Janelas Da Vida

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Janelas da vida Chafic Jbeili – www.chafic.com.br Conto uma história de uma jovem que morava em uma casa simples entre o vale e a colina. Sempre que podia, essa jovem se dirigia para os fundos da casa e ficava debruçada na janela olhando as tralhas que acumulavam no quintal. Sua visão era limitada e sombria, pois o fundo da casa dava para uma parede de pedras e ali o sol mal conseguia iluminar. Vez ou outra os olhos da jovem acompanhavam atentamente os movimentos da aranha e das cobras que habitavam as pedras. Com o passar dos anos os ânimos e a vitalidade dessa jovem iam desfalecendo pouco a pouco e seu semblante era entristecido, até o dia em que um senhor peregrino andava errante por aquelas bandas e resolveu pedir um pouco de água. Enquanto bebia e descansava o homem resolveu indagá-la, com todo respeito, o motivo de sua aparência triste e sem vida. Ela dizia: “Não é alegre o meu coração. Passo os meus dias olhando as tralhas que se acumularam em meu quintal ao longo dos anos e agora minha companhia são as pedras, as aranhas e as peçonhentas cobras da montanha. Venha meu senhor e veja de minha janela os motivos de minha angústia e de minha tristeza. Tenho ou não tenho razão de estar assim?”. Concordando, o homem perguntou-lhe se naquela casa havia mais janelas e a moça respondeu afirmativamente e foi logo mostrando cada uma delas. Ao chegar à janela que dava para o vale, o homem avistou uma paisagem deslumbrante, bem característica de um vale cinematográfico, com rio, cascata, árvores floridas, águias cantando em revoada no céu e um lindo por do sol no límpido e extenso horizonte. O infinito era um convite à imaginação! A própria jovem ficou fascinada com tamanha beleza e enquanto seu semblante mudava radical e instantaneamente o fôlego de vida ia se restabelecendo em sua expressão. Ela mesma não parava de se questionar porque havia adquirido o hábito de permanecer por tanto tempo debruçada na tenebrosa janela dos fundos e agradeceu o velho por sua acidental, mas oportuna presença. O homem então sorrindo entendeu o motivo e a razão de seu incidente e agradeceu a jovem que sem entender perguntou como podia ele se alegrar com a própria falta de sorte, já que estava ali por um erro de direção. O velho sábio respondeu: Às vezes, acontecem coisas tão

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Mensagem psicopedagogica

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Conto uma histria de uma jovem que morava em uma casa simples entre o vale e a colina

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Conto uma histria de uma jovem que morava em uma casa simples entre o vale e a colina. Sempre que podia, essa jovem se dirigia para os fundos da casa e ficava debruada na janela olhando as tralhas que acumulavam no quintal. Sua viso era limitada e sombria, pois o fundo da casa dava para uma parede de pedras e ali o sol mal conseguia iluminar. Vez ou outra os olhos da jovem acompanhavam atentamente os movimentos da aranha e das cobras que habitavam as pedras.Com o passar dos anos os nimos e a vitalidade dessa jovem iam desfalecendo pouco a pouco e seu semblante era entristecido, at o dia em que um senhor peregrino andava errante por aquelas bandas e resolveu pedir um pouco de gua. Enquanto bebia e descansava o homem resolveu indag-la, com todo respeito, o motivo de sua aparncia triste e sem vida.Ela dizia: No alegre o meu corao. Passo os meus dias olhando as tralhas que se acumularam em meu quintal ao longo dos anos e agora minha companhia so as pedras, as aranhas e as peonhentas cobras da montanha. Venha meu senhor e veja de minha janela os motivos de minha angstia e de minha tristeza. Tenho ou no tenho razo de estar assim?.Concordando, o homem perguntou-lhe se naquela casa havia mais janelas e a moa respondeu afirmativamente e foi logo mostrando cada uma delas. Ao chegar janela que dava para o vale, o homem avistou uma paisagem deslumbrante, bem caracterstica de um vale cinematogrfico, com rio, cascata, rvores floridas, guias cantando em revoada no cu e um lindo por do sol no lmpido e extenso horizonte. O infinito era um convite imaginao!A prpria jovem ficou fascinada com tamanha beleza e enquanto seu semblante mudava radical e instantaneamente o flego de vida ia se restabelecendo em sua expresso. Ela mesma no parava de se questionar porque havia adquirido o hbito de permanecer por tanto tempo debruada na tenebrosa janela dos fundos e agradeceu o velho por sua acidental, mas oportuna presena.O homem ento sorrindo entendeu o motivo e a razo de seu incidente e agradeceu a jovem que sem entender perguntou como podia ele se alegrar com a prpria falta de sorte, j que estava ali por um erro de direo. O velho sbio respondeu: s vezes, acontecem coisas to maravilhosas quando tudo d errado que no teriam acontecido se tudo tivesse dado certo.

Moral da histria: A nossa vida como aquela casa da colina: Existe a janela que d para um passado sombrio, com algumas pessoas que nos causaram dores; com amargas lembranas das conquistas quase realizadas; das perdas vivenciadas, entre outras mazelas da vida. Essas so as nossas tralhas mentais, que naturalmente se acumulam medida que a vida passa!Mas em nossa vida tambm existe a janela da frente, que d para um horizonte belssimo, extenso, cheio de oportunidades, de grandes possibilidades, de novas realizaes e que renovam nossas esperanas dia a dia, revigorando os nimos e tornando nossas expresses cintilantes. Cabe a ns escolher em qual janela queremos permanecer debruado. Eu j fiz a minha escolha e quero viver fascinado curtindo o meu presente e idealista em relao ao meu futuro. Do passado s quero a experincia que me fortaleceu e me fez ser quem eu sou hoje. E voc? Em qual janela escolher ficar? A que te adoece ou a que te revigoram os nimos? Ento, sempre que uma lembrana ou pensamento ruim lhe vier cabea experimente mudar de janela!