J Fevereiro de 201 SEJA SERVIÇO DE AMOR · so. Segundo o livro do Gênesis o homem foi formado do...

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Como o senhor recebeu a nomeação para ser bispo? A convocação para este serviço se deu no tempo do advento-natal, ciclo litúrgico que marca profundamente o ritmo da minha vida de fé, renovando- -me espiritualmente. Respondi sim à missão que me foi confiada, estou consciente do desafio, mas ao mesmo tempo, sereno, feliz e confiante na graça de Deus. Confesso que fiquei surpreso e não esperava este chamado da Igreja para ser membro do Colégio Episcopal. Para mim, estava tudo muito claro e definido: concluiria minha vida ministerial nas comunidades de nossa arquidiocese onde fosse preciso e continuaria atendendo às solicitações de nossa Igreja Particular. Recebi a nomeação confiando na misericór- dia de Deus que sabe trabalhar com instrumentos insuficientes e frágeis (1Cor 1, 26-29). Estou fazendo minha experiência de liberdade e desapego. O povo tem me ajudado a compreender que é necessário partir para a missão, ir aonde Deus precisa da gente. O senhor escolheu como lema para o seu episcopado? Sit amoris offi- cium? (Seja serviço de amor). Qual o significado deste lema? O meu lema nasce do comentário ao Evangelho de João feito por Agos- tinho, no seu Discurso CXXIII.5, onde ele faz uma reflexão sobre “O colóquio emblemático de Cristo com Pedro”. Comentando o capítulo 21 do evangelho, e mais precisamente, os versículos 12-19, assim se expressou o Doutor da Igreja: “Seja serviço de amor, apascentar o rebanho do Senhor, se foi sinal de temor renegar o pastor”. Eu ouvi esta frase, pela primeira vez, no meu tempo de semi- nário, graças ao nosso querido Mons. Celso, então reitor. Ele o fez citando o artigo 24 da Exortação Apostólica Sobre a formação dos Sacerdotes nas circunstâncias atuais. Desde então, este pensamento ajudou-me a entender a vocação como uma res- posta de amor ao amor primeiro de Deus por nós. Esta palavra de Santo Agostinho ressoou forte para mim e ficou impressa não só na lembrança (santinho) de minha ordenação pres- biteral, mas também no meu coração. Entendo que todo ministério eclesial, e mais ainda o episcopado, é um serviço e não uma honra; o Bispo deve distinguir-se mais pelo serviço prestado que pelas honrarias recebi- das. Conforme o preceito do Senhor, aquele que é maior seja como o me- nor, e aquele que preside, como o que serve. “Seja serviço de amor”: o amor atinge a sua beleza e maturidade no serviço, e este por sua vez não será fecundo se não houver aquele amor que nos leva ao sacrifício de si mes- mo pelo outro. O amor sem serviço é alienação, mas o serviço sem amor é escravidão. Desejo ser livre no amor para anunciar o Evangelho e tornar- -me abrigo e acolhida para todos. Ser bispo é aumentar o peso da cruz ou suavizar o peso do povo? No dia 21 de dezembro, após a missa na qual foi feito o anúncio oficial da minha nomeação, enquanto nos confra- ternizávamos na casa paroquial, recebi a cruz peitoral das mãos de Dom Geraldo. Naquela hora ele me disse: esta cruz que carregamos é leve, mas pesada é a outra que nós carregamos ao longo da vida, ou seja, a missão. O ministério episcopal é uma grande responsabilidade, ou seja, é cruz, mas vivido na comunhão com Cristo torna-se uma cruz redentora. Peça sempre a Nosso Senhor que o ajude a PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA PIEDADE Ano 12 - nº 142 Fevereiro de 2017 Barbacena - MG JORNAL SEJA SERVIÇO DE AMOR carregar a sua cruz. Por um lado, a mis- são aumenta a nossa responsabilidade, mas vivida no amor renovado, na alegria de servir, na esperança da profecia, ela se transforma num peso suave que traz alento, consolo e repouso para o povo de Deus. Uma pesquisa feita pelo Datafolha com brasileiros maiores de 16 anos (amostra representativa da popula- ção brasileira dessa faixa, em ter- mos de gênero, idade, faixa de ren- da, escolaridade, região geográfica e tamanho de cidade) mostrou uma forte queda na porcentagem dos que se dizem católicos. Nos mesmos dois anos, a porcentagem de evangélicos se manteve constante (22% de pen- tecostais, 7% de não pentecostais), mas a dos que se declaram sem religião subiu de 6% para 14%. Na avaliação do senhor, como lidar com essa realidade? Quais os desafios a Igreja precisa vencer? A realidade do êxodo dos cris- tãos católicos para outras Igrejas ou Denominações Religiosas é algo que merece toda a atenção na ação pastoral e evangelizadora nos dias atuais. Nossa missão se insere num amplo horizonte do diálogo e da aco- lhida: por um lado somos chamados a alimentar a fé daqueles que ainda frequentam a vida eclesial, e, por outro, não podemos perder de vista os irmãos(ãs) que se afastaram ou nunca Sit amoris officium partilharam da mesma fé em Cristo. Não se trata de proselitismo, mas de- vemos ir ao encontro destes irmãos e demonstrar-lhes um zelo incansável. Para aqueles que frequentam a vida eclesial temos que investir na vivência da fé em comunidade e promover a piedade popular enquanto instrumento de evangelização e lugar de encontro com Cristo. Diante da realidade dos fi- éis afastados, creio que é preciso adotar uma atitude missionária. Precisamos ser uma Igreja em saída, lançarmo- -nos na missão, testemunhando com alegria a Boa Nova de Jesus. Na atual conjuntura é necessário renovar a fé na força vital do Evangelho e vencermos a tentação de assumir uma postura cô- moda diante da vida social e eclesial. Com relação àqueles que se dizem sem religião creio que também é possível estabelecer o diálogo e parcerias a fa- vor da vida e dignidade do ser humano. É bom lembrar que, para aqueles que vivem a fé cristã e frequentam nossas comunidades, Cristo deixou os sacra- mentos como sinal de sua presença, mas para aqueles que não o conhecem ou até mesmo o rejeitam, Ele deixou o sacramento do amor e da solidariedade. Este horizonte do amor, do cuidado com a vida e da solidariedade é um caminho de aproximação e trabalho até mesmo junto a estes irmãos (ãs) que se declaram sem religião. Quais as expectativas para essa nova missão na Arquidiocese de Belo Horizonte? Espero fazer o aprendizado do pastoreio junto com meus irmãos, numa Igreja Particular rica em sua caminhada pastoral, social, religiosa e cultural. Desejo exercer o ministério num cenário urbano em comunhão com os meus irmãos leigos, religiosos (as), diáconos, presbíteros e bispos - que já atuam naquela arquidiocese. Quero ser presença de pastor na vida do povo e amar com amor de pai e de irmão todos aqueles que me forem confiados, especialmente os Presbíte- ros, Diáconos e também os jovens, os pobres e os enfermos.. Ele nos ama, chama e envia. Mons. Geovane, eleito Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, concedeu entrevista ao Departamento Arquidiocesano de Comuni- cação. Sua ordenação episcopal será dia 25 de março, às 10h, na Basílica São José, em Barbacena.

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1JORNAL VOz dA PAdROeiRA • FeVeReiRO / 2017

Como o senhor recebeu a nomeação para ser bispo?

A convocação para este serviço se deu no tempo do advento-natal, ciclo litúrgico que marca profundamente o ritmo da minha vida de fé, renovando--me espiritualmente. Respondi sim à missão que me foi confiada, estou consciente do desafio, mas ao mesmo tempo, sereno, feliz e confiante na graça de Deus. Confesso que fiquei surpreso e não esperava este chamado da Igreja para ser membro do Colégio Episcopal. Para mim, estava tudo muito claro e definido: concluiria minha vida ministerial nas comunidades de nossa arquidiocese onde fosse preciso e continuaria atendendo às solicitações de nossa Igreja Particular. Recebi a nomeação confiando na misericór-dia de Deus que sabe trabalhar com instrumentos insuficientes e frágeis (1Cor 1, 26-29). Estou fazendo minha experiência de liberdade e desapego. O povo tem me ajudado a compreender que é necessário partir para a missão, ir aonde Deus precisa da gente.

O senhor escolheu como lema para o seu episcopado? Sit amoris offi-cium? (Seja serviço de amor). Qual o significado deste lema?

O meu lema nasce do comentário ao Evangelho de João feito por Agos-tinho, no seu Discurso CXXIII.5, onde ele faz uma reflexão sobre “O colóquio emblemático de Cristo com Pedro”. Comentando o capítulo 21 do evangelho, e mais precisamente, os versículos 12-19, assim se expressou o Doutor da Igreja: “Seja serviço de amor, apascentar o rebanho do Senhor, se foi sinal de temor renegar o pastor”. Eu ouvi esta frase, pela primeira vez, no meu tempo de semi-nário, graças ao nosso querido Mons. Celso, então reitor. Ele o fez citando o artigo 24 da Exortação Apostólica Sobre a formação dos Sacerdotes nas circunstâncias atuais. Desde então, este pensamento ajudou-me a entender a vocação como uma res-posta de amor ao amor primeiro de Deus por nós. Esta palavra de Santo Agostinho ressoou forte para mim e

ficou impressa não só na lembrança (santinho) de minha ordenação pres-biteral, mas também no meu coração. Entendo que todo ministério eclesial, e mais ainda o episcopado, é um serviço e não uma honra; o Bispo deve distinguir-se mais pelo serviço prestado que pelas honrarias recebi-das. Conforme o preceito do Senhor, aquele que é maior seja como o me-nor, e aquele que preside, como o que serve. “Seja serviço de amor”: o amor atinge a sua beleza e maturidade no serviço, e este por sua vez não será fecundo se não houver aquele amor que nos leva ao sacrifício de si mes-mo pelo outro. O amor sem serviço é alienação, mas o serviço sem amor é escravidão. Desejo ser livre no amor

para anunciar o Evangelho e tornar--me abrigo e acolhida para todos.

Ser bispo é aumentar o peso da cruz ou suavizar o peso do povo?

No dia 21 de dezembro, após a missa na qual foi feito o anúncio oficial da minha nomeação, enquanto nos confra-ternizávamos na casa paroquial, recebi a cruz peitoral das mãos de Dom Geraldo. Naquela hora ele me disse: esta cruz que carregamos é leve, mas pesada é a outra que nós carregamos ao longo da vida, ou seja, a missão. O ministério episcopal é uma grande responsabilidade, ou seja, é cruz, mas vivido na comunhão com Cristo torna-se uma cruz redentora. Peça sempre a Nosso Senhor que o ajude a

Paróquia Nossa seNhora

da Piedade

Ano 12 - nº 142 Fevereiro de 2017barbacena - mg

Jor

nal

SEJA SERVIÇO DE AMOR

carregar a sua cruz. Por um lado, a mis-são aumenta a nossa responsabilidade, mas vivida no amor renovado, na alegria de servir, na esperança da profecia, ela se transforma num peso suave que traz alento, consolo e repouso para o povo de Deus.

Uma pesquisa feita pelo Datafolha com brasileiros maiores de 16 anos (amostra representativa da popula-ção brasileira dessa faixa, em ter-mos de gênero, idade, faixa de ren-da, escolaridade, região geográfica e tamanho de cidade) mostrou uma forte queda na porcentagem dos que se dizem católicos. Nos mesmos dois anos, a porcentagem de evangélicos se manteve constante (22% de pen-

tecostais, 7% de não pentecostais), mas a dos que se declaram sem religião subiu de 6% para 14%. Na avaliação do senhor, como lidar com essa realidade? Quais os desafios a Igreja precisa vencer?

A realidade do êxodo dos cris-tãos católicos para outras Igrejas ou Denominações Religiosas é algo que merece toda a atenção na ação pastoral e evangelizadora nos dias atuais. Nossa missão se insere num amplo horizonte do diálogo e da aco-lhida: por um lado somos chamados a alimentar a fé daqueles que ainda frequentam a vida eclesial, e, por outro, não podemos perder de vista os irmãos(ãs) que se afastaram ou nunca

Sit amoris officium

partilharam da mesma fé em Cristo. Não se trata de proselitismo, mas de-vemos ir ao encontro destes irmãos e demonstrar-lhes um zelo incansável. Para aqueles que frequentam a vida eclesial temos que investir na vivência da fé em comunidade e promover a piedade popular enquanto instrumento de evangelização e lugar de encontro com Cristo. Diante da realidade dos fi-éis afastados, creio que é preciso adotar uma atitude missionária. Precisamos ser uma Igreja em saída, lançarmo--nos na missão, testemunhando com alegria a Boa Nova de Jesus. Na atual conjuntura é necessário renovar a fé na força vital do Evangelho e vencermos a tentação de assumir uma postura cô-moda diante da vida social e eclesial. Com relação àqueles que se dizem sem religião creio que também é possível estabelecer o diálogo e parcerias a fa-vor da vida e dignidade do ser humano. É bom lembrar que, para aqueles que vivem a fé cristã e frequentam nossas comunidades, Cristo deixou os sacra-mentos como sinal de sua presença, mas para aqueles que não o conhecem ou até mesmo o rejeitam, Ele deixou o sacramento do amor e da solidariedade. Este horizonte do amor, do cuidado com a vida e da solidariedade é um caminho de aproximação e trabalho até mesmo junto a estes irmãos (ãs) que se declaram sem religião.

Quais as expectativas para essa nova missão na Arquidiocese de Belo Horizonte?

Espero fazer o aprendizado do pastoreio junto com meus irmãos, numa Igreja Particular rica em sua caminhada pastoral, social, religiosa e cultural. Desejo exercer o ministério num cenário urbano em comunhão com os meus irmãos leigos, religiosos (as), diáconos, presbíteros e bispos - que já atuam naquela arquidiocese. Quero ser presença de pastor na vida do povo e amar com amor de pai e de irmão todos aqueles que me forem confiados, especialmente os Presbíte-ros, Diáconos e também os jovens, os pobres e os enfermos.. Ele nos ama, chama e envia.

Mons. Geovane, eleito Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, concedeu entrevista ao Departamento Arquidiocesano de Comuni-cação. Sua ordenação episcopal será dia 25 de março, às 10h, na Basílica São José, em Barbacena.

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JORNAL VOz dA PAdROeiRA • FeVeReiRO / 20172

Você já parou para pensar como é importante a sua vida? Você al-gum dia já observou com carinho cada detalhe do seu corpo, na perfeição dessa obra de arte que é você?

Às vezes, somos tão distraídos que o real significado e a beleza da vida passam despercebidos, vivemos como se fôssemos uma máquina programada para uma função sem nenhum resquício de subjetividade. Mas nós não somos essa máquina, nós não somos um objeto inventado pelo homem, nós somos pensados e criados à imagem e semelhança divina. Nós temos alma e inteligência, somos criaturas únicas, filhas do amor do Pai.

E assim como se rega uma planta para que ela cresça viçosa e bonita, também precisamos cui-dar desse corpo que é o santuário onde habita a nossa alma! O nosso manual é a nossa consciência...

Será que estamos evitando tudo àquilo que possa nos causar algum malefício? Como vai a nos-sa saúde? O que temos feito para preservar esse dom maior que é a vida? Querer uma saúde perfeita implica em cuidar-se lembrando que somos uma obra feita pelas mãos de Deus à sua imagem e semelhança, somos uma centelha do divino.

Ame-se, preserve o seu dom maior que é a sua vida, retribua com carinho esse gesto de ternura, graça e amor incondicional que é a manifestação do Amor de Deus por você.

Áurea Flisch

Desde pequenos aprendemos o quê é certo e o quê é errado. Atra-vés da práxis religiosa fazemos a experiência da liberdade e inicia--se o caminho do discernimento da escolha dos valores essenciais para a vida humana.

Os valores não muda-ram, mas parecem joga-dos num canto como um entulho; incomodam. Mas, não são removidos. Olha-se de vez em quan-do, parecem velhos, mas que não vão acrescentar nada a um mundo mo-derno maravilhado pelo tecnológico e cheio do novo a cada segundo.

Mas vamos ver por outro lado: se o mundo estivesse totalmente despido dos valores a sociedade estaria literalmente no chão. Mas, ainda podemos vislum-brar uma luz em que o respeito à

Ao celebrar o Ano Santo da Misericordia, o Papa Francisco recordou-nos que “perante a gra-vidade do pecado, Deus responde com a plenitude do perdão. A mi-sericórdia será sempre maior do que qualquer pecado, e ninguém pode colocar um limite ao amor de Deus que perdoa”.

Todos nós fomos criados com amor por nosso Deus, pois fomos modelados, idealizados por uma mente e um coração misericordio-so. Segundo o livro do Gênesis o homem foi formado do barro da terra. E nosso Deus é descrito como o oleiro que toma o barro nas mãos para modelar o ser huma-no, uma obra de arte construída em argila, num trabalho artesanal puro e que reflete a semelhança do oleiro que nos deu o “sopro da vida”. Cada pessoa é portadora

do sopro ou hálito Divino, dessa força misericordiosa em nosso ser, que ao mesmo tempo está en-raizada pela fragilidade da argila. Um acidente, uma queda pode destruir um trabalho de longo tempo, uma rachadura, um defeito

e tantos outros. Essa fragilidade está associada ao pecado quan-do nos afastamos de Deus e dos irmãos. Todo ser humano é cha-mado a viver em comunhão com o seu Criador e com as criaturas

EScOlhA cERtA

E SPECIAL

B Em VIVEr

de normas que regulam o ser na sociedade, aquela o mostra como ele deve nela comportar. São valores que nascem ou deveriam nascer nas famílias conduzindo os jovens neste mundo cada vez mais

competitivo. Chegou a hora de agregar valo-res fazendo a diferen-ça - quem sabe sendo mais gentil com todos, ter honestidade como regra, verdadeiro nas palavras, prometer e cumprir, assumindo nossos erros sem cul-par ninguém. Eis uma forma de resgatar os valores perdidos no espaço. Se a mudança

se fizer dentro de cada um de nós, com certeza a farinha pode conti-nuar sendo pouca, mas todos nós poderemos comer juntos o pirão.

Dinair Augusta

F OrmAÇÃOO PEcADO ROMPE NOSSA cOMUNhÃO cOM DEUSVIDA:

DOM DE DEUSe experimenta, ao mesmo tempo, a força do próprio pecado, que o trava, bloqueia e limita. O pecado envenena o coração, leva o ser à frustração, ao fechamento, à falta de amor, ao desvio do verdadeiro caminho, ao auto centramento e

rompe as relações de filiação e de fraternidade.

É no encontro diário da oração verdadeira com o Senhor que a pessoa irá se libertar, pois será capaz de identificar seus pecados e cortá-los pela raiz. Somente a ação misericordiosa de Deus será capaz de reconstruir no-vamente os pedaços destruí-dos ou defeituosos da nossa história, por que sua miseri-córdia é criativa e recriadora, cria e recria continuamente.

O pecado nos desumaniza e a misericórdia nos humaniza. Com qual destes dois dinamismos ali-mento a minha vida?

Irª. Lucenir Fernandes - CDP

vida é passado de geração a gera-ção. O desejo de cuidar e preservar a vida está latente no indivíduo por mais que esteja corrompido pela ânsia do poder. A ética e a moral são alicerces que firmam

a conduta do indivíduo dando--lhe o norte para se conduzir na sociedade. A ética e a moral são os maiores valores do indivíduo, pois, enquanto esta é um conjunto

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3JORNAL VOZ DA PADROEIRA • FEVEREIRO / 2017

Dom Paulo Evaristo Arns, franciscano, cardeal brasileiro. Fa-leceu em 14 de novembro de 2016 aos 95 anos. Destacou-se pela luta política contra torturas na ditadura militar. Apoiou movimentos a fa-vor do povo. Criou a comissão de “Justiça e Paz”. Escreveu livros. É o pastor do povo sofrido, com o vigor de seu sacerdócio.

Em seus projetos reuniu cris-tãos de outros credos para de-fender os desvalidos. Sempre na fi delidade ao segmento de Cristo, ao seu profetismo e pedagogia, D. Paulo foi destemido.

Reconheceu o protagonismo dos empobrecidos no processo de evangelização e construção de uma sociedade baseada no amor, justiça e solidariedade.

Espelhemo-nos neste modelo para integrar as pastorais existen-tes hoje na Igreja. E conscienti-zarmos assumindo compromissos, inspirados em Jesus. Dialogar com as realidades de hoje que fer-mentam ações humanas por uma sociedade melhor.

A luta por justiça social requer denúncia, protesto, observação intensa em procedimentos desfa-

COmuNIdAdE VIVA A ÇÃO EVANgELIZAdOrA

Fundador: Pe. José Alvim BarrosoResponsável: Pe. Geovane Luís da SilvaRedação: Pe. Isauro Biazutti, Rosa Cimino, Irmã Lucenir Fernandes, Kleber Camargo, Heloisa Barbosa, Fátima Tostes, Dinair Augusta, Áurea Flisch, Elimar Johann.

R. Vigário Brito, 26 - Centro CEP 36200-004 (32) 3331-6530/0270 [email protected]

Diagramação e impressãoEditora Dom Viçoso 31 3557-1233Tiragem: 1.600 exemplaresPastoral do Dízimo

Jorn

al

MineiraCantina

voráveis. Com atitude queremos fazer algu-ma diferença e expres-sar nosso inconformis-mo com situação de injustiça e privilégios. Exercer cidadania e seus dons, nas diver-sas realidades da vida. Na defesa dos direitos humanos construímos um mundo ideal. Com melhores perspectivas e incentivo à cultura, à catequese ou evange-lização, na prática de oração. Buscar solução em conflitos sociais e familiares. Ter ins-

trumentos para agir e obter bons resultados.

Encontramos subsídios con-forme vocação particular e amor a Deus. Pelo batismo, teremos autonomia para trabalhar pelo reino. Um Pastor como D. Paulo Evaristo é exemplo de combate na Igreja moderna responsável pela dignidade do ser humano.

Vamos alimentar a fé, renovar a esperança e tornar libertadora a prática do amor.

Heloisa Márcia H. Barbosa

FORMAÇÃO PARA NOVOS MINIStROS DA PAlAVRA

Acreditamos e queremos uma Igreja Ministerial. No dia 09 de fe-vereiro iniciou-se a formação para os novos candidatos ao Ministério Extraordinário da Palavra de Deus. Contamos com a participação de mais trinta e dois candidatos.

cASA DOM lUcIANO

Após um mês de recesso, iniciou-se novamente a acolhida aos irmãos e irmãs em situação de rua. Toda terça feira os agentes da Pastoral de Rua exercem a caridade fraterna acolhendo estes irmãos, aos sábados, pela manhã atuam os membros do projeto Pão e Beleza.

QUARtA–FEIRA DE cINzAS E cAMPANhA DA FRAtERNIDADE

Vamos iniciar a Quaresma em busca de conversão. Celebraremos a missa nos seguintes horários: às 07h, 15h e 19h, no Santuário. Às 19:30, nas Igrejas de Santa Ifi gênia (9ºBatalhão) e de Nossa Senhora das Graças, no bairro Valentim Prenassi.

MUtIRÃO DAS cONFISSÕES

Dia 02 de Março, no Santuário, a partir das 18:30. Vamos celebrar a misericórdia de Deus!

VENcEDOR

R. Comendador João Fernandes, 51 • Centro Tel.: (32) 3333-7944 / (32) 3331-7656

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JORNAL VOz dA PAdROeiRA • FeVeReiRO / 20174

L IturgIA E VIdA I grEJA-mÃE

AdvocAciA PrevidenciáriAdr. Francisco José Pupo nogueiraPensão, Revisão de Benefícios e Aposentarias

Recuros INSS -IPSEMG - Justiça FederalEscritório: Rua XV de Novembro, 169 - Sala 10

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Tels.: (32) 3333-0245 - Cel..: (32) 99983-3813

No mês de feve-reiro, sempre no dia dois, a Igreja celebra a Apresentação do Se-nhor. É uma festa da luz. No evangelho da missa desta Festa (Lc 2, 22-40), se narra que Simeão disse a Maria: “Eis que este menino está destinado a ser causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradi-ções, a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações e a ti uma espada transpassará a tua alma”.

Esta passagem da Escritura nos leva a pensar que as contradições que cairão sobre Jesus terão uma repercussão sobre a mãe. Será uma dor que colocará em perigo a sua existência, portanto, será quase mortal como aquela que suportará o Filho. A espada, ao mesmo tem-po em que recorda o sofrimento moral de Maria por causa do sofri-mento do Filho – sentido figurado – pode ter também um significado mais concreto: assinalar o sofri-mento real do Messias, o seu fim trágico. A espada se abaterá contra o Messias e ferirá mortalmente também a mãe. A dor que a arma causará ao filho se conhecerá pela repercussão que terá em Maria. Trata-se, então, de uma mesma paixão suportada simultaneamen-te pela mãe e pelo Filho, conforme a condição de cada um: a condição moral e a condição física.

A dor de Maria não deve ser compreendida somente no as-pecto psicológico, isto é, como o sofrimento de uma mãe quando vê

Numa igreja, o lugar dos fieis é normalmente a porção mais ampla do espaço da celebração, tradicio-nalmente conhecido pelo nome de nave. Essa porção da assembleia litúrgica é a que melhor represen-ta a universalidade da Igreja. Ali estão presentes os que ainda vão nascer, as crianças, os adolescen-tes, os jovens, os adultos, os idosos e, na memória, os falecidos, nos-sos antepassados na fé. Presentes estão também várias culturas e até diversas nacionalidades. Os fieis são uma amostra do mundo inteiro.

Na construção de uma igreja, o primeiro critério a ser considerado é a “justa comodidade dos fieis” (IGMR 280). Em passado distante se construíam grandes catedrais, mas não se pensava em assentos para as pessoas. Foi por influência dos reformadores protestantes, no século XVI, que se introduziram bancos nas igrejas.

A recomendação da comodi-dade dos fieis visa a participação integral na celebração, propiciando a visão, audição, ação e interiori-zação. A preocupação essencial é a criação de um espaço favorável à participação na liturgia pelo en-volvimento do corpo e do espírito.

Os fieis possuem com direito um lugar no edifício físico por se-rem o povo sacerdotal, que oferece

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um filho maltratado, mas deve ser compreendido no seu significado teológico ou histórico-salvífico: enquanto mãe do Messias ela condivide o destino dele. A sua dor não será o que ela sofre, mas sim saber o que Jesus sofrerá. Maria não beberá do cálice que Jesus be-berá, todavia, Ele lhe aproximará dos lábios o cálice.

Dores e sofrimentos são ele-mentos pedagógicos que a vida nos apresenta para nos preparar para os momentos vindouros. A vida de Maria foi uma caminhada constante, feita de alegrias e dores terríveis, como a vida de qualquer um de nós. Mas o jeito de Maria viver nos ensina como enfrentar as dores que a vida nos traz.

Sirvam de conclusão e reflexão as palavras de Santo Alberto Mag-no: “Não há dúvida alguma que, assim como o Seu divino Filho era o mais belo dos filhos dos homens, Maria tenha sido a mais bela das filhas de Eva. Ela era dotada de toda a beleza de que é suscetível um corpo mortal”.

Pe. Isauro Sant’Ana Biazutti

o sacrifício não apenas pelas mãos do sacerdote, mas juntamente com ele. Essa participação os fieis con-cretizam quando assumem os mes-mos gestos corporais e pronunciam em conjunto as mesmas palavras e, sobretudo, quando oferecem e comungam o único pão e o único vinho. Confirma-o a Constituição Sobre a Sagrada Liturgia do Con-cílio Vaticano II: “Na celebração da Eucaristia os fieis constituem o povo santo, o povo adquirido e o sacerdócio régio, para dar graças a Deus e oferecer o sacrifício per-feito, não apenas pelas mãos do sacerdote, mas também juntamente com ele, e aprender a oferecer-se a si próprios” (SC 48).

Os fieis são objeto dos cuidados da reforma litúrgica, visando sua “plena, consciente e ativa partici-pação das celebrações litúrgicas, que a própria natureza da Liturgia exige” (SC 14). Daí a necessidade de igrejas que, do ponto de vista arquitetônico, favoreçam a parti-cipação dos fieis de corpo e alma.

Quando a Igreja celebra, ela sempre o faz em um determinado lugar. Sem um espaço material não existe assembleia litúrgica, como também um espaço só pode ser litúrgico, portanto sagrado, em re-ferência a uma assembleia reunida.

Elimar Johann

TABACARIA MGPAPELARIA