J? t. - BNmemoria.bn.br/pdf/702951/per702951_1861_00001.pdf · ções e pareceres deixr.vão em...

8
II,-. ¦ Ca Ssafeores, qae uo» quiserem honrar com irtigos e desenhos terão a bondade de remette- oa, em carta fechada i Bedacçâo da Sès»ôü& ilsstntâs, na Rua do Ouvidor N." 87, livraria de j?. L. Haso ã c.~ J? t. Pnblioa-se tu A nu ne TV "Subscrevt-6eT OcrteProviacias Trimestre 5$0Õ0,Trisesti» 6*0.08 ¦ Semestre 9§C00.Semestre 11JO00. Amo 16$000.Atmo Í8$008, Ns livraria de y. L. Piai» aC, Osmilor 87. _ Ojtaaaaas vp [ A Semni.a T!helrada começa sua viagem humorística pela America Meridional.

Transcript of J? t. - BNmemoria.bn.br/pdf/702951/per702951_1861_00001.pdf · ções e pareceres deixr.vão em...

Page 1: J? t. - BNmemoria.bn.br/pdf/702951/per702951_1861_00001.pdf · ções e pareceres deixr.vão em descanso os venerando* æaulliores de obras merilorias, inimigos da fofa prelcnção

II ,-. ¦

Ca Ssafeores, qae uo» quiserem honrar comirtigos e desenhos terão a bondade de remette-oa, em carta fechada i Bedacçâo da Sès»ôü&

ilsstntâs, na Rua do Ouvidor N." 87, livrariade j?. L. Haso ã c.~

J? t.Pnblioa-se

tu A nu ne TV

"Subscrevt-6eTOcrte Proviacias

Trimestre 5$0Õ0, Trisesti» 6*0.08 ¦Semestre 9§C00. Semestre 11JO00.Amo 16$000. Atmo Í8$008,

Ns livraria de y. L. Piai» aC, Osmilor 87._ Ojtaaaaas vp [

A Semni.a T!helrada começa sua viagem humorística pela America Meridional.

Page 2: J? t. - BNmemoria.bn.br/pdf/702951/per702951_1861_00001.pdf · ções e pareceres deixr.vão em descanso os venerando* æaulliores de obras merilorias, inimigos da fofa prelcnção

A. SEMANA IT.U'S'iT.A:-'A

JUdendo casliijat mores.

\ Sob esta divisa singella c expressiva apparcce hoje aj Semana Illustrada pedindo a acceitação do publico aoi encetar a sua variegada tarefa.í Não vem ella contar aos seus leitores por que novas\ pliases passou hontem a política, quaes forão as operaçõesj mais recentes da praça, quantos ratoneiros cahirão nas

mãos da policia, emíim porque motivo tateamos na sombra1 a tantos respeitos, apezar do vivermos no século das luzes,] e á luz magnífica do gaz do Aterrado.i Não; a missão do modesto athlela, que entra hoje no| vasto areai Ja imprensa, ò mais laboriosa, lambem mais

transcendente.í Falíamos- por elle.'.

Extranlio ás mesquinhas lutas da política pessoal, aoj exame e discussão de nihilidades, e ajudados por venturai do favor publico propomos-nos principalmente a rcalisar a' epigraplie que precede estas linhas

Ridendo castigai mores.

Adeptos da escola desses críticos que em suas observa-ções e pareceres deixr.vão em descanso os venerando*aulliores de obras merilorias, inimigos da fofa prelcnção

| dos Colombos da imprensa que em sua phanlasia desço-| brem flovos-mtHides-a-eadtrpassov nevos- princípios, novosj preceitos, novas conveniências sociacs a cada momento,| mio nos arrogainos o papel presumido de censores da so-i "iedade—de ferula alçada, e olhar carregado.; Longe de nós tal propósito.j Também como o velho Dcmocrito, ou o gemebundo! 'eremias não humedeceremos com os nossos prantos oj terreno extenso, onde sailão e coulradansão os foliões daj épocha.I A todos os pensadores da idade velha; a todos os philo-' sophos do pó mi c barba longa preferimos o profundo e

tra lavei líeraclylo.Riamos! Em ioda essa multidão que se movo curvada

sobre o futuro; en% iodos esses energúmenos que enxergãohorisonles claros através da fumaça do charuto, c namo-rão a própria sombra, ha um lado ridículo que mereceparticular altenção, c ó delle que nos oecuparemos.

Buscaremos a humanidade fora dos templos, longe doscemitérios; além desses lugares neutros será ella comnos-co; iremos-nos-com ella.

| -Na política, no jornalismo, nos-costumes, nas insü-

] íuições, nas estações publicas, no commercio, na indus-tria, nas scieneias, nas artes, nos Ihealros, nos bailes, nasmodas acharemos para a Semana Illustrada assumptoínexhaurivel, matéria inexgotavel para empregar o lápis ea penna.

Espectadores aclivos, mas imparciaes, de Iodas as lidesempenhadas por essas grandes turmas, applaudircmos obem que praticarem, c sem temor da policia censuraremos

o mal que fizerem.

Censuraremos rindo, c comnosco rirá o leitor, poi, ..lodo c--.fi mundo movediço que se enfeita an e.sp(!|M-apregoa o seu valor extremo ha um lado vulnorave oi:penetra o escalpello da critica, ha uma parte fraca íiconvida ao riso.

Riamos pois -.j-orno o homem tia pipa, o exci-.,:;-Diogcnos, usaremos por lanterna de nossa boa \<>ul;i'!e,proctirarcaios o homem fraco, caprichoso, reaccion!' :<> ,seu cscomlrijo mais fundo, por enlre o ouropcl d. .-ygrandezas; ergueremos com mão aíibila a corlii ;ivendar o vicio, c quando a caricatura humana sa!í;< ;.coberta em nosso areai, como nos riremos, leitores, -v >riremos nós !

Não nos diz a tradicção se Diopenes, o sábio qi:>* ;,.'•se confundiria-eom os aeecndodores do gaz, pn .ira-,lambem a mulher á luz ('o seu lampião; ò de c ' ¦'• qi ,sim ; mas em lodo o caso lique entendido que a nossa rxpjração se estende a ambos os sexos da humanidade. |

Árdua tarefa é os;:; ims n .--abemos, mas sem deseoripor sondal-a tanto ; duro e lambem o trabalho dos qimergulhão no oceano para descobrir e apanhar uma ;;.rola preciosa em suas profundidades, pczado é o bbir qque percorre o infinilo leito de um rio para trazer delle:,:diamante formoso.

Seremos felizes se apoz a fadiga festejarmos a d^-o-boria de alguma maravilha igual, mergulhando nosm-quietos mares, caminhando audazes sobre iortuosas se; ia-da vida cai busca dessas pérolas, desses diamantes me ã'.na sociedade os talentos reaes, as vocações puras, o oi"' -cimento solido, a virlu lc severa, as paixões bonecas, •-*sentimentos puros, grandiosos, sinceros.

Quando, mergulhadores afortunados, minei*ns rins:,possuirmos como um lhe'ouro o conhecimento ] odtivdessas riquczasdo coração humano, nessa hora lançwmao |)ó o charuto gostoso, deixaremos de rir, cem u. auplc.xo de alegria saudaremos o desabrochar do ly ¦„ porenlre as urzes e por sobre as savanas da s iciedade.

Eureka! Será o nosso grilo, e como em jogos hypi.-oso primeiro que alcança o pomo na altura, nós o mo-irare-mos ufanos de lermos alcançado, de o podermos ap> i cia:.

Entramos pois em accào com o sornzo nos lábios e uu.aidéa nobre no espirito ; resolutos a pródigar o vicio, a by-pocrisia, o charlatanismo, a impostura; a zoml: r d'pseudo-calonismo, do falso mérito, da \irL*de prelenii..-;.das vocações mentirosas, das devoções mascarada-, d,talento phosforico; e abrindo os braço-; a toda a pe-snra-lidado, a toda a anlitlio.se viva des'a '.-atila asquerosa. ii>-postos a accolher com applauso, com afam eom imim,prazer toda a idéa útil, lo da a ir.íeirão gm: -rosa, lo ¦¦ ¦ 'provas evidentes de inleüigencia, de \ oca ção, de m i -monto profícuo agrando causa do progres-j, aos g;'m: ;inlcresses da humanidade. I

E' larga a lira que pizamos; nós o sabemos, m; > - ¦'bra-nos dedicação para não esmorecer no come-oda luic fé no publico para ipic a|>pellamos para não duvidar jsua benevolência para comnosco.

A nós pois os truões da épocha, a nó' os F?:i!camur.i-a nós as Ponipadours, os reformadores, osoceiosos, o- pc

Page 3: J? t. - BNmemoria.bn.br/pdf/702951/per702951_1861_00001.pdf · ções e pareceres deixr.vão em descanso os venerando* æaulliores de obras merilorias, inimigos da fofa prelcnção

A Ki-AIANA IIXl'STI'AM

versores, os palhaços, os arloquir.s, os fosseis; a nós;marche a procissão -, Deo gral ia, c mãos á obra !

Passa a humanidade!E está cm scena a Semana lUusírada.'

CONTOS DO RIO DE JANEIRO.O salão da residência do Sr. Lino eslá comple-

lamente cheio. As luzes scintillão, as jóias fali-cão, osolhares dardejão, cruzão-sc aos mil, formando 1:0 espaçoum inlrincadissimo lab\ rinllio.

Que bella festa !Um moço atravessa o salão dando o braço a um velho ;

aproxima-se da dona da casa e :Minha senhora, tenho a honra de aprescnlar-Ihc o

Sr. Max Bohrer, violoncellisla.Tosto que não tivesse ainda a satisfação dcouvil-o,

conheço o no entanto bastante de non.c para sabei' que cuni artista muito dislineto Já vio meu marido,Sr. Bohrer? Já vio Lino?

Violino? non violino; violoncello! Madanie, res-ponde o Sr. Bohrer fazendo uma profunda reverencia.

*

Ultimamente, como ninguém ignora, deu-se em umadas barcas da carreira de Nictlicrohy um facto que assus-íou muila gente. A barca fazia água, ameaçava suhmer-gir-se levando comsigo todos os passageiros!

Ou a n Ia vida preciosa se exlinguiria; quanto patriotamorreria levando comsigo o segredo de votar livrementenos candidatos que o governo impõe ; quantas cabeças demotim, membros de clubs revolucionários, filhotes e po-gyruns, não perderia a pátria ! ! ! !

Mas Dieu protege Ia France, pelo que o Brasil nãomorreu.

Entre os passageiros da barca cm perigo liàvia umasenhora regencrudora (pelo menos no terror pânico deque se deixou apoderar) que fez um cscarcèo dos meuspeccados: gritava, chorava, pedia soccorro, etc. Poucodepois, estando já a salvamento, disse a medrosa a umoílicioso que lhe oflcrccèra o braço.Muito obrigada pelo favor; aceitei o seu braço porque não posso quasi andar— ; de susto estou meia morta.Descanse, minha senhora; seus parentes lião-dcvestir-se dc meio luto.

As eleições estão próximas; na minha freguezia onegociit vai mal ; lia pancadaria velha! !

. -- E's da freguezia ti< Sacramento? Não ha peri-go ; lá ninguém morre.

Por que?Por que lem cura.

Corria o mez de Outubro dciSGO.... A estação cal-mosa chamava os habitantes do liio de Janeiro a todos oslevares em tine iiodessein gosar das brisas <!a tarde. Erai'*-¦mi domingo. \)má amigos, a quem a insipidez lizcra sahir

dc casa, dirigirão-se pela rua das Mangueiras e largo daLapa, ao Passeio Publico. Tocava là uma das bandas demusica dos batalhões da corte.Vamos entrar? disse um dos amigos que pelo todolinha feições de roceiro.•— Ora deixa-le d'isso.

Estou com vontade de ouvir a musica.... Vamos.Islo è uma despeza extraordinária, observou-lhe ocompanheiro, que era menino da corte. Temos de ir tam-bem ao lheairo. Só se você eslá disposto a uma cousa.—¦O que è?

Eu pago a entrada do passeio e você paga a dothealro.

Eslá dito.Pois vai entrando, emquanto compro os bilhetes.

O tabaréo entrou; e o meu espertalhão, dirigindo-se aosoldado que guardava a porta, trocou com elle duas bana-lidades quasi em segredo.

E' desnecessário dizer qne nessa noite divertirão-semuito no lheairo.

Eis um soneto publicado no dia de finados •Na campa do cnlc humano 'Çjue hoje não se enconlm um enfeite, uma flor.

SONETO.No pélago da vaidade lormenlozaLoi curta lua vida na incerteza iQuem sabe se da pátria foste grandeza,Ou oculto bolom d'uma flor mimoza?Nesta tumba, ou campa pedregozaDivizo lua sombra ó que tristeza;Onde paira o Plebeo, c a Reaieza,Iguacs no mundo da sorte desditoza !Talvez no dever foce-is inipecluozo,Talvez uma alma pura c bemfazeja,Homem, ou Mulher talvez amorozo.Teus altos fei los talvez, cauzace inveja;Talvez tu foce-is na terra caridozo.Talvez agora, lua alma nos cèos esteja.

Antônio José Nines Garcia.2 dc Novembro dc iSGO.

Dc um Lcxicographo recebeu a Semana Illustrada osseguintes apontamentos para um novo diecionario :

Ala, fruta brasHea, que conlèm as deliberações dc umcorpo reunido.

km a, mulher que dá leite para apagar incêndios.Brandão, sobrenome de homem de cera.Crio, animal doméstico que quebra espoletas.Casa, edifício onde só cabe um bolão.Ciar, ler ciúmes, remando para traz.Damas, lindas moças que se jogão em laboleiro de

xadrez.

¦.tríitusMfi/-1

Page 4: J? t. - BNmemoria.bn.br/pdf/702951/per702951_1861_00001.pdf · ções e pareceres deixr.vão em descanso os venerando* æaulliores de obras merilorias, inimigos da fofa prelcnção

. .< *-v- - ~ ..

' . . \- y. ,

... ; . .,.'-.. > !|: - -¦ }y -y-v .;-. ,o.3;- *. --

isa: Entóo esqueceu seu juramentos? Já me n&o ama? Eufram: Como esta immoral agora o Rio de Janeiro; todos os.rciio: Sim . . . mas . . . olha, amo-te como & uma irmaa. d'as pnMicSo os jornaes novos raptos!

iia: Obrigado; minha família já é bastante numerosa. Prudência (suspirando): E' verdade, mana . (Camãgo) Houvesse,_. --¦¦- alguém que me furtasse! . . .

'" "-4- f-=***-• --•-.„-*•»,

« \\ li'1.1-.y, - '¦:*y'':y^-" ,,rx

¦¦ ~^"-^^^^^^^^^w^ ., "^

iPouco fraco. . pouca luz.Boulevard Carceller.

maB . . . que arama

Page 5: J? t. - BNmemoria.bn.br/pdf/702951/per702951_1861_00001.pdf · ções e pareceres deixr.vão em descanso os venerando* æaulliores de obras merilorias, inimigos da fofa prelcnção

<TO-

-. 1," Empregado publico: Então, votas s<*mpre contra o governo''| 2." Empregado publico: Dem me livre! —

~ "A-' -¦Aí'H *&. V"'.. ¦ , V. ;:¦'¦¦ '-•¦"'*»Í!jt- .r«r, r*-KfiE^2^»--

- r1«^'r^»?S-'--.-.; ., ' f" Y

1 ^

^-^JC^Í) i Hm \^Amm^v,;^*y________í____________[ / -. -¦ i*J*y . . j*,____FJrf^ Y-" *¦• ;

X^LnmmmmWmmmmml^àmWi Vã -Vm Í^fiÍP

*y^^H9 ^\*/ S^-8@ Bk. mlirclit faTRnF*^MÜm ^Ss^m^^^mmmmmrmmm \f^^^^ |l__^_>Mj ^|S^ ' If t »¦ X ^-MOK'

A força publica não intervém. —

A eJdçao correu regularmente Um Pht"PW ^

l»F-—_íríaac.

Page 6: J? t. - BNmemoria.bn.br/pdf/702951/per702951_1861_00001.pdf · ções e pareceres deixr.vão em descanso os venerando* æaulliores de obras merilorias, inimigos da fofa prelcnção

\

A s:".M.\';-; lí.M".-

Dò, nota de musica que frz compaixão e pranto.Essa, pronome adjccího arí-Tci;/ar onde se de])osita

caixões de defunto.Fciucs, ]-aríe da cabeça enire o cabello c as sobran-

colhas, d'ondc nasce se.iv:-Faca, pequeno cav.Vio gae serve para cortar carne

nas mesas.Gato, animal ciseiro para segurar edilicios c pen-

üuvüv moit-~es.(laUo, ave da Im/ia que impola na testa.

! Gêmeos, signo ('o zodíaco, oriundo do mesmo ventre.! Habitei, uso oa propensão, que se dependura na casa\ da casa-a..' Izabel, no*ae de mulher còr de camurça.

! Joanele, oíso do pé por cima dos mastaréos dos navios.

', €Ss* «?eeas®s.; O oceaso é para tudo aquclla ultima hora em que, uma| a uma, eahem as illusõcs que se alimentaram durante umj período (Indo.I A' tarde, o sol depois de ter percorrido o espaço daj sua carreira, troca o diadema de ouro para tomar a cara-

puça de dormir c recosta-sc com abandono na cama dopoente.

Então tudo é triste. Uma sombra entremeada de algunsraios quebrados do sol, desce sobre as montanhas e pousanos cimos das casas que começam a parecer de longceran-des c quedos fantasmas. O silencio suecede ao buíício eao movimento. A ilorcsta torna-se muda. A naturezacomeça a revestir-se do lato melancólico da noite. Só asflores abrem-sc mais -vivas

para receber na sua urnabalsamica. as golas frescas do orvalbo.Ha na vida horas semelhantes. A vida não é senãouma succef_são de períodos, cada um dos quaes tem o seumomento imal. que é como que a chave que fecha uma

para abrir outra jdir.se. alguns exemplos.

©csasst*. ele íossa W. lí-j-mEs.| E' um homem maduro. Q olhar é audaz c penetrantej a boca voluptuosa, traz grandes suissas grisalhas c umipi-in-e-nez cavalgando o nariz. Anda por°toda a parle] «• requenta lodosos Ihcalros, todos os bailes, todas as lojas'- Iodos cs passeios. E' o predilecío das mulheres, o terror

; uos mandos, e a inveja dos pintalegreles.j ü. siia historia eum poema curioso. Cada canto encerraum cp-sodio galanlc ou fneLi-cto, um divorcio ou um

; • a|!lo. .lariuns c nuintaes, qi:em os faltou como elle '>; --.mguem mcliior cmprehendeu nunca uma aventura dedeniySr

Come^cla n'um » e concluída n'um gabineteLenços, fitas, cabcllos, cartas, sapalinlios, «ores tudo

_ Verdade é quo os seus rf*>nlcs pão se lixavam nas «rPn_^as pelas raízes naluracs. Verdade ó que os seus"ca-

beüos sotíriam abluções quotidianas por me'o de certaspreparaçõe-". Verdade é que as faces eram curadas todas ;as manhãs com certas coinpusições.i;is prateleiras da iua

'do Ouvidor. Mas ainda assim o s; u papel não ospá per-dido e o nosso homem continua a ser o piediieclo das.damas sensíveis.

Uma manhã, está elle almoçando. Um moleque vae!de vez em quando fora e volta dizendo :—Muda min veio.;—O homem inquieta-se. Knlra um preto. Vae deitar o ;chá na educara c entorna grande parte na toalha o sobre >o vclludo do chambre, riem de quebrar a mais linda por-ceüana de Sévres que jamais se importou.

Enfim, chegou o que se esperava. E' um portador, iTraz na mão uma cartinb.a còrde rosa. O homem rcec- Ibe-a c leva-a ao nariz, berende ao mais puro sandalo.

— E' delia, é o seu perfume predilecío.Abre-a, tremulo c lè Iremulo .. tpie se segue. '« Meu caro.—Ha quem goste do^ligosscccos passados. '

Eu aprecio os ligos colhidos na arvore. Será excen-tricidade, mas é assim. Esla preferencia dá-se cm mimem todas as eousas, e se lhe failo neila é para encabeçaralgumas rcllexões que lenho de lhe dirigir cm resposta asua cslimavel carta.... »

O homem súa por tolos os poros Heineehe-se; reparase algucai o espreita c continua.

« Da mesma maneira que os figos seccos eu aborreçoos amores decrépitos e mofados. A sua carta, apezar deenfeitada e confeiiada como está, recende a babo a trintalegoas de distancia. A franqueza é um tanto rude, masos que me conhecem sabem que náo pecco pela dissimu-lação.

« A' sua caria é transumplo das illusõcs todas de unsbem puxados cincoenta annos. O cstvloé florido ; a l'm-guagcni apaixonada ; dir-sc-hiaque faliam neila os arro-jadosimpetos da primeira idade. Prova cabal, enlre pa-renlhesis, de que vae muito do pintado ao vivo. Quemdirá que escreveo taes expressões o banqueiro \.... ?

« Sc eu quizesse fazer uma analyse do seu precioso es-cripto, poderia mostrar mais de urn ponto de contado enlreelle e certas maneiras de fallar do infeliz Des-Gricux,adornado tudo de alguns versinhos do apaixonado Con-zagn, sem os . asloros nem os surrões.

« Mas que significa tudo isto? E' que o meu adoradoró um estudioso c aprende mais uo gabinete de leitura doque faz Fuppor.

« Debaide íneu caro, o phvsiro recusa-se a ludo. Po-dia ser uma bella ruína do passado, mas as ruínas sãopara venerar. Os gidanloios j;i lhe não assentam ; jumomellm:' q;re o meu adorador se onírogim lodo ás ecoupa-ç es de seu banco, sem vir perturbar o .-ocego de quemmo lem predileeção pelos ligos passados. »

O homem caldo fulminado. Quebrara-se-lhe no poenteo ullimii raio.

Corre que tomou o conselho do ullino trecho da cariaque o desengano!;.

Vou narrar aos leitores oceasos de outras espécies.'Canliiiint.)

Page 7: J? t. - BNmemoria.bn.br/pdf/702951/per702951_1861_00001.pdf · ções e pareceres deixr.vão em descanso os venerando* æaulliores de obras merilorias, inimigos da fofa prelcnção

PCBMliçíâO.

Oh I 1; Heui- do 1'i-Zdcn, pourquoi l'as-lu fanncclusouiaiHe enfant, bello Kvo aux lilonds cheveux ?

Al.F. DE MUSSET.

Era uma pobre criança...Pobre criança, se o eras !Enlre as quinze primaverasDe sua vida cançadaNem uma flor d'esperançaAbria a medo... Eram rosasOne a doida da esperiliçadaTão festivas, lão formosasDespencava pelo chão !Pobre criança, se o eras!Os carinhos mal gosadosErão por Iodos comprados,Que os affecios de sifalraaHavia-os levado á feiraOnde vendera sem penaAlô a illusão primeiraDo seu doido coração !

Pouco anlcs, a candura,Co'as brancas azas abertas,Em uni berço de venturaA criança acalentavaNa sanla paz do Senhor!Para acordar era cedo,E a pobre ainda dormiaiSEaqueüc mudo seijredoQue só abre o seio um diaPara dar entrada a amor.

Mas por teu mal, acordasle!Junto do berço passou-leA fcsüva melodiaDa seducção... e acordou-le!Colhendo as límpidas azasO anjo que te velava,Nas mãos tremulas e friasFechou o roslo.... chorava!

Tu, na sede dos amores,Coiiicsle Iodas as floresQue nas orlas do caminholòisle cnconlrando ao passar !Por ellas um só espinhoNão lof-Tio... vaes andando....Corre, criança, até quandoPoros forcada a parar.Enlão, desflorada a almai)c lanla illusão. PerdidaAquella primeira calmaDe leu somno de pureza ;Esfolhados uma a umaEssas rosas de beílcza

ILLUSTRADA-

'Que se-esvaem como a escumaQue a vaga cospe na praiaE que po- si se desfaz;Enlão, quíjjdo nos leus olhosUma lagriim huscares,E seccos, secos de febre,Uma só não emontraresDas que em meio das angustiasSão um csnsolo e tuna paz;Enlão, quando o frio espectroDo abandono e da penúriaVier aos leus soffrimentosJuntar a ultima injuria;E que não vires ao ladoUm rosto, um olhar amigo,D'aquelles que são agoraOs desvelados comligo;

Criança, verás o enganoE o erro dos sonhos leus,E dirás então já (ardeQue por laes gozos não valeDeixar os braços de Deus!

1860.—Machado de Assis.

T--3Í&»*.

ATTENÇÃO.As pessoas, que nos quizerem obsequiar com artigos,

desenhos e noticias, terão a bondade de remetlel-os em

carta fechada á livraria dos Srs. Pinto e C, rua do Ouvi-

dor n. 87, devendo ser a caria dirigida—á redacção daSemana Illustrada.

Tem direito a receber esta folha gratuitamente durante

tres mezes, quem nos fornecer um bom desenho, arligo

humorístico ou critica, quer em verso, quer em prosa.Não serão acceilos, ainda que legalmente responsabilisa-

dos, os escriptos c desenhos que disserem respeito á vuja

privada de quem quer que seja.

Todo aquelle que desde já assignar por um ar.no a Se-

mana Illustrada receberá grátis no principio do segundo

trimestre uma grande estampa, primorosamente desc-

nhada, representando um assumplo nacional.

As reclamações devem ser feilas por escripto e assig-

nadas.

Typ.de PisuEino r. Comp., rua do Canon. 10o.

Page 8: J? t. - BNmemoria.bn.br/pdf/702951/per702951_1861_00001.pdf · ções e pareceres deixr.vão em descanso os venerando* æaulliores de obras merilorias, inimigos da fofa prelcnção

Os effeitos da chuva em certas rnas da Corte.-r ¦;.-•.'¦' ..;¦ '.¦¦¦-¦¦ '. "~~~ T~¦ ,-^-V ¦

'>,.' ¦¦-¦

': .*^!:- -

¦' ?, >¦¦•"!' ' ¦'*..'"' 'T: > ",^ '*• '--.. . ¦* • - '-, j

":, ; - : Ti"' ' '::T!::; "^ * ' .'

' " V.; ¦- "' % v --. *'¦'?.> -?'*¦, \

'..'''' '.,''¦-.. "

; ' • '¦»-¦-' . - .

':',' ¦'¦¦¦-' . .¦¦¦¦-¦ ' '."¦' ,- -^í::1. .J ,- ,' . : _ .)• '''—$¦¦ " . f:¦ . - '.

,'; '.

Correi», Chegada dos Paquetes d'Europa. —