Sessão Astronomia Vênus: Paraíso ou Inferno? Diego Scanavachi Custódio.
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CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
JANARA CUSTÓDIO DOS SANTOS
AVALIAÇÃO DE PRODUÇÃO DE LEITE E COMPORTAMENTO ANIMAL DE
BOVINOS SUBMETIDOS A DIFERENTE HIGIENIZAÇÃO DO BEBEDOURO
GAMA, DF
2019
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JANARA CUSTÓDIO DOS SANTOS
AVALIAÇÃO DE PRODUÇÃO DE LEITE E COMPORTAMENTO ANIMAL
DE BOVINOS SUBMETIDOS A DIFERENTE HIGIENIZAÇÃO DO
BEBEDOURO
Trabalho de conclusão de curso para
avaliação no componente curricular TCC II
do curso de Medicina Veterinária do Centro
Universitário do Planalto Central Apparecido
dos Santos, na área de medicina veterinária.
Orientadora: Profª MSc Carolina Mota
Carvalho.
GAMA, DF
2019
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Bebedouro de água antes da limpeza .................................................... 6
Figura 2 - Bebedouro de água após a limpeza ...................................................... 6
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Dados do experimento em etograma no método focal .......................... 15
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 -
Produção média em litros de leite das vacas no etograma focal ......... 13
Gráfico 2 -
Média do consumo de água em minutos das vacas no etograma
focal com cocho sujo e cocho limpo ..................................................
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Gráfico 3-
Média do mês da produção leiteira em litros das vacas no etograma
focal com o cocho sujo e cocho limpo ...............................................
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1
2. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................. 5
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 6
4. CONCLUSÕES ................................................................................................ 11
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 12
APÊNDICE A ....................................................................................................... 15
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AVALIAÇÃO DE PRODUÇÃO DE LEITE E COMPORTAMENTO ANIMAL
DE BOVINOS SUBMETIDOS A DIFERENTE HIGIENIZAÇÃO DO
BEBEDOURO
EVALUATION OF LACTEA PRODUCTION AND ANIMAL BEHAVIOR OF
CATTLE SUBMITTED TO DIFFERENT HYGIENIZATION OF FOUNTAIN
Janara Custódio Dos SANTOS ¹, Carolina Mota CARVALHO ²,
1 - Graduanda do curso de medicina veterinária no Centro Universitário do Planalto
Central Apparecido dos Santos – UNICEPLAC
2 - Professora titular do Departamento de Grandes animais da Medicina Veterinária
do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos - UNICEPLAC.
RESUMO
Devido à importância, crescimento e rendimento que a atividade pecuária leiteira
trem trago nas últimas décadas para o país, para o melhoramento e aperfeiçoamento
dessa produção, estudos e experimentos vem acontecendo cada vez mais para que se
tenham animais produtivos em situações de conforto e bem estar, com isso trazendo um
acréscimo monetário ao produto final. O presente trabalho foi realizado em uma fazenda
no Município de Luziânia – GO, com animais leiteiros da raça Girolando de variada
composição racial, nos meses de fevereiro e março. Teve como objetivo avaliar se a
temperatura do ambiente e o tempo de ingestão de água dos indivíduos com o
bebedouro sujo e bebedouro limpo alterariam tempo de consumo hídrico, produção
láctea e o comportamento desses animais, pois vacas em lactação que passam por
estresse térmico tem uma diminuição na ingestão de alimentos, queda na produção
leiteira, alteração em parâmetros fisiológicos e alguns outros malefícios. Para essa
avalição usou a metodologia de dois estilos de etograma, Focal e Scan. O experimento
contava com trinta e seis animais no método scan, e cinco no focal. Na análise de dados
do método scan não houve alteração no tempo de consumo de água dos animais por ser
um n baixo e assim não gerou diferença estatística, além da adaptabilidade e alta
tolerância ao calor, não entrando na condição de estresse térmico desses animais. Na
avaliação de dados do método focal houve uma diferença de 8,10% no consumo de água
após a limpeza do bebedouro, com uma de aumento médio de 8,3 litros de leite. Com a
não manutenção da limpeza do bebedouro houve uma queda de 12% na produção de
leite. Com base nos dados obtidos conclui-se que a qualidade da água ofertada a
bovinos leiteiros influencia diretamente na sua produção láctea. Ressaltando a
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importância da limpeza dos bebedouros de água que será fornecida aos ruminantes
devido a sua importância na produção animal e reflexo direto nos ganhos econômicos.
Palavras-chave: produção animal, estresse térmico, etograma.
ABSTRACT
Due to the importance, growth and yield that the dairy cattle train has brought
in the last decades to the country, for the improvement and improvement of this
production, studies and experiments has been happening more and more to produce
productive animals in situations of comfort and well being , also bringing a monetary
increase to the final product. The present work was carried out in a farm in the
Municipality of Luziânia - GO, with dairy animals of the Girolando breed of varied
racial composition, in the months of February and March. The objective was to evaluate
if the temperature of the environment and the time of water intake of the individuals
with the dirty drinker and clean drinker would alter time of water consumption, milk
production and the behavior of these animals, since lactating cows undergoing thermal
stress have a decrease in food intake, decrease in milk production, changes in
physiological parameters and some other maladies. For this evaluation he used the
methodology of two styles of etogram, Focal and Scan. The experiment had thirty-six
animals in the scan method, and five in the focal. In the data analysis of the scan method
there was no change in the water consumption time of the animals because it was a low
n and thus did not generate statistical difference, besides adaptability and high heat
tolerance, not entering the condition of thermal stress of these animals. In the evaluation
of the focal method data, there was a difference of 8.10% in the water consumption after
the drinker cleaning, with an average increase of 8.3 liters of milk. With the
maintenance of the cleanliness of the drinker there was a 12% drop in milk production.
Based on the data obtained it is concluded that the water quality offered to dairy cattle
directly influences its milk production. Emphasizing the importance of cleaning water
fountains that will be supplied to ruminants due to their importance in animal
production and direct reflection on economic gains.
Key words: animal production, animal comfort, termal stress.
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1. INTRODUÇÃO
A pecuária leiteira é uma atividade econômica disseminada por todo o país.
Observa-se variação no manejo e nos tipos de sistemas de produção de região para
região. É uma atividade econômica que gera emprego, renda, e tributos para o país
(LOPES et al., 2007).
Nas últimas décadas, a produção mundial de leite teve aumento de mais de 50%,
chegando a valores significativos. Estima-se que aproximadamente 150 milhões de
famílias estão de algum modo relacionado com a pecuária leiteira, sendo que desses
lares, sua grande maioria vem de pequenos produtores (JUNG e JÚNIOR, 2016).
Além da importância na economia, também é importante na geração de
empregos, já que o ramo do agronegócio é responsável por ocupar 40% do trabalho no
meio rural. O aumento da demanda final do produto em 1 milhão de reais gera 195
empregos permanentes. Em análises retrospectivas, a produção de leite em 25 anos
aumentou 150%. Essa alta geração de emprego nesse ramo tem impacto maior que
outros grandes setores, como por exemplo, o automobilismo, construção civil entre
outros (CARVALHO et al., 2002).
O leite está na lista dos seis produtos que mais são importantes na agropecuária
brasileira, sendo ele o responsável por gerar renda e empregos para a população. O
Brasil se encontra na posição de 5° maior produtor mundial de leite, e vem crescendo
cerca de 4% anualmente, representando crescimento maior do que os apresentados por
países que ocupam os primeiros lugares. O Sul vem revelando aumento na sua produção
média, mas não sendo o suficiente ainda para desbancar as regiões tradicionais de alta
produtividade como, por exemplo, São Paulo e Minas Gerais (acima de 25.000 kg/dia)
(CARVALHO et al., 2002).
Por anos a região de maior produtividade leiteira era a região Sudeste,
entretanto, com o passar dos anos e a ingressão de outras regiões, ela foi perdendo seu
posto de maior produção, dando espaço para a região Norte, Centro-Oeste e Sul. O
Nordeste manteve sua contribuição regular, sendo responsável por média 13% da
produção (MAIA et al., 2013).
Ressaltando também, o valor nutritivo que o leite possui, já que é um alimento
considerado nobre e natural. Esses adjetivos foram dados por sua composição rica em
proteína, gordura, carboidrato, minerais, e devido ao fato de que alguns mamíferos a
imunização de seus recém-nascidos são feitos por meio do consumo de leite (MÜLLER,
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2002). O leite, também é uma importante fonte de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e
K), assim como em vitaminas hidrossolúveis (B1, B2, B6, B12, ácido pantotênico e
niacina).
No Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem
Animal – RIISPOA “leite é o produto oriundo da ordenha completa, ininterrupta, em
condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas. Assim, fatores
como: espécie, raça, indivíduo, idade da vaca, estágio da lactação, alimentação, estações
do ano, estado de saúde da vaca, dentre outros, afetam a composição do leite”
(BRASIL, 2017). Para o produto ser considerado leite, este deve apresentar as
características físico-químicas que são estabelecidas pelo RIISPOA. A adoção das
normativas e dos padrões estabelecidos por esse decreto haverá a possibilidade de se
obter produto final seguro (BRASIL, 2017).
Apesar de o Brasil de modo geral ser um bom produtor de leite e com isso trazer
todos os benefícios econômicos e sociais, pode-se observar algumas falhas no quesito
manejo e bem-estar desses animais. O bem-estar animal começou a se tornar um
importante parâmetro em meados da década de 1960, tendo iniciativa com o livro
“Animal Machines” (HARRISON, 1964), com isso, um leque de oportunidades e
estudos se abriu para esse ramo. Quanto mais o bem-estar era estudado mais a sociedade
passou a ter consciência e conhecimento de tal ato na produção animal, exigindo cada
vez mais uma produção humanitária. E com isso, produtos advindos de sistemas que
são totalmente adeptos ao bem-estar acrescenta-se um valor monetário nesse produto
(BOND et al., 2012).
Até os dias atuais o conceito de bem-estar não está muito bem definido devido a
complexidade do assunto e a divergência entre os profissionais e atuantes da área. Para
Hughes (1982), o bem-estar corresponde a um estado onde o animal está em harmonia
com a natureza ou com o seu ambiente. Já para Broom (1986), o bem-estar é definido
como o estado do animal frente às suas tentativas de se adaptar ao ambiente em que se
encontra, podendo ser subdivido em alguns níveis de acordo com a capacidade do
indivíduo de se moldar à aquela divergência ou obstáculo, exigindo mais ou menos de
seus esforços e obstáculos. Ou seja, se um indivíduo precisa de muito para se readaptar
aquela condição, considera-se que está em um grau baixo de bem-estar ou um bem-estar
pobre. É considerado que situações que possam ser prejudiciais aos animais tem fatores
extrínsecos que estão além da capacidade do animal para lidar com aquilo, como por
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exemplo pisos abrasivos que sem o correto manejo levarão a problemas de cascos;
também podendo ser intrínsecos como os sentimentos de frustração, tédio entre outros
(MANTECA et al, 2013).
Com isso, Broom e Johnson (1993) apresentaram três pontos a respeito: I) o bem-
estar é algo particular do animal, não algo que o homem possa fornecer; II) o bem-estar
pode variar entre bom e ruim; III) o bem-estar pode ser medido cientificamente. Para
saber de forma cientifica essa medição do bem-estar, foi necessário o desenvolvimento
de técnicas diagnosticas, sendo elas a condição fisiológica, comportamental e condição
ambiental. A forma fisiológica de avaliação tem alto grau de importância pois permite
quase de imediato notar o nível de bem-estar que o animal se encontra. Alguns estudos
avaliaram frequência cardíaca e respiratória de bovinos leiteiros, outros a quantidade de
cortisol encontrado nas fezes dos animais submetidos a situações de stress, usando a
fisiologia como parâmetro e tendo assim resultados instantâneos a respeito do conforto;
tendo apenas o seu lado negativo de não ser totalmente acessível e de fácil coleta e
manejo a campo (BOND et al., 2012).
No quesito bem-estar satisfatório (bom) ou pobre (ruim), também há métodos de
avaliação. Para o pobre observa-se em dois aspectos: o indivíduo e se ele foi capaz de
lidar com o ambiente e o esforço envolvido e dimensão da tentativa para se adaptar.
Comportamentos anormais excessivos, falta de resposta e inatividade também são
indicadores de bem-estar pobre. Lembrando sempre de observar separadamente cada
animal, pois se sinais de desconforto começam a ser notados devem ser trabalhados
especificadamente (BROOM, 1986).
Para as observações do comportamento e bem estar dos indivíduos, há alguns
métodos. O etograma é um método de listar unidades comportamentais de alguma
espécie, acompanhado de suas respectivas ações. Com essas observações facilmente
definiremos um padrão de comportamento, postura e de movimentos corporais. Depois
de repetidas observações realizadas em estudos, possibilita tomadas de decisão sobre
que posturas e movimentos constituiriam as unidades básicas do comportamento. Para o
registro desse comportamento têm-se disponíveis alguns recursos como filmagens,
descrição verbal e planilha de registro. Sendo essa última a mais utilizada, pois os itens
comportamentais são transcritos em uma planilha de papel e, à medida que ocorrem, são
registrados (YAMAMOTO E VOLPATO, 2007).
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Para a realização dessas análises, deve-se escolher o método de amostragem dos
dados. Dentro as opções existentes desses métodos, a amostragem do animal focal
consiste em escolher um individuo dentre o agrupamento de forma aleatória (ou não), o
qual servirá de foco da análise por um determinado tempo. Sendo registrado sua
atividade de forma individual. Um método de avaliação aonde consegue abranger todo o
agrupamento e sua atividade é a forma de amostragem por escaneamento. Consiste em
determinar um número de intervalos regulares de tempo dentro de um período, ao final
de cada intervalo as atividades comportamentais do grupo à vista são instantaneamente
registradas (O‟DROBINAK E WOODS, 2002).
Além da observação do comportamento e ambiente físico que o animal se encontra
para mensurar bem-estar, a questão climática influência de forma direta e de grande
peso no conforto desses animais. Bovinos leiteiros que passam por estresse térmico
diminui a capacidade produtiva e reprodutiva, pois o acionamento de termorreguladores
afeta diretamente esses dois aspectos. Assim como classifica-se bem-estar, há
classificação para estresse térmico: brando, intermediário e severo. Deve-se ficar atento
para saber distinguir queda de produção e reprodução por fatores climáticos de diversos
fatores (RODRIGUES et al., 2010).
Por isso dentro da cadeia produtiva leiteira destaca-se o uso de manejo e
instalações que busquem sempre a temperatura mais agradável à esses animais, pois em
estudos (NÄÄS; ARCARO, 2001; SILVA et al., 2002) foi comprovado que animais
que passam por melhorias nos ambientes como ventiladores, aspersores, chuveiro em
sala de espera entre outros, há uma resposta positiva dentro da produção, reprodução e
bem-estar pois os indivíduos se encontram em termo neutralidade.
Esse experimento tem como objetivo avaliar se a higienização dos bebedouros e a
temperatura do ambiente influenciam no tempo de ingestão hídrica dos animais
refletindo no quesito comportamento animal e estresse térmico, e se esses parâmetros
repercutem na produção láctea desses animais.
2. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado em uma fazenda comercial na cidade de Luziânia,
localizada na região leste do Estado de Goiás, durante os meses de fevereiro e março de
2019. Foram utilizadas um total de 36 vacas da raça Girolando de variada composições
genéticas e curvas de lactação divididas em três lotes de acordo com a média de
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produção. O primeiro lote conta com um total de dez animais com média de 20 kg/dia.
O segundo lote com seis animais de média 13 kg/dia e o terceiro lote com quinze
animais média 21 kg/dia. Esses animais foram observados por etograma no método scan
por 40 minutos no período da manhã e tarde pós ordenha, avaliando de 10 em 10
minutos a atividade de forma individual de cada animal (ócio, água, ruminar, comida)
durante 4 semanas no bebedouro sujo (Figura 1) e 4 semanas no bebedouro limpo
(Figura 2). Sendo as observações feitas uma vez na semana, em um período de 4h00 da
manhã às 19h00 da noite. Os dois primeiros lotes retornavam para um piquete onde era
servido o concentrado pós ordenha, e o terceiro lote voltava para um pasto, pois recebia
o concentrado antes da ordenha. A partir desses animais, foram selecionados mais cinco
animais, sendo três animais com média para alta produção, e dois deles sendo média
para baixa produção. O etograma desses indivíduos foi o método focal, sendo
cronometrado o tempo de cada ação, no mesmo período que os animais do método scan.
Essas observações foram realizadas por duas avaliadoras, sendo cada uma
responsável por um método (Scan e Focal). Para avaliar os parâmetros de temperatura
foi usado um termômetro para avicultura já que sua precisão era mais exata. Os
bebedouros foram higienizados tirando toda a água que havia nele e esfregando-o com
vassouras e escovas até retirar toda a sujidade, logo após era enchido novamente com
água limpa pelo sistema de bomba do próprio bebedouro.
Figura 1: Bebedouro de água antes da limpeza
Fonte: Arquivo pessoal
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Figura 2. Bebedouro de água após a limpeza
Fonte: Arquivo pessoal
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na avaliação de dados do método scan por ser um n baixo e por não ter diferença
na ingestão hídrica dos animais com o cocho limpo ou sujo, não foi possível gerar
gráficos ou tabelas, pois estatisticamente (P > 0,05) não houve alteração do tempo de
consumo. Possivelmente se o n aumentasse haveria diferenças estatísticas, pois
visualmente notou-se variações no tempo de ingestão de água dos animais.
Na avaliação de atividades exercidas pelos animais nas temperaturas mais quente
(36,4ºC) do dia e a mais amena (20,3ºC) do período total do experimento, não houve
alteração de comportamento, os animais mantinham uma ingestão contínua de sólidos.
Já analisando e comparando os dados entre os lotes, notou-se que o terceiro lote que era
o único que voltava para o pasto de Panicum maximum (cv. Mombaça) imediatamente
pós ordenha, tem o menor tempo de consumo de água de todos os lotes. Isso pode se dar
pelo fato de o cocho ficar distante de onde os animais pastavam, já que nos outros dois
lotes o cocho de água ficava dentro do piquete onde as vacas permaneciam por média de
40 – 45 minutos pós ordenha, sendo de mais fácil acesso por ser mais próximo.
Com os dados dos animais da observação comportamental pelo método focal,
houve um aumento de tempo na ingestão hídrica após lavagem do bebedouro, tendo
também um aumento da produção láctea desses animais em 8,10% sendo uma média de
aumento de 8 litros de leite.
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Para Vieira (2003) animais que possuem uma tolerância ao calor são animais mais
adaptados ao ambiente que se encontram, e isso varia de acordo com a espécie e raça. E
os indivíduos que possuem a característica elevada dessa tolerância, são animais que
tem uma melhor resposta termorregulatória, e isso facilita o equilíbrio homeotérmico, e
completando essa linha de raciocínio, para Silva (2000) o animal tolerante ao calor é
aquele que possui a capacidade de manter a temperatura corpórea sob temperatura
ambiente elevada, apresentando ainda os processos fisiológicos e produtivos normais.
Com essas definições e os dados apresentados frente a não diferença de ingestão de
água dos animais do etograma método scan do experimento com a limpeza do cocho,
pode-se dizer que são animais tolerantes ao calor, que possuem alta adaptabilidade ao
clima e temperatura, por isso não entram na condição de estresse térmico. Pois de
acordo com Rossarolla (2007), vacas em lactação que passam por estresse térmico
diminuem pastejo e o exercício, preferindo pastar à noite e buscando sombra e ingestão
de água durante o dia. Apresentando também aumento da frequência respiratória,
redução na ingestão de alimentos e aumento na ingestão de água. Como não houve
nenhuma das alterações citadas que caracterizam o estresse térmico desses animais, e
principalmente não houve aumento de ingestão de água e mudança alimentar isso sugere
a adaptabilidade e alta tolerância ao calor desses indivíduos.
Como no comparativo de atividade exercida no dia mais quente e mais frio do
experimento não houve alteração de comportamento dos animais, afirma-se que são
animais que possuem uma zona de conforto térmico mais amplo e uma adaptabilidade
termorregulatória maior, corroborando Silanikove (2000) que observou a
termorregulação refere-se especificamente à capacidade do animal de manter a
temperatura corporal estável, sendo uma adaptação que permite aos animais minimizar
problemas provenientes da variação de temperatura ambiente, e por isso, não alteram o
estado, parâmetros e atividades com as modificações de temperatura.
O terceiro lote dos animais do experimento sempre se encontrava a pasto após a
ordenha, sendo feito o etograma método Scan nesse local. Os cochos de água nesse
piquete ficavam em média 500 metros de distância de onde os animais pastavam. Sendo
esse mesmo lote o que ingeriu o menor tempo de água e em muitos dias, não houve
observação de ingesta durante o período do experimento. Tavares e Benedetti (2010)
afirmaram que a distância da fonte de água interfere na ingestão hídrica dos bovinos e
que o dimensionamento e localização correta dos bebedouros atenderão as necessidades
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dos bovinos criados a pasto. Sendo assim, esse lote possui baixo consumo hídrico
devido à má localização e dimensionamento do cocho.
Com os resultados das vacas do etograma método focal, percebeu-se um aumento
na produção de leite desses animas (Gráfico 1), chegando a uma mudança de 8,10%
após a lavagem do cocho. Esses mesmos animais, em sua grande maioria, são de alta
produção, e para Perissinotto (2005) a elevada ingestão de água desses animais pode se
dar pelo fato dos seus altos níveis produtivos. De acordo com Degaspari e Piekarski
(1998) bovinos em lactação necessitam de um aumento na ingestão de água diária, de
acordo com a produção, sendo necessários 4 a 5 L de água para cada litro de leite a ser
produzido.
Gráfico 1. Produção média em litros de leite das vacas no etograma focal.
Fonte: Arquivo pessoal
Esse aumento no tempo de ingesta (Gráfico 2) também se dá pelo fato da limpeza
do bebedouro e com isso, oferecimento de água de qualidade, percebe-se a necessidade
da higienização dos bebedouros para bovinos, pois além de ajudar na produção seja de
carne ou leite, a limitação de consumo hídrico reduz o desempenho animal, mais rápido
e drástico do que qualquer outra deficiência de nutrientes, afirma Boyles et al., (1988).
Além disso, o animal que ingere água de boa qualidade e limpa fazem uma fermentação
e metabolismo no rúmen de forma normal, mantem o fluxo do alimento no trato
digestivo, favorece boa digestão e absorção de nutrientes, mantem o volume normal do
sangue e supre as demandas dos tecidos corporais de acordo com Adams e Sharpe,
20
20,5
21
21,5
22
22,5
23
23,5
24
24,5
25
25,5
Janeiro fevereiro março abril
-
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(1995). Lardner et al., (2005) afirmou que melhorar a qualidade da água bebida por
bovinos aumenta a ingestão hídrica e nutrientes, por consequência, resulta em aumento
no ganho de peso e performance animal, que no caso desse experimento, reflete na
produção de leite dos indivíduos.
Gráfico 2. Média do consumo de água em minutos das vacas no etograma focal com o cocho sujo e cocho
limpo.
Fonte: Arquivo pessoal
O gráfico 3 demonstra em dados o que foi dito no parágrafo acima a respeito do
aumento da produção animal quando ofertado água de boa qualidade, de fácil acesso e
limpa para os animais, confirmando e comprovando os que os estudiosos afirmam.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
16 152 231 324 357 Total
Tem
po
(e
m m
inu
tos)
Vacas
Consumo de água Coho limpo x cocho sujo
Cocho sujo
Cocho limpo
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Gráfico 3. Média do mês da produção leiteira em litros das vacas no etograma focal com o cocho sujo e
cocho limpo.
Fonte: Arquivo pessoal
Na tabela 1 observou-se o aumento de temo de ingestão que os animais do
experimento tiveram no tempo de ingestão de água após a limpeza do bebedouro, tendo
alguns animais um aumento de consumo exorbitante. Também se notou a diferença de
produção em litros dos animais do método focal em relação à média de leite produzida,
tendo uma grande variação pós limpeza e uma mesma mudança após a falta de
manutenção e higiene dos bebedouros, tendo uma redução na produção. Sendo uma
tabela demonstrando os resultados de forma geral de todo o experimento.
Tabela 1. Dados do experimento no etograma do método focal
Vaca
Tempo de consumo Aumento do
tempo (em %)
Produção (em litros) Variação da produção (%)
Bebedouro sujo
Bebedouro limpo
Janeiro Fevereiro Março Abril Jan / Fev
Fev / Mar
Mar / Abr
16 0 7,14 - 20 17,2 20 18,7 -
14,00% 16,28% -6,50%
152 2 7,27 263,50% 20,4 22,2 23,4 19 8,82% 5,41% -18,80%
231 4 4,3 7,50% 27 25,4 27 26,6 -5,93% 6,30% -1,48%
324 10,09 10 -0,89% 27 26,2 27,2 20 -2,96% 3,82% -26,47%
357 9 16,03 78,11% 24,2 24,2 26,3 24,3 0,00% 8,68% -7,60%
Total 25,09 45,14 79,91% 118,6 115,2 123,9 108,6 Fonte: Arquivo pessoal
115,2
123,9
108,6
100
105
110
115
120
125
130
Fevereiro (sujo) Março (limpo) Abril (sujo)
Produção leiteira x limpeza do cocho
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Em sua composição o leite possui em média 86 a 88% de água, e essa água passa
para o leite para manter o equilíbrio osmótico dele com o sangue, sendo que as
concentrações de lactose e alguns íons mantêm se relativamente constantes,
determinando o volume produzido, assegura Corrêa et al., (2002). Diante dessas
informações, percebe-se o porquê dos animais terem aumentado a produção de leite
após o maior consumo de água, levou a uma maior concentração de água no organismo,
de circulação na glândula mamária de nutrientes e líquidos, levando a um aumento da
produção desses animais.
4. CONCLUSÕES
Com os resultados obtidos através desse experimento, conclui-se que a
higienização dos bebedouros influencia no tempo de ingestão de água dos bovinos, e
com esse aumento no tempo houve uma repercussão positiva na produção de leite dos
indivíduos. Sendo a temperatura um parâmetro que não interferiu no resultado do
aumento de tempo do consumo hídrico. A associação dos dois fatores, higienização dos
bebedouros e temperatura ambiente não alteram comportamento animal, porém a
higienização de modo individual, sim.
Ressalta-se a importância do fornecimento de água de boa qualidade e limpa para
ruminantes para um funcionamento normal de órgãos vitais, demandas teciduais e
devido seu grande benefício para a produção e desempenho desses animais, sendo uma
simples higienização de modo fácil e sem custo beneficio o suficiente para trazer tais
resultados.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Extension Publication. DAS, 95-8.1995.
AZEVEDO, M.; PIRES, M. F. A.; SATURNINO, H. M.; LANA, A. M. Q.; SAMPAIO,
I. B. M.; MONTEIRO, J. B. N.; MORATO, L. E. Estimativa de níveis críticos
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lactação. Rev. Brasileira de Zootecnia, v. 34, n. 6, p.2000-2008, 2005.
BOND, G. B; ALMEIDA, R; OSTRENSKY, A. MOLENTO, C. F. M. Métodos de
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APÊNDICE A
Modelo etograma Scan
LOTE 1 (SCAN)
TEMPO 1 (MANHÃ)
NÚMERO HORÁRIO ÁGUA COMIDA RUMINAR ÓCIO
054
087
167
197
301
359
HORÁRIO
054
087
167
197
301
359
HORÁRIO
054
087
167
197
301
359
HORÁRIO
054
087
167
197
301
359
HORÁRIO
054
087
167
197
301
359