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Ano 61 | Mar/Abr de 2011 | Nº 02 Jornada de Anestesiologia do Sudeste Brasileiro

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Ano 61 | Mar/Abr de 2011 | Nº 02

Jornada de Anestesiologia do Sudeste Brasileiro

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Nota da Redação | 3

SBA Nota da RedaçãoPor Airton Bagatini*

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Informações, Alertas e Alegrias

saúde no relato de um colega, vitima de um erro assistencial.

Você poderá conferir todo o sucesso da XXXV JONNA, realizada na cidade de Natal, sob o comando a Dra. Wanusia do Nascimento Costa e da JOSULBRA, realizada na simpática cidade de Joinville. Pensando sempre no futuro, teremos toda a descrição da programação da JASB, na cidade de Belo Horizonte.

E, finalizando, temos a alegria de anunciar um novo espaço no nosso periódico, o Prata da Casa, onde os associados da SBA poderão mostrar seus talentos fora da área médica. Neste número, temos o poema “Hospital”, do Dr. José Paulo Drummond.

Uma excelente leitura! ■

* Editor responsável por esta publicação

• Neste segundo número do Anestesia em Revista temos a honra de informar que a Revista Brasileira de Anestesiologia (RBA) acaba de dar mais um passo em direção ao reconhecimento da comunidade científica mundial ao ser cadastrada para análise bibliométrica de seu impacto pelo Thomson Reuters – ISI.

Na sessão de artigos científicos, o Dr. Gastão Duval Neto discorre sobre a preocupação com a inalação de anestésicos e a saúde ocupacional dos anestesistas, demonstrando que a intensidade desse tipo de exposição pode ser modificada pelo treinamento, por inovações técnicas e pela otimização da prática clinica.

O editor-chefe da RBA faz um alerta de repúdio à fraude e ao desvio ético das publicações simultâneas, da qual a nossa revista foi vítima e invoca respeito aos seus leitores. E o nosso Secretário Geral, seguindo esta mesma linha, decreta guerra ao individualismo, combatendo os interesses pessoais e imediatos, valorizando o pensamento coletivo focado no futuro.

Destacamos a importância da humanização no atendimento anestésico e teremos a oportunidade de comprovar a fragilidade do nosso sistema de

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Os artigos publicados na Anestesia em revista são de inteira responsabilidade dos seus respectivos autores

Foto do Sumário: Brasão da SBA - Apresentado para a diretoria da SBA em 16/06/1948 pelo Dr. Luiz Didier (descrição na foto).Foto da capa: Igreja da Pampulha - Painel de PortinariConselho Editorial: Nádia Maria da Conceição Duarte, José Mariano Soares de Moraes, Ricardo Almeida de Azevedo, Sylvio Valença de Lemos Neto, Oscar César Pires, Antônio Fernando Carneiro e Airton BagatiniDiretor Responsável: Airton BagatiniProjeto Gráfico: ag.totemDiagramação: Marcelo Marinho Equipe Editorial: José Bredariol Jr., Marcelo Marinho, Mercedes Azevedo e Rodrigo MatosJornalista Responsável: Iara CruzImpressão e Acabamento: Aerographic - Tiragem 9000 - Distribuição Gratuita

Importante: Cadastre seu e-mail na SBARua Professor Alfredo Gomes, 36 - Botafogo - Rio de Janeiro - RJCEP 22251-080 | Tel.: (21) 3528-1050 / 2537-8100 - Fax: (21) 3528-1099

Expediente

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EditorialPúblicação científica - valorização e reconhecimento

Artigos CientíficosA exposição ocupacional dos anestesiologistas: a inalação de anestésicos pode representar risco para a saúde?Por que a cetamina não é mais canhota?. Ou “ne, sutor, ultra crepidam”

ArtigosPublicação simultânea: fraude e desvio éticoAssociativismo versus individualismoHumanização do atendimento anestésicoBrasil, um grande país - precisamos de dois pilares urgentes - ética e credibilidadeUm médico no juizado criminal: todos temos direitos e deveres

NotíciasNormas para a concessão de apoio e divulgação de eventos científicos nos órgãos de divulgação da SBACremeb elegeu nova diretoria com participação de anestesistasAlckmin assina, na AMB, ampliação de vagas e aumento na bolsa de residência em SPMedicamentos e o controle da obesidadeA Revista Brasileira de Anestesiologia é cadastrada no Thomson Reuters ISIProvas da SBADatas associativas importantes

Calendário Científico

Regionais e CooperativasNovas diretorias XXXV JONNA 2011 em Natal, RN46ª JOSULBRA em Joinville, SCJASB 2011 - Abordagem integral e valorização da ética em busca de melhores resultados

OpiniãoGoiás quer parceria com a SBA Relato de um sobrevivente

Prata da CasaPoema “Hospital”

Responsabilidade SocialSBA e Bolshoi realizam encontro inusitado para salvar vidas

Sumário

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Publicação científica — valorização e reconhecimento •A sequência de eventos que se sucedem no conhecimento científico envolve a produção, a difusão e a aplicação do conhecimento gerado. O processo de transferência e compartilhamento da informação técnico-científica tem na publicação um instrumento de destaque, pois esta difunde o conteúdo científico para todos. Entretanto, em nosso meio, ainda é muito frequente termos de recorrer a trabalhos internacionais para conhecer dados epidemiológicos de determinada condição clínica, já que não dispomos dos números reais de nosso país.

Essa disseminação de informação depende da rede de comunicação que se estabelece nessa comunidade, ou seja, de como se organiza o fluxo de informações, se demonstra seriedade e reconhecimento e favorece sua visibilidade. Sob esse aspecto, a universalização da internet permitiu a explosão de recursos informacionais, contribuindo para que os autores e as instituições difundam seus trabalhos diretamente na rede, o que exige minucioso filtro e apuração nas informações antes que sejam adotadas.

Nesse processo, a publicação científica qualificada exerce função essencial, na medida em que viabiliza a divulgação dos resultados da pesquisa e promove discussão entre os interessados, permitindo a interação e consolidação de novos conceitos e garantindo confiabilidade a ela, além de caracterizar um pesquisador, um grupo ou uma instituição e lhe

conferir tradição, aumentando sua capacidade de captar recursos e de revelar novos talentos.

Em nosso meio, apesar do baixo investimento público e privado e embora o impacto das publicações nacionais ainda seja inferior ao de países do chamado primeiro mundo, a expansão dos cursos de pós-graduação e a expressiva atenção e dedicação dos autores e editores e das instituições fomentadoras do ensino muito têm contribuído para um franco aumento do número de artigos e citações assinados por pesquisadores brasileiros.

Nesse contexto, a Revista Brasileira de Anestesiologia acaba de dar mais um passo fundamental em direção ao reconhecimento mundial ao ser cadastrada para análise bibliométrica de seu impacto pelo Thomson Reuters - ISI, ou seja, sua produção científica será submetida à abrangente avaliação do desempenho dos pesquisadores, dos artigos e do periódico como um todo.

Destarte, as ações dos editores e das diretorias da SBA, desde sua origem, muito contribuíram, e contribuem, para o avanço da pesquisa científica nacional e para o engrandecimento da anestesiologia brasileira. ■

*O autor é Diretor Científico da SBA

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SBA EditorialPor Oscar César Pires *

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A exposição ocupacional dos anestesiologistas: a inalação de anestésicos pode representar risco para a saúde?

e dificuldade de especificar e compensar os fatores complicadores da análise estatística, como também a presença e a eficiência dos mecanismos de eliminação de gases ambientais. Estudos realizados subsequentemente não têm corrigido esses defeitos metodológicos, além de não demonstrarem correlações adversas entre o uso clínico de agentes inalatórios e a prevalência de alterações na saúde ocupacional de anestesiologistas.7,8 Os efeitos deletérios associados à exposição ocupacional ao óxido nitroso (N2O) apresentam fator relativo de risco para aborto espontâneo e infertilidade de 1,9 e 1,3.8,9 A possibilidade de elevação desse risco quando o óxido nitroso é utilizado em associação com outros agentes inalatórios halogenados tem sido estudada através de estudos de poluição ambiental e monitoramento de indivíduos submetidos a esses ambientes cirúrgicos. As evidências clínicas não confirmam essa possibilidade de elevação de risco. Um estudo concluiu que a exposição ocupacional ao sevoflurano apresentou o mesmo nível de risco para a saúde ocupacional quando utilizado de maneira independente ou associado ao óxido nitroso.10

Um estudo experimental que avaliou a exposição, de longo prazo, a baixas concentrações de halogenados

SBA Artigos CientíficosPor Gastão F. Duval Neto *

•Os autores de dois estudos epidemiológicos antigos concluíram que a exposição ocupacional a agentes anestésicos voláteis pode estar relacionada com efeitos tóxicos imunológicos, neurológicos, renais ou hepáticos.1,2 Além disso, estudos observacionais têm evidenciado a associação entre a inalação de anestésicos halogenados e a elevação na incidência de alterações de destreza manual, cefaleia, depressão, ansiedade, perda de apetite, perda de memória e alterações gestacionais, além da perda de função intelectual.3,4 Embora os trabalhos citados estejam metodologicamente bem estruturados, existe uma substancial necessidade do desenvolvimento de novas pesquisas nessa área, visando basear as conclusões em evidências científicas mais consistentes.

Muitos limites de exposição ocupacional (LEO) em vigor na atualidade foram baseados em metanálises, incluindo nove estudos maiores realizados nas décadas de 1970 e 1980 e que examinaram a associação entre a exposição ocupacional ao óxido nitroso (N2O), em conjunção ou não a algum anestésico volátil, com efeitos adversos à saúde ocupacional, notadamente ao aborto espontâneo.5,6 As limitações dessas investigações incluem sua criticável fidedignidade, dificuldade na aferição na intensidade da exposição

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evidenciou alterações negativas sobre as funções de memória, comportamento, aprendizado e ansiedade.11 Essas alterações comportamentais relacionadas com a exposição crônica aos anestésicos inalatórios em humanos evidenciam a possibilidade da influência negativa na segurança do atendimento clínico-anestesiológico, embora ainda sejam motivo de investigação metodologicamente mais elaborada. Em relação à anestesia pediátrica, tem sido questionada a interpretação dos níveis ambientais considerados seguros (LEO), em partes por milhão (ppm), no que se refere à inalação crônica por parte de anestesiologistas e profissionais envolvidos no atendimento cirúrgico. O limite máximo de 2 ppm foi identificado como seguro pelas entidades norte-americanas. Por outro lado, dependendo do fluxo de admissão ao sistema de ventilação e da potência do sistema de exaustão de gases da sala cirúrgica, esse nível frequentemente atinge cifras superiores a 18 ppm, e algumas indústrias de equipamento anestésico consideram esse excesso seguro (ver Tabela1).

Limites de exposição ocupacional (LEO)O National Institute of Occupational Safety and Health (NIOSH), nos Estados Unidos, afirma que é incapaz de identificar a correlação entre a intensidade de exaustão da sala cirúrgica e a manutenção do LEO de gases anestésicos.As recomendações atuais emitidas pelo NIOSH é que os riscos potenciais devem ser minimizados pela redução do período de exposição (horas de trabalho) na maior intensidade possível. A lista contida na Tabela 1 evidencia os níveis médios de exposição aceitável, considerando oito horas de trabalho na área.12 Em estudo recente, comparou a formação de linfócitos micronucleados entre dois grupos de anestesiologistas

expostos a diferentes níveis de poluição ambiental por agentes inalatórios. O resultado evidenciou que os limites seguros de inalação recomendados pelo NIOSH são adequados (resultado baseado nesse marcador específico).13 Alguns anestesiologistas consideram que a sensação olfatória da presença de odor de anestésicos, principalmente em cirurgia pediátrica, indica concentrações inaladas não seguras (sistema de respiração com elevados fluxos de admissão).Uma interrogação frequentemente emitida por anestesiologistas é “qual a influência do monitoramento da poluição ambiental na preservação da saúde ocupacional?”As concentrações ambientais de gases anestésicos usualmente são monitoradas através de espectrometria fotoacústica infravermelha em um ponto fixo da sala cirúrgica, sendo esta considerada nível de poluição ambiental. Em razão do movimento da massa aérea no ambiente cirúrgico e do sistema de eliminação desses gases, a distribuição de agentes anestésicos não é uniformemente realizada. Em função disso, tem sido sugerida a colocação do sensor do espectrômetro no ombro do anestesiologista para tornar mais fidedigna e real a aferição da poluição ambiental. A indução inalatória com sevoflurano e óxido nitroso em anestesia pediátrica frequentemente viola as recomendações do NIOSH, que apresenta até cifras superiores a 50% preconizadas como aceitáveis.14

Durante a manutenção de anestesia pediátrica, a utilização de tubo traqueal sem balonete (cuff) e de sistemas de respiração que incluam o T-Ayre eleva muito os níveis de poluição ambiental.15 Por outro lado, os níveis seguros de inalação preconizados pelo NIOSH são raramente excedidos quando o sistema de exaustão da sala cirúrgica (ventilação exaustão/pressão) realiza

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mais de 12 trocas de ar por hora, associado a um efetivo sistema de eliminação de gases anestésicos.Os monitores de exposição aos gases anestésicos, durante a manutenção de anestesia inalatória com máscara laríngea em pacientes adultos, usualmente, evidenciam excesso nos níveis inalados, atingindo cifras acima de 2 ppm de sevoflurano e 50 ppm para óxido nitroso. É importante salientar que esse dado ocorre apesar da utilização de circuito de ventilação de baixo fluxo de admissão, sistemas de exaustão e correto posicionamento da máscara laríngea.16

De maneira diferente do pessoal que trabalha nas salas cirúrgicas, que tem exposição restrita aos gases anestésicos, nas salas de recuperação pós-anestésica, eles são submetidos à inalação crônica de muito baixa concentração desses gases, que ocorre em razão da expiração de pacientes situados nessas unidades

hospitalares. Quando comparados com os profissionais de salas cirúrgica, apresentam concentração média inalada de 1,17 ppm em relação a 3,1 ppm inalada por anestesiologistas.17 Aspectos clínicos da inalação crônica de gases anestésicos: 1. No caso da utilização de circuito Mapleson D,

quando associado à válvula limitada por pressão, que permite a conexão direta com um sistema de exaustão da sala cirúrgica, o nível de sevoflurano e óxido nitroso medido na área de expiração em torno do anestesiologista diminui de 7 para 1,1 ppm (p < 0,001);18

2. Pesquisa epidemiológica sobre exposição ocupacional a gases anestésicos de cirurgiões e enfermeiras concluiu que:- a sensação de odor de anestésicos foi mais intensa

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Tabela 1 – Níveis recomendáveis de exposição ocupacional para vapores anestésicos em vários países

H2O Halotano Enflurano Isoflurano Sevoflurano DesfluranoAústria - 5 - - - -

Dinamarca 100 5 2 - - -França - 2 - - - -

Alemanha 100 5 20 - - -Inglaterra 100 10 50 50 - -

Itália 100 - - - -Noruega 100 5 2 2 - -

Suécia 100 5 10 10 - -Suíça 100 5 10 10 - -

US-NIOSH 25 2 2 2 2 2US-ACGIH 50 50 75 - - -

US - NIOSH - National Institute of Occupational Safety and Health. US - ACGIH - American Conference of Governmental Industry Hygienists.

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nas salas sem sistema de exaustão, ou seja, 87% x 11% (p < 0,003);- os níveis mais elevados de inalação correspondem à maior incidência da sensação de “mal-estar geral”, 62% x 11% (p < 0,005); de náuseas, 62% x 0% (p < 0,009) e de cefaléia, 62% x 0% (p < 0,009).19

Considerações sobre o tema- Definições médicas epidemiológicas sobre exposição aos gases anestésicos baseadas em evidência devem ser perseguidas.- O monitoramento ambiental de concentrações (ppm) de gases anestésicos configura a melhor medida para a proteção da saúde ocupacional do anestesiologista.- A intensidade desse tipo de exposição pode ser modificada através do treinamento de anestesiologistas, de inovações técnicas e da otimização de prática clínica em anestesiologia.

“O anestesiologista brasileiro está protegido contra o risco da insalubridade da prática clínica da especialidade?” É hora de repensar o tema!

Bibliografia1. Vessey MP, Nunn J. Occupational hazards of anaesthesia. BJM

1980; 201: 696.2. Martinez-Frias ML, Bermejo E, Prieto L, et cols. Case control

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3. Cook TL, Smith M, Stark JA, et al. Behavioral effects of trace and sub anesthetics halothane and nitrous oxide in man. Anesthesiology 1978; 49: 419.

4. Zacny JP, Yajnik S, Lichtor JL, et al. The acute and residual effects of sub anesthetics concentrations of isoflurane/nitrous oxide combination on cognitive and psychomotor performance in health volunteers. Aneth Analg 1996; 82: 153-157.

5. Cohen EN, Bellville JW, Brown. Anesthetesia, pregnancy, and miscarriage: a study of operating room nurses and anesthetists. Anesthesiology 1971; 35: 343-347.

6. Tomlin PJ. Health problems of anesthetics and their families in west midlands. Br Med J 1979; 1: 779-784.

7. Ericson A, Kallen B. Survey of infants born in 1973 or 1975 to Swedish women working in operating room during their pregnancies. Anesth Analg 1979; 58: 302-305.

8. Tannenbaun TN, Goldberg RJ. Exposure to anesthetic gases and reproductive outcome: a review of epidemiologic literature. J Occup Med 1985; 27: 659-668.

9. Boivin J. Risk of spontaneous abortion in women occupationally exposed to anesthetics gases: a meta-analysis. Occup Environ Med 1997; 54: 541-548.

10. Schiwe-Langgartner F. Exposure of hospital personnel to sevoflurane. Anaesthesist 2005; 54: 667-672.

11. Ozer M, Baris S, Karahaya D, et col. Behavioural effects of chronic exposure to subanesthetics concentration of halothane, sevoflurane and desflurane in rats. Can J Anesth 2006; 53: 653-658.

12. Hoerrauf RH, Wallner T, Akca O, et col. Exposure to sevoflurane and N2O. Anesth Analg 1999; 88: 925-929.

13. Weisner G, Hoeraufe K, Schroegendorfer K, et cols. High-level, but no low-level, occupational exposure to inhaled anesthetics is associate with genotoxicity in the micronucleus assay. Anesth Analg 2001; 2: 118-122.

14. Hoerrauf K, Wallner T, Akc O, et cols. Exposure to sevoflurane and nitrous oxide during four different methods of anesthesia induction. Anesth Analg 1999; 88: 925-929.

15. Krajewski W. Occupational exposure to nitrous oxide – the role of scavenging and ventilation systems in reducing the exposure level in operating room. Int J Hyg Environ Health 2007; 210: 133-138

16. Hoerauf K, Koller C, Jakob W, et cols. Isoflurane waste gas exposure during general anesthesia: the laryngeal mask compared with tracheal intubation. Br J Anaesth 1996; 77: 189-193.

17. Nayebzadeh A. Exposure to exhaled nitrous oxide in hospital in hospitals post-anesthesia care units. Ind Health 2007; 45: 334-337.

18. Sanabria P. Occupational exposure to nitrous oxide and sevoflurane during pediatric anesthesia: evaluation of an anesthetic gas extractor . Rev Esp Anestesiol Reanim 2006; 53: 618-625.

19. Eroglu A. comparison of sister chromatid exchanges in lymphocytes of anesthesiologists to nom anesthesiologists in the same hospital. Anesth Analg 2006: 102: 1573

*O autor é presidente da Comissão de Saúde Ocupacional da SBA.•

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Por que a cetamina não é mais canhota?. Ou “ne, sutor, ultra crepidam”

expressão corriqueira no capítulo da estereoquímica: a “mão esquerda da natureza ou da criação” devido a tantas coincidências esquerdistas na química da vida.2

Dizem os cosmologistas que essa predominância da natureza para a esquerda veio depois do Big Bang e apontam três possibilidades. Numa explicação sucinta, o aparecimento dominante de formas canhotas aconteceu porque: a) em algum local do cosmo havia mais aminoácidos esquerdos e eles dominavam os outros; b) o excesso canhoto veio do espaço trazido por meteoritos e cometas e se espalhou; e c) a radiação ultravioleta (vinda do espaço) teria favorecido uma orientação sobre a outra. Seja o que for, os cosmologistas renderam-se às evidências - o capricho divino que colocou nosso coração do lado esquerdo e o esquerdismo de tudo que nos cerca, da madeira que existe em nossas casas ao pão que nos alimenta. Existe a predominância de um só isômero nos produtos naturais (e essa homoquiralidade é o resultado da sabedoria biológica, pois os processos metabólicos lidam melhor com um isômero do que com produtos racêmicos - presença de dois isômeros gêmeos). Assim, na forma simplificada homoquiral, encontram-se, in natura, a cocaína, a morfina, a atropina etc., embora sendo quirais, pois são detentoras de dois isômeros, nos chegam como homoquirais.

Enquanto isso, o mais emblemático exemplo do carbono assimétrico encontra-se em nossas mãos, que sendo idênticas formam imagens especulares que não se sobrepõem. Elas permitem a compreensão da tridimensionalidade e o entendimento da estereoisomeria (isômeros antagônicos). Por isso, o termo quiralidade, de origem grega, que significa mão e foi cunhado por Kelvin, é aceito mundialmente.1

SBA Artigos CientíficosPor Maria P.B.Simonetti *

• O que poderia parecer um requinte da química moderna, a estereoquímica (que estuda a geometria espacial das moléculas) é, na verdade, de importância fundamental para o entendimento dos mecanismos de ação de uma grande maioria dos agentes que promovem o estado de anestesia.

Em uma visão mais abrangente, o mundo que nos cerca é calcado na dissymètrie pasteuriana, a maior descoberta do século IX, quando o jovem Luis Pasteur observou que o ácido tartárico - produto do vinho - continha cristais facetados: a metade com orientação para a esquerda e a outra para a direita. Através do polarímetro, esses cristais, que ele manualmente separou, quando em solução, desviavam a luz polarizada em conformidade com sua disposição facetária. As especulações a respeito desse fenômeno criaram um encadeamento de analogias que ajudaram a esclarecer como os produtos naturais e xenobióticos (substâncias estranhas ao organismo) interagem com as estruturas vivas.

E a estereoquímica facilitou a compreensão do carbono tetraédico (com quatro valências), que gera dois isômeros - os estereoisômeros - nascidos da assimetria (fenômeno que Pasteur chamou dissymètrie), em razão de esse carbono estar ligado a átomos ou grupo de átomos diferentes e que não permitem sobreposição.1

A observação genial de Pasteur, todavia, suscitou outras especulações, uma vez que a matéria de que somos feitos, nós e todos os seres vivos, são aminoácidos, os “tijolos” que estruturam o organismo. E esses “tijolos” têm configuração esquerda - um capricho do Criador que os cosmologistas tentam explicar sem que justifiquem o lado esquerdo que Ele escolheu para posicionar nosso coração. Tais caprichos dão ênfase à

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As especulações sobre a dissymetrie de Pasteur

Como se não bastasse, desde a Criação, a vida despontou com flagrante preferência pelo esquerdismo biológico, sob o ponto de vista tridimensional. A abrangência desse fenômeno - o carbono de quatro valências - levou Pierre Curie a vaticinar que essa dissimetria é um fator na evolução da vida, sem o qual o tempo que mede todas as coisas deixaria de existir se não houvesse essa tentativa de se chegar à simetria. Com a palavra, os cosmologistas, os físicos, os biólogos e até os filósofos...2

A nomenclatura nos primórdios da descoberta do fenômeno

O polarímetro capacitou antever o carbono assimétrico (dito assim, pois permite que grupos de átomos diferentes ocupem suas quatro valências), e disso resultaram dois compostos também diferentes, embora tendo a mesma estrutura química, como já vimos.

Figura 1

Contudo, existe semelhança, conforme pode ser

notada nas propriedades físico-químicas (o tempo de ebulição, de fusão, por exemplo), mas, em se tratando de medicamento, é notória a individualidade que faz com que cada um atue diferentemente no sítio de ação, produzindo efeito próprio e, por vezes, esdrúxulo. Por exemplo, o propoxifeno traz alívio da dor em razão da atividade analgésica de um de seus isômeros, enquanto o antípode combate a tosse. No composto carvona, o isômero direito é um componente do óleo de cominho e tem odor característico; já o composto esquerdo é componente do óleo de hortelã e tem um cheiro peculiar. Uma evidência, portanto, da quiralidade que existe nos receptores nasais...

Há compostos que têm sabor de laranja, enquanto seu antípode, sabor de limão - o limonene. Os barbitúricos, entretanto, dependendo de sua atividade óptica, são hipnóticos e/ou convulsivantes. A mesma disparidade existe com os anestésicos gerais halogenados e também com os agentes anestésicos locais.

Pode-se, apropriadamente, rotular maldade e/ou bondade isomérica na dependência da avidez de determinado enantiômero, por exemplo, o da bupivacaína, pelos canais iônicos do SNC e CV (sistema nervoso central e cardiovascular). Nesse caso, é uma conceituação de conveniência, pois o isômero desse anestésico local só é de fato “do mal” se escapar de sua finalidade precípua, qual seja o bloqueio do nervo, e exercer sua atividade farmacológica em outros locais do organismo. Por outro lado, a talidomida racêmica usada nos anos 1960 em mulheres grávidas para combater enjoos fez estragos embrionários, com repercussões gravíssimas, pois tem um isômero bom e outro maldito. A focomelia, entre outras alterações provocadas nos recém-nascidos, é um desastre estereoquímico, pois o racemado, eficaz no tratamento da hanseníase, ataca mulheres grávidas pelo efeito deletério de um de seus isômeros. O médico deve saber disso, apesar de, ainda no Brasil, continuar ocorrendo sequelas terríveis em filhos de mães leprosas que tomam talidomida (Figura 2).

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Figura 2

Refere-se, por outro lado, que o homem leproso tratado com talidomida transfere também, pelo espermatozoide, o isômero do mal que poderia afetar o embrião. A conferir.

Enquanto isso, a esteroquímica permite esclarecer evidências quanto ao comportamento da talidomida sob o ponto de vista farmacocinético, pois, em termos farmacodinâmicos, existe, de fato, um isômero amaldiçoado. E se esse isômero “do mal” for descartado para prevenir os efeitos deletérios e o isômero do bem for utilizado sozinho, este se converte, no organismo, no irmão gêmeo (mal), criando um racemado (presença de dois isômeros). Nessas circunstâncias, causará os mesmos efeitos deletérios: um capricho chamado racemização, para o qual não há ainda solução, apesar dos avanços da estereoquímica. Portanto, a talidomida deve ser proscrita em mulheres em idade gestacional, sob pena de implicações jurídicas.

Todavia, nem sempre a estereoquímica é desastrosa. Ao contrário, seu conhecimento promove avanços terapêuticos e progressos industriais para os quais impõem-se o aprofundamento do conhecimento da ligação dos isômeros gêmeos a seus sítios de ação; os processos farmacocinéticos; e os efeitos sobre o organismo

como um todo. Desses conhecimentos, podem-se talhar compostos que minimizem os efeitos indesejáveis.

Manipulação enantiomérica da bupivacaína (simocaína) e mistura interisomérica na família pipecolilxilidida (mixcaína)

Com base nesse conhecimento, foi possível liberar o insight que redundou num composto com menor avidez para um tipo específico de receptores: os que existem nas estruturas neuronais do SNC e do sistema de condução, de contratilidade, do SCV.

À medida que, ao se diminuir o teor maléfico do isômero dito “do mal”, o R(+) bupivacaína, a quebra da equimolaridade (S1:R1) do composto racêmico bupivacaína, originou a simocaína pela predominância do componente bom (o isômero S- bupivacaína), em detrimento do isômero mal, resultando na proporção S75:R25 entre os componentes. Os conceitos estereoquímicos referem essa quebra da equimolaridade como “excesso enantiomérico” de um dos isômeros do composto racêmico. Nesse sentido, a simocaína é um racemado que vem sendo comercializado como cloridrato de levobupivacaína em excesso enantiomérico a 50%, S75:R25, e sobre essa nomenclatura vamos comentar em seguida (Figura 3).

Figura 3

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A possibilidade de manusear isômeros abre uma perspectiva de obtenção racional de novos compostos, aproveitando-se das vantagens e/ou desvantagens. Nesse sentido, a combinação “interisomérica” de componentes descendentes de um mesmo esqueleto químico (o pipecolilxilidida) resultou no composto mixcaína, em que a ropivacaína associada ao enantiômero R(+) bupivacaína confere atenuação da atividade vasoconstritora enquanto ocorre aumento da potência bloqueadora do nervo sobre a ropivacaína usada isoladamente ou na forma homoquiral. Esse composto encontra-se em fase de ensaios preliminares (Figura 4).

Figura 4

Nomenclatura: a escassez e/ou o excesso e a influência parnasiana

Alguns desconhecem o conteúdo do frasco da Novabupi (nome fantasia da simocaína), acreditando tratar-se da levobupivacaína. E com razão, pois o nome dado à mistura enantiomérica de bupivacaína (simocaína) refere ser o cloridrato de levobupivacaína etc., o que induz ao erro. Ocorre que o anestésico local, a levobupivacaína, é um produto patenteado, portanto, protegido em seus direitos no que tange à propriedade intelectual e de

comercialização. Esse composto não existe no Brasil.

Por vezes, a impropriedade da nomenclatura de um composto pode levar a erro crasso na avaliação dos trabalhos científicos pelos referees que vão “comer gato por lebre”, na medida em que acreditam que o novo anestésico local se trata da bupivacaína homoquiral, a S(-)bupivacaína. Fui testemunha ocular da confusão criada com um tema livre brasileiro no Congresso Mundial, em Paris, onde precisei intervir para desfazer o equívoco.

Aqui, no Brasil, o equívoco é menos comprometedor, pois não temos a levobupivacaína, ou Chirocaine (R), como já referido. Essa confusão de nomenclatura poderia ter sido evitada pela adoção do nome simocaína, que é menos uma imodéstia de sua criadora do que o simbolismo do “S”, antecipando o predomínio da forma S (sinistra, esquerda) mais o sufixo “caína”, que existe desde a obtenção dos cristais extraídos das folhas de coca, por Newmann, em 1848.

Dessa forma, ficaria, assim, prescindido o aposto: “excesso enantiomérico” que é absolutamente dispensável para que seja referido num paper. Na verdade, trata-se de um dado de análise farmacotécnica que nada tem a ver com o agente anestésico local, a menos que fosse exigida a formulação, como soe acontecer na elaboração de um trabalho de tese, em que outras variáveis são pedidas, como: pH, pKa, veículo etc.

E, mais importante ainda, o nome simocaína simplificaria a menção do agente usado nos trabalhos científicos, inclusive assegurando a confiabilidade a nossos papers por não suscitar dúvidas quanto ao agente usado.

Contudo, o nome pelo qual está sendo comercializado o anestésico local brasileiro, de tão pomposo, lembra mais um soneto parnasiano, a Via Láctea, de Olavo Bilac:

Ora (direis) ouvir estrelas! Certo

Perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto,

Que, para ouvi-las, muita vez desperto

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sA possibilidade de manusear isômeros abre uma perspectiva de obtenção racional de novos compostos, aproveitando-se das vantagens e/ou desvantagens.‘

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E abro as janelas, pálido de espanto... Ou cloridrato de levobupivacaína em excesso enantiomérico de 50% (S75:R25). Ufa...

Temos nomes de agentes anestésicos locais tirados de certas características inerentes ao agente. Assim, a lignocaína, da farmacopeia sueca, tem esse nome devido ao significado do prefixo “ligno”, que marcou a propriedade do composto de ter ligações firmes entre os componentes da molécula, tornando-a resistente à hidrólise pelas colinesterases. Encontram-se nomes curiosos, nascidos da inspiração com base no nome do autor (a stovaína, de Fourneau) ou, ainda, de um artifício mercadológico, como o que omitiu o “p” da propivacaína, gerando a ropivacaína etc. Apesar dos pesares, a simocaína comprovadamente confere atenuação dos efeitos colaterais danosos que ocorrem se erroneamente usada a ponto de anestesiar o SNC e CV - um efeito absolutamente indesejável. Enquanto isso, a ANVISA não se deu conta da impropriedade da nomenclatura da simocaína. Em contrapartida, fez eliminar a configuração molecular do composto, cetamina, negando o sistema R/S por exigência da Organização Mundial de Saúde (OMS), como veremos.

A evolução da química dos compostos quirálicos e sua nomenclatura

O polarímetro foi uma ferramenta de grande valia para chegar à inferência do carbono assimétrico, graças à propriedade óptica: a luz polarizada ao atravessar a molécula sobre desvio. Esse fenômeno se deve à influência da disposição dos átomos na molécula, que foi comprovada através de estudos mais sofisticados com a difração dos raios X. Restava, contudo, saber “quem era quem” espacialmente, isto é, qual molécula, sob o ponto de vista tridimensional, promovia qual desvio da luz, se no sentido esquerdo ou no sentido direito. Havia a necessidade dessa qualificação para dar a condição de “cidadania” ao composto quirálico: sua certidão de nascimento.

E a grande contribuição surgiu com os estudos de Emil Fisher, em 1891, dos quais resultou na adoção

de nome e sobrenome químicos para o composto, evitando, destarte, ambiguidades. Até então se dizia que determinado composto era esquerdo ou direito, graças a sua propriedade óptica. Para contextualizar o composto em sua tridimensionalidade, os mais famosos químicos do mundo se reuniram e em cima das projeções de Fisher foram estabelecidas regras para a configuração absoluta. E o sistema R/S passou a ser regido pela regra do peso atômico dos átomos ou dos grupos de átomos que ocupam as quatro valências do carbono assimétrico. O sistema R/S.

Para o melhor entendimento desse sistema, é necessário nos abstrairmos da figura estática do composto molecular que ilustra os livros-textos em uma única dimensão. E passemos a imaginar a geometria de um tetraedro (uma pirâmide com quatro faces) em terceira dimensão. Se a ligação da ponta superior (topo da pirâmide) se faz por um grupo de átomos com grande peso atômico, e este é sucedido por outro grupo de átomos de peso atômico menor, dirigindo-se para a base do tetraedro, diz-se que o composto assume uma posição à direita, pois que segue o sentido dos ponteiros do relógio. A recíproca é verdadeira para a posição esquerda, que caminha contra os ponteiros do relógio (Figura 5).

Figura 5

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Chan, Ingold e Prelog, os mais conceituados químicos da época, criaram regras e fecharam a nomenclatura enquanto estabeleceram que símbolos latinos deveriam designar a configuração do composto espacialmente (R, rectus, direito, e S, sinister, esquerdo). Esses símbolos devem preceder o nome de qualquer produto quiral, acrescido de sua propriedade óptica inerente. Para os compostos racêmicos nos quais os dois enantiômeros estão presentes, os símbolos vêm em duplicidade. Ex.: RS (+-bupivacaína). Existem várias sutilezas para situar a configuração espacial do composto assimétrico através de outras regras, mas, em linhas gerais, prevalece a regra do peso atômico, que é o suficiente para situar o composto tridimensionalmente.

A propriedade óptica não necessariamente coincide com a configuração espacial. Assim, um composto pode ser opticamente esquerdo, enquanto tridimensionalmente se posiciona à direita e vice-versa. Exs.: S(+)mepivacaína; S(+)cetamina e reciprocamente.4

A Organização Mundial de Saúde (OMS), a ANVISA e a farmacopeia brasileira

Para uniformizar os medicamentos sob vários aspectos (nomenclatura, apresentação etc.), a OMS estabelece normas cujos países membros - seus afiliados - devem acatar. Nesse sentido, a ANVISA (agência reguladora brasileira ou mais conhecida como Vigilância Sanitária), atendendo à determinação da OMS, modificou a nomenclatura do composto cetamina, através de uma resolução que foi publicada no Diário Oficial da União em 2008.

Na verdade, a cetamina é um derivado da fenciclidina, detentora de um carbono assimétrico, e como tal é obtida em laboratório na forma racêmica, isto é, formada por dois enantiômeros que, quando separados, apresentam propriedade óptica, ou seja, um isômero desvia a luz polarizada para a direita e o antípode, para a esquerda, enquanto sua configuração espacial difere da propriedade óptica. Portanto, a propriedade óptica

não corresponde a sua configuração tridimensional, conforme já foi comentado. Em sua forma racêmica, a notação é a estabelecida para todos os compostos gêmeos: RS(+-)cetamina.

Sendo um anestésico de grande aceitação na clínica, foi demonstrado que a R(-)cetamina era responsável por efeitos psicomimétcos indesejáveis (reação ao despertar ou emergency syndrome), caracterizados por sonhos desagradáveis e alucinações terríveis que infelicitavam o paciente. Logo a separação (ou resolução do racemado) foi levada a efeito e o mundo passou a usar somente a cetamina homoquiral.

Observou-se que o enantiômero S(+) cetamina detém maior atividade anestésica. Com base em estudos em ratos em nosso laboratório, observamos essa particularidade, através do teste da placa quente, no qual encontramos diferenças significativas quanto à analgesia entre os irmãos gêmeos2. Em contrapartida, vários estudos que focalizam a atividade psicomimética têm mostrado maior ação sobre o SNC com o enantiômero R(-)cetamina.

Embora de grande valia para uso na anestesia clínica, tanto nas técnicas geral e regional (peridural), o purismo dos órgãos reguladores vai de encontro aos conceitos químicos, podendo confundir os que utilizam esse agente. Não se deve falar em isômero sem que se deixe de situar a propriedade óptica e sua disposição tridimensional, pois dessas duas peculiaridades vai depender o comportamento nos sítios de ação.

S(+)cetamina ou destrocetamina e ainda as sandálias do sapateiro. Eis a questão

São tantas as leis existentes que só fazem confundir em vez de trazer alguma contribuição. O que se infere é que há desconhecimento do assunto pelos aplicadores dessas leis e até pelos próprios legisladores. Não há notícias de que o sistema R/S tenha sido abolido, tampouco a nomenclatura que usa a configuração espacial tenha sido proibida nos papers. É só consultar a literatura

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sNão se deve falar em isômero sem que se deixe de situar a propriedade óptica e sua disposição tridimensional, pois dessas duas peculiaridades vai depender o comportamento nos sítios de ação.

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estrangeira atual: a cetamina é boa? Continua a se chamar S(+)cetamina ou S(+)ketamine como mostra o último número do Anesthesiology?3

Em face de tanta incongruência, cabe aqui narrar a história do sapateiro crítico de arte. Era uma vez, ou melhor, morava numa pequena cidade do interior um menino pintor ou artista plástico, como preferem alguns. Aquela vila, onde só existiam uma rua de casas modestas, uma igreja e um cemitério, não oferecia condições para aquele garoto se expandir. Seu destino era inexoravelmente a cidade grande, para onde foi o menino gênio e lá teve muito sucesso. Passaram-se alguns anos, e em gratidão a suas origens, ele voltou ao lugarejo e realizou uma exposição de alguns de seus quadros premiados, sendo que o mais importante foi exibido no meio da praça, para onde acorreram os moradores. Serviu de cavalete o tronco robusto de uma mangueira frondosa. Ansioso para ouvir os comentários de seus conterrâneos, matreiramente, o artista postou-se escondido atrás do quadro. Desse modo, poderia rever seus amigos de infância e saber se estavam gostando de sua arte. Uma fila enorme formou-se até que chegou a vez de um velho conhecido: o sapateiro, uma figura popular e reverenciada por sua sapiência e eloquência.

Todos na fila estavam ansiosos para ouvir o que aquele homem iria dizer. Quando chegou sua vez, fez-se silêncio, e ele, todo prosa, passou a analisar as imperfeições no desenho das sandálias da moça do quadro, os defeitos nas fivelas, a altura do salto e assim por diante. Todos ao derredor concordaram, o que entusiasmou mais e mais o crítico de arte. Falante e desinibido, foi atraindo mais gente ainda. E mais e mais empolgando, partiu para analisar os traços da face da personagem... Seu rosto, seus cabelos, seus olhos, sua boca... Impaciente, o artista não se conteve e reagiu às críticas, saindo por detrás do quadro, que estava apoiado no tronco da mangueira. Dedo em riste, admoestou o homem: - Ne sutor ultra crepidam ou sapateiro, não vá além das sandálias...5

Será que os técnicos da OMS estão abalizados para criar uma nomenclatura quando toda a comunidade científica estabeleceu as normas!? Ou a OMS deveria

respeitar mais seus afiliados, e não se estribar apenas na farmacopeia americana!? E o mesmo é válido para a ANVISA, que deve ter opinião própria, e não aceitar tudo que lhe é imposto. Enquanto isso, a ANVISA não se deu conta da impropriedade da nomenclatura da simocaína ao aceitar que fossem imbricados conceitos estereoquímicos e dados de formulação do composto, o que só trouxeram confusão.

Se tivesse atentado para o disparate, teria evitado que uma tendência literária, o parnasianismo, abrisse espaço para o nome químico que só vem causando vexame no primeiro anestésico local brasileiro. Por outro lado, não cairia no ridículo “de ir além das sandálias”, como fez o sapateiro, ao tentar que a cetamina canhota mudasse de mão. Ne Anvisa ultra crepidam.

Homenageio nossa presidente, Nádia, que sempre esteve na vanguarda da defesa dos interesses de nossa comunidade. Certa feita, ela me pediu para escrever sobre estereoisomeria, o que faço agora, numa oportunidade ímpar, para contar a história do pintor grego que falava latim e que buscou o cenário nordestino valendo-se do viço de nossa flora, o pé de mangueira, para recontar essa parábola, com alcance tão pedagógico... ■Referências bibliográficas

1- Simonetti, MPB e cols. Estereoisomeria: a interface da tecnologia industrial de medicamentos e da racionalização terapêutica. Rev Bras Anest;1998;390-399.

2- Gleiser, M. A mão esquerda da Criação. 2005; Caderno Mais; Folha de São Paulo

3- Ando Y et cols: S (+) - Ketamine suppresses desensitization of γ-aminobutyric acid type B receptor-mediated signaling by inhibition of the interaction of γ-aminobutyric acid type B receptors with g protein-coupled receptor kinase 4 or 5. Anesthesiology 01-FEB-2011; 114(2): 401-404

4- Simonetti, MPBS e cols. Os trinta anos da cetamina: O itinerário de uma viagem farmacológica: Rev Bras Anest; Carta ao Editor,1998:525-527.

*A autora é professora aposentada de Farmacologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo

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Publicação simultânea: fraude e desvio ético

plágios de qualquer espécie, publicações em duplicata do mesmo trabalho e outras formas de fraude e má conduta por parte de autores e seus coautores. Coautores não podem alegar que desconheciam a fraude. Em primeiro lugar, são beneficiários dela; em segundo, todas as publicações científicas sérias e, por isso, respeitadas exigem que todos, autores e coautores, forneçam declaração, por escrito, que garante sua participação efetiva no estudo e a exclusividade da publicação ao periódico ao qual o artigo foi submetido. Ainda mais, cedem, legalmente, o direito de publicação (conhecido como copyright) à publicação escolhida, criando situação passível de discussão legal caso descumprida. A maioria das revistas científicas costuma cobrar pela autorização para duplicação e/ou cópias de matérias publicadas.Nas reuniões de editores, esses fatos são discutidos, e compromissos são assumidos para o combate a essa prática ilegal e antiética, com as devidas medidas enérgicas de repúdio, no resguardo dos interesses e da credibilidade das publicações científicas involuntariamente envolvidas. Todas as publicações possuem normas para os autores. Fundamental é a leitura dessas normas e infundado é o argumento de que o autor e os coautores as desconheciam. O meio pelo qual a revista é publicada, eletrônico ou impresso, da mesma maneira, não anula a questão elencada.Em data recente, a Revista Brasileira de Anestesiologia (RBA) foi vítima desse tipo de falta de escrúpulo perpetrada por grupo de autores brasileiros. Diante do fato, a RBA, seu editor e o Conselho Editorial necessitam alertar, preocupados com a reputação dura e paulatinamente conseguida e, sobretudo, em respeito a seus leitores, que a prática é desvio ético. E a exemplo de outras publicações, informa aos autores e coautores que combateram sempre esse tipo injustificado de fraude. ■*O autor é editor-chefe da Revista Brasileira de Anestesiologia.

SBA ArtigosPor Mario J. Conceição *

•A reputação de um periódico científico é mantida pela confiança dos leitores no conteúdo dos textos publicados e na lisura do processo editorial. A finalidade da publicação, por parte de autores, é divulgar seus achados e submetê-los à comunidade científica, para, dessa forma, ampliar o conhecimento. Leitores também buscam instrução e atualização pela leitura crítica desses textos. Destarte, o conceito é capital para a pesquisa clínica e laboratorial e para o avanço do conhecimento.Esse tipo de publicação, bem como as revisões de seu corpo editorial, necessita seguir, de forma rígida, princípios éticos em suas decisões. Pesquisas – sejam elas clínicas (com o envolvimento de pacientes) ou laboratoriais (que abrangem animais de experimentação, tecidos humanos ou não e prontuários médicos) – devem ser conduzidas de forma ética e com as autorizações apropriadas obtidas. A confiança de pacientes, a honestidade de autores na divulgação dos resultados e a privacidade do trabalho dos revisores precisam ser respeitadas. Direitos e permissões requeridos e necessários devem ser honrados por todos aqueles que os assinaram, sejam autores, coautores ou mesmo pacientes.Alguns poucos autores, entretanto, seja pressionados por fatores externos, vaidade ou exteriorização de seu caráter pusilânime, costumam incorrer em um tipo de desvio ético caracterizado pela submissão simultânea de seus trabalhos a mais de uma publicação científica. Dessa forma, sendo esse o principal alvo da ação, duplicam, de modo fraudulento, o número de vezes que publicaram. Autores que assim procedem corrompem e ignoram os princípios éticos definidos anteriormente. Eles enlameiam, com esse tipo de ação, a reputação de centros de pesquisa, universidades e comitês de ética em pesquisa e colocam em dúvida todo o processo editorial e a respeitabilidade da publicação atingida. Em virtude do que foi dito, autores que incorrem em faltas dessa gravidade devem esperar atitudes enérgicas de toda a comunidade científica diante dos fatos. Editores de periódicos científicos não podem ficar omissos frente a

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Associativismo versus individualismogeral, e os defende, porque, sob esse aspecto, os não sócios também se beneficiam das conquistas. Seria interessante e de grande valia para a especialidade que todos os anestesistas do Brasil tivessem consciência de que, ao fazer parte mais efetivamente da vida associativa, todos sairíamos ganhando. Por que não fazer parte da SBA? Apesar do conhecimento que a maioria tem sobre os benefícios de ser sócio, muitos ainda questionam o que a SBA e/ou a Regional faz. É esse questionamento que vem sendo respondido ao longo de várias gestões, com muito trabalho e ganho para a especialidade, mas talvez tais informações não estejam chegando a essas pessoas. Por isso mesmo, a diretoria da SBA incluiu em seu planejamento estratégico um cronograma de marketing para se aproximar ainda mais de todos os anestesistas e, assim, conhecê-los melhor. Ou seja, ao saber de nossas necessidades poderemos aprimorar ainda mais os vários níveis de atuação da SBA e torná-la, juntamente com as Regionais, ainda mais forte. Ao olhar para o futuro, se tivermos sido perseverantes em nossa luta por respeito, dignidade e boa formação do anestesista, seremos dignos de uma especialidade ainda mais valorizada e baseada nos preceitos da ética e da decência, em que o comportamento coletivo virá antes do individual. Aí, sim, poderemos dizer que atingimos a maturidade.

Se você é sócio da SBA e, de alguma forma, quer participar mais da vida associativa e acha realmente que juntos somos mais fortes, você vai nos ajudar muito chamando aquele seu colega que não é sócio ou que está inadimplente, reclamando que a anuidade está cara e que a Regional não faz nada por ele, convencendo-o, mostrando-lhe o quanto já conquistamos e o quanto a sociedade pode lhe proporcionar melhorias não só como profissional, mas, também, como ser humano. Lembrem-se de que a SBA somos todos nós. ■* O autor é secretário geral da SBA

SBA ArtigosPor Ricardo Almeida de Azevedo *

•Um ditado antigo da anestesiologia diz: “Zebra sozinha na savana vira comida de leão”. Ao mesmo tempo que temos conhecimento disso, às vezes, sabemos de colegas que acabam assumindo serviços que estavam em litígio com a SBA ou que era de conhecimento que não estava havendo acordo na negociação entre as partes interessadas. Alguns colegas reclamam das entidades de classe, mas, ao mesmo tempo, são omissos e não participam das atividades promovidas pela especialidade, achando que já fazem muito anestesiando no dia a dia. A pergunta que se faz é: por que isso continua acontecendo!?As mudanças realmente são difíceis, principalmente quando somos influenciados, há gerações, pelo comportamento em que a esperteza e a malandragem são consideradas qualidades. Quem não se lembra do jargão: “Eu gosto de levar vantagem em tudo, certo?” e da música Podres poderes, do trecho: “Enquanto os homens exercem seus podres poderes, motos e fuscas avançam os sinais vermelhos e perdem os verdes, somos uns boçais.” Na grande maioria das vezes, acabamos fazendo alguma coisa errada, achando que não há consequências. Não existe um pensamento coletivo e de futuro, apenas interesse pessoal e imediato. O Dr. Aurílio Estrela, em 1999, diretor de defesa profissional da SBA, escreveu, nesta mesma revista, um artigo no qual pedia aos sócios que se conscientizassem de que as conquistas advindas dos movimentos de classe melhorarão a vida de todos e que se não pensássemos mais coletivamente, não chegaríamos a lugar nenhum. Com essas citações do passado, quero reafirmar que as mudanças demoram mas acontecem, e não podemos desanimar, pois é uma luta contínua que não pode parar.Se continuarmos a olhar para o passado, poderemos ver quantas conquistas foram alcançadas graças aos movimentos de classe e às associações médicas, entre elas a SBA, que exerce não só atividade educacional, de aprimoramento e de reciclagem do sócio, mas luta pelos interesses profissionais dos anestesistas, de um modo

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Humanização do atendimento anestésico

“Como está frio aqui?” “Será que posso falar com estas pessoas?” “Creio que estão ocupadas com minha cirurgia.” “Bem, aguardo aqui alguém falar comigo.” Seguem-se vários minutos e ninguém fala com ele. Bem, o material parece ser mais importante.

Finalmente, chega aquele que vai cuidar do paciente enquanto ele é operado. Gorro na cabeça, máscara e uma pasta a mão, chega à sala o médico anestesista. Enquanto isso, a angústia do paciente aumenta, pois, além da espera, ele escuta que o material solicitado pelo cirurgião para a cirurgia não fora autorizado pelo convênio.

Imaginem, agora, o pobre homem deitado na mesa cirúrgica pensando que o plano que é pago com sacrifício, para que, nas horas de necessidade, o socorra, nega o material solicitado. O que será que passa nessa mente agora? Insegurança, raiva ou qualquer outro sentimento negativo.

Voltemos ao anestesiologista, que a essa altura já instalou os monitores e uma solução fisiológica parenteral depois de realizar a venóclise. Esta, por sinal, foi um susto para o paciente, já que não foi avisado por aquele, que sequer se apresentou.

O monitor já apresentava taquicardia sinusal, elevação da pressão arterial (160/100 mmHg), e o paciente,

SBA Artigos Por Daniel Volquind *

•O ambiente do centro cirúrgico, embora seja familiar para nós, médicos anestesiologistas, é um local onde o paciente não gostaria de estar.

A sala de operações apresenta-se fria não apenas pela temperatura, mas por seu aspecto monocromático, repleta de aparelhos com os quais o paciente não tem intimidade.

Ao entrar no centro cirúrgico, via de regra, o paciente é colocado em uma maca e passa a ser apresentado a esse estranho ambiente pelo teto. Passam lâmpadas, placas, portas, algumas abertas outras fechadas. “O que estará ocorrendo lá dentro?” “Para onde estou sendo levado?” Creio que é possível ler seus pensamentos.

No entanto, chega à sala de operações e passa para outra “cama”, também conhecida como mesa cirúrgica, muito menos confortável, e logo é apresentado ao conjunto de luzes que pairam no teto. “Para que servem essas luzes?”, pergunta o paciente a seu íntimo. “Tomara que iluminem as mãos daquele que vai me operar em instantes.”

Sem ser percebida sua presença, chegam à sala funcionários que vão auxiliar no procedimento cirúrgico e começam a abrir os pacotes de matérias. Barulho de papel, instrumental cirúrgico e outros trazem fantasias àquele que aguarda na mesa cirúrgica.

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Humanizar o atendimento anestésico, promovendo a dignidade humana e o respeito ao próximo‘

angustiado, olhando para aquelas luzes no teto e pensando no que iria ocorrer.

De repente, chega o cirurgião e fica irritado com a notícia da não autorização do material. Para contornar a situação, fala ao paciente: “Não se preocupe, iremos achar outro material e dar um jeito.” Bem, agora a pressão arterial foi para 180/100mmHg... Dar um jeito, achar outro material... “Puxa vida, sou um ser humano, e não um motor de automóvel para revisão!” Pensa o paciente, que começa a sentir uma tontura e um gosto de remédio na boca. Está sendo induzida a anestesia geral...

Talvez este relato pareça apenas fictício ou tenha sido presenciado por alguém em algum hospital mundo afora, mas, com certeza, nos leva a refletir sobre que tipo de médico somos e qual a anestesia que queremos oferecer ao paciente.

Senhores, infelizmente, o romantismo da medicina foi vencido pelo negócio médico, no qual o paciente é apenas um meio para se obterem os valores agregados a esse negócio. Esquecem-se de que aquele paciente deitado na mesa cirúrgica tem sentimentos, projetos de vida, família e, acima de tudo, esperança de estar em “boas mãos”. Na sala de espera do centro cirúrgico, encontram-se sua esposa, seus filhos, netos ou amigos que torcem para que tudo seja um sucesso e que o paciente retorne logo para casa.

O ser humano deve ser tratado como tal, e uma

palavra de incentivo, um aperto de mão, pode valer muito mais na hora de “apreciar” as luzes que pairam no teto que um comprimido de benzodiazepínico.Um simples bom-dia ou boa-tarde, sou o Dr. Fulano e vou cuidar do senhor enquanto estiver sendo operado já é um conforto e uma segurança inigualável para afastar as angústias do paciente. Informar todos os procedimentos que serão realizados é um sinal de respeito para um paciente leigo, pois tudo é novo e apavorante.

O fato de evitar comentários a respeito do procedimento ou do material que não está disponível ou ainda não chegou leva a uma demonstração de respeito com o paciente.

Cabe a nós, médicos anestesiologistas, além de zelar pela vida do paciente enquanto este está sendo operado, humanizar o atendimento anestésico, promovendo a dignidade humana e o respeito ao próximo.

A propósito: algum dos colegas já conheceu o centro cirúrgico pelo teto?! ■

* O autor é membro da Comissão de Educação Continuada da SBA

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22 | Anestesia em revista

BRASIL, UM GRANDE PAÍSPrecisamos de dois pilares urgentes – ética e credibilidade

• Desde o início da humanidade, o homem vive em sociedade e, com isso, desenvolveu a necessidade de estabelecer uma organização social relativamente definida para nortear as ações de cada indivíduo e da sociedade como um todo.

Podemos atribuir a essa organização ou maneira de agir o nome de costume e/ou cultura de um povo. Porém, nenhuma sociedade atual chamada de grande nação se faz sem um grande povo, e os pilares são a ética e a credibilidade, no entanto, é fácil verificar que o desejo obsessivo por obtenção, possessão e consumo da maior quantidade possível de bens materiais é o valor central na nova ordem estabelecida no mundo, em que o prestígio social é concedido para quem consegue esses bens. O sucesso material passou a ser sinônimo de sucesso social, e o êxito pessoal deve ser adquirido a qualquer custo. Prevalecem o desprezo ao tradicional, o culto à massificação e à mediocridade que não ameaçam e que permitem a manipulação fácil das pessoas.

A credibilidade é a característica da pessoa em quem se pode acreditar; que é confiável. Sem credibilidade não somos aceitos em lugar nenhum e em nenhuma situação. Um casamento não se sustenta sem credibilidade – não se mantêm clientes, funcionários não prosperam, não se obtém crédito ou empréstimo, tudo pode sofrer muito por falta de credibilidade.

Mas credibilidade não é coisa que se consiga de um instante para outro. Leva tempo. É lento. Exige paciência.

É uma conquista. Não depende só de propaganda, mas de atitudes corretas e confiáveis. Não basta sair falando que se é de confiança. Desenvolve-se minuto a minuto, dia após dia, consumindo meses, anos, às vezes décadas inteiras. Só se alcança a credibilidade através de atitudes repetidas e constantes de lisura e transparência, sem nunca parar. Dizer a verdade tem a ver diretamente com credibilidade. Mas isso é difícil!

O Dr. House – médico de uma série de TV americana – diz que todos mentem: “Everybody lies!” São quase infinitas as ocasiões em que o mais fácil é mentir. Causa a sensação de que estaremos protegendo algo ou nossa pele. O problema é que toda mentira vem à luz, um dia. E quando isso acontece, o que se perde? A credibilidade. Mesmo que doa; mesmo que transpareça uma desvantagem temporária, a verdade é a única garantia de conforto e paz no longo prazo. Aliás, este é o aspecto mais esquisito da credibilidade: leva-se uma vida inteira para conquistá-la, mas poucos segundos para perdê-la. E daí? Nada mais resta. Quem a perde tem de se esforçar cem ou mil vezes mais para reconquistá-la, correndo o trágico risco de não mais conseguir.

Para ter sucesso com base na credibilidade são necessários determinação, organização e treinamento em tudo que nos dispomos a fazer, da melhor forma possível, ou seja, como eu costumo dizer, não existe mulher meio grávida, ou ela está ou não está. Essa é minha forma de encarar a vida, sempre fazendo tudo com paixão, amor e dedicação, assim tornamos visíveis nossos valores, atitudes, ideias, emoções.

Aprendi com Rogers a atitude maravilhosa de quem gosta de aprender. O aprender dá sentido à vida, a todos os

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SBA ArtigosPor Tadeu Sampaio *

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momentos da vida, mesmo quando ela está no fim. Essa atitude de gostar de aprender não se improvisa. Vai se desenvolvendo ao longo da vida, com base em experiências positivas na infância, em casa e na escola. Se a escola incentiva a curiosidade, a descoberta, o aluno desenvolve o gosto por ler, por ir além do exigido, pesquisar por si mesmo e vai atrás de novos conhecimentos.

As atividades de maior credibilidade no Brasil são:

1 – Bombeiro – 98% no Brasil e 94% no mundo;

2 – Carteiro – 92% no Brasil e 82% no mundo;

3 – Professor dos ensinos médio e fundamental – 87% no Brasil e 84% no mundo;

3 – Médico – 87% no Brasil e 84% no mundo;

4 – Forças Armadas – 84% no Brasil e 81% no mundo;

5 – Organizações de proteção ao meio ambiente – 80% no Brasil e 62% no mundo;

5 – Pesquisador de mercado – 80% no Brasil e 55% no mundo;

6 – Jornalistas – 76% no Brasil e 41% no mundo;

7 – Publicitário – 71% no Brasil e 21% no mundo;

8 – Instituições religiosas – 70% no Brasil e 51% no mundo;

9 – Instituições de caridade – 68% no Brasil e 59% no mundo;

10 – Juíz – 67% no Brasil e 62% no mundo.

Pensar sobre a ética é contribuir para aumentar a reflexão sobre a ação humana, tornando-nos mais sensíveis e sensatos, porque ela nos aproxima da realidade e nos torna

mais conscientes das ações que praticamos em todos os espaços de nossa vida.

O homem é um ser no mundo, que só tem sua existência completa no encontro com outros homens, ou seja, todas as suas ações e decisões afetam as outras pessoas. Quando os valores e costumes estabelecidos numa determinada sociedade são bem aceitos (normas concretas, ideias próprias, sabedoria de um povo), não há muita necessidade de reflexão sobre eles. Mas quando surgem questionamentos sobre a validade de certos costumes ou valores consolidados pela prática, há a necessidade de fundamentá-los teoricamente ou, para os que discordam deles, criticá-los. Baseado nesses costumes e estabelecendo com eles uma relação de influência mútua temos, então, os chamados valores.

A ética é um caminho positivo a ser seguido, para a boa e salutar convivência social. Com base em uma pesquisa sobre a natureza do bem moral na busca de um princípio absoluto de conduta, surgiu, na Grécia Antiga, o ideal de ética. A palavra ética vem do grego ethos que, pronunciado com épsilon (o e longo) significa caráter do indivíduo e com eta (o e curto) significa costumes e tradições de um povo. Por isso, tem-se, hoje, uma discussão em torno da diferença entre moral e ética. Sócrates, o filósofo que aparece nos Diálogos, de Platão, usando o método da maiêutica (interrogar o interlocutor até que este chegue por si mesmo à verdade, sendo o filósofo uma espécie de “parteiro das ideias”), foi condenado a beber veneno. A acusação era de que ele seduzia a juventude, não honrava os deuses da cidade e desprezava as leis da polis (cidade-estado). Sócrates obedecia às leis, mas as questionava em seus diálogos, procurando fundamentar racionalmente sua validade.

Os profissionais, em geral, precisam ter sólida formação

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Sem credibilidade nós não somos aceitos em lugar algum.‘

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ética, olhar crítico, atualização, independência, talento, intuição, reflexão, educação e humildade para servir as pessoas, fazendo sempre o bem e afastando o mal de seu convívio. Pois a ética aqui comentada não surgiu apenas como adjetivo, mas em sua origem substantiva de transportar valores, normas de conduta ao exercício da vida. Ela não é sinônima da honestidade de um indivíduo, mas um conjunto de valores que deve ser seguido e debatido com sensatez. Por isso, sua prática exige humildade, sinceridade, força de vontade, liberdade. Desejar sempre fazer o bem é nossa bandeira, pensar na consequência do que se fala, contar a verdade com fundamentação, possuir impulso de orientador, mostrar coragem, ter disposição de admitir o próprio erro é primordial.

Diversos são os temas nos quais as reflexões éticas são relevantes, em razão da necessidade de se estabelecerem normas de conduta que garantam a harmonia dos homens entre si e destes com a natureza. Na reflexão grega daquela época, nesse campo, surgiu como uma pesquisa sobre a natureza do bem moral, na busca de um princípio absoluto da conduta. Cordão umbilical de muitas ideias éticas, como as duas formulações mais conhecidas: “nada em excesso” e “conhece-te a ti mesmo”. (O contexto em que tais ideias nasceram está ligado ao santuário de Deltos, do deus Apolo.)

O sábio não é, então, um cientista teórico, mas um homem virtuoso ou que busca a vida virtuosa e que assim consegue estabelecer, em sua vida, a ordem, a harmonia e o equilíbrio que todos desejam. A Dialética e a Virtude devem andar juntas, pois a dialética é o caminho da contemplação das ideias e a virtude é essa adequação da vida pessoal às ideias supremas. Ora, o que seria um homem virtuoso? É lógico que seria a imitação ou assimilação de Deus: aderir ao divino. No entanto, o

diálogo das Leis afirma que “Deus é a medida de todas as coisas”. E quais seriam as principais virtudes:

- Justiça (dike), a virtude geral, que ordena a harmoniza;

- Prudência ou sabedoria (frónesis ou sofia) é a virtude própria da alma racional;

- Fortaleza ou valor (andréia) é a que faz com que as paixões mais nobres predominem;

- Temperança (sofrosine) é a virtude da serenidade.

O homem tem seu ser no viver, no sentir e na razão. É essa última que caracteriza especificamente o homem. Para Sócrates, sua preocupação moral é expressa no lema “conhece-te a ti mesmo” (lema que não era teórico, mas prático, pois não buscava conhecimento puro, e sim sabedoria de vida). Para Adolfo Sánchez Vásquez, a moral é o conjunto de princípios e normas, ou regras, admitidas por determinada sociedade, e a ética seria a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Já para Leonardo Boff, que reúne as ideias que mais vêm ao encontro de nossas concepções, a ética é uma parte da filosofia que estabelece princípios e valores, que orientam pessoas e sociedades. Já a moral é o conjunto de costumes, hábitos e valores culturalmente estabelecidos na vida concreta dos indivíduos.

A bioética é o estudo das implicações morais despertadas pelas pesquisas científicas em medicina e biologia. Após a Segunda Guerra Mundial, a divulgação das atrocidades cometidas em prol do “progresso científico” demonstrou que, mais do que nunca, normas que guiassem esse progresso deveriam ser empregadas. Mais recentemente, a questão ambiental ganhou destaque e a bioética ressaltou que sem aplicação da sustentabilidade não há meios de se manter a biodiversidade e, com isso, o equilíbrio ambiental,

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fundamental para a manutenção da vida no planeta. No universo profissional é, também, imprescindível a adoção de padrões de conduta. Por isso, existem os códigos de ética profissional, que regularizam as ações dos trabalhadores, de modo que cada profissão tenha um ideal de bom comportamento para ser seguido.

No período clássico da filosofia grega (século V a.C.), os pensadores rejeitaram a tradição mítica ao admitir que os princípios morais resultam de convenções humanas. Para Platão, grande sistematizador desse período, os homens deveriam procurar a contemplação das ideias, principalmente da ideia do Bem, que é a mais importante. Por isso, ele defendia que o ideal buscado pelo homem deve ser a imitação de Deus, ou seja, aderir ao divino corresponde ao Sumo Bem e que, pelo fato de a vida prática se assemelhar muito à prática teórica, a distância entre as virtudes intelectuais e morais é pequena. Já para Aristóteles, sem um conjunto de bens definidos, não há felicidade. Ou seja, o homem não pode apenas viver, mas, sim, viver racionalmente, sempre em busca de bons hábitos, pois a virtude é uma espécie de segunda natureza adquirida pela razão livre.

O que há de comum no pensamento desses filósofos é a concepção de que a virtude resulta do trabalho reflexivo, da sabedoria, do controle racional dos desejos e das paixões, ou melhor explanando essas ideias, esta aliás deveria ser o principal. Com o Renascimento e o Iluminismo, foram acentuados outros aspectos da ética: o ideal seria viver de acordo com a própria liberdade pessoal. O homem racional, autônomo, autodeterminado, aquele que age segundo a razão e a liberdade. Para outros filósofos e pensadores, a noção ou o conceito de ética apresenta aspectos relacionados com o objeto de estudo e do tempo de cada um, motivo pelo qual o conceito de ética vem evoluindo ao longo do tempo.

O ideal ético para Hegel estava numa vida livre em um estado livre, um estado de direito que preservasse os direitos dos homens e lhes cobrasse seus deveres. Não se entende muito bem que uma geração deva ser sacrificada hoje pelas gerações futuras, e há quem diga que a justiça futura não compensará jamais a injustiça atual.

Vale ressaltar que um comportamento ético se realiza somente quando razão e emoção, corpo e alma, mente e coração se integram e se harmonizam, determinando as escolhas que revelam o caráter de cada um (Chalita, 2003). Portanto, uma pessoa é ética quando pensa e age de acordo com os valores morais. O caráter de uma pessoa é algo que está de acordo com seus princípios éticos e que pode ser adquirido e/ou modificado. Chamamos as disposições estáveis para agir bem de virtude, assim, o caráter está intimamente ligado às qualidades morais. A prudência, a amizade, a justiça, a fortaleza, a sinceridade, a honestidade, a disciplina consciente e a solidariedade, entre outras características, são exemplos de virtudes.

A bioética carrega em si implicações morais: aborto, eutanásia, clonagem terapêutica, pesquisas com células-tronco, desenvolvimento de espécies transgênicas e, mais recentemente, preocupação com o homem diante da crise ambiental e o dever dos profissionais envolvidos com tais questões são algumas das abordagens desse estudo. Outros especialistas definem ainda melhor o termo em questão: “União dos valores éticos e os fatos biológicos para a sobrevivência do ecossistema todo: a bioética tem a tarefa de ensinar como usar o conhecimento em âmbito científico-biológico” (Sgreccia, 1996). A questão do aborto continua longe de um consenso moral democrático – há os que defendem a autonomia da mulher em decidir o que fazer e aqueles que visam à preservação da vida humana acima de tudo, sendo estes também contrários à eutanásia.

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Preservasse os direitos dos homens e lhes cobrasse seus deveres. ‘

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Não existe polêmica só sobre a possibilidade de finalizar uma vida: o desenvolvimento da biotecnologia traz um novo horizonte para a manipulação de vidas – a fertilização in vitro, por exemplo, permite a criação de um novo ser sem que seja necessária a relação sexual; a produção de organismos geneticamente modificados leva a sociedade a pensar até que ponto a ciência traz vantagens para a vida das pessoas, já que nem os próprios cientistas têm, ainda, constatações seguras sobre os efeitos do uso de alimentos transgênicos em seres vivos; a clonagem terapêutica é defendida por aqueles que enxergam nela a possibilidade de cura de doenças, por meio do implante de células clonadas, mas é criticada pelos que veem no embrião gerado para o procedimento um ser vivo; esse é também um dos maiores dilemas das pesquisas com células-tronco, que, atualmente, ganharam destaque em razão do fato de ter entrado em vigor a Lei de Biossegurança Nacional, que estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização das pesquisas nessa área. No campo da medicina, uma gama de outros temas que incitam reflexões semelhantes poderia ainda ser discutida, porém, isso foge ao objetivo deste texto.

As relações humanas são sempre complexas, e isso não é diferente no âmbito profissional. Um dos aspectos relevantes diz respeito aos profissionais que devem ter um tratamento igualitário. É fato que isso não acontece na maioria das profissões, nas quais os subordinados são tratados como inferiores. Deve-se levar em conta sempre que todos merecem ser respeitados, embora a ética, às vezes, seja deixada de lado por questões puramente financeiras. É preciso compreender e aceitar que a vida e a medicina têm seus limites.

De minha parte, me prevaleço da publicidade escrita para, nesse aspecto, deixar meu testamento. Não quero morrer

em UTI, em uma cama fria de hospital, ligado a aparelhos e sob um agitado entreabrir de portas, burburinho, sussurros e passos apertados. Quero morrer em paz, em silêncio, em casa, ao lado de minha família. Oportuna é a observação da psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross, na obra Sobre a morte e o morrer: “Aqueles que tiverem a força e o amor para ficar ao lado de um paciente moribundo, com o silêncio que vai além das palavras, saberão que tal momento não é nem assustador nem doloroso, mas um cessar em paz do funcionamento do corpo. Observar a morte, em paz, de um ser humano, faz-nos lembrar uma estrela cadente. É uma entre milhões de luzes do céu imenso, que cintila ainda por um breve momento para desaparecer para sempre numa morte sem fim. Ser terapeuta de um paciente que agoniza é nos conscientizar da singularidade de cada indivíduo nesse oceano imenso da humanidade. É uma tomada de consciência de nossa finitude, de nosso limitado período de vida. Poucos entre nós vivem além dos 70 anos; ainda assim, nesse curto espaço de tempo, muitos entre nós criam e vivem uma biografia única, e nós mesmos tecemos a trama da história humana.”

Concluo com este resumo do filósofo e poeta Rabindranath Tagore, em Pássaros errantes: “A pequena verdade tem palavras que são claras; a grande verdade tem grande silêncio.” Por isso, é sempre bom ponderar sobre a ética, pois contribui para aumentar a reflexão sobre a ação humana, tornando-nos mais sensíveis e sensatos, porque ela nos aproxima da realidade e nos torna mais conscientes das ações que praticamos em qualquer espaço da vida. ■

*O autor é médico, especialista em ginecologia, obstetrícia, mastologia e ultrassonografia, em Belém, PA.

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Um médico no juizado criminal: todos temos direitos e deveres• É correto afirmar que em nossa efêmera existência, todos temos direitos e deveres, mas é fundamental respeitar os que nos ajudam, para que o próprio respeito gere a tranquilidade geral de que precisamos para uma convivência harmônica e frutífera.

Faz parte de minha rotina profissional acompanhar médicos para serem ouvidos em delegacias e em juizados especiais criminais. Frequentemente, os médicos são chamados para demonstrar que não erraram, e esquecemos que o infortúnio, o dano, a desgraça, a doença e a morte são componentes comuns e diários na vida de quem trabalha pela busca da saúde e do estado de melhora de seu semelhante.

Nas muitas vezes em que presenciei essa vivência, pude perceber o quanto é importante e preponderante o respeito. Respeitar o médico que lhe ajuda é promover a necessidade do autorrespeito. Em última análise, é pautar seu comportamento na direção de ser respeitado, pois aquele que respeita é o mesmo que o exige, provocando uma harmonia interpessoal e abrangente nas relações humanas.

Os motivos que levam profissionais probos a serem submetidos a oitivas e julgamentos perante as autoridades policiais e penais competentes, não raro, estão ligados a nossos aprisionamentos judaico-cristãos de culpa e pecado.

Está, atualmente, na moda os repórteres acompanharem o fato social, seguindo a polícia – inclusive com

aeronaves –, de tal sorte que interferem no trabalho policial. Mas o grande perigo é a busca desenfreada da manchete, sendo certo que a notícia, por si só, não é apelo suficiente para prender a atenção do ouvinte ou telespectador, gerando enorme luta por Ibope, pois os patrocinadores querem anunciar seus produtos nos programas que atinjam o maior número de pessoas, razão pela qual o exagero é premiado, esquecendo o sábio conselho de Gibran Kalil Gibran, quando ensina que “O exagero é a verdade que perdeu a calma”.

Uma vez li em Ânimo, livro de Lourival Lopes, que nosso comportamento para com nossos semelhantes deveria ser como a água: “...É como a água que, se bem empregada, produz limpeza e progresso; mas, se mantida inerte, é foco de doenças.” Assim, direitos e deveres devem ser exigidos de todos os atores dessa grande e linda ópera chamada vida e estar adstritos a eles. Médicos são pessoas respeitosas e que merecem nosso respeito.

A saúde do brasileiro está subsumida a uma grave situação, pois, se de um lado, nossa Constituição copiou o modelo inglês no sentido de determinar que saúde é dever do estado e direito de todos (art.196), de outro, criou a Saúde Suplementar, que transformou a saúde em um negócio, que, como tal, idolatra o lucro e amaldiçoa o custo. Essa dualidade tola e absolutamente divergente conta com um ator comum, qual seja, o médico.

No primeiro caso, ele nada define, apenas cumpre

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SBA ArtigosPor Antonio Ferreira Couto Filho *

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seu papel de funcionário público ou contratado e, no segundo caso, ele é parte do custo, sendo vigiado para não gastar além do mais absolutamente necessário. Portanto, sempre a população encontrará essa interface com o ser humano e pessoa do médico, o que nos leva a crer que o respeito é o único caminho seguro para médicos e pacientes.

Os casos de dolo ou de culpa, por razões óbvias, deverão ser excluídos dessa casuística aqui tratada, pois o erro é para ser reparado e a lei não tem faltado com a tutela protetiva e defensiva dos consumidores, já que a relação médico-paciente é tida, pelos juristas e julgadores, como relação de consumo. Aliás, exatamente por conta dessa dualidade tola e divergente de a saúde, no país, “pertencer” ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ao negócio privado.

Assim, autoridades policiais, repórteres, promotores, juízes, defensores públicos, advogados e pacientes, tratemos nossos médicos com o respeito que exigimos com que nos tratem e abandonemos a manchete geradora de pecúnia, pois todos nós precisamos do trabalho do médico respeitado, quer no SUS ou na saúde privada, pois nossa vida é conduzida rumo à doença e à morte. ■

*O autor é presidente da Comissão de Biodireito do Instituto de Advogados Brasileiros (IAB).

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O exagero é a verdade que perdeu a calma.‘

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• Com objetivo de otimizar a divulgação e o apoio a eventos promovidos por suas regionais, Centros de Ensino e Treinamento, associados e outros, evitando assim, atrasos na inserção destes em seu calendário científico, a Diretoria da Sociedade Brasileira de Anestesiologia está adotando as seguintes normas:

a) Toda solicitação deverá ser encaminhada à SBA pela regional do estado da federação onde o evento será realizado, com informação sobre seu aval.

b) As solicitações devem conter: programação científica com os nomes dos palestrantes e suas respectivas titulações, carga horária, público-alvo e informação sobre o registro na CNA.

c) Concedido o apoio, a SBA enviará, ao solicitante, a logomarca que deverá ser incluída em todo material promocional do evento.

Normas para a concessão de apoio e divulgação de eventos científicos nos órgãos de divulgação da SBA

d) Esses eventos serão incluídos no calendário científico da SBA.

e) Após a concessão de apoio, se o solicitante desejar a etiquetagem dos associados para a divulgação do evento, poderá obtê-la mediante assinatura de um termo de compromisso de utilização e reembolso de seu valor de custo.

f ) Quando solicitada apenas a divulgação de evento, esta compreenderá a inclusão do mesmo no calendário existente no portal da SBA. ■

Diretoria da SBA

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Hermila Guedes, Lúcia Arbex, Jorge Cerqueira, Teresa Maltez, José Abelardo Meneses, Marco Antônio Almeida, José Augusto da Costa e Luiz Carlos Borges

• Os conselheiros que compõem a nova diretoria do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (CREMEB) acabam de ser eleitos em sessão plenária. O conselheiro José Abelardo Meneses será o novo presidente do CREMEB, tendo como vice a conselheira Teresa Maltez e os conselheiros Jorge Cerqueira como primeiro secretário, Hermila Guedes como segunda secretária, Luiz Carlos Borges como tesoureiro, Marco Antônio Almeida como corregedor e José Augusto da Costa e Maria Lúcia Bonfim Arbex como primeiro vice-corregedor e segunda vice-corregedora, respectivamente.

As eleições contaram com a participação de 35 conselheiros, e a chapa única foi eleita com 91% dos votos. Os eleitos tomam posse no dia 31 de março, após as atividades do VII Seminário sobre Responsabilidade Médica, no Hotel Pestana, em Salvador. A gestão dura até o fim do mandato dos atuais conselheiros, em 30 de setembro de 2013.

Para o presidente eleito, o conselheiro José Abelardo, o apoio dos colegas reforça a integração entre os conselheiros e o reconhecimento do trabalho que vem sendo feito: “Agradeço a ampla manifestação de confiança dos conselheiros neste momento, assim como no momento da composição de nossa chapa. Aceitamos o desafio de dirigir o CREMEB nestes 30 meses de

Cremeb elegeu nova diretoria com participação de anestesistas

forma otimista, pois estamos certos de que com trabalho, dedicação, harmonia e superação certamente cumpriremos nosso dever de servir à medicina e à sociedade baiana”, declarou.

O conselheiro Jorge Cerqueira, que transferirá a função após duas gestões como presidente, está satisfeito com o resultado das eleições e com a passagem do cargo para seu atual vice. “O conselheiro Abelardo tem todos os títulos que o qualificam para exercer uma presidência digna e elevar ainda mais o conceito do CREMEB.” O conselheiro federal Jecé Brandão, que também faz

parte do CREMEB, aproveitou a ocasião para ressaltar o sucesso da gestão que se encerra em abril. “O conselheiro Jorge Cerqueira honrou a luta dos colegas que, desde 2001, assumiram e mantêm o compromisso de elevar o padrão do exercício da medicina no estado e defender os interesses da categoria”, relatou ao fim do pleito.

O Dr. Antônio Jesuíno dos Santos Netto, ex-conselheiro da casa, membro da Câmara Técnica de Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo e médico altamente participativo nas atividades do conselho, foi convidado para assistir ao processo eleitoral. ■ Fonte: Marla Barata - Ascom CREMEB

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• O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, esteve na sede da Associação Médica Brasileira na manhã de terça-feira, 1º de março, para anunciar a ampliação do número de vagas de residência médica no estado – de 4.848 para 5.051 vagas – e o aumento no valor da bolsa paga aos médicos residentes – de R$ 1.916 para R$ 2.338.

“É uma alegria muito grande vir à casa dos médicos brasileiros firmar esse aumento, pois nos causa preocupação saber que o número de escolas médicas está maior e que São Paulo recebe um quarto dos médicos residentes do país, mas as vagas de residência não acompanham esse processo. É preciso complementar a educação para podermos oferecer à população uma medicina segura e de qualidade”, disse.

O secretário estadual de Saúde, Giovanni Guido Cerri, também veio à entidade e anunciou que o acordo de educação médica continuada e de distribuição de diretrizes assinado entre a AMB e a Secretaria de Saúde, firmado em 2007, será renovado.

“Ao assinar esses decretos, o governo de São Paulo não só trabalha na qualificação dos médicos paulistas, mas mostra a importância que a saúde tem ao oferecer uma política de qualidade para quem precisa mais”, disse Cerri.

Alckmin assina, na AMB, ampliação de vagas e aumento na bolsa de residência em SP

“É uma satisfação recebê-los neste dia tão importante, em que vemos firmadas ações que beneficiam a valorização do médico e a saúde da população. Estamos celebrando a ampliação das opções de capacitação médica”, disse José Luiz Gomes do Amaral, presidente da AMB.

A mesa foi composta também por Edmund Baracat, diretor científico da AMB, e Linamara Battistella, secretária de Direitos da Pessoa com Deficiência. ■Fonte: AMB - Imprensa (11) 3178-6802 www.amb.org.br

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• Não faz sentido introduzir medicamentos no mercado nacional ou retirar dele sem ouvir os médicos que clinicam nas especialidades que os prescrevem. São eles os que têm contato direto com os usuários, conhecem suas necessidades, as limitações e a efetividade das diferentes alternativas terapêuticas, além de entender com clareza o lugar e as reais implicações das intervenções médicas.

O país acompanhou, com grande interesse, a discussão travada em torno da tentativa de retirada dos medicamentos voltados para o controle da obesidade do mercado nacional. A proposta partiu da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Baseou-se na decisão de agências estrangeiras e em pareceres técnicos internos, sem que fosse considerada a posição dos especialistas da área.

O processo desenvolveu-se em reunião em que foram apresentados os pontos de vista da agência, tendo sido concedido aos médicos espaço para expressão nos debates. Convidada para dele participar, a Associação Médica Brasileira (AMB) fez-se, naturalmente, representar pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Na ocasião, foi assinalado que o parecer da ANVISA discordava da diretriz para o tratamento farmacológico da obesidade adrede elaborada pela AMB/SBEM. Ficou evidente o desconforto criado pela omissão dos apresentadores, que desconsideraram a opinião dos especialistas da área.

Temos por óbvio que educação alimentar e atividade física regular são fundamentais no tratamento da obesidade.

Medicamentos e o controle da obesidade

Nem sempre, todavia, tais medidas são suficientes para a solução desse relevante problema. Em muitos casos, é preciso acrescentar medicamentos e até mesmo cirurgia. A AMB e a SBEM analisaram todas as evidências disponíveis na literatura médica sobre tratamento da obesidade e elaboraram diretrizes que servem para nortear a prática clínica nesse campo. Incluiu-se a avaliação de indicações, contraindicações, efetividade e eventos adversos dos fármacos existentes para esse fim. Esse material está disponível no site www.projetodiretrizes.org.br.

No Brasil, milhares de pessoas se beneficiam desses medicamentos; pacientes que têm de ser considerados em uma discussão de caráter nacional. O cuidado com as indicações, a fiscalização para impedir a dispensação sem prescrição e a repressão ao uso ilícito são algumas alternativas ao simples banimento indiscriminado desse conjunto de fármacos.

A AMB e a SBEM esperam que essa matéria volte a ser tratada com a devida atenção aos pacientes em tratamento e que sejam os médicos assim ouvidos. Que haja o mesmo olhar para os que cuidam das pessoas, os que zelam pela saúde das populações e os que garantem a segurança dos medicamentos. ■

O Dr. José Luiz Gomes do Amaral é presidente da Associação Médica Brasileira

O Dr. Ricardo M. R. Meirelles (foto) é presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

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SBA NotíciasPor Mario J. Conceição*

A Revista Brasileira de Anestesiologia é cadastrada no Thomson Reuters ISI

e respeitabilidade; para os autores que publicam em suas páginas, atribui importância e garante a visibilidade de seu trabalho na comunidade científica; já para os leitores, é a garantia de estarem lendo fonte de informação reconhecida internacionalmente e que assumiu compromissos rígidos na manutenção da qualidade daquilo que publica.

Nenhuma dessas indexações é vitalícia. A revista pode ser rebaixada, perdendo sua indexação, caso não venha a preencher os critérios exigidos. Por isso, o compromisso é permanente, sobretudo em se tratando de publicação do assim chamado terceiro mundo, porque publicações dessas regiões do planeta têm grande dificuldade em alcançar esse tipo de status. No cadastro Thomson Reuters ISI, a RBA é rara exceção. Vamos continuar lutando para mantê-la nesse nível, ampliando o alcance do que se produz no Brasil.

O empenho das diretorias da SBA na qualidade da Revista Brasileira de Anestesiologia advém de uma das missões da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA): a educação continuada de seus sócios. A revista é o principal órgão da SBA nessa missão. A cada dois meses, os sócios recebem uma publicação de qualidade, com informações clínicas, revisões e artigos científicos escritos, em sua maioria, por outros sócios dedicados a essa atividade e que contribuem para a discussão e a formação dos colegas em torno dos temas da anestesiologia. Autores de áreas afins também têm utilizado as páginas da RBA para divulgar seus trabalhos. Com os avanços conseguidos, poderemos também ter textos produzidos em outras partes do mundo, permitindo a discussão, em pé de igualdade, com colegas também do exterior. ■

*O autor é editor-chefe da RBA.

•A Revista Brasileira de Anestesiologia (RBA) avançou um pouco mais em direção à maturidade entre os periódicos científicos. Em data recente, recebemos a informação de que a revista foi indexada pela Thomson Reuters ISI e no ano que vem sairá pela primeira vez seu Fator de Impacto, ao lado de inúmeras outras publicações ao redor do planeta. Esse alvo foi alcançado graças aos esforços de outros editores e ao apoio inconteste das diretorias da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) a esse projeto.

O que vêm a ser o Thomson Reuters ISI e o Fator de Impacto

ISI é a sigla mais antiga para Institute of Science Information, atualmente conhecida como Thomson ISI. Anualmente, a instituição Thomson Reuters publica, na revista Journal Citation Reports, o Fator de Impacto utilizado mundialmente como parâmetro de avaliação da importância da produção científica. A instituição Thomson Reuters rastreia as publicações cadastradas em seu sistema e realiza uma forma de cálculo que resulta em um número denominado Fator de Impacto. Em resumo, esse número procura definir o número de vezes que artigos publicados nas revistas cadastradas foram citados por outros autores e entre elas. Quanto maior o número, maior é a importância da revista em sua área de publicação, indicando que ela é lida e utilizada como fonte de informação por outros autores.

Há muitos anos o Fator de Impacto é o principal índice bibliométrico utilizado em todo o mundo para atribuir importância a uma revista ou a um autor. O Fator de Impacto, ao lado de outro índice chamado de Índice H, é o instrumento mais pesquisado e estudado na cientometria internacional. Para a publicação, significa reconhecimento

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34 | Anestesia em revista

•Como efetuar sua inscrição?Encaminhar correspondência pelo correio (modelo no portal da SBA), com aviso de recebimento, com a indicação de qual prova deseja inscrever-se, juntamente com o comprovante de depósito do valor que corresponde à inscrição.

Endereço para envio da solicitação de inscrição: Rua Professor Alfredo Gomes, 36 - BotafogoCEP 22251-080 - Rio de Janeiro - RJ

Data-limite para a inscrição nos concursos:TEA – 16/5/2011;Dor, TSA escrita e TSA oral segundo semestre – 11/8/2011.

Dados necessários para o depósito:Valor integral para inscrições em todas as provas – R$ 428,00 (quatrocentos e vinte oito reais);Favorecido – Sociedade Brasileira de Anestesiologia (CNPJ: 33.748.831/0001-03);Banco Santander – 033 – agência: 3826; conta-corrente: 130004597.

Desconto especial para a prova TSA:Provas escrita e/ou oral – os membros ativos ou estrangeiros que efetuarem a inscrição para a prova escrita e/ou oral do concurso do TSA tendo concluído o CET até 31/12/2008 terão direito a desconto de 40% (quarenta por cento); em 2011, o valor com desconto é de R$ 256,80 (duzentos e cinquenta e seis reais e oitenta centavos);Os associados que se encontram fora desse período deverão pagar o valor integral da inscrição.

Informações importantes:

1- Antes de solicitar sua inscrição, confirme, no portal da SBA, os documentos necessários para evitar, assim, o envio de documentação incompleta.

2 - Não serão aceitas inscrições por fax ou e-mail.

3 - Caso até 15 dias depois do envio de sua solicitação não receba nenhuma comunicação da SBA, favor encaminhar a solicitação de confirmação de sua inscrição, acompanhada do aviso de recebimento emitido pelo correio, para comprovar a entrega de sua correspondência.

4 - Em hipótese alguma, haverá prorrogação de prazo para inscrição, assim sendo, não serão aceitas inscrições entregues ou postadas no correio fora do prazo.

5 - Caso necessite de mais esclarecimentos sobre o assunto, favor contatar a SBA (21 2537-8100), anotando o nome do funcionário que o atender.

6 - No dia da prova, serão exigidos, como identificação do candidato, a carta de confirmação da inscrição e o documento de identidade com foto atualizada. O candidato deverá estar munido de caneta preta ou azul.

7- Data das provas escritas: Prova TEA - dia 13/8/2011; Prova de Dor - dia 9/11/2011; Prova TSA - dia 10/11/2011.

8 - Provas orais:A distribuição dos dias para a realização das provas orais será efetuada pela ordem de recebimento e pelo protocolo das inscrições, assim sendo, antecipe sua inscrição.

Prova nacional para médicos em especialização em centros de ensino e treinamento:

10 de dezembro de 2011 – sábado;horário único: das 9h às 13h.

Prova obrigatória para médicos em especialização em CET/SBA - membros aspirantes da SBA:- os membros aspirantes deverão estar quites com a anuidade até a data de vencimento (30/4/2011);- data-limite para o pagamento da anuidade de membro aspirante com multa – 1/10/2011;- os membros aspirantes em situação irregular não poderão realizar a prova nacional.

Solicitação de realização de prova fora da regional na qual o ME se encontra cadastrado e horário especial por motivos religiosos deverão ser encaminhados para a secretaria da SBA, por escrito, pelo(a) responsável pelo CET, até 1/10/2011.

Mais informações, acesse o portal da SBA: www.sba.com.br.

Provas SBA

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Notícias | 35

• ELEIÇÕES DA DIRETORIA E DO CONSELHO FISCAL – SBADe 10/8/2011 a 10/9/2011:Período de inscrição das chapas para a eleição da Diretoria e do Conselho Fiscal.

10/8/2011:Convocação do associado regularizado para participar das eleições.

9/11/2011:Eleições da Diretoria e do Conselho Fiscal – limite para o recebimento de votos na caixa postal.

ASSEMBLEIA GERAL (AG)

12/8/2011:Convocação para a assembleia geral.

11/11/2011 – 11h30:Assembleia geral, eleição da Diretoria e do Conselho Fiscal e aprovação das contas.

11/11/2011:Limite para a regularização, com a SBA e a regional, dos membros ativos e remidos que queiram participar da assembleia geral.

ASSEMBLEIA DE REPRESENTANTES (AR)

12/8/2011:Envio à secretaria da SBA, pelas regionais, da listagem dos membros ativos quites com a regional, com ano de quitação e matrícula do associado, para cálculo do número de representantes da AR.

12/09/2011:Convocação para a assembleia de representantes.

12/9/2011:Limite para a regularização associativa dos membros ativos que poderão ser indicados por suas regionais como representantes e/ou suplentes.

12/9/2011:Limite de envio dos relatórios para o Boletim Agenda (diretoria, comissões, comitês, conselhos e RBA).

12/9/2011:Divulgação do número de representantes de cada regional para a assembleia de representantes.

10/11/2011 – até as 13h:Entrega à secretaria da SBA, no CBA, pelos presidentes das regionais, da lista de representantes e suplentes de suas regionais.

11/11/2011 – até as 11h:Disponibilização das credenciais dos representantes e suplentes para os presidentes das regionais.

11/11/2011 – às 13h:Sessão de instalação da AR.

11/11/2011 – às 13h:Devolução, à mesa da AR, da lista de representantes e suplentes, assinada por eles, para a liberação da bancada.

13/11/2011 – até as 17h:Disponibilização do material da AR para os presidentes, na secretaria da SBA, no CBA.

14/11/2011 – às 13h:Sessão de ordem do dia da AR.

REUNIÕES DA DIRETORIA COM OS PRESIDENTES DAS REGIONAIS (CONVIDADOS: COOPERATIVAS E FEBRACAN)

Às 9h – sábado.Jasb – 25/6/2011.JABC – 27/8/2011.

REUNIÕES DA COMISSÃO DE ENSINO E TREINAMENTO COM OS RESPONSÁVEIS PELO CET E MÉDICOS EM ESPECIALIZAÇÃO

Com os responsáveis – 8h, sábado.Com o ME – às 11h, sábado.Jasb – 25/6/2011.JABC – 27/8/2011.

REUNIÕES DA COMISSÃO DE TREINAMENTO E TERAPÊUTICA DA DOR COM OS RESPONSÁVEIS PELOS CENTROS CREDENCIADOS

Às 16h, sexta-feira.Jasb – 24/6/2011.JABC – 26/8/2011.

DIVERSOS

30/6/2011:Limite para o envio do relatório anual dos CET.

30/6/2011:Limite para a inscrição de trabalhos concorrentes ao prêmio Dr. José Carlos Ferraro Maia. ■

Atenção!

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36 | Anestesia em revista

Curso SAVA 05 e 06 de maio de 2011 Rio de Janeiro - RJ - 36ª Jaerj

XXXVI Jaerj - Jornada de Anestesiologia do Estado do Rio de Janeiro 06 e 07 de maio de 2011 Hotel Intercontinental - Rio de Janeiro - RJ

8º Congresso Paulista de Anestesiologia - COPA 26 a 29 de maio de 2011 São Paulo - SP

Euroanaesthesia 2011 11-14 de junho de 2011 Amsterdam - NL

45ª JASB - Jornada de Anestesiologia do Sudeste Brasileiro 23 a 25 de junho de 2011 Belo Horizonte - MG

IX Jalagipe 29 e 30 de julho de 2011 Aracaju - SE

II Jornada de atualização em anestesia e pós-operatório em transplante de órgãos 18 de agosto de 2011 São Paulo - SP

42ª JABC - Jornada de Anestesiologia do Brasil-Central 25 a 27 de agosto de 2011 Campo Grande - MS

Curso SAVA 26 e 27 de agosto de 2011 Belém - PA

Curso SAVA 07 e 08 de setembro de 2011 Porto de Galinhas - PE - 19ª Jaepe

XIX JAEPE – Jornada de Anestesiologia do Estado de Pernambuco 08 a 10 de setembro de 2011 Summerville Beach Resort em Porto de Galinhas - PE

Curso SAVA 17 a 18 de setembro de 2011 Goiânia - GO

Curso Via Aérea 23 de setembro de 2011 Salvador - BA – 24ª Jorba

24ª JORBA – Jornada Baiana de Anestesiologia 24 a 25 de setembro de 2011 Salvador - BA

Asa Annual Meeting 2011 15-19 de outubro de 2011 Chicago, IL - USA

XXXI Congresso Latinoamericano de Anestesiologia XVI Congresso Nacional de Anestesiologia XXV Assembleia Ordinaria de la CLASA 24 a 27 de outubro de 2011 Panamá

Curso SAVA 09 e 10 de novembro de 2011 Fortaleza - CE - 58º CBA

Curso Salve uma Vida 12 de novembro de 2011 Fortaleza - CE - 58º CBA

58º Congresso Brasileiro de Anestesiologia 10 a 14 de novembro de 2011 Fortaleza - CE

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SBA Calendário Científico

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Regionais e Cooperativas | 37

• Novas diretorias de regionais

SPA - Sociedade Paranaense de Anestesiologia Presidente: Ricardo Lopes da Silva Vice-presidente: Paulo Bayer Tuleski Primeiro Secretário: Fabiano Tadashi Shiohara Segundo Secretário: João Alberto Martins Rodrigues Primeiro Tesoureiro: Matheus Felipe Oliveira Salvalaggio Segundo Tesoureiro: Douglas Vendramin Diretora Científica: Maristela Bueno Lopes Vice-diretor Científico: Francisco Amaral Egydio de Carvalho .

SOMA - Sociedade Matogrossense de Anestesiologia Presidente: Ricardo Gonçalves Prado Vice-presidente: Kátia Gomes Bezerra de Oliveira Secretário Geral: Antônio Catauli dos Santos Secretário Geral: Victor Antonio Teixeira Alves Tesoureiro: Hudson Marcelo da Costa Tesoureiro: Pablo Grosh Diretor Científico: Victor Antonio Teixeira Alves Diretor Defesa Profissional: Jefferson Yoshinari Ferreira da Cruz Diretor de Eventos: Carlos Augusto Dias de Freitas Conselho Fiscal: Manoel Bom Despacho Arruda Jr. Conselho Fiscal: Clóvis Yoshiharu Aratani. ■

• Novas diretorias de cooperativas

COOPANEST-CE - Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Ceará

Diretor Presidente: Marcos’ Antônio Aragão de Macedo Diretor Tesoureiro: Francisco Alberto de Oliveira Júnior Dir. Rec. Méd. Hospitalares - Shirley Ulisses Paiva

Novas diretoriasCOOPANEST-GO - Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas de Goiás

Presidente: Getulivam Pinheiro de BelémVice-presidente: José Fernando Bastos FolgosiSecretário/Tesoureiro: Wagner Ricardo Soares de SáAdjuntos: Mário Namoniêr Gomes e Reinaldo Luis ArnostiConselho Fiscal – Efetivo: Ubiratã Monte Christo Ferreira, Maurício Ananias de Santana e José Gomes de BastosConselho Fiscal – Suplente: Fernando Machado de Araújo, Gelasio Lima Parreira e Jerônimo Luiz Ferrari Figueiredo

COOPANEST-PA - Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas no Estado do Pará

Presidente: Luis Paulo Araújo MesquitaDiretor Financeiro: Izabel Therezinha B.AlvarengaDiretor Superintendente: José Mariano de Melo Cavaleiro de MacedoConselheiro Vogal: Bruno Mendes Carmona, Maria Eda Gil Alves Vale e Mário Nazareth Chaves FáscioConselho Fiscal - Efetivo: Rosa Maria da Silva Beltrão, Cesar Collyer Carvalho e Marúcia Ferreira de SouzaConselho Fiscal - Suplente: Francisco Luiz de M.Cavalcante, Delmar Gonzalez Miralha Júnior e Bianca Abbade Brasil

COOPANEST-MT - Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas de Mato Grosso

Presidente: Wilmar de Souza PiresSecretário: Walter José Roberte BorgesTesoureiro: José Pinheiro Coelho Filho. ■

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SBA Regionais e Cooperativas

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SBA Regionais e CooperativasPor Wanusia do Nascimento Costa*

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• Sucesso total! Essas palavras resumem o resultado da XXXV Jornada Norte–Nordeste de Anestesiologia (JONNA), que ocorreu em Natal, no período de 17 a 19 de março do corrente ano.

Um grande evento que teve início com os acordes da orquestra sinfônica (brilhante apresentação), discorreu com palestras de alto nível e workshops extraordinários e encerrou sob um luar fantástico e apaixonante.

A XXXV edição da JONNA teve uma programação científica bastante atual e de alto nível. Reuniram-se profissionais de todos os cantos do Brasil e alguns internacionais, que participaram de discussões científicas com alto padrão de qualidade, com momentos sociais de total harmonia e relaxamento.

XXXV JONNA 2011 em Natal, RN O IV Fórum Norte–Nordeste de Cooperativismo e o Encontro Nacional dos Contadores de Cooperativas foram um grande sucesso. Sem falar da VII Jornada Norte–Nordeste de Dor (JONNADOR), que contou com o brilhantismo dos convidados e participantes.

Esse grande evento da anestesiologia Norte–Nordeste veio evidenciar a harmoniosa interação entre essas regionais, que o prestigiaram grandemente.

A Sociedade de Anestesiologia do Rio Grande do Norte (SAERN) se orgulha de ter realizado tão valoroso evento e agradece a todos que contribuíram, direta ou indiretamente, com o sucesso da jornada e aos que se fizeram presentes. ■

* A autora é presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado do Rio Grande do Norte

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SBA Regionais e CooperativasPor Jurandir Coan Turazzi*

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• Em abril de 2011, tivemos a realização da 46ª Jornada Sul-Brasileira de Anestesiologia e da VII Jornada Joinvilense de Anestesiologia, organizadas pela SAESC e pelo Serviço de Anestesiologia de Joinville (SAJ).

Anestesiologistas de vários estados do país, especialmente dos três estados do sul, prestigiaram os eventos. Foram mais de 400 participantes, entre convidados, congressistas e funcionários das empresas que atuaram da feira.

Na percepção da comissão organizadora, os eventos foram um sucesso. Já nas atividades pré-jornada houve a realização do curso SAVA, organizado e realizado pela SBA, por meio de seus instrutores. Após dois dias de intensas atividades teórico-práticas, 30 colegas foram aprovados em sua avaliação final. Parabéns a todos.

Paralelamente às jornadas, houve a realização do curso Abordagem da Via Aérea Difícil, no qual contamos com a presença de mais de 50 participantes. Esse curso teve a colaboração, como co-organizadora, da Unimed Joinville, que ofereceu a seus cooperados a oportunidade de participar de uma reciclagem de altíssimo nível.

A novidade deste ano foi o desenvolvimento de atividades relacionadas à informática voltadas para o médico anestesiologista, especificamente na plataforma Macintosh. Representantes da Apple puderam mostrar aos anestesiologistas os principais recursos disponíveis em equipamento, que vêm ganhando cada vez mais espaço no mercado.

O workshop Bloqueios Guiados por Ultrassom também atraiu vários colegas interessados em aprimorar seu conhecimento sobre esse tema, que tem sido apontado como um dos maiores avanços da anestesia regional nos últimos anos.

As atividades científicas, sobre temas variados, tiveram o esmero de renomados colegas, que apresentaram revisões aprofundadas do assunto mescladas com a transmissão de suas experiências diárias vividas em centros cirúrgicos e

46ª Josulbra em Joinville, SC laboratórios.

Gostaríamos de destacar dois temas: Qualidade em Anestesia e Utilização de Ecocardiografia Transesofágica em Cirurgias de Grande Porte. Sem dúvida alguma, são assuntos relevantes que vêm despertando, a cada dia, o interesse de mais anestesiologistas, preocupados em oferecer uma anestesia de elevada qualidade para fazer a diferença na abordagem do paciente cirúrgico.

Lembramos também que os participantes do evento puderam conquistar até 20 pontos no processo de acreditação na especialidade e mais 10 pontos na área de atuação.

Relevante também foi a participação da diretoria da SBA, de membros de comissões e dos presidentes de regionais nas atividades associativas da sociedade, que discutiram temas que afetam o exercício da especialidade nos diversos sistemas de saúde brasileiros, na formação de especialistas e na educação continuada.

Durante a abertura solene, foi apresentado o candidato à presidência da AMB, o Dr. Florentino Cardoso, que manifestou a intenção de continuar o trabalho realizado pelo atual presidente da AMB, Dr. José Luiz Gomes do Amaral, em prol da medicina brasileira.

A comissão organizadora aproveita a oportunidade para agradecer aos participantes, palestrantes, instrutores do SAVA e dos workshops de via aérea e ultrassom, à diretoria e aos membros de comissões da SBA, à funcionária Deize Silva, da SBA, que muito colaborou para a organização do SAVA, a todos os membros da SAESC, que atenderam ao convite da comissão para participar da organização do evento, e em especial aos sócios e às funcionárias do Serviço de Anestesiologia de Joinville, bem como a Sra. Luciane Silva o esforço e esmero na organização de mais essa jornada. ■* O autor é presidente da SBA, gestão 2008

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40 | Anestesia em revista

SBA Regionais e Cooperativas

• Programação

Quinta-feira, 23 de junho de 2011

SALA 1 8h|9h30 – MESA-REDONDADiferentes Abordagens na Avaliação e no Pré-operatórioPresidente: Mozart Ribeiro (MG)Moderador: Tolomeu Artur Assunção Casali (MG)8h|8h20 – Pelo Cardiologista – Henrique Patrus Mundim Pena (MG)8h20|8h40 – Pelo Pneumologista – Marco Antônio Soares Reis (MG)8h40|9h – Pelo Nefrologista – André Barreto Pereira (MG)9h|9h20 – Pelo Anestesiologista – Rogério Luiz da Rocha Videira (SP) 9h20|9h30 – Discussão

JASB 2011 – Abordagem integral e valorização da ética em busca de melhores resultados

9h40|10h – INTERVALO

10h|11h – DEBATE: PRÓS E CONTRASÉ Realmente Necessário Solicitar Exames Pré-operatórios no Paciente Hígido?Coordenador: Tolomeu Artur Assunção Casali (MG)10h|10h30 – Prós – Neuber Martins Fonseca (MG)10h30|11h – Contras – Márcia Rodrigues Neder Issa (MG)11h|11h10 – Discussão

11h15|12h – CONFERÊNCIAImportância do Controle Pré-operatório do Paciente com Doença EndócrinaPresidente: Sérgio Ricardo Botrel e Silva (MG)Palestrante: Leonel dos Santos Pereira (RJ)

12h|14h – INTERVALO PARA O ALMOÇO

14h|15h10 – MESA-REDONDA Exames Especializados e Planejamento AnestésicoPresidente: Adriano Neves de Almeida (MG)Moderadora: Márcia Rodrigues Neder Issa (MG)14h|14h20 – Teste Ergométrico e Ecocardiograma – Jaci Custódio Jorge (MG)14h20|14h40 – Cateterismo Cardíaco e Cintilografia – Alexandra Rezende Assad (RJ)14h40|15h – Provas de Função Pulmonar – Antônio Roberto Carraretto (ES)15h|15h10 – Discussão

15h10|15h30 – INTERVALO

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SBA Regionais e Cooperativas

15h30|16h15 – CONFERÊNCIAImportância do Termo de Consentimento Livre EsclarecidoPresidente: Eliane Cristina de Souza Soares (MG)Palestrante: André Lorenzon de Oliveira (MG)

16h20|17h30 – MESA-REDONDACritérios para Uso de HemoderivadosPresidente: Gustavo Márcio Silvino Assunção (MG)Moderador: Alexandre Almeida Guedes (MG)16h20|16h40 – Quando Transfundir Plasma e Crioprecipitado? – André Vinícius Campos Andrade (MG)16h40|17h – Quando Transfundir Plaquetas? – Eliana Cristina Murari Sudré (ES)17h|17h20 – Quando Transfundir Frações Sintéticas do Plasma? – Rogério Ferreira de Souza (MG)17h20|17h30 – Discussão

SALA 2

8h|9h30 – MESA-REDONDA Anestesia para Cirurgia Não Cardíaca no Paciente CardiopataPresidente: Giuliano Parreira de Oliveira (MG)Moderadora: Vera Coelho Teixeira (MG)8h|8h20 - Com Coronariopatia – Alexandre Slullitel (SP)8h20|8h40 – Com Valvulopatia – Marcos Rodrigues Furtado de Mendonça (SP)8h40|9h – Com Miocardiopatia Dilatada – Cassiano Franco Bernardes (ES)9h|9h20 – Usuário de Marca-passo – David Ferez (SP)9h20|9h30 – Discussão9h40|10h – INTERVALO

10h|11h – MESA-REDONDAAnestesia para Cirurgia CardíacaCoordenadora: Vera Coelho Teixeira (MG)Moderador: Jaci Custódio Jorge (MG)10h|10h20 – Pré-condicionamento – Maria Ângela Tardelli (SP)

10h20|10h40 – Revascularização Miocárdica sem CEC – Michelle Nacur Lorentz (MG)10h40|11h – Uso de Agonistas Alfa-2 – Marcos Rodrigues Furtado de Mendonça (SP)11h|11h10 – Discussão

11h15|12h – CONFERÊNCIAManejo da Coagulopatia Pós-CECPresidente: Jaci Custódio Jorge (MG)Palestrante: Luiz Antônio Vane (SP)

12h|14h – INTERVALO PARA O ALMOÇO

14h|15h10 – MESA-REDONDA Atualização em Anestesia PediátricaPresidente: Erick Freitas Curi (ES)Moderadora: Magda Lourenço Fernandes (MG)14h|14h20 – Hidratação Ideal para o Transoperatório – Paulo Antônio de Mattos Gouvea (ES)14h20|14h40 – Anestésicos e Alterações no Desenvolvimento do Sistema Nervoso – Júnio Rios Melo (MG)14h40|15h – Máscara Laríngea ou Tubo Traqueal? – Kléber Costa de Castro Pires (MG)15h|15h10 – Discussão

15h10|15h30 – INTERVALO

15h30|16h15 – CONFERÊNCIA Minimizando a Agitação de Crianças ao Despertar da AnestesiaPresidente: Paulo Antônio de Mattos Gouvea (ES)Palestrante: Erick Freitas Curi (ES)

16h20|17h30 – MESA-REDONDAAnestesia para Cirurgia Plástica: Evitando ComplicaçõesPresidente: Rodrigo de Lima e Souza (MG)Moderador: Juliano Rodrigues Gasparini (MG)16h20|16h40 – Lipoaspiração – José Roberto de Rezende Costa (MG)16h40|17h – Mamoplastia – Paulo Sérgio Gomes

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Lavinas (RJ)17h|17h20 – Dermolipectomia Pós-gastroplastia – Cassiano Bernardo Franco (ES)17h20|17h30 – Discussão

SALA 3

8h|9h30 – MESA-REDONDA Ética em AnestesiaPresidente: José Roberto de Rezende Costa (MG)Moderador: André Lorenzon de Oliveira (MG)8h|8h20 – Respeito com os Colegas – Alcebíades Vítor Leal Filho (MG)8h20|8h40 – Postura no Ambiente Cirúrgico – Michelle Nacur Lorentz (MG)8h40|9h – Relacionamento com Pacientes e Familiares – Luiz Bomfim Pereira da Cunha (RJ)9h|9h20 – A Idade como Limitação Profissional – Fábio Henrique Gregory (SP)9h20|9h30 – Discussão

9h40|10h – INTERVALO

10h|11h – PAINELDiagnóstico, Implicações e Tratamento de Condições que Afetam a Saúde do AnestesiologistaCoordenadora: Ana Maria Vilela Bastos Ferreira (MG)10h|10h20 – Drogadição – Luiz Bomfim Pereira da Cunha (RJ)10h20|10h40 – Burnout – Bárbara Silva Neves (MG)10h40|10h55 – Discussão

11h|15h10 – Planejamento Estratégico da FEBRACANCoordenador: Múcio Pereira Diniz (MG)Palestrante: Renato Couto (MG)

12h|14h – INTERVALO PARA O ALMOÇO

15h10|15h30 – INTERVALO

WORKSHOPS

1ª e 2ª TURMAS15h30|16h30 e 16h35|17h35 – Uso do Ultrassom em Anestesia – Roberto Araújo Ruzi (MG)

Sexta-feira, 24 de junho de 2011

SALA 1

8h|9h30 – MESA-REDONDA Avaliação Pré-anestésica em Pacientes SelecionadosPresidente: Emerson Seiberlich Rezende (MG)Moderador: Leandro Fellet Miranda Chaves (MG)8h|8h20 – Obesos – Carlos Eduardo Lopes Nunes (RJ)8h20|8h40 – Crianças – Paulo Antônio de Mattos Gouvêa (ES)8h40|9h – Idosos – Leonel dos Santos Pereira (RJ)9h|9h20 – Testemunhas de Jeová – Sérgio Ricardo Botrel e Silva (MG)9h20|9h30 – Discussão

9h40|10h – INTERVALO

10h|11h – PAINELCuidados Transoperatórios no Paciente com Síndrome da Apneia Obstrutiva do SonoCoordenador: André Vinícius Campos Andrade (MG)10h|10h30 – Crianças – Magda Lourenço Fernandes (MG)10h30|11h – Adultos – Eliana Cristina Murari Sudré (ES)11h|11h10 – Discussão

11h15|12h – CONFERÊNCIAUso Racional de Fármacos VasoativosPresidente: Giuliano Parreira de Oliveira (MG)Palestrante: Antônio Carlos Aguiar Brandão (MG)

12h|14h – INTERVALO PARA O ALMOÇO

14h|15h10 – MESA-REDONDAImplicações Anestésicas no Paciente em Uso de

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Medicações Presidente: Roberto Paolinelli de Castro (MG)Moderador: Alexandre Almeida Guedes (MG)14h|14h20 – Antidepressivos – Leandro Fellet Miranda Chaves (MG)14h20|14h40 – Anticonvulsivantes – Ayrton Bentes Teixeira (SP)14h40|15h – Antiarrítmicos – Giuliano Parreira de Oliveira (MG)15h|15h10 – Discussão

15h10|15h30 – INTERVALO

15h30|16h15 – CONFERÊNCIAFluidoterapia Intraoperatória: Qual É o Consenso?Presidente: Giuliano Parreira de Oliveira (MG)Palestrante: David Ferez (SP)

16h20|17h30 – MESA-REDONDAComplicações da Anestesia no Idoso: Podemos Prevenir? Presidente: Waldo Sapucaia Roland (MG)Moderadora: Eliane Cristina de Souza Soares (MG)16h20|16h40 – Insuficiência Respiratória – Antônio Roberto Carraretto (ES)16h40|17h – Insuficiência Renal – Américo Salgueiro Autran Neto (RJ)17h|17h20 – Disfunção Cognitiva – Pedro Paulo Tanaka (USA)17h20|17h30 – Discussão

SALA 28h|9h30 – MESA-REDONDA Bloqueios PeriféricosPresidente: Waldo Sapucaia Roland (MG)Moderador: Tarcísio de Melo Nogueira (MG)8h|8h20 – Ainda Há Lugar para os Neuroestimuladores? – Adilson Hamaji (SP)8h20|8h40 – Evidências a Favor do Ultrassom – Roberto Araujo Ruzi (MG)8h40|9h – BNP em Pediatria – Juliano Rodrigues Gasparini (MG)9h|9h20 – Complicações dos Bloqueios Periféricos –

Rodrigo de Lima e Souza (MG)9h20|9h30 – Discussão

9h40|10h – INTERVALO

10h|11h – PAINELVelhos Fármacos, Novos UsosCoordenador: Rodrigo de Lima e Souza (MG)10h|10h30 – Sulfato de Magnésio – Eduardo Lami Pereira (RJ)10h30|11h – Lidocaína – Paulo Sérgio Gomes Lavinas (RJ)11h|11h10 – Discussão

11h15|12h – CONFERÊNCIA O Papel Atual dos Processadores de Eletroencefalograma Presidente: Mozart Ribeiro (MG)Palestrante: Pedro Paulo Tanaka (USA)

12h|14h – INTERVALO PARA O ALMOÇO

14h|15h10 – MESA-REDONDA Top Five em Anestesia para TransplantesPresidente: Fábio Scalet Soeiro (SP)Moderador: Bruno Salomé de Morais (MG)14h|14h20 – Renal – Maria Angélica Abrão (RJ)14h20|14h40 – Hepático – Rodrigo Pereira Dias (RJ)14h40|15h – Pancreático – Enis Donizetti Silva (SP)15h|15h10 – Discussão

15h10|15h30 – INTERVALO

15h30|16h5 – CONFERÊNCIA Anestesia no Paciente Transplantado para Cirurgia Não TransplantePresidente: Bruno Salomé de Morais (MG)Palestrante: Enis Donizetti Silva (SP)

16h20|17h30 – MESA-REDONDA Métodos para Evitar a Transfusão de Hemocomponentes: Indicações e LimitaçõesPresidente: André Vinícius Campos Andrade (MG)Moderador: Rogério de Souza Ferreira (MG)

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44 | Anestesia em revista

16h20|16h40 – “Cell Saver” – Fábio Scalet Soeiro (SP)16h40|17h – “Transfusan” – Enis Donizetti Silva (SP)17h|17h20 – Uso de Eritropoetina – Luiz Antônio Vane (SP)17h20|17h30 – Discussão

SALA 38h|9h30 – MESA-REDONDABastidores da AnestesiaPresidente: Alcebíades Vitor Leal Filho (MG)Moderador: Antônio Roberto Carraretto (ES)8h|8h20 - Farmacoeconomia – Alexandre Slullitel (SP)8h20|8h40 – Farmacogenética – Antônio Vanderley Ortensi (SP)8h40|9h – Qualidade como Meta – Antônio da Silva Bastos Neto (SP)9h|9h20 – “Securitas Quae Sera Tamen” – Rogério Luiz da Rocha Videira (SP)9h20|9h30 – Discussão

9h40|10h – INTERVALO

10h|11h – PAINEL Anestesia para Procedimentos de Curta PermanênciaCoordenador: Adriano Bechara de Souza Hobaika (MG)10h|10h30 – Seleção de Pacientes – Emerson Seiberlich Rezende (MG)10h30|11h – Critérios de Alta – Renato Santiago Gomez (MG)11h|11h10 – Discussão

11h15|12h – CONFERÊNCIAAnestesia em Clínicas Especializadas: o Anestesiologista Propagando sua Imagem Além do Ambiente HospitalarPresidente: Renato Santiago Gomez (MG)Palestrante: Antônio da Silva Bastos Neto (SP)

12h|14h – INTERVALO PARA O ALMOÇO

14h|17h30 – CURSO DE CAPACITAÇÃO DE INSTRUTORES E RESPONSÁVEIS POR CETSAna Maria Menezes Caetano (PE)

Sábado, 25 de junho de 2011

SALA 1

8h|9h30 – MESA-REDONDA Cinco Desafios da AnestesiaPresidente: Adriano Bechara de Souza Hobaika (MG)Moderador: Marcos Guilherme Cunha Cruvinel (MG)8h|8h20 – Para Cirurgia Otorrinolaringológica – Tarcísio de Melo Nogueira (MG)8h20|8h40 – Para Cirurgia Oftalmológica – Américo Salgueiro Autran Neto (RJ)8h40|9h – Para Cirurgia Ortopédica – Adilson Hamaji (SP)9h|9h20 – Para Cirurgia Urológica – Erick Freitas Curi (ES)9h20|9h30 – Discussão

9h40|10h – INTERVALO

10h|11h – PAINELRevendo ConceitosCoordenador: Vinícius Pereira de Souza (MG)10h|10h30 – Tromboprofilaxia Cirúrgica: Como e Quando – Tolomeu Artur Assunção Casali (MG)10h30|11h – Reversão do Bloqueio Neuromuscular – Maria Ângela Tardelli (SP)11h|11h10 – Discussão

11h15|12h – CONFERÊNCIAAnestesia Regional Associada à Anestesia Geral: Aumento de Risco ou Melhora do Resultado?Presidente: José Roberto de Rezende Costa (MG)Palestrante: Marcos Guilherme Cunha Cruvinel (MG)

12h|14h – INTERVALO PARA O ALMOÇO

14h|15h10 – MESA-REDONDAA Anestesia como Fator Determinante do PrognósticoPresidente: Tarcísio de Melo Nogueira (MG)Moderadora: Vera Coelho Teixeira (MG)14h|14h20 – Cirurgia Ginecológica – Ana Cristina

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Pinho Mendes Pereira (RJ) 14h20|14h40 – Cirurgia Bariátrica – Carlos Eduardo Lopes Nunes (RJ)14h40|15h – Cirurgia Neurológica – Antônio Carlos Aguiar Brandão (MG)15h|15h15 – Discussão15h15|15h30 – INTERVALO

15h30|16h15 – CONFERÊNCIAAvaliação Pós-operatória: Por Que É Importante?Presidente: Adriano Neves de Almeida (MG)Palestrante: Fábio Henrique Gregory (SP)

16h20|17h30 – MESA-REDONDAO Que Mudou no Novo Guidelines da AHA?Presidente: André Vinícius Campos Andrade (MG)Moderadora: Eliane Cristina de Souza Soares (MG)16h20|16h40 – Paciente Adulto – David Ferez (SP)16h40|17h – Gestantes – Mônica Maria Siaulys Capel Cardoso (SP) 17h|17h20 – Crianças – Maria Angélica Abrão (RJ)17h20|17h30 – Discussão

SALA 2 8h|9h30 – MESA-REDONDA Atualização e Controvérsias em NeuroanestesiaPresidente: Marcos Rodrigues Furtado de Mendonça (SP)Moderadora: Helena Queiroz Costa (MG)8h|8h20 – Cirurgia com Uso de Potencial Evocado – Ayrton Bentes Teixeira (SP)8h20|8h40 – Craniotomia com o Paciente Acordado – Ronaldo Contreiras de Oliveira Vinagre (RJ)8h40|9h – Manitol versus Solução Salina Hipertônica – Walkíria Wingester Villas Boas (MG)9h|9h20 – Quando não Extubar na Sala de Cirurgia? – Alexandra Rezende Assad (RJ)9h20|9h30 – Discussão

9h40|10h – INTERVALO

10h|11h – MESA-REDONDA Anestesia no Paciente com Doença Neurológica

Presidente: Rodrigo de Lima e Souza (MG)Moderadora: Walkíria Wingester Villas Boas (MG)10h|10h20 – Miastenia Grave – Alexandre Almeida Guedes (MG)10h20|10h40 – Doença de Parkinson – Adriano Bechara de Souza Hobaika (MG)10h40|11h – Doença Desmielinizante – Helena Queiroz Costa (MG)11h|11h10 – Discussão

11h15|12h – CONFERÊNCIA Anestesia para Neurorradiologia IntervencionistaPresidente: Vera Coelho Teixeira (MG)Palestrante: Ronaldo Contreiras de Oliveira Vinagre (RJ)

12h|14h – INTERVALO PARA O ALMOÇO

14h|15h10 – MESA-REDONDA Analgesia de Parto Presidente: Adriano Bechara de Souza Hobaika (MG)Moderador: Vinícius Pereira de Souza (MG)14h|14h20 – Raquianalgesia – Leandro Fellet Miranda Chaves (MG)14h20|14h40 – Analgesia com Remifentanil – Eliane Cristina de Souza Soares (MG)14h40|15h – Técnicas Combinadas – Marcelo Luís Abramides Torres (SP)15h|15h20 – Peridural: O Que Há de Novo em uma Velha Técnica? – Mônica Maria Siaulys Capel Cardoso (SP)15h20|15h30 – Discussão

15h30|15h45 – INTERVALO

15h45|16h30 – CONFERÊNCIA Anestesia para Cesariana de Urgência: Implicações Técnicas e ÉticasPresidente: Vinícius Pereira de Souza (MG)Palestrante: Marcelo Luís Abramides Torres (SP)

16h35|16h55 – PAINELAnestesia para Procedimentos Fora do Centro

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46 | Anestesia em revista

CirúrgicoCoordenador: Adriano Neves de Almeida (MG)16h35|16h55 – Desafios Técnicos – Núbia Campos Faria Isoni (MG)16h55|17h15 – Aspectos Legais – Neuber Martins Fonseca (MG)17h15|17h30 – Discussão

SALA 3

8h|9h30 – MESA-REDONDA Controle da Dor Pós-operatória Presidente: Bárbara Silva Neves (MG)Moderador: Júnio Rios Melo (MG)8h|8h20 – Opioides Venosos São a Primeira Escolha? – Gustavo Márcio Silvino Assunção (MG)8h20|8h40 – Quando Evitar os AINES – Waldo Sapucaia Roland (MG)8h40|9h – Risco-Benefício dos Opioides no Neuroeixo – Roberto Paolinelli de Castro (MG)9h|9h20 – Uso da Acupuntura – Antônio Vanderley Ortensi (SP)9h20|9h30 – Discussão

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10h|11h – MESA-REDONDACuidados IntensivosPresidente: Gustavo Márcio Silvino Assunção (MG)Moderador: Rogério de Souza Ferreira (MG)10h|10h20 – Monitorização Hemodinâmica no Paciente Séptico – Rodrigo Pereira Dias (RJ)10h20|10h40 – Importância dos Marcadores de Perfusão Tecidual no Paciente Crítico – Eduardo Lami Pereira (RJ)10h40|11h – Cuidados Intensivos com o Doador Cadáver – Bruno Salomé de Morais (MG)11h|11h10 – Discussão

11h10|12h – CONFERÊNCIAPolíticas de Saúde e Remuneração MédicaPresidente: Múcio Pereira Diniz (MG)Palestrante: Lucas Araújo Soares (MG)

12h|14h – INTERVALO PARA O ALMOÇO14h|15h30 – WORKSHOPS 14h|15h10 – Anestesia para OftalmologiaAna Maria Vilela Bastos Ferreira (MG)Flávia Quintão Silva Belém (MG)

15h10|15h30 – INTERVALO

15h30|16h40 – Anestesia para OftalmologiaAna Maria Vilela Bastos Ferreira (MG)Flávia Quintão Silva Belém (MG)

16h50|17h30 – TEMAS LIVRES ORAIS ■

Vista da Lagoa da Pampulha

Museu Artes Oficios

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Opinião | 47

• Universalizar o alcance dos serviços básicos de saúde e melhorar sua qualidade, assegurando o acesso a todos e humanizando o atendimento, são preocupações preponderantes em nosso governo.

Buscamos dar respostas efetivas às pressões advindas, por exemplo, da acelerada urbanização e do envelhecimento da população, com a garantia de acesso aos serviços de saúde e com ênfase na prevenção e na promoção da qualidade de vida.

Agimos de forma integrada, com a certeza de que a elevação da qualidade de vida do cidadão decorre de um conjunto de ações sistemáticas que visam contemplar todos os aspectos da prestação do serviço público. Já investimos anteriormente no saneamento básico e continuaremos a fazê-lo, que é premissa para garantir saúde ao cidadão. A consolidação dos direitos básicos deve, necessariamente, vir acompanhada de significativa melhora nos serviços e no sistema de atendimento direto ao cidadão.

É interesse de nosso governo firmar parcerias para melhorar a prestação de serviços na área de saúde, sobretudo para a parcela mais carente dos goianos. É também um item que sempre aparece nas primeiras colocações das pesquisas nacionais sobre as prioridades da população. Nesse sentido, foi muito proveitoso o encontro que mantive recentemente com médicos goianos membros da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), que me repassaram sugestões interessantes para parcerias em projetos de reanimação e dor.

Tenho muito interesse em implantar os projetos Goiás sem Dor, Suporte Básico à Vida e Suporte Avançado à Vida,

Goiás quer parceria com a SBA que me foram apresentados durante reunião com a Dra. Nádia Duarte, presidente da SBA, o Dr. José Luiz Gomes do Amaral, presidente da Associação Médica Brasileira e Mundial (AMB), e médicos anestesiologistas goianos.

Solicitei ao secretário de Saúde, Dr. Antônio Faleiros, que aprofunde o contato com esses importantes projetos para que sejam desenvolvidos na rede de atendimento de saúde do estado de Goiás. Pelo que sei, e isso é interessante, eles aproveitariam a estrutura que já temos, estabelecida e em funcionamento, do Programa Saúde da Família, com treinamento dos agentes para que coloquem em prática os preceitos desses projetos, levando-os até as pessoas atendidas por eles.

O Projeto de Reanimação Cardiopulmonar criará multiplicadores entre os alunos do último período do ensino fundamental, e acredito que os custos seriam mínimos em relação aos importantes resultados que traria, além da virtude de estar qualificando ainda mais o aprendizado de nossos jovens.

Estou convicto de que, com esses projetos em funcionamento, teremos significativo ganho na qualidade de vida da população. Some-se a isso o fato, que não tem preço, de que conseguiremos, assim, poupar inúmeras vidas, com um prestativo atendimento de reanimação.

Buscamos implantar em Goiás uma mentalidade virtuosa de administrar saúde de maneira moderna e profissional, investindo na formação e valorização dos profissionais, fazendo parcerias e aproveitando bons projetos como esses, de fácil aplicação e grande retorno. ■

*O autor é governador de Goiás.

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SBA OpiniãoPor Marconi Perillo*

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48 | Anestesia em revista

Relato de um sobrevivente• Bom, aqui estou eu, vivo e saudável graças a meu bom Deus que, com toda a certeza deste mundo, estava a meu lado, ou melhor, estava comigo em seus braços, junto com meus anjos da guarda, todos responsáveis por eu estar aqui, agora, escrevendo esta história.Estava internado para expelir uns cálculos do ureter, quando um auxiliar de enfermagem colocou uma solução de 50 ml de soro fisiológico com uma medicação chamada Nexium, que serviria para proteger o estômago. Não era o Nexium que estava ali dentro. Naquele momento começaria a pior experiência pela qual passei em toda a vida, a de morrer, de saber que ia morrer sem nada poder fazer, de saber do que estava morrendo e não poder avisar a meus anjos que me socorriam, de morrer tão jovem e cheio de sonhos...Uma sucessão de erros iniciados na farmácia – que liberou uma droga de uso restrito em centro cirúrgico para um andar de enfermaria –, passando pela diluição de um medicamento sem conferência pela enfermagem, culminou na administração de uma droga chamada Nimbium na veia. O Nimbium é um relaxante muscular derivado do curare usado em anestesia geral para paralisar os músculos, que promove um relaxamento muscular adequado à realização de cirurgias. Portanto, quando administrada sozinha, essa droga produz paralisia de todos os músculos do corpo, inclusive os responsáveis pela respiração, mantendo a pessoa imobilizada, porém consciente de tudo.Agora vocês podem imaginar o que eu, anestesiologista, conhecedor profundo dos efeitos dessa droga, senti: vi minha vida indo embora, sem forças para respirar, sem forças para alertar meus anjos que, ainda atônitos, ministravam os primeiros socorros de suporte à vida, sem ter a menor ideia do que havia acontecido. Com toda a minha força e alegria de viver, lutei contra essa droga, que, por alguns segundos, me venceu. Foi graças a uma máscara e a um ambu salvador, que demoraram a chegar porque o carrinho com o equipamento de ressuscitação do hospital estava com as rodas quebradas e se desprendendo, que ressurgi respirando por força das “ambuzadas” protetoras do colega anestesista que estava

próximo, um amigo, pai, irmão, companheiro de trabalho que lutava para me salvar. Pude juntar todas as minhas forças porque a administração da droga foi interrompida em razão da “presença de espírito” de um colega que estava a meu lado, o que permitiu que apenas uma pequena quantidade tenha realmente entrado em minha veia. Consegui, então, verbalizar, com muito esforço, a meus outros dois anjos a palavra: “Curare... foi curare...” e, dessa forma, receber o tratamento definitivo.Mas o que aconteceu? O que levou a tantos enganos? O que pode levar um funcionário da farmácia a liberar uma medicação errada? O que pode levar uma farmacêutica a permitir que isso ocorra? O que levou um auxiliar de enfermagem experiente a diluir e administrar uma droga errada? Muitos me perguntam o que vou fazer, outros me afirmam “você vai processar, né?”, porém, o que realmente vou fazer, com o tempo, todos saberão. Todavia, eu, que sempre lutei pela ética, pela boa prática médica, pela lisura em todos os campos da vida, que critiquei os que se omitiram por covardia, que sempre levei o lema “não me assustam os gritos dos homens maus, mas, sim, o silêncio dos homens de bem”, não posso me calar, tenho que lutar e exigir mudanças. Não é possível administrar uma medicação e simplesmente dar as costas para o paciente. Por que o enfermeiro não leva a prescrição até o quarto, não a lê para o paciente e prepara a diluição na frente dele? Isso não aumentaria a segurança? Não seria isso excelência hospitalar? De uma coisa tenho certeza, mudanças profundas precisam ocorrer, porque o que aconteceu comigo não pode acontecer mais. A medicina e a assistência ao paciente precisam da reformulação profunda de seus conceitos, visando à maior atenção a quem de direito: pacientes e profissionais de saúde, em detrimento do lucro e da papelada burocrática.Encerro aqui muito feliz por estar vivo e bem, agradecendo a Deus por tudo em minha vida e a todos os meus amigos e parentes por fazerem parte de minha vida.Eu amo todos vocês. ■*O autor é médico anestesista

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SBA OpiniãoPor Eduardo Raia *

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Prata da Casa | 49

• Os associados da SBA agora podem contar com um novo espaço para mostrar seu talento fora da área médica.

Um belo texto ou uma imagem espetacular podem muito bem, serem produzidos pelo médico que está no consultório ao lado. Os anos de dedicação e estudo que a medicina exige, muitas vezes podem encobrir um lado artístico, criativo e interessante.

Ter um hobby é uma porta para mostrar um talento, muitas vezes, escondido pela correria do dia a dia e a dura rotina das consultas, emergências e atendimentos nos consultórios médicos e hospitais.

Estas atividades são praticadas por interesse e prazer, ao invés de recompensa financeira. Muitos exemplos incluem atividades criativas e artísticas, tais como, fotografia, poesia, artesanato e pintura. Engajar-se em um hobby pode levar à aquisição substancial de conhecimento, habilidade e experiência. No entanto, a realização pessoal é o objetivo.

A coluna PRATA DA CASA estréia nessa edição com o objetivo de incentivar e divulgar a veia artística dos associados que poderão participar enviando fotografias e textos de sua autoria.

A cada edição será publicada uma obra, e nesta edição, trazemos o Dr. José Paulo Drummond que desde 1957 atua como escritor, já tendo publicado 3 livros de poesia e mais de 60 poemas. ■

Coluna Prata da Casa Hospital **

Por Dr. José Paulo Drummond *

Tuas paredes guardam, estampados,Últimos gestos, rostos moribundos,

Ecoam em teus salões suspiros fundos,Junto aos soluços mais espedaçados.

Teu teto acolhe corpos mutilados,O pranto e o sangue, no teu chão fecundo,

Desenham rosas-chagas e profundosSulcos de dor, aos poucos apagados.

Mas, outras vezes, és também abrigo,Lugar de encontro dos desesperados,A voz, o gesto, o olhar, o riso amigo.

E entre a frieza dos espaços teus,Entre gemidos, gritos sufocados,

Perpassa, quente, o hálito de Deus.

**Primeiro lugar no Concurso Literário da Associação Médica Brasileira, 1995.

*Sócio da SBA, TSA, livre-docente e professor adjunto concursado pela UFRJ; autor do livro, entre outros, Dor: o que todo médico deve saber, anestesiologista/clínico de dor do Hospital Regional de S. José, Florianópolis/SC.

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SBA Prata da Casa

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50 | Anestesia em revista

• Alunos e professores da escola Bolshoi deixaram as sapatilhas de lado no último dia 15 durante a realização da 46a Jornada Sul-Brasileira de Anestesiologia ( JOSULBRA), em Joinvile, para participar do curso Salve uma Vida, oferecido pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia.

O curso Salve uma Vida integra o Núcleo SBA Vida, do Programa de Responsabilidade Social da SBA. Coordenado pelo Dr. Márcio Pinho, é dirigido à população como treinamento de prevenção e atendimento emergencial no caso de uma parada cardiorrespiratória. A experiência em Joinvile marcou a aula inaugural do projeto e foi um sucesso, com 110 participantes. Esse foi o primeiro de uma série prevista para todo o país.

“O curso oferece às pessoas os conhecimentos necessários para atender um caso de parada respiratória enquanto a emergência médica não chega. A primeira providência, obviamente, é chamar a assistência médica e, em seguida, aplicar uma sequência de 30

SBA e Bolshoi realizam encontro inusitado para salvar vidas

compressões no peito, fechar o nariz, erguer o queixo e fazer a respiração duas vezes. Essa prática tem que ser repetida cinco vezes para surtir efeito. Mas para aplicá-la corretamente, é bom que se faça o curso”, explica o Dr. Márcio.

A proposta de oferecer esse curso à população surgiu depois que os dirigentes da SBA perceberam que a

sociedade, de maneira geral, não dispõe de informações sobre procedimentos simples mas que podem salvar vidas. A iniciativa de convidar os alunos do Bolshoi partiu da equipe organizadora da 46a JOSULBRA, que reuniu mais de 350 médicos dos três estados do sul do país.

Depois do curso, os participantes voltaram às sapatilhas e ao plié prontos para atender a qualquer eventualidade, munidos com a delicadeza do balé e os conhecimentos ministrados pela equipe da SBA. ■

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SBA Responsabilidade Social

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•DO PRÊMIOPromovido pelos Laboratórios Pfizer Ltda. (“Pfizer”), em parceria com a Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), o Prêmio “Incentivo ao Estudo da Dor Pós-Operatória”, é aberto a todos os médicos anestesiologistas, associados da SBA, que queiram inscrever um ou mais trabalhos técnico científicos, retrospectivos ou prospectivos, que tenham como foco a analgesia pós-operatória em adultos, com a utilização dos AINEs tradicionais versus inibidores da COX-2, ambos de apresentação parenteral.

DOS OBJETIVOS1) Incentivar o estudo da dor pós-operatória em adultos pelo médico anestesiologista;2) Estimular a divulgação do impacto da dor não tratada e a importância do suporte adequado para seu melhor controle;3) Permitir o intercâmbio de boas práticas dirigidas à analgesia entre os diversos centros de ensino e pesquisa do Brasil.

DOS AUTORESO autor principal deverá ser médico anestesiologista, pertencente ao quadro de associados da SBA. Os demais autores, se forem anestesiologistas, também deverão ser associados da SBA.

DO CRONOGRAMA- Início da divulgação do prêmio: Fevereiro/11- Início das inscrições (submissão de projetos): 01/Abril/2011- Final das inscrições: 30/Setembro/2011- Análise da comissão julgadora: Outubro/2011- Divulgação dos vencedores: De 10 a 14 de Novembro/2011, durante o CBA 2011

DO TEMASerão aceitos trabalhos técnico-científicos retrospectivos ou prospectivos em pacientes adultos submetidos a procedimentos cirúrgicos, com a utilização endovenosa de antiinflamatórios/analgésicos, sendo necessária a utilização de um COX2 versus AINE tradicional. O desenho de estudo e objetivos de avaliação é de decisão do investigador.Os trabalhos deverão ser inéditos e escritos em língua portuguesa, de acordo com o formato definido nas “Normas aos Autores” pela Revista Brasileira de Anestesiologia(http://www.sba.com.br/revista/normas.asp).Poderão ser inscritos somente trabalhos de natureza clínica sobre o assunto em questão.Não serão aceitas teses, mas poderão concorrer trabalhos que constituam assunto de tese.

DA APRESENTAÇÃO DOS TRABALHOSOs trabalhos deverão ser encaminhados à Secretaria da SBA, na Rua Professor Alfredo Gomes, 36 - Botafogo, Rio de Janeiro/RJ, CEP: 22.251-080, em apenas uma via, contendo as seguintes informações apenas na página de apresentação: nome(s) do(s) autor(es), indicação do local onde foi realizado e autor principal com e-mail e endereço físico para correspondência.Os trabalhos concorrentes ao Prêmio deverão chegar à Secretaria da SBA, até o dia 30/09/2011, por via postal com aviso de recebimento ou em mãos, e os mesmos não serão devolvidos aos autores.Uma vez recebidos, os trabalhos serão datados, carimbados, rubricados e codificados pela Secretaria da SBA, que os guardará em local sigiloso até o final do prazo de inscrição.No prazo de uma semana do recebimento do trabalho concorrente, a Secretaria da SBA emitirá resposta por via eletrônica ao autor principal, acusando recebimento e confirmando (ou não) a inscrição do trabalho. No caso de rejeição, será informado o motivo.Terminado o prazo de inscrição, todos os trabalhos aceitos

serão encaminhados conjuntamente, pela Secretaria da SBA, a cada um dos membros da Comissão Julgadora, apenas com a codificação, sem identificação dos autores.

DA COMISSÃO JULGADORAA comissão julgadora será formada por quatro anestesiologistas indicados pela Diretoria da Sociedade Brasileira de Anestesiologia SBA, sendo um Presidente e os demais Membros.Serão selecionados 03 (três) trabalhos vencedores, e dentre estes serão elencados o 1°, 2° e 3° colocados.A comissão julgadora, através do seu

Presidente, encaminhará o resultado da premiação à Secretaria da SBA até o dia 31/10/2011.

DA DIVULGAÇÃO DO RESULTADOApós o recebimento do resultado, enviado pela comissão julgadora, a secretaria da SBA procederá de imediato a divulgação aos autores e à Pfizer.Todas as demais providências no sentido de efetivar a entrega da premiação aos autores serão de responsabilidade da Pfizer.

DA PREMIAÇÃOOs Prêmios serão entregues pela Pfizer, ao autor principal de cada um dos trabalhos vencedores, com a participação da Diretoria da SBA, em cerimônia a ser realizada na sede da SBA, no dia 09/12/2011.Na cerimônia de premiação, o autor principal de cada um dos trabalhos vencedores fará a apresentação em multimídia do seu trabalho, no tempo máximo de 10 (dez) minutos.O autor principal de cada um dos trabalhos vencedores receberá o seguinte prêmio:- 1º colocado - inscrição, passagem e hospedagem para o ASA Annual Meeting - 13 a 17 de Outubro de 2012 - Washington, DC - EUA.- 2º colocado - inscrição, passagem e hospedagem para o 15th World Congress of Anaesthesiologists - 25 a 30 de Março de 2012 - Buenos Aires - Argentina.- 3º colocado - inscrição, passagem e hospedagem para o 59º Congresso Brasileiro de Anestesiologia - Novembro de 2012 - Belo Horizonte/MG.

CONSIDERAÇÕES FINAISAo inscreverem-se para o Prêmio PFIZER/SBA - Incentivo ao Estudo da Dor Pós-Operatória, os participantes tacitamente concordam com as regras constantes deste documento, bem como com a utilização, sem ônus e sem qualquer contrapartida, tanto pela Pfizer, quanto pela SBA de seu respectivo nome, imagem e trabalho para divulgação em qualquer meio de comunicação, em âmbito nacional ou internacional.Suspeitas de conduta antiética entre os participantes do concurso e na elaboração dos trabalhos/projetos serão apreciadas pela Comissão Julgadora e, se consideradas procedentes, acarretarão sua desclassificação.Não se estabelece por força desta iniciativa, de caráter essencialmente científico e educacional, qualquer vínculo entre a Pfizer, a SBA e os participantes inscritos.Os casos não previstos por este Regulamento serão discutidos e acordados pela Comissão Julgadora, com a concordância da Pfizer.A participação no presente concurso não gerará ao participante e/ou ganhador qualquer direito ou vantagem que não esteja expressamente previsto neste Regulamento.A Pfizer e a SBA não serão responsáveis por nenhuma despesa suportada pelo participante deste Concurso com a elaboração e envio dos seus trabalhos ou por qualquer ato do participante que possa causar danos materiais ou morais a sua pessoa ou de terceiros; e finalmente pela autenticidade dos dados cadastrados e enviados pelo participante.■

REGULAMENTO Incentivo ao Estudo da Dor Pós-Operatória

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