JM Rural 26.03.2013

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Jornal da Manhã Saiba quando pagar ou não os royalties da soja. Pág. 7 Royalties da Monsanto Troca de experiências no campo As atividades do abatedouro de peixes do Santana. Pág. 3 Como adequar uma propriedade ao Novo Código Florestal. Pág. 3 Setor de mediação da Ceriluz recomenda atenção antes de a energia chegar ao medidor. Pág. 8 Medidor de energia Em Dia de Campo, produtores conheceram novidades relacionadas a lavouras de soja. Pág. 5 PRODUTOR CRIA APARELHOS QUE FUNCIONAM DE FORMA EFICAZ CONTRA AS MOSCAS. PÁG. 4 www.jmijui.com.br Ijuí, 26 de março de 2013 jm_rural_pg1.indd 1 27/03/2013 10:24:27

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Edição do caderno JM Rural

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Jornal da Manhã

Saiba quando pagar ou não os royalties da soja. Pág. 7

Royalties da Monsanto

Troca de experiências no campo

As atividades do abatedouro de peixes do Santana. Pág. 3

Como adequar uma propriedade ao Novo Código Florestal. Pág. 3

Setor de mediação da Ceriluz recomenda atenção antes de a energia chegar aomedidor. Pág. 8

Medidor de energia

Em Dia de Campo, produtores conheceram novidades relacionadas a lavouras de soja. Pág. 5

Produtor cria aParelhos que funcionam de forma eficaz contra as moscas. Pág. 4

www.jmijui.com.br Ijuí, 26 de março de 2013

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Agrotóxicos sem veneno

Seu fartura Getúlio

A estimativa para os números da soja no Rio Grande do Sul neste ano é positiva: a colheita foi aberta com expectativa de dobrar o volume registrado na safra anterior, entre 11 e 12 milhões de toneladas da oleaginosa. A solenidade de abertura oficial ocorreu em Tupaciretã, na região Central do Estado, no sábado, e contou com a participação do governador Tarso Genro. Tarso disse que a supersafra irá aquecer a economia gaúcha. “Nós tivemos uma queda no crescimento, no ano passado, em função da estiagem. Este ano será ao contrário: as micro, pequenas e médias cidades do Rio Grande do Sul terão um impulso extraordinário”, afirmou. Na solenidade, o governador anunciou duas medidas de estímulo ao setor. Uma delas, é o encaminhamento de um projeto à Assembleia Legislativa, que transforma o programa Mais Água, Mais Renda em lei. A outra cria subsídios para os produtores na compra de máquinas agrícolas que permitem a produção de soja em área de várzea.

A ovinocultura como alternativa de produção para a agricultura familiar foi o tema central apresentado no espaço da Emater/RS-Ascar, na Expoagro Afubra, feira destinada ao agricultor familiar e que encer-ra nesta sexta-feira, em Rio Pardo. Em três dias de evento, no espaço destinado à Instituição, foram apresentadas técnicas e tecnologias que têm como finalidade o fortalecimento da agricultura familiar.Um dos destaques da edição deste ano foi a inauguração da Casa da Ovelha, onde houve diariamente degustação de carne ovina. Também este-ve presente o artesanato em lã com o Salão Gaúcho do Artesanato em Lã expondo e comercializando as mais variadas peças. Segundo o coordenador do espaço Carlos Correa da Rosa, a Instituição mostrou como a criação de ovinos pode se tornar uma alternativa de renda im-portante para o pequeno agricultor. “Estruturamos parcelas com duas opções de criação de ovinos: integrado com fruticultura e a campo”, salientou Rosa.

Garantir que mais pessoas tenham acesso à água potável está entre os Objetivos do Milênio (ODM) da Organização das Nações Uni-das (ONU). De acordo com o último relatório conjunto do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) quase 800 milhões de pessoas no mundo ainda não têm acesso a de água própria para beber. A aplicação de tecnologia em diferentes atividades é uma das maneiras de contribuir para raciona-lizar e distribuir este recurso natural. De acordo com levantamento feito pelo Water Resources Group, a agricultura é responsável por aproximadamente 71% do consumo de água em todo o planeta (o equivalente a 3,1 bilhões de m³). Por essa razão, muito se investe no aperfeiçoamento de técnicas agrícolas para preservar não somente os recursos hídricos, mas também os naturais.

Em meio ao ambiente festivo que assinalou a abertura da co-lheita da soja no município de Tupanciretã, o governador Tarso Genro formalizou o encaminhamento de projeto de Lei à Assembléia Legis-lativa, propondo a transformação do Programa Mais Água, Mais Ren-da em Lei, e assinou decreto incluindo a microcamalhoneira na lista dos equipamentos de sistema de irrigação financiado pelo programa. Com o projeto de Lei, o governo busca o apoio dos deputados es-taduais para consolidar o Mais Água, Mais Renda como uma política pública de Estado e não de um governo. Com isso, procura resguar-dar a ação, diminuindo os riscos de vir a ser extinta com eventuais trocas de governo. Já a microcamalhoneira, tecnologia validada pelo Irga, é uma plantadeira que permite o plantio de grãos, como o mi-lho e a soja, em sulcos nas áreas de várzea, impedindo que excessos hídricos comprometam o desenvolvimento da lavoura e, ao mesmo tempo, possibilita que, em caso de estiagem, seja feita a irrigação.

ARTIGO

Xico Graziano é agrônomo e foi se-cretário do Meio Ambiente do Esta-do de São Paulo.

Pragas e doenças ameaçam a produtividade das lavouras em todo o mundo. No combate a esses organismos danosos, pro-dutores rurais recorrem ao uso de defensivos agrícolas, que, por sua vez, afetam o meio ambiente. Seria possível praticar agricultura sem agroquímicos? Dificilmente.

No bê-á-bá da agronomia se aprende que um inseto somente pode ser considerado uma praga se causar danos econômicos às plantações. Isso porque, na natu-reza bruta, folhas e grãos são nor-malmente mastigados pelos bichi-nhos, que se reproduzem no limite estabelecido por seus predadores naturais. Quando, por qualquer motivo, se rompe o equilíbrio do ecossistema, altera-se a dinâmica das populações envolvidas naque-la cadeia alimentar. Advêm pro-blemas ecológicos.

Tudo começou quando, há cerca de 10 mil anos, a população hu-mana se tornou sedentária. Surgiu daí a agricultura, inicialmente nos deltas fluviais, provocando os pri-meiros desequilíbrios ambientais. Pragas e doenças são relatadas desde essas remotas origens da civilização. Gafanhotos nas planta-ções, pestes no rebanho e piolho nos campos se encontram entre as dez pragas bíblicas do Egito.

Cinzas de madeira foram os primeiros defensivos agrícolas. A partir de 1850, quando a popula-ção humana já atingira seu primei-ro bilhão, alguns produtos quími-cos, como o arsênico e o mercúrio, começaram a ser utilizados. Muito tóxicos, acabaram abandonados. Em 1930, os habitantes da Terra chegavam aos 2 bilhões. Foi quan-do se descobriu a ação inseticida do DDT, derivado do cloro, utiliza-do na saúde pública para comba-

ter os insetos transmissores de do-enças. Somente nos anos de 1960, quando a explosão populacional elevou para 3 bilhões a espécie humana, os defensivos químicos passaram a ser utilizados em gran-de escala no campo.

Embora a tecnologia tenha con-seguido notáveis sucessos, o vetor básico continua atuando: novas bocas para alimentar exigem mais alimentos, que pressionam o des-matamento, que aumenta o de-sequilíbrio dos ecossistemas, que favorece o surgimento de pragas e

doenças. Trajetória da civilização.Fórmulas menos tóxicas, uso

do controle biológico e integra-do, métodos de cultivo eficientes, inseticidas derivados de plantas, vários elementos fundamentam um caminho no rumo da susten-tabilidade. Os agroquímicos são mais certeiros, menos agressivos ao meio ambiente e trazem meno-res riscos de aplicação aos traba-lhadores rurais. Nada, felizmente, piorou nessa agenda.

Surge agora, nos laboratórios,

uma geração de moléculas que atuam exclusivamente sobre o me-tabolismo dos insetos-praga, blo-queando sinais vitais. Funcionam de forma seletiva, combatendo-os sem aniquilar os predadores natu-rais, nem afetar insetos benéficos ou animais mamíferos. No sentido ambiental, configuram-se como pesticidas não venenosos, deixan-do de ser “agrotóxicos”. Sensacio-nal.

Existe, ainda, contaminação de alimentos por agrotóxicos tra-dicionais. O problema, contudo, difere do de outrora, quando resí-duos cancerígenos dominavam as amostras coletadas. Hoje a gran-de desconformidade recai sobre o uso de produtos químicos não autorizados para aquela lavoura pesquisada, embora permitidos em outras. Raramente se apontam resíduos químicos acima dos limi-tes mínimos de tolerância.

Resultado: inexistindo produto “oficial” para o canteiro de pimen-tão, por exemplo, o horticultor utiliza aquele outro vendido para tomate. O problema, como se per-cebe, é mais agronômico, menos de saúde.

Muita gente critica os defen-sivos químicos, considera agro-tóxico um palavrão. Mesmo na agricultura orgânica, imaginada como solução milagrosa, todavia, se permite utilizar caldas químicas elaboradas com sulfato de cobre, hidróxido de cálcio e enxofre.

Resumo da história: na escala requerida pela população, as la-vouras sempre exigirão pesticidas contra organismos que as atacam. Importa o alimento ser saudável.

Na escala requerida pela população, as

lavouras sempre exigirão pesticidas contra organismos

que as atacam

SAFRA DE SOJA DE 2013 PODE SER O DOBRO DA PASSADA, ESTIMA GOVERNO

OVINOCULTURA COMO ALTERNATIVA DE RENDA FOI DESTAQUE NA EXPOAGRO

BIOTECNOLOGIA REDUZ USO DE ÁGUA NA AGRICULTURA

GOVERNADOR PROPÕE TRANSFORMAR EM LEI O MAIS ÁGUA, MAIS RENDA

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Um evento realizado na tarde da última quinta-feira, marcou, oficialmente, a abertura do Abatedouro de Peixes no Dis-trito do Santana. Autoridada-des do setor estiveram presen-tes no encontro, e destacaram a importância deste momento, não apenas para a comunidade local, mas também para toda a região, que passa a ser bene-ficiada com um produto fisca-lizado.

“Hoje, na verdade, é um ato simbólico que marca o retorno das atividades do Abatedouro, sinalizando que a gente conta com a liberação da Fundação Estadual de Proteção Ambien-tal - RS (Fepam), para reali-zar esse processo, dentro das normas que são exigidas para que seja abatido o peixe e de-pois comercializado”, explica o presidente da Cooperativa Ijuí Peixes, responsável por admi-nistrar as atividades do local, Marcos José Megier.

Segundo ele, a liberação oficial para o funcionamento do Abatedouro arratava-se há anos, mas todos os esforços serão feitos para atender a de-manda da comunidade em re-

lação ao produto.Na opotunidade, o secre-

tário municipal de Desenvol-vimento Rural (SMDR), Julio Gabbi, destacou a importân-cia do momento, salientando que significa uma vitória para o município: “Quando se tra-balha com indústria, há muitas exigências para que funcione. Muitas vezes sentiámos uma angústia por conta de tantas delimitações da lei, mas traba-lhamos, desde julho de 2012, para que esse projeto desse certo”, disse Gabbi. “Muitas vezes pensamos em desistir, e eu carrego uma mágoa muito grande, por conta daqueles que torciam para que não des-se certo”.

Para o prefeito Fioravante Ballin, apesar de tratar-se de um ato singelo, significa um passo muito grande para o município: “É a consolidação de uma política pública que foi muito batalhada por todos”, afirmou.

O Abatedouro de Peixe do Santana conta com câmara fria, balança eletrônica, rede de despesca, e demais equipa-mentos.

Abatedouro de Peixe volta a funcionar em Ijuí

Planejar: experiência para adequar sua propriedade ao Novo Código Florestal

A Lei 12.651/2012 torna-se uma legislação inovadora no momento em que busca enten-der que as exigências ambien-tais oficiais recaem sobre um país com mais de 500 anos de história, necessitando, portanto, levar em consideração a ocupa-ção do meio rural brasileiro no estabelecimento das restrições a que cada uma das propriedades e posses rurais do país estarão sujeitas.

Neste sentido os produtores rurais que dispõem de vegeta-ção nativa em quantidade su-ficiente para atendimento da regra geral da nova lei deverão procedê-lo, não sendo possível desde 22 de julho de 2008 a re-dução da presença deste tipo de vegetação nas Áreas de Preser-vação Permanente e de Reserva Legal, sendo que em relação a estas últimas tal possibilidade pode ser anterior à data citada.

Já para aqueles que antes de 22 de julho de 2008 realizaram a conversão de áreas de vege-tação nativa em áreas de produ-ção em APP ou RL passam a ser exigidas em regras transitórias recuperações mínimas, devendo a atividade produtiva mantida no restante das áreas protegi-das, obedecer critérios de con-servação de solo e água.

Antes de tudo será obrigató-rio a todas as propriedades ru-rais brasileiras o preenchimento do Cadastro Ambiental Rural – CAR, onde serão prestadas to-das as informações relativas às exigências legais estabelecidas na nova lei. O prazo para o pre-enchimento é de um ano, con-tado da sua disponibilização por parte do Poder Executivo.

Em seguida, todos que opta-rem por manter atividades pro-dutivas em áreas rurais conso-lidadas, deverão fazer a adesão aos Programas de Regularização Ambiental – PRA, ainda por se-rem instituídos e onde estarão descritas todas as normas rela-tivas à adequação dos imóveis

rurais brasileiros as regras tran-sitórias da nova Lei.

Todo imóvel rural deve man-ter área com cobertura de vege-tação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da apli-cação das normas sobre as APPs, observado os seguintes percentuais mínimos em rela-ção à área do imóvel, excetu-ados os casos previstos no art. 68 da Lei.

É admitido o Cômputo das APPs no percentual da Reserva Legal, desde que:

a) o benefício previsto não implique na conversão de novas áreas para o uso alternativo do solo;

b) a área a ser computada es-teja conservada ou em proces-so de recuperação, conforme comprovação do proprietário ao órgão estadual integrante do Sisnama, e;

c) o proprietário ou possui-dor tenha requerido inclusão do imóvel no Cadastro Ambiental Rural – CAR.

É admitido ainda, a explora-ção econômica da área de Re-serva Legal, mediante um Plano de Manejo Sustentável.

Os métodos de recuperação das áreas de Reserva Legal é a Regeneração Natural; Recom-posição em até 20 anos e; Com-pensação no mesmo Bioma.

O Cadastramento da Reserva Legal ocorrerá através do Ca-dastro Ambiental Rural – CAR. Este registro desobriga a aver-bação no Cartório de Registro

Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa

de Imóveis, sendo que, no perí-odo entre a data da publicação desta Lei e o registro no Car, o proprietário ou possuidor rural que desejar fazer a averbação terá direito a gratuidade deste ato.

O Cadastro Ambiental Rural deve ser feito preferencialmente junto ao órgão ambiental esta-dual ou municipal.

Nele constará: a) a identificação do proprie-

tário ou possuidor rural; b) comprovação da proprie-

dade ou posse; c) identificação do imóvel por

meio de planta e memorial des-critivo, com informações do Pe-rímetro do Imóvel,

Remanescentes de Vegetação Nativa, Áreas de Preservação Permanente, Áreas de Uso Res-trito, Áreas Consolidadas e no caso existente, localização da Reserva Legal.

Após 5 anos da data de publicação desta lei, as ins-tituições financeiras só con-cederão crédito agrícola, em qualquer de suas modalidades, para os proprietários de imó-veis rurais que estejam inscritos no Car.

A Planejar Soluções Agríco-las possui experiência, quadro técnico e tecnológico apto para adequar sua propriedade ao Novo Código Florestal. Faça seu orçamento sem compromisso. Telefone: 54 3324-1892, e-mail: [email protected].

Um ato realizado na tarde de última quinta-feira, marcou a abertura oficial do Abatedouro de Peixes do Santana

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Obirajá mostra suas duas invenções que funcionam de forma eficaz no combate das moscas, muito comum nas lavouras

Produtor desenvolve ideia inovadora de combate às moscas

A históriadas sementes

Auri BragaHistoriador e Técnico em

AgriculturaA grande quantidade de moscas nas lavouras é um problema que in-comoda todos os produtores. Bus-cando solucionar esse problema, o produtor de noz, Obirajá Ghem, teve uma ideia inovadora, e que apresenta resultados consistentes.

Com pouco investimento, Obirajá produziu dois aparelhos, de forma artesanal e eficiente no combate às moscas na propriedade. Trata-se de garrafas pets, contendo atrativos para moscas, e com um mecanismo que as mantêm presas.

Obirajá construiu dois aparelhos. Um deles trata-se de duas garra-fas pets, colocadas uma dentro da outra, cortadas ao meio e utilizada a parte de cima de cada uma de-las. Na parte de dentro da garrafa, o produtor coloca adubo e demais resíduos que atraem as moscas. As pets são penduradas de cabeça para baixo, ficando o bico da gar-rafa aberto por onde as moscas en-tram.

“Mosca não voa para baixo. Então elas entram ali, e não conseguem mais sair, e vão morrendo aos pou-cos”, explica Obirajá. Mas, ele des-taca que o importante destas arma-dilhas é pendurá-las em um lugar baixo, porque dessa forma o cheiro sobe e as atrai.

O segundo mecanisco é uma garrafa pet, com uma corda den-tro desde o bico até o fundo. O barbante deve ser embebido em veneno que contenha atrativo se-xual. Dois furos são feitos nas ex-tremidades por onde as moscas entram. Em contato com o veneno,

elas morrem.O o técnico agropecuário da

Emater de Ijuí, Edwin Bernisch, teve contato com a engenhosida-de e afirma que se trata de uma ideia inovadora, mas que neces-sita de algumas adaptações, pois pode atrair moscas dos vizinhos.

Por isso, é importante que toda a comunidade do local também adira a ideia: “Mata a mosca. É um exeperimento que funciona, só é preciso cuidar com o manejo, colocando longe da propriedade, pois pode atrair moscas demais”, afirma.

Sistema gera energia a partir de resíduos de frango

A população mundial cres-ce a índices considerados ga-lopantes no planeta. Para que todo mundo tenha acesso ao alimento, é necessário o cres-cimento na produtividade, porque a extensão existente no planeta está praticamente esgotada.

Vamos ver com essa colo-cação, que a conta não “fe-cha”, cada vez mais pessoas habitam nosso planeta, que não tem mais para onde ex-pandir. Qual a saída? Para se produzir mais em menos es-paço de terra, para que isso aconteça é que nos dedica-mos ao estudo histórico das sementes, qual a sua impor-tância nesse processo produ-tivo. Sabemos que na era da agricultura extrativista havia uma densidade de habitantes que, com abertura de peque-nas clareiras na floresta, era suficiente para sua subsis-tência, mas nos dias de hoje, se não avançarmos em um patamar cada vez maior de produtividade por área ocu-pada, vamos ter que aumen-tar nossas lavouras florestas a dentro, o que, com certeza, logo logo tenhamos o troco da própria mãe natureza.

Proposta é transformar criação de animais em sistemas sustentáveis de produção

Região quer tornar-se um polo em produção de mel

Resíduos de frango que seriam descartados por granjas podem ser utilizados para gerar energia elétrica por meio da produção de biogás. Um equipamento de-senvolvido na Universidade Es-tadual Paulista (Unesp), campus de Jaboticabal, separa os deje-tos em partes líquidas e sólidas, melhorando o desempenho dos biodigestores.

“A proposta é transformar a criação de animais em siste-mas sustentáveis de produção”, declarou o pesquisador Airon Magno Aires, que desenvolveu o equipamento durante sua tese de doutorado em zootecnia na Unesp. Segundo Aires, o produ-

tor de frangos de corte neces-sita, em média, de 26,5 quilo-watt-hora de potência por cada galpão avícola. Com esse inven-to, um galpão de frangos de corte pode gerar 65.250 metros cúbicos de biogás, os quais po-dem ser convertidos em 110,1 megawatts de energia.

As avícolas também costu-mam utilizar lenha para aquecer os galpões durante os primeiros 15 dias de vida das aves. “Com a substituição da energia da le-nha pela do biogás, a redução de gases de efeito estufa pode chegar a 8 toneladas de gás car-bônico equivalente ao ano por galpão”, destacou.

A região de São Gabriel está se preparando para ser um dos maiores polos da produção de mel no Estado, condição que deve ser atingida nos próximos dois anos. A afirmação é do prefeito municipal, Roque Montaigner, du-rante encontro com o secretário da Agricultura, Pecuária e Agro-negócio (Seapa), Luiz Fernando

Mainardi, durante ato em que o Estado repassou ao município um veículo que será cedido para a Co-operativa Apícola do Pampa Gaú-cho (Cooapampa).

Na ocasião, Mainardi destacou que o Estado tem compromisso em estabelecer ações e políticas que contribuam para a diversifi-cação e para o aumento da ren-

da do produtor. “Esta atividade é típica do que pregamos e, aqui nesta região, a Cooapampa, vem realizando um trabalho que valo-riza, ainda mais, o mel, que já é considerado um dos que possui as melhores qualidades do país”, disse o secretário.

O diretor da cooperativa, Aldo Machado dos Santos, informou

que a produção gaúcha gira em torno de 10 a 12 mil toneladas por ano, exportando perto de 4 mil toneladas, das quais cerca de 2,5 mil saem da região. Aldo desta-cou, também, o trabalho articula-do entre município e governo do Estado que, junto com a atuação da Câmara Setorial do Mel, podem potencializar a prodrução.

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Adubo orgânico promete lucratividade

Produtores conhecem novidades para cuidado das lavouras de sojaA Produtiva Insumos Agrícolas proporcionou um Dia de Campo aos produtores. Uma iniciativa que mostra na prática os resultados das soluções encontradas pelas empresas, tornando-se também uma ferramenta importante para a realização de negócios. Os produtores tiveram a oportunidade de visitar os estandes das empresas, que contaram com representantes, e acompanhar a importância da escolha das sementes e a aplicação de defensivos durante todo o ciclo da cultura

Em grupos, os visitantes foram recepecionados por Juarez Neme da Costa, da Produtiva

Cerca de 180 pessoas participaram das visitações, entre eles agricultores e alunos do Imeab

Econômico, o Microgeo permite ao

produtor maior fetilidade

do solo das lavouras

Mais de 180 pessoas participaram do Dia de Campo sobre a cultura de soja, direcionado aos produtores. O evento aconteceu na tarde do dia 15 de março, em Ijuí, na propriedade do produtor Fábio Krysczun, na ERS-342, km 123, sendo proporcionado pela Produtiva Insumos Agrícolas. Na oportunidade, os agricultores pude-ram ver parcelas que mostram a im-portância da qualidade da semente, assim como a aplicação de micronu-trientes.

Segundo o empresário Juarez Neme da Costa, da Produtiva Insu-mos Agrícolas, o objetivo desse en-contro foi de apresentar novas tec-nologias aos produtores rurais que possam trazer resultados em termos de aumento da produtividade e ren-tabilidade na cultura da soja.

Resultados de campo, como va-riedades de soja, novas formas de adubação biológica e nutrição foliar estão entre os temas apresentados pelas empresas que se fizeram pre-sente no evento, com estandes que puderam ser visitados pelos convida-dos.

Esteve presente no Dia de Campo da Produtiva, a Nidera Sementes, que apresentou aos produtores as novi-dades em sementes de soja RR, que tem como principal característica a superprecocidade, ou precocidade com altíssima produção.

A empresa Fertilizantes Multifértil, representada pela técnica em ven-das Tatiana Benedetti, demonstrou a tecnologia Kimcoat, desenvolvida

com exclusividade pela Kimberlit, e utilizada para revestir os grânulos de fertilizantes nitrogenados, fosfata-dos e potássicos. A tecnologia utiliza compostos orgânicos, minerais e po-límeros que reduzem as perdas que ocorrem no processo de adubação. O Kimcoat potencializa o uso dos nutrientes, aumentando a eficiência dos fertilizantes. Com seu uso, o pro-dutor pode conseguir reduzir custos de produto, ter aumento de produ-tividade ou mesmo reduzir números de operadores de adubação.

A Brasmax Genética, uma empre-sa pertencente ao Grupo Donmario, desenvolve, há dez anos, genética de máximo rendimento com as re-comendações de manejo mais ade-quadas para cada produto e região, levando ao agricultor brasileiro culti-vares de soja com alta produtividade e precocidade que agregam maior rentabilidade ao seu negócio.

Também esteve presente no even-to o representante comercial Jorge Halmenschlager, e o assistente técni-co Antonio Vieira, da DuPont, apre-sentando o Aproach Prima Fungicida. Trata-se de um produto que garante rentabilidade aos investimentos, pois é absorvido e translocado rapida-mente, proporcionando aumento na produtividade e melhor controle do complexo de doenças da soja, como ferrugem, oídio, crestamento foliar e mancha preta.

A empresa Sementes Costa Beber, representada por Mateus Maziero e Bruno Cassol, apresentou cultivares

de soja 2013. A Helm também parti-cipou do Dia de Campo, apresentan-do o herbicida Helmoxone, produzi-do à base de Paraquat, uma opção eficiente e econômica, tanto para o controle em pós-emergências de plantas daninhas, como na desseca-ção de algodão, soja e batata.

A empresa Cheminova apresentou novidades no tratamento de semen-tes, que tem por objetivo deixar as lavouras mais protegidas de pragas e doenças, como o Picus, utilizado no controle de Corá, e o Belure, usado para o controle do Torrãozinho Cas-cudinho, Vaquinha-verde-amarela, Broca-do-colo, Coró, Piolho-de-co-bra e Tamanduá-da-soja.

Participaram do passeio pela lavoura cerca de 180 pessoas, di-vididas em grupos de 30, e com a orientação de um técnico agrícola do Instituto Municipal de Ensino Assis Brasil (Imeab).

Uma das alternativas para au-mentar a eficiência, e garantir a produtividade nas lavouras de soja, foi apresentada no Dia de Campo, promovido pela Produti-va Insumo Agrícolas. Trata-se do Microgeo, um adubo biológico, feito com componente balan-ceado que alimenta os micror-ganismos do conteúdo ruminal bovino em Compostagem Líqui-da Contínua (CLC), produzindo adubo biológico, promovendo a recuperação do solo, otimizando outros insumos agrícolas e fato-res de produção.

Durante a visitação do estande da Microbiol Teconlogia, fabri-cante do Microgeo, os visitantes tiveram a oportunidade de ver in loco como funciona a fábrica de adubo biológico (Biofábrica), que cada produtor terá em sua pro-priedade para a fabricação deste

adubo.Os benefícios desta adubação,

custos e as formas de manejo, fo-ram apresentadas pelo represen-tante do Departamento Comercial da empresa, Walter Trescher Ries.

A Biofábrica deve ser instalada em um local que receba luz di-reta, devendo ser agitada a cada três dias. Deve ser utilizada 10% do volume do tanque diaria-mente, sendo feita sua reposição logo após o uso. A composição do tanque é feita de 15% de es-terco bovino, 5% de adubação de Microgeo,e o restante deve ser completado com água. O adubo está pronto para ser utilizado, 15 dias após o seu início.

Dentre os benefícios desta adu-bação está o aumento de 80% da fertilidade biológica do solo e o aumento de 31% a eficiência dos fertilizantes.

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Os bovinos comumente são acometidos por infestações periódicas de carrapatos, dentre os quais, o Boophilus microplus(carrapato-de-boi), se destaca como o de maior importância e maior incidên-cia em nosso meio. Observa-se a periodicidade das infesta-çoes nos bovinos nas estações de verão e outono, e a não ocorrência nos meses de tem-peraturas mais baixas (inverno e primavera).

Grandes prejuizos são cau-sados pelas infestações de carrapatos, e grandes são os dados, principalmente com re-lação à sanidade dos animais. Sabe-se que cada carrapato suga de 3 a 5ml de sangue de seu portador, além de ser o vetor de dois protozoários do gêneroBabesiabovis e Ba-besiabigemina, transmissores da doença chamada Babesio-se que combinada com uma doença chamada Anaplasmo-se (transmitida também por carrapatos e moscas) temos a doença de maior incidência no gado leiteiro a TRISTEZA PA-RASITÁRIA BOVINA (TPB).

A TPB causa grandes dados econômicos nas propriedades leiteiras, podendo muitas ve-zes levar ao óbito os animais acometidos. Os prejuízos com a diminuição da produção, o descarte de leite pelo uso de antibióticos, ressaltam ainda mais os severos dados econô-micos causados pela doença.

Medidas simples podem ser adotadas para se evitar a in-cidência de carrapatos nos bovinos e minimizar as per-das econômicas causadas por eles. A observação do rebanho é fundamental para este con-trole, deve-se utilizar carrapa-ticidas de uso externo nos ani-mais (pulverização, banhos ou produtos de uso na linha de dorso) sempre que a presença do carrapato é observada nos animais. Outra medida de con-trole é a rotação de pastagem, fazendo com que os animais fiquem pelo menos 30 dias fora dos piquetes quebrando assim o ciclo reprodutivo do carrapato.

A prevenção e o controle das infestações de carrapatos é um assunto amplamente dis-cutido e de fácil entendimen-to, porém, ainda representa grandes perdas econômicas nas propriedades leiteiras, por isso é sempre bom ressaltar sua importância e não descui-dar nos métodos de preven-ção.

Carrapato: um tema que não podemos descuidar

COMO

PLANTAR MARACUJÁ

Em termos de preço, há bastante espaço para valorização

Os grãos podem estar a cami-nho de mais uma safra global vo-lumosa, mas em termos de preço, ainda há muito espaço para valori-zação, defendeu o diretor da ges-tora de ativos AIS, John Hummel. Ele ressaltou que o mundo em desenvolvimento segue sendo um motor de alta para os grãos.

Segundo Hummel, os proble-mas de acesso a água na China e

Índia forçarão ambos os países a importar mais grãos. O executivo acrescentou que aposta principal-mente na valorização do milho e farelo de soja no longo prazo, porque ambas as commodities são necessárias para alimentar animais destinados à crescente produção de carne voltada para atender à demanda de países em desenvolvimento.

Monsanto quer lançar nova soja Intacta ainda este ano

Plantas daninhas desafiam produtores de algodão

Ações do governo devem causar pouco efeito na indústria de etanol

Embrapa cria primeira coleção de micro-organismos

Demanda por grãos deve sustentar valorização nos próximos anos

A empresa de sementes e biotecnologia Mon-santo espera lançar comercialmente sua nova soja transgênica para plantio na próxima safra, disse o presidente da subsidiária da empresa no Brasil.

Mas um lançamento bem-sucedido de tal se-mente de soja, resistente ao ataque de lagartas e tolerante ao herbicida glifosato, dependerá da aprovação da variedade pela China, maior com-prador global da oleaginosa.

A soja Intacta RR2 Pro é a primeira variedade de-senvolvida exclusivamente para a América do Sul e foi projetada para oferecer maior produtividade, ajudando o Brasil a elevar a colheita soja, esperada para atingir um recorde na atual temporada.

Quando os agricultores não adotam as práticas recomenda-das, ocorrências de plantas da-ninhas nas lavouras do algodão podem prejudicar a qualidade das fibras, reduzindo em até 30% a produtividade. Em função disso, para tentar amenizar este problema, a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) ouviu os especialistas em mane-jo de plantas daninhas para que seja esclarecida a importância da adoção de boas práticas agríco-las nesta cultura, que tem carac-terísticas diferentes da soja e do milho.

Muito tem se falado sobre o pacote de desonerações fiscais para o setor sucroalcooleiro que o governo estaria prestes a anunciar. A expec-tativa recai sobre a concessão de dois incentivos: a redução de PIS/Co-fins dos atuais 9,25% para patamares entre 1% e 4% e a diminuição do INSS quando tributado sobre o faturamento, que de 2,75% passaria para 1%. Embora estimativas apontem uma renúncia fiscal de aproximada-mente R$ 3,5 bilhões por ano, as prováveis iniciativas federais em favor dos agentes do etanol não entusiasmam a maioria do setor. Especialistas apontam que o impacto na redução dos custos é moderado e há incerte-za do repasse ao consumidor.

A Embrapa Meio Ambiente, implantou uma Coleção de Micro-organismos de Im-portância Agrícola e Ambiental contendo quase 20 mil isolados de fungos, bacté-rias, leveduras, arqueias e actinobactérias. Dentre eles há micro-organismos endofí-ticos; micro-organismos de vários biomas, como Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e manguezais; actinobactérias associadas a insetos; fungos celulolíticos como o Tri-choderma; bactérias associadas a líquens e algas marinhas da Antártida; fungos e bac-térias agentes de controle biológico; fun-gos pigmentados produtores de corantes; e bactérias associadas aos crustáceos que são produtoras de antibióticos.

O maracujá cresce em uma videira vigorosa e que pode chegar até 20 metros de altura com suporte. As videiras são de cor verde profunda e abri-gam três folhas lobadas que complementam flores perfu-madas de 3 polegadas. O ma-racujá se desenvolve depois que as flores desabrocham, geralmente no verão. Se quiser aprender como plantar maracujá a partir de sementes em seu próprio quintal, siga as instruções a seguir.

1. Retire as sementes de maracujá de dentro de um pedaço fres-co da fruta. Lave as sementes em água morna para remover a polpa anexada. Coloque as sementes em uma toalha de papel para secar.

2. Lave as raízes - Encha uma bandeja de sementes com solo úmi-do. Pressione uma semente de maracujá 1/8 de polegada no solo de cada célula. Cubra a bandeja de sementes com a tampa corres-pondente.

3 . Coloque a bandeja de sementes numa área que receba luz so-lar indireta. Levante a tampa a cada dois ou três dias para verificar a umidade do solo. Pulverize o solo levemente com água em uma garrafa spray até que umedeça, se estiver seco.

4 . Retire a tampa, assim que você ver mudas verdes aparecendo através do solo. Germinação de sementes de maracujá geralmente leva entre 10 e 20 dias.

5 . Continue a manter o solo úmido e em contato com luz solar, in-direta, enquanto as mudas vão crescendo. Transplante as mudas em potes de 4 polegadas, quando desenvolverem o segundo conjunto de folhas. Plante uma muda de maracujá em cada pote.

6. Transplante suas mudas de maracujá ao ar livre, quando esti-verem com cerca de 8 centímetros de altura. Escolha um pedaço de solo bem drenado e ensolarado para plantar as mudas de maracujá após degelo da Primavera.

Rodrigo Luis SechiMédico Veterinário Especialista em

Bovinocultura de Leite

6 Jornal da Manhã | Ijuí, 26 de março de 2013

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Fertilizantes: Potássio do Brasil anuncia reserva de 500 milhões de toneladas

Pagar ou não os royalties da soja?

Jazidas totais de pelo menos 500 milhões de tone-ladas – essa é a reserva que a empresa Potássio do Brasil afirma possuir na Amazônia, segundo informa-ções da Agência Reuters. O montante seria suficiente para dar conta da demanda do País pelos próximos 18 anos. Hoje os brasileiros consomem 7 milhões de toneladas deste insumo para fertilizantes por ano, sendo que 90% disso é importado.

A empresa, que tem ainda sócios australianos e canadenses, concluiu recentemente estudos apon-tando que suas propriedades estão assentadas sobre uma verdadeira reserva de classe mundial. A estima-tiva é produzir (entre 2017 e 2018) até 4 milhões de toneladas de cloreto de potássio ao ano. A base pro-dutiva seria o município de Autazes, incrustrado no coração da floresta Amazônica.

A novidade surge em plena crise do setor. Recen-

As advogadas Emanuelle Malgarim, Adriane Hanke, Janete Belinaso e Marilusi Brust

temente, a Camex (Câmara de Comércio Exterior) anunciou a intenção de majorar os impostos so-bre a importação do insumo. Enquanto isso, a mi-neradora brasileira Vale anunciou a suspensão do projeto de extração de potássio do Rio Colorado, na Argentina – cuja produção fazia parte de um projeto de autossuficiência da matéria-prima para fabricação de fertilizantes no Brasil.

O financiamento do projeto será através da abertura de capital no mercado brasileiro, com uma IPO (oferta pública inicial de ações) para cap-tar de até US$ 1 bilhão. O total de investimentos previstos varia de US$ 2 bilhões a US$ 3,5 bilhões. Para completar o pacote, a Potásssio do Brasil vai recorrer ainda ao Banco Nacional de Desenvolvi-mento Econômico e Social (BNDES).

Os pequenos, médios e gran-des sojicultores estão diante de uma encruzilhada: pagar ou não os royalties da soja roundup ready referente a safra 2012/2013.

O Sindicato Rural de Passo Fun-do, Sertão e Santiago ingressa-ram com Ação Coletiva no ano de 2009, contra a Monsanto do Brasil para garantir o direito dos agricul-tores de reservar o produto cul-tivares de soja transgênicas para replantio em seus campos de cul-tivo e comercialização deste como alimento ou matéria-prima, além de poder doar e trocar sementes reservadas a outros pequenos pro-dutores rurais ou dentro de pro-gramas oficiais, sem pagar a título de royalties, taxa tecnológica ou indenização.

Em sentença na referida Ação Coletiva o juiz Giovanni Conti, da 15ª Vara Cível de Porto Alegre reconheceu: a) o direito dos so-jicultores brasileiros, de reservar o produto de cultivares de soja transgênica, para replantio em seus campos de cultivo e o direi-to de vender essa produção como alimento ou matéria-prima, sem nada mais pagar a título de royal-ties, taxa tecnológica ou indeniza-ção, nos termos do art. 10, incisos I e II da Lei nº 9.456/97, a contar do dia 01.09.2010; b) o direito dos so-gicultores brasileiros que cultivam soja transgênica, de doar ou tro-car sementes reservadas a outros pequenos produtores rurais, nos termos do art. 10, inciso IV, § 3º e incisos, da Lei nº 9.456/97, a con-tar do dia 01.09.2010; determinou; c) que a Monsanto se abstenha de cobrar royalties, taxa tecnológica ou indenização, sobre a comercia-lização da produção da soja trans-gênica produzida no Brasil, a con-

tar da safra 2003/2004; bem como condenou a; d) devolver os valores cobrados sobre a produção da soja transgênica a partir da safra 2003/2004, corrigida pelo IGPM e acrescida de juros de 1% ao mês, a contar da safra 2003/2004. Con-tudo, a sentença não é definitiva, pois a Monsanto interpôs recurso.

No inicio deste ano a Monsanto propôs acordo aos agricultores no sentido de suspender, permanen-te e irrevogavelmente, a cobrança pela utilização futura da primeira geração de soja RR, com início estabelecido na safra 2012/2013, sem que isso representasse qual-quer renúncia ou restrição a qual-quer de seus direitos sobre a re-ferida Tecnologia RR1. Percebe-se, que permaneceria a impossibili-dade de reserva do produto, bem como a sua troca ou doação, e que não seriam devolvidos os valores cobrados indevidamente dos agri-cultores.

Inicialmente este acordo foi re-ferendado pela CNA – Confedera-ção da Agricultura e Pecuária do Brasil e a Farsul – Federação da Agricultura do Estado do Rio Gran-de do Sul, todavia, estas mudaram o entendimento, principalmente após a pressão dos associados em decorrência do posicionamento adotado pelos agricultores do Es-tado do Mato Grosso, que também possuem Ação Coletiva.

Assim, no inicio de mês de mar-ço do corrente ano a Farsul enca-minhou aos produtores de soja nota de esclarecimento dando-os duas alternativas: a) não pagar nada neste momento e aguardar o trâmite dos processos judiciais; b) assinar a proposta de acordo disponível no site da Monsanto no qual a quitação total e irrestri-

ta pelos valores pagos até a data de assinatura do acordo propos-to recebendo em contrapartida dispensa do pagamento das duas próximas safras (2012/2013 e 2013/2014) pleiteado pela referi-da empresa, assim como em todas as demais safras futuras. E ainda, recomendou que aqueles que as-sinaram a primeira proposta de acordo, se assim entenderem ne-cessário, solicitassem a rescisão ou substituição pela nova proposta de acordo.

No entanto, os produtores de cultivares de soja transgênica pos-suem outra opção, sendo que essa parece mais segura, uma vez que, podem depositar em juízo o valor dos royalties da safra 2012/2013, e

aí sim aguardar o trâmite dos pro-cessos judiciais, pois se assim não procederem serão considerados devedores. Frisa-se que assinar o acordo proposto pela Monsanto é abrir mão dos direitos já garanti-dos pela sentença em primeira instância da Ação Coletiva, que irá atingir até mesmo os produtores que não fazem parte dos sindica-tos que moveram a ação.

Salienta-se que na referida ação o juiz já garantiu em caráter li-minar a imediata suspensão na cobrança de royalties, taxa tecno-lógica ou indenização, sobre a co-mercialização da produção da soja transgênica produzida no Brasil, sob pena de multa diária no valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de

reais). Embora, dita decisão esteja suspensa.

Assim que a melhor alternativa para o dilema enfrentado é o de-posito em juízo do valor cobrado de royalties, taxa tecnológica ou indenização, para as safras futuras e aguardar a decisão final da Ação Coletiva e se benéfica aos produ-tores, executar a sentença cobran-do os valores anteriormente pagos indevidamente.

1 Professora universitária, mes-tre em Direito Público pela Unisi-nos e advogada - OAB/RS 55.457;

2 Especializanda em Direito Imobiliario e advogada - OAB/RS 35.372.

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Setor de mediação recomenda atenção ao medidor de energia

Furto se caracteriza pelo desvio da energia antes de ela chegar ao medidor

O Brasil continua sendo líder na destinação de embalagens vazias de produtos agrotóxicos. Atual-mente, o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), ONG responsável pela destinação final do material, recolhe 94% do total descarta-do. Nos últimos 13 anos foram mais de 246 mil toneladas de embalagens recicladas. Somente em 2012, foram encaminhadas 37.379 toneladas. A quantidade representa um crescimento de 9% quando comparada a 2011. A expectativa para 2013 é destinar 40 mil toneladas de embalagens vazias.

Considerado o celeiro do país pelo grande volume de produ-ção de grãos, o estado de Mato Grosso mantém-se também na liderança em relação ao recolhi-mento de embalagens de agro-tóxicos utilizadas nessas culturas. Nos dois primeiros meses deste ano, os produtores, fabricantes de fertilizantes e comerciantes conseguiram garantir que 1,5 mil embalagens usadas no campo fossem devolvidas e ambiental-mente tratadas.

Essa cadeia, conhecida como gestão pós-consumo, ou logísti-ca reversa, tornou-se uma obriga-ção para o setor em 2002. Desde

que os segmentos envolvidos na cadeia conseguiram organizar um sistema para recolhimento e tratamento dessas embalagens, Mato Grosso vem apresentando os melhores resultados. Em janei-ro e fevereiro do ano passado, o recolhimento já ultrapassava 1,3 mil volumes.

Mesmo com esse destaque, os fabricantes de embalagens que organizam as estatísticas prefe-rem trabalhar com número em blocos. Segundo levantamento do inpEV, que representa o seg-mento, no topo da lista, ao lado de Mato Grosso, estão os resulta-dos de Goiás e do Paraná.

Os medidores de energia localizados nas residências são a ligação direta entre a Ce-riluz e os associados. É a partir deles que a Cooperativa fica sabendo de quanto foi o consumo mensal para providenciar a fatura de pagamento. Apesar de ser “inviolável”, o aparelho de medição deve receber atenção por parte do associado. Isso é o que expli-ca o eletrotécnico da Ceriluz Eliseu Motta, responsável pelo Setor de Medição da Coo-perativa. Segundo ele, o principal cuidado é deixar o caminho até o medidor livre, possi-bilitando assim seu acesso sempre que for necessário. “Esse acesso livre não é só im-portante para os funcionários da Coopera-tiva, mas também para o próprio associado, porque no momento que ele precisar desli-gar o disjuntor geral ele conseguirá fazer isso rapidamente”, explica. No caso de um asso-ciado identificar algum problema no equipa-mento ou desconfiar que há algo errado na contagem do seu consumo de energia, ele deve entrar imediatamente em contato com a Ceriluz pelo telefone 0800 513130, que a Cooperativa irá providenciar a análise e até mesmo a substituição do medidor se julgar necessário.

Eliseu Motta traz ainda algumas dicas para quem está construindo e vai instalar um novo quadro de medição ou mesmo refor-mar e substituir um antigo. Segundo ele a Ceriluz segue o Regulamento de Instalações Consumidoras (RIC) que define o padrão de medição de todas as cooperativas filiadas à Federação das Cooperativas do RS (Feco-ergs) e é regulamentado pela Agência Na-cional de Energia Elétrica. No momento da instalação do quadro de medição o associa-do deve buscar orientação junto à Ceriluz, que irá informá-lo sobre o melhor modelo para a sua residência ou empresa, conforme seu consumo de energia. “Além desta orien-tação é importante o cooperado procurar uma loja idônea para lhe fornecer materiais de qualidade e um profissional qualificado para executar a instalação. É importante não aproveitar materiais que estão em desuso

Brasil mantém liderança mundial no recolhimento de embalagens de agrotóxicos

sob o risco do barato realmente sair caro ou a instalação ser reprovada em uma vistoria”, alerta Motta.

Entre as atribuições do setor de medição de energia da Ceriluz está a fiscalização de furtos e fraudes de energia. O furto se ca-racteriza pelo desvio da energia antes de ela chegar no medidor (foto), enquanto que a fraude consiste na adulteração do próprio equipamento de medição. Mot-ta lembra que tanto uma quanto a outra prática consistem em crimes, cabendo a suspensão do fornecimento, a restituição do valor sonegado, multas e até mesmo processos jurídicos, com punições penais. A fiscalização deste tipo de procedimento ilegal por parte de consumidores é cons-tante, sendo que há um sorteio aleatório

para definir unidades consumidoras a se-rem visitadas. Por outro lado, as equipes de leitura e manutenção de redes avaliam sempre que possível as condições do medi-dor. “Tudo que for identificado como algo que não é normal é passado para o setor de medição e, no momento que for confir-mado o furto ou a fraude, o associado terá que prestar contas deste ato”, alerta. A Co-operativa também convoca os associados idôneos – a grande maioria – a denunciar irregularidades, uma vez que a ilegalidade de alguns acaba se refletindo coletivamen-te, especialmente nas tarifas de energia. Para reduzir o consumo de energia em uma residência, a melhor opção para o associa-do é fazer um consumo consciente, evitan-do desperdícios.

Preço do café está em retração

O ritmo dos preços do café começou com um situação não muito favorável neste primeiro trimestre de 2013. Os baixos valores fizeram que os cafeicultores freassem as vendas do grão, segurando os estoques nas propriedades. Números da Safras&Mercado apontam que o café colhido no ano passado atingiu a co-mercialização de 71% até o dia 28 fevereiro. Os trabalhos, de acordo com a entidade, seguem bem atrasados em relação a 2012, quando, no mesmo período, 87% da safra 2011/12 estava comercializa-da. Transferindo o percentual em números de sacas de 60 quilos, foram comercializa-dos até agora 39,03 milhões de sacas, de uma safra total no País de 54,9 milhões de sacas.

No Paraná, a pesquisa aponta que 1,55 milhões das 1,70 milhões de sacas já fo-ram vendidas, algo em tor-no de 91% do total. Porém, os números para o Estado são, digamos, contraditórios. Analistas de mercado afir-mam que o percentual deve estar na média do nacional, entre 70% e 75%. “Como o produtor de café paranaense trabalha com outros cultivos, como a soja, ele usa o café para especular. Certamen-te, muitos agricultores ainda têm café estocado em suas propriedades”, presume o corretor de café, Marcos Au-rélio Bacceti.

Este estoque certamente é justificado pelo preços ruins neste início de ano.

Nos dois primeiros meses deste ano, os produtores conseguiram garantir que embalagens fossem devolvidas e ambientalmente tratadas

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