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2 Revista Joias & Design - Setembro 2014

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2 Revista Joias & Design - Setembro 2014

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2 Revista Joias & Design - Janeiro 2015

editorial

Rene Carlos Cruz RodriguesDiretor - Editor Chefe

Amanda Borges RodriguesDiretora - Editora

Márcia PompeiColaboradora

Erika Vanessa de Oliveira AndradeAssistente

Projeto GráficoEquipe Editora Leon

A Revista “Joias & Design” não se res-ponsabiliza por eventuais mudanças na programação de pauta, bem como pelas opiniões emitidas por colabora-dores, colunistas emitidas em suas edições.O conteúdo publicado em anúncios é de total responsabilidade do anun-ciante.

Se você tem alguma crítica, suges-tão ou elogio, escreva para o email: [email protected]. Sua opinião é muito importante para nós.

Se você é designer e quer ver seu trabalho divulgado na revista escreva para: [email protected]

AnúnciosA Editora Leon está abrindo

espaço para anunciantes. Preços de anúncios, assim como infor-mações sobre a revista, serão di-vulgados no site da Editora Leon. Caso você queira anunciar na re-vista escreva para o email:[email protected].

Editora LeonRua Fortaleza n.244/2 - Recanto Elizabeth - Bragança Paulista - SP - CEP 12903-374Telefone (11)2473-3187

Ferramentas! Eu quero...

Basta sentar numa bancada de joalheiro e começar a aprender o ofício que também começa a febre pelas ferramentas.

Um jogo de alicates novo, martelos de todos os tipos, pinças diferentes e por aí vai. Vira febre!

Eu, particularmente, assim que iniciei os cursos no Atelier Marcia Pom-pei, comecei a colecionar ferramentas. Para ser sincero... algumas delas nunca usei, mas tenho muitas.

Você que é autor de joias, design de joias ou iniciante que experimen-tou a bancada sabe o que eu estou dizendo.

Além da importância da ferramenta no trabalho a gente começa ter um frenesi para adquirir ferramentas. É muito bom...

Independente da minha paixão pelas ferramentas, muitos leitores nos pediram artigos sobre elas. E, para atendê-los, iniciaremos nas próximas edições alguns artigos bem detalhados sobre ferramentas na joalheria.

O que mais me empolga nessas matérias é que terei de testá-las antes de escrever. Difícil, né! Chato...

Brincadeira à parte, pretendemos trazer artigos que, além de ajudá-lo no uso correto das ferramentas, possam contribuir com sua produtividade.

Independente da tecnologia (prototipagem e outras) o uso de ferramen-tas na bancada de joalheiro se transforma em paixão.

Pretendo compartilhar essa paixão com você.

Fiquem com Deus! Até a próxima!

Rene Carlos Cruz RodriguesEditor chefe

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destaque

Artista do origamifaz joias inspiradas na técnica

No origami tudo é baseado ape-nas na transformação. Nada é adicio-nado, como na pintura, ou subtraído, como na escultura. Você começa com um pedaço de papel e termina com a mesma coisa. Dentro dessas restrições o que se pode fazer é cha-má-lo de arte. Isso é o que pensa Ilan sobre origami.

Numa entrevista para o site nor-te americano “All Things Paper”, que trata sobre arte em papel, Ilan fala sobre sua trajetória profissional.

A seguir publicamos a interpreta-ção (não tradução) do que disse Ilan na entrevista.

Segundo Ilan, sendo um oficial do exército por 23 anos, a arte era tão estranha para ele como o lado mais distante da Lua. Mas, depois de 30 anos dedicando-se ao origami nas horas vagas, assim que se aposen-tou uma centelha de criatividade es-tava em chamas dentro dele e, a par-tir de 2008, começou a projetar novos modelos e padrões. Tudo dentro das restrições e regras do origami puro, sem cola, sem cortes, apenas com dobras e vincos.

Ainda, segundo Ilan, tudo come-çou quando ele estava na sexta sé-rie e uma amiga apareceu com um pássaro feito de papel dobrado. No momento em que ela puxou a cauda e as asas se moveram para a frente, um clique aconteceu em sua cabeça

Ilan Garibi

Por mais de 30 anos, o israelense Ilan Ga-ribi atraiu a atenção do mundo com suas incríveis obras em papel (origami). Nos últimos anos de-senvolveu incríveis obras originais em metal e madeira ins-pirados na técnica origami. Os resulta-dos de sua criatividade o levaram ao mundo das joias.

www.allthingspaper.net/2014/12/origami-jewel-ry-paperwoodmetal-by-ilan.html

É interessante observar que grande parte dos artistas, de outros segmentos, acabam se voltando para a joalheria. A joia tem uma poder de atração incon-

trolável. Ilan Garibi é um desses artistas que destacamos nesta edição.

e ele acabou completamente viciado em origami. A amiga lhe contou so-bre um livro que ensinava a fazer o pássaro e, desde então, não parou de dobrar. Ilan estudou origametria - ge-ometria do origami até que começou a desenvolver seus próprios mode-los. Publicou um livro com 40 mode-los próprios e passou a ensinar sua técnica.

Não demorou para Ilan ser convi-dado a expor seus trabalhos em ga-lerias de arte. Também não demorou para Ilan sair do papel e desenvolver trabalhos em madeira e metal sem-pre respeitando as tradicionais técni-cas do origami. Em pouco tempo ele estava produzindo joias com origami. Tanto em madeira como metal.

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Escola de joalheriaO Atelier Márcia Pompei

desde 1997 conta com professoresaltamente qualificados e uma sériede cursos para atender quem buscaconhecimentos no ramo de joalheria

www.joia-e-arte.com.br Tel: 11 5181-7968

São [email protected]

Atelier Márcia Pompei

Cursos ministradosJoalheria - Curso básicoJoalheria - Curso intemediárioJoalheria Clássica (Tradicional)Joalheria ContemporâneaCriação em bancadaLapidação de GemasForjaCasamento de metaisDesign de Joias - Curso básicoDesign de Joias - Curso avançadoDesign de Joias - 3D RhinocerosModelagem em ceraFundição por cera perdidaMolde de borracha e Injeção de cera para fundiçãoEsmaltação em Joalheria - Básico e AvançadoInlay de pedrasTitânio na joalheriaCravação - Curso básicoCravação - Curso avançadoTear em joalheriaAlumínio Anodizado na joalheriaAcrílico na joalheriaLaca JaponesaGemologiaMontagem de Colar de PérolasColar articulado com fio metálicoColeções de joias - A criaçãoFormação de preços em joalheriaInformações para o vendedor de joias

Um dia na semana é reservado para o “Atelier Livre”, período em que o aluno utiliza as ferramen-tas, instalações e equi-pamentos do Atelier para adiantar seus exercícios ou produzir novas peças, por conta própria, sem a presença de professor. Uma pequena taxa é co-brada, por hora de Atelier Livre.

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capa

É surpreendente o que a criatividade e habilidade podem fazer com materiais.Neste artigo, você verá que simples tiras de papel colorido e uma técnica muito

antiga podem se transformar em joias com bom design e muito modernas.A técnica usada é o “quilling”.

Joias com papelexplorando a arte do “quilling”

Rene Rodrigues

Também conhecido como “filigra-na em papel”, o “quilling” é uma téc-nica muito antiga. As comprovações mais concretas de sua origem datam dos séculos 16 e 17. Nesse período, religiosas francesas e italianas deco-ravam relicários e gravuras sagradas com a técnica “quilling”.

Essa relação religiosa se manteve até quando a arte foi difundida na In-glaterra através do desenvolvimento do papel. Até 1786, o “quilling” tam-bém era feito por mulheres na deco-ração de latas de chá, caixa de ma-deira, etc. Uma recente observação de uma “quiller”, ao visitar a Capela Sistina, no Vaticano, foi a utilização de “quilling” em alguns painéis da igreja.

Com habilidade para enrolar e colar tiras estreitas de papel, o es-pecialista em “quilling” dá forma aos círculos que unidos formam imagens. Dependendo da habilidade do profis-sional alguns desses trabalhos são considerados obras de arte. Essa mesma habilidade voltada para o mercado joalheiro proporciona uma incrível joia de papel.

Joyzz96195.com/pic-178.html

Relicário do século 17 a 18 com acabamento em “quilling” exposto no museu de Laduz - França.

www.etsy.com/uk/shop/VBPureDesignsVictoria Brewer - Pure Design

Alguns museus nos Estados Uni-dos, Inglaterra e Rússia expõem obras de artistas feitas em “quilling”.

Atualmente o “quilling” é divulgado em todo o mundo por empresas que vendem materiais para a técnica. Os artistas também promovem e divul-gam seus trabalhos usando a Inter-

net, nas redes sociais, como principal ferramenta de divulgação.

Assim como outras artes antigas, o “quilling” desenvolveu-se e come-çou a ser usado por designers de vários segmentos. A joalheria foi um deles. Na próxima página você verá alguns trabalhos com ”quilling”.

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“Quilling” - sem limites de uso e aplicaçãoNestas duas páginas você pode

ver vários trabalhos feitos com “quilling”. Meu objetivo, ao mostrar essas imagens à você, é conscienti-zá-lo de que qualquer imagem pode ser reproduzida com a técnica. Tudo depende da habilidade, paciência e determinação do artesão.

Estes trabalhos não são específi-cos para o mercado de joalheria, mas

mostram as ilimitadas possibilidades que temos usando a técnica, o que fica bem exemplificado nos trabalhos de Yulia Brodskaya.

O “quilling” também é usado para obras tridimensionais proporcionan-do trabalhos de incrível visual e bom gosto.

No Brasil, existem muitas empre-sas que comercializam os papéis

para “quilling” e as poucas ferramen-tas usadas na técnica, pois se trata de um trabalho totalmente artesanal.

“Quilling” tridimensional

Victoria Brewer - Pure Design

www.quilling.cz www.quilling.cz

www.quilling.czwww.quilling.lt

Uliana Zotova

www.pinterest.com

http://stranamasterov.ru/node/280372?tid=587www.etsy.com/shop/AliaDesign

http://increations.blogspot.com.br/2010/07/how-to-fold-rose.html

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Yulia - uma expert em “quilling”

O “quilling”na joalheria

Yulia Brodskaya, nasceu em Mos-cou, na Rússia, e mudou-se para a Inglaterra em 2004.

Ela estava interessada em apren-der diversas práticas criativas que

vão desde a pintura têxtil, origami e colagem, incluindo práticas mais tra-dicionais de belas artes. Na sequên-cia de um mestrado em Comunicação Gráfica (2006, Universidade de Her-tfordshire), continuou a experimentar e explorar maneiras de reunir todas as coisas que ela mais gosta: tipo-grafia, papel e objetos altamente de-talhados de artesanato feitos à mão. Ela rapidamente ganhou uma reputa-ção internacional por suas ilustrações inovadoras em “quilling” e continua a

criar trabalhos muito bem detalhados para clientes de todo o mundo. Seus trabalhos são obras de arte.

Como eu costumo dizer - você pode chamar de semi-joia, bijuteria ou adorno. O que interessa, na ver-dade, é que a técnica “quilling” pode ser aplicada na joalheria de muitas maneiras proporcionando peças in-críveis. Você verá muitas delas nesta matéria.

www.honeysquilling.com/www.quilledcreations.com/www.detiseti.ru

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Como se faz o ”quilling”A princípio, a técnica “quilling”

pode parecer simples demais e sem grandes recursos. Todavia, assim como muitas outras técnicas artísti-cas, o ”quilling” pode ser feito de ma-neiras bem simples ou com grande complexidade. Os pequenos detalhes definem o nível de qualidade do tra-balho. E esses detalhes exigem co-nhecimentos e habilidade. Tudo de-pende do que se pretende e que nível de qualidade é exigido do trabalho que se vai fazer.

Produzir peças complexas com “quilling” é uma tarefa que requer muita paciência, prática e grande

habilidade. Pesquise imagens da técnica na Internet e procure avaliar os trabalhos em “quilling”. Veja as diferenças entre eles. Você verá uma gran-de diferença entre os resultados. É isso que valoriza a técnica e destaca trabalhos mais apurados e complexos. Nas pá-ginas anteriores você pode ver o cui-dado com esses detalhes. Nos pas-so a passos que seguem, você verá detalhes sobre as maneiras simples e mais complexas da técnica.

Princípio básico do “quilling”.A grande vantagem do

“quilling” é que você pode pro-duzir suas próprias ferramentas ou comprá-las prontas.

Com o papel acontece o mes-mo, você pode comprar o papel em folhas e cortar suas tiras ou comprar as tiras já cortadas em papel especial para quilling. A largura mais usada para tiras é de 3 a 7 mm. No entanto, isso é uma questão de escolha do profissional. A espessura dos papéis também é uma questão de escolha. Quanto mais grosso mais fácil de modelar. Todavia, nem todo papel é encontrado com grande variação de cores. Pesquise na Internet como “papel cartão colorido” ou ainda como “material para filigra-na em papel”.

Como a técnica de enrolar é simples, aconselho que você faça testes com materiais bem simples até escolher aqueles que pretende usar em seus trabalhos.

No passo a passo ao lado temos o básico da técnica:1 - A tira de papel.2 - A ponta é marcada para ser enrolada.3 - Usando uma haste de metal dá-se início ao rolo.4 - Visão do início do rolo5 - A fita é enrolada manualmente com os dedos apertados segurando o rolo.6 - Os dedos são afrouxados até o diâmetro que se pretende do rolo. O final da fita é colado no rolo.7 - O rolo é apertado ao centro para início da forma.8- Uma das extremidades é apertada para fazer uma gota. Está é uma forma.9 - A parte superior é apertada para outra forma.10 - As duas formas.

www.relax.com.au

A ferramenta básica do”quilling” pode ser feita com uma agulha (cortada na ponta superior), uma caneta esferográfica e durepox.

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www.cadourispeciale.net/tehnica-quilling-tutorial/

Diferentes formas com “quilling”

Depois de enrolar, colar e afrouxar o rolo pode-se ver a forma mais bási-ca de “quilling”: a forma redonda.

Essa forma pode ser obtida usan-do-se qualquer intrumento cilíndrico como um lápis, uma agulha ou uma ferramenta especial para “quiling”.

Muitos “quilers” desenvolvem suas própria ferramentas, como podemos ver na imagem abaixo. A forma arre-dondada pode ser feita afrouxada ou fechada.

Instrumentos simples com vários di-âmetros de aro.

www.instructables.com/id/Quilled-Paper-Jewelrywww.etsy.com

stylowi.pl/18127021

www.etsy.com

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A forma oval é muito utilizada. Ela pode partir de um círculo ou de um instrumento achatado como uma ré-gua, por exemplo.

Afrouxando a forma oval e desco-lando o centro do rolo com uma pinça e, em seguida, apertando como mos-tra a figura 2, podemos obter a forma da figura 3.

Depois que a modelagem é de-finida são aplicados pontos de cola para manter a estrutura modelada. Esses pontos de colagem são defini-dos por cada profissional dependen-do da estrutura da peça e do que se pretende com o resultado final.

Uma régua simples pode ser usada para enrolar tiras.

Algumas áreas são coladas du-rante o processo.

www.etsy.com

www.etsy.com www.etsy.com

www.etsy.com

www.etsy.com

www.etsy.com

www.etsy.com

www.etsy.comwww.etsy.com

www.etsy.com

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Observe que partindo do rolo re-dondo, depois afrouxando, apertando ao meio, em seguida em uma extre-midade, e depois a outra, pode-se obter a forma da figura 6.

As variações de modelagem são ilimitadas, dependendo apenas de criatividade e habilidade do profissio-nal.

Observe nos exemplos que qualquer peça enrolada pode ser afrouxada ou apertada. Isso permite alterar o design da peça com muitas variações.

increations.blogspot.com.br/2009/09/quilled-poppies-step-by-step-part-1.html

Outros recursos

O blog “Inna’s Creations” mos-tra outra opção para produção com “quilling”.

O procedimento consiste na ela-boração de um desenho e, sobre ele, posicionar alfinetes que servirão de guia para enrolar as tiras.

Veja, no passo ao lado, que os al-finetes são presos em cortiça, sobre o desenho. Conforme as tiras são en-roladas, alguns pontos também são colados.

Por se tratar de um trabalho ar-tesanal muitos recursos podem ser usados com bons resultados.

www.quilling.lt

www.etsy.com/shop/HoneysHive?ref=l2-shopheader-name

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Veja que também é possível utili-zar uma ferramenta para obter uma determinada forma.

O posicionamento da cada lâmina também pode ser definido com o auxílio de uma pinça - aquela que usamos na joalheria. São esses detalhes que da-rão mais sofisticação ao resultado final da forma.

Isso se obtém com a prática, por isso a maioria dos tutoriais feitos por experts em “quilling” dizem a mesma coisa: “É NECESSÁRIO MUITA PACI-ÊNCIA”.

A pinça é muito usada para ajuste de detalhes e posiciona-mento das tiras

www.quillingcard.cn/

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As formas navete e gota são muito usadas e permitem muitas variações obtidas com a modelagem da forma.

Quanto mais grossa for a tira de papel, mais fácil será a modelagem. No entanto, para detalhes muito pequenos é mais difícil de enrolar. Aqui entra outra habilidade do profissional, que depende de muita prática.

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“Quilling” com pente

sweetiehandmade.blogspot.in/2012/04/tutorial-floricica-cu-pieptene.html

Outro recurso, bastante utilizado no “quilling”, é o pente. Existem pentes especiais para “quilling”, mas o blog Sweet Dand Made da Romênia mostra como fazer esse trabalho com um pente comum.

Material necessário: um pen-te comum, três tiras de papel para “quilling”.

Neste exemplo, as tiras rosa fo-ram coladas na extremidade e a tira preta ao final das duas.

No início da tira rosa foi feito um círculo, colando a extremidade da tira.

O laço da ponta da tira rosa é encaixado em um dente do meio do pente.

Depois, indo para o lado direito a tira é enrolada no próximo dente. Por trás do pente a tira é conduzi-da para o lado esquerdo e enrolada no próximo dente depois do laço. Novamente, por trás do pente, a tira é conduzida para a direita e enrolada no próximo dente da direita. Assim, enrolamos uma tira em um dente da direta e depois outro da esquerda, passando a tira por trás do pente.

Na imagem acima pode-se ver as tiras, rosa e preta, enroladas em cada dente do pente à direita e à esquerda do laço inicial. As tiras são retiradas do pente.

Depois de retiradas do pente, as tiras são dobradas e moldadas para formar pétalas de uma flor.

Quanto mais juntos os dentes do pente, mais difícil será para enrolar as tiras.

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Outro exemplo de “quilling” com pente. Todavia, indo apenas para um lado e finalizando para outro.

https://www.youtube.com/watch/?v=dCOggFsVK40

O pente pode ser usado para muitas outras formas, como a que vemos no passo a passo abaixo:

www.vytvarnictvi.cz/obchod/

A popularidade do “quilling” tem crescido muito no mundo todo. Assim, surgiram muitas ferramentas e dis-positivos prontos para executar “quilling”. Esses produ-tos também são vendidos como kits.

No entanto, o “quilling” é uma técnica na qual você pode construir facilmente seus instrumentos e ferra-mentas e, com eles, fazer trabalhos elaborados.

www.webchiem.com/2011/05/flower-quilling-cards-with-comb.html

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Fazendo voltas

Voltas feitas com auxílio de alfinetes presos em isopor.

As voltas também podem ser feitas apenas com as mãos sem o auxílio de ferramentas ou instrumentos. Neste caso, é necessário muita habilidade para fazer a próxima volta e segurar a anterior para que não perca a forma.

As imagens abaixo mostram como se pode fazer relevo usando volume nas tiras enroladas (imagem ao lado). Esse recurso pode ser usado para qual-quer forma enrolada, quadrada, retangular, oval, etc.

www.honeysquilling.comwww.quilling.lt

www.etsy.com/shop/VonnesHandmadez

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gemas

Ametistaoriginal e sedutora

A variedade violeta ou púrpura do quartzo, a ametista, além de ser mui-to usada como pedra preciosa até o século XVIII, também tem, em torno dela, uma aura de misticismo. Muitos “poderes” são atribuídos à ela, em diversos tipos de culturas. Algumas pessoas dizem que o nome ametista vem de uma antiga crença que esta pedra protegia seu dono da embria-guez. O nome vem do termo grego “amethuskein”, onde o “a” significa não e o “methuskein” significa intoxi-car. Contudo, há algumas controvér-sias da origem do nome.

Considerada a representante mais marcante dos quartzos, a ametista sempre foi cobiçada. A rainha Catarina, a Grande, tinha verdadeira adoração por esta gema.

Foi considerada, por muito tempo, uma pedra tão preciosa como a safira, o diamante e a esmeralda. Hoje, pela descoberta de jazidas abundantes já não tem tanto valor.

Seu valor diminuiu - mas sua beleza sedutora continua intacta.

www.jared.com

www.gemstonebuzz.com/

www.kay.com

www.nationtrendzwww.wanelo.com/artmastersjewelry

Sua cor vem da presença de im-purezas de ferro e traços de alumínio, algumas variedades apresentam as cores por exposição à radiação. As cores variam do púrpura ou roxo cla-ro ao escuro, sendo que as escuras com maior transparência são melhor conceituadas e, consequentemente, mais caras. Algumas podem mudar totalmente de cor se submetidas à tratamento térmico, conforme você vai ver mais adiante.

A ametista não tem uma homo-geneidade de distribuição da cor. Ela aparece em fragmentos, em cantos desiguais e/ou externos. Essa carac-terística determina, muitas vezes, o tipo de lapidação para melhor apro-veitamento da gema e sua valoriza-ção. As ametistas com distribuição perfeita das cores são muito raras e, quando encontradas, têm alto preço.

Característicasgemológicas

Classe mineral: quartzoSistema cristalino: trigonal; pris-

mas de seis facesFórmula química: SiO 2 Dureza: 7 mohsDensidade: 2,63 - 2,65Transparência: de transparente

para translúcidoCor: violeta, púrpura, roxo claro ao

escuroBrilho: vítreoFluorescência: fraca ou ausenteFratura: concóide, quebradiça

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19 Revista Joias & Design - Janeiro 2015

A ametista é composta por uma sobreposição irregular de lâminas alternadas de quartzo, dos lados es-querdo e direito. Em consequência desta formação, a ametista pode se quebrar com uma fratura ondulada ou mostrar “impressões digitais” Al-guns mineralogistas aplicam o nome de ametista a todos os quartzos que exibem esta estrutura, independente-mente da sua cor. Os cristais sempre crescem sobre uma base. Quando têm formato de pirâmides, a cor mais intensa predomina nas pontas destes cristais. Existem algumas variedades de ametista que podem apresentar faixas brancas de quartzo leitoso. As ametistas são encontradas principal-mente nas crostas cristalizadas de enormes rochas vulcânicas, como o basalto.

A comercialização da ametista é abundante e com preços bem aces-síveis, porém, as variedades mais bonitas e valiosas se encontram em poucos locais. Estas, tem cores mais profundas, púrpuras ou violetas. As jazidas mais importantes estão no Brasil, porém, apenas em torno de 3% das ametistas brasileiras são adequa-das para serem lapidadas e utilizadas em joias. As outras são utilizadas para dar origem ao citrino e, ainda, usadas em decoração ou coleções. Outras importantes jazidas estão no Uruguai, Índia, Rússia, Sri Lanka, Madagascar e Estados Unidos. Também são pro-dutores de ametista a Argentina, Bo-lívia, México, Namíbia, Zâmbia, África do Sul e Canadá.

Por apresentar tonalidades e nu-ances diferentes, elas costumam re-ceber o nome do país de origem, ex. ametista brasileira, boliviana, etc.

www.sylviecollection.com/

www.gia.edu/

www.semipreciousnaturalstones.com

AvaliaçãoJá falamos, em outras edições da

revista, sobre os 4C’s de avaliação de diamantes. Apesar de ser um padrão de classificação instituído pelo GIA (Gemological Institute of America) para diamantes, ele é o mais acei-to no mundo e muito utilizado para outras gemas e, ainda, por diversos laboratórios, ge-mólogos e peritos avaliadores. Color, Carat, Clarity e Cut em português, cor, peso, grau de pureza e corte são os 4C´s que são usados para ava-liar as ametistas também.

Cor - As ame-tistas mais valio-sas tem um roxo forte puxando para o avermelha-do e sem zonea-mento de cor, ou seja, a cor é distribu-ída uniformemente por toda a pedra. Ametistas muito escuras não são tão valiosas pois há uma grande redução de brilho. A presença de tons casta-nhos ou bronze nas ametistas tam-bém reduzem o seu valor. Para iden-tificar, a olho nu, alguns zoneamentos de cor, os compradores costumam colocar a ametista em uma mesa com superfície branca.

Grau de pureza - as inclusões são um dos fatores que determinam o grau de pureza da ametista. Quan-to menor a quantidade de inclusões maior o valor e melhor a classifica-ção. A maior parte das ametistas fa-cetadas à venda no mercado não tem inclusões perceptíveis a olho nu, po-rém, elas estão presentes na grande

maioria delas. Fraturas também são normalmente encontradas.

Peso/Tamanho - O peso dessa gema é avaliado em quilates. Assim como a maioria das gemas, as ame-tistas são encontradas em diversos tamanhos e calibradas em milíme-tros. Pedras grandes centrais são extremamente usadas e vendidas na joalheria, desde que o preço final não seja alto.

Corte/Lapidação - Como já dis-semos, a maioria das ametistas são facetadas, para um melhor aproveita-mento da distribuição de cor e, tam-bém, de localizar o menor número de inclusões possível. Se essas in-clusões forem muito visíveis são la-pidadas em cabochões pequenos ou grânulos.

Ovais, pêra, cortes de esmeralda, triangulares, marquise e almofada,

são cortes bastante utilizados. Alguns arranjos e combina-ções de corte aparecem nessa gema como os cortes de etapa e cortes mistos facetados. Há, ainda, diversificações de cor-tes chamados cortes fantasia que exibem determinadas fa-cetas côncavas - normalmente são produzidos em massa para determinadas coleções. Até es-culturas de animais são feitas

com ametistas. Na prática, a cor e o grau de pureza sobressaem na ava-liação das ametistas. Pela alta oferta, a demanda diminui, tornando-a uma gema relativamente barata e fácil de comprar. Porém, as ametistas não caem de moda e estão sempre pre-sentes, tanto em joias caras como em peças mais baratas.

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Tratamentos e sintéticos

Cuidados

Propriedades terapêuticas

O tratamento térmico pode ser utilizado para clarear a cor da ametista quando for muito escura, escurecer quando cla-ras ou retirar inclusões acasta-nhadas. A radiação ultravioleta também é usada para melhorar ou alterar a cor das ametistas. Os tratamentos de fraturas rara-mente são feitos, em virtude da disponibilidade alta dos exem-plares que não as apresentam a olho nu. O tratamento térmico causa uma expansão das inclusões, o que pode gerar fraturas na gema, ele aumenta também o efeito do zo-neamento de cor.

Normalmente, as inclusões e ex-pansões de zoneamento são usadas para diferenciar uma ametista tratada de uma não tratada ou sintética.

Quando a ametista é aquecida à altas temperaturas, em torno de 470ºC a 750ºC, as impurezas de ferro são reduzidas tendo, como re-

sultado, o citrino aquecido. Embora este tratamento seja altamente utilizado, a cor obtida do ci-trino nem sempre é permanente. Falare-mos mais sobre isso na matéria sobre ci-

Antigamente a ametista era muito usada para proteger os indivíduos da embriaguez e intoxicação, daí o nome. Hoje, as pessoas usam ametistas para manter a fé, trazer a paz e acalmar o espírito. Dizem que fortalece a sabedoria e a re-ligiosidade. Ela impede que a pessoa tenha pensamentos e ações malignas, dá sensibilidade nos negócios e boa saúde. Mulheres orientais a utilizam na testa e acreditam que ela dá

energia positiva para o chakra Ajna, conhecido também por “terceiro olho”.

A ametista é uma pedra muito durável, porém deve-se tomar o cuidado de retirar a joia em atividades que a pedra possa sofrer riscos. É importante não expô-la à luz solar intensa por muito tempo, radiação ou luz negra. Pode ser facilmente limpa com água morna e sabão neutro, com pano macio ou escova de dentes. Ao armazenar deve-se ter cuidado para não colocá-la junto com outras pedras mais duras, pois riscos são inevitáveis. Não utilizar produtos químicos e abrasivos. O ideal é enrolá-la em um pano macio ou uma caixa forrada com tecido.

www.isabellelanglois.com/

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www.affordableelegancebridal.com

trino em uma próxima edição.Ametistas sintéticas podem ser

produzidas a partir de métodos hidro-termais, neste caso pequenos frag-mentos de quartzo e uma solução de carbonato de cálcio, por exemplo, são colocados em um recipiente se-lado com alta pressão. Isso faz com que os cristais se fundam e recristali-zem após o aquecimento.

Alguns especialistas em gemas dizem que as ametistas sintéticas es-tão amplamente misturadas, no mer-cado, com as naturais, porém como os testes de identificação - no caso delas - não são muito utilizados, não se pode afirmar. Outros dizem que a oferta é tão alta que a produção das sintéticas se limita ao uso em rádios, relógios e outros aparelhos elétricos.

Variedades de tonsAs ametistas tem uma grande

variedade de tons de acordo com o local de origem. As do Uruguai e do Arizona tem uma cor púrpura-azul profundo. As ametistas da Rússia são conhecidas como “siberian” e tem cores muito profun-das com tons aver-melhados e azula-dos. Originam-se de depósitos que já foram esgotados e, portanto, tem um preço mais eleva-do. A África pro-duz ametistas com cores mais profun-das que o Brasil e outros países sul--americanos. O termo ametista afri-cana pode ser usa-do para designar ametistas com diversos tons ou mais escuras, porém nem sempre significa que esta é a sua origem.

O Brasil, é considerado o maior produtor de ametistas, embora a maioria das ametistas brasileiras são tratadas e vendidas como citri-no aquecido. Aqui as pedras estão disponíveis em todos os tamanhos e formas. As cores não são tão boas quanto as da África, mas atendem à demanda de mercado.

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21 Revista Joias & Design - Janeiro 2015

mercado

Quero ingressar no setor joalheiro, por onde começo??!??

O setor joalheiro tem diversas par-ticularidades, é preciso conhecê-lo ao máximo quando se pretende atuar profissionalmente, seja lá qual for a atividade.

Empresário, ourives, designer, vendedor, lapidário e tantas outras profissões, todos precisam especia-lizar-se, essa é a primeira coisa que eu digo.

Afinal: pesquisar, estudar, apren-der, conhecer, são importantes não só para quem ingressa no setor joa-lheiro. É algo básico para quem quer encarar com seriedade qualquer ati-vidade.

A concorrência é cruel, por isso a capacitação profissional é primordial, sem ela o candidato vai “morrer na praia”.

São tantos “detalhes” importan-tes.... diferentes metais e ligas, tra-tamentos de superfície, formas de produção, diferentes gemas e lapi-dações, tipos de cravações, peso da peça final, etc etc etc...

Um profissional bem preparado vai se destacar, principalmente por-que vai oferecer ao seu empregador ou cliente o que há de melhor, pelo

Essa é uma das perguntas que mais ouço aqui no Atelier Márcia Pompei.A maioria das pessoas que vêm para a primeira visita logo disparam

a pergunta, com um ar meio preocupado, meio confuso.Eu lhes dou toda a razão, quando não conhecemos os meandros de uma

atividade, as dúvidas nos enchem de insegurança

Marcia Pompei

melhor preço e num tempo de produ-ção menor.

Costumo dizer que o melhor para o iniciante é o curso de Joalheria. Não é à toa que ele é nosso “carro-chefe”. O curso de Joalheria (ou Ourivesaria) é a base mestra de tudo o que vem a seguir. É nele que aprendemos o bá-sico do básico.

Como oferecer à indústria um de-senho lindo de uma gargantilha se não sei indicar a espessura necessá-ria de metal para cravar um diaman-te? ou as técnicas empregadas para a confecção dessa gargantilha? a cravação usada ficará confortável no colo de quem vai usar essa joia? São detalhes muito importantes e básicos, que podem fazer toda a diferença.

É claro que um ourives pode “in-terpretar” um desenho e confeccionar a joia, mas um designer bem prepa-rado vai facilitar esse processo e po-derá resultar em uma joia de melhor qualidade, mais próxima da ideia que nasceu na sua cabeça.

Aprendendo técnicas básicas de Ourivesaria será possível determinar,

por exemplo, qual a melhor opção quando se pretende abrir uma em-presa. A partir desse curso fica cla-ro entender as dificuldades de cada técnica, de cada metal, seus custos, o que é mais indicado para o público alvo almejado.

Um Cravador, que conhece as particularidades das ligas metálicas, vai saber de antemão como vai rea-gir seu buril numa peça de prata ou numa peça de ouro, vai saber que uma é mais rígida do que a outra, que a força da mão será diferente em cada um dos metais quando trabalha e fixa a pedra, poderá oferecer me-lhor qualidade no seu trabalho.

Pense num empresário que pre-tende “apenas” administrar um negó-cio de joias, se ele tem noções de sol-da vai poder acompanhar o trabalho de um funcionário (por exemplo um ourives) com maior segurança. Ele estará preparado para argumentar com seu trabalhador se um determi-nado procedimento é viável ou não.

Ou quando se tem o desenho de uma joia a ser lançada na linha de produção, qual técnica é a mais in-dicada? Fundição por cera perdida? Estamparia? Fotocorrosão? Corte a laser???

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Outra situação que infelizmente ainda acontece: o vendedor de joias que não conhece profundamente o produto que está vendendo. Ele, pro-vavelmente, vai se encontrar numa “saia justa” com algum cliente mais informado, cliente esse que pelo sim-ples fato de pesquisar na internet fará perguntas que o vendedor não será capaz de responder, aliás não será capaz sequer de ter ideia do que se trata. Veja, por exemplo, uma expe-riência minha: certa vez estava an-dando por um shopping de São Pau-lo e vi num quiosque lindas peças, parei para vê-las e imediatamente a vendedora veio me recepcionar. Ela começou dizendo que as peças têm bom acabamento, que têm “lindas” pedras, que têm um “brilho especial”, certo! Isso tudo eu mesma estava vendo, mas vamos lá! Perguntei qual o metal usado nas peças... ela titu-beou e soltou: “- Prata!” Eu conti-nuei olhando as peças e argumentei: “- Mas elas têm um brilho diferente da prata.” E ela retornou: “- Ah!! É por-que elas têm banho de ouro branco.”

Eu sorri para ela, elogiei as peças e continuei minha caminhada pelo sho-pping. O banho em questão não é de ouro branco, o banho é de ródio branco. As joias em ouro branco nor-malmente recebem o banho de ródio branco porque a cor do ouro branco não é atraente, ao contrário da cor do ródio branco. Se ela tivesse estudado um pouco, pesquisado, consultado o responsável pela linha de produção ou feito um curso básico de Joalheria, certamente não teria cometido um erro como esse. Esse tipo de falha pode ser um empecilho para a venda, o consumidor que “sabe um pouco mais” pode achar que está sendo en-ganado ou que a loja não sabe o que está vendendo.

Não que se aprenda tudo profun-damente num só curso mas, sem dú-vida, o básico é visto no aprendizado da Joalheria (Ourivesaria).

Então, não há dúvida, noções de Ourivesaria são básicas para quem pretende iniciar. Depois disso, pode--se optar por seguir para a atividade

de Designer de Joias, Empresário, Vendedor, Fundidor e muitas outras.

Capacitação Profissional, essa é a palavra mágica..... ooops! Mágica não! Não há nada de mágica nesse setor (embora o brilho das joias nos faça pensar o contrário), o que exis-te é muito trabalho, muita dedicação, muita pesquisa, muito estudo. Mas tudo pode ser facilitado e “encurtado” quando existe o aprendizado.

Assimilar conhecimentos que a humanidade teve que aprender du-ramente, com testes, falhas e novas tentativas... Porque pular essa etapa e não aproveitar o que já se conhece? Evitar problemas já vivenciados? Em-pregar técnicas que já se mostraram eficientes??

Márcia Pompei – Atelier Márcia Pompei – www.joia-e-arte.com.br – [email protected]

www.joalherianatela.com.br – [email protected]

tel.: 55 11 5181-7968 – WhatsApp 55 11 96246-2226

O indiscutível design italianomostrado numa feira de joias

DE 9 a 12 de MAIO de 2015International Gold, Silver and Jewelry Trade Exibition

36a Edição

www.oroarezzo.it

São mais de 11.000 visitantes de mais de 82 países.

A região de Arezzo é uma das mais belas da Itália,no caminho entre Florença e Roma, às margens do

Rio Amo é uma região onde estão localizadas mais de 1200 empresas do ramo joalheiro.

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23 Revista Joias & Design - Janeiro 2015

tendência

Gargantilhanovos materiais para 2015

Os anos 90 foram marco para alguns estilos -, e eles sempre retor-nam de anos em anos, reimaginados. A gargantilha ou “choker”, como é

chamada, vem para 2015 com novos materiais e conceitos. Ela deixou de ser tão colada ao pescoço, agregou pingentes maiores, mais pesados e

abstratos e, principalmente, inovou com os materiais.

Como sempre, costumo fazer um comentário antes de iniciar a matéria, neste caso o que me chamou a aten-ção é o uso de materiais diferentes e inovadores que os designers e auto-res de joias vem agregando à tendên-cias e estilos já conhecidos.

A gargantilha ou choker (gargan-tilha, em inglês) é uma tendência que sempre aparece nas passarelas, porém, tem a vantagem de ser uma peça que proporciona a utilização de qualquer material. Seja clássi-co, como ouro, pedras e pérolas ou materiais modernos como couro, se-mentes, madeira, resina e acrílico.

Nos anos 90, as gargantilhas mais usadas eram de veludo, bem coladi-nhas ao pescoço, outras, chamadas tatuagens ou tribais eram adoradas pelas mulheres. Super usadas com jeans e camiseta, davam um ar des-pojado, bem característico dessa época. Esse look foi muito “batido”, todo mundo usou e abusou - até can-sar. E não é que depois foi considera-do cafona e brega?

Pois é, o mundo dá voltas e a gar-gantilha “brega” voltou com tudo. Em 2015 vai arrasar com inovação e estilo muito diferentes.

Aliás, o que eu acho legal da moda, hoje em dia, é isso, mesmo exercendo uma grande influência no desejo de compra das pessoas, ela se adapta à diferentes estilos e “bolsos”. A pessoa pode estar na moda sem perder sua personalidade, sua individualidade e singula-ridade. Passamos a utilizar a moda como uma forma de ex-pressão.

Os profissionais do ramo jo-alheiro tem todas as ferramen-tas para atender a demanda dentro desse aspecto - estilo e “bolso” - com a infinidade de materiais que podem ser utilizados. Aqui, quando digo, profissionais do ramo joalhei-

Salvatore Ferragamo

Louis Vuitton

Ralph Lauren

ro, incluo os designers e autores de joia, ourives e, ainda, todos os pro-fissionais que trabalham com bijute-rias, folheados e “semi-joias”. Deixo entre aspas pois a visão de joia está se modificando. Temos falado muito, aqui na revista, sobre esse conceito. A joia não depende mais só do ma-terial que é utilizado. Ela depende do design, do conceito, da arte que é ex-pressada. Um profissional que utiliza somente madeira, por exemplo, em suas criações, pode ter um alto con-ceito no ramo. Vai depender de sua criatividade, de sua arte, do acaba-mento que ele emprega e o que tudo isso representa para quem compra.

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Chanel Givenchy Christian Dior

Então, você pode pensar, o que isso tem a ver com a gargantilha? Tudo, porque ela mostra exatamen-te como os profissionais do ramo de acessórios tem que estar antenados e se adaptar à moda.

Ela muda de estação em estação e, talvez, esse seja o maior desafio de um profissional joalheiro. Ele tem que ter criatividade, inovação e jogo de cintura para acompanhá-la.

Apesar de ser um desafio imenso, a natureza proporcio-na diversos tipos de materiais que podem ser utilizados. No-vas técnicas surgem como o quilling, que é nossa matéria de capa dessa edição. Poxa, joia de papel? Não é demais? Até onde vai a criativida-de e habilidade des-ses profissionais?

O fato é que a garganti-lha, de cara nova, pode ser um exce-

lente meio de despertar sua criatividade na produção de suas joias.

Aqui eu trouxe diversas fotos de gargantilhas de de-signers famosos, com alto conceito. Porém, trouxe tam-bém, outros exemplos de peças com materiais inova-dores e que podem ser inspi-radoras, para que você faça seu próprio projeto, aí na sua bancada e sem gastar muito. O que você vai gastar é sua criatividade e habilidade.

Vamos analisar como é amplo o universo de mate-riais. A madeira, tanto espé-cies comuns quanto exóticas, se bem trabalhadas e enta-lhadas, podem se tornar gar-

www.modcloth.com/

www.etsy.com

gantilhas lindas. Ela pode ser o mate-rial principal ou secundário. Pode ser associada com prata e pedras brasi-leiras. Uma opção barata e que pode dar um ótimo retorno.

Cordões encerados ou de câ-nhamo, são fibras naturais baratas, tem boa durabilidade devido à cera. Com tranças e nós, servem perfeita-mente para colares tipo gargantilha. Também pode ser associado à prata. Complementado por sementes ou mi-çangas e, até, pedras em grânulos.

Você pode utilizar, ainda, somente um metal como o alumínio anodizado. Como vimos na matéria de novem-

www.etsy.com

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25 Revista Joias & Design - Janeiro 2015

www.etsy.com www.pinterest.comwww.pinterest.com

www.indulgy.com

bro/14, é um metal que está em alta, tem um custo acessível e você pode dar à ele a cor que quiser. Você pode aplicar uma das cores de 2015 numa gargantilha básica ou trabalhar com silk e dar seu toque especial com de-senhos, textos ou figuras.

O acrílico, a resina, as correntes folheadas, as texturas, as pérolas e, até os tecidos, são materiais que po-

www.vanityfair.com

dem trazer designs renovados e nun-ca imaginados. A visão do profissio-nal que cria e produz joias é que faz a diferença.

Agora vou mostrar para vocês um passo a passo de gargantilha de tachinhas. Achei interessante mostrar pois esse tutorial foi criado pela blogueira Marta Cardena Díaz e mostra bem como a criatividade faz a diferença. O blog dela tem várias dicas e tutoriais de costura, porém todo look precisa de um acessório. Então, ela usa a criatividade e cria acessórios interessantes como o que você vai ver. Para saber mais, acesse o blog dela http://www.ohmotherminediy.com/ e confira outras peças.

Essa peça, uma gargantilha de tachinhas e tecido foi idealizada por Marta, inspirada por algumas fotos que ela viu no pinterest. No blog ela apresenta, também, um tuto-rial de gargantilha de pérolas bem legal.

Os materiais que ela utilizou são: tachinhas prateadas e douradas de diferentes tamanhos, uma tesoura, um pe-daço de couro sintético, um gabarito (que pode ser bai-xado do blog dela) um pedaço de fita de cetim, alfinetes, cola para tecido e um alicate de ponta fina.

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1 - Imprima e recorte o molde con-forme a figura acima. Este molde está disponível no blog de Marta.

2 - Dobre o tecido ao meio de for-ma que o lado avesso fique exposto, junte corretamente as pontas.

3 - Ajuste o molde em cima do te-cido. É importante que uma das late-rais do molde fique alinhada na dobra do tecido.

4 - Prenda o molde no tecido com um alfinete e risque toda o contorno do molde com um lápis.

5 - Corte o tecido utilizando a mar-cação como guia. Ao desdobrar o te-cido você terá o corte como mostrado nas figuras ao lado.

8 - No avesso do tecido, vá aper-tando as saliências das tachinhas. É importante que não fiquem salientes pois isso poderá machucar no uso.

7 - Coloque as tachinhas meno-res, iniciando pela borda superior do tecido, isso fará com que o alinha-mento seja perfeito.

6 - Talvez seja necessário fazer alguns ajustes no molde. Experiente no pescoço e ajuste o corte do tecido, para que o caimento fique perfeito.

9 - Repita os passos 7 e 8 para todo o tecido, com as tachinhas maio-res nas linhas centrais e as menores nas bordas.

10 - Depois de colocar todas as tachinhas, corte a fita ao meio e cole cada uma nas duas laterais.

11 - Espere secar e a gargantilha estará pronta.

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tecnologia

Prototipagem rápidauma realidade para quem produz joias

O objetivo do livro é apresentar uma introdução às tecnologias de prototipagem rápida.

Além de servir como um texto básico para a formação de técnicos, engenheiros, designers, modelado-res e tantos outros profissionais do setor, pretende-se com este material responder de forma detalhada àque-les profissionais iniciantes na área de modelagem 3D de uma forma mais ampla. Este livro se destina aos profissionais que estejam direta ou indiretamente ligados ao desenvolvi-mento de uma grande variedade de produtos, desde designers aos pro-fissionais ligados às artes, setor de joias, entre outros.

Veja a seguir o índice do livro para

saber o que aprender:

1 - Prototipagem rápida como pro-cesso de fabricação

1.1. Introdução 1.2. Processo de fabricação deno-

minado prototipagem rápida 1.3. Princípio da prototipagem rá-

pida 1.4. Histórico 1.5. Tipos de tecnologias de RP 1.6. Vantagens e limitações da

prototipagem rápida como processo de fabricação 1.7. Aplicações

2 - Integração da prototipagem rápida com o processo

de desenvolvimento de produto 2.1. Introdução

2.2. Formas de representações de produto

2.3. Técnicas de obtenção de repre-sentações tridimensionais de produto

2.4. A finalidade das representa-ções de produto no PDP

2.5. Vantagens para o PDP 2.6. Prototipagem e engenharia

simultânea 2.7. Prototipagem no PDP envol-

vendo terceirização 2.8. Uma abordagem organizacio-

nal para o PDPApêndice A.2. Descrição do pro-

cesso de desenvolvimento de produtos 3 - Os principais processos de pro-totipagem rápida

3.1. Introdução 3.2. Processos baseados em líquido3.3. Processos baseados em sólido 3.4. Processos baseados em pó 3.5. Considerações finais e con-

clusões4 - Planejamento de processo para prototipagem rápida

4.1. Introdução 4.2. Formas de obtenção de mo-

delo geométrico 3D 4.3. Formato do arquivo STL4.4. Ferramentas para manipula-

ção e correção de arquivos STL4.5. Etapas de planejamento para

o processo de RP4.6. Pós-processamento e acaba-

mento

Apêndice A.4. Problemas no for-mato STL, outras aplicações deste formato e outros formatos

Apêndice B.4. Informações gerais para a exportação de arquivos STL

em alguns sistemas comerciais5 - Ferramental rápido

5.1. Introdução 5.2. Principais processos indiretos 5.3. Principais processos diretos 5.4. Outros processos de ferra-

mental rápido 5.5. Processos em desenvolvi-

mento ou considerados promissores 5.6. Considerações finais e con-

clusões6 - Exemplos de aplicações da pro-totipagem rápida

6.1. Introdução 6.2. Projeto de endoscópio 6.3. Aplicação no setor joalheiro 6.4. Computador para competi-

ções de rali 6.5. Projeto de brinquedos 6.6. Aplicação na medicina 6.6.1. Prototipagem rápida na área

da saúde 6.6.2. Planejamento e simulação

de cirurgia craniofacial 6.7. Aplicação na paleontologia

7 - Realidade, desafios e perspectivas 7.1. Introdução 7.2. Retrospectiva7.3. Realidade nacional da prototi-

pagem rápida.

O livro custa R$72,00 e pode ser comprado no site da Editora Leon.www.editoraleon.com.br

Modelar joias em 3D já se tornou comum e necessário para quem pretende criar e produzir joias com rapidez e precisão, principalmente depois do livro “Desenhando

Joias com Rhinoceros” publicado pela Editora Leon. No entanto, conhecer mais sobre prototipagem rápida também se tornou muito importante. O livro

“Prototipagem Rápida - Tecnologias e aplicações” te conduz nesse universo.

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29 Revista Joias & Design - Janeiro 2015

ferramentas

9 texturasem um único martelo

São nove cabeçotes, cada um com um tipo de textura, que podem ser rosqueados ao corpo do martelo permitindo

a produção de um ilimitado número de texturas

Textura é um recurso muito utili-zado na joalheria. No entanto, não é tão fácil de ser aplicada. Um martelo especial para texturas pode colaborar com esse trabalho.

O martelo de texturas 9 em 1 (9 in 1 Texture Hammer ) da empresa nor-te americana Esslinger, tem feito su-cesso no mercado mundial de joalhe-ria, pois trata-se de um martelo com nove cabeçotes intercambiáveis para produção de texturas sobre cobre, ouro, prata, bronze e outros metais.

A ferramenta é de fácil uso e per-mite a combinação de texturas, isto é, pode-se aplicar uma textura sobre a outra obtendo-se uma grande combi-nação de texturas sobre metais.

www.esslinger.com/

Esslinger and Company 1165 Medallion Unidade Saint Paul, MN 55120 EUA

A troca dos cabeçotes é feita de forma rápida e fácil, viabilizando a combinação das texturas.

O cabo é de madeira e os cabeço-tes em aço.

O martelo pode ser usado em áre-as pequenas ou grandes.

A Esslinger comercializa o mar-telo em seu site. O preço anuncia-do no site, em fevereiro de 2015, é US$44,95 (pode ser alterado). No entanto, para pedidos internacionais existem restrições.

Como a empresa orienta em seu site, alguns produtos não podem ser enviados para destinos internacio-nais, por isso eles pedem que os in-teressados enviem uma mensagem

pelo site, no “Fale Conosco” para que seja feita a avaliação de destino, frete, etc.

O governo norte-america-no estabelece restrições para o envio internacional de líqui-dos, baterias e outros produtos licenciados apenas para venda nos Estados Unidos. Daí a ne-cessidade da consulta.

Em breve alguma fornitura deve-rá comercializar essa ferramenta no Brasil.

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24 Revista Joias & Design - Junho 2014

Em breve novidades quentíssimas!www.editoraleon.com.br

Quer saber mais sobre comodesenhar e produzir joias?