Jogos e brincadeiras

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Jogos e brincadeiras adaptados às faixas etárias! Autora: Angela Alves Fonoaudióloga, Mestre CLIAL - BRASÍLIA – DF Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação Auditiva Produção: Camila Medina (Tecnologia Educacional FOB-USP)

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Jogos e brincadeiras adaptados às faixas etárias

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Page 1: Jogos e brincadeiras

Jogos e brincadeiras adaptados às faixas etárias!

Autora: Angela AlvesFonoaudióloga, Mestre CLIAL - BRASÍLIA – DF

Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação Auditiva

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Page 3: Jogos e brincadeiras

Índice

Objetivos deste material

Introdução

O Brincar

A Família e a Intervenção Terapêutica

6 meses de idade

16 meses de idade.

2 anos de idade.

3 anos de idade.

Referências Bibliográficas

Atividades apresentadas para bebês por volta de

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26

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40

3

Dica Importante39

Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação AuditivaFormatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 4: Jogos e brincadeiras

Objetivos deste material

Promover o desenvolvimento

da função auditiva, do sistema cognitivo e da

linguagem oral.

Apreender por meio dos jogos e

brincadeiras, as diferentes visões sobre o mundo,

compreendendo o pensamento de outras

pessoas, suas percepções e motivações.

Privilegiar, por meio dos jogos e

brincadeiras, em uma parte do dia, metas que farão a

diferença no desenvolvimento da criança, a fim de transformar o

sinal e o ambiente acústico, visando à facilitação da

apreensão do significado no discurso do outro.

B

CPermitir o acesso ao

simbólico e ao verdadeiro diálogo

interdisciplinar.

A

D

4Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação AuditivaFormatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 5: Jogos e brincadeiras

Os bebês necessitam de informações auditivas desde seus primeiros

meses de vida, tendo, deste modo, melhor oportunidade para desenvolver as

intrínsecas, complexas e abundantes vias neurais.

Atualmente, por ser possível identificar a perda auditiva em recém-

nascidos e dispor de tecnologia, visualiza-se toda uma nova geração de crianças

com deficiência auditiva, pois a intervenção ocorrerá durante o “período crítico”

do desenvolvimento. Neste período o cérebro está definindo sua forma inicial e

básica de processamento e tudo o que necessita, para a audição, é a exposição

ao som.

Do nascimento até os três anos de idade, a criança passa por um período

de pré-condição para o efetivo desenvolvimento das habilidades auditivas. A

acessibilidade acústica para inteligibilidade da fala aos níveis de audição e a

distância são quesitos essenciais paro o enriquecimento do cérebro e ao

desenvolvimento social e emocional da criança, considerando a audição a via

sensorial que capacita bebês e crianças a aprender casualmente e

incidentalmente.

Destaca-se que o acesso à percepção auditiva dos sons da fala é possível,

atualmente, com altíssima qualidade, por meio dos recentes dispositivos

eletrônicos, nos casos das perdas auditivas de diferentes graus.

Durante o processo de adaptação do bebê ou da criança é fundamental

auxiliar os pais, tendo em vista que eles precisam se conscientizar de que o

dispositivo eletrônico deve ser utilizado pela criança durante todo o tempo em

que estiver acordada, pelo menos doze horas por dia, garantindo a

oportunidade de receber o input auditivo, pois os centros auditivos do cérebro

necessitam de acesso sonoro consistente, claro e completo para se

desenvolverem (Flexer, 2011).

Este material traz algumas informações importantes para serem

inseridas e trabalhadas durante a terapia e na rotina diária da criança. Aqui você

irá encontrar dicas de brincadeiras que podem ser adaptadas e, principalmente,

dicas de metas terapêuticas para auxiliá-lo(a) na construção do planejamento

terapêutico e na relação com família.

BOA LEITURA!

Introdução

5Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação Auditiva

Formatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 6: Jogos e brincadeiras

Segundo Roza (1999), brincar é:

Seguindo esse raciocínio, é importante reconhecer os interesses do

bebê e da criança, dirigir a atenção a eles, interpretar suas intenções

comunicativas, incentivá-los à repetição de respostas positivas, encorajar

interações iniciadas por eles e solicitar, naturalmente, a troca de turnos.

Estabrooks (2006) relata que devemos conhecer a criança, pois o

trabalho torna-se motivador em duas situações: quando buscamos o que eles

querem e quando fazemos o que é encantador.

Assim, toda sessão deve ser flexível e facilmente adaptável aos pais

para possibilitar a reprodução das suas estratégias nas situações da vida

cotidiana da criança, sendo que o terapeuta deve seguir a liderança da criança

que “domina o momento” para focar o processo terapêutico nas metas

selecionadas e estabelecidas com atividades divertidas e situações prazerosas.

Existem cinco princípios importantes a considerar no trabalho com

bebês e crianças (Estabrooks, 2006):

Os materiais e brinquedos devem ser adequados à idade e

cuidadosamente selecionados de acordo com o estilo e preferência

da criança, respeitando suas etapas de desenvolvimento.

Problemas de comportamento diversos são esperados em crianças

com menos de três anos de idade e devem ser cuidadosamente

administrados por profissionais da área.

Os terapeutas devem alternar seu estilo como reabilitadores,

reduzindo a ênfase em instruções didáticas.

Reconhecer casa-família como primeira via para a construção da

linguagem.

O conhecimento sobre os dispositivos eletrônicos aplicados à

deficiência auditiva auxilia a estabelecer o uso sistemático do

equipamento, durante todo o dia.

Via privilegiada de expressão e apreensão da realidade.

Processa-se a organização do indivíduo.

Nasce e desenvolve-se a linguagem.

Dá-se o aprendizado e o conhecimento do mundo.

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O Brincar

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A Família e a Intervenção Terapêutica

Durante o trabalho com crianças pequenas o principal objetivo é

conscientizar a família sobre a importância do brincar com a criança em todos os

momentos significativos do dia a dia. Por exemplo: troca da fralda, hora do

banho, momento da amamentação, durante o preparo dos alimentos e a

alimentação, quando estiver vestindo a criança, durante a organização da casa.

Essas situações são ricas para desenvolver as habilidades de audição,

principalmente os aspectos suprassegmentais da fala, onde a melodia,

entonação e ritmo caracterizam esses momentos de brincadeira, de

divertimento e de substancial interação afetiva.

Exemplo: “AiAiAi! A sua fralda está

molhada! Eu acho que você fez muito xixi!

Vamos tirar a fralda! (cantando) Vamos trocar a fralda!Vamos ficar limpinho!

Vamos ficar cheiroso!”.

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FAZER!

ONDE

O QUE

A vivência está em todo lugar: no parque, no metrô, no supermercado, na

vizinhança... Aproveitar as situações para auxiliar o desenvolvimento da

criança, torna-se um modo de viver. Para as crianças menores de três anos o

ambiente natural é aquele “onde” os pais estão e “o que” acontece neste

ambiente. Desta forma, devemos incentivar a família a participar com prazer do

processo terapêutico, pois “o que” fazer e “como” fazer com a criança em casa,

fica distante sem uma parceria sistemática com os pais.

COMO

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Page 8: Jogos e brincadeiras

O uso da “Agenda” ou “Livro dos Pais” pela família na sessão permite o

estabelecimento do “elo” entre a casa e a clínica, auxiliando na reconstrução

dos eventos e na elaboração das metas terapêuticas que podem ser integradas

na rotina familiar por meio de situações incidentais significativas. A partir

destes materiais e das orientações do(a) fonoaudiólogo(a), quando a criança

retorna para casa os pais têm ampla oportunidade para usar as habilidades e

brincadeiras que beneficiarão a criança em seu desenvolvimento.

Consequetemente a criança atingirá os resultados das metas terapêuticas com

maior rapidez, e os pais terão a certeza, no final de cada dia, que privilegiaram a

audição em todas as situações.

Nas sessões, o terapeuta provê os pais com respostas e sugestões,

denominadas de “orientação síncrona”. Na conclusão da sessão, é importante

garantir que os pais estejam certos sobre as necessidades a serem trabalhadas

em casa nas áreas da audição, fala, linguagem, cognição e comunicação. Para

tanto, o fonoaudiólogo deve fazer, sempre que possível, uma revisão das

anotações que os pais fizeram na agenda durante a sessão e discuti-las

(Estabrooks, 2006).

Ainda, a família pode construir o “caderno de experiências” com sua

criança, desde pequena, contextualizando as situações sociais relevantes,

como aniversários, passeios (Melo e Novaes, 2001; Estabrooks, 2006).

8Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação AuditivaFormatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 9: Jogos e brincadeiras

Atividades apresentadas para

bebês por volta de

6 meses de idade.

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Formatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

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Metas Terapêuticas

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Detectar sons ambientais e de fala, indicado quando a criança para a atividade, sorri e movimenta os olhos.

Localizar os sons apresentados em ambos os lados, indicado quando a criança procura pelo som movimentando a cabeça.

Reconhecer vozes amigáveis.

Atender a música.

Aumentar o repertório de sons vocálicos.

Experimentar e explorar suas próprias vocalizações encorajando a brincadeira vocal.

Produzir uma variedade de suprassegmentos.

Iniciar o reconhecimento do “Aprendendo a Escutar as Onomatopeias.”

Imitar expressões faciais.

Manter o foco em um brinquedo ou objeto.

10Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação AuditivaFormatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 11: Jogos e brincadeiras

Se pais e terapeutas entendem os fundamentos de como a linguagem é

apreendida por meio da audição, e consequentemente usam habilidades para

desenvolvê-las, saberão que as oportunidades para a generalização serão

abundantes.

Para tanto, é extremamente importante:

Conscientizar a família da importância da audição dando foco contínuo

nesta via sensorial. Levar a criança a despertar a atenção para os sons à

sua volta. Apontar para o ouvido. Usar palavras auditivas como

“Escuta! Você escutou? Eu escutei!”;

Usar expressão facial de prazer quando se referir à audição;

Enfatizar os sons antes da visão para a construção das habilidades

auditivas é essencial, pois a audição deve ser vitoriosa;

Fazer uso da técnica bimodal ou sanduiche auditivo, ou seja, dar a

informação auditiva primeiro e posteriormente, quando necessário,

dar a informação visual;

Lembre-se que as situações devem ser realizadas de forma espontânea,

sem comprometer a naturalidade da comunicação e que as melhores lições são

apreendidas e reforçadas nas brincadeiras naturais e experiências diárias.

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Bebês em Ação: Brincando de escutar

11Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação Auditiva

Formatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

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A música tem um papel importantíssimo para o desenvolvimento da

criança, pois é uma proposta diferenciada de interação com a criança. A música

proporciona prazer e auxilia no desenvolvimento das habilidades auditivas,

garantindo a percepção da fala. Ela mantém atenção auditiva, promovendo o

aprimorando do feedback acústico articulatório.

Brincadeiras musicais oferecem melodia, ritmo e entonação da fala,

favorecendo o acesso à audibilidade dos sons da fala que essas crianças

apresentam em todas as frequências. Além disso, proporciona momentos

divertidos em casa, sendo uma forma de brincar com a linguagem desde os

primeiros momentos de vida da criança.

Bebês em Ação: Brincando com músicas

12Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação AuditivaFormatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 13: Jogos e brincadeiras

Sugestão para os pais:

· Incentivar a família a cantar

para a sua criança.· Preencher os seus dias

com todo o tipo de músicas e canções.

Lembre-se:

Cantar ou murmurar para

seus bebês canções de ninar, músicas

infantis.

Cantar músicas e acompanhar por

meio de Compact-Discs (CDs) infantis, alertando

sempre e prazerosamente para a presença e ausência do som.

Chamar a atenção da criança: “Você está

escutando? - com expressão facial de prazer e apontando

suavemente para o próprio ouvido e para o ouvido do bebê - É uma música! –

fazendo movimentos corporais para acompanhar o ritmo da música. A música acabou! Chhh! - parando os movimentos corporais - Uau! Tem música outra vez!

Que música gostosa!” recomeçando os movimentos

corporais.

Cantar o que se fala também pode

ser um recurso efetivo e prazeroso. Torna a

mensagem mais fácil de escutar e mais atrativa

para responder.

13Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação Auditiva

Formatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 14: Jogos e brincadeiras

Bebês em Ação: Brincando com água

?Todos os momentos da rotina da criança são oportunidades valiosas

para trabalharmos as habilidades auditivas. Um exemplo claro e divertido é a

inserção da água nas brincadeiras com a criança.

Tire vantagem da água. Bebês e crianças demonstram muito prazer

nas brincadeiras com água;

Coloque água em banheiras ou bacias e brincar com livros de plásticos

e brinquedos como bebê, pato, peixe, foca, barco, tubarão, sapo.

Chame a atenção da criança para o som da água;

Use vocabulário simples, sentenças curtas e músicas que se encaixam

na atividade, como: “Lava, lava, lava o bebê...” .

E lembre-se que manter as regras simples é a chave para o trabalho com

os bebês e que simples narrativas de sua rotina são mais fáceis para a

compreensão. Respostas longas e elaboradas são mais difíceis para

compreender e imitar e não são naturais.

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Page 15: Jogos e brincadeiras

O palhaço na caixa

Passo a passo:

Terapeuta liga a música do palhaço para observar a reação da criança que

imediatamente para a atividade, sorri, movimenta os olhos e procura pelo som.

O terapeuta, então, apresenta o brinquedo para ela.

Terapeuta-mãe-criança escutam a música, dançam e apontam para o

ouvido alertando para o som, dizendo:-Escuta!

A música termina e o palhaço pula da caixa.

Terapeuta diz: -Oh! Oh! É o palhaço! Ele faz Rá Rá Ra! Ele dá risadas!

A criança explora o palhaço e vocaliza. O terapeuta diz: - Vamos apertar o

palhaço! Vamos por o palhaço dentro da caixa! A mãe fala:- O palhaço sumiu!

Onde está o palhaço? Aonde ele foi? Vamos chamar o palhaço? PALHAÇO!!! Vem

cá! Vem, vem, palhaço! Mamãe, aperta o palhaço! Uau! O palhaço subiu! O

palhaço apareceu! Agora o palhaço vai embora pra casinha dele! Tchau, tchau ,

palhaço!!!

15Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação Auditiva

Formatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 16: Jogos e brincadeiras

Passo a passo:

O terapeuta e a mãe se mantêm quietos.

O terapeuta começa a cantar “roda, roda, roda pião...” e observa o

comportamento da criança.

Assim que ela olha para o terapeuta a mãe canta.

O terapeuta espera e depois mostra para a criança o pião que vai e

roda...roda...

Sugestões:

Pensar em vários modos que se pode incorporar este som e seu conceito

através do dia: mexendo a comida da criança, circulando com as mãos em

seu pijama, em sua face, rodando o relógio de brinquedo, cata-ventos.

Alertar para o que roda, piões, rodas em veículos, ventiladores, móbiles.

Dizer ações rítmicas: “roda, roda, meu pião, bem aqui na minha mão

(brincando de rodar na palma da mão da criança).

Cantar! “Meu ursinho, meu ursinho, roda aqui e acolá! Roda, roda e cai na

cama pois é hora de dormir!”

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Rodando Piões...

e outros brinquedos que rodam...

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“O Palhaço” Rá Rá Rá

“O Avião” Ah Ah

“O Pato”

“O Cachorro” AuAuAu

“A Bola”

“O Cavalo”

“O Peixe”

“O Relógio Musical”

“O Trem”

“O Ônibus” BÚ BÚ BÚ

“O Carro”

“O Gato” Miauuu

“As Bolhas de Sabão”

“A Vaca” MUUU

“A Galinha Có Có Có”

“O Elefante”

“O Passarinho” Piu-Piu

Aprendendo a escutar as onomatopéias

É fundamental auxiliar a criança a reconhecer os traços segmentais da fala

(vogais e consoantes) que requerem mais audição funcional do que as

informações suprassegmentais.

Os ricos sons do “Aprendendo a Escutar as Onomatopeias” podem ser

usados para desenvolver esta habilidade. O terapeuta apresenta cada um

desses sons, que são relacionados com os seus respectivos brinquedos,

durante a terapia e nas atividades de brincadeiras em casa.

Lembre-se que os pais devem ser encorajados a usá-los do modo mais

natural possível nas situações de linguagem.

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Formatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 18: Jogos e brincadeiras

O avião

Assim que a criança olha para a mãe, o terapeuta canta a música do avião e espera pela reação da criança.

A criança procura pelo terapeuta que sorri e mostra o avião para ela.

O terapeuta se aproxima e gentilmente passa o avião na criança emitindo sua onomatopeia (“ah”).

Em um outro momento o terapeuta apresenta novamente o som e espera pela resposta da criança.

A mãe sinaliza para a criança que está escutando o barulho de um avião, alerta para a escuta e leva a criança até a janela, mostrando e falando sobre o avião que voa no céu.

A criança explora o brinquedo e o terapeuta mostra suas rodas e canta: “roda, roda, roda.”

Sugestões aos pais: Brincar com os sons “Aprendendo a Escutar as Onomatopeias” que a

criança está começando a ouvir e que ainda são novos para ela. O pai pode imaginar que é um avião e que voa no ar com a sua criança

emitindo sua respectiva onomatopeia; pode escutar e olhar para os aviões que passam por sua casa.

Sinalizar, apontando para o ouvido, que ele faz um som. Mostrar as figuras de aviões em revistas, livros. Pensar em outras atividades que possa relacionar com o som do avião

/ahahah/. Muitos desses sons “Aprendendo a Escutar as Onomatopeias” podem

ser transferidos para outros brinquedos e situações. Quando brincar com esses sons, lembrar-se de criar um ambiente

acústico favorável, para facilitar as respostas da criança nas frequências altas, como /ch; sss/.

O mundo real não é tão silencioso como a sala de terapia, mas o bebê está aprendendo a escutar, e os sons de alta frequência são mais desafiadores para ele, mesmo fazendo uso do IC.

Chamar a atenção da criança para estes sons no ambiente em que a criança estiver, apontar para seu ouvido e conduzir sua atenção para a fonte sonora.

Estabrooks, 2006.

Passo a passo:

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Brincar com os sons “Aprendendo a Escutar as Onomatopeias” que a

criança está começando a ouvir e que ainda são novos para ela;

O pai pode imaginar que é um avião e que voa no ar com a sua criança

emitindo sua respectiva onomatopeia; pode escutar e olhar para os aviões

que passam por sua casa;

Sinalizar, apontando para o ouvido, que ele faz um som;

Mostrar as figuras de aviões em revistas e livros;

Pensar em outras atividades que possa relacionar com o som do avião

/ahahah/;

Muitos desses sons “Aprendendo a Escutar as Onomatopeias” podem ser

transferidos para outros brinquedos e situações;

Quando brincar com esses sons, lembrar-se de criar um ambiente acústico

favorável, para facilitar as respostas da criança nas frequências altas, como

/ch/ e /sss/;

Sugestão para os pais:

O mundo real não é tão silencioso como a sala

de terapia, mas o bebê está aprendendo a escutar, e os sons de

alta frequência são mais desafiadores para ele, mesmo fazendo uso do dispositivo eletrônico. Chamar a

atenção da criança para estes sons no ambiente em que a criança estiver,

apontar para seu ouvido e conduzir sua atenção para a

fonte sonora.

Lembre-se:

Estabrooks, 2006

19Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação Auditiva

Formatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 20: Jogos e brincadeiras

Livros

Incentivar a família a ler-reler histórias, todos os dias, para seu bebê e sua

criança.

O ideal é muitos livros por dia. A prática de contar histórias deve ser iniciada

o mais cedo possível na vida das crianças.

Mesmo não compreendendo o significado das palavras ou

desconhecendo onde uma palavra termina e a outra começa, as palavras

evocam excitação, surpresa, curiosidade, mantendo a atenção auditiva da

criança.

No decorrer de seu desenvolvimento, enquanto ouvem as histórias, as

crianças vão discriminando os sons da fala, reconhecendo vocábulos e

estruturas simples de sentenças, compreendendo gradativamente as

informações auditivas recebidas, tornando-se deste modo, ouvintes

específicos da linguagem.

“A noite chegou! A lua apareceu no céu! Uma pequena lagarta nasceu na

folha da árvore. No outro dia, o sol apareceu! É dia! A lagarta andou...andou...

andou... Ela estava com muita fome...”. E assim, na brincadeira com os livros, as

crianças vão construindo as suas histórias do imaginário para o real.

Flexer, 2010b.

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“A noite chegou! A lua apareceu no céu!

Uma pequena lagarta nasceu na folha da árvore. No outro dia, o sol apareceu! É dia! A lagarta

andou...andou... andou... Ela estava com muita fome...”. E assim, na

brincadeira com os livros, as crianças vão construindo as suas

histórias do imaginário para o real.

Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação AuditivaFormatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 21: Jogos e brincadeiras

Atividades apresentadas para

bebês por volta de

16 meses de idade.

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Formatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 22: Jogos e brincadeiras

Metas Terapêuticas

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Localizar sons ambientais e da fala variando ângulo e distancia.

Responder apropriadamente a sons com significado sem que a atenção

esteja voltada para eles.

Possibilitar o aumento do repertório dos sons vocálicos e consonantais.

Responder apropriadamente a palavras-chave e frases comuns.

Responder apropriadamente questões de sim/não de acordo com seus

desejos e necessidades.

Imitar padrões inflexionais da fala e alguns sons vocálicos.

Imitar e emitir uma variedade de palavras altamente motivadoras e

começar a aproximar frases comumente ouvidas.

Relacionar simples combinações durante as brincadeiras: colocar

pessoas ou animais dentro do caminhão e puxá-los.

Desenvolver habilidades de troca de turnos.

22Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação AuditivaFormatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 23: Jogos e brincadeiras

A Cobra

Passo a passo:Auxiliar a criança a reconhecer os traços segmentais da fala (vogais e

consoantes) que requerem mais audição funcional do que as informações suprassegmentais.

Os ricos sons do “Aprendendo a Escutar as Onomatopeias” podem ser usados para desenvolver esta habilidade.

O terapeuta apresenta cada um desses sons, que são relacionados com os seus respectivos brinquedos, durante a terapia e nas atividades de brincadeiras em casa.

Os pais são encorajados a usá-los do modo mais natural possível nas situações de linguagem.

O terapeuta emite: “/ssssss/” e a mãe diz: “Ei! Eu escuto a cobra.”. O terapeuta repete o som enquanto tira de uma cesta uma enorme cobra de

borracha. A mãe canta a música da cobra que para na mesa próxima a sua mão.O terapeuta diz: “Vai embora cobra tola, você não pode picar a mamãe!Esperam pelas vocalizações da criança que se não responde, a mãe é

solicitada.A criança brinca com a cobra enquanto o terapeuta oferece mais

informações sobre a situação: “Vamos colocar a cobra dentro da cesta? Tchau cobra! Tchau Tchau!!!

23Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação Auditiva

Formatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 24: Jogos e brincadeiras

A Cobra e outros animais

Passo a passo:Tem outros animais dentro da cesta! Vamos adivinhar quem está dentro da

cesta?

Vamos fechar o olho?

Outros três animais saem da cesta, o gato (“miau”), o coelho (“ih ih ih”) e o

cachorro (“auau”). Abre o olho!

Já dispostos na frente da criança, a mãe a auxilia a pegar os animais

solicitados pelo terapeuta e os coloca dentro do caminhão que passeia com

cada um, enquanto o terapeuta emite suas respectivas onomatopeias.

A criança vai, dessa forma, familiarizando-se e tendo acesso a uma grande

quantidade de informações auditivas.

A habilidade auditiva para compreender o significado da fala começa a se

ampliar, e a criança, além de imitar os sons apresentados, começa a demonstrar

apropriadas respostas, embora assistemáticas, às solicitações do terapeuta.

24Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação AuditivaFormatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 25: Jogos e brincadeiras

Sugestões aos Pais

Auxiliar a criança a seguir

direções simples na sua rotina diária: dar

tchau, jogar um beijo, abrir a porta.

Explorar diferentes odores no ambiente: brincando

com o que cheira gostoso (Mmm) e o que cheira mal

(Eca, é ruim) e falar sobre eles.

Comentar quando algum animal estiver

dormindo: “Sssss.”

Ler livros encantadores.

Cantar músicas

referentes ás onomatopeias trabalhadas.

Brincar com jogos de

dormir/acordar com os membros

da família.

Engajar em brincadeiras com

bonecas/bonecos, animais e

fantoches.

Os fantoches são estimuladores

pois permitem brincar com as diferenças de

vozes, imitação e troca de turnos de modo

prazeroso.

Vivenciar situações com

animais, veículos e outros enfatizados

nas sessões.

25Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação Auditiva

Formatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 26: Jogos e brincadeiras

Atividades apresentadas para

bebês por volta de

2 anos de idade.

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Page 27: Jogos e brincadeiras

Metas Terapêuticas

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Preparar a criança para testes audiológicos na atualização do

mapeamento.

Detectar e reconhecer os “Sons do Ling.”

Atender à tarefas de 1-2 minutos.

Reconhecer frases comuns por meio da audição.

Atender aos sons “Aprendendo a Escutar as Onomatopeias” sempre

relacionadas aos vocábulos.

Imitar frase quanto à duração.

Compreender maior quantidade de frases comuns.

Iniciar comunicação sobre suas próprias ideias.

Desenvolver habilidades de troca de turnos.

Atender a pequenas histórias.

Aprender a interagir com os livros (virar a página, o que acontece na outra

página).

27Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação Auditiva

Formatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 28: Jogos e brincadeiras

Atividades de respostas-condicionadas:

Quando o terapeuta brinca com este jogo, procura torná-lo o mais

divertido possível.

A criança segura pequenas bolas de borracha perto de sua orelha e as

coloca dentro de um baldinho a cada vez que escuta e imita um dos sons do

Ling: /a/ u/m/i/ch/s/.

Depois de ter coletado várias bolas, ele as joga dentro do pote plástico com

água.

Outras ações podem ser: colocar as rodas na barriga do cachorro; o inseto

na boca do sapo; os brinquedos de plástico no pote de água colorida ou

qualquer outra brincadeira semelhante, que permita respostas repetitivas, que

deverão ser sempre agradáveis, interessantes e reforçadoras após o estímulo

sonoro.

Outros sons podem ser adicionados aos sons do Ling.

Bolas de Borracha

6 sons de Ling (1976, 1984):

/a/ /i/ /u/ /s/ /ch/ /m/Sons padronizados,

abrangem o espectro das freqüências dos sons da

fala (500 a 4KHz)

28Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação AuditivaFormatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 29: Jogos e brincadeiras

Brincando de Fantoches

Passo a passo:O terapeuta usa a brincadeira de “adivinhar” para apresentar os fantoches

para a criança: “Eu tenho dentro da cesta, alguma coisa que faz “Gu Gu” você

sabe o que é?

Ele procede igual com outros fantoches: um outro sapo pequeno, um

cachorro, um menino, uma tartaruga e um barco.

A criança manipula todos os fantoches emitindo suas respectivas

onomatopeias.

Uma história se inicia e os fantoches ocupam seus papéis.

O terapeuta usa frases simples relacionadas ás figuras, dando destaques

acústicos nas palavras chave. “ O sapo falou: Ou, ou, bom dia, tartaruga.”

O terapeuta encoraja a mãe a ler a próxima página para a criança que é

encorajada a contar para o terapeuta.

No final da história, o terapeuta questiona a mãe sobre algumas partes do

conteúdo que usa os fantoches para responder.

A mesma solicitação é realizada com a criança que tem o auxílio da mãe

para responder.

O encantamento da criança enquanto manipula os fantoches na história

demonstra o prazer.

O terapeuta segue a liderança da criança e o encoraja a trocar turnos.

Outros modos de usar os fantoches pode aumentar seu interesse por

histórias e estender suas habilidades de brincar com dramatizações.

Os fantoches são estimuladores,

pois permitem brincar com as diferenças de

vozes, imitação e troca de turnos de modo

prazeroso.

29Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação Auditiva

Formatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 30: Jogos e brincadeiras

Enquanto brinca com os fantoches a criança pode imitar as onomatopeias ou vocábulos várias vezes, aproximando-os em duração, emitindo suas vogais e fazendo precoce aproximação das consoantes.

Manifesta-se o desenvolvimento das habilidades perceptuais quando procura fazer aproximação nos padrões de duração das frases apresentadas.

Lembre-se:

Seja criativo!

Outros modos de usar os fantoches podem

aumentar seu interesse por histórias e estender suas habilidades de

brincar com dramatizações.Enquanto brinca com os fantoches a criança pode imitar as onomatopeias ou vocábulos várias vezes, aproximando-os em duração,

emitindo suas vogais e fazendo precoce aproximação das consoantes.

Manifesta-se o desenvolvimento das habilidades perceptuais quando procura

fazer aproximação nos padrões de duração das frases apresentadas.

30Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação AuditivaFormatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 31: Jogos e brincadeiras

Continuando as Brincadeiras

Outras brincadeiras para enfatizar os sons “Aprendendo a Escutar as

Onomatopeias”, ampliando vocabulário e estruturas frasais:· Mini fazendas,

aeroportos;

Esconder os brinquedos em objetos atípicos como dentro de meias,

travesseiros, sapatos, embaixo de cadeiras, dentro dos armários;

Colar bandeirinhas de papel em cima das figuras, colocadas em um

painel no quarto da criança, na sala de terapia, no caderno de

experiências, para chamar a atenção ao novo vocabulário;

Repetir as músicas diferenciando as situações na clínica e em casa;

Representar o conteúdo oferecido em desenhos no papel usando

“crayons” de cores estimulantes;

Usar CDs infantis para auxiliar a memorizar as músicas.

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Atenção: - O terapeuta deve seguir a liderança da

criança que “domina o momento” para focar o processo

terapêutico nas metas selecionadas e estabelecidas com atividades

divertidas e situações prazerosas.- Os terapeutas devem alternar seu

estilo como reabilitadores, reduzindo a ênfase em

instruções didáticas.

31Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação Auditiva

Formatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 32: Jogos e brincadeiras

Sugestões

Iniciar as brincadeiras com ações e resolução de problemas

sempre que possível, motivando a criança para usar a linguagem oral,

oferecendo oportunidades para falar sobre ações e eventos: quando o leite

está fervendo, o sapato precisa ser amarrado, os brinquedos

quebraram, as portas precisam abrir e outras.

Perguntar para a criança o

que ela está pensando, sentindo

ou fazendo.

Use sempre frases significativas e

contextualizadas, evitando o uso de

vocábulos isolados. Há muito mais informação

acústica em frases.

Criar oportunidades para a

criança usar e repetir frases comuns ou outras, começando a dar sentido à cadeia de sons que

recebe, como: “Ou, ou, a bola caiu!' “Pega o pato, por favor!” “

A mamãe foi embora!” “Tira o sapo da caixa!” “Abre a

porta, por favor!”

A criança vai demonstrar

compreensão da linguagem por meio da

velocidade, ritmo e padrões de acentuação antes de

compreender as palavras propriamente ditas.

Listar atividades diárias que

acontecem em terapia ou em casa, nas quais frases comuns podem ocorrer naturalmente.

32Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação AuditivaFormatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 33: Jogos e brincadeiras

Atividades apresentadas para

bebês por volta de

3 anos de idade.

33Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação Auditiva

Formatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 34: Jogos e brincadeiras

Metas Terapêuticas

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Promover o desenvolvimento da memória auditiva e sequencial em

situações de compreensão em conjunto aberto.

Incentivar a criança a reconhecer dois elementos críticos na frase.

Promover o sequenciamento em duas direções.

Auxiliar a criança a sequenciar três direções.

Promover a capacidade auditiva de compreender direções com múltiplos

elementos.

Promover o desenvolvimento da habilidade auditiva por meio do

processamento de descrições e direções.

34Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação AuditivaFormatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 35: Jogos e brincadeiras

Brincando com Miniaturas

Passo a passo:

O terapeuta solicita à criança usando vários tipos de miniaturas:

“Eu quero o gato que faz 'miau' e o sapo que faz 'gu gu'!”

“Põe o urso no copo azul e a borboleta no copo verde!”

“Pega alguma coisa que o elefante come e alguma coisa que serve para

beber água.”

Lembre-se de usar estratégias associativas (dicas) e adivinhações para

tornar as atividades sempre mais prazerosas.

O sequenciamento ou a estruturação dos elementos na frase reflete o

conteúdo da linguagem apreendida, básico para a habilidade em determinar o

papel semântico ou a função da palavra, de acordo com o lugar onde ela ocorre

no padrão.

Considerada uma habilidade necessária para o bom desempenho no

seguimento de direções, é modificada pelo prévio conteúdo armazenado na

memória, importante no processo terapêutico, pois a criança depende

extensivamente da memória nas suas situações diárias.

Alves e Bevilacqua, 2002.

35Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação Auditiva

Formatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 36: Jogos e brincadeiras

Ovos Coloridos

Passo a Passo:O terapeuta dá dicas para a criança sobre os brinquedos escondidos dentro

de ovos de plásticos de diferentes cores.

Ele chama a atenção da criança para a escuta e inicia as informações,

segurando o ovo na sua mão e causando grande curiosidade e expectativa.

“Eu tenho, dentro do ovo amarelo, alguma coisa que dá o mel pra você

beber! Você sabe o que é?”

O terapeuta pergunta para a mãe se ela sabe. Ela confirma e diz que a criança

também sabe. A criança faz uma pausa e em seguida responde, dentro das suas

possibilidades linguísticas que é a “abelha”.

O terapeuta então mostra-lhe o pequeno inseto de plástico, deixa-a

manipulá-lo, e pede que o dê para a mãe guardar dentro do ovo amarelo outra vez.

As informações continuam com mais três brinquedos: “Eu tenho, dentro do

ovo azul, alguma coisa que roda, roda, roda!”.

A criança imediatamente diz que é o pião e o mesmo procedimento continua.

“Agora, dentro do ovo verde, tem uma pessoa que faz 'rá, rá, rá, rá, rá'!”.

A criança, pouco segura sobre o que ouviu, olhou para a mãe, como que

solicitando auxílio.

O terapeuta aproveitou a situação e falou: “Pergunta pra mamãe se ela sabe”

e continuou: “Mamãe, você sabe?”

A cada intervalo, a criança vocaliza para a mãe, que responde que sabe e dá a

resposta usando a pista auditiva.

A criança repete a informação e o terapeuta mostra o palhaço engraçado.

O último ovo é apresentado.

O terapeuta continua: “Dentro do ovo vermelho tem um brinquedo que você

chuta e faz gol!” Imediatamente, a criança responde: “Bola”.

Os quatro ovos, fechados, são então colocados com suas respectivas

miniaturas, em frente à criança, e ela tenta acertar o que tem, dentro de cada um, e

depois abri-los outra vez.

Quando a criança é solicitada a dizer o que ouviu, recorre a várias

informações para chegar a uma resposta.

Busca internamente a associação entre o estímulo sonoro e a fonte geradora,

revelando as estruturas de conhecimento armazenadas na sua memória.

O terapeuta usa várias técnicas terapêuticas nesta atividade, ou seja:

“Conjunto Intermediário” - quando categoriza os brinquedos - “É um brinquedo!”,

“É uma pessoa! "estabelecendo claramente o contexto; “Conjunto Aberto”

quando fornece vários elementos para compreensão, fazendo uso somente da via

sensorial auditiva; “Imitação Direta.” -

36Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação AuditivaFormatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 37: Jogos e brincadeiras

Dando complexidade às brincadeiras

Passo a Passo:Terapeuta dispõe os elementos na mesa. Faz uso de um interessante fantoche que representa uma vaca e solicita

para a criança com voz grave do respectivo animal: “Eu quero comer o piu piu e o au-au.” (o esperado é que a criança dê os dois elementos para a vaca que os come e faz “nhóque”, na voz do terapeuta).

Em outra etapa: “Eu quero comer o passarinho e o cachorro!”Em etapa mais avançada: “Eu quero comer um animal que voa e um animal

que come osso!”Estas atividades devem ser movidas, sempre que possível, da técnica de

conjunto fechado para conjunto aberto. A criança deve estar familiarizada com o vocabulário usado, inclusive com os dois elementos críticos inseridos como destaques acústicos na frase.

A criança pode ser solicitada a manipular os brinquedos em miniatura que estão à sua frente.

“Põe o bebê na cama, o palhaço no carro e a tartaruga na casa!” “O papai vai tomar banho, depois ele vai comer o pão e depois ele vai

dormir na cama.” Este nível de audição envolve reconhecimento, compreensão e extensão

da memória auditiva. Neste nível de complexidade, a criança necessita de tempo adicional para

o cérebro processar as informações antes de seguir com as instruções.“Você pode pegar o peixe e a borboleta e colocar dentro do barco azul que

está perto do menino?”“Eu vejo um animal que mora no mar, ele é enorme, bravo e guloso, mas

não é o peixe.” “A mamãe foi ao supermercado e comprou alguma coisa que você gosta

de por no leite e uma fruta que você não gosta de comer.”

37Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação Auditiva

Formatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 38: Jogos e brincadeiras

Brincadeiras com as cartas

Passo a Passo:O terapeuta tem uma grande e colorida figura na mão. A criança não vê a

figura. Algumas características sobre ela são faladas para a criança que está de

olhos fechados, imaginando sobre “o que” o terapeuta está falando. As regras da brincadeira são explicadas anteriormente e uma simulação é

realizada com a mãe. “Eu vejo um menino. Ele está tomando sorvete no parque.”

Se a criança processa a descrição, a brincadeira continua, com questões auxiliadas por dicas, estratégias delimitativas, aumento gradativo de informações auditivas, de acordo com a competência da criança.

“Eu acho que o sorvete é de morango! O que você acha? De que é o sorvete? O sorvete é de chocolate ou de morango?”“O menino está usando uma bota ou um tênis?”.As respostas da criança são de acordo com o que ela imaginou. No final, o terapeuta mostra a figura real, para descobrir o que foi igual ou

diferente do que se imaginou.Há vários níveis de aumento gradual de dificuldades dentro destes itens. O sucesso para que a criança vá alcançando esta etapa de habilidade

auditiva requer mais alto grau de competência nos níveis semânticos, sintáticos e pragmáticos.

A criança, deste modo, com confiança e divertimento, vai conquistando gradativamente sua independência auditiva à medida que seu cérebro processa cada vez mais velozmente as informações de fala recebidas.

38Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação AuditivaFormatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 39: Jogos e brincadeiras

Dica Importante

Leia o capítulo e saiba mais sobre jogos e

atividades lúdicas indicados para cada idade.

Formigoni GMP. Atividades Lúdicas na Terapia Fonoaudiológica. In:

Bevilacqua MC et al.(Org.). Tratado de Audiologia. São Paulo: Santos, 2011. p. 687-700.

39Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação Auditiva

Formatação: Tecnologia Educacional FOB-USP

Page 40: Jogos e brincadeiras

?Alves, AMVS. Terapia fonoaudiológica: os primeiros anos. In: Bevilacqua ,

MC et al. (Org.). Tratado de Audiologia. São Paulo: Santos, 2011. p. 611-

35.(Bevilacqua et al., 2011).

Estabrooks, W. Auditory-verbal therapy and practice. Washington:

Alexande Graham Bell Association for the deaf and hard of hearing, inc 2006.

Flexer, C. Auditory-verbal practice: theory of mind development northeast

ohio au.d.consortim (NOAC) and the university of akron, 2010.

Robbins, AM; Estabrooks, W. In: Auditory: verbal therapy and practice

Washington (DC): AGBell, 2006.

Roza, ES. Quando brincar é dizer: a experiência psicanalítica na infância.

Rio de Janeiro: Contra Capa, 1999.

Tannenbaum , S. Lesson plan for evan. In: Estabrook s, W. Cochlear

implants for kids. Washington (DC). A.G. Bell Assoc Deaf, 1998. p.

Bevilacqua, MC; Alves AMVS. Plano Terapêutico Fonoaudiológico (PTF)

para o desenvolvimento das habilidades auditivas em crianças até 3 anos de

idade usuárias de implante coclear. In: PRÓ-FONO (Org)./Planos Terapêuticos

Fonoaudiológicos (PTFs)./Baruerí: Pró-Fono, 2012

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Referências Bibliográficas

40Curso de Especialização em Habilitação e Reabilitação AuditivaFormatação: Tecnologia Educacional FOB-USP