Janet Dailey - O Noivo Da Outra

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8/13/2019 Janet Dailey - O Noivo Da Outra http://slidepdf.com/reader/full/janet-dailey-o-noivo-da-outra 1/95 O Noivo da Outra (Dangerous Masquerade) Janet Dailey Não havia como se justificar: Laurie estava apaixonada por Rian Montgomery, o noivo de LaRaine, que, além de ser sua prima, era uma pessoa a quem Laurie devia muitos favores !ra, pois, uma ingratidão, um pecado aquele desejo de ter Rian para si, aquela louca  atr a"ão que ela sentia por ele e que  a atormentava como um pesadelo #lém do mais, Rian a despre$ava %laro, ela era apenas uma  garota inse  gura, não tinha a metade do encanto e da sofistica"ão de LaRaine Mas então, se Rian a detestava tan to, por que não parava de perse  gui&l a com aqueles olhos escuros, ch eios de promessas e de desejos' Copyright: JANET DA1LEY Título original: "DANGEROUS AS!UERADE" u#li$a%o original&'nt' '& 1()* p'la ill+ , -oon Lt%./ Lon%r'+/ 0nglat'rra Tra%u2o: 3ERA L4D0CE REYS Copyright para a língua portugu'+a: 1(51 ED0TORA ED0-OLSO LTDA.6 S2o aulo U&a '&pr'+a %o GRUO A-R0L Co&po+to ' i&pr'++o na+ o7i$ina+ %a A-R0L S.A. CULTURAL E 0NDUSTR0AL 8oto %a $apa: R099OL0 "RESS ED0TORA ED0-OLSO GRU"O A-R0L Digitalizado e revisado por:  ☺ Nξlm∆ ☺

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O Noivo da Outra(Dangerous Masquerade)

Janet Dailey

Não havia como se justificar: Laurie estava

apaixonada por Rian Montgomery, o noivo de

LaRaine, que, além de ser sua prima, era umapessoa a quem Laurie devia muitos favores !ra, pois,

uma ingratidão, um pecado aquele desejo de ter Rian

para si, aquela louca  atr a"ão que ela sentia por ele e

que  a atormentava como um pesadelo #lém do

mais, Rian a despre$ava %laro, ela era apenas uma

 garota inse  gura, não tinha a metade do encanto e dasofistica"ão de LaRaine Mas então, se Rian a detestava

tan to, por que não parava de perse  gui&l a com

aqueles olhos escuros, ch eios de promessas e de

desejos' 

Copyright: JANET DA1LEY

Título original: "DANGEROUS AS!UERADE"

u#li$a%o original&'nt' '& 1()* p'la ill+ , -oon Lt%./ Lon%r'+/ 0nglat'rra

Tra%u2o: 3ERA L4D0CE REYS

Copyright para a língua portugu'+a: 1(51ED0TORA ED0-OLSO LTDA.6 S2o aulo

U&a '&pr'+a %o GRUO A-R0LCo&po+to ' i&pr'++o na+ o7i$ina+ %a A-R0L S.A. CULTURAL E 0NDUSTR0AL

8oto %a $apa: R099OL0 "RESS

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CAPÍTULO I

O sol da tarde quase não conseguia atravessar a espessa névoa de poluição que

pairava como um estranho halo sore Los Angeles! a Cidade dos An"os# $mora %osse esse osigni%icado do nome! não havia nada de angelical no aspecto da cidade! com seu tr&nsitodesvairado e agressivo# O t'(i em que Laurie estava ia arindo caminho naquela con%usão deve)culos# O motorista *costurava* por entre os carros! tocando a u+ina! (ingando e dirigindotão velo+mente que Laurie a todo o momento se encolhia! prevendo uma colisão de queescapavam sempre por um tri+# Um outro motorista! en%urecido! %e+ um gesto malcriado porter levado uma *%echada*#

Laurie encolheu,se ainda mais no cantinho do anco e %ingiu não ter visto# -aia quenunca conseguiria dirigir com tal agressividade e pensava tamém que sua prima La.aineen%rentaria em essa situação#

Ao pensar em La.aine! Laurie não p/de reprimir um suspiro de des&nimo e cansaço#Laurie %icara de voltar para casa antes do meio,dia# -ua temperamental priminha %icaria %uriosacom ela# 0ão importava que ela tivesse %icado a"udando tia Carne! a mãe de La.aine! napreparação do a+ar ene%icente que ela costumava organi+ar todo ano! como tamém nãoimportava que a tia tivesse o%erecido seus préstimos como datilogra%a aos organi+adores doa+ar! sem ao menos consult',la# A tia simplesmente insinuara a Laurie! de um modo %erino!que "' estava na hora dela retriuir com o que aprendera no curso de secret'ria#

Uma onda de ressentimento invadiu Laurie# Os pais dela haviam morrido numdesastre de autom1vel quando ela estava com apenas sete anos# Como a mãe não tinha

nenhum parente! Paul! o irmão do pai! %oi quem %icou com Laurie# $la gostava muito do tioPaul# que achava em parecido com seu pai# Poderia ter sido uma oa solução ir morar comele! a esposa Carrie e La.aine! a %ilha 2nica do casal! que era apenas nove meses mais moçado que Laurie# Poderia ter sido se não %osse o %ato do tio estar totalmente asorvido em seutraalho e a tia Carrie preocupar,se 2nica e e(clusivamente com sua %ilha 2nica! a quem viviacorindo de mimos#

Apesar de ter s1 sete anos! Laurie era uma menina sens)vel e inteligente e logoperceeu que o mundo dos tios girava em torno de La.aine# Lemrou,se das %estas do tempode criança! das ocasi3es em que a tia gostava de e(iir a %ilha e contar as proe+as para as amigas!orgulhando,se toda ao ouvir os elogios# 4uase sempre tia Carrie se esquecia de %alar de Laurie e!

quando o %a+ia! usava a e(pressão *nossa pequena 1r%ã*# 0ão que isso %osse uma o%ensa!mas como ela "' estava carente e insegura por ter perdido o a%eto dos pais! a lemrançaconstante de seu status era como me(er numa %erida! magoava,a mais ainda# Assim! Laurieacaou se resignando a %icar sempre em segundo plano! apagada e t)mida! enquanto a prima!segura e cheia de vivacidade! era o centro de todas as atenç3es#

$mora tivesse %req5entado as mesmas escolas que La.aine! tivesse um quartotão onito quanto o dela! e aparentemente %osse tratada como um memro da %am)lia! Laurienão via a hora de terminar o gin'sio para entrar num curso de secret'ria# 6atriculou,se!mesmo contra a vontade dos tios! usando o que lhe restava do dinheiro que seu pai lhe dei(ara#Pretendia ter uma pro%issão! um meio de ganhar a vida! para não precisar depender da caridade

dos tios#

7urante alguns poucos meses tudo correu em e ela ganhou algum dinheiro! mas

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logo La.aine terminou os estudos e resolveu %a+er uma viagem ao 8a9aii# $la "' era adulta enão tinha caimento que os pais a acompanhassem# 6as! como eles estavam preocupados porela querer via"ar so+inha! impuseram a condição de que Laurie %osse com ela# Laurie esoçouum t)mido protesto! relutante em dei(ar o posto de datilogra%a na grande %irma em que arran"araemprego# -aia que seria di%)cil arran"ar outro emprego tão om quanto aquele! mas o olhar que

a tia lhe lançou di+ia claramente que Laurie lhes devia aquela retriuição# A%inal! eles a tinhamcriado### e Laurie acaou se rendendo! curvando,se ao "ugo da gratidão %orçada#

7epois da viagem ao 8a9aii! surgiu outra e no %im La.aine acaou e(igindo que ospais lhe dessem um apartamento para morar so+inha# Os pais cederam! mas e(igiram queLaurie %osse morar com ela# 4ualquer tentativa de Laurie se reelar contra a decisão era logodesencora"ada pelo mesmo olhar de reprovação da tia! lemrando,a de que devia gratidãoeterna! além do coment'rio *voc: é que é %eli+ de não precisar pagar aluguel para morar*! queprovocava em Laurie um sorriso amargo# $la era a dama de companhia da prima! su"eita aoscaprichos dela e da tia# $stava com vinte e um anos e não tinha vida pr1pria! nem amigos#

; Chegamos! dona; disse o motorista do t'(i por sore o omro#Laurie voltou ao presente num soressalto e perceeu que o t'(i estava parado diante

do lu(uoso edi%)cio onde %icava o apartamento delas# Olhou de relance para o ta()metro ereme(eu na olsa! procurando o dinheiro# Pagou o motorista e! perceendo pela e(pressão deleque não estava satis%eito com a gor"eta! acrescentou mais uma nota# $le esperou impaciente queLaurie achasse o trinco! arisse a porta e descesse murmurando um t)mido *muito origada*!que %icou sem resposta#

0o saguão de entrada! ricamente decorado com vasos de %olhagens! o porteirocumprimentou Laurie com simpatia#

; <oa tarde! -rta# $vans#

; <oa tarde! -r# =arer# Tudo em ho"e>; respondeu ela no mesmo tom amig'vel#

; Tudo em! sim senhora#

; $stou atrasad)ssima; disse ela! %a+endo uma careta travessa que revelou as duascovinhas nas suas %aces#; 6inha prima esperava que eu voltasse antes do meio,dia e "' sãoquase tr:s horas?

; Parece que sua prima não est'# $la saiu mais ou menos uma hora depois da senhora

ho"e de manhã e tenho quase certe+a de que ainda não voltou#Isso signi%icava que então nada tinha sido %eito depois que Laurie sa)ra# $ agora! como

estava chegando antes da prima! tudo cairia sore seus omros# 7eu um suspiro de resignaçãoe encaminhou,se para o elevador#

Ao arir a porta do apartamento! Laurie repeliu um sentimento de autopiedade aoconstatar que estava com dor nas costas por ter %icado escrevendo a m'quina por quase seishoras consecutivas# A%inal! seu %uturo não era tão desesperador# 8avia um certo alento# La.aineestava para casar dali a quatro meses e isso queria di+er que ela! Laurie! estaria livre de todas asorigaç3es! livre para viver sua vida como em entendesse# $ntretanto! Laurie saia que ospr1(imos meses seriam atare%ad)ssimos#

A sala estava cheia de roupas espalhadas pelo so%'! poltronas! mesas e cadeiras# $sse erao método e(travagante de La.aine escolher um tra"e para sair# Tamém não dei(ara nenhum

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ilhete di+endo aonde %ora nem quando voltaria! isso era t)pico dela# A prima suspirou! olhandoaquela agunça toda! e começou a pensar no noivado da prima e como as coisas tinhamacontecido#

 Tudo tinha começado h' uns dois meses! quando La.aine compareceu a mais

uma das elegantes recepç3es de 8oll@9ood! acalentando secretamente uma esperançain%antil de ser *descoerta* e tomar,se uma atri+ %amosa# Laurie "amais ia a essas %estas# Aqueleclima arti%icial de super%icialidades e alegria %orçada dei(ava,a revoltada e ela não se sentia emnesses amientes! por isso não ia# 0aquela noite La.aine chegou mais cedo que de costume eLaurie ainda estava acordada# A prima irrompeu apartamento adentro toda eu%1rica! um rilhocalculista nos olhos castanhos#

; Acaei de conhecer o homem com quem vou me casar?; anunciou elateatralmente#

Laurie espantou,se! pois estava acostumada com a indi%erença da prima em relação

aos mais ardentes admiradores! e não levou a coisa a sério#; 0ão ria! eu não estou rincando; disse La.aine! com um sorriso malicioso#;

Um homem desses s1 se encontra um na vida e eu quero que ele se"a meu?

; que não posso acreditar que voc: tenha se apai(onado por um homem queacaou de encontrar e ainda nem conhece direito#

; Ah! eu não me apai(onei! é claro! mas sem d2vida ele tem tudo para que issoaconteça; disse La.aine! largando o casaco no encosto do so%' antes de aninhar,se entre asalmo%adas#

; O que voc: est' di+endo não tem o menor sentido#; 0ão tem! é>; retrucou a prima! presunçosa#; $spere s1 para ver#

La.aine recusou,se a entrar em maiores detalhes! pre%erindo dei(ar o assunto envoltoem mistério# 0a manhã seguinte entregaram no apartamento uma d2+ia de rosas vermelhascom um cartão sem assinatura! convidando,a para "antar# 0a hora marcada para o encontrosurpreendentemente La.aine "' estava pronta e! quando tocaram a campainha! ela %oi logoatender e saiu! evitando apresentar a Laurie o misterioso admirador# 7epois daquela noite! todosos dias chegavam %lores! sempre rosas vermelhas! acompanhadas de cart3es com a mesmaletra %irme e decidida# 6as os cart3es nunca eram assinados e nem tra+iam ardentes

declaraç3es de amor# As mensagens eram claras e concisas! agradecendo a companhia deLa.aine e cominando um pr1(imo encontro#

Os dois "' estavam saindo "untos h' umas duas semanas quando Laurie conheceupor acaso o homem que se tornara o centro do universo da prima#

 Tinha acaado de lavar a caeça e enrolara os caelos numa toalha enquantopassava um creme de limpe+a no rosto# 0esse momento a campainha tocou e ela!pensando que La.aine havia esquecido a chave! %oi resmungando arir a porta#

4uando se deparou com um homem alto e imponente parado no umral! %icouoquiaerta e sem ação# $le era elegante e em vestido! com um terno cin+a impec'vel que

realçava os omros largos e o corpo esguio#

Os caelos eram negros e penteados para tr's! emoldurando um rosto moreno e

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ron+eado de traços aristocr'ticos e arrogantes# Os olhos eram escuros e o desenho da ocainsinuava uma certa impiedade#

$la %icou constrangida e tentou a"eitar o roupão vermelho que usava#

; 4uem### quem é o senhor>; perguntou nervosa! com vontade de ater a portana cara dele#

$le ergueu as sorancelhas e contemplou,a com um olhar +ometeiro#

; A -rta# $vans não est'>; perguntou ele com vo+ grave! num tom ai(o masautorit'rio de quem est' acostumado a dar ordens e ser oedecido#

; La.aine>; perguntou ela tolamente e depois acrescentou depressa#

; 0ão! não! ela não est' no momento# 4uer dei(ar recado>

$le contemplou de alto a ai(o a %igura desarrumada de Laurie#

; Boc: é a prima dela! não é>

$la corou e %icou tão sem "eito que nem p/de responder! apenas %e+ que sim com acaeça#

; 4uer %a+er o %avor de di+er a ela que eu vim me desculpar por não poder ir aonosso encontro de ho"e noite>; reme(eu no olso de dentro do palet1 e pegou um esto"o develudo verde! estreito e longo! que entregou a Laurie! %alando num tom ligeiramente c)nico#;Um presentinho para a -rta# $vans#

-1 nesse momento é que ocorreu a Laurie que esse devia ser o misterioso admirador daprima! misterioso para ela pelo menos! que nunca o tinha visto até então# La.aine havia %eitov'rias insinuaç3es de que o homem era milion'rio! além de muito onito# Laurie não o estavaachando onito! emora não pudesse negar que era um tipo de chamar atenção! realmenteirresist)vel# Um tipo m'sculo! sem d2vida! mas com e(pressão dura demais e um tantoimplac'vel para ser considerado onito# Contudo! possu)a um %orte magnetismo# 6as não era otipo que Laurie escolheria para marido! amante ou mesmo amigo# Tamém! longe dela teresse homem como inimigo! pois era per%eitamente vis)vel que ele seria dos mais perigosos#

O caro esto"o de "1ia parecia queimar,lhe as mãos e Laurie tratou de devolv:,lo depressa#

; melhor entregar a ela pessoalmente senhor### senhor### ah###

; 6ontgomer@; completou ele com suavidade! inclinando de leve a caeça;.ian 6ontgomer@#

O nome era vagamente %amiliar! mas con%usa como Laurie estava! não conseguialemrar de onde o conhecia# $le sorriu de um "eito c)nico e recusou,se a aceitar de volta o esto"ode veludo#

; Acho que não %ar' di%erença para La.aine receer o presente de mim ou atravésde voc:; disse ele ;! portanto não vamos perder tempo discutindo isso# $stou com pressa#Por %avor! transmita a ela o meu recado e; ele apontou para a cai(a da "1ia! dei(ando ver sua

mão elegante e morena de dedos longos e %inos; entregue o presentinho#Com essas palavras ele se virou e encaminhou,se para o elevador# Laurie %icou parada

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na porta! olhando perple(a para ele# 7uas horas mais tarde La.aine chegou e %icou %uriosaquando soue que .ian tinha estado l'! mas assim que Laurie entregou a ela a cai(a! ela seacalmou# 0em mesmo prestou atenção prima! que lhe di+ia ter %icado com receio de que elapre%erisse receer o presente diretamente dele# Ariu a cai(a e deu um gritinho de alegria ao vera pulseira de ouro en%eitada com rilhantes e ruis#

; 4ue di%erença %a+ quem me entrega>; disse ela! colocando a pulseira no raço eadmirando,a na lu+#; O importante é que se"a um presente dele#

$ra e(atamente o que ele havia dito# Laurie! entretanto! não concordava# $la teriapre%erido receer o presente de quem o estava dando! principalmente um presente daqueles?Ali's! pensando em! ela nem teria aceitado uma coisa assim tão cara#

; $! então! o que achou de .ian>; perguntou La.aine! analisando a e(pressão daprima#

Laurie não podia di+er o que tinha achado de verdade! porque saia que La.aine nãoia gostar# .espondeu com uma evasiva#

; $le é um pouco mais velho do que eu imaginava#

; $le não é velho! tem s1 trinta e seis anos?; respondeu a prima com desdém evoltou a admirar a pulseira#; $! depois! ele é rico! poderoso e astante %amoso# 0ão h' umas1 mulher que não desse tudo para se casar com ele?

Laurie pensou que ela era uma! mas não disse nada# 4ueria para marido um homemgentil! terno e meigo e não um dominador e autorit'rio! acostumado a impor suasvontades#

; 4uem é ele! a%inal>; perguntou! sem ter ainda conseguido lemrar onde "'ouvira o nome dele#

La.aine riu! um riso gutural e se(@! muito em estudado para agradar aos ouvidos enão para e(pressar graça#

; Arr! Laurie? Como pode ser tão ignorante assim> .ian 6ontgomer@ é propriet'rioda cadeia de hotéis 7ri%t9ood! além de v'rias outras coisas#

Imediatamente ela se lemrou do artigo que lera no "ornal outro dia! anunciando achegada de .ian 6ontgomer@ cidade! depois de ter aerto mais um de seus hotéis no

6é(ico e di+endo que ele estava em negociaç3es para construir um outro na América do-ul# Lemrou,se tamém que ele era muito conhecido pelo seu "eito impiedoso e rude delidar com as pessoas e por sua inconst&ncia com as mulheres# $ntretanto! sempre escolhia asmais elas! ao lado das quais era constantemente %otogra%ado#

Ao saer que era ele o homem que a prima pretendia levar ao altar! ela duvidou que ocasamento sa)sse# 0as semanas que se seguiram houve mais presentes! cada ve+ maiscaros! mais encontros com La.aine e mais um encontro casual com Laurie! em que .ianpraticamente a ignorou# 7epois! a%inal! h' quase uma semana! a surpreendente not)cia de queLa.aine e .ian estavam noivos#

Laurie não p/de dei(ar de achar que a prima estava cometendo um terr)vel engano#0o dia seguinte ao do noivado! La.aine "' estava com um mau humor tão grande quenem mesmo o anel de sa%ira com diamantes que ganhou conseguiu aplacar sua %2ria! porque

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.ian se recusara a dar pulicidade ao compromisso selado entre eles# $ "ustamente o queLa.aine mais queria era ser o alvo de atenç3es e coment'rios# Laurie! entretanto! perceeu que.ian não era o tipo de homem que se dei(ava impressionar por cenas temperamentais oupor l'grimas de mulher e La.aine acaou tendo que ceder vontade dele# 7epois teve outroacesso de raiva! dessa ve+ na aus:ncia dele! quando ele lhe pediu! h' dois dias! que ela %osse

visitar a tia dele em 6oile! no Alaama! enquanto ele ia tratar de neg1cios na América do -ul#Laurie tinha uma ligeira descon%iança de que .ian achava que se La.aine %icasse so+inha ali! iaacaar espalhando a not)cia do noivado# 0a %rente dele La.aine não disse nada! concordoucalmamente com o pedido! mas assim que ele saiu %e+ um esc&ndalo! gritando para Laurieque era uma in"ustiça e que não era direito %a+er aquilo#

.ian tinha partido para a América do -ul na véspera e La.aine estava com apassagem de avião para 6oile comprada para o dia seguinte tarde# Laurie olhou oamontoado de roupas que a prima estava selecionando para levar nas malas e suspirou# Ia%icar tudo amarrotado# Com paci:ncia! começou a dorar peça por peça! empilhando tudo emordem para que %osse depois colocado na mala#

$stava acaando a arrumação quando La.aine ariu a porta da rua com um gestoimpetuoso e apareceu na sala! os olhos negros rilhando de eu%oria e os l'ios ruros arindo,senum sorriso largo# $ra tão cheia de vida! virante e sensual! que Laurie sempre se sentia apagadaperto dela# $m todos os lugares! por mais cheios que estivessem! assim que La.aine entravatodos os olhares se voltavam para ela! atra)dos como mariposas pela lu+#

; Boc: nem imagina o que aconteceu? A coisa mais maravilhosa do mundo?;disse La.aine rodopiando pela sala como se estivesse dançando! seus lindos caelos negrosalançando com suavidade sore os omros e a saia rodada %lutuando no ar! mostrando asco(as em,%eitas#; %ant'stico? $spetacular?

; O que %oi que aconteceu> Pu(a vida! quanta alegria?; disse Laurie! %ascinada pelavivacidade da prima#

La.aine a%inal parou e %icou em sil:ncio alguns instantes para criar suspense! depoisanunciou! en%'tica#

; Bou %a+er um %ilme?

Laurie %icou oquiaerta %itando a prima com olhar incrédulo! depois omardeou,ade perguntas#

; O que voc: disse> -er' que entendi em> 4ue %ilme é esse> Com %oi isso>; Ted Lamert! o diretor! me o%ereceu um papel ho"e?; Os olhos dela rilhavam de

%elicidade#; $ncontrei com ele na %esta em que %ui com .ian a semana passada# 8o"e ele mechamou para %a+er um teste e eu %ui aprovada? Consegui o papel?; Por um instante toda aso%isticação aandonou La.aine e ela se araçava com uma alegria in%antil#; O papel nãoé tão pequeno# Tenho que decorar vinte p'ginas de %ala? Ah### eu sempre sonhei com isso?

; 4uando vai ser isso> Onde vai ser a %ilmagem> 4uando começa>

; Laurie estava at/nita! mal podia pensar direito#

; Tenho hora marcada para o teste de vestu'rio amanhã# -erei uma princesa russada época dos C+ares# In%eli+mente todas as minhas cenas serão %ilmadas no est2dio# 4ue a+ar?

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Laurie olhou para o vestido da prima! que ainda estava segurando! e depois paraLa.aine com apreensão#

; 6as! amanhã voc: deveria emarcar para 6oile para visitar a tia de .ian#

La.aine virou,se de costas#

; ! eu sei###; murmurou! perdendo o entusiasmo# $m seguida virou,se de novonum gesto r'pido e %itou a prima com um olhar de apelo nos olhos castanhos#; Laurie! comoé que vou %a+er> Traalhar no cinema é a coisa que eu mais dese"o! desde criança# $ umaoportunidade de ouro e eu não posso perd:,la? Ted disse que o papel cai como uma luva paramim?

; Tele%one para .ian e e(plique o que houve# Convença,o a adiar sua visita tia dele#

La.aine %e+ eicinho#

; $u não sei onde ele est'# $! mesmo que souesse###; ela olhou para Lauriepedindo compreensão#; Boc: sae! .ian### ah### eu acho que ele não ia aprovar### voc: saecomo ele é autorit'rio! s ve+es# Tenho certe+a de que ele não vai gostar de saer que eu vou%ilmar# 6as! Laurie! eu quero tanto?; Os olhos dela se encheram de l'grimas#; -e### se aomenos houvesse um "eito de eu conseguir %a+er esse %ilme? 4ueria reali+ar esse sonho que sempretive antes de### de me casar#

; 7eve haver algum modo; murmurou Laurie! comovida com a a%lição da prima#

; Ted disse que as minhas cenas vão ser %ilmadas logo! porque vão %ilmar primeiro asseq5:ncias de est2dio# 0ão vai levar nem tr:s semanas###

; La.aine %alava como se estivesse pensando alto#; O mesmo tempo que eu%icaria com a tia de .ian#

; Por que voc: não tele%ona para ela e e(plica a situação>

; Para ela ir correndo contar a .ian> 0ão! a) sim é que ele ia %icar %urioso comigo#;La.aine suspirou! desanimada#; Tamém não poderia inventar que %iquei doente! comuma gripe ou qualquer coisa assim### -e .ian %icasse saendo ia resolver vir até aqui! para me ver#

Laurie %icou sinceramente tocada com a triste+a da prima#

; $ntão parece que não h' outra solução a não ser recusar o papel e ir visitar a tia de.ian! con%orme estava programado; concluiu! melanc1lica#

; -1 que tem um prolemaD eu "' assinei o contrato para %ilmar#; $la se me(eu noso%' provocando um %ar%alhar do vestido de chi%%on!; -e eu não cumprir os termos! oest2dio pode me processar e papai tamém ser' pre"udicado#

; Ah! La.aine! essa não? Por que %e+ isso> Por que assinou assim! sem ao menosre%letir sore o que estava %a+endo> Boc: se meteu numa terr)vel encrenca e a sua %am)liatamém?

; Boc: tem que entender###; disse La.aine! inclinando,se para %rente e %itando a

prima com olhar s2plice#; $u %iquei tão entusiasmada por ter sido escolhida para o papel quenão pensei em mais nada# 4uando vi! "' havia assinado o contrato# -er' que voc: entendemeu dilema> $u não quero perder .ian! pre"udicar nosso noivado### e tamém não quero

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causar prolemas para meus pais# E' pensou se o est2dio me processa>?

Como se isso tudo %osse demais para ela! La.aine começou a chorar! mas logodepois das primeiras l'grimas parou e encarou Laurie com um olhar de determinação#

; Agora não adianta autopiedade; disse ela com %irme+a#; $u sei que me metinessa encrenca so+inha! a culpa é toda minha! e não é "usto pedir que voc: me a"ude a sairdisso! agora# 6as acho que! pensando "untas! talve+ pudéssemos achar uma solução###

Laurie sorriu com compreensão mas %e+ um gesto desolado! como se não tivesse amenor idéia do que sugerir# La.aine ergueu,se e %oi até a ampla "anela que dominava a sala#

; O que eu precisava mesmo era me partir em duas; disse ela por sore oomro! em tom de rincadeira; assim uma metade poderia ir para 6oile e a outra poderia%a+er o %ilme#

; -eria o ideal se %osse poss)vel?; disse Laurie rindo para querar a tensão que

pairava no ar#7e repente La.aine virou,se! o rosto luminoso! os olhos rilhantes#

; Acho que "' sei como podemos %a+er isso? claro que podemos?; disse ela deum s1 %/lego#

; 7e que "eito> Boc: %icou maluca>?

La.aine a%astou,se da "anela! correu para a prima e segurou as mãos dela tentandotransmitir,lhe a mesma eu%oria#

; simples! voc: toma o meu lugar?; 0os olhos castanhos de La.aine rincavaum rilho maroto enquanto que os olhos a+uis de Laurie estavam arregalados! re%letindoperple(idade#; -ei que parece esquisito e até imposs)vel! mas pode dar certo? Ali's! tenhocerte+a de que dar' certo?

; 4uer di+er que eu devo ir para 6oile no seu lugar>?; Laurie engoliu em seco#

; tão simples? Como não pensamos nisso antes> A tia dele não me conhece!não tem a menor idéia de como eu sou# -1 sae que eu sou morena e voc: tamém temcaelo escuro# $la não vir' para o casamento e é por isso que .ian quer que eu v' conhec:,laagora# Portanto! não h' prolema quanto a isso#

; 6as .ian vai %icar saendo do %ilme? Isso voc: não vai poder esconder dele?

; Ah! depois eu digo para ele que %i+ o %ilme antes de %icarmos noivos# Boc: saequanto demora para %ilmar! montar e distriuir para os cinemas# 4uando ele descorir n1s "'estaremos casados e isso não ter' mais import&ncia! porque ser' algo do meu passado# Por%avor! Laurie! voc: precisa %a+er isso### se não por mim! pelo menos por papai?

Laurie saia que ia ceder! render,se mais uma ve+ ao h'ito de sacri%icar seus dese"os eopini3es para mostrar sua gratidão s pessoas que a tinham criado# Contudo a perspectiva de%a+er o papel da prima era assustadora e ela ainda tentou uma %raca o"eção#

; $ se eu esquecer de responder quando a tia dele me chamar de La.aine> $ se euder algum %ora>

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; 7iga a ela que seu apelido é Laurie? $la vai acreditar! a%inal não é muito di%erente deLa.aine#

; 0ão estou gostando nada dessa hist1ria###

; Boc: tem alguma sugestão melhor>?

Como não tinha! ela %icou calada e! emora não dissesse que concordava! La.ainetomou o sil:ncio dela como consentimento e não perdeu tempo em p/r o plano em ação#$nquanto arrumavam as malas de Laurie! La.aine tentava convencer sua prima de que seriadivertido! seria uma aventura# 6as Laurie %icava gelada s1 de pensar no que aconteceriaquando .ian descorisse! e re+ava para que ele não descorisse#

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CAPÍTULO II

Até o momento de emarcar! Laurie %icou na e(pectativa de que surgisse outra

solução! mas nada se alterou e o avião levantou v/o para 6oile! no Alaama! com elarepresentando o papel da prima! La.aine $vans!

0o %im da tarde! quando o avião se preparava para pousar! sorevoando as 'guasa+uis do Fol%o do 6é(ico que rilhavam com os 2ltimos raios de sol! Laurie apertou o cinto desegurança e passou a mão pelos caelos! para se certi%icar de que o coque não haviadesmanchado# 8avia escolhido seu tra"e mais so%isticado para en%rentar o desa%io com segurança#A"eitou o lenço que cominava com o estampado da lusa de seda de seu tailleur# As %eiç3es deseu rosto oval estavam serenas e contidas! a não ser pelos olhos a+uis que re%letiam uma certaansiedade#

Laurie saia que a estariam esperando no aeroporto# Assim que desemarcou! %icouesperando chamarem o nome da prima pelo alto,%alante enquanto repetia para si que tudo iadar certo! numa tentativa de a%astar a apreensão que lhe dava uma secura na garganta# Bera6anning! a tia de .ian! nunca vira La.aine nem em %otogra%ia! por isso poderia per%eitamentese convencer com a representação de Laurie#

As mãos dela estavam suadas de nervosismo enquanto oservava os outrospassageiros! seus companheiros de viagem! encontrarem,se com os amigos e parentes queesperavam por eles# -eguiu para a sala de retirar agagens! sempre com o ouvido atento ao alto,%alante# $ nada de anunciarem o nome da prima? -entiu uma vontade louca de pegar oprimeiro avião e voltar para Los Angeles# -entia repulsa cada ve+ que lemrava que ia enganar

uma senhora idosa! %ingindo ser a noiva de .ian#Pouco depois o con"unto de malas vermelhas de La.aine "' estava ao lado de Laurie# O

anel de noivado lhe pesava no dedo e a sa%ira parecia acus',la da %arsa# O que %aria agora> Olhouem redor! a%lita# 0inguém %ora esper',la# Laurie não tinha o endereço da tia de .ian! s1 saia que sechamava Bera 6anning# O plano ia %alhar#

; Com licença! senhorita###

-entiu tocarem em seu omro! virou,se num soressalto e deu com um "ovem alto!de caelos loiros e pele ron+eada! que lhe sorria# Olhou para aquele rosto onito com e(pressãode susto#

; Por acaso se chama La.aine $vans>

Laurie %icou paralisada de medo! a vo+ nem lhe sa)a da garganta# Aqueles olhoscastanhos %i(os nela pareciam estar desmascarando,a! descorindo a %arsa# $ ela apenas %e+ quesim com a caeça! num gesto hesitante#

; Ah! que al)vio? Ainda em?; ele riu e estendeu a mão para cumpriment',la#; $usou Colin 8art%ord# Bera 6anning pediu,me que viesse uscar voc: no aeroporto! mas eu%iquei preso no tr&nsito e quando cheguei aqui os passageiros de seu avião "' haviamdesemarcado; desculpou,se ele com muito charme e cortesia#; $u ia pedir para chamarem

voc: pelo alto,%alante quando a vi parada aqui! com esse "eito tão###; o olhar dele percorreu,acom admiração; desamparado! como se estivesse perdida#

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$la corou! sentindo a consci:ncia pesada# -aia que se %osse La.aine não teriae(pressão de desamparo e sim de impaci:ncia e raiva por terem,na %eito esperar# Ao v:,laenruescer! um rilho de satis%ação acendeu no olhar de Colin# $le gostava de coisas raras e elas econstatou de imediato que estava diante de uma pessoa assim#

; $stas são as suas malas>; perguntou ele! delicadamente desviando o olhar#; -ão; respondeu Laurie sem "eito! imaginando se ele estaria achando muita

agagem para apenas duas semanas de visita# 6as %ora La.aine quem supervisionara aarrumação das malas! dando palpite na escolha dos tra"es e até incluindo algumas de suasroupas#; que### é preciso estar preparada para qualquer circunst&ncia; desculpou,se elacom um sorriso nervoso#; 0unca se sae como vai estar o clima#

; Boc: vai achar o clima por aqui em suave#; Colin sorriu e %e+ sinal a umcarregador para que levasse as malas#; 6eu carro est' l' %ora! em em %rente#

$le colocou a mão de leve nas costas dela! numa atitude gentil! condu+indo,a para asa)da! até um Thunderird dourado que estava estacionado logo ali# Laurie %icoucontemplando Colin enquanto ele esperava o carregador colocar a agagem no porta,malasdo carro# Agora que passara no primeiro teste da %arsa! sentia,se menos tensa e mais vontade#Até conseguiu sorrir quando Colin a"udou,a a entrar no carro! antes de ir sentar,se ao volante#

; A casa da -ra# 6anning é muito longe>; perguntou ela#

; Alguns quil/metros da cidade; respondeu ele com vo+ suave enquanto ligavao motor e manorava o carro para %ora do estacionamento# Antes de sair! olhou,a de relance#; Boc: logo vai ver que ela pre%ere ser tratada por Bera e não por -ra# 6anning! isso a %a+parecer mais velha# 4ualquer re%er:ncia idade é um assunto delicado# Com ela! não h' meio

termoD ou ela gosta da pessoa e d' essa intimidade ou corta de cara qualquer relacionamento#

Laurie %icou mais apreensiva ainda# -er' que essa tia de .ian era tão prepotente quantoele>

; Boc: a conhece h' muito tempo>; perguntou Laurie#

; -omos vi+inhos# A propriedade de meu pai é ao lado da dela e ela me pediu parair uscar voc: no aeroporto# Bera não gosta de multid3es e lugares muito movimentados! porisso não %oi esper',la pessoalmente! mas est' ansiosa para conhec:,la! La.aine# Posso cham',la assim! não é>

Laurie gostou do "eito meigo dele# A vo+ grave e lenta era um 'lsamo para seus nervostensos#

; 6eus amigos costumam me chamar de Laurie###

; $ntão %icaria encantado se pudesse cham',la de Laurie! tamém# $ voc: pode mechamar de Colin#

; $st' em### Colin#; Pela primeira ve+ um sorriso sincero iluminou o rosto dela#

; -ae de uma coisa>; disse ele! prestando atenção estrada#; 6eu pai e eu

%i+emos uma aposta para adivinhar como voc: seria#; $la arregalou os olhos e ele riu#; !voc: tem sido assunto de conversas e motivo de curiosidade desde que o grande .iananunciou que estava noivo# Bera sempre pensou que ele nunca se casaria#

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Laurie apertava as mãos no colo! tentando aparentar calma! emora %icasseperturada cada ve+ que ouvia o nome de .ian# =a+ia es%orço para se acostumar e controlarseu desagrado! pois saia que nos pr1(imos dias seu nome seria associado ao dele com%req5:ncia#

; -er' que eu correspondi s e(pectativas>; $u disse que voc: devia ser uma mulher onita e temperamental! com uma

sensualidade irresist)vel#; Os olhos dele sorriram enquanto Laurie pensou que ele acertaraem cheio na descrição de La.aine#; 6eu pai! por sua ve+! disse que voc: devia ser uma mulhercalma e reservada! sumetendo,se documente aos caprichos de .ian###

; Como um carneirinho; completou Laurie! olhando para %ora e pensando que elaera assim em relação prima! sempre cedendo aos caprichos dela# 6as saia que "amais seriaassim em relação a .ian# -orriu diante da ironia da situação# $la %ingindo ser a noiva de umhomem que achava antip'tico e prepotente?

; Boc: não parece um carneirinho; disse Colin! interrompendo o curso de seuspensamentos#; Parece! isso sim! uma ela 6adonna de pinturas cl'ssicas com um levetoque de 6ona Lisa! uma estranha mistura de serenidade e sensualidade# Creio que tanto meupai quanto eu acertamos em parte e erramos em parte#

A sinceridade com que ele %e+ o elogio desconcertou Laurie# $la estava acostumada a secomparar a La.aine e considerar,se uma p'lida somra! em relação %igura e(uerante daprima# Todos os homens que elas conheciam logo se sentiam atra)dos por La.aine e ela %icavasempre em segundo plano e isso a magoava um ocado#

; $u sei que est' querendo ser gentil! mas não precisa e(agerar; protestou

timidamente! pensando em suas p'lidas qualidades#

; Tamém não precisa ser tão modesta! emora eu ache que um pouco demodéstia é sempre uma virtude; disse ele com delicade+a#; $sse anel no seu dedo é umacon%irmação do que eu disse! além de esclarecer mais um mistério#

; 4ue mistério>; disse ela pensando em mudar de assunto! pois "' estava sem "eitocom os elogios que "ulgava imerecidos#

; Boc: deve saer que os pais de .ian morreram quando ele era adolescente# $le %oicriado pelo av/ e por Bera# 4uando o av/ morreu! h' de+ anos! Bera se tomou a deposit'ria das

 "1ias da %am)lia#; -em saer! Colin estava %ornecendo detalhes a respeito de .ian que nem elanem La.aine saiam#; 4uando .ian esteve aqui h' algumas semanas para escolher um anelda coleção de "1ias da %am)lia! Bera estranhou que ele tivesse escolhido esse de sa%ira em ve+ dotradicional solit'rio de rilhante! e ele respondeu que esse seria mais apropriado para sua noiva#Como sempre! .ian tinha ra+ão#

; Por que di+ isso> 0ão estou entendendo###

Colin olhou de relance para o rosto dela e depois para o anel#

; Porque nenhuma outra "1ia cominaria tão em com o maravilhoso tom de a+uldos seus olhos#; $le sorriu#; Agora estou vendo como conseguiu en%eitiçar .ian! que nunca

se prendeu por ninguém até ho"e#

Laurie estava se sentindo vil e indigna por estar representando aquela %arsa e enganando

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Colin daquele "eito# $ La.aine que dissera que seria divertido? Uma rincadeirinha inocente? Poissim?

; Ainda estamos muito longe>; disse ela em tom de impaci:ncia! a%lita paramudar de assunto# 0ão suportava mais aquela conversa#

Olhou para os pinheiros que margeavam a estrada e perguntou,se como conseguiriaag5entar até o %im aquela mentira toda se "' estava se sentindo tão mal apenas uma hora depoisde ter chegado a 6oile#

; 0ão precisa %icar nervosa# -ei em qual é o meu lugar# -ei que voc: é propriedadede .ian e não vou avançar o sinal! pois não tenho a menor intenção de en%rent',lo# $m outrascircunst&ncias! pode estar certa de que eu avançaria#

-1 então Laurie perceeu que ele interpretara mal sua impaci:ncia e a s2ita mudançade assunto#

; Ah! não %oi isso que eu pensei# 7esculpe# 0ão tive intenção de ser rude# que estounervosa e preocupada com o encontro com a -ra# 6anning###

$ isso em parte era verdade! s1 que ele não saia o porqu: do nervosismo# $ que ela "'estava prevendo a série de perguntas a que seria sumetida pela tia de .ian#

; -e eu %osse voc: não me preocuparia com isso# $la certamente aprovar' voc:# 8'muito tempo que est' querendo ver .ian casado e adorar' qualquer mulher que se"a capa+de condu+i,lo ao altar#; 8ouve um reve sil:ncio enquanto Colin sa)a da estrada principal parauma outra menor e mais tranq5ila#; .ian não %alou quase nada sore voc:! mas ele é assimcom tudo# 0ão é de %alar muito da vida dele# Como é que voc:s se conheceram>

; 0uma %esta em 8oll@9ood#

; O que! sem d2vida! é algo surpreendente#; Colin ergueu as sorancelhas#; .iansempre aominou essas %estas arulhentas e voc: não me parece do tipo que gosta dessesamientes arti%iciais?

; $ não gosto mesmo; respondeu Laurie com sinceridade! depois respirou %undoantes de mentir de novo#; Talve+ tenha sido por isso que .ian me notou# 01s sa)mos cedo da%esta! ele se o%ereceu para me levar em casa e eu aceitei# 7a) ele me convidou para "antar nanoite seguinte e %oi assim que começamos#

; Amor primeira vista! hein>; comentou ele e Laurie não respondeu nada#;Aquelas duas colunas de pedra! ali sua direita; Colin apontou para a "anelinha dela;indicam a entrada da propriedade de meu pai# $le é "ui+! eu "' %alei> L' adiante! onde estãoaquelas a+aléias rosadas! começa a propriedade de Bera#

; 4ue lindo?; murmurou ela! contemplando os arustos %loridos#

; Tivemos um inverno suave e as %lores nasceram mais cedo este ano# Ainda em!porque esta semana começam as %estas que antecedem o Carnaval e que são tradicionaisaqui em 6oile! emora não receam muita pulicidade e pouca gente conheça# Boc: vai vercomo é onito?

; $u não saia disso#

Laurie olhou %urtivamente para Colin! analisando,o# $le devia ter uns vinte e sete anos#

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Bestia,se com eleg&ncia impec'vel e parecia ser uma companhia agrad'vel e interessante# Penaque as circunst&ncias de sua visita não permitissem que ela o conhecesse melhor e pudessedes%rutar da companhia dele sem preocupaç3es# 7esviou o olhar para %ora e %icou admirandoas magn1lias e os carvalhos que compunham a paisagem# A alameda arori+ada terminounum p'tio diante de um enorme sorado de ti"olos vermelhos com quatro colunas rancas

sustentando uma sacada sore a entrada principal# As "anelas e vene+ianas eram tamémrancas# 8avia uma pro%usão de %lores por toda a parteD a+aléias! rosas e muitas outras queLaurie nem saia o nome# 7o %undo da casa surgiu uma moça com uma cesta de %loresrecém,colhidas! caminhando com graça e eleg&ncia em direção ao carro onde estavam# Apele era ron+eada e o caelo! loiro platinado# 0inguém %alara que havia uma moça morandocom a tia de .ian e por isso Laurie %icou imaginando quem seria aquela "ovem atraente e esguia!de corpo em,%eito#

; L' vem a Bera; disse Colin sorrindo enquanto descia do carro para arir a porta deLaurie#

Laurie olhou para a porta do sorado! que continuava %echada! esperando ver a senhoraidosa que seria sua an%itriã# 0ão havia o menor sinal de ninguém! a não ser aquela moça que seapro(imava do carro#

; Pu(a! como demoraram?; A vo+ mel1dica %e+ com que Laurie olhasse para elade novo#; E' estava me arrependendo de não ter ido ao aeroporto com voc:! Colin# Comecei a%icar com medo que voc: %osse dar o sumiço com ela?

-1 assim em de perto é que Laurie p/de notar os sinais da idade! algu mas rugas noscantos dos olhos! que entretanto se conservavam rilhantes e de um a+ul luminoso e "ovial# Ocaelo não era loiro platinado como parecera de longe! era grisalho! mas com um penteado

moderno! natural e descontra)do! que emoldurava um rosto de traços nores# $ ela e La.aineque tinham imaginado que a tia de .ian %osse uma velhinha encarquilhada e tr:mula? Colinei"ou,a no rosto e depois ela sorriu com simpatia para Laurie! que retriuiu o sorriso! animadapor ter descoerto que sua an%itriã não era a velhinha chata e ran+in+a que imaginara#

; $u teria sumido mesmo se ela não %osse noiva de .ian; disse Colin#; 6as "' quenão é assim! eu a trou(e sã e salva para voc:#

Bera estendeu a mão em tratada! de unhas pintadas! para cumprimentar a recém,chegada#

; 4ue om que voc: veio! La.aine; disse Bera com sinceridade#; Boc: é

e(atamente como eu imaginava?

; =oi muita gentile+a sua ter me convidado; respondeu Laurie apertando a mãodela! com a certe+a de que iriam se dar muito em# =oi simpatia primeira vista#

; Ah! não %oi por gentile+a que a convidei?; Bera riu#; =oi por curiosidade# Tinhamuita vontade de conhecer a garota que vai se casar com meu sorinho 2nico# $! olhe! "' vouavisando! nada de me chamar de senhora e coisas assim! é Bera e voc:! est' em>; $lacolocou o raço em torno dos omros de Laurie e %oi condu+indo,a para a entrada da casa!di+endo a Colin que levasse a agagem para dentro#; Bamos tomar alguma coisa paracomemorar sua chegada? Boc: %ica conosco! não é! Colin>

; Boc: sae que eu "amais me recusaria a acompanhar duas lindas mulheres; disseele em tom "ovial! suindo os degraus atr's delas! carregando as malas sem o menor es%orço#

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; 4ue om que .ian teve que %a+er essa viagem para a América do -ul?; disseBera! apertando de leve os omros de Laurie antes de larg',la para ir arir a porta#; =oi uma1tima oportunidade para que possamos nos conhecer! não acha! La.aine>

A menção desse nome trou(e de volta o sentimento de culpa pela %arsa que estava

representando!; Laurie; corrigiu ela! depressa! e(plicando a Bera#; 6eus amigos me chamam

de Laurie e não de La.aine!

; Ah! é em melhor! mesmo# Laurie é muito mais suave do que La.aine ecomina mais com voc:?; E' estavam no saguão de entrada e Bera virou,se para Colin#;Leve as malas de Laurie l' para cima e coloque,as no quarto ranco#

Pu(a# voc: agradou mesmo; disse Colin sorrindo e olhando para Laurie#; $ssequarto ela reserva s1 para pessoas muito especiais e importantes#

; $la é mais do que isso; corrigiu Bera! lançando um olhar carinhoso para Laurie#que estava tensa#; Agora ela "' %a+ parte da %am)lia?

Laurie teria pre%erido que Bera não tivesse gostado dela! assim seria mais %'cil engan',la#6as essa atitude de simpatia sincera desconcertava,a e dei(ava,a com a consci:ncia pesada#

; Boc: est' dei(ando a garota sem "eito! Bera; disse Colin! notando que Laurieenruesceu#

; 0ão! não### não é isso; disse ela depressa! com medo que Bera pudesse seo%ender#; 0ão estou sem "eito# que voc:s ainda não me conhecem e podem acaar sedecepcionando ou não gostando de mim depois que me conhecerem#

; -e .ian escolheu voc: para se casar! isso "' é uma garantia de que vou gostar devoc:; assegurou Bera#

; Ah! esse .ian?; Colin riu#; sempre ele quem determina os padr3es# $moraeu deva admitir que sempre admirei o gosto dele em relação a mulheres# $le conseguiu unirquantidade e qualidade#

; $sse tempo "' passou# Agora .ian encontrou Laurie e não vai mais precisar denenhuma outra mulher#; Bera suspirou e olhou de soslaio para Colin#; Boc: não ia levar aagagem l' para cima>; Colin! de rincadeira! inclinou,se como diante de uma rainha e

oedeceu# Bera virou,se para a h1spede#; Boc: me d' licença# Laurie! eu vou levar essas%lores para l' e providenciar algo para eer# Ou voc: pre%ere descansar primeiro#

; 0ão! não é necess'rio! não estou cansada#; Laurie não queria parar! com medo deperder a coragem de continuar com a %arsa#

; $ntão espere aqui na sala; disse Bera! condu+indo,a para um aposentolu(uosamente decorado em verde e ege#; Colin "' deve estar descendo e eu não demorotamém# =ique vontade#

As paredes eram cor de creme em claro! o carpete! ege mais escuro e as cortinas!

duplas! de ga+e ege com a parte de cima de cetim verde# A mo)lia era de carvalho! do tetoalto pendia um lustre de cristal e todo o amiente estava en%eitado com vasos de %lores coloridas#$ra uma sala alegre e elegante como a dona da casa#

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Laurie olhou tudo aquilo e suspirou %undo# Como %ora se dei(ar levar pela prima e entrarnaquela situação desagrad'vel> Ter que mentir para uma mulher tão simp'tica! que aacolhera tão em naquela casa onita e aconchegante>

; E' est' mais vontade>; perguntou Colin da porta#; 0ão est' mais calma

agora que "' passou pela inspeção e %oi aprovada>; Para di+er a verdade; disse Laurie sentando,se num so%' verde e evitando o

olhar dele enquanto reassumia o papel de noiva de .ian; ainda estou um poucodesconcertada#

; Por qu:>; perguntou ele! sentando,se numa poltrona perto dela#

; $u não tinha a menor idéia de como seria###; ela sorriu timidamente#; .ian nãome %alou muito a respeito de Bera# Eamais imaginei que ela %osse tão "ovem?

Colin riu#

; Acho que ela encontrou a %onte da "uventude; disse ele#

; 0a minha casa é proiido %alar em idade; disse Bera sorrindo! entrando com aande"a dos aperitivos#; $u me recuso a envelhecer# Acho que a idade é um estado de esp)ritoe é muito relativa#

; Por isso voc: "amais envelhecer'! Bera! eu tenho certe+a; disse Colin#

; Pois é! essa é uma das minhas e(centricidades; disse ela! sorrindo para Laurie#;Boc: vai ver que eu tenho muitas outras ainda#; Bera estendeu a Laurie o copo de suco de%rutas gelado#; 0a verdade eu sou terrivelmente antiquada# 0ão via"o de avião! por mais seguro

que possa parecer# -ou daquela velha opiniãoD se %osse para o homem voar! ele teria nascidocom asas# 7etesto carros e s1 os utili+o quando não h' nenhum outro meio de transportedispon)vel# As 2nicas maneiras de me locomover que realmente aprecio são ' cavalo e a pé#

$ntão era por isso que ela não iria ao casamento de .ian e La.aine! pensou Laurie#

; Boc: sae andar a cavalo! Laurie>; perguntou Bera#

; <em! eu aprendi a montar na escola! mas não sou perita em equitação###; sorriuela#

; que Bera tem cavalos aqui; e(plicou Colin ;! e todos os dias ela cavalga# Temtamém uma piscina! depois voc: vai ver#

; O pai de Colin! o "ui+! quase sempre me %a+ companhia e Colin tamém#; Beraolhou %urtivamente para o rapa+ que estava admirando Laurie#; As poucas ve+es que .ianvem aqui! passa o tempo todo andando a cavalo#

Laurie mais do que depressa começou a %a+er perguntas! mudando o assunto de .ianpara os cavalos de Bera e depois a conversa se generali+ou em torno de cavalos# 7epois deuma meia hora mais ou menos! Colin ergueu,se para ir emora# Bera protestou! di+endo queainda era cedo#

; $u sei que o "ui+ est' me esperando! louco para saer meu veredicto sore a suah1spede#; Colin sorriu e estendeu a mão para despedir,se das duas# Apertou a de Laurie commais calor e mais demoradamente#

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O NOIVO DA OUTRA (Dangerous Masquerade) Janet Dailey

; Boc: e ele estão convidados para "antar conosco amanhã; disse Bera#

; O convite est' aceito; disse ele! inclinando de leve a caeça e %itando Laurie comum rilho no olhar#; $ntão! até amanhã#

; Até amanhã; respondeu Laurie ;! e origada por ter ido me uscar noaeroporto#

; Ora! %oi um enorme pra+er#; Os olhos castanhos dele irradiavam um rilhodourado cada ve+ que a %itava#

; $le é um rapa+ maravilhoso; disse Bera depois que Colin saiu#; Tão charmoso egentil quanto o "ui+! est' atra)do por voc:###

Laurie saia que em outras circunst&ncias ela sentiria atração por Colin tamém! masaquele anel de noivado que não era seu impedia,a de viver sua pr1pria vida naquelemomento# $la não podia complicar a situação demonstrando muita simpatia por Colin 8art%ord#

-em querer! apertou a pedra %ria do anel#; Apesar de eu adorar Colin; disse Bera! tocando de leve o raço de Laurie;

estou contente por .ian ter encontrado voc: antes#

; $u tamém; retrucou ela com um sorriso tr:mulo! pouco convincente#

; Boc: parece cansada# 7ei(e,me lev',la até seu quarto! assim voc: ter' tempo dedes%a+er as malas! descansar um pouco e tomar anho antes do "antar# $u me animei tantocom a sua chegada que me esqueci de que a viagem é cansativa?

Laurie admitiu que estava cansada! mas s1 que não era da viagem! era da tensão por

ter que %icar! %ingindo o tempo todo! agindo como se %osse a noiva de .ian# 7ocemente seguiu amulher de caelos prateados e suiram a escada# As paredes do saguão e do corredor eram%orradas de papel e por toda parte havia vasos com %lores %rescas dando um toque de alegria evivacidade ao amiente#

; $spero que goste de seu quarto; disse Bera! arindo uma porta de carvalho empolida#

O aposento era todo ranco! nas paredes e no espesso carpete que coria o chão# Amo)lia era de carvalho e sore a cama havia uma colcha de cetim dourado queimado! quecominava com o drapeado da cortina# O lustre e os aa"ures eram de ron+e# $ra elegante e

sem ostentação#

; lindo?; e(clamou Laurie quase sem %/lego e caminhou devagar até apenteadeira onde havia um vaso com rosas amarelas! %rescas e per%umadas#

7e repente perceeu o porta,retratos e %icou p'lida e tr:mula# 7a %oto dois olhos escurose %rios a %itavam e aquele rosto m'sculo! arrogante e aristocr'tico provocou nela a mesmasensação enervante que sentiu na primeira ve+ que viu .ian# $ra como se ele estivesse ali noquarto! acusando,a de %alsa e mentirosa# -eu coração quase parou e de novo invadiu,a o medode que ele descorisse a mentira# =icou gelada s1 de imaginar o que ele era capa+ de %a+er#

; Achei que voc: gostaria de ter uma %oto de .ian em seu quarto; disse Bera comsuavidade#; $ssa é a 2nica que tenho! senão eu a daria para voc:#

; $st' em %iel! a %oto###; disse ela# sem conseguir desviar o olhar#

1(

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O NOIVO DA OUTRA (Dangerous Masquerade) Janet Dailey

; Boc: acha>?; Bera parecia não concordar#; $u acho que ele parece tão c)nico e%rio nessa %otogra%ia### 6as a%inal de certa %orma ele se tornou assim mesmo# 7inheiro! poder eprest)gio %a+em uma cominação e tanto? Principalmente "untando,se a isso uma personalidade%orte como a de .ian### não é di%)cil entender que tenha se tornado c)nico em relação vida# Oque estou di+endo não é nenhuma novidade### mas é que a maioria das pessoas gosta do

que uma pessoa assim tem e não do que ela é# Por isso meu maior dese"o sempre %oi que.ian encontrasse alguém que o amasse pelo que ele é e não pelo dinheiro e o poder que tem#$ eu tenho certe+a de que voc: é essa mulher#

; Bera###; começou Laurie! sentindo um n1 na garganta# -eus olhos se inundaramde l'grimas#

0ão podia continuar com aquela mentira# $ra preciso terminar com tudoimediatamente! antes que o dano %osse maior para La.aine# 6as a vo+ não lhe sa)a#

Bera interpretou as l'grimas de Laurie como sinal de emoção por ter sido aceita#

; 0ão precisa di+er nada# $u entendo#; Bera ateu de leve no omro de Laurie!que se manteve im1vel! e saiu do quarto! emocionada#

O momento da verdade havia passado! a oportunidade de esclarecimento sedissipara e! agora! Laurie estava mais comprometida do que antes a

levar a %arsa até seu inevit'vel e amargo %im#

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CAPITULO III

0os dias que se seguiram Laurie descoriu por que Bera se mantinha tão "ovem e

em %orma# Iam cavalgar todas as manhãs pelas tranq5ilas estradinhas campestres# Lauriemontava um cavalo aio! manso e em comportado! chamado <rian e Bera! um %ogoso earisco cavalo castanho# O tempo estava om e %a+ia calor! por isso passavam as tardes eirada piscina# -endo uma e()mia nadadora! Laurie adorava esses momentos# Além disso!achava linda a piscina no meio das pedras! cercada de plantas e 'rvores num "ardim muito emtratado#

Um dia %i+eram um passeio %ora da propriedade de Bera# -a)ram de carro e o "ardineiro%oi como cho%er# =i+eram um giro tur)stico por 6oile para que Laurie conhecesse os pontosinteressantes da cidade! viram algumas casas da época da Fuerra da -ecessão! visitaram doismuseus e galerias e tamém o couraçado *Alaama* que %icava permanentemente

ancorado no cais de 6oile# Apesar dos protestos de Laurie! di+endo que não queriaincomodar nem dar traalho e que estava per%eitamente em sem sair da propriedade! Beraprogramou um passeio até a ilha 7auphin! na pr1(ima semana! em companhia do "ui+ e deColin# =ariam um piquenique nas praias do Fol%o e depois caminhariam até o velho =orteFaines#

O "antar no dia seguinte ao da sua chegada tinha sido agrad'vel e divertido#O "ui+8art%ord era um homem alto e distinto! com caelos grisalhos e %eiç3es conservadas# Logo %icouevidente que ele %a+ia a corte a Bera e que em parte ela retriu)a a a%eição que eledemonstrava# -1 no momento das apresentaç3es é que se %alou no nome de .ian! depois ele %oiesquecido# Colin mostrava,se atencioso com Laurie! mas mantinha,se nos limites da ami+ade#

7epois desse "antar! nos outros dias! Colin sempre arran"ava um prete(to para ir casade Bera# Ia cavalgar com elas ou nadar na piscina# $ a presença dele! alegre e atencioso! a"udavaLaurie a rela(ar a tensão de estar sempre em guarda e de soreaviso para representar em seupapel#

0ão que Bera descon%iasse de alguma coisa! muito pelo contr'rio# $la gostava dacompanhia de Laurie e nunca %a+ia perguntas indiscretas#

Além disso! tinham tantas atividades que sorava pouco tempo para conversasociosas# $stavam sempre %alando sore coisas do momento e sore as quais tinham interesse!

nunca sore o passado ou pessoas ausentes# -1 casualmente o nome de .ian surgia naconversa# O que Laurie temia era de repente! por descuido! re%erir,se aos pais de La.aine como tioe tia ou %alar sem querer que seus pais tinham morrido num acidente# $ estava sendo em maisdi%)cil do que ela imaginara! porque Bera era o tipo de mulher que lhe inspirava con%iança evontade de %a+er con%idencias! talve+ por não ser curiosa e isilhoteira#

Laurie retriu)a sinceramente a a%eição que receia de Bera! emora precisasse seconter para não demonstrar todo o a%eto que sentia! pois saia que La.aine não era muitoa%etuosa e não iria manter correspond:ncia com Bera# Uma ve+ terminada a visita! Laurie nãopoderia mais voltar ali e Bera "amais poderia ver a esposa do sorinho! pois quando souesse queLa.aine era outra pessoa! descoriria que %ora enganada# Isso precisava ser evitado a todo

custo# Portanto Laurie precisava re%rear o crescente a%eto que surgia entre elas para que Bera não semagoasse muito! mais tarde! com o %ato de La.aine não demonstrar a mesma ami+ade depoisque se casasse com .ian#

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Pela primeira ve+ em sua vida! Laurie sentia,se tratada como uma pessoa inteira e nãocomo a somra da prima! totalmente aceita e admirada não apenas por Bera! mas tamém porColin e pelo pai dele# Isso lhe dava uma sensação de autocon%iança que "amais sentira antes# $rauma e(peri:ncia nova que %a+ia em ao seu ego#

$ra o quarto dia de sua visita e! noite! deitada nos lenç1is de cetim! Laurie lamentou quedali a de+ dias tudo estaria terminado e ela voltaria a Los Angeles# =oi com amargura que selemrou que "amais poderia encontrar de novo essas pessoas tão am'veis! a quem "' sea%eiçoara tanto# Laurie virou,se de lado! seus caelos negros como éano espalhando,se sedosossore a rancura do travesseiro! e %echou os olhos espera do sono que iria liert',la daquelaang2stia#

0esse momento ateram de leve na porta# Laurie sentou,se na cama para acender oaa"ur e Bera irrompeu quarto adentro com os olhos rilhando de eu%oria#

; Boc: estava dormindo>

; 0ão#; Laurie alançou a caeça# ; O que %oi! aconteceu alguma coisa>

; um tele%onema para voc:#; $la sorriu radiante# -eu rosto! apesar de estar semmaquilagem! continuava a parecer "ovem e cheio de vida#

; .ian# Pode atender aqui mesmo na e(tensão#

; .ian>?

; ! est' tele%onando da América do -ul# $u "' %alei com ele! agora atenda que voudei(',la so+inha para que conversem vontade#

Bera esperou que Laurie tirasse o %one do gancho com a mão tr:mula e saiu# O coraçãode Laurie atia acelerado e ela sentia a garganta seca# Umedeceu os l'ios v'rias ve+es antes deconseguir gague"ar um estrangulado *al/*#

; voc:! La.aine>G; A vo+ de .ian soou clara e l)mpida como se ele estivesse logoali#

As mãos dela estavam 2midas de suor# $stava nervosa e#com medo de responder#Certamente ele acharia a vo+ dela di%erente da de La.aine# 6as! a%inal! não tinha escolha!agora era preciso levar o le%e até o %im# $ncheu,se de coragem e disse! tentando imitar a primaD

; -ou eu sim# 0ão imaginei que %osse me tele%onar! .ian#; =iquei curioso para saer como é que voc: e Bera estavam se dando#

; $la é ador'vel! um amor de pessoa?; disse Laurie! tentando usar o vocaul'rio daprima#

; Bera disse o mesmo de voc:#; O tom de vo+ dele pareceu ligeiramente incrédulo eaté c)nico#

; Boc: parece surpreso#

; $ que não consigo imagin',la montando a cavalo e nadando o dia inteiro# ##Pu(a vida? Como é que Laurie %ora esquecer que La.aine tinha horror de nadar>

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Cometera um erro imperdo'vel#

; Ora! mas a%inal é s1 por duas semanas# 7' para ag5entar qualquer coisa?; disseela mais do que depressa! tentando reparar o erro# ; Além do mais! estou aproveitando parame ron+ear# Boc: vai ver s1 de que cor linda eu vou %icar?

; Bera disse que voc: "' estava deitada quando eu liguei# Por acaso acordei voc:>;Aquela s2ita mudança de assunto surpreendeu,a#

; ! acordou sim# Ali's ainda estou meio tonta! parece que estou sonhando ; tendoum pesadelo! era o que ela queria di+er ; e que quando acordar vou descorir que voc: nãotele%onou coisa nenhuma#

; =oi o que pensei! mesmo# -ua vo+ est' di%erente! est' mais suave! macia comoveludo# ; $mora %osse um elogio! o tom era de certa indi%erença! como se ele estivesseapenas %a+endo um coment'rio# ; $u logo estarei de volta#

; A viagem est' sendo em,sucedida> ; perguntou Laurie! depois de um revesil:ncio#

; $st' sim! astante ; respondeu ele secamente#; Acho que é melhor eu desligaragora! assim voc: pode voltar a dormir#

; Boc: deve estar cansado! não é>

; O que é isso! preocupada comigo> ; disse ele com certa ironia#

; claro que estou#

; $stou quase acreditando que %ala sério# <em! "' que estamos os dois cansados émelhor nos despedirmos#

; $st' em! oa noite! .ian ; disse ela com al)vio#

; -1 isso> -1 oa noite ; +omou ele#

Laurie p/s,se a pensar! a%lita! no que La.aine diria#

; 0ão! tem muito mais### s1 que pre%iro dei(ar para quando estivermos "untos ; disseela! a%inal#

; O qu:! por e(emplo> ; perguntou ele com vo+ calma#; ### que eu amo voc: e que estou morrendo de saudades#

8ouve um sil:ncio prolongado e o coração de Laurie atia tão %orte que ela teve aimpressão de que .ian poderia ouvir até pelo tele%one#

; $ssas palavras são de tirar o sono de qualquer homem que est' longe como eu enão pode correr para voc:#

; 0ão era essa a minha intenção#

; <em! oa noite! então! La.aine ; disse ele! depois de um risinhode satis%ação#

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; <oa noite! .ian#

=oi com grande al)vio que ela desligou o tele%one# $ agora que o nervosismo tinhapassado! não p/de dei(ar de se congratular por ter conseguido enganar .ian! o todo poderoso#A%undou,se de novo nos travesseiros! satis%eita# $nganar .ian não a dei(ava com o sentimento

de culpa que sempre tinha em relação s outras pessoas para quem estava %ingindo serLa.aine# Ao contr'rio! chegava até a achar divertido# Olhou para a %otogra%ia dele sore apenteadeira! sentindo,se triun%ante e depois apagou a lu+! a"eitando,se nas coertas ainda com umsorriso nos l'ios#

0a manhã seguinte o "ui+ e Colin "untaram,se a Bera e Laurie para um passeio acavalo pelas estradinhas do campo# Colin estava no cavalo dele mesmo e o "ui+ montava o elogaranhão 'rae! cin+a! que .ian costumava montar quando ia visitar a tia# 7epois dotele%onema da véspera! Laurie estava muito mais con%idente e vontade em seu papel de

La.aine# $ssa descontração lhe acrescentava um novo encanto! estava realmente muito onitae elegante! com calça comprida preta! lusa estampada de ranco e preto e os caelosamarrados atr's da nuca com um lenço de seda ranca! o rosto todo mostra! receendo emcheio os c'lidos raios de sol#

A risa suave rincava com os caelos dourados de Colin enquanto ele admirava emsil:ncio a companheira de passeio que cavalgava a seu lado# Laurie sorriu para ele com ternura!dese"ando que pudessem continuar assim! lado a lado! que aquela pa+ e %elicidade que estavasentindo durasse para sempre#

; Ah! que manhã maravilhosa?; declarou Laurie! contemplando os pradosverde"antes e as 'rvores que o sol ei"ava# ; Fostaria que todos os dias começassem assim#

; $u tamém ; concordou Colin! eendo com o olhar a radiante ele+a de Laurie!

$la sorriu de novo para ele! notando como ele estava onito#

; Acho que ainda não lhe disse como voc: é linda! Laurie ; disse o "ui+!apro(imando,se com Bera# ; Ah! se eu pudesse ter a idade de Colin de novo?

O coment'rio %e+ Laurie rir#

; 6as com a apar:ncia que tem! "ui+! tenho certe+a de que é capa+ de virar a caeçade qualquer mulher! mesmo não tendo a idade de Colin? ; respondeu ela em tom alegre#

; Pode ser###; -orriu o "ui+# ; $ ho"e voc: est' mais onita ainda? 0ão sei por qu:! masparece mais radiante#

Laurie ia di+er que devia ser pela companhia agrad'vel deles dois! quando Bera %alouD

; Acho que tem algo a ver com um certo tele%onema de ontem noite### não é!Laurie>

; ### tem sim ; concordou ela! o que em parte era verdade#

; Ah! .ian tele%onou? ; concluiu o "ui+ e Colin %icou em sil:ncio#

; $ntão est' e(plicado? 0ão h' coisa mais onita do que uma mulher apai(onada?

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; .ian não %alou quando vai voltar> ; perguntou Colin quase com rispide+#

; 0ão! ele s1 disse que a viagem estava sendo muito proveitosa ; respondeuLaurie#

; $u perguntei se ele não voltaria a tempo de pegar o Carnaval ; disse Bera! sorrindopara Laurie ; mas ele disse que acha que não vai dar tempo#

; O Carnaval começa esta semana! não é> ; perguntou Laurie! querendo mudarde assunto#

; $! sim ; respondeu Colin! tão aliviado quanto Laurie por ter mudado o rumo daconversa#; Precisamos cominar levar voc: para ver o des%ile e ir pelo menos a um dos ailes#

; Ah! eu gostaria muito!; disse Laurie! entusiasmada#; 4ue tal# Bera! não é umaoa idéia irmos> Boc: não gostaria>

; Pode dei(ar comigo! Laurie# ; O "ui+ piscou o olho e deu um sorriso#; $u aconvencerei# -eria um pecado %a+er voc: perder uma das nossas %estas mais onitas#

Bera riu! como se tivesse gostado da perspectiva de ser convencida pelo charmoso "ui+#

; -er' que .ian não vai achar ruim> ; perguntou Colin em vo+ ai(a e pu(ou asrédeas para diminuir os passos do cavalo! dei(ando que o pai e Bera se distanciassem maisdeles#

; claro que não# =oi ele quem quis que eu viesse para c' e devia estar imaginando queBera me levaria a passear#

; $stava pensando### ; hesitou Colin ; pode ser que ele não goste é que eu aacompanhe# A%inal! voc: é noiva dele#

; $ voc: é um amigo da %am)lia# ; =e+ a vo+ mais suave e acrescentouD ; $ meuamigo! tamém# 0ão admito que ele me impeça# Ah! por %avor! não vamos %icar aqui%alando de .ian#

-e Colin achou estranho aquele pedido! não disse nada! apenas concordouprontamente e começou a %alar do Carnaval# 7epois a conversa %oi mudando e começaram a%alar sore Bera e o "ui+#

; =oi muito om para Bera voc: ter vindo ; comentou Colin ;! principalmente semeu pai conseguir convenc:,la a ir ao aile! e estou certo de que vai conseguir! por causa devoc:#

; Por que est' di+endo isso> 8' algum prolema com Bera> 0ão percei nada#

; Ultimamente ela tem se isolado demais! usando como prete(to o %ato de nãogostar de carros! multid3es e avião! para se trancar em casa# Aandonou os clues que%req5entava e s1 mantém contato com os amigos mais chegados#

; Pu(a! é di%)cil de acreditar# $la é tão animada e comunicativa? ; murmurou Laurie#; tão ativa e cheia de energia### sempre %a+endo alguma coisa#

; 6as nunca se envolve com nada nem com ninguém# -1 vive para .ian#

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Laurie %e+ de conta que nem ouviu o nome do suposto noivo#

;, Bera nunca %ala sore o marido> 0ão ser' por causa dele que ela %icou assim> ;disse ela#

; #

; Pois então conte,me tudo# O que %oi que aconteceu> Tem algo a ver com a mortedele> Bera me disse que ele morreu h' alguns anos#

; Pelo que papai me contou! tudo começou muito antes disso ; disse Colindiminuindo ainda mais os passos do cavalo para aumentar a dist&ncia entre eles e os cavalosque seguiam em %rente# ; Charles 6anning era de uma oa %am)lia que! como tantas outras!perdeu todo o dinheiro na época da depressão# Charles era um homem charmoso! masoportunista# Bera! se ainda é onita agora com essa idade! pode imaginar como era quando

 "ovem# 6eu pai! "' era apai(onado por ela desde aquela época e se Charles não tivesse entradoem cena! tenho certe+a de que eles teriam se casado#

; 6as ela acaou casando com Charles### ; disse Laurie com um suspiro! olhandopara o homem elegante e distinto! de caelos grisalhos que cavalgava logo adiante# Lemrou,sede que "' havia perceido no olhar dele o amor que sentia por Bera#

; $la %ugiu com Charles; corrigiu Colin#; -ae! Ian 6ontgomer@! o pai de Bera eav/ de .ian! não gostava de Charles! achava que

ele estava interessado na %ortuna da %am)lia e proiiu o namoro dos dois# Hs ve+es eu meperguntoD ser' que se ele não tivesse sido tão autorit'rio e severo! Bera não teria visto com otempo o tipo de homem que Charles era e ela pr1pria teria desistido dele> $u acho até que se Ian

tivesse o%erecido dinheiro! Charles teria ido emora e dei(ado Bera em pa+# -1 que Ian não erao tipo de homem que %a+ coisas assim#

; $ o que aconteceu depois que eles %ugiram> O pai de Bera a deserdou>

; 0ão# Ian tinha um sentimento muito %orte em relação %am)lia# Achou que Beracometera um erro por e(cesso de romantismo e %alta de senso de realidade# 6as acaouaceitando o casamento como um %ato consumado e até procurou %a+er com que Charlestraalhasse no neg1cio da %am)lia# Parece que nos primeiros anos de casamento Charleses%orçou,se para corresponder ao que se esperava dele# Tornou,se um e(ecutivo competentee traalhador! mas durou pouco# Papai di+ que ele era malandro de nascença# Logo começou

a se envolver com a secret'ria! com quem teve um caso# Bera sentia,se culpada doa%astamento do marido! achando que isso acontecera por ela não poder ter %ilhos e não ocensurava# =a+ia vista grossa a cada amante que ele arran"ava e o resto da %am)lia! não tendo outraalternativa! %a+ia o mesmo que ela#

; Pore Bera?; Laurie sentiu um n1 na garganta# $la devia ter so%rido muito# Umamulher de esp)rito mais %raco talve+ não tivesse ag5entado a vida que ela levou#

; Todos %a+iam vista grossa! menos .ian ; continuou Colin#; $u "' lhe conteique quando os pais dele morreram! ele veio morar com Bera e Charles aqui na casa de Ian#.ian devia ter uns cator+e ou quin+e anos! mas nunca escondeu o despre+o que sentia porCharles# 0ão entendia como Bera ainda podia am',lo# $le deve ter sido um elo estorvo paraCharles! sempre censurando,o pelas amantes que arran"ava! sem se importar com quempudesse ouvi,lo### nem mesmo Bera#

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; 7eve ter sido uma situação di%)cil para todos### ; comentou Laurie! secretamenteadmirando a atitude de .ian#

; -e Ian não tivesse morrido! talve+ Charles tivesse continuado com seus romancesclandestinos muito tempo ainda# .ian estava com vinte e cinco anos na época e! como todo

 "ovem dessa idade! vivia mais preocupado consigo pr1prio! via"ando e se divertindo# Talve+ porisso! com a morte de Ian! Charles tenha perdido a discrição# Começou a aparecer em p2licocom as amantes que arran"ava e nem se preocupava mais em salvar as apar:ncias de seucasamento com Bera# .aramente estava em casa! s1 quando saia que .ian tamémestaria# ; Colin %e+ uma pausa e contemplou a paisagem antes de continuar o relato# ; Umdia! poucos meses depois da morte de Ian! Bera %oi com .ian almoçar num dos restaurantesmais chiques da cidade e encontrou Charles l' com uma loira# Bera %ingiu não ter visto e passoureto! mas .ian %oi direto mesa de Charles e agarrou,o pelos colarinhos# .ian quase o matou depancadas antes que conseguissem a%ast',lo de Charles#

Laurie %e+ cara de espanto e surpresa#

; 6eu pai inter%eriu para evitar que os "ornais %i+essem um esc&ndalo do caso masnão p/de impedir que as l)nguas maldosas espalhassem coment'rios# Bera acaou pedindoo div1rcio! emora isso %osse contra seus princ)pios religiosos# 7epois tranca%iou,se em casa epor dois anos quase não %oi vista em p2lico# 4uando estava começando a retomar suasatividades sociais e a se recuperar do choque# Charles so%reu um horr)vel acidente deautom1vel! quando estava via"ando com uma mulher casada e amos morreram# 7a) tudo%oi reavivado! o esc&ndalo! coment'rios! o choque###

; Pu(a! não é toa que ela não gosta de %alar no assunto# Pena que não se possaenterrar o passado completamente ; suspirou Laurie ;! Bera é uma mulher encantadora e

ainda muito "ovem para ter que carregar esse peso para o resto da vida?; 6eu pai concorda plenamente com voc:; Colin sorriu ; e ele é um homem

paciente e persistente#

; Boc: gostaria mesmo que eles se casassem>

; -em d2vida# $u nem me lemro de minha mãe# $la morreu quando eu tinhadois anos# $ Bera sempre %oi maternal comigo! para mim é como se minha mãe %osse ela# ;$le %itou Laurie longamente# ; Além disso! sei que papai ama Bera h' tanto tempo que dese"ode coração que ele reali+e esse amor#

; Acho que Bera tem medo de amar de novo### ; comentou Laurie#; Acho que ela tem mais medo é de que .ian não se case? ; Colin %ran+iu a testa#

; Papai acha que quando voc: e .ian estiverem casados talve+ %ique mais %'cil para eleconquistar Bera#

; Boc: acha mesmo> ; Laurie sorriu e pela primeira ve+ dese"ou que .ian eLa.aine se casassem logo#

; Para %alar a verdade! quando soue que .ian estava noivo pensei que talve+ eleestivesse %a+endo isso apenas para agradar Bera e para ter %ilhos que continuem o nome da%am)lia# 6as isso %oi antes de eu conhec:,la ; Colin sorriu# ; Agora que a conheço! achoimposs)vel que alguém possa dei(ar de amar voc:#

O olhar ardente com que ele a contemplou dei(ou Laurie sem "eito#

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; Colin! por %avor! eu###

; 0ão! não diga nada ; interrompeu ele depressa ; eu sei que est' apai(onadapor .ian e que vai casar com ele# Con%esso que estou muito atra)do por voc:! mas pode %icarsossegada que não ultrapassarei os limites# -eremos apenas amigos#

$ era com isso que ela teria que se contentar! mesmo que sentisse a mesmaatração que ele# -1 podiam ser amigos! dadas as circunst&ncias#

; Bamos alcançar Bera e seu pai> ; sugeriu ela#

Colin concordou em sil:ncio e instigou o cavalo# Laurie %e+ o mesmo com suamontaria e l' se %oram os dois#

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CAPITULO IB

7o Fol%o vinha uma risa com cheiro de mar que se misturava ao cheiro de cloro da

piscina na tarde dourada de sol# Laurie saiu da piscina# A longa trança de caelos castanhos,escuros rilhava mais ainda assim molhada! en%eitando as costas# $la se virou para oservar Colinno trampolim# $stava lindo? Os caelos loiros rilhando ao sol! e a pele morena! ron+eada por igual!%a+endo contraste com o maio ranco que ele usava# Com grande hailidade ele mergulhou!quase sem ru)do! atravessou a piscina de comprido por ai(o dG'gua e emergiu na outrae(tremidade perto das espreguiçadeiras#

; Boc: não vai voltar para a 'gua> ; perguntou ele! olhando,a de alto a ai(o comadmiração#

; Acho que vou descansar um pouco ; respondeu Laurie! ligeiramente o%egante

do e(erc)cio que %i+era nadando# 7eitou,se numa das espreguiçadeiras! dei(ando que o solsecasse sua pele molhada e o iqu)ni#; 7epois! Bera vai sair daqui a pouco e eu quero aproveitarpara me certi%icar de que o "ui+ vem mesmo para o "antar! ho"e#

; Boc: até parece cupido? ; riu Colin! saindo da piscina e sacudindo a 'gua doscaelos# $m seguida acomodou,se ao lado de Laurie# ; 0esses 2ltimos dias voc: tem semprearran"ado um prete(to para convidar meu pai para alguma coisa#

; $ Bera tem concordado de coração ; sorriu Laurie#; Parece que a idéia decasamento é contagiosa?

; 7evo admitir que nunca pensei que alguém conseguisse convenc:,la a ir queledes%ile ontem tarde# Ainda em que papai conseguiu um camarote especial para assistir! assimela não p/de dar a desculpa da %oia por multid3es#

; $la em que se divertiu?

; $ voc: tamém#

; Para o des%ile de amanhã noite acho que vai ser um pouco mais di %)cil# $stava aquipensando### ; disse Laurie com um rilho conspirador no olhar# ; 4ue tal se sairmos n1s quatropara "antarmos "untos e depois! quando chegar a hora do des%ile! n1s dois sa)mos e sugerimos queeles %açam outro programa> Assim %icarão a s1s###

; uma idéia genial? ; Colin ergueu,se num salto# ; Até merece um aperitivopara comemorar# ; $le pegou a mão de Laurie! que ria com "ovialidade! e arremedando umgalante cavalheiro ei"ou,a de leve! comentando depois# ; Boc: é mesmo uma mulheradmir'vel?

; Origada! meu senhor ; respondeu ela em tom de rincadeira#

Colin se a%astou em direção casa! com um sorriso nos l'ios e entrou# Laurie! queestava apoiada nos cotovelos! estirou,se de novo na espreguiçadeira ainda sorrindo# Os diashaviam passado mais depressa do que ela imaginara depois que ouvira a hist1ria do casamentoin%eli+ de Bera# Laurie passara a se preocupar tanto em achar um "eito de unir Bera e o "ui+ que atése esquecera de suas pr1prias preocupaç3es por estar se %a+endo passar pela noiva de .ian#4ueria que sua visita resultasse em algo de om! era de certa %orma uma compensação pela

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O NOIVO DA OUTRA (Dangerous Masquerade) Janet Dailey

%arsa que estava representando diante de pessoas tão am'veis# Por isso concentrava todos osseus es%orços na tentativa de %a+er com que Bera e o "ui+ descorissem a%inal a %elicidade# O pr1prioColin chegou a admitir que ela estava sendo muito em,sucedida na tare%a! o que a encora"avaainda mais#

A risa aumentara e quando a somra alcançou o lugar onde estava! ela começou a%icar arrepiada# $mora estivesse com preguiça de se levantar dali! acaou se erguendo parauscar a sa)da de anho que tinha %icado sore a mesa com guarda sol#

Laurie estava dando um n1 no sarongue quando dois raços! vestidos com mangaescura! enlaçaram sua cintura pelas costas e ela sentiu seu corpo pressionado de leve contra umcorpo %orte e musculoso# =icou paralisada sentindo aquele h'lito quente e os l'ios macios queei"aram sua nuca# -em querer um arrepio percorreu sua espinha e uma sensação estranhadespertou em seu corpo#

; <onito! hein>? $ntão é isso o que tem %eito enquanto estive %ora### dei(ando o pore

Colin en%eitiçado? ; disse ele#Uma onda de p&nico invadiu Laurie ao reconhecer a vo+ de .ian# Como era poss)vel>

$le ainda deveria %icar mais uma semana na América do -ul? 0o entanto! l' estava ele?

Laurie virou,se nos raços dele! tentando evitar as car)cias! mas ele nem lhe deu tempoe imediatamente apossou,se de seus l'ios num ei"o ardente# 0o in)cio ela relutou!empurrando o peito dele! mas ele apertava o corpo dela contra o seu! %a+endo,a sentir seusm2sculos ri"os# Aos poucos a sensualidade daquele ei"o %oi diminuindo suas resist:ncias e ela sentiuas pernas amolecerem e agarrou,se na lapela do palet1 dele como se %osse des%alecer#

4uando ele a%inal ergueu a caeça! ela estava rura de emaraço e medo e %itou,o!

sem saer o que %a+er# Os olhos escuros dele %u+ilavam de raiva# $le segurou com %orça o pulsoesquerdo dela! quase torcendo,o! e olhou para o anel de sa%ira antes de encar',la com um olharacusador e impiedoso#

; 4uem é voc:>; perguntou .ian com rispide+! sem soltar o pulso dela#

; Laurie ; murmurou ela com vo+ %raca! tremendo diante daquele rosto en%urecidoe das coisas estranhas que ele a %i+era sentir#

; Ah! a priminha ondosa? ; disse ele com sarcasmo! como quem se lemra dealguém insigni%icante# ; $ o que est' %a+endo aqui! a%inal> Onde est' La.aine> ; perguntou ele!

apertando ainda mais o pulso dela até %a+:,la gemer de dor#; Ah### por %avor###; ela o %itou com olhar s2plice ; eu e(plico#

$le a contemplou com desdém e ela duvidou que qualquer e(plicação surtissee%eito# Com ar divertido! .ian oservou o ar%ar do peito dela! que revelava agitação interior e medo#

; 0ão é uma surpresa maravilhosa! hein! Laurie> ; A vo+ de Bera querou opesado sil:ncio que ca)ra sore Laurie e .ian# $la vinha se apro(imando deles mas o largot1ra( de .ian escondia Laurie de modo que Bera não p/de ver a e(pressão de terror que seestampou em seu rosto#

; Boc: nem imagina a surpresa que ela teve? ; retrucou .ian calmamente!olhando com cinismo os olhos s2plices e os l'ios tr:mulos da sua *noiva*#

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Largou o pulso de Laurie e araçou,a pelos omros# Inclinou a caeça! encostando orosto no pescoço dela como se %i+esse uma car)cia mas %oi apenas para di+er ai(inho no ouvidodelaD

; 7ei(e comigo# 0ão diga nada#

$le a %itou para se certi%icar de que entendera e depois olhou para a tia#

; 6inha querida! Laurie est' tão at/nita de me ver aqui que até perdeu a %ala?;disse ele com uma ironia sutil que s1 a noivaJ entendeu#

; Pois eu não estou nem um pouco surpresa# ; Bera deu um sorriso largo!interpretando as l'grimas que viu nos olhos de Laurie como l'grimas de %elicidade# ; Boc: não%oi muito convincente quando me %alou naquela noite ao tele%one que não viria para o Carnaval#

O choque inicial estava começando a passar! emora as pernas de Laurie aindaestivessem tr:mulas# -1 que agora ela não conseguia entender por que .ian não a

desmascarara# 0ão era poss)vel que ele não a censurasse por aquela atitude e que a dei(asseimpune# Contudo! lemrava,se de como ele apertara seu pulso e o ei"o que lhe dera era algo quenão esqueceria tão cedo#

; Terminei as negociaç3es em antes do que imaginava ; disse .ian!contemplando os caelos de Laurie# ; Acho que o %ato de %icar pensando em minha amadaesperando por mim tão ansiosamente contriuiu muito para isso#

Imediatamente ela enruesceu e ele deve ter achado divertido! pois acrescentou!dirigindo,se tiaD

; 0ão é comovente# Bera> $la %ica sem "eito s1 de me ouvir di+er que dese"o acompanhia dela?

; .ian### ; protestou ela! como se quisesse desmascarar tudo e revelar suaverdadeira identidade! mas ao encontrar o olhar dele sentiu,se totalmente desencora"ada# <ai(ou asp'lperas sem "eito e %icou em sil:ncio#

Bera pareceu perceer o constrangimento de Laurie#

; Ah! meu %ilho! acho que Laurie gostaria de se arrumar um pouco ; disse ela parao sorinho# ; Boc: a pegou de surpresa aqui! totalmente desprevenida### com maiomolhado e sem maquilagem nenhuma# ; $la riu# ; $ssa situação é sempre emaraçosa

para uma mulher! a gente se sente desprotegida###

.ian soltou,a meio a contragosto e ela se a%astou depressa daquele contato perturador#

; B'! Laurie! corra para seu quarto e prepare,se em# Bamos ver se depois vai sesentir mais em protegida?

Laurie deu um sorriso amarelo para Bera e correu para dentro de casa# 7e novo asl'grimas inundaram seus olhos e quando ela entrou nem viu Colin que ia saindo com umaande"a com aperitivos# =oi ele quem a chamou#

; $i! Laurie! voc: est' chorando? ; disse ele! preocupado! quando se apro(imoumais# ; O que %oi que houve> Aconteceu alguma coisa>

; .ian est' aqui  ; começou ela a di+er! mas interrompeu,se# .ian havia lhe

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ordenado que não dissesse nada# -em d2vida ele queria ter o gosto de desmascar',lapessoalmente# Além disso! ela não teria coragem de di+er para Colin que estivera mentindoaquele tempo todo# 0ão conseguiria encar',lo#

; Ah! eu sei; disse ele com al)vio! imaginando! como Bera! que Laurie estava

chorando de %elicidade# ; $stou levando uns aperitivos para comemorarmos# Aonde voc: est'indo>

; Preciso me arrumar um pouco ; disse ela! en(ugando as l'grimas eaproveitando! a desculpa que Bera %ornecera#

; Ah! .ian é um %eli+ardo? ; suspirou Colin com um sorriso doloroso enquantoLaurie suia correndo#

0ão havia nada que ela pudesse di+er para se de%ender e desculpar sua atitude! iapensando# 0ada poderia ser um motivo su%iciente para que tivesse enganado Bera! Colin e o "ui+durante todos esses dias em que receera o carinho e a atenção de todos eles# $les haviam lheo%erecido hospitalidade e a%eto e ela aceitara! saendo que tudo aquilo seria para a noiva de .ian# Oque iam pensar dela quando descorissem tudo> -em d2vida iriam detest',la por isso#

Laurie entrou no anheiro! amargurada e ariu as torneiras do chuveiro# -1 mais cincodias e tudo teria dado certo? $la estaria de volta a Los Angeles e ninguém saeria de nada! a nãoser ela mesma e La.aine# 0ão! mas o erro não era ter sido descoerta em %lagrante por .ian! o erroera ter concordado com a %arsa? -aia que estava errado! mas dei(ou,se levar pela prima eagora era tão culpada quanto La.aine#

Pingou col)rio nos olhos! que estavam congestionados por ter chorado! desmanchou atrança! entrou no chuveiro e ensaoou,se astante! dese"ando que aquela ducha pudesse

livr',la tamém da sensação que o contato )ntimo com .ian dei(ara em sua pele# 7emorou,se astante! pois na verdade estava querendo adiar ao m'(imo o inevit'vel con%ronto com.ian#

$nquanto se en(ugava! Laurie ia pensando por que .ian não a desmascarara assimque a vira tomando o lugar de La.aine# Talve+ ele quisesse primeiro ouvir a e(plicação antes deconden',la diante de todos# -1 podia ser isso?

-ecou os caelos sedosos e escovou,os em! depois maquilou,se com  cuidado!realçando discretamente os olhos a+uis# Intimamente agradeceu a Bera por ter lhe proporcionadoessa possiilidade de %icar uns momentos a s1s! assim p/de ordenar seus pensamentos e se

recuperar do choque que a s2ita e perturadora presença de .ian lhe causara# Com essa elanão contava? $ agora! o que aconteceria> 4ual seria o des%echo daquela hist1ria maluca> Tudodependeria de como .ian iria encarar a e(plicação# -er' que ele entenderia por que ela estavano lugar de La.aine> -er' que pre%eriria não desmascar',la> Laurie "' estava em maiscontrolada agora! emora ainda sentisse uma certa apreensão# .evirava o guarda,roupa deponta a ponta procurando o melhor vestido para usar# -em d2vida uma mulher se sentemuito mais segura e con%iante quando est' em arrumada! com oa apar:ncia! e Laurie iaprecisar de muita con%iança# $stava s1 com a roupa de ai(o! empenhada nessa atividade!quando ateram na porta e ela se surpreendeu#

; 4uem é>

Porém! em ve+ de ouvir uma resposta! a porta se ariu e .ian entrou# Laurie pegoudepressa o roupão para se corir! mas ainda perceeu o olhar insolente com que ele a avaliou

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naquele reve instante# $la emudeceu#

; Podia ao menos ter esperado que eu dissesse para voc: entrar! não é> ; disse elar)spida! com 1dio por ele a ter pegado desprevenida mais uma ve+#

; Ué! grande coisa? Boc: estava l' na piscina! muito tranq5ila com Colin! e seuiqu)ni era menor do que isso que est' usando agora# ; $le sorriu e se apro(imou dela com umandar 'gil e elegante#

Laurie teve vontade de di+er,lhe que Colin não a olhara daquele "eito! como ele! comose ela %osse um o"eto para ser avaliado e comprado se agradasse# 6as! en%im! não estava emsituação de di+er nada#

; 0ão estava me re%erindo minha roupa### s1 que gostaria que tivesse pedidopermissão para entrar em meu quarto#

; $ desde quando preciso de permissão para entrar no quarto de minha noiva>? ;

disse ele! olhando,a com ironia#; 01s dois saemos muito em que não sou sua noiva### ; disse ela ai(ando o

olhar! constrangida#

; 6as todos pensam que é# Ali's! elogiaram tanto voc: que "' estou me sentindoorgulhoso# ; O sarcasmo na vo+ dele %eria,a como um punhal#

$la ai(ou o olhar para não encar',lo e não p/de dei(ar de notar o corpo musculoso eem proporcionado! moldado pela elegante roupa que tra"ava#

; -into muito por tudo isso! senhor 6ontgomer@# $u### ; começou Laurie

titueante#

; Ora! por %avor! continue a me chamar de .ian#

$la apertou contra o corpo o roupão de cetim que pegara s pressas e nem tiveratempo de vestir e moveu a caeça! "ogando os caelos para tr's das costas#

; -into muito ; repetiu Laurie#

$le %e+ um esgar de ironia#

; Ah! quanto a isso não tenho d2vidas? 6inha chegada %oi um tanto inoportuna para

voc:! não é>

; 0ão %oi o que eu quis di+er e voc: sae disso# ; 8avia um certo tom dedesespero na vo+ dela! mas .ian não parecia impressionado# Ao contr'rio! parecia achar graça#

; Boc: não vai querer me convencer! agora! que sente muito por ter conquistado asimpatia de Bera! não é>? Acha que vou acreditar numa coisa dessas> ; O tom era de despre+oe arrog&ncia# Laurie sentia,se min2scula perto dele#

; Boc: %ala como se %osse um golpe su"o### uma atitude ai(a### ; protestou ela%racamente! e seu quei(o tremia como se %osse chorar# ; 0unca houve intenção de %erir

ninguém ou de causar qualquer mal#; Boc: poderia e(plicar isso a Bera> ; disse .ian com rispide+! as narinas dilatando,

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se de raiva#

Laurie ai(ou a caeça! envergonhada! os olhos inundados de l'grimas! numa atitudesilenciosa de quem admite a derrota# $ra verdade que não havia a menor intenção de secausar mal a alguém# Tudo começara como uma inocente rincadeira! s1 que agora atingira

proporç3es dr'sticas# 4uando Bera descorisse quem na verdade era Laurie! %icariadecepcionada e seria doloroso#

; $u e(plico! sim### ; murmurou Laurie#

; -em d2vida! vou %icar encantado com sua hist1ria! mas por enquanto ainda nãovai cont',la ; interrompeu ele ruscamente! com vo+ de desdém e %rie+a# ; 6inha rom&nticatia achou que n1s dois dever)amos %icar a s1s esta noite! "' que estivemos tantos dias separados#

; Boc: ainda não contou a ela> ; $la arregalou os enormes olhos a+uis! incrédula#

; $spero voc: l' emai(o dentro de meia hora!; disse ele sem responder

pergunta# ; Isso lhe d' tempo de sora para inventar uma desculpa plaus)vel# ; $le deu umpasso em direção a ela e instintivamente Laurie recuou e se retraiu# $le sorriu! +omando dessaatitude! e %oi até o arm'rio que estava aerto! de onde tirou um vestido de "érsei a+ul# ordenandoD

; Bista este# Comina em com o a+ul de seus olhos! que parecem tão inocentes?

.ian "ogou o vestido para ela e saiu do quarto# Laurie estava quase sem %/lego e s1então perceeu quanto a presença dele a su%ocara# -entindo as pernas tr:mulas! dei(ou,se cairna anqueta de veludo diante da penteadeira! as palavras de .ian ainda ecoando em seusouvidos# $la teria de passar a noite toda so+inha com ele? Uma noite inteira ag5entando aquelas%rases sarc'sticas que a al%inetavam? 0aturalmente ele não iria acreditar na hist1ria# $! na verdade!

Laurie perceia agora quão asurda parecia aquela invenção do dis%arce e quão ego)stas eram osmotivos que tinham impulsionado a trama toda#

-u%ocou um riso nervoso# -aia que seria perigoso aceitar aquele dis%arce! que seriaterr)vel ter um inimigo como .ian# Por que não ouvira sua consci:ncia! então> Por que sedei(ara levar e cedera aos argumentos da prima> $ agora> <ela encrenca em que estavametida? Agora iria pagar caro pelo que %i+era# .ian seria impiedoso e iria castig',la severamente?4uanto a isso não havia a menor d2vida# $ o pior é que ela não podia %a+er nada para evitar#

$(atamente meia hora depois Laurie saiu do quarto# O vestido de "érsei assentava,lhemuito em! modelando os quadris# O decote realçava o pescoço delgado e gracioso e

acentuava a linha dos seios arredondados e atraentes# Os caelos castanhos,escuros estavampresos atr's da nuca e rilhavam# Laurie sentia,se como uma m'rtir! descendo as escadaspara ser queimada viva em uma %ogueira# H medida que avançava! aumentava o %rio naoca do est/mago e ela se agarrava ao corrimão# A vontade era %ugir dali! sair daquela casa! massaia que isso era imposs)vel#

Perto do pé da escada uma porta se ariu e apareceu .ian elegantemente vestido comterno escuro e gravata oroleta# Parecia uma pantera negra# Laurie %icou gelada ao v:,lo eparou nos 2ltimos degraus! com o coração atendo descompassado! esperando que ele avisse# 8avia um outro homem com ele! em mais ai(o! de caelos castanhos e curtos!usando 1culos de aro escuro# =oi esse homem quem a viu primeiro! parada na escada#

Imediatamente seu rosto se ariu num largo sorriso#; Boc: est' mais linda do que nunca! La.aine?; disse ele# .ian olhou para ela

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com um olhar %rio! como se a estivesse inspecionando# Laurie %e+ um es%orço para descer os2ltimos degraus e! assim que saiu da penumra e %icou so a lu+ do saguão! a e(pressão norosto do outro homem mudou completamente# $le a %itou at/nito e ela sentiu a garganta seca#

; 6as### voc: não é La.aine? ; aluciou ele! olhando para .ian entre surpreso e

curioso#; Ora! não v' me di+er que "' esqueceu como é minha noiva?> ; disse .ian e %oi

usc',la ao pé da escada! segurando,a pelo raço e tra+endo para perto do outro homem quecontinuava perple(o# ; Boc: se lemra de $# E# 7enton! não é Laurie> 6eu raço direito?

$la enruesceu ao encontrar o olhar incrédulo do homem que lhe estendeu a mão ealuciou um cumprimento que Laurie respondeu com o mesmo emaraço# 7epois ele sevirou para .ian! con%uso! procurando uma e(plicação que não veio#

; $ntre em contato com 7avid ho"e noite ; ordenou .ian secamente ; e diga aele que quero aquele relat1rio sore a Companhia .e(ler para amanhã# $le pode mandar pelo

correio ou vir tra+er pessoalmente! como quiser! contanto que %aça#

$ra evidente que estava dispensando o homem e $# E# 7enton voltou depressa para oescrit1rio# 7epois que ele saiu houve um sil:ncio prolongado em que Laurie sentia a %orça dapresença marcante de .ian! que ainda segurava em seu raço como se ela %osse %ugir# 6as elaestava resignada! esperando o castigo que achava que merecia# -entia a consci:ncia pesada#$rgueu os olhos para ele e encontrou uma e(pressão enigm'tica em seu rosto#

6ais uma ve+ surpreendeu,se admirando aquele rosto onito e atraente! com traçosaristocr'ticos e em delineados! que irradiava a %orça e a arrog&ncia de uma pessoa acostumadaa comandar#

; Como é! "' descoriu> ; disse ele com suavidade! querando o sil:ncio#

; 7escoriu o qu:>; perguntou ela! de olhos arregalados! #sem entender#

; Pensei que voc: estivesse tentando achar meu calcanhar de Aquiles! ou se"a! meuponto %raco#

; 6esmo que voc: o tenha! tenho certe+a de que a esta altura "' deve t:,lo protegidoem ; respondeu com um sarcasmo de que ela pr1pria se espantou#

; Ainda em que voc: perceeu ; disse ele! apertando o raço dela com mais

%orça! como se quisesse puni,la! e condu+iu,a para a porta# ; 6eu carro est' l' %ora#

Laurie pu(ou o raço para se liertar da mão dele! erguendo a caeça numa atitudede desa%io e %oi caminhando na %rente com arrog&ncia# 4ueria acaar logo com aquilo! contartudo de uma ve+ e %icar livre daquela tortura# 4uando chegou porta da rua! .ian adiantou,se paraari,la#

; Boc:s "' estão de sa)da! assim com tanta pressa> ; a vo+ de Bera veio da sala deestar#

.ian enlaçou Laurie pela cintura! provocando uma corrente elétrica que a dei(ou

paralisada# $la %icou caisai(a! sem coragem de encarar Bera#; ! estamos sim! %i+emos reservas para mais cedo ; respondeu .ian#

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O NOIVO DA OUTRA (Dangerous Masquerade) Janet Dailey

; 4ue pena? $stava pensando que daria para tomarmos um aperitivo "untosantes de voc:s sa)rem ; Bera suspirou! mas logo sua vo+ voltou ao tom alegre# ; 0ão %a+mal! quando voc:s voltarem a gente pode se reunir! não é>

; ! sim ; respondeu ele com certa secura! depois retirou o raço da cintura de

Laurie e os dois sa)ram#Um Continental ranco estava estacionado perto do Thunderird dourado de Colin e

Laurie não p/de dei(ar de pensar por um reve instante que seria muito mais divertida a noitese %osse sair com ele e não com .ian# Com um leve suspiro entrou no carro de .ian eacomodou,se no lu(uoso esto%amento de couro ranco# Cru+ou as mãos no colo! numaatitude tensa! e %icou olhando %i(o para a %rente# .ian sentou,se ao volante mas não ligou omotor e! olhando de soslaio! ela perceeu que ele a %itava com %rie+a#

; 0ão gosto do seu caelo assim# -olte,o ; ordenou ele em tom autorit'rio earrogante#

; 0ão? ; recusou,se ela! rava! instintivamente protegendo com a mão openteado#

6esmo assim! sem que ela pudesse evitar! ele soltou os caelos dela e agitou,os paraque se espalhassem sore os omros#

; Boc: não é do tipo so%isticado para usar um penteado desses? ; comentou ele!arqueando as sorancelhas com uma e(pressão c)nica ao oservar a reeldia estampada norosto dela#

; Como é que voc: pode saer> ; disse ela! %uriosa#

0um gesto r'pido ele aai(ou o espelho retrovisor na direção dela#

; Bamos! olhe? $ responda sinceramenteD o que voc: v: a)! uma mulher so%isticadae cheia de pose ou uma "ovem ine(periente>

$la olhou e não teve como argumentar# .ealmente! apesar da maquilagem! aquelesenormes olhos a+uis re%letiam susto! aandono e car:ncia! como os de uma criança so+inha#

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CAPITULO B

O restaurante em que .ian a levou era um dos mais lu(uosos e seletos de 6oile#

Ainda era cedo para se "antar e a maioria das mesas estava desocupada# 6esmo assim .ianpediu ao maitre que lhes desse uma mesa em um canto discreto! separada das outras porvasos de plantas# Assim que se instalaram! um garçom apro(imou,se#

; 7ese"a aperitivos antes do "antar! senhor> ; perguntou ele#

.ian olhou de relance para Laurie! que rincava nervosamente com o card'pio! eantes que ela recusasse! ordenou depressaD

; Pode tra+er um coquetel de <acardi para a senhora e para mim um 6anhattan#

; $u não eo ; protestou Laurie! depois que o garçom se a%astou#

; -1 que voc: est' tensa como uma corda de violino? ; disse .ian num tom de+omaria# ; Um coquetel ser' 1timo para %a+:,la rela(ar um pouco para que possa ao menosapreciar o "antar#

Laurie não p/de dei(ar de %a+er uma associação mental com a 2ltima re%eiçãoo%erecida a um condenado morte# As eidas chegaram e! so o olhar oservador dele! eladeu um gole# Achou agrad'vel e adocicado e sorriu! surpresa#

; Fostou>; perguntou ele#

; Fostei sim! origada ; respondeu! descansando o copo na mesa de novo#Olhou para .ian timidamente e teve vontade de se sentir tão descontra)da e rela(ada quanto ele#

4ualquer conversa trivial entre eles era imposs)vel! por isso o sil:ncio se prolongava comouma arreira invis)vel# Laurie pensou que ele %osse começar a %a+er perguntas assim quetivessem sa)do de casa! mas não! durante o percurso até o restaurante .ian pareciapreocupado e# emora a olhasse de relance v'rias ve+es! não dissera nada do que ela estavaimaginando ouvir# $ agora! ali na mesa! continuava calado# $nquanto isso ela ia eericando seuaperitivo! até que esva+iou o copo por completo# O dele ainda não estava pela metade#

O garçom voltou e .ian resolveu pedir o "antar# Laurie não estava com apetite! nemsaeria o que escolher! por isso dei(ou tudo a cargo de .ian que! com a decisão de quemsempre sae o que quer! pediu os pratos sem consultar o card'pio# Laurie achou que não iaconseguir engolir nada! de tão nervosa! por isso %icou admirada quando perceeu que comeratoda a porção de camar3es %ritos que viera para ela# O vinho ranco que acompanhava are%eição dei(ou,a mais rela(ada do que pensara# Os pratos va+ios %oram retirados e o ca%é %oiservido# Laurie sentia,se con%ort'vel e descontra)da! "' agora apoiada no encosto da cadeira! vontade! e não mais sentada na eirada! tensa e nervosa como quando chegara#

.ian acendeu um cigarro e ela olhou para seu silencioso companheiro de "antar# $lesoltou uma a%orada de %umaça e %itou,a com um olhar penetrante do qual ela não conseguiu %ugir#

; $(plique,me como é que voc: %oi parar na casa de minha tia ; disse ele a%inal em

tom decidido! como se %osse uma ordem#

A trégua terminara# Laurie sentiu um cala%rio e procurou en%rentar o olhar dele sem

=)

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O NOIVO DA OUTRA (Dangerous Masquerade) Janet Dailey

%raque"ar#

; 0ão sei por onde começar### ; murmurou com desalento#

$le sorriu com cinismo#

; Feralmente começa,se pelo princ)pio# $ é o que eu quero saer! porque o %im eu "'conheço#

Laurie ai(ou o olhar! intimidada pela %orça que o rosto dele irradiava e entregou ospontos#

; La.aine queria vir### estava com a melhor das intenç3es# E' havia até começado aarrumar as malas! mas da)! receeu um tele%onema do -enhor Lamert### ; ela titueou#

; $ quem é esse tal de senhor Lamert>

; $le é um produtor de cinema em 8oll@9ood# ; $la ergueu os olhos e encontrouo olhar dele! duro e severo# ; $la o conheceu em uma %esta em que voc:s tinham ido nasemana anterior### $le o%ereceu a ela um pequeno papel num %ilme que est' produ+indo? ;Laurie engoliu em seco e inclinou,se para %rente! tentando demonstrar para .ian como essaoportunidade era importante para La.aine ; Boc: sae! La.aine sonha em traalhar nocinema desde que era criança# Por isso quando lhe %i+eram a proposta! era como se para ela umsonho estivesse se trans%ormando em realidade# -e ela tivesse recusado! perderia sua grandechance e talve+ nunca mais %osse lemrada e nunca mais surgisse outra proposta#

; Ah! claro! a oportunidade de mostrar a ele+a ampliada numa tela de cinema é!sem d2vida! algo muito importante e di%)cil de ser recusado ; disse .ian com sarcasmo# ;Ainda mais para uma mulher?

Laurie empalideceu! teve a impressão de que aquelas palavras de censura dirigiam,se aela e não a La.aine#

; A proposta %oi tão inesperada que La.aine dei(ou,se levar pelo entusiasmo e!quando o senhor Lamert lhe mostrou o contrato! ela assinou sem nem ter pensado duasve+es#

; $### e s1 depois é que %oi se lemrar de que se comprometera a visitar minha tia! não %oiisso>

; 6ais ou menos# ; O olhar de desdém de .ian provocava cala%rios em Laurie#; $lanão saia como %a+er para se comunicar com voc:! para e(plicar o que acontecera e adiar avisita a 6oile# Tamém não podia tele%onar a Bera### e o contrato "' estava assinado! origando,aa participar do %ilme! so pena de multa e processo se não %osse cumprido#

; =oi a) que surgiu a idéia de mandar voc: no lugar dela! não é>

; 0a verdade tudo começou de rincadeira! por acaso# La.aine comentou quegostaria de ser duas pessoas! assim poderia %a+er as duas coisas ao mesmo tempoD vir para 6oilee %a+er o %ilme#

; $st' em! até a) posso entender ; disse .ian secamente! apagando o cigarro nocin+eiro ; mas o que %e+ com que voc: concordasse com essa idéia maluca de assumir aidentidade de outra pessoa> -er' que por acaso voc: tamém acalenta dese"os secretos de seratri+ e achou que %a+er o papel de La.aine seria uma 1tima e(peri:ncia>

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; 0ão? ; negou ela depressa# ; Isso nem me passou pela caeça# O %ato é queLa.aine estava legalmente comprometida a %a+er o %ilme e moralmente comprometida a virpara 6oile# -e não cumprisse o primeiro compromisso ia arran"ar encrenca com a "ustiça! paraela e para os pais dela# $ %oram eles que me criaram desde que meus pais morreram quandoeu era pequena ainda### meu tio Paul é um homem de neg1cios muito em,sucedido e

astante conhecido# Um processo contra ele poderia arruin',lo! estragar sua reputação### voc:sae ; e(plicou ela com toda a %ranque+a# ; 0aquele momento em que convers'vamos!pareceu,me uma coisa tão inocente### essa hist1ria de %ingir ser La.aine! principalmenteconsiderando o mal que causaria a meu tio o %ato de La.aine romper o contrato e vir para c'#

; $ eu ia %icar saendo a verdade quando voltasse ou estavam pensando em termosde *o que os olhos não v:em o coração não sente*> ; disse ele! entre dentes! perscrutando orosto e(pressivo de Laurie! que se manteve em sil:ncio# ; $### "' sei! não precisa me di+er# $ra dese esperar? ; concluiu ele! sarc'stico#

; La.aine não queria que voc: pensasse mal dela### estava com medo que voc: a

reprovasse### ; murmurou Laurie#; 4uer di+er que eu s1 saeria deste pequeno epis1dio depois do casamento! não é

isso> ; As narinas dele se dilataram! os m2sculos do ma(ilar se contra)ram e era evidente queestava se contendo para não ser violento#

; Isso eu não sei### ; mentiu Laurie com vo+ tr:mula#

; $ voc: acha que eu ia achar graça e aceitar essa %arsa! hein>

; 0ão ; concordou Laurie caisai(a! sentindo,se humilhada# ; Boc: tem todo odireito de %icar ravo# 6as! por %avor! ; ela %itou,o com olhar s2plice! os olhos a+uis rilhando ;

não culpe La.aine por isso# Procure entender# A participação nesse %ilme é a reali+ação de umsonho que ela tem desde menina# $ra muito importante para ela e seria assim como umadespedida de solteira# $la não pretendia causar nenhum mal com essa atitude? ; Aquelae(pressão arrogante e austera assustava Laurie# -entiu que precisava %a+er algo para salvar onoivado de La.aine que! pela cara dele! estava ameaçado# ; Olhe! e além do mais! a idéia devir aqui no lugar de La.aine %oi minha ; mentiu ela# ; Tenho certe+a de que ela "amaispensaria em enganar voc: desse "eito# $u a convenci de que seria uma oa solução e daria certo?

.ian ouviu aquela con%issão em sil:ncio! depois %e+ sinal para que o garçom trou(esse aconta! pagou e ergueu,se da cadeira# Laurie oservava! calada# $ agora> O que aconteceria>-em d2vida ele não iria dei(ar tudo por isso mesmo! sem uma resposta! sem uma atitude de

punição# -er' que ele não ia di+er o que pretendia %a+er>

Aquela hora quase todas as mesas "' estavam ocupadas por homens e  mulhereselegantes e Laurie notou como todos olhavam discretamente medida que .ian passava#Ali's! ele era mesmo de chamar a atenção em qualquer lugar# -1 que ela não perceia queos dois %ormavam um elo par#

Chegaram ao carro e ele ainda continuava em sil:ncio# Laurie "' estava com vontade degritar# $le estava %a+endo de prop1sito! tal como %i+era antes! demorando para ouvir a e(plicação#Provavelmente ele gostava de tortur',la! de v:,la so%rer! pensou com raiva! lançando,lhe um olharde revolta#

A cidade %oi %icando para tr's e Laurie descon%iou que não estavam indo para casa deBera! mas não quis perguntar nada# O que ele estaria %a+endo> -er' que ele saia quanto a

=(

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estava intimidando com aquela atitude> $la estava tão asorta em suas preocupaç3es epensamentos que nem perceeu como ele estava correndo# -1 quando ele diminuiu amarcha e ela ouviu o ru)do de cascalho so as rodas é que voltou realidade#

$le parou o carro e desligou o motor# Laurie! então! olhou ao redor# procurando saer

onde estava# $stavam parados no acostamento de uma pequena estrada rural! escura echeia de pinheiros! sem o menor sinal de casas# 7iante do carro estendiam,se as 'guasrilhantes da a)a de 6oile! re%letindo a lua cheia# L' ao longe! do outro lado! as lu+es da cidadepareciam um colar iluminado# .ian acendeu um cigarro e a chama iluminou por um reve instanteaquele rosto severo e arrogante#

Laurie engoliu em seco! louca para perguntar o que estavam %a+endo ali! paradosnaquele lugar escuro! mas conteve,se com muito es%orço# Aos poucos a lu+ do luar %oi iluminandoo interior do carro# 0um gesto nervoso ela empurrou os caelos para tr's das orelhas e virou,se para%it',lo! en%rentando o olhar dele cora"osamente#

; <em! agora que se meteu nessa situação! pode me di+er como é que pretendesair dela> ; perguntou .ian com um risinho sarc'stico#

$la ergueu as sorancelhas em %eitas! um tanto admirada# $ntão seria ela pr1priaquem escolheria seu castigo> Todavia! seu senso de responsailidade e a sensação de culpa nãopermitiriam que ela sa)sse impune#

; -1 h' duas alternativas! na verdade ; retrucou ela! es%orçando,se para que a vo+não sa)sse tr:mula# ; Ou eu arrumo minhas malas ho"e mesmo e parto amanhã emcedo como La.aineK ou então vou %alar com sua tia! e(plico quem sou realmente e como éque vim parar aqui#

; $ assim destr1i todas as ilus3es tão preciosas para ela e dei(a,a desarvorada! não émesmo> ; acrescentou ele com secura#

$la ai(ou a caeça e os caelos ca)ram como uma cortina de seda sore seu rosto#

; ### eu sei ; murmurou# A 2ltima coisa que dese"aria era magoar aquela mulherque a acolhera com tanta simpatia e amailidade e por quem "' sentia uma grandea%eição# ; Acho que o mais l1gico e ra+o'vel é eu partir amanhã cedo mesmo#

; $ seria a solução mais %'cil para voc: tamém ; disse ele! sarc'stico# ; 6as o queacontecer' quando Bera a%inal encontrar,se com a verdadeira La.aine>

; $la não se encontrar'### quero di+er! La.aine disse### ; Laurie titueou! gague"ou econtinuou ; ela disse que voc: quase nunca visita Bera! portanto as chances de voc: tra+erLa.aine para c' são m)nimas###

; 7e onde ser' que ela %oi tirar essa idéia>? ; comentou ele com indi%erença ereclinou,se com indol:ncia no encosto do anco#

; $ não é verdade> ; disse Laurie ai(inho# ; Bera %alou,me tamém que quasenão v: voc:#

; Isso é modo dela %alar# porque gostaria que eu viesse toda semana e ainda

acharia pouco# ; $le perscrutou o rosto a%lito de Laurie# ; $! então! o que voc: prop3e agora>4ue eu corte as relaç3es com minha tia e não venha mais visit',la s1 para proteger voc:>

>@

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Laurie suspirou %undo#

; 0ão! é claro que voc: não pode %a+er isso? $u### eu acho que é melhor eu contartudo a ela! mesmo# -1 espero que ela não %ique contra La.aine antes de conhec:,la#

; $ todas as pessoas que %oram envolvidas devem perdoar e esquecer o epis1dio!não é isso o que voc: acha> ; O olhar dele era de desdém#

; Boc: tem alguma outra sugestão> ; perguntou Laurie! r)spida! cansada daquelarincadeira de gato e rato a que ele a estava sumetendo# -e ele quisesse puni,la! que o %i+essede uma ve+ e não %icasse assim! divertindo,se inde%inidamente com seu constrangimento ea%lição?

$le deu um meio sorriso#

; Tenho sim ; disse ele# ; Boc: pode %icar aqui como minha noiva e n1s doisesqueceremos que e(iste uma La.aine#

; Boc: não pode estar %alando sério? ; Laurie olhou,o incrédula! enquanto elecalmamente soltava uma a%orada de %umaça# ; 0ão vai di+er que vai romper o noivadocom La.aine s1 por causa dessa minha invenção est2pida de %ingir ser sua noiva? 0ão! voc:não pode %a+er isso?

; Para mim ; disse ele com %rie+a ; nosso noivado %oi rompido no e(atomomento em que ela tirou o anel que dei a ela e colocou,o em seu dedo#

$ra como se o anel lhe queimasse o dedo! agora# Tentou tir',lo! mas estava di%)cil! porque%icara em "usto# Antes que conseguisse tir',lo! sua tentativa %oi interrompida pela mão dele! que

agarrou com %orça seu pulso direito#; 0ão! não?; protestava Laurie com veem:ncia! lutando para liertar,se dele# ;

0ão posso dei(ar que voc: se vingue em La.aine# $la ama voc:? $la não %ala em outracoisa que não se"a o casamento de voc:s e o quanto isso é importante para ela? 0ão! não%aça isso? =oi tudo idéia minha? ; di+ia ela desesperada! assumindo toda a culpa so+inha parasalvar o noivado da prima# ; $la não teria pensado numa coisa dessas# =ui eu que inventeitudo e ainda custei para convenc:,la? $la disse até que ia desistir de %a+er o %ilme se isso %osseatrapalhar o noivado de voc:s? Boc:s se amam! estão %a+endo planos para casar# 0ão### nãoposso dei(ar que voc: magoe La.aine por causa de uma idéia idiota que tive?

; $ comovente o modo como voc: de%ende sua prima; disse .ian cinicamente!sem largar o pulso dela# O rosto dele estava em perto# ; 6as acho que voc: não conheceem sua prima! como tamém não me conhece#

; O que quer di+er com isso>; hesitante! Laurie olhou,o em dentro dos olhos#

; La.aine não me ama nem eu a amo#; Os olhos castanhos escuros delerilharam e uma e(pressão divertida passou por seu rosto ao constatar que Laurie estavaat/nita e perple(a# ; 0ossa união era apenas um acordo que satis%a+ia interesses m2tuos#$u queria uma esposa que %osse em educada e atraente e que não e(igisse muito minhaatenção# La.aine queria um marido rico que lhe comprasse "1ias e roupas caras e que aintrodu+isse na elite da sociedade#

; Como é que voc: pode di+er uma coisa dessas?; murmurou Laurie!escandali+ada# ; Boc: acredita mesmo nisso> $ntão voc: não sae o que La.aine sente por

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voc:# 0ão é assim que ela %ala###

; Tenho certe+a de que não passa de representação para que voc: pense que elame ama de verdade# A%inal! ela quer manter uma imagem# ; A resposta parecia c)nica e%ria e despertou em Laurie uma certa d2vida# ; La.aine s1 ama a si pr1pria?

Laurie conhecia muito em La.aine para saer que .ian poderia estar %alando averdade# A prima muitas ve+es era calculista e insens)vel e totalmente ego)sta quando se tratavade conseguir algo que dese"ava#

; $ntão não estou entendendo ; murmurou Laurie! ai(ando o olhar para a mãodele! que ainda segurava seu pulso# ; -e voc: não gosta dela mesmo! então não %a+di%erença nenhuma que sua tia goste ou não dela#

; Bera é terrivelmente rom&ntica ; disse ele em vo+ ai(a# ; $la não entenderiapor que La.aine dei(ou voc: passar por minha noiva#

; $ntão! em outras palavras! voc: quer continuar a %arsa tamém> Bamos todoscontinuar a %ingir! é isso> ; disse Laurie r)spida! com raiva dele por ser tão %rio e desumano# Paraela o casamento era uma coisa sagrada! era algo sério e pro%undo e não um simples acordo parasatis%a+er interesses %)sicos e materiais! como era para .ian e La.aine#

; 0ão quero magoar minha tia sem necessidade ; corrigiu ele com %rie+a#

; $ que ela solução voc: prop3e para evitar isso? Bai me adotar como sua noiva parailudi,la ainda mais# 6as! e da)> Como acha que ela vai reagir depois! assim que sairmos daqui enosso noivado terminar> Boc: s1 vai adiar a decepção dela?

; $ quem disse que precisa terminar> ; $le segurou o rosto dela e %itou os olhos corde sa%ira que rilhavam mais ainda no calor daquela discussão! dei(ando,a ela# ; Boc: é umagarota atraente### e é 1r%ã# ; A palavra %eriu,a como uma punhalada! %a+endo,a lemrar desua in%&ncia solit'ria e triste#; -em d2vida a segurança que um marido rico pode lhe o%erecernão é algo para se "ogar %ora# é>

; O dinheiro não é a coisa mais importante do mundo para mim ; declarouLaurie! cheia de orgulho# ; 4uando eu me casar! ter' de ser com um homem que eu amee que tamém me ame# -er' um homem meigo! carinhoso e gentil#

$le sorriu! mas ela teve a impressão de que o olhar dele era de despre+o por sua atituderom&ntica#

; Boc: %ala como se "' tivesse alguém# 0ão posso acreditar que o amor de suavida este"a em casa esperando enquanto voc: %ica aqui %ingindo ser noiva de outro homem# Ouser' que é alguém que voc: conheceu recentemente>### 0ão ser' Colin>

; Colin realmente tem todas essas qualidades que eu mencionei ; disse ela emtom de desa%io! sem di+er se estava ou não apai(onada por ele#

; Boc: est' apai(onada por ele>; perguntou .ian#

; 0a verdade! acho que ainda não houve tempo para isso# 0osso relacionamento é

muito recente#; $ voc: acha que o amor tem que ser algo %ulminante como um raio! não é>;

disse ele! +omando do romantismo dela# 7epois! sutilmente mudou o modo de olh',la!

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envolvendo,a num olhar quente e viril# ; Boc: "' %oi alguma ve+ acariciada por um homem> ;$la corou e ele riu ai(inho# ; $ 1vio que não# Tal como eu pensei#

O olhar com que ele a %itou %e+ o sangue %erver nas veias de Laurie# .ian tocou de leve orosto dela! percorrendo,o com a ponta dos dedos e acariciou os l'ios sensuais e em %eitos!

acordando nela uma estranha sensação#; Fostaria de saer como voc: seria %a+endo amor comigo#

; Pare com isso? ; disse Laurie! rava! empurrando a mão dele#

Lemrou,se do ei"o que ele lhe dera eira da piscina e um arrepio percorreu suaespinha# -em d2vida ele saia como despertar o dese"o de uma mulher# 0aquele momentotudo o que sentia era a %orte atração que ele e(ercia sore ela#

; Boc: não achou meu ei"o de ho"e tarde desagrad'vel### ; lemrou .ian comum rilho malicioso no olhar#

; Boc: me pegou de surpresa naquela hora### estava desprevenida### ; "usti%icou,seela! tentando não demonstrar quanto a pro(imidade dele a perturava#

; $ agora> ; Os l'ios dele se apro(imaram devagarinho#

; $ agora eu não quero que toque em mim ; respondeu ela depressa#

Imediatamente ele largou o pulso dela e reclinou,se no encosto de seu anco de novo!rindo ai(inho#

; 0ão precisa se preocupar ; disse! ainda rindo# ; 0ão %a+ meu g:nero sedu+ir

 "ovens garotas ine(perientes num anco de carro# $stou acostumado com amientes maisprop)cios e mulheres mais e(perientes#

Laurie enruesceu! constrangida e sem "eito#

; Ah! odeio voc:? ; disse ela! a%inal! com vo+ tr:mula de raiva e humilhação# ;Boc: é pretensioso e arrogante# -orte de La.aine que vai se livrar de voc: enquanto é tempo?

; $! mas voc: não ter' essa sorte ; disse ele! "' em outro tom# ; Lemre,se de que éminha noiva#

; 0unca vou me casar com voc:?; disse ela com veem:ncia ; e voc: não pode me

origar#

; 0ão tenha tanta certe+a assim? ; disse ele com certo orgulho# ; 6as! porenquanto! quero que diga que concorda com nosso noivado#

; $ por que deveria> ; perguntou Laurie! "ogando os caelos para tr's num gestopetulante#

; Boc: "' esqueceu de Bera>

$la pestane"ou! hesitante# 8avia esquecido do resto do mundo! ali! naqueles momentosao lado de .ian# 0ão queria que Bera se decepcionasse! mas tamém concordar em ser anoiva dele era um preço muito alto! mesmo em consideração a Bera! de quem gostava tanto#

; 4ual é a di%erença> ; disse ele ; a%inal ela "' pensa que voc: é minha noiva! graças

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%arsa que voc: mesma inventou#

; $u não vou me casar com voc: ; disse ela ai(o! mas com determinação#

.ian sorriu#

; Cada coisa a seu tempo# Pensaremos nisso quando chegar a hora#

Laurie e(aminou %urtivamente o per%il dele# .ian ligou o motor e ela endireitou,se noanco# -entia,se derrotada# $le a vencera! impedindo,a de contar toda a verdade a Bera#

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CAPÍTULO BI

Laurie passou uma noite inquieta e agitada# 6al conseguiu dormir! pensando naquela

situação toda# Agora ela era noiva de .ian# Como terminaria esse noivado> O que %aria com aami+ade que tinha com Bera> Pela manhã! demorou o mais que p/de para sair do quarto!mas a%inal acaou descendo# .ian estava perto da porta da %rente! com uma maleta na mão!%alando com Bera# 4uando Laurie se apro(imou# Bera disse em tom "ovialD

; $stava tentando convencer .ian a esperar mais uns minutos# Boc: sempre acordacedo? Ainda em que chegou#

Laurie não tinha coragem de encarar .ian! não queria que ele visse as olheiras em seurosto! sinal da noite mal dormida por causa dele#

; Pelo menos chegou a tempo para se despedir de mim ; disse ele sarc'sticoquando ela parou perto de Bera#

; 7espedir> ; $la %ran+iu a testa! incrédula! e sem querer olhou para ele#

; ; Bera %e+ uma pequena careta de desagrado# ; $le mal chega e "' vaiemora de novo# -empre ocupado# Ah! essas viagens de neg1cios?

; Tenho que pegar um avião agora ; disse .ian para Laurie# ; 0ão quer meacompanhar até o carro>

; <oa viagem ; disse Bera! apertando a mão do sorinho! depois a%astou,se

discretamente para dei(ar .ian e Laurie a s1s#$le sorriu! perceendo que Laurie estava desconcertada# Ariu a porta! esperou que ela

passasse e colocou de teve a mão em sua cintura! condu+indo,a até o carro ranco#

; Boc: não est' curiosa para saer aonde vou>

; 0ão ; um rilho de reeldia passou por seu olhar# ; -1 quero saer quantotempo voc: vai %icar longe#

; 0ão se"a agressiva! Laurie! meu amor ; o m2sculo da %ace dele se contraiu# ;-ei que voc: est' louca para me ver pelas costas! mas lemre,se de que %oi voc: mesma quem

criou esta situação e não eu#; 6as voc: não perdeu tempo em se aproveitar da situação! não é> ; acusou ela#

; Boc: me censura por querer proteger minha %am)lia> =oi "ustamente o que voc:alegou estar %a+endo com a sua?

; Aleguei não! eu estava protegendo! mesmo#

; $ melhor eu avis',la para que não se dei(e levar por nenhum impulso qui(otesco decontar a verdade a Bera ou de tentar %ugir# $# E# est' a par da situação ; disse,lhe .ian %riamente; e eu dei ordens rigorosas a ele para %a+er o que %or necess'rio para impedir qualquer atitude

sua no sentido de alterar as coisas#

Laurie admitiu intimamente que tais pensamentos "' haviam passado por sua caeça!

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mas não ia di+er isso a .ian#

; Boc: não con%ia em mim>

; 0ão con%io em mulher nenhuma e muito menos em voc:#

; Tamém não con%io em voc:#

Os olhos escuros dele rilharam e os l'ios se entreariram num sorriso +ometeiro#

; $stranho voc: di+er isso agora ; disse ele ; quando h' apenas alguns diaslemro,me em de ter ouvido voc: me di+er ao tele%one quanto me amava e como estavasentindo minha %alta?

Laurie enruesceu na hora#

; Boc: sae muito em por que eu disse isso#

; 6as devo admitir que %oi muito convincente ; continuou ele em tom deprovocação#; Acho que voc: é uma atri+ muito melhor que La.aine#

$la arregalou os olhos#

; Boc: perceeu que eu não era La.aine naquela noite>

; 0ão# Boc: imitou direitinho La.aine# O que me dei(ou descon%iado %oi o %ato deBera ter demonstrado tanta a%eição e simpatia por La.aine# $u não esperava que issoacontecesse! ali's tinha quase certe+a de que iria acontecer "ustamente o contr'rio# -1 que nãome passou pela caeça que alguém pudesse estar no lugar de sua prima! %ingindo ser ela# $st'

contente com a resposta> ; Laurie %icou em sil:ncio enquanto ele "ogava a maleta no ancoda %rente ao lado do volante# 7epois ele se virou para Laurie de novo# ; Bera est' nos olhandoda "anela# $st' na hora de voc: mostrar mais uma ve+ sua hailidade de atri+ e dar,me umapai(onado ei"o de despedida#

; 0ão vou ei"ar voc: coisa nenhuma?

Com rapide+ e delicade+a! .ian segurou,a pelo quei(o e ergueu o rosto dela parareceer seu ei"o# O toque daqueles l'ios sem querer provocou nela uma resposta e! por umreve instante! ela se entregou ao ardor que a arreatou# 4uando ele se a%astou havia umrilho +ometeiro em seus olhos escuros ao %itarem os dela! que pareciam cintilar# $la ergueu amão e %e+ menção de pass',la sore os l'ios! como se quisesse apagar a marca daquele ei"o!mas ele interrompeu o gesto segurando a mão dela#

; $u não %aria isso! se %osse voc: ; aconselhou com um olhar malicioso! como serincasse com a indignação dela# ; -e limpar esse ei"o serei origado a dar outro### a não serque se"a isso o que voc: est' querendo#

-1 então ele largou o rosto dela! olhando,a com desa%io# Laurie cerrou os punhos esoltou os raços ao longo do corpo numa atitude de desalento e %rustração#

.ian sorriu! complacente#

; Ah! agora sim est' sendo sensata? Continue assim até eu voltar#; 4uanto tempo vai %icar %ora> ; perguntou ela entredentes#

>*

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$le semicerrou os olhos e contemplou,a por instantes#

; Ah! ah### uma noivinha apai(onada deveria perguntar quando eu vou voltar ;disse! alançando a caeça#

; 4uanto tempo vai %icar %ora> ; repetiu ela! erguendo a caeça numa pose dedesa%io#

; Be"o voc: amanhã#

Com essas palavras ele entrou no carro e partiu# $la %icou l' parada! como se estivessegrudada no chão! vendo,o sumir! saendo que deveria estar parecendo a pr1pria imagem danoiva apai(onada saoreando os 2ltimos instantes que passara com o em,amado# 6as oque a consumia naquele momento era uma raiva %ero+# $la! que sempre %ora de nature+apl'cida e calma! estava passando por uma enorme trans%ormação! instigada pelapersonalidade %orte e enérgica de .ian# $la havia "urado! na noite anterior! manter,se indi%erente aele! a suas indiretas e provocaç3es# $ntretanto cada ve+ que %icava perto dele sentia o sangue

%erver nas veias# 6as recusava,se a admitir que toda aquela perturação %osse outra coisa a nãoser raiva e antipatia por .ian#

Ainda estava parada no mesmo lugar! olhando o va+io! e tão asorta em seuspensamentos que nem ouviu o arulho do "ui+ apro(imando,se a cavalo# A vo+ grave do "ui+trou(e,a de volta realidade#

; 6as que triste+a é essa! Laurie>

$la se virou para ele num soressalto! vendo que e?e tra+ia uns cavalos "' selados#

$le notou a preocupação em seu rosto#

; 0ão me diga que .ian "' dei(ou voc: de novo>?

; Pois é### uma viagem de neg1cios ; Laurie suspirou#

0esse momento Bera surgiu! acompanhada do secret'rio de .ian! que seria o *cãode guarda* de Laurie#

; $ quando ele vai voltar> ; perguntou ele! antes de saudar com um sorriso dealegria a ela mulher de caelos prateados que caminhava na direção deles#

; Amanhã#

; $ntão não h' necessidade de cancelarmos nossos planos para ho"e noite! não é!Bera> ; disse o "ui+#

; ! acho que não ; respondeu ela#

Laurie oservou %urtivamente o olhar de interrogação de $# E# 7enton#

; 4ue planos são esses> ; perguntou o %iel empregado de .ian#

; 01s quatro )amos "antar "untos e depois Colin ia levar Laurie a um des%ilecarnavalesco ; e(plicou o "ui+# ; 4uando .ian chegou ontem pensamos em cancelar osplanos! mas agora não ser' mais necess'rio! "' que ele via"ou de novo#

7enton %icou hesitante! sem saer o que %alar! e Laurie mais do que depressa endossou as

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O NOIVO DA OUTRA (Dangerous Masquerade) Janet Dailey

palavras do "ui+#

; claro que não h' necessidade de mudarmos os planos? Colin me %alou tantodesses des%iles que estou louca para conhecer e depois sae,se l' quando vou ter outraoportunidade de voltar aqui no Carnaval# Tenho certe+a de que .ian não iria %a+er nenhuma

o"eção?Laurie olhou para 7enton com um lampe"o de revolta no olhar# $le que se atrevesse a

estragar o programa?

; Boc: pode nos acompanhar se quiser! ser' em,vindo ; convidou Bera#

7enton olhou de relance para Laurie! perceendo que ela saia que ele estava l' para%iscali+',la#

; 0ão! origado ; recusou educadamente# ; Tenho que p/r em dia umapapelada que .ian dei(ou aqui e vou aproveitar ho"e noite para %a+er isso# Bão voc:s e

divirtam,se#; <em! agora que "' est' tudo cominado! podemos sair para nosso passeio

matinal a cavalo> Boc:s estão prontas> ; O olhar do "ui+ %i(ava,se com devoção no rostosorridente de Bera#

; Laurie ainda não tomou ca%é### ; hesitou Bera#

; Podemos cavalgar até minha casa e l' Laurie pode comer algo#

; Ah! que idéia maravilhosa? ; disse Laurie rindo! pensando em como o pore7enton poderia vigi',la a dist&ncia#

6as ele não estava preocupado com isso# $rgueu a mão e acenou em despedida#

; 7ivirtam,se ; disse e entrou em casa#

$le devia saer muito em que a simples ameaça de .ian era su%iciente para manterLaurie na linha! e ela não p/de dei(ar de admitir que 7enton tinha ra+ão#

O dia passou depressa! depressa até demais na opinião de Laurie! que se sentia comoum passarinho %ora da gaiola# -aia que precisava saorear em cada instante de lierdadeantes que seu dono a trancasse de novo na gaiola# 0ão conseguia parar de pensar em .ian#Algo em seu )ntimo lhe di+ia que ele não ia gostar quando souesse que ela sa)ra so+inha comColin! mas isso em ve+ de amedront',la despertava nela um sentimento de vingança eprovocação#

O esp)rito carnavalesco contagiava,a e ela! que "' estava alegre! sentia,se quase eu%1rica# Acantoria! as risadas da multidão reunida para ver o des%ile contriu)am para desiniir Laurie aponto de %a+:,la cantar "unto# Algumas pessoas estavam %antasiadas! outras com roupasesportivas e algumas! como Laurie e Colin! vestiam,se com mais rigor# 8avia de tudo eninguém se importava com nada! a alegria era a mesma# Laurie cantava como todos! sempensar no vestido caro que usava! de seda ranca estampada com grandes %lores pretas! que lhedei(ava os omros nus#

0aquele momento! passava um carro aleg1rico com um dragão todo iluminado!

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cercado de homens com %antasias e m'scaras orientais que "ogavam doces! rinquedos ei"uterias para a multidão# Laurie e Colin! como todos! aplaudiam! gritavam e estendiam asmãos para pegar as prendas que eram "ogadas#

 Eovens e velhos riam e corriam de c' para l'! pulando e disputando alegremente as

prendas como se %ossem "1ias caras# 8avia uma eu%oria geral e toda a cidade parecia terenlouquecido# $ra a terça,%eira gorda e todos pareciam querer se e(pandir ao m'(imo antes daquarta,%eira de cin+as e da quaresma#

; Ah! Colin! é muito mais divertido assim do que olhar o des%ile de longe?; e(clamouLaurie! erguendo para ele um rosto cheio de animação! os olhos rilhando como sa%iras#

; 7esde os tempos de garoto que não me divirto tanto quanto ho"e? ; retrucouColin! rindo#

; $ eu nunca me diverti assim em toda a minha vida?; disse Laurie! cheia deempolgação#; $stou com vontade de soltar o caelo e %a+er loucuras#

; -eu caelo "' est' solto ; disse ele! segurando uma mecha daquele caelo negroe sedoso# ; $ eu tamém estou com vontade de %a+er loucuras### voc: est' me dei(andomaluco### estou com vontade de araç',la e apert',la em meus raços# Ah! Laurie! onde é quevoc: esteve esse tempo todo> Por que não apareceu antes em minha vida>

O rilho ardente daqueles olhos castanhos trou(e Laurie de volta soriedade# $laparou de rir e %icou olhando para ele! sem saer o que di+er! mas não p/de dei(ar de pensarcomo seria o ei"o dele# -er' que ele era meigo e suave como ela sempre imaginara queum homem devia ser com uma mulher! ou ser' que era sensual e impetuoso como .ian>Colin leu em seus olhos! que rilhavam convidativamente! e a mão que segurava a mecha

de caelo escorregou para o omro dela#

0esse momento surgiu outro carro aleg1rico e o movimento da multidão ao redordeles separou,os# Laurie %icou sem saer a resposta! o encanto daquele instante tinha sidoquerado e ela voltou a prestar atenção no des%ile! rindo# Colin perceeu a mudança e lamentouaquele ei"o perdido! mas voltou depressa a participar da alegria geral! rindodespreocupadamente#

7epois da passagem daquele grupo! as pessoas se acalmaram um pouco! nae(pectativa do pr1(imo# Laurie! de repente! sentiu uma %orça estranha que a compelia a olhar paratr's e! sem resistir! virou a caeça#

L' estava .ian! encostado em uma 'rvore! olhando %i(o para ela# Assim que captou oolhar dela! ele se endireitou e apro(imou,se! arindo caminho entre as pessoas com seu corpoalto e %orte# Ainda estava de terno escuro! o mesmo com que sa)ra de manhã para via"ar! s1que tirara a gravata e arira o colarinho#

; .ian? Pu(a! não pens'vamos que voc: %osse voltar ho"e noite? ; e(clamouColin#

Laurie perdeu a %ala# Olhava quase hipnoti+ada a e(pressão enigm'tica no rosto de.ian#

; o que estou vendo ; disse ele com vo+ suave! sem desviar o olhar de Laurie#

Colin olhou hesitante de um para outro e! apesar do "eito divertido com que .ian %alou!

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sentiu,se imediatamente e(clu)do! como se %osse um intruso vendo o casal se olhar com tantaintensidade#

; $spero que não se importe de eu ter tra+ido Laurie para ver o des%ile ; disse ele emtom de desculpa ; ela nunca tinha visto uma %esta de Carnaval antes#

; $ voc: parece estar gostando e se divertindo astante! Laurie ; comentou .ian#

; $u estava### quer di+er! estou ; corrigiu ela depressa! provocando um sorriso c)nicoem .ian#

; 4ue pena que eu cheguei para estragar sua diversão ; rincou ele! com arir/nico# ; Pensei que minha noiva estivesse chorando de saudades minhas#

; Colin e eu somos amigos### não ve"o nada demais em me distrair com umamigo? ; disse ela depressa! antes que .ian insinuasse qualquer coisa#

; 0esse caso ; disse .ian! olhando pela primeira ve+ para Colin! que estavaastante constrangido ; voc: não pode %a+er nenhuma o"eção se eu levar Laurie para casa!não é>

; claro que não ; respondeu Colin com desalento! saendo! tal como Laurie! quenada poderia %a+er para impedi,lo#

Laurie notou preocupada o olhar de triste+a e desapontamento de Colin e disse! numimpulso de momentoD

; Boc: vem conosco>

; Com licença ; disse .ian! dispensando a companhia do outro com um olhare(pressivo# 7epois colocou a mão no omro de Laurie! condu+indo,a por entre a multidão# ; Tive de parar o carro um pouco longe daqui por causa do des%ile! espero que voc: não seimporte de ter que andar até l'#

Assim que sa)ram do meio do agrupamento! .ian tirou a mão do omro de Laurie e osdois %oram caminhando por uma rua toda arori+ada#

; Aposto como 7enton avisou voc: que n1s sa)mos ; disse ela meio r)spida!nervosa como sempre com a presença de .ian#

; 7enton achou que iriam sair todos "untos! e %icou meio preocupado quando viu o "ui+ e Bera chegarem em casa sem voc: e Colin ; disse ele! lançando um olhar para orosto petulante de Laurie# ; O pore homem %icou pensando que voc: %osse aproveitarpara %ugir e resolveu me avisar#

; =oi por isso que voc: %oi nos procurar> Como conseguiu nos encontrar no meio detoda aquela gente>

; Ora! eu nasci aqui! estou acostumado com o Carnaval e sei em quais são osmelhores lugares para se ver o des%ile# -aia e(atamente onde Colin poderia ter levado voc: ;ele encolheu os omros# ; 7epois! para locali+',la na multidão tamém não %oi di%)cil# Boc: nãoé do tipo que pode passar desperceido para um homem#

; Berdade> ; retrucou ela! incrédula# ; $ como é que em Los Angeles voc: nemnotava minha e(ist:ncia>

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; 0ão tenho tanta culpa assim de não ter me interessado em apro%undar nossorelacionamento naquela ocasião### A%inal! depois daquele nosso primeiro encontro em que voc:apareceu com todo aquele creme no rosto! uma toalha na caeça e um roupão vermelho!largo e desengonçado### ; .ian riu# ; A 2nica coisa que deu para ver! e que valeu a pena!%oram seus olhos a+uis# 0a segunda ve+ que nos encontramos voc: estava mais

apresent'vel! mas parecia agir como se %osse invis)vel! %a+endo questão de não ser notada# ;$le a contemplou e Laurie enruesceu! ; Por que agia assim>

; $u não gostava muito de voc: ; disse ela! surpresa em saer que ele a havianotado antes#

; $ agora gosta menos ainda#

; verdade ; respondeu ela! esperando que ele se revoltasse com sua%ranque+a#

; -inceridade é om! Laurie! mas não precisa e(agerar ; disse ele apenas# ;Agora vou lhe dar um conselhoD Tome cuidado! acho que est' rincando com %ogoprovocando Colin dessa maneira#

; 0ão sei do que voc: est' %alando ; retrucou ela! enruescendo ao imaginarquanto tempo .ian %icara oservando de longe#

; Conheço em aquele "eito de olhar# -ei que uma mulher quando olha assimpara um homem est' querendo ser ei"ada# $ acho melhor que voc: não resolvae(perimentar# ; A 2ltima %rase %oi dita com mais %irme+a! contendo um certo tom de ameaça#

Aquela atitude ditatorial dei(ou,a irritada# $la ergueu a caeça e encarou,o com ousadia#

; Boc: não é meu dono#

$le agarrou o pulso dela e ergueu a mão onde estava o anel de noivado! até que a sa%irae os diamantes rilharam na lu+#

; Por enquanto sou! sim#

; Boc: me chantageou para que eu usasse este anel? ; a vo+ dela tremia de raiva#; apenas um acordo! o anel não signi%ica nada para mim? Bale menos do que paraLa.aine?

; $u "' a avisei para não me provocar ; disse .ian entre dentes! prendendo osraços dela para tr's! de modo que o corpo de Laurie encostou no seu# ; Por que %a+ assim>Por acaso pretende dei(ar,me com raiva para que a mande emora> Ou ser' que é outra coisaque voc: est' querendo>

; -olte,me?

.ian apertou,a com mais %orça ainda! origando,a a erguer a caeça#

4uando ela ia pedir novamente que a soltasse ele se apossou de seus l'ios! calando,acom um ei"o ardente e sensual# Laurie tentou se liertar mas ele a imoili+ou! pressionando,amais contra seu corpo! de tal modo que ela sentia o coração dele ater contra seus seios# =oium momento de loucura e aquele ei"o apagou o resto do mundo para ela# Laurie parou de resistire entreariu os l'ios! correspondendo com o mesmo ardor#

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O contato daquele corpo viril ia dei(ando a caeça de Laurie leve! %a+endo,a perder osenso de realidade# Agia como num sonho# Teve uma vaga noção de que ele largara seusraços e desli+ava as mãos acariciando suas costas e ancas# -eu corpo se arasava numasensação toda nova! num estranho dese"o de %undir,se com o dele# -em perceer ela oaraçou! numa entrega total# -1 então .ian a soltou! a%astando,a um pouco para olh',la com

uma e(pressão de triun%o#

Laurie! ainda atordoada! continuou araçada a ele com os l'ios entreaertos!dese"ando ser arreatada de novo por aquela sensação maravilhosa# $la "amais sentira tantaatração por ninguém! nem e(perimentara a del)cia de se sentir mulher nos raços de um homem#$ ele a olhava detalhadamente#

; 8um### voc: é uma loucura ; murmurou .ian com vo+ aveludada# ; Agoraentendo por que Colin est' tão en%eitiçado! apesar desses seus olhos inocentes# -1 que eu nãome dei(o enganar assim tão %'cil# Pena para voc:! não é>

; O que quer di+er com isso> ; disse ela ainda meio o%egante! sem querer aceitara %rie+a que ele começava a assumir#

; Primeiro voc: me encarou com esses seus enormes olhos a+uis! cheios deinoc:ncia! apelando para minha compreensão! depois demonstrou raiva e reeldia para queeu admirasse sua coragem! em seguida! como nada disso %uncionou! voc: se tornou sumissa eardente# Agora o que vai tentar para conseguir o que quer de mim> L'grimas> ; .ian riu# ;$sses truques %emininos não %uncionam comigo! Laurie# 8' muito tempo aprendi a mede%ender deles# Comigo não pode %a+er o que %a+ com Colin# $ não adianta tentar mais nadaporque não vou dei(',la ir emora# Bamos continuar %ingindo que estamos noivos# A%inal! %oi voc:!com sua %arsa! que nos levou a isso#

$la conteve as l'grimas! saendo que ele "amais acreditaria que elas tinham sidoprovocadas por aquela acusação tão %ero+ e in"usta# Tinha esquecido que .ian estavaacostumado a ver mulheres se entregarem a ele e depois descartar,se delas sem o menorescr2pulo! e se dei(ara levar pelo que sentira no momento! sem raciocinar# Para Laurie %orauma emoção %orte e nova! como se um vulcão tivesse sido ativado dentro dela# Teve vontade de%a+er amor com ele#

; Boc: me %orçou a ei"',lo? $u nunca o sedu+i nem o provoquei para que meei"asse? ; disse! chocada# ; Como ousa me acusar assim>

; Boc: ainda vai ver que eu sou muito ousado mesmo ; ele ria! +omando da

indignação dela# ; Agora uma coisa %icou estaelecidaD voc: realmente me pertence#

; 7e "eito nenhum? ; negou ela com veem:ncia antes que seu coração traiçoeirolhe dissesse o contr'rio#

.ian ignorou a resposta! colocando a mão nas costas dela# A certe+a com que ele %alaraprovinha do %ato dela haver correspondido com ardor s suas car)cias# Para Laurie! entretanto! ascoisas tinham piorado astanteD era terr)vel descorir que não era tão indi%erente a ele quantopensara# $le a atra)a como um )mã! origava seus sentidos a estarem sempre cientes davirilidade dele e %orçava,a a admitir os dese"os da carne! apesar de trat',la com desdém earrog&ncia#

 Tremia com a pro(imidade de .ian! emora sua mente quisesse repeli,lo# Antes deligar o motor ele virou,se para ela e largou em seu colo um o"eto rilhante#

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; Acrescente isso s emoç3es que colheu esta noite ; disse ele#

Apesar da pouca iluminação! Laurie reconheceu logo a pulseira de ruis e diamantesque tinha sido o primeiro presente que .ian dera a La.aine# Birou,se para ele! na mesma hora!com uma e(pressão at/nita# $le estava de per%il para ela! olhando %i(o para %rente#

; Onde arran"ou isto> ; sussurrou ela#

; La.aine "ogou em cima de mim num momento de raiva#

; La.aine>

; Tenho certe+a de que "' deve ter,se arrependido# A%inal! é uma pulseira cara#

; 4uando voc: viu La.aine>; -em querer %icou em suspense! esperando aresposta#

; 8o"e# $la %icou quase tão desconcertada quanto voc: quando me viu! s1 que serecuperou mais depressa# ; $le olhou Laurie de relance! com um riso c)nico! antes de seconcentrar de novo na estrada#

; Pensei que voc: tivesse via"ado a neg1cios#

; Os neg1cios eram secund'rios! o principal o"etivo da viagem era encontrarLa.aine#

; $la %icou muito chateada> ; perguntou Laurie! imaginando a cara da prima aosaer que a %arsa %ora descoerta#

; 0o começo ela se mostrou arrependida e quase humilde### até que entendeuque não haveria reconciliação! que nosso relacionamento estava de%initivamente terminado# 7equalquer modo! parece que a carreira dela como atri+ est' em primeiro lugar agora# 6as!mesmo assim! %icou %uriosa quando soue que eu %iquei noivo de voc:#

; Por que voc: %oi di+er uma coisa dessas para ela>

; Porque é verdade# Acho que deveria contar a ela! ora#

; um acordo s1 entre n1s dois! por causa da sua tia! e não um noivado no verdadeirosentido da palavra ; disse Laurie#

; Isso é o que voc: insiste em di+er# -er' que é porque se sente culpada de ter mea%astado de La.aine> 6as! con%orme sua prima me %alou ho"e! voc: est' acostumada a %icarcom as coisas que ela não quer mais# -er' que um noivo de segunda mão é muito di%erentede um vestido>; A piadinha cruel %eriu seu orgulho#

; 4ue eu saia! não tenho noivo nenhum! nem de primeira nem de segunda mão?; retrucou Laurie com %rie+a#

; 0ão tente me dispensar assim# Boc: me pertence por enquanto#

$la apertou nas mãos a "1ia %ria#

; Por que me deu essa pulseira>

; 0ão me diga que est' preocupada# As mulheres adoram ver os homens

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gastarem dinheiro com elas? ; disse ele com cinismo#

; -em d2vida isso deve ser muito natural entre o tipo de mulheres com que voc:est' acostumado a lidar? ; retrucou ela em tom c'ustico! querendo revidar o sarcasmo# ;Além disso! elas devem saer que presentes caros é tudo o que voc: pode dar! pois um

homem sem coração não é capa+ de amar#; Ah! essa sua maldita insol:ncia? ; grunhiu .ian! dilatando as narinas# O tr&nsito

estava movimentado e ele não podia desviar a atenção# ; 0inguém %ala comigo desse "eito?

; $ntão "' é hora de alguém começar ; retrucou ela e acomodou,se melhor noanco do carro#

$le agarrou o pulso dela e pu(ou,a para perto de si! sem desviar os olhos da estrada#

; Por que voc: insiste em provocar minha raiva> -er' que é tão insegura assim dasua capacidade de provocar o dese"o de um homem que pre%ere dei(',lo %urioso a dei(',lo

indi%erente>; 0ão! não é nada disso? ; disse ela com vo+ 'spera! tentando liertar o pulso que

ele aprisionava entre os dedos#

.ian olhou,a de relance#

; Boc: tem medo de mim! não é isso> =ica a) toda arrepiada e assustada como umagatinha inde%esa#

; ### é isso sim ; concordou ela! para encerrar logo aquela conversa! saendo quehavia um %undo de verdade naquela a%irmação#

$le largou a mão dela e Laurie a"eitou,se de novo no anco macio! es%regando o pulsono lugar que ele apertara# O sil:ncio da noite era em melhor do que aquela troca de agress3es eal%inetadas#

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pertencia a ele# 4ueria negar o seu noivado com .ian! di+er que não pertencia a ninguém###mas ao mesmo tempo lemrou,se de como se portara nos raços dele! do modo comocorrespondera quele ei"o ardente e s car)cias# 0unca imaginou que %osse poss)vel amar eodiar ao mesmo tempo o mesmo homem# As chamas da raiva e da revolta misturadas schamas da pai(ão e do dese"o###

; 0ão que eu o censure### ; acrescentou Colin com uma piscada de olho# ; $utamém não ia admitir nenhum intruso invadindo minha propriedade! se voc: %osse minhapropriedade#

=oi apenas um coment'rio leve! com o intuito de %a+:,la rir# Por isso  Laurie riu! emora%orçadamente! e desa%iou Colin para apostarem uma corrida! na tentativa de desviar o assunto#$le aceitou o desa%io! chicoteou o cavalo! alcançou o de Laurie que "' ia na %rente! e amosultrapassaram Bera e o "ui+! até atingirem as campinas! onde a corrida terminou# Laurie e Colin%i+eram seus cavalos passarem do galope ao trote#

; $i! diga uma coisa# Boc: contou a .ian que eu comprei convites para n1s dois parao aile de Carnaval> -e ele quiser eu posso conseguir mais um convite ; disse Colin em vo+mais alta! pois os cavalos res%olegavam! %a+endo arulho#

; 0ão! eu não disse nada# 0ão -ei ainda quais são os planos de .ian# ; $la nãoqueria %alar sore .ian# -eus sentimentos em relação a ele eram complicados demais e elaqueria apreciar em pa+ a ele+a daquele lugar# A paisagem era linda# Laurie %e+ o cavalo andara passo e respirou %undo! enchendo os pulm3es do ar per%umado do campo# ; Bou sentirsaudades destas cavalgadas matinais? um "eito tão om de se começar o dia? 7' tanto em,estar? ; $la encolheu os omros! saia que quando %osse emora tamém terminaria seunoivado %a+,de,conta com .ian# Precisava acaar o quanto antes com tudo! mesmo# $ra muito

perigoso %icar perto de .ian mais tempo! poderia acaar totalmente dominada por aquelaatração %)sica! quase animalesca! que ele e(ercia sore ela# ; -1 mais tr:s dias?

Colin ergueu as sorancelhas em atitude de surpresa#

; Ué! Bera disse que .ian pretende %icar pelo menos mais uma semana? Boc: nãovai emora antes dele! vai>

6ais uma semana? =eli+mente Laurie conseguiu dis%arçar seu espanto enquantoimaginava o que era que .ian estaria pretendendo# -eu coração quase parou s1 de pensar queele a origaria a %icar mais tempo com ele#

; Ainda não decidi ; retrucou! saendo que a decisão não era sua! mas sim de.ian#; 0ão acha melhor esperarmos aqui por seu pai e Bera>; Perguntou em tom "ovial!querendo mudar de assunto#

$les haviam %eito a volta quase toda e estavam de novo perto de casa# E' se podiaavistar as telhas escuras da casa do "ui+! através das copas das 'rvores# Colin %e+ seu cavalo parar eolhou para tr's#

; Pensei que .ian %osse traalhar a manhã toda! ho"e ; comentou ele em tomcasual#

Laurie virou,se tamém e imediatamente viu que .ian estava montando seu elocavalo 'rae! ao lado dos outros dois cavaleiros que se apro(imavam deles# -entiu um %rio naoca do est/mago ao ver .ian cavalgar mais r'pido! dei(ando o "ui+ e Bera para tr's# Um

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cavalo magn)%ico a galope! montado por um homem ma"estoso e mais atraente do quenunca! com os caelos castanhos tremulando ao vento# Laurie olhava %i(o! sem conseguirdesviar o olhar nem mesmo quando .ian parou seu %ogoso animal em ao lado deles#

; <om dia; disse ele! arangendo os dois com o cumprimento! mas seu olhar

sarc'stico demorou,se mais em Laurie! que enruesceu assim que ele %alou#; 0ão saia que voc: participaria do passeio esta manhã ; murmurou ela!

sentindo necessidade de di+er algo# ; 4uando passei por seu escrit1rio percei que voc: estavatraalhando# Ouvi arulho l'#

; 7evia ser 7enton ; disse ele encolhendo os omros! depois inclinou,se um pouco ea%agou o pescoço de seu cavalo# ; -itar e eu "' est'vamos vendo o nascer do sol enquantovoc: ainda dormia como a <ela Adormecida# Pensei em ir acord',la com um ei"o! mas acheique seria di%)cil resistir tentação de lhe %a+er companhia so as coertas#

; .ian? ; protestou ela! +angada e emaraçada! olhando de relance para Colin! que

%icara sem "eito#

; <em! acho que estou demais nessa conversa ; disse Colin! %a+endo um revegesto de despedida antes de pu(ar as rédeas e ir "untar,se ao pai e a Bera#

; Boc: disse de prop1sito para que ele %osse emora? ; disse Laurie! olhandoacusadoramente para .ian#

; ! disse sim# ; A e(pressão no rosto dele era um misto de arrog&ncia e ironia# ; Oque não signi%ica que não possa ser verdade o que eu disse# .ealmente eu pensei nisso#

; Boc: que e(perimentasse %a+er isso? Ia s1 ver o que ia lhe di+er?

; Pode ser que dissesse### mas s1 no começo# ; $le a %itou com ar malicioso!perceendo o ar%ar dos seios que revelava a agitação interior! e ela corou#

; Boc: é um grande convencido! e é grosseiro ainda por cima? ; ela estava+angada#

.ian sorriu da acusação#

; Pode (ingar vontade ; +omou ele#; Boc: sae que sempre acaa em meusraços! toda derretida# <asta eu toc',la#

O rilho sensual que passou pelos olhos negros dele quase dei(ou Laurie sem %/lego#0ão podia dei(ar de admitir a %orte atração %)sica que a empurrava para ele! e mentalmentecomparou,se mariposa que é atra)da pela chama que pode causar sua morte# -1 esperavanão ter o mesmo destino do pore inseto# Talve+ conseguisse escapar ilesa#

; -1 isso não asta! para mim#

; O qu:>? 0ão vai me di+er que em plena era do se(o eu %iquei noivo de umaescrupulosa don+ela! virgem e pura! t)pica da era Bitoriana>? ; disse .ian! achando graça#

; 7a era Bitoriana tamém "' é demais ; disse ela! sem negar o resto da %rase! pois

saia que era um tanto pudica quando se tratava do tal %amoso *amor livre*# ; $ não aceitoque ninguém me diga com quem devo casar#

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O NOIVO DA OUTRA (Dangerous Masquerade) Janet Dailey

; Ah é ; disse ele! acalmando o cavalo com uns tapinhas de a%ago ; quase meesqueci# Boc: s1 vai casar com o homem que amar! não é isso> $### como %oi mesmo que voc:disse>### $le vai ser meigo e gentil como Colin# Ali's! era por isso que voc:s dois estavam so+inhosaqui> Para discutir os gostos de cada um e descorir se h' ou não compatiilidade>

; 0ão! não é nada disso? ; Laurie começava a perder o controle# ; -e quermesmo saer! est'vamos querendo dei(ar Bera e o "ui+ a s1s# 01s %i+emos um plano# =oi porisso tamém que %omos ao des%ile sem eles#

; Ah! dois inocentes cupidos em ação? ; disse .ian com sarcasmo#

; Interprete como quiser? -e pre%ere distorcer os %atos assim### ; $la o %u+ilou com umolhar e %e+ com que seu cavalo %osse para onde estavam os outros cavaleiros#

Laurie tinha vontade de %a+er o cavalo disparar para em longe de todos! mas saiaque o cavalo de .ian era muito mais velo+ e a alcançaria em poucos minutos#

Bera virou,se para tr's e viu .ian e Laurie se apro(imando#; O "ui+ sugeriu h' pouco que %i+éssemos uma %esta neste s'ado para comemorar o

noivado de voc:s# Uma reunião+inha! s1 com nossos amigos mais )ntimos! mas Colin acaade nos lemrar que Laurie vai emora na quarta,%eira#

; Isso %oi o que %icou cominado antes de saermos que eu viria para c' tamém ;retrucou .ian! calmamente! sem se importar com o olhar %urioso que Laurie lançou a ele#

; Boc: sae que eu tenho outros compromissos em Los Angeles ; disse ela comum sorriso %orçado e uma %alsa doçura na vo+#

; Ora! podem muito em ser adiados por alguns dias ; declarou ele com seu "eitoautorit'rio! desa%iando,a a discordar#

Laurie estava com tanta raiva por ele querer %orç',la a %icar mais e prolongar por maistempo aquela %arsa de noivado que seria capa+ de qualquer coisa# .esolveu en%rentar odesa%io! principalmente porque saia que! na %rente dos outros! .ian não poderia %a+er nadacontra ela# 0em amedront',la! nem ameaç',la! nem agredi,la#

; Boc: di+ isso! meu amor ; disse ela com vo+ doce! mas de modo que todospudessem escutar ; porque não %a+ a menor idéia da quantidade de coisas que uma noivatem que providenciar e preparar antes do casamento?

; 4ue coisas! por e(emplo> ; disse ele! achando graça do es%orço que ela %a+iapara comat:,lo#

; preciso escolher a igre"a! providenciar a decoração! escolher os padrinhos! o localda %esta! %a+er a lista de convidados! mandar imprimir os convites! distriu),los! arrumar o en(oval!escolher o vestido de noiva### e uma porção de outras coisas mais ; respondeu Laurie comrilhantismo#

; 4ue cores voc: vai escolher para decorar a igre"a> ; perguntou Bera! "' todaentusiasmada com a perspectiva de um casamento que ela não saia que não iria acontecer#

; A+ul e preto ; respondeu .ian antes que Laurie pudesse di+er qualquer coisa#

; O qu:>? ; riu o "ui+# ; $ssa cominação de cores %ica maravilhosa em LaurieD

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caelos castanho,escuros e olhos a+uis! mas não são cores adequadas para uma %esta decasamento! .ian?

; Pois é! eu sei! e Laurie est' maluca se pensa que vai me %a+er en%rentar todo esseritual cheio de protocolos e cerim/nias?

; Boc:s "' marcaram a data de casamento> ; perguntou Colin#

; 0ão### ; começou Laurie! hesitante! mas .ian interrompeu,a logo#

; $ claro que "'# Bai ser daqui a duas semanas! e n1s vamos %ugir "untos# 0ada decerim/nias#

O tom de certe+a com que ele disse isso pegou Laurie desprevenida#

; Bamos! nada?; protestou ela! instintivamente# ; $u "' lhe disse###

-uas palavras %oram interrompidas quando a mão dele apertou com %orça seu raço ea perna dele encostou na sua#

; Cuidado ; disse ele ai(inho em seu ouvido de modo que s1 ela escutou#

4uando seus olhares se encontraram ela sentiu o corpo amolecer com uma espéciede %raque+a! amainando sua raiva e %a+endo o coração ater mais r'pido#

; $u não quero %ugir### ; corrigiu ela! em ve+ de di+er que não iria casar com elecomo sempre %a+ia#

; Ora! .ian! voc: não pode censurar a garota por querer um casamento tradicional!

com %esta e tudo? ; disse o "ui+# ; A%inal! toda "ovem sonha com isso e se imagina entrando naigre"a com o vestido ranco! de véu e grinalda?

; Boc: se imagina assim> ; disse .ian! calmamente! olhando para Laurie# ;$ntrando na igre"a para me encontrar no altar>

Laurie %icou sem resposta# A cena imaginada dei(ou,a sem %ala# $n(ergou tudo tãonitidamente que quase chegou a ouvir a vo+ dele "urando %idelidade e di+endo o *sim* que osuniria#

; $i! ser' que o gato comeu sua l)ngua> ; murmurou .ian! largando o raço dela etocando de leve em seus l'ios suaves#

O coração dela quase parou e ela ai(ou as p'lperas para esconder do olhar a chamade dese"o que aquela car)cia despertou#

; Boc: não est' "ogando limpo! .ian ; acusou ela! ai(o! %alando com vo+aa%ada#

; 6as sempre consigo o que quero , retrucou ele com um sorriso e um rilho detriun%o no olhar#

; $i! voc:s a)! dois pominhos apai(onados! não vão entrar tamém para comeralgo conosco>; interrompeu o "ui+#

Laurie %icou espantada ao deparar com a alameda que condu+ia ao "ardim dos %undosda casa do "ui+# 0em perceera como tinham chegado ali! de tão enlevada que estava!

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mergulhada em seus pensamentos e na conversa com .ian# Ao ver onde estava! entretanto!sentiu,se aliviada! pois saia que ao menos assim não %icaria mais a s1s com .ian# $stariamtodos "untos! comendo sandu)ches! tomando re%rescos e a conversa seria geral#

; Laurie e eu vamos escapar desta ve+! "ui+ ; disse .ian! rindo! enquanto pu(ava as

rédeas do cavalo e %a+ia com que o de Laurie tamém se virasse na direção da casa dele# ; Agente petisca qualquer coisa! l' em casa! com 7enton#

Bera e o "ui+ trocaram um sorriso malicioso e c2mplice e Laurie perceeu o tipo deinterpretação que haviam dado s palavras de .ian# $ra 1vio que estavam pensando que elesdois queriam %icar a s1s e isso era "ustamente a 2ltima coisa que Laurie queria naquelemomento#

; Até mais tarde! então ; disse Bera com um aceno#

.ian e Laurie sumiram por entre os enormes carvalhos que separavam aspropriedades e dirigiram os cavalos para a cocheira da casa de Bera# Laurie ia em sil:ncio! os

l'ios apertados! numa atitude de contrariedade que .ian não dei(ou de notar#

; O que %oi desta ve+> Por que est' assim caisai(a! %a+endo eicinho> ; perguntouele! contendo o cavalo que ao ver o est'ulo quis apressar o passo#

; 0ão estou caisai(a! nem %a+endo eicinho ; respondeu ela! instintivamente!corrigindo sua postura! o que provocou um risinho em .ian#

; $u recusei o convite porque achei que era o que voc: queria#

; $ por que eu havia de querer %icar so+inha com voc:> ; retrucou ela! corando#

; Talve+ eu tenha entendido mal# ; A calma dele dei(ava,a %uriosa#

; que pensei que voc: gostaria de dei(ar Bera e o "ui+ a s1s#

$la %icou toda con%usa com essa resposta#

; 4ueria mesmo### quer di+er! quero#

; 6as não se %or para %icar so+inha comigo! é isso>

; 0ão %oi o que eu disse#

; 0em precisava#Com grande agilidade .ian desmontou diante do portão e segurou as rédeas do

cavalo de Laurie! para que ela tamém desmontasse#

; $les estão suados ; disse ele! entregando as rédeas do cavalo a Laurie! insistindopara que ela as segurasse# ; Bamos caminhar um pouco com eles aqui! para que sere%resquem antes de voltarem ao est'ulo#

$ra di%)cil ignorar .ian estando tão perto dele assim# Os dois andavam lado a lado# $laera em mais ai(a do que ele! sua caeça chegava ao quei(o dele# A camisa ranca que eleusava realçava os m2sculos ri"os e em proporcionados de seu peito largo e as calças demontar en%iadas nas otas acentuavam o comprimento das pernas %ortes e vigorosas# .ianera um homem de ação! arrogante e autorit'rio! seguro do poder que tinha sore os outros#

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Biver com ele seria como viver ao lado de um vulcão# A solide+ da montanha poderiaproporcionar con%orto e segurança! mas seria terr)vel cada ve+ que houvesse uma estrondosaerupção#

6as que loucura? 0ão podia pensar nesses termos? Laurie perceeu! espantada! que "'

estava aceitando a presença dele como algo permanente e de%initivo# $ra o sil:ncio e apro(imidade daquele homem marcante a seu lado que a %a+iam pensar essas coisas? -1 maistr:s dias! ela iria emora e estaria tudo acaado# Tudo aquilo! então! iria parecer um sonho quenunca chegara a acontecer# 0esse momento Laurie lemrou,se da %esta que Beramencionou#

; Como vai ser com a %esta este %im de semana> ; perguntou! hesitante! semcoragem de erguer o olhar que estava %i(o no chão# ; $u tinha programado voltar na quarta,%eira! ou melhor! La.aine tinha programado e reservou passagem de volta#

; Podemos mudar isso! não tem prolema ; disse ele com ar de riso#

; $u sei! mas### voc: est' mesmo querendo que Bera d: uma %esta de noivado paran1s>### de verdade! est'>

; Como é que voc: pode saer o que eu quero>; disse ele! ir/nico#

Laurie não queria se apro%undar naquele assunto! por isso %icou calada#

; O que %oi que %e+ despertar tão suitamente seu interesse pelo estado civil de minhatia> ; perguntou .ian! de repente! mudando de assunto sem pre&mulos#

Laurie olhou para ele e pestane"ou#

; que desde a primeira ve+ em que vi Bera e o "ui+! percei que ele estavaapai(onado por ela# 7epois Colin me contou que o pai dele amava Bera h' muitos anos# ;$la não quis mencionar a parte que ele contara sore o rompimento do casamento de Beranem qual %ora a participação de .ian nisso tudo# ; 7a)! achei que seria maravilhoso se elesa%inal pudessem se unir#

; -er' que um casamento desastroso "' não %oi o astante para Bera> ; disse elecom amargura! em tom c'ustico#

; 6as por que### por que um casamento entre Bera e o "ui+ haveria de serdesastroso> $le a ama muito?

; Amor? Amor? ; repetiu ele! en%urecido# ; Boc: %ica atendo na mesma tecla otempo todo?

; O que h' de errado com o amor> -em ele não h' casamento###

; Ora! o amor destr1i# =a+ do homem um cachorrinho oediente e manso e damulher uma escrava sem personalidade? ; respondeu ele r)spido#

; 0ão é verdade?

; Boc: conhece algum casal que se ame de verdade! assim desse "eito que voc:

di+> -er' que não estão "untos apenas para satis%a+er necessidades m2tuas### de alimentação!moradia! companhiaK e tamém pela grati%icação %)sica que a relação com o se(o opostoproporciona>

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Laurie conhecia pouca gente para %alar com autoridade sore o assunto# Por isso calou,se! o que provocou mais coment'rios de .ian#

; O que me di+ dos pais de La.aine! hein> 0unca vi uma mulher mais ego)sta egananciosa do que Carrie $vans? 0ão é de se admirar que seu tio passe a maior parte do

tempo %ora de casa! traalhando?; 6as o "ui+ é di%erente### ; disse ela com vo+ déil# ; $le ama Bera h' tanto tempo?

; ! e esse amor destruiu o casamento dele# Acho que a mãe de Colin adoeceu deci2mes# =oi se consumindo até que desistiu de reagir e viver# -ei que Colin deve ter contado avoc: como %oi o casamento de Bera ; disse .ian com sarcasmo# ; Para o marido ela eraapenas uma %onte de renda que o poupava de ter que traalhar para ganhar dinheiro# $lenem ao menos se dava ao traalho de manter as apar:ncias de um casamento %eli+# $la estavatão %ascinada por ele que aceitava tudo e tornou,se alvo de coment'rios e piadas na cidade toda#; Laurie parecia hipnoti+ada por toda a raiva e despre+o que .ian demonstrava# ; 0ão

quero nem ouvir %alar em amor? Por mim! eu dispenso?$la sentiu uma pontada dilacerando seu peito# 0ão podia ser verdade? 0ão conseguia

acreditar naquilo que ele estava lhe di+endo#

; $ seus pais>; perguntou ela# ; $les tamém não se amaram>

; $u vi meu pai quase ir %al:ncia tentando comprar o amor de minha mãe compresentes car)ssimos# $le era um homem importante e muito poderoso! mas! ela o %e+ raste"ar!a seus pés a vida toda! até que morreram "untos naquele desastre est2pido# $ra ele quem estavadirigindo# ; Os l'ios dele estavam crispados! %a+endo,o parecer cruel e impiedoso# O olhartransmitia um rilho %rio que Laurie não tinha coragem de en%rentar#

; 6as! então! por qu:> Por que voc: quer se casar> ; $la alançou a caeça!sacudindo os caelos negros! como se quisesse assim se livrar da agonia e mal,estar que aspalavras dele estavam provocando#

; $u "' lhe disse ; %alou .ian +ometeiramente ; uma mulher não serve s1 parase levar para a cama! tem outras utilidades### e eu preciso de alguém para cuidar da minha casa!receer meus convidados! dar,me %ilhos e cri',los#

; $ voc: não pensa no que sua mulher possa querer> $la pode ter outros dese"os easpiraç3es? ; disse ela com di%iculdade! sentindo um n1 na garganta#

; $la ter' tudo o que precisar! não lhe %altar' nada# $st' se esquecendo de que eu soumuito rico?

; $u tinha ra+ão ; disse ela! as l'grimas escorrendo por suas %aces ;! voc: nãotem coração! mesmo? ; completou! enquanto lutava para tirar o anel de sa%ira do dedo#

6as .ian segurou com %orça a mão dela e colocou,a sore seu peito em em cimado coração! que atia %orte#

; Tenho sim! ve"a ; disse ele e em seguida enlaçou,a pela cintura e pu(ou o corpodela para "unto do seu ; e eu sei que as mulheres não querem um marido! querem um

amante#Os l'ios dele se apossaram dos seus mais uma ve+! sentindo o gosto salgado das

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CAPÍTULO BIII

Uma enorme praça arori+ada marcava o %im dos seis quil/metros de ponte que

unia a ilha 7auphine ao continente# A estrada era dividida por e(uerantes gramadospontilhados de altas palmeiras# 0em uma nuven+inha manchava o a+ul pro%undo do céu e o soldourava tudo! irradiando um agrad'vel calor# Laurie estudava atentamente cada detalhe docen'rio! determinada a não prestar atenção e a evitar os olhos escuros daquele homemmarcante sentado ao volante do carro lu(uoso#

; .ian ; disse Bera! que estava sentada no anco de tr's! ao lado do "ui+ ; ser' quevoc: levaria Ferr@ e eu até a marina da enseada> $le quer dar uma olhada no arco dele eestou certa de que voc: vai mesmo pre%erir mostrar a ilha a Laurie! so+inho#

; 0ão saia que tinha um arco! "ui+ ; comentou .ian! ignorando o coment'rio da

tia#; Ora! não é nada de ostensivo! é apenas uma lancha com uma oa caina que me

possiilita pescar em alto,mar ; retrucou ele# ; 7esde o outono passado que eu não saio comela# Por isso achei melhor veri%icar suas condiç3es para ver se est' tudo em ordem# 6aistarde voc:s podem passar por l'! pegar Bera e eu e n1s iremos %a+er um piquenique na praia#

; -er' que voc: se sentir' segura %icando algumas horas so+inha comigo> 7' parasuportar! Laurie> ; disse ele! olhando,a com os olhos semicerrados e um ar de riso e notando apostura tensa dela#

7esde a conversa que tinham tido na manhã anterior! Laurie estava %a+endo tudo paraevitar %icar a s1s com .ian# As duras palavras que ele dissera a respeito do amor ainda ecoavamem seus ouvidos! %a+endo doer seu coração#

; 6as que pergunta mais oa? ; e(clamou Bera com um riso estranho# ; $la ésua noiva! a%inal#

; -1 que não parece muito animada com a sua sugestão#

O coment'rio de .ian origou Laurie a di+er algo#

; 6uito pelo contr'rio ; disse ela! %orçando um tom "ovial ; tenho certe+a de que

vai ser em interessante ter voc: como meu guia tur)stico! .ian# Boc: tem sempre um modoe(clusivo e incompar'vel de ver as coisas?

A ironia sutil do coment'rio não passou desperceida para ele e Laurie notou isso noolhar que lhe lançou#

7epois de terem dei(ado Bera e o "ui+ no ancoradouro! .ian dirigiu o carro lentamenteao longo da marina para que Laurie visse os v'rios tipos de arcos ancorados l'# 8avia veleiros!pequenos e grandesK iatesK lanchas dos mais variados modelos! com caina ou sem cainaK e!mais ao longe! os arcos de pesca#

; Todos os anos h' uma procissão religiosa dos pescadores que saem pelo mar com

seus arcos! todos en%eitados ; disse .ian! depois olhou,a de relance com um ar divertido# ;Como v:! estou levando a sério meu dever como guia tur)stico#

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Por nada desse mundo Laurie iria demonstrar a ele que estava interessada nas coisas queele lhe e(plicava! por isso resolveu %icar calada#

; Pr1(ima parada em nossa e(cursão tur)stica é o =orte Fainer ; acrescentou ele#

7irigiram,se para l' em sil:ncio e quando estavam entrando no p'tio do %orte! eleperguntouD

; Boc: conhece algo sore a hist1ria desta região>

; 0ão! não conheço nada ; admitiu Laurie! esperando que ele a olhasse comdespre+o! mas ele lhe deu um sorriso#

; $ntão! permita que eu tenha o pra+er de ser o primeiro a esclarec:,la ; disse!colocando a mão dela em seu raço e condu+indo,a pela rampa que levava torre do %orte# ;A ilha 7auphine %oi ati+ada assim pelos %ranceses quando sua primeira e(pedição militar aqui seestaeleceu em MNN e %e+ dela uma importante ase antes de conquistarem o Territ1rio de

Louisiana! que vai desde o Fol%o do 6é(ico até a região dos Frandes Lagos! estendendo,se nadireção oeste# A cidade de 6oile era a capital desse territ1rio %ranc:s e a ilha 7auphine era o portode entrada e sa)da que servia dois terços do Continente 0orte,Americano#

; $u sempre relacionei 0e9 Orleans ao Territ1rio da Louisiana### ; murmurouLaurie#

; A maioria das pessoas %a+ o mesmo# ; .ian alançou a caeça# ; Boc: "'ouviu %alar das garotas mandadas pela Coroa =rancesa para 0e9 Orleans> ; Laurie %e+ quenão com a caeça# ; Pois aqui tamém aconteceu o mesmo! s1 que vinte e quatro anosantes# O navio %ranc:s *Pelican* atracou no porto da ilha 7auphine tra+endo a ordo vinte e

quatro garotas mandadas pelo rei da =rança para que se casassem com os homens queestavam vivendo aqui e estaelecessem %am)lias ao redor do =orte s margens do rio 6oile#$sse %oi o in)cio da cidade que ho"e é 6oile# As moças %icaram conhecidas como as *Farotasdo Pelican*#

; $ elas se casaram com os homens>

; Claro? $las vieram para servir seu rei# ; 8ouve uma reve pausa em que .ian%i(ou o olhar em Laurie# ; Ué! que milagre? 0ão vai protestar contra casamentos sem amor>; disse ele em tom +ometeiro# ; Ou ser' que a idéia de atravessar um oceano! via"ando parao outro lado do mundo! para se casar com um estranho "' é por si s1 muito rom&ntica>?

Laurie %ran+iu as sorancelhas e lançou um olhar %rio#

; 0ão acho que devo responder perguntas %eitas por um insolente guia tur)stico?

$le sorriu sem achar graça#

; Por que me acha insolente> -1 porque lhe pedi para ser a minha *garota doPelican*>

; Boc: nunca pede! .ian# Boc: ordena# ; Laurie suspirou! saendo que ele sempreconseguia intimid',la#

; 4uer que eu lhe peça> ; murmurou ele com vo+ aveludada em "unto de seuouvido! num momento em que haviam parado para contemplar a paisagem#

*?

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O NOIVO DA OUTRA (Dangerous Masquerade) Janet Dailey

; .ian! por %avor? ; A mão dele desli+ava! insinuando,se pelos caelos sedosos deLaurie! começando a acariciar sua nuca#

; Fosto do "eito como di+ meu nome? ; murmurou ele! ignorando o protestodela# ; 7iga de novo?

; 0ão? ; $la deu um passo %rente para se livrar da car)cia perturadora e perigosa#As 'guas do Fol%o rilhavam em tons de a+ul! verde e turquesa mais perto da praia de areiaranca# ; O que é aquilo l' longe> ; perguntou Laurie! apontando com o dedo! tentandodesviar a atenção dele#

; Aquilo é o %arol da ilha -and! marcando a entrada da <a)a de 61ile ; respondeu.ian! num tom entre c)nico e divertido# ; O %arol est' l' desde para condu+ir os navios auma ancoragem segura# 7esse lado do %arol e daquele outro lado %oi onde ocorreu a %amosa*<atalha da <a)a de 6oile* durante a guerra entre os $stados do norte e os do sul# O almirante=arragut chegou comandando uma %rota de quatro encouraçados da 6arinha de Fuerra e os

Con%ederados usaram de+oito navios de madeira! %ormando uma linha de atalha para protegera entrada da a)a# =oi a) que =arragut pronunciou a %rase que %icou na hist1riaD *7anem,se ostorpedos? Avançar a toda velocidade?* Os encouraçados %uraram o cerco! destru)ram a arreirade navios e 6oile caiu nas mãos dos $stados do norte# ; 0esse momento ele colocou asmãos nos omros dela e pu(ou,a para si! apertando de leve o corpo dela contra o seu# ; Biucomo não adianta resistir>

Por um instante Laurie entregou,se sensação %orte daquele contato )ntimo!completamente emriagada pelo calor e pelo cheiro masculino daquele corpo# Assim nosraços dele teve vontade de di+er *dane,se o amor?* e entregar,se totalmente a .ian! quelasmãos h'eis e e(perientes# 6as conseguiu vencer a %raque+a e conter o dese"o#

; Hs ve+es a resist:ncia pode levar a uma vit1ria ; respondeu ela %ingindo calma!aliviada quando .ian a largou#

6as no )ntimo Laurie saia! %a+endo uma comparação com a hist1ria que acaarade ouvir! que os navios de madeira eram dela e .ian comandava os encouraçados# -e %ossehaver uma atalha! inevitavelmente a vit1ria seria dele#

Continuaram a caminhar e %oram para outra torre! de onde .ian mostrou a Laurie o=orte 6organ que guardava o outro lado da entrada da a)a# 7epois seguiram para a torre quedava para o lado noroeste! muito em conservada com seus arcos e teto em %orma dea1ada#

; Os ti"olos usados na construção do %orte %oram %eitos por escravos ; e(plicou .ian# ;O traalho era %eito perto do rio 7og! no continente! a mais de trinta quil/metros daqui# Todasessas torres t:m dupla %unçãoD servem de ase para os canh3es e todas as 'reas dos telhados%uncionam como recipientes coletores da 'gua da chuva que depois é %iltrada através deescoadouros que vão dar nos enormes reservat1rios do susolo#

; $sse %orte %oi usado nas épocas das duas guerras mundiais> ; perguntou Laurie!achando que era mais seguro manter a conversa no n)vel impessoal de assuntos hist1ricos#

; =oi! mas não se chegou a participar de nenhuma atalha# Uma pequena guarnição

%icou aquartelada aqui! com a missão de vigiar a região e impedir que saotadoresdesemarcassem! tra+idos nos sumarinos inimigos que %req5entemente eram vistos %ora daa)a#

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O NOIVO DA OUTRA (Dangerous Masquerade) Janet Dailey

7epois de terem visitado os pontos estratégicos do %orte! Laurie e .ian %oram ver o6useu dos Con%ederados! no andar de ai(o! antes de voltarem para o carro# 7a "anela doautom1vel .ian %oi mostrando a Laurie o Clue de Campo da ilha! com os enormes gramadosem tratados do campo de gol%eK as praias de areia ranca! anhadas pelas 'guas a+uis do gol%oe os gigantescos carvalhos na praça Cadillac! nome de um dos tr:s governadores %ranceses

que moraram na ilha# $nquanto voltavam para a marina! .ian ia %alando das trios ind)genas queali viviam muito antes de os coloni+adores %ranceses terem desemarcado na ilha 7auphine#

4uando os quatro se reuniram de novo! Bera e o "ui+ %alaram o tempo todo!preenchendo o va+io da %alta de conversa entre .ian e Laurie# O casal mais velho pareciaastante %eli+! %alando e rindo muito# A praia que Bera escolheu para o piquenique estavadeserta! s1 havia gaivotas sorevoando o mar#

O lugar era em rom&ntico! a risa salgada com cheiro de mar! a areia alva! o somrela(ante das ondas querando na praia! e uma pitoresca toalha de piquenique estendida nochão# -1 que Laurie não conseguia rela(ar# A deliciosa salada de %rutos do mar! tão em

preparada! para ela não tinha o menor saor? Chegou até a %icar contente quando todosterminaram de comer e as coisas %oram de novo guardadas#

.ian não lhe dava a m)nima atenção! era quase como se ela não estivesse l'# 8'apenas uma hora! quando ele estava todo atencioso! %a+endo charme! tentando destruir suasde%esas! origando,a a se controlar para não se derreter toda para ele! Laurie estava +angada# 7i+iapara si pr1pria que não queria que ele lhe desse atenção! que tocasse nela! que a sedu+isse comseu charme# $ agora que ele não estava mais %a+endo nada disso! ela ostinadamente queriaque ele %i+esse#

; 4ue tal uma caminhada pela praia! Laurie> ; disse .ian! erguendo,se e olhando,

a com um rilho +ometeiro no olhar#=oi s1 ele %a+er o convite! entretanto! e ela %icou vacilante# =icar a s1s com .ian era p/r em

perigo sua pa+ de esp)rito# $le lhe estendeu a mão morena e elegante e! quando deu por si!ela estava segurando a mão dele que a a"udava a levantar,se! emora ela não tivesse ditonenhuma palavra#

; Creio que eles pre%erem %icar so+inhos ; comentou .ian com um meio sorriso!depois de terem dado "' alguns passos#

; Pensei que voc: não aprovasse### o namoro de Bera e do "ui+### ; disse! con%usa#

; Bera "' tem idade astante para se cuidar# 6esmo que ela este"a cometendo erros!acho que seria asurdo me intrometer ; respondeu ele em tom de indi%erença e depois lançoua Laurie um olhar gaiato# ; Ali's! depois de uma certa idade a gente quer mesmo companhia###acho que é por isso que as pessoas se casam# $u "' estou %icando velho###

; Imagine? Boc: não é velho! nada? ; disse ela! corando#

; -ou em mais velho do que voc:#

; $ Colin tamém é# ; 6al acaou de %alar e "' estava arrependida de ter dito# $la s1queria mostrar que não se importava com quest3es de di%erenças de idade! não provocar umadiscussão entre ela e .ian# ; 7esculpe ; acrescentou depressa! sem ousar encar',lo# ; $u s1queria di+er que a gente é sempre mais velha em relação a outra pessoa! ou mais moça###

8ouve um momento de sil:ncio antes que .ian respondesse#

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O NOIVO DA OUTRA (Dangerous Masquerade) Janet Dailey

; $st' desculpada#

$stava decretada a trégua# Tomara que durasse astante? A praia alv)ssima estendia,se aperder de vista e Laurie tinha a impressão de que podia andar ali para sempre sem chegar ao%im# Uma enorme pa+ a invadia# 0ão havia necessidade de palavras# 4ueria apenas des%rutar

com toda calma a magia daquele instante em que caminhava lado a lado com .ian# $les nãose %alavam! nem se tocavam! mas Laurie sentia,se mais perto dele do que nunca# $ra como se%i+esse parte de um todo harmonioso! a terra! o céu! o mar### e eles#

; 01s "' os perdemos de vista### Bera e o "ui+ ; murmurou Laurie! quase como se%osse pecado querar o sil:ncio# 6as não saia se .ian estava tão %eli+ quanto ela com aquelepasseio solit'rio e tranq5ilo#

; ### a gente começa a andar assim e esquece da vida ; .ian parou e olhou paraela! sorrindo ; s1 que não podemos perder o contato com a realidade#

; ! voc: não serviria mesmo para viver na oa vida! andando pelas praias!apreciando a nature+a# Acho que voc: morreria de tédio! não é> Boc: gosta do desa%io e daagitação do mundo dos neg1cios### de organi+ar companhias e v:,las crescer###

Uma risa vinda do mar agitou os caelos dela! %a+endo com que lhe corissem orosto# Antes que ela %i+esse qualquer gesto! .ian estendeu a mão e a%astou delicadamente asmechas de caelo! prendendo,as atr's das orelhas! depois segurou o rosto dela pelo quei(o#

; 0unca estive com uma mulher que pudesse ser ao mesmo tempo tãoperturadora e tranq5ili+ante como voc:### ; disse ele com vo+ aveludada! que caiu como umacar)cia no coração dela#

; .ian### ; murmurou ela com vo+ quente de dese"o! querendo que ele aestreitasse nos raços e a ei"asse#

Por um instante ele segurou a mão dela! apertando,a de leve! como se %osse araç',la!mas logo um sorriso pesaroso estampou,se nos l'ios dele e ele suspirou#

; melhor voltarmos ; disse ele com %irme+a! largando,a! e ela sentiu uma sensaçãode %rio e dist&ncia#

; ! sim ; respondeu relutante! para logo depois se censurar por essa relut&ncia# $raom mesmo não %icarem muito tempo so+inhos# $ra perigoso demais para ela#

A caminhada de volta %oi r'pida e em seguida os quatro se acomodaram no carro!chegando pouco depois na casa de Bera# Assim que entraram! .ian desculpou,se e pediulicença di+endo que tinha um traalho a %a+er# Laurie %icou oservando,o caminhar para oescrit1rio enquanto uma sensação de perda e aandono a invadiam#

4uase uma hora mais tarde Laurie viu da "anela de seu quarto quando .ianatravessou o p'tio! entrou no carro e a%astou,se! guiando o lu(uoso Continental ranco# Inquieta!começou a andar de c' para l'! no quarto! e acaou descendo para procurar Bera# Porém %oiin%ormada de que ela estava na casa dos 8art%ord# Laurie passou pela piscina! que quela horaparecia astante convidativa! mas não sentiu vontade de nadar# A%inal! sentou,se em um dos so%'sverdes da sala e começou a %olhear uma revista# $ntão o tele%one tocou# Laurie esperou um

pouco para ver se 7enton atendia! mas o tele%one continuou a tocar e ela acaou atendendo!apesar de certa relut&ncia#

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; Al/! por %avor! .ian est'> ; perguntou uma vo+ de mulher#

; 0ão! ele não est' no momento ; respondeu Laurie ; mas não deve demorar#4uer dei(ar recado ou quer que eu peça para ele lhe tele%onar quando chegar>

; a tia dele que est' %alando>

; 0ão! é Laurie ; disse ela sem coragem de di+er que era a noiva dele#

; Ah! voc: não é a noiva dele> $le me disse que voc: estava passando umatemporada com a tia dele#

Laurie %icou surpresa# 4uem seria aquela mulher de vo+ mel1dica que saia de suae(ist:ncia> 4ual seria a relação dela com .ian>

; Ah! que om ter tido esta oportunidade de %alar com voc:? ; e(clamou a mulher#; Boc: é uma garota de sorte por ter um noivo como .ian#

; Pois é### origada ; gague"ou Laurie! sem saer o que responder#

; Ah! m's que distração a minha? 0em sequer me apresentei a voc: ; disse amulher! rindo# ; $u sou Li+ Trevors# 6eu marido! Arnold! traalha para .ian! ou pelo menosestava traalhando# $ é "ustamente por isso que estou tele%onando para .ian### para di+er a eleque o médico %alou que Arnold poder' voltar ao traalho s1 daqui a um m:s# Amanhã ele vaiter alta do hospital#

; =ico contente em saer que ele est' melhor ; respondeu Laurie! imaginando seLa.aine conhecia ou não o casal Trevors#

; Acho que .ian nem deve ter contado a voc: o que houve com meu marido# $lenão costuma %alar de traalho em casa# Arnold so%reu um acidente de autom1vel e %icou muito%erido# $st' hospitali+ado h' tr:s meses# .ian tem sido nosso an"o da guarda! providenciandocondução para que eu v' ao hospital e volte! pagando todas as despesas! e até arran"andoquem %ique com as crianças quando tenho de sair# Além disso! tem %eito companhia a Arnold!animando,o astante! pondo,o a par de todas as transaç3es que v:m sendo %eitas na %irma erepetindo sempre que o lugar dele est' garantido para quando se recuperar e puder voltar# Issosem %alar que Arnold tem receido o ordenado todo m:s! apesar de não estar traalhando# .iannão dei(a que mostremos nossa gratidão! mas para voc: eu posso %alar quanto devemos a elee o quanto somos gratos por tudo o que tem %eito por n1s?

A descrição que Li+ Trevors estava %a+endo de .ian como um patrão atencioso echeio de consideraç3es não se coadunava com a imagem que Laurie %a+ia deleD um homemautorit'rio! mandão e impiedoso! que apesar de tudo não dei(ava de ter seu charme#

Ainda estava se re%a+endo da surpresa da descoerta desse novo aspecto dapersonalidade dele quando desligou o tele%one e ouviu 7enton entrar pela porta da rua# $lepassou por ela e cumprimentou,a com um aceno#

; Uma tal de Li+ Trevors acaou de ligar procurando .ian ; disse Laurie para ele!seguindo,o pelo saguão de entrada#

; A esposa de Arnold> ; perguntou ele! a"eitando os 1culos de aros pretos#; # $la pediu para avisar .ian que o marido dela vai sair do hospital amanhã e s1 vai

poder voltar ao traalho daqui a um m:s#

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; Ainda em? Pu(a! que al)vio? ; $le ergueu as sorancelhas num gestoe(pressivo# ; -1 7eus sae como .ian e eu temos traalhado para compensar a aus:nciadele# 0ão sei se ag5entar)amos por muito tempo mais traalhando por tr:s pessoas?

; $sse senhor Arnold ocupa posição importante> ; perguntou Laurie! curiosa#

; $ra ele que estava tratando das negociaç3es na América do -ul! antes de so%rer oacidente! por isso .ian teve de assumir pessoalmente o caso# =oi mais ou menos na época emque .ian conheceu La.aine#

Assim que %alou o nome de La.aine! 7enton lançou um olhar arrependido e sem "eitopara Laurie! como se pedisse desculpas#

; Ah! sei### em### ; Laurie respirou %undo! com medo que o assunto mudasse derumo e %osse vir aila o %ato dela se ter %eito passar por La.aine# .esolveu! portanto! p/r umponto %inal na conversa# ; 4uer %a+er o %avor de dar o recado de Li+ a .ian quando ele chegar>

; claro#.ian não chegou para o "antar# Bera e Laurie %i+eram a re%eição so+inhas! enquanto

7enton comeu apenas sandu)ches sem querer sair do escrit1rio para não perder tempo# -1 porvolta de de+ horas! quando Laurie suia as escadas para ir se deitar! é que .ian voltou# $le olhourapidamente para seu rel1gio de pulso e disse apenas um *oa noite* com ar ausente antes decontinuar até o escrit1rio onde 7enton ainda estava traalhando#

Laurie deitou,se mas %icou virando de c' para l' na cama! cochilando de leve eacordando! esperando inconscientemente ouvir os passos de .ian no corredor# Até que umadas ve+es que acordou olhou para o rel1gio de caeceira# Os ponteiros %os%orescentes

marcavam tr:s horas# Laurie ergueu,se da cama! vestiu o roupão de cetim cor de mar%im e saiusilenciosamente no corredor! pensando em ir até a co+inha tomar um pouco de leite quente paracomater a ins/nia#

4uando chegou ao %im da escada viu que a lu+ do escrit1rio ainda estava acesa# 0ão eraposs)vel que .ian estivesse traalhando até aquela hora? $ra tão tarde? 0a ponta dos pés Laurie %oiaté a porta! mas assim que olhou para dentro viu .ian sentado escrivaninha# -ore uma cadeiraestavam o palet1 e a gravata dele# A camisa estava aerta no colarinho# $le tinha um ar cansado epassava a mão pela testa enquanto %alava ao tele%one#

6esmo sem ter %eito arulho a presença de Laurie chamou sua atenção

e ele olhou para ela#

; O que est' %a+endo acordada a essa hora> ; perguntou! tapando o

%one#

; 0ão consigo dormir### ; respondeu ela com vo+ macia! segurando  a gola doroupão para que %icasse mais %echado no decote# ; ### eu ia indo até a co+inha tomar um poucode leite quente#

; -e voc: %i+er chocolate quente eu tamém tomo ; disse ele! como se

ordenasse! e retirou a mão do %one para continuar a conversa tele%/nica enquanto Laurie seretirava em sil:ncio! indo para a co+inha#

4uando ela voltou com uma pequena ande"a! tra+endo duas %umegantes ()caras

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de chocolate! .ian "' havia desligado o tele%one# $le passou a mão pelos caelos e ergueu,se#

; Coloque a ande"a ali! perto do so%'#

Oedientemente Laurie %oi até o so%' de couro e colocou a ande"a na mesinha decarvalho que %icava em em %rente# Pegou sua ()cara e %icou parada em pé! sem saer se deviaou não %icar# .ian a%undou,se nas almo%adas de couro e ergueu os olhos! surpreso ao ver queLaurie continuava em pé# 7epois achou graça#

; 0ão %ique a) parada como um coelho assustado prestes a %ugir# -ente,se e me %açacompanhia#

$la escolheu uma poltrona e acomodou,se! segurando a ()cara com %orça para que amão não tremesse# .ian parecia tão cansado? $stava inclinado para %rente e apoiado nos "oelhos!como se quisesse evitar recostar,se e rela(ar! saendo que dormiria imediatamente#

; Boc: precisa mesmo traalhar até tão tarde assim> ; murmurou

ela#

; Tarde> ; $le sorriu com o canto da oca# ; Aqui podem ser tr:s horas damadrugada! mas em Londres são nove horas da manhã#

; $ra para l' que estava tele%onando> ; perguntou Laurie! admirando a mãoelegante! de dedos %inos! que levava a ()cara aos l'ios#

; 8um! hum! era ; respondeu ele recolocando a ()cara na ande"a#

7epois apertou a testa com a ponta dos dedos#

; Boc: est' com dor de caeça>

; 0ão chega a ser### mais tensão#

Laurie titueou! querendo se o%erecer para massagear o pescoço e omros dele! paraque ele rela(asse um pouco e perdesse aquele ar aatido! de cansaço# $ que tinha medo que eleinterpretasse mal seu interesse# A%inal! acaou criando coragem#

; Fostaria que eu %i+esse uma massagem em seu pescoço>

$la ergueu as sorancelhas negras e olhou,a de soslaio com ar interrogativo! um certo

rilho de ironia no olhar# 7epois! sem di+er nada! estendeu,se no so%'! aceitando a proposta# Asmãos dela tremiam quando tocaram de leve os m2sculos tensos do pescoço dele# $ntãocomeçou a massagear devagarinho e o nervosismo %oi desaparecendo medida que ainvadia uma enorme sensação de pra+er resultante daquele contato# A massagem %oi %icandomais %irme e segura e ela sentiu .ian ir rela(ando aos poucos# 4uando começou a massagear ast:mporas! ele %echou os olhos# Laurie aproveitou para e(aminar com min2cia as linhas do rostodele#

4uando perceeu! pela respiração dele! que a%inal tinha adormecido! parou a massageme contemplou,o com um sorriso! ao constatar como parecia em mais "ovem com os traçosassim suavi+ados# -em %a+er o menor arulho %oi até a outra e(tremidade do aposento e pegou

a manta que estava dorada em cima de uma cadeiraD Boltou! passou perto do so%'araçando a manta contra o seio e olhou .ian com ar sonhador# Uma sensação c'lida eagrad'vel tomou conta de seu coração e uma enorme ternura a invadiu ao perceer que tinha

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se apai(onado por .ian# $la o estava amando? Ali's! s1 agora perceia! mas h' muito tempoque começara a am',lo! s1 que se recusara a admitir! até aquele momento#

Laurie suspirou ai(inho# $ra um amor in2til! sem a menor perspectiva de sercorrespondido! apesar de ser evidente que ele a dese"ava %isicamente# Por isso uma certa

amargura veio misturar,se doçura da descoerta daquele amor#7esdorou a manta e com todo cuidado e carinho começou a corir .ian! contendo

o dese"o de se aninhar ali "unto dele! descansando a caeça naquele peito viril# $nquanto a"eitavaas coertas ela o viu arir os olhos languidamente#

; $st' pondo o garotinho para dormir! é>? ; rincou ele com vo+ de sono#

Laurie quase perdeu o %/lego# -aia que naquele momento estava super vulner'vel!que não resistiria ao menor gesto ou palavra dele# -eria capa+ de se entregar a ele totalmente# -e.ian descorisse que ela o amava! então! isso daria a ele um poder ilimitado sore ela? Laurieainda não estava em certa se queria mesmo casar,se com um homem que não a amava!

apesar de am',lo pro%undamente#

; ! isso mesmo# $ %ique quietinho a) ; disse! tentando %alar com secura e ai(ando asp'lperas para que ele não lesse seus pensamentos e dese"os! como costumava %a+er#

.ian segurou de leve o pulso de Laurie#

; Boc: não vai me dar um ei"inho de oa,noite! tamém>

Laurie saia que! se recusasse! s1 iria despertar uma reação de teimosia nele e eleacaaria por ei"',la assim mesmo! o que poderia vir a ser muito mais perigoso# $ra melhor %a+er oque ele pedia enquanto ainda estava sonolento# Inclinou,se devagarinho e apenas roçou seusl'ios nos dele! a%astando o rosto depressa#

.ian sorriu e largou o pulso dela#

; -e eu não estivesse tão cansado! não ia me contentar s1 com isso###

; .ian acomodou,se melhor e %echou os olhos de novo# ; <oa noite! Laurie#

$la respondeu! mas talve+ ele nem tivesse ouvido! pois "' ressonava quando Laurie saiudo escrit1rio#

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CAPÍTULO IQ

O arulho de saltos de sapato sore as la"otas do "ardim %e+ com que Laurie arisse os

olhos e visse Bera que se apro(imava! com sua haitual apar:ncia de %rescor! num vestidoelegante e simples de algodão verde#

; <em que .ian me disse que voc: devia estar aqui na piscina? ; %oi di+endo ela medida que se apro(imava de Laurie# ; Tele%onaram para voc:! mas eu não a encontrei###

; 4uem era>

; $ra Colin# $le disse que tele%ona mais tarde#

Com um peso na consci:ncia Laurie lemrou,se de que se esquecera de %alar com.ian a respeito do aile de Carnaval! que seria naquela noite# 0ão que não tivesse tido

oportunidade! mas é que tantas coisas haviam acontecido desde que Colin a convidara para oaile! que ela se esqueceu completamente? 7epois do passeio ilha 7auphine! na véspera! edos momentos que tinha passado com .ian naquela madrugada! o aile era a 2ltima coisa quepoderia lhe passar pela caeça#

; .ian est' ocupado> ; perguntou Laurie#

; $le estava dando uns tele%onemas quando passei pelo escrit1rio ; respondeuBera# ; Bou até a cidade %a+er umas compras# Boc: quer ir tamém> Pretendo voltar l'pelas quatro horas e acho que Colin não vai tele%onar antes dessa hora#

; Origada! mas pre%iro %icar ; recusou Laurie educadamente ; quero aproveitara piscina#

; $ eu não a recrimino por isso# O dia est' tão lindo? ; Bera riu e %e+ um aceno dedespedida# ; Até mais tarde! então#

Assim que Bera saiu! Laurie se acomodou de novo na cadeira espreguiçadeira!a"eitando o chapéu ranco de aas largas que protegia seu rosto do sol# O calor estava agrad'vele era uma del)cia sentir os raios do sol aquecendo como uma car)cia sua pele quase nua! a nãoser pelos pequenos pedaços que o min2sculo iqu)ni escondia# A pa+ era total# Apenas o cantomel1dico dos passarinhos! que voavam de uma 'rvore para outra! querava o sil:ncio#

A lemrança da noite anterior voltou sua mente! tra+endo uma sensação gostosa#7epois do que tinha acontecido no escrit1rio Laurie %ora para o quarto pensando que não iaconseguir dormir! que ina %icar remoendo preocupaç3es por ter se apai(onado por .ian! masnada disso aconteceu# Assim que encostou a caeça no travesseiro! adormeceu sem pensarem coisa alguma#

-aia! entretanto! que precisaria pensar antes de encontrar .ian de novo# Precisavadecidir se queria mesmo correr o risco de casar com .ian saendo que ele não a amava! naesperança de que! com o tempo! ele a amasse# .ian havia dei(ado em claro! em todas asve+es que %alara no assunto! qual era sua opinião sore o amor e que queria apenas uma esposa#-er mulher de .ian era a coisa que Laurie mais queria! mas temia que ao casar,se com elepassasse a ser apenas mais uma das propriedades de .ian! como um o"eto! algo de que eles1 se lemraria quando lhe conviesse#

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6as ser' que ele era assim tão insens)vel e tão sem coração! mesmo> 0ão era poss)vel?A%inal de contas! ele havia a"udado a %am)lia Trevors### <em! mas talve+ não tivesse %eito mais doque a origação# Arnold traalhava para ele! talve+ %osse om empregado e .ian estivesseinteressado em que ele voltasse### então não se tratava de ondade! mas de interesse? $raposs)vel que Li+ tivesse e(agerado nos ad"etivos e elogios apenas por se sentir grata# $ Laurie

saia muito em que .ian saia ser charmoso e conquistar simpatia quando queria#

0ão### não tinha "eito mesmo# -e ele souesse de seus sentimentos possivelmente iriaachar graça e despre+',la pela sua %raque+a# -eria um erro enorme di+er a ele quanto o amava# E'astava ele ter perceido que ela sentia atração %)sica por ele# 6as! se eles se casassem mesmo!ser' que ela conseguiria manter seu amor em segredo> Laurie achava imposs)vel# $la nuncasoue esconder seus sentimentos### como poderia esconder algo tão %orte e dilacerante como oamor>

7e repente o som de alguém mergulhando na piscina chamou sua atenção!%a+endo,a sair do mundo de sonhos em que estava# Olhou e sentiu um %rio na oca do

est/mago ao reconhecer a caeça morena! de caelos castanhos! que vinha tona no meioda piscina# =icou oservando os m2sculos ri"os e harmoniosos dos raços dele! que cortavam a'gua em raçadas 'geis e precisas de e(celente nadador# .ian atravessou v'rias ve+es a piscinano sentido do comprimento! depois parou na eirada! perto de Laurie! sorriu para ela com armatreiro! e(iindo os dentes alvos e per%eitos! enquanto sa)a dG'gua apoiando os cotovelos naeirada de pedra#

A pele morena e molhada rilhou ao sol! %a+endo,o parecer uma est'tua de ron+e#

; $ Lorelei estendida na rocha! en%eitiçava os homens! levando,os

destruição### ; disse .ian em tom de rincadeira! pegando a toalha de cima da mesa# ;-er' que voc: tamém não é uma sereia! Laurie>

; Talve+ essa descrição se"a mais adequada a La.aine do que a mim ; respondeuLaurie com uma calma de que não se imaginava capa+! considerando,se o estado de tensãoem que %icava diante de .ian#

; Boc: suestima seu poder de atração ; %alou .ian! apro(imando,se da cadeiraem que ela estava#

A nude+ daquele corpo atlético! coerta apenas por um pequeno e colante maio!perturavam,na mais do que ela gostaria de admitir# $ra com grande es%orço que ela continha o

dese"o esmagador de tocar nele! de acariciar os p:los daquele peito moreno#; Pode ser### ; disse Laurie! encolhendo os omros e %echando os olhos para

a%astar aquela visão perturadora#

Antes que se desse conta do que estava acontecendo! .ian inclinou,se e tirou os 1culosescuros que ela estava usando#

; 0ão gosto de %alar com alguém sem ver os olhos# -1 estou vendo meu pr1priore%le(o a) nessas lentes espelhadas? ; disse ele#

A lu+ do sol atingiu em cheio seus olhos! cegando,a momentaneamente e Laurie

protegeu a vista com a mão#

; O sol est' doendo nos meus olhos! assim? ;protestou#

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O NOIVO DA OUTRA (Dangerous Masquerade) Janet Dailey

.ian colocou os 1culos %ora do alcance dela! "unto com a toalha dele! em outra cadeira#7epois sentou,se na eirada da cadeira de Laurie! apoiando as mãos no encosto! onde elarepousava a caeça! loqueando o sol do rosto dela depois de ter lhe retirado o chapéutamém#

; Assim est' melhor> ; perguntou ele com vo+ gutural#; 7evolva meus 1culos? ; disse ela nervosa! quase gague"ando ao sentir o perigo

da pro(imidade dele# Todo o seu corpo ardia de dese"o de sentir as car)cias dele! ou o menorcontato que %osse#

; -ae que s ve+es seus olhos %icam tão grandes e rilhantes que a gente senteque pode até se a%ogar neles> ; murmurou .ian! ignorando o pedido que ela %i+era#

; Pare de me provocar### ; aluciou ela! tentando esconder o alvoroço que aquelapro(imidade provocava#

; 0ão saia que estava provocando voc: ; riu ele ai(inho! com satis%ação#; 0ão é isso### voc: est' %alando essas coisas s1 para que eu rea"a?

; $ por qu:> $u "' disse antes que a achava onita# ; Com uma e(pressão randaele percorria lentamente com o olhar o corpo seminu de Laurie %a+endo,a corar# ; Assim!com esse tra"e! est' mais %ascinante ainda?

A conversa estava enervando Laurie#

; Acho que vou dar um 2ltimo mergulho antes que comece a es%riar#

$la se inclinou para %rente! esperando que .ian se a%astasse para que ela se erguesse dacadeira! mas ele %icou onde estava e tudo o que ela conseguiu %oi %icar mais perto ainda dele!olhando aquela oca sensual e m'scula que parecia hipnoti+',la#

; Por %avor! dei(e,me levantar! .ian# ; O tremor em sua vo+ traiu a perturação quesentia#

; Toda ve+ que me apro(imo de voc: e estamos prestes a %a+er amor! voc: %oge#Por qu:> ; A vo+ dele era um sussurro acariciante# ; Por acaso tem medo de gostar>

$le avançou mais e Laurie apoiou,se de novo no encosto da cadeira! com a respiraçãoalterada! prevendo o que ia acontecer#

; $u não quero %a+er amor com voc:! .ian ; Laurie %alou com sinceridade! poistinha certe+a de que se houvesse uma relação se(ual entre eles! seria imposs)vel para elaesconder quanto o amava# $ não queria que ele souesse disso#

; -eus l'ios me di+em uma coisa! mas seus olhos di+em outra completamentedi%erente#

; O que lhe di+em meus olhos> ; desa%iou ela! cora"osamente# ; 4ue eu achovoc: um homem arrogante e autorit'rio> 4ue voc: é %rio e insens)vel quando se trata daemoção dos outros> Boc: nem se importou em saer se La.aine gostava ou não de voc:!

simplesmente corte"ou,a! deu a ela presentes caros! pediu,a em casamento e depois "ogou,a%ora como um rinquedo velho e %riamente sustituiu,a por mim? Coitada da mulher que %oroa de se apai(onar por voc:? Boc: não tem sentimentos?

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O NOIVO DA OUTRA (Dangerous Masquerade) Janet Dailey

.ian riu ai(o! achando graça das acusaç3es dela#

; Ah! então é disso que tem medo> 7e se apai(onar por mim> Ora! mas voc: "'me disse que eu não tenho nenhuma das qualidades que voc: procura num marido? $ por isso!então! que continua a resistir! apesar de saer que sente tanta atração por mim quanto eu por

voc:> Porque voc: queria que eu %osse meigo! carinhoso e gentil### mas essa é uma atitudesonhadora e rom&ntica de uma adolescente# Boc: é uma mulher? Boc: gostaria de umhomem que satis%i+esse todos os seus caprichos! que tratasse voc: como um iel/> Boc:gostaria mesmo de ser ninada o tempo todo por uma %igura paternal! em ve+ de ter a seu ladoum homem com quem %i+esse amor### um amante de verdade>

Laurie sentiu,se omardeada por tantas perguntas seguidas! emora souesse asrespostas para todas# $la "' estava apai(onada por ele! amava,o! sim! e era por isso que resistia sinvestidas dele# 0ão! não queria que .ian %osse meigo e delicado! queria,o tal como ele era? $tamém não queria ser tratada como uma %r'gil onequinha de porcelana? 4ueria! isso sim! osei"os dele! ardentes e audaciosos! que quase lhe esmagavam os l'ios e espalhavam centelhas

incendiando todo seu corpo# 4ueria,o como homem! possuindo,a### mas não podia di+er a elenada disso#

; Por %avor### ; disse ela com vo+ estrangulada! tentando um %raco protesto#

; E' est' na hora de voc: se decidir! Laurie# ; $le apro(imou mais ainda o rosto!seus l'ios quase roçando os dela# ; Bamos! diga,me que voc: não quer que eu a ei"e! quenão quer sentir o calor de minha oca na sua! não quer que eu ei"e sua orelha! murmurando%rases ardentes### que não quer que eu ei"e seu pescoço! que se arrepia toda quando eu oacaricio com a ponta da l)ngua### que não quer que eu mordisque seus omros! descendodevagarinho com ei"os até seus seios macios! que me dei(am maluco### Bamos! diga,me que

não quer que eu %aça nada disso? ; pediu ele com vo+ rouca de dese"o que imediatamentecontagiou Laurie#

Com um gemido aa%ado ela se rendeu# Colocou as mãos na nuca dele! a%undandoos dedos nos caelos molhados! e pu(ou o rosto dele até que seus l'ios se encontraram numei"o ardente e ela não mais se preocupou em esconder o %ogo de sua pai(ão# $ntregou,se emtotal aandono e entreariu os l'ios! querendo que ele entrasse todo dentro dela# $le a araçou eestendeu,se na cadeira! %a+endo,a sentir o peso de seu corpo sem machuc',la# $la se sentiaem :(tase ao contato daquela pele morna# 7ei(ou,se levar por aquele arreatamento! umasensação maravilhosa que "amais sentira! até que o resto do mundo sumiu a seu redor! restandoapenas .ian com suas car)cias h'eis# As mãos s'ias percorrendo seu corpo! e(plorando!

descorindo pontos sens)veis! despertando toda a sensualidade que Laurie tanto loqueara#A oca acariciando! mordiscando! ei"ando### desli+ando devagar pelo pescoço!

omros! até que Laurie gemeu de dese"o# $ntão .ian %oi arindo o sutiã do iqu)ni dela até liertaros seios para que o pra+er %osse mais intenso# Laurie o%egava! tal como ele! e não esoçou o menorprotesto# $le a ei"ou de novo na oca e ela agarrou,se nos caelos dele! sentindo contra aspernas a evid:ncia do dese"o dele de posse# 0aquele momento tudo o que Laurie queria eraque .ian a possu)sse! que a invadisse### 0em de longe pensava mais em resistir#

; .ian? ; A vo+ de 7enton soou como uma lu%ada de vento %rio no calor daquelapai(ão#

.ian (ingou ai(inho enquanto se recompunha e Laurie %icou im1vel! emocionadacom a nova sensação de poder que descoriraD ela era capa+ de e(cit',lo tanto quanto ele ae(citava#

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; O que é> ; disse ele asperamente#

7enton %icou hesitante e meio sem "eito! parado do outro lado da piscina#

; Tele%one para a -rta# La.aine $vans#

.ian! que "' estava irritado pela rusca interrupção do romance! olhou com certahostilidade para Laurie# $la havia notado que 7enton pronunciara o nome da prima como sequisesse en%ati+',lo em! mas Laurie não tinha a menor idéia de quem poderia estar aotele%one chamando por La.aine# <alançou a caeça como quem não entende o que est'acontecendo e seu olhar toldou,se de apreensão# -er' que mais alguém descorira a %arsa> .ianergueu,se aruptamente da cadeira e pegou sua toalha com um gesto r'pido e preciso#

; $u cuido disso! pode dei(ar disse ele a Laurie ; e voc: %ica esperando aqui#

Uns quin+e minutos depois .ian voltou# E' havia trocado de roupa e estava com uma calçaranca e uma camisa esporte aerta no peito# Laurie inclinou,se para a %rente! cheia de

ansiedade! assim que o viu surgir# $le contornou a piscina e apro(imou,se dela# O coração delaateu mais r'pido e ela dese"ou cair nos raços dele de novo#

; 4uem era> ; perguntou! tentando aparentar calma! apesar do tumulto interior#

; =also alarme ; respondeu .ian com displic:ncia! pegando a sa)da,de,anho deLaurie e "ogando,a para ela# ; $ra Colin querendo saer sore o aile de Carnaval de ho"e noite#

; 0ossa? $squeci,me completamente?; murmurou Laurie! olhando para ae(pressão impenetr'vel que se estampara no rosto de .ian# ; $ra para eu ter perguntado avoc:###

; -e eu tamém iria ; completou ele com um sorriso c)nico#

; 7esculpe### ; disse ela! hesitante#

; Ora! não se desculpe# Colin e(plicou que a cominação %oi %eita antes que euchegasse a 6oile e depois %oi magnanimamente ampliada para me incluir no programa#<astante atenciosa essa atitude?

Laurie encolheu,se diante do sarcasmo da vo+ dele#

; Colin sempre %oi muito atencioso desde que cheguei aqui! %a+endo,me companhia!levando,me para conhecer coisas interessantes e agora convidando n1s dois para o aile deho"e# ; .ian achou graça de sua desa"eitada tentativa de de%esa# ; $le s1 estava sendo gentil#

; ### meigo e carinhoso ; +omou ele#

; 4uer parar de repetir isso>? ; protestou ela! enquanto arrumava na cintura a sa)da,de,anho# Ah! se ela ao menos pudesse saer o que %i+era .ian mudar assim do amanteardoroso para esse estranho sarc'stico? ; $spero que voc: tenha recusado o convite comons modos pelo menos#

; $ quem disse que eu recusei> ; $le ergueu a sorancelha com ar de desdém#

; $ntão voc: vai>? ; $la %ran+iu a testa! %itando,o! at/nita#

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; 0ão precisa se apavorar! eu não vou# $u disse a Colin que tenho um serviço paraterminar#

; 6as! não estou entendendo### ; aluciou ela#

; Boc: e Colin vão so+inhos# $u certamente não ia %a+er voc: perder a maior %esta doano# -ei que voc: ser' a sensação do aile! Laurie#

; Boc: vai dei(ar que eu v' so+inha com Colin> ; ela arregalou os olhos! incrédula#

; Parece que %oi o que eu acaei de di+er#

; ! mas### ; Laurie parou! em total con%usão ; mas voc: cansou de me repetirque %icasse longe de Colin#

O que ela queria mesmo era di+er que não tinha a menor vontade de ir sem .ian! masa %rie+a dele tomava imposs)vel tal con%issão#

; $u %alei isso! é>? ; disse ele em tom de indi%erença#

; Boc: sae que %alou#

; -e voc: não quer ir! Laurie! é %'cilD tele%one para o rapa+ e diga isso a ele#; .ian %aloucom certa impaci:ncia! %ran+indo as sorancelhas numa e(pressão sinistra# ; Para mim! tanto%a+ voc: querer ir ou %icar### a decisão é sua#

-e Laurie tinha alguma d2vida sore o que .ian sentia por ela! a %rie+a dessas palavrasdei(ou em claro que ele apenas sentia atração %)sica e s1 se importava com ela no momentodo dese"o e na medida em que queria conseguir seu pr1prio pra+er# Portanto! uma atitude

ego)sta#; 4uero! sim# $u vou ao aile com Colin ; disse ela em tom calmo! tentando

salvar seu orgulho e independ:ncia#

; $le vem usc',la s nove e meia! então#; $le inclinou a caeça com ar desuperioridade#; Preciso dar alguns tele%onemas ; disse! depois virou,se nos calcanhares esumiu#

Laurie %icou atormentada com a re"eição dele# $le s1 a via como alguém do se(ooposto com quem satis%a+er as necessidades? Aquelas alteraç3es s2itas no modo como ele atratava a estavam dei(ando maluca# -er' que ele perdera o interesse porque descorira que elaseria dele quando ele quisesse> -er' que ela havia revelado seu contundente dese"o de serpossu)da por ele e por isso ele agora a despre+ava e tratava com %ria superioridade> Ah! mas então.ian era mesmo impiedoso! cruel! completamente insens)vel e sem coração?

Contudo! Laurie continuava a am',lo e suspirou %undo! desalentada! pois saia que eraum sentimento in2til que s1 lhe traria so%rimento e m'goa# Como é que s1 %oi perceer isso agoraque era tarde demais> Ah! se .ian sentisse por ela a décima parte do amor que sentia por ele!casaria com ele sem hesitar# 8' apenas meia hora! nos raços dele! ela acreditara nessapossiilidade# Agora tudo o que tinha diante de si era um enorme va+io# -er' que suportaria asolidão e o so%rimento de viver sem ele> Ou seria melhor casar com ele! mesmo saendo que

ele não a amava e talve+ ser mais in%eli+ ainda> Amando,o daquele "eito! era uma agonia paraLaurie decidir,se#

-1 seu sentimento de orgulho e amor pr1prio é que a impediam de desaa%ar so o

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peso da ang2stia de entregar os pontos e demonstrar que estava so%rendo por .ian# Com %irmedeterminação! resolveu preocupar,se cuidadosamente com sua apar:ncia# .ian "amais saeriaquanto a magoara passando,a para Colin aquela noite?

Passou astante tempo se preparando e se arrumando# 4ueria %icar espetacular como

nunca? =icou quase uma hora de molho num anho de espuma com 'lsamos rela(antes eper%umados para acalmar os nervos! depois gastou quase uma hora maquilando,se com todocuidado e ainda mais tempo e(perimentando di%erentes penteados! até que resolveu trançar oscaelos com uma %ita ranca e prend:,los atr's da caeça! dei(ando o rosto em mostra#

Por 2ltimo colocou o vestido de cetim ranco# $ra o 2nico que possu)a! mas ca)a,lhemuito em! principalmente agora que estava com a pele ron+eada# $ra em decotado tanto na%rente como nas costas! de estilo cl'ssico! com um 2nico detalhe en%eitandoD um cinto ordadocom pequenas pérolas! realçando a cintura delgada de Laurie#

4uando terminou de se arrumar e olhou,se no espelho! seus olhos cor de sa%ira

rilhavam de satis%ação# 0ão havia nenhuma "1ia para adorn',la! mas sua apar:ncia era per%eita#-em %alsa modéstia! Laurie concluiu que estava onita e sentiu,se segura e con%iante! o que erauma e(celente arma#

  0esse momento ateram de leve na porta#

; Colin "' chegou! Laurie ; disse Bera assim que Laurie lhe ariu a porta#; 6as! meu7eus do céu! como voc: est' linda? Bai dei(ar as mulheres morrendo de inve"a# 4ue pena que.ian este"a ocupado logo ho"e? Tenho certe+a de que ele %icaria orgulhoso de aparecer emp2lico com voc:# 6as! a%inal! até que ele %oi gentil de permitir que voc: %osse com Colin e nãoperdesse o aile por causa dele! não é>

Laurie sentiu um aperto no coração ao lemrar que ele lhe dissera que pouco seimportava se ela %osse ou não# 6al podia %alar! por isso apenas sorriu como quem concorda evirou,se para pegar a olsa de noite! que %a+ia parte da toalete# 7epois#mirou,se no espelho umave+ mais#

; Bou di+er a Colin que voc: "' vai descer ; Bera sorria#

Laurie esperou de prop1sito alguns minutos! dese"ando pela primeira ve+ em sua vida%a+er uma entrada triun%al# $la "' havia visto La.aine %a+er isso muitas ve+es! mas ela mesmanunca o %i+era# A%inal saiu do quarto! andando lentamente pelo carpete macio do corredor e semo menor ru)do desceu as escadas em direção ao saguão de entrada# 0os 2ltimos degraus

parou e %icou oservando# Colin estava ao pé da escada! e(tremamente elegante! econversava com Bera# .ian estava perto da porta! asorvido na discussão de um assuntoqualquer com 7enton# $la apoiou de leve a ponta dos dedos no corrimão da escada e %icouolhando para .ian! querendo que ele olhasse para ela# 6as %oi Colin quem primeiro notou suapresença#

; 6eu 7eus?; e(clamou ele! de olhos vidrados! en%eitiçado por aquela %igura linda eluminosa vestida de cetim ranco#

; 7emorei muito> ; disse Laurie sorrindo e! ao perceer que .ian ergueu a caeça esemicerrou os olhos ao v:,la! desceu devagarinho o %im da escada! olhando para Colin#

; Boc: est' arreatadora? Lind)ssima? ; e(clamou Colin assim que recuperou a%ala# ; Parece uma deusa grega?

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$le segurou a mão dela entre as suas enquanto Laurie se deleitava com a admiraçãodele# $ra "ustamente disso que estava precisando para alimentar seu ego e erguer o moral? Colinlevou a mão dela até os l'ios e ei"ou,a e ela dei(ou que a mão demorasse um pouco além donecess'rio antes de retir',la! olhando de soslaio para .ian# 6as ele parecia continuar indi%erente ealheio s lierdades que Colin estava tomando com sua noiva#

; Bera disse,me que o aile era a rigor ; disse ela! voltando,se para Colin# ; $speroque o vestido este"a de acordo### ; disse de prop1sito! como "' vira La.aine %a+er tantas ve+es!para provocar elogios#

; 7e acordo>? ; Colin riu! sem conseguir a%astar o olhar daquela %igura que o%ascinava# ; Pu(a vida! acho que vou ter que lutar para conserv',la ao meu lado?

; $ voc:! o que acha! .ian> ; murmurou ela com vo+ insinuante! caminhandograciosamente para perto dele# -eus olhos cor de sa%ira cintilavam quando %itaram os dele# ;Acha que eu estou em>

; ! o vestido lhe cai muito em ; comentou ele calmamente! dispensando7enton com uma leve inclinação de caeça#

; $ s1 isso que voc: tem para me di+er>### ; Laurie inclinou a caeça para tr's! de um "eito coquete e provocante! querendo que ele se impressionasse com sua ele+a a ponto de nãodei(',la mais ir so+inha com Colin#

; O que quer que eu %aça> ; disse ele em tom de ironia com vo+ em ai(a paraque s1 ela escutasse# ; 4uer que eu ei"e sua mão como %e+ o gentil cavalheiro ao pé daescada>

$la se sentiu magoada e um rilho de raiva imediatamente passou por seu olhar#; 4uero? ; disse com petul&ncia! desa%iando#

6as assim que começou a erguer o raço para lhe estender a mão .ian %oi maisr'pido e agarrou,a pelo pulso! com %orça! impedindo o gesto# 7epois condu+iu,a até Colin#

; 7ivirtam,se? ; disse .ian! olhando para Laurie com um sorriso de esc'rnio#

; Pode estar certo de que nos divertiremos?; retrucou Colin#

; Leve isso! minha %ilha ; disse Bera! colocando uma estola de pele nos omros de

Laurie# ; Pode ser que es%rie mais tarde# 7ivirtam,se?; Origada ; murmurou Laurie e dei(ou que Colin tomasse seu raço e a

condu+isse para a porta#

L'grimas amargas queimavam seus olhos e ela as continha a custo# .ian havia ditocerta ocasião que ela pertencia a ele e Laurie esrave"ara# Agora! entretanto! tinha a sensação deque ele acaara de d',la de presente a Colin com a cara mais c)nica do mundo#

O aile resplandecia de alegria! rilhos! cores! risos! tilintar de copos e m2sica# Colin eraastante conhecido! por isso constantemente alguém parava para conversar com ele# Tal comoele previra! todos disputavam entre si para dançarem com Laurie# Contudo ela não estava sedivertindo# Os homens! estimulados pela eida! %a+iam,lhe rasgados elogios! que para ela nãosigni%icavam nada s1 por não estarem sendo %eitos por .ian# 0ão conseguia parar de pensarnele! nem achar graça em nada# Por isso! quando algumas horas depois Colin sugeriu que

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%ossem emora! ela suspirou ai(inho! aliviada#

Colin respeitou o sil:ncio dela durante o percurso de volta para casa e quando a%inalchegaram ela agradeceu pela gentile+a de t:,la levado ao aile! %ingindo contentamento#

; O pra+er %oi todo meu ; retrucou ele#

$le a a"udou a descer do carro e Laurie achou om estar com a estola de pele#.ealmente a noite es%riara astante# 7iante da porta Colin ei"ou a mão dela em despedida#

; <oa noite! Laurie ; murmurou ele! hesitante! como se quisesse acrescentar algomais antes de voltar para o carro#

; <oa noite! Colin ; respondeu ela com suavidade e ariu a porta#

Assim que entrou ouviu o motor do carro dele se a%astando# 7evagarinho e em sil:ncioLaurie trancou a porta e caminhou pé ante pé até a escada# O sil:ncio da casa era agrad'vel e

repousante depois de toda a alga+arra do aile e ela parou um pouco antes de suir!des%rutando aquela pa+# Um suspiro cansado escapou de seus l'ios#

; Pensando no sucesso que %e+> ; A vo+ de .ian soou no escuro perto da escada#

Imediatamente o corpo de Laurie se contraiu e ela %icou paralisada de susto e surpresa#A 2ltima coisa que esperava era encontrar .ian acordado quando voltasse# Lemrou,se domodo como ele a entregara a Colin e encheu,se de raiva#

; 0ão vai di+er que %icou acordado s1 para me esperar>? ; disse ela comsarcasmo! vendo .ian sair do escuro para a penumra do saguão# ; $u %icaria emocionada senão estivesse tão revoltada?

; -into muito decepcion',la e %erir sua vaidade! mas estava traalhando mesmo# ; Asnarinas dele se dilataram como se estivesse ravo# ; Por mim poderia ter demorado muitomais! que eu nem estava notando sua aus:ncia?

As palavras dele cravaram em seu peito como punhais! dilacerando seu coração#

; $u tamém até esqueci que voc: e(iste? ; retrucou ela com aspere+a!restaurando seu orgulho %erido com tal mentira#

; Tenho certe+a de que voc: tentou ; +omou .ian#

; 0ão %oi nada di%)cil?### ; declarou Laurie com displic:ncia! evitando olh',lo de %rentepara que ele não visse a m'goa em seus olhos# Tirou a estola e %oi até o arm'rio de guardaragasalhos! que %icava no saguão! %ingindo segurança no andar# ; Colin %oi umacompanhante muito atencioso#

; 0ão duvido nem um pouco### tamém! com B:nus em seus raços? ;murmurou .ian perto de seu ouvido# ; -ae que na mitologia romana B:nus era casadacom Bulcano! o deus do %ogo>

Laurie %icou gelada por um segundo! mas logo virou,se para .ian com um sorriso quelhe %a+ia covinhas no rosto#

; ! e conta,se tamém que ela entregou,se a um romance escandaloso com6arte#

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; verdade ; concordou .ian com cinismo# ; 4uer que eu acredite que voc: eColin estão envolvidos num romance s escondidas>

; $u não direi que se"a s escondidas### Boc: mesmo é quem incentiva? ; corrigiuela#

; 0ão posso acreditar numa coisa dessas? ; $le sorriu com esc'rnio# ; A noção dehonra é %orte demais em Colin para permitir que ele se aproveite da generosidade de umamigo# O velho c1digo sulista de cavalheirismo é muito enrai+ado em certas %am)lias# O "ui+! pore(emplo! "amais ousaria tocar em Bera enquanto ela esteve casada! mesmo que ela oprovocasse e o convidasse# $ agora é a mesma coisa# Tal pai! tal %ilho?

; Acho que voc: não conhece Colin muito em### ; mentiu ela ; n1s nãoviemos direto para casa?

$le sorriu com ar de +omaria#

; 6entirosa ; disse .ian de mansinho# ; Boc: não tem o ar de uma mulher queacaou de %a+er amor### eu saeria identi%icar#

$la enruesceu na hora#

; -er' mesmo> ; +omou# ; Boc: est' esquecendo que Colin é meigo edelicado#

-e ela queria com isso provocar .ian! não conseguiu# A e(pressão arrogante dele nãomudou nem um pouco e ele continuou sarc'stico#

; uma pena que não este"a noiva dele#

; -em d2vida isso simpli%icaria muitas coisas#

; Principalmente nossa %esta de noivado neste s'ado noite! não é>

Laurie ergueu a caeça num soressalto#

; Boc: não %ala sério? 0ão pode estar pretendendo continuar com esta %arsa! não é>

; $stou %alando sério! sim! e isso não é uma %arsa ; declarou .ian# ; E' disse a Berapara preparar tudo e tomar as provid:ncias necess'rias# 01s anunciaremos o noivado imprensa no s'ado mesmo#

; 0ão? ; e(clamou ela horrori+ada! os olhos arregalados e rilhantes#; E' %omoslonge demais com esse noivado de rincadeira# Agora chega? Precisamos acaar com isso?

; 0osso noivado dei(ou de ser de mentira no dia em que cheguei aqui e descorisua %alsa identidade# 0aquela mesma noite voc: concordou em usar meu anel# Boc: é minhanoiva! Laurie?

; 0ão? ; repetiu ela! mas dessa ve+ o protesto %oi mais %raco#

; $ em reve vai ser minha esposa#

; 6as não e(iste amor entre n1s! .ian? ; reclamou ela#

; 6eu traalho toma a maior parte de meu tempo# Por isso não precisamos passar

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muitas horas "untos# 0ão vai ser tão penoso assim?

; $ se eu me recusara casar com voc:>

; 0ão pretendo lhe dar essa oportunidade# Boc: convenceu todo mundo de queest' loucamente apai(onada por mim# 0ão tem "eito! não vou dei(',la escapar?

Laurie sentiu a caeça late"ar# .ealmente estava num eco sem sa)da# O "eitoautorit'rio e dominador de .ian e o amor que ela sentia iam %atalmente lev',la a casar,se comele# 0esse momento uma revolta surgiu dentro dela e ela decidiu,se! a%inal# $nquanto .ian nãoa amasse tamém! não se casaria com ele! por mais que o amasse? 0em mesmo amaravilha de gerar um %ilho dele compensaria as horas sem amor que teria de suportar ao seulado# -e o amor que sentia por .ian ia destru),la! pre%eria que isso acontecesse longe dele#

; Odeio voc:! .ian? ; disse ela! cheia de comoção na vo+! e passou correndo porele em direção escada! dese"ando do %undo do coração que %osse poss)vel odi',lo de verdade#

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CAPÍTULO Q

Laurie dormiu um sono pesado! sem sonhos! e acordou na manhã seguinte com

os nervos %lor da pele e tão tensa quanto na véspera! antes de se deitar# E' tomara a decisãode%initiva# 0a primeira oportunidade que surgisse! iria emora# .ian nunca lhe pedira paradevolver a passagem de volta! que ainda guardava no %undo da olsa# Poderia voar até LosAngeles pelo menos! e no momento isso "' lhe astava! emora não %osse muito longe# A partemais di%)cil do plano seria convencer .ian de que tudo estava normal e que ela iria se casar comele tal como ele dissera! pois se ele descorisse seu plano de %ugir! sem d2vida iria impedi,la#

Ao se olhar no espelho Laurie perceeu que realmente seria uma tare%a di%)cilconvencer .ian! pois o nervosismo e a apreensão estavam estampados em seu olhar# A tensãoera em vis)vel nas linhas de seu rosto# -e ele descorisse o motivo! ela estaria perdida? 6as! aomesmo tempo! duvidava que .ian pudesse imaginar que ela ousaria desa%i',lo e contrariar os

planos dele com aquela decisão de %uga# $la! até então! tinha sido astante male'vel!concordando com ele e oedecendo,o sempre! esoçando apenas poucos protestos# .ian nãoteria motivos para pensar que dessa ve+ ela agiria di%erente# Ao menos isso tinha a seu %avor!agora#

Animada por essa constatação! Laurie desceu para tomar o ca%é da manhã! tendo tido ocuidado de vestir,se com roupas em coloridas e de dei(ar o caelo solto sore os omros! parasuavi+ar sua e(pressão e dei(',la mais descontra)da# Contudo o est/mago parecia ter dado umn1 e ela não tinha o menor apetite# Tomou apenas ca%é puro e comeu uma torrada# =eli+menteBera não estava l' para perceer ou insistir que ela comesse mais# A empregada in%ormou,a deque Bera "' sa)ra a cavalo! dei(ando ordens de que dei(assem Laurie dormir quanto quisesse#

0esse momento a porta da %rente ariu,se e %echou,se e Laurie prendeu a respiraçãoao ouvir passos no saguão de entrada# Com relut&ncia olhou para a porta da sala! sentindocala%rios s1 de pensar em ver .ian surgir por ali# 6as quem entrou %oi 7enton! que ia passandoapressado quando perceeu a presença de Laurie e parou#

; <om dia ; cumprimentou ele! radiante# ; Boc: parece muito em,dispostaapesar de ter dormido tarde ontem? Fostou do aile> 7ivertiu,se astante>

; 7iverti,me como nunca?

; Ainda tem ca%é a) no ule>

; $st' quase cheio ainda# 4uer uma ()cara>

; Aceito sim! origado ; 7enton suspirou! cansado! e apro(imou,se da mesa#Pegou uma ()cara limpa e serviu,se# ; Bou aproveitar# $stou mesmo precisando de umestimulante e! como di+ o ditado! quando o gato sai os ratos %a+em a %esta#

; Ué! .ian não est'> ; Laurie admirou,se e logo em seguida achou que essa era aoportunidade tão esperada#

; 0ão# Acaei de lev',lo até o aeroporto ; respondeu ele! tirando os 1culos e

es%regando os olhos# ; Ah! não ve"o a hora de Arnold voltar e reassumir suas tare%as?; 4uando é que .ian vai voltar> ; perguntou ela! ai(ando o olhar! com medo que

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O NOIVO DA OUTRA (Dangerous Masquerade) Janet Dailey

7enton descorisse o verdadeiro motivo de seu interesse#

; $le %oi a 6iami e marcou a passagem de volta para ho"e noite mesmo# ; 7entonesva+iou a ()cara e colocou mais ca%é# ; $ste aqui vou tomar l' no escrit1rio! se me d' licença! amesa est' empilhada de traalho e correspond:ncia para responder#

Assim que ouviu a porta do escrit1rio %echar! Laurie suiu correndo e voltou para seuquarto# Pegou a olsa e começou a reme(er dentro! procurando a passagem de avião# 4uandoencontrou o precioso papel! ligou para a companhia aérea! usando seu tele%one de caeceira! ereservou lugar no v/o da tarde# 8avia tempo su%iciente para %a+er as malas! escrever uma cartapara .ian! e pegar um t'(i até o aeroporto# 4uando .ian chegasse ela "' estaria sã e salva emLos Angeles#

$spalhou as malas sore a cama e %oi "ogando as roupas l' dentro! sem se preocuparem arrumar direito ou dorar as peças# Uma hora depois %e+ uma 2ltima inspeção nos arm'riose gavetas para ver se não esquecera nada e em seguida começou a %echar as valises#

; Ah! %inalmente a encontrei? $stava procuran### ; A vo+ de Bera sumiu assim queela viu as malas em cima da cama# Olhou depressa para Laurie com os olhos arregalados#; 0ão vai me di+er que est' indo emora>?

; $stou ; murmurou ela# Laurie "' havia pensado numa e(plicação plaus)vel! masperdeu a coragem de %alar diante do espanto de Bera! que não escondia a decepção e triste+a deseu olhar#

; 6as! por qu:> 6eu 7eus! voc: até parece um %antasma? $st' tão p'lida### 7evehaver algo errado? O que %oi que aconteceu! minha %ilha>?

Laurie %e+ um gesto de desalento olhando para o tele%one! es%orçando,se para %alarapesar do n1 que sentia na garganta#

; $u### eu recei um tele%onema agora h' pouco# 8ouve um acidente# 6inha m###mãe est' no hospital# Preciso voltar para casa imediatamente#

; Ah### pore Laurie# 0ão é toa que est' assim tão aatida e perturada? ; Beraapro(imou,se de Laurie e segurou a mão tr:mula dela entre as suas# ; Posso %a+er algumacoisa para a"ud',la>

; Origada! mas "' reservei lugar no v/o da tarde e "' terminei de arrumar as malas#Acho que não esqueci nada### ; Laurie encolheu os omros! realmente perturada! o quetomava sua mentira mais convincente#

; Eusto agora que .ian não est' em casa? ; Bera alançou a caeça tristemente#; 4uer que eu entre em contato com ele> -ei que ele voltar' voando se souer# 0um caso deemerg:ncia! assim! em que a gente %ica nervosa! é sempre om ter um homem ao lado paradar apoio e resolver melhor as coisas#

; 0ão! não! não %aça isso? ; apressou,se Laurie# ; 0ão é tão grave assim! é quedo "eito que eu %alei pode dar a impressão### ; continuou ela "' mais calma#; $ que eu meassustei com o tele%onema! mas "' est' passando# 6amãe apenas querou a perna e so%reu%erimentos leves! eles me garantiram que não h' nenhum perigo#

; Ainda em? Isso "' é um consolo# ; Bera sorriu! con%ortando,a# ; $u entendo oque voc: est' sentindo# 0aturalmente quer v:,la! para se certi%icar pessoalmente# $u sei como é###

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O NOIVO DA OUTRA (Dangerous Masquerade) Janet Dailey

; $u ia escrever uma carta a .ian e(plicando tudo! assim que arrumasse minhaagagem# ; Laurie respirou %undo# ; Provavelmente não vou voltar para a %esta denoivado que voc: queria dar nesse s'ado###

; 0em pense nisso ; Bera tranq5ili+ou,a ; %oi uma idéia de momento e! depois!

nossos amigos entenderão quando souerem por que cancelamos a %esta# E' est' quase nahora do almoço# Boc: não pre%ere tomar uma sopinha ou comer um sandu)che para não %icarde est/mago va+io> Carla disse que voc: não comeu nada de manhã! s1 uma torrada#

; Acho que não vou conseguir comer nada! origada# $ se eu sentir %ome maistarde! eles sempre servem um lanche a ordo#

; Bou chamar -am para vir pegar suas malas# $le a levar' até o aeroporto assim quevoc: quiser ir# 0ão se preocupe! tudo acaar' em! Laurie#

; Oh! Bera### ; O quei(o dela tremeu como se %osse chorar# ; Boc: tem sido tãooa para mim? Lamento tanto ter de ir emora assim### eu não queria# ; A ami+ade sinceraque aquela mulher lhe devotava %e+ com que Laurie sentisse um enorme remorso por a estarenganando tanto# Antes tivesse %ugido no meio da noite para não ter de encontr',la e di+er a elamais essa mentira ainda# Fostava tanto dela?

; $u tamém lamento ; disse Bera! com os olhos inundados de l'grimas# ; 6assão coisas que acontecem### e in%eli+mente não podemos mud',las! não é>

Bera saiu do quarto e! assim que %icou so+inha! Laurie sentou,se para escrever a cartaque ia dei(ar para .ian# $screveu concisamente sem dei(ar transparecer a dor que sentia aoaandon',lo# 7isse apenas que estava indo emora e que não casaria com ele em hip1tesealguma naquelas circunst&ncias! que sua decisão era de%initiva e irrevog'vel e que ele não tentasse

procur',la# 7epois levou a carta! o anel de sa%ira e a pulseira até o quarto de .ian e dei(ou tudo l'!di+endo a Bera que dei(ara uma carta no quarto dele#

7uas horas depois Laurie estava a ordo do avião que cortava os céus rumo a LosAngeles# 6as s1 respirou aliviada quando se viu dentro de um t'(i com sua agagem e deu aocho%er o endereço do apartamento em que morava com La.aine# $la havia esquecido queestava com pouco dinheiro e s1 se lemrou disso quando chegaram ao destino e ela ariu acarteira para pagar a corrida! %icando quase sem nada depois#

$ntrou no saguão do prédio e logo o porteiro veio a"ud',la com as malas# Assim que oviu Laurie sorriu! apesar de toda triste+a que sentia# =icou contente ao ver seu velho e simp'ticoconhecido! Tom =arer#

; Como vai -r# =arer>

; $u vou em! e vendo a senhonta %ico melhor ainda?; $le sorriu#

; 6as o que est' %a+endo por aqui de mala e tudo> 0ão que eu não este"a contente dev:,la! é que###

; Ué! por que tanta surpresa> ; perguntou Laurie! %ran+indo a testa# ; $u voltei para

casa### eu moro aqui! lemra>$le %ran+iu a testa! apreensivo#

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; 7eve ter acontecido alguma coisa### ; disse ele! hesitante# ; -into muito! -rta#$vans! mas sua prima cancelou o contrato do apartamento e mudou,se daqui "' %a+ umasemana#

; Ah! não pode ser? O senhor deve estar enganado### aluciou ela#

; $la dei(ou o endereço da casa dos pais para que eu encaminhasse acorrespond:ncia dela e disse que a senhorita não ia mais voltar ; disse Tom e inclinou acaeça com uma e(pressão séria# ; Talve+ se"a melhor tele%onar para sua tia#

; ! sim! acho que é melhor mesmo ; concordou Laurie com olhar ausente!chocada por ter descoerto de repente que não tinha onde %icar# ; -e quiser! a senhorita pode usaro tele%one aqui da portaria ; o%ereceu ele! condu+indo,a para l'#

Laurie se dei(ou levar e com um terr)vel constrangimento discou o n2mero da casa dostios# 0o segundo toque atenderam e ela imediatamente reconheceu a vo+ da tia#

; Al/! tia Carrie! aqui é Laurie### ; %oi tudo o que conseguiu di+er#; 0ão pensei que voc: ainda tivesse o descaramento de ligar para c' ; declarou a tia

em tom glacial ;! depois de tudo o que %e+ para minha pore La.aine? Como é que se atrevea aparecer de novo> $stou admirada?

; Como assim! depois de tudo o que %i+ para La.aine> ; repetiu Laurie! sem entender#

; claro? 6inha pore %ilhinha %icou arrasada quando descoriu que voc: tinharouado o noivo dela! na cara dela! sem que ela perceesse# $la con%iava tanto em voc: e voc:nem se importou de mago',la e %a+:,la so%rer? 4uando penso em como seu tio e eu nossacri%icamos para cri',la como se %osse nossa %ilha### e é assim que voc: nos retriui? 4ue coisahorr)vel?

; Boc:s não tiveram de se sacri%icar coisa nenhuma ; o quei(o de Laurie tremia eseus olhos encheram,se de l'grimas# ; 6eu pai dei(ou dinheiro su%iciente para que eu %ossesustentada durante todos esses anos?

; $ voc: esan"ou vontade? Pois em! não pense que vamos continuar asustent',la? -eu rico noivinho que cuide de voc: agora e %ique %ora de nossas vidas? Boc: "' noscausou astante mal?; disse a tia com aspere+a e ateu o tele%one#

$ra evidente que La.aine não tinha contado a verdade aos pais! que não dissera

como é que Laurie tinha ido parar em 6oile! %ingindo ser a prima# -1 7eus saia que mentirasela contara aos pais depois que .ian rompera o noivado! dei(ando,a cheia de despeito# Laurie

 "amais saeria# Tudo o que saia no momento é que os tios não queriam mais saer dela! nãoa queriam ver nem pintada de ouro#

Laurie curvou os omros so o peso da situação aterradora e virou,se para Tomperple(a! com ar de aandono# $le a %itou com olhar compreensivo#

; $les não querem saer de voc:! não é> ; perguntou ele! compadecendo,secom o "eito resignado com que ela alançou a caeça %a+endo que sim#

; O que vou %a+er agora> ; Laurie suspirou! depois deu uma risada amarga# ;0em sequer tenho dinheiro para passar a noite em algum hotel?

; Posso lhe emprestar### ; o%ereceu ele gentilmente#

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; 0ão! não! origada! mas não posso dei(ar que %aça isso ; protestou ela! triste!sacudindo a caeça com %irme+a# ; $u me arran"o! pode dei(ar#

; $ se eu lhe o%erecesse ao menos um lugar para passar a noite> ; $ antes queLaurie pudesse responder qualquer coisa ele acrescentou! depressaD ; $u e minha mulher

temos um om quarto de h1spedes em nossa casa# 0ão seria inc/modo nenhum para n1s eassim a senhorita teria um lugar para %icar até que se acalme e resolva o que vai %a+er#

; $u "' sei o que vou %a+er# Bou procurar um emprego sem demora#

; Laurie sorriu sem alegria# ; 0ão posso mais aceitar caridade dos outros# $u nãoquero mais isso? ; As palavras 'speras da tia ainda ecoavam em seus ouvidos#

; 0ão se trata de caridade ; insistiu Tom! compreendendo o motivo real que a%a+ia responder daquele "eito! com tanto amargor# ; Assim que a senhorita encontrar umemprego e estiver receendo pode nos pagar pela hospedagem! a quantia que achar "usta# ; Ao%erta era astante tentadora! mas Laurie hesitava# ; Bamos %a+er uma coisa# Pode pensar vontade! não precisa responder "' ; sorriu ele ; sente,se aqui no so%'! tome um ca%é e rela(eum pouco# 7aqui a uns quin+e minutos acaa meu hor'rio de serviço# EenRins "' deve estarchegando para me sustituir e da) eu vou emora# -e decidir outra coisa posso lhe dar umacarona# -e resolver aceitar minha proposta! terei muito pra+er em lev',la comigo para casa# $!então! o que acha>

; Fostei da sua sugestão! senhor =arer# ; A e(pressão satis%eita dele %e+ com que elasorrisse com sinceridade#

; $u sou Tom para os amigos! pode me chamar assim#

; $ eu sou Laurie para os meus! é melhor parar de me chamar de senhorita $vans#; $la sorriu de novo e apertou a mão que ele lhe estendeu#

4uin+e minutos mais tarde Tom estava arrumando a agagem de Laurie no porta,malas de seu carro# $la havia! a%inal! escolhido a alternativa mais sensataD %icar com Tom e aesposa# A hip1tese de entrar em contato com .ian passou por sua caeça mas Laurie nemquis consider',la# Por mais que o amasse e que se sentisse tentada a correr para os raçosprotetores dele! pre%eriria morrer de %ome a casar,se com ele! saendo que ele não a amava#

7epois de tudo a"eitado# Tom sentou,se ao volante e deu a partida no carro# Laurieolhou para ele! hesitante! querendo di+er algo#

; Tom### ; começou ela! depois %e+ uma pausa! tentando ordenar as palavras ;pode ser que alguém procure por mim l' no apartamento### voc: me %aria o %avor de di+er quenão sae onde eu estou> ; Laurie não queria que .ian a encontrasse#

; Boc: est' metida em alguma encrenca! minha %ilha>

; 0ão propriamente isso# que h' um homem que pode aparecer querendo %alarcomigo! mas eu não quero v:,lo#

; $ntão pode %icar sossegada que de mim ele nunca vai saer onde voc: est'# ; Tom sorriu e piscou um olho#

 <ett@! a mulher de Tom! era tão am'vel e simp'tica quanto o marido# Assim queLaurie começou a se desculpar por estar querando o sossego de seu lar! ela a interrompeu!

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di+endo que nem pensasse nisso e a%irmou que %icaria muito contente de ter a companhia deoutra mulher! assim teria com quem conversar e %o%ocar#

Laurie estava e(austa depois da viagem apressada que %i+era! magoada com are"eição dos tios! triste por ter perdido .ian e a ami+ade de Bera e dos novos amigos que %i+eraem 6oile# Por isso não conseguia dormir# -em querer %icava lemrando cada momento quepassara com .ian! revivendo as cenas na mem1ria! e o %ato de saer que "amais o verianovamente era mais uma m'goa que dilacerava seu peito! uma dor insuport'vel#

Chorou tanto que quando a%inal adormeceu a %ronha do travesseiro estava todamolhada#

0o dia seguinte <ett@ insistiu que Laurie %icasse em casa! achando que ela ainda estavacansada da viagem e um pouco aatida# $ra melhor %icar apenas recortando an2ncios deemprego nos "ornais# A ondosa mulher procurava alegr',la de todo "eito! conversando!%a+endo graça e rindo# 6as Laurie apenas sentia as horas se arrastarem lentamente e seperguntava! em sil:ncio! como é que ag5entaria passar o resto da vida sem .ian# 8oras! dias!semanas! meses! anos### era uma eternidade? Como suportaria esse va+io>

0aquela noite! durante todo o "antar! Tom oservou %urtiva e atentamente Laurie!notando as p'lperas um pouco inchadas de chorar! o ar deprimido e triste! e a aus:ncia dosorriso %'cil que ele se acostumara a ver no rosto dela# 4uando terminaram a soremesa eestavam começando a tomar o ca%é! ele a%inal pigarreou! como quem vai %alar# Laurieergueu os olhos a+uis! de olhar ausente! e num ato re%le(o %i(ou,os nele#

; Por acaso estava se re%erindo a esse tal de 6ontgomer@ quando %alou naquele

homem! ontem> ; perguntou ele! dis%arçando o interesse! olhando para a ()cara#

; $le esteve l' no prédio> ; perguntou ela! um misto de triste+a e apreensão na vo+#

 Tom alançou a caeça#

; $steve! sim# 0o in)cio pensei que ele estivesse procurando por La.aine e disse a eleque ela voltara para a casa dos pais# 6as ele logo dei(ou em claro que estava procurando voc: enão ela#

; $ da)! o que voc: disse> ; perguntou ela! imaginando como .ian devia estar%urioso para ter se aalado até Los Angeles s1 para procur',la#

; 7isse a verdade! mas s1 uma parte# 7isse que voc: tinha estado l' ontem tarde!%icou saendo que sua prima desistira do apartamento! de pois deu um tele%onema e %oiemora#

; $ ele acreditou>

; Acho que sim ; Tom sacudiu a caeça# ; $le disse que voc: era noiva dele#

Laurie %icou p'lida e olhou para a marca ranca que o sol dei(ara no de do em que elatinha usado o anel de sa%ira#

; $u era! mas "' est' tudo terminado! agora#

Laurie ai(ou a caeça e marido e mulher se entreolharam! trocando uma

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mensagem que ela não perceeu# 7epois começaram a %alar sore outr's coisascorriqueiras! %ingindo não perceer o sil:ncio dela# Alguns instantes depois Laurie aluciou umadesculpa qualquer! pediu licença e %oi para seu quarto# Atirou,se na cama e choroudesesperadamente! sem conseguir aliviar a dor insuport'vel que a%ligia seu coração#

7epois de alguns dias de procura! testes e entrevistas! Laurie acaou sendo aceitapara o cargo de datil1gra%a em um grande escrit1rio de advocacia# A novidade da terminologia

 "ur)dica asorvia toda a sua atenção# $la se concentrava no traalho para aprender depressa eisso a origava a não pensar tanto em .ian# As horas do dia passavam assim rapidamente!sem a agonia das horas da noite e o va+io solit'rio dos %ins de semana# 6as a saudadecontinuava a tortur',la o tempo todo! causando,lhe um so%rimento a que "' estava seacostumando#

7urante tr:s meses nem Tom nem <ett@ tocaram no assunto de seu noivado

rompido e Laurie tamém não %alava nisso# 0em que quisesse! não conseguiria# 4uando "'estava traalhando h' um m:s! tentou alugar um apartamento! mas não conseguiuencontrar nenhum cu"o preço estivesse ao alcance de seu magro ordenado# Tamém nãotinha nenhuma amiga com quem pudesse dividir o apartamento e a idéia de morar comuma estranha não a atra)a nem um pouco# Além disso! <ett@ e Tom insistiam tanto para que ela%icasse que ela acaou cedendo e continuou morando com eles#

Uma segunda,%eira noite! depois de ter lavado a louça do "antar! Laurie sentou,se mesa e começou a %olhear ao acaso o "ornal que estava l'# 7e repente! em uma das p'ginas!uma %oto saltou,lhe aos olhos! dei(ando,a gelada# =icou im1vel sem poder a%astar o olhardaquele homem viril! de caelos castanhos,escuros! em no centro da %oto# .econheceu

imediatamente .ian! o mesmo "eito arrogante! olhando para uma garota que oacompanhava# 7epois de algum tempo Laurie a%inal desviou a atenção para a garota morenaque olhava para ele com ar insinuante e sensual# $ra La.aine! sua prima?

Laurie engoliu o choro! su%ocou um soluço e leu a legenda da %otogra%iaD *O propriet'riode hotéis e grande empres'rio .ian 6ontgomer@ %oi visto acompanhando a "ovem estrela emascensão! La.aine $vans! em uma recente %esta em 8oll@9ood# Circulam rumores de queh' uma noiva morena na vida de .ian# -er' essa>*

Laurie tentou se alegrar ao ver .ian e La.aine "untos de novo# Tentou o mais quep/de! mas não conseguia dei(ar de lemrar o "eito como ele costumava olhar para ela!aqueles olhos escuros provocantes! invadindo sua alma e acendendo o %ogo do dese"o quesempre esteve presente durante o tempo que passaram "untos# Todas aquelas recordaç3es queela tanto lutou para a%astar da mem1ria voltaram num s1 instante# $ra como se tivesse sidoontem o dia em que o aandonara! tal era a %orça do amor que sentia e a dor de t:,lo perdido#Laurie s1 perceeu que estava chorando quando viu as gotas que molhavam a p'gina do "ornal#$ntão passou a mão pelo rosto e começou a en(ugar as l'grimas depressa# =echou o "ornal ecorreu para o quarto! sem perceer que Tom a oservava em sil:ncio de sua poltrona#

Laurie começou a %icar desatenta e não conseguia mais se concentrar no traalho#Precisava usar maquilagem para dis%arçar as olheiras! resultado de tr:s noites sem dormir direito#

Com olhos cansados! releu a p'gina que acaara de datilogra%ar e perceeu que tinhaescrito o nome de .ian no documento e não o do cliente# =icou desesperada# Precisaria re%a+er a

(@

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O NOIVO DA OUTRA (Dangerous Masquerade) Janet Dailey

p'gina inteira! pois não podia corrigir o erro apagando# $ra um documento legal# Laurie tevevontade de chorar de %rustração ao arrancar da m'quina o papel e as %olhas de carono com asc1pias#

0esse momento ouviu passos em sua sala e estremeceu s1 de pensar no que teria de

ouvir do -r# Eennings quando ele descorisse que ela não havia terminado o documento# -emlevantar os olhos! começou a se desculpar antes que ele %alasse#

; -into muito mas ainda não terminei! s1 %alta uma p'gina### ; As palavras morreramnos l'ios de Laurie quando ela ergueu os olhos#

0ão era poss)vel? 7evia estar muito mal mesmo! até "' começara a ter alucinaç3es?$stava vendo .ian diante dela? Piscou uma! duas ve+es! mas ele continuava l'#

; Ol'! Laurie ; disse .ian sorrindo! olhando %i(o para ela#

; O que est' %a+endo aqui> ; murmurou ela# Olhou em redor! a%lita! perceendo as

caras curiosas das outras companheiras de traalho#; Acho que é 1vio! não> ; disse ele com sua vo+ c)nica#

Aquilo era uma terr)vel provação para Laurie! que não estava em condiç3es de en%rentaro olhar severo dele# <ai(ou a caeça e %icou olhando para a m'quina de escrever#

; B' emora! .ian# ; $ra demais v:,lo ali tão perto e não poder cair nos raços dele#0aquele momento! era o que mais queria %a+er#

; Acaou,se a rincadeira de esconde,esconde? ; disse ele! apenas#

; Por %avor! dei(e,me em pa+ ; implorou ela num sussurro! com vo+ tr:mula quemal podia controlar#

; -rta# $vans! "' terminou de datilogra%ar aquele acordo> ; disse um homemapressado que entrou correndo na sala! os caelos em desalinho! tão preocupado que nemperceeu a %igura alta e imponente de .ian#

; Ainda não! -r# Eennings ; respondeu Laurie! tensa#

; Preciso disso imediatamente?

; -e me d' licença ; interrompeu .ian com seu "eito autorit'rio ; eu estava

conversando com a "ovem#

; $scute aqui### ; começou o patrão de Laurie indignado! virando,se para .ian! masassim que o viu mudou de e(pressão e de atitude# ; O senhor não é###

; .ian 6ontgomer@! sim senhor? ; completou ele#

; Ora! mas é claro? $u o reconheci logo# ; O -r# Eennings sorriu e seus olhos açosse iluminaram ao ouvir aquele nome# ; $m que lhe posso ser 2til>

; Fostaria de %alar em particular com a -rta# $vans# O senhor tem algum lugar ondepossamos %icar a s1s> ; respondeu .ian de imediato! sem tomar conhecimento da cara deespanto de Laurie#

; A -rta# $vans>? ; repetiu o homem! con%uso! s1 então olhando para Laurie! como

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O NOIVO DA OUTRA (Dangerous Masquerade) Janet Dailey

se tivesse esquecido que ela estava l'# ; Ah! sim# claro? ; disse ele! pondo,se a caminho# ;8' uma sala logo ali que o senhor pode usar#

.ian pousou o olhar em Laurie! desa%iando,a a recusar acompanh',lo# $ era isso queela devia %a+er? 6as tantos meses de so%rimento longe dele! pensando que nunca mais o veria!

tinham aalado suas de%esas# $le leu em seu olhar a indecisão#; Ou ser' que pre%ere que conversemos aqui mesmo> ; perguntou .ian!

arangendo com o olhar toda a sala cheia de mulheres# ; 7iante dessa platéia toda>

Ainda relutante Laurie ergueu,se! sentindo as pernas amas! e seguiu o -r# Eenningsque os condu+iu até a sala que %icava um pouco adiante do salão de datilogra%ia# .ian %oi atr's!como se estivesse loqueando uma poss)vel %uga# Laurie parecia estar escoltada! entre os dois#

Assim que entraram na sala! .ian %echou a porta e Laurie olhou para ele! a%lita# 0ãop/de dei(ar de notar que a e(pressão dele parecia mais c)nica e retra)da# Com passos largos ele %oiaté a "anela e %icou contra a lu+! seu rosto mergulhado na somra#

; Boc: pensou mesmo que eu não a encontraria! Laurie> ; perguntou ele cominsol:ncia#

; 0ão pensei que voc: %osse tentar! que se preocupasse em me procurar###

; 0ão mesmo> $ntão por que teve tanto traalho em não dei(ar pistas>

; 0ão %oi assim! eu não %i+ de prop1sito### ; disse ela! pouco convincente# ; Bolteidiretamente ao apartamento e então descori que La.aine havia se mudado# $u não tinhadinheiro! por isso quando Tom me o%ereceu um quarto na casa dele e da mulher! eu aceitei#

; $ %e+ com que ele prometesse não di+er a ninguém onde voc: estava! não é> -1que o outro porteiro! o EenRins! não é tão calado nem tão reservado assim# -eus tios estavamquase %icando loucos de preocupação por voc:?

; Isso é mentira? Tia Carne disse,me que não pusesse mais os pés na### ; $la seinterrompeu ruscamente! captando um rilho nos olhos de .ian# ; Ora! isso não importamais! agora? 7ei(e para l'# ; $la deu de omros! depois cru+ou os raços sore o est/mago!como se assim pudesse acalmar o tumulto interior que a agitava# ; Por que voc: teve que virme procurar> Por que não me dei(ou me pa+>

; Boc: é minha noiva ; disse ele apenas! sem nenhuma emoção na vo+#

; Agora não sou mais ; negou Laurie com veem:ncia! erguendo a mão que "'não usava o anel de sa%ira# ; $stou sem o seu anel# $u o coloquei em meu dedo e eu mesma otirei e devolvi a voc:# 0ão h' mais noivado algum#

; Isso é o que voc: pensa? Boc: dei(ou minha tia pensando que voc: estavacuidando de sua mãe acidentada! não %alou nada sore rompimento de noivado algum# Paraela continuamos noivos ; disse,ele em tom de provocação#

; $ como é que eu poderia %alar> O que voc: queria que eu %i+esse> 4ue dissesse aela que eu odeio o sorinho dela>

; Pois é! eu tamém não %alei nada# Bera pensa que ainda estamos noivos# ; $le riu!ir/nico# ; $ agora! para consertar isso>

(<

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O NOIVO DA OUTRA (Dangerous Masquerade) Janet Dailey

; =oi por isso que veio tão longe e teve tanto traalho para me encontrar> -1 para me "ogar na cara a con%usão que eu criei assumindo uma %alsa identidade>? Boc: não tem idéia doquanto eu me arrependo por ter ido a 6oile? ; A 2ltima %rase terminou com um soluço dechoro#

; $ talve+ v' se arrepender do mesmo "eito de ter que voltar para l'#; $u não vou voltar? ; retrucou Laurie#

; Ah! vai sim ; disse .ian! severo# ; Bera quer que voc: este"a presente nocasamento dela#

; Casamento> 4uer di+er que### ela e o "ui+ vão se casar> ; Um rilho de %elicidadepassou por seus olhos a+uis#

; Bão# $ é natural que ela queira que minha noiva compareça#

8ouve uma pequena pausa# Laurie queria ir! por ami+ade a Bera! mas não devia ir#; imposs)vel ; disse ela! saendo que não poderia %icar perto de .ian sem dei(ar

que ele descorisse quanto ela o amava# ; Por que voc: não leva La.aine> A%inal! "' est' nahora de ela conhecer sua %am)lia?

; $stou pouco ligando para La.aine? voc: que Bera quer#

; Invente uma desculpa! ou então conte a verdade ; pediu Laurie! apro(imando,sedele sem querer# ; 01s não podemos continuar com essa mentira por mais tempo? Atéquando vamos %icar %ingindo> $la tem de saer! um dia#

; 0ão houve %ingimento nenhum! nem mentira? ; Agora o rosto dele não estavamais na somra e ela via em o olhar penetrante dele que a inquietava# ; $u pedi voc: emcasamento#

; $u sei! mas seria um casamento sem amor entre n1s ; protestou ela# $ nessemomento perceeu que tinha chegado em perto dele e colocara as mãos no peito dele# 0amesma hora a%astou as mãos e %e+,se um sil:ncio em que ela s1 ouvia as %ortes atidas de seucoração#

; -empre houve algo entre n1s# ; $le lançou um olhar perscrutante a Laurie e osolhos deles se encontraram# $la %icou perturada com o magnetismo que sentiu e procurou

a%astar,se dele#; 0ão### ; protestou %racamente#

.ian segurou,a com %orça pela nuca e pu(ou,a para si! apertando,a contra seu corpoesguio e ri"o# 6as Laurie não sentiu medo! apenas olhou,o com um dese"o ardente rilhando noolhar#

; Ah! eu devia matar voc: pelo que me %e+ so%rer# 6inha vida virou um in%erno? ;murmurou .ian# -eu olhar percorria o rosto dela devagar e a mão que segurava a nuca %icoumais leve e começou a acariciar o pescoço de Laurie de um "eito tão sensual que ela ai(ou oolhar para esconder o dese"o# ; Boc: tomou conta de mim completamente# 7ia e noite eras1 em voc: que eu pensava### quase %iquei louco de tanto querer voc: ; con%essou ele comvo+ gutural# ; $ voc: ainda me di+ que não h' nada entre n1s?

(=

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Os l'ios dele se apossaram dos seus e Laurie! com aquelas palavras maravilhosasecoando em seus ouvidos! entregou,se ao ei"o sem reservas! com ardor! lierando a%inal o quereprimira durante tanto tempo# 7epois aninhou,se no peito dele! enquanto .ian lhe ei"ava oscaelos#

; 0ão vou dei(ar mais voc: %ugir de mim! Laurie ; "urou ele com vo+ quente# ;0ão posso %icar sem voc:### meu 7eus do céu! não posso mais viver sem voc:! Laurie?

; .ian! .ian### ; murmurou ela! arrepiada de emoção! sentindo a mais pro%unda%elicidade! enquanto ei"ava o rosto dele! esquecida do resto do mundo# ; Por acaso est'di+endo que me ama>

; ### estou sim ; con%essou ele! a%inal# ; $u amo voc:! eu adoro voc:# 0aqueleprimeiro dia em que a aracei! na eira da piscina! pensando que voc: %osse La.aine! algoestranho aconteceu comigo# Achei que era raiva por voc: ter me enganado com sua %alsaidentidade# 6as não conseguia dei(ar de querer tocar em voc: de novo! de araç',la e cori,la

de ei"os### e eu %icava revoltado porque não queria admitir###; Ah! .ian? ; 6as ele colocou a mão sore seus l'ios! impedindo,a de %alar#

; Isso não dei(a voc: contente> ; disse ele em tom c)nico# ; $st' se sentindovitoriosa! não é> Boc: conseguiu! a%inal#

$la alançou a caeça em sil:ncio! negando#

.ian largou,a e deu,lhe as costas! olhando para a "anela enquanto es%regava a nuca! meiosem "eito#

; Boc: vai para 6oile comigo> ; perguntou com randura#; $u vou até o P1lo 0orte com voc:! se quiser! meu amor ; respondeu ela no

mesmo tom#

8ouve um momento de sil:ncio! depois .ian virou,se num movimento r'pido e%itou,a! incrédulo#

; O que %oi que voc: disse> ; perguntou! tentando se controlar! mas os olhos negrosre%letiam ansiedade#

; $u disse que amo voc:! .ian ; respondeu Laurie! dei(ando que ele lesse em seus

olhos toda a emoção e sentimento que ela sempre procurara esconder#7epois correu para os raços dele! que a envolveram num araço de posse e os dois

se ei"aram com pai(ão! revelando,se um ao outro inteiramente! a%inal#

4uando! a muito custo! eles se separaram! depois de algum tempo! .ian acendeu umcigarro com mãos tr:mulas#

; Acho melhor nos casarmos antes de voltarmos a 61ile ; disse ele ; emora eugostasse de v:,la toda de ranco caminhando para mim no altar###

; Tamém acho! .ian ; concordou Laurie! aquecida pela maravilhosa sensação

de se sentir amada# ; 0ão quero cerim/nias! nem %estas! nem nada# -1 quero voc:#; Laurie! por que voc: %ugiu> ; $le a contemplava! %eli+ por ver no rosto dela o amor

(>

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que Laurie sentia por ele#

; Porque pensei que voc: não me amasse ; respondeu ela com sinceridade! s1agora perceendo quanto estivera enganada# ; Boc: vivia repetindo que eu devia me casarcom voc:! mas não di+ia mais nada# 7epois! aquela noite! praticamente "ogou,me nos raços

de Colin### -e voc: me amava! .ian! por que me %orçou a ir ao aile com ele>$le respirou %undo antes de responder#

; Lemra,se daquele dia eira da piscina### antes do tele%onema de Colin> ; Laurieenruesceu ao lemrar,se de como se aandonara s car)cias de .ian e com que intensidadecorrespondera# ; Pois é! voc: pode não acreditar! mas aquela %oi a primeira ve+ que umamulher me %e+ perder o controle# O que eu senti naquele momento nunca sentira antes %a+endoamor com outras mulheres# -e 7enton não tivesse aparecido para me chamar! não sei o queteria acontecido### ; $le a contemplou por instantes# ; 4uando minha caeça es%riou! depoisda interrupção! eu percei o quanto estava envolvido e da) %iquei com medo# 0ão queria me

sentir dominado! não queria %icar merc: de uma mulher### por isso tentei %ugir###Laurie riu# Como se .ian %osse do tipo que alguém pudesse dominar?

; $ o que signi%ica aquela %oto de voc: com La.aine que saiu no "ornal> Pensei quetivesse voltado para ela#

; $stava tentando encontrar voc:! meu amor# =oi s1 por isso que eu procureiLa.aine# 6as sei como o ci2me é terr)vel# 0aquela noite eu quis que voc: sa)sse com Colin paraprovar a mim mesmo que voc: não signi%icava nada para mim# =oi a noite mais horr)vel que "'passei em toda a minha vida# Boc: não imagina a agonia que eu so%ri? A não ser! é claro! o que eupassei nestes meses em que não saia onde voc: estava# 4uase enlouqueci?

; 0unca mais vou %ugir de voc:! .ian ; "urou ela! aconchegando,se no calor deseu araço# ; 0unca mais#

; $ eu nunca mais vou dei(ar isso acontecer ; murmurou .ian! roçando os l'iosdela antes do ei"o que selaria as promessas de amor#