Joarnal " O Ardina"

1
7 JANEIROFEVEREIROMARÇO2013 GERAL A crise de valores e a perda de identidade parecem caracterizar a vivência actual da sociedade. Neste contexto de grande dispersão e profunda crise social, os jovens jun- tamente com a família, são o anel mais exposto e mais vulnerável de toda a cadeia social. Entre as mui- tas questões que surgem frequen- temente, existe uma em particular que parece atrair o interesse: “È possível a coerência com os valo- res cristãos para os jovens?” A res- posta está na multiplicidade de ex- periências positivas e encorajado- ras de muitos dos nossos jovens brilhantes que escolhem caminhos para reafirmar a centralidade de Deus e do homem em uma socie- dade que favorece o exterior e aquilo que é desumano. Tenhamos sempre muito cuida- do quando – na televisão e nos jor- nais – ouvimos falar de jovens de- sajustados e destruídos que se tor- nam os protagonistas de cenas de violência, de solidão e de conflitos. Isso revela apenas uma parte de uma realidade que, muitas vezes, é diferente. Este ano, no Natal tive uma ex- periência com os jovens da Obra dos Ardinas. Celebramos a festa do Natal numa grande simplicidade mas muito rica, quer a nível dos símbo- los, cânticos e da participação dos jovens, marcados por uma socieda- de que os marginaliza, mas que viveram a Eucaristia com muita fá, apesar da sua pouca formação reli- giosa. Para mim marcou-me muito a forma como eles viveram este acontecimento. Tive a certeza que neles há ainda espaço para a espe- rança e a confiança, as quais não podemos ignorar. Quem não tem confiança nos jovens é cego e surdo, porque não sabe ver a realidade nem ouvir a verdade, que são muito diferentes de como nós imaginamos. O mal faz sempre mais barulho que o bem. Hoje pergunto se não gastamos muito tempo em considerações inú- teis sobre os jovens e não apren- demos a olhar ao redor para ten- tar essa multidão silenciosa de es- perança, que cresce se dirigindo a Deus. Se cada um de nós olhar bem e escutar bem não será difícil localizar jovens comprometidos e ansiosos para crescer no conheci- mento da verdade. Senhor, jesus, dá-nos olhos cla- ros que superem as turvas suges- tões do mal, fazendo com que pos- samos ver a riqueza de inúmeros jovens que continuamente te es- colhem, que se doam para aqueles que são mais fracos e que, com suas vidas,Te louvam. Te dou graças pelos formadores destes jovens dos Ardinas que com muito amor e carinho dão o melhor de si mesmo para que eles cresçam no amor e na justiça e descobrem que vida tem sentido e vale apena lutar por ela.Teço-te, Senhor Jesus que estes coordenadores sejam para eles, pai, mãe e irmão. Em Setembro do ano an- terior escrevia sobre a cida- de e o desemprego. Entre- tanto, nestes escassos qua- tro meses, para desalento de tantos, cada vez em maior número, a cidade do desem- prego em Portugal em vez de diminuir ou mesmo esta- bilizar, aumentou. Quais os efeitos secundá- rios? In-feli-cidade? Na Obra do Ardina, por exemplo,os jovens que aí são acolhidos e se encontram no momento de iniciar trabalho continuam sem saber como fazer parte das engrenagens produtivas do país. Se estive- rem ávidos de soluções, es- preitam os jornais ou os te- lejornais em horário nobre e ficarão ainda mais deprimidos. A cidade é cada vez mais lugar de desencontro entre os decisores-austeros-do-sa- crifício e os decididos-do-tra- balho-sem-alternativa. Contu- do, a cidade, em dueto com águas fluviais, ergue-se em pontes. Em Lisboa é assim. À primeira ponte sobre o Tejo,a partir de 1974,deu-se o nome da revolução – Ponte 25 de Abril. À segun- da deu-se o nome de um conquistador – Ponte Vasco da Gama. A terceira Ponte, não sobre o Tejo mas que atravesse a Cidade do Desemprego de ponta a ponta, entre deciso- res e decididos, a Ponte Hu- mana,por ventura actualmen- te a mais Desejada, a que vença nevoeiros e más marés, é a – Ponte Sem Ninguém – porque não se faz, não se er- gue, não tem pilares. Porquê? Porque não há um real diálogo entre os que podem e os que não podem, porque a maior construção de to- das, a Construção Humana, a única sem a qual nenhuma cidade se teria construído desde que o mundo é mundo, não se viabiliza. Em Lisboa, como no país inteiro, não há verdadeira ponte, edificada nos únicos pilares que a poderiam sus- tentar – os da Vontade e da Solidariedade políticas. Estes pilares, já nos diziam na es- cola, não são os das pontes das cidades ou dos países, são os da Cidade dos Sem Lugar, os da Utopia. Sem Ponte entre governan- tes e desempregados, o direi- to inalienável e essencial ao trabalho permanece uma Miragem, para desalento de todos. Cristina Veora Lisboa Ser jovem hoje A Cidade e o desemprego - parte II - 2013 Padre Valdemar F.C. Fernando Carvalho “AEconomiatemdeserhumana, tem de ser para as pessoas” (Dr. Guilherme de Oliveira Martins) Testemunho III É urgente mudar, a começar por nós próprios, procurando conver- ter o coração e a mente à energia transformadora do Amor. “Abre os olhos e reconhece a pobreza. Escuta atentamente a voz dos pobres. Abre o coração e encontra-te com os outros. Abre o espírito e apercebe-te: so- mos todos humanos!” A indiferença, o desprezo, o des- respeito,o excessivo individualismo, a insensibilidade social e humana, a falta de atenção ao próximo, da compaixão, constituem pecados in- dividuais e sociais. As suas conse- quências mais se agravam, aprofun- dam e tornam evidentes com a crise que, cada vez mais, nos amar- gura, reduz espaço de confiança e de esperança,retira alegria de viver, expande medos e aprofunda inse- gurança, exaurindo-nos. Para onde caminhamos? Que pre- sente e que futuro se está a construir? “Sem vida é muito difícil falar de esperança”. Repito o que já escrevi: é urgen- te podermos restaurar a confiança, potenciar a esperança, lutar para criar uma nova ordem social, onde as pessoas realmente contem, com- preender melhor porque chegámos à atual situação de penúria, também de anti valores, à nomeada crise, refletirmos que tipo de pessoa que- remos educar e formar, para que tipo de Sociedade a (re) construir. Em relação à Obra do Ardina, é urgente encontrar respostas en- quadradas, estruturadas e sistémi- cas, para apoiar jovens saídos da adolescência, a partir dos 18 anos de idade, alguns já jovens adultos, a encontrar o lugar a que têm direi- to na sociedade, que lhes possibili- te viver em condições propícias de dignidade, ter e desenvolver os seus projetos de vida, serem os atores das suas vidas. São jovens que NADA têm, a não ser a vida para viver,da qual são os principais responsáveis e já res- pondem perante a Lei. Têm deveres com a sonegação de básicos direitos. Estes jovens não têm família, quando a família existe não tem condições para poder ser um real suporte, não têm trabalho (nem qualquer meio de subsistência), não têm um teto onde se possam abri- gar (um lar), e já não têm idade para continuar ao abrigo das insti- tuições, que os acolheram, edu- caram e onde cresceram… Reflitamos que,“nem todos os fru- tos amadurecem ao mesmo tempo…” Em que condições podem real- mente viver? Como podem dar algu- ma resposta eficaz ao apelo da vida? É como se não tivessem o real direito à existência. É evidente que se trata de um problema também de Direitos Humanos. Reflitamos empaticamente: Pe- rante uma situação de múltiplas ca- rências, em inevitável sofrimento, que projetos de vida se podem ar- quitetar e desenvolver? Como se pode viver harmoniosamente as ener- gias e pulsões vitais que a natureza desperta, como se pode assumir uma dinâmica de vida continuada e em construção? Com que sentida liberdade, autonomia, alegria e feli- cidade? Como podem ter sonho, iniciati- va, segurança, viver Amor e ser ama- dos? Como podem acalentar espe- rança e desenvolver ideais? Como podem ser jovens no tempo de o serem? Estamos perante quadros de vida que parecem ser surreais, mas que, todavia, são cruelmente reais. São jovens que já não tiveram o calor do berço (um Lar), vindos de “ninhos quebrados”, que cresce- ram e caminham já fragilizados, ca- rentes de tudo, que não podem ter real presente nem promissor futu- ro, são vidas que correm o risco de se perder, à mercê de tudo o que, neste vazio de sufoco traumático, lhes possa acontecer. Que crimes cometeram estes jo- vens para serem tornados proscri- tos e tão severamente punidos? Para onde e para quê estão a ser empurrados? Não há lugar para eles na sociedade? Pensemos: Como se repercuti- rão estas situações, de múltiplas carências, não só de ordem mate- rialmente básica e que indeléveis marcas deixarão para a vida, tam- bém ao nível do necessário equi- líbrio psicoafectivo? Estas situações limite podem levar a um extremo cansaço e des- encanto, ao desespero… As feridas da alma são sempre as mais dolorosas, as mais difíceis de sarar e ultrapassar, no que ainda for possível ser ultrapassado. Os Serviços do Estado, sobretu- do das áreas do social e do traba- lho, onde têm recorrido à procura de alguma resposta, de algum apoio, parecem não funcionar, não orientam para qualquer solução ajustada. Estes jovens não são números de estatística, têm rostos, são pes- soas, cidadãos, querem amar e ser amados, ser pessoas de bem, úteis para si e para a sociedade, viverem dignidade, poderem evoluir, serem cidadãos plenos. Lançamos um alerta: Precisamos do vosso apoio,ajudem-nos a ajudar. Se, de algum modo, quiserem apoiar esta causa, escrevam para o jornal O Ardina, ao cuidado do seu Diretor, Prof.Alexandre Martins. Um abraço fraterno e um Bom Ano de 2013, o melhor possível. Obrigado. Crimes sem castigo

description

Orgão de Informação Regional

Transcript of Joarnal " O Ardina"

Page 1: Joarnal " O Ardina"

7JANEIROFEVEREIROMARÇO2013GERAL

A crise de valores e a perda deidentidade parecem caracterizar avivência actual da sociedade.Nestecontexto de grande dispersão eprofunda crise social,os jovens jun-tamente com a família, são o anelmais exposto e mais vulnerável detoda a cadeia social. Entre as mui-

tas questões que surgem frequen-temente, existe uma em particularque parece atrair o interesse: “Èpossível a coerência com os valo-res cristãos para os jovens?” A res-posta está na multiplicidade de ex-periências positivas e encorajado-ras de muitos dos nossos jovensbrilhantes que escolhem caminhospara reafirmar a centralidade deDeus e do homem em uma socie-dade que favorece o exterior eaquilo que é desumano.

Tenhamos sempre muito cuida-do quando – na televisão e nos jor-nais – ouvimos falar de jovens de-sajustados e destruídos que se tor-nam os protagonistas de cenas de

violência, de solidão e de conflitos.Isso revela apenas uma parte deuma realidade que, muitas vezes, édiferente.

Este ano, no Natal tive uma ex-periência com os jovens da Obrados Ardinas.Celebramos a festa doNatal numa grande simplicidade masmuito rica, quer a nível dos símbo-los, cânticos e da participação dosjovens,marcados por uma socieda-de que os marginaliza, mas queviveram a Eucaristia com muita fá,apesar da sua pouca formação reli-giosa. Para mim marcou-me muitoa forma como eles viveram esteacontecimento.Tive a certeza queneles há ainda espaço para a espe-

rança e a confiança, as quais nãopodemos ignorar.

Quem não tem confiança nosjovens é cego e surdo, porque nãosabe ver a realidade nem ouvir averdade, que são muito diferentesde como nós imaginamos.O mal fazsempre mais barulho que o bem.

Hoje pergunto se não gastamosmuito tempo em considerações inú-teis sobre os jovens e não apren-demos a olhar ao redor para ten-tar essa multidão silenciosa de es-perança, que cresce se dirigindo aDeus. Se cada um de nós olharbem e escutar bem não será difícillocalizar jovens comprometidos eansiosos para crescer no conheci-

mento da verdade.Senhor, jesus, dá-nos olhos cla-

ros que superem as turvas suges-tões do mal, fazendo com que pos-samos ver a riqueza de inúmerosjovens que continuamente te es-colhem, que se doam para aquelesque são mais fracos e que, comsuas vidas,Te louvam.

Te dou graças pelos formadoresdestes jovens dos Ardinas que commuito amor e carinho dão o melhorde si mesmo para que eles cresçamno amor e na justiça e descobremque vida tem sentido e vale apenalutar por ela.Teço-te, Senhor Jesusque estes coordenadores sejampara eles, pai, mãe e irmão.

Em Setembro do ano an-terior escrevia sobre a cida-de e o desemprego. Entre-

tanto, nestes escassos qua-tro meses,para desalento detantos, cada vez em maiornúmero, a cidade do desem-prego em Portugal em vezde diminuir ou mesmo esta-bilizar, aumentou.

Quais os efeitos secundá-rios? In-feli-cidade?

Na Obra do Ardina, porexemplo,os jovens que aí sãoacolhidos e se encontram nomomento de iniciar trabalhocontinuam sem saber comofazer parte das engrenagens

produtivas do país. Se estive-rem ávidos de soluções, es-preitam os jornais ou os te-lejornais em horário nobre eficarão ainda mais deprimidos.

A cidade é cada vez maislugar de desencontro entreos decisores-austeros-do-sa-crifício e os decididos-do-tra-balho-sem-alternativa. Contu-do, a cidade, em dueto comáguas fluviais, ergue-se empontes. Em Lisboa é assim.

À primeira ponte sobre oTejo,a partir de 1974,deu-se

o nome da revolução –Ponte 25 de Abril. À segun-da deu-se o nome de umconquistador – Ponte Vascoda Gama.

A terceira Ponte,não sobreo Tejo mas que atravesse aCidade do Desemprego deponta a ponta, entre deciso-res e decididos, a Ponte Hu-mana,por ventura actualmen-te a mais Desejada, a quevença nevoeiros e más marés,é a – Ponte Sem Ninguém –porque não se faz,não se er-

gue, não tem pilares. Porquê?Porque não há um real

diálogo entre os que podeme os que não podem,porquea maior construção de to-das, a Construção Humana,a única sem a qual nenhumacidade se teria construídodesde que o mundo é mundo,não se viabiliza.

Em Lisboa, como no paísinteiro, não há verdadeiraponte, edificada nos únicospilares que a poderiam sus-tentar – os da Vontade e da

Solidariedade políticas. Estespilares, já nos diziam na es-cola, não são os das pontesdas cidades ou dos países,são os da Cidade dos SemLugar, os da Utopia.

Sem Ponte entre governan-tes e desempregados,o direi-to inalienável e essencial aotrabalho permanece umaMiragem, para desalento detodos.

Cristina VeoraLisboa

Ser jovem hoje

A Cidade e o desemprego - parte II - 2013

Padre Valdemar F.C.

Fernando Carvalho

“A Economia tem de ser humana,tem de ser para as pessoas”(Dr. Guilherme de Oliveira Martins)

Testemunho III

É urgente mudar, a começar pornós próprios, procurando conver-ter o coração e a mente à energiatransformadora do Amor.“Abre os olhos e reconhece a pobreza.Escuta atentamente a voz dos pobres.Abre o coração e encontra-te comos outros.Abre o espírito e apercebe-te: so-mos todos humanos!”

A indiferença, o desprezo, o des-respeito,o excessivo individualismo,a insensibilidade social e humana, afalta de atenção ao próximo, dacompaixão,constituem pecados in-dividuais e sociais. As suas conse-quências mais se agravam, aprofun-

dam e tornam evidentes com acrise que, cada vez mais, nos amar-gura, reduz espaço de confiança ede esperança, retira alegria de viver,expande medos e aprofunda inse-gurança, exaurindo-nos.

Para onde caminhamos? Que pre-sente e que futuro se está a construir?

“Sem vida é muito difícil falar deesperança”.

Repito o que já escrevi: é urgen-te podermos restaurar a confiança,potenciar a esperança, lutar paracriar uma nova ordem social, ondeas pessoas realmente contem,com-preender melhor porque chegámosà atual situação de penúria, tambémde anti valores, à nomeada crise,refletirmos que tipo de pessoa que-remos educar e formar, para quetipo de Sociedade a (re) construir.

Em relação à Obra do Ardina, éurgente encontrar respostas en-quadradas, estruturadas e sistémi-cas, para apoiar jovens saídos daadolescência, a partir dos 18 anosde idade, alguns já jovens adultos, aencontrar o lugar a que têm direi-to na sociedade, que lhes possibili-te viver em condições propícias dedignidade, ter e desenvolver os seusprojetos de vida, serem os atoresdas suas vidas.

São jovens que NADA têm,a nãoser a vida para viver, da qual são osprincipais responsáveis e já res-pondem perante a Lei.

Têm deveres com a sonegaçãode básicos direitos.

Estes jovens não têm família,quando a família existe não temcondições para poder ser um realsuporte, não têm trabalho (nemqualquer meio de subsistência),nãotêm um teto onde se possam abri-gar (um lar), e já não têm idadepara continuar ao abrigo das insti-tuições, que os acolheram, edu-caram e onde cresceram…

Reflitamos que,“nem todos os fru-tos amadurecem ao mesmo tempo…”

Em que condições podem real-mente viver? Como podem dar algu-ma resposta eficaz ao apelo da vida?

É como se não tivessem o realdireito à existência. É evidente quese trata de um problema tambémde Direitos Humanos.

Reflitamos empaticamente: Pe-rante uma situação de múltiplas ca-rências, em inevitável sofrimento,que projetos de vida se podem ar-quitetar e desenvolver? Como sepode viver harmoniosamente as ener-gias e pulsões vitais que a naturezadesperta, como se pode assumir

uma dinâmica de vida continuada eem construção? Com que sentidaliberdade, autonomia, alegria e feli-cidade?

Como podem ter sonho, iniciati-va,segurança,viver Amor e ser ama-dos? Como podem acalentar espe-rança e desenvolver ideais? Comopodem ser jovens no tempo de oserem?

Estamos perante quadros devida que parecem ser surreais, masque, todavia, são cruelmente reais.

São jovens que já não tiveram ocalor do berço (um Lar), vindos de“ninhos quebrados”, que cresce-ram e caminham já fragilizados, ca-rentes de tudo,que não podem terreal presente nem promissor futu-ro, são vidas que correm o risco dese perder, à mercê de tudo o que,neste vazio de sufoco traumático,lhes possa acontecer.

Que crimes cometeram estes jo-vens para serem tornados proscri-tos e tão severamente punidos?

Para onde e para quê estão a serempurrados?

Não há lugar para eles na sociedade?Pensemos: Como se repercuti-

rão estas situações, de múltiplascarências, não só de ordem mate-rialmente básica e que indeléveis

marcas deixarão para a vida, tam-bém ao nível do necessário equi-líbrio psicoafectivo?

Estas situações limite podemlevar a um extremo cansaço e des-encanto, ao desespero…

As feridas da alma são sempre asmais dolorosas, as mais difíceis desarar e ultrapassar, no que aindafor possível ser ultrapassado.

Os Serviços do Estado, sobretu-do das áreas do social e do traba-lho, onde têm recorrido à procurade alguma resposta, de algumapoio, parecem não funcionar, nãoorientam para qualquer soluçãoajustada.

Estes jovens não são númerosde estatística, têm rostos, são pes-soas, cidadãos, querem amar e seramados, ser pessoas de bem, úteispara si e para a sociedade, viveremdignidade, poderem evoluir, seremcidadãos plenos.

Lançamos um alerta: Precisamosdo vosso apoio,ajudem-nos a ajudar.

Se, de algum modo, quiseremapoiar esta causa, escrevam para ojornal O Ardina, ao cuidado do seuDiretor, Prof.Alexandre Martins.

Um abraço fraterno e um BomAno de 2013, o melhor possível.

Obrigado.

Crimes sem castigo