Jesus Está Voltando

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Jesus Est Voltando! 1 Captulo."Acabei de sonhar com a Volta de Jesus!" Disse eu agora a pouco, em torno das 6h de hoje [08/10/08], quando acordei com aquela imagem gloriosa na mente: o cu aberto e o som mais bonito, maravilhoso, que j ouvi em minha vida ecoando dos instrumentos musicais tocados pelos anjos. Quando falei minha esposa, ela disse: "Com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, difcil a gente no sonhar com a Volta de Jesus!" Nas minhas pregaes e escritos sempre disse que os acontecimentos finais, no tabuleiro ou cronograma proftico, vo aparecendo e esboando a Volta de Jesus como se constitussem peas de um gigantesco quebra-cabeas. No incio, as pecinhas isoladas no nos dizem nada ou pouca coisa; depois, quando centenas delas se unem, comeam a formar-se partes da grande figura e j podemos, ento, visualizar melhor o que est aparecendo diante dos nossos olhos. Atravs dos sculos, desde a primeira vinda de Jesus a este mundo, os fiis acreditaram, viveram e deram a vida em torno da esperana maior do retorno de Jesus. Os primeiros discpulos aqueles que, com lgrimas nos olhos, viram o Amigo e Salvador desaparecendo entre as nuvens dos cus receberam dos anjos a reafirmao da promessa tantas vezes feita por Jesus: "E, estando eles com os olhos fitos no cu, enquanto Jesus subia, eis que dois vares vestidos de branco se puseram ao lado deles e lhes disseram: Vares galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vs foi assunto ao Cu vir do modo como o vistes subir" (Atos 1:10-11). Amparados nas promessas feitas pelo prprio Mestre e magnetizados por esta declarao dos anjos, eles buscaram o Poder prometido para o cumprimento da Comisso Evanglica: "... mas recebereis poder, ao descer sobre vs o Esprito Santo..." (Atos 1:8, p.p.). Cumpriram a sua parte na proclamao da Misso Global [desde o incio foi global, s que como uma pedrinha que jogamos no lago e forma crculos pequenos e, depois, crculos cada vez maiores era esta a forma de propagao da Mensagem da Volta de Jesus] associada ao recebimento deste poder habilitador: "... e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalm como em toda a Judia e Samaria e at aos confins da Terra" (Atos 1:8, u.p.).

Sinais Esparsos.Os discpulos e os primeiros cristos, membros da Igreja Primitiva, renovaram a sua f na certeza da Volta de Jesus. Para eles, no se tratava de um evento distante e longnquo mas, sim, algo para a sua prpria poca. De posse desta promessa, eles renovaram as suas esperanas, cumpriram com esforos redobrados a parte que lhes cabia na pregao do Evangelho e, tambm, caminharam para o martrio inflamados pela certeza de que Aquele que vencera a morte, estava agora direita do Pai, intercedendo pelos fiis, e, muito em breve, aps julgar mortos e vivos, haveria de retornar a este mundo para buscar os Seus escolhidos. Amigos, esta a grande certeza enfatizada pela Bblia: Jesus voltar! Atravs dos sculos, a certeza desta promessa sempre renovou a coragem e fora dos fiis ao enfrentarem a dor da separao causada pela morte, injustias, contrariedades e perseguies. Jesus voltar! Esta tem sido a nota tnica de esperana dos cristos de todas as pocas. Esta certeza a garantia de que no estamos trabalhando em vo! a garantia de que no estamos enganados com respeito ao fim do pecado e de todo sofrimento e angstia humana! Quando iniciei a faculdade de Teologia, em 1981, fui colportar como estudante na cidade de Salvador, Bahia. Ao visitar um senhor paraltico, juntamente com outro colportor, ns lhe falamos sobre a esperana da Segunda Vinda de Jesus. Falamos sobre o fim do sofrimento humano mostrando que no haver mais pessoas enfermas ou deficientes fsicos... Quando acabamos de contar estas boas novas maravilhosas, o homem, com os olhos banhados de lgrimas, perguntou-nos: "Quando ser isso? Quando acontecer essa Volta de Jesus?" Os primeiros discpulos de Jesus tambm fizeram essa pergunta: "Quando ser?" "Quando que o Senhor vai voltar?" Ns encontramos isso em Mateus 24:3: "... Dize-nos quando sero essas coisas e que sinal haver da Tua vinda e do fim do mundo?" Embora Jesus tenha deixado claro que ningum deve especular com respeito datas para a Sua Segunda Vinda, Ele no deixou os primeiros discpulos, e nem a ns, em ignorncia no que diz respeito proximidade do Seu retorno.

Sim, esta a grande certeza enfatizada pela Bblia: Jesus voltar! Atravs das eras, a certeza dessa promessa sempre renovou a f e a coragem dos fiis, impulsionando-os a darem um brado de alerta ao mundo em meio s injustias, contrariedades e perseguies. Jesus voltar! Esta tem sido a nota tnica de esperana dos cristos em todas as pocas. Essa certeza a garantia de que o testemunho que deram mesmo em face da morte no foi em vo. a garantia de que no estamos sofrendo, trabalhando e aguardando em vo. a garantia de que Deus continua testa, no controle da Histria, guiando os fatos rumo consumao dos sculos. , tambm, a garantia de que no estamos enganados com respeito ao fim do pecado e de todo sofrimento e angstia humana. Faz muitos anos eu estava colportando nas frias de fim de ano vendendo livros religiosos a fim de custear os estudos no Seminrio de Teologia do Instituto Adventista de Ensino, em So Paulo. Na ocasio, trabalhava na cidade de Salvador, Bahia, e, ao visitar com um colega um senhor paraltico, lhe falamos sobre a esperana da Segunda Vinda de Jesus. Falamos sobre o fim do sofrimento humano mostrando-lhe que, quando Jesus voltar, no haver mais dor ou sofrimento, no teremos mais pessoas enfermas ou deficientes fsicos... Quando acabamos de contar estas boas novas, o homem, com os olhos banhados de lgrimas, feznos as seguintes perguntas: "Quando ser isto? Quando que Jesus vai voltar?" Os discpulos de Jesus tambm fizeram esta pergunta: "Quando ser? Quando que o Senhor vai voltar a este mundo?" Ns encontramos isso no Sermo Proftico: "Dize-nos quando sero essas coisas e que sinal haver da Tua vinda e do fim do mundo?" (Mateus 24:3). Embora Jesus tenha deixado claro que ningum deveria especular com respeito a datas para a Sua Segunda Vinda, Ele no deixou os primeiros discpulos e nem a ns em trevas no que diz respeito proximidade do Seu retorno. Ao responder a Seus discpulos, Jesus traou um panorama mundial em todas as reas de conhecimentos e atividades humanas, sinalizando as condies prevalecentes no mundo por ocasio da Sua vinda: Jesus fala sobre a destruio de Jerusalm, ocorrida no ano 70 de nossa era: "Ele, porm, lhes disse: No vedes tudo isto? Em verdade vos digo que no ficar aqui pedra sobre pedra que no seja derribada" (Mateus 24:2). Nos versos 4 e 5, encontramos Jesus falando sobre os enganos no mundo religioso nos ltimos dias da Histria falsos cristos e falsos profetas: "E Ele lhes respondeu: Vede que ningum vos engane. Porque viro muitos em Meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e enganaro a muitos" (Mateus 24:45). No verso seguinte, vemos Jesus falando sobre os conflitos blicos: "E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, no vos assusteis, porque necessrio assim acontecer, mas ainda no o fim" (Mateus 24:6). Neste caso, junto com a descrio das "guerras e rumores de guerras" temos a frase esclarecedora: "Mas ainda no o fim". Em outras palavras, Jesus afirma que essas coisas apenas, por si mesmas, no seriam indicativos fortes de que o fim de todas as coisas estaria s portas. No verso 7, Jesus amplia esse quadro de catstrofes e tragdias: "Porquanto se levantar nao contra nao, e reino contra reino, e haver fomes e terremotos em vrios lugares" (Mateus 24:6). Aps dizer isso, Jesus pronuncia uma frase bastante enigmtica que a chave para entendermos o que Ele quis dizer antes ao afirmar: "Mas ainda no o fim". A frase enigmtica, que encontra-se em Mateus 24:8, a seguinte: "mas todas essas coisas" quer dizer: enganos no campo religioso, guerras, rumores de guerras, fome, terremotos, etc. "so o princpio das dores". O que significa isso? O que Jesus quer dizer com esta expresso "principio das dores"? Grave isto: Ao mencionar a expresso "principio das dores", Jesus est se valendo da figura de uma mulher grvida, que est prestes a dar luz. Aquelas mulheres que so mes, sabem que as contraes por si mesmas no so um indicativo de que o momento para dar luz a criana chegado. Por outro lado, existe algo que um forte prenncio, ou sinal, de que o momento est prximo: o aumento crescente das contraes. Ou seja, medida que vai chegando a hora da criana nascer, as contraes vo aumentando progressivamente.

Evidncias concretas. isso, exatamente, o que Jesus procurou nos transmitir: Guerras, rumores de guerras, fomes, terremotos, por si ss, no so indicativos da proximidade da Sua vinda; mas, o grande aumento (crescimento geomtrico) desses sinais, isto sim, consistiria uma forte evidncia de que a Sua vinda est s portas. Pois s dar uma pequena olhada no cenrio mundial para vermos, com certeza, de que o "princpio das dores" confirma que a Volta de Jesus est muito prxima Ele est voltando. Vejamos o caso dos terremotos: At 100 anos atrs, terremoto era uma coisa rarssima. No primeiro sculo depois de Cristo, 15 terremotos destruidores foram relatados. No sculo 10, foram 32. O sculo 18 registrou 640 terremotos, mas no sculo 19 este nmero saltou para 2.119 terremotos. Voc achou muito? Olha, s neste sculo que findou h uma mdia de 30 mil terremotos a cada ano no num sculo, mas apenas em um ano! Afirma o escritor Enoch de Oliveira: "Muitos reconhecem hoje a freqncia e a intensidade dos terremotos como sinais dos tempos sinais da volta de nosso Senhor Jesus Cristo, para inaugurar uma nova ordem social. Num artigo intitulado "A Era das Catstrofes", a agncia noticiosa Gemini destacou o fato de que vivemos em um perodo caracterizado por intensa atividade sismolgica. "Alarmado com esta inquietante realidade, o Dr. Dinsdale Young declarou: "Por alguns anos tenho sido impressionado com o crescente nmero de terremotos. Embora concorde que haja uma explicao cientfica a qual respeito, prefiro manter o ponto de vista teolgico de que a multiplicao dos terremotos um dos mais notveis sinais da proximidade da segunda vinda do Senhor. Penso que estes terremotos so uma indicao de que o tempo se aproxima est mais perto de ns do que o reconhecemos".1 Junto com uma tabela da Associao Britnica Para o Progresso da Cincia, demonstrando a progresso quase geomtrica do nmero de terremotos (principalmente a partir do sculo 19), Enoch de Oliveira faz o seguinte comentrio: "Esses nmeros permitem comprovar o aumento gradual e constante dos terremotos catastrficos na era crist. Durante a primeira metade do sculo XX houve mais sismos de importncia do que a soma de todos os tremores havidos no sculo anterior. Bem declarou o profeta Isaas que a Terra envelhece "como um vestido". "...Tremem os fundamentos da Terra. A terra cambaleia como um bbado, e balanceia como rede de dormir [Isaas 24:18-20]"2. Desde que os terremotos comearam a ser tabulados, tem havido um aumento da ordem de um milho por cento . O nmero deles tem sido duplicado a cada 10 anos, desde que o sismgrafo foi inventado. Recentemente, o mundo foi abalado por vrios grandes terremotos. Para se ter uma idia do que isso significa, apenas abrangendo os ltimos anos, numa seqncia trgica e assustadora ns tivemos os seguintes grandes terremotos: 16 de janeiro de 1995, Kobe, Japo, 5.502 vtimas. 17 de julho de 1998, Nova Guin, 2.183 vtimas. 25 de janeiro de 1999, na Colmbia, 1.185 vtimas. 17 de agosto de 1999, Izmit, Turquia, 17.118 vtimas. 20 de setembro de 1999, Chi-Chi, Taiwan, 2.400 vtimas. 12 de novembro de 1999, Duzce, Turquia, 894 vtimas. 26 de janeiro de 2001, Gujarat, ndia, 20.085 vtimas. 25 de maro de 2002, Afeganisto, 1.000 vtimas. 26 de dezembro de 2003, Bam, Ir, 30.000 vtimas. 24 de fevereiro de 2004, Marrocos, 1.200 vtimas. 05 de setembro de 2004, Tokai, Japo, 6.900 vtimas. 26 de dezembro de 2004, Sumatra, Indonsia, 280.000 vtimas. Fonte: Revista "Terremotos", Conhecer Fantstico, Ano 2, Nmero 22, Arte Antiga Editora. Recentemente, tivemos o terremoto da China, cujas dificuldades de acesso aos locais mais remotos atingidos e o forte controle estatal das informaes impedem que se chegue aos nmeros exatos da tragdia; no entanto, fala-se em mais de 100 mil vtimas fatais. "O nmero oficial de mortos pelo terremoto que atingiu a China no dia 12 de maio chegou a 69.134, indica a apurao do Conselho de Estado atualizada neste sbado, enquanto as autoridades continuam acompanhando com preocupao a drenagem do lago Tangjiashan, que se formou aps o tremor", indicava a Folha On Line de 07/06/08.

Indicativos Gerais.Se fizermos uma verificao atenta dos fatos citados por Jesus, veremos que o "principio das dores" aplica-se com exatido a todas as reas mencionadas: Sinais no mundo fsico, social, poltico e religioso. Como diz a letra daquele hino tradicional f do advento: "Guerras e fomes nos do a entender: Breve Jesus voltar! Graves sinais j nos fazem saber: Breve Jesus voltar!" O espantoso crescimento populacional assinala as flagrantes desigualdades sociais, a pobreza, fome e extrema penria em que vivem bilhes de pessoas em todo o mundo. Para se ter uma idia: Quando comeou o sculo XX, a populao do planeta era de 1,5 bilho de pessoas. No final do sculo XX, esse nmero foi multiplicado por 4: Totalizando 6 bilhes de pessoas. Hoje, a populao mundial atinge a fantstica cifra de 6.666.666.666; ou melhor, j superamos em muito este nmero alcanado ainda no ms de maio: "Segundo o US Census Bureau, rgo do governo dos EUA que faz a contagem da populao daquele pas e mantm estimativas sempre atualizadas sobre a populao mundial, entre 1 e 30 de maio prximo a populao mundial atingir o cabalstico nmero de 6.666.666.666 seres humanos vivendo sobre este planeta". O mais preocupante nisso tudo que cerca de um tero da populao mundial vive abaixo da linha da pobreza num estado de extrema misria. Os motivos para isso so vrios, mas, com certeza, no centro desse quadro esto o egosmo e a ganncia humana. Falando sobre os dias que precedem a volta de Jesus, o apstolo Paulo assinala o esprito egosta das pessoas: "Porque haver homens amantes de si mesmos, avarentos" (II Timteo 3:2). Sem sombra de dvidas, isso coloca em foco todo o quadro de desigualdades sociais que esto a, bem frente dos nossos olhos. No livro Tempestade Vista, o conferencista e escritor Billy Graham apresenta uma vvida descrio deste quadro: "O espectro da fome , talvez, o temor mais terrvel, o que mais se repete na histria da humanidade. Representa nosso total desamparo e incapacidade quanto a controlar as foras da Natureza, e a total esterilidade da vida quando a nica alternativa a morte pela fome"3. Face a esse quadro dantesco, ns vemos a insensibilidade dos ricos e dos governantes das naes desenvolvidas da Terra. Os europeus gastam por ano US$ 11 bilhes na compra de sorvetes; ou seja, gastam mais do que os US$ 9 bilhes necessrios adicionalmente por ano para prover a populao carente do mundo com gua potvel e saneamento bsico. Na Inglaterra, uma senhora ao morrer deixou a sua casa, no valor de US$ 120 mil, para o seu gato de estimao. Enquanto isso, a misria mata 12 milhes de crianas por ano, nos chamados pases do terceiro mundo, antes de atingirem 5 anos de idade. "Cada vez que tomamos uma refeio equilibrada deveramos fazer uma pausa no s para agradecer a Deus o alimento nossa frente, mas, tambm, para orarmos em prol das crianas que morrem de fome, e para pedirmos a Deus que nos mostre como podemos ajudar a alimentar pelo menos algumas das centenas de milhes de crianas famintas, que jamais tiveram o privilgio de saborear uma refeio nutritiva em toda a sua vida", lembra Billy Graham.4.

Cansados de Fazer o Bem.Em Seu Sermo Proftico, nosso Senhor Jesus assinalou: "E, por se multiplicar a iniqidade, o amor se esfriar de quase todos" (Mateus 24:12). Nada mais factual ou de fcil aferio do que isso. O mundo est se tornando cada vez mais insensvel ao clamor dos fracos e desvalidos. Alguns escritores falam at de um certo "cansao" das pessoas, quase que em geral, de praticarem o bem e de se envolverem, desta forma, com os problemas e as causas dos pobres e desfavorecidos: "Muitos artigos e reportagens de televiso concernentes fome africana comentam a falta de reao pblica. Alguns editores de noticias nacionais insistem em que o mundo j est cansado de ouvir falar de africanos que morrem de fome. Dizem eles: "Parem de mostrar-nos fotos de crianas morrendo de fome. No queremos saber disso". Todavia, h algo terrivelmente errado quando pessoas que tm tanto mostram-se indiferentes diante das que tm to pouco".5

Deus condena esta indiferena ou insensibilidade social. Como a Bblia nos mostra, este foi um dos pecados capitais de Sodoma que atraiu sobre si os pesados juzos divinos: "Esta foi a maldade de Sodoma, tua irm: soberba, fartura de po, e abundncia de ociosidade teve ela e suas filhas; mas nunca amparou o pobre e o necessitado" (Ezequiel 16:49). Recentemente, um relatrio do Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) escancarou perante o mundo este quadro de desigualdades sociais mostrando que o fosso que separa os ricos dos pobres aumentou. Os 225 indivduos mais ricos do mundo, diziam as pesquisas, tm uma renda que soma mais de US$ 1 trilho, equivalente renda anual da metade mais pobre da populao mundial. As trs pessoas mais ricas do mundo possuem ativos que ultrapassam a soma do PIB de 48 pases pobres. Em contrapartida a esses dados, a grande revelao do relatrio a exploso do consumo. Segundo o PNUD, na Repblica da Coria compra-se duas vezes mais computadores do que na Noruega. O ndice de poupana est caindo em vrios pases, enquanto aumenta o ndice de endividamento dos consumidores. No Brasil, a dvida dos consumidores concentrada nas pessoas de baixa renda ultrapassa os US$ 6 bilhes. Nos EUA, a poupana dos consumidores se reduziu metade em 15 anos: 3,5% dos rendimentos. A prpria definio do que uma necessidade para a populao est mudando", diz o PNUD, tornando cada vez mais difcil discernir o que significa luxo. Nos anos 80, por exemplo, Brasil, Chile e Malsia tinham at trs vezes mais carros do que Frana, ustria ou Alemanha quando a populao destes pases tinha a mesma renda per capita, h 30 anos. De acordo com as pesquisas, neste mesmo perodo vendeu-se 500% mais aparelhos de TV na Amrica Latina, 1400% mais carros no Leste da sia e 400% mais rdios na frica. Segundo afirma o escritor Erich Fromm, "A atitude inerente no consumismo a de engolir o mundo todo. O consumidor a eterna criana de peito berrando pela mamadeira. ... Em resumo, consumir uma forma de ter, e talvez a mais importante da atual sociedade abastada industrial. Consumir apresenta qualidades ambguas: alivia a ansiedade... mas exige que se consuma cada vez mais, porque o consumo anterior logo perde a sua caracterstica de satisfazer. Os consumidores modernos podem identificar-se pela frmula: eu sou = o que tenho e o que consumo."6. O historiador francs e cientista poltico Alexis de Tocqueville fez um clebre comentrio sobre os Estados Unidos, dizendo que ele no conhecia "nenhum outro pas em que o amor pelo dinheiro fosse to forte no corao dos homens". O escritor Donald Olson ironiza: "O americano mdio est ocupado comprando coisas que ele no quer, com dinheiro que ele no tem, para impressionar pessoas de quem ele no gosta".7 Segundo a revista Fast Company, "entre 1970 e 1999, a renda da famlia mdia americana aumentou 16% (reajustado pela inflao), enquanto a percentagem de pessoas que se consideram muito felizes caiu de 36% para 29%. Somos mais bem remunerados, nos alimentamos melhor e desfrutamos uma qualidade educacional como nunca tivemos. Ainda assim, o ndice de divrcios dobrou, o de suicdios entre adolescentes triplicou e os casos de depresso cresceram nos ltimos trinta anos".8 John Maxwell, analisa esses dados e faz o seguinte comentrio: "A pesquisa moderna simplesmente confirma o que foi dito h aproximadamente dois mil anos pelo filsofo romano Sneca: "O dinheiro nunca fez ningum rico".9 Um fenmeno ligado ao aumento do consumo a publicidade: um americano, por exemplo, assiste a uma mdia de 150 mil anncios de televiso durante a sua vida. O mercado global de publicidade estimado em US$ 435 bilhes. A Colmbia o pas que mais gasta com publicidade, em relao ao PIB: 2,6% ou US$ 1,4 bilho. "A publicidade no vende produtos nem idias, mas um modelo falsificado e hipntico da felicidade. preciso seduzir o grande pblico com um modelo de existncia cujo padro exige uma renovao constante do guarda-roupa, dos mveis, televiso, carro, eletrodomsticos, brinquedos das crianas, todos os objetos do dia-a-dia. Mesmo que no sejam verdadeiramente teis", afirma Oliviero Toscani.10 Falando ainda sobre os milhes de crianas que vivem sob risco no mundo, o diretor do Comit de Lausanne para a Evangelizao Mundial, Tom Houston, informa que cerca de 250.000 crianas ficam cegas a cada ano por falta de uma plula de vitamina, que custa apenas alguns centavos, ou um punhado de hortalias todos os dias.

Outras 230.000 crianas contraem poliomielite (paralisia infantil) por falta de imunizao. Mais de 14 milhes de crianas morrem anualmente de doenas comuns e subnutrio. H, ainda, outras 100 milhes de crianas que vivem nas ruas e, como tais, so arrastadas para a prostituio infantil, o crime e outras formas de corrupo.

Presos s Futilidades.Enquanto essas coisas lamentveis acontecem, as pessoas, absortas na satisfao de seus caprichos pessoais, gastam milhes com produtos suprfluos. Como lembra Billy Graham: "Gastamos 15 bilhes de dlares anuais em frmulas de dietas, e 22 bilhes em cosmticos. Estes gastos, por si s, fariam a diferena entre a morte e a vida para as pessoas que esto morrendo de fome no mundo neste instante".11 Estes contrastes, levantados pelo famoso pregador em um de seus livros mais recentes, ficou mais evidente nas manchetes durante a festejada passagem do milnio: "EUA embarcam em onda de consumo extravagante", dizia um dos principais jornais brasileiros. O texto afirmava: "Se o leitor acordou hoje se perguntando como gastar em apenas trs horas aqueles US$ 98 mil que esto sobrando eis a soluo: a Zegrahm Space Voyages j est aceitando reservas para as primeiras excurses tursticas ao espao sideral, programadas para 2002. Ento o leitor no tem esse dinheiro e, mesmo que tivesse, no o gastaria num prazer to efmero? Nem todos pensam assim. Segundo Chris Ostendorf, porta-voz da Zegrahm, a empresa comeou a anunciar os tours em outubro e j tem 250 potenciais passageiros, 60 dos quais j fizeram um depsito de pelo menos US$ 5 mil. Entre eles, um brasileiro, que Ostendorf no diz quem ".12 A referida reportagem acrescenta: "O passeio da Zegrahm uma extravagncia, mas no um caso isolado. A elite americana vai para l de bem segundo o jornal USA Today, o nmero de milionrios dobrou em uma dcada, alcanando 3,1 milhes. Mas a ostentao considerada demod: o que d status no contar mais carros que o vizinho, e, sim, melhores histrias".13 Enquanto isso, de acordo com um relatrio do Fundo das Naes Unidas para a Populao (UNFPA), a cada minuto nascem 247 bebs no planeta a maioria na frica e sia e boa parte deles est destinada a ser pobre, analfabeta e ter uma expectativa de vida de apenas 55 anos [se chegarem a tanto]. Em contraposio, em pases como Japo e Noruega a expectativa de vida j chega aos 80 anos. Este quadro, e o muito mais que veremos nas pginas adiante, nos convida a uma reflexo e a uma tomada de posio. "Devemos arrepender-nos de nossa negligncia, pedir perdo a Deus e fazer o que nos for possvel. No podemos fazer tudo, mas podemos fazer alguma coisa! Tanto pelas suas aes quanto por Suas ordens, Cristo nos conclama a fazer o que estiver ao nosso alcance a fim de curar os doentes, alimentar os famintos e ajudar os que sofrem".14 Billy Graham lembra que "voc e eu fomos convocados no s para proclamar as boas novas da salvao de Cristo, mas para demonstrar Seu amor por todos quantos ainda sofrem necessidades".15 Isso soa plenamente de acordo com as boas novas dAquele que descreveu a Sua obra nas seguintes palavras: "O Esprito do Senhor est sobre Mim, porque o Senhor Me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-Me a curar os quebrantados de corao, a proclamar libertao aos cativos e a pr em liberdade os algemados" (Isaas 61:1). Se ns, cristos, queremos realmente fazer a diferena neste mundo, mister que as nossas aes sociais correspondam na ntegra s nossas palavras e declaraes de amor aos perdidos e sofredores. preciso que o sal saia do conforto inrcia, inutilidade do saleiro e comece a dar sabor s vidas afetadas pelas conseqncias do pecado. O mundo espera que ajamos desta forma. Fazer menos do que isso, negar o poder e a eficcia do Evangelho para transformar vidas e trazer dignidade s pessoas. No devemos ficar apenas na conversa, planejando e orando, como aquele religioso a quem uma mulher sem teto procurou em busca de auxlio. Ele muito sincero sem dvida, mas, tambm, muito ocupado e pouco prtico no exerccio de suas funes sacerdotais prometeu orar por ela. Mais tarde, a mulher escreveu este poema e o entregou a um dos diretores regionais da Misso Abrigo (Shelter): Eu tive fome, e tu formaste um grupo humanitrio para discutir a minha fome. Estive presa e tu te retiraste discretamente para a tua capela e oraste pela minha libertao. Estava nua e, na tua mente, questionaste a moralidade da minha aparncia.

Estive enferma e tu te ajoelhaste e agradeceste a Deus por tua sade. Estava desabrigada e tu me falaste do abrigo espiritual do amor de Deus. Estava solitria E tu me deixaste sozinha a fim de orar por mim. Parecias to santo, to prximo de Deus! Mas eu ainda estou com fome... e sozinha... e com frio.16 A Bblia nos revela claramente a essncia da religio crist: "A religio pura e sem mcula, para com o nosso Deus e Pai, esta: Visitar os rfos e as vivas nas suas tribulaes e a si mesmo guardarse incontaminado do mundo" (Tiago 1:27). Nosso Senhor Jesus deixou clara a responsabilidade social por parte de todos os Seus seguidores: "O Rei, respondendo, lhes dir: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes Meus pequeninos irmos, a Mim o fizestes" (Mateus 25:40). Sendo assim, torna-se impossvel dissociar a profisso da f crist do engajamento nas questes sociais que afetam os perdidos e sofredores. Como afirma Billy Graham: "Creio que para tocar no corao das pessoas que sofrem, num mundo cheio de males, precisamos tocar tambm na necessidade que elas tm de alimento e de abrigo. Nosso testemunho de amor por uma alma perdida deve andar de mos dadas com nosso interesse amoroso por um corpo moribundo. Fomos chamados por Deus a fim de levar a gua da vida tanto para a alma quanto para o corpo. Deus criou a ambos, e Seu propsito redimir a ambos".17 H um velho provrbio que afirma o seguinte: " melhor acender uma vela do que amaldioar a escurido". Isso significa que precisamos falar menos, e agir mais. Deus, com certeza, nos chamou para agir fazendo a nossa parte, continuando, sempre, na prtica do bem. "E no nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se no desfalecermos. Por isso, enquanto tivermos oportunidade, faamos o bem a todos; mas principalmente aos da famlia da f" (Glatas 6:9-10).