João Nunes Maia (Miramez) - Segurança Mediúnica
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8/6/2019 Joo Nunes Maia (Miramez) - Segurana Medinica
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SEGURANA MEDINICA
Miramez
por Joo Nunes Maia.
12 Edio - 1998 Do 61s ao 639 milheiro
Reviso:
Maria Arsnio da Silva Maria Heliodora Abro Silas Miranda
Projeto Grfico da Capa Criao e Arte: Laerte Agnelli Execuo: Artegrfica Bosatelli Ltda
Revitalizao da Capa: Almindo Jr.
Editorao:
Andra Caroline C. Silva Maria Edrcia Duarte
Impresso:
Lis Grfica e Editora Ltda.
Copyright 1986 by
Editora Espirita Crist Fonte Viva
Rua Dona Euzbia, 100 - Bairro Providncia
CEP: 31814-180 - Telefone: (031) 433-0400
Belo Horizonte - MG - Brasil
Impresso no Brasil Presita in Brazilo
Os direitos autorais desta obra foram cedidos gratuitamente pelo mdium Joo Nunes
Maia Editora Esprita Crist Fonte Viva, que a publica, objetivando a difuso do Espiritismo.
JOO NUNES MAIA
pelo Esprito
a
EDITORA ESPIRITA CRIST FONTE VIVA
Rua Dona Eusbia, 100 - Bairro Providncia - Belo Horizonte
MG - Brasil - CEP 31814-180 - Telefone: (031) 433 -0444
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CGC: 19 138 577/0001 92 - Insc. Est.: 062 440 933-0054
Utilidade Pblica Municipal: Lei 4.546 de 18/09/88
Utilidade Pblica Estadual: Lei 9.637 de 19/07/89
Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) (Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Miramez (Esprito).
Segurana medinica / Miramez ; psicografado
por Joo Nunes Maia. 12. ed. Belo Horizonte,
MG : Fonte Viva, 1998.
1. Espiritismo 2. Mdiuns 3. Psicografia
I. Maia, Joo Nunes, 1923-1991. II. Ttulo.
98-3351
CDD-133.93
ndices para catlogo sistemtico:
1. Mensagens psicografadas 133.93
Sumrio
Prefcio, 7
1. Segurana Medinica, 11
2. Mediunidade de Cura, 16
3. A Posio do Mdium, 20
4. Sesso de Desobsesso, 25
5. Mdium eMediunidade,30
6. Energia Medinica, 35
7. Escola de Mdiuns,40
8. O Mdium ante o Doente,45
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9. Costumes do Mdium, 50
10. Adestramento Medinico,55
11. Cultura do Mdium, 60
12. Que Fazer com os Dons, 65
13. Os Corpos Espirituais, 69
14. O Passe Coletivo, 74
15. O Passe Individual,78
16. Comportamento Medinico, 83
17. O Mdium Agitado, 87
18. A Cura pelo Sopro, 91
19. O Dom de Falar, 95
20. O Passe por Dentro, 99
21. O Silncio a Tnica, 103
22. A Leitura a Chave, 107
23. O Mdium e a Sintonia, 111
24. Mediunidade sem Alarde, 116
25. Mediunidade e Evangelho, 120
1.
26. Compostura Mediunica, 124
27. Mediunidade Iluminada, 128
28. Direo Mediunica, 132
29. Capacidade Mediunica, 136
30. O Mdium Fracassado, 140
31. O Mdium e o Guia, 144
32. O Mdium Interesseiro, 148
33. O Medianeiro e o Ambiente, 152
34. Passe Distncia, 156
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35. Conversar com o Desencarnado, 160
36. APsicofonia,164
37. Carga Mediunica, 168
38. Os Companheiros de Trabalho, 172
39. Confiana Mediunica, 176
40. O Mdium Duvidoso, 180
41. Mediunidade e Vcios, 185
42. O Mdium Contrariado, 189
43. As Mos de um Mdium,193
44. Descuido Medinico, 197
45. Humildade sem Pretenso, 201
46. Mediunidade Vaidosa, 205
47. Mediunidade Forada, 209
48. O Cristo e os Dons,213
49. A Mediunidade e o Homem, 217
50. O Mdium e o Espiritismo,221
51. O Mdium e a Orao, 225
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Prefcio
A caridade tomou uma feio diferente, principalmente no Brasil, graas ao Espiritismo,
que usa os canais da mediunidade para expressar o amor em vrias modalidades. Com a
Doutrina dos Espritos, muitas coisas mudaram de rumo, despertando as claridades que se
encontravam encobertas. A letra deixou de ser letra para ser luz, e a luz inspirou muitas
criaturas para a disseminao do bem imortal.
Quanto tempo se passou de Jesus a Allan Kardec, enquanto o Evangelho era escondido
cada vez mais pela ignorncia! No sculo dezesseis, ele eclodiu com Martinho Lutero,
procurando ser difundido como a promessa do Divino Mestre. No entanto, foi logo distorcido
nos seus mais puros fundamentos, porque a violncia no pode conviver com o amor, e a
caridade sem obras, oriunda do egosmo, morta. As guerras religiosas devastavam o planeta,
a fome de esperana aniquilava todas as comunidades da Terra e a paz fugia dos coraes
humanos. A humanidade sofria e a dor comeava a passar dos limites, transformando-se em
orao. Como no mundo a situao era de desespero, a Terra agonizava pela brutalidade. Era
necessrio usar a lei dos semelhantes que curam os semelhantes, e foi a que o remdio veio
pelos processos da revoluo francesa.
Vejamos como a mediunidade ocupa lugares variados. O filsofo Emmanuel Kant serviu de
instrumento medinico, prevendo o nascimento do Consolador prometido pelo Cristo, quando
afirmou, lembrando-se da figura histrica de Simeo no Evangelho:
"Agora, Senhor, despede-Te em paz do Teu servo, segundo a Tua palavra, porque os meus
olhos j viram a salvao". E, de fato, quem libertou o pensamento das entranhas da
prepotncia para fazer surgir a Doutrina Esprita foi a revoluo francesa, cujas aspiraes
deveriam ter sido consolidadas por Napoleo Bonaparte.
Kant despediu-se da Terra, com grande tranqilidade, no ano de 1804 e, nesse mesmo
ano, nasceu em Lyon o futuro instrumento das foras espirituais para consolidar as promessas
de Jesus e fazer reviver o Cristianismo primitivo do Senhor, abrindo caminho na amplitude de
Seu desejo, para educao dos povos.
A mediunidade passou a ser, ento, canal de respeito entre os homens porque, por ela,
surgiu a terceira revelao, que no esttica como as outras, mas progressiva, de modo a
acompanhar a marcha de ascenso dos seres humanos.
A Doutrina dos Espritos vem mostrando, em toda a sua volumosa literatura, que a funo
medinica se apresenta a todos os povos, como a todas as organizaes humanas. Basta que
prestemos ateno nos fatos, para encontrarmos essa verdade. O Espiritismo est empenhado
em abrir escolas para a educao dessa faculdade inerente aos homens, de modo que ela seja
dominada pelo amor e guiada pela caridade, porque dentro dessa atmosfera santificante,
sempre falar o Cristo, como Pastor de todo o rebanho da Terra.
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E, pelo que vemos na postura dos polticos modernos e no comportamento dos homens
em geral, parece que a dor passa dos limites dos fardos a serem carregados e comea a se
transformar em rogativa ao Senhor novamente. E, se acontecer o que estamos prevendo (e
que no desejamos que acontea), a revoluo francesa e as grandes guerras no tero
passado de simples avisos do que poder advir pela imprudncia dos povos.
Os demnios da devastao foram criados pelas mentes brutalizadas dos homens por lhes
faltar o Cristo no corao. Mesmo assim, pedimos a Deus para abenoar a humanidade e no
deixar acontecer o mximo merecido. Apelamos misericrdia do Senhor para que deixe
acontecer, se assim for preciso, o mnimo.
E sempre a mediunidade que dar nascimento aos movimentos de paz e de guerra,
dependendo da sintonia espiritual do mdium-lder de um grupo social. Mas, como no
devemos pensar em destruio, ocupemo-nos da mediunidade traada por Allan Kardec, e
ampliada pelos Espritos superiores, para que possamos fazer nascer a paz dentro de ns
mesmos, porque essa paz, com as mos do tempo e a vontade de Deus, ir avanar e atingirtoda a Terra, todas as criaturas.
Graas Doutrina Esprita na Terra, principalmente no Brasil, ser aliviado o apocalipse do
fim dos tempos, pois ela como um anjo de paz, com a fora de Deus e sob o comando do
Cristo. Rogamos a Deus que, depois dessa festa de fogo, os homens saiam livres da agresso
crmica e os seus coraes batam sob o ritmo do universo, onde o amor a tnica da vida.
Estamos trabalhando - e somos uma legio - para que a mediunidade exera uma posio
de luz e desperte os seres humanos para o verdadeiro objetivo da vida, para que no se
esqueam de, passo a passo, se transformarem pela boa vontade para o empenho noEvangelho, porque o homem evangelizado constitui a promessa do reino de Deus, do paraso
perdido por esquecimento do amor.
Este livro - Segurana Medinica - vem dar-nos alguns toques de como proceder diante das
faculdades afloradas. Eis que esto sendo tocados os ltimos clarins da espiritualidade.
Convm atend-los, para que no aconteam conosco coisas piores. Oremos juntos, meus
irmos, agradecendo a Deus por tantas bnos vindas no meio de tantas aflies. Usai vossos
talentos, multiplicando as obras de beneficncia e no enterreis os valores que Deus depositou
em vossas mos. Abenoai o tempo e aproveitai as horas, tirando as nuvens das
incompreenses que possam empanar o sol da caridade, para que ele vos guie e vos salve dasimprudncias tramadas pelo orgulho e pelo egosmo.
Saudemos este esforo desse irmo em Cristo neste trabalho, e que ele possa despertar
algum para a realidade. E que esse algum veja o Mestre sua frente chamando-o, nestes
termos: "Segue-me, eu sou o caminho".
Bezerra
Belo Horizonte, 23/11/83.
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Segurana Medinica
A mediunidade um dom, um atributo do Esprito, que nasceu juntamente com a mnada,
nos primrdios da sua delicada existncia. A mediunidade no depende de qualidades
humanas para existir na sua funo natural. No entanto, h leis que asseguram a sua posio,
no campo em que opera. O mdium pode transmitir mensagens de alto teor educativo e
cientfico, em favor da humanidade, como tambm servir de canal para Espritos zombeteiros
ou pseudo-sbios. Essa variao est na dependncia de como o mdium leva a vida, seus
sentimentos e as condies espirituais que vibram em seu corao. Para tanto, no basta
somente boa vontade. necessrio ter compreenso do objetivo do seu mandato e trilhar os
caminhos que a ordem e a moralidade impem, numa vida pautada nas diretrizes da luz
espiritual. O candidato a mdium deve suprimir da sua mente toda ordem de vaidade, todo
tipo de impulso que o leva para o orgulho e a prepotncia, sempre se esauecendo das ofensas
recebidas. Esse deve ser o primeiro preparo, pois a agresso certamente vir ao seu encontro,
para test-lo no que j aprendeu sobre o verdadeiro amor. Podemos chamar os testemunhos
de "marcas do Cristo". Todo aquele que deseja ser Seu discpulo encontrar espinhos nas Suas
pegadas. No pode existir mediunidade iluminada, sem f, que uma semente divina que
haver de nascer no corao do instrumento da verdade.
O intercmbio com os Espritos muito desejado por todos os que chegam Doutrina
Esprita, sem conhecer o engenhoso processo por que devem passar os companheiros de
aprendizado. Se a mediunidade fato natural no ser humano, a razo adverte-nos de que o
seu desenvolvimento no pode desobedecer seqncia da naturalidade. Toda violncia,
nesse campo, tem como resposta o desastre e o desequilbrio psicossomtico.
O erro que se nota em muitas casas espritas a tendncia de forar o desenvolvimento
das faculdades medinicas, numa chamada insistente de Espritos de todas as qualidades, para
que possam se apossar das pessoas presentes s reunies. Sentam-se mesa, com vontade de
servir, no resta dvida, mas se esquecem das conseqncias que adviro da falta de
habilidade, na nsia de fazer o melhor. Os diretores das sesses, comumente, so desprovidos
de experincias para lidar com o invisvel. Comandam uma reunio, chegando s carreiras, e
no despregam os olhos do relgio para uma volta apressada, queimando, assim, todo o
material fludico que os Espritos trazem, por amor e caridade. E aquele magnetismo da pressa
espraia-se pelo ambiente todo, fazendo-o esquecer-se da incumbncia que o levou quela
reunio, cujo objetivo levar a tranqilidade a todos e o entendimento aos Espritos menos
esclarecidos. A base de uma reunio elevada , pois, a segurana medinica, que se faz atravs
da sabedoria do medianeiro, aliada ao amor incondicional.
Se s candidato mediunidade, se palpita em teus sentimentos a vontade de servir de
instrumento comunicao dos Espritos, analisa quem s para saberes com quem havers de
te comunicar.
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No podemos deixar de descrever o que se processa, no trabalho medinico desavisado,
quele que desconhece a realidade espiritual: entre dois corpos que o Esprito usa para
comandar o fsico, o astral e o etrico, encontra-se estruturado um filtro, muito parecido com
uma tela sutil, altamente trabalhado pela natureza, em conexo com a Inteligncia Suprema,
que de nada se esqueceu a nosso favor. Essa tela etrica, no dizer dos estudiosos das coisas
espirituais, serve de barreira comunicao constante entre os dois mundos, permitindo to-
somente o intercmbio com os Espritos superiores, j que essa tela d passagem aos fluidos
purssimos que provm das altas esferas. Assim como o filtro de um lar d passagem
facilmente gua j pura, sem ceder lugar ao lquido poludo, o mesmo se passa no campo do
Esprito. Todavia, interessante saber que essa tela etrica pode romper-se. E isso acontece
com freqncia. A, o prprio mdium, ao desenvolver-se, manifesta desequilbrio em todos os
setores da sua sensibilidade. Essa tela feita de tomos espirituais altamente afins, que se
congregam por atrao magntica da prpria conscincia, com o auxlio dos guias do tutelado.
Mas ela se rompe por variadas causas, contrrias s leis naturais, como o fumo, que se
volatiliza, no seu uso exagerado e corri a tela sutil desse filtro fludico que protege omedianeiro. O mesmo ocorre com o lcool, a carne em demasia e as drogas.
Na parte mental, vamos encontrar os maiores inimigos dessa segurana medinica, que
so o dio, a vingana, a maledicncia, a brutalidade, a usura. Pensamentos que envolvem tais
sentimentos provocam uma espcie de curto-circuito na tela etrica, rompendo seus delicados
filamentos e colocando o mdium em estado de dependncia com os Espritos inferiores. Eis a
a obsesso, desequilbrio presente em grande maioria dos medianeiros, em todo o mundo.
Ainda existem outros perigos que mencionaremos depois, quando surgir oportunidade de
conversarmos, pelos meios da escrita e da presena espiritual.
Comoj relatamos, a mediunidade no depende da moral do mdium, mas a mediunidade
com Jesus Cristo depende de auto-aprimoramento, nos conceitos do Evangelho. Somente a
vivncia dessa filosofia transcendental, ensinada e vivida pelo Mestre, aparelha o medianeiro
para ser um verdadeiro instrumento da verdade, do amor e da caridade. Quem no deseja
modificar o sistema de vida que leva nas hostes do Espiritismo, condensado por Allan Kardec
nos livros basilares da doutrina, bom que no tente ser ponte para aqueles que j foram para
o mundo espiritual.
O canal sujo suja a gua que vem do cu. E, se atramos o nosso semelhante pela lei dos
afins, o mdium consciente do seu dever sabe a que tipo de entidade esto servindo as suas
faculdades.
Se desejas fazer o bem a quem caminha contigo, ama muito, mas no te esqueas de
instruir, sempre. Educa, em todos os momentos, mas lembra-te, constantemente, de aplicar a
disciplina em teus passos. Fala, nas horas certas, sem te esqueceres de vigiar o que dizes, para
que possas dizer, na amplitude dos teus trabalhos, sem exigncias, como falou o grande
apstolo dosgentios:
"0 Cristo em mim motivo de glria".
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Mediunidade de Cura
A mediunidade de cura um dom grandioso, que foi usado, com exuberncia, por Nosso
Senhor Jesus Cristo, na Sua passagem pela Terra. O mdium de cura deve tomar certas
providncias em relao sua prpria conduta, pois a sua mente influi, poderosamente, sobre
todos os seus centros de foras, e estes canalizam as suas indescritveis energias para onde os
pensamentos do medianeiro determinarem, somadas a outras tantas riquezas, de que o
corao portador.
Os fluidos vitais armazenados pelo bao, que mais se enraizam no seu duplo, so
fornecidos pelo astro rei, que nos fecunda a todos, e so sempre reavivados pelos nossos
sentimentos de amor, ou ento desmerecidos pelos nossos impulsos inferiores.
bom que analisemos o que estamos doando aos que sofrem. A mediunidade curadora
uma porta, seno um caminho onde luzes podero brilhar, despertando outros valores que se
escondem no nosso mundo ntimo. O mdium curador que j se disps a tal empreendimento
no pode se esquecer da alegria, aquela que nasce dos bons princpios e valoriza o esquema
de vida em todas as suas diretrizes. No deve perder a pacincia com os que sofrem. Eles j
sofrem!.. E, s vezes, desconhecem o que o medianeiro j conhece. Deve ouvir com tolernciae conversar com discernimento, para que possa fazer nascer nos coraes torturados, aquela
fora divina que se chama esperana. Deve confiar, mesmo nos desconfiados: e perdoar,
incondicionalmente, todos os que sentem prazer em ferir. Somente o exemplo do Bem nos
colocar com poderes suficientes para desfazer os impulsos da ignorncia. Nunca esquecer a
harmonia da mente, porque a harmonia a tnica do universo, e onde ela se irradia no
faltam sade e paz, compreenso e fraternidade.
O sensitivo deve conhecer a si mesmo, antes de saber alguma coisa sobre os outros; exigir
de si o que pode dar aos semelhantes e a ningum pedir compreenso. O mdium de cura
sempre o doador, a fonte de tranqilidade, ajudando e tornando a ajudar na criao daverdadeira felicidade.
A gua de cada lar filtrada pelos esforos humanos e valorizada pela assistncia
espiritual, por bno de Deus. Assim a energia csmica, de natureza divina, penetrando em
nossos filtros energticos. Quando compreendemos, enriquecemo-nos com esse fluido sutil,
dando indicaes na correspondncia que o amor indicar.
A mediunidade de cura tem muitos pontos a ponderar. Os mdiuns tm a sua parte a ser
feita no preparo dos fluidos que devero ser distribudos aos que sofrem e, portanto, so
responsveis pelo que do. A responsabilidade muito grande, na seqncia dos trabalhos
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A Posio do Mdium
A posio de um mdium em uma reunio requer muito cuidado e observao, tanto
perante os assistentes quanto perante a sua prpria conscincia. O fenmeno que se chama
repercusso coisa muito sria em relao ao equilbrio do prprio mdium. A experincia nos
faz compreender que todo trabalho de carter srio busca na cincia e nos fatos compreenso
profunda do seu exerccio, para que no venhamos a ser cegos conduzindo cegos, ambos
caindo nos despenhadeiros.
A posio do mdium deve ser correta, de modo a ampliar todos os conhecimentos
estudados com as experincias oriundas de seus prprios exerccios espirituais.
Nunca te enveredes por caminhos escolhidos afoitamente. Lembra-te de que muitascabeas podero formar diretrizes com maiores possibilidades de acertar. Uma das coisas
essenciais para o medianeiro, em qualquer funo espiritual, a humildade, sem que esse
gesto se transforme em fraqueza. A modstia deve ser enriquecida com os valores da
compreenso.
Os assistentes de uma reunio medinica formam sempre uma heterogenia no campo
mental. Os pensamentos, nas suas variaes, guardam mais afinidades com o mdium ou a ele
se dirigem, por imposio dos participantes. O mdium sempre visado. bom que te lembres
disso todas as vezes em que praticares a mediunidade. A atmosfera que acompanha o
intermedirio dos Espritos de alta sensibilidade e sempre cede suavontade. Se essavontade educada, criar defesas naturais, perdendo a afinidade com o mal e estabelecendo a
harmonia, de modo a assegurar o equilbrio do instrumento dos Espritos.
O que chamamos de repercusso so pensamentos de tonalidades diferentes nascidos em
muitas mentes e encaminhados para a mente do mdium que, em seguida, sofre os desajustes
dos mesmos na sua cmara sensvel de fluidos imponderveis. Certamente os Espritos
benfeitores ajudam, mas nem sempre o necessrio, pois existe a parte do mdium, que s ele
deve fazer. Esse mdium pode ser levado ao desgaste, tanto fsico quanto emocional. As
energias que circulam nos centros de foras distribudas e redistribudas em todo o corpo,
podem sofrer perda com a repercusso, s vezes de modo irreparvel. Os pensamentos dosassistentes so foras virgens que podem ajudar ou destruir, conforme a educao de cada
um. Eis porque aconselhamos, em todos os tipos de reunies, leituras elevadas, de cunho
evanglico, acompanhadas de comentrios feitos por pessoas que saibam lidar com as
palavras nas reas que constrem, alertam, educam e despertam esperana naqueles que ali
se renem procura do Senhor.
A posio do mdium delicada. Ele est sempre no meio das trevas, procurando fazer
luz. Os sofredores so muitos a buscarem conforto. O mdium sem Cristo ambiente sem paz.
Aquele que no deseja educar-se, no serve para servir. A doutrina dos Espritos uma escola
que veio com a misso de mostrar aos novos seguidores do Senhor um caminho bem melhorque tantos outros em evidncia no mundo: o caminho do amor.
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Podes ouvir e conversar com as pessoas que procuram conforto e sade, porm no deves
alimentar o mesmo desequilbrio nas tuas emoes. Certamente no preciso responder-lhes
com aspereza, porque a caridade educa a tonalidade da voz e fora disciplinadora dos
prprios gestos. O bom senso deve ser a tnica de todas as conversaes. Seja qual for a
situao dos nossos irmos que sofrem, no devemos sofrer com eles. Bastam-nos os nossos
fardos; se os levarmos sem reclamaes, j teremos cumprido um dever que alivia a
conscincia.
O mdium que j se candidatou a discpulo de Jesus no fere o companheiro. Procura
esclarecer, se no pela palavra, pelo exemplo. Perdoa sem condies, sem anunciar o perdo e
abenoa pelo que faz, sem desejar recompensa. O transe medinico ato muito srio, que nos
compete analisar. A nossa mente se abre em flor em busca do que desejamos fazer,
auxiliando. E o que vem de fora, encontrando sintonia no que est dentro, acasala-se na
conjuno da prpria natureza, formando algo que nos ajuda ou nos perturba. O mdium deve
ser reto, nas suas qualidades de pensar, de saber e de sentir. Os sentimentos so foras que se
irradiam em todas as direes que indicamos e que reclamam os iguais, retornando fonte de
onde surgiram para se multiplicarem, desfazendo-se na prpria personalidade como energias
gastas, alimentadoras de desequilbrios, ou como fluidos imponderveis da natureza divina,
que fortificam a alma para a libertao.
A mediunidade dom generalizado em todas as criaturas, espera de educao e
disciplina. Sem certas regras orientadas pelo Cristo, ela apenas um instrumento de satisfao
pessoal ou meio de vida na pauta dos negcios. H muita diferena entre o mdium da luz e o
das trevas, entre a faculdade divina e a faculdade humana. A posio do sensitivo ante sua
mediunidade que sua lngua deve perder a fora de ferir, suas mos a fora de revidar e suas
idias, a fora de contrariar as leis de Deus.
Todos os mdiuns so testados por meios variados. Por onde no se espera que o
inimigo chega. O defeito que insistimos em apontar nos outros o que temos com mais
salincia. A casa do vizinho est sempre alterada, quando analisada pela razo em distrbio.
Se tiveres que chorar por algum que errou, chora por ti mesmo. Se tiveres de alterar a
voz com irmos que julgaste incursos em erro, altera a voz contigo mesmo. Se tiveres de
anunciar alguma virtude que no possuis, fala das qualidades dos companheiros e dos esforos
que eles fazem para melhorar.
A posio do mdium no lugar em que foi chamado a trabalhar a de servir de
instrumento para o bem em todas as direes da vida. Quando vamos trabalhar na caridade,
recebemos de Deus uma cota de luz divina, mas no podemos esquecer que tal cota para ser
doada, e se ela se transforma fielmente no que ns desejamos que ela seja, torna-se uma carta
com endereo certo.
Eis a posio do mdium diante da conscincia.
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Sesso de Desobsessao
A obsesso quase generalizada entre as criaturas e a desobsessao, por isso, torna-se um
trabalho difcil entre os homens. Muitas reunies espritas perdem tempo e energia sublimadapara conseguir a desobsessao de alguma criatura que ainda no pensou em melhorar-se. Os
Espritos renem-se por sintonia; isso do conhecimento de todos, principalmente dos
estudiosos da Doutrina Esprita, e de outros ramos do espiritualismo. Os iguais se unem, esta
uma lei universal, no somente quando se trata de Espritos, mas, certamente, de todas as
coisas. Portanto, enquanto pensares e viveres no clima dos Espritos inferiores, sers um deles
e ters suas companhias permanentemente.
O Espiritismo se estende por todo o Brasil, de norte a sul e de leste a oeste, com a misso
grandiosa de levar consolo e instruo espiritual s pessoas que sofrem. No entanto,
indispensvel o bom preparo do mdium, em todos os sentidos, para no ofertar gua sujacomo potvel. O ignorante no compreende adequadamente as leis mas, mesmo assim, a elas
est sujeito. Assim como no se deve tomar banho em gua suja, no se deve ensinar o que
no se domina suficiente e equilibradamente.
A mediunidade um dom generalizado em todos os povos porm, o conhecimento dela
pequeno. A prpria razo humana diz que, para dirigir um carro, deve-se aprender primeiro
todos os segredos do seu manejo, porque, j dizia Jesus, quando um cego guia outra cego,
ambos podem cair no despenhadeiro. comum, no meio esprita, o desequilbrio emocional
em decorrncia de prticas nascidas de velhos conceitos e antigos condicionamentos do
"fulano falou" ou "sicrano viveu tal ou qual modo de vida".
A Doutrina Esprita uma escola que, a cada ano, apresenta modalidades diferentes, mais
lgicas, porque o progresso o mesmo Deus nos pedindo para nos elevarmos.Os obsediados
ou familiares dos mesmos buscam alvio nas reunies espritas e muitas vezes no encontram
a devida orientao para a busca de si mesmos ou, quando encontram, dispensam os modos
sugeridos, por carecerem de certas reformas na modalidade de pensar e de viver. A obsesso
uma doena, por vezes crnica, cabendo ao obsediado uma cirurgia moral, que sempre traz
conforto e equilbrio para o corpo que o Esprito usa em sua passagem pela Terra.
O erro de muitos dirigentes de reunies achar que tudo ao de Esprito; um simples
fungar, um bocejo ou uma contrao nervosa de desequilibrados j motivo, para alguns, de
acesso mesa e qualificao de mediunidade aflorada. Todas as pessoas, sem exceo, que
entram, por qualquer motivo, em um centro esprita procura de alvio, ou mesmo para
desenvolver suas faculdades, devem obedecer naturalidade. O seu primeiro caminho iniciar
o trabalho em favor do prximo e o segundo se instruir, comeando a caridade consigo
mesmo, para que no venha a cair em tentaes ou sair pior do que entrou na organizao
onde veio buscar a paz. No existe equilbrio sem esforo, no existe conquista sem trabalho
honesto. Onde falta o amor, ali no permanece o reino de Deus.
Estamos vivendo uma poca de grandes contrastes, sendo comum suas manifestaes
desequilibradoras entre os espritas. Uns montam uma disciplina tamanha sobre a
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mediunidade que cortam as possibilidades de intercmbio entre os dois mundos. Outros
relaxam, em se tratando da educao, o que acaba favorecendo s hostes das trevas, onde
falsos profetas invadem a casa por acharem as portas abertas.
A prpria caridade tem de ser bem entendida em todas as linhas de ajuda ao prximo. A
beneficncia ajustada com a necessidade espiritual da criatura quase sempre no aceita, pormostrar que h necessidade de esforo prprio para atingir algum progresso. A doutrina dos
Espritos traz uma bandeira da maior importncia para a humanidade, com letras que brilham
sem que os sculos consigam apag-las: a renovao do homem - fazendo nascer o homem
novo dentro do homem velho.
A obsesso muito sutil, de tal forma que todos a sofremos em menor ou maior grau.
Entretanto, se nos apegarmos ao estudo srio, reunindo-nos sempre em conjunto com aqueles
que desejam melhorar, descobrimos com mais facilidade as nossas deficincias e encontramos
foras para corrigi-las com maior desempenho.
Ns j visitamos muitos grupos especializados em desobsesso. Aos nossos olhos se
apresentam como numa verdadeira festa infantil, onde o Esprito chora, promete, arrepende-
se, mas no acha campo, nem no mdium nem no dirigente, para sustentar as suas promessas
porque, por vezes, eles fazem o mesmo que pedem ao Esprito para no fazer. E os assistentes
que vieram ficar livres das companhias espirituais, no outro dia arranjam outras piores, ou em
maior quantidade, como nos refere o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. No dizer
comparativo, "sai um e vm sete". Quando se corta uma rvore, o que dela fica faz nascer
vrios galhos. Arrancando-se a raiz, quando no a desejamos, ela desaparece da nossa
companhia e da nossa vista.
Deves estudar a causa da obsesso e atingir at onde ela est sendo gerada, se queres ficar
livre desse desequilbrio. O tratamento pode e deve ser demorado. O conhecimento nos induz
a crer que toda cura nesse sentido, feita de um dia para outro, mais perigosa que a prpria
obsesso. Este terrvel incmodo , no fundo, um chamado para que despertemos os nossos
valores espirituais, passando a compreender o que significa a vida e a necessidade que temos
de amar a Deus sobre todas as coisas e ao prximo como a ns mesmos.
Nestas poucas linhas, no podemos tratar de tudo o que se refere tranqilidade da
conscincia. Para atingir to elevado objetivo, estamos tentando escrever um livro, como
existem milhares de outros com o mesmo fim.
O mundo espiritual honesto est encontrando barreiras intransponveis nas prprias
reunies, por faltar nos componentes dos trabalhos conhecimentos sobre o que se faz. bom
que nos conscientizemos de que uma simples palavra com um Esprito endurecido no vai
modific-lo de uma hora para outra. Analisa os teus prprios defeitos, observa a tua vida no lar
e deixa a razo responder-te como demoram certas mudanas, para que o Cristo possa
aparecer no corao e dizer-te: "A paz seja convosco".
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Mdium e Mediunidade
Os sensitivos no deveriam ser chamados de mdiuns. O vocbulo sensitivo apresenta-se
como um sinnimo de mdium, mas no se refere propriamente a um intercmbio entre osdois mundos, representando apenas uma faculdade em andamento para a verdadeira
comunicao com os Espritos.
Mediunidade um estado natural da criatura, um dom, um fruto maduro. O sensitivo um
fruto verde a caminho da maturidade. Este encontrado com mais facilidade, por no precisar
de certas disciplinas e no aceitar as renncias indispensveis glria da faculdade medinica,
com Jesus.
O sensitivo recebe as sensaes atravs do corpo etrico, que se manifesta em todo o
sistema nervoso. Isto faz com que os sentidos humanos sejam ampliados, de maneira a
permitira percepo de certas coisas, chegando a sentir que existem Espritos aqui ou acol.
Essa certeza se origina da alta sensibilidade de que dotado pela energia csmica. Muitos e
muitos dos chamados mdiuns esto nesse estgio, que no deixa de ser um caminho para o
empenho grandioso da mediunidade evanglica. fcil reconhec-los pelas fracas
interpretaes das leis naturais e o pouco interesse pelo bem coletivo.
Notam-se, nas comunicaes, atravs dos sensitivos, inclinaes para a leviandade,
respondendo a perguntas que no levam ao interesse elevado da vida, incentivando vcios e
compactuando com difceis processos primitivos, que visam a assegurar o bem-estar material
das criaturas. Esquecem-se completamente do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo,
colocando a caridade sob uma viso muito pessoal.
Essa a razo por que muitos estudiosos do espiritualismo combatem a mediunidade,
generalizando os fenmenos, sem estudarem com profundidade o despertar da alma, no
intercmbio com os Espritos desencarnados. Mediunidade um estado natural do ser
humano, maturidade, e junto a ela h sempre um compromisso firmado no mundo espiritual
com os luminares da eternidade e com a prpria conscincia. O Esprito reencarna j
preparado para esse ministrio, conhecendo os caminhos pelos quais dever transitar e os
processos que o levaro ao dever bem cumprido. Existem animais sensitivos, mas nunca
animais mdiuns. Atravs desta analogia, podereis melhor compreender nossas afirmativas.
Todo o combate mediunidade real se faz por faltarem recursos de anlise e compreenso
do fato medinico. Estudar um sensitivo uma coisa, e estudar um mdium outra, diferente.
Quanto ao primeiro, fcil detectar a fonte que o inspira, por estar prxima das coisas
humanas. O segundo, porm, recebe influncias que escapam aos sentidos fsicos, por
alcanarem outra dimenso de maiores valores espirituais. Quase que somente o mdium
quem conhece o que mediunidade e, mesmo com todo o recurso da palavra que ele possa
dominar, ainda assim no expressa a realidade dessa faculdade transcendental.
Sensitivos, pelo que entendemos na acepo da palavra, h milhes deles, por toda a
parte, anunciando, pelo que fazem, mesmo de maneira primitiva, que existe a comunicaocom os Espritos e que a vida eterna , pois, a alegria de todos ns.
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No assunto que ora abordamos, vemos que todo mdium sensitivo, mas nem sempre os
sensitivos so mdiuns. Temos exemplos de decadncia de muitos medianeiros, que
comearam bem e terminaram a existncia no fracasso, com sua mediunidade. No fcil,
como alguns pensam, manter essa faculdade espiritual no nvel que assumida, quando se
desce a tomar um corpo fsico.
A mediunidade que tem compromissos com o Cristo na Terra, no pode se esquecer de
subir o calvrio, com a cruz nos ombros, representando sacrifcios de vrias espcies:
a renncia a caracterstica de seus passos;
o perdo, uma norma diria em sua vida;
o trabalho, uma obrigao sem queixa.
a orao, um dever silencioso;
a alegria, uma manifestao de gratido
por tudo o que v e recebe da vida.
a lngua deixa de ferir
e a cabea passa a ser um ninho de pensamentos nobres.
Tudo o que faz,
ela o faz por amor.
O mdium deve esforar-se para ser um exemplo vivo de paz e de esperana. No estamos
aqui desmerecendo os sensitivos, mas justo que eles reconheam a posio em que se
encontram. No podemos fugir s normas da boa conduta, porque atramos o que somos na
pauta da vida, e o que vibramos por dentro, manifestamos por fora. Ns mesmos usamos a
palavra sensitivo como mdium, como recurso de linguagem comum na literatura
espiritualista. No entanto, na profundidade do assunto, o sensitivo um futuro mdium, com
a capacidade que a sua evoluo determinar.
O carvo uma promessa do diamante, como o homem o do anjo. No estamos
diminuindo quem quer que seja perante seus afazeres na face da Terra, mas apenasesclarecendo dvidas e mostrando dimenses que devemos conhecer, para que possamos
desempenhar as nossas atividades com a conscincia tranqila e o corao pulsando com a
ordem do universo.
A Doutrina Esprita um acervo de conhecimentos que nos ajuda a conhecer a verdade, e
o esprita no pode esquecer o saber, porque o prprio amor depende muito da sabedoria,
para brilhar como um sol dentro do corao.
Ningum faz mdiuns, a no ser Deus, no transcorrer do tempo. Entretanto, a misericrdia
do Senhor foi tanta, que nos ofereceu escolas e mestres renomados, a nos mostrarem os
caminhos da auto-educao e da disciplina, no sentido de despertara luz que j existia dentro
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da criatura. Forar a mediunidade ignorar leis que regulam a vida: a naturalidade a
expresso dos anjos, nas mnimas coisas da existncia. Estamos entrando em uma poca
apocalptica, onde h muita coisa boa e muita coisa ruim: escolhemos o que achamos melhor.
O mundo est passando por transes difceis, porque dificultamos as coisas fceis. Procura viver
na simplicidade, em tudo o que fazes, que entrars na atmosfera do bem e ele te traar os
caminhos que te levaro ao amor.
Mdium! Se exercitas tua mediunidade, lembra-te da tua parte, porque quem no conhece
os caminhos por onde passa, poder errar a estrada e, com maiores dificuldades, tentar
chegar ao seu destino.
Devem brilhar na nossa mente e no nosso corao estas palavras da codificao do
Espiritismo: amar e instruir.
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Energia Medinica
A mediunidade, em alta funo evanglica, faz circular, em torno do medianeiro, uma
energia divina, capaz de remover de qualquer pessoa muitas doenas e problemas vrios,servindo como lio e despertar em quem recebe o calor da verdade, que sempre liberta.
A energia medinica, quando nascida de um corao bem formado no bem comum,
computa outras foras similares e se transforma em magnetismo superior nas mos dos
benfeitores invisveis, cuja disposio de servir faz com que muitos necessitados recebam o
conforto e a paz, predispondo as criaturas esperana e ao trabalho, avivando, igualmente, o
interesse para os segredos da natureza.
No estamos colocando o mdium como anjo, nem qualificando-o de santo. O mdium
instrudo e educado apenas um homem que entendeu o chamado da vida para a sua prpria
felicidade. Ele um devedor comum, com possibilidades de ressarcir suas velhas dvidas na
casa bancria da conscincia. A energia medinica flui das suas mos, da mente e da boca,
como fonte de vida e, dependendo da vida que leva, com um potencial inesgotvel, quando o
amor domina o seu corao.
Querer ser mdium o desejo ardente de mui-tos. No entanto, passar pelos caminhos que
devem ser trilhados por um instrumento sensvel ao bem, poucos suportam. H muitas flores
na roseira, mas os espinhos so incontveis. O descortino da energia medinica, com Jesus,
transcende a vasta literatura j escrita e ainda o que se possa escrever, por muito tempo.
Comandada por mente adestrada, a mediunidade assegura o bem-estar em todas as suas
modalidades e sustenta a esperana em todos aqueles que conhecem e confiam no seu
mecanismo. nesse empenho que trabalhamos, sem esmorecer, no preparo dos mdiuns de
boa vontade, para que o amor se estenda por toda parte, levando a confiana e a certeza de
que a vida continua, consolando os que sofrem e choram, no ambiente da dvida.
Mdium nenhum est livre do guante da dor, nem dos arrochos dos problemas. Essas duas
foras fazem com que eles caminhem para o verdadeiro sentido das suas misses, no
ministrio da vida. Eis a a razo das sucessivas devassas na vida dos mdiuns em evidncia,
nunca em busca da verdade, mas sempre procura da mentira. Como os iguais sempre se
atraem, por lei, aqueles que realizam tais devassas comeam a identificar fatos, quase sempre
distorcendo-os, colocando o medianeiro, mesmo o mais vigilante, como embusteiro.
O intermedirio dos Espritos, comprovado por muitos anos nas lides do amor, que no
vende nem compra, que no fere nem altera a lei da caridade, um verdadeiro laboratrio
onde transmutam todos os tipos de fluidos em luz benfeitora, enaltecendo a vida e
estimulando coraes para uma conduta reta, em todos os aspectos. O mdium curador no
precisa, em todas as horas em que se dedica s suas faculdades, receber os Espritos amigos
que o auxi Iiam nesse trabalho de luz. A sua presena j configura a presena deles,
trabalhando nos dois planos, objetivando um s ideal: a harmonia de todas as criaturas. A
doutrina dos Espritos surgiu na face da Terra para disciplinar a mediunidade e, na seqncia,
prover uma educao nos moldes dos preceitos de Jesus. Quem no se sujeita s modificaes
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necessrias, pode no se dar bem com a Lei, estabelecida pelo Criador em todas as linhas da
Sua Criao. Cada pessoa pode ser uma fonte de magnetismo animal, de amor ou de discrdia.
Quando procura e entende as leis naturais, serve sempre para ajudar, servindo de instrumento
onde haja necessidade. Mas, se ignora o bem que pode fazer, cria embaraos para os seus
prprios ps. O mdium com os dons aflorados, como um terapeuta divino, sentir-se- dotado
de mil meios, providos pela espiritualidade, para a cura mais eficiente das criaturas enfermas.
Quando um grupo de criaturas afins se renem, com os sentimentos puros, no af de
ajudar, o ambiente torna-se qualificado e, havendo um mdium curador nesse meio, ele se
sentir fortificado pela f, que manifestada em conjunto. A energia medinica desprende-se
do mdium, busca as foras compatveis nos companheiros e se agiganta para restabelecer os
enfermos e equilibrar os pensamentos dos sofredores. Se algum irmo manifestar
desconfiana no mediador, ele estorvar as energias sublimadas em ao e isolar a fora
curativa e a disposio dos auxiliares invisveis. A pessoa que no tem sintonia com o grupo, no
trabalho da caridade, deve se afastar, para no atrapalhar.
Costumamos falar que o mdium, no servio da fraternidade, quando est rodeado de
companheiros que com ele no simpatizam, apaga a luz que surge dos seus sentimentos, j
que no existem, no ambiente, combustveis para a propagao luminosa. este assunto e
muitos outros, de capital importncia, que sempre pedimos a todos para estudar com mais
profundidade, na vasta literatura espiritualista, porque, se cada um compreender a mecnica
das leis, a harmonia se far mais fcil e a felicidade mais duradoura.
Limpemo-nos, pois, do cime, e apaguemos os melindres do orgulho e da vaidade, se
quisermos nos tornar livres, alcanando um estado de conscincia tranqila. A mediunidade
um dom que no altera nem apaga os outros sentidos fsicos, mas uma fora poderosa para aeducao de todas as nossas qualidades, porque rene meios para nos fazer compreender e
sentir o melhor para a nossa felicidade.
Todos conhecemos o bem e o mal, e sabemos o que devemos escolher mas, para isso, nos
faltam desprendimento e mtodo, que podem nos levar conscincia do equilbrio e a
compreender o tipo de vida que nos cabe viver bem.
Mdium, lembra-te da energia medinica que se encontra tua disposio, e usa-a com
critrio. Ela virgem e, sem as bnos da razo, obedece cegamente aos teus sentimentos,
tomando o carter das tuas idias. So sementes vivas e nascedouras, que sempre voltam paraas mos de quem plantou. Confere o que dizemos e faze o que a conscincia em Cristo te
inspirar. Que Deus te abenoe.
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Escola de Mdiuns
Pode-se dizer que a escola de mdiuns foi fundada pelo respeitvel preceptor Allan
Kardec, quando descobriu essa faculdade transcendental em todos os povos. E os Espritos lhefalaram que a mediunidade, de certo modo, se enraizava em pontos sensveis do complexo
humano. Era, pois, uma bno de Deus para todas as criaturas.
As comunicaes com os Espritos deram-se em todas as naes do mundo, principalmente
na formao das filosofias religiosas. Moiss recebeu os fundamentos do judasmo no Monte
Sinai, colocando em funo a mediunidade. Maom ouvia as vozes dos anjos a lhe ditarem o
Alcoro, cujos textos escrevia em couros de animais. Buda era cercado por entidades
luminosas a lhe transmitirem altos ensinamentos, que retransmitia, para a anotao dos
discpulos que o seguiam. Scrates ouvia sempre um Esprito que lhe soprava aos ouvidos a
filosofia que o mundo conheceu e admirou, marcando sua personalidade como um dosmaiores sbios do mundo, precursor do prprio cristianismo. Cristo, o maior de todos, era o
mdium de Deus. Francisco de Assis, o poverello famoso, fundou as ordens, ouvindo a voz de
Jesus. Lutero ouvia vozes que o ajudavam a interpretar os difceis textos bblicos. E o prprio
Loiola, homem mais guerreiro que santo, ouviu, meditando em um templo, uma voz que ele
sups ser do Mestre, ou de Paulo, que dizia: "Em Roma, eu te favorecerei"; e fundou a
Companhia de Jesus, para defender Roma, se necessrio pela espada. E centenas de outros
homens famosos serviram-se de mdiuns, mudando o esquema humano, para as diretrizes
divinas.
No entanto, todos fizeram parte da escola disciplinar dos sentimentos. Ouvir vozes, muitospodem ouvir, mas necessrio saber a que tipo de conversa deveremos dar ateno. E quem
nos ajuda a qualificar os chamados Nosso Senhor Jesus Cristo, atravs do maior cdigo
educativo do mundo: o Evangelho. Ser de grande proveito, para ns, andar com Jesus e
compreend-Lo, nas Suas diretrizes. Os chamados so muitos, diz-nos o Cristo, mas os
escolhidos so poucos. A escolha feita pelo aperfeioamento interno, onde participa o
corao e trabalha a inteligncia, em altos exerccios de educao.
A doutrina dos Espritos abriu a escola para todos os mdiuns que queiram se educar, na
disciplina que o bom senso descobriu. No entanto, essa escola exterior desaparece quando o
mdium est pronto, favorecendo o surgimento do Cristo de Deus no seu universo interno, agui-lo por todos os caminhos, sem que os ps tropecem nos emaranhados roteiros das
sombras. Os mdiuns devem seguir os passos que lhes so traados nas escolas da doutrina
codificada por Kardec, ate se tornarem livres por conhecerem a verdade, pois a verdade que
nos guia, a todos, de acordo com a nossa posio evolutiva na ascenso para Deus.
necessrio que observes as escolas do mundo, at certo ponto, no preparo do aprendiz.
imprescindvel que fiques dependente, para depois abrires os braos para o infinito e te
tomares consciente dos prprios atos. As repeties nos bancos escolares foram a
inteligncia a abrir a intuio, de maneira que cada um seja guiado por seu Cristo interno, na
divina funo de ser livre entre os homens, mas sempre ouvindo o grande Soberano doUniverso.
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O Esprito, na profunda filosofia espiritual, nada aprende. Tudo o que ouvimos dos outros e
tudo o que vemos nos livros, incluindo outros mtodos de aprendizagem, visa somente a nos
acordar, despertar o que existe dentro da conscincia, porque Deus, sendo a suprema
perfeio, nada iria fazer imperfeito. Ns no temos somente seis ou sete sentidos. So muitos
os nossos dons. Os outros escapam ainda ao progresso humano. Depois de desenvolvidos ou
despertados, no alvorecer do tempo e nas bnos de Deus, passaremos a entrar no que
podemos chamar de "todo da conscientizao, da sabedoria e do amor", em face do que o
nosso mundo comporta na sua escala evolutiva.
A doutrina dos Espritos somente cumprir seu dever, ante as promessas estabelecidas
com o Cristo para a revivncia do Cristianismo no mundo moderno, se os espritas se derem as
mos no que tange a esses dois movimentos: educar e instruir. De outra forma, no haver
soluo para a paz, na Terra.
Todos somos mdiuns, quem no sabe disto? Mas no basta sermos medianeiros dos
Espritos. preciso verificarmos a lei de atrao, que rege e sustenta todos os mundos.
Atrais, para teus canais medinicos, o que s, nos caminhos de cada dia. O "diz-me com
quem andas, que te direi quem s" muito importante para os mdiuns e mais importante
ainda o "diz-me o que s, que te direi com quem andas".
O primeiro passo do sensitivo a reforma dos costumes. Tudo na vida deve buscar a
harmonia, em primeira instncia, pois a harmonia a tnica do amor. O mundo inteiro j foi
palco de milhes de mdiuns de Espritos das sombras. Faz-se necessrio que eles, agora
educados e iluminados, sejam mdiuns dos benfeitores da luz, cabendo a maior parte dessa
educao e espiritualizao s escolas espritas, desde que elas no se esquecem do Mestredos mestres, que subiu para os altiplanos, mas deixou a lio, na Terra.
Todos ns somos herdeiros divinos do Senhor. Quando algum bater s portas do Templo,
com os dons aflorados, na posio dada por Allan Kardec, como mdium, no te esqueas das
primeiras lies ao iniciando, porque, no amanh, ele vai fazer da mediunidade o que o teu
exemplo indicar hoje. Inicia o companheiro, no trabalho da caridade, que ela a melhor e a
mais bem orientada escola de Jesus. O prximo sempre a nossa extenso. Examina os
impulsos dos irmos que desejam comunicar-se com os Espritos e mostra-lhes os perigos que
correm, sem o preparo dos sentimentos. A direo de uma reunio esprita de muita
responsabilidade, diante dos freqentadores. Ns todos mostramos por fora o que somos pordentro. A escola de mdiuns muito necessria, porque ela vai ajudar a ti mesmo te libertares
das condies humanas, seguindo a intuio divina.
O Cristo somente nasce no corao, quando o amor nos liberta das barreiras estabelecidas
pelas religies do mundo.
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O Mdium ante o Doente
O instrumento medinico que deseja andar com Jesus no pode se esquecer de que tudo o
que fizer, deve faz-lo por amor. O amor o caminho elevado que garante o equilbrio damediunidade, em toda a sua funo grandiosa de servir, em variadas diretrizes.
O Evangelho Segundo o Espiritismo nos fala para onde a caridade pode nos conduzir e a
instruo nos dada, em esprito, pelo Apstolo dos Gentios. sem nenhuma mescla de
dvida que convidamos todos os mdiuns para esse labor divino de benevolncia, que no
especula, nem exige.
Devemos ter, como norma, se possvel todas as semanas, o prazer de visitar os enfermos,
levando a eles nossa palavra de consolo e de esperana, para que nasa, em seus coraes,
aquele ambiente de serenidade que inspira o verdadeiro amor, o mesmo amor idealizado por
Jesus, quando disse:
Amai-vos, como eu vos amei
O doente e como uma flor murcha, em um vaso sem gua, e a visita do companheiro que
deseja servir de instrumento para os Espritos superiores constitui o estmulo necessrio para a
paz das almas sofredoras. No nos cabe ensinar aos estudiosos esses mtodos conhecidos de
alegrar os que sofrem, mas apenas lembrar aos irmos de trabalho o que deve ser feito, para
que o nosso dever no fique esquecido, na mente e nos coraes.
H espritas e mdiuns que muitas vezes ficam escolhendo trabalhos para fazer, como umacaridade prpria, mas a pressa que notamos em seus exerccios demonstra a desfigurao
desse ato divino. Se a caridade o amor, como poder ela transformar-se em correria, no
desespero de livrar-se de uma coisa incmoda? Meditemos e vejamos se h algo errado
dentro de ns, evitando que a conscincia, na amplido do seu domnio, fique impaciente com
o que fazemos, sem a ternura requerida pelo ato caridoso. O doente, para ns, deve ser um
tesouro precioso, um ponto alto para os nossos deveres, onde vamos nos encontrar com o
Cristo, abrindo os braos para nos acolher e nos ensinar as mais sublimes lies.
A mediunidade tem muitas glrias, mas no as glrias que o mundo costuma oferecer. O
maior contentamento que provm dela o de podermos ser teis, sem que os outros saibamda nossa utilidade, procurando perdoar os irmos, sem vislumbres de humilhao. Adverte-
nos o bom senso de que o silncio o melhor ambiente para o esquecimento do mal. O
mdium que for vtima da maledicncia no deve remoer ressentimentos, para no entrar na
faixa do perseguidor. Quando oprimido e perseguido, deve procurar, no Evangelho, algo de
bom, como por exemplo:
"Quando algum bater em tua face, oferece-lhe tambm a outra".
Quando o mdium for ferido em sua sensibilidade, deve preparar-se novamente para
outras etapas, pois quando estas vierem, j estar firme para o esquecimento de todas as
ofensas. Eis a o perdo, que liberta de todas as tentaes das trevas. No devemos perder a
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f, porque a confiana nos poderes de Deus nos torna maiores diante de todas as investidas do
mal e nos fortalece para que consigamos, sempre, livrarmo-nos das emboscadas daqueles que
odeiam a luz.
As doenas fsicas so as menores. As enfermidades morais so muito mais graves, pois
so capazes de nos colocar na inconscincia da prpria vida, negando a prpria cura.
Mdium! O doente deve estar bem visvel em tua agenda, como a tua prpria famlia, teus
amigos e companheiros de trabalho. algum que Deus fez com o mesmo carinho que a ti. O
enfermo tambm pode ter pai, me, mulher parentes e amigos. E tu, sendo cristo, deves
olh-lo como um teu semelhante, a quem Jesus pediu para amar.
Quantos desejam ser mdiuns e depois esmorecem, no alvorecer do intercmbio, por
notarem, nas primeiras instrues, que certas renncias podem abalar suas velhas concepes
dos enganos assimilados! De fato abalam e, na verdade, no somente abalam, como
destroem, cumprindo o papel corretivo para o aprimoramento. Ser mdium, segundo o que adoutrina entende e faz entender a todos, ser ministro do bem. No somente ensinar as
lies que so recebidas dos bons Espritos, mas, acima de tudo, viver essas lies. O exemplo
fora poderosa na persistncia do tempo, que transforma o carvo em diamante.
Os poucos mdiuns que persistiram, at o fim das suas tarefas, no esmoreceram com os
desenganos de muitos. As estradas largas so muitas. Todavia, as estreitas retribuem com mais
luz. Jesus veio ao mundo dar testemunho de fidelidade a Deus, eo deu, levando Sua cruz at o
topo do Calvrio. Os mdiuns que aceitaram a misso de ser discpulos do Mestre havero de
subir, cada um, o seu Glgota, ouvindo a Sua voz, que ressoa todos os dias em nossos
coraes:
"Toma a tua cruz e segue-me".
Ningum segura o progresso, pois ele lei de Deus, mostrando-nos os caminhos mais
saudveis, fazendo parte da nossa felicidade. Centenas de mdiuns, com certo preparo,
descem da espiritualidade, renascendo em todo o mundo, como chamados. No entanto,
poucos so os escolhidos para a misso de mostrar e fazer clara a mensagem do Cristo.
Sugerimos queles que podem nos ouvir, atravs destes simples escritos, que nos abracemos e
nos demos as mos, para formar um todo, em direo a Jesus, sabendo que Ele o Caminho, a
Verdade e a Vida, para todos ns, encarnados e desencarnados. Os clarins esto tocando, na
eternidade. No percamos tempo, que o tempo passa e, cada vez mais, as dificuldades ficaro
maiores e os problemas mais difceis. Se existe algum infortnio em tua vida, a ningum culpe,
mas se a paz da conscincia brilha em ti, a conquista tua, e somente tua.
O mundo de amanh ser diferente, como diferente tambm tu ters de ser. As mudanas
so leis que nos foram a subir, e toda subida carece de suor e sacrifcio. E bom que nos
lembremos dos que sofrem, como tambm do que diz o nosso Divino Mestre:
"Bem-aventurados os que sofrem, porque deles o reino dos cus". E, por estarmos falando
aos mdiuns, sobre os enfermos, queremos que nos escutes, mais uma vez: no te esqueas
dos doentes, porque eles so portas que te levaro para a paz, se tu os visitares por e comamor.
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Costumes do Mdium
comum, em todas as instituies espritas, a observao da conduta do mdium. s
vezes, no se v alarde; no entanto, todos observam o que se passa na vida do medianeiro dosEspritos.
Os freqentadores buscam nele um modelo de desprendimento, de honestidade, onde
vibra a moralidade em todas as suas nuanas. Mesmo que o exemplo no seja seguido pelos
observadores, existe a necessidade de o mdium estruturar caminhos e delinear roteiros de
uma conduta reta. Aquele que se entregou mediunidade, nas linhas de Nosso Senhor Jesus
Cristo e nas diretrizes traadas pelo codificador da doutrina dos Espritos, haver de mudar os
seus costumes antigos, herdados, s vezes, no lar e, certamente, na sociedade, incompatveis
com o ambiente do amor verdadeiro.
Existem muitos livros de boas maneiras, cujos ensinamentos so estudados e praticados
pelos homens de negcios, que tm grande interesse de serem estimados nos meios sociais.
No resta dvida que pode ser um comeo de educao. Porm, a educao do mdium deve
estribar-se em outros ngulos, onde se levanta afigura do Cristo como o Mestre de todos os
outros. O esprita deve trabalhar na sua auto-educao, por amor, visando ao seu
aprimoramento e servindo de instrumento na educao dos outros, no silncio que a
dignidade espiritual inspira s criaturas.
A vaidade, nos crculos medinicos, fato comum. Os melindres ainda no deixaram de
existir entre os companheiros que nos servem de instrumentos. Essas inferioridades so sutis,
difceis de serem registradas por seus possuidores, mas a reforma nunca impossvel, desde
que a educao e a disciplina sejam constantes. Tudo o que passa por ns leva a nossa marca,
na mais profunda sensibilidade. Em se falando do mdium de cura, de capital importncia
que tenha sade fsica e mental, porque a sua presena irradia sempre aquilo que ele . Se
ests tratando de enfermos, estes recebem o que pensas, falas e vives. A prpria medicina
oficial terrena no fica isenta dessas leis. So leis que vigoram e sustentam a vida em toda
parte. Tanto o mdium quanto o mdico respondem pelo que do, na razo direta dos seus
sentimentos. Compete a cada criatura, na posio em que se encontra dentro da sociedade,
como mdium ou como mdico, que j compreendeu seus deveres ante o prximo, trabalhar
na sua iluminao interior, corrigindo velhos hbitos e esquecendo-se de inmeros vcios,arraigados como conduta, que empanam os valores do Esprito.
O mdium ainda mais responsvel frente sociedade, por j compreender, pela luz do
Evangelho, como deve proceder, fazendo da sua vida, uma vida exemplar, porque, dessa
forma, ele estar ensinando, com o silncio, ao prprio mdico como se conduzir melhor, pois
a medicina reconhecer, nas suas atuaes medinicas, algo a mais que os medicamentos e a
plenitude do saber dos diagnsticos.
O homem de conduta reta sempre abastecido de energias superiores, desde que o
orgulho e a vaidade no tomem seu corao. O verdadeiro saber cobre-se com a simplicidade
e a discrio. O verdadeiro mdium aquele que trabalha todos os dias dentro de si, para
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melhorar seus sentimentos e corrigir seus impulsos inferiores. Se houver muitas organizaes
espiritualistas que no cogitam do aprimoramento moral dos instrumentos dos Espritos,
tambm elas no se incomodaro de observar a qualidade das entidades que se comunicam. E
mediunidade, sem educao e disciplina, sem ordem e sem trabalho na caridade, oficina de
Espritos inferiores, onde podem surgir, constantemente, todos os tipos de desequilbrios,
psquicos e orgnicos, nos prprios instrumentos e nas criaturas de boa f, levadas, por eles,
aos festejos das sombras.
A Doutrina Esprita, com Jesus, , pois, uma universidade em favor das almas, onde os
valores so mais facilmente observados. As dificuldades, porm, so as mesmas, a serem
vividas por todos os companheiros que desejam acertar. Quem encontrar dificuldades de
remover costumes inadequados aos ensinos do Cristo, de afastar vcios que atrofiam as
qualidades do homem de bem e precisa viver no meio espiritualista, no defenda tais
inferioridades, incompatveis com as boas maneiras, traadas e sustentadas pelos luminares da
espiritualidade maior. bom que medite e viva em silncio, para que, no futuro, os
sentimentos cedam inspirao do divino e voz da conscincia em Cristo.
A porta para a reforma interior a caridade. E no h caridade sem trabalho. Portanto,
entrega as tuas mos a esse exerccio e empenha teu corao no amor, que os teus caminhos
ficaro mais claros e teus ps podero andar sem tropeos inconvenientes. A literatura
medinica, qualificada nos anseios do bem da coletividade, enorme. Basta que tenhas boa
vontade de ler e estudar, para compreender e faz-la visvel, na prpria vida.
O mdium um instrumento de cura e um ponto de apoio para as criaturas em
desequilbrio. No entanto, necessrio que ele se prepare, antes de ajudar aos outros, para
saber como convm ajudar. Se consideramos todos mdiuns, ainda melhor: que todos sedem as mos na mesma escola de luz, corrigindo defeitos e aprimorando qualidades, para
merecermos, no amanh, o paraso to falado e decantado por aqueles que j conheceram a
verdade. O Esprito que se esfora por sua iluminao interna, encarnado ou desencarnado, a
ningum faz favor. Ele est conquistando a sua prpria paz. E somente ele vai desfrutar da
tranqilidade imperturbvel da sua conscincia.
0 interesse pela mediunidade, vista por esse prisma, talvez decresa, pela presena de
espinhos no caminho. uma posio incmoda, comparada vida comum da humanidade. Os
grandes pases civilizados esqueceram, por convenincia, determinados tipos de conduta, a
no ser quando elas trazem algum interesse particular. Tudo, nessas sociedades, se vende e secompra. Quando se d, espera-se a resposta da ddiva. Quando amam, exigem amor de volta;
quando sorriem, no dispensam sorrisos.
A linha de Jesus outra. E a da doutrina dos Espritos, que revive o Mestre, apresenta
outras modalidades educacionais superiores: nada receber nem exigir, em troca daquilo que se
oferta. Por isso, a mudana dos costumes contrrios ao bem um preparo para que o amor se
faa, do modo que Jesus nos ensinou a amar.
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Adestramento Medinico
A mediunidade uma flor, na rvore humana, configurando-se um dom depositado por
Deus nos segredos da vida. A flor, na rvore, tambm um dom, avisando e mostrando asbelezas que o Senhor guarda nos reinos da Natureza. A flor portadora de perfume, que
uma essncia da vida em movimento.
Entretanto, podemos usar as fragrncias mais prprias para o desequilbrio, dentro de uma
perturbao a que os instintos possam chegar.
A faculdade medinica desabrocha como a flor da esperana, a nos alegrar, porque, em si,
ela nos mostra que ningum morre. A mediunidade, no entanto, quando no orientada para
os caminhos do bom senso, pode turvar a vida e ser instrumento de perturbao geral. Eis
porque devemos falar do adestramento medinico, necessrio para o proveito das qualidades
espirituais, que todos temos, vibrando no corao da alma. Se podemos dizer que a
mediunidade a flor do Esprito, podemos tambm afirmar que o Brasil um jardim florido
capaz de perfumar o mundo inteiro.
A responsabilidade de cada um e de todos, em conjunto, muito grande, para que se
restabelea, na Terra, a maior glria de todos os tempos: a glria da caridade e do amor. Esto
encarnados, e continuam a reencarnar, centenas de Espritos com a misso da mediunidade de
maior evidncia, para reviver as mesmas lies do Cristo, noticiadas pelo Evangelho.
Assim como todo trabalho digno tem obstruo no comeo, a mediunidade, com o nosso
Divino Mestre, j teve e continua a ter muitos obstculos, para que venha a se firmar, maistarde, em valorosas experincias, com a vitria j idealizada e firmada no tempo e no espao,
pelo Cristo csmico.
Os dons medinicos esto ainda sendo experimentados, com o ajustamento de
sentimentos e qualidades, para que a luz venha a abastecer de puro amor a Terra e os
homens, de forma que a caridade mais elevada seja um dever de cada criatura e, .mais que um
dever, um prazer manifestado no corao de quem ama.
Os companheiros que se renem nos seres evanglicos, procurando firmar as qualidades
nobres, para, em seguida, atrarem a nobreza espiritual, no podem esquecer a vigilnciaconstante, em todos os momentos da vida, nem o "orar e vigiar", lembrado por Jesus a todos
os Seus discpulos.
A mente dos que seguem as qualificaes da Boa Nova deve se ocupar com pensamentos
elevados, para que a boca sirva de instrumento de paz aos tribulados e de orientao luminosa
aos que permanecem nas trevas. Ela deve falar, com proveito, onde quer que seja, sem
esquecer da esperana, do incentivo do Bem e do exerccio da caridade, como um sol de vida.
O mdium no pode exercer suas faculdades sem o clima da harmonia que a disciplina
imprime no seu carte, No entanto, a ordem, com exagero, endurece ps sentimentos; o
policiamento, em demasia, tira toda a liberdade do vigiado. comum observarmos mdiuns
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em completo desleixo das suas faculdades, com as portas todas abertas e a casa em abandono,
como tambm medianeiros fortes, fechando sistematicamente as portas, negando a prpria
luz que os orienta. Os extremos so perigosos, em quaisquer circunstncias.
A exemplo do Cristo, e como Seus verdadeiros seguidores, devemos buscar o povo, se
entendermos o "Sermo da Montanha". Jesus abriu as portas das escolas de iniciao, queexistiam em todo o mundo, com o equilbrio correspondente s necessidades humanas. No
deixou de limitar o que se deveria dizer s massas, pedindo aos Seus discpulos para no
jogarem prolas aos porcos. As virtudes celestiais brilham no meio dos extremos, conjugando
o verbo divino e estendendo a misericrdia atravs do amor, presente at no ar que
respiramos, beneficiando tanto o corpo, como a alma.
A mediunidade , pois, uma candeia que deve ser posta em cima da mesa, no momento
em que a claridade for til, para que no sejam esperdiadas as bnos de Deus.
Se a natureza nos ensina lies de moderao, o Esprito, j brindado pela inteligncia,como primor de sua conquista, haver de fazer o mesmo. Ensinamentos e que no faltam em
todas as manifestaes da vida. A mediunidade, nos homens e nos Espritos desencarnados,
est se aprimorando cada vez mais. O progresso uma lei, pois outras leis estimulam o
progresso, e quem no deseja aceitar o prprio melhoramento, fica s margens do caminho,
at acordar para novas oportunidades.
As organizaes espiritistas que no se ajustarem, nas linhas educativas da doutrina dos
Espritos, iro perder o sentido de ser e deixaro escapar, do seu organismo doutrinrio, a
prpria vida. O mdium como um galho que pode dar muitas flores e propiciar, a muitos, o
perfume da esperana e da sade. No entanto, se ele se apartar do tronco, que o Evangelhoeducador, morre, sem saber que j est morto. Toda escola, por bem aparelhada que seja,
quando se esquece do amor, passa a nada significar para a vida do estudante, porque o amor
a essncia da vida. Se tratas bem a quem te admira, ests apenas trocando cortesias. Mas se
amas a quem te odeia, proporcionas ao ofensor meios para fazer o mesmo, e sais do dever
para alcanar o plano da caridade.
Estamos escrevendo este livro sem imposio alguma. Porm, se te interessarem os
conceitos nele expostos, observa, igualmente, as outras lies, porque em cada uma delas h
uma conversa diferente, que registra caminhos idnticos, para o adestramento da
mediunidade. A faculdade medinica, em harmonia com o universo, pode fazer grandes coisase revelar tantas outras, para a felicidade dos que anseiam a paz. Todos, juntos, constitumos
uma fora maior e, quando nos reunimos com Jesus, nunca somos vencidos, porque vencemos
a ns mesmos.
A educao da mediunidade pode comear no simples modo de falar aos outros,
transmitindo brandura e alegria, amor e caridade, em todos os atos da vida.
Que Deus e Cristo Se faam mais presentes nesses momentos, por intermdio dos Espritos
nobres.
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Cultura do Mdium
A mediunidade requer estudo, no foge regra que se aplica s outras coisas, como a
cincia, a filosofia e mesmo o conhecimento da religio. A cultura indispensvel, em todos osramos do saber.
Como se aprimorar sem conhecer? , pois, um contra-senso achar que a nossa conscincia
profunda basta, por si s. Mesmo que exista nela tudo, escrito pela mo de Deus; mesmo que
as leis ali se encontrem, com todas as suas ramificaes, vibrando nas suas ntimas
particularidades, em nenhum de ns poder faltar o esforo prprio, na busca do
conhecimento e do aprofundamento nas leis universais do Criador.
Se o que vem de dentro se faz presente para a realidade externa, o que existe fora
desperta o que se encontra por dentro. A mediunidade depende muito da cultura, claro,
sem, no entanto, escravizar-se a ela. A cultura ativa o Esprito, tornando-o capaz de
compreender todas as coisas sem o estrago da arrogncia ou do egosmo.
O mdium deve ser dado leitura, assim como tem necessidade do alimento, todos os
dias. Quando ouvimos, da parte de um deles, dizer que lhe falta tempo para leituras, mau
sinal, sinal de que as suas companhias so da mesma opinio.
Notam-se no Brasil inmeros centros espritas, e tambm no mundo todo, carentes de
instruo. Fazem-se reunies sem se saber como faz-las, e os benfeitores ficam lutando com
inmeras dificuldades para transmitir suas mensagens, pela falta de capacidade dos seus
instrumentos. Os canais, estando sujos pela ignorncia, tero a gua que passa por elescontaminadas pela mesma imundcie.
No podes reclamar da falta de livros e nem da falta de quem se disponha a expor as
lies. A literatura medinica sobremaneira grandiosa, mostrando-nos os valores dessa
filosofia que revive o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Tudo est sendo feito pelos
luminares da eternidade; falta a parte dos homens, para se ajustarem nos desempenhos dos
anjos, aprenderem a viver, a pensar e a falar do bem, a falar e escrever sobre o amor, e a
exemplificar essas verdades imortais, que o corao pode sentir, pelas bnos de Deus.
As reunies de carter leviano, comumente, esto sempre cheias, e quando se renempara o estudo srio, para um aprendizado mais concreto, so poucos os que ali se congregam,
quando deveria ser o contrrio.
de se notar que uma pessoa pede vrios conselhos, s vezes, em uma mesa de reunio,
esquecendo-se de que cada pgina de um livro constitui, no mnimo, uma orientao das
melhores. Isto prova que tal pessoa no est lendo, esquece o condicionamento da boa
leitura. Os momentos que deveriam ser dedicados leitura so trocados por coisas quase
inteis sua evoluo, por apegar-se ao desculpismo, j que o tempo escasso.
A nossa educao fica muito cara. A natureza usa de meios drsticos para nos ensinar, por
no encontrar outros, mais favorveis e mais brandos. A misericrdia, para muitos, se
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desgasta; e toma lugar a justia, quefaz lembrar os tempos de Moiss, em virtude da dureza
dos coraes. A mediunidade um dom que se beneficia com o progresso e o medianeiro deve
fazer a sua parte, com prudncia e esmero. Tudo, bem feito, tem a marca da harmonia, que
agrada a quem v e sensibiliza a quem sente.
A cultura espiritualista no quer dizer cultura de universidade. Quando as duas se unem namesma dimenso, muito agradvel. No entanto, se a vida te dificultou os conhecimentos do
mundo, procura entender as leis espirituais, disseminadas, desde a ao do vrus, at os
movimentos dos astros, e, destes, ao turbilho cintico do ninho csmico da criao de Deus.
J vivemos dentro de uma grande escola universal. Basta que tenhamos empenho e boa
vontade, para aprendermos as lies. Sentimo-nos mais vontade para trabalhar junto aos
homens de maturidade; e no com os homens de letras que se esqueceram do amor e que
nem pensam no benefcio da caridade.
No do nosso feitio fazer da literatura esprita uma fico, mas apenas ser copista darealidade universal, porque tudo o que escrevemos e falamos j existe, desde a formao dos
mundos. So leis imutveis, na eternidade do tempo e na infinidade do espao, e bom que
todos saibam que apenas descortinamos o que j se conhecia. Quando se diz que somente a
verdade liberta, qual a responsabilidade decorrente de falarmos o que no a verdade? O
nosso interesse conduzir a alma aos primeiros degraus da escada, mas ela mesma quem
deve dar o primeiro passo e continuar a subir, num trabalho individual, que s depende de
Deus e de quem se prope a ascender. Allan Kardec no se esqueceu de dialogar com os
Espritos, do que resultou esta frase: "Amar e instruir". Tal frase no deve ser esquecida por
todos os homens, principalmente espritas e mdiuns.
A mediunidade pode desaparecer, quando o mdium no se sentir vontade no campo
valioso da reforma dos homens e do bem da coletividade. Quem ingressar na seara da
Doutrina Esprita, procurando fugir dos acertos morais e da cultura espiritual, sem perceber,
ir ficando s margens do caminho que, por vezes, os outros percorrem com facilidade. No
custa nada. Ao contrrio: de bom proveito, nas horas de descanso, dedicar-se boa leitura.
Ela traz a alma para um clima de tranqilidade, que corresponde s necessidades de paz do
corao. A verdade de carter tranqilizante, desde que no despertemos prematuramente
o que ainda dorme. A mediunidade vem sendo aprimorada, para o bem da humanidade. Quem
a utiliza contrariamente, responder pelos desastres cometidos. Os explosivos foram
idealizados para facilitar a construo de estradas, pontes, casas e outras coisas teis. Quemos usar para a morte, responder pelo que faz. Eis que esta a lei de justia, que funciona em
toda a casa de Deus.
Estamos querendo atingir a intimidade dos mdiuns em exerccio. Que eles compreendam
e usem seus valores, na rea que possam atingir. As instrues so muitas, ao alcance de
todos, e pedimos que no percam tempo em demandas, que no parem para crticas
improfcuas e que no esmoream com os problemas do caminho.
Que se lembrem do que o Mestre nos disse: " Aquele que perseverar at o fim, ser salvo".
Persevera na limpidez da educao e, nesse esforo permanente, pelas vias da sabedoria,estars dentro da cultura de que carece um bom mdium.
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Que Fazer com os Dons
Os dons so diversos, na diversidade da prpria vida, que ocupa todos os lugares na terra e
nos mundos.. Os homens da cincia esto longe de conhecer o corpo humano, pois ele umasntese perfeita do universo. As leis maiores do cosmo se transformam em menores, para
comandar o campo biolgico. Todos os homens esto de posse do instrumento fsico sem,
contudo, compreend-lo, na sua extenso grandiosa. Nosso Senhor Jesus Cristo nos trouxe
alguns traos das leis csmicas, como que abrindo as portas para um maior entendimento, a
fim de que pudssemos enveredar por elas. A misericrdia nos ensinou, e agora devemos
andar com os nossos prprios ps, para alcanarmos o comando dos nossos destinos.
Quem no sabe o que fazer com os dons? As orientaes encontram-se por toda parte.
Elas irradiam-se do Cristo, como luz que desperta todas as conscincias, acordando as leis de
Deus em nossos coraes.
O Esprito imortal carece de muitos corpos para se expressar no mundo fsico, na sua
marcha evolutiva, desabrochando os dons espirituais. Ele vai deixando os corpos mais pesados
e vai criando outros, sutis, que se coadunem com a estrutura mental. As vibraes tornam-se
cada vez mais aceleradas. As glndulas endcrinas aliceram-se nos sete principais centros de
foras, no campo espiritual, e esse entrelaamento se sucede em variadas roupagens, at o
Esprito, do qual ainda desconhecemos a verdadeira estrutura de vida, na vida de Deus.
A sabedoria infinita, e as suas modalidades de aprendizado so inmeras. Somente Deus
sabe todas as coisas, sem precisar perguntar nem aprender com algum. E quem aprende
melhor quem j conheceu e alcanou a humildade e busca de cima a baixo, de um lado e de
outro, o que deve aprender a mais. O orgulho e a prepotncia so entraves no aprendizado
maior. Deves despir-te das iluses, que escondem, sempre, a ignorncia. Todos os mestres, se
no fossem os alunos, esqueceriam o que aprenderam, no correr dos anos. Ningum ensina
sem aprender, nem aprende sem ensinar. Quem comea a pensar no desejo de se instruir, j
iniciou a busca. E, se a sinceridade envolve seu corao, consegue ser beneficiado pela lei
revelada por Jesus, quando disse:
" Batei e abrr-se-vos-, buscai e achareis".
Estamos falando muito para chegar ao ponto que desejamos: a mediunidade. O mdiumdeve saber o que fazer com a sua faculdade mediunica, deve saber comportar-se como
medianeiro dos Espritos, por ser um instrumento de mensagens que instruem e que educam.
Meu irmo, j pensaste, j paraste para meditar sobre o que ests fazendo da tua vida? O
que ests fazendo dos dons que Deus te deu? Ja analisaste os resultados da aplicao dos teus
dons? Se no, deves fazer essa auto-analise, para que o tempo no passe em vo. Comea
pelos pensamentos, revendo o que pensas durante o dia: passa para a boca e v o que falas;
vigia os ouvidos, que so canais de registro do que ouves. Se tens o dom de escrever, analisa o
que escreves e avalia se Jesus pode ser testemunha do que pensas, falas, ouves e escreves.
Estamos em um cerco de atividades, porque estamos sentindo que os tempos esto chegando,com a renovao das criaturas, no entendimento de todos os coraes. E as tuas sensaes?
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8/6/2019 Joo Nunes Maia (Miramez) - Segurana Medinica
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Como esto sendo direcionadas? Temos uma enorme vinha a ser trabalhada, e nessa
responsabilidade por esses deveres com ns mesmos, que no dever sobrar tempo para a
crtica alheia, para a maledicncia.
Quando o indivduo descobre o universo dentro dele, sabendo que tudo o que existe, por
fora tambm est por dentro do seu ser, ele se transforma em um santo, no seu aspectoexterior e num carrasco, na sua expresso interna. Ele se toma amor por fora e justia, por
dentro. Ele cria um ambiente de guerra ntima, manifestando paz, no exterior. , pois, a ltima
etapa da sua libertao.
Mdium! Se os teus dons esto desabrochando, aproveita-os, dentro da modalidade
evanglica, porque o teu mundo cresce, sem que percebas. S consciente desta verdade e
aplica os teus valores, sob a direo da caridade e do amor. A marcha de ascenso de todos
ns engenhosa, e tem diretrizes traadas pelo Criador. Nada modificamos no que tange s
leis de Deus. Devemos obedec-las, porque elas foram feitas por amor e justia. E o Senhor
to bom que enviou Seu Filho do corao, para nos ensinar as Suas leis, vivendo-as ante ahumanidade sofredora, que ignorou a Sua estada na Terra.
Os sentidos fsicos so sinais de que existem outros, mais importantes, que so os dons
espirituais, e somente a maturidade pode abrir-te os olhos e os ouvidos, na constatao dessa
verdade. Que queres, mais do que j existe? Tudo est dentro da harmonia divina, para que
compreendamos a necessidade de sermos melhores, usando os nossos prprios instrumentos.
A histria da humanidade nos mostra a evoluo da mesma, como crescemos na forma do
tempo, como foram usadas as possibilidades humanas e os seus resultados, para que, no
crescimento espiritual, estejamos alertas, usando as nossas foras para o bem da coletividade.
Nenhuma criatura est separada do todo. Estamos ligados uns aos outros por fios invisveis
que nos fazem sentir o prximo, suas necessidades e os seus valores. Quem aprendeu a
ajudar, est tendo crdito no banco universal. Quem s recebe ajuda, deve e haver de saldar.
Cristo veio ao mundo para despertar os talentos divinos que existem em todos, e para que
possamos fazer bom uso deles, para que eles cresam e nos libertem dos acanhados
conhecimentos do passado, ampliando o nosso saber para junto da sabedoria de Deus. Torna a
meditar sobre o que fazer com os dons e faze bom uso deles, para que, no amanh, no venha
o Senhor te perguntar por onde os teus ps andaram.
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Os Corpos Espirituais
As sete maravilhas do mundo so muito difundidas, no entanto, a maior das maravilhas
esquecida: o corpo humano, que supera tudo o que existe de mais admirvel na Terra. Almdele, h uma infinidade de corpos sutis, que servem ao Esprito. Com o passar dos tempos, a
prpria natureza dever expor tais segredos em uma revelao gradativa, mas permanente,
para todas as criaturas.
Para muitos estudiosos, essas verdades j so conhecidas, mas no na sua profundidade.
Pouco, mas muito pouco, se conhece acerca dos corpos espirituais que servem ao Esprito
imortal, na sua marcha de despertar. de conhecimento comum, no seio dos espiritualistas, as
diversas dimenses espirituais existentes, onde se encontram variados seres, movendo-se de
acordo com sua capacidade de vida, sendo necessrio, para tanto, que tenham corpos
compatveis com o estado alcanado. por isso que deixamos os corpos e construmos outrosque nos possam proporcionar a tranqilidade desejada.
No futuro, a prpria medicina, quando se interessar mais pelo bem coletivo, sem trocas
incompatveis com a sua misso de curar e preservar a sade pblica, dever empenhar-se
com todas as suas foras para fazer conhecido o corpo humano, desenvolvendo essa luta
benfeitora desde as escolas infantis, at as universidades. O homem atual estraga seu veculo
fsico por desconhecer suas funes, e quando conhece algumas delas, mesmo em se tratando
de cientistas, desconhece a assistncia que deve ser dada alma, no encontrando lgica em
levar uma vida disciplinada pela educao, altamente compensadora para a paz da
conscincia.
Os tempos, porm, esto chegando. Tempos do despertar espiritual das criaturas,
cumprindo assim o que disse o nosso Divino Mestre:
"Conhecereis a verdade e ela vos libertar".
Os homens, mesmo os mais adiantados na arte de conhecer os segredos da vida, esto
dando agora os primeiros passos no saber universal. do querer de Deus, que todos os seus
filhos sintam e vivam a harmonia do Universo, cuja capacidade dorme dentro de todas as
conscincias.
O nosso dever, a ser alegremente cumprido, levar aos nossos companheiros as condies
necessrias sua educao, para que possam se preparar para o encontro com a sabedoria.
Quem desconhece a educao e o saber, vive s margens do caminho, ou dorme o sono da
ignorncia. J comeou o movimento de nascimento da Luz nos roteiros dos homens. Os
clarins comeam a tocar em todos os pontos da Terra. necessrio que tenhamos ouvidos
para ouvir e olhos para ver as claridades de Deus.
A mediunidade, muito combatida nas reas onde os conservadores desejam interromper a
evoluo, por desconhecerem sua ao benfeitora, , pois, instrumento de grande valia para o
aprimoramento dos Espritos que estagiam na Terra, com destino ao Infinito.
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A nossa meta conhecer, e conhecer mais; a nossa meta descobrir, e descobrir sempre.
No entanto, como conhecer e descobrir os corpos espirituais, se ignoramos o fsico, primeiro
degrau da escada de ascenso? Quem no deseja estudar, quem reclama tempo para o seu
prprio aprimoramento, deve sair da porta de entrada da escola e deixar os outros passarem.
H aqueles que encontram tempo para tudo isso. A esses, louvamos seus esforos e pedimos a
Cristo que os abenoe pela quebra das amarras que possibilitaram o alcance das primeiras
letras da compreenso das verdades espirituais eternas.
A doutrina dos Espritos j nos revelou as trs divises do corpo. O que se encontra mais
visvel o mais pesado, de vibraes mais baixas e, conseqentemente, o mais atrasado na
escala da vida. Entre ele e a alma existe o intermedirio - o perisprito - constituindo j um
grande avano. Outras filosofias falam de outros corpos, que o homem adquire no empuxo da
evoluo, e este assunto , podemos dizer, infinito. O Esprito conquista o conhecimento de
outros corpos que lhe serve, por evoluo. Muitas outras coisas escapam ao nosso
entendimento, por no serem teis ao nosso despertar, por enquanto. Por que saber a
natureza ntima do Cristo, dos corpos por Ele usados, se ainda no compreendemos um
simples perdo, que capaz de nos livrar das baixas vibraes magnticas dos ofensores?
Como saber ou querer saber a dimenso em que vive Jesus, se no respeitamos as leis que
vigoram onde vivemos? Somos ainda crianas e o tratamento aplicado a ns deve ser
compatvel com o estado em que nos encontramos. Esta a lei e a justia.
bom que no nos esqueamos de que temos muitos corpos espirituais e que eles esto
ligados ao modo de vida que levamos. A nossa mente so mos que plantam, e as sementes
so nossos desejos. A lavoura imensa, no terreno da conscincia. Tudo o que se planta viceja,
e quem planta dono da colheita.
A humanidade est passando por dentro de um alagadio pegajoso, onde os fatos
passados prendem os ps das pessoas ao prprio cho dos acontecimentos. Devemos
perseverar com nimo, na caminhada, at o fim da jornada, pois, adiante, o cu claro e a
vida nos norteia para a Luz. Ningum est isento do esforo prprio. Devemos construir os
noss