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AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio CarmoRedação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,Luís Filipe Santos, Margarida Duarte, Sónia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Cónego João Aguiar CamposPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D1885-076 MOSCAVIDE.Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

04 - Editorial: Tolentino Mendonça06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14- Opinião.. D. Manuel Linda16 - A semana de... José Carlos Patrício18 - Entrevista D. José Saraiva Martins28- Dossier São João XXII e São João Paulo II

52 - Internacional58 - Cinema60 - Estante62 - Vaticano II64- Agenda66 - Por estes dias68 - Programação Religiosa69 - Minuto YouCat70 - Liturgia

Foto da capa: D.R.Foto da contracapa: Agência Ecclesia

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Opinião

João XXIII eJoão Paulo II,santos[ver+]

Assembleiaplenária da CEP[ver+]

Festa portuguesano Vaticano[ver+] Tony Neves | Elias Couto

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A chave do céu

João Aguiar Campos,Secretariado Nacionaldas ComunicaçõesSociais

Sou do tempo em que os pregadores, emsermões debitados do púlpito, recorriam a brevesparábolas ou estórias para ilustrarem a doutrina.Na mesma época, os livros de devoções para oMês de Maio, Mês do Coração de Jesus, Mês doRosário ou Mês das Almas – tal como para umaqualquer novena – não prescindiam, no final decada meditação diária, de apresentar um“Exemplo”.Foi esse modo de ensinar que me abriu a noçõeseventualmente complicadas para a minha tenraidade; como por exemplo, a da santificação dotrabalho e pelo trabalho, ilustrada no episódio daReligiosa que, em seu leito de morte, pediu àComunidade que alguém lhe trouxesse a “chavedo céu”.Sem perceberem o sentido imediato daquelaúltima vontade, todas as Irmãs se desdobraramem propostas: desde o seu objecto de maisvisível devoção, até ao livro recomendado noúltimo retiro. Nada, porém, parecia corresponderao desejo, que se reafirmava, cada vez maisdébil: “tragam-me a chave do céu”.Foi uma noviça quem, num golpe inspirado, selembrou que aquela religiosa toda a vida tinhaexercido a discreta tarefa de costureira. Correu,então, à antiga sala do seu labor e de lá trouxeum carrinho de linhas e uma agulha.

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perante o olhar de espanto dassuas Irmãs, a agonizante ofereceu-lhe o mais sereno dos olhares. Sim,ali estava a sua chave do céu– porque, afinal, o trabalho(qualquer trabalho) feito com amornos santifica!...Importa (re) pensar esta dimensão.Porque, habituados a falar do suordo rosto como preço do pão decada dia, muitos deixam-se desviarpara uma visão do trabalho quasecomo castigo – em vez de oassumirem como cooperaçãodignificante no cuidado da criaçãoe, consequentemente, abraçarem ovalor divino deste caminho humano.Realmente, apesar de desfiguradopelo pecado, não perdeu a bênçãooriginal que sobre ele poisou oCriador; de tal modo que, sendoembora um bem árduo, não deixoude ser um bem, uma necessidadevital e uma afirmação de liberdade:uma liberdade que cada um de nós

defende quando resiste à obsessãoprodutiva avaramente procurada ouinjustamente imposta; e que oradesumaniza o próprio, oramarginaliza os mais fracos e acabapor afundar no materialismo práticoquem se julga vencedor… A lógicada produção e do lucro asfixia,seguramente, quem se lhe entrega.No seu catecismo para adultos, osbispos italianos exprimemclaramente a essência desta“riqueza desumana” quecontinuamente ganha adeptos:coloca as coisas no lugar de Deus,impede que se ajude o próximo, fixaa atenção nas vantagens imediatase afasta o pensamento da vidafutura. É, enfim, pobreza interior,enquanto a pobreza evangélica ériqueza interior (1123). Umaperspectiva claramente percebidapelo carpinteiro José, profissionalcompetente, homem justo e paicuidados.

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Dois Papas Santos

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“Dificilmente os portugueses podemarcar com mais impostos. Esobretudo aqueles que não podemarcar com mais impostos nãoarquem. E se alguma coisa há aindaque ir buscar que se vá buscaronde ainda pode haver.” (D. ManuelClemente) “Fiquei surpreendido [com oaumento do IVA] porque o que nosestava a ser dito é que não haviamais aumento de impostos e,efectivamente, o que se trata é deum aumento do impostorelativamente a bens de consumo,uns mais prioritários que outros."Eugénio Fonseca) A construção da Esperança não épossível quando a dívida é erigidaem finalidade e não comoinstrumento do desenvolvimento,sobretudo, quando a políticaeconómica é conduzida ao sabor deimpulsos comandados pelosinteresses exteriores do capitalfinanceiro. (Grupo Economia eSociedade)

“Neste 1º de Maio, o MMTCdenuncia a situação deprecariedade laboral e familiar emque vivem os trabalhadores domundo e defende o direito daspessoas e das famílias a ter osalário ou o rendimento básico quelhes permita viver com dignidade.”Comunicado do Movimento deTrabalhadores Cristãos no 1º demaio) “Foram sacerdotes, bispos e Papasdo século XX. Conheceram as suastragédias, mas não foram vencidospor elas. Mais forte, neles, eraDeus; mais forte era a fé em JesusCristo, Redentor do homem eSenhor da história; mais forte, neles,era a misericórdia de Deus que semanifesta nestas cinco chagas; maisforte era a proximidade materna deMaria.” (Papa Francisco nacanonização e João XXIII e JoãoPaulo II)

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Portugueses em festa no VaticanoOs portugueses uniram-se àscentenas de milhares de pessoasque este domingo celebraram noVaticano as canonizações de JoãoXXIII e João Paulo II. “São doisPapas que marcaram os séc. XX eXXI, com a sua santidade vivida emanifestada no exercício da suamissão, com estilos epersonalidades diversas, masunidos pela paixão ao homem e aCristo”, afirmou à AgênciaECCLESIA o bispo de Leiria-Fátimae vice-presidente da ConferênciaEpiscopal Portuguesa (CEP).D. António Marto descreve acanonização como um “momentobelo para toda a Igreja universal,para Portugal e para Fátima”,acrescentando sentir-se “muitoligado a João Paulo II como tambéma João XXIII”.O grupo missionário João Paulo II,da diocese de Coimbra,acompanhado pelo seu bispo D.Virgílio Antunes, esteve presente noVaticano para acompanhar acanonização da figura “inspiradora”que deu nome e mote às suasatividades.“João Paulo II é o Papa da minhavida; sempre foi uma inspiração pelasua proximidade e doação

aos jovens, que nos levava a fazeralgo diferente como ele fez”, afirmaHenrique Loulé, no grupo desde2009.Sara Teixeira quis homenagear oPapa Wojtyla, estando presente naPraça de São Pedro para assistir àcanonização, tal como fez a 1 demaio de 2011, no dia dabeatificação.Cerca de 500 jovens daArquidiocese de Braga foram aoVaticano para participar nacanonização de João Paulo II,“modelo de vida” para os escuteiros.“Em setembro ou outubro quandosoubemos que João Paulo II ia sercanonizado, decidimos quetínhamos de vir e conseguimos umgrupo de quase 500 pessoas queagora está a viver com grandeintensidade estes dias”, explica IvoFaria, chefe regional do CNE emBraga.A Agência ECCLESIA acompanhouum grupo de peregrinosportugueses que chegou aosarredores do Vaticano antes da 4 damanhã e demorou mais de duashoras até chegar à Via daConciliação, a avenida principal queliga Roma à Praça

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de São Pedro.Paula Silva e Sousa, da paróquia doParque das Nações, Lisboa, falounum “momento de grande emoção”pela canonização de João Paulo II,uma referência na sua juventude,lembrando que foi alguém que“olhou muito para Portugal”.José Luis Ramos Pinheiro,administrador do GrupoRenascença, destaca por

sua vez o “privilégio” de poderacompanhar o momento “único” emque “dois Papas canonizam doisPapas”.José António Silva e Sousasublinhou a importância que os doisnovos santos tiveram “na história doséculo XX”, na Igreja e no mundo,com a “abertura” promovida porJoão XXIII e a “convergência”construída por João Paulo II.

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João Paulo II voltou a ouvir-se emFátimaO Santuário de Fátima associou-seà canonização de João XXIII (1881-1963) e João Paulo II (1920-2005),num dia em que se voltou a ouvir avoz do Papa polaco numa “simples esentida evocação”.A sala de imprensa da instituiçãoadianta que “os fiéis receberam estasurpresa, no final da Missa, comalegria e, em certo momento”, querecordou São João Paulo II, o Papaque mais vezes visitou Fátima(1982, 1991 e 2000).Durante a celebração da Eucaristiadominical, especialmente evocativadas vidas dos dois pontífices, foramdifundidas as palavras de JoãoPaulo II proferidas em maio de 1982,por ocasião da primeiraperegrinação deste Papa a Fátima.Num primeiro momento, foramdifundidas as da saudação inicialaos peregrinos e a oração que JoãoPaulo II rezou dedicada àSantíssima Trindade.Depois, os peregrinos presentes noSantuário foram convidados a, denovo guiados pela voz deste Papa,rezar, a oração que João Paulo IIdedicou a Nossa Senhora, seguindoas suas palavras por

uma pagela distribuída no início dacelebração.Durante a manhã, a estátua de JoãoPaulo II junto da Basílica daSantíssima Trindade foi especialalvo da atenção dos peregrinos.O vice-reitor do Santuário de Fátimatambém evocou, na homilia, a figurados Papas canonizados. “O PapaJoão XXIII, o ‘Bom Papa João’ comotantas vezes é chamado e queperegrinou a Fátima ainda comocardeal-patriarca de Veneza; e oPapa João Paulo II que, como Papa,se fez peregrino deste Santuário deFátima e da Mensagem da Senhoramais brilhante que o sol por trêsvezes”, afirmou o padre EmanuelMatos Silva.

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Prisões: Igreja Católica empenhadana dignificação dos reclusosA Igreja Católica promove de 1 a 4de maio, em Fátima, o 1º CongressoIbérico da Pastoral Penitenciária,com o tema ‘Dignificar a pessoapresa’, pretendendo lembrar àsociedade a importância da“reinserção social” dos reclusos.“A reinserção social tem de ser arazão máxima quer do sistema, querda própria sociedade e aqui asociedade tem que fazer umacaminhada muito grande porquenão o faz assim tanto”, lamenta opadre João Gonçalves, emdeclarações à Agência ECCLESIA.O coordenador nacional da PastoralPenitenciária considera o tema docongresso, ‘Dignificar a pessoapresa’, “muito curioso” porquerevela a ideia que existe de que “apena de prisão deve ser para omenor número de pessoas possível,pelo menor tempo e nas melhorescondições porque a prisão deve serapenas um tempo de passagem quea pessoa tenha para se recomporde forma a voltar para a sociedade”.O padre João Gonçalves lembraassim que a prisão “é uma exceção”porque “a pessoa

vem da sociedade e vai sair de novopara se inserir na sociedade”portanto “tudo quanto possa serfeito para ajudar essa reinserção ébom”.“A pessoa que está presa deve serrespeitada como pessoa, não deixade o ser por estar presa, privada dealguns direitos, nomeadamente odireito da liberdade” e é para issomesmo que este congressopretende “chamar a atenção” para anecessidade da sociedade olharpara o preso “como uma pessoacom dignidade apesar de tercometido um delito”, explica.O sacerdote acredita que o sistema“ainda tem muito para fazer em proldas pessoas”.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizadosem www.agencia.ecclesia.pt

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D. Manuel Martins recebeu distinção do município de Sernancelhe

Discurso do presidente da Conferência Episcopal Portuguesa na abertura da184.ª Assembleia Plenária

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S. João XXIII e S. João Paulo II

+Pio AlvesPresidente da ComissãoEpiscopal da Cultura,Bens Culturais eComunicações Sociais

João XXIII deixou o convívio visível connosco há50 anos; João Paulo II foi ontem, há 9 anos. AIgreja acaba de os canonizar. Não tivemos queesperar séculos para ver eclesialmentereconhecida a santidade destes dois grandeshomens. Que bom!Sou dos que pensam que, sem precipitações, oreconhecimento formal da santidade não deveservir apenas para acrescentar mais uma páginaà biografia de grandes figuras da Humanidade eda Igreja. Mais do que isso: se possível, convémque assinale a santidade, com proximidade notempo e na convivência.João XXIII e João Paulo II são nossoscontemporâneos. Dizem-nos, com a suafidelidade heroica, que é possível a santidadeneste nosso mundo. Dizem-nos, com a suafidelidade heroica, o que é a santidade. Não éum mero conceito de manual de teologiavislumbrado, algures, em míticas personagens daHistória. A santidade é o resultado positivo deuma conta em que entram, com heroicanormalidade, todas as parcelas de uma vida:alegrias e tristezas, dúvidas e certezas,incompreensões e aplausos, fracassos e vitórias,limitações e grandezas.Neste caso, estamos diante de duaspersonagens que foram padres / bispos / papas.Mas não são santos, automaticamente, por isso.São santos, porque, no meio das comunsdificuldades,

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viveram heroicamente a proximidadea Deus e aos homens.João XXIII e João Paulo II, compersistente proximidade a Deus,falaram dos homens / mulheres aDeus; e souberam falar de Deusaos homens / mulheres do nossotempo. Com a força dos gestos.Com a clareza das palavras.A feliz circunstância da suacanonização numa mesmacelebração, na minha leitura, maisque o idêntico itinerário eclesial,sublinha os traços da suahumanidade: o bom Papa João, oamável Papa João Paulo II. Agrandeza espiritual, aresponsabilidade, as dificuldadesdas funções que exerceram não osarredou do bom humor, dos gestossimpáticos, da palavra simples econvincente.

“João, disse de si próprio JoãoXXIII, não te tomes tão a sério. Apartir de então, durmoprofundamente todas as noites”.“Percebi de imediato, escreve BentoXVI de João Paulo II, o fascíniohumano que dele emanava e comorezava”.Alicerçaram na proximidade a Deusa proximidade aos homens. Com anaturalidade de quem apenas querservir, souberam viver a liberdadedos filhos de Deus: tomaramdecisões inesperadas,ultrapassaram expectativas, forameles próprios.Em S. João XXIII e S. João Paulo IIdescobrimos, com o colorido danossa contemporaneidade, asantidade feita vida. Descobrimosque santidade rima comhumanidade.

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Encontro com os gigantes

Octávio Carmo,Agência ECCLESIA

A participação na cerimónia de canonização dosPapas João XXIII e João Paulo II foi um momentoparticularmente emocionante, a título profissionale pessoal, face à dimensão histórica doacontecimento, vivido na “presença” de quatroPapas e centenas de milhares de pessoas,vindas de todo o mundo.Muito sinceramente, é quase impossível nãosentir-se pequeno para relatar aquilo que seviveu, para lá da impossibilidade prática de sesaber o que cada um dos participantes guardouno seu coração desta festa da fé que, verdadeseja dita, nem sempre foi pacífica, face aoenorme aglomerado de pessoas, todas com odesejo de chegar o mais perto possível de umaPraça de São Pedro pequena para tamanhamultidão.Empurrões e sustos à parte – considero quaseum milagre ter conseguido encontrar aacreditação que tinha perdido, no chão, entre ummonte de papéis que se prolongava porcentenas de metros -, foi possível ver a emoçãono rosto dos muitos que se sentiam unidos entresi pela devoção aos dois novos santos, emparticular a João Paulo II, o mais próximo detodos e o centro das atenções dos polacos que“invadiram” o Vaticano.Pessoalmente, foi um privilégio estar nacanonização de dois gigantes do século XX e queme marcaram profundamente, desde a leitura do‘Diário da alma’ de João XXIII ao primeiro contactodireto com um Papa,

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aquando da viagem de João Paulo IIà Madeira (1991).Como jornalistas, vamos semprecom uma agenda mediática paracumprir, mas estes dias foram umaverdadeira lição, porque asmelhores histórias vieram sempreao meu encontro, sem que eu astivesse sequer imaginado, e erampercursos humanos, de sofrimento ealegria, marcados por uma relaçãoparticular com os Papas santos.Talvez uma história positiva nãoconsiga fazer manchetes e vendertanto como polémicas e conflitos,mas fica a certeza de que vale apena conta-las.Os dias em Roma foram passados,maioritariamente, com

um grupo de portugueses (os meusagradecimentos à Geostar) epermitiu recordar a particular ligaçãodo país ao ‘Papa de Fátima’, SãoJoão Paulo II. Aliás, só mesmo ofutebol conseguia fazerconcorrência às referências aoSantuário mariano, quando nosapresentávamos como portugueses.Um sinal de que Fátima é cada vezmais uma imagem de Portugal nomundo, que não se pode descurar. A semana fechou com a nota tristede um falecimento inesperado.Ocasiões em que as palavrassobram, mas a amizade não.

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É difícil suportar mais impostos

O presidente da ConferênciaEpiscopal Portuguesa considerou,esta quinta-feira, em Fátima, noencerramento da assembleiaplenária dos bispos, que “muitodificilmente” os cidadãos podem“suportar mais impostos”.Em declarações aos jornalistassobre o Documento de EstratégiaOrçamental (DEO), aprovado pelogoverno, esta quarta-feira, D.Manuel Clemente realça que“aqueles que não podem arcar commais impostos”, não devem ser,novamente, penalizados com aausteridade.Nos próximos dias vai realizar-se umdebate na Assembleia da Repúblicasobre o DEO e D. Manuel Clementevai estar atento “como o governo eas oposições se explicam” sobre oassunto, disse na conferência deimprensa, no encerramento daAssembleia Plenária da ConferênciaEpiscopal Portuguesa, realizada emFátima de 29 de abril a 01 de maio.No Comunicado Final destaAssembleia, os bispos portuguesesmanifestaram

o “total desacordo” com a propostade alteração legislativa no sentidoda legalização da “maternidade desubstituição”.No documento afirma-se que queestando em apreciação naAssembleia da República umaproposta de alteração legislativa nosentido da legalização, emdeterminadas condições, damaternidade de substituição -vulgarmente conhecida por «barrigade aluguer» - “os Bispos não podemdeixar de manifestar o seu totaldesacordo a essa proposta”.A aspiração à maternidade epaternidade “não pode traduzir-senum pretenso direito ao filho, comose este pudesse ser reduzido ainstrumento”, realçam os bisposportugueses no comunicado final daassembleia plenária da CEP.“A mãe gestante não pode, tambémela, ser instrumentalizada e reduzidaa uma incubadora, como se agravidez não envolvesseprofundamente todas as dimensõesda sua pessoa

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e a obrigação de abandono do seufilho não contrariasse o mais forte,natural e espontâneo dos deveresde cuidado”, acrescenta odocumento.O presidente da ConferênciaEpiscopal Portuguesa, D. ManuelClemente, disse aos jornalistas naconferência de imprensa após oencerramento da assembleiaplenária que tem “esperança”

que esta questão "não sejaaprovada".D. Manuel Clemente espera que as“pessoas ponderem bem o que estáem causa” porque “não se trata dequalquer coisa acessória”."A relação uterina entre aquela quegera e aquele que está ser gerado émuito forte”, acrescentou.

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Votar por uma Europa melhorNota Pastoral da Conferência Episcopal PortuguesaExercer o direito e odever de votarNo próximo dia 25 de maio, somoschamados a cumprir o direito e odever de votar nos candidatos quese apresentam para fazer parte doParlamento Europeu, representandoo povo português nesta grandecomunidade de povos e nações.O regime democrático, em quefelizmente vivemos, exigeparticipação, que tem um momentoalto quando há eleições. Neste atoeleitoral, com a responsabilidadepastoral que nos cabe como bisposcatólicos, exortamos à participaçãodos cristãos e de todos os queestão abertos a ouvir a nossa voz.O absentismo é uma arma perigosaque facilmente acaba por penalizarquem a usa. É um sentimento comumexperimentar a distância entre onosso voto e as suasconsequências práticas. Além disso,a Europa pode parecer umaentidade estranha, que está paraalém das nossas fronteiras e nãonos diz diretamente respeito.

Por vezes, a onda de descrédito queatinge alguns sectores políticos étendenciosamente generalizada.Estas eleições, que marcarão ofuturo da União Europeia nospróximos anos, devem serencaradas como um momentoprivilegiado para colaborar naconstrução de uma Europa melhor. A Europa, horizonte danossa esperançaA Europa é muito mais do que umespaço geográfico. É umacomunidade de ideais e valores,para a qual muito tem contribuído afé cristã ao longo dos séculos. Oressurgir do ideal europeu, norescaldo de duas guerras mundiaisque tiveram origem no nossoContinente, em boa parte foi obrade líderes políticos cristãos. Tem?sedado a evolução de um mercadocomum ou de uma comunidadeeconómica para o ideal de uma união europeia, que atualmentecongrega 28 Estados. Estesencontram na Europa a sua casacomum, comprometidos naconstrução de um projeto

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de civilização, orientado por critériosde paz e justiça social, de liberdadereligiosa, de diálogo cultural esolidariedade, a nível interno e coma comunidade de todos os outrospovos e nações.A Europa é um projeto sempre emconstrução, e as próximas eleiçõessão uma ocasião que não podemosdesperdiçar para a sua edificação. AIgreja acompanha com respeito eatenção as atividades dasinstituições europeias que

honrem a Europa como a sua casamoral e espiritual, promovendo osvalores que são a matriz da suaidentidade. Votar por uma EuropamelhorEm diversas ocasiões que precedematos eleitorais, temos apresentadocritérios para votar com consciênciaesclarecida. Votar não é um atoburocrático;

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é afirmar valores e exigirresponsabilidades a quem deveservir os povos de uma Europa justae solidária.Numa visão realista do nossoContinente, dinamiza?nos aesperança de uma Europa melhor,em que seja salvaguardada a vidahumana desde conceção até mortenatural, em que o desemprego não pareça um malinevitável mas um desafio aresponder sem adiamentos, em queas fronteiras não se fechem àsolidariedade com os povosmaltratados política e

economicamente, em que o diálogointer-religioso e intercultural seja ocaminho de sentido único para umapaz justa e duradoura, em que ocapital não se arvore em governoautocrático mas sirva a pessoahumana e o bem comum.Para cumprir este ideal precisamosde políticos responsáveis ecompetentes, que nos cabe eleger.Fazemos nossas estas palavras doPapa Francisco: «Peço a Deus quecresça o número de políticoscapazes de entrar num autênticodiálogo que

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vise efetivamente sanar as raízesprofundas e não a aparência dosmales do nosso mundo. A política,tão denegrida, é uma sublimevocação, é uma das formas maispreciosas da caridade, porquebusca o bem comum». Como ele,rezamos também nós ao Senhor«para que nos conceda maispolíticos que tenhamverdadeiramente a peito asociedade, o povo, a vida dospobres. É indispensável que osgovernantes e o poder financeirolevantem o olhar e alarguem assuas perspetivas, procurando quehaja trabalho digno, instrução ecuidados de saúde para todos oscidadãos» (Evangelii gaudium, 205).Em breve começará a campanhaeleitoral. Urge ser esclarecida

a opinião pública a respeito dosprogramas partidários edas pessoas que se candidatam. Anossa democracia deve exigir detodos propostas realistas, geradorasde soluções concretizáveis, evitandofalsas ilusões.No ato de votar, o eleitor cristão temo dever de não trair a suaconsciência, iluminada peloscritérios e valores do evangelho deJesus. Importa, também agora,exercer a virtude da cidadaniaparticipativa, assumida como umaobrigação moral. Uma Europamelhor, que justamente desejamos,também depende de cada um denós. Fátima, 1 de maio de 2014

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500 anos do nascimentode Frei Bartolomeu dos MártiresO presidente da ConferênciaEpiscopal Portuguesa (CEP) considerao beato frei Bartolomeu dos Mártiresum dos exemplos “mais estimulantes”da pastoral em Portugal do que“pode e dever ser um pastor daIgreja”.Quando se celebra este sábado, dia3 de maio, os 500 anos donascimento de frei Bartolomeu dosMártires, “um dos mais insignespromotores da renovação da Igrejanos tempos modernos”, D. ManuelClemente disse aos jornalistas, noencerramento da AssembleiaPlenária da Conferência EpiscopalPortuguesa, que este dominicano«cheirava as ovelhas» e espera que“seja canonizado em breve”.Os bispos portugueses aprovaram,hoje, uma nota pastoral intitulada«Bartolomeu dos Mártires, Modelopara a renovação da Igreja» erealçam que o homenageado,“tendo vivido em tempos de umaenorme crise epocal, dentro e forada Igreja, pode e deve ser vistocomo testemunha” para

se acreditar que “a evangelização eas reformas na Igreja não só sãonecessárias como possíveis”.“Há pessoas que, pelos princípios evalores que pautaram as suas vidas,são permanentes modelos dereferência de todos os tempos”, lê-se na nota pastoral

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Audácia na comunicação

Na Assembleia Plenária, os bisposportugueses publicaram tambémuma nota pastoral sobre ocentenário da fundação da FamíliaPaulista e realçam que é um“desafio constante” o apostolado dacomunicação social.Quando o mundo da comunicação,que “maioritariamente se encontrana mão de grupos económicos epolíticos, e tantas vezes cheio devozes que seduzem e enganam, éum desafio constante a umrenovado apostolado dacomunicação social”, sublinha anota pastoral.No encerramento da AssembleiaPlenária da CEP, D. ManuelClemente disse aos jornalistas quea presença da família paulista emPortugal é “positiva”.Nos últimos tempos, no setoreditorial, a família paulista teve um“grande incremento” e “extravasouaquele campo ainda muito dentro daIgreja” e alargou os seus horizontesa outros campos, salientou D.Manuel Clemente.O documento encoraja todos os quetrabalham “no vasto mundo dacomunicação social” para que“sejam profetas da justiça

e da paz, do diálogo e dasolidariedade”.O beato Tiago Alberione (fundadorda família paulista) desafia ostrabalhadores deste setor a serem“criativos e audazes para melhorar acomunicação da Igreja com o mundocontemporâneo”, lê-se na notapastoral intitulada «100º aniversárioda fundação paulista».Os bispos portugueses escrevemque “não deve ter medo” de estarneste “mar digital”.

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Patriarca de Lisboa reeleitocomo presidente da CEP

D. Manuel Clemente, reeleito estaterça-feira como presidente daConferência Episcopal Portuguesa(CEP), assume como prioridademanter o rumo definido com a notapastoral ‘Promover a Renovação daPastoral da Igreja em Portugal’,publicada em abril de 2013.“Continua a ser o nosso documentobase”, disse à Agência ECCLESIA,em Fátima, onde decorrem ostrabalhos da assembleia plenária doorganismo episcopal.O patriarca de Lisboa afirma que opresidente da CEP é um“moderador do trabalho doscolegas”, integrados na dinâmica daIgreja universal que, nestemomento, se prepara para umSínodo dos Bispos sobre uma“problemática maior”, a família, emduas assembleias (2014 e 2015).“Nós não podemos alterar oessencial daquilo que é a propostabíblica e concretamente

de Jesus Cristo em relação àverdade da família e do casamento.Não está na nossa mão nemqueremos”, recorda.D. Manuel Clemente destaca que ocentenário das aparições, em 2017,no Santuário de Fátima, que dizrespeito a toda a Igreja em Portugal.“A Igreja em Portugal não secompreende sem Fátima”, sublinha.D. António Marto vice-presidentepara o triénio 2014-2017 que terácomo secretário do episcopado opadre Manuel Barbosa, disse àAgência ECCLESIA o padre ManuelMorujão.

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Comissões Episcopais 2014-2017 EDUCAÇÃO CRISTÃ E DOUTRINA DA FÉD. Manuel Pelino Domingues (P)D. António Francisco dos SantosD. Anacleto Cordeiro Gonçalves de OliveiraD. Nuno Brás da Silva MartinsD. António Manuel Moiteiro RamosSecretário: Diác. Acácio José Pereira Lopes PASTORAL SOCIAL E MOBILIDADE HUMANAD. Jorge Ferreira da Costa Ortiga (P)D. António Vitalino Fernandes DantasD. Manuel da Silva Rodrigues LindaD. Joaquim Augusto da Silva MendesD. José Augusto Traquina MariaSecretário: P. Francisco Sales Diniz LAICADO E FAMÍLIAD. Antonino Eugénio Fernandes Dias (P)D. Ilídio Pinto LeandroD. António José Cavaco CarrilhoD. Joaquim Augusto da Silva MendesD. Francisco José Vilas Boas Senra de Faria CoelhoSecretário: P. Luís Inácio João

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VOCAÇÕES E MINISTÉRIOSD. Virgílio do Nascimento Antunes (P)D. Ilídio Pinto LeandroD. José Manuel Garcia CordeiroD. Gilberto Délio Gonçalves Canavarro dos ReisSecretário: Cón. Emanuel André Matos Trolho Bicho e Silva CULTURA, BENS CULTURAIS E COMUNICAÇÕESSOCIAISD. Pio Gonçalo Alves de Sousa (P)D. João Evangelista Pimentel LavradorD. Nuno Brás da Silva MartinsD. Amândio José TomásSecretário: Dr. Paulo Fernando da Cruz Rocha LITURGIA E ESPIRITUALIDADED. José Manuel Garcia Cordeiro (P)D. Anacleto Cordeiro Gonçalves de OliveiraD. António Maria Bessa TaipaSecretário: P. Pedro Lourenço Ferreira MISSÃO E NOVA EVANGELIZAÇÃOD. Manuel da Silva Rodrigues Linda (P)D. António José da Rocha CoutoD. Manuel da Rocha FelícioD. António Manuel Moiteiro RamosD. José Augusto Traquina MariaSecretário: P. António Manuel Baptista Lopes

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Presidente da CEP evoca o 25 deAbrilO presidente da ConferênciaEpiscopal Portuguesa (CEP), D.Manuel Clemente, inaugurou emFátima a 184.ª assembleia plenáriado organismo, evocando os 40 anosdo 25 de Abril. “A nossa gratidãoaos obreiros da democraciaportuguesa tem de acrescentar-secom o empenho permanente no seureforço, em tudo e para todos”,afirmou.Segundo o patriarca de Lisboa, aRevolução de 1974 “possibilitou ainstituição do regime democráticoem Portugal” e respondeu a anseiosmanifestados pelos responsáveiscristãos. “Na verdade, quer noprograma do Movimento das ForçasArmadas, quer na Constituição de1976, encontramos uma geralconsonância com o que a própriaConferência Episcopal Portuguesatinha referido na Carta Pastoral de 4de maio de 1973”, no décimoaniversário da ‘Pacem in Terris’,documento de São João XXIII.“Sendo verdade que os bisposportugueses tinham bem presente asituação do país

em 1973, temos de concluir, agoranós em 2014, que muito se fezentretanto e na esteirada Revolução de Abril pararesponder às lacunasreferenciadas”, declarou ainda.O presidente da CEP notou quem,no atual “condicionalismosocioeconómico e cultural”, ainda hátrabalho a fazer para que sejam“definitivamente ultrapassadas” asdificuldades que o país enfrenta.Evocando a canonização dos PapasJoão XXIII (1881-1963) e João PauloII (1920-2005), no domingo, opatriarca de Lisboa deixou umareferência particular ao início doConcílio Vaticano II (1962-1965).“Tais imagens, que retemos namemória e no coração, bem comotudo o referente ao ‘Bom PapaJoão’, são para nós uma lembrançasempre motivadora, para umaherança conciliar ainda em fase dereceção e pleno cumprimento”,referiu.O presidente da CEP deixou votosde que estas duas figuras da Igrejainspirem a “renovação

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da pastoral da Igreja em Portugal”.A reunião começou ainda com umahomenagem a dois bispos falecidosdesde a última assembleia plenária,D. Joaquim Gonçalves, que foi bispode Vila Real, e o cardeal D. JoséPolicarpo, que foi patriarca deLisboa e presidente da ConferênciaEpiscopal Portuguesa “em vários emarcantes

mandatos”.D. Manuel Clemente saudou D.Manuel Linda, bispo das ForçasArmadas e de Segurança, a quemdesejou “as maiores felicidadesneste importante serviço, queconjuga, com a devida autonomiadentro dum Estado secular edemocrático, duas instituiçõescentrais da sociedade portuguesa”.

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O Valor do Trabalho e a Dignidadedo Trabalhador No 1º de Maio, os trabalhadorescelebram as lutas e as conquistasconseguidas e procuram novasenergias para responder aosgrandes desafios que seapresentam nas suas vidas. Hoje, aluta pelo Direito ao Trabalho paraTodos, pela Justa Distribuição daRiqueza Produzida e pela DignidadeHumana, torna-se mais premente, oque nos deve responsabilizar comocristãos, como trabalhadores ecomo seres humanos.À luz da Doutrina Social da Igreja,sobretudo, das encíclicas, “RerumNovarum” e “Laborem Exercens”,somos impulsionados ecomprometidos a valorizar otrabalho, como fundamento dadignidade humana.A mensagem emitida pelaConferencia Episcopal Portuguesa,em Novembro de 2013, “DesafiosÉticos do Trabalho Humano”,coloca-nos perante a realidade dacrise social em Portugal, apontandoalguns caminhos que devem ser derealismo e de esperança, de quedestacamos:“Um dos mais graves problemas daatual crise por que passa o nosso

País diz respeito ao mundo dotrabalho” - E o que é trágico é quea crise no mundo do trabalho, afeta,principalmente, os trabalhadores eas suas famílias deixando-os, emmuitos casos, de uma formaindigna, sem meios para sobrevivere para se realizar; “ É necessário tirar a centralidade àlei do lucro e do rendimento e voltara dar prioridade à pessoa e ao bemcomum”. - Mas, na realidade, ospoderes, os grupos económicos, ocapital e os sistemas que valorizammais o dinheiro do que o trabalho eas pessoas, mantêm-se,continuando a centralizar o lucro e orendimento. “ O Drama do Desemprego e asituação mais grave dosdesempregados que não têm direitoa qualquer forma de subsídio dedesemprego. Forma de apoio queestá ligada ao direito à vida e àsubsistência, e decorre não só dadignidade humana mas também doprincípio do uso comum dos bens”. – Na verdade, mais de metade dosdesempregados não recebequalquer subsídio e tem poucaesperança de encontrar

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emprego digno. Não se podeignorar que a política do Governotem agravado a situação de todosos desempregados e as políticasfinanceiras não têm favorecido acriação de emprego. “ A procura de novas propostas eparadigmas que se tornemprogressivas soluções para osvariadíssimos problemas queemergem no campo do trabalhohumano”. - Para isso, e como diz oPapa Francisco na Evangelii

Guadium , “ A economia não podemais recorrer a remédios que sãoum novo veneno, como quando sepretende aumentar a rentabilidadereduzindo o mercado de trabalho ecriando assim novos excluídos” .É indispensável a adoção dumanova política que coloque asInstituições Monetárias ao serviçodo pleno emprego.

José Augusto PaixãoCoordenador Nacional da

LOC/MTC

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João Paulo II e João XXIII, novossantosFrancisco canonizou este domingoos Papas João Paulo II e João XXIII,última etapa no reconhecimentocomo santo na Igreja Católica, gestosublinhado por palmas da multidãopresente no Vaticano.Durante a Missa que decorreu naPraça de São Pedro, o atual Papaproclamou a fórmula decanonização, inscrevendo osantigos pontífices no “Álbum dosSantos” e estabelecendo que “emtoda a Igreja eles sejamdevotamente honrados entre osSantos”.A proclamação foi acompanhadapor uma salva de palmas dosparticipantes na celebração, entreos quais se destacam os peregrinospolacos.Bento XVI, Papa emérito,concelebrou a pela primeira vez como seu sucessor e a sua chegadatambém foi assinalada com umaplauso.Pouco depois do início da Missa, oprefeito da Congregação para asCausas dos Santos, cardeal AngeloAmato, pediu em três momentossucessivos que os beatos fosseminscritos no “álbum dos Santos”.

O rito prosseguiu com a colocaçãodas relíquias junto ao altar, com asrespetivas relíquias - uma ampolacom sangue de João Paulo II, amesma da beatificação em 2011, eum fragmento da pele de João XXIII,recolhido aquando da exumação,em 2000.As relíquias de São João Paulo IIforam transportadas pela costa-riquenha Floribeth Mora Díaz,curada de uma aneurisma cerebralpela intercessão do Papa polacoapós a sua beatificação, e seusfamiliares. Em relação às relíquiasde São João XXIII, a procissãocontou com o presidente daFundação Giovanni XXIII, padre EzioBolis.O nome dos novos santos foipronunciado pela primeira vezdurante a oração eucarística, a maisimportante da Missa.A biografia oficial de João Paulo II,preparada pelo Vaticano para acanonização, destaca o “graveatentado” sofrido pelo Papa polacoa 13 de maio de 1981, na Praça deSão Pedro, sublinhando que o novosanto “perdoou ao autor doatentado”.“Nenhum outro Papa se encontroucom tantas pessoas como

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João Paulo II”, refere o documento,aludindo, entre outros, aos mais de17 de milhões de peregrinos queparticiparam nas audiênciaspúblicas semanais, e “os milhões defiéis contactados durante as visitaspastorais em Itália e no mundo” e nacelebração das Jornadas Mundiaisda Juventude, que

criou.Quanto a João XXIII, destaca-se acoragem e a bondade do Papa queliderou a Igreja Católica entre 1958e 1963, convocando o ConcílioVaticano II. “Transparecia dele,iniciador de uma renovação daIgreja, a paz de quem confia sempreno Senhor”, acrescenta a notabiográfica.

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Papa elogia homens corajososO Papa Francisco evocou noVaticano a determinação perante as“tragédias” do século XX dos doisnovos santos da Igreja Católica,João Paulo II e João XXIII. “Foramsacerdotes, bispos e Papas doséculo XX. Conheceram as suastragédias, mas não foram vencidospor elas. Mais forte, neles, eraDeus; mais forte era a fé em JesusCristo, Redentor do homem eSenhor da história; mais forte,neles, era a misericórdia de Deusque se manifesta nestas cincochagas; mais forte era aproximidade materna de Maria”,disse, na homilia da celebração dedomingo.Segundo Francisco, os novossantos foram “homens corajosos”que “deram testemunho da bondadede Deus, da sua misericórdia, àIgreja e ao mundo”.O Papa Francisco recordou oConcílio Vaticano II (1962-1965),convocado por João XXIII, e disseque os Papas hoje canonizados“colaboraram com o Espírito Santopara restabelecer e atualizar aIgreja segundo a sua fisionomiaoriginal, a fisionomia que lhe

deram os santos ao longo dosséculos”. “Na convocação doConcílio, João XXIII demonstrou umadelicada docilidade ao EspíritoSanto, deixou-se conduzir e foi paraa Igreja um pastor, um guia-guiado.Este foi o seu grande serviço àIgreja. Por isso, gosto de pensarque foi o Papa da docilidade aoEspírito”, defendeu.Quanto a João Paulo II, Franciscofalou no “Papa da família”. “Elemesmo disse uma vez que assimgostaria de ser lembrado: como oPapa da família. Apraz-me sublinhá-lo no momento em que estamos aviver um caminho sinodal sobre afamília e com as famílias, umcaminho que ele seguramenteacompanha e sustenta do Céu”,referiu.

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Dias memoráveis no VaticanoMais de 800 mil pessoas, segundoas estimativas do Vaticano, viveram“dias memoráveis” com ascerimónias de canonização dosPapas João XXIII e João Paulo II. “Aminha saudação vai para todos osperegrinos, aqui na Praça de SãoPedro, nas ruas adjacentes enoutros lugares de Roma, bemcomo a todos os que estão unidos anós através da rádio e televisão”,disse o Papa, antes da oraçãomariana do ‘Regina Caeli’, no finalda Missa.Francisco deixou o seu “obrigado”aos responsáveis e aos operadoresde media que “deram a tantaspessoas a oportunidade departicipar” neste momento. “Aosdoentes e aos idosos, dos quais osnovos santos eram particularmentepróximos, chegue uma saudaçãoespecial”,

acrescentou.O Papa agradeceu a presença decardeais, bispos, sacerdotes edelegações oficiais de váriasnações, incluindo Portugal, paraalém das autoridades italianas,numa homenagem a “dois pontíficesque contribuíram de forma indelévelna causa do desenvolvimento dospovos e da paz”.A intervenção deixou uma palavrade particular “afeto” aos peregrinosoriundos das dioceses de Bérgamo(Itália) e Cracóvia (Polónia), terrasnatais dos novos santos.Depois de cumprimentar asdelegações oficiais, o PapaFrancisco percorreu a Praça de SãoPedro e a Avenida da Conciliação,em carro aberto, para abençoar ecumprimentar os peregrinos.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizadosem www.agencia.ecclesia.pt

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Bento XVI na Praça de São Pedro para concelebrar Missa de canonizaçãodos Papas

Dois Papas santos

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Pastoral Juvenil online

http://www.dnpj.pt/ No primeiro fim-de-semana de maiorealiza-se, em Fátima, mais umaperegrinação nacional dos jovens,desta feita sob o lema “Bem-aventurados... no amor de Deuspelo mundo”. Assim, esta semanapropomos uma visita ao sítio dosector responsável por mais um“Fátima Jovem”.O “Departamento Nacional daPastoral Juvenil (DNPJ) tem pormissão fomentar, a nível nacional, oencontro das diversas instituiçõeseclesiais de pastoral da juventude,assegurando entre elas a melhorarticulação e coordenação; estudarformas adequadas de evangelizar eeducar os jovens na fé;proporcionar itinerários de formaçãopara os jovens e seus educadores;apoiar e colaborar com os serviçosdiocesanos e com os diferentesmovimentos; promover a unidadeentre eles, através de iniciativascomuns às dioceses e movimentosapostólicos juvenis; responder, noâmbito da pastoral juvenil, àssolicitações de participação

e representatividade nacional einternacional”.Ao digitarmos oendereço www.dnpj.pt entramos numespaço graficamente bem concebidoonde a disposição dos conteúdosnos possibilita ter uma visão globalda sua elevada qualidade. Napágina inicial além dos habituaisdestaques encontramos as ligaçõespara a presença da pastoral juvenilnas redes sociais (facebook, twitter).Ao clicar em “pastoral juvenil” podeficar a conhecer um pouco mais oDNPJ, quais são as dioceses equem são os responsáveisdiocesanos por este sector, quemovimentos de Igreja possuemestrutura juvenil e ainda descobrir oconselho nacional da pastoraljuvenil.Em “recursos” encontra ummanancial de materiais disponíveis.Desde downloads de documentos,comunicados, apresentações emateriais temáticos. Por outro ladosão apresentados “locais de retiro,locais de encontro contigo e comDeus” devidamente catalogados.Na opção “projetos/atividades”

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temos ao dispor os principaisdesafios que a pastoral juvenilabraça no decorrer de cada ano.Desde as jornadas mundiais dajuventude ao Fátima Jovem,passando pelas Jornadas dapastoral juvenil. Culminando com umprojeto onde o DNPJ “reuniusinergias com a Paulus editora e nocrescente diálogo de vivência daFé, Alegria e Serviço concretizou-seo YOUthTRAVEL”.Por último no item “comunicação”encontramos as notícias ordenadascronologicamente,

podemos consultar a rúbrica “grãode mostarda” e ainda aceder ànewsletter “altos voos”.

Fernando Cassola Marques

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Dou-te a minha palavraNeste seu décimo livro de poesia,Lopes Morgado resolveu entrar nosmeandros da PALAVRA, cujoslabirintos tem percorrido desde abrilde 1957, data dos primeiros versospublicados, aos 19 anos.Em Dou-te a minha palavra, o autorpercorre os vários passos de umtexto até à fruição do leitor: escrita,palavra, comunicação, livro, silêncio.São estas as “cortinas” que dividemo livro, com relação entre as váriassecções, mas todas abertas sobremúltiplos temas ou fontes deinspiração.A vida e a Bíblia caminham aqui demãos dadas, mas só os maisiniciados se aperceberão dasubtileza dessa fonte ou luzinesgotável que rega e alonga aleitura imediata de cada texto. Oolhar de jornalista sobre o pormenorde coisas, factos e pessoas; asensibilidade franciscana para alinguagem da Natureza; as muitasmemórias e ressonâncias – cruzam-se neste livro. Livro que se lêagradavelmente de um fôlego, poisos poemas são breves, mas

que exige releituras atentas paradescobrir veios mais profundos soba transparência da linguagem.

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Um padre na aldeira glob@l

A geração dos nativos digitaisdesafia a criação de novas fórmulasde evangelização, na convicção deque qualquer ecrã é meio eoportunidade para o encontropessoal, olhos nos olhos, coração acoração.Um padre na aldeia glob@l situa osmúltiplos cruzamentos entre a Igrejacatólica e as novas tecnologias deinformação presentes na internet,nas redes sociais e no sem-númerode aplicações para dispositivosmóveis, dos smartphones aostablets.A investigação do padre AméricoAguiar percorre um século depronunciamentos pontifícios sobreos media, entretecendo-os comalguns dos mais notáveispensadores das teorias decomunicação.Das interseções entre fé etecnologia nasce uma obra querevela novos horizontes para oanúncio e testemunho, porque oMar da Galileia, onde Cristo chamouos primeiros Apóstolos, é hoje umvasto oceano onde muitosaguardam a oportunidade deencontrar a Rede de Jesus.

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II Concílio do Vaticano:Abolição dos índices dos livrosproibidos II

O II Concílio do Vaticano encerrou no mês dedezembro de 1965, mas só no ano seguinte (14 dejunho), se abria para muitos católicos uma nova fasecom a abolição do índice dos livros proibidos.Na passada semana fiz referência a livros deintelectuais e filósofos que foram apanhados na rededas proibições. Desta vez, irei entrar no campo dahistória da igreja, exegese e teologia. Os catálogosdos livros proibidos começaram a surgir em Paris(1544); Veneza (1549); Lovaina (1550); Florença(1552) e Milão (1554). Mas “o primeiro índice delivros proibidos de origem papal só aparece em 1559quando presidia aos destinos da Igreja o Papa PauloIV” revela Manuel Augusto Rodrigues num artigopublicado no jornal «Correio de Coimbra» (22-08-96).Depois surgiram mais de 40 índices actualizados. Ainquisição e os tribunais diocesanos representaramoutro meio de controlar o livro e aquele que lia aobra. Em Portugal, o primeiro rol de livros defesosapareceu em 1547; em 1561, 1581 e 1642 forampromulgados outros índices expurgatórios. Com oPapa Leão XIII, dado o cada vez maior número delivros proibidos, determinou-se (1896) que deixavamde o ser os que foram editados antes de 1600.No caso de um livro ser proibido, os católicos nãopodiam lê-lo nem editá-lo, nem vendê-lo ou guardá-lo. Semelhantes atitudes eram consideradas pecadoe, por vezes,

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os seus promotores eramexcomungados. Mas sucedia queuma pessoa podia pedir umaautorização especial para lerdeterminado livro condenado pormotivos especiais e então oordinário diocesano podia concedera dispensa requerida. “Os teólogose filósofos eram os maisinteressados em obter talconcessão”, escreveu ManuelAugusto Rodrigues.Dos livros mais censurados figuramos relativos à história da Igreja e àexegese bíblica. O Santo Ofício e aComissão Bíblica (criada pelo PapaLeão XIII para promover os estudosnesta área) encarregaram-se deexcluir da leitura importantes obraspublicadas na última parte do séculoXIX e inícios do século passado.Questões vitais para a interpretaçãode determinados livros bíblicos(Pentateuco, Salmos, Isaías,Sinópticos e São João) eramsempre objecto de grande vigilânciapor parte dos responsáveis daIgreja.

No fundo era a busca daautenticidade da verdade reveladaque se procurava por meio docontributo da razão e da ciência.Teólogos como Congar, Chenu,Rahner, Schillebeeckx e Kungmerecem ser evocados nestecontexto pelo corajoso trabalhodesenvolvido tantas vezes sob o“olhar céptico e até mesmocondenatório de Roma”, lê-se noartigo citado. Com odesaparecimento do índice de livrosproibidos em 1966 encerrou-se umapágina da história da Igreja que teveimplicações de vária ordem na vidadas instituições e das pessoas.De notar que, em geral, os seusautores não tinham oportunidade depessoalmente se poderem defenderem Roma, esclarecendo, porexemplo equívocos deinterpretação. A condenaçãoassentava apenas na obra escritapelo seu autor. Um clima de asfixiaintelectual pairava sobre osespíritos.

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MaioDia 02* Vaticano - Primeira reunião donovo «Conselho para a Economia»do Vaticano.* Lisboa - Museu do Oriente(Auditório) - Estreia mundial da«Missa em Concani», uma obrainédita do autor goês JerónimoAraújo Silva.* Aveiro - Sever do Vouga - XIII Inter-Escolas diocesano.* Braga - IV Encontro nacional deEMRC do Ensino Secundário. (02 e03)* Castelo Branco - Idanha-a-Nova(Monsanto) - Festa da Divina SantaCruz em Monsanto. (02 a 04)* Vaticano - Seminário sobre o tema«Humanidade sustentável, naturezasustentável: a nossaresponsabilidade» promovido pelasAcademias Pontifícias das Ciênciase das Ciências Sociais. (02 a 06)* Braga - Museu Pio XII - Exposiçãode Numismática e Notafilia. (02 a 02de setembro) Dia 03* Castelo Branco - Idanha-a-Nova(Centro Cultural Raiano)-Lançamento do livro/dvd «Adevoção à Senhora do almurtão».

*Viana do Castelo - Início dascomemorações dos 500 anos denascimento de frei Bartolomeu dosMártires.* Coimbra - Cineteatro do Colégiode Santo Teotónio - Jornadas deEducação sobre «Tendências naEducação perspectivas de futuro»destinada a país, educadores eprofessores. * Braga - Fafe (Pavilhão Multiusos) -Musical sobre o Papa João Paulo IIpreparado pelo padre Albano deSousa Nogueira.* Lisboa - Ameixoeira (11h00m) -Benção do centro paroquial por D.Manuel Clemente.* Setúbal - Comemoração do Dia deSão Jorge (Patrono Mundial dosescuteiros).* Guimarães - Cerzedelo (IgrejaRomânica) - Inauguração daexposição «As cruzes floridas damissão» com a presença de D.Jorge Ortiga.* Setúbal - Sesimbra (Salapolivalente da Biblioteca Municipal)(15h00m) - Apresentação da obra«O Eixo e a árvore. Notas sobre asacralização do território Arrábido»da autoria de Ruy Ventura.

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* Lamego - Seminário - EncontroNacional da ASEL.* Portalegre - Arronches (Igrejamatriz) - Concerto do 3º festival demúsica Sacra de Arronches.* Aveiro - ISCRA - Início da acção deformação sobre «EMRC e novasferramentas da comunicação.Desafios à transmissão daMensagem Cristã» orientada porBerta Silva.* Aveiro - ISCRA - Início da acção deformação sobre «A presença docristianismo na cultura» orientadapor Victor Marques.* Coimbra - Mosteiro do Lorvão -Inauguração do órgão de tubos doMosteiro do Lorvão.* Porto - Matosinhos (Senhora daHora) - Encontro anual doMovimento Fé e Luz com o tema«Entra na onda».* Fátima - Domus Carmeli - VIIIEncontro de Leigos MissionáriosCarmelitas. (03 e 04)* Fátima - Actividade «FátimaJovem» promovida peloDepartamento Nacional da PastoralJuvenil. (03 e 04)* Lamego - Resende (Semináriomenor) - Encontro diocesano deacólitos. (03 e 04)* Aveiro - Recolha de alimentos paraa Cáritas Diocesana de Aveiro. (03e 04)

* Braga - Guimarães (Serzedelo) - Festa das Cruzes. (03 e 04)* Braga - São Pedro de Rates - VCurso de Música Sacra. (03 a 31 )* Fátima - Museu de Arte Sacra eEtnologia -Exposição «As devoçõesa Maria, mãe de Jesus, em diversoslocais do mundo e a cultura local» da artista plástica Mari Bueno. (03 a29 de junho) Dia 04* Lisboa - Sé (17h00m) - Concertode homenagem pelo 1º ano depontificado do Papa Francisco e deacção de graças pela canonizaçãode João Paulo II e de João XXIII.* Aveiro - Alameda da Universidadede Aveiro - Benção dos finalistaspresidida por D. Carlos XimenesBelo. * Lisboa - Apelação (Quinta daFonte) - Festa de São Salvador doMundo promovida pelascomunidades africanas.* Fátima - Encontro nacional doMovimento Schoesntatt paracelebrar o centenário da fundaçãodeste movimento apostólico.* Lisboa - Oeiras (Igreja de SãoJulião da Barra) - Missa portuguesaem Fado.* Portalegre - Sardoal - Festa doSenhor dos Remédios.

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- Com início a 1 de maio e até ao dia 4, os XXI

Jogos Nacionais Salesianos, querem aliar umprograma desportivo à cultura com visitas alocais emblemáticos do Estoril e arredores. Esteevento desportivo anual congrega em médiacerca de 1500 atletas e despectivos animadoresdesportivos dos vários ambientes dosSalesianos e das Filhas de Maria Auxiliadora. - O Serviço de Animação Vocacional da Diocese deLeiria-Fátima propõe às paróquias, comunidadesreligiosas e outros grupos um mês especial de oraçãopelas vocações, intitulado ‘Maio, mês vocacional’.Adoração ao Santíssimo Sacramento ou oraçãomariana são duas formas de concretizar esta ideia quedecorrer durante todo o mês de maio. - Tem início no sábado, dia 3 de maio,comemorações dos 500 anos de nascimento defrei Bartolomeu dos Mártires. O Município e adiocese de Viana do Castelo associam-se a estainiciativa que se vai estender até julho 2015, deforma a divulgar a sua vida e obra, promover adevoção e também a causa da canonização econsequente declaração de Doutor da Igreja quefoi arcebispo de Braga em 1558/59 e contribuiudecisivamente para a realização do Concílio deTrento nos anos de 1562 e 63. - No dia 5 a União Europeia vai distinguir o programada rádio «Encontros com o Património», uma rubricada rádio TSF, com edição de Manuel Vilas-Boas. Oprémio «Europa Nostra», que vai ser Burgtheater deViena, sob o patrocínio do presidente da Áustria, é oreconhecimento do contributo para a divulgação epreservação da Cultura.

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h00Transmissão damissa dominical

11h00 -Transmissão missa 12h15 - Oitavo Dia

Domingo: 10h00 - ODia do Senhor; 11h00- Eucaristia; 23h30 -Ventos e Marés;segunda a sexta-feira:6h57 - Sementes dereflexão; 7h55 -Oração daManhã; 12h00 -Angelus; 18h30 -Terço; 23h57-Meditando; sábado:23h30 - TerraPrometida.

RTP2, 11h22Domingo, dia 04 - Dois PapasSantos: Momentos dacanonização entre gruposportugueses. RTP2, 15h30Segunda-feira, dia 05 -artolomeu dos Mártires;Terça-feira, dia 06 -Informação e entrevista aManuel Brandão Alves sobreo Grupo Economia eSociedade;Quarta-feira, dia 07 -Informação e entrevista a Manuel Arouca sobre o filme"Fátima no Mundo";Quinta-feira, dia 08 - Informação e entrevista aAlexandra Norberto sobre jovens no Movimento dosFocolares;Sexta-feira, dia 08 - Análise das leituras bíblicas dedomingo pelo padre Armindo Vaz e frei José Nunes. Antena 1Domingo, dia 27 de abril, 06h00 - Conversa com ocardeal José Saraiva Martins sobre canonização deJoão XXIII e João Paulo II. Comentário à atualidadecom José Luís Borga. Segunda a sexta-feira, 22h45 - 28 - HistoriadorAntónio Matos Ferreira e os Papas João XXIII e JoãoPaulo II; 29 - Monsenhor Luciano Guerra e João PauloII; 30 - Enciclicas sociais de João XXIII e João Paulo IIcom Alfredo Bruto da Costa; 1 - António Pinto Leite eo Dia do Trabalhador; 2 - Padre Eduardo Novo e oFátima Jovem.

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Existem provas da ressurreição deJesus?

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Ano A - 3º Domingo da Páscoa Caminharcomo osdiscípulos deEmaús

A liturgia deste terceiro Domingo da Páscoa convida-nos a descobrir Cristo que acompanha os homenspelos caminhos do mundo, que com a sua Palavraanima os corações magoados e desolados, que serevela sempre que a comunidade dos discípulos sereúne para "partir o pão"; apela, ainda, a que osdiscípulos sejam as testemunhas da ressurreiçãodiante dos homens.É no Evangelho, sobretudo, que esta mensagemaparece de forma nítida: Cristo, vivo e ressuscitado, acaminhar ao lado dos discípulos, a explicar-lhes asEscrituras, a encher-lhes o coração de esperança e asentar-Se com eles à mesa para “partir o pão”. É aíque os discípulos O reconhecem.E nós, hoje? Na nossa caminhada pela vida, fazemos,frequentemente, a experiência do desencanto, dodesalento, do desânimo. As crises, os fracassos, odesmoronamento daquilo que julgávamos seguro e emque apostámos tudo, a falência dos nossos sonhosdeixam-nos frustrados, perdidos, sem perspetivas.Então, parece que nada faz sentido e que Deusdesapareceu do nosso horizonte.No entanto, a catequese que Lucas nos propõe hojegarante-nos que Jesus Ressuscitado caminha aonosso lado. Ele é esse companheiro de viagem queencontra formas de vir ao nosso encontro – mesmo senem sempre somos capazes de O reconhecer – e deencher o nosso coração de esperança.Deus fala-nos, faz renascer em nós a esperança e oentusiasmo, através da Palavra de Deus, escutada,meditada, partilhada, acolhida no coração.

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Os olhos do nosso coração abrem-se para descobrir Jesus, vivo eatuante, na partilha do Pãoeucarístico. Sempre que nossentamos à mesa com acomunidade e partilhamos o pãoque Jesus nos oferece, damo-nosconta de que o Ressuscitadocontinua vivo, caminhando ao nossolado, alimentando-nos ao longo dacaminhada, ensinando-nos que afelicidade está no dom, na partilha,no amor. Sempre que nos juntamoscom os irmãos à volta da mesa deDeus, celebrando na alegria e nafesta o amor, a partilha e o serviço,encontramos o Ressuscitado aencher a nossa vida de sentido, deplenitude, de vida autêntica.Emaús é a nossa história de

cada dia: os nossos olhosfechados que não reconhecem oRessuscitado; os nossos coraçõesque duvidam, fechados na tristeza;os nossos velhos sonhos vividoscom deceção; o nosso caminho,talvez, a afastar-se doRessuscitado.Durante o tempo pascal, ajustemosos nossos passos ao passo deCristo. É urgente abrir os nossosolhos para reconhecer a suapresença e a sua ação no coraçãodo mundo e para levar a BoaNotícia: Deus ressuscitou Jesus!Esta é a nossa fé, vivida na alegriado Evangelho!

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.org

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Dias de terror em Malakal, no Sudão do Sul

A GUERRA, DE NOVOMeses depois daindependência, a guerra voltou,mais trágica ainda, ao Sudão doSul. Um conflito tribal desabousobre esta jovem nação eprovocou já milhares de mortose cerca de 1 milhão derefugiados. A Irmã Elena nãoconsegue esquecer toda essaviolência em Malakal, onde vivia.Mas, mesmo assim, quer voltar. Malakal é agora uma cidadefantasma. Até os animais parecemter fugido. Não há ninguém. Porvezes, escuta-se o ruído apressadode carros que transportam homensarmados. Agora não há maisninguém para matar, não há maisnenhuma mulher ou rapariga paraviolar. Não há mais nada. É difícilimaginar as ruas desertas deMalakal. Ainda há tão pouco tempo,parecia uma cidade normal, cheiade pessoas, com mais de 250 milhabitantes. Agora, não tempraticamente ninguém. Sombras da violênciaEm muitas casas ainda há vestígiosde morte, da violência

que tomou conta das ruas, emparedes esburacadas por balas, nascasas incendiadas, nos corpos queninguém ainda reclamou. A IrmãElena Balatti, missionáriacomboniana, também abandonouMalakal. Por mais que se esforce,por mais que tente esquecer, estamissionária italiana é obrigada arecordar os dias de pavor que viveuna cidade, quando bandos armadosdo chamado “white army” entraramna catedral, à procura de soldadosfiéis ao Governo. Nem os locais deculto foram poupados. Muito menosos hospitais, orfanatos ou, até, asbases da ONU. Há relatosimpressionantes de violência, deuma violência que não tem poupadoninguém, nem sequer crianças,mulheres ou idosos. “Houvepessoas mortas nas igrejas”, diz aIrmã Elena. “A cidade ficoudestruída. Ainda tenho na memóriaa imagem do mercado, com asdecorações de Natal, pouco antesdo ataque de 24 de Dezembro.Agora aquele mercado já não existe.Todas as estruturas governamentaisforam saqueadas e incendiadas.”

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Guerra tribalNa base desta guerra civil queenvolve forças governamentais dopresidente Salva Kiir e partidáriosde seu ex-vice-presidente RiekMachar, destituído em 2013, e quejá causou 1 milhão de refugiados edezenas de milhares de mortos,está um conflito tribal entreas etnias Nuer e Dinka. Foramelementos afectos à etnia Nuer,

do ex-vice-presidente, que atacarama cidade de Malakal. A violênciacontra as mulheres banalizou-se. Noúltimo dia, antes de apanhar o aviãoque a transportou para Juba, acapital, onde ainda se encontra, aIrmã Elena levou uma menina de 12anos até ao hospital da CruzVermelha. Tinha sido violada,juntamente com outras nove

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crianças, na Igreja do Cristo Rei.Foi dolorosa a decisão dasmissionárias combonianas deabandonarem a cidade de Malakal.“Éramos três irmãs. Depois de anossa casa também ter sidosaqueada, já não tínhamos ondemorar. Ficámos ao lado dossacerdotes locais, mas agora quetodos fugiram nós tambémabandonámos Malakal. Já não haviarazões para permanecermos numacidade deserta.”O Sudão do Sul é o país mais novodo mundo. Ganhou a independênciaem 2011, depois de meio século deluta contra o norte, maioritariamenteárabe e muçulmano, em flagrantecontraste com o sul onde predominaa religião cristã. Foi um conflitosangrento, que causou mais de 3milhões de mortos. Agora, ao fim depoucos meses, voltou a guerra.Ainda mais violenta eincompreensível. Partir para voltarA Irmã Elena está em Juba, mas oseu coração continua em Malakal.Não há dia que passe quenão recorde os gritos de ajuda daspopulações atacadas, o olharaterrorizado da menina violada,

ou as paredes das igrejasesburacadas pelas rajadas dasmetralhadoras. A Irmã Elena quer regressar. Paraisso é preciso que o cessar-fogo jáassinado entre rebeldes e forçasgovernamentais não seja apenasum papel com intenções mas semvalor. De todo o lado continuam achegar notícias de ataques, demortos, de violência. Ainda estasemana. Nem as bases da ONU,com campos de refugiados, sãopoupadas. No meio da impotência, resta a fé. AIrmã Elena pede as nossas orações.As suas orações. Nada voltará a sercomo dantes. O Sudão do Sul écomo uma ferida aberta quedificilmente irá sarar. A Igreja tem umpapel essencial a desempenhardepois destes dias de terror. Épreciso acreditar. É preciso teresperança. “Quero voltar,juntamente com as minhas irmãscombonianas, para continuarmos onosso trabalho”, diz a Irmã Elena.Vamos ajudá-la? O trabalho destas IrmãsCombonianas é apoiado pelaFundação AIS

texto Paulo Aidowww.fundacao-ais.pt

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Apps Pastorais

iTerçoMaio é o mês de Maria. Mês dasperegrinações até Fátima. Mês doterço. Pensando em toda aspessoas que estão sós, as queperegrinam, e nas que gostam derezar o terço, apresento hoje aaplicação tecnologia iTerço.Depois de baixar a aplicação econfigurar para português, estápronta a ser usada.A aplicação é composta por trêsseparadores: Terço; Extras;Compartilhar.O separador Terço é composto terço – carregando começamos logo arezar o terço nos mistérios de cadadia; todo o rosário – permite-nosrezar um rosário e contemplar: umslideshow com imagens que ilustramcada mistério.Os outros dois separadores sãopara configurações e partilhas nasredes sociais do aplicativo.O terço é rezado a duas vozes: aprimeira parte é feita pela voz daaplicação, a segunda é pelo próprio,como se estivessem a rezar umacom a outra pessoa.Acabaram-se as desculpas de nãotenho terço para rezar. Estaaplicação ajuda-nos a rezar: acontagem é automática, cada

mistério é sempre introduzido poruma leitura e acompanhado por umaimagem.A aplicação tem uma páginano Facebook. A aplicação tem umcusto de 2,69€ para iOS e de 0,75€para Androide. iPhone | iPad | Androide

Bento Oliveira@iMissio

http://www.imissio.net

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APOSTOLADO DE ORAÇÃO

A Valorização do humano nacomunicaçãoPara que os meios decomunicação sejam instrumentosao serviço da verdade e da paz.[Intenção Universal do Papapara o mês de MAIO] 1. Podia começar esta reflexãousando os estereótipos negativosassociados aos meios decomunicação e aos jornalistas...Começar assim, porém, não seriajusto nem serviria para grandecoisa, senão para perpetuar lugarescomuns e generalizações abusivas.Prefiro começar pensando nosjornalistas como pessoas comvirtudes e defeitos, dando o melhor,mesmo não acertando sempre,procurando ganhar de modohonesto o seu sustento e,eventualmente, o da família eservindo a comunidade. E pensarnos meios de comunicação comorealidades neutras – por isso são“meios” e não fins – que podem serutilizadas de muitos modos: verdadeou manipulação, paz ou conflitos,destruição ou edificação do outro... 2. A comunicação social encontra-se num torvelinho de mudançaseconómicas e tecnológicas. Énecessário reinventar-se

todos os dias, para não se serultrapassado. É fundamental fazerparte de um grupo empresarial, queofereça produtos comunicacionaisdiversos, para públicos diferentes,de modo a ter sustentabilidadeeconómica. E é, sobretudo, necessário terconsciência da sempre maiorutilização da internet, da imensidãode conteúdos aí disponíveis, bemcomo da diversidade de meiostecnológicos que permitem aceder-lhe. Sem ter presentes estasmudanças, agindo no sentido de asintegrar, nenhum meio decomunicação sobrevive muitotempo. Não é difícil, por exemplo,imaginar um futuro em que osjornais locais ou regionaisdesaparecem na versão papel epassam a habitar um site “local” dainternet, só procurado pelaspessoas interessadas nos assuntosda sua localidade ou região... 3. Além da ubiquidade da internet, énecessário considerar também adiversidade dos conteúdos. Ainternet é um repositório de tudoquanto passa pela cabeça daspessoas,

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desde o pior ao melhor – e, paramuitos, o “pior” ou o “melhor” nãotêm outra consistência senãoaquela que cada um lhes atribui.Além disso, com as “redes sociais”,a internet tornou-se, também, umaexposição permanente da vida daspessoas, exposição levada, emalguns casos, ao exagero – mastambém a noção de “exagero” é,com frequência, consideradaassunto meramente individual. 4. A impossibilidade de acompanharo infindável caudal de conteúdospublicados na rede e nos outrosmeios de comunicação tornafundamental o desenvolvimento decritérios, ou seja, de capacidadepara discernir. Tais critérios, porém,só não serão de “geometriavariável” se fundamentados emprincípios “não negociáveis”(pedindo emprestada a expressãoao Papa Bento XVI) nos quais cadaum se enraíze. Tais princípios,porque dizem respeito à origem,portanto, à humanidade de cadaum, precisam de ter uma fonteexterior ao indivíduo e às maioriasconjunturais – ou às minoriasdominantes num dado momento. Ou seja, é necessário regressar a

alguma forma de “lei natural”, cujaorigem se possa traçar no rasto deuma Transcendência não dada a sipróprio por cada um, mas anterior atodos. 5. Quanto mais avança a tecnologiae maior é a informação ao dispordos indivíduos, quanto mais rápido éo consumo dessa informação... sóresta a humanidade de cada umcomo ponto de apoio para dizer aopróprio e aos outros o que vale apena reter e o que deve passar aocaixote do lixo da história. A verdadee a paz constituem anseios demuitos – tenho dificuldade em dizerde todos. Tais anseios, porém,precisam de afundar as suas raízesem algo mais “antigo”. Se assim for,os meios de comunicação poderãoser instrumentos ao seu serviço –pois as pessoas que os usampercebem o poder humanizadordesses anseios. Caso contrário,tornar-se-ão meras conveniênciasde momento, impossíveis dedistinguir da mentira e da guerra narede de autocomprazimentos emque se pode transformar asociedade, se cedermos ao modelo“matrix” no qual tantos parecem jáviver.

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SÃO JOAO XXIII E SÃO JOÃO PAULO II

Construir Pontes

Tony Neves

João XXIII e J. Paulo II estão nos altares. Sãoconstrutores de ‘Pontes’. João XXIII abriu asjanelas da Igreja aos tempos presentes e futurospara evitar mortes por asfixia. Quis que entrasseuma lufada de ar fresco na Igreja. Convocou oConcílio Vaticano II que pôs a Igreja a conversarcom o mundo de que ela também é parteintegrante. Pôs de lado o latim que ninguémfalava e entendia e convidou os povos a louvar aDeus nas suas próprias línguas, transformando oBabel da incompreensão no Pentecostes dapartilha entre irmãos que falam uma linguagemque todos entendem e abraçam: a Palavra doEvangelho. João XXIII, homem bom e feliz,semeou alegria à sua volta, acreditando a Igrejaem contextos onde era já considerada peça demuseu. Deus o chamou com o Concílio ainda abalbuciar as primeiras palavras da conversãoque propunha, mas Paulo VI deu continuidade econclusão á obra começada há 50 anos. J. Paulo II construiu uma ponte entre a Europado silêncio (esmagada e oprimida do outro ladoda cortina de ferro) e a Europa ocidental(abafada nas suas convicções ancestrais peloindiferentismo religioso). Deu um empurrão eajudou a deitar abaixo o Muro de Berlim e, comele, acabou a guerra fria que opunha ocapitalismo ao socialismo, impondo ao mundo oequilíbrio do terror, assente na

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corrida aos armamentos. Com J.Paulo II, o mundo respirou de alívio,mas o capitalismo liberal, geradorde enormes desigualdades sociais,impôs-se como sistema único. OPapa que ‘veio de longe’ lançou-sena aventura de percorrer oscaminhos do mundo para falar deCristo, apostando forte nas ‘Viagensapostólicas’. Criou as ‘JornadasMundiais da Juventude’ quecongregam milhões de jovens,reforçando a sua missão. Promoveuem Assis o Encontro dos líderesReligiosos de todo o mundo pararezar pela Paz, ideia reforçada porBento XVI e Francisco.São dois Papas que marcaram o fimdo segundo milénio. A

canonização conjunta mostra áIgreja e ao mundo a riqueza dapluralidade. São dois estiloscompletamente diferentes mas comalgo de essencial em comum: oamor à Igreja, a fidelidade aoEvangelho e a abertura comatenção aos sinais dos tempos.Se tivesse que eleger uma ‘obra’ decada um deles, dirá que memarcaram a ‘Pacem in Terris’ deJoão XXIII e a ‘Redemptoris Missio’de J. Paulo II. Duas encíclicas emque a Missão, num sentido muitoalargado do termo, joga um papeldecisivo na vida da Igreja, na suarelação com o mundo.Próximos no tempo, estes Santossão modelos a seguir.

“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ouem www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC –Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

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Jovens peregrinam no espíritodas Bem-AventurançasFormação e debate, oração ereflexão, partilha e animação, é oque caracteriza anualmente aPeregrinação Nacional dos Jovens aFátima. O Fátima Jovem, no fim-de-semana de 3 e 4 de maio pretendeser um momento de troca deexperiências alargadas entre osjovens que nas suas dioceses,movimentos e grupos peregrinam nomesmo espírito das Bem-Aventuranças.Desde a primeira edição, que estaPeregrinação de jovens se destacapor ser um encontro decompromisso que ambiciona chegara todos os jovens de todas asdioceses. O Departamento Nacionalde Pastoral Juvenil (DNPJ) pretendeque os jovens católicos portuguesesreafirmem esse compromisso emtodas as dimensões da vida: nafamília, na paróquia, na escola, notrabalho, no grupo de amigos, nadiscoteca, no bar.O DNPJ, com osdepartamentos/secretariados dejovens diocesanos e outrosmovimentos, pretendem

que este compromisso sejaanunciado como Boa Nova deuma vida empenhada nas Bem-Aventuranças.Estes peregrinos que se vão reunirem Fátima são "Bem-aventurados... no amor de Deuspelo mundo” e são convidados aanunciar esta mensagem.Como explica a EnciclopédiaCatólica Popular, o peregrino “nosentido comum, é o fiel em‘peregrinação a santuário’” e estesábado e domingo os jovenscatólicos peregrinam ao encontro deMaria e da sua mensagem no altardo Mundo, ao encontro de outrosjovens e depois regressam tambémao encontro com quem não teveoportunidade de participar noFátima Jovem’14.E se é verdade que estaperegrinação já começou nasdiversas dioceses, com o itineráriodos Ramos ao Fátima Jovem, aperegrinação com reflexão emautocarro…ela adquire maisexpressão e visibilidade nacaminhada a pé, provenientes dequatro

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pontos da cidade de Fátima rumoao grande encontro de jovens naPraça Luís Kondor, na tarde do dia3 de maio onde o acolhimentoserá marcado por um flashmob,muita FÉsta e música.A Capelinha das Aparições espera-os para saudarem Maria, a Mãe queos acolhe no início do mês de Maio,e como o Santo João Paulo II quetambém foi peregrino no Santuáriode Fátima os jovens são convidadosa peregrinarem em sentidogeográfico e espiritual, a quebraremas suas rotinas para enraizadoscaminharem com Deus.Sempre acompanhados, da CruzEvangelizadora entregue na JMJ deBuenos Aires 87, pelo Santo

João Paulo II, quando entregou umacruz aos jovens de cadacontinente,e ao continente europeu entregou aPortugal, temos por isso a graça dea ter entre nós.A sensibilidade para as questõessociais têm marcado estasperegrinações nacionais de jovens,assim, também este ano, o EspaçoJovem é um momento que evidenciao interesse e a sensibilidade dosjovens em temas sociais como ovoluntariado, a pobreza e a família.A pobreza nas Bem-Aventurançasvai estar presente no documentário“O Meu Bairro” que revela otrabalho dos religiosos do Instituto

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Missionário da Consolata (IMC) nobairro do Zambujal, na Amadora. Ofilme, que foi entregue ao PapaFrancisco a 19 de fevereiro de 2014no Vaticano, apresenta um dosbairros mais problemáticos daperiferia de Lisboa e uma presençacom 10 anos dos padres e irmãs doIMC que diariamente respondem adesafios/problemas sociais eculturais. Esta atividade com apresença de Inês e Daniela Leitão,as autoras do documentário,pretende reforçar o espírito departilha e oração que caracterizao programa do Fátima Jovem.O DNPJ, em parceria com a CáritasPortuguesa, vai ainda alertar osparticipantes para a campanhainternacional de luta contra a fome -“Uma só família humana, alimentopara todos” – “que tem por objetivoo combate à fome (o seu fim em2025) e ao desperdício alimentar,mas também alertar para o respeitoinalienável pelo direito àalimentação”.Este grande encontro caracteriza-setambém por participar ativamentenas celebrações do Santuário daCova da Iria. Nesse sentido, nanoite do dia 3 de maio, os jovensparticipam no

Rosário e na Procissão de Velas daCapelinha das Aparições.Um novo e forte momento decomunhão e oração|adoração serána Basílica da Santíssima Trindadecom a Vigília de Oração “Viemosadorá-Lo”, um encontro com “JesusEucarístico”, uma ousadia depenetrar no diálogo de coração aCoração”, não nos ardia cá dentro”Emaús.O programa do primeiro dia encerracom um concerto de oração eevangelização da Banda Jota que aapresentação de “Não vou parar”, oseu último CD. Neste concerto,a Banda que criou o hino do FátimaJovem 2014 vai apresentar os trezetemas do quarto trabalho queremetem para episódios do NovoTestamento e atitudes cristãs noséculo XXI.No domingo, dia 4 de maio, osjovens vão participar e animar todasas cerimónias do Santuário deFátima - rosário, procissão eeucaristia de envio. Ossecretariados e movimentos vão seros intervenientes litúrgicos destesmomentos.O DNPJ continua a propor no FátimaJovem 2014:“Novos Olhares”. Cadajovem participante é desafiado ainscrever-se

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e ser “voluntário/fotógrafo”, sendodevidamente identificado. Atravésda objetiva da sua máquinafotográfica terá a oportunidade dever novas perspetivas, realidades,momentos, paisagens oupassagens. O olhar subjetivo decada um, poderá concretizar ummosaico enriquecedor para todos.Em 2014, o Fátima Jovem é o iníciode uma grande peregrinação

com as Bem-Aventurançascomo lema e com destino àsJornadas Mundiais da Juventude de2016 que se realizam na Polónia,mais concretamente em Cracóvia,cidade onde o Santo João Paulo IIfoi seminarista e mais tarde bispo.Como os discípulos de Emaús:“Ficai connosco Senhor”!

DNPJ

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Os bens deste mundo podem tornar o coração do homeminsensível a Deus, mas também podem transformar-se em

instrumento de comunhão

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