos. Médias seguidas da mesma letra nãodiferem estatisticamente entre si pelo teste t (DMS) a 5 % deprobabilidade.

Fonte: Adaptada de BORGHI (2007) e SOUSA et al. (2006).

Figura 9. Produtividade de grãos de híbridos de ciclos contrastantes demilho e sorgo granífero, consorciados ou não com B. brizantha.Médias seguidas da mesma letra, minúscula para ciclos e maiús-cula para sistema de consórcio não diferem estatisticamenteentre si pelo teste t (DMS) a 5 % de probabilidade.

Fonte: Adaptada de CHIGNOLI et al. (2003) e OLIVEIRA et al. (2004).

gramíneas produtoras de grãos com forrageiras em SPD pode havercomprometimento da quantidade de N necessária para o adequadocrescimento inicial, não apenas pelo fenômeno da imobilização de N

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6 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 125 – MARÇO/2009

Figura 11. Produtividade de grãos de cultivares de soja com ciclos con-trastantes, consorciados ou não com B. brizantha cv. Marandú.Médias seguidas da mesma letra, maiúscula para ciclos e minús-cula para sistema de produção não diferem estatisticamenteentre si pelo teste t (DMS) a 5 % de probabilidade.

Fonte: CAPOBIANCO et al. (2003).

Figura 12. Produtividade de grãos de soja em diferentes modalidades deimplantação do consórcio com B. brizantha cv. Marandú.

Fonte: CRUSCIOL (dados não publicados).

por parte dos microrganismos do solo, mas também pela competiçãoentre as espécies pelo elemento, que é o mais exigido pelas culturasde milho e sorgo, assim como pelas gramíneas forrageiras tropicais.

As doses de N necessárias para suprir a demanda das plan-tas variam em função do ambiente e da rotação de culturas, sendomaiores quando a rotação é realizada com gramíneas. Desta forma,a aplicação de N nas doses preconizadas pelos boletins oficiais derecomendação de adubação pode não atender as necessidades dasculturas. Na Figura 10 nota-se que as produtividades de grãos desorgo em consórcio com forrageiras (B. brizantha e P. maximum)foram significativamente maiores que as obtidas em cultivo soltei-ro, porém o mesmo comportamento não foi verificado com o milho.Contudo, estudos dessa natureza são incipientes, e o manejo de Nnessas culturas, quando consorciadas com forrageiras perenes, ficasem embasamento científico suficiente para promover alteraçõesna recomendação preconizada nos boletins para cultivos solteiros.

zindo a produtividade de grãos quando o cultivar utilizado é de ciclomédio, ou seja, mais longo, comparado com o super-precoce e preco-ce (Figura 11). O consórcio de forrageiras perenes com a cultura de sojaé extremamente difícil de ser estabelecido na implantação da cultura.Em algumas situações, a Brachiaria desenvolve-se vigorosamente,podendo afetar a produtividade da cultura e a eficiência da colheita,sendo necessária a aplicação de herbicida em subdosagem para retar-dar o crescimento e a competição. Em outras situações, o rápido esta-belecimento e fechamento da entrelinha da soja reduz a incidência deluz, de tal forma que pode causar a morte das plântulas de Brachiariapor falta de luminosidade. Para contornar o problema, a principal alter-nativa é a utilização da sobressemeadura nos estádios R5-R6 da soja(Figura 12).

Figura 10. Produtividade de grãos de milho e sorgo granífero, em cultivosolteiro e consorciado com B. brizantha cv. Marandú ouP. maximum cv. Mombaça, em função de doses de N em co-bertura. Médias de dois anos agrícolas.

Fonte: MATEUS (2007).

Como já relatado, constata-se, com certa freqüência, que oconsórcio proporciona aumento de produtividade, levando a que-bra de paradigmas, ou seja, na fase inicial de convivência da forra-geira com a cultura granífera há diversos fatores que podem estaratuando em benefício da cultura produtora de grãos e que aindanão foram totalmente esclarecidos pela ciência. Assim, há necessi-dade de estudos multidisciplinares, envolvendo áreas como quími-ca, bioquímica, fertilidade do solo, relação solo-planta (exudadosde raízes) e fisiologia vegetal (nutrição de plantas e hormônios), deforma a proporcionar maior entendimento desse sistema e, conse-quentemente, usar de forma mais eficiente os insumos agrícolasvisando obter rendimentos econômicos máximos.

O uso de semeadura simultânea, na mesma linha, para implan-tação do consórcio de soja com B. brizantha, permitiu constatar quea forrageira interfere com mais intensidade na cultura principal, redu-

3. PRODUÇÃO DE FORRAGEM3. PRODUÇÃO DE FORRAGEM3. PRODUÇÃO DE FORRAGEM3. PRODUÇÃO DE FORRAGEM3. PRODUÇÃO DE FORRAGEM

A pastagem formada após a colheita das culturas graníferasfrequentemente apresenta produtividade e qualidade suficiente paraproporcionar produção de carne e leite durante o período de entres-safra, em regiões com inverno seco, pois as espécies de Brachiariasão amplamente adaptadas e disseminadas em regiões com essacaracterística. Isso fica evidente nos resultados contidos nas Figu-ras 13 e 14, nas quais a produção de forragem foi de até 9 t ha-1 empleno mês de setembro, decorrente de pastagem jovem, de primeiroano, cujo sistema radicular alcançou mais que 1 m de profundidadee que aproveitou a adubação residual da cultura de verão. Comesses fatores favoráveis, essa pastagem continua a se desenvolverem plena estação seca, o que raramente acontece com as pastagenscom mais de dois ciclos, ou seja, na terceira estação seca.

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As produções de forragem da B. brizantha cv. Marandúimplantada em consórcio com híbridos de milho de ciclos contras-tantes foram menores quando utilizou-se híbridos de ciclo maislongo (médio e tardio). Constata-se que o consórcio com híbridos deciclo mais longo é prejudicial tanto para a cultura de milho quantopara a forrageira. Por outro lado, quando foram utilizados híbridossuper-precoces e precoces a produção de forragem foi maior, espe-cialmente no segundo pastejo, realizado em setembro (Figura 15).Quanto ao sorgo, notou-se que, como observado para a produtividadede grãos, a produção de forragem pela B. brizantha parece não serafetada pelo ciclo do híbrido. Seguindo a mesma tendência observa-da para a cultura do milho, a produção de forragem decorrente doconsórcio com cultivares de soja de ciclo contrastante foi menorquando se utilizou o cultivar de ciclo mais longo (médio) (Figura 15).

Uma constatação interessante e importante, do ponto devista da sustentabilidade ambiental e de sistemas de produção, é acapacidade das forrageiras, no caso Brachiaria brizantha e P.maximum, em aproveitar a adubação residual. Na Figura 16 obser-va-se aumento linear na produção de forragem avaliada no mês deoutubro, tanto da B. brizantha cv. Marandú quanto do P. maximumcv. Mombaça, decorrente da adubação nitrogenada aplicada nomês de dezembro do ano anterior nas culturas produtoras de grãos,ou seja, praticamente dez meses após a adubação de cobertura domilho e do sorgo, as forrageiras ainda respondiam àquela fertiliza-ção. Esses resultados, apesar de serem os únicos observados até omomento, portanto ainda insuficientes para conclusões mais seguras,

Figura 13. Produtividades de massa seca da forragem de Brachiariabrizantha cv. Marandú quando consorciada com milho nomomento da semeadura, determinadas em diferentes épocasapós a colheita de grãos, no período de outono-primavera dosanos agrícolas de 2002/2003 e 2003/2004.

Fonte: CRUSCIOL e BORGHI (2007).

Figura 14. Valores percentuais de proteína bruta na forragem de Brachiariabrizantha cv. Marandú nos meses de maio (logo após a colhei-ta do milho) e setembro (120 dias após a colheita do milho).

Fonte: Adaptada de BORGHI (2004).

Figura 15. Produtividade de forragem de B. brizantha cv. Marandú estabe-lecida em consórcio com híbridos de milho e sorgo e com culti-vares de soja com ciclos contrastantes.

Fonte: PRADO et al. (2004), CRUSCIOL (dados não publicados).

Figura 16. Produção de forragem de B. brizantha cv. Marandú ouP. maximum cv. Mombaça, implantados em consórcio com mi-lho ou sorgo granífero, em função de doses de N aplicadasem cobertura nas culturas produtoras de grãos. 2003/2004.

Fonte: MATEUS (2007).

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8 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 125 – MARÇO/2009

Figura 17. Brachiaria brizantha cv. Marandú implantada na semeadura do milho: no ponto de colheita do milho (A), no momento da colheita do milho (B),logo após a colheita do milho (C) e alguns dias após a colheita do milho (D).

Crédito das fotos: Emerson Borghi (A e B) e Rogério P. Soratto (C e D).

Tabela 1. Desdobramento da interação modalidades de cultivo x espaça-mentos na cultura do milho consorciado com Brachiariabrizantha cv. Marandú para quantidade de palhada presentena superfície do solo no SPD. Botucatu-SP, 2002/03 e 2003/04.

Modalidade de cultivo

MS1 MBL MBE MBLE

- - - - - - - - - - - - - - - - (kg ha-1) - - - - - - - - - - - - - - - -Ano agrícola 2003/04

90 2.700 aC2 9.034 aAB 8.749 aB 11.659 aA45 3.300 aB 7.977 aA 7.893 aA 8.560 bA

Ano agrícola 2003/04

90 2.000 aC 7.000 aB 8.166 aB 12.833 aA45 2.060 aC 9.000 aA 8.167 bA 9.166 aA

1 MS = milho solteiro; MBL = milho + B. brizantha na linha; MBE =milho + B. brizantha na entrelinha; MBLE = milho + B. brizantha nalinha e entrelinha.

2 Médias seguidas por mesma letra na linha (maiúscula) e na coluna (mi-núscula) não diferem entre si pelo teste t (DMS) a 5 % de probabilidade.

Fonte: Adaptada de BORGHI et al. (2008).

Espaçamento(cm)

são indicativos do potencial de ciclagem de nutrientes dasforrageiras bem como demonstram a maior sustentabilidade dessessistemas de produção.

4 .4 .4 .4 .4 . PRODUÇÃO DE PALHADA, CICLAGEM DEPRODUÇÃO DE PALHADA, CICLAGEM DEPRODUÇÃO DE PALHADA, CICLAGEM DEPRODUÇÃO DE PALHADA, CICLAGEM DEPRODUÇÃO DE PALHADA, CICLAGEM DENUTRIENTES E SUPRESSÃO DE INVASORASNUTRIENTES E SUPRESSÃO DE INVASORASNUTRIENTES E SUPRESSÃO DE INVASORASNUTRIENTES E SUPRESSÃO DE INVASORASNUTRIENTES E SUPRESSÃO DE INVASORAS

A produção de palhada no consórcio milho/sorgo eforrageiras perenes tem oscilado entre 8 e 20 t ha-1 e essa amplitu-de é decorrente de vários fatores, sendo os principais: espécie,clima, solo e manejo. Produções médias de 12 t ha-1 sãofreqüentemente obtidas e proporcionam plena cobertura do solo,com boa espessura de palhada, principalmente quando o consór-cio é feito com a cultura do milho (Figura 17). Borghi et al. (2008),avaliando a quantidade de palhada remanescente na superfície dosolo, antes da semeadura da safra de verão seguinte, obtiveramvalores da ordem de 7 a 13 t ha-1 na área onde ocorreu o consórciode milho com B. brizantha, independente da forma de estabeleci-mento da forrageira (na linha, na entrelinha ou na linha e entreli-nha do milho) ou do espaçamento do milho (0,45 m e 0,90 m).Esses valores foram significativamente superiores à média obser-vada na área com milho solteiro (2,5 t ha-1) 7 meses após a colheita(Tabela 1).

De acordo com Severino et al. (2006), a alta produtividadedas forrageiras, mesmo quando em competição com plantas dani-nhas e principalmente com o milho, se deve à semeadura simultâneadas culturas, permitindo maior acúmulo de biomassa pela forrageiradevido ao menor efeito de competição interespecífica, diminuindo,assim, os recursos necessários para o desenvolvimento das plan-

tas daninhas. A única ressalva, quando do emprego de forrageirasperenes como produtoras de palhada, é a utilização de algumascultivares do gênero Panicum (por exemplo, Mombaça, Tanzânia eTobiatã) que, quando permanecem nas áreas por períodos maioresque seis meses, tendem a formar touceiras, dificultando o desempe-nho das semeadoras. No entanto, recentemente foram lançadosalguns cultivares de porte baixo e com menor tendência a formartouceiras, como os cultivares Aires, Aruana e Massai.

A C

B D

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Figura 18. Persistência de palhada de gramíneas forrageiras em siste-ma plantio direto. Botucatu, SP, 2003/2004.

Fonte: CRUSCIOL (2007).

Além de boa produção de palhada, uma das principais ca-racterísticas que tem conferido sucesso às forrageiras perenesnos sistemas de produção de grãos em SPD, em regiões de invernoseco, é a sua maior persistência sobre o solo. Na Figura 18 verifica-se que aos 51 dias após o manejo químico restavam menos de 50 %da palhada de milheto, enquanto ainda havia cerca de 70 % da palha-da de B. brizantha e de P. maximum remanescentes sobre o solo.

O milheto, além de apresentar menor persistência da palhada,foi a espécie que liberou mais rapidamente os nutrientes contidosno resíduo vegetal (Figura 19). Aos 68 dias após o manejo químico(DAM) restavam na palhada de B. brizantha, milheto e P. maximumapenas 43 %, 22 % e 48 % da quantidade de N acumulado, respecti-vamente. Nessa mesma época restavam 3,5 %, 2,0 % e 4,5 % de P; 11 %,5,0 % e 11,5 % de K; 46 %, 32 % e 54 % de Ca; 37 %, 25 % e 44 % deMg e 10 %, 9,8 % e 17,5 % de S, das quantidades acumuladas naspalhadas de B. brizantha, milheto e P. maximum, respectivamente.

É importante ressaltar que já aos 34 DAM haviam sido libe-rados da palhada de milheto aproximadamente 60% do N, 44% de Pe 84% de K, enquanto 41% da palhada havia sido degradada.Nesse mesmo período, haviam sido liberados aproximadamente 47 %de N, 48 % de P e 78 % de K da palhada de B. brizantha, e apenas 28 %da palhada havia sido degradada. Da cobertura vegetal de P. maximumhaviam sido liberados aproximadamente 38 % do N, 30 % de P e 61 %de K, e apenas 18 % da palhada havia sido degradada. Ficou evi-

Figura 19. Nutrientes remanescentes na palhada de gramíneas forrageiras em sistema plantio direto. Botucatu, SP, 2003/2004.Fonte: CRUSCIOL (2007).

dente que, uma vez fixados em compostos orgânicos, o N e o Ppermanecem à disposição da ciclagem no complexo planta-palha-solo formado pelos agroecossistemas. Porém, a velocidade comque são liberados depende da espécie. O K foi o elemento commaior percentagem de liberação aos 34 DAM. Esse elemento é ocátion mais abundante no citoplasma das células vegetais, porémnão possui função estrutural (MARSCHNER, 1995), ou seja, não émetabolizado na planta e forma ligações com complexos orgânicos

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Figura 20. Efeito da palhada de Brachiaria brizantha cv. Marandú na ocorrência de plantas daninhas na cultura do feijão em sucessão: área com palhadade B. brizantha, com baixa ocorrência de plantas daninhas (A), área anteriormente em pousio, com alta incidência de plantas daninhas.

Crédito das fotos: Rogério P. Soratto.

des quantidades de resíduos. Como consequência deste resulta-do, os valores de H + Al foram menores e os de pH maiores nestesistema (Figura 21).

O teor de P no solo foi maior nas áreas de cultivo de milhoconsorciado com B. brizantha, nas profundidades 5-10 cm, 10-20 cme 20-40 cm (Figura 21). Na literatura há relatos de menor adsorção deP em solos cultivados com forrageiras em relação aos cultivos comculturas anuais de grãos. Isso ocorre devido à menor oxidação damatéria orgânica nesses cultivos (SÁ, 1999).

A quantidade de K trocável no solo da área de consórciofoi maior do que a observada na área de cultivo de milho solteiro(Figura 21). Tal resultado pode ser explicado pela grande capaci-dade de absorção e acúmulo de K da B. brizantha. Assim, a pre-sença da forrageira, na forma de pastagem, no período de outonoa primavera proporcionou grande reciclagem do nutriente,incrementando os teores nas camadas superficiais mediante a de-composição do material orgânico remanescente na área, após suadessecação. No entanto, essa não é a única explicação para oaumento de K no solo, pois Garcia et al. (2008), trabalhando namesma área, constataram aumento nos teores de K trocável eredução nos de K não-trocável, ou seja, além da grande capacida-de de reciclagem do K trocável, a B. brizantha disponibiliza o Knão-trocável no solo (Figura 22). Apesar de serem raros os estudos

de fácil reversibilidade (ROSOLEM et al., 2003). Assim, à medidaque a parte aérea das plantas das espécies de cobertura inicia oprocesso de secagem e se degrada, a concentração desse nutrienteno tecido diminui drasticamente, pois o mesmo é facilmente lavadopela água das chuvas (KHATOUNIAN, 1999), após o rompimentodas membranas plasmáticas (MALAVOLTA et al., 1997). Assim, essaliberação acentuada para o solo confirma a alta reciclagem dessenutriente pelas gramíneas, favorecendo, muitas vezes, o processode rotações e sucessões de culturas.

De maneira geral, a B. brizantha e o P. maximum apresenta-ram velocidades de liberação de nutrientes semelhantes e bastanteinferiores à verificada para o milheto, nas duas primeiras épocas deamostragens.

A quantidade e a persistência da palhada são importantesno controle de plantas daninhas e, consequentemente, na reduçãodos custos com herbicidas (Figura 20). Borghi et al. (2008), avalian-do a ocorrência de plantas daninhas em área sob SPD às vésperasda dessecação para a semeadura da safra de verão, constataramque, independentemente da modalidade de consórcio do milho comB. brizantha, a densidade de plantas daninhas foi menor e, emconsequência, a percentagem de controle maior, em relação ao cul-tivo de milho solteiro, chegando a 99 % a supressão de plantasinvasoras pela introdução da B. brizantha em consórcio com omilho (Tabela 2). Cobucci et al. (2001) também verificaram granderedução da ocorrência de plantas daninhas na cultura do feijão emsucessão à soja e milho consorciados com B. brizantha, em compa-ração com o cultivo solteiro.

5. QUALIDADE QUÍMICA DO SOLO5. QUALIDADE QUÍMICA DO SOLO5. QUALIDADE QUÍMICA DO SOLO5. QUALIDADE QUÍMICA DO SOLO5. QUALIDADE QUÍMICA DO SOLO

A introdução de forrageiras perenes no sistema de pro-dução de grãos, mesmo naqueles em que sempre houve rotaçãode culturas e cobertura permanente do solo, proporciona melhoriana sua fertilidade. Crusciol et al. (2006) verificaram que o cultivode B. brizantha consorciada com milho por dois anos agrícolasproporcionou maiores valores de matéria orgânica no perfil dosolo, em relação ao sistema onde não foi cultivada B. brizantha(Figura 21). Esses resultados foram decorrentes da maior quanti-dade de massa seca de cobertura morta proporcionado pelo siste-ma consorciado milho + B. brizantha. A elevação desses teoresna superfície é mais rápida pela utilização de sequências de culti-vo, com predominância de gramíneas, com as quais se obtém gran-

A B

Tabela 2. Densidade e controle de plantas daninhas em função do siste-ma de cultivo do milho em diferentes espaçamentos. Botucatu,SP, 2002/03 e 2003/04.

Densidade (no plantas m-2) Controle (%)

2002/03 2003/04 2002/03 2003/04

MS1 6,23 a2 8,15 a 0 c 0 b

MBL 2,55 b 0,34 b 85 ab 99 a

MBE 2,48 b 0,53 b 73 b 98 a

MBLE 2,55 b 0,25 b 95 a 98 a

1 MS = milho solteiro; MBL = milho + B. brizantha cv. Marandú nalinha; MBE = milho + B. brizantha cv. Marandú na entrelinha; MBLE= milho + B. brizantha cv. Marandú na linha e entrelinha.

2 Médias seguidas por letras iguais nas colunas não diferem entre si peloteste DMS a 5 %.

Fonte: Adaptada de BORGHI et al. (2008).

Modalidade decultivo (MC)

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nesse sentido, pode-se dizer que a consequência prática da dinâmi-ca do K apresentada por Garcia et al. (2008) é a possibilidade deredução da adubação e, consequentemente, dos custos de produ-ção nos períodos em que os preços dos fertilizantes limitam a sus-tentabilidade econômica do sistema de produção do empreendi-mento agropecuário.

O teor de Ca no solo foi maior até a camada de 20 cm deprofundidade na área de consórcio, em relação à área de cultivosolteiro. Na camada de 20-40 cm, os valores foram semelhantesestatisticamente. No caso do Mg (Figura 21), o consórcio propor-cionou teores superiores até a camada de 20 cmde profundidade, seguindo a mesma tendênciado Ca.

Os resultados de CTC e V % foram reflexosdos efeitos manifestados na matéria orgânica e nosteores, principalmente, de Ca e Mg, ou seja, osvalores dessas variáveis foram maiores na área decultivo consorciado de milho com B. brizantha (Fi-gura 21).

6. QUALIDADE FÍSICA DO SOLO6. QUALIDADE FÍSICA DO SOLO6. QUALIDADE FÍSICA DO SOLO6. QUALIDADE FÍSICA DO SOLO6. QUALIDADE FÍSICA DO SOLO

Avaliando os atributos físicos e físico-hídricos do solo dessas mesmas áreas, Crusciolet al. (2007) verificaram que o cultivo consorcia-do não promoveu incremento no Intervalo HídricoÓtimo (IHO - área hachurada do gráfico) na cama-

Figura 22. Potássio trocável e não trocável após um ano de cultivo de milho solteiro ou con-sorciado com B. brizantha cv. Marandú no sistema Santa Fé. Barras horizon-tais indicam diferença mínima significativa, em cada profundidade, pelo teste t(DMS) a 5 % de probabilidade.

Fonte: Adaptada de GARCIA et al. (2008).

Figura 21. Atributos químicos do solo após dois anos de cultivo de milho solteiro ou consorciado com B. brizantha cv. Marandú no sistema Santa Fé.Fonte: Adaptada de CRUSCIOL et al. (2006).

da de 0-20 cm (Figura 23). Além disso, nessa camada mais super-ficial, o cultivo de milho solteiro proporcionou maior valor dedensidade do solo crítica (Dsc), ou seja, o IHO igualou-se a zeroem maior valor de Ds (Dsc = 1,36 g cm-3), em relação ao cultivoconsorciado (Dsc = 1,29 g cm-3) (Figura 24A). Porém, na camadade 20-40 cm observou-se o efeito da B. brizantha na melhoriadas qualidades estruturais do solo, resultando em maior valor deDsc (Dsc = 1,33 g cm-3), em relação ao cultivo de milho solteiro(Dsc = 1,23 g cm-3) (Figura 24B). O efeito benéfico do cultivo deB. brizantha em consórcio com milho na estruturação do solo

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Figura 23. Variação do conteúdo de água em função da densidade do solo nos níveis críticos da capacidade de campo (CC = -0,01 MPa), ponto demurcha permanente (PMP = -1,5 MPa), porosidade de aeração (PA = 10%) e resistência à penetração (RP = 2MPa). (A) e (B) = milho solteiroe milho consorciado com B. brizantha cv. Marandú na linha de semeadura, respectivamente, na profundidade de 0-20 cm, (C) e (D) = milhosolteiro e milho consorciado com B. brizantha cv. Marandú na linha de semeadura, respectivamente, na profundidade de 20-40 cm.

Fonte: CRUSCIOL et al. (2007).

Figura 24. Variação do índice hídrico ótimo (IHO) nos dois sistemas de manejo (milho solteiro e MBL – milho consorciado com B. brizantha cv. Marandúna linha de semeadura) nas camadas de 0 a 20 cm (A) e 20 a 40 cm (B) de profundidade.

Fonte: CRUSCIOL et al. (2007).

em profundidade comprova-se pelos resultados de estabilidadede agregados contidos na Tabela 3. Verifica-se, como resultadoprincipal do consórcio, a maior proporção de agregados maioresque 2 mm na camada de 20 a 40 cm. Além disso, observa-se naTabela 4 que o manejo envolvendo o consórcio da forrageira com omilho promoveu, em profundidade, maior valor de porosidade deaeração (macroporosidade) e menor valor de resistência à pene-tração, com umidade do solo correspondente ao potencial matricialde -0,01 MPa.

Vale ressaltar que a magnitude dos efeitos benéficos de umsistema de produção em SPD é dependente da quantidade de palhadadepositada na superfície do solo, das espécies utilizadas na rota-ção/sucessão e do tempo de permanência do sistema. Esses trêsfatores têm reflexos no rearranjo da estrutura do solo, no aumentoda ciclagem e do estoque de nutrientes, no aumento da capacidadede troca de cátions e da atividade biológica, com consequentemelhoria da fertilidade dos solos ácidos com cargas de pH associa-das à matéria orgânica.

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 125 – MARÇO/2009 13

Tabela 4. Valores médios de densidade do solo, resistência à penetração,macroporosidade, microporosidade e porosidade total dasamostras coletadas no centro das camadas de 0 a 20 cm e 20 a40 cm de profundidade, em função do cultivo por dois anos demilho solteiro ou de milho consorciado com B. brizantha cv.Marandú na linha de semeadura.

Porosidade (m3 m-3)

Total Macro Micro

Profundidade 0 a 20 cm

Milho solteiro 1,23 3,4 0,52 0,11 0,42

Milho + B. brizantha 1,23 3,1 0,53 0,10 0,43

Profundidade 20 a 40 cm

Milho solteiro 1,25 3,7 0,51 0,09 0,43

Milho + B. brizantha 1,25 3,0 0,54 0,12 0,42

1 RP = resistência mecânica do solo à penetração com água retida natensão de 0,01 MPa.

Fonte: CRUSCIOL et al. (2007).

Tratamento Densidade RP1

(Mg m-3) (MPa)

Tabela 3. Valores médios de estabilidade de agregados das amostrascoletadas nas camadas de 0 a 20 cm e 20 a 40 cm de profundi-dade, em função do cultivo por dois anos de milho solteiro oude milho consorciado com B. brizantha cv. Marandú na linhade semeadura.

Agregados > 2 mm1

(%) - - - (mm) - - -

Profundidade 0 a 20 cm

Milho solteiro 91,4 4,62 4,18 96,74

Milho + B. brizantha 94,5 4,76 4,48 97,67

Profundidade 20 a 40 cm

Milho solteiro 76,6 4,01 3,12 94,66

Milho + B. brizantha 85,1 4,39 3,52 95,14

1 Agregados > 2 mm = proporção de agregados com diâmetro superior a2 mm; 2 DMP = diâmetro médio ponderado; 3 DMG = diâmetro médiogeométrico; 4 IEA = índice de estabilidade de agregados.

Fonte: CRUSCIOL et al. (2007).

DMP2 DMG3 IEA4Tratamento

7 .7 .7 .7 .7 . PRODUTIVIDADE DE CULTURAS EMPRODUTIVIDADE DE CULTURAS EMPRODUTIVIDADE DE CULTURAS EMPRODUTIVIDADE DE CULTURAS EMPRODUTIVIDADE DE CULTURAS EMSUCESSÃO ÀS FORRAGEIRASSUCESSÃO ÀS FORRAGEIRASSUCESSÃO ÀS FORRAGEIRASSUCESSÃO ÀS FORRAGEIRASSUCESSÃO ÀS FORRAGEIRAS

O cultivo de culturas anuais em sucessão àsforrageiras perenes, seja em áreas de pastagens nãodegradadas ou em áreas de produção de grãos ondesão utilizadas exclusivamente para produção de pa-lhada, tem revelado ganhos de produtividade e, conse-quentemente, maior sustentabilidade dos sistemas deprodução (KLUTHCOUSKI e STONE, 2003).

Nesse sentido, Soratto et al. (2008), estudandoo manejo de N no feijoeiro cultivado em área onde ante-riormente havia sido cultivado milho solteiro ou milhoconsorciado com B. brizantha, verificaram que a apli-cação de N aumentou o teor desse elemento nas folhasdo feijoeiro (Tabela 5). Contudo, na ausência da aplica-ção de N, o cultivo anterior de milho consorciado comB. brizantha proporcionou maior teor de N nas folhasdas plantas de feijão, o que pode estar relacionado coma maior reciclagem desse nutriente proporcionado pelaforrageira, como discutido anteriormente. Além disso,os autores constataram produção de aproximadamente20 t ha-1 de palhada da B. brizantha (Figura 25). Essaquantidade proporciona uma elevada ciclagem de nu-trientes, disponibilizando-os para a cultura sucessora.Também é importante ressaltar que o grande volumede palhada proporciona menor oscilação da tempera-tura na superfície do solo, bem como maior teor de água, o quefavorece o processo de fixação simbiótica de N pela leguminosa.

Semelhante ao observado para N nas folhas, na ausência daaplicação de N o cultivo anterior de B. brizantha consorciada commilho proporcionou maior número de vagens por planta e a aplicaçãode N alterou o número de vagens por planta apenas quando o feijoeirofoi cultivado em área com cultivo anterior de milho solteiro (Tabela 5).

Refletindo sobre esse resultado – aumento no número devagens por planta – nota-se que a produtividade de grãos da cultu-ra do feijão foi influenciada pela época de aplicação de N e pelainteração entre os fatores. Contudo, mediante o desdobramento dainteração, verifica-se que a produtividade foi aumentada pela apli-cação de N, principalmente em área com cultivo anterior de milhosolteiro (Tabela 5). Vale destacar que na área onde foi utilizado o

consórcio, foi possível obter produtividade de grãos de feijão deaproximadamente 3 t ha-1 mesmo sem a utilização de adubação nitro-genada. Esses resultados evidenciam que o cultivo de B. brizanthacv. Marandú consorciada com milho reduz a necessidade de aplica-ção de N no feijoeiro em sucessão.

Constatou-se que o cultivo de soja nas áreas em que a bra-quiária foi introduzida no sistema de rotação de culturas proporcio-nou aumento de produtividade de grãos da ordem de 405 kg ha-1,o mesmo acontecendo no cultivo de aveia branca (330 kg ha-1)(Figura 26) e no de milho (1.110 kg ha-1) (Figura 27). Esses resulta-dos são decorrentes dos fatores positivos que as forrageiras pere-nes, notadamente a braquiária, têm proporcionado ao solo em ter-mos de ciclagem de nutrientes e melhoria da fertilidade e das condi-ções físicas e biológicas do solo.

Tabela 5. Teor de N nas folhas, número de vagens por planta e produtividade de grãosde feijoeiro cultivado em SPD após milho solteiro e milho consorciadocom B. brizantha cv. Marandú, em função da época de aplicação do N.

Aplicação de N a lanço1

Testemunha2 Na planta Na semeadura Em coberturade cobertura3 do feijão4 no feijão5

Teor de N (g kg-1)

Milho solteiro 29,4 bB6 41,1 aA 42,6 aA 42,9 aA

Milho + B. brizantha 37,9 aB 40,0 aAB 45,7 aAB 48,3 aA

Vagens por planta (no)

Milho solteiro 8,4 bB 14,0 aA 12,4 aAB 15,9 aA

Milho + B. brizantha 12,3 aA 14,3 aA 14,4 aA 14,1 aA

Produtividade de grãos (kg ha-1)

Milho solteiro 2.549 aB 3.366 aA 3.538 aA 3.258 aAB

Milho + B. brizantha 2.939 aA 3.072 aA 2.850 bA 3.557 aA

1A fonte de N foi o sulfato de amônio e todos os tratamentos receberam 45 kg ha-1 deP

2O

5 e 48 kg ha-1 de K

2O, utilizando-se como fontes o superfosfato simples e o cloreto

de potássio. 2 Tratamento sem aplicação de N. 3 Aplicação de 100 kg ha-1 de N 19 diasantes da dessecação e 33 dias antes da semeadura do feijão. 4 Aplicação de 100 kg ha-1 deN sobre a palhada no mesmo dia da semeadura do feijão. 5 Aplicação de 100 kg ha-1 de Nem cobertura no feijoeiro 23 DAE. 6 Médias seguidas de letras distintas, maiúscula nalinha e minúscula na coluna, diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 % probabilidade.Fonte: SORATTO et al. (2008).

Cultivo anterior

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14 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 125 – MARÇO/2009

Figura 26. Influência da inclusão de B. brizantha cv. Marandú em consórciocom milho na produtividade de grãos de soja e aveia branca emrotação (média de dois cultivos).

Fonte: CRUSCIOL (dados não publicados).

Figura 27. Influência da inclusão de B. brizantha cv. Marandú em consór-cio com milho, por dois anos agrícolas, na produtividade degrãos de milho em rotação, dois anos após o consórcio.

Fonte: CRUSCIOL (dados não publicados).

Figura 25. Área com Brachiaria brizantha cv. Marandú implantada na semeadura do milho, em consórcio: 18 meses após a colheita do milho e antesda dessecação (A), semeadura do feijão em sucessão (B), feijão em sucessão (C e D).

Crédito das fotos: Rogério P. Soratto.

8. VIABILIDADE ECONÔMICA8. VIABILIDADE ECONÔMICA8. VIABILIDADE ECONÔMICA8. VIABILIDADE ECONÔMICA8. VIABILIDADE ECONÔMICA

Os resultados financeiros obtidos com a adoção do sistemaILP são animadores, tanto em nível experimental quanto para o agri-cultor. Na Tabela 6 estão contidos os resultados obtidos pela AgroPecuária Peeters S.A., de propriedade do Sr. Andreas Peeters, naregião de Rio Verde, município de Montividiu, GO. Observa-se que,a inclusão da ILP, ou seja, a diversificação das atividades agro-

A C

B D

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 125 – MARÇO/2009 15

pecuárias, proporcionou aumento do lucro. Isto é resultante doaumento da produtividade de algodão e de soja quando ambas asculturas passaram a ser cultivadas em sistema de rotação. A intro-dução da pastagem perene do gênero Brachiaria proporcionou re-dução na utilização de defensivos agrícolas e aumento na fertilida-de do solo, atingindo teores de matéria orgânica entre 4,5 % e 5 %.Resultados semelhantes e animadores estão sendo obtidos na Fa-zenda Cabeceira, de propriedade do Sr. Ake Bernard Van Der Vinne,no município de Maracaju, MS.

9. CONCLUSÕES9. CONCLUSÕES9. CONCLUSÕES9. CONCLUSÕES9. CONCLUSÕES

O sistema de cultivo consorciado de culturas graníferas comforrageiras perenes pode proporcionar maior produtividade de grãose forragem de qualidade, além de melhorar de forma significativa ascaracterísticas físicas e químicas do solo, a ciclagem de nutrientes eo controle de plantas daninhas, refletindo em maior produtividadedas culturas em sucessão. Esta tecnologia não apresenta dificul-dade na sua implantação, desde que haja assessoria técnicaqualificada. Com isso, não haverá diminuição da produtividade dacultura produtora de grãos em consórcio e a inclusão da forrageiraatenderá os quesitos básicos para a sustentabilidade do SPD, comorotação de culturas e cobertura permanente do solo, garantindoestabilidade econômica ao produtor.

No entanto, há necessidade de pesquisas multidisciplinarespara a evolução e o entendimento deste sistema, de forma a buscarsua máxima eficiência em diferentes condições edafoclimáticas.

LITERATURA CONSULTADALITERATURA CONSULTADALITERATURA CONSULTADALITERATURA CONSULTADALITERATURA CONSULTADABORGHI, E. Integração agricultura-pecuária do milho consorciado com Brachiaria brizanthaem sistema de plantio direto. 2004. 102 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia/Energia na Agri-cultura) – Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu.

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SORATTO, R. P.; CARVALHO, R. L. T.; PILON, C.; GIORGETTI, A. A.; SOUZA, G. D. Épocasde antecipação do nitrogênio para feijoeiro no sistema plantio direto após milho solteiro ouconsorciado com Brachiaria brizantha. In: FERTBIO 2008. Londrina, 2008. Resumos... Lon-drina: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2008. (CD-ROM).

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Tabela 6. Resultados financeiros de sistemas de produção, em dois anosagrícolas, na Agro Pecuária Peeters S.A (2005).

Preço unit. Lucro1

- - - - - - (R$) - - - - - -

SISTEMA MONOCULTIVO DE ALGODÃO

Primeiro verãoAlgodão 200 @ 60 @ 20,00 1.200,00Total 1 1.200,00

Segundo verãoAlgodão 200 @ 60 @ 20,00 1.200,00Total 2.400,00

SISTEMA ILP (SAFRA + BOI)

Primeiro verãoMilho + Braq2 100 sc 40 sc 15,00 600,00Pecuária 900 kg 450 kg 3,33 1.500,00Total 1 2.100,00

Segundo verãoAlgodão 250 @ 110 @ 20,00 2.200,00Total 4.300,00

SISTEMA ILP (SAFRA + SAFRINHA + BOI)

Primeiro verãoSoja 50 sc 15 sc 30,00 450,00Milho saf. + Braq2 100 sc 40 sc 15,00 600,00Pecuária 600 kg 300 kg 3,33 1.000,00Total 1 2.100,00

Segundo verãoAlgodão 280 @ 140 @ 20,00 2.800,00Total 4.850,00

1 Lucro por hectare.2 Milho + Braq. = milho + braquiária; Milho saf. + Braq. = milho safrinha

+ braquiária.

Cultura Renda bruta Renda líquida

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16 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 125 – MARÇO/2009

NORMAN BORLAUG COMPLETA 95 ANOSNORMAN BORLAUG COMPLETA 95 ANOSNORMAN BORLAUG COMPLETA 95 ANOSNORMAN BORLAUG COMPLETA 95 ANOSNORMAN BORLAUG COMPLETA 95 ANOS

Norman Borlaug, geneticistavegetal e vencedor do Prê-mio Nobel da Paz em 1970,

completou, em março último, 95 anos.Borlaug já salvou mais vidas humanas doque qualquer outra pessoa na história. Elefoi o pai da Revolução Verde, a qual dupli-cou a produtividade das culturas nos anos1960 e 1970, evitando, assim, a fome mun-dial maciça. Com o desenvolvimento de va-riedades (principalmente de trigo e arroz)mais produtivas, a adoção intensiva de fer-tilizantes minerais, defensivos e irrigação,a Revolução Verde possibilitou o aumentona produção global de grãos, com expres-sivo aumento de produtividade nos cultivos em quase todos oscontinentes, com exceção da África.

Segundo Borlaug, o aumento da produtividade agrícola nasáreas que já se encontram em produção pode ajudar a controlar odesmatamento ao reduzir a demanda por mais terras para a agricul-tura. Ou seja, as técnicas de alto rendimento estão, em última ins-tância, salvando ecossistemas da destruição.

Em recente artigo publicado na revista americana Reason,Ronald Bailey, escritor e colunista em assuntos sobre ciência etecnologia, falou sobre sua entrevista com Norman Borlaug. Abai-xo estão apenas algumas de suas respostas.

– Bailey: O que você acha da agricultura orgânica? Mui-tas pessoas afirmam que ela é melhor para a saúde humana e oambiente.

– Borlaug: Isso não tem sentido e nem deve ser debatido.Mesmo que você possa usar todo o material orgânico existente –estrume animal, dejetos humanos, resíduos vegetais – e devolvê-lo ao solo, você não poderia alimentar mais do que 4 bilhões depessoas. Além disso, se toda a agricultura fosse orgânica, vocêteria de aumentar a área cultivada dramaticamente, ocupando áre-as marginais e eliminando milhões de hectares de florestas. Atual-mente, cerca de 80 milhões de toneladas de fertilizantes nitrogenadossão utilizadas a cada ano. Se você tentar produzir este nitrogênioorganicamente, seria necessário um adicional de 5 ou 6 bilhões decabeças de gado para o abastecimento de estrume. Quantos hec-tares de áreas silvestres seria necessário sacrificar apenas paraproduzir forragem para esses animais? Há uma série de contra-sensos ocorrendo aqui.

Se as pessoas querem crer que os alimentos orgânicos têmmelhor valor nutritivo, cabe a elas fazer essa decisão. Mas não háabsolutamente nenhuma pesquisa que mostre que os alimentosorgânicos proporcionam melhor nutrição. No que diz respeito àsplantas, elas não podem dizer se o íon nitrato provém de adubosquímicos ou da matéria orgânica decomposta. Se alguns consumi-dores acreditam que é melhor, do ponto de vista da saúde, consu-mir alimentos orgânicos, Deus os abençoe. Deixe-os comprar. Dei-xe-os pagar um pouco mais. Trata-se de uma sociedade livre. Masnão diga ao mundo que podemos alimentar a população atual sem ouso de adubo mineral.

– Bailey: O que você vê como o fu-turo da biotecnologia na agricultura?

– Borlaug: A biotecnologia vai nosajudar a fazer coisas que não podíamos fa-zer antes, e fazê-lo de uma forma mais preci-sa e segura. A biotecnologia nos permitirácruzar as barreiras genéticas que ainda nãofomos capazes de atravessar com a genéti-ca e o melhoramento de plantas convencio-nais. No passado, os geneticistas convencio-nais foram obrigados a trazer muitos outrosgenes junto aos genes de interesse, diga-mos, para resistência às doenças ou inse-tos que queríamos incorporar em uma novavariedade. Esses genes extras muitas vezes

tiveram efeitos negativos, e foram necessários anos de melhora-mento genético para removê-los. O melhoramento vegetal con-vencional é imperfeito, em comparação com os métodos que utili-zam a engenharia genética.

– Bailey: Ambientalistas dizem que a biotecnologia agrí-cola prejudicará a biodiversidade.

– Borlaug: Eu não acredito nisso. Se nós cultivarmos nos-sos alimentos e fibras em solos que melhor se adaptem à agricultu-ra, utilizando a tecnologia que temos e com a que virá, incluindo ouso adequado da engenharia genética e da biotecnologia, vamosdeixar intocadas vastas extensões de terra, com toda a sua diversi-dade vegetal e animal. O fato de utilizamos, atualmente, terras agrí-colas de modo eficiente fez com que, por exemplo, o PresidenteClinton mantivesse intactos outros 20 ou 24 milhões de hectares deterras como áreas selvagens. Isso não teria acontecido se não fos-se a eficiência da agricultura moderna.

Em 1960, a produção das 17 mais importantes culturaspara a alimentação humana e animal e para a produção de fibras– quase todas as culturas importantes cultivadas nos EstadosUnidos desde aquela época até hoje – foi de 252 milhões detoneladas. Em 1990, a produção mais que duplicou, alcançando596 milhões de toneladas, e foi obtida com cerca de 10 milhõesde hectares a menos, em relação à área cultivada em 1960. Setentássemos produzir a colheita de 1990 com a tecnologia de1960 teríamos que aumentar a área cultivada em mais 177 milhõesde hectares, com a mesma qualidade. Teríamos que ocupar áreasmarginais de pastejo e que não seriam produtivas a longo prazo.Teríamos que ocupar áreas montanhosas e cortar nossas flores-tas. O presidente Clinton não teria tido o bom trabalho de mantermilhões de hectares de terras para uso restrito, onde você nãopode cortar uma árvore sequer para papel e celulose ou paramadeira.

Isto se aplica à silvicultura também. Estou satisfeito porver que algumas empresas florestais são muito modernas e combons sistemas de gestão e reprodução. A empresa Weyerhaeuserestá produzindo mais produtos de madeira por unidade de áreado que as antigas florestas não manejadas. A produção de árvo-res desta forma significa milhões de hectares que podem serdeixados para as florestas naturais.

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 125 – MARÇO/2009 17

EM DESTAQUE EM DESTAQUE EM DESTAQUE EM DESTAQUE EM DESTAQUE

PRÊMIO ACADÊMICO DO IPNIPRÊMIO ACADÊMICO DO IPNIPRÊMIO ACADÊMICO DO IPNIPRÊMIO ACADÊMICO DO IPNIPRÊMIO ACADÊMICO DO IPNI−−−−− IPNI IPNI IPNI IPNI IPNI SCHOLAR AWARDS SCHOLAR AWARDS SCHOLAR AWARDS SCHOLAR AWARDS SCHOLAR AWARDS −−−−−

O International Plant Nutrition Institute, IPNI Estados Uni-dos, está oferecendo, em 2009, prêmios monetários e individuais novalor de US$ 2.000 (dois mil dólares) a um número limitado de alu-nos de pós-graduação em ciências relevantes relacionadas à nutri-ção de plantas e manejo de nutrientes em culturas.

São elegíveis aos prêmios os estudantes de pós-graduaçãoem nível de mestrado ou doutorado de Universidades localizadasem qualquer país onde exista o programa do IPNI. No caso de dou-torandos, será dada preferência aos estudantes que finalizarão seusestudos dentro de, no mínimo, 1 ano. Terão prioridade as pesquisasrelevantes relacionadas à missão do IPNI. Estudantes das discipli-nas de ciências do solo e de plantas, incluindo agronomia, horti-cultura, ecologia, fertilidade do solo, química do solo, fisiologia deculturas e outras áreas relacionadas à nutrição de plantas são enco-rajados a se candidatar. Os vencedores de outros anos não sãoelegíveis para o novo prêmio.

As inscrições deverão ser concluídas até 30 de junho de2009. Os vencedores serão anunciados em setembro e os chequesserão entregues aos vencedores a seguir.

Para mais informações, consulte o site de nosso escritóriocentral: http://www.ipni.net/scholar

PRÊMIO IPNI BRASIL EM NUTRIÇÃO DE PLANTASPRÊMIO IPNI BRASIL EM NUTRIÇÃO DE PLANTASPRÊMIO IPNI BRASIL EM NUTRIÇÃO DE PLANTASPRÊMIO IPNI BRASIL EM NUTRIÇÃO DE PLANTASPRÊMIO IPNI BRASIL EM NUTRIÇÃO DE PLANTAS

O IPNI Brasil – International Plant Nutrition Institute – enten-de ser necessário reconhecer aqueles que contribuem para a ciênciae o progresso do país. Desta forma, a partir do XXXII CongressoBrasileiro de Ciência do Solo, a se realizar em agosto, em Fortaleza, oIPNI Brasil estará reconhecendo e premiando pesquisadores de des-taque com atuação em assuntos relacionados à missão do Instituto,ou seja, o manejo responsável dos nutrientes das plantas.

O prêmio será oferecido em duas versões – PesquisadorSênior e Jovem Pesquisador – e a seleção estará a cargo de comis-são apontada pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS).

Os candidatos ao prêmio de pesquisador sênior poderão serindicados até o dia 15 de junho próximo por sócios da SBCS (maisde 5 anos, consecutivos ou não) que atuem em área relacionada ànutrição de plantas. Nominações próprias não serão aceitas. Serãonecessárias pelo menos três indicações para que o prêmio seja con-cedido. Os documentos a serem enviados são: (1) ficha de inscriçãopreenchida pelo responsável pela nomeação, (2) duas cartas deeminentes pesquisadores da área de nutrição de plantas dandosuporte à nomeação, e (3) indicação do endereço eletrônico doCurriculum Lattes/CNPq do nomeado. Para mais informações, oupara nomeação para o prêmio IPNI Brasil em Nutrição de Plantas,favor consultar o link: http://www.ipni.org.br/premio_brasil.

Em relação ao prêmio Jovem Pesquisador, a escolha serárealizada entre aqueles que enviarem e apresentarem trabalhos noCongresso.

MANEJO QUÍMICO DO SOLO EM SISTEMAS DEMANEJO QUÍMICO DO SOLO EM SISTEMAS DEMANEJO QUÍMICO DO SOLO EM SISTEMAS DEMANEJO QUÍMICO DO SOLO EM SISTEMAS DEMANEJO QUÍMICO DO SOLO EM SISTEMAS DEPRODUÇÃO AGRÍCOLA SUSTENTÁVELPRODUÇÃO AGRÍCOLA SUSTENTÁVELPRODUÇÃO AGRÍCOLA SUSTENTÁVELPRODUÇÃO AGRÍCOLA SUSTENTÁVELPRODUÇÃO AGRÍCOLA SUSTENTÁVEL

Durante o Simpósio sobre Manejo Integrado de Sistemas deProdução Agrícola Sustentável (SIMPAS, Versão 54), realizado de23 a 25 de março, em Belo Horizonte, MG, Dr. Prochnow apresentouuma palestra intitulada “Manejo químico do solo em sistemas deprodução agrícola sustentável”. Foram discutidos os principais as-pectos do manejo eficiente do solo com ênfase na avaliação e con-trole da fertilidade do solo.

Este evento é realizado no Brasil três vezes ao ano comorganização e apoio financeiro de vários setores do agronegócio.Juntamente com a ANDA (Associação Nacional para Difusão deAdubos), o IPNI Brasil tem apoiado o evento na seção de nutriçãode plantas desde a sua inauguração. O evento atraiu 200 participan-tes, principalmente agrônomos do setor de extensão, de Minas Ge-rais. A série SIMPAS continuará em 2009 nas cidades de ParaguaçuPaulista, SP, de 11 a 13 de maio, e Jataí, GO, de 9 a 11 de novembro.

Dr. Prochnow durante sua palestra no SIMPAS, em Belo Horizonte

IPNI NO PROGRAMA DE ESPECIALIZAÇÃOIPNI NO PROGRAMA DE ESPECIALIZAÇÃOIPNI NO PROGRAMA DE ESPECIALIZAÇÃOIPNI NO PROGRAMA DE ESPECIALIZAÇÃOIPNI NO PROGRAMA DE ESPECIALIZAÇÃOEM MANEJO INTENSIVO DO SOLOEM MANEJO INTENSIVO DO SOLOEM MANEJO INTENSIVO DO SOLOEM MANEJO INTENSIVO DO SOLOEM MANEJO INTENSIVO DO SOLO

Em março, um cursode 12 horas foi ministrado aalunos de um programa de es-pecialização em manejo inten-sivo do solo, na Escola Supe-rior de Agricultura Luiz deQueiroz, Universidade de SãoPaulo. O curso foi sobre “Ava-liação e controle da fertilida-de do solo”. A partir de prin-cípios básicos de química dosolo, foram explicadas asações para o manejo adequado da fertilidade de solos brasileiros,com vistas à adequada nutrição de plantas.

Grupo de estudantes do Programade Especialização em Manejo Inten-sivo do Solo

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18 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 125 – MARÇO/2009

FOTOS PREMIADAS NO CONCURSO DO IPNI FOTOS PREMIADAS NO CONCURSO DO IPNI FOTOS PREMIADAS NO CONCURSO DO IPNI FOTOS PREMIADAS NO CONCURSO DO IPNI FOTOS PREMIADAS NO CONCURSO DO IPNI −−−−−EDIÇÃO 2008EDIÇÃO 2008EDIÇÃO 2008EDIÇÃO 2008EDIÇÃO 2008

O International Plant Nutrition Institute dos Estados Uni-dos anunciou o resultado do concurso fotográfico sobre deficiên-cias nutricionais em culturas.

As imagens abaixo ilustram o primeiro lugar nas quatrocategorias contempladas no concurso 2008: Nitrogênio (N), Fós-foro (P), Potássio (K) e Outros (nutrientes secundários, micro-nutrientes, pH, etc.) e os respectivos ganhadores. Também temdestaque o 2o lugar na categoria Outros, conquistado por LeandroMarciano Marra, da Universidade Federal de Lavras, UFLA, Mi-nas Gerais.

As demais fotos premiadas e outros detalhes podem servistos no website do IPNI, Estados Unidos, ou pelo link: http://www.ipni.net/ipniweb/portal.nsf/0/804E9DA68CFA5A168525756F0076ADEC.

Parabéns aos vencedores e sinceros agradecimentos a to-dos os participantes. Convidamos os leitores para participarem daedição 2009 do concurso, com fotos digitais representativas dedeficiências nutricionais em culturas.

2o lugar - Categoria Outros –deficiência de ferro em feijão Caupi

Leandro Marciano MarraUniversidade Federal De Lavras - UFLA, Minas Gerais

Categoria Outros –deficiência de zinco (Zn)

em mandiocaShahar Dayan, Haifa Chemicals

Ltd., Yoqneam Elit, Israel

Categoria Potássio –deficiência de K em sojaTerry Wyciskalla, WyciskallaConsulting, Inc., Nashville,

Illinois, EUA

Categoria Nitrogênio –deficiência de N em alface

Chris Gunter, José Garzón e BrianWhipker, North Carolina State

University, Raleigh, EUA

Categoria Fósforo –deficiência de P em

cana-de-açúcarTiequan Zhang, Agriculture & Agri-

Food Canada, Ontario, Canada

IPNI BRASIL PARTICIPA DE REUNIÃO PARAIPNI BRASIL PARTICIPA DE REUNIÃO PARAIPNI BRASIL PARTICIPA DE REUNIÃO PARAIPNI BRASIL PARTICIPA DE REUNIÃO PARAIPNI BRASIL PARTICIPA DE REUNIÃO PARADEFINIÇÃO DAS DEFINIÇÃO DAS DEFINIÇÃO DAS DEFINIÇÃO DAS DEFINIÇÃO DAS DIRETRIZES PARA USO DEDIRETRIZES PARA USO DEDIRETRIZES PARA USO DEDIRETRIZES PARA USO DEDIRETRIZES PARA USO DE

NUTRIENTES NO BRASILNUTRIENTES NO BRASILNUTRIENTES NO BRASILNUTRIENTES NO BRASILNUTRIENTES NO BRASIL

O governo federal do Brasil, por meio do Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abastecimento, do Ministério do Desenvolvi-mento, Indústria e Comércio Exterior e do Ministério da Ciência eTecnologia, convocou uma reunião nos dias 11 e 12 de dezembro de2008, em Brasília, para tratar de questões relacionadas a fertilizantesna agricultura brasileira. A discussão centralizou-se em torno dadependência externa de fertilizantes, do uso correto de fertilizantese das novas fontes de nutrientes.

"Muitos representantes da indústria, da pesquisa e do ensi-no estavam presentes e o IPNI Brasil foi convidado para participare debater as diversas questões apresentadas. A intenção do grupofoi bastante apropriada, mas representantes de todos os setoresdevem estar envolvidos para ajudar a selecionar alternativas viá-veis. Muitas idéias pareceram lógicas, mas a melhor alternativa, acurto prazo, é o uso correto de fertilizantes", explica Dr. Prochnow.

Na reunião, Dr. Prochnow destacou o trabalho do IPNI,enfatizando o Simpósio sobre as melhores práticas de manejo defertilizantes no Brasil, que está previsto para acontecer em setem-bro deste ano, em Piracicaba.

O FUTURO CHEGOU PARA OS AGRÔNOMOSO FUTURO CHEGOU PARA OS AGRÔNOMOSO FUTURO CHEGOU PARA OS AGRÔNOMOSO FUTURO CHEGOU PARA OS AGRÔNOMOSO FUTURO CHEGOU PARA OS AGRÔNOMOS

Durante muitos anos, a agronomia foi considerada no Brasilcomo a profissão do futuro. Devido à importância fundamental dopaís na produção de alimentos, fibras e biocombustíveis, a socieda-de em geral já reconhece o valor dos agrônomos e dos profissionaisrelacionados à área. Com isto em mente, Dr. Luís I. Prochnow, dire-tor do Programa do IPNI no Brasil, proferiu um seminário na Univer-sidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), PR. O público-alvo foramos estudantes de graduação e pós-graduação. Durante o seminá-rio, Dr. Prochnow destacou vários aspectos da agricultura mundiale brasileira, relacionando-os sempre às medidas tomadas e às açõesfuturas. Também enfatizou a importância da gestão adequada e res-ponsável dos nutrientes vegetais, com ênfase na necessidade douso correto dos fertilizantes. “É sempre uma satisfação falar aosalunos sobre a importância da agricultura e do manejo responsáveldos nutrientes vegetais. Eles são os agentes que conduzirão asoperações no campo e orientarão os agricultores em suas ações nofuturo próximo. Por isso, é importante que empreguemos nossotempo com eles, colaborando para um futuro melhor para cada umdeles e também para a agricultura como um todo”, disse Dr. Prochnow.

Dr. Luís Prochnow durante a palestra aos alunos da UEPG

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 125 – MARÇO/2009 19

DIVULGANDO A PESQUISA

1. CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS DO FEIJOEIROEM VÁRZEAS TROPICAIS AFETADAS POR DOSES EMANEJO DE NITROGÊNIO

SANTOS, A. B. dos; FAGERIA, N. K. Ciência e Agrotecnologia,v. 32, n. 1, p. 23-31, 2008. (http://www.scielo.br/pdf/cagro/v32n1/a03v32n1.pdf)

Com o objetivo de avaliar a influência de doses, métodos eépocas de aplicação de N sobre as características fisiológicas do feijoeirofoi conduzido um estudo em várzeas no Tocantins. Nos dois primei-ros anos, foram avaliadas as doses de 0, 40, 80, 120 e 160 kg ha-1 deN e os métodos e épocas de aplicação: M1 – todo N na semeadura;M2 – metade na semeadura + metade incorporado ao solo aos 20 diasapós a emergência (DAE) e M3 – metade na semeadura + metade alanço aos 20 DAE, com a cultivar Rudá. No terceiro ano, avaliaram-seapenas as doses de N incorporadas ao solo aos 20 DAE, com acultivar Pérola. A adubação nitrogenada foi feita na forma de sulfatode amônio, no primeiro ano, e de uréia, nos dois últimos. Em várzeastropicais, a eficiência de utilização da adubação nitrogenada pelofeijoeiro é baixa, o que reforça em parte a razão da resposta da culturaa altas doses desse nutriente.

A incorporação de todo N na semeadura e a aplicação de partedo N por ocasião dessa e parte incorporada aos 20 DAE demandammenores doses do fertilizante para obtenção dos maiores índicesfisiológicos do feijoeiro que a aplicação de parte do N a lanço nasuperfície do solo. Essas doses diferem da que proporciona maiorprodutividade de grãos. Com 140 kg ha-1 de N, o feijoeiro produz maisgrãos por unidade de área foliar. Maiores doses de N propiciam maio-res produções biológicas e índices fisiológicos.

3. PARCELAMENTO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA NACULTURA DO MILHO E UTILIZAÇÃO DO NITROGÊNIORESIDUAL PELA SUCESSÃO AVEIA PRETA-MILHO

FERNANDES, F. C. S.; LIBARDI, P. L.; TRIVELIN, P. C. O. Ciên-cia Rural, v. 38, n. 4, p. 1138-1141, 2008. (http://www.scielo.br/pdf/cr/v38n4/a37v38n4.pdf)

Com o objetivo de avaliar a eficiência de utilização do N pelacultura de milho (Zea mays L.), usando-se fertilizante marcado com15N, aplicado parceladamente (duas formas), e o efeito residual des-te fertilizante nas duas culturas subseqüentes em sucessão (aveiapreta e milho), sob implantação do sistema plantio direto, foi con-duzido um experimento, no sudeste do Brasil, nos anos agrícolas2003/2004 e 2004/2005, sob um solo de textura areno-argilosa(Hapludox). Os tratamentos consistiram da dose de 120 kg ha-1 deN, na forma de sulfato de amônio marcado (15N) e dois parcelamentosde N: 30-90 kg ha-1 e 60-60 kg ha-1. Nas plantas de milho e aveiapreta avaliaram-se o N total acumulado, o N proveniente do fertili-zante e a recuperação de N-fertilizante.

O incremento da dose de fertilizante nitrogenado aplicado nasemeadura (60 kg ha-1 de N), no ano agrícola 2003/2004, proporcio-nou aumento no aproveitamento de N pela planta (65 %) em relaçãoao tratamento que recebeu 30 kg ha-1 de N na semeadura (45 %).

2. PHOSPHORUS ACQUISITION AND INTERNAL UTILI-ZATION EFFICIENCY IN TROPICAL MAIZE GENO-TYPES

PARENTONI, S. N.; SOUZA JÚNIOR, C. L. de. PesquisaAgropecuária Brasileira, v. 43, n. 7, p. 893-901, 2008. (http://www.scielo.br/pdf/pab/v43n7/14.pdf)

The objective of this work was to determine the relativeimportance of phosphorus acquisition efficiency (PAE – plant Puptake per soil available P), and phosphorus internal utilizationefficiency (PUTIL – grain yield per P uptake) in the P use efficiency(PUE – grain yield per soil available P), on 28 tropical maize genotypesevaluated at three low P and two high P environments. PAE wasalmost two times more important than PUTIL to explain the variabilityobserved in PUE, at low P environments, and three times moreimportant at high P environments.

These results indicate that maize breeding programs, toincrease PUE in these environments, should use selection indexwith higher weights for PAE than for PUTIL. The correlation betweenthese two traits showed no significance at low or at high Penvironments, which indicates that selection in one of these traitswould not affect the other. The main component of PUTIL was Pquotient of utilization (grain yield per grain P) and not the P harvestindex (grain P per P uptake). Selection to reduce grain P concentrationshould increase the quotient of utilization and consequentlyincrease PUTIL.

4. PRODUTIVIDADE E ACÚMULO DE POTÁSSIO NA SOJAEM FUNÇÃO DA ANTECIPAÇÃO DA ADUBAÇÃOPOTÁSSICA NO SISTEMA PLANTIO DIRETO

FOLONI, J. S. S.; ROSOLEM, C. A. Revista Brasileira de Ciên-cia do Solo, v. 32, n. 4, p. 1549-1561, 2008. (http://www.scielo.br/pdf/rbcs/v32n4/a19v32n4.pdf)

A aplicação antecipada de fertilizante potássico no cultivode espécies de cobertura no sistema plantio direto (SPD) pode servantajosa para a lavoura comercial. O objetivo deste trabalho foiavaliar a produtividade de grãos e a acumulação de K na soja emfunção da aplicação antecipada de fertilizante potássico na instala-ção do milheto em relação com o K aplicado na semeadura da sojasubseqüente no SPD. O experimento foi realizado na FCA-Unespem Botucatu-SP, nas safras 2000/2001, 2001/2002 e 2002/2003. Utili-zou-se um Latossolo Vermelho distroférrico de textura média, queestava sendo cultivado com soja e aveia-preta no SPD, por doisanos antes da instalação do experimento. O milheto (Pennisetumglaucum) foi semeado em setembro sobre a palhada de aveia-preta(Avena strigosa), e a soja (Glycine max) na primeira quinzena dedezembro, nos três anos agrícolas. Utilizou-se o delineamento ex-perimental em blocos ao acaso no esquema fatorial 4 x 4, com quatrorepetições, com 0, 30, 60 e 90 kg ha-1 de K

2O no milheto, combinados

com 0, 30, 60 e 90 kg ha-1 de K2O na soja. Coletaram-se plantas de

soja aos 25, 50, 75 e 100 dias após a emergência, e os grãos no finaldo ciclo, para a determinação do acúmulo de K e da produtividade.

A antecipação de 60 a 90 kg ha-1 de K2O na semeadura do

milheto não comprometeu o acúmulo de K na lavoura de soja. Asmáximas produtividades de soja foram alcançadas no primeiro esegundo ano com doses de 85 a 90 kg ha-1 de K

2O, que poderiam ser

antecipadas totalmente na semeadura da gramínea de cobertura. Aaplicação antecipada de KCl na semeadura do milheto minimizou aexportação de K pela colheita de grãos de soja.

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20 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 125 – MARÇO/2009

8. AVALIAÇÃO DE ATRIBUTOS FÍSICOS E ESTOQUES DECARBONO E NITROGÊNIO EM SOLOS COM QUEIMA ESEM QUEIMA DE CANAVIAL

LUCA, E. F. de; FELLER, C.; CERRI, C. C.; BARTHÈS, B.;CHAPLOT, V.; CAMPOS, D. C.; MANECHINI, C. Revista Bra-sileira de Ciência do Solo, v. 32, n. 2, p. 789-800, 2008. (http://www.scielo.br/pdf/rbcs/v32n2/33.pdf)

O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, demodo que mudanças no seu manejo podem afetar sobremaneira oambiente. Há quase um século, as pesquisas são baseadas em áreassob queima da biomassa foliar (palhada) dessa cultura. Mas a su-pressão da queimada é um novo conceito no manejo da palhada.Portanto, há poucos resultados sobre o manejo desse material. Oobjetivo do estudo foi comparar teores de C e N e estabilidade deagregados e densidade do solo nos manejos com queima (Cq) esem queima (Sq) da palhada. Estudou-se um solo argiloso (LatossoloVermelho = LVdf) e dois solos arenosos (Argissolo Vermelho-Ama-relo = PVAd e Neossolo Quartzarênico = RQo) submetidos aos ma-nejos Cq e Sq. Em cada solo foi estabelecida uma área experimentalem blocos ao acaso com seis repetições. A quantidade de palhadaadicionada em três colheitas foi 40 t ha-1 em matéria seca e, um anoapós a terceira colheita, a acumulação foi 4,5 t ha-1 (11 %) no LVdf e3,6 t ha-1 (9 %) no RQo. Isso representou 1,60 e 1,35 t ha-1 em C e0,022 e 0,021 t ha-1 em N, respectivamente.

Houve aumento no teor de C nos solos Sq, concorrendo para oseqüestro de C na camada 0–20 cm de 6,3 e 4,7 t ha-1, respectivamenteem LVdf e RQo. Assim, a taxa de seqüestro de C no compartimentocobertura + solo (0–20 cm) foi de 2,63 e 2,02 t ha-1 ano-1 no LVdf e RQo,respectivamente. Também houve aumento no teor de macroagregadosem solos Sq comparados a solos Cq: 814 e 693 g kg-1 no LVdf e 516 e420 g kg-1 no RQo. Ocorreu compactação superficial no PVAd e RQoem decorrência do uso de máquina colhedora em solo Sq. Nos solosestudados, o manejo sem queima da cana-de-açúcar resultou emmelhorias nas propriedades dos solos e promoveu seqüestro de C eN na cobertura e nas camadas superficiais dos solos.

7. FONTES, DOSES E MODOS DE APLICAÇÃO DE FÓS-FORO NA INTERAÇÃO FÓSFORO-ZINCO EM MILHO

CARNEIRO, L. F.; FURTINI NETO, A. E.; RESENDE, Á. V. de;CURI, N.; SANTOS, J. Z. L.; LAGO, F. J. do. Ciência e Agro-tecnologia, v. 32, n. 4, p. 1133-1141, 2008. (http://www.scielo.br/pdf/cagro/v32n4/a15v32n4.pdf)

No presente trabalho objetivou-se avaliar a interação P-Znno milho durante dois cultivos sucessivos, em Argissolo Vermelhotípico, textura argilosa, na região do Cerrado. O delineamento expe-rimental foi o de blocos casualizados com quatro repetições, numesquema fatorial 3 x 2 x 2 + 1, envolvendo três doses de P

2O

5 (180, 360

e 540 kg ha-1), duas fontes (superfosfato triplo ST e fosfato naturalreativo deArad - FR), duas formas de aplicação (a lanço, em área total,e no sulco de plantio) e uma testemunha (sem P) como tratamentoadicional. Determinaram-se o peso de matéria seca da parte aérea e degrãos, teores de P, Zn e relação P-Zn nas folhas e nos grãos.

Os teores de Zn diminuíram com a aplicação de ST no sulco,alcançando valores tidos como deficientes no primeiro cultivo, sem,contudo, afetar a produtividade do milho. Os teores de P, Zn e arelação P-Zn nos grãos apresentaram-se dentro dos padrões ade-quados para o milho. A interação P-Zn nos tratamentos com ST nosulco de semeadura, talvez pela adubação prévia com Zn, não foisuficiente para afetar o rendimento de grãos do milho.

6. ACIDEZ DO SOLO, CALAGEM E COMPORTAMENTODA SOJA CULTIVADA EM PLANTIO DIRETO

CAIRES, E. F.; BARTH, G.; GARBUIO, F. J.; CHURKA, S. ScientiaAgricola, v. 65, n. 5, p. 532-540, 2008. (http://www.scielo.br/pdf/sa/v65n5/a13v65n5.pdf)

Os efeitos das alterações químicas do solo ocasionadas pelaaplicação superficial de calcário no crescimento radicular, na nutri-ção mineral e na produção de grãos de soja cultivada em sistemaplantio direto são pouco conhecidos e foram estudados no presen-te trabalho. O experimento foi realizado em um Latossolo Vermelhodistrófico textura média, em Ponta Grossa (PR). O delineamentoexperimental empregado foi o de blocos completos ao acaso emparcelas subdivididas, com três repetições. As parcelas receberamquatro doses de calcário dolomítico na superfície (0, 2, 4 e 6 Mg ha-1),em julho de 1993, e, nas subparcelas, foram reaplicadas duas dosesde calcário dolomítico na superfície (0 e 3 Mg ha-1), em junho de 2000.

A calagem, após nove anos, aumentou o pH e o Ca2+ trocávele reduziu o Al3+ trocável e a saturação por alumínio do solo, até aprofundidade de 60 cm. A reaplicação de calcário, após dois anos,também proporcionou melhoria nas condições de acidez do soloaté a profundidade de 60 cm. O comprimento total de raízes de sojapor unidade de área superficial de solo (0–60 cm) foi reduzido coma calagem na superfície em plantio direto. A redução de Al3+ trocávelno solo com a calagem não alterou as concentrações de Al nasraízes e nas folhas de soja. O calcário dolomítico aplicado na super-fície em plantio direto aumentou as concentrações de Ca e Mg ereduziu o teor de Mn nas raízes e nas folhas de soja. A produção degrãos de soja não foi influenciada pela calagem na superfície porcausa da baixa toxicidade do Al e ainda porque o crescimentoradicular foi estimulado por condições de estresse por acidez dosolo no sistema plantio direto.

5. NITROGÊNIO E POTÁSSIO EM MILHO IRRIGADO:ANÁLISE TÉCNICA E ECONÔMICA DA FERTILIZAÇÃO

PAVINATO, P. S.; CERETTA, C. A.; GIROTTO, E.; MOREIRA, I.C. L. Ciência Rural, v. 38, n. 2, p. 358-364, 2008. (http://www.scielo.br/pdf/cr/v38n2/a10v38n2.pdf)

A irrigação das culturas aumenta a possibilidade de obten-ção de altas produtividades, mas exige racionalidade técnica e eco-nômica no uso de insumos, especialmente fertilizantes nitrogenados.O objetivo deste trabalho foi determinar as doses mais adequadasde nitrogênio e de potássio para maior produtividade de grãos e omelhor retorno econômico da adubação com o cultivo de milho(Zea mays L.) sob irrigação por aspersão. O experimento foi condu-zido nos anos agrícolas 2002/03 e 2003/04, em Cruz Alta, Rio Grandedo Sul, em lavoura sob irrigação com pivô central, em LatossoloVermelho distrófico típico. A população efetiva do milho foi de 78.000e 71.000 plantas ha-1 em 2002/03 e 2003/04, respectivamente, utilizan-do-se o híbrido Pioneer 30F44. Os tratamentos foram compostos dasdoses de 0, 80, 120, 160, 200 e 240 kg ha-1 de N (uréia) combinadas com0, 40, 80 e 120 kg ha-1 de K

2O (cloreto de potássio). O delineamento

utilizado foi o de blocos ao acaso com quatro repetições.A máxima produtividade de grãos de milho sob irrigação por

aspersão foi obtida com a aplicação de 283 a 289 kg ha-1 de nitrogênio,mas a máxima eficiência econômica ocorreu com 156 a 158 kg ha-1 denitrogênio, não havendo incremento na produtividade com a apli-cação de potássio. Isso evidencia que, em muitas situações, osprodutores estão utilizando fertilizantes nitrogenados e potássicosacima do necessário.

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 125 – MARÇO/2009 21

12. EFEITO DA CALAGEM SUPERFICIAL EM PLANTIODIRETO NA CONCENTRAÇÃO DE CÁTIONS HIDROS-SOLÚVEIS NA PARTE AÉREA DE CULTURAS ANUAIS

SILVA, T. R. B. da; LEMOS, L. B. Revista Brasileira de Ciênciado Solo, v. 32, n. 3, p. 1199-1207, 2008. (http://www.scielo.br/pdf/rbcs/v32n3/a28v32n3.pdf)

A acidez do solo no sistema plantio direto pode ser mini-mizada com aplicação superficial de calcário. Tal prática é favorecidapela permanência de restos vegetais na superfície do solo, pela libe-ração de compostos orgânicos hidrossolúveis, que variam de plantapara planta. Por isso, foi instalado um experimento em LatossoloVermelho distrófico (V = 41 %) em Botucatu (SP), objetivando avaliaros efeitos da aplicação superficial de calcário dolomítico na concen-tração de cátions solúveis nos resíduos vegetais das culturas demilheto, feijão e aveia preta em dois anos agrícolas (2002/2003 e 2003/2004). No caso do feijoeiro, o delineamento experimental utilizado foio de blocos casualizados em esquema de parcelas subdivididas, comquatro repetições. As parcelas foram representadas por cultivares defeijão (Carioca, IAC Carioca Eté, Pérola, IAPAR 81 e Campeão 2),enquanto as subparcelas foram formadas por doses de calcáriodolomítico (sem aplicação, 1,8; 3,6 e 5,4 t ha-1). Para o milheto e a aveiapreta foram consideradas apenas as doses como fator. Foram avalia-dos os teores de Ca, Mg, K e Mn na parte aérea de todas as culturas,bem como a condutividade elétrica no extrato.

Os resultados evidenciaram que os teores de Ca, K e Mgsolúveis na parte aérea das culturas anuais avaliadas não foramalterados com a aplicação superficial de doses de calcáriodolomítico. As culturas de milheto e feijão apresentaram maiorteor de cátions solúveis na parte aérea, quando comparadas ao daaveia preta.

10. DETERMINAÇÃO DE TEORES ÓTIMOS DE NUTRIEN-TES EM SOJA PELOS MÉTODOS CHANCE MATE-MÁTICA, SISTEMA INTEGRADO DE DIAGNOSE ERECOMENDAÇÃO E DIAGNOSE DA COMPOSIÇÃONUTRICIONAL

URANO, E. O. M.; KURIHARA, C. H.; MAEDA, S.; VITORINO,A. C. T.; GONÇALVES, M. C.; MARCHETTI, M. E. RevistaBrasileira de Ciência do Solo, v. 31, n. 1, p. 63-72, 2007.(http://www.scielo.br/pdf/rbcs/v31n1/07.pdf)

Diversos estudos têm demonstrado o uso promissor demétodos de diagnose nutricional para definição de teores ótimos eníveis críticos de nutrientes em tecidos vegetais. Nesse sentido, oobjetivo deste trabalho foi comparar os teores ótimos de nutrientespara soja, estimados por meio dos métodos Chance Matemática(ChM), Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS) eDiagnose da Composição Nutricional (CND), a partir de dados pro-venientes de monitoramento nutricional de 111 lavouras comerciaisde soja, da região sul do Estado de Mato Grosso do Sul.

Os teores ótimos de nutrientes estimados pelos métodos DRISe CND foram idênticos ao teor médio observado na população dereferência. Para o método ChM, exceto para os nutrientes Cu, Fe, Mne Zn, os teores ótimos estimados também foram idênticos ou muitopróximos ao teor médio na população de referência. Os métodos ChM,DRIS e CND mostraram-se promissores na calibração de teores óti-mos para a cultura da soja a partir de dados provenientes de moni-toramentos nutricionais de lavouras comerciais.

9. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DE CÁLCIO E MAGNÉSIOTROCÁVEIS E ESTIMATIVA DO CALCÁRIO RESIDUALEM UM LATOSSOLO SUBMETIDO À APLICAÇÃODE CALCÁRIO E GESSO EM SUPERFÍCIE

SORATTO, R. P.; CRUSCIOL, C. A. C. Revista Brasileira deCiência do Solo, v. 32, n. 2, p. 663-673, 2008. (http://www.scielo.br/pdf/rbcs/v32n2/21.pdf)

A determinação da fração do calcário remanescente no solo("calcário residual"), em área onde foi realizada aplicação de calcárioem superfície, sem incorporação, na implantação do sistema plantiodireto, pode ser uma ferramenta importante para auxiliar na definiçãodo momento em que se faz necessária a reaplicação de calcário. Nes-se sentido, os objetivos deste trabalho foram avaliar: quais os teoresde Ca e Mg trocáveis, extraídos por percolação com solução de KCle resina trocadora de íons; a quantidade do calcário aplicado queainda não havia reagido no solo, mediante a determinação dos teoresde Ca e Mg não-trocáveis; e qual a influência do gesso nos teores deCa e Mg trocáveis e na dissolução do calcário, 18 meses após aaplicação em superfície. O experimento foi realizado em um LatossoloVermelho distroférrico, em Botucatu (SP). O delineamento experimen-tal foi de blocos casualizados com parcelas subdivididas e quatrorepetições. Nas parcelas, foram aplicadas quatro doses de calcáriodolomítico (0, 1.100, 2.700 e 4.300 kg ha-1), com PRNT = 71,2 %, e nassubparcelas, duas doses de gesso agrícola (0 e 2.100 kg ha-1). Ocalcário e o gesso foram aplicados em superfície, sem incorporação.

Houve alta correlação na determinação de Ca e Mg trocávelentre os métodos de percolação com solução de KCl e resina troca-dora de íons. A extração pelo método da resina trocadora de íonssuperestimou os teores de Ca e Mg trocáveis em solo com recenteaplicação de calcário em superfície. A aplicação de gesso em superfí-cie reduziu a dissolução do calcário na camada superficial (0–0,10 m).Os teores de Ca e Mg não-trocáveis podem ser utilizados para esti-mar a quantidade de calcário residual no solo.

11. SUGARCANE FOR BIOETHANOL: SOIL AND ENVI-RONMENTAL ISSUES

HARTEMINK, A. E. Advances in Agronomy, v. 99, p. 125-182,2008.

Cultivation of sugarcane for bioethanol is increasing andthe area under sugarcane is expanding. Much of the sugar forbioethanol comes from large plantations where it is grown withrelatively high inputs. Sugarcane puts a high demands on the soilbecause of the use of heavy machinery and because large amountsof nutrients are removed with the harvest; biocides and inorganicfertilizers introduce risks of groundwater contamination, eutro-phication of surface waters, soil pollution, and acidification. Thischapter reviews the effect of commercial sugarcane production onsoil chemical, physical, and biological properties using data fromthe main producing areas. Although variation is considerable, soilorganic C decreased in most soils under sugarcane and, also, soilacidification is common as a result of the use of N fertilizers.Increased bulk densities, lower water infiltration rates, and loweraggregate stability occur in mechanized systems. There is someevidence for high leaching losses of fertilizer nutrients as well asherbicides and pesticides; eutrophication of surface waters occursin high-input systems. Soil erosion is a problem on newly plantedland in many parts of the world. Trash or green harvesting overco-mes many of the problems. It is concluded that sugarcane culti-vation can substantially contribute to the supply of renewableenergy, but that improved crop husbandry and precision farmingprinciples are needed to sustain and improve the resource base onwhich production depends.

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22 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 125 – MARÇO/2009

13. AVALIAÇÃO DE INDICADORES BIOLÓGICOS DEQUALIDADE DO SOLO SOB SISTEMAS DE CULTIVOCONVENCIONAL E ORGÂNICO DE FRUTAS

CARNEIRO, L. F.; FURTINI NETO, A. E.; RESENDE, Á. V. de;CURI, N.; SANTOS, J. Z. L.; LAGO, F. J. do. Ciência e Agro-tecnologia, v. 32, n. 2, p. 353-359, 2008 (http://www.scielo.br/pdf/cagro/v32n2/01.pdf)

Objetivou-se com este trabalho avaliar os indicadores biológi-cos de qualidade do solo sob sistemas de cultivo convencional e orgâ-nico de frutas no estado do Piauí. Amostras de solo foram coletadas naprojeção da copa das plantas e nas entrelinhas nas profundidades de0-10, 10-20 e 20-40 cm em duas áreas: sistema orgânico com acerola(SO), sistema convencional com goiaba (SC). Uma área adjacente comvegetação nativa (AVN) foi utilizada como referencial, sendo cole-tadas amostras de solo nas mesmas profundidades em toda área.As variáveis analisadas foram respiração basal, carbono orgânico emicrobiano e os quocientes respiratório e microbiano do solo.

O maior valor de respiração basal foi observado no solo doSO

copa, na profundidade de 10-20 cm. Os solos amostrados na área

de vegetação nativa (AVN) e sob a copa das plantas no sistema decultivo orgânico (SO

copa) apresentaram teores elevados de C

org na

superfície (0-10 cm) e em profundidade (20-40 cm). Em relação aosolo da AVN, houve aumento no carbono da biomassa microbiana(C

mic), nas profundidades de 0-10 cm e 10-20 cm, para o SO

copa e

SCcopa

. A adoção do sistema orgânico aumentou a atividademicrobiana e o conteúdo de carbono orgânico do solo, mostrandobenefícios para esse sistema agrícola.

14. VARIABILIDADE DE NUTRIENTES EM PLANTAS DEMILHO CULTIVADO EM TALHÃO MANEJADO HOMO-GENEAMENTE

MONTEZANO, Z. F.; CORAZZA, E. J.; MURAOKA, T.Bragantia, v. 67, n. 4, p. 969-976, 2008. (http://www.scielo.br/pdf/brag/v67n4/20.pdf)

O conhecimento da variabilidade da nutrição de plantas e daprodutividade em áreas cultivadas pode fornecer importantes sub-sídios na racionalização do uso de insumos e auxiliar no manejo dafertilidade do solo. O objetivo deste trabalho foi avaliar a variabili-dade da nutrição mineral de plantas de milho por meio dofracionamento de um talhão cultivado comercialmente em célulasde manejo e verificar as relações com a produtividade. O estudo foirealizado na Fazenda Alto Alegre, em Planaltina (GO), em área de373 hectares de Latossolo Vermelho-Amarelo Distroférrico, cultiva-do com milho na safra 2003/04. Traçado um polígono da área, proce-deu-se sua divisão em 80 células de manejo de quatro hectares cadauma. A amostragem de folhas em cada célula seguiu uma diagonalcom 12 pontos para compor uma amostra composta. Realizou-se aanálise dos macro e micronutrientes nas folhas. A produtividadepara cada célula foi obtida por meio de colhedora equipada comGPS. Na análise da variabilidade dos resultados foram considera-dos os parâmetros estatísticos descritivos. O teste ausência decorrelação foi realizado com o nível de significância de 5 %.

A variabilidade da concentração dos nutrientes na folha indi-cadora do milho foi considerada baixa para N, P, K, S e Mg, e média paraCa, Cu, Fe, Mn e Zn. A variabilidade da produtividade de milho reveloudiferenças de produção para cada célula analisada. Os coeficientes decorrelação entre os nutrientes e a produtividade foram significati-vamente diferentes de zero (p < 0,05) e negativos para Cu, Mn e Zn.

15. MATÉRIA SECA, CARBONO E NITROGÊNIO DE RAÍZESDE SOJA E MILHO EM PLANTIO DIRETO E CONVEN-CIONAL

BORDIN, I.; NEVES, C. S. V.; MEDINA, C. de C.; SANTOS, J.C. F. dos; TORRES, E.; URQUIAGA, S. Pesquisa AgropecuáriaBrasileira, v. 43, n. 12, p. 1785-1792, 2008. (http://www.scielo.br/pdf/pab/v43n12/v43n12a20.pdf)

O objetivo deste trabalho foi verificar se o sistema de prepa-ro do solo afeta a distribuição e o acúmulo de matéria seca (MS),carbono (C) e nitrogênio (N) das raízes de soja (Glycine max) emilho (Zea mays), em um Latossolo Vermelho distroférrico muitoargiloso. A amostragem das raízes até 1 m de profundidade foi feitacom anéis volumétricos.

A distribuição em profundidade e o acúmulo de MS, C e Ndas raízes não foram influenciados pelo preparo do solo. A densi-dade de comprimento de raízes na camada de 0–0,10 m foi de 0,7 a1,4 cm cm-3 em soja, e de 1,2 a 1,6 cm cm-3 em milho, e decresceunas demais camadas. O acúmulo de MS das raízes foi de 1,94 a2,01 Mg ha-1 em soja, e de 2,50 a 3,79 Mg ha-1 em milho. Houveacúmulo de 0,61 a 0,63 Mg ha-1 de C e de 36,9 a 38,2 kg ha-1 de N emsoja, e de 0,72 a 1,10 Mg ha-1 de C e de 18,78 a 28,48 kg ha-1 de N emmilho. Independentemente do sistema de preparo do solo, 80 % dasraízes situam-se entre 0,43 e 0,54 m de profundidade em soja, eentre 0,40 e 0,46 m em milho.

16. FÓSFORO DISPONÍVEL DETERMINADO POR LÂMINADE RESINA ENTERRADA

SCHLINDWEIN, J. A.; GIANELLO, C. Revista Brasileira deCiência do Solo, v. 33, n. 1, p. 77-84, 2009. (http://www.scielo.br/pdf/rbcs/v33n1/08.pdf)

O uso de lâminas de resina de troca aniônica enterradas nosolo permite simular, em parte, o comportamento das raízes dasplantas em relação à absorção de P. Essa técnica, utilizada direta-mente no solo nas mesmas condições que se cultivam as plantas,sem a necessidade de amostragem do solo, poderia ser umametodologia promissora de determinação da disponibilidade de Ppara as culturas. Para testar a validade da técnica, foi realizado umexperimento em casa de vegetação, com cinco solos e dois teoresde P em que as lâminas de resina foram enterradas no solo na insta-lação do mesmo (dia zero) e retiradas aos 2, 5, 10, 20 e 40 diasdepois, para avaliar a extração de P em diferentes solos mantidoscom umidade próxima da capacidade de campo, cultivados commilho (método resina-cc), e em solos mantidos saturados com água,sem cultivo e cultivados com arroz (método resina-sat). Tambémretiraram-se amostras de solo para determinar o P extraído pelosmétodos da resina em lâminas padrão, Mehlich-1 e Mehlich-3, paracorrelacionar com o P extraído pelas culturas.

O método Mehlich-1 extraiu, em média, 1,3 e 1,9 vez menos Pdo que os métodos da resina padrão e Mehlich-3, respectivamente,e o método da resina-cc extraiu em média 2,2 vezes menos P do queo método da resina-sat. Os coeficientes de determinação entre o Pextraído pelos métodos e o P absorvido pelo milho e arroz aumenta-ram, em média, na sequência resina-cc < resina padrão < Mehlich-1< Mehlich-3 < resina-sat. O período de 10 dias de contato da resinacom o solo foi o método que melhor estimou o P extraído pelasculturas do milho e arroz. Conclui-se que o método da resina-satpode ser utilizado eficientemente para estimar o P do solo disponí-vel para as plantas.

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 125 – MARÇO/2009 23

PAINEL AGRONÔMICO

ALGODÃO ADENSADOALGODÃO ADENSADOALGODÃO ADENSADOALGODÃO ADENSADOALGODÃO ADENSADO

Uma nova técnica de plantio de algodão, que vem sendopraticada nos Estados Unidos e no Paraguai há mais de três anos,começa a ganhar adeptos no Brasil. Trata-se do plantio adensado,que já nesta safra começa a se disseminar pelo país.

No plantio adensado, o espaço é de 45 cm entre as mudas esão cultivadas 12 plantas por metro. “A idéia é que, com o aden-samento, haja melhor aproveitamento da radiação solar. Além dis-so, a planta mantém o porte baixo e assim que ela produzir três bolasde algodão vamos fazer com que ela morra, por meio de reguladoresde crescimento e desfolhantes”, explica Gilson Pinesso, presidentedo grupo Pinesso e da AMPA – Associação Matogrossense deProdutores de Algodão. Com isso, a colheita do algodão adensadose dará em 120 dias, em comparação aos 170 dias no cultivo conven-cional. Essa redução de ciclo possibilitará aos produtores uma sen-sível queda dos custos de produção. No caso do cultivo adensado,os custos na formação da lavoura devem se situar em US$ 1.500por hectare. Já o cultivo convencional custa ao produtor cerca deUS$ 2.500.

“Embora a técnica também possa proprocionar aumento deprodutividade, é necessário ser adaptada a cada região, conside-rando as características locais”, afirma Anderson Pereira, gerentede desenvolvimento de merado da MDM, produtora de sementesde algodão. (Globo Rural, janeiro de 2009)

SOJA ANTIFERRUGEM SERÁ CONVENCIONAL ESOJA ANTIFERRUGEM SERÁ CONVENCIONAL ESOJA ANTIFERRUGEM SERÁ CONVENCIONAL ESOJA ANTIFERRUGEM SERÁ CONVENCIONAL ESOJA ANTIFERRUGEM SERÁ CONVENCIONAL EGENETICAMENTE MODIFICADAGENETICAMENTE MODIFICADAGENETICAMENTE MODIFICADAGENETICAMENTE MODIFICADAGENETICAMENTE MODIFICADA

A soja antiferrugem, anunciada pela Embrapa Soja, de Lon-drina, PR, terá uma versão convencional e outra transgênica. A se-mente BR 01-18437, que fazia parte do programa de melhoramentoda instituição e revelou-se resistente ao fungo que provoca a ferru-gem, é recomendada para a região central do país. Uma segundacultivar com essas características, em fase final de testes, será indicadapara o Sul. Esta cultivar é geneticamente modificada.

A expectativa é de que as novas sementes ajudem a reduziros prejuízos com a ferrugem, que chegaram a R$ 1,15 bilhão na safrapassada. Segundo a Instituição, o avanço será significativo, poisinicialmente a intenção é reduzir o número de pulverizações em 50 %.

A possibilidade de zerar as aplicações, explica José Francis-co Ferraz de Toledo, pesquisador da área de melhoramento genéti-co da Embrapa, vai depender do manejo da soja e da ferrugem. Aregra manda aplicar quando o foco for detectado. A esperança échegar num estágio de controle que não exija nenhuma operação.Para isso, seu uso deverá ser associado às atuais estratégias de manejoda doença, como vazio sanitário, rotação de culturas, monitoramentopermanente da lavoura e controle químico, quando necessário.

Ao contrário do que se possa imaginar, não há vantagem emser resistente ao invés de tolerante ao fungo. A característica daresistência é conferida por um ou dois genes e pode ser facilmentevencida pela ferrugem. Por isso a importância do manejo, com amanutenção das aplicações. No caso da soja tolerante, são váriospequenos genes que condicionam essa tolerância, ficando maisdifícil para a doença vencer todas as resistências. (Gazeta do Povo,14/11/2008)

100 ANOS DE SÍNTESE DE AMÔNIA100 ANOS DE SÍNTESE DE AMÔNIA100 ANOS DE SÍNTESE DE AMÔNIA100 ANOS DE SÍNTESE DE AMÔNIA100 ANOS DE SÍNTESE DE AMÔNIA

Em 13 de outubro de 1908,Fritz Haber obteve a patente da sín-tese da amônia e, por esta descober-ta, recebeu o Prêmio Nobel de Quími-ca em 1918. Em sua palestra na ceri-mônia da entrega do prêmio, Haberexplicou que a sua principal motiva-ção para a sintetização da amônia foia necessidade de aumento da produ-ção de alimentos, bem como a conco-mitante necessidade de reposição doN perdido dos campos através da co-lheita das culturas. Dois anos após,em 1910, a empresa Basf comprou suapatente. Carl Bosch, engenheiro metalúrgico da empresa, trans-formou a possibilidade teórica prevista por Haber em realidadeprática. Os aperfeiçoamentos renderiam a Bosch o mesmo PrêmioNobel de Química em 1931.

O processo Haber-Bosch teve impacto na agricultura, naindústria e no curso da história moderna, mudando literalmenteo mundo. Facilitou a produção de fertilizantes em escala indus-trial, aumentando extraordinariamente a produtividade agrícolaglobal na maior parte das regiões do mundo. Estima-se que onúmero de pessoas sustentadas por hectare de terra arável au-mentou de 1,9 para 4,3 pessoas entre 1908 e 2008. Esse aumentofoi possível principalmente devido ao uso de N obtido pelo pro-cesso de Haber-Bosch.

Foi estimado que, até 2000, os adubos nitrogenados foramresponsáveis por alimentar 44 % da população mundial. Entretan-to, uma estimativa atualizada para 2008 é de 48 %. Assim, a vida decerca de metade da humanidade se tornou possível devido ao Nobtido pelo processo Haber-Bosch. Além disso, o fertilizante énecessário para a produção de bioenergia e biocombustíveis. Istoilustra a enorme importância da produção industrial de amôniapara a sociedade.

Do N total fabricado pelo processo Haber-Bosch, aproxi-madamente 80 % são utilizados na produção de fertilizantes agrí-colas. No entanto, uma grande proporção deste N é perdida parao ambiente: em 2005, aproximadamente 100 Tg de N (1 Tg =teragrama = 1012 g de N) do processo Haber-Bosch foram utiliza-dos na agricultura mundial; porém, apenas 17 Tg N foram consu-midos por seres humanos em produtos agrícolas, produtos lácte-os e carne. Mesmo reconhecendo outros benefícios não-alimen-tares dos animais (por exemplo, transporte, couro, lã e outros),isto ainda evidencia uma baixa eficiência de uso do nitrogênio naagricultura (quantidade de N obtida em alimentos produzidos porunidade de N aplicada).

Acredita-se que os efeitos do nitrogênio reativo sobre oambiente possam ser mitigados com a adoção de algumas estratégias,que deverão se centrar na redução da criação de N reativo, aumen-tando a eficiência de sua utilização, ou convertendo-o de volta adinitrogênio atmosférico. Estas estratégias podem incluir o aumen-to da eficiência de utilização de N na produção de alimentos, alte-rando a dieta humana e melhorando o tratamento dos restos huma-nos e animais. (Nature Geoscience, v. 1, outubro 2008)

Fritz Haber

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24 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 125 – MARÇO/2009

AMÉRICA LATINA E ÁFRICA – REGIÕESAMÉRICA LATINA E ÁFRICA – REGIÕESAMÉRICA LATINA E ÁFRICA – REGIÕESAMÉRICA LATINA E ÁFRICA – REGIÕESAMÉRICA LATINA E ÁFRICA – REGIÕESCOM MAIOR POTENCIAL PARA A PRODUÇÃO DECOM MAIOR POTENCIAL PARA A PRODUÇÃO DECOM MAIOR POTENCIAL PARA A PRODUÇÃO DECOM MAIOR POTENCIAL PARA A PRODUÇÃO DECOM MAIOR POTENCIAL PARA A PRODUÇÃO DE

BIOCOMBUSTÍVEISBIOCOMBUSTÍVEISBIOCOMBUSTÍVEISBIOCOMBUSTÍVEISBIOCOMBUSTÍVEIS

As terras potencialmente disponíveis para aumentar a pro-dução de cultivos destinados ao biocombustível alcançam entre250 a 800 milhões de hectares em nível mundial, a maior parte dasquais se localizam nas zonas tropicais da América Latina e África,afirma a FAO em sua nova edição do informativo anual O Estado daAgricultura e Alimentação 2008 (SOFA, sigla em inglês), difundidoem Roma, Itália. O documento esclarece que esta estimativa excluias florestas, áreas protegidas e as terras necessárias para satisfazera crescente demanda de gado e cultivos para a alimentação huma-na. “A produção de biocombustíveis deve considerar seu impactoambiental. Os biocombustíveis só cumprirão sua promessa de aju-dar a diminuir os efeitos da mudança climática se sua produção forsustentável e se for desenvolvida com respeito ao ambiente”, disseo Representante Regional da FAO para América Latina e Caribe,José Graziano Silva.

O informativo destaca que o impacto da produção debiocombustíveis na redução da emissão de gases de efeito estufavaria muito de cultivo para cultivo, mesmo quando sua produçãorespeite as áreas protegidas e florestas. Estima-se que a produçãode etanol de cana-de-açúcar no Brasil reduz a emissão de gases deefeito estufa entre 80 % e 90 %, enquanto o etanol produzido a partirdo milho nos Estados Unidos tem uma redução de 10 % a 30 %.

Uma revisão das políticas existentes permitirá aproveitarmelhor as oportunidades oferecidas pelos biocombustíveis para aredução da pobreza, além de minimizar os riscos associados a suaprodução, sempre que se estimule a participação dos pequenosagricultores na produção de cultivos para biocombustíveis. Dentreas ações que buscam esse objetivo, o SOFA 2008 destaca o progra-ma brasileiro “Selo Combustível Social”, que incentiva os produto-res de biodiesel a comprar matéria-prima das pequenas proprieda-des agrícolas familiares, nas regiões mais pobres do país, e que nofinal de 2007 já beneficiava cerca de 400.000 pequenos agricultores.(FAO Regional América Latina e Caribe, www.fao.org.br, 08/10/2008)

FEIJÃO SE TECNIFICA E RECUPERA ÁREASFEIJÃO SE TECNIFICA E RECUPERA ÁREASFEIJÃO SE TECNIFICA E RECUPERA ÁREASFEIJÃO SE TECNIFICA E RECUPERA ÁREASFEIJÃO SE TECNIFICA E RECUPERA ÁREAS

O feijão, uma das lavouras mais tradicionais da agriculturapaulista, resiste ao avanço da cana-de-açúcar, faz frente à competi-ção de commodities como soja, milho e trigo, e recupera áreas deplantio que havia perdido no interior de São Paulo.

A oleaginosa, durante muitos anos tida como lavoura depouca tecnologia, altamente dependente de mão-de-obra, acabouse beneficiando do avanço tecnológico trazido pelo cultivo de ou-tros grãos, sobretudo a soja. Hoje, no sudoeste paulista, do plantioà colheita, o cultivo do feijão é todo mecanizado. A maioria daslavouras usa o sistema de plantio direto sobre a palha e já é comumencontrar grandes áreas irrigadas. Investimentos em pesquisa re-sultaram em cultivares resistentes às doenças – um dos principaisproblemas da cultura –, mais produtivos e cada vez mais atraentespara o consumidor final. Veja os números:

• 10 mil hectares foi o que cresceu a área plantada com feijãoem São Paulo de 2007 a 2008;

• 5,2 milhões de sacas (60 kg) foi a colheita paulista de feijão,ou 12 % a mais do que a colheita de 2007;

• 4,6 % é o aumento da área plantada no Brasil, na safra 2008/2009, conforme previsão da Conab. (Estadao.com.br, 25/03/2009)

PRODUÇÃO DE CITROS COM ECONOMIA DE ÁGUAPRODUÇÃO DE CITROS COM ECONOMIA DE ÁGUAPRODUÇÃO DE CITROS COM ECONOMIA DE ÁGUAPRODUÇÃO DE CITROS COM ECONOMIA DE ÁGUAPRODUÇÃO DE CITROS COM ECONOMIA DE ÁGUA

Testes realizados na Escola Superior de Agricultura Luiz deQueiroz (ESALQ), da USP de Piracicaba, confirmam que o controleda irrigação de mudas de citros pode reduzir em até 60 % o consumode água. O engenheiro agrônomo Eduardo Augusto Girardi com-provou que é possível produzir mudas de laranjeiras de alta quali-dade usando menos água com a adoção de um sistema de monito-ramento da umidade do solo. Se feita sem nenhuma forma de con-trole, a irrigação pode ser responsável por até 20 % do valor da muda,explica o professor da ESALQ Francisco de Assis Alves MourãoFilho, orientador do estudo. “O controle é feito por dispositivoscolocados nas sacolas plásticas (por amostragem) para monitorar aumidade do substrato de cultivo. Assim, é possível saber o momentocorreto da irrigação e evitar o desperdício de água”, informa MourãoFilho. O professor alerta ser necessária a adoção de um sistema deredução de gasto de água já que São Paulo produz 30 milhões demudas por ano (distribuídas em mais de 500 viveiros) e boa partedessa produção não tem controle de irrigação.

Utilizando laranjas do cultivar Valência, a mais cultivada emtodo o mundo para a produção de sucos, os pesquisadores acom-panharam o rendimento de mudas irrigadas pelo novo sistema(monitoramento da umidade do solo) com outras que foram irrigadasà vontade (sem controle), durante todo o processo de produçãopara comprovar o método. O resultado é que sem controle, cadalaranjeira exigiu 114 irrigações, o equivalente a 40 litros de água.Pelo sistema de monitoramento foram 26 irrigações, consumo de16 litros. Além da economia de quase 60 %, o rendimento por pé decitros foi semelhante (92 % no sistema controlado contra 97 % nairrigação convencional), explica o professor.

O experimento foi feito em estufa porque evita doenças ediminuiu de três para um ano o tempo para que a muda fique apta aoplantio. (Agência Imprensa Oficial, Governo do Estado de SãoPaulo)

BRASIL CONCENTRA BRASIL CONCENTRA BRASIL CONCENTRA BRASIL CONCENTRA BRASIL CONCENTRA 12 %12 %12 %12 %12 % DAS LAVOURAS DAS LAVOURAS DAS LAVOURAS DAS LAVOURAS DAS LAVOURASTRANSGÊNICAS DO MUNDOTRANSGÊNICAS DO MUNDOTRANSGÊNICAS DO MUNDOTRANSGÊNICAS DO MUNDOTRANSGÊNICAS DO MUNDO

Os agricultores brasileiros cultivaram 15,8 milhões de hecta-res de lavouras geneticamente modificadas (GM) em 2008, regis-trando um crescimento de 5,3 % em relação a 2007, quando cultivou15 milhões de hectares. Com essa adoção, o Brasil foi responsávelpor 12 % das culturas transgênicas plantadas no mundo no anopassado, além de se manter na terceira posição do ranking dosmaiores produtores de transgênicos, atrás de Estados Unidos(62,5 milhões de hectares) e Argentina (19,1 milhões).

Da área total de transgênicos plantados no Brasil, 14 mi-lhões de hectares foram cultivados com soja; 1,4 milhão dedicadosàs variedades de milho, liberadas para comercialização no país em2007 e 2008, e 0,4 milhão destinado às lavouras de algodão.

A soja tolerante a herbicida (TH), única variedade transgênicado grão comercialmente liberada no país, alcançou 64 % das lavou-ras brasileiras dedicadas à cultura. Já as variedades GM de algodãoe milho atingiram, respectivamente, 35 % e 10,6 % de toda áreadestinada a esses cultivos no Brasil.

Atualmente, o Brasil permite o plantio comercial de dez varie-dades geneticamente modificadas. Além da soja TH, o agricultorbrasileiro tem à sua disposição seis variedades de milho e três dealgodão. Nas duas culturas, há variedades tolerantes a herbicidas eresistentes a insetos aprovadas para cultivo e consumo. (CIB -Conselho de Informações sobre Biotecnologia, 11/02/2009)

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 125 – MARÇO/2009 25

CURSOS, SIMPÓSIOS E OUTROS EVENTOS

EVENTO DO IPNI EM 2009EVENTO DO IPNI EM 2009EVENTO DO IPNI EM 2009EVENTO DO IPNI EM 2009EVENTO DO IPNI EM 2009 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

SIMPÓSIO SOBRE BOAS PRÁTICAS PARA USO EFICIENTESIMPÓSIO SOBRE BOAS PRÁTICAS PARA USO EFICIENTESIMPÓSIO SOBRE BOAS PRÁTICAS PARA USO EFICIENTESIMPÓSIO SOBRE BOAS PRÁTICAS PARA USO EFICIENTESIMPÓSIO SOBRE BOAS PRÁTICAS PARA USO EFICIENTEDE FERTILIZANTES (BPUFs)DE FERTILIZANTES (BPUFs)DE FERTILIZANTES (BPUFs)DE FERTILIZANTES (BPUFs)DE FERTILIZANTES (BPUFs)

Local: Piracicaba, SPData: 28 a 30/SETEMBRO/2009Local: Anfiteatro de Engenharia, ESALQ/USPInscrições: abertas

28/09/2009 (Segunda-feira)

08:00-08:15 Abertura – Dr. Luís I. Prochnow, IPNI Brasil, email:[email protected]

PAINEL 1 – BPUFs NO CONTEXTO MUNDIAL

08:15-09:00 Contexto global para os quatro fundamentos das BPUFs:produto, dose, localização e época – Dr. Paul Fixen,IPNI Estados Unidos, email: [email protected]

09:00-09:45 BPUFs: Práticas e iniciativas em nível mundial (títuloprovisório) – Dr. Hillel Magen, IPI, Suíça, email:[email protected]

09:45-10:15 Intervalo10:15-11:00 BPUFs e ambiente – Dra. Cynthia Grant, Agriculture and

Agri-Food Canada, email: [email protected]:00-11:20 Suprimento e extensão das reservas de nutrientes no

mundo – Dr. Paul Fixen, IPNI Estados Unidos, email:[email protected]

11:20-12:05 BPUFs em sistemas de cultivo na Argentina –Dr. Fernando Garcia, IPNI Argentina, email:[email protected]

12:05-12:45 Debate

PAINEL 2. BPUFs: ASPECTOS GERAIS E PRÁTICAS DESUPORTE (Parte 1)

14:30-15:15 Dinâmica de nutrientes no sistema solo-planta visandoBPUFs – Dr. Godofredo C. Vitti, ESALQ, Piracicaba,email: [email protected]

15:15-16:00 Agricultura de precisão como instrumento para BPUFs –Dr. Harold Reetz, IPNI Estados Unidos, email:[email protected]

16:00-16:30 Intervalo16:30-17:15 Identificação e promoção de BPUFs – Dr. Hilton Furness,

New Zealand Fertiliser Manufacturers’ Research Associa-tion, Nova Zelândia, email: [email protected]

17:15-18:00 Sistemas de produção e eficiência agronômica de ferti-lizantes – Dr. Carlos A. C. Crusciol, UNESP, Botucatu,SP, email: [email protected]

18:00-18:40 Debate

29/09/2009 (Terça-feira)

BPUFs: ASPECTOS GERAIS E PRÁTICAS DESUPORTE (Parte 2)

08:00-08:45 Manejo da acidez do solo como fundamento paraBPUFs – Dr. Eduardo F. Caires, Universidade Estadualde Ponta Grossa, PR, email: [email protected]

08:45-09:30 Melhorando o ambiente radicular em subsuperfície –Dr. Bernardo van Raij, IAC, Campinas, SP, email:[email protected]

09:30-10:00 Intervalo10:00-10:45 Gestão da matéria orgânica e da fertilidade do solo visan-

do sistemas sustentáveis de produção – Dr. João Carlos deMoraes Sá, Universidade Federal de Ponta Grossa, PR,email: [email protected]

10:45-11:30 Otimização na aplicação de fertilizantes e corretivosagrícolas – Dr. Pedro Henrique de Cerqueira Luz,email: [email protected]

Vagas: limitadasInformações: IPNI Brasil

Website: www.ipni.org.brEmail: [email protected]

PROGRAMAPROGRAMAPROGRAMAPROGRAMAPROGRAMA11:30-12:10 Debate

PAINEL 3. BPUFs: NUTRIENTES NA AGRICULTURABRASILEIRA

14:00-14:45 Nitrogênio e enxofre – Dr. Heitor Cantarella, IAC,Campinas, SP, email: [email protected]

14:45-15:30 Fósforo – Dr. Djalma M. G. de Sousa, Embrapa Cerrados,email: [email protected]

15:30-16:15 Potássio, cálcio e magnésio – Dr. Vinicius Benites, EmbrapaSolos, Rio de Janeiro, RJ, email: [email protected]

16:15-16:45 Intervalo16:45-17:30 Micronutrientes – Milton Ferreira de Moraes,

Piracicaba, SP, email: [email protected]:30-17:50 Suprimento e extensão das reservas de nutrientes no

Brasil – Dr. Alfredo S. Lopes, UFLA, Lavras, MG,email: [email protected]

17:50-18:10 Balanço de nutrientes na agricultura brasileira – JoséFrancisco da Cunha, Agroprecisa, Vinhedo, SP, email:[email protected]

18:10-18:50 Debate

30/09/2009 (Quarta-feira)

PAINEL 4. BPUFs: MANEJO VISANDO AS CULTURAS(Parte 1 - Culturas anuais e semi perenes)

08:00-08:30 Soja – Dr. Fábio Alvares de Oliveira, Embrapa Soja,Londrina, PR, email: [email protected]

08:30-09:00 Milho e sorgo – Dr. Antonio L. Fancelli, ESALQ,Piracicaba, SP, email: [email protected]

09:00-09:30 Arroz – Dr. Tarcisio Cobucci, Embrapa Milho e Feijão,Goiânia, GO, email: [email protected]

09:30-10:00 Algodão – Dr. Ciro Rosolem, UNESP, Botucatu, SP,email: [email protected]

10:00-10:30 Intervalo10:30-11:00 Trigo – Dr. Sirio Wietholter, Embrapa Trigo, Passo

Fundo, RS, email: [email protected]:00-11:30 Cana-de-açúcar – Dra. Raffaella Rosetto, APTA,

Piracicaba, SP, email: [email protected]:30-12:10 Debate

BPUFs: MANEJO VISANDO AS CULTURAS(Parte 2 - Outras culturas)

14:00-14:30 Pastagem – Dr. Francisco A. Monteiro, ESALQ, Piracicaba,SP, email: [email protected]

14:30-15:00 Integração lavoura-pecuária – Dr. Geraldo B. MarthaJunior, Embrapa Cerrados, Brasília, DF,email: [email protected]

15:00-15:30 Espécies florestais – Dr. José Leonardo de MoraesGonçalves, ESALQ, Piracicaba, SP, email:[email protected]

15:30-16:00 Intervalo16:00-16:30 Citros – Dr. José Antonio Quaggio, IAC, Campinas, SP,

email: [email protected]:30-17:00 Café – ainda em definição17:00-17:40 Debate17:40-18:00 Considerações finais e encerramento

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26 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 125 – MARÇO/2009

8. XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO

Local: Centro de Convenções do Ceará, Fortaleza, CEData: 2 a 7/AGOSTO/2009Informações: Ikone Eventos

Fone: (85) 3261-1111Website: [email protected]

14. XXVI CONGRESSO BRASILEIRO DE AGRONOMIA

Local: Serrana Hotel, Gramado, RSData: 1 a 7/OUTUBRO/2009Informações: CONFAEAB

Fone: (61) 349-5009Email: [email protected]

6. 4º CONGRESSO INTERNACIONAL DE BIOENERGIA EBIOTECH FAIR 2009

Local: Pinhais, PRData: 16 e 17/JUNHO/2009Informações: Porthus Eventos

Email: [email protected]: www.eventobioenergia.com.br

12. III SIMPÓSIO DE PLANTAS OLEAGINOSAS

Local: Anfiteatro de Engenharia, ESALQ, Piracicaba, SPData: 31/AGOSTO a 1/SETEMBRO/2009Informações: FEALQ - Maria Eugênia

Fone: (19) 3417-6604Email: [email protected]

13. IFA PRODUCTION AND INTERNATIONAL TRADECONFERENCE

Local: Moscou, RussiaData: 29/SETEMBRO a 2/OUTUBRO/2009Informações: IFA

Fone: (+ 33) 1 53-93-0500Website: www.fertilizer.org

OUTROS EVENTOSOUTROS EVENTOSOUTROS EVENTOSOUTROS EVENTOSOUTROS EVENTOS ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

11. XVI INTERNATIONAL PLANT NUTRITIONCOLLOQUIUM – XVI IPNCPlant Nutrition for Sustainable Development and GlobalHealth

Local: Sacramento Convention Center, California, EUAData: 26-30/AGOSTO/2009Informações: Dr. Patrick Brown

Email: [email protected]: ipnc.ucdavis.edu

2. 5º CONGRESSO BRASILEIRO DE SOJA (V CBSOJA)MERCOSOJA 2009

Local: Centro de Convenções, Goiânia, GOData: 19 a 22/MAIO/2009Informações: F&B Eventos e Comunicação

Email: [email protected]: www.cbsoja.com.br

3. ISSCT – AGRONOMY WORKSHOP

Local: Centro de Convenções, Uberlândia, MGData: 24 a 29/MAIO/2009Informações: Gaspar H. Korndorfer

Email: [email protected]: www.agronomyworkshop.com

4. 77th IFA ANNUAL CONFERENCE

Local: Shanghai, ChinaData: 25 a 27/MAIO/2009Informações: IFA

Fone: (+ 33) 1 53-93-0500Website: www.fertilizer.org

7. IV SIMPÓSIO DE TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO DECANA-DE-AÇÚCAR

Local: Teatro da Universidade Metodista de Piracicaba -UNIMEP, Piracicaba, SP

Data: 6 a 8/JULHO/2009Informações: FEALQ - Maria Eugênia

Fone: (19) 3417-6604Email: [email protected]

1. WORKSHOP SOBRE USO AGRÍCOLA DE LODO DEESGOTO: AVALIAÇÃO APÓS A RESOLUÇÃONº. 375 DO CONAMA

Local: Instituto Agronômico, Campinas, SPData: 19 e 20/MAIO/2009Informações: Dra. Aline Renée Coscione

Email: [email protected]: www.iac.gov.br

9. 49º CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA

Local: Hotel Vacance, Águas de Lindóia, MGData: 3 a 7/AGOSTO/2009Informações: Valéria Garcia

Email: [email protected] www.abhorticultura.com.br

5. XI SIMPÓSIO DA CULTURA DO MILHO

Local: Anfiteatro de Engenharia, ESALQ, Piracicaba, SPData: 3 a 5/JUNHO/2009Informações: FEALQ - Maria Eugênia

Fone: (19) 3417-6604Email: [email protected]

10. VIII CONFERÊNCIA MUNDIAL DE PESQUISA DE SOJA

Local: Beijing, ChinaData: 10 a 15/AGOSTO/2009Informações: Renli Wei

Fone: (+ 86) 10-6218-0143Website www.wsrc2009.cn

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 125 – MARÇO/2009 27

PUBLICAÇÕES RECENTES

4. NUTRIÇÃO DE PLANTAS: DIAGNOSE FOLIAR EMGRANDES CULTURAS

Autores: Prado, R. M.; Rozane, D. E.; Vale, D. W.; Correia, M. A. R.;Souza, H. A; 2008.

Conteúdo: Introdução à nutrição de plantas; histórico e os desa-fios da nutrição de plantas; diagnose foliar: princípiose aplicações; importância dos critérios de amostragemde folhas; perspectivas do DRIS em culturas de altaprodutividade; CND: vantagens e benefícios para cul-turas de alta produtividade; análise foliar para reco-mendação de adubação em culturas agrícolas; pers-pectivas de uso de métodos diagnósticos alternativos:medida indireta da clorofila; relação entre doenças e anutrição das plantas: o caso do elemento silício; diag-nose foliar em milho, sorgo, arroz, cana-de-açúcar, soja,amendoim, algodão e café.

Preço: R$ 31,00Número de páginas: 301Pedidos: idem item 2

2. MANUAL DE NUTRIÇÃO DE PLANTAS FORRAGEIRAS

Autor: Renato de Mello Prado; 2008.Conteúdo: Introdução à nutrição de plantas; relação da nutrição

de forrageiras e o desempenho animal; macronutrien-tes: absorção, transporte, redistribuição, funções esintomatologias; princípios da diagnose visual e fo-foliar; nutrição de plantas forrageiras gramíneas; nu-trição de plantas forrageiras leguminosas; nutriçãode plantas forrageiras capineiras; nutrição de plantasforrageiras para pasto consorciado; nutrição de plan-tas anuais: milho, sorgo, girassol, soja, aveia-pretae milheto; prática experimental: diagnose de deficiên-cia nutricional em plantas forrageiras.

Preço: R$ 69,90Número de páginas: 500Pedidos: FUNEP

Fone: (16) 3209-1306Website: www.funep.com.br/livraria

6. TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO DE SOJA –REGIÃO CENTRAL DO BRASIL – 2008(Embrapa Soja – Sistemas de Produção, 12)

Conteúdo: O agronegócio da soja no Brasil e no mundo; exigên-cias climáticas; rotação de culturas; manejo do solo;correção e manutenção da fertilidade do solo; culti-vares; tecnologia de sementes e colheita; fixação bioló-gica de nitrogênio; instalação da lavoura: época, es-paçamento e população de plantas; controle de plan-tas daninhas; manejo de insetos-pragas; doenças emedidas de controle; retenção foliar e haste verde;utilização de regulador de crescimento.

Preço: R$ 15,00Número de páginas: 280Pedidos: Embrapa Soja

Email: [email protected]: www.cnpso.embrapa.br

3. NOVO MANUAL DE OLERICULTURA – Agrotecnologiamoderna na produção e comercialização de hortaliças3a edição, revisada e ampliada

Autor: Fernando Antonio Reis Filgueira; 2008.Conteúdo: O livro enfoca a olericultura comercial tal como prati-

cada nas condições agroecologicas e agrotecnológi-cas do Centro-Sul, faixa abrangida pelos paralelos de15o e 24o de latitude Sul. Também poderá ser utilizadoem outras regiões brasileiras, efetuando-se as neces-sárias adaptações. O texto é objetivo e pragmático,visando menos ao aspecto científico e mais ao enfo-que técnico dos assuntos abordados. Ainda que designificativa utilidade para o ensino, esta obra temcomo principal público os estudantes de graduaçãoe os profissionais da extensão envolvidos com a as-sistência técnica aos produtores de olerícolas.

Número de páginas: 421Preço: R$ 89,10Pedidos: Editora UFV

Website: www.livraria.ufv.br

1. FERTILIZING FOR IRRIGATED CORN – GUIDE TO BESTMANAGEMENT PRACTICES

Editores: Stewart, W. M.; Gordon, W. B.; 2008.Conteúdo: Amostragem de solo, análise de solo e desenvolvi-

mento do programa de fertilidade; fontes de fertilizan-tes; manejo do nitrogênio; manejo do fósforo; manejodo potássio; manejo dos nutrientes secundários e dosmicronutrientes; adubação de arranque; aumento daeficiência de uso do nitrogênio em milho irrigado como uso de tecnologia de sensor.

Preço: download gratuitoIdioma: inglêsNúmero de páginas: 40Endereço para aquisição gratuita na internet:http://cig.farmresearch.com/index.php?q=node/10Website: www.ipni.net

5. RETROSPECTIVA CRÍTICA SOBRE A PEDOLOGIA

Autor: Carlos Roberto Espindola; 2009.Conteúdo: O livro traz uma revisão da pedologia desde seus

primórdios até os dias atuais, numa análise críticasobre conceitos, classificações taxonômicas, especifi-cidades sobre os solos tropicais, com mais de 1.600referências bibliográficas. Embasado num vasto levan-tamento retrospectivo, o livro estabelece uma proje-ção futura para esse campo científico, possibilitando,ainda, maior aproximação tanto do aluno com o pro-fessor quanto do usuário do solo, da zona rural ouurbana, com o técnico, o especialista ou o pesqui-sador.

Preço: R$ 80,00Número de páginas: 400Pedidos: Editora UNICAMP

Website: http://www.editora.unicamp.br

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28 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 125 – MARÇO/2009

• Agrium Inc.• Arab Fertilizer Association• Arab Potash Company• Belarusian Potash Company• Bunge Fertilizantes S.A.• Canadian Fertilizer Institute• CF Industries Holding, Inc.

• Incitec Pivot• International Fertilizer Industry Association• International Potash Institute• Intrepid Mining, LLC.• K+S KALI GmbH• Mosaic Company• Office Chérifien des Phosphates Group

MEMBROS DO IPNI

INTERNATIONAL PLANT NUTRITION INSTITUTERua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center - sala 701 - Fone/Fax: (19) 3433-3254

Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba (SP) - Brasil

LUÍS IGNÁCIO PROCHNOW - Diretor, Engo Agro, Doutor em AgronomiaE-mail: [email protected] Website: www.ipni.org.br

Ponto de Vista

• PotashCorp• Saskferco• Simplot• Sinofert Holdings Limited• SQM• Terra Industries, Inc.• The Fertilizer Institute• Uralkali

ImpressoEspecial

1.74.18.0217-0 - DR/SPI

IPNI

DEVOLUÇÃO

CORREIOS

Luís Ignácio Prochnow

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Este número do Jornal Informações Agronômicastraz artigo de grande interesse sobre integraçãolavoura-pecuária. Temos, hoje, firme convicção que

a adoção de monocultura, e mesmo de sistemas simples de rotaçãode duas culturas, trará, ao longo do tempo, e na maioria dos casos,situação desvantajosa para os produtores rurais.

Sistemas de produção adaptados para cada região do paísconstituem-se em condição importante para o sucesso permanen-te na atividade. A adoção de várias culturas em rotação nas áreasde produção da propriedade irá permitir um melhor uso da terra eminimizar riscos para o produtor.

Em viagens constantes por todo o Brasil tenho notadocom entusiasmo surgir cada vez com maior intensidade a premissada necessidade de se pesquisar e utilizar sistemas de produção

tecnicamente e economicamente viáveis. As manifestações nestesentido se dão de várias formas, entre elas: (1) palestras técnicas,(2) projetos de pesquisa em várias regiões do país, (3) artigoscientíficos ou de divulgação, e (4) opinião de vários colegas dosegmento agro-silvo-pastoril, todos sugerindo a adoção de no-vos sistemas de produção.

Nós, do IPNI Brasil, ficamos extremamente satisfeitos com estatendência. A nossa missão, que é a de desenvolver e promover infor-mação científica para o manejo responsável dos nutrientes das plan-tas, se tornará muito facilitada com a adoção de sistemas de produ-ção adaptados a cada região. O sistema, entre outras vantagens,deverá conduzir à maior eficiência na utilização dos nutrientes, o queé uma das premissas fundamentais de estudo do nosso instituto.

Sugiro a atenção de todos para este tema!

SISTEMAS DE PRODUÇÃOSISTEMAS DE PRODUÇÃOSISTEMAS DE PRODUÇÃOSISTEMAS DE PRODUÇÃOSISTEMAS DE PRODUÇÃO