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IX Semana Acadêmica dos cursos de Graduação VII Semana de Iniciação Científica
VII Feira de Negócios, Integração Social, Humor e Cultura
VII Encontro de Produtores Rurais de Matipó e Região do Programa de Assistência Técnica Integrada (PATI)
VOLUME 2
2016
Anais do IX FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 12 a 16 de setembro de 2016 – ISSN – 2178-7301
APRESENTAÇÃO
É com grande orgulho que, entre os dias 12 a 16 de setembro de 2016, a
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX, através da comissão organizadora, realizou o
IXFAVE (Fórum Acadêmico) da Faculdade Vértice – Univértix, que inclui a IX
Semana Acadêmica dos cursos de Graduação, VII Semana de Iniciação Científica,
VII Feira de Negócios, Integração Social, Humor e Cultura, VII Encontro de
Produtores Rurais de Matipó e Região do Programa de Assistência Técnica
Integrada (PATI).
O evento teve como objetivos: (1) promover intercâmbio entre acadêmicos e
professores da Univértix e de outras instituições; (2) valorizar a produção do
conhecimento científico; (3) divulgar as produções científicas dos diversos cursos de
graduação da Univértix e (4) integrar-se à sociedade, valorizando o comércio, a
cultura e as demais manifestações artísticas e culturais do município e região.
Ao longo dos dias de evento, mais de 50 profissionais de renome de várias
instituições de Minas Gerais e de outros estados do Brasil ministraram palestras e
cursos. Mais de 200 trabalhos científicos foram recebidos pelo comitê e
apresentados no evento em forma de comunicação oral e pôster. Recebemos
também, no evento, professores e acadêmicos de outras instituições.
Além disso, o IX FAVE é um evento que contou com a participação da
sociedade, principalmente através de produtores rurais. Isso se deve ao fato de a
Instituição acreditar que o cumprimento de sua especificidade apenas se
concretizará se ela caminhar ao lado da sociedade.
Engajada em seu compromisso de oferecer ensino de qualidade, a Univértix,
almejou com o IX FAVE, marcar sua história de produção científica, já que
entendemos que a pesquisa é interface do ensino.
Não podemos deixar de mencionar ainda a satisfação que a Univértix tem no
IX FAVE, de estar contando novamente com o apoio da Fundação de Amparo à
Pesquisa de Minas Gerais – FAPEMIG.
Diante do exposto, reiteramos que com o IX FAVE esperamos contribuir para
a sensibilização quanto à necessidade das habilidades de pesquisa como
instrumento para o desenvolvimento profissional permanente.
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Considerando o número de trabalhos recebidos pelo evento optamos por
dividir o anais em dois volumes. Assim, o volume 1 integra os trabalhos do GT
(Grupo de Trabalhos) 2 aos GT 4 e o volume 2 inclui os do GT 5 ao GT 8.
M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento - Coordenadora do IX FAVE
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A PALAVRA DO DIRETOR
É com grande honra que recebi a incumbência de redigir um texto para essa
publicação. A Iniciação Científica tem grande importância e envolvimento com o
desenvolvimento do Ensino Superior por ambos possuírem como principio e missão
a fecundação e proliferação do conhecimento, utilizando a pesquisa para atingir
esse objetivo. Atividades como o IX Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX amadurecem o estudante, contribuindo para que este possa se tornar
um formando com habilidades mais refinadas.
Nesta “cápsula de conhecimento” não incluímos apenas a nossa Faculdade e
estudantes puramente, pois a Univértix é mais que uma Instituição de ensino e o
estudante é mais que um aluno dedicado. Ambos consistem em agentes
modificadores da comunidade que os circunda. A comunidade, portanto, também
está inserida na cadeia de conhecimento e participa ativamente desse processo. Na
edição deste ano, o IX FAVE nos brindou com um conjunto de palestras de altíssimo
nível coroadas pela presença e apoio fundamental da FAPEMIG. Através da difusão
do conhecimento gerado nos bancos acadêmicos, sendo devidamente aplicado e
bem aproveitado por todos os envolvidos, damos nossa contribuição para a
construção de um País melhor e mais justo, com condições de competir num futuro
próximo com grandes potências mundiais, mas de sobremaneira, criando melhores
condições para nossa própria população que poderá ter acesso a tecnologias mais
baratas e tratamentos eficazes.
É na prática da Iniciação Científica que o estudante pode testar técnicas e
teorias aprendidas em sala de aula, ampliar e experimentar seu cabedal de
conhecimentos. Defrontar-se com o problema “vivo”, real, fora de um ambiente
restritamente controlado e teórico de uma sala de aula da faculdade, ao mesmo
tempo em que está seguro de que os erros cometidos também compõem o processo
de aprendizado e evolução. Este estudante estará então melhor qualificado e melhor
adequado para as situações a serem encaradas fora da faculdade.
D.Sc. Lucio Flavio Sleutjes - Diretor Geral da Univértix
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SOEGAR - SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA.
João Batista Gardingo Diretor Presidente Abraão Henrique Gardingo Diretor Executivo FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX
Prof. D.Sc. Lucio Flavio Sleutjes Diretor geral Profa D.Sc. Irlane Bastos Costa Coordenadora do curso de Agronomia Prof. M.Sc. Celso Abreu de Araújo Coordenador do curso de Administração Profº Esp. Tadeu Hipólito da Silva Coordenador do curso de Ciências Contábeis Prof. M.Sc. André Salustiano Bispo Coordenador do curso de Educação Física Profª Esp. Ana Lígia de Souza Pereira Coordenadora do curso de Enfermagem Profº Esp. Ailton Moreira Magalhães Coordenador do curso de Engenharia Civil Profº Esp. Ailton Moreira Magalhães Coordenador Interino do curso de Engenharia Mecânica Profª M.Sc. Bruna Chaves Amorim Coordenadora do curso de Farmácia Prof. D.Sc. Gilberto Valente Machado Coordenador do curso de Medicina Veterinária Profª M.Sc. Cláudia Silveira Cunha Coordenadora do curso de Odontologia Profª M.Sc. Janine Lopes de Carvalho Coordenadora do curso de Psicologia Prof. Esp. Adriana Montes Justino Gardingo Coordenadora das atividades complementares de Graduação Prof. M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento
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Coordenadora de Pesquisa e Extensão Prof. Esp. Daniel Vieira Ferreira Diretor da Escola Técnica Vértix
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COMITÊ ORGANIZADOR Coordenação geral M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento Coordenação Setorial Esp. Ana Lígia de Souza Pereira
M.Sc. Bruna Chaves Amorim
D.Sc. Fernanda Cristina Ferrai
D.Sc. Lúcio Flávio Sleutjes
M.Sc. Mariana de Faria Gardingo Diniz
M.Sc. Renata Aparecida Fontes
Estagiários Daniel Franco Machado
Davyla Mystica Magalhães do Carmo
Eduarda Macado de Souza
Fellipe Silva
Joana Begatti Lacerda
Isabela Lima Ribeiro
Lívia Mara Araujo Amorim
Mayra Cler
Maria Luiza Santos
Menikiss Jordão Andrade
Nelson Dias Lucas
Valmira Hoste Dutra
COMITÊ CIENTÍFICO
Coordenação
M.Sc. Renata Aparecida Fontes
D.Sc. Fernanda Cristina Ferrai
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Comitê científico Adriano Carlos Soares
Aline Baião de Oliveira
Ana Maria Guimarães Bernardo
Bárbara Moreira de Matos Figueiredo Caldeira
Cléber Macedo de Oliveira
Cristina Maria Lobato Pires
Daniel Vieira Ferreira
Dilcimar Gomes de Araújo
Hilton de Souza Pinto
Hugo Rodrigues Ferreira
Imaculada Coelho da Silva Cardoso
Jaqueline Conceição Leite
João Antônio Sabino
Lia Marcia Emerick Breder
Luciano Aguiar Otoni
Maria Aparecida Salles Franco
Marluce Aparecida Fonseca
Mayara Cristini Ferreira de Aguiar
Onofre de Almeida Filho
Patrícia Souza Sarmento
Pedro Genuíno de Santana Júnior
Pollyana Brandão Gomes
Tatiane de Cássia Fernandes Martins
Rafael Macedo de Oliveira
Renata Ferreira Pieroti Machado Pessoa
Renata Pessoa Bifano
Rodrigo Ataíde dos Santos
Tadeu Hipólito da Silva
Vinícius Sigilião Silveira Silva
Viviane Gorete Silveira Mouro
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SUMÁRIO
GT 5 – CIÊNCIAS AGRÁRIAS .................................................................................... 14
RESUMOS.................................................................................................................... 15
AVALIAÇÃO DA DOR EM CÃES COM DOENÇA ARTICULAR DEGENERATIVA ATENDIDOS NO HOSPITAL ESCOLA GARDINGO – MATIPÓ-MG ........................ 16
UROCULTURA E ANTIBIOGRAMA EM CISTITE CRÔNICA RECORRENTE EM CANINO: RELATO DE CASO ..................................................................................... 20
DERMATOFITOSE EM EQUINOS: ASPECTOS CLÍNICOS DERMATOLÓGICOS 24
ASPECTOS CLÍNICOS E DIAGNÓSTICOS DA POLIOENCEFALOMALÁCEA EM BOVINOS ..................................................................................................................... 27
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA ASSOCIADA À CARDIOMIOPATIA DILATADA EM CADELA: RELATO DE CASO ........................................................... 31
CARCINOMA INFLAMATÓRIO MAMÁRIO EM CÃES – REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................................................................................... 35
ESTUDO DA CADEIA PRODUTIVA DA SILAGEM DE MILHO E SORGO DE UMA PROPRIEDADE RURAL DE RIO CASCA - MG ......................................................... 38
“SHUNT”- DESVIO PORTOSSISTÊMICO EM CÃES E GATOS- UMA REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................................... 41
PROPTOSE OCULAR: RELATO DE CASO ............................................................... 45
CINOMOSE CANINA- REVISÃO DE LITERATURA .................................................. 49
AVALIAÇÃO DO APPCC EM PREVENIR CONTAMINAÇÕES POR Salmonella spp. EM CARCAÇAS BOVINAS DE UM MATADOURO-FRIGORÍFICO EM MINAS GERAIS ........................................................................................................................ 53
DISTOCIA EM FELINO: UM RELATO DE CASO ...................................................... 56
UTILIZAÇÃO DE SAPONINAS ASSOCIADA À VACINA COMO METODO TERAPEUTICO DA PAPILOMATOSE CUTÂNEA BOVINA ...................................... 60
INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO ANTECIPADA DE PROSTAGLANDINA E DA UTILIZAÇÃO DE DUAS DOSES DE eCG NO TAMANHO DO CORPO LÚTEO E NA TAXA DE SINCRONIZAÇÃO DE RECEPTORAS PARA TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EM BOVINOS .......................................................................................... 63
QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO ANIMAL NA ZONA RURAL – CORREGO SANTO ANTÔNIO NA CIDADE DE MATIPÓ/MG ...................................................... 66
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 68
EJACULAÇÃO RETRÓGRADA EM CÃO - RELATO DE CASO ............................... 70
ANESTESIA E ANALGESIA EM ASININOS E MUARES .......................................... 74
ANESTESIA EM CADELAS GESTANTES ................................................................. 77
DIABETES MELLITUS EM PEQUENOS ANIMAIS - REVISÃO DE LITERATURA .. 82
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ESPOROTRICOSE- REVISÃO DE LITERATURA ..................................................... 86
OCORRÊNCIA DE TUBERCULOSE EM BOVINOS ABATIDOS EM UM ESTABELECIMENTO SOB SERVIÇO DE INSPEÇÃO FEDERAL NA ZONA DA MATA MINEIRA (2007 a 2013) ................................................................................... 89
HIPOCALCEMIA PUERPERAL EM CADELA ATENDIDA NO HOSPITAL ESCOLA UNIVÉRTIX DE MATIPÓ - MG .................................................................................... 92
AVALIAÇÃO DE BETA-HIDROXIBUTIRATO PARA DIAGNÓSTICO DE CETOSE SUBCLÍNICA EM VACAS DE ALTA PRODUÇÃO ..................................................... 97
UTILIZAÇÃO DE Solanum lycocarpum NO COMBATE DO RHABDITIS O CAUSADOR DE OTITE EM GIR LEITEIRO ............................................................. 100
ASPIRAÇÃO FOLICULAR GUIADA POR ULTRASSONOGRAFIA: REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................................. 103
AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE LEITE: UMA REVISÃO DA LITERATURA .. 107
AVALIAÇÃO E ASPECTOS DA LEISHMANIOSE VISCERAL ................................ 111
USO DA IATF COMO FERRAMENTA NO MANEJO REPRODUTIVO EM GADO DE CORTE ....................................................................................................................... 114
AVALIAÇÕES DOS ASPECTOS CLÍNICOS, DIAGNÓSTICOS E TERAPÊUTICOS DO VÍRUS DA LEUCEMIA FELINA (FELV) E VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA FELINA (FIV) .............................................................................................................. 116
MALFOMAÇÃO DO MEMBRO TORÁCICO ESQUERDO DE UMA BEZERRA DA RAÇA GIROLANDO: RELATO DE CASO ................................................................ 120
COMPARAÇÃO DAS TÉCNICAS DE OVARIOSALPINGOHISTERECTOMIA PELO FLANCO E LINHA MEDIA VENTRAL EM CADELAS – REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................................................................... 123
CONDUTA ANESTÉSICA EM CÃO SUBMETIDO À ADRENALECTOMIA ............ 127
USO DE FORMALINA INTRAVENOSA PARA O TRATAMENTO DEHEMORRAGIA UTERINA EM ÉGUA: RELATO DE CASO ............................................................... 131
ESTUDO RETROSPECTIVO DE ERLIQUIOSE CANINA DO CENTRO VETERINÁRIO VETLIFE, CARATINGA, MG (ABRIL Á AGOSTO DE 2016) ......... 135
INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO EM GADO DE CORTE ................ 140
ERLIQUIOSE CANINA: RELATO DE CASO ............................................................ 143
AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES ZOOTÉCNICOS DE UMA PROPRIEDADE LEITEIRA EM REDUTO-MG. ...................................................................................................... 148
UTILIZAÇÃO DE PLASMA RICO EM PLAQUETAS (PRP), EM BEZERRO COM ARTRITE – RELATO DE CASO ................................................................................ 151
AVALIAÇÃO DO PLASMA RICO EM PLAQUETAS EM EQUINOS, ASININOS E MUARES .................................................................................................................... 155
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PROCESSAMENTO E PRODUÇÃO DE IOGURTE: REVISÃO DE LITERATURA 159
SARNA SARCÓPTICA EM PEQUENOS ANIMAIS: REVISÃO DE LITERATURA . 164
PESQUISA DE Listeria spp. E Staphylococcus aureus EM QUEIJOS MINAS FRESCAL ................................................................................................................... 168
PARVOVÍRUS CANINO – REVISÃO DE LITERATURA .......................................... 173
TRATAMENTO DE DEJETOS NA SUINOCULTURA - REVISÃO DE LITERATURA 177
PIOMETRA EM CADELAS: REVISÃO DE LITERATURA ....................................... 180
HIPERADRENOCORTICISMO EM CÃES: REVISÃO DE LITERATURA. .............. 183
SINCRONIZAÇÃO DE RECEPTORAS PARA UTILIZAÇÃO EM PROGRAMA DE TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EM EQUINOS: REVISÃO DA LITERATURA . 187
FRAUDES E ANÁLISE FISICO-QUÍMICA DO LEITE CRU REFRIGERADO ......... 193
ANÁLISE DA PRODUTIVIDADE DO ARROZ DE TERRAS ALTAS COM A APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOSES DE PÓ DE ROCHA COMO FONTE DE NUTRIÇÃO ................................................................................................................. 196
ACIDENTES OFÍDICOS EM EQUINOS ................................................................... 201
INFLUÊNCIA DO RESÍDUO LÍQUIDO DO SISAL (Agave sisalana) NO DESENVOLVIMENTO IN VITRO DE ECTOPARASITAS ........................................ 208
PROPAGAÇÃO ASSEXUADA DE Alpinia purpurata (Vieill) K. Schum ................... 211
AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE SÊMEN DE GARANHÕES .......................... 215
LAMINITE EM VACAS LEITEIRAS – REVISÃO DE LITERATURA ........................ 219
ACIDEZ NO LEITE- REVISÃO DE LITERATURA .................................................... 222
QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DO QUEIJO MINAS FRESCAL COMERCIALIZADO NO MUNICÍPIO DE MATIPÓ-MG ........................................... 225
ARTIGOS .................................................................................................................... 229
RESGATE HISTÓRICO DA PRAÇA PADRE FIALHO E GRAU DE SATISFAÇÃO DE MORADORES DA CIDADE DE MATIPÓ-MG .......................................................... 230
CRESCIMENTO DE MUDAS DE REPOLHO ‘CAPITATA’ EM SUBSTRATOS ALTERNATIVOS ........................................................................................................ 243
SUBSTRATOS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PIMENTÃO ‘Cascadura Ikeda’ .................................................................................................................................... 252
ASSOCIAÇÃO DE DIFERENTES PROTOCOLOS DE TRATAMENTOS DE PAPILOMATOSE CULTÂNEA BOVINA ................................................................... 260
HERPESVÍRUS FELINO: RELATO DE CASO ......................................................... 270
AVALIAÇÕES DOS ÍNDICES ZOOTÉCNICOS DE UM SISTEMA PRODUTIVO LEITEIRO ................................................................................................................... 281
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ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DA OCORRÊNCIA DA SÍNDROME CÓLICA EM EQUINOS REFERENCIADOS AO HOSPITAL VETERINÁRIO UNIVÉRTIX .......... 289
ESTUDO RETROSPECTIVO DE CASOS DE ERLIQUIOSE CANINA REFERENCIADOS NO HOSPITAL VETERINARIO UNIVERTIX, MATIPÓ-MG (2013/1) ...................................................................................................................... 296
IDENTIFICAÇÃO DE MASTITE SUBCLÍNICA NA BACIA LEITEIRA DE MATIPÓ-MG .................................................................................................................................... 307
AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA REPRODUTIVA DE REPRODUTORES DE ALTO VALOR GENÉTICO CRIADOS EM UMA GRANJA DE SUÍNOS NO INTERIOR DE MINAS GERAIS.......................................................................................................... 315
PRINCIPAIS AFECÇÕES ODONTOLOGICAS EM EQUINOS REFERENCIADOS AO HOSPITAL ESCOLA VETERINARIO GARDINGO LTDA .................................. 328
PRODUÇÃO DE MUDAS DE MOSTARDA EM DIFERENTES MISTURAS DE SUBSTRATOS ........................................................................................................... 342
RESUMO .................................................................................................................... 342
GT 6 – CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS ............................................................. 352
RESUMOS.................................................................................................................. 353
O PERFIL E COMPETÊNCIAS DO CONTADOR: ESTUDO DE CASO SOBRE AS PERSPECTIVAS DOS MICRO E PEQUENOS EMPRESÁRIOS DA CIDADE DE RAUL SOARES-MG ................................................................................................... 354
O PRINCÍPIO DA ENTIDADE AFETANDO O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE. ESTUDO DE CASO EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO MUNICÍPIO DE MATIPÓ-MG ............................................................................................................... 358
COMPORTAMENTO DOS PREÇOS DA CESTA BÁSICA DE ALIMENTOS NAS CIDADES DOMICILIADAS PELOS ALUNOS DA FACULDADE VÉRTICE - UNIVÉRTIX................................................................................................................. 363
LIBERDADE DE IMPRENSA NA ARGENTINA, BRASIL E VENEZUELA: ABORDAGEM SOB A ÓTICA DO PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA E EFEITOS ECONÔMICOS E SOCIAIS DE SUA INOBSERVANCIA ........................ 367
ESTUDO DE CASO SOBRE A GESTÃO DE ESTOQUE NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO SETOR COMERCIAL DA CIDADE DE MATIPÓ-MG .................. 371
A VISÃO DO BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO SOBRE IMPORTÂNCIA DA ESPECIALIZAÇÃO EM DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR ............................... 374
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: O ESTUDO DE CASO APLICADO AOS COLABORADORES DE UMA CONFECÇÃO EM ABRE CAMPO .......................... 379
PRODUTOR RURAL: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE PESSOA FÍSICA E PESSOA JURÍDICA NA ÁREA DE CAFEICULTURA NA ZONA DA MATA NO ESTADO DE MINAS GERAIS ................................................................................... 382
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IMPORTÂNCIA DA PRESTAÇÃO DE CONTAS DA GESTÃO ESCOLAR PARA MANUTENÇÃO, CUSTEIO: ESTUDO DE CASO DE UMA CAIXA ESCOLAR DE SANTO ANTÔNIO DO GRAMA-MG ......................................................................... 386
MATIPÓ: UMA APRESENTAÇÃO DOS SERVIÇOS DISPONÍVEIS PARA OS DISCENTES DA FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX ........................................ 390
A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO NO DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES GERENCIAIS NA FARMÁCIA PÚBLICA .............................................. 393
A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO EM ATIVIDADES GESTORAS NA FARMÁCIA MAGISTRAL ............................................................... 397
GESTÃO EM FARMÁCIA HOSPITALAR .................................................................. 401
VISÃO DE ALUNOS SOBRE O BASQUETEBOL DO CONTEXTO ESCOLAR ..... 405
A EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO ENSINO MÉDIO AO MINISTRAR OS ESPORTES COLETIVOS NAS ESCOLAS ............... 409
A PRÁTICA DO FUTEBOL NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ...... 412
DESAFIOS ENFRENTADOS POR PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO INÍCIO DA CARREIRA ............................................................................................... 415
O ESPORTE COMO INSTRUMENTO DIDÁTICO PEDAGÓGICO NA FORMAÇÃO DO CARÁTER SOCIAL E DA PROMOÇÃO DA MELHORIA DE VIDA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE UM MUNICÍPIO DA ZONA DA MATA MINEIRA .............. 418
A DANÇA COMO INSTRUMENTO DIDÁTICO PEDAGÓGICO PARA A APRENDIZAGEM NO CONTEXTO ESCOLAR ........................................................ 422
MOTIVAÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO PARA AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ........................................................................................................................ 425
O XADREZ COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ........................................................................................................................ 428
ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL E SUA RELAÇÃO COM A COMPOSIÇÃO CORPORAL EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA ESTADUAL DA CIDADE DE MATIPÓ-MG .......................................................................................... 432
BENZEDEIRAS DE MATIPÓ: ENTRE PRÁTICAS CULTURAIS E TERRITORIALIDADES .............................................................................................. 436
GESTÃO DE NEGÓCIOS EM DROGARIAS ............................................................ 439
A IMPORTÂNCIA DA ESPECIALIZAÇÃO EM DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR .................................................................................................................................... 442
COACHING ACADÊMICO: UMA FERRAMENTA PARA A EFICIÊNCIA E APRIMORAMENTO DO DOCENTE ......................................................................... 445
CONSERVAÇÃO DE SOLO E ÁGUA: PLANEJAMENTO E GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS ............................................................................................ 449
Anais do IX FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 12 a 16 de setembro de 2016 – ISSN – 2178-7301
INTERVENIENTES NEGATIVOS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM: PERCEPÇÃO DE PROFISSIONAIS E ESTUDANTES DA ÁREA DA EDUCAÇÃO DE MATIPÓ-MG ......................................................................................................... 452
A VISÃO DE PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA SOBRE SITUAÇÕES CONSIDERADAS BULLYING NA ESCOLA ............................................................. 457
O EMPREENDEDORISMO E SUA IMPORTÂNCIA PARA OS PEQUENOS NEGÓCIOS ................................................................................................................ 461
ARTIGOS .................................................................................................................... 464
A IMPORTÂNCIA DO GERENTE NA LIDERANÇA DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE NA ZONA DA MATA-MG ................................................................................................. 465
PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO: AUTONOMIA OU DEPENDÊNCIA FRENTE AO PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO? ................................................................................. 479
ANÁLISE DO PERFIL E PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS VISITANTES DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO BRIGADEIRO (PORTARIA PEDRA DO PATO) NO MUNICÍPIO DE FERVEDOURO-MG ..................................................... 492
A PERCEPÇÃO DOS COLABORADORES EM RELAÇÃO ÀS PRÁTICAS DE RETENÇÃO DE PESSOAS DE UMA EMPRESA DO INTERIOR DE MINAS GERAIS .................................................................................................................................... 504
A INFLUÊNCIA DO CLIMA ORGANIZACIONAL NO COMPORTAMENTO DOS COLABORADORES: UM ESTUDO DE CASO EM UMA MÉDIA EMPRESA DO INTERIOR DE MINAS GERAIS ................................................................................. 514
CLIMA ORGANIZACIONAL: UMA PESQUISA SOBRE O INDICE DE SATISFACAO DOS FUNCIONÁRIOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR (IES) - PRIVADA .................................................................................................................... 527
CONHECIMENTO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA SOBRE ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS ESPORTIVOS ESCOLARES ............................... 539
A INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NO RELACIONAMENTO DOS ALUNOS DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA .............. 553
ANÁLISE POSTURAL EM CRIANÇAS DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA ........................................................................................ 565
O CONCEITO DE “OURIÇO E RAPOSA” DE ISAIAH BERLIN NA PESQUISA INTERDISCIPLINAR SOBRE TERRITÓRIO ............................................................ 576
GT8 – LINGUÍSTICA, CIÊNCIAS E ARTES ............................................................. 590
ARTIGO ...................................................................................................................... 591
ANÁLISE CRÍTICA DE UMA PROPOSTA DE TRABALHO DE LEITURA E COMPREENSÃO TEXTUAL ..................................................................................... 592
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GT 5 – CIÊNCIAS AGRÁRIAS
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RESUMOS
Anais do IX FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 12 a 16 de setembro de 2016 – ISSN – 2178-7301
AVALIAÇÃO DA DOR EM CÃES COM DOENÇA ARTICULAR DEGENERATIVA ATENDIDOS NO HOSPITAL ESCOLA GARDINGO – MATIPÓ-MG
Mariana Arantes Cardoso, Teófilo Marçal Ribeiro Cardoso - Graduandos em
Medicina Veterinária. Bolsista PIBIC – FAPEMIG. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Vanessa Guedes Pereira - Médica Veterinária, Residência em Clínica e Cirurgia de
Pequenos Animais, Mestre em Medicina Veterinária, Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected] PALAVRAS-CHAVE: Osteoartite; Dor Crônica; Cães.
INTRODUÇÃO
A dor é conceituada como uma experiência sensorial e emocional desagradável que
está associada a lesões reais ou potenciais, segundo a International Association for
the Study of Pain (2011). A dor crônica é definida como um processamento
somatossensorial exagerado no sistema nervoso, tanto periférico como central, de
longa duração (GREENE, 2010), caracterizada por uma resposta insatisfatória aos
tratamentos convencionais com incapacidade progressiva do paciente e sem
tendência a remissão (FANTONI e MASTROCINQUE, 2012). O aumento na
expectativa de vida dos cães, levou a um aumento na incidência de doenças
crônicas relacionadas à idade avançada e a neoplasias que resultam em quadros de
dor de intensidade variável, sendo essa a principal causa de morbidade e
mortalidade em animais de companhia idosos (WITHROW, 2001). A incidência de
dor crônica é desconhecida mas, esta tem sido considerada um problema
significativo muitas vezes relacionada ao processo evolutivo de alguma doença
como por exemplo, casos de osteoartrite (OA), sendo, nesses casos, denominada
dor crônica inflamatória ou nociceptiva (TAYLOR, 2005). As doenças
osteoarticulares são comuns em pequenos animais, principalmente em cães e
estimativas sugerem que cerca de 20% da população canina adulta pode ter alguma
forma de OA (JOHSTON, 1997). Esta pode ser classificada quanto à sua etiologia
como primária (idiopática) ou secundária (a outra patologia), embora a complexidade
desta condição vá além da identificação da sua causa (INNES, 2012). Para o
diagnóstico, utiliza-se anamnese, exame clínico e achados radiográficos, que
auxiliam a confirmação da doença. O tratamento objetiva o alívio da dor e do
desconforto do animal, a prevenção ou o retardo de novas alterações degenerativas
e a restauração das articulações afetadas, para ter como resposta função regular e
indolor da articulação (NELSON e COUTO, 2010). Embora a osteoartrose seja uma
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doença que não tem cura, a dor não precisa fazer parte do processo de
envelhecimento e da vida dos cães (RYCHEL, 2010). Quando se tem uma
mensuração apropriada da dor, é possível determinar qual seguimento clínico é mais
seguro, quais seus possíveis riscos e se ele é capaz de superar os danos do
problema clínico (SOUSA, 2002). Quando se tem uma mensuração apropriada da
dor, é possível determinar qual seguimento clínico é mais seguro, quais seus
possíveis riscos e se ele é capaz de superar os danos do problema clínico (SOUSA,
2002). Historicamente, os veterinários contam com a avaliação do proprietário para
saber se a terapia usada na dor crônica está sendo eficaz. Só recentemente essa
avaliação tem sido incluída nas pesquisas de estudo da OA em cães, onde alguns
trabalhos indicam que os proprietários também são capazes de avaliar o alívio da
dor em seus animais (WISEMAN et al., 2001; GINGERICH e STROBEL, 2003). O
apoio e a conscientização do proprietário é essencial, conscientizando-o sobre a
natureza da doença e a necessidade de um tratamento a longo prazo, visto ser uma
doença de condição progressiva e ainda sem cura (BENNETT, 2010). Além disso, o
preenchimento de questionários leva a pontuações que auxiliam sobre a progressão
da doença e resposta aos tratamentos (INNES, 2012). Sendo assim, o presente
estudo tem como objetivo avaliar a dor crônica em cães com osteoartrite e sua
consequente resposta ao tratamento preconizado, bem como, aumentar a qualidade
de vida do animal e a satisfação do proprietário.
METODOLOGIA
O projeto será desenvolvido em parceria com o Hospital Escola Gardingo da
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX, e será submetido ao Comitê de Ética em
Experimentação Animal da UNIVÉRTIX sendo iniciado após sua aprovação. Serão
incluídos no estudo, cães sem predileção de raça, idade e peso, atendidos no
Hospital Escola Gardingo selecionados após diagnóstico clínico e radiológico de
osteoartrite. Para diagnóstico clínico os animais deverão apresentar pelo menos dois
critérios de inclusão: rigidez do membro, dor, edema articular, desconforto à
manipulação, marcha alterada, intolerância ao exercício, claudicação e exame
radiográfico compatível com o diagnóstico (GOMES, 2015). Após consentimento
verbal informado por seus proprietários/responsáveis para incluir o seu cão neste
estudo, será solicitado o preenchimento do questionário para avaliação da dor
crônica em cães Canine Brief Pain Inventory (BROWN, 2006) da Universidade da
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Pensilvânia, após a primeira consulta clínica e no retorno após início do tratamento.
Este questionário apresenta 11 perguntas onde são atribuídos escores de zero à
dez, distribuídos em três sessões: uma com a descrição da dor (onde 0=sem dor e
10=dor extrema), outra sobre a descrição da atividade do animal (onde 0=não
interfere e 10=interfere completamente) e a última sobre a impressão final do
proprietário sobre o seu animal (que varia de ruim a excelente). Após a avaliação
destes parâmetros, é determinada a intensidade da dor deste animal e qual a
interferência desta nas atividades diárias, qualidade de vida, bem como, sua
resposta ao tratamento. Este questionário apresenta as seguintes vantagens: ser de
fácil preenchimento pelo proprietário, ser respondido em um curto espaço de tempo,
ser de fácil compreensão, ser capaz de capturar não somente a intensidade da dor,
como também, como ela interfere na vida do animal (BROWN, 2006).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto está em fase de implantação e coleta de dados e ao fim espera-se que
após a análise dos questionários possa-se avaliar a intensidade da dor dos animais
em estudo e qual a interferência desta nas atividades diárias, qualidade de vida,
bem como, sua resposta ao tratamento.
REFERÊNCIAS
AAHA/AAFP pain management guidelines for dogs & cats. Journal of the American Animal Hospital Association, 2015. BENNETT, D. Canine and Feline Osteoarthritis. In: ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C. Textbook Of Veterinary Internal Medicine – Diseases of the dog and cat. 7ed, v.1 Editora: Elsevier, 2010. p.15067-5126.
BROWN, D. C. The Canine Brief Pain Inventory. Universidade da Pensilvânia, 2006.
FANTONI, D. T.; MASTROCINQUE, S. Fisiopatologia da Dor Aguda. In: FANTONI, D. T. Tratamento da Dor na Clínica de Pequenos Animais. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. p.37-46.
GINGERICH, D. A.; STROBEL, J. D. Use of client-specific outcome measures to assess treatment effects in geriatric, arthritic dogs: Controlled clinical evaluation of a nutraceutical. Veterinary therapeutics: research in applied veterinary medicine. v.4, n.1, 2003. p. 56-66.
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GOMES, A. L. P. Avaliação da dor articular crônica de tipo II em cães com osteoartrite através do índice de dor crônica de Helsínquia. 2015, 84f. Dissertação (Mestrado Integrado em Medicina Veterinária). Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, Lisboa, 2015.
GREENE, S. A. Chronic pain: pathophysiology and treatment implications. Topics in Companion Animal Medicine. 2010. v. 25, n.1, p. 5-9
INNES, J. F. Arthritis. In: TOBIAS, K. M.; JOHNSTON, S. A. Veterinary surgery: small animal. v.1. St. Louis, Missouri: Elsevier, 2012. p.1078-1111.
JOHSTON, S. A. Osteoarthritis. Joint anatomy, physiology, and pathobiology. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice. v.27, n.4, 1997. p.699-723
NELSON, R. W.; COUTO, C.G.; Medicina Interna de Pequenos Animais. 4.ed .Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.1468p.
RYCHEL, J. Diagnosis and treatment of osteoarthritis. Topics in Companion Animal Medicine. v.25, n.1, 2010. p.20-25.
SOUZA, F.A.E.F. Dor: o quinto sinal vital. Revista Latino Americana de Enfermagem. V.10, n.3, 2002. p. 446-447.
TAYLOR, R.R. Pain: subtypes, prevalence, and associated conditions. In: Cognitive Behavioral Therapy for Chronic Illness and Disability. New York: Springer Science and Media Inc, 2005, p. 237-255. WISEMAN, M.L.; NOLAN, A.M.; REID, J.; SCOTT, E.M. Preliminary study on owner-reported behavior changes associated with chronic pain in dogs. The Veterinary Record. v.129,2001,p. 423-424.
WITHROW, S.J. Why worry about cancer in pets. In: WITHROW, S.J.; MACEWEN, E.G. Smal animal clinical oncology. 1ed. Saunders, 2001, p.219-232.
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UROCULTURA E ANTIBIOGRAMA EM CISTITE CRÔNICA RECORRENTE EM CANINO: RELATO DE CASO
Raiany Resende Moura, Brenda Saick Petroneto, Brunna Costa Marroquio, Natiele da Silva Gonçalves - Graduandas em Medicina Veterinária- Faculdade
MULTIVIX - CASTELO. Elaine da Silva Soares – Mestranda no Departamento de Medicina Veterinária da
Universidade Federal de Viçosa- UFV. Janaína Vieira Lage- Graduanda em Medicina Veterinária- Faculdade Vértice-
UNIVÉRTIX. Thiago Oliveira de Almeida- Mestre Clínica Médica de Cães e Gatos- Professor
Clínica Médica de Cães e Gatos da Faculdade MULTIVIX - CASTELO. [email protected]
ÁREA DE CONHECIMENTO: Ciências Agrárias
PALAVRAS-CHAVE: cistite; urocultura; antibiograma. INTRODUÇÃO Casos de cistites ocorrem com frequência na clínica médica de cães e gatos, a
cistite é uma inflamação da mucosa da bexiga causada por diferentes tipos de
agentes microbianos. Em relação a ITU (infecção do trato urinário) há uma
preocupação com a resistência bacteriana aos antibióticos, dificultando o tratamento
e levando a falha terapêutica e cronicidade dos casos, assim os profissionais
enfrentam maior dificuldade em prescrever medicamentos de forma empírica, devido
a problemática da resistência bacteriana. O trato urinário de cães pode ser infectado
por micro-organismos pertencentes à microbiota genital, onde há micro-organismos
oportunistas ou por agentes patogênicos e, dependendo das condições sanitárias do
animal e da influência de fatores ambientais, pode ocorrer uma cistite. A cistite
bacteriana é a doença infecciosa do trato urinário mais comum, e o agente etiológico
mais frequentemente isolado é Escherichia coli (KOGIGA et al., 1995; CORREIA et
al., 2007). Quadros de cistites de etiologia fúngica ocasionalmente podem ser
observados em animais imunossuprimidos (GIEG et al., 2008). Na suspeita clínica
de uma cistite bacteriana é indicada a realização de uma cultura de amostra de urina
para bactérias aeróbicas. A urocultura quantitativa, realizada pela quantificação de
unidades formadoras de colônias por mililitro de urina (UFC/mL), é o principal ponto
para diagnóstico de ITU. Para sucesso terapêutico é feito o antibiograma que
minimiza o tempo de tratamento assim como minimiza a seleção de estirpes
bacterianas resistentes aos antibióticos. Esses exames complementares para o
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fechamento do diagnóstico são demorados, assim o médico veterinário tem que
iniciar um tratamento, escolhendo um antimicrobiano empiricamente de acordo com
sua suspeita clínica e seus achados clínicos. O presente relato tem como objetivo
relatar a importância da urocultura e antibiograma em um paciente canino com cistite
crônica recorrente. Ultimamente tem-se observado um aumento progressivo dos
níveis de resistência dos agentes bacterianos aos antimicrobianos utilizados
habitualmente para o tratamento das ITUs. Este é um problema grave, já que a
maioria das ITUs são tratadas empiricamente (CORREIA et al., 2007). A resistência
aos antimicrobianos é uma das grandes preocupações para a comunidade médica e
veterinária, pois é um problema complexo que envolve várias espécies bacterianas,
seus mecanismos de resistência e transferência desta a outras bactérias
(GUARDABASSI et al., 2004; MENDES et al., 2005). Assim aumentando a
cronicidade dos casos dificultando o tratamento, e aumentando o tempo de
tratamento.
RELATO DE CASO
Um canino, fêmea da raça Shitzu, 11 anos de idade, com peso de 5,100kg, foi
atendida na Clínica Escola Veterinária da Faculdade Multivix de Castelo em maio de
2016, no município de Castelo/ES, com queixa de vômito, presença de sangue na
urina e com histórico de cistite recorrente. Durante a anamnese foi apurado que o
animal fora tratado anteriormente diversas vezes com Enrofloxacina, no exame físico
constatou-se desconforto a palpação abdominal e hematúria. Diante do histórico de
cistite recorrente foram solicitados exames complementares como: hemograma,
ureia, creatinina, ALT, AST, urinálise, urocultura e antibiograma. Exames de
diagnóstico por imagem descartaram a possibilidade de hematúria pela presença de
urolitíase.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O resultado laboratorial da cultura quantitativa para aeróbios deu positivo para
Escherichia coli superior a 100.000 UFC/ml de urina. Segundo Cohn et al., (2003) é
comum a predominância de Escherichia coli, Proteus spp. e Staphylococcus spp. em
infecções do trato urinário também Escherichia coli é o agente com maior
capacidade de causar infecções urinárias em função da existência de fatores de
virulência bacteriana, que favorecem a colonização do trato urinário, principalmente
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por cepas pertencentes aos grupos filogenéticos B2 e D (CLERMONT et al., 2000).
O antibiograma do paciente indicou resistência a diversos princípios ativos de
antimicrobianos, muitos deles inclusive frequentemente prescrito empiricamente por
clínicos veterinários. Houve resistência aos seguintes princípios: ampicilina,
penicilina, amoxilina, cefalotina, cefalexina, cefadroxil, cefaclor, amoxilina + ácido
clavulânico, perfioxacina, ciproxacina, enrofloxacina, tetraciclina, ácido nalidixico,
ácido pipemidico e doxiciclina. O resultado do antibiograma indicou sensibilidade aos
seguintes princípios: gentamicina, amicacina, cefoxitina, ceforoxima, cefetamet,
ceftriaxona, ceftazidina, cefixima, sulfametoxazol + trimetoprin, azetreonan,
imipenen, meropenen, nitrofurantoina e cefepine. Perfil de resistência similar ao
encontrado nas ITU na presente pesquisa também foi observado nos estudos de
Cooke et al., (2002), que isolaram Escherichia coli em 56 amostras de cães com
cistite e detectaram resistência à enrofloxacina e a antibióticos comumente usados
no tratamento de ITU. Diante do resultado do antibiograma optou-se por
antibioticoterapia com Sulfametoxazol + trimetoprin, tendo o paciente obtido
completa recuperação clínica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Devido a facilidade de obtenção de fármacos antibióticos, sem a prescrição
veterinária, e o uso sem orientação profissional não seguindo critérios de posologia
adequada e duração da terapia, contribuem significativamente para a resistência
bacteriana. Drogas de grande eficiência que geralmente são indicadas em
tratamentos empíricos vem apresentando grande resistência o que pode agravar
alguns casos. Em casos crônicos ou de cistite recorrentes deve-se realizar a
urocultura e antibiograma para se obter eficácia no tratamento e minimizar a
resistência e a mutação bacteriana.
REFERÊNCIAS CLERMONT, O.; BONACORSI, S.; BINGEN, E. Rapid and simple determination of the Escherichia coli phylogenetic group. App Environ Microbiol. 66 (1) 4555-58. 2000.
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COHN, L. A.; GARY, A. T.; FALES, W. H.; MADSEN, R. W.. Trends in fluoroquinolone resistance of bacteria isolated from canine urinary tracts. J. Vet. Diagn. Invest. 15:338-343, 2003. COOKE, C. L.; SINGER, R. S.; JANG, S. S.; HIRSH, D. C. Enrofloxacin resistance in Escherichia coli isolated from dogs with urinary tract infections. J. Am. Vet. Med. Assoc. 220:1139-1141, 2002. CORREIA, C.; COSTA, E.; PERES, A. Etiologia das infecções do tracto urinário e sua susceptibilidade aos antimicrobianos. Acta Med Port. 20(1):543-49, 2007. ISHII, J. B.; FREITAS, J. C.; ARIAS, M. V. Resistência de bactérias isoladas de cães e gatos no Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Londrina (2008-2009). Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 31, n. 6, p. 533-537, 2011.
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DERMATOFITOSE EM EQUINOS: ASPECTOS CLÍNICOS DERMATOLÓGICOS
Brenda Saick Petroneto - Discente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Multivix Castelo.
Elaine da Silva Soares - Mestranda no Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Raiany Resende Moura, Natiele da Silva Gonçalves, Brunna Costa Marroquio - Discente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Multivix Castelo.
Janaína Geralda Vieira Lage - Discente do Curso de Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UINIVÉRTIX
Marcos Aurélio Dias Meireles - Doutorando em Ciência Animal pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), Docente de Clínica Médica de
Grandes Animais da Faculdade Multivix Castelo. [email protected]
Área de Conhecimento: Ciências Agrárias
PALAVRAS-CHAVE: equinos; clínica médica; dermatofitose; dermatologia
As dermatofitoses, também conhecidas popularmente como “tinhas”, são
caracterizadas por micoses cutâneas, continuamente observadas em animais
domésticos e seres humanos (PEREIRA et al., 2006), sendo comumente
relacionado ás condições climáticas do Brasil, bem como geográficas e
socioeconômicas (ISHIKAWA et al., 1996). De acordo com Pereira et al., (2006) tal
enfermidade é causada por um grupo de fungos filamentosos, que geralmente não
propagam-se para o tecido subcutâneo, ficando suas infecções restringidas aos
extratos queratinizados da pele e anexos. Sabe-se que as dermatofitoses em
equinos constituem ergodermatozes, além de ser considerada uma antropozoonose,
acometendo frequentemente animais de jóquei, de lazer, bem como veterinários e
treinadores (ISHIKAWA et al.,. 1996). A dermatofitose equina foi relatada pela
primeira vez no ano de 1896 por Matruchot & Dassonoville (PEREIRA et al., 2006).
Desta maneira, o objetivo desta revisão de literatura é abordar os aspectos clínicos
dermatológicos e diagnósticos da dermatofitose em equinos. A infecção por
dermatófitos é muito associada a causas predisponentes, sendo mais encontrada
em animais jovens, relaciona-se também ao fator do comprimento do pelame e
animais machos. (FERREIRO, 2014). Pereira (2006) evidenciou três grandes
gêneros de fungos causadores de dermatofitose equina, sendo eles:
Epidermophyton, Microsporum e Trichophyton, que incluem cerca de 40 espécies. É
importante salientar que os animais tem importância zoonótica, por atuarem como
reservatórios dos dermatófitos considerados zoofílicos, como, por exemplo,
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Microsporum canis, Trichophyton verrucosum, Trichophyton mentagrophytes e
Trichophyton equinum. Santos (2014) relatou o isolamento do Microsporum
gypseum em um caso de dermatofitose equina, com o animal da raça Quarto de
Milha, fêmea, com um ano de idade. De acordo com Pereira et al., (2006)
inicialmente são observados lesões semelhantes á urticárias, que progridem com a
formação de crostas e perda de pelo, característico de alopecia. Os autores ainda
destacam que tais lesões são normalmente observadas em áreas de atrito como
garupa, lombo e cabeça. Avante et al., (2009) afirma que as lesões desenvolvem
drasticamente para pápulas crostosas que se espalham de forma circunscrita
gerando uma lesão clássica, característica de uma área circular alopécica com pelos
engrossados na margem, podendo se observar eritema e hisperpigmentação. A
transmissão ocorre através do contato de animais infectados com animais sadios, ou
através de equipamentos contaminados, dependendo intimamente do estado do
animal como a imunidade, atividades fungistáticas das secreções cutâneas, bem
como atividade hormonal, qualidade nutricional, doenças concomitantes e idade
(PEREIRA et al., 2006). De acordo com Avante et al., (2009) os esporos dos fungos
podem viver sobre a pele, sem causar lesões, fazendo com que os animais tonem-
se reservatórios da doença. De acordo com Ishikawa et al., (1996) o diagnóstico das
dermatofitoses nos equinos pode ser feito através da técnica de inspeção indireta
dos pelos, ou das lesões através da lâmpada de Wood, bem como o exame
microscópico direto de pelos infectados, que possui grande importância, porém, o
método mais comumente empregado e mais confiável para o diagnóstico da
dermatofitose é o uso de culturas fúngicas. O exame histopatológico também
consiste em uma importante ferramenta de diagnóstico, onde podem ser
encontrados: foliculite, perifoliculite e furunculose; dermatite perivascular superficial
com paraqueratose; e dermatite vesicular ou pustular intra epidérmica (ISHIKAWA et
al., 1996). A biópsia de pele também pode ser utilizada como forma de diagnóstico,
sendo realizada após a escolha dos locais mais representativos e com o auxílio de
uma tesoura, os pelos devem ser cortados o mais próximo possível da epiderme,
evitando-se qualquer traumatismo ou remoção das escamas ou crostas da superfície
cutânea (AVANTE et al., 2007). De acordo com Avante et al., (2009) a profilaxia
relaciona-se diretamente com as formas de tratamento, bem como medidas
terapêuticas e auxiliares. Pereira et al., (2006) complementa afirmando que não se
deve utilizar e compartilhar equipamentos em comum, quando se trata de animais
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infectados, pois a doença pode ser transmitida por contato direto ou indireto, como
fômites contaminados. Avante et al., (2009) ainda afirma que é necessário isolar o
animal em tratamento, bem como realizar a desinfecção das baias e estábulos com
desinfetantes fenólicos ou hipoclorito de sódio 0,25%, impedindo que se transmita
essa dermatose aos animais sadios. Animais infectados não devem participar de
feiras, exposições e leilões devido ao caráter contagioso (PEREIRA et al., 2006). O
estudo das dermatofitoses é de grande importância na clínica de equinos, pois trata-
se de um enfermidade cutânea extremamente contagiosa, caracterizando um
problema de saúde pública quando transmitida ao homem. O diagnóstico consiste
na principal ferramenta de controle das dermatofitoses, e principalmente, o
isolamento e identificação do agente causador, de maneira a direcionar o tratamento
adequado para cada caso.
REFERÊNCIAS
AVANTE, M.L.; CAMPOS, C.P.; FERREIRA, M.M.G.; MARTINS, I.S.; ROSA, B.R.T.; SOUZA, G.D.P.; AVANZA, M.F.B. Dermatofitose em grandes animais. Revista Cientifica Eletrônica de Medicina Veterinária. Ano VII. n. 12, 2009.
FERREIRO, L. ROECHE. C. DORNELES. A. F. Isolamento de dermatófitos e fungos saprotróficos do pelame de gatos sem dermatoses na região metropolitana de Porto Alegre-RS, Brasil. Acta Scientiae Veterinariae, v. 42, n. 1, p. 1-8, 2014.
ISHIKAWA, M.M.; LUCAS, L.; LARSSON, C.E.; GAMBALE, W.; FERNANDES, W.R. Isolamento e identificação da microbiota fúngica e de dermatófitos da pele de equinos hígidos e daqueles afetados por dermatofitose. Brazilian Journal Veterinary Research and animal Science. v.33, n.3, p.170-175, 1996.
PEREIRA, S. D. OLIVEIRA, L. S. S. BUENO, A. et al. Surto de Trichophyton equinum var. equinum em equinos no sul do Brasil. Ciência Rural, v. 36, n. 6, 2006.
SANTOS, A. H. Saúde e produção de ruminantes e equídeos P-183 Dermatofitose por Microsporum gypseum em equino: relato de caso. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 12, n. 1, p. 77-77, 2014.
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ASPECTOS CLÍNICOS E DIAGNÓSTICOS DA POLIOENCEFALOMALÁCEA EM BOVINOS
Brenda Saick Petroneto - Discente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade
Multivix Castelo. Raiany Resende Moura, Natiele da Silva Gonçalves, Brunna Costa Marroquio -
Discente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Multivix Castelo. Elaine da Silva Soares - Mestranda no Departamento de Medicina Veterinária da
Universidade Federal de Viçosa (UFV) Janaína Geralda Vieira Lage - Discente do Curso de Medicina Veterinária –
Faculdade Vértice – UINIVÉRTIX Marcos Aurélio Dias Meireles - Doutorando em Ciência Animal pela Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), Docente de Clínica Médica de Grandes Animais da Faculdade Multivix Castelo.
Área de Conhecimento: Ciências Agrárias
PALAVRAS-CHAVE: bovinos; clínica; necrose; patologia
Polioencefalomalácia (PEM) é um termo descritivo que designa o diagnóstico
morfológico para necrose com amolecimento (malácia) da substância cinzenta
(pólio) do encéfalo (SANT’ANA et al., 2009). O aparecimento da doença está ligado
a distúrbios no metabolismo da tiamina sintetizada no rúmen, sendo uma das
principais causas a destruição das vitaminas pelas tiaminases presentes no rúmem
do animal, ou através de pouca ingestão de tiamina pelos bezerros que ainda são
considerados pré-ruminantes, além de outros fatores, como a ingestão de plantas
com atividades tiaminolíticas e a produção de enzimas que destroem a tiamina, e
devido a grande ingestão de concentrado por parte de animais mantidos em
confinamento (MENDES et al., 2007). Sant’Ana et al., (2009) ainda afirma que tal
doença não possui caráter infeccioso e afeta bovinos, caprinos, ovinos e bubalinos,
sendo também descrita em lhamas, de acordo com Himsworth (2008). O objetivo
desta revisão de literatura é abordar os aspectos clínicos e diagnósticos da
poliencefalomalácea em bovinos. De acordo com Lima et al., (2005) e Sant’Ana et
al., (2009) a etiologia da polioencefalomalácea está associada á fatores como a
deficiência de tiamina, intoxicação por enxofre, intoxicação por sal associada á
deficiência de água, intoxicação por chumbo, além de estar associada á
meningoencefalite por herpes vírus bovino (BoHV). Segundo Zappa e Cavalcanti
(2013) a tiamina constitui em composto relevante para diversas vias metabólicas e
sua deficiência irá culminar com alterações no metabolismo dos carboidratos. Os
autores também afirmam que a carência de tiamina interfere no metabolismo da
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glicose no sistema nervoso central, modificando a função dos sistemas enzimáticos
intracelulares dependentes de pirofosfato de tiamina. Contudo, segundo Sant’Ana et
al., (2010) a intoxicação por enxofre constitui uma forma isolada da doença,
ocorrendo surtos quando os animais são alimentados com excesso deste composto
na dieta. De acordo com Almeida (2013) o animal acometido apresenta meneios de
cabeça, cegueira cortical (ausência de reflexo de ameaça; rotação do eixo do olho;
estrabismo dorsomedial e nistagmo); bruxismo; ataxia progressiva dos membros
posteriores, convulsões tônicoclônicas, ausência de reflexo a estímulos de ameaças;
prensamento da cabeça contra objetos; incoordenação, tremores musculares e
movimentos de pedalagem com rigidez extensora. Clinicamente os animais afetados
se afastam do rebanho e muitos são encontrados em decúbito lateral ou esternal
(ZAPPA; CAVALCANTI, 2013). Sant’Ana et al., (2009) afirma em seus estudos que
vários bovinos apresentaram sinais nervosos causados por compressão do tronco
encefálico, nistagmo, ataxia, diminuição do tônus da língua e estrabismo e por
compressão do cerebelo, como opistótono. Foram observados quadros clínicos
agudos com duração de poucas horas até quadros subagudos com oito dias de
duração, no entanto, o curso clínico da maioria dos casos variou de dois a quatro
dias. Segundo Almeida (2013) um método importante de profilaxia consiste em
verificar os níveis de enxofre nas misturas minerais ou rações fornecidas aos
animais. O autor ainda completa que com o crescente número de animais em
confinamento há uma grande probabilidade para a ocorrência de novos casos de
acidose ruminal, PEM e enterotoxemia. De acordo com Lima et al., (2005)
frequentemente as misturas múltiplas recomendadas para pequenos ruminantes
contém 1,3% de flor de enxofre. Frente a este desafio torna-se de grande
importância a reavaliação das quantidades de enxofre (S) nos suplementos. O autor
ainda afirma que ao alimentar o gado com ureia torna-se necessário agregar 4 kg de
flor de enxofre ou 15 kg de sulfato de amônia para cada 100 kg de ureia. Neste caso
o S é necessário para manter uma relação de 15 partes de nitrogênio para cada
parte de S. Portanto, as misturas múltiplas com 10 kg de ureia para 100 kg de
mistura devem ser formuladas com 400 g de flor de enxofre ou 1,5 kg de sulfato de
amônia ou sulfato de cálcio. Segundo Sant’Ana et al.,. (2009) os meios de
diagnóstico para a polioencefalomalácea constituem na observação de sinais
clínicos, bases de dados epidemiológicos, achados de necropsia e exames
histopatológicos, além disso pode ser realizado visualização de fluorescência das
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áreas afetadas do encéfalo quando expostos á luz ultravioleta, bem como o
diagnóstico terapêutico com base em animais que se recuperaram com o tratamento
á base de tiamina e corticoides. Contudo, Cunha et al., (2010) afirma que a forma
mais adequada para o diagnóstico da PEM nos casos de intoxicação por enxofre é a
determinação do teor dessa substância na alimentação e na água, associada á
dosagem da concentração do sulfeto de hidrogênio ruminal. Cunha et al., (2011)
ainda ressalta a importância do diagnóstico diferencial para a raiva bovina, e outras
enfermidades neurológicas. Segundo Sant’Ana et al., (2009) os achados de
necropsia serão variáveis de acordo com a severidade e duração do quadro clínico.
O prognóstico referente à vida do animal com polioencefalomalácia é reservado,
sendo totalmente dependente de como está o comprometimento do sistema nervoso
central, e quando os sinais clínicos já estão em um estado mais severo, sendo
comum que ocorram sequelas de cegueira e comprometimento de nervos cranianos
(DELFIOL, 2012). A polioencefalomalácea consiste em uma doença não infecciosa,
porém acomete o sistema nervoso, provocando grandes danos á sanidade do
animal. O correto diagnóstico associado á observação clínica do quadro influencia
diretamente no tratamento, que deve ser realizado o mais precocemente possível.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA T.L.; BRUM K.B.; LEMOS R.A.A.; LEAL C.R.B.; BORGES F.A. Doenças de ovinos diagnosticadas no Laboratório de Anatomia Patológica Animal da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (1996-2010). Pesquisa Veterinária Brasileira V. 33, N.1 P.21-29, 2013.
CUNHA, P.H.J.; BANDARRA, P.M.; DIAS, M.M.; BORGES, A.S.; DRIEMEIER, D. Surto de polioencefalomalácea por ingestão excessiva de enxofre na dieta em bezerros no Rio Grande do Sul, 2010. Pesquisa Veterinária Brasileira 30(8):613-617, 2010.
DELFIOL, D. J. Z. Indução experimental de polioencefalomalacia em ovinos confinados ingerindo dieta com alto teor de enxofre. Botucatu, 2012. 100 p. Dissertação/Mestrado. Pós-Graduação em Medicina Veterinária - Universidade Estadual Paulista - UNESP, São Paulo.
HIMSWORTH, C.G. Polioencephalomalacia in a llama. Canadian Veterinary Journal. 49(6): 598–600, 2008. LIMA, E. F.; RIET-CORREA, F.; TABOSA, I.M.; DANTAS, A.F.M.; MEDEIROS, J.M.;SUCUPIRA JUNIOR, G. Polioencephalomalacia in goats and sheep in the semiarid region of northeastern Brazil. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 25, n. 1, p. 9-14, 2005.
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MENDES, L.C.N.; BORGES, A.S.; PEIRÓ, J.R.; FEITOSA, F.L.F.; ANHESINI, C.R. Estudo retrospectivo de 19 casos de poliencefalomalácea, em bovinos, responsivos ao tratamento com tiamina. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.59, n.1, p.239-241, 2007.
SANT’ANA DE, F. J. F.; RISSI, D.R.; LUCENA, R.B.; LEMOS, R.A.A.; NOGUEIRA, A.P.A.; BARROS, C.S.L. Polioencefalomalacia em bovinos: epidemiologia, sinais clínicos e distribuição das lesões no encéfalo. Pesquisa Veterinária Brasileira v. 29, n. 7, p. 487-497, 2009.
SANT’ANA DE, F. J. F.; BARROS, C. S. L. Polioencephalomalacia in ruminants in Brazil. Brazilian Jounal of Veterinary Pathology. v. 3, n. 1, p. 70-79, 2010.
ZAPPA, V.; CAVALCANTI, A.D. Polioencefalomalacia em ruminantes – revisão de literatura. Revista Científica de Medicina Veterinária. Ano. XI, n. 21, 2013.
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INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA ASSOCIADA À CARDIOMIOPATIA DILATADA EM CADELA: RELATO DE CASO
Brenda Saick Petroneto - Discente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade
Multivix Castelo. Elaine da Silva Soares - Mestranda no Departamento de Medicina Veterinária da
Universidade Federal de Viçosa (UFV) Raiany Resende Moura - Discente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade
Multivix Castelo. Natiele da Silva Gonçalves - Discente do Curso de Medicina Veterinária da
Faculdade Multivix Castelo. Thiago Oliveira de Almeida – Mestre em Medicina Veterinária pela Universidade
Federal de Viçosa (UFV), Docente de Clínica Médica de Cães e Gatos da Faculdade Multivix Castelo.
Brunna Costa Marroquio - Discente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Multivix Castelo.
Janaína Geralda Vieira Lage - Discente do Curso de Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UINIVÉRTIX
Área de Conhecimento: Ciências Agrárias
PALAVRAS-CHAVE: Insuficiência cardídaca, cachorro, cardiomiopatia INTRODUÇÃO A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) é uma síndrome clínica, causada em cães
principalmente por alterações miocárdicas ou valvares (PEREIRA et al., 2005).
Nazareth (2006) ainda afirma que a ICC decorre por uma incapacidade do coração
em ejetar sangue corretamente, por uma falha sistólica, diastólica ou ambas e por
enchimento ventricular inadequado, gerando resultados como débito cardíaco e
pressão arterial diminuída, mesmo em repouso. Esta sequência de eventos ativa os
mecanismos compensatórios como o sistema renina-angiotensina (SRA) e o sistema
nervoso simpático, que tentam restabelecê-la (PEREIRA et al., 2005). A ativação
crônica dos sistemas neuro-humorais contribui para o surgimento dos sinais clínicos
e da deterioração da função cardíaca. As alterações neuro-humorais na ICC incluem
o aumento do tônus nervoso simpático e a liberação da vasopressina, hormônio
antidiurético. Estes mecanismos são comuns a todos os tipos de insuficiência
cardíaca (SANTOS JÚNIOR et al., 2007). De acordo com Nazareth (2006) as causas
mais comuns de insuficiência cardíaca congestiva em cães são: endocardiose de
mitral, cardiomiopatia dilatada idiopática, dirofilariose, hipertensão pulmonar, efusão
pericárdica idiopática, arritmias, miocardite, pericardite, endocardite, dentre outras.
Contudo, a cardiomiopatia dilatada foi descrita em cães, primeiramente em 1970, por
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Ettinger, Bolton e Lord, como uma insuficiência cardíaca congestiva associada à
dilatação das câmaras cardíacas, sem qualquer outra anormalidade cardíaca clínica
(RODRIGUES, 2008). A partir deste conceito, a cardiomiopatia dilatada é
caracterizada por uma patologia miocárdica primária, que gera a dilatação das
câmeras cardíacas, presença de arritmias, queda da contratilidade e apresentando
sinais de insuficiência cardíaca congestiva. Isto ocorre devido a uma degeneração
com a substituição por tecido fibroso, e acarretando consequentemente, a perda da
capacidade de contração do coração (NAZARETH, 2006). Muzzi et al., (2000)
complementam dizendo que tal afecção possui característica crônica, progressiva e
insidiosa, ocorrendo normalmente em cães de grande porte ou gigantes, e na
maioria dos casos em machos. Porém, Rodrigues (2008) afirma que a raça Pinscher
pode ser bastante acometida, e que essa enfermidade pode aparecer em qualquer
idade, mas ocorrem, principalmente, entre os quatro e dez anos ou mais
especificamente, em cães com cinco a sete anos. O objetivo do presente trabalho é
relatar o caso de uma cadela da Raça Pinscher que apresentou insuficiência
cardíaca congestiva associada a cardiomiopatia dilatada.
RELATO DE CASO
Foi atendida no Hospital Veterinário da Faculdade Multivix Castelo, uma cadela da
Raça Pinscher, com 10 anos de idade, e 4 Kg de peso. O animal chegou ao serviço
veterinário para realização de consulta de rotina, desta forma, na anamnese foi
constatado que a cadela apresentava vacinação e vermifugação em dia, e que era
contactante com mais sete animais. A alimentação consistia em ração para a
espécie, e corriqueiramente o animal se alimentava de ração para felino, além de
outros petiscos. Ao exame físico do animal foi observado aumento de linfonodos
submandibulares, além de presença de sopro cardíaco á auscultação. Foi optado
pela realização de pressometria através da mensuração da artéria femoral do
membro posterior direito, com o auxílio do medidor de pressão oscilométrico,
descrito por Tebaldi (2011) que se mostrou dentro dos parâmetros normais para a
espécie canina. Adicionalmente, foram solicitados exames complementares como
hemograma e radiografia torácica, para avaliação cardíaca. Através dos achados
radiográficos ficou evidenciado que o animal apresentava insuficiência cardíaca
congestiva (ICC) associada a uma cardiomiopatia dilatada com leve estenose
traqueal. Adicionalmente, os valores apresentados no hemograma se mostraram
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normais para a espécie. Apesar do diagnóstico o proprietário relatou que o animal
não apresentava tosse e nem cansaço exuberante após atividades físicas intensas
como corridas. Foi instituído terapia medicamentosa para o tratamento da ICC,
através do uso de Enalapril 5 Mg (1/2 comprimido, SID, uso contínuo). Além de dieta
balanceada hipossódica.
DISCUSSÃO
De acordo com Rodrigues (2008) os sinais clínicos mais observados na
cardiomiopatia dilatada são: tosse, depressão, dispneia, intolerância a exercícios,
perda de peso, síncope e ascite. Sinais estes que não foram observados no animal
do presente estudo. Segundo Muzzi et al., (2000) a importância da cardiomiopatia
dilatada é salientada pela sua austeridade, que além dos efeitos danosos ao
organismo causados pela insuficiência cardíaca congestiva, gera uma elevada taxa
de mortalidade devido às arritmias, na qual se destaca a fibrilação atrial. Os autores
ainda destacam que outro fator relevante é a existência de cães assintomáticos que
não apresentam qualquer sinal de disfunção miocárdica, corroborando com os
dados apresentados neste estudo. Contudo, associado à ICC o animal pode
desenvolver baixo débito cardíaco (depressão, letargia, hipertensão) ou por
congestão (ascite, efusão pleural, edema pulmonar) (PEREIRA et al., 2005), o que
não foi observado no quadro apresentado pelo cão do presente estudo,
demonstrando que essa cardiomiopatia pode apresentar particularidades quanto ao
indivíduo acometido.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O tratamento realizado com bloqueio farmacológico dos hormônios e suas vias
metabólicas responsáveis pela ICC prolongam a sobrevida dos pacientes. Desta
maneira, o Enalapril mostra-se bastante eficaz no tratamento desta patologia, pois
atua na enzima inibidora da angiotensina (ECA).
REFERÊNCIAS
MUZZI, R.A.L.; MUZZI, L.A.L.; PENA, J.L.B.; NOGUEIRA, R.B. Cardiomiopatia dilatada em cão – relato de caso. Ciência Rural, Santa Maria, v. 30, n. 2, p. 355-358, 2000.
NAZARETH, L.A.M. Insuficiência cardíaca congestiva em cães. Goiânia, 2006. 75 p. Monografia/Conclusão de Curso. Especialização latu sensu em Clínica Médica e Cirúrgica em Pequenos Animais – Universidade Castelo Branco, 2006.
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PEREIRA, P.M. CAMACHO, A.A. MORAES, H.A. Tratamento de insuficiência cardíaca com benazepril em cães com cardiomiopatia dilatada e endocardiose. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.57, supl. 2, p.141-148, 2005.
RODRIGUES, M.F.G. Cardiomiopatia dilata em cães – revisão. Rio de Janeiro, 2008. Monografia/ Conclusão de Curso. Especialização latu sensu em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais – Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro, 2008.
SANTOS JÚNIOR, E.R.; MELO, A.N.; WISCHRAL, A. Fisiopatologia da insuficiência cardíaca e o uso do maleato de enalapril em cães. Ciência Veterinária nos Trópicos, v. 10, n. 1, p. 1 – 8, 2007.
TEBALDI, M. Pressão arterial em cães: uma revisão. Botucatu, 2011. Monografia/Graduação em Medicina Veterinária – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Júlio de Mesquita Filho, São Paulo, 2011.
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CARCINOMA INFLAMATÓRIO MAMÁRIO EM CÃES – REVISÃO DA LITERATURA
Brunna Costa Marroquio – Graduanda em Medicina Veterinaria – Faculdade
Multivix Castelo. Elaine da Silva Soares - Mestranda no Departamento de Medicina Veterinária da
Universidade Federal de Viçosa- UFV. Janaína Vieira Lage- Graduanda em Medicina Veterinária- Faculdade Vértice-
UNIVÉRTIX. Brenda Saick Petroneto, Raiany Resende Moura, Natiele da Silva
Gonçalves- Graduandas em Medicina Veterinária- Faculdade Multivix Castelo. Thiago Oliveira de Almeida- Mestre Clínica Médica de Cães e Gatos- Professor
Clínica Médica de Cães e Gatos da Faculdade Multivix Castelo.
ÁREA DE CONHECIMENTO: Ciências Agrárias PALAVRAS-CHAVE: Cães; Câncer; Mama.
As neoplasias de cães e gatos são modelos apropriados, e validos, ao estudo da
biologia do câncer, assim como para testar agentes terapêuticos, já que na maioria
dos animais de estimação têm tumores com apresentação histopatológica e
comportamento biológico parecidos com os que acomete ao homem. Devido ao
grande índice de tumores de mama em cadelas, seu estudo vem crescendo em
relação à outra afecção (ZUCCARI et al., 2001). O carcinoma inflamatório mamário
(CIM) é um tipo raro de tumor altamente agressivo que afeta mulheres e cadelas,
caracterizado por doença progressiva e com uma grande taxa de mortalidade. Os
cães afetados por CIM apresentam as glândulas mamárias difusamente
edemaciadas com pouca demarcação entre os tecidos tornando a região firme, sob
forma de placas, quente e dolorosa à palpação com possível espessamento de pele
e secreção sero-sanguinolenta. Sua etiologia ainda é desconhecida embora alguns
autores mencionam os fatores genéticos, nutricionais e ambientais, também
podendo estar correlacionada aos hormônios esteróides femininos (GOMES et al.,
2006). O objetivo desse trabalho foi realizar pesquisas bibliográficas sobre
carcinoma inflamatório mamário canino, levantando dados sobre as raças mais pré-
dispostas a desenvolverem o carcinoma, os fatores que a influenciam, o diagnóstico
e o tratamento. Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados
artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de
Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema. Tendo como base
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os estudos anteriores, podemos observar que o CIM é um carcinoma anaplásico
com causa desconhecida gerando a cogitação de vários fatores, que engloba a
nutrição do animal, fatores ambientais e hormonais. Os caninos são a única espécie
animal que desenvolve o carcinoma inflamatório espontaneamente, seus sinais
clínicos podem ser confundidos com mastite, abcesso mamária ou dermatite
(GOMES et al., 2006). Apresenta como sinais clínicos glândulas mamárias
difusamente edemaciadas com pouca demarcação entre os tecidos, tornando a
região firme, sob forma de placas, quente e dolorosa à palpação e com possível
espessamento de pele e secreção sero-sanguinolenta, também apresentando como
sintomas anorexia, fraqueza generalizada, perda de peso, edema de membros e
claudicação. O diagnóstico nesse caso pode ser feito através de anamnese e
história clínica (rápido e difuso crescimento tumoral mamário) sinais clínicos, biopsia
incisional e também através de exames complementares (radiografia,
ultrassonografia, coagulo grama, citologia) (QUEIROGA et al., 2002). O tratamento
cirúrgico em cães com CIM não é indicado, pois se trata de um tumor extremamente
invasivo, promovendo rápida disseminação. Quando realizada a exérese tumoral, as
recidivas tendem a aparecer em poucas semanas ou meses. Sendo assim esses
animais podem desenvolver síndromes paraneoplásicas, sendo a mais comum a
coagulação intravascular disseminada manifestada por hemorragia excessiva
durante a cirurgia. Animais com CIM submetidos à mastectomia podem apresentar
complicações pós-cirúrgicas como eritema, ulceração de pele, intensa reação
inflamatória, deiscência de pontos e incompleta cicatrização após a cirurgia.
Quimioterapia (geralmente não utilizada), tratamento paliativo como uso de
antibiótico, anti-inflamatório, fitoterapia (SILVA et al., 2011). Assim, tendo como
características clínicas e histopatológicas como crescimento rápido, envolvimento
difuso, eritema, calor e dor nas mamas, edema nos membros posteriores, extensas
infiltrações de células inflamatória, células epiteliais malignas nos linfonodos
regionais apresentando um péssimo prognóstico (GOMES et al., 2006). O CIM é
uma neoplasia de difícil diagnóstico devido aos seus sintomas serem parecidos com
outras doenças, como por exemplo, a dermatite que é mais comum, e também por
ser pouco conhecido o que pode dificultar ainda mais seu diagnóstico. É de grande
importância o diagnóstico precoce nesse caso, com o uso de recursos, clinico e/ou
cirúrgico em casos mais avançados, por ser uma doença com péssimo prognóstico
quanto mais rápido for detectada, maior será a chance de sobre vida do animal.
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REFERÊNCIAS QUEIROGA F., LOPES C. Tumores Mamários Caninos – Novas Perspectivas. Congresso de Ciências Veterinárias [Proceedings of the Veterinary Sciences Congress, 2002], SPCV, Oeiras, 10-12 Out., pp. 183-190. GOMES C., VOLL J., FERREIRA K. C. et al. Carcinoma Inflamatório Mamário Canino. Acta Scientiae Veterinariae. 171 – 174. 2006. SÁ S. S., REPETTI C. S. Carcinoma Inflamatório Mamário Canino – Revisão de Literatura. Acta Veterinaria Brasilica, v.5, n.1, p.8-14, 2011. SILVA D. M., LOZZO E. J., OLIVEIRA C. C., BUCHI D. F., GUÉRIOS S. D. Calcarea carbônica Derivate Complex (M8) as Adjuvant Treatment of Inflamatory Mammary Carcinoma in Dog. Int J High Dilution Res 2011; 10(36):268-270 Proceedings of the XXV GIRI Symposium and VIII CBFH; 2011 Sep 04-07; Foz do Iguaçu (Brazil) .
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ESTUDO DA CADEIA PRODUTIVA DA SILAGEM DE MILHO E SORGO DE UMA PROPRIEDADE RURAL DE RIO CASCA - MG
Francisco Ramos Coutinho Costa, Graduando em Agronomia – Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected]
Irlane Bastos Costa, Doutora em Genética e Melhoramento de Plantas. Coordenadora do Curso de Agronomia – Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: silagem; milho; sorgo; Cadeia produtiva; Propriedades Rurais;
Rio Casca.
INTRODUÇÃO
Sabe-se que o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho (Zeamays), e
totalizará na safra 2015/2016 cerca de 88,5 milhões de toneladas do grão (MAPA,
2016). A primeira ideia é o cultivo do milho para atender ao consumo na mesa dos
brasileiros, mas essa é a parte menor da produção. O principal destino da safra são
as indústrias de rações para animais. Com uma área agrícola de 60 milhões de
hectares, ocupando 7% do total de terras, estimado em 851 milhões de hectares,
aproximadamente 5,5 milhões de imóveis rurais e uma produção ao redor de 190
milhões de toneladas, o Brasil é um país de grande importância dentro do cenário
agrícola mundial (MAPA, 2016). Já o sorgo (Sorghum bicolor L. Moench), é o quinto
cereal mais importante no mundo, sendo precedido pelo trigo, arroz, milho e cevada.
É utilizado como principal fonte de alimento em grande parte dos países da África,
Sul da Ásia e América Central e importante componente da alimentação animal nos
Estados Unidos, Austrália e América do Sul. Os grãos, também, podem ser
utilizados na produção de farinha para panificação, amido industrial, álcool e sua
palhada é utilizada como forragem ou cobertura de solo (EMBRAPA, 2008). A cada
ano que passa, o uso da silagem vem sendo mais utilizado pelos produtores do
Brasil inteiro. Daí vem a importância do estudo. Produzir alimento para o rebanho
com dietas mais baratas, custo menor de arroba produzida, aumentando o valor de
venda do boi gordo ou aumentando a produção de leite. Portanto, buscar silagens
de milho e sorgo de alta qualidade é uma questão de sobrevivência na atividade,
sendo sim a silagem responsável pelo maior lucro nas propriedades. Para que a
produção de silagem de alta qualidade impacte em melhores resultados para
produtores de carne e leite, é necessário seguir algumas recomendações, e é isso
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que o projeto irá mostrar. Diante disso, a pesquisa parte da seguinte questão: quais
as vantagens da produção e comércio da silagem de milho e sorgo em uma
propriedade rural de Rio Casca – MG?
METODOLOGIA
A metodologia usada na pesquisa é de caráter quantitativa. O projeto será
desenvolvido em uma propriedade rural do município mineiro de Rio Casca,
localizado a 195km da capital Belo Horizonte. Serão produzidas as silagens de milho
e também de sorgo.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A pesquisa já passou da fase de desenvolvimento e coleta de dados sobre a
produção. A partir daí, o próximo passo foi o acompanhamento da ensilagem dos
grãos de milho e sorgo já processados, e a partir disso foi feita a coleta de amostras
para envio a um laboratório para realização de uma análise bromatológica que é o
tema da pesquisa. As amostras já foram enviadas, e a etapa seguinte será o estudo
de tal análise para que se possa fazer uma comparação dos dados obtidos com
relação aos dados padrões de bromatologia da silagem de milho e sorgo, de acordo
com literatura específica (NUSSIO, 1991 Após esse estudo, poderá ter a ideia se o
ponto de corte do milho e do sorgo está dentro do permitido ou não.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Espera-se que a composição química das silagens observadas e avaliadas se
encontrem dentro dos limites estabelecidos para classificação de silagem de boa
qualidade, assim, o produtor saberá se é vantajoso a produção e comercialização
das silagens de milho e sorgo.
REFERÊNCIAS
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, 2008. Disponível em: http://www.cnpms.embrapa.br/publicacoes/sorgo_8_ed/index.htm. Acesso em fevereiro, 2016. MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2014. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/vegetal/culturas/milho. Acesso em fevereiro, 2016.
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MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2014. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/vegetal/culturas/sorgo. Acesso em fevereiro, 2016. NUSSIO, L. G. Cultura de milho e sorgo para produção de silagem de alto valor alimentício. In: SIMPÓSIO SOBRE NUTRIÇÃO DE BOVINOS, 4., 1991, Piracicaba. Anais... Piracicaba: Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz, 1991. 302p.
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“SHUNT”- DESVIO PORTOSSISTÊMICO EM CÃES E GATOS- UMA REVISÃO DE LITERATURA
Elaine da Silva Soares – Mestranda no Departamento de Medicina Veterinária da
Universidade Federal de Viçosa- UFV. Janaína Vieira Lage- Graduanda em Medicina Veterinária- Faculdade Vértice-
UNIVÉRTIX. Brenda Saick Petroneto, Raiany Resende Moura, Brunna Costa Marroquio, Natiele da Silva Gonçalves - Graduandas em Medicina Veterinária- Faculdade
Multivix Castelo. Thiago Oliveira de Almeida- Mestre Clínica Médica de Cães e Gatos- Professor
Clínica Médica de Cães e Gatos da Faculdade Multivix Castelo.
PALAVRAS-CHAVE: Cães; Desvio; Fígado; Gatos. O shunt portossistêmico (PSS) são comunicações vasculares únicas ou múltiplas
entre a circulação sistêmica e a circulação portal, que permite que o sangue portal
chegue ao sistema circulatório sem antes passar pela metabolização hepática. É a
anomalia mais comum do sistema hepatobiliar e a causa mais freqüente de
encefalopatia hepática em cães e gatos (ETTINGER & FELDMAN, 2005). A base
genética ainda é desconhecida, mas, acomete mais as raças puras do que as
mestiças nos cães. Já nos gatos embora também acometa Persas e Himalaios, não
há predisposição para raça. A idade é a pista diagnóstica, porque muitos animais
apresentam sinais por volta de seis meses de idade (BICHARD & SCHERDING,
2003). O objetivo do presente trabalho foi realizar um levantamento bibliográfico
sobre o desvio portossistêmico na medicina veterinária de animais de pequeno
porte, enfatizando as causas, predisposição genética, sinais clínicos, diagnóstico e
tratamento da doença. Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram
utilizados artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes,
Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema.
Observando os trabalhos encontrados sobre o tema em estudo, podemos detectar
que o PSS é uma anomalia circulatória hepática mais comum em cães. Esta
patologia é uma conexão anormal entre a circulação portal e sistêmica que desvia o
fluxo sanguíneo do fígado em variados graus. Portanto, o sangue proveniente dos
órgãos abdominais que deveria ser drenado pela veia porta em direção ao fígado,
sofre um desvio e flui parcialmente para outra veia de grande importância sistêmica
(veia cava caudal, veia ázigos ou outros vasos sistêmicos), entrando na circulação
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sistêmica. Deste modo, as substâncias tóxicas absorvidas pelos intestinos e as
substâncias hepatotróficas importantes oriundas do pâncreas e dos intestinos são
enviadas diretamente para essa circulação, sem passar pelo fígado. Esse
decréscimo do fluxo sanguíneo (no qual estão presentes as substâncias
hepatotróficas) irá resultar em atrofia e subsequente disfunção do fígado, diminuindo
cada vez mais o metabolismo hepático das toxinas intestinais que se acumulam no
sangue (DEWEY, 2006; FOSSUM, 2002). Os PSS podem ser adquiridos (ocorre
como uma compensação orgânica) ou congênitos (desenvolve-se na fase
embrionária) e também podem ser classificados como intra- hepático, localizado
dentro do fígado, ou extra-hepático, localizado fora do parênquima hepático. PSS
intra - hepáticos são geralmente encontrados nos cães de raças de grande porte e
gigantes, enquanto que os extra - hepáticos são comuns em raças de pequeno porte
(HUNT et al., 2000; FOSSUM, 2002). Os principais sinais clínicos são freqüência
cardíaca baixa, perda de peso, febre e intolerância a anestésicos ou tranqüilizantes.
A disfunção neurológica ocorre na grande maioria dos animais e inclui letargia,
depressão, ataxia. Nos acometimentos mais graves encontram-se ainda alterações
no sistema nervoso central, gastro-intestinal e urinário. Quando há afecção cerebral
difusa ocorre simultaneamente debilidade episódica, como ataxia, andar em círculos,
alterações comportamentais, cegueira, convulsões e coma (ETTINGER &
FELDMAN, 2005). Sinais gastrointestinais incluem vômitos, diarréia, anorexia e
ptialismo, sendo o ptialismo o sinal mais comum em gatos. Os sintomas
relacionados com o trato urinário incluem poliúria, estrangúria, hematúria, disúria,
obstrução uretral e formação de cristais de urato de amônia na urina. Os animais
podem ter ainda polidipsia e poliúria (TILLEY & SMITH, 2003; FOSSUM, 2002). De
acordo com Bichard & Scherding (2003), o diagnóstico definitivo deve ser baseado
através da somatória quando possível e necessário do exame físico, laboratorial,
radiografia contrastada, cintilografia porto-retal, ultra-sonografia e/ou laparotomia
exploratória e o teste de intolerância a amônia. Devem ser realizadas radiografias
abdominais exploratórias para avaliar a possibilidade de microhepatia, presença de
cálculos urinários ou para investigar outras causas de sinais gastrointestinais. A
ultrassonografia e a cintilografia fornecem informações sobre a presença, a
localização e o tipo de PSS (KELLY & MCALLISTER, 1997). O tratamento clínico se
baseia no uso de antibióticos, lactulose e uma dieta com baixo teor de proteína,
além de, melhorar a desidratação, a excreção de amônia e outros produtos tóxicos
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(ETTINGER & FELDMAN, 2005) e fluidoterapia para correção da desidratação,
desequilíbrios eletrolíticos, ácidos básicos e a manutenção da glicose sanguínea
(PEREIRA et al., 2008). O tratamento definitivo é o cirúrgico e tem como objetivo a
ligação total ou parcial do vaso anômalo (MURPHY, 2001). Segundo Tobias (2007),
o prognóstico para os animais submetidos à ligação cirúrgica é bom. Em gatos, a
ligação de PSS está associada a um prognóstico ruim (BROOME et al., 2004).
Shunt portossistêmico é uma afecção na qual está presente um conjunto complexo
de sinais e sintomas não patognomônicos, o que pode dificultar o seu diagnóstico.
Dentre as considerações mais importantes sobre o manejo desta condição estão o
uso de recursos, clínico e/ou cirúrgico para atenuar ou prevenir a encefalopatia
hepática, já que esta complicação é a que gera maiores riscos para a saúde de um
paciente portador da doença.
REFERÊNCIAS BICHARD, S. J.; SCHERDING, R. G. Manual Saunders Clínica de Pequenos Animais, 2. ed., São Paulo: Roca, 2003, p. 871-894. BROOME, C. J. et al. Congenital portosystemic shunts in dogs and cats. New Zealand Veterinary Journal, v.52, n.4, p.154-162, 2004. DEWEY, C. W. Encefalopatias Distúrbios Cerebrais. In: Neurologia de Cães e Gatos: Guia prático, São Paulo: Roca, 2006, p. 59 – 99. ETTINGER, S. J.; FELDMAN, A. Tratado de Medicina Interna Veterinária, 4. ed., São Paulo: Manole, 2005, v. 2, pág. 1857-1868. FOSSUM, T. W. Surgery of the liver. In: Small Animal Surgery, St. Louis: Mosby, 2002. p. 375-376. HUNT, G. B. et al. Congenital Portosystemic Shunt in: Toy and Miniature Poodles. Aust Vet J, v.78, n.8, p.530-532, 2000. KEALLY, J. & McALLISTER, H. Radiologia e Ultra-Sonografia do Cão e do Gato, 3. ed., São Paulo: Roca, 1997, p. 31-33. MURPHY, S. T. A Comparison of the Ameroid Constrictor Versus Ligation in the Surgical Management of Single Extrahepatic Portosystemic Shunts. Journal of the American animal hospital association, 2001, v. 37, p. 390-396. PEREIRA, C. T.; MARQUES, F. L.; KEBAUY, A.; JULY, J. R.; MARTIN, B. W. Shunt portossistêmico: Considerações Sobre Diagnóstico e Tratamento. Clínica Veterinária, n.72, p.28-34, 2008. TILLEY L. P., SMITH F. W. K. Encefalopatia Hepática. In: Consulta veterinária em 5 minutos. Espécies canina e felina. 2 ed. São Paulo: Manole, 2003.
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TOBIAS K. M. Desvios Portossistêmicos e Outras Anomalias Vasculares Hepáticas. In: SLATTER D. Manual de cirurgia de pequenos animais. V.1, 3 ed. Barueri, SP: Manole, 2007, p. 727-751.
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PROPTOSE OCULAR: RELATO DE CASO
Natiele da Silva Gonçalves, Raiany Resende Moura, Brenda Saick Petroneto, Brunna Costa Marroquio- Graduandas em Medicina Veterinária- Faculdade
MULTIVIX CASTELO. Elaine da Silva Soares – Mestranda no Departamento de Medicina Veterinária da
Universidade Federal de Viçosa- UFV. Janaína Geralda Vieira Lage- Graduanda em Medicina Veterinária- Faculdade
Vértice- UNIVÉRTIX. Thiago Oliveira de Almeida- Mestre Clínica Médica de Cães e Gatos- Professor
Clínica Médica de Cães e Gatos da Faculdade MULTIVIX CASTELO.
PALAVRAS-CHAVE: Cão; Globo Ocular; Cantotomia. INTRODUÇÃO
A proptose ocular é o deslocamento súbito do bulbo ocular para fora de sua orbita,
sendo o maior sinal clinico das doenças orbitárias. Na literatura veterinária, a
proptose tem sido mais comumente relatada em cães domésticos. Sua etiologia
inclui traumas, doenças sistêmicas, corpos estranhos, neoplasias (BAPTISTA,
2003). Segundo o estudo de Brandão et al., (2005), a etiologia da proptose nos
cães, 42% dos casos estavam relacionados a brigas, enquanto que os animais
atropelados e os de causa não estabelecida somaram 29% cada grupo. Segundo
Gelatt (2003), 50% dos cães afetados são braquicefálicos, podendo ocorrer a
proptose ocular após traumas leves devido a características anatômicas. Nos
animais de raças dolicocefálicas, a ocorrência de proptose se dá por traumas
severos ou por neoplasias. As proptoses requerem assistência emergencial, por
proporcionar oclusão das veias vorticosas e ciliares pelas pálpebras, resultando em
estase venosa e glaucoma congestivo, além de promover necrose corneana,
ceratites por exposição, irites, coriorretinites, descolamento da retina, luxação do
cristalino, avulsão óptica e, na maioria das vezes, estrabismo (SLATTER, 1990),
hifema, quemose, hiperemia, perda da visão, lagoftalmia, déficit sensitivo da córnea,
ceratoconjuntivite seca, ceratites por exposição, glaucoma e phthisis bulbi (GELATT,
2003). A reintrodução do bulbo ocular é procedimento obrigatório nas proptoses,
exceto nos casos associados à extrusão ou destruição de suas estruturas internas
(BISTNER, 1998 citado por BRANDÃO et al., 2005), bem como naqueles com
ruptura da maioria dos músculos extra-oculares, presença de tecido necrótico ou
altamente infectado, pupila dilatada ou outras complicações irreversíveis; para estes,
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o tratamento de escolha é a enucleação, porém em alguns casos, há a possibilidade
de manutenção do bulbo ocular com propósitos estéticos (GELATT, 2003). Objetiva-
se com esse trabalho mostrar que quando as técnicas cirúrgicas para correção da
proptose ocular são feitas como caso emergencial, a recuperação se torna rápida e
eficiente.
RELATO DE CASO
Um cão macho, 4 anos de idade, raça Pinscher, pesando 2 kg, foi atendido no
Hosvet da Faculdade Multivix. Na anamnese o proprietário relatou que o animal se
envolveu em uma briga com outro cão durante a madrugada e machucou o olho,
cerca de 6 horas antes da consulta. Durante o exame físico, o animal estava
ofegante, apresentava temperatura de 36,6⁰C, frequência cardíaca de 130 bpm,
tempo de preenchimento capilar menor que 2, mucosas normocoradas e
desidratação menor que 5%. Ao exame físico específico do olho, pôde se observar
protusão ocular direita, sendo que o globo ocular estava edemaciado, ausência de
reflexo ocular, mas sem avulsão da musculatura adjascente. O diagnóstico foi
proptose ocular, sendo feito o reposicionamento do mesmo, para o qual usou-se 0,4
ml de clorpromazina intramuscular como medicamento pré anestésico, fez-se a
indução anestésica com 1,2 ml de propofol e a manutenção com o isoflurano. Após o
reposicionamento do globo ocular direito, foram estilados no mesmo lidocaína e
manitol a 20% para alívio local. Também, foi administrado morfina 0,2 ml via
subcutânea, e indicado o uso de compressa de gelo no local. Para a realização da
técnica da cantotomia, foi necessário a tricotomia do local, e depois com o auxílio da
tesoura de Mayo reta, foi feito uma incisão no canto lateral. Após o procedimento
oftálmico, a incisão foi suturada em dois planos, a primeira camada de pontos,
promovendo a aposição da conjuntiva subjacente à incisão. A segunda camada de
pontos promovendo assim, a oclusão da pele (SLATTER, 1995; GELATT, 1999;
AUER, 2006). Após a cantotomia, para a melhor recuperação do globo ocular, foi
realizada a técnica do flap de 3° pálpebra, essa técnica é simples e quando bem
feita, não causa desconforto para o animal.
DISCUSSÃO
Há dois métodos para a realização do flap de 3° pálpebra, no primeiro caso, a
terceira pálpebra é ligada à pálpebra superior. Para a sutura é indicado o fio de
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nylon 2-0, a mesma é realizada na direção do movimento da membrana,
promovendo assim a tensão. Para distribuir a pressão da sutura é indicado o uso de
um tubo de equipo esterilizado. A sutura é feita a 2 mm do fim da membrana
geralmente na linha de pigmentação, e essa, deve ser retirada após 1 ou 2 semanas
(SLATTER, 1995; GELATT, 1999; AUER, 2006). No segundo caso, a terceira
pálpebra é fixada na conjuntiva superior, seguindo a direção do movimento da
terceira pálpebra, a sutura é feita a 2 mm da membrana e a 7 mm da íris na
conjuntiva, sendo que para a sua fixação são feitos dois pontos ao final. Para que
não ocorra irritação, o fio de sutura não pode tocar a córnea (SLATTER, 1995;
GELATT, 1998). Para o pós cirúrgico foi preescrito para uso oftálmico colírio
Biamotil- D, 2 gotas, a cada 4 horas, durante 5 dias. Além de enrofloxacino (5mg/kg)
e meloxicam (0,1mg/kg). No retorno do animal, foi indicado o uso de epitezan
pomada, a cada 4 horas. Também, foi realizado o teste de fluoresceína, que não
constatou úlceras de córnea. No entanto, a visão do animal não foi recuperada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Cirurgias simples, mais executadas por profissionais capacitados e experientes,
muitas vezes, garantem ótimos resultados para os pacientes que chegam nas
clinicas e hospitais veterinários com proptose ocular. Técnicas cirúrgicas como a
cantotomia e o flap de 3° pálpebra, além de reposicionarem o globo ocular,
garantem uma rápida e eficiente recuperação, isso, quando executados como caso
emergencial.
REFERÊNCIAS AUER, J. A., STICK, J. A. Equine surgery. 3ª ed. Missouri: Saunders. 2006. 1390 pg. BAPTISTA, A. C. et al.Proptose ocular como manifestação clinica de tumores malignos extra-orbitrários: Estudo pela tomografia computadorizada. Radiologia Brasileira, 36: 81-88; 2003. Bistner S. I. Emergências e traumatismos oculares. In: Slatter D (1998). Manual de Cirurgia de Pequenos Animais. 2 ed. São Paulo: Ed. Manole, 1522-1539. BRANDÃO, C. V. S. et al., (2005). Proptose em cães e gatos: Análise retrospectiva de 64 Casos. Archives of Veterinary Science, 10: 83-87.
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GELATT, K. N., Veterinary ophthalmology, 3ª ed. Maryland: Lippincoott Williams e Wilkins, 1999. SLATTER, D., Cirurgia de pequenos animais, manual de, 2ª ed. Pennsylvania: Saunders,1995. PESSOA, L. M. B.; NORBERTO, G. O.; Proptose ocular em olho de ema (Rhea americana) mantida em cativeiro. Revista online Veterinária e Zootecnia, v.23, n.2, 2016. Disponível em: http://www.fmvz.unesp.br/rvz/index.php/rvz/article/view/971
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CINOMOSE CANINA- REVISÃO DE LITERATURA
Elaine da Silva Soares- Mestranda no Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Viçosa- UFV.
Janaína Vieira Lage- Graduanda em Medicina Veterinária- Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX.
Brenda SaickPetroneto, Raiany Resende Moura, Brunna Costa Marroquio, Natiele da Silva Gonçalves- Graduandas em Medicina Veterinária- Faculdade
MULTIVIX CASTELO. Thiago Oliveira de Almeida- Mestre Clínica Médica de Cães e Gatos- Professor
Clínica Médica de Cães e Gatos da Faculdade MULTIVIX CASTELO. [email protected]
PALAVRAS- CHAVE: Cães; Cinomose; Vírus. A cinomose é uma doença viral de grande freqüência em clinicas veterinárias em
todo o mundo. Mesmo com uso de estratégias vacinais, ela ainda é uma doença
importante na população canina, apresentando a maior taxa de mortalidade depois
da raiva (SUMMERS & APPEL, 1994). O vírus da cinomose na maioria das vezes
provoca o processo de desmielinização, que é destruição da bainha de mielina se
relacionando a todas as terminações nervosas. A contaminação do vírus da
cinomose pode acontecer pelo contato do ar, pois o vírus é eliminado pelos animais
infectados através das excreções e secreção do corpo, sendo assim, a maior taxa
de contaminação se dão onde os animais são mantidos em grupos. O objetivo do
presente estudos é discutir e relatar aspectos clínicos,patológicos e terapêuticos
relacionados a doença.A metodologia utilizada no presente estudo foi de pesquisa
bibliográfica, afirmando temas discutidos e pesquisados, relacionados a artigos,
livros e conteúdos relacionados à Medicina Veterinária.A cinomose canina é uma
doença viral e seu vírus é classificado comovírus envelopado, com genoma RNA fita
simples e polaridade negativa, classificado na família Paramyxoviridae, gênero
Morbillivirus é o agente etiológico da cinomose, considerada uma das principais
infecções e um dos importantes patógenos de cães domésticos e outros carnívoros
(McCANDLISH apud OLIVEIRA; ANTONIO & ZAPPA, 2009). Após exposição
aerógena, o vírus replica-se nos tecidos linfóide, nervoso e células epiteliais dos
tratos respiratório, gastrintestinal e geniturinário, sendo eliminado nos exsudatos
respiratórios e conjuntivais, nas fezes e na urina por até 60-90 dias após infecção
natural (ANDRADE, 2005). Se a resposta imune for rápida e efetiva, ocorre
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recuperação completa e eliminação do vírus, com sinais clínicos ausentes ou
suaves, por volta do 14° dia. Porém, se a resposta imune falhar em se desenvolver,
o resultado é a disseminação rápida e abrangente do vírus, resultando em sinais
multissistêmicos e taxa de mortalidade alta, por volta de 2 a 3 semanas após a
infecção. Os animais acometidos pela cinomose canina expelem o agente nas
excreções corporais, como urina, fezes, saliva, placenta e secreção respiratória,
podendo ou não apresentar sinais clínicos, tornando-se importantes na cadeia
epidemiológica da doença como fonte de contaminação para animais saudáveis
(MARTINS; LOPES & FRANÇA, 2009). Os sinais sistêmicos podem incluir diarréia,
febre, êmese, hiporexia, anorexia, tenesmo, secreção nasal, tosse, dispnéia, apatia
e ceratoconjuntivite seca (GREENE&APPEL citado por MARTINS; LOPES &
FRANÇA, 2009).Os sinais neurológicos podem aparecer simultaneamente com os
sinais sistêmicos, podem surgir entre uma a três semanas após a recuperação da
doença sistêmica ou podem se desenvolver na ausência de quaisquer outros sinais.
Os sinais neurológicos incluem apatia, alterações no comportamento, convulsão,
sinais cerebelares (ataxia da cabeça e do tronco, tremores de intenção e
hipermetria), sinais vestibulares (inclinação da cabeça, quedas, andar em círculos e
nistagmo), déficits visuais, paraplegia, tetraplegia, atrofia muscular, hiperestesia,
mioclonia e coma (SILVA, 2009).A vacina contra a cinomose canina ainda é o
melhor método para redução do risco de aparecimento da enfermidade. Quase
metade dos cães recém-nascidos e/ou inadequadamente vacinados morre ao entrar
em contato com o vírus pela primeira vez e desta forma, não apresentarem títulos
adequados de anticorpos neutralizantes contra o agente (APPEL, 1969).O
diagnóstico clínico, realizado com base no exame físico, anamnese e exames
complementares, às vezes, é inconclusivo (AMUDEet al., citado por MARTINS;
LOPES & FRANÇA, 2009). Dentre os testes para se pesquisar a enfermidade é
possível citar o histopatológico, a soroneutralização, a imunoistoquímica, a reação
em cadeia de polimerase da transcriptase reversa, o ELISA, a imunofluorescência e
o isolamento viral a partir de cultura celular (MARTINS; LOPES & FRANÇA,
2009).Outro método passível de ser utilizado é a pesquisa de corpúsculos de Lentz,
presentes em células como hemácias e leucócitos, observadas no esfregaço
sanguíneo durante a realização do hemograma. Por ser encontrada na fase de
viremia da cinomose, apesar da baixa freqüência, esta inclusão é considerada uma
ferramenta de diagnóstico precoce (MARTINS; LOPES & FRANÇA, 2009).O
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tratamento da cinomose é inespecífico e de suporte e normalmente se destina a
limitar a invasão bacteriana secundária, sustentar o equilíbrio hídrico e o bem-estar
global do animal, controlando as manifestações nervosas (ALEXANDER; LAPPIN &
TAYLOR apud ANDRADE, 2005).O tratamento da meningoencefalite aguda pelo
vírus da cinomose é de suporte inespecífico e na maioria das vezes não compensa.
Anticonvulsivantes são administrados quando necessário, e glicocorticóide pode ser
benéfica em alguns casos de cães com doenças do SNC oriunda de infecção
crônica pelo vírus da cinomose, mas contra indicado em cães com agudamente
infectados (NELSON & COUTO, 2001).Antibióticos de amplo espectro estão
indicados no controle das infecções bacterianas secundárias; e líquidos, eletrólitos,
vitaminas do complexo B e complementos nutricionais estão indicados para a terapia
auxiliar (SWANGO & QUESNEL citado por ANDRADE, 2005).A administração de
vacina com vírus vivo modificado por via intravenosa foi tida como tendo valor
terapêutico reduzindo a severidade da doença. Porém, não possui efeito uma vez
que os sinais clínicos tenham começado. Concluímos que a cinomose é uma doença
de difícil cuidado, sendo seu tratamento de suporte ou sistêmico, dependendo da
imunidade do animal. O uso das vacinas eficientes e um esquema vacinal adequado
estão diretamente ligados a prevenção da doença. A cinomose é a patologia que
mais se leva a morte, ficando abaixo apenas dos percentuais da raiva e um dos
principais problemas da doença é a falta de diagnóstico precoce.
REFERÊNCIAS CORREA, W. M.; CORREA, C. M. Enfermidades infecciosas dos mamíferos domésticos. 2. ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 1992.
BICHARD, Sthepen J.; SHERDING, Robert G. Manual Sanders Clínica de Pequenos Animais. São Paulo: Roca, 2013. OLIVEIRA, Amanda Claudia; ANTONIO, Nayara da Silva; ZAPPA, Vanessa. Cinomose canina – relato de caso. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária. Periódico Semestral, n. 12, ano VII, janeiro de 2009. MARTINS, Danieli Brolo; LOPES, Sonia Terezinha dos Anjos; FRANÇA, Raqueli Teresinha. Cinomose canina – revisão de literatura. Acta Veterinaria Brasilica, v.3, n.2, p.68-76, 2009.
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SUMMERS B.A.; APPEL M.J. Aspects of canine distemper virus and measles virus encephalomyelitis. Neuropathol. Appl. Neurobiol. 20:525- 534, 1994.
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AVALIAÇÃO DO APPCC EM PREVENIR CONTAMINAÇÕES POR Salmonella spp. EM CARCAÇAS BOVINAS DE UM MATADOURO-FRIGORÍFICO EM MINAS
GERAIS
Teófilo Marçal Ribeiro Cardoso; Mariana Arantes Cardoso – Graduandos em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Letícia Ferreira da Silva – Graduada e Mestre em Medicina Veterinária – Professora de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Fluxograma de abate; inspeção de carnes; programa de autocontrole; saúde pública.
INTRODUÇÃO
Os produtos de origem animal, especialmente a carne, são importantes fontes de
nutrientes na dieta humana; no entanto, também representam uma fonte para sérias
injúrias de origem alimentar (D’OSTUNI et al., 2016). A Salmonella spp., um dos
patógenos estudados mais importantes no mundo, é capaz de causar uma severa
doença transmitida por alimentos em humanos e em animais, impactando tanto a
saúde quanto a produtividade (MAJOWICZ et al., 2010). No Brasil, a Salmonella
spp. vem sendo o principal patógeno responsável por surtos alimentares nos últimos
15 anos (BRASIL, 2015). A maioria dos casos de infecção humana por este micro-
organismo estão associadas, exatamente, a ingestão de alimentos contaminados,
como carne bovina, suína e de aves (CAI et al., 2016). Como consequência, as
exigências por carnes de boa qualidade e procedência estão, a cada dia, maiores. O
senso crítico e apurado do consumidor faz com que as carnes sejam obtidas sob
mecanismos e sistemas que monitorem produção, abate, industrialização e
transporte até o consumidor final, garantindo, assim, procedência e confiabilidade
(BRIDI, 2004). Para isso, o modo mais eficiente de se reduzir a contaminação e o
crescimento de bactérias em produtos cárneos, é o estabelecimento de programas
preventivos de controle de qualidade, como o sistema de Análise de Perigos e
Pontos Críticos de Controle (APPCC), que podem ser validados pela pesquisa de
micro-organismos indicadores de higiene e patogênicos (BRANDÃO et al., 2012).
Sendo assim, baseado na relevância da Salmonella spp. na cadeia produtiva da
carne, o presente projeto tem como objetivo identificar a origem da contaminação
por este patógeno alimentar em pontos distintos de um Matadouro-Frigorífico,
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localizado em Minas Gerais, além de avaliar a eficiência do APPCC implantado no
referido estabelecimento.
METODOLOGIA
O projeto será realizado em um matadouro-frigorífico, que possui um sistema
APPCC já bem consolidado, localizado em Minas Gerais. Serão coletadas amostras
a partir de esfregaços superficiais de 10 carcaças bovinas em quatro diferentes
etapas do abate: I) após a sangria, II) após a esfola, III) após a evisceração, e IV)
após a lavagem final. A amostragem superficial será realizada por swabs com quatro
esponjas estéreis (sendo cada uma previamente umedecida em 10 mL de solução
salina peptonada 1% tamponada), em quatro áreas delimitadas de 100 cm2 na
paleta e na ponta de agulha (sendo nas etapas I e II coletadas apenas na face
externa da carcaça; e III e IV, nas faces externas e internas de ambas as meias
carcaças). Após a coleta, as esponjas serão acondicionadas em bolsas plásticas
estéreis e acondicionadas em caixas isotérmicas até o momento da análise
microbiológica. Para a pesquisa de Salmonella spp. será utilizado o protocolo
estabelecido no capítulo XV da Instrução Normativa nº 62, de 26 de agosto de 2003,
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRASIL, 2003). As
frequências dos resultados positivos para Salmonella spp. em carcaças bovinas
durante as quatro etapas do abate, serão comparadas pelo teste do Qui-quadrado
(p<0,05), usando o software SAS 9.4.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Trata-se de um projeto em andamento, em fase de levantamento bibliográfico. As
amostras serão coletadas durante o mês de agosto, para posterior análise e
discussão dos resultados.
REFERÊNCIAS BRASIL. MAPA (MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PECUÁRIA E ABASTECIMENTO). Métodos analíticos oficiais para análises microbiológicas para controle de produtos de origem animal e água. Aprovado pela Instrução Normativa nº62, de 26 de agosto de 2003. Brasília, 2003. 76p. BRASIL. MS (MINISTÉRIO DA SAÚDE). Doenças transmitidas por alimentos, 2015. Disponível em:
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<http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/novembro/09/Apresenta----o-dados-gerais-DTA-2015.pdf>. Acesso em: 08 fev. 2016. BRANDÃO, J.L.; GUIRRO, E.C.B.P.; PINTO, P.S.A.; NERO, L.A.; PINTO, J.P.A.N.; BERSOT, L.S. Monitoramento de micro-organismos indicadores de higiene em linha de abate de bovinos de um matadouro-frigorífico habilitado à exportação no oeste do Paraná. Semina: Ciências Agrárias, v.33, n.2, p.755-762, 2012. BRIDI, A.M. Qualidade da carne para o mercado internacional. 2004. Disponível em: <http://www.uel.br/pessoal/ambridi/Carnesecarcacasarquivos/QualidadedaCarneparaoMercadoInternacional.pdf>. Acesso em: 03 fev. 2016. CAI, Y.; TAO, J.; JIAO, Y.; FEI, X.; ZHOU, L.; WANG, Y.; ZHENG, H.; PAN, Z.; JIAO, X. Phenotypic characteristics and genotypic correlation between Salmonella isolates from a slaughterhouse and retail markets in Yangzhou, China. International Journal of Food Microbiology, v.222, p.56-64, 2016. D’OSTUNI, V.; TRISTEZZA, M.; DE GIORGI, M.G.; RAMPINO, P.; GRIECO, F.; PERROTTA, C. Occurence of Listeria monocytogenes and Salmonella spp. in meat processed products from industrial plants in Southern Italy. Food Control, v.62, p.104-109, 2016. MAJOWICZ, S.E.; MUSTO, J.; SCALLAN, E.; ANGULO, F.J.; KIRK, M.; O'BRIEN, S.J.; JONES, T.F.; FAZIL, A.; HOEKSTRA, R.M. The global burden of nontyphoidal Salmonella gastroenteritis. Clinical Infectious Diseases, v.50, p.882–889, 2010.
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DISTOCIA EM FELINO: UM RELATO DE CASO
Nivia de Assis Dias, Rafaela Nunes, Marcos Augusto de Azevedo Junior, Thaynara Costa Moutinho, Vitória Winter Mendes, Carlota Alcon – Acadêmicos
do curso de Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Adriano Silvio Neto – Médico Veterinário - UNIVÉRTIX- Matipó
INTRODUÇÃO
Distocia caracteriza-se pelas dificuldades ou impedimentos que o(s) feto(s)
encontra(m) para ser(em) expulso(s) do útero da fêmea gestante, ou seja,
dificuldade de parto em decorrência de problemas de origem materna, fetal ou de
ambos (TONIOLLO e VICENTE, 2003; TILLEY e SMITH, 2008). As causas maternas
de extrema importância são a raça e a idade; mas também podem ser obesidade,
estreitamento do canal do parto em decorrência de fratura antiga ou outra
anormalidade, dilatação cervical insuficiente, distúrbios da contração uterina
(primários e por exaustão), torção uterina, ruptura uterina e gestação ectópica. Há
relatos referindo a inércia uterina como a causa mais comum em felinos (NELSON e
COUTO, 1998; LYMAN, 2003; NORSWORTHY et al; 2009).As causas fetais podem
ser tamanho excessivo do feto (frequentemente observado em ninhadas de um ou
dois filhotes), tamanho excessivo da cabeça do feto (frequentemente observado em
raças braquicefálicas), morte fetal, anormalidades morfológicas fetais, má posição
fetal e pressão abdominal ineficaz decorrente de exaustão, hérnia diafragmática, dor
de outra origem, entre outras. O tamanho da ninhada não é um fator de risco para
causar distocia em felinos (NELSON e COUTO, 1998; LYMAN, 2003;
NORSWORTHY et al, 2009). O objetivo desse trabalho consiste em relatar um caso
de distocia felina com morte fetal.
RELATO DE CASO
Foi atendido no dia 08/07/2015 na Clínica Veterinária Pet Shop Auqmia localizada
em Manhuaçu- MG, uma fêmea de espécie felina, sem raça definida, pesando 3.5kg.
A queixa do proprietário foi que o animal entrou em trabalho de parto há 2 dias,
nasceram 2 filhotes, porém o animal continuou a ter contrações sem êxito no
nascimento dos demais filhotes. Durante a anamnese o proprietário negou que
tenha sido aplicado contraceptivo e que não apresentava outras anormalidades no
animal. Foi realizada a ultrassonografia, que diagnosticou que havia mais 2 filhotes,
porém mortos. O animal foi submetido a castração, e liberado com a prescrição de
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Duprancil 2 ml por via oral (VO) BID por 15 dias, Ketofen 5mg, 1 comprimido SID por
3 dias e PVPI até a retirada dos pontos. No dia 12/07/2015 o animal retornou a
clínica, pois apresentava-se muito apático e não se alimentava. Foi coletado nova
amostra de sangue para realização do hemograma, e confirmado anemia e
leucocitose. O animal permaneceu internado até o dia 22/07 e liberado com
prescrição para os seguintes medicamentos: amoxicilina + clavulanato de potassio
1,3 ml, por via oral, a cada 12h durante 15 dias e metronidazol na concentração de
4% na dose de 3,2 ml, por via oral, a cada 12h durante 15 dias e, posteriormente, na
dose de 1 ml a cada 12 h por mais 30 dias. No retorno o animal encontrava-se bem
e estável.
DISCUSSÃO
A distocia é caracterizada como um parto árduo, com incapacidade de expulsão o
feto. Podendo ser de origem materna e/ou fetal. (MONTENEGRO, 2010). A causa
nesse relato foi a inércia uterina, que é caracterizada como a ocorrência de fracas
contrações uterinas sem frequência adequada, ineficaz a expulsão do feto (LINDE-
FORSBERG, 2009). A ultrassonografia foi realizada, pois de acordo com Lyman,
(2003) e Prats, (2005) por meio de ultrassom torna-se possível determinar o número,
o desenvolvimento, o tamanho, posicionamento, presença de gás ao redor do feto, o
qual sugere decomposição, possível infecção e batimentos cardíacos fetais que
indicam viabilidade fetal. O animal foi encaminhado para a Ovário-Salpingo-
Histerectomia (OSH), porque segundo Linde-Forsberg e Eneroth, (1998) a castração
está indicada quando há comprometimento da integridade uterina, em casos de
fetos macerados ou pútridos, ou quando o proprietário deseja esterilizar de forma
permanente o animal. Os medicamentos prescritos foram Duprancil 2 ml por via oral
(VO) BID por 15 dias, Ketofen 5mg, 1 comprimido SID por 3 dias e PVPI até a
retirada dos pontos. O hemograma realizado no dia do retorno demonstrou anemia e
leucocitose, provavelmente, devido à retenção e decomposição fetal (REFE). O
antibiótico Duprancil foi substituído para amoxicilina + clavulanato por apresentar
amplo espectro de ação. O metronidazol foi acrescentado pelo fato de apresentar
potente ação contra infecções por bactérias anaeróbicas em pacientes adultos e
neonatos (PLUMB, 2004). Duprafer foi prescrito por ser um suplemento vitamínico
mineral com alta concentração de ferro, vitaminas do complexo B e ácido fólico que
auxilia no processo de crescimento e no desenvolvimento de células sanguíneas.
Comentado [LC1]: Favor relatar na discussão a causa da distocia neste caso com suas respectivas referencias. Voces citaram as causas maternas e fetais, mas não disseram qual levou a distocia neste caso. Provavelmente foi por inercia uterina, mas vocês devem
confirmar com a veterinária q atendeu.
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CONCLUSÃO
A distocia felina é descrita como um parto difícil, sendo menos comum em gatas do
que em cadelas, porém quando acontece, ocorre mais em animais de raças puras
devido a suas particularidades anatômicas. As causas da distocia podem ser
maternas ou fetais. Os sinais clínicos observados na fêmea gestante associados a
exames clínicos, radiográficos e ultrassonográficos são de grande valia para
confirmação do diagnóstico. O tratamento pode ser medicamentoso ou cirúrgico. O
prognóstico para mães e filhotes geralmente é bom.
REFERÊNCIAS
ENEROTH, A Radiographic pelvimetry for assessment of dystocia in bitches: a clinical study in two terrier breeds. J Small Anim Pract, v.40,p.257-264, 1998. LINDE-FORSBERG, C. Abnormalities in pregnancy,parturition, and the periparturient period. In: ETTINGER,S. J. et al. Textbook of Veterinary Internal Medicine. Philadelphia: W.B. Saunders, 2005. p. 1655-1667 LYMAN, R. Distúrbios do Sistema Urogenital. In FENNER, W. R. Consulta rápida em clínica veterinária. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. MONTENEGRO, L. M. F. Estudo retrospectivo de urgências reprodutivas no Hospital Veterinário Montenegro. Villa Real, 2010. 63 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Escola de Ciências Agrárias e Veterinárias, Departamento de Ciências Agrárias, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. NELSON, R. W.; COUTO, C. G. Medicina interna de pequenos animais. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. NORSWORTHY, G. D.; CRYSTAL, M. A.; GRACE, S. F.; TYLLEY, L. P. O paciente felino. 3 ed. São Paulo: Roca, 2009. PLUMB DC. Drugs in neonates: principles and guesses. In: Annual Conference of the Society for Theriogenology Lexington, KY. Proceedings Lexington, KY: Society for Theriogenology, 2004. PRATS, A. Neonatologia e pediatria: canina e felina. São Paulo: Interbook, 2005. REICHLER, I. M.; MICHEL, E. Dystocia: recognition andmanagement. European Journal of Companion Animal Practice, Zurique, v. 19, n. 2, p. 165-173, 2009. TILLEY, L. P.; SMITH Jr, F. W. K. Consulta veterinária em 5 minutos: espécies canina e felina. 3 ed. São Paulo: Manole, 2008.
Comentado [LC2]: Conferir formatação para esse tipo de referencia
Comentado [LC3]: Conferir as referencias do texto. Não está
batendo a quantidade de autores do texto com essas.
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TONIOLLO, G. H.; VICENTE, W. R. R. Manual de obstetrícia veterinária. São Paulo: Varela, 2. ed 2003.
Comentado [LC4]: Acrescentar a edição
Comentado [E5]:
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UTILIZAÇÃO DE SAPONINAS ASSOCIADA À VACINA COMO METODO TERAPEUTICO DA PAPILOMATOSE CUTÂNEA BOVINA
Bruno Silva Freitas, Jânio Ricardo Alves Filho, Marcos Algusto de Azevedo
Junior, Igor do Nascimento Soares, Alice Lima Martins e Cleiser Pereira – Graduando em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Rogerio Oliva Carvalho – Doutor em Medicina Veterinária e Professor no curso de Medicina Veterinária - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected] PALAVRAS- CHAVE: Papilomavirus, Adjuvante, Vacina, Papiloma.
INTRODUÇÃO
Os papilomas são neoplasias cutâneas proliferativas benignas, a qual a etiologia e
provocado pelo Papilomavirus. Os cavalos, cães e bovinos são relativamente
comuns ao contagio (CAMPO, 2002; JELINEK & TACHEZY, 2005), porem as
neoplasias são mais frequentes em bovinos com predisposição para animais mais
novos abaixo de dois anos de idade (NICHOLLS & STANLEY, 2000). A propagação
do vírus se da através do contato direto ou indireto por meio de fomites ou através
de currais infectados, é necessário que algum fator colabore com a infecção, como
desequilíbrio nutrício ou hormonal sendo que ambos provocarão depressão no
sistema imunológico (OTTER & LEONARD, 2003). Vários tratamentos têm sido
empregados no tratamento das neoplasias (ÇIMATAY et al., 2003; HEMMATZADEH
et al., 2003; OR & BAKIREL, 2002). Alguns tratamentos consistem na administração
de fármacos ou substancia químicas com objetivo de estimular o sistema imune
(DINC, 1995). Hartmann, (2002) relata que a utilização de vacina autógena tem
apresentados resultados positivos em relação ao tratamento. A vacina autógena
apresenta se um melhor método de tratamento dentre os outros, devido ele conter o
vírus inativo fazendo com que ocorra uma resposta imunológica mais eficaz em
relação aos outros tratamentos instituídos, porem a acredita-se que essa vacina
pode ter um efeito profilático com o vírus estar extremamente inativo (MARINS,
2004). Agostini et al., (2008) deixa claro que para ter um resultado positivo no
tratamento, se faz necessário que os animais se encontre com uma imunidade
adequada a responder a vacina. O objetivo deste trabalho foi avaliar o emprego da
vacina no controle da papilomatose bovina em duas formulações, uma associada à
saponina e outra sem adjuvante, em animais naturalmente infectados pelo
Papilomavirus.
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MATERIAIS E MÉTODOS
Esse experimento esta sendo conduzido em Miradouro – MG, utilizamos 25 animais
com faixa etária inferior a 24 meses, de raças mestiças (Zebu X Europeu) ou puras,
de ambos os sexos portadores de papilomas planos ou pedunculados. Os 24
animais estão divididos em quatro grupos cada grupo contendo 6 animais, e um
animal esta para obtenção dos papilomas que são utilizados na produção de
vacinas. Todos os animais foram avaliados para determinar o aspecto morfológico
dos papilomas. Na contagem dos papilomas delimitamos uma área de 21 x 29,7
centímetro entre escapula à cabeça do animal, os papilomas que estão dentro dessa
área foram contados e medidos utilizando um paquímetro, todos os papilomas que
foram medidos, posteriormente foi feito uma media entre eles. Os grupos foram
identificados através de brincos A, B, C e D. O grupo A representa vacina com
saponina, grupo B vacina sem saponina, grupo C e o grupo controle que recebe soro
fisiológico e o grupo D recebe soro com saponina. Para a produção da vacina, foi
coletada 25 gramas de papilomas de um animal que esta mais infectado pelo vírus
no rebanho, após a coleta os papilomas foram levado ao laboratório da faculdade
UNIVÉRTIX, Matipo-MG, para processamento dos mesmo. Os papilomas coletado
foi submetido a limpeza, para retirar restos de pelos, e lavado com água destilada, e
em seguida, todo o material foi triturado, acrescentando solução salina hipersaturada
na proporção de 5:1, filtrado através de algodão e gaze estéril, o material resultante
da filtragem, foi acrescentado formol a 0,04%, para a inativação do vírus e também
acrescentou 1 mg de saponinas a cada 10 ml. Assim, obteve-se a produção de 120
mL de vacina, que permaneceu durante 24 horas em estufa a 27°C. Os animais
infectados recebeu aplicação subcutânea de 10 mL da vacina. Todos os animais
possui uma ficha de acompanhamento da diminuição do tamanho e quantidade dos
papilomas, esse acompanhamento esta sendo feito de 15 e 15 dias ate atingir três
meses. Nesta ficha possui identificação do animal, idade, sexo, quantidade de
papiloma, tamanho médio de papiloma, identificação de grupo e proprietário, esta
ficha foi feita no Microsoft Office Excel 2007.
RESULTADO E DISCUSSÃO
De acordo com os dados parciais apresentados ate o presente momento, com um
tempo de 15 dias de tratamento, tem se mostrado uma certa eficiência quando
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comparamos o grupo A com os demais, que apresenta uma eficiência de 17, 43%
redução na quantidade dos papilomas, mas em relação o tamanho ele apresentou
um resultado negativo com 14,28% de aumento do tamanho, o grupo B apresenta
resultados negativos tanto na quantidade e no tamanho que se refere a 11,80% e
9,67% de aumento da neoplasia, o grupo C relata um redução no tamanho dos
papilomas de 8,88% e um aumento de 14,48%, pois o grupo D não foi diferente do
grupo B, não ocorreu redução, mas sim um aumento de 4,11% e 5,74% quantidade
e tamanho. De acordo Flehmig, (1997) relata que os primeiros antígenos vacinais
aparecem no sangue 10-14 dias depois da aplicação, Hartmann et al., (2002) ainda
reforça que a vacina autógena não apresenta eficiência nos primeiros 25 dias, mas
mostra redução ou remição completa com 30-40 dias do tratamento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os dados parciais, conclui-se que os resultados estão sendo
satisfatórios devido à redução dos papilomas em um pequeno intervalo de tempo do
tratamento.
REFERENCIAS
AGOSTINI, C.; SANTOS, D. C. V.; BETELLI, R.; CARVALHO, H. F.; TOMINAGA, H. W.; SILVA, F. R. C. Tratamento de papilomas em bovinos com vacinas autógenas. 2008. CAMPO, M. S, Animal models of papillomavirus pathogenesis. Virus research. v.89, p.249-261, 2002. CIMTAY, I.; BIRICIK, H. S.; KESKIN, O.; BABA, Z. F. Comparative studies on the afficacy of different vaccination methods in the treatment of bovine papillomatosis. Turkish Journal of Veterinary Animal Sciences. v. 27, p929-933, 2003.
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INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO ANTECIPADA DE PROSTAGLANDINA E DA UTILIZAÇÃO DE DUAS DOSES DE eCG NO TAMANHO DO CORPO LÚTEO E
NA TAXA DE SINCRONIZAÇÃO DE RECEPTORAS PARA TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EM BOVINOS
Rafael Custódio Machado, Marcos Augusto de Azevedo Junior, Bruno Silva Freitas, Alice Lima Martins - Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária.
Bolsista PIBIC – FAPEMIG. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Jhonata Vieira Tavares do Nascimento Pereira – Médico Veterinário, Doutorando
em Medicina Veterinária UFV. Vivían Rachel de Araújo Mendes – Doutoranda em Medicina Veterinária –
Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: corpo lúleo; hormônios; receptoras; sincronização
INTRODUÇÃO
Recentes dados sobre a bovinocultura brasileira mostram que o país possui uma
posição de destaque no cenário mundial. Ainda, nos últimos anos revela-se um
crescimento interno do rebanho, refletindo positivamente na produção de carne e
leite (IBGE, 2015). Para melhorar os índices de produção e produtividade são
utilizadas algumas ferramentas na pecuária, dentre elas as biotecnologias da
reprodução. Dentro de um programa de transferência de embriões, as receptoras,
responsáveis pelo desenvolvimento embrionário após a transferência e a
manutenção da gestação até o parto (BELTRAME et al., 2007). Sendo assim, o
corpo lúteo (CL) exerce papel fundamental, pois é um tecido que tem como função a
produção de progesterona (P4) e o estabelecimento de um ambiente uterino
adequado. O tamanho e a ecotextura do CL podem estar relacionados à
concentração de P4 produzida, e consequentemente com a taxa de concepção
(BINELLI et al., 2001). O objetivo do trabalho é avaliar a aplicação de eCG e de
prostaglandina durante a sincronização de receptoras sobre a taxa de
aproveitamento e o desenvolvimento do CL.
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METODOLOGIA
O experimento esta sendo realizado no período de Março/2016 a Fevereiro/2017 em
uma propriedade rural localizada no município de Matipó, estado de Minas Gerais,
Brasil. Como receptoras, serão utilizadas vacas e novilhas da raça Tabapuã, criadas
em condições de manejo extensivo, em pastagens de Brachiaria decumbens e água
ad libitum, e serão suplementadas com sal proteinado durante a fase experimental.
As fêmeas terão seu ciclo estral e ovulação sincronizados através da administração
hormonal exógena. Serão avaliados dois diferentes protocolos de sincronização de
receptoras para transferência de embriões. Os protocolos serão iniciados em dia
aleatório do ciclo estral, considerado D0. O protocolo controle consistirá na inserção
de um dispositivo intravaginal com 1g de progesterona (P4; Sincrogest®Ourofino) e
aplicação intramuscular de 2mg de benzoato de estradiol (BE; Sincrodiol®Ourofino)
no D0. No oitavo dia (D8), o dispositivo de progesterona será retirado e aplicado por
via intramuscular 10mg de cloprostenol sódico (PGF2ɒ; Lutalyse®, Zoetis), 1 mg de
cipionato de estradiol (CE; ECP®; Zoetis) e 400 UI de gonadotrofina coriônica equina
(eCG; Folligon®; Intervet). Como indutor de ovulação, será aplicado no décimo dia
(D10) 0,05mg de acetato de gonadorelina (GnRH; Gestranplus®; Tecnopec). No
segundo protocolo será incluído no sexto dia (D6) a aplicação por via intramuscular
de 10mg de cloprostenol sódico (Lutalyse®, Zoetis) e 200 UI de gonadotrofina
coriônica equina (eCG; Folligon®; Intervet). A seleção das receptoras capazes de
receber embriões será realizada no dia anterior à inovulação dos embriões (D16)
com a identificação de um CL ativo e da mensuração do diâmetro com auxílio de um
ultrassom (Chison D600 VET) acoplado a uma probe linear transretal de sete MHz.
As médias dos diâmetros dos CL obtidos serão comparados entre os protocolos
realizados.
CONSIDERAÇOES FINAIS
A presente pesquisa encontra-se em andamento, na face de coleta, processamento
e análise dos resultados obtidos.
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REFERENCIAS
BELTRAME, R. T.; BARIONI, L. G.; MAESTRI, B. D. Economic optimization of the number of recipients in bovine transfer programs. Scientia Agricola. v.64, p.221-226, 2007.
BINELLI, M.; THATCHER, W. W.; MATTOS, R.; BARUSELLI, P. S. Anti-luteolytuc strategies to improve fertility in cattle. Theriogenology, v.52, p.1451-1463, 2001.
Instituto Brasileiro de Geografia e estatística- IBGE. Comunicação Social. 2015. Disponível em <http://www.ibge.gov.br/home/> Acesso em: 02/01/2015.
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QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO ANIMAL NA ZONA RURAL – CORREGO SANTO ANTÔNIO NA CIDADE DE MATIPÓ/MG
Eduarda Machado. Graduanda em Medicina Veterinária– Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX. Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão
Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Água; Qualidade; Animais; Meio Ambiente.
INTRODUÇÃO
A água é um recurso essencial à sobrevivência de todos os seres vivos e o seu
fornecimento em quantidade e qualidade é fundamental para a perfeita manutenção
da vida (CASALI, 2008). A qualidade da água para consumo direto ou indireto é
fundamental, já que em condições impróprias de consumo existe um grande risco de
surtos de doenças por veiculação hídrica (CARDOSO et al., 2012). A água no meio
rural é utilizada para inúmeras finalidades, destacando-se: o uso da água para
irrigação, população e dessedentação animal, práticas agrícolas e produção de
animais para abate, entre outros. O risco de ocorrência de surtos de doenças de
veiculação hídrica no meio rural é alto, principalmente em função da possibilidade de
contaminação bacteriana de águas que muitas vezes são captadas em poços
velhos, inadequadamente vedados e próximos de fontes de contaminação, como
fossas e áreas de pastagem ocupadas por animais (CAMPOS et al., 2009). Por
isso, faz-se necessário o monitoramento constante da sua qualidade (SOUZA,
2002). As doenças de veiculação hídrica são causadas principalmente por
microrganismos patogênicos de origem entérica, animal ou humana, que são
excretados nas fezes de indivíduos infectados e ingeridos na forma de água,
alimento ou utensílio contaminado por água poluída com estes dejetos (MELO,
2010). O conhecimento da qualidade microbiológica da água é fundamental, além de
estar em contato direto com a matéria-prima da obtenção do leite e produção do
queijo ela é necessária para higienizar equipamentos, utensílios, piso e paredes,
assim sendo necessário garantir a sua potabilidade e condições higiênico-sanitárias
(CAMPOS et al., 2009). As doenças de veiculação hídrica são causadas
principalmente por microrganismos patogênicos de origem entérica, animal ou
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humana, que são excretados nas fezes de indivíduos infectados e ingeridos na
forma de água, alimento ou utensílio contaminado por água poluída com estes
dejetos (ROCHA, 2006). A água é dita contaminada quando é constatada a
presença de micro-organismos patogênicos capazes de causar doenças e até
mesmo epidemias ou substâncias químicas que fazem mal a saúde dos animais
(CASALI, 2008). A falta de água para dessedentação dos animais tem como
consequências a redução do crescimento, do bem-estar e da saúde e o aumento do
estresse, ou seja, resulta em consideráveis impactos negativos nos fatores
zootécnicos e econômicos. (PALHARES, 2013). Durante vários meses do ano, os
animais, em geral, consomem água com qualidade inferior quando comparada à
água de consumo humano e vegetal, principalmente nas comunidades rurais com
recursos hídricos escassos. Isto ocorre em virtude de que no período das chuvas, as
águas das fontes hídricas se apresentarem turvas (SILVA, 2003). Águas com altos
teores de sais, assim como aquelas que contêm elementos contaminantes e argila
em suspensão, representam um perigo para os animais (FARACHE FILHO, 2008).
Na ausência de fontes de água em quantidade e de boa qualidade para os animais,
Ayers e Westcot (1991) fazem recomendações, porém, nem sempre é possível
seguir algumas, já que o fator “disponibilidade de água”. Entre estas
recomendações, podem ser citadas: Lavar os bebedouros dos animais com
frequência, para evitar maior concentração de sais pelo processo da
evaporação;Reduzir perdas por evaporação nos reservatórios; Diluir as águas de
qualidade inferior; Captar mais água de chuva para permitir a diluição das águas
Para o controle de qualidade da água são realizados exames bacteriológicos, pois
nas águas, o que realmente põe em risco à saúde pública é a ocorrência de poluição
fecal (SCHAZMANN et al., 2008). Diante do contexto e considerando que a
qualidade microbiológica da água é requisito essencial para a manutenção da saúde
animal, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade microbiológica da
água no Córrego Santo Antônio na zona rural na cidade de Matipó/MG, e comparar
os resultados obtidos aos padrões estabelecidos pela legislação vigente.
METODOLOGIA
Serão feito um levantamento das propriedades com maior número de animais no
referido córrego. Nas propriedades selecionadas serão coletadas amostras das
fontes de água (lagos, rios, riachos utilizados para o consumo dos animais) e dos
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cochos de água. Elas serão acondicionadas em tubos esterilizados, devidamente
etiquetados e transportados em caixa refrigerada até o laboratório de análise
microbiológico do Hospital Veterinário da Faculdade Vértice (Univértix) Matipó-MG.
Os dados coletados e analisados serão transcritos em planilha estatística em ordem
aleatória segundo um código utilizado somente pelos participantes do projeto com
objetivo de não divulgar o nome dos proprietários das fontes analisadas. Os níveis
de contaminação serão comparados aos padrões de qualidade publicados na
ANVISA para água potável.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O presente trabalho encontra-se em desenvolvimento. Até apresente data foram
desenvolvidas as etapas de pesquisa e descrição bibliográfica do tema.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar do presente estudo está em andamento, diante de diversas pesquisas,
constatamos a importância da análise da qualidade da água de uso animal na zona
rural, sabendo-se que existem várias maneiras da água afetar a saúde. Hoje, sabe-
se da importância de se tratar a água destinada ao consumo animal, pois, ela é
capaz de veicular grande quantidade de contaminantes físico-químicos e/ou
biológicos (CAMPOS, et al .,2009).
REFERÊNCIAS
CAMPOS, M. M. M.; VERAS, Í. V. U. M.; LIMA, M. T. A.; SILVA, L. B. Avaliação da Qualidade Microbiológica da Água Na Zona Rural do Município de Parelhas Utilizadas Para Produção Animal. Congresso de iniciação científica do IFRN, IX, 2009, Pau dos Ferros/RN. CARDOSO, I. P; DUBOW, M; NETO, M. B; RODRIGUES, C. V; PRÁ, M. D; BESKOW, S; SUZUKI, L. E. A. S; MILANI, I. C. B. Problemática da Qualidade da Água Consumida em uma Escola da Zona Rural do Município de Cerrito Alegre-RS. Congresso de Iniciação Cientifica, 21, 2012. CASALI, C. A. Qualidade da Água Para Consumo Humano Ofertada em Escolas e Comunidades Rurais da Região Central do Rio Grande do Sul. 2008. 173f. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, Rio Grande do Sul.
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EJACULAÇÃO RETRÓGRADA EM CÃO - RELATO DE CASO
Nathally Nayara de Freitas Ribeiro – Acadêmica do Curso de Medicina Veterinária Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Vívian Rachel de Araújo Mendes – Graduada e Mestre em Medicina Veterinária. Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Mayara Cristini Ferreira de Aguiar – Graduada e Mestre em Ciências Veterinária UFES. Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
PALAVRAS - CHAVE: Fertilidade; macho; reprodutor.
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos a reprodução de cães tem se tornado alvo de muitos estudos. Seja
pelo valor sentimental, ou pelo valor zootécnico, muitos proprietários tem
manifestado interesse em avaliar o trato reprodutivo de seus animais (GITTLEMAN
et al., 2001). Existe uma grande importância na avaliação de machos reprodutores,
uma vez que podem ser diagnosticadas patologias relacionadas à fertilidade,
podendo dessa forma, comprometer o desempenho reprodutivo. A ejaculação
retrógrada (ER) trata-se de um desarranjo no mecanismo normal de ejaculação,
onde a propulsão do fluido seminal sofre um refluxo parcial ou total em direção à
bexiga. O cão que apresenta ER torna-se subfértil ou infértil, dependendo da
gravidade e evolução da patologia (BEAUFAYS et al., 2007). A ER pode ter origem
congênita ou adquirida. Pode ser decorrente de anormalidade anatômica,
traumática, neurogênica ou por fármacos podendo resultar em um quadro anormal
onde é verificado extravio de sêmen da uretra posterior a bexiga (VERNON, 1988;
YAVETZ, 1994). O presente trabalho tem com objetivo relatar a ocorrência de
ejaculação retrógrada em um cão adulto hígido da raça Doberman, atendido no
hospital escola univértix.
RELATO DE CASO
Um cão macho, da raça Dobermann, com 21 meses de idade, pesando 28 kg, foi
atendido no Hospital Escola Univértix. De acordo com o histórico, o cão realizou
mais de uma cobertura em uma fêmea, no entanto, a cadela não apresentou
prenhes após as coberturas. Diante disso, a cadela em questão foi submetida ao um
exame ginecológico no qual não apresentou nenhuma alteração que pudesse levar a
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infertilidade. Passado algum tempo o cão foi submetido ao examefísico geral e
andrológico. O animal não apresentou nenhuma alteração ao exame físico,
apresentando-se hígido, pelagem com aspecto sedoso e brilhante, escore corporal
ótimo. Por se tratar de um doador de sangue no Hospital Escola Univértix, o cão
possui os exames laboratoriais e bioquímicos em dia, além das vacinas em dia. O
trato reprodutivo do cão foi completamente avaliado, partindo-se do escroto,
testículos, epidídimos, prosseguindo para o pênis e prepúcio. O animal não
apresentou dor à palpação e nem sinais visuais de inflamação, trauma, alterações
de volume ou cicatrizes. Os testículos possuíam formato oval, sem irregularidades
com consistência fibroelástica. Seguindo o exame, foi realizado a inspeção do pênis
e prepúcio, onde a mucosa peniana apresentou-se rósea clara, fina e indolor ao
toque. A coleta de sêmen foi realizada por meio excitação do cão na presença da
fêmea, por estimulação manual do pênis. O processo de ereção ocorreu
normalmente, no entanto, foi detectado redução do sêmen ejaculado. Devido a este
achado, foi realizada a passagem da sonda uretral tamanho 8 sentido à bexiga para
a coleta de uma pequena amostra do conteúdo para analise microscópica. Durante
essa análise foiidentificado a presença de espermatozoides indicando que durante a
ejaculação houve um fluxo retrogrado do sêmen em direção a bexiga. Foi
diagnosticada incontinência urinária ao exame clínico devido ao não fechamento
completo do esfíncter da bexiga e cistite a partir da urinálise. Como exame
complementar ao diagnóstico foi feito a ultrassonografia desde glande do pênis até a
porção cranial da bexiga, com intuito de verificar a presença ou não de obstrução no
trajeto do sêmen durante a ejaculação.
DISCUSSÃO
Existem alguns relatos de ejaculação retrógrada em cães (POST et al., 1992; ROOT
et al., 1993), apesar desta patologia ser pouco descrita na literatura pesquisada.
Existem relatos em outras espécies como bovino (DEBRUYNE,1987; DOOLEY et
al., 1986), carneiro (PINEDA et al., 1987; 1991), gato (DOOLEY et al., 1984; 1991) e
no homem (BARTH, 1990). Post et al. (1992) relataram um caso de ejaculação
retrógrada em um cão macho inteiro de dois anos de idade, de raça pura pastor de
Shetland que foi encaminhado para avaliação reprodutiva. O diagnóstico de
ejaculação retrógrada neste cão foi confirmada pela avaliação microscópica da urina
que mostrou espermatozoides. Há descrito na literatura também por Root et al.,
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(1993), um caso clinico de ER em um cão da raça labrador retriever, macho, de um
ano e sete meses de idade, pesando 31 kg. Ao contrário deste trabalho onde o cão
estudado, apresentava libido e ejaculação, o cão relatado no trabalho de Root et al.,
(1993) o libido do cão era baixo, não conseguia realizar ereção e sem apresentar
sêmen durante a avaliação clínica. No caso relatado por Root et al. (1993) há
concordância nos achados do ejaculado com o presente trabalho onde o cão
apresentou pequeno volume de sêmen no ejaculado, constatando que o cão
Doberman apresentou uma ER parcial e oligospermia. Porém, diferente do trabalho
em questão o relato apresentado por Post et al., (1992) tratou de um caso de
ejaculação retrógrada total, pois não houve presença de espermatozoides
ejaculados, portanto azoospermia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os sinais clínicos, exames específicos do aparelho reprodutivo e os
exames complementares realizados neste trabalho, pode-se concluir que o animal
apresentou ejaculação retrógrada parcial, de rara ocorrência, de origem adquirida
devido ao não fechamento completo do esfíncter da bexiga.
REFERÊNCIAS BARTH, V. Retrograde ejaculation as a cause of aspermia following retroperitoneal lymph node excision and the effective use of alpha-sympathomimetic drugs. Z UrolNephrol, v.83, n.3, p.115-119, 1990.
BEAUFAYS, F.; ONCLIN, K.; VERSTEGEN, J. Retrograde ejaculation occurs in the dog, but can be prevented by pre-treatment with phenylpropanolamine: A urodynamic study. Theriogenology, v.70, n.7, p.1057-1064, Oct. 2008. DEBRUYNE, R. Retrograde ejaculation in bulls.VlaamsDiergeneeskTijdschr, v.56, p.472-475, 1987.
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ANESTESIA E ANALGESIA EM ASININOS E MUARES
Lorena Meira Silveira, Bruno Silva Freitas, Camila de Jesus Oliveira, Débora Gouveia V. Santos, Guilherme Henrique L. Soares, Laura Martins Braga -
Graduandos em Medicina Veterinária Vanessa Guedes Pereira - Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
INTRODUÇÃO
No Brasil destaca-se a criação de asininos com a finalidade de produção de mulas e burros,
oriundos do seu cruzamento com éguas de raças nacionais. Os muares são animais
híbridos, oriundos do cruzamento entre asininos (Equus asinus) e equinos (Equus caballus)
(CARVALHO, 2011). Este trabalho tem como objetivo revisar na literatura as
particularidades anestésicas de asininos e muares, assim como os principais protocolos
anestésicos utilizados nestas espécies.
METODOLOGIA
Foram pesquisados nas plataformas de busca Scielo e Science Direct, artigos
relacionados ao uso de fármacos anestésicos e analgésicos em asininos e muares.
Para a realização dessa pesquisa foram utilizadas as palavras-chave: Mulas,
anestesia, analgesia, asininos, mures.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os muares e asininos são considerados animais rústicos e resistentes, o que
dificulta a indentificação de dor e doenças, podendo levar a inadequados tratamento,
e o metabolismo dos fármacos nesta especieis não são estudados a fundo. Em
procedientos em estação, medicações pré anestesicas utilizadas em equinos podem
ser usadas com sucesso em asininos e muares (acepromazina com xilazina; xilazina
com butorfanol). Geralmente, mulas precisam de 50% a mais da dose utilizada em
asininos e equinos.para alcançar adequada sedação. Jumentos submetidos a
administraçao de Xilazina (0,6-1mg/kg) por via intravenosa (IV), pode ficar
incoordenação e deitam voluntariamente, podendo realizar a indução anestésica
com estes animas em decubito esternal (HUBBEL et al., 2000). Segundo Matthews
et al., (1994), a anestestesia geral injetavel possui uma variedade de fármacos
podem ser utilizados para indução e manutencao de anestesias. A indução com
cetamina, antecipada por sedação com fámacos da classe alfa2agonista é
frequentemente realizada, no entanto, este farmaco é metabolizado mais rápido em
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asininos e muares, do que em cavalos. O metabolismo acelerado associado a rápida
distribuição da cetamina, resulta em administração de doses maiores e repiques
mais frequentes. Informação relevante especialmente para jumentos miniatura, que
não atingirão o plano anestésico ideal para procedimentos cirúrgicos, se forem
administrados as doses de xilazina e cetamina normalmente utilizadas em equinos.
Bloqueios locais com lidocaina ajudam assegurar a analgesia e administração de
butorfanol em conjunto com estes fármacos, aumentam a analgesia e o estende a
duração da anestesia. Outra opção comumente usada para anestesia é a
combinação Éter Gliceril Guaiacol(EGG)-cetamina-xilazina (GKX). É viável aumentar
a dose de cetamina, pois jumentos são sensíveis a depressão respiratória quando
submetidos à administração de EGG, comparados a cavalos. A indução anestésica
dos muares, pode ser realizada com administração de xilazina (1.6mg/kg IV),
seguido de cetamina (2.2mg/kg IV), e depois a combinação GKX. O Tiopental
(5mg/kg IV) pode ser utilizado sozinho ou em combinação com EGG produzindo
anestesia em asininos e muares com bons resultados. Outros fármacos que podem
ser administrados em asininos e muares são a tiletamina e zolazepam (1.1mg/kg IV),
combinação que promove um período ligeiramente maior de anestesia, e são
recomentados para jumentos em miniatura. O propofol pode ser utilizado para
indução e manutenção de guetos, previamente sedados com xilazina, entretanto,
estes animais devem ser intubados e receber oxigenação, pois apneia e
dessaturação são problemas comuns após o uso do medicamento (MATTHEWS et
al., 1996) Muir & Hubbell (2009) observaram severa bradicardia e hipotensão em
jumentos após indução anestesica geral seguida de anestesia inalatória, estes
animais eram portadores de dores severas de origem ortopédica (laminite crônica,
claudicação grau 5), onde pode ter ocorrido falha na identificação e/ou analgesia
inadequada antes da cirurgia. A monitoração anestésica dos asininos e muares é
semelhante a dos cavalos, com sutis diferenças. Nistagmo, reflexos palpebral e
corneal, e rotação do globo ocular são parâmetros avaliados para monitoração dos
equinos, porém em jumentos não são confiáveis. A monitoração da pressão arterial
invasiva ou não é fortemente recomendada para todas as espécies. A Frequência
respiratória normal dos jumentos é maior que a de cavalos. Miosites pós anestésicas
tem menor incidência em jumentos, comparados a cavalos por possuírem menos
massa muscular. Miosites e miopatias podem ocorrer em muares, cuidados devem
ser tomados com nervos superficiais (facial e radial). A recuperação anestésica de
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asininos é geralmente tranquila, diferente dos equinos, as mulas se assemelham
com a dos cavalos. A analgesia utilizada em cavalos é apropriada para jumentos e
mulas, mas a dose e intervalo devem ser ajustados, e a dor avaliada
frequentemente. Não há diferenças relatadas entre asininos, muares e equinos
utilizando técnica de administração epidural, podendo usar fármacos anestésicos e
analgésicos (SHOUKRY et al., 1975).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar da tendência em tratar asininos e muares da mesma maneira que os
equinos, existem significativas diferenças fisiológicas, comportamentais e respostas
aos fármacos anestésicos, que devem ser levadas em conta para que seja realizada
uma anestesia com sucesso e com o mínimo de estresse.
REFERÊNCIAS CARVALHO, L.E. Características físicas e fecundidade do sêmen de jumentos coletado de forma fracionada e preservado resfriado a 5ºC. Tese de mestrado, Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte-MG, 2011. HUBEELL, J. A. E. Anesthetic, cardiorespiratory, and metabolic effects of four intravenous anesthetic regimens induced in horses immediately after maximal exercise. Vet Res Journal, 2000. MATTHEWS, N. S.; TAYLON, T. S.; SULLIVAN, J. A.; Pharmacokinetics of ketamine in mules and mammoth asses premedicated with xylazine. Equine Vet, v. 26, p.241-243, 1994. MATTHEWS, N. S.; TAYLON, T. S.; SULLIVAN, J. A.; Pharmacokinetics and pharmacodynamics of guaifenesin in donkeys. Vet Surgery, v. 25, p.184, 1996. MUIR, W. W.; HUBBELL, J. A. R. Equine Anesthesia: Monitoring and Emergency Therapy. Saunders Elsevier, p.353-357, 2009. SHOUKRY, M.; SELEH M.; FOUAD K. Epidural anestesia in donkeys. Vet Rec, v.97, p.450-452, 1975.
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ANESTESIA EM CADELAS GESTANTES
Jonara Fernandes de Souza e Carina da Conceição Reis – Graduandas do curso de Medicina Veterinária UNIVÉRTIX
Vanessa Guedes Pereira– Orientadora, Médica Veterinária, Especialista em clínica Cirúrgica de Cães e Gatos-UFV, Mestre em Medicina Veterinária – UFV
PALAVRAS-CHAVE: Anestesia, cadelas, gestação.
INTRODUÇÃO
A alta demanda metabólica durante a gestação e no período pós-parto promove
importantes alterações fisiológicas maternas. Como alterações cardiovasculares que
ocorrem durante este período, há aumento do volume sanguíneo materno de 40%
com aumento da frequência cardíaca, aumento do débito cardíaco de 40 à 50% e
elevação da pressão arterial, no entanto, dependendo do decúbito durante o parto,
há compressão da veia cava caudal e aorta abdominal o que pode diminuir o retorno
venoso, o debito cardíaco, o fluxo renal e uterino (RAFFE, 2015). As principais
alterações respiratórias incluem aumento do consumo de oxigênio, com aumento da
frequência respiratória, diminuição da capacidade residual funcional pulmonar,
predispondo essas pacientes à hipoventilação, hipercapnia e hipoxemia (RAFFE,
2015). Em decorrência destas alterações fisiológicas, a paciente gestante apresenta
maior risco anestésico que pacientes não gestante saudáveis (RAFFE, 2015).
Visando aumentar a segurança anestésica para gestantes e filhotes, é importante a
escolha de um anestésico que cause menor depressão cardiovascular e respiratória,
pois uma hipotensão materna leva a uma diminuição do fluxo sanguíneo uterino,
podendo causar hipóxia e morte fetal (ROBERTSON & MOON, 2003; LUZ et al.,
2005). Sendo assim, este trabalho tem como objetivo principal apresentar os
principais fármacos anestésicos indicados e contraindicados na anestesia de
cadelas
gestantes.
METODOLOGIA
Foram pesquisados nas plataformas de busca Scielo e Science Direct, artigos
relacionados ao uso de anestesia em cadelas, além de livros. Para a realização
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dessa pesquisa foram utilizadas as palavras-chave: Cadelas, cesariana,
anestésicos, epidural.
REVISÃO DA LITERATURA
A medicação pré-anestésica em pacientes gestantes é indicada somente para
animais agressivos, irritados e com dor pré-operatória, visando a segurança e o
bem-estar do animal (FANTONI; CORTOPASSI, 2002). A anestesia geral injetável é
de grande importância para realização de procedimentos cirúrgicos, pois ocasiona
depressão do sistema nervoso central, perda da percepção, da consciência,
amnésia e imobilidade (WOUDEN & MILLER, 2001). Os barbitúricos como o
tiopental não são recomendados para a indução anestésica em cadelas prenhes
devido ao fato de serem dose dependente nos fetos e por sua vez aumentam as
chances de depressão respiratória, apesar de não interferirem nas contrações
uterinas da gestante, além de estarem associados aausam grande mortalidade fetal
(SPINOSA et al, 2006). A indução com o Propofol (4,0-6,0 mg/Kg/IV) (MUIR &
HUBBELL, 2001; LAVOR et al, 2004), é o mais indicado para a indução anestésica,
por não provocar efeitos teratogênicos e depressores que inviabilize a vida fetal, não
provoca efeitos excitatórios, causam poucos efeitos sobre o sistema cardiovascular,
apresenta rápida metabolização e recuperação da fêmea e não apresenta efeito
cumulativo (ROBERTSON & MOON, 2003; OLIVA, 2010). O etomidato apesar de
não alterar os parâmetros cardiorrespiratórios da mãe e promover uma rápida
indução anestésica, sendo aconselhado até mesmo para gestantes cardiopatas
(SPINOSA et al., 2006), pode promover efeitos adversos como contrações
musculares involuntárias, excitação e vômitos (CORTOPASSI & FANTONI, 2010).
Além disso, este fármaco não deve ser realizado repiques de doses e infusão
continua, por seu potencial de causar hemólise (GARCIA et al.,2005). Os
anestésicos inalatórios é uma boa indicação para cadelas parturientes, pois
proporcionam uma recuperação mais rápida, mas por outro lado, cuidados devem
ser tomados em relação à profundidade de anestesia da mãe (GABAS et al., 2006).
Uma anestesia profunda pode causar hipotensão na mãe e como consequência a
diminuição do fluxo sanguíneo uterino e acidose do feto (ROBERTSON & MOON,
2003; LUZ et al., 2005). A realização de partos com sevufluorano apresenta boa
segurança para mãe e para o feto, sendo a taxa de mortalidade muito próxima a de
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um parto normal (GABAS et al., 2006). O halotano causa intensa depressão do
sistema nervoso central (SNC) e por este motivo não é um fármaco de escolha para
realização de cesarianas, embora dependa da profundidade e duração da anestesia
e que o quadro do neonato pode se reverter se receber ventilação adequada ao
nascimento (MUIR III & HUBBELL, 2001). O isoflurano por sua vez é um anestésico
de boa escolha por causar pouca diminuição do débito cardíaco (SPINOSA et al.,
2006). Os anestésicos locais possuem a capacidade de bloquear de forma total ou
parcial a condução nervosa do tecido próximo ao local em que foi aplicado
(SPINOSA et al., 2006). É de grande importância e de maior relevância nas
cesarianas, pois evita a exposição dos fetos aos anestésicos, embora necessite de
uma maior sedação da fêmea gestante. Cuidados devem ser tomados para não
ultrapassar a dose recomendada, pois os anestésicos locais podem ultrapassar a
barreira placentário causando depressão miocárdica e respiratória fetal (MASSONE,
2008). Dentre as técnicas de anestesia local para cesarianas em cadelas gestantes,
a epidural lombosacra é a mais indicada (MUIR III e HUBBELL, 2001;
MASTROCINQUE, 2002; LAVOR et al.,2004). A lidocaína a 2% sem vasoconstritor
(5,0 mg/Kg) (MUIR III e HUBBELL, 2001; MASTROCINQUE, 2002; LAVOR et
al.,2004) é um excelente fármaco de escolha, mas a cesariana deve ser realizada de
forma rápida para se evitar altas concentrações séricas que causam a depressão
fetal (MASSONE, 2008). A anestesia local com o uso da bupivacaína 0,5% sem
vasoconstritor (1,5 mg/Kg) (MUIR III e HUBBELL, 2001; MASTROCINQUE, 2002;
LAVOR et al.,2004) tem sido muito utilizada com sucesso nas cesarianas em
cadelas, pois apresentam baixíssimo comprometimento cardiorrespiratório, no
entanto deve ser administrada com cautela, pois pode induzir a vasodilatação e
hipotensão (LAVOR et al., 2004).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante das alterações metabólicas e fisiológicas das fêmeas gestantes, a escolha de
um protocolo anestésico que promova menores alterações materno-fetais, além de
rápida recuperação para mãe é de extrema importância, aumentando com isso a
eficácia e segurança anestésica para estes pacientes.
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DIABETES MELLITUS EM PEQUENOS ANIMAIS - REVISÃO DE LITERATURA
Letícia Batista Ramos, Marina de Castro Xavier – Graduandas em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Diabetes mellitus; Pequenos Animais; Endocrinopatia.
INTRODUÇÃO
A obesidade trata-se de uma condição patológica caracterizada por um acúmulo de
gordura maior que o necessário para otimização das funções do corpo, suficiente
para deteriorá-las e prejudicar a boa saúde e o bem-estar animal (GUIMARÃES &
TUDURY, 2006). Na etiologia, obesidade, vida sedentária e estresse são os
principais fatores (POPPL & GONZÁLEZ, 2005). Com isso, surgem complicações
metabólicas que podem levar ao desenvolvimento de varias enfermidades, dentre as
quais a mais comumente observada na clínica de pequenos animais é a Diabetes
mellitus (DM) (VEIGA, 2007). Segundo Buchaim (2010), a DM é uma das
endocrinopatias mais comuns em pequenos animais podendo ser fatal se não for
diagnosticada e tratada adequadamente. Sendo assim, o objetivo desse trabalho é
realizar uma breve revisão de literatura sobre este distúrbio metabólico que acomete
pequenos animais.
METODOLOGIA
Este estudo constitui de uma revisão de literatura, no qual realizou-se uma consulta
a livros presentes na Biblioteca da Faculdade Univértix – Campus de Matipó MG e
por artigos científicos disponíveis selecionados através de busca nas plataformas
Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS)
referente ao tema.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Analisando os materiais encontrados podemos ver que a DM é uma endocrinopatia
comum em pequenos animais, tratando-se de uma doença endócrina que segundo
Maiochi et al., (2015), caracteriza-se por um aumento crônico dos níveis de glicose
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no sangue devido a um defeito na secreção de insulina, na sua ação, ou em ambas.
São conhecidos dois tipos de DM sendo eles tipo l e ll. O DM tipo l é uma doença
auto-imune na qual anticorpos se desenvolvem contra componentes do pâncreas
endócrino causando falência da célula β (MARCONDES, 2003). Segundo Gomes &
Toledo Pinto (2013) a maior parte dos cães diabéticos apresenta-se com este tipo de
diabetes. A tipo II, ou diabetes mellitus não dependente de insulina, caracteriza-se
por uma resistência à insulina e/ou células β disfuncional. A secreção de insulina
pode ser elevada, baixa ou normal, mas é insuficiente para superar a resistência à
insulina nos tecidos. Esta, por sua vez, é de difícil diagnóstico em cães. Os sinais
clínicos da DM dependem do tipo, grau e das condições precedentes ao início da
insuficiência de insulina (FARIA, 2007). A DM ocorre mais frequentemente em
fêmeas caninas e machos felinos (HARVEY & SCHAER, 2014). Os sinais clínicos da
DM são poliúria, polidpsia, polifagia, perda de peso, hiperglicemia de jejum
persistente e glicosúria (OLIVEIRA et al., 2011). A maioria dos pacientes é obesa.
As fêmeas com esta condição são predispostas ás infecções do trato urinário
ascendente, sendo que aproximadamente 25% a 50% das fêmeas diabéticas
apresentam cistite bacteriana (FARIA, 2007). Para diagnóstico da DM inicialmente
deve ser avaliada a presença dos sinais clínicos. Além disso, é essencial a
realização de exames específicos como o hemograma, o perfil bioquímico e
urinálise. Em felinos pode ser realizada a dosagem de frutosamina para
complementar demais exames (MORAES et al., 2011). A presença de glicose na
urina, com ou sem corpos cetônicos, associada ao teor sanguíneo de glicose acima
de 250mg/dL em condição de repouso, com hipercetonemia, é achado comum.
Dosagem de eletrólitos e testes de função renal podem indicar alterações (em
particular hipocalcemia); pode haver elevação da atividade sérica de fosfatase
alcalina devido à infiltração de gordura no fígado (HARVEY & SCHAER, 2014). Se a
DM não for adequadamente tratada pode levar a morte. O objetivo inicial do
tratamento é a eliminação dos sinais clínicos do diabetes observados pelo
proprietário. A persistência dos sinais clínicos e o desenvolvimento de complicações
ou cronicidades do quadro estão diretamente relacionados com a gravidade e a
duração do estado hiperglicêmico (NELSON & COUTO, 2010). A terapia inicial é
diferente para cada tipo de apresentação da DM. A finalidade terapêutica é
restabelecer a homeostase normal do metabolismo de proteínas, lipídios e
carboidratos (FARIA, 2007). Para o tratamento é imprescindível a realização de
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dieta, exercícios físicos, a utilização de insulina ou hipoglicemiantes orais.
Atualmente também é descrita a utilização da homeopatia juntamente com os
tratamentos convencionais, com expectativa de diminuir os sintomas e garantir uma
melhor qualidade de vida para o animal (BARROS, 2006). Em algumas situações
utilização de insulina pode ser dispensável. Este fato se da, pois as células β não
perdem totalmente sua função (OLIVEIRA, 2003). As dietas de uma forma geral
devem incluir alimentos enlatados e rações conglomeradas e desidratada, contendo
carboidratos complexos, fibras insolúveis (para diminuir a absorção de glicose pelo
intestino) e assim conter a glicemia do animal (BARROS, 2006). Fatores como
idade, tipo e tempo de diagnóstico da DM, controle metabólico, obesidade e
hipertensão arterial são importantes quanto ao risco desta complicação. Já os
fatores como senilidade, temperamento e presença de doenças concorrentes como
uma neoplasia determinaram escolha entre o tratamento ou eutanásia (FARIA,
2007). A atitude e a disponibilidade do proprietário devem ser considerados para um
tratamento bem sucedido, tendo a DM como um prognóstico reservado. Segundo
Cook (2012) o manejo bem sucedido ao paciente é amplamente definido pela
manutenção de um peso corporal estável e melhora dos sinais clínicos, tais como
polidipsia, poliúria e polifagia juntamente com a prevenção de cetose ou
hipoglicemia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos dados obtidos podemos considerar a importância do conhecimento da
DM, suas causas, fatores predisponentes, prevenção, diagnóstico diferencial e
prognóstico. O tratamento terá sucesso não só pelo trabalho e manutenção do
médico veterinário, mas também pela devida conscientização do proprietário.
Lembrando que não existem métodos profiláticos para a DM, mas recomenda-se
dieta balanceada e exercícios físicos regulares.
REFERÊNCIAS
BARROS, E.M. Diabetes mellitus canino. Pós-graduação “lato sensu” em clínica médica e cirúrgica em Pequenos animais, Universidade Castelo Branco. Campo Grande, 2006.
BUCHAIM, V.M.; BETTINI, C.M. Eficácia da insulina glargina no tratamento da diabetes mellitus tipo l em cães. Anais Eletrônico. Disponível em
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http://www.cesumar.br/prppge/pesquisa/mostras/quin_mostra/veruska_martins_rosa_2.pdf
COOK, A. K. Monitoring Methods for Dogs and Cats with Diabetes Mellitus. J Diabetes Sci Technol. 2012; 6: (3):491-495.
FARIA, P.F. Diabetes mellitus em cães. Acta Veterinária Brasílica, Rio Grande do Norte, v.1, n.1, p.8-22, 2007.
GOMES, K.R.; TOLEDO-PINTO, E.A. Estudo de diabetes mellitus em cães: revisão de literatura. Anais da lll. SEPAVET. FAMED – Faculdade de Medicina Veterinária da FAEF, 2013.
GUIMARÃES, A. L. N.; TUDURY, E. A. Etiologias, conseqüências e tratamentos de obesidades em cães e gatos – revisão. Vet. Not., Uberlândia, v. 12, n. 1, p. 29-41, jan.-jun. 2006. HARVEY, R. C.; SCHAER. M. Doenças endócrinas. In: GRIMM, K. A et al. Lumb & Jones: Anestesia e analgesia veterinária. 4.ed. Gen, 2014. p.1024-1035.
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OLIVEIRA, I.A. DM em pequenos animais: Estratégias de tratamento e monitorização. Seminário/pós-graduação. Pós graduação em ciências veterinárias pela UFRGS. 2003.
OLIVEIRA, D.T; CAMERA, L; MARTINS, D.B. DM em cães. XVI Seminário interinstitucional de ensino, pesquisa e extensão. Universidade de Cruz Alta. Cruz Alta, 2011.
POPPL, A. G.; GONZÁLEZ. F. H. D. Aspectos epidemiológicos e clínico-laboratoriais da Diabetes Mellitus em cães. Acta Scientiae Veterinariae. Porto Alegre, v.33, n.1, p.33-40, 2005.
VEIGA, Ángela. Suscetibilidade a Diabetes Mellitus em cães obesos. 2007, 90p. Dissertação (Doutorado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre.
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ESPOROTRICOSE- REVISÃO DE LITERATURA
Janaína Geralda Vieira Lage, Richelle Fernandes Lima Costa Alves, Isabella Araújo Moreira Alves,Thais dos Reis Fonseca - Graduandas em Medicina
Veterinária- Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX. Hélio Augusto Chicareli Gomes-Graduado em Medicina Veterinária- Faculdade
Vértice-UNIVERTIX. Bruna Medeiros Panciere- Graduada em Medicina Veterinária – FACASTELO. Vanessa Guedes Pereira- Graduada em Medicina Veterinária Especialista em
Clínica e Cirurgia de Cães e Gatos - Mestre em Medicina Veterinária - Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
PALAVRAS- CHAVE: Zoonose; Micose; Esporotricose A esporotricose é uma infecção fúngica sendo causada pelo fungo
Sporothrixschenckii, sendo classificada uma zoonose, o homem em contato com o
animal infectado pode adquirir a doença. Tanto nos animais quanto no homem, a
doença em grande parte se manifesta como uma infecção à pele e ao tecido celular
subcutâneo (NUNES & ECOSTEGUY, 2005). Ofungo da esporotricose é localizado
em vegetais, áreas de pouca higienização e dejetos orgânicos, a doença pode ser
encontrada através de feridas no contato com terras ou áreas infectadas,
contribuindo para a fecundação do fungo no tecido subcutâneo e originar a
enfermidade. Dessa forma, o objetivo desde trabalho é avaliar uma breve discussão
sobre a esporotricose, para isso foram buscados trabalhos em artigos e livros para
definição da esporotricose. A esporotricose pode afetar variadas espécies de
animais e já foi diagnosticado em equinos, cães, felinos, bovinos, suínos, camelos,
primatas e no homem. No cão, a esporotricose é incomum a rara, sendo mais
comuns as dermatofitoses causadas por Microsporum canis, M. gypseum e
Trichophytonmentagrophytes (PAIXÃOet al., 2001; MORIELO, 2004).Clinicamente,
animais doentes apresentam lesões no dorso do tronco e na cabeça, sendo que as
extremidades podem estar concomitantemente afetadas; estas lesões se
caracterizam por formações circulares, elevadas, com alopecia e crostas, em grande
número com ulceração central, e no caso de disseminação da doença, podem estar
presentes anormalidades oculares, neurológicas e linfáticas (NUNES &
ECOSTEGUY,2005).O diagnóstico da esporotricose se relaciona na história, no
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exame físico, no exame citopatológico da ferida porpunção aspirativa por agulha
fina, no exame histopatológico e imunohistoquímico da área acometida, no entanto a
cultura fúngica com posterior identificação do fungo é o método eletivo e definitivo
para diagnóstico desta doença (ROSSI et al., 2013). A confirmação diagnóstica é
feita com o isolamento do S. schencki em meio de culltura a 25°C seguido de estudo
morfológico macroscópico e microscópico (NELSON & COUTO, 2006). Para o
tratamento da esporotricose, as drogas de escolha são os iodetos inorgânicos
(Iodeto de potássio, iodeto de sódio), cetoconazol e itraconazol. O itraconazol (5
mg/Kg/dia) e ocetoconazol(10 a 30 mg/Kg/dia) relatam resultados efetivos para
doenças fúngicasde cães e gatos,lembrando que o animal que estiver submetido a
tratamento com esses fármacos deve ser avaliado dosagens de enzimas hepáticas
para monitoramentoe detecção rápida á toxidade. O prognóstico da doença se
classifica de favorável a bom. A esporotricose por ser classificada como uma doença
de alto risco para a saúde pública deve ser tomada medida efetiva para o
diagnóstico e cuidados na manipulação do animal, como por exemplo, o uso de
luvas de procedimento para o contato com os animais infectados. Além disso, após
a confirmação da doença, o animal deverá ser isolado para tratamento até haver a
cicatrização completa das feridas apresentadas. Estas medidascontribuem para que
humanos e outros animais não adquira a zoonose.Concluímos que esporotricoseé
uma zoonose causada pelo fungo dimórfico Sporothrixschenckii. Sendo importante o
diagnóstico rápido e preciso para evitar transmissão ao homem. Para isso, deve ser
realizado exame histológico das lesões cutâneas e cultura fúngica. Apesar do
prognóstico favorável da doença, o tratamento deve ser realizado de modo eficaz e
somente ser suspenso após a cura clínica do animal.
REFÊRENCIAS LARSSON, C. E. Esporotricose. Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo.BrazilJournalVeterinay Revista Animal Scienc, São Paulo, v. 48, n. 3, p. 250-259, 2011. MARQUES, S. A.; FRANCO, S. R. V. S.; CAMARGO, R. M. P.; DIAS, L. D. F.; HADDAD júnior, V.; FABRIS, V. E.;Esporotricose do gato doméstico (feliscatus): Transmissão humana. Revista. Inst. Med. Trop. São Paulo,1993, vol.35, n.4, pp.327-330. 35(4):327-330,1993.
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OCORRÊNCIA DE TUBERCULOSE EM BOVINOS ABATIDOS EM UM ESTABELECIMENTO SOB SERVIÇO DE INSPEÇÃO FEDERAL NA ZONA DA
MATA MINEIRA (2007 a 2013)
Thais dos Reis Fonseca; Isabella Araújo Moreira Alves; Camila Sampaio; Cinthia Genelhu; Ellen Silvia Gomes; Sâmela Carine de Araújo Braga; –
Graduandas em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Letícia Ferreira da Silva – Graduada e Mestre em Medicina Veterinária –
Professora do curso de Medicina Veterinária da FaculdadeVértice – UNIVÉRTIX. [email protected]
Área do conhecimento: (5) Ciências Agrárias
PALAVRAS-CHAVE:Inspeção de carnes; Mycobacterium bovis, saúde pública, zoonose. INTRODUÇÃO
A tuberculose bovina, transmitida pelo Mycobacterium bovis, é uma doença
infectocontagiosa crônicade abrangência mundial eque, além de atingir os
animais,também é considerada uma zoonose (FIGUEIREDO et al., 2010). Trata-se
de uma doença que se constitui em um importante problema de saúde pública e
médico veterinário, em decorrência dos prejuízos econômicos para os produtores e
para a indústria da carne (FURLANETTO et al., 2012). A importância econômica
atribuída à doença em bovinos se dá em consequência de perdas resultantes da
morte dos animais, da queda na produção de carne e leite (redução de 10 a 25%),
do descarte precoce e, principalmente, em decorrência do julgamento e destinação
de carcaças acometidas durante o abate (MURAKAMI et al., 2009); uma vez queo
Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal, do
Serviço de Inspeção Federal, determina critérios de rejeição parcial, aproveitamento
condicional e condenação de carcaças acometidas, segundo sua condição
anatomopatológica (BRASIL, 1952).É caracterizada pelo desenvolvimento
progressivo de lesões nodulares denominadas tubérculos, que podem se localizar
em qualquer órgão ou tecidodo animal infectado (LAGE et al., 2006). O diagnóstico
da tuberculose bovina nos matadouros-frigoríficos é realizado durante a rotina de
inspeção post mortem,com base nas observações dessas lesões típicasem carcaças
eórgãos (PINTO et al., 2004).Os tubérculos geralmente são firmes, com centro
caseoso e, quando calcificados, rangem ao corte com faca durante a inspeção, no
entanto, os grandes nódulos as vezes se apresentam, também, como abscessos de
pus espesso(RODRIGUESet al., 2008). Portanto, em consequência dos prejuízos
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econômicos e riscos à saúde pública, foi implantando, pelo Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, o Programa Nacional de Controle e Erradicação de
Brucelose e Tuberculose, visando inicialmente a redução da prevalência e posterior
erradicação dessas doenças no rebanho brasileiro (BAPTISTA et al., 2004;
FURLANETTO et al., 2012). A tuberculose, no entanto, continua sendo a principal
zoonose diagnosticada em estabelecimentos de abate de bovinos, ao lado da
cisticercose (PINTO, 2014), apresentando prevalência de 0,7% em matadouros-
frigoríficos de Minas Gerais no período de 1993 a 1997 (BAPTISTA et al., 2004).
Dada a importância econômica e sanitária da doença em questão, e a inexistência
de dados oficiais atualizados sobre a prevalência da tuberculose bovina no Brasil
(FURLANETTO et al., 2012),torna-se necessário a monitorização dos casos para o
conhecimento da realidade regional. Sendo assim, o objetivo deste trabalho será
determinar a prevalência da tuberculose bovina e os prejuízos resultantes da
condenação de carcaças acometidas, entre os anos de 2007 a 2013, em um
matadouro-frigorífico sob Serviço de Inspeção Federal (SIF) localizado na Zona da
Mata Mineira.
METODOLOGIA
Será realizado um estudo retrospectivo, através de um levantamento de dados, em
um matadouro-frigorífico sob SIF localizado na região da Zona da Mata mineira,
mediante aprovação do estabelecimento. Para isto, serão utilizadas, como fontes de
informação, fichas relativas ao movimento mensal de abate de bovinos e de causas
de apreensão e destinação de carcaças bovinas, no período compreendido entre
janeiro de 2007 a dezembro de 2013. Os dados serão analisados para posterior
cálculo das taxas de prevalência anuais e de período. A análise de regressão linear
da ocorrência da tuberculose bovina ao longo dos anos, será realizada no programa
SigmaPlot 13.0.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Trata-se de um projeto em andamento, em fase de levantamento bibliográfico. Os
dados da rotina de abate ainda serão fornecidos pelo matadouro-frigorífico em
questão, para posterior análise e discussão dos resultados.
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REFERÊNCIAS BAPTISTA, F.; MOREIRA, E.C.; SANTOS, W.L.M.; NAVEDA, L.A.B. Prevalência da tuberculose em bovinos abatidos em Minas Gerais. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.56, n.5, p.577-580, 2004. BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal. Aprovado pelo Decreto nº 30.691, de 29-03-52. Brasília, 1952. 174p. FIGUEIREDO, S.M.; ROCHA, V.C.M.; HIGINO, S.S.S.; BATISTA, C.S.A.; ALVES, C.J.; CLEMENTINO, I.J.; AZEVEDO, S.S. Tuberculose bovina no estado da Paraíba: estudo retrospectivo. Pesquisa Veterinária Brasileira, v.30, n.9, p.712-716, 2010. FURLANETTO, L.V.; FIGUEIREDO, E.E.S.; CONTE JÚNIOR, C.A.; SILVA, F.G.S.; DUARTE, R.S.; SILVA, J.T.; LILENBAUM, W.; PASCHOALIN, V.M.F. Prevalência de tuberculose bovina em animais e em rebanhos abatidos em 2009 no estado de Mato Grosso, Brasil. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.64, n.2, p.274-280, 2012. LAGE, A. P.; ROXO, E.; MULLER, E. E.; POESTER, F. P.; CAVALLÉRO, J. C. M.; NETO, J. S. F.; MOTA, P. M. P. C.; GONÇALVES, V. S. P. Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose animal (PNCEBT). Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. p.51, 2006. 184p. MURAKAMI, P. S.; FUVERKI, R. B.; NAKATANI, S. M.; FILHO, I. R. B.; BIONDO, A. W. Tuberculose Bovina: saúde animal e saúde pública. Arquivo Ciência Veterinária Zoologia Unipar, v.12, n.1, p.67-74, 2009. PINTO, P.S.A. Inspeção e Higiene de Carnes.2.ed. Viçosa, MG: Editora UFV, 2014. 389p. PINTO, P.S.A.; VILORIA, M.I.V.; FARIA, J.E.; ALMEIDA, L.P. Avaliação do desempenho dos exames anatomopatológico e histopatológico na inspeção post mortem de bovinos suspeitos ou reagentes à prova de tuberculinização. Revista Brasileira de Ciência Veterinária, v.11, n.1/2, p.27-31, 2004 RODRIGUES, C. A.; MEDEIROS, E.; MELLO, G. C.; RIZZO, A.; ZAPPA, V.Controle da tuberculose bovina.Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, n.11, p.1-5, 2008.
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HIPOCALCEMIA PUERPERAL EM CADELA ATENDIDA NO HOSPITAL ESCOLA UNIVÉRTIX DE MATIPÓ - MG
Raquel Garcia Lima Rodrigues, Suelen Martins Romualdo, Gabriel Ribeiro
Fernandes, Cinthia Genelhu Silva - Graduandos em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Mayara Cristini Ferreira de Aguiar – Mestre em Ciências Veterinárias. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
PALAVRAS-CHAVE: Hipocalcemia, puerperal, cadela, tratamento.
INTRODUÇÃO
A tetania puerperal, ou hipocalcemia puerperal, é uma doença metabólico nutricional
caracterizada pelo desequilíbrio da concentração plasmática de cálcio (Ca) no
sangue (NETO et al., 2011), como consequência das exigências da mineralização
do esqueleto fetal e da lactação (FRANÇA E DIAMANTINO, 2013), Outra causa
pode ser pela atrofia da glândula paratireoide, devido dieta ou suplementos
inadequados (NELSON e COUTO, 2010), O PTH (paratormônio), que é secretado
por esta glândula, é essencial para a realização da homeostase do cálcio, tendo
como principal função manter a concentração sérica de minuto a minuto (SIMÕES,
2013). A hipocalcemia puerperal é uma doença que ocorre mais nas raças pequenas
e excitáveis de cães, como chihuahuas, poodles toy e pequenos terriers, de uma a
três semanas após o parto (FRASER, 1996). Os sintomas de hipocalcemia em
animais de pequeno porte são variáveis e ocorrem quando a concentração sérica de
cálcio for inferior a 6,5 miligramas por decilitro (mg/dL) (ETTINGER e FELDMAN,
2014). Segundo Bichard e Sherding, (2013) considera-se hipocalcemia quando a
concentração sérica de cálcio total é <8,5 a 9 mg/dL ou o teor de cálcio ionizado é
<5 mg/dL em cães. A hipocalcemia pós parto acomete em sua grande maioria
bovinos leiteiros de alta produção (SCHENKEL, 2013). Sendo escassos os relatos
encontrados sobre cadelas.
RELATO DE CASO
Uma cadela foi atendida no Hospital Veterinário Escola Univértix no dia 04-03-2016,
com peso de 5 (cinco) quilos, da raça poodle, com idade desconhecida, com queixa
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de tremores, distensão e rigidez de todos os membros. Foi constatado ao exame
físico: tetania, taquipnéia, taquicardia, hipertermia (41,9 °C), injeção conjuntival e
mucosa ocular hipercorada. Segundo relato do proprietário a cadela havia parido à
39 dias e os filhotes demonstravam-se robustos e com apetite. Ou seja, a cadela
apresentava-se em lactação. Mediante histórico e sinais clínicos logo pode-se
suspeitar de que se tratava de um quadro de hipocalcemia. Foi coletada amostra
sanguínea para realização de hemograma completo. A única alteração encontrada
no hemograma foi um aumento na contagem de plaquetas no valor de: 675x109/L. O
tratamento foi instituído imediatamente, sendo administrados: fluidoterapia com
ringer lactato por via intravenosa (IV) com frequência de uma gota por segundo,
gluconato de cálcio a 10% na dose de 60 mg/kg (miligramas por quilo) em infusão
lenta, dipirona na dose de 25mg/kg, com redosagem de 30 mg/kg. Foi utilizada a
aplicação de compressas geladas na face interna dos membros, região abdominal e
ventral do pescoço. A hipertermia foi controlada, a rigidez dos membros se desfez
gradativamente, frequência cardíaca e respiratória também voltaram aos seus
valores de referência normais após 2 horas de tratamento.
DISCUSSÃO
A hipocalcemia tem um efeito excitatório nas células nervosas (WIEBE e HOWARD,
2009). Tremores, fasciculações, tetania, espasmos musculares, esfregação facial e
alterações da marcha (rigidez e ataxia) ocorrem devido a maior excitabilidade
neuromuscular, que justifica a apresentação clínica do animal no caso relatado.
Alterações de comportamento como inquietação, agressividade, respiração
ofegante, hipersensibilidade aos estímulos e desorientação são achados frequentes.
Nota-se bradicardia, hipertermia, poliúria, polidipsia e vômito (BICHARD e
SHERDING, 2013). Segundo Ettinger e Feldman (2010) os sintomas agravam para
espasmos musculares Tônico-clônicos, febre, taquicardia, miose, convulsões e
morte. Neste relato, foram constatados os sinais clínicos característicos, verificado o
histórico e instituído o tratamento, antes da obtenção dos resultados laboratoriais. O
diagnóstico da hipocalcemia puerperal é baseado nos sinais clínicos, anamnese e
concentração de cálcio no sangue (MOURA, 2015) e na resposta ao tratamento
(OLIVEIRA, 2012). Neste caso não foi feita a dosagem sérica de cálcio, pelo fato de
o tratamento ter sido instituído imediatamente. Como os sinais clínicos numa fêmea
em pós-parto são bem característicos, o tratamento é iniciado antes da confirmação
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laboratorial ou até mesmo sem a mesma, a qual é necessária em um animal pré-
parto (NELSON e COUTO, 2010). O tratamento consiste na administração
intravenosa lenta de solução de gluconato de cálcio a 10%, até obtenção do efeito
(NELSON e COUTO, 2010). Segundo Bonagura e Twedt (2008) a dose de gluconato
de cálcio a 10% é de 0,22 a 0,44 ml / kg. Apesar de a dose indicada na literatura ser
de até 0,44ml, a dose exigida pelo animal para a obtenção de efeito foi
significativamente maior. A administração deve ser feita em combinação com
ausculta cardíaca minuciosa ou eletrocardiograma. O aparecimento de bradicardia e
arritmias durante a administração de cálcio IV indica que deve ser interrompida o
quanto antes (BONAGURA e TWEDT, 2008). No presente caso não houve alteração
cardíaca. A recuperação total ou desaparecimento dos sinais clínicos ocorre com
poucos minutos de tratamento IV (BONAGURA e TWEDT, 2008). O cálcio deve ser
diluído em solução salina e administrado na forma de gotejamento contínuo via IV,
para manter a concentração sérica de cálcio normal (BICHARD e SHERDING,
2013). Mas nesse caso não foi feito devido à recusa do proprietário em internar o
animal. A trombocitose é um aumento na contagem de plaquetas além dos valores
de referência (ETTINGER e FELDMAN, 2014). O número de plaquetas circulantes
varia discretamente entre as espécies, ficando em torno de 200-400 x 109/L (KERR,
2003). A trombocitose secundária pode ser fisiológica, como na mobilização de
plaquetas do baço e do pulmão induzida pelo exercício e pela adrenalina
(ETTINGER e FELDMAN, 2014). O fator estresse pode ter sido a causa da
trombocitose constatada no hemograma, consequência da descarga de adrenalina,
devido os sinais clínicos apresentados pelo animal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante deste relato de caso, pode-se observar que o animal em tal condição
necessita de tratamento imediato devido aos sinais clínicos apresentados. O
diagnostico para hipocalcemia puerperal se trata principalmente da anamnese e dos
sinais clínicos característicos. Iniciar o tratamento antes mesmo dos resultados
laboratoriais é de fundamental importância por se tratar de um quadro emergencial.
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REFERENCIAS
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ETTINGER, Sthephen J.; FELDMAN, Edward C.. Tratado de medicina interna veterinária. Doenças do cão e do gato. Tradução da 5ª edição. Volume II. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
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FRASER, C. M. Manual Merck de Medicina Veterinária. 7 ª edição. São Paulo: Roca, 1996.
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MOURA, Julio Cesar De; et al. Cafeína Como Adjuvante No Tratamento De Hipocalcemia Em Vaca Holandesa. Relato de experiência. XXIII Seminário de Iniciação Científica - Salão do Conhecimento. UNIJUÍ, 2015.
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SCHENKEL, Marlon et al.. Retenção Placentária Associada à Hipocalcemia Pós Parto em Bovinos Leiteiros. Relato de experiência. XXI Seminário de Iniciação Científica - Salão do Conhecimento. UNIJUÍ, 2013.
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WIEBE, Valerie J. e HOWARD, James P.. Pharmacologic advances in canine and feline reproduction. Topics in Companion Animal Medicine, Vol. 24, N° 2, pg. 71-99. Elsevier, 2009.
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AVALIAÇÃO DE BETA-HIDROXIBUTIRATO PARA DIAGNÓSTICO DE CETOSE SUBCLÍNICA EM VACAS DE ALTA PRODUÇÃO
Joao Pedro Mendes de Almeida, Nathan Vinicius de Souza Guimaraes, Daniele de Souza Campos, Marcos Augusto Azevedo Júnior, Rafael Faria Arruda
Soares, Rhaí Basilato Campos - Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Paulo Cesar Amorim – Professor Especialista da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Beta-hidroxibutirato, cetose subclínica, vacas de alta produção.
INTRODUÇÃO
A cetose é uma patologia metabólica que acomete vacas de leite, gerando um
grande impacto sobre a saúde e produtividade dos animais. Esta doença é definida
como uma desordem no metabolismo de carboidratos ocasionando um aumento nos
níveis de corpos cêtonicos na corrente sanguínea e acomete principalmente vacas
de alta produção (SOUZA et al., 2015). O período de transição compreende o
intervalo entre 20 dias antes do parto e 20 dias após o parto e representa um grande
desafio em função das alterações hormonais e metabólicas. Nesta fase há um
aumento expressivo na demanda de nutrientes, para produção de leite associado ao
baixo consumo de matéria seca (CMS) (ALVARENGA et al., 2015). Com isso há
insuficiente aporte de nutrientes o que induz a mobilização de tecido adiposo
(RABELO & CAMPOS, 2009). O déficit energético entre a energia ingerida através
dos alimentos e a energia utilizada pelo organismo para manutenção e produção
caracteriza o balanço energético negativo (BAUMGARD et al., 2006). Esta patologia
pode ser classificada como clínica ou subclínica e como primária ou secundária
segundo a origem, a prevalência, o curso da doença e os sinais clínicos (CAMPOS
et al., 2005). O diagnóstico laboratorial da cetose é baseado na determinação de
corpos cetónicos no sangue, na urina ou no leite. Em função de sua solubilidade no
plasma, eles são filtráveis e passam facilmente para a glândula mamária. O aceto
acetato e a acetona são muito voláteis e por isto, os testes que demandam mais
tempo devem ser específicos para beta-hidroxibutirato (BHB) (ALVARENGA, 2013).
O BHB é o principal corpo cetônico e pode ser mensurado no sangue. Níveis de
BHB inferiores a 1,2 mmol/L são considerados normais em vacas de alta produção.
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Valores entre 1.2 e 3 mmol/L são indicativos de cetose subclínica. (CAMPOS et al.,
2005). Em função dos prejuízos relacionados a esta doença nos rebanhos leiteiros,
esse trabalho tem como objetivo avaliar a prevalência de cetose subclínica em vacas
de alta produção bem como as consequências relacionadas a esta patologia.
METODOLOGIA
A pesquisa atuará em propriedades leiteiras visando identificar animais de risco para
cetose subclínica. Amostras de sangue serão coletadas por venopunção jugular e
avaliadas em aparelho portátil optium xceed utilizando fitas de cetonas para
determinação de BHB. Será considerado cetose subclínica animais com níveis de
BHB superiores a 1,2 mmol/L. Para auxiliar na interpretação dos dados, será
aplicado um questionário com o objetivo de avaliar a alimentação, produção de leite
e outras patologias que podem estar associadas a cetose.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Este trabalho ainda se encontra na fase de levantamento bibliográfico, não
apresentando com isso parte pratica já desenvolvida. A realização das avaliações
nos animais susceptíveis terá inicio no mês de novembro de 2016.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando o impacto da cetose subclínica nos rebanhos leiteiros de alta
produção é fundamental a identificação dos animais com esta afecção visando
estabelecer medidas preventivas nos rebanhos avaliados.
REFERÊNCIAS
ALVARENGA, E. A. PERFIL METABÓLICO DE VACAS DA RAÇA HOLANDESA DURANTE O PERIODO DE TRANSIÇÃO, LOCAIS DE COLHEITA E MÉTODOS DE ANÁLISE DE BETA HIDROXIBUTIRATO. 2013 Dissertação/Mestrado Belo Horizonte Escola de Veterinária da UFMG. ALVARENGA, E. A.; MOREIRA, G. H.F.A.; FACURY FILHO, E. J.; LEME, F. O. P.; COELHO, S. G.; MOLINA, L. R.; LIMA, J. A. M.; CARVALHO, A. U. Avaliação do perfil metabólico de vacas da raça Holandesa durante o período de transição Pesq. Vet. Bras. v.35, n.3, p.281-290. 2015.
BAUMGARD L. H.; ODENS L. J.; KAY J. K. et al. Does negative energy balance (NEBAL) limit milk synthesis in early lactation. The University of Arizona. v.21, 2006.
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SOUZA, C. R; SOUZA, R. C.; ZAMPIROLLI, F, B.; F. B; SOUSA, B. M. Prevalência e Concentração de Corpos Cetonicos de Vacas Leiteiras em Sistemas Intensivos de Produção de Leite em Minas Gerais. Anais: XI Congresso Brasileiro e XVII Congresso Latinoamericano de Buiatria. 2015. RABELO, E.; CAMPOS, B. G. Fisiologia do Período de Transição. Zootecnia – UFMG. p.13. Apostila. 2009.
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UTILIZAÇÃO DE Solanum lycocarpum NO COMBATE DO RHABDITIS O CAUSADOR DE OTITE EM GIR LEITEIRO
Humberto Alves de Lima, Vinícius Rodrigues Ferreira, Bruno Silva Freitas e Jânio Ricardo Alves Filho – Graduandos em Medicina Veterinária - Faculdade
Véttice – UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes – Graduada em Ciências Farmacêuticas, Farmacêutica
Bioquímica, Mestre em Ciências Farmacêuticas da Faculdade Vértice. Rogério Oliva Carvalho – Graduado em Medicina Veterinária, Mestre Doutor em
Medicina Veterinária. Professor do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice.
PALAVRAS-CHAVE: fruta do lobo, rhabditiose, terapia, bovino. A produção de leite é considerada a característica mais importante em programas de
melhoramento genético. No entanto, a ênfase dada somente à produção pode afetar
negativamente algumas características funcionais como fertilidade e resistência a
doenças (WALL et al., 2005; PEREZ- CABAL et al., 2006). De acordo com a
ABCGIL (2012) a raça Gir passa por um período acelerado de desenvolvimento,
visto que a pecuária leiteira nos países tropicais requer opções que permitam uma
exploração mais eficiente dentro da realidade econômica e ambiental, sendo que a
raça Gir se encaixa perfeitamente nessa situação. Em 2010 a raça comercializou
mais de 691.000 doses de sêmen no Brasil, o que representou cerca de 48% do
total de sêmen produzido no país para leite e mais de 15% do total comercializado
para este fim (ASBIA, 2010). A raça mesmo sendo resistente a parasitas possui as
suas particularidades, como por exemplo, susceptibilidade a uma parasitose
conhecida como otite de gir leiteiro ou então rhabditiose, a qual o agente etiológico
da doença é um nematoide de vida livre o Rhabditis spp. (LEITE, 2010). A otite
parasitária tem consequências econômicas bastantes acentuadas, tornando o
tratamento cada vez mais oneroso, com medicamentos e manejo. Existem vários
protocolos terapêuticos que ainda são extremamente questionados a respeito de sua
eficácia, pois vários deles não apresentam resultados satisfatórios (VIEIRA et al.,
2001; PITOMBO, 2006; ABDALLA et al., 2008). Dessa forma, este trabalho tem
como objetivo avaliar o efeito in vitro da Solanum lycocarpum (fruta lobeira ou fruta
do lobo) contra Rhabditis spp. O projeto está em fase de preparação para o
desenvolvimento da parte prática. O experimento será realizado em Matipó-Mg na
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instituição UNIVERTIX, a coleta do parasito será realizada através do swab
diretamente da orelha dos animais infectados. Após a coleta, o material será levado
para o laboratório de parasitologia da instituição, todo material passará por um
processo de depuração com solução fisiológica, em seguida, os parasitos (Rhabditis
spp.) serão cultivados em Ágar sangue. Serão extraídos substratos dos frutos, os
quais serão desidratados, triturados e armazenados em frasco âmbar. Os parasitos
serão divididos em 4 grupos, três grupos serão submetidos ao tratamento, e um
grupo controle com solução fisiológico. Após 24 horas da aplicação da solução, será
avaliada a eficácia do composto através da contagem de Rhabditis spp. mortos com
o auxilio de um microscópio esterioscópio. Este estudo se faz importante levando em
consideração o valor do gado gir no rebanho brasileiro e os prejuízos causados por
este agente etiológico em vista que, as características do conduto auditivo desta
raça provém do próprio melhoramento genético que preconiza a produção leiteira.
Sendo que os protocolos terapêuticos empregados não tiveram resultados
satisfatórios.
REFERENCIAS:
ABCGIL. Associação Brasileira dos criadores de Gir Leiteiro. Uberaba, MG. O Gir Leiteiro hoje. Disponível em: http://www.girleiteiro.org.br/novo/?desempenho Acesso em: 13/02/2016. ABDALLA, M. S.; PEIXOTO, T. C.; ALVES, P. A. M.; FRANÇA, T. N.; BRITO, M. F. Aspectos anatomo-patológicos da otite causada por Rhabditis sp. em bovinos no estado do Rio de janeiro, Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE VETERINÁRIA, 35., 2008, Gramado. Anais eletrônicos [online]. Gramado: COMBRAVET, 2008. R0743-1. Disponível em: http://www.sovergs.com.br/conbravet2008/anais/cd/ resumos/ R0743-1.pdf. Acesso em: 13/02 2016. ASBIA. Associação Brasileira de Inseminação artificial. Relatório estatístico de produção, importação e comercialização de sêmen. 2010. Disponível em: http://www.asbia.org.br/novo/upload/mercado/relatorio2010.pdf Acesso em: 10/02/2016.
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ASPIRAÇÃO FOLICULAR GUIADA POR ULTRASSONOGRAFIA: REVISÃO DA LITERATURA
José Camilo Vaz Pedrosa, Jeann Pedro Cordeiro e Silva- Acadêmicos do curso
de Medicina Veterinária –UNIVÉRTIX. Vívian Rachel de Araújo Mendes–Doutoranda em Medicina Veterinária –
Professora da Faculdade Vértice –UNIVÉRTIX.
PALAVRAS- CHAVES: Biotecnologia, Embrião, Bovino
O agronegócio brasileiro tem como destaque a bovinocultura (RUNPF, 2007). A
importância deste setor desperta o interesse de pesquisadores em buscar novas
biotecnologias para o melhoramento genético e aproveitamento destes animais
(FONSECA et al., 2001). A pioneira das técnicas foi a inseminação artificial (IA)
permitindo a proliferação do material genético dos reprodutores (DODE e RUMPF,
2002). Na sequência, a transferência de embrião (TE) com aproveitamento de
fêmeas de alto valor genético. Com o desenvolvimento da técnica de aspiração
folicular transvaginal guiada por ultrassom (ovum pick up - OPU) em doadoras
potenciais, o processo de produção in vitro de embriões (PIVE), gerou um avanço na
multiplicação de descendentes por animal (RUMPF et al., 2000). A OPU vem sendo
utilizada desde 1988 (KRUIP et al.,1994) com intuito de melhorar a recuperação de
ovócitos chegando ao maior número de embriões produzidos por animal. Com a
monta natural ou a (IA), levando-se em conta o período de gestação e involução
uterina, só é possível obter uma gestação ao ano, enquanto na OPU-PIVE o
aproveitamento pode chegar a 1 embrião por semana (KRUIP et al.,1994). Esta
biotecnologia possibilita o maior aproveitamento de ovócitos, uma vez que as
fêmeas de bovinos possuem cerca de 500 mil folículos nos ovários os quais todos
tem o potencial de chegar a dominância, mas ainda sem exercê-la. O que defini este
evento será o crescimento do folículo dominante até aproximadamente 8,8 mm de
diâmetro, ocorrendo maior produção de estradiol e inibina fazendo que os
subordinados entrem em atresia. Assim, apenas uma pequena parte destes folículos
irão ovular (GINTHER et al., 2003), o que irá depender de alguns eventos como
tamanho do folículo (LONERGAN et al.,1994; HENDRIKSEN et al., 2000), período
do ciclo estral (MACHATKOVA et al., 1996), atresia da maior parte dos folículos da
onda folicular que irá auxiliar o folículo dominante (HAGEMANN, 1999). Os folículos
aspirados na OPU podem estar em diferentes momentos da onda folicular, o que
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poderá interferir diretamente na produção de embriões (WIT et al., 2000). Existe
também uma grande influência em relação a raça da doadora, as fêmeas Bos taurus
taurus possuem em média 2 a 3 ondas foliculares enquanto os Bos taurus indicus
possuem 3 a 4 ondas foliculares e ainda exibem um maior número de folículos
recrutados a cada onda folicular comparado às Bos taurus taurus, o que fazem que
estas fêmeas de origem zebuína tenham um melhor resposta na OPU (BARUSELLI
et al., 2007). Além destes fatores, o desempenho individual de cada doadora reflete
um número diferente de ovócitos recuperados mesmo tratando-se de animais de
uma mesma raça (BONI et al.,1997). A idade, escore de condição corporal (ECC),
utilização de hormônios e também fatores relacionados à técnica como mobilização
não suficiente para o procedimento, ausência de habilidade do aspirador, tipo e
formato do transdutor, intensidade do vácuo, tipo de agulha para punção, podem
interferir na eficiência da técnica (BOUSQUET et al., 2000; BOLS et al., 2004;
SENEDA et al., 2005). Na OPU pode ser utilizados animais na fase de puberdade,
com anomalias adquiridas no aparelho reprodutivo e vacas gestantes até o terceiro
mês de gestação (GIBBONS et al., 1994). A OPU é uma fase que está relacionada
com o resultado final de todo o processo de produção de embriões, portanto, deve
se ter o conhecimento e bom desempenho na realização da técnica visando o
melhor aproveitamento e consequentemente melhores resultados (SENEDA et al.,
2005).
REFERENCIAS
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AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE LEITE: UMA REVISÃO DA LITERATURA
Israel Viana Amaral, Pamella Felipe Silva Benevides, Thais Monteiro Viana, Rafaela de Souza Pena Serra, Eliza Frances do Nascimento Vieira, Jamily de Oliveira Horst - Graduandos em Medicina Veterinária - Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX.
Leandro Silva de Araújo- Graduado e Mestre em Medicina Veterinária. Professor de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
PALAVRAS CHAVE: Qualidade microbiológica do leite, leite cru refrigerado, análise do leite. INTRODUÇÃO No Brasil, o leite é um dos alimentos de consumo diário da população que trazem
benefícios a saúde. Possui ótimo valor nutricional, sendo fonte de nutrientes
essenciais à alimentação humana, apresentando alto teor de proteínas, gorduras e
sais minerais. Por se tratar de um produto perecível, merece atenção especial na
sua produção (DOMARESKI et al., 2010). Em certas regiões do Brasil, o leite é
obtido em condições higiênico-sanitáriasprecárias que geram a presença de micro-
organismos acima do limite da Legislação da Normativa 51(BRASIL,2002). Os
cuidados de higiene, manipulação e transporte do leite influenciam diretamente na
sua qualidade microbiológica e de seus derivados,sendo assim considerado de
importância à Saúde Pública, pois pode oferecer riscos à saúde do
consumidor(GIOMBELLI et al., 2011). Os principais microrganismos encontrados no
leite pertencem ao grupo dos coliformes termotolerantes, coliformes totais, mesófilos
aeróbios e psicrotróficos (SILVA et al.,2010). Estes, são os principais causadores de
alterações físico-químicas no leite, produzindo ácido lático a partir da lactose ou
causando danos a caseína e aos triglicerídeos a partir de suas enzimas proteolíticas
e lipolíticas, colaboram para a diminuição da qualidade e vida de prateleira do
produto e seus derivados (GIOMBELLI et al., 2011). Além do método de coleta e
manipulação, as condições de armazenamento do leite fresco influenciam na sua
contaminação, um dos métodos para minimizar a multiplicação microbiana é a
refrigeração imediata após a ordenha, dificultando a multiplicação dos micro-
organismos mesófilos, maioria dos contaminantes. Entretanto em baixas
temperaturas pode ocorrer a proliferação de outro grupo de micro-organismo, os
psicrotróficos, que são capazes de se desenvolver em temperaturas de refrigeração,
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por este fato é obrigatório o recolhimento do leite refrigerado pelos caminhões
isotérmicos em até 24h (DOMARESKI et al., 2010). Dessa forma, o objetivo deste
trabalho é analisar a qualidade do leite e os principais micro-organismos presentes
no mesmo.
METODOLOGIA
Nesta pesquisa foi realizado um levantamento de estudos publicados sobre a
avaliação microbiológica do leite, relacionados à quantidade de micro-organismos
presentes do mesmo e alteraçõesna qualidade do produto e seus derivadosque
trazem prejuízos econômicos e à saúde publica. Foi realizada uma busca nas
plataformas Scielo, e Science Direct, e foram utilizadas as palavras-chaves:
Qualidade microbiológica do leite, leite cru refrigerado, e análise do leite. Obteve-se
um total de 2880 artigos estavam relacionados ao tema desta pesquisa, dos quais 9
foram selecionados levando-se em consideração o tipo de alimento analisado e a
relevância do estudo para a Saúde Publica.
RESULTADOS E DISCUSSÂO
Com o levantamento realizado foi possível constatar que o tema é de grande
interesse dado o número expressivo de artigos encontrados. Os estudos
selecionados têm como ponto principal a higiene e sanidade dos animais, boas
praticas para obtenção, estocagem transporte e o processamento do leite,
identificados como pontos críticos na redução da contaminação (SOUZA et al.,
2014). A microbiota predominante no leite cru geralmente inclui espécies de
bactérias do ácido láctico (Lactococcus, Lactobacillus), Enterococcus,
Streptococcus, Pseudomonas, bactérias pertencentes à família Micrococcaceae
(MicrococcuseStaphylococcus) e leveduras. Outros grupos microbianos menos
comumente encontrados no leite cru incluem Bacillus, Clostridium,
Listeria,Acinetobacter, Flavobacteriume Aeromonas, Arthrobacter, Corynebacterium
e Propionibacterium. Muitos desses microrganismos que compõem a microbiota do
leite são psicrotróficos, que, sob baixas temperaturas impostas pelo armazenamento
em tanque de expansão, conseguem se multiplicar e produzir enzimas, proteases e
lipases, capazes de deteriorar o leite sob refrigeração. A legislação determina que a
temperatura do tanque de refrigeração deve ser de 4°C (TEBALDI et al., 2008). A
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contaminação bacteriana pode ser originada de fontes múltiplas, tais como, vacas
com mastite, sujeiras presentes no úbere e limpeza inadequada dos equipamentos
de ordenha (MATSUBARA et al., 2011). A contagem de aeróbios mesófilos,
termotolerantes e psicotrópico é empregadapara indicar a contaminação total dos
alimentos, contaminação da matéria-prima, processamento insatisfatório ou mau
armazenamento em relação ao tempo e temperatura. Coliformes totais capazes de
fermentar a lactose com a produção de ácido e gás, indicam contaminação
ambiental do alimento, cuja origem pode ser na propriedade e na indústria de
beneficiamento, quando o leite não é devidamente pasteurizado, ou houve
recontaminação.Staphylococcus coagulase positiva em geral são adquiridos por
maus hábitos dos ordenhadores (TEBALDI et al., 2013). Para uma excelente
qualidade de leite foi criado os padrões estabelecido pela Instrução Normativa nº
51,onde os valores de aeróbios mesófilos acima de 80.000 UFC/ml e
Staphylococcus acima de 10 ³ UFC/mL tornam os alimentos não viáveis ao
consumidor (BRASIL,2002).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista que a manipulação e armazenamento do leite pode ocasionar uma
má qualidade microbiológica do leite, a avaliação do mesmo em busca de
parâmetros de fornecem indícios a respeito de contaminações e falhas no
beneficiamento do produto são essenciais para garantir a segurança do alimento
além da obtenção de um produto de melhor qualidade, evitando perdas econômicos
e beneficiando a Saúde Pública.
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AVALIAÇÃO E ASPECTOS DA LEISHMANIOSE VISCERAL
Daniele de Souza Campos, Priscilla Teixeira Ribeiro, Joao Pedro Mendes de Almeida e Nathan Vinicius de Souza Guimaraes - Acadêmicos do Curso de
Medicina Veterinária. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Rogério Oliva Carvalho – Especialista Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Leishmaniose visceral, Leishmaniose.
INTRODUÇÃO
A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença grave e de irrelevância na de saúde
pública. No Brasil a leishmaniose visceral é causada por um protozoário da espécie
leishimania (L.) chagassi, e é transmitida por mosquitos vetores, que tem a
capacidade de infectar homens, animais domésticos e silvestres saudáveis.
(ALVARENGA et al.,2010) Os reservatórios mais importantes do parasita são os
cães. A leishmaniose visceral é uma zoonose que se caracteriza por problemas de
saúde levando a alterações sistêmicas graves que afetam milhões de pessoas, em
regiões tropicais e subtropicais do mundo. (OLIVEIRA et al., 2010). Este trabalho
tem como objetivo fazer uma revisão de literatura, para elucidar a importância da LV,
sinais clínicos, diagnóstico e tratamento da doença.
MATERIAIS E METODOS
Trata-se de um estudo de revisão de literatura, onde foram utilizados artigos
pesquisados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Leishmaniose Visceral (LV) é uma zoonose de grande importância para a
população, tendo em vista que o maior reservatório da doença são os cães, devido
ao convívio animal com os seres humanos em áreas urbanas (QUEIROZ et al.,
2010). É uma doença zoonótica de difícil detecção, pois os animais dificilmente
apresentaram sinais clínicos, o parasita pode hospedar inclusive animais saudáveis
que não apresentam qualquer lesão cutânea. Leishmania chagassi é a principal
causa de LV (Leishmaniose Visceral) e é transmitida pelo inseto hematófago
flebótomo da espécie Lutzomia longipalpis, vulgarmente conhecido como o mosquito
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palha, um parasito oportunista que se desenvolve na matéria orgânica. Os sinais
clínicos mais frequentes são febre alta intermitente e persistente, emagrecimento
constante gerando um quadro de debilitação, caquexia, podendo levar o animal a
óbito, observa-se lesões de pele como alopecia e dermatites. Em exames físicos
nota-se por palpação um aumento significativo de linfonodos sugerindo
linfadenopatia. Exames laboratoriais demonstram anemia com leucopenia, o perfil
bioquímico demonstra hipergamaglobulinemia. Na ultrassonografia nota-se
hepatomegalia (ALVARENGA et al.,2010) A biopsia de pele pode ser uma
alternativa para diagnostico de leishmania, outras técnicas podem ser empregadas
como a técnica de histoquímica em tecidos corados pela hematoxilina-eosina
embora não sejam conclusivos. O IMIQ (imunoistoquimica) se mostra mais eficiente
na identificação do parasita, pois o exame demonstra maior contraste entre o tecido
hospedeiro e o parasita, tornando o exame mais passível a conclusão. Biopsia
auxilia o IMIQ nos resultados tornando mas preciso o diagnóstico da doença.
(QUEIROZ et al.,2010). Os órgãos mais comprometidos pela LV são baço, fígado,
pulmões e rins (SOUZA et al., 2012) . Antes de se iniciar o tratamento para
leshmania devem se adotar alguns cuidados preventivos como as condições clinicas
do paciente e o eletrocardiograma para avaliar a escolha adequada do melhor
protocolo terapêutico a ser adotado. A droga de primeira escolha utilizada para o
tratamento no Brasil é o antimoniato N-metil glucamina, já a anfotericina B e
derivados são fármacos de segunda escolha embora não seja contra indicada
podem causar problemas renais, comparado ao medicamento de primeira escolha o
antimoniato N-metil glucamina que é contra indicado para pacientes com
insuficiência renal, e hepática, assim como pessoas que fazem uso de
betabloqueadores e antiarrítmicos. (ALVARENGA et al., 2010). O fármaco
antimoniato de metilglucamina é frequentemente indicado para o tratamento de
leishmaniose, visceral, cutânea e mucocutânea, devido ao seu mecanismo de ação
capaz de causar regressão dos sinais clínicos e hematologia da doença com rapidez
(SOUZA et al., 2012) Algumas medidas profiláticas podem ser adotadas para a
prevenção tais como uso de vacinação dos cães com Leishmune produzida pela
Fort Dodger®, uso de coleiras embebidas de deltametrina. O uso de inseticidas tem
sem mostrado eficiente no combate a população de flebotomíneos adultos, sendo
aplicados em interior da casa dos cães (GONTIJO, 2004).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos estudos realizados podemos observar que é uma doença grave, que
afeta a população nacional. O diagnóstico precoce é fundamental para se obter bons
prognósticos. Antes de começar qualquer tratamento deve ser feito uma serie de
exames para a confirmação da doença, gerando um protocolo terapêutico adequado
e com melhores resultados.
REFERENCIAS
QUEIROZ, nina M. G.P et al. Diagnostico de leishimaniose Visceral canina pela técnica de imunoistoquimica e PCR em tecidos cutâneos associados com a RIFI e ELISA-teste. Revista Brasileira Parasitologia Veterinária, v.19, nº1 p. 32-38 jan-mar. 2010.
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ALVARENGA, D. G. de Alvarenga et al. Leishimaniose visceral: estudo retrospectivo de fatores associados a letalidade. Revista da sociedade brasileira de medicina tropical. Mar-abr. 2010.
GONTIJO, maria Ferreira. Leishmaniose visceral no Brasil: quadro atual desafio e perspectivas. Revista brasileira de epidemiologia. V.7, nº3. p.338-349. 2004.
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USO DA IATF COMO FERRAMENTA NO MANEJO REPRODUTIVO EM GADO DE CORTE
Saulo Martins Rodrigues ,Vinicius Rodrigues Ferreira – Graduandos em Medicina Veterinária, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Bruna Waddington de Freitas – Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Gado de corte, Produtividade, IATF.
INTRODUÇÃO
O Brasil é o país que mais exporta carne no mundo, totalizando em media 50% de
sua produção (GUERRA, 2008). Em função disso, a produção de gado de corte
exige uma grande eficiência produtiva visando garantir o retorno econômico. Com
isso, a identificação de pontos positivos e negativos do sistema de criação permite a
indicação dos quesitos a serem melhorados a partir da utilização de técnicas da
reprodução específicas que auxiliam na otimização do desempenho produtivo
(TORRES-JÚNIOR et al., 2009). A melhoria dos índices de produção não depende
unicamente da reprodução propriamente dita, por estar relacionada também a
questões nutricionais, climáticas, ambientais, econômicas, entre outras (NEVES et
al., 2010). Contudo, o objetivo deste trabalho é fazer um levantamento bibliográfico
sobre as formas de melhorar a produtividade do rebanho de corte utilizando a
inseminação artificial em tempo fixo (IATF) como biotécnica da reprodução.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com a intenção de melhorar a produtividade em rebanhos foi desenvolvida a IATF,
cuja finalidade é realizar a inseminação de um maior número de fêmeas ao mesmo
tempo e com isso aumentar a uniformidade entre lotes, aumentando a lucratividade,
reduzindo o intervalo entre partos e facilitando manejo dos animais (CUNHA et al.,
2013). Na IATF inferir sobre o momento da ovulação de todos os animais é um
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ponto importante e isso é modelado com a utilização de hormônios indutores como,
por exemplo, o GnRH (NEVES et al., 2010). A inseminação artificial ocorre 16 horas
após a utilização do GnRH, o que é seguido aproximadamente após 15 minutos do
pico de LH. A ovulação depende do tamanho do folículo no momento da indução, o
que causa grandes variações nas respostas aos protocolos hormonais (GIMENES et
al., 2008; SARTORI et al., 2001), porém existem diversos manejos para diminuir
essa variação, estimulando o crescimento folicular (NEVES et al., 2010). No
entanto, o tratamento com hormônios estrógeno e progesterona (estimulante
folicular) tem sido cada vez mais empregado na sincronização do estro em bovinos .
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O manejo reprodutivo deve ser feito de acordo com cada propriedade, relacionado à
finalidade de produção. Até mesmo em propriedades de baixa produtividade é
indicado a IATF pois com isso terá redução dos gastos com mão de obra o que
levará a uma maior lucratividade, proporcionando um índice de prenhez maior na
obtenção de um bezerro ao ano ,evidenciando o aumento da produtividade.
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AVALIAÇÕES DOS ASPECTOS CLÍNICOS, DIAGNÓSTICOS E TERAPÊUTICOS DO VÍRUS DA LEUCEMIA FELINA (FELV) E VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA
FELINA (FIV)
Carlota Alcon Almeida, Pamela de Moura Andrade – Graduandas em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Mayara Cristine Ferreira de Aguiar – Médica Veterinária pelas UFES, MsC Ciências Veterinárias - UFES.
PALAVRAS-CHAVE: Retrovírus, felino, imunossupressão.
O Vírus da Leucemia Felina (FeLV) e o Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV) estão
entre os causadores de doenças infecciosas mais comuns em gatos. São 2 tipos de
retrovírus diferentes, pertencentes ao gênero dos Oncornavírus (FeLV) e ao gênero
dos Lentivirus (FIV), sendo que o FIV pertence à mesma família do vírus causador
da imunodeficiência humana (AIDS). Estes vírus comprometem o sistema
imunológico do animal hospedeiro, interferindo na sua capacidade de combater
infecções, predispondo o organismo a uma variedade de doenças secundárias
recidivantes ou persistentes (YILMAZ, ILGAZ & HARBOUUR, 2002). A transmissão
do FIV ocorre por meio da saliva, mordida, arranhão ou contato sexual com um gato
infectado (LAIRMORE, 2011). O FeLV é transmitido através da saliva, secreções
nasais e lacrimais, urina e fezes de gatos portadores (ARJONA et al., 2000). Em
ambas as enfermidades, os filhotes de gatas infectadas também podem nascer
infectados por meio de contaminação transplacentária ou adquirir os vírus durante a
amamentação (GRACE, 2004) Em casos de FIV, os animais jovens ou com um
sistema imunológico competente podem apresentar uma fase latente ou subclínica,
na qual não se observam sinais da doença durante anos. Com o passar do tempo e
o avanço da idade, os gatos contaminados tendem a apresentar um severo
comprometimento do seu sistema imunológico tornando-se susceptíveis a uma
grande variedade de infecções crônicas (ETTINGER & FELDMAN, 2010). Já em
casos de FeLV, os animais com o sistema imunológico competente podem combater
e eliminar o vírus no estágio inicial, enquanto que os animais com o sistema
imunológico debilitado permanecem contaminados, dando origem a diversas
complicações sistêmicas, como infecções secundárias, alterações hematológicas e
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até neoplasias (TORRES et al., 2005). Gatos portadores assintomáticos e
aparentemente saudáveis podem transmitir FIV e FeLV por não apresentarem sinais
clínicos da doença durante semanas, meses ou até mesmo anos após o contágio
inicial, tornando-se fontes potencialmente contagiantes para outros indivíduos
contactantes (MATTEUCCI et al., 1993). Os sinais clínicos mais comuns observados
na FIV e na FeLV são: anorexia, depressão, perda de peso/caquexia, alterações
comportamentais. Animais positivos para FIV podem apresentar em 5 estágios
distintos, sendo eles: fase aguda, fase subclínica, fase clínica, fase crônica, fase
terminal (BELAK et al., 2009) e animais positivos para FeLV estão associados às
infecções secundárias e à imunossupressão como: gengivites ou estomatites,
dermatites recorrentes e abscessos, otites, infecções das vias aéreas, enterites,
anemia não regenerativa, leucopenia, linfoma e fibrossarcoma (LUTZ et al., 2009).
Para o diagnóstico confirmatório são utilizados testes sorológicos através de
diferentes técnicas (ELISA, RIFI, PCR, Western Blot) a partir de amostras
sanguíneas para a detecção de anticorpos contra FIV e FeLV. Caso persista a
suspeita da doença, recomenda-se a repetição do teste com intervalo de 4 a 6
semanas (HOSIE, et al., 2009). Para determinar um diagnóstico, e considerando-se
o quadro clínico do gato, outros exames devem ser feitos e levados em
consideração, como: hemograma completo, eletroforese de proteínas, análise
citológica de linfonodos, aumento de volumes e líquidos cavitários, citologia de
medula óssea e ultrassonografia abdominal (ETTINGER & FELDMAN, 2010). O
controle e a prevenção se baseiam em diagnóstico preventivo, isolamento de gatos
infectados, tratamento, vacinação e castração (ETTINGER & FELDMAN, 2010). Um
vez que são vírus frágeis e instáveis no meio ambiente, podem ser facilmente
inativados pelo calor ou por desinfetantes domésticos e detergentes comuns (HOSIE
et al., 2009). De acordo com a literatura pesquisada, a vacina para o FIV ainda está
em desenvolvimento (UHL et al., 2002), e as vacinas para FeLV são preparadas
com o vírus inativado e vacinas recombinantes (BELAK et al., 2009). Embora
nenhuma vacina seja 100% eficaz, é significativamente comprovado que os animais
ficam protegidos com a vacinação (CATTORI et al., 2006; HOFMANN-LEHMANN et
al., 2006). Antes da primeira vacinação os animais devem ser testados para evitar
que animais já infectados desenvolvam sinais clínicos, o que é dispensado quando
trata-se de filhotes de pais que testaram negativo. Filhotes podem ser vacinados a
partir das 8-9 semanas e o reforço deve ser realizado às 12 semanas de vida,
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juntamente com as outras vacinas necessárias (LUTZ et al., 2009). Apesar de não
ser reconhecido nenhum tratamento eficaz para eliminação do FIV ou FeLV,
esforços são realizados a fim de travar a progressão da doença, controlando os
níveis de viremia e fortalecendo o sistema imunológico (ETTINGER & FELDMAN,
2010). Mesmo não existindo cura para essas doenças, pode ser feito tratamento
específico com antirretrovirais, tratamento de suporte para controle de infecções
secundárias e com imunomoduladores para aumentar a imunidade do paciente.
Além disso, o stress do animal deve ser minimizado e a alimentação deve ser
adaptada, para prolongar a vida do paciente (ETTINGER & FELDMAN, 2010). Em
animais assintomáticos também é necessário uma boa alimentação para evitar o
desenvolvimento da doença, em especial a restrição de alimentos crus, evitando
assim a exposição a agentes infecciosos secundários (LUTZ et al., 2009). Embora
seja uma doença crônica, os animais infectados por FIV e FeLV, mas que não
tenham outras doenças concomitantes, podem viver por meses ou até mesmo anos
sem qualquer demonstração de sintomatologia (GLEICH et al., 2009). HARBOUR et
al. (2004) considera que a maioria dos gatos infectados com viremia persistente tem
uma esperança de vida de cerca de 2-3 aos após os primeiros sinais clínicos,
enquanto que os animais com infecção latente apenas 8% permanece com o vírus
latente na medula óssea até 3 anos após a infecção, havendo baixa probabilidade
de o animal reativar o vírus e morrer como consequência do mesmo. Os gatos que
apresentam imunossupressão em decorrência do retrovírus, podem servir como
reservatório para doenças como a toxoplasmose e a criptosporidiose ativa,
representando assim um risco à saúde pública (ETTINGER; FELDMAN, 2008).
REFERÊNCIAS
ARJONA, A., ESCOLAR, E., STO, I., BARQUERO, N., MARTIN, D., & GOMEZ-LUCIA, E. (2000). Seroepidemiological Survey of Infection by Feline Leukemia Virus and Immunodeficiency Virus in Madrid and Correlation with Some Clinical Aspects. Journal of Clinical Microbiology, 38, 3448-3449. BELAK, S., HOSIE, M., & ADDIE, D. (2009). Feline immunodeficiency ABCD guidelines on prevention and management. Journal of Feline Medicine Surgery, 11, 575. CATTORI, V., TANDON, R., PEPIN, A., LUTZ, H., & HOFMANN-LEHMANN, R. (2006). Rapid detection of feline leukemia virus provirus integration into feline genomic DNA. Molecular and Cellular probes, 20, 172-181.
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ETTINGER, S., & Feldman, E. (2010). Textbook of Veterinary Internal Medicine (7ª Edição ed.). St. Louis, USA: Elsevier. ETTINGER, S. J.; FELMAN, E. C.; Tratado de medicina interna veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,.v. 1, p. 456- 461, 2008. GLEICH, S., KRIEGER, S., & HARTMANN, K. (2009). Prevalence of feline immunodeficiency virus and feline leukaemia virus among client-owned cats and risk factors for infection in Germany. Journal of Feline Medicine and Surgery, 11, 985.
GRACE, S. F. Infecção pelo vírus da imunodeficiência felina. IN. NORWORTHY, G. D.; CRYSTAL, M.A.; GRACE, S. F.; TILLEY, L. P. O Paciente Felino. 1 ed. São Paulo: Manole, 2004, p. 244-247. HARBOUR, D., CANEYAND, S., & SPARKES, A. (2004). Feline Medicine and therapeutics (3ª Edição ed.). Iowa, USA: Blackwell Publishing.
HOSIE, M. J.; ADDIE, D.; BELAK.; BOUCRAUT-BARALON, C.; EGBERINK, H.; FRYMUS, T.; GRUFFYDD-JONES, T.; HARTMANN, K.; LLORET, A.; LUTZ, H.; MARSILIO, F.; PENNISI, M. G.; RADFORD, A. D.; THIRY, E.; TRUYEN, U.; HORZINEK, . C. Feline immunodeficiency. ABCD guidelines on prevention and management. Journal of Feline Medicine and Surgery, v. 11, n.7, p. 575-584, Jul, 2009.
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MALFOMAÇÃO DO MEMBRO TORÁCICO ESQUERDO DE UMA BEZERRA DA RAÇA GIROLANDO: RELATO DE CASO
Jhonathan Alves Moreira, Marcos Augusto de Azevedo Junior- Graduandos em
Medicina Veterinária - Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica – Mestre em Ciências
Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Vivian Rachel de Araújo Mendes – Medica Veterinária pela UFES, doutoranda em
Medicina Veterinária UFV, Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. .
PALAVRAS-CHAVE: Artrogripose, bezerra, malformação, polidactilia. INTRODUÇÃO
As anormalidades ou malformações, são deformidades estruturais e/ou funcionais
de qualquer tecido, órgão ou sistema que podem ocorrer em qualquer espécie de
animais. As anomalias do sistema locomotor se apresentam em grande destaque
por virtude da sua gravidade para a saúde do animal. Os defeitos flexurais ou de
contraturas dos membros torácicos e/ou pélvicos podem ocorrer em qualquer fase
embrionária ou fetal durante o desenvolvimento. As causas podem estar associadas
a diversos fatores, como agentes infecciosos, plantas tóxicas, substâncias químicas,
deficiências nutricionais ou podem estar conexas a origens hereditárias. E podem de
fato, se expor de forma eventual, sem associação com quaisquer origens
características (RADOSTIT et al., 2007). A frequência com que as malformações
acontecem é variante dentre as diferentes populações animais, sendo elas de
comum a raras, com ou sem terapia corretiva. Estima-se que em bovinos a taxa de
prevalência de alguma anormalidade em algum sistema, órgão ou tecido é de 0,5%
a 3% dos animais nascidos (SCHILD, 2007). Duas das deformidades estruturais
congênitas comumente encontradas em bezerros são a artrogripose e a polidactilia
(SOBESTIANSKY, 2007). Dessa forma, objetiva-se com este trabalho relatar um
caso de malformação do membro torácico esquerdo, caracterizado por artogripose e
polidactilia de uma bezerra da raça girolando.
RELATO DE CASO
Trata-se de um caso ocorrido na Fazenda Poço Fundo, situada no município de
Reduto-MG, com subsídio direcionada para produção leiteira. Onde uma bezerra
nascida no dia 26/07/2016, da raça girolando com grau sanguíneo de 3/4,
proveniente de inseminação artificial (IA), oriunda do cruzamento entre Galeria (♀) x
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Charmoso (♂), nasceu com uma malformação do membro torácico esquerdo. O
membro se encontra com as junções articulares em contração persistente e com
presença de um dedo supranumerário. O animal expõe-se de locomoção limitada
em questão da sua deficiência, permanecendo maior parte do tempo em decúbito.
Em determinados momentos do dia ela se apoia sobre o membro torácico direito que
se encontra sadio, permanecendo em estação por alguns minutos. O animal é
mantido em uma baia separada, próxima a sua mãe e recebe como alimentação três
litros de leite por dia em uma mamadeira, fornecida por funcionários. A anormalidade
aconteceu pela primeira vez na propriedade. A bezerra é a quinta gestação da
matriz, sendo que todas as outras fêmeas anteriores não apresentaram qualquer
tipo de deformidade.
DISCUSSÃO
Pequenos defeitos dos membros são relativamente comuns e não trazem
implicações clínicas graves. Não apresentando agravante medicinal, essas
alterações podem servir de triagem para referenciar patologias mais severas e
comprometedoras que alegam mais risco a saúde física do animal (MOORE e
PERSAURD, 2008). A anomalia presente no animal que caracteriza as junções
articulares contraídas é diagnosticada como artrogripose, que em geral, trata-se de
uma afecção bilateral simétrica com fixação das junções articulares com graus
variados de flexão ou extensão, encontradas em contração persistente. Nesse caso,
o animal apresenta a incapacidade de apenas um dos membros torácicos, o
esquerdo, com as articulações totalmente enrijecidas sem qualquer tipo de extensão
ou flexão. Os músculos dos membros afetados pela deformidade exibem atrofia
elevada, com matiz descorada e com fibras musculares substituídas por tecido
adiposo (SOBESTIANSKY, 2007). Outra alteração do sistema locomotor comumente
encontrada em bezerros e outros animais é a polidactilia, qualificada por presença
de um ou mais dedos supranumerários, inseridos na região metacarpo-falangeana.
Neste paciente foi relatado a presença de um dedo a mais das características
anatômicas da espécie. Essa anomalia que tem origem embriológica descrita como
o excesso de segmentação longitudinal na diferenciação do ectoderma do embrião,
o que não proporciona danos para a saúde do animal, pois não afeta diretamente o
sistema locomotor. Os prejuízos dessa malformação ocorrem devidamente aos
descartes de reprodutores contusos esteticamente (KIRNEW et al., 2010).
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REFERÊNCIAS
RADOSTITS, O.M., GAY, C.C.; HINCHCLIFF, K.W.; CONSTABLE, P.D. Veterinary Medicine: A textbook of the diseases of cattle, horses, sheep, pigs and goats. 10th ed. Saunders Elsevier, Philadelphia, p.132-137, 2007. SCHILD, A.L. Defeitos congênitos, p.25-55. In: RIET-CORREA, F.; SCHILD, A.L.; LEMOS, R.A.A.; BORGES, J.R.J. Doenças de Ruminantes e Equídeos. Vol.1. 3ª ed. Pallotti, Santa Maria, RS. 722p. 2007. MOORE, K.L.; PERSAUD, T.V.N.; Embriologia básica. 7.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. SOBESTIANSKY, J.; BARCELLOS, D. Doenças dos suínos. Goiânia: Canône Editorial, 2007. KIRNEW, M. D. POLIDACTILIA EM SUÍNOS - Relato de caso. 2010. Disponível em: http://www.revista.inf.br/veterinaria14/relatos/RCEMV-AnoVIII-Edic14-RC03.pdf. Acessado em 17/08/2016.
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COMPARAÇÃO DAS TÉCNICAS DE OVARIOSALPINGOHISTERECTOMIA PELO FLANCO E LINHA MEDIA VENTRAL EM CADELAS – REVISÃO DE LITERATURA
Paulo Henrique Silva e Roberta das Graças Claro – Graduandos do Curso de Medicina Veterinária, Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Gustavo Pereira Gonçalves – Médico Veterinário. Mestre em Cirurgia Animal. Professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Ovariosalpingohisterectomia, Flanco, Cadelas, Controle, Dor.
INTRODUÇÃO
O número de animais abandonados nas ruas é um dos grandes problemas que
temos de enfrentar, supõe-se que da população de cães e gatos, 75% estejam
abandonados e isso se torna um grande problema a segurança e Saúde Pública,
pelo fato de que esses animais podem ser fontes de zoonoses e acidentes de
múltiplas origens (BUQUERA et al., 2009). Uma pesquisa feita pela Organização
Mundial da Saúde, pressupõem que no Brasil pode existir mais de 30 milhões de
animais abandonados, sendo que 20 milhões são cães. Em grandes cidades, para
cada cinco pessoas há um cachorro, destes, 10% estão abandonados. Em
pequenas e médias cidades, a situação seria a mesma e em muitos casos o número
pode chegar a 1/4 da população humana (ANDA, 2014). A cirurgia de esterilização
de fêmeas se mantem como uma opção para prevenir ou cessar gestações, dessa
maneira diminui o número de animais que possivelmente seriam abandonados
(GUTJAHR, 2013). A ovariosalpingohisterectomia (OSH) possui vários tipos de
técnicas. As mais utilizadas são a OSH pelo flanco e pela linha media ventral,
também utilizadas para prevenção de doenças de caráter terapêutico do sistema
reprodutor, além de controle endócrino e a própria esterilidade da fêmea em questão
(ATAIDE, 2010). Dessa forma, objetiva-se com este trabalho realizar uma revisão
da literatura sobre a comparação das técnicas de OSH pelo flanco e pela linha
media ventral.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca, Sistema integrado de Bibliotecas (SCIELO) -
Repositório do Colégio Brasileiro de Reprodução Animal (CBRA), Repositório da
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Universidade de Lisboa (ULISBOA), Acervo digital da Universidade Federal do
Paraná (UFPR), Pró reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da Universidade
Federal da Paraíba (UFPB) e Biblioteca Digital da Universidade de São Paulo (USP).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A técnica com abordagem lateral consiste na remoção dos ovários e útero, sendo
usada com frequência em animais de grande porte, como equinos, bovinos, suínos e
répteis (MINGUEZ et al., 2005). Já em pequenos animais não se considera uma
cirurgia de rotina, porem se torna uma alternativa, na qual apresenta um menor
trauma cirúrgico, podendo ser aplicada em cadelas de pequeno porte ou de
conformação corpórea estreita (RODRIGUES, 2012). A OSH pelo flanco possui
algumas vantagens com relação a tradicional, tais como: menor risco de evisceração
caso haja deiscência da sutura, permite monitorar a incisão de uma distância segura
caso seja aplicada em animais agressivos e promover uma pequena incisão que
diminui a pressão na parede causada pelos órgãos abdominais (MINGUEZ et al.,
2005). Dentre as principais complicações que a OSH pode oferecer, indiferente da
técnica, destacam-se: hemorragia, estro recorrente, ligadura acidental do ureter e
piometra de coto uterino (ATAIDE, 2010). Com relação à dor ocasionada pela OSH,
esta pode ocorrer devido a reação inflamatória gerando um aumento na liberação de
prostaglandina e estimulação dos nociceptores, tornando-a uma intervenção
cirúrgica dolorosa, já que a manipulação dos órgão presentes na cavidade
abdominal, contribuem para o incremento da dor durante muitas horas após o
procedimento operatório (ATAIDE, 2010).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, concluímos que a OSH independente da região a ser incisada
possui inúmeras vantagens, e desvantagens. Ressaltando que pela linha media
ventral tem como vantagem menor tempo cirúrgico, menos gasto de anestésicos,
cicatrização satisfatória e é indicada em cesarianas. Porém como pontos negativos,
há possibilidade da síndrome do ovário remanescente, hemorragias, traumas de
ureter, formação de fístulas e granulomas do coto uterino, não sendo indicada a
animais em fase estral (cio). Já a OSH pelo flanco as vantagens prevalecem em
relação as desvantagens, como por exemplo: melhor localização do ovário direito e
visualização da ferida, menor índice de hérnia e evisceração, boa cicatrização,
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diminui os traumas cirúrgicos e evita estresse de manipulação. Sendo indicada para
cadelas que não chegaram a puberdade. Como desvantagens destaca-se a
distensão uterina, obesidade e cicatrizes visíveis, não sendo recomendada para
animais em estro, nem em animais com o útero muito distendido (BARROS, 2010).
Sendo assim, a técnica mais indicada é a OSH pelo flanco, pois gasta menos tempo
que a tradicional e pode ser implantada com fácil aceitabilidade em centros
cirúrgicos e centros de zoonose.
REFERENCIAS ANDA. Agência de Notícias de Direitos Animais - Brasil tem 30 milhões de animais abandonados. Jusbrasil, 2014. Disponível em <http://anda.jusbrasil.com.br/noticias/100681698/brasil-tem-30-milhoes-de-animais-abandonados> Acesso em: 13.ago.2016. ATAIDE. M. W.et al. Ovariosalpingohisterectomia vídeo-assistida ou convencional em cadelas com o uso de ligasure atlas. Ciência Rural, Santa Maria, v.40, n.9, p.1974-1979; 2010. BARROS. P. M. Técnicas de Ovariosalpingohisterectomia (OSH) em Cadelas: Revisão De Literatura. Universidade Estadual Paulista Faculdade De Ciências Agrárias e Veterinárias Campus de Jaboticabal. 2010; Disponível em < http://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/89037/barros_pm_me_jabo.pdf?sequence=1 > Acesso em 24.ago.2016 BUQUERA, L. E. C. et al. Controle populacional de cães e gatos por meio de esterilização cirúrgica e educação para posse responsável. Centro de Ciências Agrárias / Departamento de Ciências Veterinária/ PROBEX. Universidade Federal da Paraíba. Paraíba. 2009; Disponível em <http://www.prac.ufpb.br/enex/trabalhos/6CCADVCPROBEX2013688.pdf> Acesso em: 13.ago.2016 GUTJAHR, M. Estudo do impacto da esterilização cirúrgica no controle populacional canino por distrito administrativo no município de São Paulo, SP. Universidade de São Paulo – USP. São Paulo. 2013; Disponível em <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-07072014-105411/pt-br.php> Acesso em: 13.ago.2016 MINGUEZ, R. E. Ovariohisterectomiade gatas e cadelas pelo flanco. Revista Brasileira de Reprodução Animal, Belo Horizonte, v.29, n.3/4, p.151-158; 8 fls. 2005. PAULA. P. M. C. de. Estratégias Adicionais no Controle Populacional de Cães de Rua. Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 72 fls. 2010 Disponível em <http://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/23726/ESTRATEGIAS%20ADICIONAIS%20NO%20CONTROLE%20POPULACIONAL%20DE%20CAES%20DE%20RUA.pdf?sequence=1> Acesso em: 13.ago.2016.
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RODRIGUES, M. C. et al. Ovariosalpingohisterectomia em cadelas: comparação entre a técnica de tração uterina por via vaginal associada à celiotomia pelo flanco e a abordagem ventral mediana. Revista Portuguesa de Ciências Veterinárias, 111 (583-584) 165-172; 2012.
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CONDUTA ANESTÉSICA EM CÃO SUBMETIDO À ADRENALECTOMIA
Amanda Carvalho Procópio Schittini, Bruno Silva Freitas – Graduando em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Vanessa Guedes Pereira – Graduada e Mestre em Medicina Veterinária. Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
PALAVRAS – CHAVE: HAC; Sindrome de Cushing; Glândula Adrenal; Protocolo
anestésico.
INTRODUÇÃO
O hiperadrenocorticismo (HAC) é uma das endocrinopatias mais comuns no cão, e
se refere ao conjunto de anormalidades clínicas e químicas decorrentes da
exposição crônica a concentrações excessivas de glicocorticoides (OLIVEIRA,
2004). O excesso de cortisol resulta no desenvolvimento da combinação clássica de
lesões e sinais clínicos, incluindo: poliúria, polidipsia, polifagia, aumento de volume
abdominal e obesidade, hepatomegalia, alopecia simétrica bilateral poupando a
cabeça e extremidades distais, hiperpigmentação cutânea, pelagem fina, infecções
cutâneas, respiração ofegante, fraqueza muscular e letargia (FELDMAN et al.,
1997). O HAC não tratado pode trazer diversas outras alterações aos pacientes,
como a Diabetes Mellitus, hepatopatias, infecções, alterações cardíacas e músculo
esqueléticas, aumento do catabolismo e dermatopatias (REIS, 2009). A
adrenalectomia é o tratamento indicado em casos tumores na adrenal ou em
animais não respondíveis ao tratamento clínico (MAGALHÃES et al., 2013; FOSSUM
& CAPLAN, 2015; WISE & BOVERI, 2016). As complicações anestésicas são
comuns durante a adrenalectomia. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é relatar o
caso de um cão submetido à adrenalectomia unilateral, evidenciando a conduta
anestésica pré, trans e pós-anestésica.
RELATO DE CASO
Foi atendido no Hospital Escola Gardingo em Matipó-MG, um canino, pinscher,
fêmea 13 anos, 4,250kg, apresentando poliúria, polidipsia, anorexia, obesidade,
Diabetes mellitus e alterações dermatológicas que incluiam alopecia bilateral
simétrica, hiperqueratose, hiperpigmentação, lesões crostosas, ulcerativas e
piodermite secundária difusa. O hemograma evidenciou neutrofilia e
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hiperproteinemia e na ultrassonografia abdominal foi observado aumento da adrenal
esquerda, medindo 2,15x1,23 cm sugestivo de hiperplasia ou neoplasia adrenal. No
teste de baixa dose com dexametasona, o cortisol basal foi de 4,9 mcg/dL e após 4
horas foi de 1,470mcg/dL, sendo sugestivo de hiperadrenocorticismo primário.
Diante do quadro clínico do animal, este foi recomendado a adrenalectomia
unilateral, sendo seu risco anestésico classificado de acordo com a American
Society of Anesthesiologists (ASA) 4. Na avaliação pré-anestésica o animal
apresentou frequência cardíaca de 138 bpm, frequência respiratória de 60 mpm,
temperatura corporal de 39.1ºC, pressão arterial sistólica (PAS) de 151, média de
125 mmHg e diastólica de 103 mmHg. O paciente foi cateterizado e pré-medicado
com infusão continua de fentanil (0,03mcg/kg/min). Com o intuito de reduzir os riscos
de tromboembolia pulmonar foi administrado no pré-operatório heparina (35Ul/kg).
Para a indução anestésica foi utilizado o propofol (6mg/kg) e manutenção anestésica
com isoflurano, sendo mantido sob ventilação mecânica. Durante a monitoração
anestésica foi avaliado eletrocardiograma (ECG), oximetria de pulso (SpO2),
concentração dióxido de carbono ao final da expiração (ETCO2), pressão arterial
pelo método oscilométrico, capnografia, e temperatura. No trans-operatório o animal
apresentou arritmia cardíaca corrigida com bolus de lidocaína 2% sem vasoconstritor
(2mg/kg) intravenoso. O animal apresentou durante todo o procedimento anestésico
normalidade da pressão arterial sistólica. Durante o pós-operatório o animal foi
mantido sob cuidados intensivos com monitoração dos parâmetros vitais e analgesia
por infusão continua de fentanil. Apesar de todos os cuidados o animal veio a óbito
48 horas depois o procedimento cirúrgico.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O animal do presente relato apresentava os sinais clínicos compatíveis com HAC,
além de apresentar hiperplasia da adrenal esquerda o que, segundo Fossum &
Caplan (2015) deve medir menos que 7,4mm em cães. Estes sinais clínicos podem
promover alterações fisiológicas que resultam em importantes complicações
anestésicas para a adrenalectomia como hipotensão ou hipertensão, taquicardia,
arritmias e hemorragias, com incidência de 35 a 100% (WISE & BOVERI, 2016).
Destas complicações, o animal deste caso apresentou taquicardia, arritmia e
hipertensão. A taxa de mortalidade perioperatória de adrenalectomias é de 6% para
cirurgias eletivas. Este número está acima da taxa de mortalidade de cães
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classificados como ASA 3 à 5 que é de 1,33% (WISE & BOVERI, 2015). Por este
motivo, o monitoramento adequado é fundamental e como o utilizado no animal,
deve incluir ritmo cardíaco, pressão arterial, ETCO2 e SpO2 (FOSSUM & CAPLAN,
2015). Com relação ao protocolo anestésico, fármacos que liberam histaminas,
como morfina e meperidina devem ser evitados (FOSSUM & CAPLAN, 2015), por
isso, o fentanil foi escolhido por ser um opioide seguro, sem liberação de histamina,
proporcionando um bom controle da dor no período pré, trans e pós-anestésico,
além de proporcionar a diminuição da CAM do isoflurano (BELMONTE, 2010). O uso
de propofol já foi relatado em adrenalectomia em cães, utilizado para indução e
manutenção anestésica, promovendo rápida indução, depressão respiratória dose-
dependente, sendo seu principal efeito cardiovascular a hipotensão (BERRY, 2015).
Já a cetamina deve ser evitada, pois aumenta a frequência cardíaca, a pressão
arterial e os níveis circulantes de catecolaminas (FOSSUM & CAPLAN, 2015). O
isoflurano e o sevoflurano são anestésicos inalatórios de escolha na adrenalectomia,
pois não sensibilizam o miocárdio às arritmias induzidas pela epinefrina e
consequentemente, o halotano deve ser evitado (FOSSUM & CAPLAN, 2015).
Tendo em vista que a elevação de CO2 arterial provoca aumento na liberação de
catecolaminas, a monitoração do ETCO2 e a prevenção de hipoventilação diminuem
a possibilidade de uma resposta de catecolaminas adicional (FOSSUN & CAPLAN,
2015), justificando a utilização de ventilação mecânica para a manutenção da
normocapnia. As arritmias cardíacas podem ser tratadas com lidocaína na dose de
1-3 mg/kg IV (FOSSUM & CAPLAN, 2015; VIGANI, 2015), como foi utilizado durante
o procedimento anestésico. Os animais com HAC possuem risco maior de
tromboembolia pulmonar no período pós-operatório. Segundo Fossum & Caplan
(2015), a heparina na dose de 75 a 100 U/Kg pode ser utilizada no pré-operatorio e
por até 3 ou 4 dias no período pós-operatório em pacientes com tumor
adrenocortical para prevenir a tromboembolia corroborando com a conduta do
presente caso.
CONSIDERAÇOES FINAIS
A conduta anestésica no período perioperatório em casos de adrenalectomia em
cães é de extrema importância visto a grande incidência de complicações
anestésicas que colocam a vida do animal em risco. Portanto o conhecimento das
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alterações fisiológicas que ocorrem no hiperadrenocorticismo e em decorrência do
procedimento cirúrgico requer uma adequada preparação do animal, protocolo
anestésico, bem como, a antecipação de problemas a fim de minimizar a morbidade
e mortalidade desses pacientes.
REFERÊNCIAS
BELMONTE E. A. Infusão contínua de morfina ou fentanil, associados à lidocaína e cetamina, em cães anestesiados com isofluorano. 2008, 96p. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Unesp, Jaboticabal.
BERRY, S. H. Inhalation Anesthesics. In: GRIMM, K. A et al. Veterinary Anesthesia and Analgesia:The Fifth Edictin of Lumb and Jones. 5 ed. Ames: Wiley Blackwell, 2015. 277-296. FELDMAN, E. C. Hiperadrenocorticismo. In: ETTINGER, S. J; FELDMAN, E. C. Tratado de medicina interna veterinária. 4. Ed. São Paulo: Manole, 1997, p. 2123-76.
FOSSUM, T.W; CAPLAN, E.R. Cirurgia do Sistema Endócrino. In: FOSSUM, T.W. Cirurgia de pequenos animais. 4. Ed. Rio de Janeiro: Elvevier, 2014. 633-684.
OLIVEIRA, S.T. Transtornos dos hormônios adrenais em cães. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE PESQUISA, 2004. Rio Grande do Sul
REIS, Barbara. Aspectos clínicos da Sindrome de Cushing em cães: Revisão de literatura. Recife-PE, 2009. F. 39. Monografia, Especialização em clinica medica de pequenos animias – Universidade Federal Rural do Semi-Arido (UFERSA).
VIGANI, Alessi. Cardiac Output Measurement. In: GRIMM, K. A et al. Veterinary Anesthesia and Analgesia:The Fifth Edictin of Lumb and Jones. 5 ed. Ames: Wiley Blackwell, 2015. 473-482.
WISE, I. K.; BOVERI, S. Anaesthetic managementof a unilateral adrenalectomy of na adrenocortical tumour in a dog. Open Veterinary Journal, vol 6, p. 62-67, 2016.
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USO DE FORMALINA INTRAVENOSA PARA O TRATAMENTO DEHEMORRAGIA UTERINA EM ÉGUA: RELATO DE CASO
Guilherme Henrique Lopes Soares, Camila de Jesus Oliveira, Lorena Meira
Silveira - Graduandos em Medicina Veterinária – UNIVÉRTIX. Rafael Rolim de Oliveira – Médico Veterinário.
Bruno Santos Cândido de Andrade – Docente em Medicina Veterinária -UNIVÉRTIX.
PALAVRAS CHAVE: Hemorragia uterina em égua, sangramento vaginal em égua, formalina intravenosa.
INTRODUÇÃO
Em equinos o parto é rápido e conta com as contrações intensas da musculatura
uterina, diafragmática e abdominal (NEREU, 2000). A
maior parte do suprimento sanguíneo do útero é realizado pelas artérias uterina
média ou uterina, útero-ovariana e ilíaca externa. A ruptura de uma dessas artérias
geralmente ocorre próximo ao parto, sendo a artéria uterina a mais acometida
(REED & BAYLY, 2000). A hemorragia da artéria uterina é mais comum em éguas
mais velhas, multíparas e acima de 11 anos de idade, sendo uma causa de cólica no
peri-parto, e nem sempre é fatal, uma vez que pode ocorrer a formação de
hematoma, levando assim a hemostasia primaria na extensão do vaso (MCAULIFFE
& SLOVIS, 2008). Acredita-se que o aumento e diminuição do diâmetro da artéria
durante a gestação, faça com que as artérias apresentem áreas enfraquecidas, o
peso e a pressão exercida sob as artérias podem levar a ruptura, outra provável
etiologia dessa patologia é o deslocamento do útero para a esquerda e parto
distócico (REED & BAYLY, 2000). Segundo Rooney Jr (1964), essas patologias,
estão relacionadas com a idade de um dos vasos arteriais citados acima, pelo fato
de ocorrer aumento da pressão do útero gravidico podendo formar uma dilatação ou
aneurisma, sendo por estresse fetal, tardiamento da parição ou contrações uterinas
severas que comprometem o revestimento endotelial do vaso, levando em
dissecação arterial e eventualmente a uma ruptura do mesmo. No entanto, Debra et
al., (1999) descreveu que algumas éguas pode não apresentar qualquer sinal clínico
de hemorragia no peri-parto, quando apresentados os sinais incluem taquicardia,
taquipnéia, mucosas pálidas, tempo de preenchimento capilar aumentado ou até
mesmo, apresentarem sínais mais graves. A vitamina K atua como cofator para a
carboxilação de resíduos específicos de ácido glutâmico para formar o ácido gama
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carboxiglutâmico (Gla), aminoácido presente nos fatores de coagulação (fatores II,
VII, IX e X) . Ocorre a transformação do fibrinogênio em fibrina insolúvel com a
interferência de uma enzima proteolítica (trombina), que se origina da protrombina
(fator II), através de fatores dependentes da vitamina K: a pró-convertina (fator VII),
o fator anti-hemofílico B (fator IX) e o fator Stuart (fator X). A vitamina K influi, ainda,
na síntese de proteínas presentes no plasma, rins e talvez outros tecidos, levando a
rápida hemostasia (OLIVEIRA, 1998; ELDER et al., 2006). A formalina é utiizada
como fixador de tecidos, fazendo ligações cruzadas que podem alterar plaquetas ou
proteínas na superficie das células endoteliais, levando a ativação de plaquetas ou
diminuição da permeabilidade endotelial, ocorrendo uma hemostasia rápida.
(PFUELLER et al., 1978). Doses altas de formalina foram associados com reações
adversas, incluindo inquietação, lacrimejamento, salivação, corrimento nasal,
defecação, sudorese, tremores musculares frequentes e espasmos abdominal, além
de ser potencialmente hepatotóxico (ROBERTS, 1943). Para cavalos doses de cerca
de 10 ml de 37% formaldeído ou 30 a 150 ml de 10 % tamponada (formalina) em 1
litro de fluidos isotônicas IV, tem sido recomendado para tratamento de hemorragia
(JONES, 1998).
RELATO DE CASO
Foi referenciado ao Hospital Veterinário Univértix, uma égua da raça Mangalarga
Marchador, com de 2 anos e 4 meses de idade, e queixa principal de sangramento
vaginal. Foi relatado pelo proprietário que a mesma havia entrado em trabalho de
parto e pariu sem intervenções, e em seguida foi observado corrimento vaginal
intermitente com aparência sanguinolenta, após 48 horas do início do quadro, foi
encaminhada ao Hospital Veterinário, onde, após exame clínico completo,
hemograma como exame complementar onde não havendo alterações, foi
diagnosticada com hemorragia uterina. Como tratamento instituído, o útero da égua
foi lavado por 3 dias, utilizando sonda nasogastrica número 8, com solução de ringer
com lactato resfriado com 2 ampolas de adrenalina, e 20 ml de gentamicina, e
drenados do útero por manipulação. Como profilaxia da laminite, o animal manteve
os cascos imersos no gelo por 48 horas.Foi administrada a antibiótico terapia
durante 5 dias (6,6mg/kg de Gentamicina IV SID), e Penicilina procaína 20.000UI, IM
BID. A Flunexina Meglumina utilizada na dose antiendotoximica (0,25mg/kg IV TID)
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durante 3 dias. Foram utilizados fatores de protrombina ativando o processo de
coagulação sendo eles vitamina k na dose de 2,5 mg/kg, e 10 ml formalina a 37 %
diluído em 1 litro de soro ringer com lactato IV, durante 15 minutos, dose única que
corrobora o estudo de Debra et al., (1999), que utilizou 10 ml de formalina a 37%
diluída em 1 litro de solução Ringer com Lactato, pela via intravenosa durante 15
minutos, onde os cavalos foram monitorizados e examinados, e não houve qualquer
alteração . Após 24 horas ao inicio do tratamento já se observava a hemorragia pela
metade, após 32 horas a hemorragia era quase inexistente, logo as 48 horas já não
tinha sinal de hemorragia uterina.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso de formalina pela via intravenosa propiciou uma hemostasia adequada junto à
vitamina K, que é um fator de protrombina. Sua dose única e o exame clínico
contínuo do animal levaram a um prognóstico bom, sendo seu uso relatado e
indicado pela literatura da presente patologia.
REFERÊNCIAS
DEBRA, C. et al,. The Effects of Intravenous Formaldehyde on Hemostasis in Normal Horses DVM, PhD. AAEP PROCEEDINGS 9 Vol. 45, 1999. ELDER S. J. Vitamin K contents of meat, dairy, and fast food in the U.S. diet. J Agric Food Chem 54: 463-7, 2006. JONES W. IV formalin to control hemorrhage. J Equine Vet Sci. 18:581,1998.
MCAULIFFE, B. S.; SLOVIS, M. N. Color atlas of diseases and disorders of the foal. Philadelphia: Saunders Elsevier, 2008.
NEREU, C. P. Rev. educo contin. CRMV-SP I Continuous Education Journal CRMV-Sp, São Paulo, volume 3, fascículo 2, p. 40 - 46, 2000. OLIVEIRA D. J. E. ; MARCHINI J. S. Ciências nutricionais. São Paulo, Sarvier, 1998. PFUELLER S.L. et al, . Activation of platelet coagulant activities by formalin. Thrombos Haemostas. 39:546–548, 1978.
REED, S. M.; BAYLY, W. M. Medicina interna equina. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan LTDA, 2000.
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ROONEY JR. Internal hemorrhage related to gestation in the mare. Cornell Vet. 54:11–17,1964. ROBERTS S. J. The effects of various intravenous injections on the horse. AmJVet Res. 4:226–239,1943.
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ESTUDO RETROSPECTIVO DE ERLIQUIOSE CANINA DO CENTRO VETERINÁRIO VETLIFE, CARATINGA, MG (ABRIL Á AGOSTO DE 2016)
Ana Claudia Pereira, Thais Aparecida de Castro, Marco Augusto de Azevedo
Junior. Graduandos em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice –UNIVÉRTIX. Aghata Gusmão Onofre Guimarães
Camila Alcântara de Assis Monteiro Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica – Mestre em Ciências
Farmacêuticas - Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Mayara Cristine Ferreira de Aguiar – Médica Veterinária - Mestre em Ciências
Veterinárias - Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected]
INTRODUÇÃO Erliquiose canina é uma doença transmitida pelos carrapatos Rhipicephalus
sanguineus, Dermacentor variabilis e Rhipicephalus boophilus microplus
contaminados pela riquetsia. Esta doença também conhecida como “doença do
carrapato” é causada por um parasita intracelular obrigatório, Ehrlichia spp.,
riquétsias que formam agrupamentos intracelulares chamados mórulas, sendo seu
primeiro ponto de replicação as células mononucleares. No Brasil, a única espécie
descrita até o momento é E. canis, responsável pela erliquiose monocítica canina,
doença considerada endêmica principalmente nas áreas urbanas, onde abundam
populações de carrapatos (FONSECA, 2012; MORAES 2013. e FERNANDES et al.,
2014). A gravidade da doença depende da cepa infectante, da idade do animal, da
suscetibilidade e da alimentação. A partir de estudos baseados nos sinais clínicos e
patológicos obteve-se três fases da doença, a fase aguda onde ocorrem
trombocitopenia, anemia do tipo normocítica normocrômica regenerativa, depressão,
anorexia, febre, perda de peso, corrimentos ocular e nasal, dispnéia, linfadenopatia
e edema dos membros ou do escroto. A fase subclínica resulta em trombocitopenia,
leucopenia seguida de leucocitose e monocitose e neutropenia e os sintomas
geralmente são inaparentes. A fase crônica ocorre hipoplasia de medula óssea
resultando em anemia aplástica, pirexia, epistaxe, palidez e linfadenopatia
generalizada (FERNANDES et al., 2014; MAKINO et al., 2015; SILVA 2015). O
diagnóstico da erliquiose canina pode ser realizado através da presença de mórulas
nos leucócitos parasitados encontrados na avaliação de esfregaços sangüíneos, por
testes de biologia molecular como a reação em cadeia da polimerase e ainda outros
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testes como os de sorologia do tipo ELISA, ou ainda pela técnica de
imunofluorescência indireta de anticorpos (DUARTE et al., 2013; ROSA &
WANDERLEY, 2014). O tratamento para esta enfermidade consiste na
administração de antibióticos. A doxiciclina é o fármaco de eleição sendo utilizada na
dose de 10 mg/kg a cada 12 horas por um período de 28 dias (SILVA et al., 2011;
ISOLA, 2012; SUZUKI, 2013). Estudos de erliquiose canina vêm se tornando o foco
de vários programas de investigação dentro do Brasil devido a sua capacidade de
causar alta morbidade e mortalidade de cães, logo objetiva-se com o presente
estudo realizar um levantamento dos casos de erliquiose em cão de companhia
referenciados no Centro Veterinário Vetlife de Caratinga, MG no período de abril a
agosto de 2016.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo realizado no Centro Veterinário Vetlife
de Caratinga, MG. Foram avaliadas as fichas clínicas dos animais atendidos no
período de abril á agosto de 2016 com diagnostico de erliquiose canina realizados a
partir de exame clinico e hemograma. Os dados obtidos foram estratificados de
acordo com idade, raça e sexo Quanto a idade os animais foram organizados em
filhote (ate um ano de idade), adulto (de um a oito anos de idade) e idosos (acima de
oito anos de idade). Em relação ao gênero foram dividos apenas como macho e
fêmeo, não havendo consideração se o animal era inteiro ou castrado. Os dados
obtidos foram organizados e processados pelo programa Microsoft excel 2010
(Microsoft Office 2010). Foram detectadas as prevalências considerando a
estratificação das variáveis (sexo, raça, idade) proporcionalmente ao total de
atendimentos de casos de erliquiose atendidos no Centro Veterinário supracitado.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Foram atendidos no período de abril á agosto de 2016, 106 cães onde dentre eles
24,3% apresentaram diagnostico de erliquiose canina, sendo 33,4 fêmeas e 66,6
machos. Dentre estes animais 43% eram sem raça definida, sendo o restante
distribuídos entre as raças poodle, akita, pinsher, york shire, ilhasapsu, chauchau,
bacê, shinauzer e maltez. Quando separados por idade, obteve-se que 75% dos
animais eram adultos e 25% idosos, não havendo nenhum filhote acometido pela
patologia. A erliquiose canina acomete animais independente de raça, sexo ou
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idade, sendo a incidência de casos semelhante ao estudo realizado em Lavras,
Minas Gerais, onde a frequência média global de cães soropositivos para E. canis foi
de 23,60 (FONSECA, 2012; ISOLA et al., 2012 e ROSA & WANDERLEY, 2014).
Dentre os animais que apresentaram diagnóstico de erliquiose, 68% relataram
presença de carrapato e pulgas nos últimos 90 dias. Moraes (2013) afirma que o
vetor (carrapato) pode transmitir a doença por mais de 155 dias depois de se
desprender do hospedeiro. Os sinais clínicos encontrados nas fichas clinicas foram
diversos, dentre eles vômito, apatia, prostração, febre, mucosas hipocoradas,
secreção ocular, hiperemia conjuntiva, lesões na pele, dor nos membros pélvicos,
síncope, petéquias, distúrbios gastrointestinais e emagrecimento repentino. Todos
os animais apresentaram trombocitopenia no hemograma e 54% apresentaram
anemia normocítica normocrômica e 42% apresentaram leucopenia, sendo ambas
alterações associadas a trombocitopenia. Segundo Ueno et al., (2009), os sinais
clínicos comumente observados no curso da infecção geralmente são inespecíficos
e não apresentaram associação com a presença de E. canis nos animais,
reforçando a importância da associação dos achados clinico-epidemiologicos e
laboratoriais, com vistas a incrementar o diagnostico da enfermidade, como
demontrado em seu estudo realizado em Botucatu, São Paulo, onde foi detectada
alta taxa de infecção em cães jovens, associado á trombocitopenia, tendo a E. canis
como a única espécie encontrada na região estudada. O tratamento realizado foi o
mesmo descrito por Silva et al., (2011); Suzuki (2013), onde o fármaco de escolha
foi a doxiciclina 10mg/kg/dia sendo a cada 12 horas, via oral, durante 25 a 28 dias,
associado com a terapia de suporte, como fluidoterapia, vitaminas, anti-termicos,
protetores de mucosa gástrica, colírios em casos de infecções oculares, etc.
Também foi sugerido produtos para o tratamento e profilaxia de pulgas e carrapatos.
O controle de carrapatos e outros ectoparasitos são parte fundamental do manejo
sanitário de todos os cães, devido à inexistência de vacina disponível no mercado
contra a erliquiose e demais doenças também transmitidas por ectoparasitos
(GUEDES et al., 2015). Dentre a resposta ao tratamento obteve-se 96% de cura e 4
% de óbito, o que mostra que quando em estagio crônico e com complicações
secundárias esta doença pode levar o animal a óbito (ISOLA, 2012; GUEDES et al.,
2015).
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CONCLUSÃO
A erliquiose é uma doença que afeta uma grande população canina, levando a uma
alta morbidade e consequentemente podendo chegar a mortalidade destes animais.
O diagnóstico preciso e o tratamento é de suma importância para evitar o óbito
destes animais, enfatizando que o uso de substâncias para o controle de
ectoparasitos é a melhor forma de prevenção contra erliquiose canina.
REFERENCIA
DUARTE, S.C. et al. Diagnóstico molecular de Ehrlichia canis em cães de Goiânia, Brasil. Revista de Patologia Tropical, Vol. 42 (1):30-41. Janeiro - março 2013. FERNANDES R.B. et al. Levantamento de casos de Erliquiose canina em cães atendidos no Hospital Veterinário do Curso de Medicina Veterinária da Universidade de Guarulhos (2010-2012). Revista Educação, v. 9. n. 2, 2014. FONSECA J.P. Erliquiose canina em Lavras, Sul de MG, Brasil. Dissertação de mestrado- Lavras UFLA, 2012. GUEDES P.E.B et al. Erliquiose canina: prevalência e epidemiologia no nordeste do Brasil. RevistaBrasileira Parasitologia Veterinária vol. 24, n. 2, Jaboticabal Abr-jun 2015. ISOLA J.G.M.P et al. Erliquiose canina- Revisão de Literatura. Revista Científica eletrônica de Medicina Veterinária, Ano IX, n. 18, jan. 2012. Periódicos semestrais. MORAES, J.F. Competência vetorial de carrapatos do grupo Rhipicephalus sanguineus do Brasil, Argentina e Uruguai para transmissão da bactéria Ehrlichia canis, agente etiológico da erliquiose monocítica canina. Tese doutorado Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, 2013. ROSA E.P.& WANDERLEY M.C.P. Incidência de casos e reincidivas de erliquiose em um clínica veterinária particular entre 2011 e 2012, no município de Iuverva-SP. Revista Nucleus, v. 11, n. 2, 2014 (suplemento). SILVA, M.V.M. et al. Erliquiose canina: Revisão de Literatura. Arquivo Ciências Veterinária, Zoologia. UNIPAR. Umuaroma, v.14, n, 2, p. 139-143, jul-dez 2011. SILVA, M.L. Alterações glomérulo tubulares em cães infectados por Ehrlichia canis. Revista Investigação 14 (6):17-21, 2015.
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SUZUKI F.T. Eficiência do medicamento doxiciclina na resolução da enfermidade Erliquiose monocítica canina (EMC). Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, dissertação de graduação em Medicina Veterinária. Araçatuba, SP, 2013. UENO T.E.H. et al. Ehrlichia canis em cães atendidosem Hospital Veterinário de Botucatu, Estado de SP, Brasil. Revista Brasileira Parasitologia Veterinária, v.18, n 03, p 57-61. julho- setembro 2009.
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INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO EM GADO DE CORTE
Rafael Faria Arruda Soares, Rhaí Basilato Campos, Bruno Silva Freitas, Marcos Augusto de Azevedo Junior –Graduandos em Medicina Veterinária- Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX. Vivian Rachel de Araújo Mendes – Medica Veterinária pela UFES, doutoranda pela
UFV. [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Estro; Hormônios; IATF; Onda Folicular; PGF2.
Com os avanços das biotecnologias aplicadas na reprodução,há possibilidade de
uma melhor compreensão da dinâmica folicular e a manipulação da mesma coma
utilização de hormônios naturais e sintéticos. A técnica de inseminação artificial em
tempo fixo (IATF), por meio da administração exógena de hormônios, permite o
controle do dia e momento da ovulação do animal, estabelecendo o momento ideal
para a inseminação artificial (IA) (RODGERS et al., 2012).Levando-se em conta os
benefícios gerados quando o rebanho apresenta bons índices reprodutivos, a IA
pode contribuir para aumentar o ganho e peso e qualidade de carcaça, utilizando um
reprodutor de material genético superior (BARUSELLI et al., 2006). A IATF foi
destacada com uma excelente biotecnologia para melhorar os índices reprodutivos e
apresentar um melhor retorno econômico para a produção de bovinos (BARUSELLI
et al., 2012).Os protocolos de IATF têm a função de induzir o recrutamento de uma
nova onda folicular, provocando o crescimento de novos folículos, e controlando o
momento da ovulação (BARUSELLI et al., 2006).Com esse trabalho temos com o
principal objetivo fazer uma revisão de literatura relacionada àsprincipais funções
hormonais que são mais empregadas no protocolode IATF. Para o entendimento do
protocolo de IATF e necessário conhecer o número de ondas foliculares durante o
ciclo da fêmea bovina. Geralmente, são identificadas três ondas foliculares,embora,
algumas vacasapresentem apenas duas ondas de desenvolvimento folicular
(NOSEIR, 2003), e outras possuem a capacidade de apresentar até quatro ondas
foliculares (BLEACH, 2004). Segundo Adams et al., (2008), em média as primeiras
ondas foliculares iniciam logo após a ovulação, no dia 0 do ciclo estral, a segunda no
dia 8 ou 9 já a terceira no dia 15 e 16.O ciclo estral das vacas é dividido em duas
fases, folicular e luteal. A fase folicular compreende o proestro e o estro. O proestro
inicia-se após a luteólise, induzida pela liberação de prostaglandina (PGF2α)
resultando na diminuição de progesterona (P4) e o aumento da produção do
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hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) produzido pelo hipotálamo sendo
concomitante para a produção de hormônio folículo estimulante (FSH) e hormônio
luteinizante (LH) pela hipófise, desempenhando função de estimulação das ondas
foliculares e crescimento folicular. O estro possui duração nas vacas de 12 a 18
horas, a elevação de estrógeno produzida pelos folículos principalmente o
dominante é responsável pelo comportamento de estro, produção de secreções do
muco vaginal e uterino, abertura da cérvixpara a passagem do sêmen. Já a fase
luteal compreende o metaestro e diestro. O metaestro tem duração de dois a três
dias, fase esta que ocorre a ovulação, geralmente de 12 a 16 horas após seu início,
tendo formação assim do corpo hemorrágico. O diestro possui duração em média de
15 dias, é a fase que tem o desenvolvimento do corpo lúteo (CL) e aumento da
produção de P4.Caso não houver a fecundação o útero produz PGF2α que tem ação
no CL promovendo a luteólise, permitindo assim uma nova ovulação (MUKASA-
MUGERWA, 1989; GONÇALVES et al., 2008; GODOI et al., 2010).O protocolo de
IATF tem como objetivo sincronizar a emergência da onda folicular, terminar a fase
luteínica de forma uniforme e induzir a ovulação sincronizada do folículo dominante
ao final do tratamento hormonal (MENEGUETTI et al., 2009). Destacar a
importânciada IATF dentro de rebanho bovino de corte, demonstrando a eficiência
para os produtores, trazendo inovações em inseminar um maior número de vacas
em um determinado dia com a utilização de hormônios,controlando o momento da
ovulação sem a necessidade de observações de cio, o que facilita o manejo
reprodutivo e melhora gradativamente a genética do rebanho.
REFERÊNCIAS
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ERLIQUIOSE CANINA: RELATO DE CASO
Ana Claudia Pereira, Thais Aparecida de Castro, Marco Augusto de Azevedo Junior. Graduandos em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice –UNIVÉRTIX.
Aghata Gusmão Onofre Guimarães Camila Alcântara de Assis Monteiro
Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica – Mestre em Ciências Farmacêuticas - Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Mayara Cristine Ferreira de Aguiar – Médica Veterinária - Mestre em Ciências Veterinárias - Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected] INTRODUÇÃO A erliquiose é uma doença infectocontagiosa, que se caracteriza como uma
hemoparasitose zoonótica a qual atinge principalmente os cães, independente de
raça, sexo ou idade (ISOLA et al., 2012 e ROSA & WANDERLEY, 2014). A
erliquiose é causada por uma bactéria gram negativa pertencente ao gênero
Ehrlichia. É um parasita intracelular obrigatório das células mononucleares. Sua
transmissão ocorre com a participação dos vetores, Rhipicephalus sanguineus,
também conhecido como o carrapato marrom do cão, Dermacentor variabilis e
Rhipicephalus (Boophilus) microplus (SILVA et al., 2011; LOPES, 2013; MORAES,
2013). Os cães infectados com E. canis apresentam alterações clínicas,
hematológicas e bioquímicas bastante inespecíficias de acordo com o estágio
clínico, subclínico ou crônico da doença, o que dificulta o diagnóstico (LOPES,
2013). O tratamento para esta enfermidade consiste na administração de antibióticos
sendo de predileção a doxiciclina 10 mg/kg a cada 12 horas durante 28 dias (SILVA
et al., 2011; SUZUKI, 2013). Ressalta-se a importância de estudos referentes à
erliquiose canina em decorrência da alta morbidade e mortalidade de cães
(DAGNONE et al., 2001; SILVA et al., 2011 e FERNANDES et al., 2014). Este
estudo tem por objetivo relatar o caso de uma cadela com erliquiose canina atendida
no Centro Veterinário Vetlife, Caratinga, MG.
RELATO DE CASO
No dia 21 de junho do ano de 2016, foi atendida no Centro Veterinário Vetlife em
Caratinga, MG, uma cadela raça Shnauzer, 2 anos de idade e pesando 5,3 kg. O
proprietário relatou que a cadela apresentava síncope e dor nos membros pélvicos.
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Foi realizada anamnese e exame físico no animal onde constatou-se a presença de
dor a palpação nas articulações coxofemorais e femorotibiopatelares do membro
pélvico, abdômen e mucosas hipocoradas. A proprietária afirmou não ter encontrado
carrapatos na cadela, uma vez que faz uso de fármacos para controle de
ectoparasitos. Solicitou-se ao proprietário a realização do hemograma para
diagnóstico e tratamento da possível patologia. O resultado do hemograma mostrou
uma trombocitopenia grave, leucopenia e anemia regenerativa normocítica
normocrômica. A partir deste resultado foi realizado teste de ELIZA para erliquiose
canina, o qual apresentou resultado positivo. Foi prescrito tratamento com doxiciclina
na dose de 10 mg/kga cada 12 horas, por 28 dias; Eritrós um comprimido ao dia
durante 30 dias; glicopan na dosagem de 0,5 ml SID durante 30 dias e Vita vet C,
0,4ml SID durante 30 dias. No dia 07 de julho de 2016 a cadela retornou até o
Centro Veterinário apresentando secreção ocular purulenta. Foi realizado
novamente anamnese, exame clínico do animal e nova solicitação de hemograma.
Tendo como parâmetro as alterações obtidas no primeiro hemograma, foi observado
no segundo hemograma a presença de trombocitopenia, porém com um discreto
aumento das plaquetas, leucopenia com uma pequena diminuição dos leucócitos e
persistência da anemia regenerativa normocítica normocrômica, sem alterações em
seus valores. Como tratamento foi instituído a continuação das medicações e modo
de utilização prescritos anteriormente acrescendo do tratamento da conjuntivite com
colírio a base de dexametasona, sulfato de neomicina, sulfato de polimixina e
hipromelose o qual foi utilizado por um período de 14 dias, uma gota em cada globo
ocular quatro vezes ao dia e colar elisabetano. Após 14 dias, foi constatada pouca
melhora no quadro clínico da conjuntivite do animal, logo realizou a troca do
princípio ativo do colírio, utilizando-se sulfato de condroitina e ciprofloxacina,
instilando uma gota em cada olho quatro vezes ao dia durante mais 14 dias. No dia
28 de julho o animal retornou a clinica para realização do hemograma após
tratamento da erliquiose e observação do tratamento de sua conjuntivite. A
proprietária relatou ter observado aumento dos linfonodos submandibulares e
poplíteos. Observou-se uma discreta melhora no quadro clínico de conjuntivite. Foi
coletado o sangue do animal para realização de novo hemograma e perfil
bioquímico. Com os resultados do hemograma do dia 28 de julho, foi realizada uma
analise comparativa com os hemogramas realizados anteriormente e constatou-se
que não havia remissão da trombocitopenia, permanecendo também a leucopenia e
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anemia regenerativa normocítica normocrômica. No exame bioquímico foi constado
o aumento da transminase oxalacetica (AST) indicando lesão hepática. Para o
tratamento da mesma foi receitada a medicação Hepvet, um comprimido por dia
durante 30 dias. Também realizou-se o teste rápido para detecção de erliquiose, o
qual teve resultado negativo, descartando a patologia. Foi coletado novamente o
sangue do animal no dia 12 de julho para realização de teste laboratorial (ELISA) e
PCR para detecção de leishmaniose devido o animal residir em uma região com
endemismo para tal patologia. O resultado do teste ELISA e PCR para leishmaniose
foi positivo.
DISCUSSÃO
Os cães infectados com Erlichia canis podem desenvolver sinais brandos a intensos
ou mesmo não apresentar sinais dependendo da fase da doença em que se
encontram. A gravidade da doença depende da cepa infectante, da idade,
suscetibilidade e alimentação do animal (ISOLA, 2012; LOPES, 2013). A
trombocitopenia, anemia do tipo normocítica normocrômica regenerativa, e
leucopenia são achados laboratórias os quais juntamente com os sinais clínicos
auxiliam no diagnóstico da erliquiose canina (FERNANDES et al., 2014; MAKINO et
al., 2015; SILVA 2015). O tratamento prescrito seguiu protocolos encontrados nos
estudos Silva et al.(2011); Isola (2012); Suzuki (2013) o qual consiste em cloridrato
de doxiciclina na dose de 10 mg/kg a cada 12 horas por um período de 28 dias e
tratamento suporte com vitaminas, sulfato ferroso, hidratação, etc. O teste rápido
que foi realizado no fim do tratamento e um “kit” sorológico utilizado na detecção da
erliquiose canina, baseado na técnica de “Dotblot- ELISA”, que é capaz de
determinar anticorpos da classe IgG específicos para o agente infectante (DUARTE
et al., 2013, FERNANDES et al., 2014). Os colírios indicados para conjuntivite são à
base de antibióticos, porém o primeiro colírio tem em sua base antiinflamatório,
sendo desaconselhado o seu uso rotineiro (TURNER, 2010). A solicitação de testes
para leishmaniose se explica pelo fato das diversas alterações no ambiente como,
desmatamentos, urbanização e intenso processo migratório, que levou a expansão
das áreas endêmicas da doença, principalmente nas regiões Sudeste e Centro
Oeste do país O resultado positivo para leishmaniose explica o fato de o animal
apresentar sintomas comuns a todas as doenças e não ter tido resposta imunológica
e plaquetária em seu hemograma, mesmo após tratamento e teste negativo para
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erliquiose canina, uma vez que a leishmania multiplica-se na medula óssea, no baço
e nos gânglios linfáticos, originando sintomas muito diversos dentre eles a aplasia
medular (MONTEIRO, et al.; 2005).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A erliquiose canina e uma doença comum dos cães e de alta incidência. Eu
tratamento e feito a base de cloridrato de doxiciclina e na maioria dos casos se tem
uma resposta imunológica eficiente após o tratamento. Visto que este animal não
obteve resposta imunológica, porém no teste rápido não apresentou resposta
positiva, seguiu-se um protocolo de realização de sorologia e PCR para
leishmaniose, obtendo resultados positivos, fechando o diagnóstico clinico.
REFERENCIAS
DUARTE, S.C. et al. Diagnóstico molecular de Ehrlichia canis em cães de Goiânia, Brasil. Revista de Patologia Tropical, Vol. 42 (1):30-41. Janeiro - março 2013.
FERNANDES R.B. et al. Levantamento de casos de Erliquiose canina em cães atendidos no Hospital Veterinário do Curso de Medicina Veterinária da Universidade de Guarulhos (2010-2012). Revista Educação, v. 9. n. 2, 2014.
ISOLA J.G.M.P et al. Erliquiose canina- Revisão de Literatura. Revista Científica eletrônica de Medicina Veterinária, Ano IX, n. 18, jan. 2012. Periódicos semestrais.
LOPES L.C. Hemoparasitoses em animais de companhia: erliquiose, babesiose e micoplasmose: Estudo de casos clínicos. Dissertação Mestrado Universidade de Trás-os –Montes e AltoDourado, Vila Rural, 2013. MONTEIRO, Érika Michalsky et al. Leishmaniose visceral: estudo de flebotomíneos e infecção canina em Montes Claros, Minas Gerais . Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 38(2):147-152, mar-abr, 2005
MORAES, J.F. Competência vetorial de carrapatos do grupo Rhipicephalus sanguineus do Brasil, Argentina e Uruguai para transmissão da bactéria Ehrlichia canis, agente etiológico da erliquiose monocítica canina. Tese doutorado Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, 2013.
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ROSA E.P.& WANDERLEY M.C.P. Incidência de casos e reincidivas de erliquiose em um clínica veterinária particular entre 2011 e 2012, no município de Iuverva-SP. Revista Nucleus, v. 11, n. 2, 2014 (suplemento). SILVA, M.V.M. et al. Erliquiose canina: Revisão de Literatura. Arquivo Ciências Veterinária, Zoologia. UNIPAR. Umuaroma, v.14, n, 2, p. 139-143, jul-dez 2011. SUZUKI F.T. Eficiência do medicamento doxiciclina na resolução da enfermidade Erliquiose monocítica canina (EMC). Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, dissertação de graduação em Medicina Veterinária. Araçatuba, SP, 2013. TUNER S.M. Oftalmologia em pequenos animais. Tradução Carla de Freitas Campos et al.; Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
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AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES ZOOTÉCNICOS DE UMA PROPRIEDADE LEITEIRA EM REDUTO-MG.
Marcos Augusto de Azevedo Junior, Rafael Custodio Machado – Bolsista PIBIC
– FAPEMG – Acadêmico do curso de medicina Veterinária – Faculdade Vértice–UNIVÉRTIX.
Jhonathan Alves Moreira, Rafaela Nunes Quintão, Nívia Assis, Carlota Alcon - Acadêmico do curso de Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Bruna Waddington de Freitas – Graduada e Doutora em Medicina Veterinária. Professora da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX e UNIVIÇOSA.
PALAVRAS-CHAVES: bovinocultura; produção; reprodução.
INTRODUÇÃO
A avaliação da produtividade da bovinocultura é fundamental e de grande relevância
visto que auxilia a identificar pontos críticos que possam acarretar prejuízos na
atividade, sendo que uma simples monitoração já pode acarretar em aumento
produtivo. No entanto, a pecuária de leite vem ao longo do tempo demonstrando
menores índices de eficiência produtiva quando comparada com a pecuária de corte,
embora esse cenário venha melhorando a cada ano com a implantação de
monitoramentos zootécnicos, de forma a demonstrar ao produtor onde estão
direcionados os gastos, possibilitando assim a redução e redirecionamentos dos
seus recursos (TORRES-JÚNIOR et al., 2009; FREIRE et al., 2014; PARMEGGIANI
et al., 2014). Alguns pontos importantes para obtenção da eficiência produtiva de um
rebanho leiteiro estão intimamente relacionados à reprodução (LEITE et al., 2001);
embora outros pontos também devam ser considerados como aqueles ligados ao
balanceamento nutricional do rebanho para cada categoria animal, como também
enfermidades metabólicas e puerperais, manejo inadequado, entre outros (LUCY,
2001; STEVENSON; CALL, 1988). Com isso e diante da dificuldade de saber a
realidade de pequenas propriedades leiteiras no interior de Minas Gerais, este
trabalho teve por objetivo avaliar o índice zootécnico e de toda a cadeia produtiva de
uma propriedade de gado leiteiro, a fim de identificar possíveis falhas de produção
para, assim, diminuir as margens de erro e, consequentemente, aumentar a
produtividade e rentabilidade da propriedade.
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METODOLOGIA
Este trabalho foi realizado em uma propriedade de criação de bovinos de leite no
município de Matipó, MG. Para a coleta dos dados foi realizado questionários
abordando questões referentes ao manejo reprodutivo. A partir desses dados, o
proprietário foi orientado quanto aos pontos positivos e negativos relacionados ao
manejo geral do rebanho.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Diante do questionário realizado, foram observadas algumas falhas no manejo
reprodutivo da propriedade, o que consiste num dos pontos de maior importância na
cadeia produtiva de gado de leite, já que uma boa eficiência reprodutiva permite
maior vida útil dos animais e maior número de nascimentos de bezerras (LEITE et
al., 2001). Outro ponto de grande importância é o manejo nutricional dos animais
que, por afetar as funções fisiológicas do organismo, pode por consequência refletir
em distúrbios no sistema reprodutivo (CARVALHO et al., 2003). De acordo com
dados da EMBRAPA (2006), as fêmeas destinadas à estação reprodutiva devem
apresentar boa condição corporal e ciclo normal, sendo uns dos pontos críticos na
fazenda a falta de um médico veterinário capacitado na região que possa
acompanhar o manejo reprodutivo de rebanho. A alternativa que o proprietário está
utilizando é a implantação do programa de inseminação artificial em tempo fixo
(IATF) pré-estabelecido e retirados de plataformas online, o que não é indicado pois
a IATF é um procedimento que deve ser realizado de forma mais individual possível,
visto que os animais possuem escore corporal, produção de leite e fase do ciclo
estral diferentes. Com isso, a individualização dos protocolos de IATF poderia
otimizar os resultados de concepção e prenhez, tendo em vista que o sêmens
utilizados são proveniente de touros de alto padrão racial com boas características
produtivas para a produção leiteira.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As propriedades leiteiras precisam ser consideradas uma empresa que precisa de
procedimentos estabelecidos para a produção e contabilidade financeira. Com isso,
para tanto conseguir melhores resultados, os produtores deveriam realizar todo o
controlo zootécnico da propriedade para identificar os pontos que podem ser
melhorados, com a realização de anotações de informações básicas como período
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de serviço e de trabalho para alcançar bons índices reprodutivos e calendário de
vacinação e vermifugação para evitar morte e perda de desempenho dos animais.
REFERÊNCIAS
Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária- EMBRAPA. Cartilha de Inseminação Artificial em bovinos. 2006.
LEITE, E.L.; MORAES, J.C.F.; PIMENTEL, C.A. Eficiência produtiva e reprodutiva em vacas leiteiras. Ciência Rural, v.31, n.3, p.46-472, 2001 LUCY, M.C. Reprodutiva loss in high-producing daria catre: where will it end? Journal of Dairy Science, Champaign, v.84,n.6 , 2011. STEVENSON, J.S.,CALL, E.P. Reprodutiva discordes in the periparturient daria cow. Journal of Dairy Science v.71, p. 2572-2583,1988. TORRES-JÚNIOR, J.R.S.; MELO, W.O.; ELIAS, A.K.; RODRIGUES, L.S.; PENTEADO, L.; BARUSELLI, P.S. Considerações técnicas e econômicas sobre reprodução assistida em gado de corte. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v.33, n.1, p.53-58, 2009. FREIRE, J.; OLIVEIRA, M.G.; BONATO, D.V.; VRISMAN, D.P.; CARDILLI, D.J.; VICENTE, W.R.R.; TEIXEIRA, P.P.M. Patologias obstétricas na bovinocultura de leite – revisão de literatura. Agropecuária Científica no Semi-Árido, v.10, n.4, 2014 PARMEGGIANI, E.B.; BARONI, J.I.; GRAZZIOTIN, S.Z.; BECK, C.; KRUGER, C.A.M.B.; FRAGA, D.R. Ocorrência de doenças clínicas e reprodutivas em vacas leiteiras. XXII Seminário de Iniciação Científica da Universidade de Ijuí, Santa Rosa. 2014.
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UTILIZAÇÃO DE PLASMA RICO EM PLAQUETAS (PRP), EM BEZERRO COM ARTRITE – RELATO DE CASO
Marcos Augusto de Azevedo Junior, Bruno Silva Freitas, Cleiser Pereira –
Bolsista PIBIC – FAPEMG – Acadêmico do curso de Medicina Veterinária – Faculdade Vértice–UNIVÉRTIX.
Vanessa Lopes de Souza, Guilherme Henrique Lopes Soares, Nívia Assis- Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária –Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Priscila Fantini - Médica Veterinária, Doutorado, Professora da Faculdade Alis [email protected]
PALAVRAS-CHAVES: Doença infecciosa; neonatos; terapia celular.
INTRODUÇÃO
As perdas em uma propriedade no período neonatal chegam em até 75%, diante
disso a saúde dos bezerros é dependente de fatores relacionados ao período do
pré-parto mas principalmente no imediato do parto e no pós-parto (MARTINI, 2008).
Os animais podem apresentar problemas infecciosos, parasitários ou por trauma
recorrente da parição, lotação no bezerreiro e ambiente impróprio. Fatores estes que
podem levar os animais a quadros de diarreia, feridas de pele, onfaloflebite, artrite e
poliartrite séptica (COSTA, 2011). A artrite pode ser causada por diversos fatores, no
entanto a artrite séptica é decorrente de uma reação inflamatória resultante de uma
infecção direta do micro-organismo na articulação, que pode ser resultante de algum
trauma, onfaloflebite, úlceras de sola dentre outros. Denomina artrite séptica quando
a presença de micro-organismo na articulação, sendo uns dos principais o
Staphylococcus aureus, pois é uma bactéria natural da pele, no entanto a espécie da
bactéria está ligada diretamente e direciona a investigação da causa (ULIAN et al.,
2010). As características de uma artrite séptica podem ser retratados principalmente
aumento de volume na região articular afetada, distensão articular, perda da
congruência articular, proliferação periosteal irregular nas bordas articulares,
osteólise subcondral, claudicação, relutância do animal ao tocar ao solo. Na fase
inicial, existe um pequeno aumento de volume, e na análise do liquido sinovial é
possível notar presença de leucócitos (LIMA et al., 2009). O plasma rico em
plaquetas (PRP) é um derivado autólogo do sangue total, retirado por método
simples de coleta do sangue com anticoagulante adequado e centrifugação, e possui
capacidade analgésica, acelera o processo de cicatrização e de regeneração
tecidual (CARMONA et al., 2007). Recentemente pesquisas com plasma rico em
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plaquetas são referidos em diferentes tecidos como ossos, cartilagens, tendões. O
aumento da velocidade de reparação e da qualidade do tecido pode fazer com que
os animais reduzem o tempo de recuperação (VENDRUSCOLO et al., 2014). Para a
obtenção do PRP é utilizado o sangue total e existem diferentes protocolos de
extração (CARMONA, 2006). No entanto Fantini, (2014) estabeleceu um protocolo
utilizando uma baixa centrifugação de 133g durante 8 minutos obtivendo melhores
resultados. As plaquetas apresentam em seu citoplasma três diferentes tipos de
grânulos: os lisossomais que contêm substancias que agem como enzimas
proteolíticas; os grânulos densos, que possuem componentes que regulam a
agregação plaquetária e os grânulos α que são responsáveis pela produção e
liberação de vários fatores biológicos de adesão, agregação coagulação,
quimiotaxia, proliferação e regulação do processo inflamatório, conhecidos como
fatores de crescimento (ANITUAL et al., 2004). Os principais descritos são: fator de
crescimento derivado de plaquetas (PDGF), fator de crescimento transformante
(TGF-β), fator de crescimento endotélio vascular (VEGF), fator de crescimento
epidérmico (EGF), fator de crescimento de hepatócitos (HGF) e o fator de
crescimento de fibroblasto (FGF) (MOLLOY et al., 2003).
RELATO DE CASO
Realizou o atendimento de um bezerro no município de Caratinga – MG, no período
de agosto de 2015. O proprietário retratou o caso dizendo que o animal apresentava
claudicação há alguns dias e também um aumento de volume no membro anterior
direito. Na anamnese observou que o animal era um macho com idade de 3 meses,
da raça Girolando. Na inspeção foi realizada a palpação da região do casco e da
articulação que de primeira instância não demonstrou nenhum tipo de alteração, no
entanto na palpação do umbigo observou uma onfaloflebite com aumento de volume
e secreção purulenta. Por esta apresentação clínica fechou o diagnóstico de
poliartrite séptica. No caso especifico deste animal, observou um grande aumento de
volume e após sedação com xilasina em decúbito direito, realizou-se a tricotomia de
toda a região carpo, antissepsia com álcool iodado para a punção aspirativa da
articulação para diminuir o volume do liquido articular, e foi possível observar leve
turbidez. Posteriormente, com um cateter foi feito a lavagem da articulação com
solução fisiológica, após retirada do fluido utilizou o mesmo acesso do cateter e
aplicado 6 ml de plasma rico em plaquetas. Para a obtenção do PRP, foi realizado a
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coleta de 6 tubos com citrato de sódio, centrifugado por 8 minutos a 132g. Na
manutenção da cartilagem articular, utilizou-se também sulfato de condroetina ajuda
a repor e diminuir a matriz extracelular, ajudando os condrócitos a repor o tecido
lesado. Como antibióticos, utilizou 3 aplicações de Ceftiofur.
DISCUSSÕES
Exames complementares elucidariam o diagnóstico, visto que o exame do líquido
sinovial tem importância no diagnóstico e a presença de leucócitos na articulação,
onde estas células migraram para articulação (STASHAK, 2006). O exame
microbiológico da articulação na tentativa de isolar o micro-organismo em meio de
cultura o indicando é Agar sangue e Manitol salgado e Agar Macconkey. Para fechar
um diagnóstico de sepse indica-se o isolamento de uma amostra sanguínea
(COLAHAM, 2000). A aplicabilidade de uma radiografia da articulação afetada é
necessária para uma melhor análise do prognóstico do paciente. O tratamento de
poliartrite deve sempre ser empregado a remoção da dor, manutenção e modulação
da inflamação, soluções para tratar as lesões articulares (HIGGINS & SNYDER,
2006). O PRP foi introduzido no tratamento pois possui capacidade de liberar
diversos fatores de crescimento crescimento liberados pelos grânulos α, ação
analgésica, liberação de serotonina e catecolaminas pelos grânulos densos
(CARMONA et al., 2007). Para antibióticoterapia é indicado usar um antibiótico de
amplo espectro por um tempo prolongado, pois os antibióticos não conseguem
chegar em altas concentrações nas articulações (STASHAK, 2006).
CONCLUSÃO
O resultado com o tratamento implementado obteve sucesso na regressão, e na
recuperação do animal, que após três semanas na realização de exame clinico o
animal não apresentava nenhum sinta clinico, com a função completa da mobilidade
da articulação.
REFERÊNCIAS
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AVALIAÇÃO DO PLASMA RICO EM PLAQUETAS EM EQUINOS, ASININOS E MUARES
Marcos Augusto de Azevedo Junior, Bruno Silva Freitas, Rafael Custódio Machado, Alice Lima Martins. Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária.
Bolsista PIBIC – FAPEMIG. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Nathália Rocha Fernanda - Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Priscila Fantini - Médica Veterinária, Doutorado, Professora da Faculdade Alis.
Gustavo Pereira Goncalvez - Médico Veterinário, Mestrado pela – UFV. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Concentrado de plaquetas; equídeos; PRP e terapia regenerativa.
INTRODUÇÃO
O território brasileiro possui cerca de 5.508 milhões de equinos (IBGE, 2011),
possuindo terceiro maior rebanho de equinos do mundo (FAO, 2008). Segundo
IBGE (2011), a população mundial de asininos é de 43 milhões enquanto que a de
muares é de apenas 11 milhões. Os muares e asininos são animais muito
resistentes e na grande maioria são animais utilizados para o trabalho. No entanto
os criadores destes animais possuem um conceito retrogrado sobre a relação do
temperamento do animal com o que ele suporta fisiologicamente, conceitos que
revelam também que por serem animais de grande resistência não necessitam
cuidados em seu manejo (PESSOA et al., 2014). Os equinos são animais muito
utilizados para o esporte considerados assim animais atletas, sendo submetidos a
elevado esforço físico, ultrapassando seus limites fisiológicos e promovendo assim
lesões musculoesqueléticas (GOODSHIP et al.,1994). Várias terapias são realizadas
no tratamento de lesões musculoesqueléticas, mas nem sempre os resultados são
satisfatórios, por não garantir uma recuperação tecidual de qualidade e assim
acarretando problemas na função da estrutura tratada e compromete o retorno do
animal as suas atividades (VENDRUSCOLO et al., 2014). O plasma rico em
plaquetas (PRP) surgiu como uma alternativa para acelerar a recuperação tecidual,
potencializando o efeito reparador do órgão e sendo uma terapia que utiliza
procedimentos prática e de baixo curto (VENDRUSCOLO et al., 2014). O tratamento
com PRP mostra valores significativos nas recuperações de lesões
musculoesqueléticas, como também diversas aplicações em outras áreas. O plasma
Rico em Plaquetas (PRP) é um preparado de sangue total (VENDRUSCOLO et al.,
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2012), são retirados os glóbulos vermelhos que não são uteis como as plaquetas
para o processo de reparação tecidual (SOARES, et al., 2010), sendo considerado
assim um volume de plasma que contem maior quantidade de plaquetas do que no
sangue total (MARX, 2001), submetido a um método simples de coleta do sangue
utilizando anticoagulante especifico sendo logo após centrifugado. O PRP vem
ganhando espaço na literatura científica (CARMONA et al., 2007), pois possui
diversos fatores de crescimento (LAGUNAS, 2006), importantes para a proliferação
e diferenciação celular, angiogênise (VENDRUSCOLO et al., 2012), como também
capacidade analgésica (XU et al., 2011), e acelerando assim o processo de
regeneração tecidual (CARMONA et al., 2007). Na Medicina Veterinária através de
instrumento como a pesquisa, tenta padronizar os métodos de coleta e
processamento do plasma rico em plaquetas, no entanto estudos são largamente
realizados em equinos, contudo não se sabe a relação de diferenças entre o PRP de
equinos, asininos e muares. Este trabalho tem como objetivo comparar o plasma rico
em plaquetas de equinos com muares e asininos.
METODOLOGIA
O Projeto está ocorrendo em propriedades da Zona da Mata Mineira na microrregião
do município de Matipó-MG, que queiram participar e que possui os animais
necessários para o projeto (equinos, asininos e muares). Ao responsável dos
animais serão apresentados toda a metodologia do trabalho e seus objetivos e se
desejarem contribuir para a pesquisa eles serão apresentados o Termo de Livre
Esclarecido do projeto. A propriedade só fara parte da pesquisa mediante a
assinatura do termo. Fará parte da pesquisa seis equinos, seis asininos e seis
muares, escolhidos aleatoriamente, sendo coletado as amostras somente após o
exame físico que irá constatar que são animais clinicamente saudáveis. Os animais
serão submetidos a exame completar (hemograma), para uma avaliação mais
profunda. A coleta será através de venopunção da jugular com tubos a vácuo
contendo ácido etilenodiamino tetra-acético – EDTA. As amostras serão enviadas
posteriormente para processamento e retirada do PRP, que será com os tubos de 4
mL contendo anticoagulante Citrato de Sódio – CS. As amostras serão processadas
no Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Veterinário Gardingo LTDA. Será
realizada a contagem no hemocitômetro e contagem manual em esfregaço
sanguíneo corado com a técnica de Romanowski (panótipo, laborclin), de plaquetas
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no sangue total com os distintos anticoagulantes. Posteriormente as amostras nos
tubos de CS serão colocadas em centrífuga a 133g por oito minutos com aceleração
de 60 segundo e frenagem de 2 minutos, para a concentração das plaquetas. Por
densidade celular as hemácias ficam no fundo do tubo seguido por cima das
hemácias a capa leucocitária, e logo acima será coletado 1/3 do plasma onde
concentram as plaquetas com auxílio de uma seringa de 3 mL e um cateter 14G
aspirar de 1mL e transferido para tubos (eppendorf) previamente autoclavados. As
amostras serão avaliadas pela composição celular, contagem de plaquetas,
hemácias e leucócitos que será realizada por um contador hematológico. As
plaquetas serão contadas também em câmera de Neubauer, com diluição de 1:200
no liquido de Hess- Ecker e homogeneizado durante 20 minutos, com o auxílio do
tubo capilar para micro hematócrito, esta será mantida em repouso, em placa de
Petri com algodão umedecido durante 30 a 40 minutos e a contagem de plaquetas
vai ser realizadas nos 50 campos centrais da placa, sendo o valor multiplicado por
1000. Avaliando também a morfometria, para isso será produzidos dois esfregaços
coradas pela técnica de Romanowski (panótipo, laborclin), e o percentual de
ativação das plaquetas serão avaliadas por microscopia óptica. As plaquetas serão
classificadas em três parâmetros morfológicos: 0 - plaquetas normais (alongadas), 1
– estado de ativação brando (arredondadas), 2 – plaquetas ativadas (emitindo
pseudópodes). As comparações dos resultados obtidos, serão não paramétricas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa está em andamento na fase de coleta e processamento das amostras e
ao termino destas avaliações espera-se analisar se existe diferença entre o plasma
rico em plaquetas dos equinos, asininos e muares, com relação a composição
celular, quantificando as plaquetas e avaliação morfometrica comparando as
diferenças fases de ativação das plaquetas.
REFERÊNCIAS
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PROCESSAMENTO E PRODUÇÃO DE IOGURTE: REVISÃO DE LITERATURA
Rafaela de Souza Pena Serra; Thais Monteiro Viana; Bruno Silva Freitas; Israel Viana Amaral, Pamella Felipe Silva Benevides; Eliza Frances do Nascimento Vieira – Graduandas em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Leandro Silva de Araújo- Graduado e Mestre em Medicina Veterinária. Professor de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: iogurte, leite fermentado, qualidade higiênico sanitária
INTRODUÇÃO
O leite é um dos alimentos de origem animal mais consumido pelo homem, devido a
sua rica composição de proteínas, gordura, carboidratos, sais minerais e vitaminas
(MULLER 2002). Fontes alternativas de consumo e comercialização são os
subprodutos do leite como o requeijão, diversos tipos de queijo, manteiga, doce de
leite e o iogurte. No Brasil o iogurte é um dos alimentos mais apreciados e
consumidos, feito a partir da fermentação do leite adicionando ou não de outros
produtos alimentícios. A utilização do leite na fabricação de iogurte deve apresentar
boa qualidade físico-química e não podendo ser utilizado congelado, com objetivo de
evitar defeitos na textura do produto, que é feito a partir da coagulação do leite pela
ação de dois microrganismos Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus.
O iogurte possui alta digestibilidade e efeitos benéficos à saúde se comparado ao
leite, por possuir maior concentração de vitaminas B6 e B12, potássio, cálcio, fosforo
e minerais. Devido a lactose estar parcialmente hidrolisada é recomendado o
consumo a pessoas que tenham insuficiência de lactase, mas possua a necessidade
de ingerir um produto lácteo (FERNANDES 2011). Uma forma encontrada de
atender ao mercado consumidor foi a adição de novos ingredientes ao iogurte como:
frutas e alimentos naturais, que auxiliam a uma refeição mais nutritiva e maior
aceitação do produto (PAIVA et al., 2014). Entre as causas de prejuízos para
indústrias e perdas de produtos, destacam-se a contaminação por leveduras e
fungos, que podem causar estufamento de embalagem nas prateleiras refrigeradas
e alterações de cor e sabor (MOREIRA et al., 1999). O presente trabalho tem como
o principal objetivo fazer uma revisão de literatura do processamento do iogurte e os
principais microrganismos encontrados neste produto, descartando as bactérias
fundamentais para sua fabricação.
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METODOLOGIA
Nesta pesquisa foi realizado um levantamento de estudos publicados sobre o
processamento e produção microbiológica do iogurte, relacionados à quantidade de
microrganismos presentes e alterações na qualidade do produto que trazem
prejuízos econômicos e à saúde publica. Foi realizada uma busca na plataforma
Scielo, e foram utilizadas as palavras-chaves: iogurte, leite fermentado, qualidade
higiênico sanitária. Obteve-se um total de 2370 artigos estavam relacionados ao
tema desta pesquisa, dos quais 9 foram selecionados levando-se em consideração o
tipo de alimento analisado e a relevância do estudo para a saúde publica.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Economicamente o leite fermentado mais importante é o iogurte, feito a partir da
coagulação do leite pela ação de dois microrganismos Lactobacillus bulgaricus e
Streptococcus thermophilus. Esses microrganismos transformam parcialmente a
lactose em acido lácteo durante a fermentação que ocorre a uma temperatura de 42
a 43ºC durante aproximadamente 4 horas, preservando a gordura, os minerais e o
conteúdo de vitaminas do leite puro, diminuindo a lactose facilitando a assimilação
do iogurte em indivíduos com intolerância a lactose (CARNEIRO et al.,2012). As
bactérias lácteas pré-digerem as proteínas do leite, aumentando a variedade e
produzindo novas vitaminas presentes no iogurte. O processo térmico tem como
objetivo destruir microrganismos patogênicos que possam competir com as culturas
do iogurte, desnaturando proteínas do soro, também irá estimular o crescimento da
cultura láctea por meio da redução de oxigênio do leite, influenciando na obtenção
de uma boa textura e viscosidade (CARNEIRO et al., 2012). No momento da
inoculação os microrganismos devem encontrar-se na mesma proporção, para que o
produto final contenha as características e consistências desejáveis que são:
facilidade de conservação, crescimento vigoroso, bom aroma, sabor e pureza
(SENAI 1999). Durante o processo de fermentação do leite as culturas devem
apresentar resistência à degradação, capacidade de desenvolvimento em simbiose,
poder acidificante médio, assim produzindo substâncias responsáveis pelo aroma,
viscosidade e sabor (CARNEIRO et al.,2012). Com o aumento do pH ficando
próximo a 4,6 ocorrerá a coagulação da proteína do leite. A má refrigeração favorece
o crescimento de leveduras e fungos filamentosos. Além destes as principais
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bactérias encontradas pertencem ao grupo dos coliformes totais, termotolerantes
Escherichia coli e Salmonella sp, que fornecem indícios de práticas sanitárias
insatisfatórias em algum momento da fabricação, no envase do produto ou
refrigeração inadequada (SILVA et al., 2012). O tempo de prateleira é definido de
acordo com a qualidade do alimento, parâmetros fisiológicos, valores nutricionais,
atributos sensoriais, consistência, textura, sabor e cor. Qualquer alteração de uma
ou mais dessas propriedades diminui sua vida útil, tornando o produto improprio
para o consumo (TEIXEIRA 2009).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este é um trabalho de revisão, parte de um projeto em andamento. Neste
levantamento de dados pode observar-se que o iogurte é considerado uma bebida
de grande aceitação pelos consumidores. É processada a partir do leite, através da
fermentação láctea, realizada por bactérias. É necessário um processamento correto
para atingir um nível de pH adequado para consumo. Uma má conservação desse
produto leva a deterioração através de microrganismos indesejáveis, fazendo com
que esse alimento seja incapaz de ser ingerido, causando danos à saúde humana.
REFERENCIAS
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SARNA SARCÓPTICA EM PEQUENOS ANIMAIS: REVISÃO DE LITERATURA
Caroline Carvalho Campos, Juliana de Morais Silva - Graduandos em Medicina Veterinária, Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE:Sarcoptesscabiei, escabiose, sarna sarcóptica, sarna em
pequenos animais, dermatopatias.
INTRODUÇÃO
A sarna sarcóptica é uma dermatose parasitária causada por um ácaro designado
por Sarcoptesscabiei. Este parasita externo de expressão clínica em diversos
animais domésticos e é uma zoonose altamente transmissível. O animal afetado, na
maioria dos casos, com pequenas crostas hemorrágicas e perda da pelagem nas
regiões ventral, axilar,codilhos e curvilhões e no focinho. A dermatite é
acompanhada invariavelmente por produção exagerada de gordura, dando um
aspecto e odôr "rançoso" ao animal. O prurido intenso pode mascarar as lesões
primárias com o aparecimento de feridas provocadas pelo coçar ou mordiscar.
Animais de pelo longo são mais susceptíveis, assim como animais novos ou que já
estejam debilitados. (FERRARI, 2008). O contágio dá-se por exposição ao ácaro,
isto é, contato direto com animais afetados, com instrumentos de higiene ou mesmo
com os locais onde existem animais afetados. O ácaro pode resistir alguns dias fora
do hospedeiro no meio ambiente. (FERRARI, 2008). Os cães são, os animais de
companhia mais atingidos, os gatos raramente são afetados. (CARNEIRO, 2013).
Dessa forma o objetivo deste trabalho é realizar uma breve revisão de literatura
sobre sarna sacóptica em pequenos animais.
METODOLOGIA
Foi realizada uma pesquisa de revisão bibliográfica em artigos de 2008 a 2013.
Para a realização dessa pesquisa foram utilizadas as palavras-chave: S. scabiei,
escabiose, sarna sarcóptica, sarna em pequenos animais, dermatopatias.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
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Após análise e comparação dos resultados obtidos pelos artigos selecionados,
pode-se observar que os sinais clínicos que os animais acometidos mais
apresentam são crostas, escoriações, hiperemia, prurido bem acentuado, pápulas
eritematosas, hipotricose ou alopecia, escamas, e por vezes, emaciação, inflamação
da pele, pústulas no caso de infecção bacteriana secundária (FERRARI, 2008). A
principal ferramenta utilizada para diagnósticoé o exame laboratorialque é obtido
pela observação microscópica de ácaros nos raspados de pele e o diagnóstico
presuntivo pelos sinais dermatológicos. Os testes sorológicos também podem ser
utilizados para diagnóstico da escabiose, porém não são rotineiramente executados.
O tratamento e controle consiste na utilização de substâncias acaricidas de forma
tópica ou sistêmica (ANDRADE, 2007). O uso tópico implica na utilização
substâncias com finalidade de banhar os cães com um xampu anti-seborréico para
remover crostas, também são utilizados escabicidastópicos, por todo o corpo, em
intervalos de 7 dias durante, no mínimo, 5 semanas. Os mais comumente utlizados
são soluções de sulfeto de cálcio 2% a 3% organoclorados, (HCL,
bromocicleno)(TANOUE, 2004). Para o tratamento sistêmico são rotineiramente
utilizados organofosforados, como o malation e mercaptometilftalimida, e
Ivermectina são indicados no tratamento sistêmico, possuindo limitações quando
ulitizadaspara algumas raças como collies e seus mestiços e para pastores, pois
pode causar intoxicação, apresentando ataxia, paresia progressiva, decúbito,
tetraparesia e hiperexcitação e morte. (CARNEIRO, 2013)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A escabiose é uma zoonose de alta importância por ser uma doença de fácil
contágio, especialmente para os humanos. Na rotina da clínica de pequenos animais
é muito comum, tornando-se muito importante a prevenção e tratamento para
controle, utilizando medicamentos de uso tópico e oral. Deve ser feito também o
controle do ambiente por meio de desinfetantes e ascaricidas. É importante ressaltar
que as medidas educacionais, que promovem a conscientização da população, são
a longo prazo, de maior eficiência (CASTRO, 2005).
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PESQUISA DE Listeria spp. E Staphylococcus aureus EM QUEIJOS MINAS FRESCAL
Ellen Silvia Gomes; Sâmela Carine Araújo Braga; Janaína Geralda Vieira Lage;
Richelle Fernandes Lima Costa Alves; Camila Santiago Sampaio; Patricia Carlos Aguiar – Graduandas em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX. Letícia Ferreira da Silva – Graduada e Mestre em Medicina Veterinária –
Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉTIX. [email protected]
Área de conhecimento: (5) Ciências Agrárias
PALAVRAS-CHAVE: Doenças transmitidas por alimentos; patógenos; saúde pública. INTRODUÇÃO O Brasil é atualmente, o sexto maior produtor mundial de queijos, destacando-se
entre essa produção o queijo Minas frescal, por ser um produto tipicamente
brasileiro e de elevado consumo por todo o país (SANTOS et al., 2010). Os queijos
inspecionados, por possuírem um maior controle higiênico-sanitário durante as fases
de processamento quando comparados aos artesanais, reduzem drasticamente os
índices de contaminação por micro-organismos patogênicos, oferecendo, assim,
menor risco na transmissão de doenças transmitidas por alimentos (GRANDI &
ROSSI, 2007). O queijo Minas frescal é um produto para consumo imediato e de
curta vida de prateleira, necessitando, portanto, ser comercializado logo após sua
fabricação. As contaminações microbianas, aliadas as alterações decorrentes,
podem, em poucos dias, tornar o queijo inaceitável ou até mesmo impróprio para o
consumo, resultando em perdas econômicas para a indústria, além de oferecer
riscos à saúde pública (FEITOSA et al., 2003). No entanto, o hábito de consumir leite
e derivados não inspecionados ainda representa uma característica marcante da
população brasileira, que tem origem no baixo nível cultural, ao julgar que os
produtos de origem informal são, muitas vezes, superiores do ponto de vista
sensorial e nutricional, em relação aos alimentos submetidos aos processos
tecnológicos (ALMEIDA et al., 2002). Os queijos, de um modo geral, podem conter
micro-organismos desejáveis e indesejáveis. Os desejáveis são aqueles que podem
contribuir positivamente para o desenvolvimento das características organolépticas
do produto final (CARDOSO et al., 2013). Já os principais bioindicadores de
contaminação presentes nesses tipos de queijos, incluem micro-organismos do
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grupo dos coliformes e bactérias patogênicas como Listeria monocytogenes e
Staphylococcus aureus (SANTOS et al., 2010). A presença de S. aureus nos
alimentos sugere provável participação de manipuladores portadores desse micro-
organismo. E, embora esse patógeno esteja envolvido em diversos casos de
intoxicação alimentar em todo o mundo, o queijo Minas frescal desponta como o
principal produto de origem animal contendo essa bactéria patogênica
(FERNANDES et al., 2006). Os estafilococos podem causar a doença tanto por sua
capacidade de multiplicação e disseminação ampla nos tecidos, como pela produção
de substâncias extracelulares, como a enterotoxina, que é uma causa importante de
intoxicação alimentar (LORGUECIO et al., 2001). A infecção por Listeria
monocytogenes em alimentos como queijo Minas torna-se possível pelo descuido
com a temperatura do alimento, formas errôneas de manipulação e contaminação
por fômites (DUARTE, 2007.).No Brasil, apesar da proibição legal imposta à
comercialização de queijos frescos, elaborados a partir do leite cru, a venda do
queijo Minas frescal produzidos de maneira artesanal tem sido realizada
abertamente, sendo um problema para a saúde pública, pois pode ser veículo de
inúmeros agentes etiológicos de enfermidades zoonóticas (CARDOSO et al., 2013.).
Com isso, maior atenção deve ser tomada pelas autoridades sanitárias, uma vez
que tais produtos colocam em risco a saúde do consumidor, além de
comprometerem a qualidade e prazo de validade dos produtos (LOGUERCIO et al.,
2001). Sendo assim, o objetivo deste trabalho será realizar uma análise comparativa
entre a qualidade sanitária dos queijos Minas frescal inspecionados e artesanais
(não inspecionados) comercializados na região da Zona da Mata Mineira, pela
pesquisa de Listeria spp. e Staphylococcus aureus, visando alertar a população local
quanto aos possíveis perigos veiculados por esse derivado lácteo.
METODOLOGIA
Serão adquiridos queijos Minas frescal, artesanais e inspecionados, comercializados
na região da Zona da Mata Mineira. Os queijos serão armazenados em caixas
isotérmicas com intuito de manter suas características originais até o momento das
análises microbiológicas, que serão realizadas no Laboratório de Microbiologia do
Hospital-Escola Gardingo. Nesta etapa do projeto serão adotados os protocolos de
contagem de Staphylococcus aureus e de pesquisa de Listeria spp. em produtos
lácteos estabelecidos nos capítulos V e XIV, respectivamente, da Instrução
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Normativa nº 62, de 26 de agosto de 2003, do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (BRASIL, 2003). Os dados encontrados serão dispostos na forma de
frequência de resultados positivos por categoria de queijo amostrada (artesanais e
inspecionados).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Trata-se de um projeto em fase de levantamento bibliográfico. A coleta das amostras
e a análise dos resultados serão realizadas posteriormente.
REFERÊNCIAS ALMEIDA FILHO, E. S. de; LINDNER, A. L.; ALMEIDA, D. S. de; SIGARINI, C. de O.; FERREIRA, M.B. Perfil microbiológico de queijo tipo minas frescal, de produção artesanal e inspecionada, comercializado no município de Cuiabá, MT. Revista Higiene Alimentar, São Paulo, v. 16, n. 92/93, jan./fev. 2002.
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LOGUERCIO, A. P.; ALEIXO, J. A. G. Microbiologia do queijo tipo Minas frescal produzido artesanalmente. Ciência Rural, Santa Maria, v. 31, n. 6, p. 1063-1067, nov./dez. 2001 RIBEIRO, J.C.B.; CARDOSO, C.R.; ESMERINO, L.A.; SANTOS, R.D.; DEMIATE, I.M.; NOGUEIRA, A. Qualidade físico-química e microbiológica do queijo parmesão ralado comercializado em Ponta Grossa, Paraná. Revista do Instituto de Laticínios Cândidos Tostes, n°387,67, p.21-29, 2012. SANTOS, A.R., SULEIMMAN, T.P., SAN JORGE, A.P., SOUZA, T.O.; POIATTI, M.L., OLIVEIRA, K. Queijo Minas frescal: sua importância na saúde pública. VI Simpósio de ciências da UNESP-Dracena VII Encontro de zootecnia- UNPESP Dracena, 06 a 08 de outubro de 2010. SANTOS, V.A.Q.; HOFFMANN, F.L. Evolução da microbiota contaminante em linha de processamento de queijos Minas frescal e ricota. Revista do Instituto Adolfo Lutz, v. 69, p.14-16, 2010.
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PARVOVÍRUS CANINO – REVISÃO DE LITERATURA
Cinthia Genelhu Silva, Gabriel Ribeiro Fernandes, Raquel Garcia Lima Rodrigues e Suelen Martins Romualdo – Graduando em Medicina Veterinária,
Faculdade vértice - UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Mestre em Ciências
Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Mayara Cristini Ferreira de Aguiar - Graduada em Medicina Veterinária UFES,
Mestre em Ciências Veterinárias pela UFES. Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
PALAVRAS-CHAVE: Parvovírus canino, gastroenterite, terapia de suporte, filhotes
INTRODUÇÃO
O parvovírus canino - canine parvovirus (CPV) é um vírus sem envelope
(CARVALHO et al., 2013), pertence à família Parvoviridae. O parvovírus, dentre os
vírus tem tropismo digestivo, provocando hipertermia, e em animais adultos mais
velhos pode ocorrer diminuição da temperatura. Nessa fase chama a atenção o fato
do animal se tornar sonolento e sem apetite, quando ocorrem também vômitos
descontrolados. Alguns animais podem apresentar tosse, secreção ocular
mucopurulenta (SOUZA e ZAPA, 2008). O CPV desenvolve também tropismo por
tecidos como medula óssea e tecidos linfoides (CARVALHO et al., 2013) e pode
infectar animais de qualquer idade, porém é mais comum em cachorros de 4-12
semanas de idade. Em cães da raça Dorberman Pinscher, Rottweiler, Pitbull,
Labrador e Pastor Alemão é mais comum o aparecimento da doença do que cães de
outras raças (NELSON e COUTO, 2010). Os sinais clínicos se apresentam de 2 a 4
dias após a infecção. No início da doença (de 1 a 3 dias após a infecção), ocorre
uma profunda viremia antes do aparecimento da gastroenterite, e hipertemia. Os
animais afetados podem se desidratar rapidamente e morrer entre 24 ou 48 horas
(ANGELO et al.,2009). Este trabalho teve como objetivo elaborar uma revisão de
literatura acerca desta afecção em cães.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados livros e artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Google Acadêmico, Sistema
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integrado de Bibliotecas - Repositório da Universidade de Lisboa, e Revista
Portuguesa de Ciências Veterinárias referentes ao tema.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O parvovírus canino (CPV) foi identificado 1978, como novo vírus infectando cães
(PRADO et al., 2008). Acredita-se que o vírus da parvovirose canina seja um
mutante de uma linhagem de campo do vírus felino a panleucopénia felina (SOUZA
e ZAPA, 2008). O parvovírus canino é o principal agente causador por gastroenterite
aguda e parece estar limitado somente aos canídeos domésticos e selvagens
(ANGELO et al., 2009). A estabilidade do parvovírus canino no ambiente e a
excreção de grandes quantidades de vírus por animais doentes podem expor filhotes
suscetíveis a doses infecciosas maciças do agente. A transmissão do CPV se dá
pela via fecal-oral a partir de cães infectados para outros susceptíveis e alcança
altos títulos nas fezes dos animais infectados com o vírus (CARVALHO et al., 2013).
Após a contaminação de 3-4 dias, o vírus cai na corrente sanguínea invadindo
tecidos alvos, incluindo o timo, o baço, os linfonodos, a medula óssea, os pulmões, o
miocárdio e finalmente o jejuno distal e o íleo, onde continua a se replicar (ANGELO
et al., 2009). Os animais infectados desenvolvem gastroenterite aguda,
caracterizada por perda de apetite, vômitos, febre, diarreia hemorrágica e leucopenia
(CARVALHO et al., 2013). Os principais sinais clínicos da parvovirose são febre,
leucopenia, anorexia, depressão, vômitos, rápida desidratação, diarreia
sanguinolenta, liquida e fétida, perda de peso além de sintomas cardiacos nos
filhotes (ANGELO et al., 2009). O vômito pode ser grave o suficiente para causar
esofagite e nas primeiras 24 a 48 horas da doença não há diarreia sanguinolenta.
Filhotes que foram infectados diretamente no útero ou com até 8 semanas de idade
pode desenvolver miocardite (NELSON e COUTO, 2010). Segundo Prado (2008)
nem todos os casos apresentam diarréia hemorrágica e acompanhada de vômito.
Em cães jovens, a maioria da proteção contra o CPV corresponde à imunização
passiva natural. Após o declínio desses anticorpos, esses animais tornam-se
altamente susceptíveis à infecção (CARVALHO et al., 2013). Os tratamentos
existentes servem apenas para suporte do animal e consistem principalmente na
administração de fluidos, eletrólitos e antibioticoterapia para controle de infecções
bacterianas secundárias (CARVALHO et al., 2013). Mendes et al., (2012) relataram
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em seu trabalho experimental como conduta terapêutica de suporte para a
gastroenterite provocada pelo CPV: Solução de Ringer com Lactato e/ou Solução de
NaCl 0,9%; ranitidina, cimetidina, ou metoclopramida associado ao sucralfato;
praziquantel; complexo vitamínico; ácido tranexâmico, butilbrometo de escopolamina
e enrofloxacina. Os meios de prevenção são vacinas que devem ser aplicadas em
fêmeas antes do estro ou logo após a gestação, mesmo que tenham sido
imunizadas anteriormente, pois recebendo uma nova dose da vacina, terão sua
imunidade reforçada durante a gestação, e através da circulação inter-placentaria
passam a seus futuros filhotes uma razoável imunidade passiva (SOUZA e ZAPPA,
2008) e em filhotes o protocolo de vacinação é feita a partir dos 45 dias de vida,
correspondente de 6 a 8 semanas de idade (NELSON e COUTO, 2010).
Revacinações anuais s devem ser feitas, tanto aos filhotes quanto aos animais mais
velhos susceptíveis a contrair a doença (SOUZA e ZAPPA, 2008).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A parvovirose canina é uma doença infecto contagiosa que atinge animais jovens,
em sua maioria por terem baixa imunidade, e frequentemente o índice de
mortalidade é grande. O tratamento consiste na terapia de suporte, porém o mais
importante é a prevenção seguindo o protocolo vacinal corretamente.
REFERENCIAS
ANGELO, G; CICOTI, C. A. R; ZAPPA, V. Parvovirose Canina – Revisão de Literatura. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária. Ano VII, Nº 12, p.1-7. Editora FAEF: Julho de 2009. CARVALHO, O. V. et al. Potencial antiviral da quercetina sobre o parvovírus canino. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.65, n.2, p.353-358, 2013. MENDES, R. S., et al. Perfil leucocitário e eficácia clínica da enrofloxacina (fórmula BAIK9) em dose única no tratamento de cães com gastroenterite por Parvovírus. Revista Portuguesa de Ciências Veterinárias 117.1 (2012): p. 43-49. NELSON,Richard W.; COUTO,C.Guilhermo.Medicina interna de pequenos animais.Tradução da 4ªedição.Rio de Janeiro:Elsevier,2010.
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PRADO, M. O.; SPIGOLON, Z.; FERRARI, M. L. O .P.; PICCININ. A. PARVOVIROSE. Revista Científica Eletônica de Medicina veterinária. ANO VI, Nº10, p.1-5 Editora FAEF: 2008. SOUZA, J. M e ZAPPA, V.. Parvovirose Canina. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária. Ano VI, N° 11, p. 1-4. Editora FAEF: Julho de 2008.
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TRATAMENTO DE DEJETOS NA SUINOCULTURA - REVISÃO DE LITERATURA
Ivana Norimã de Souza Nogueira, Lívia Ramalho dos Santos – Graduandas em
Medicina Veterinária, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Suinocultura, Controle ambiental, Tratamento dos dejetos. INTRODUÇÃO
O Brasil possui o quarto maior plantel mundial de suínos, existe grande necessidade
de criar formas para reduzir a poluição, o manejo correto dos dejetos produzidos é a
melhor maneira de reduzir a poluição (COUTINHO et al., [s.d]). O descaso com a
poluição causada pela suinocultura tem causado várias consequências, como a
desertificação de vastas regiões, a morte de importantes rios e a contaminação de
lençóis subterrâneos (MOTA, 2013). As suinoculturas produzem quantidades
enormes de resíduos com altas cargas de nutrientes dentre os quais podemos
citar: fósforo e nitrogênio, matéria orgânica, sedimentos, patógenos, metais
pesados, hormônios e antibióticos (KUNZ et al., 2005). Dessa forma o objetivo
desse trabalho é apresentar as formas mais comuns de tratamento dos dejetos,
com a intenção de diminuir problemas ambientais.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com a evolução da suinocultura no Brasil, tornou-se necessário á elaboração de
novos recursos para a melhoria do tratamento dos dejetos produzidos na produção
de suínos, que são constituídos por fezes, urina, água desperdiçada pelos
bebedouros e de higienização, resíduos de ração, pêlos, poeiras e outros materiais
decorrentes do processo de criação (RIZZONI et al., 2012). O manejo adequado
consiste na separação das fases sólidas e líquidas diminuindo o custo de
implantação do projeto biológico (KUNZ et al., 2005). Com essa separação os
micro-organismos aeróbios e anaeróbios degradam os dejetos, dando origem a um
material estável e isento de organismos patogênicos (KUNZ et al., 2005; RIZZONI et
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al., 2012). Sendo assim foram criadas algumas formas de diminuir essa poluição,
dentre as quais as mais utilizadas são: - Esterqueiras que consiste em
armazenamento dos dejetos líquidos em lagoas, esses dejetos passam por um
processo fermentativo para depois ser utilizado no solo como fertilizante (BONATO,
2011); - Cama sobreposta utilizada para tratamento de dejetos sólidos, consiste em
utilizar uma cama que pode ser de casca de arroz, serragem ou sabugo de milho
triturado (BONATO, 2011); - Biodigestores anaeróbicos, como o nome já diz a
fermentação é feita por bactérias anaeróbicas e os produtos desse processo são
biogás e biofertilizantes (COUTINHO et al., [s.d]). Os impactos na atmosfera estão
relacionados com o odor desagradável, que ocorre devido à evaporação de gases
como amônia, metano, os ácidos graxos voláteis, ácido sulfídrico, etanol, propanol,
dimetil sulfidro e o carbono sulfidro (MOTA, 2013). Esses gases podem causar
danos às vias respiratórias do homem e animais, bem como a formação da chuva
ácida e aquecimento global (MOTA, 2013). O tratamento não é nada mais que
remover ou transformar os agentes poluentes do material, de forma que possa ser
reaproveitado no solo ou descartado de forma segura nos cursos de água ou como
biogás (KUNZ et al., 2005). Fatores como pH, nutrientes, temperatura, umidade,
anaerobiose estrita, são necessários para o processo de biodigestão (MOTA, 2013).
A partir do reaproveitamento dos dejetos da suinocultura podemos obter vários
produtos, dentre eles biogás, biofertilizantes, além de reduzir a poluição ambiental
(MOTA, 2013).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através dessa pesquisa, entendemos que o tratamento dos dejetos em uma
suinocultura não é importante apenas para o meio ambiente, como também ao lado
econômico, pois os produtos da degradação podem ser utilizados na propriedade ou
ser vendido, tendo assim um retorno financeiro melhor. Porém existe dificuldade em
implantar os processos de tratamentos, dentre eles: custo elevado de alguns
sistemas de tratamento, pouca mão de obra, propriedades pequenas e pouco
conhecimento técnico tornando difícil a implantação dos processos.
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REFERÊNCIAS BONATO, E. Análise do sistema de manejo de dejetos da suinocultura comercial em Camargo-RS. Camargo,Rio Grande do Sul, 2011. 54 f. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. COUTINHO, G. S.; ROLL, V. F. B.; PINO, F. A. B. D. Tecnologias para o armazenamento e tratamento de dejetos de suínos. Simpósio de Sustentabilidade e Ciência Animal, III. [s.d] KUNZ, A.; HIGARASHI, M. M.; OLIVEIRA, P. A. Tecnologias de manejo e tratamento de dejetos de suínos estudadas no Brasil. Cadernos de Ciência & Tecnologia, Brasília, 2005, v. 22, n. 3, p. 651-665, set./dez. MOTA, É. V. O biodigestor no tratamento de dejetos suínos como mecanismo de controle ambiental. Rio Verde, Goiás, 2013. 35 f. Faculdade de Ciências Contábeis da Uni-RV – Universidade de Rio Verde. RIZZONI, L. B.; TOBIAS, A. C. T.; DEL BIANCHI, M.; GARCIA, J. A. Biodigestão anaeróbia no tratamento de dejetos de suínos. Revista Cientifica Eletrônica de Medicina Veterinária, 2012, n.18.
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PIOMETRA EM CADELAS: REVISÃO DE LITERATURA
Camila Santiago Sampaio; Patrícia Carlos de Aguiar; Sâmela Carine Araújo Braga; Ellen Silvia Gomes – Graduandas em Medicina Veterinária- Faculdade
Vértice- UNIVÉRTIX.
Gustavo Pereira Gonçalves – Graduado em Medicina Veterinária. Especialista em Clinica e Cirurgia de pequenos animais. Mestre em Cirurgia animal.
Professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Piometra; cadela; progesterona; infecção; útero.
A piometra é um processo inflamatório do útero, definido pela presença de exsudato
purulento no lúmen uterino, que é decorrente de uma hiperplasia endometrial cística
(HEC), associada a uma infecção bacteriana (CABRAL et al., 2016). Refere-se a
uma desordem hormonal, podendo ocorrer em qualquer fase do ciclo estral, sendo
mais frequente, no diestro. Pode ser classificada de duas formas: piometra aberta
(cérvix aberta), ou piometra fechada (cérvix fechada). Essa enfermidade não tem
predisposição racial, pode acometer cadelas não-castradas, principalmente
nulíparas (AGOSTINHO, 2013). O risco de desenvolvimento da piometra aumenta
com o avanço da idade devido a repetida estimulação hormonal (NELSON e
COUTO, 2010). A utilização de estrógenos exógenos durante o diestro para impedir
a gestação é um dos fatores que aumentam a incidência de piometra (GARCIA
FILHO et al., 2012). Dessa forma, este trabalho tem como objetivo reunir
informações disponíveis sobre piometra em fêmeas caninas, devido a grande
ocorrência desta enfermidade em clínica de pequenos animais. Para tanto, foi
realizado uma revisão de literatura com o intuito de abordar a ocorrência,
fisiopatologia, sinais clínicos, métodos de diagnóstico e tratamento da patologia em
questão. A piometra pode ocorrer por consequência de uma resposta exagerada,
inadequada e prolongada à progesterona, que terá como resultado uma hiperplasia
endometrial cística, com acúmulo de pus na cavidade uterina e nas glândulas
endometriais. A quantidade de receptores de progesterona no útero é aumentada
pela presença do estrógeno (GARCIA FILHO et al., 2012). O estímulo repetido e/ou
prolongado da progesterona é resultante em mudanças patológicas no endométrio,
que agregado à colonização bacteriana, causa a piometra. Contudo, a resposta
leucocitária uterina fica afetada pela ação da progesterona, contribuindo então para
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a permanência das bactérias no útero (AGOSTINHO, 2013). A Escherichia coli. é a
bactéria frequentemente isolada de cadelas com piometra (NELSON e COUTO,
2010). Streptococcus, Pseudomonas, Klebsiella, Proteus, Staphylococcus e
Pasteurella também podem ser encontradas (GARCIA et al., 2009). A E. coli tem
afinidade por células endometriais sobre influência da progesterona (OLIVEIRA,
2007). Os sinais clínicos observados nas fêmeas afetadas são letargia, depressão,
anorexia, vômito, poliúria, polidipsia, diarréia, desidratação e presença de corrimento
vaginal. Na piometra aberta, a descarga vulvar é evidente, podendo ser
sanguinolenta a mucopurulenta. Entretanto, em piometra fechada não há corrimento
vaginal podendo ser percebido a distensão abdominal durante a palpação. O
diagnóstico é baseado no histórico do animal, sinais clínicos, exames clínicos e
exames complementares (SILVA, 2009). No hemograma pode ser percebida
leucocitose com desvio à esquerda, monocitose e uma anemia não regenerativa
(GARCIA FILHO et al., 2012). Exames complementares de imagem como radiografia
e ultrassonografia são de grande importância para conclusão do diagnóstico. A
ultrassonografia é o exame complementar de escolha, visto que, permite avaliação
da espessura da parede uterina, tamanho da luz uterina e diferenciação de piometra
com outras alterações no trato reprodutivo das fêmeas, como tumores e gestação
(OLIVEIRA, 2007). Após confirmação da piometra, o tratamento deverá ser
estabelecido de forma rápida. Administração de antibióticos de amplo espectro é
necessário para destituir a infecção bacteriana (SILVA, 2009). O tratamento mais
eficiente é a Ovariosalpingohisterectomia (OSH) que consiste na retirada do útero e
ovário, podendo promover rápida recuperação do paciente (GARCIA FILHO et al.,
2012). Para cadelas com piometra aberta, diagnosticadas precocemente, em
condições clínicas estáveis, cujo proprietário deseja manter a vida reprodutiva do
animal, indica-se tratamento clínico. No entanto, cadelas com piometra fechada, o
indicado é o tratamento cirúrgico, levando em consideração o estado clínico do
animal. Castração eletiva em animais jovens que ainda não sofreram exposição
hormonal no útero é a técnica mais segura para se prevenir a piometra (SILVA,
2009). O prognóstico é bom caso a doença seja diagnosticada precocemente
(GARCIA FILHO et al., 2012). Conclui-se que a busca ativa por dados referentes à
fisiopatologia, diagnóstico e tratamento desta afecção é de extrema importância uma
vez que se trata de uma doença de elevada incidência em clínicas e hospitais
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veterinários, tornando essencial o seu pleno conhecimento para uma abordagem e
conduta médica efetiva no atendimento e tratamento dos pacientes com piometra.
REFERÊNCIAS
AGOSTINHO, Juliana Maria Avanci. Diversidade genética, fatores de virulência e perfis de susceptibilidade a antimicrobianos de isolados de Escherichia coli provenientes do útero, da boca e das fezes de cadelas com piometra. São Paulo, 2013. 88 p. Dissertação. Obtenção do título de Mestre em Microbiologia Agropecuária, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Unesp. CABRAL, Leonardo Alves Rodrigues; SANTOS, Maressa Holanda dos.; MARTINS, Patrícia Lustosa; COSTA, Paula Priscila Correia. Hemometra/Piometra em cadela: Tratamento clínicocirúrgico. Relato de Caso. Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal BrazilianJournalofHygieneand Animal Sanity, Ceará, v. 10, p. 470-476, jul-set. 2016. FILHO, Sergio Pinter Garcia; MARTINS, Leandro Luis; MACHADO, Alessandra Silva; MACHADO, Márcia Rita Fernandes. Piometra em cadelas: revisão de literatura. Revista científica eletrônica de Medicina Veterinária, São Paulo, v. 18, p. 4-5, jan. 2012. GARCIA, Claudia Zeferino; NOGUEIRA, Adriana Rocha; PINHEIRO JÚNIOR, Osni Álamo. Piometra aberta em cadela-Relato de caso. Revista científica eletrônica de Medicina Veterinária, São Paulo, v. 13, jul. 2009. NELSON, W. Richard; COUTO, C. Guilhermo. Medicina Interna de Pequenos Animais. São Paulo: Elsevier, 2010. p. 1504. OLIVEIRA, Kellen de Sousa. Complexo hiperplasia endometrial cística. Revista Acta ScientiaeVeterinariae, São Paulo, v. 35, p. 270-272, 2007. SILVA, Efrayn Elizeu Pereira da. Piometra canina.2009. Trabalho de conclusão de curso-Universidade “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de Botucatu, São Paulo.
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HIPERADRENOCORTICISMO EM CÃES: REVISÃO DE LITERATURA.
Paulo Sergio Rodrigues, Pedro Henrique Dutra de Freitas– Graduandos em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Gustavo Pereira Gonçalves- Mestre em Cirurgia de Pequenos Animais pela Universidade Federal de Viçosa - UFV – Professor da Faculdade Vértice -
UNIVÉRTIX [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Hiperadrenocorticismo, ACTH, adrenal. INTRODUÇÃO
Uma das endocrinopatias mais comuns em cães adultos e idosos é o
Hiperadrenocorticismo (HAC). Esta doença é caracterizada pela elevada
concentração de cortisol na corrente sanguínea, podendo ter origem endócrina,
(hipófise-dependente ou adrenal-dependente), ou causada de forma exócrina
(iatrogênica) através da administração de glicocorticóides (BRUMATI et al. 2014). O
diagnostico é feito através da avaliação dos sinais clínicos apresentados pelo
paciente, com auxilio da ultrassonografia e exames complementares. Seu
tratamento consiste na utilização de fármacos que irão atuar na produção do
hormônio secretado pelas glândulas adrenais, ou cirurgia para retirada da glândula
afetada. (ROSA et al. 2011).
METODOLOGIA
Esse trabalho foi realizado através de revisão bibliográfica sobre
Hiperadrenocorticismo em cães, retirando informações em livros e artigos científicos,
com dados atuais sobre o assunto.
RESUTADOS
Os hormônios corticosteroides são produzidos no córtex da supra-renal, os dois
tipos mais comuns são os mineracorticoides e os glicocorticoides. Sua produção é
mediada através do hormônio adrenocorticotropico(ACTH), que é produzido pela
hipófise. Quando os níveis de cortisol estiverem elevados, ocorrerá inibição da
produção de ACTH, assim diminuindo a produção de cortisol. A produção de ACTH
é estimulada através da ação do hormônio liberador de corticotropina (CRH),
liberado pelo hipotálamo (GUYTON&HALL. 2006). Os altos níveis de cortisol
(glicocorticóides) no sangue irão estimular a síntese de glicogênio pelo fígado, com
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isso diminui a taxa de utilização de glicose pelas células, aumentando os níveis
glicêmicos no organismo. Promove também lipólise, catabolismo de proteínas e
possuem efeito na secreção tubular de potássio, reabsorção tubular de sódio, além
de imunossupressão da medula óssea, diminuindo a produção de células
brancas(PANCINI, et al. 2015). Os animais com HAC irão apresentar os sinais
clínicos como, fraqueza muscular leve, letargia, poliúria, polidipsia, polifagia,
abdômen distendido e alopecia endócrina. Dentre as anomalidades
clinicopatológicas destacam-se, linfopenia, leucocitose por neutrofilia, eosinopenia,
aumento sérico da fosfatase alcalina e alamina aminotransferase, hiperglicemia,
hipercolesterolemia, hipostenúria e isostenúria(BRUMATI et al. 2014). A elevação
dos níveis de cortisol tem três origens,e a mais comum é a hipófise independente
(HAC primário), sendo responsável por 80% dos casos. Dentre os tumores
secretadores de ACTH, o adenoma hipofisário é o mais freqüente, já a hiperplasia
da hipófise possui pequena porcentagem das causas, levando uma grande produção
de cortisol de forma crônica, devida a liberação inadequada de ACTH, causando
hipertrofia das duas glândulas adrenais(BARBOSA, et al. 2016). O HAC adrenal-
dependente (secundário) é menos comum em relação ao primário correspondendo a
20% dos casos. Está relacionado a grande produção de cortisol devido a presença
de um tumor na adrenal, sendo a de maior causa o adenoma e o adrenocarcinoma
adrenal. Assim inibindo a liberação de CRH pelo hipotálamo, diminuindo a
concentração de ACTH circulante, levando à atrofia da glândula adrenal não
comprometida, já na glândula comprometida levando à um quadro de hipertrofia de
suas células. Devido a essa assimetria das glândulas adrenais, fica possível sua
identificação através de ultrassonografia. O HAC iatrogênico é causado pela
administração continua e alta concentração de corticóides, utilizados para o
tratamento de doenças inflamatórias, alérgicas, auto-imunes e tumorais. Com o
aumento dos níveis de cortisol, os níveis de ACTH, irão se encontrar em baixa
concentração, podendo causar atrofia das glândulas adrenais, de acordo com a
duração e concentração administrada (ROSA et al. 2011).O diagnostico consiste na
avaliação e reconhecimento dos sinais clínicos, diferenciação entre
hiperadrenocorticismo dependente de pituitária e o dependente adrenal. Na
anamnese é indispensável verificar se o paciente fez algum tratamento de
glicocorticóide. Deve-se fazer exames complementares como hemograma completo,
urinálise com cultura bacteriana, testes endócrinos, ultrassonografia abdominal e
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exames bioquímicos. Sendo com apenas a avaliação dos sinais clínicos, alterações
clinicopatológicas, alterações detectadas no exame físico, o médico veterinário
competente consegue diagnosticar o HAC e a ultrassonografia auxilia na localização
da assimetria das glândulas adrenais ou do tumor (BARBOSA, et. al. 2016). Os
tratamentos consistem na administração de mitotano e trilostano, sendo estes
fármacos responsáveis pelo restabelecimento do equilíbrio do metabolismo do
paciente, suprimindo a produção de cortisol pela glândula adrenal, sendo de origem
hipofisaria ou adrenal. Se diagnosticado HAC adrenal-dependente, com neoplasias
adrenais unilaterais, a adrenalectomia o procedimento mais indicado, que consiste
na remoção completa da glândula adrenal, sendo mais eficaz que os tratamentos
com a utilização de fármacos (PANCINI, et al. 2015).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Hiperadrenocorticismo é uma endocrinopatia de grande incidência em cães,
destacando se os métodos clínicos, laboratoriais e de imagem para a obtenção de
seu diagnóstico, tendo em vista de que se trata de uma doença que através de
alterações metabólicas e hormonais pode comprometer a vida do paciente podendo
levá-lo ao óbito.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Yago Gabriel. et al. Hiperadrenocorticismo em cão: Relato de caso. MV Valero Editora-meI, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia, p. 460-465, 2016. BRUMATI, A. C.; PITA, M. C. G. Estudo retrospectivo das principais alterações laboratoriais e achados ultrassonográficos dos casos de hiperadrenocorticismo em cães atendidos na clínica-escola veterinária da Universidade Guarulhos (2011-2014). Revista de Educação Continuada 48-49.em Medicina Veterinária e Zootecnia, p. 2014 PACINI, T. et al. Estudo retrospectivo dos casos de adrenalectomia realizados no Hospital Veterinário da Universidade Anhembi Morumbi: 13 casos (2012 a 2015). Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia, p. 48-48. ROSA, Veruska. OLIVEIRA, Carniato. et al. HIPERADRENOCORTICISMO EM CÃES. Revista Cesumar - Unicesumar. 2011.
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GUYTON, Arthur Clifton; HALL, John E.; GUYTON, Arthur C. Tratado de fisiologia médica. Elsevier Brasil, 2006.
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SINCRONIZAÇÃO DE RECEPTORAS PARA UTILIZAÇÃO EM PROGRAMA DE TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EM EQUINOS: REVISÃO DA LITERATURA
Jefferson da Silva Lopes, Ivair Gomes da Silva Junior, Nilson Gomes dos Reis
Júnior, Lucas Matos Camilo - Graduandos em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice - UNIVERTIX
João Luiz do Espirito Santo Junior – Médico Veterinário –Professor da Faculdade Vértice - UNIVERTIX
PALAVRAS-CHAVE: Hormônio, Receptoras de embrião, Sincronia uterina, Transferência de embrião
INTRODUÇÃO
De acordo com o mercado equestre, a busca pelo desenvolvimento e
aprimoramento em biotecnologias da reprodução e transferência de embriões (TE),
vem aumentando a cada dia mais, devido ao ganho genético e melhoramento de
cada raça. A maior dificuldade da TE é a escolha das receptoras, pois estas são
fundamentais na gestação e saúde do embrião a ser desenvolvido e gestado. O
ambiente uterino se altera marcadamente sobre a influência da progesterona e um
embrião exposto a um útero assincrônico pode estar sujeito a fatores de
desenvolvimento e níveis hormonais não correspondentes à fase na qual ele se
encontra (BARNES, 2000). Devido à longa fase folicular, as éguas em sincronização
do estro apresentam uma maior complexidade, quando comparada com outras
fêmeas domésticas, pela dificuldade de adequar o controle do crescimento folicular.
Receptoras acíclicas sincronizadas por hormônios apresentam taxas de gestação
próximas de receptoras ciclantes (BARNES, 2000). .Contudo, o objetivo deste
trabalho é realizar uma breve revisão da literatura sobre sincronização de receptoras
para utilização em programa de transferência de embriões em equinos.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes e demais bases
referenciadas neste estudo.
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RESULTADOS E DISCUSÕES
A TE em equinos pode ter bons resultados por vários fatores, dentre eles estão:
ambiente uterino de receptoras e doadoras, tempo de vida do embrião e ciclo
ovulatório de receptoras aptas a receber e gestar (BARNES, 2000).
A ideia de sincronizar doadora e receptora gera maior garantia de vida aos
embriões, viabilizando tempo e custo (ALONSO, et al., 2010) .Além disso, é possível
a utilização de éguas não ciclantes, proporcionando índices de gestação satisfatória
(BARNES, 2000).
Para sincronização é comum utilizar progesterona, progestágenos e estrógenos,
reduzindo assim a relação receptora\doadora (PINTO et al., 2004).
De acordo com Rodrigues et al., (2012), é de grande importância o
acompanhamento das características morfológica do útero e ovário durante o estro.
Os efeitos da progesterona sobre as características morfológicas da cérvix e útero
são eficazes somente após efeitos estrogênicos (ALLEN, 2001). Segundo Hughes et
al., (1972) é na fase do estro, com a presença do estradiol o principal hormônio
ovariano produzido, o responsável pelo aparecimento de edema e tônus uterino
característicos, criando também receptores para progesterona e preparando o útero
para uma possível gestação
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo do estudo em programas de transferência de embriões de equinos (TE)
com a utilização de hormônios para sincronizar receptoras\doadoras. Com intuito de
melhoramento de raças e viabilizar tempo e custo em criações.
REFÊRENCIAS
ARRUDA, R.P. Efeitos da idade, desenvolvimento folicular, tamanho e morfoecogenicidade luteinica, níveis de progesterona e técnicas de inoculação, sobre os índices de gestação em receptoras de embriões eqüinos, 1995, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, Tese, São Paulo, 1995. ARRUDA, R.P. Manejo Reprodutivo das fêmeas equinas. In: Semana de Zootecnia, 13. 1990, Pirassununga. In: REPRODUÇÃO E MELHORAMENTO ANIMAL, 1990. p.126
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BARNES, F.L. The effects of the early uterine in vironment on the subsequent development of embryo and fetus.Theriogenology, v.53, p.649-658, 2000. CAIADO, J.R.; FONSECA, F.A.; SILVA, J.F.S.; FONTES, R.S.. Tratamento de éguas receptoras de embriões visando sua utilização no segundo dia pós-ovulação, Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.2, p.360-368, 2007. FLEURY, P.D.C.; ALONSO, M.A.; BALIEIRO, J.C.C. Avaliação da receptora: efeito de caracteristicas uterinas e tempo de ovulação. In:XVIII Reunião anual da Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões, Araxá. Acta ScientiaeVeterinariae, v34 (supl.1). p.502, 2006. PINTO, C.R.; BURNS, P.J.; WHISNANT, S. Effectes of a single estradiol administration on follicular dynamics and luteal function of cyclic mares.In: International Symposium on Equine Embryo Transfer. 6. 2004, Rio de Janeiro, p. 92- 94, 2004. ALONSO, M.A.; FLEURY, P.D.C.; ALVARENGA, M.A. Utilização de éguas receptoras de embrião três dias (D3) após a ovulação. Em: XI CONFERÊNCIA ANUAL DA ABRAVEQ, 29, 2010, São Paulo, SP. Anais... São Paulo: SP, p. 327-28, 2010.
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TRATAMENTO DE MASTITE COM UTILIZAÇÃO DA ROMÃ
Diego Clemente Goulart, Gleuber Geraldo de Faria Gomes – Acadêmico, em Medicina Veterinária pela Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX
Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Shiara Martins de Souza - Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professora do Curso de Farmácia da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Leandro Silva de Araújo-Graduado e Mestre em Medicina Veterinária. Professor de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – Univértix
PALAVRAS-CHAVE: Mastite; Fitoterápicos; Utilização da Romã; Punica granatum. Mastite bovina caracteriza-se frequentemente por inflamação da glândula mamária,
decorrente de uma resposta á infecção bacteriana, prejudicando tanto na qualidade
quanto na quantidade da produção leiteira, podendo ser causada por outros
microorganismos como micoplasma, fungos ou algas (TOZZETI et al., 2008). É
importante evitá-la, pois é considerada a maior vilã da produção leiteira, podendo
acarretar a perda das mamárias dos bovinos, compromete a qualidade do leite pelo
risco de veiculação de agentes patogênicos, diminuição de caseína, gordura e
lactose, além de prejudicar o rendimento industrial e o tempo de conservação do
produto no mercado (BRIETZKE, 2004). Os sintomas de mamite são: febre,
diminuição da produção de leite, vermelhidão das mamárias e apatia do animal
(HOLANDA JR et al., 2005). As causas bacterianas são derivadas em
Staphylococcus aureus e Escherichia coli podem ser classificadas como clínica ou
subclínica (MELLO-PEIXOTO et al., BAN). A Clínica é mais comum e facilmente
detectável, devido ao teste da caneca, ocasionando o surgimento do pus no leite da
vaca. É causada por bactéria do gênero Escherichia coli, Streptococcus uberis,
acarretando a presença do úbere inchado, de cor avermelhada, dolorido e quente, o
leite apresenta-se aguado ou grosso, de cor amarelada, com flocos ou coágulos, à
medida que a vaca diminui a produção de leite, diminui o apetite e perde peso, a
transmissão ocorre através de água, solo, fezes do próprio animal e homem. Já a
subclínica é mais complexa, pois só é detectada a partir de uma contagem de
células somáticas, já que a patologia causa um desequilíbrio nas células do animal,
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é causada por bactérias como Streptococcus agalactiae, Mycoplasma bovis e
Streptococcus dysagalactiae a transmissão ocorre principalmente durante a ordenha
dos animais, por meio das teteiras, das mãos dos ordenhadores, ambientes
contaminados e de panos utilizados na limpeza e secagem dos tetos, podendo levar
a perda de todos os tetos (SAEKI et al., 2012). O tratamento da mastite subclínica se
faz utilizando antimicrobianos químicos, sendo pouco frequente durante a lactação
pela baixa eficácia na dependência da etiologia infecciosa da doença e presença de
resíduos, quando o manejo não for feito de forma correta, chegando ao ponto do
descarte do leite (BRASIL, 2002; RIBEIRO et al., 2003). É necessário fazer o
tratamento da mastite precocemente, pois tem maiores chances de recuperação e
menores chances de proliferação da doença entre os animais, sendo de grande
importância o monitoramento dos animais, do homem, do ambiente, instalações,
manejo da ordenha, entre outros fatores (BRITO; BRITO 2000). Neste cenário
destaca-se o estudo de plantas medicinais, nas diversas atividades agropecuárias
(SOUZA et al., 2013). Nos últimos anos, o aumento pela procura de produtos
orgânicos vem se intensificando e sendo cada vez mais estimulada pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), por ser mais acessível economicamente
pela sociedade (GALDINO et al., 2012, SOUZA et al., 2013). A planta Punica
Granatum L. é pertencente á família Punicaceae e na medicina popular é conhecida
como romã, romeira, romãzeira, entre outros, sendo muito utilizada como planta
frutífera, ornamental de parques e jardins. A romã é uma planta originária da região
do oriente médio, a árvore cresce em regiões áridas e a produção de seu fruto se dá
no período de fevereiro a setembro (MARTINS, 1995, JARDINI e Martins FILHO,
2007). Os principais constituintes da romã são alcalóides, taninos, compostos
fenólicos e flavonóides, substâncias frequentemente relacionadas como
responsáveis pelas atividades terapêuticas. Propriedades antibacteriana e anti-
inflamatórias são apresentadas pelos extratos de romã e são de grande importância
para o tratamento da mastite bovina (LEE et al., 2010, ISMAIL et al., 2012). Desta
forma, o trabalho teve como objetivo levantar dados relevantes ao desenvolvimento
de um teste a campo, com utilização do extrato de romã no tratamento de mastites
clínicas. Este estudo constitui de uma revisão de literatura, no qual realizou-se uma
consulta por artigos científicos selecionado através de buscas nas plataformas
Scielo, periódico Capes, portal de pesquisa da Biblioteca Virtual de saúde (BVS)
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referente ao tema. Por se tratar de um trabalho em desenvolvimento, ainda na fase
de revisão bibliográfica não possui ainda resultados.
REFERÊNCIAS
TOZZETTI, D.S.; BATAIER, M.B.N.; ALMEIDA, L.R., PICCININ, A. Prevenção, controle e tratamento das mastites bovinas: revisão de literatura. Revista Cient. Eletr. Med. Vet. 6:10. 2008. MARTINS, E. Plantas medicinais. Viçosa: UFV. 162-163. 1995. JARDINI, F.A.; Martins FILHO, J. Avaliação da atividade antioxidante em diferentes extratos da polpa e sementes da romã (Punica granatum, L.). Rev Ciênc Farm Básica Apl. 43(1). 2007. BRIETZKE, A. L. Contribuição de células somáticas no controle de qualidade do leite: uma questão de saúde pública. Monografia apresentada à Universidade Estadual do Oeste do Paraná como trabalho de conclusão do curso de graduação em Zootecnia. Marechal Cândido Rondon. 2004. 53p. BRASIL. Regulamentos técnicos de produção, identidade, qualidade coleta e transporte de leite. Instrução Normativa nº 051 de 18 de setembro de 2002, Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Bra- sília.
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FRAUDES E ANÁLISE FISICO-QUÍMICA DO LEITE CRU REFRIGERADO Bruna de Jesus Pires Mol; Débora Rocha de Andrade –Graduandasem Medicina
Veterinária –Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Letícia Ferreira da Silva – Graduada e Mestre em Medicina Veterinária –Professora
do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Fraude no leite; qualidade; segurança alimentar. Entre os produtos de origem animal, o leite é consumido cotidianamente por grande
parte da população, tendo alcançado uma média de 6,28 bilhões de litros
consumidos até o quarto trimestre do ano de 2015 (IBGE, 2015) Essa grande
aceitabilidade está associada aos fatores sociais, culturais e regionais, sendo o leite
visto como um alimento rico em nutrientes e de fácil absorção, aproximando-se da
perfeita alimentação; contudo o leite possui características que o tornam um
alimento altamente perecível, fato esteque exige atenção nos procedimentos
tecnológicos necessários ao seu processamento (BRANDÃO, 1999). A qualidade do
leite é atualmente um dos assuntos mais discutidos no cenário da produção leiteira,
uma vez que, ao ser manipulado em condições inadequadas, torna-se um risco a
saúde de quem o consome seja como leite fluido ou na forma de seus derivados
(NERO et al., 2005). Assim, pode-se afirmar que o perigo que este alimento
representa para a saúde dos consumidores é preocupante, entretanto a prática do
consumo do leite informal ainda persiste e as justificativas mais comuns para o
consumo do leite cru são: o baixo preço e a cultura de que o fato de proceder
diretamente do produtor seja mais saudável (BERSOT et al., 2010). Além das
características microbiológicas, que indicam as condições associadas às práticas
higiênicas adotadas no manuseio e ordenha do animal, desinfecção dos
equipamentos e refrigeração do leite (SANTANA et al., 2001), as características
físico-químicas do leitetambém são de extrema importância, uma vez que sua
composição original (porcentagem de água, gordura, lactose, proteína, sais e
vitaminas)serve de embasamento para testes e detecção de fraudes (BRITO et al.,
2009). Constantemente, o produtor tentafraudar o leite através do uso de
substâncias não permitidas, para evitar perdas ou aumentar seus lucros, sendo as
mais comuns:a adição de água, soro, urina e o desnate do leite (CARVALHO, 2007;
SANTOS, 2007; BRITO et al., 2009).A adição de água ao leite, além de alterar o
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índice crioscópico, pode,também, modificar outros parâmetros físico-químicos como
o teor de sólidos não gordurosos, a densidade e acidez do leite (AGNESE, 2002). A
fraude com água pode ser constatadacom a observação dos valores encontrados na
crioscopia edensidade, como valor se aproximando do ponto descongelamento da
água, reduzindo a densidade e aumentando a crioscopia. (SANTOS, 2007). Com
relação a adição de soro no leite, quando isso ocorre o mesmo deve ser classificado
como “bebida láctea” e não pode ser considerado leite, caso contrário constata-se
uma fraude. Essa fraude pode ser detectada e quantificada pela determinação do
glicomacropeptídeo (GMP) presente na amostra de leite (CARVALHO, 2007). Já a
urina animal, ou ureia pecuária, é adicionada ao leite com o intuito de acrescer o
volume e, como possui densidade aproximada à do leite, sua alteração é mínima,
mas pode ser detectada por meio da crioscopia e de reagentes químicos específicos
(BEHMER, 1987). O desnate é a fraudeno leiteque consiste na retirada de gordura e
que também pode ser detectada por meio de análise físico-química pelo método de
Gerber (BRASIL, 2011).Essa fraude é realizada pelo fato da gordura ser um
ingrediente nobre e de alto valor econômico (TRONCO,1997). Nesse sentido, várias
ações fraudulentaspodem ser detectadas através de análisesfísico-químicas
realizadas em laticínios, sendo que a interpretação das respostas destes testes,
deve ter em vista as variações existentes na composição do leite cru, estabelecidas
pela Instrução Normativa nº62 de 29 de dezembro de 2011 do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRASIL, 2011).Por fim, com a prática cada
vez mais comum de fraudes em toda a cadeia produtiva do leite, ressalta-se a
importância dessa fiscalização do leite cru com o intuito de assegurar a qualidade do
produto e a segurança do consumidor.
REFERÊNCIAS AGNESE AP. Avaliação físico-química do leite cru comercializado informalmente no município de Seropédica, Rio de Janeiro. Ver HigAliment.2002;17(94):58-61. BRANDÃO, A. S. P. Restrições econômicas e institucionais à produção de leite na Região Sul. In: Restrições técnicas, econômicas e institucionais ao desenvolvimento da cadeia produtiva do leite no Brasil – Região Sul, 1, Juiz de Fora. Anais... Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite/MCT/CNPQ/PADCT, p. 27-34, 1999. BRASIL. Ministério da Agricultura. Instrução normativa n° 62 de29 de dezembro de 2011. Regulamento Técnico de Produção, Identidade e Qualidade do Leite tipo A, o
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Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Leite Cru Refrigerado, o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de LeitePasteurizado e o Regulamento Técnico da Coleta de Leite Cru Refrigerado e seu Transporte a Granel. Diário Oficial [da] União, Brasília, 29 dez. 2011. BEHMER MLA. Tecnologia do leite: leite, queijo, manteiga, caseína,iogurte, sorvetes e instalações: produção, industrialização, análise. 15 a ed. São Paulo (SP): Nobel; 1987. BRITO, M. A.; BRITO, J. R.; ARCURI,E; LANGE, C.; SILVA, M.; SOUZA, G.. Composição do leite. Disponível em:<http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia8/ AG01/arvore/AG01_128_21720039243.html>. Acesso em 23 agosto. 2016. BERSOT, L. S. et al. Raw milk trade: prole of the consumers and microbiological and physicochemical characterization of the product in Palotina-PR region. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, v. 65, n. 373, p. 3-8, 2010. CARVALHO BMA, CARVALHO LM, ALCÂNTRA LAP, BONOMO RCF.Métodos de detecção de fraude em leite por adição de soro de queijo. RedVet.2007;8(6):1695-7504. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA EESTATÍSTICA(IBGE). Disponívelem:<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2016 NERO,L. A. et al. Leite cru de quatro regiões leiteiras brasileiras: perspectivas de atendimento dos requisitos microbiológicos estabelecidos pela instrução normativa n° 51. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 25, n. 1, p. 191-195, 2005. PEREIRA,D. B. C. ; SILVA, P. H. F. da ;COSTA JÚNIOR, L. C. G. ; OLIVEIRA, L. L. . Físico-química do leite - Métodos analíticos.2. ed. Juiz de Fora: Templo Gráca e Editora, 2001. v. 01. 234 p. SANTANA, E. H. W.; BELOTI, V.; BARROS, M. A. F.; MORAES, L. B.; GUSMÃO, V.; PEREIRA, M. S. Contaminação do leite em diferentes pontos do processo de produção: I. Microrganismos aeróbios mesófilos e psicrotróficos. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 22, n. 2, p. 145-154, 2001. SANTOS MV, FONSECA LFL. Estratégia para controle de mastite e melhoria da qualidade do leite.2 a ed. Barueri (SP): Manole; 2007. TRONCO VM. Controle Físico-Químico do Leite. In: Manualpara Inspeção da Qualidade do Leite. 1997. Santa Maria (RS): UFMS,103-5.
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ANÁLISE DA PRODUTIVIDADE DO ARROZ DE TERRAS ALTAS COM A APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOSES DE PÓ DE ROCHA COMO FONTE DE
NUTRIÇÃO
Josiel Dutra Moura – Acadêmico do Curso de Agronomia. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Jonas Alberto Rios – Graduado e Doutor em Agronomia/Fitopatologia. Professor da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Rizicultura, Adubação alternativa, Rochagem.
INTRODUÇÃO
No Brasil, a rizicultura iniciou-se em meados do século XVIII, a produção brasileira
está por volta de 11 milhões e 500 mil toneladas de arroz por ano. Segundo ABADIE
et al., (2005), esses grãos são plantados em dois ecossistemas diferentes: várzeas e
terras altas. O ecossistema de várzeas, também chamado de cultivo irrigado, é mais
comum na região sul, representando cerca de 40% da área destinada à rizicultura no
Brasil. No ecossistema de terras altas tem sido cultivado em áreas de pastagens
degradadas, pois a cultura de arroz tem boa tolerância à solos ácidos (FAGERIA,
2000). Mesmo sendo pouco exigente em insumos agrícolas, vem-se buscando
novas técnicas para garantir melhores níveis produtivos a cultura, em consequência
do processo de modernização e racionalização da agricultura, visto que uma
adubação adequada e equilibrada é importante para uma boa produção (FAGERIA
et al., 2001). A tecnologia da aplicação de pó de rocha (rochagem) pode se
configurar como uma excelente alternativa de fornecimento de nutrientes para
culturas como o arroz, uma vez que o Brasil apresenta uma enorme geodiversidade
e que, portanto, pode viabilizar o uso de diferentes tipos de rochas, em diferentes
regiões, para alcançar padrões de fertilidade compatíveis com as necessidades
regionais e ainda facilitar mecanismos de desenvolvimento regional, dentro de
padrões mais sustentáveis (THEODORO, 2000). A rochagem representa uma
alternativa também sob o aspecto social e ambiental, uma vez que promove o
aproveitamento de grandes quantidades de rejeitos de pedreiras e mineradoras
(BERGMANN e THEODORO, 2009). O aproveitamento das rochas, como fontes
restituidoras de nutrientes para as plantas, recupera e renova o solo, pode configurar
uma tecnologia alternativa capaz de auxiliar na redução do uso de produtos
químicos, especialmente aqueles incorporados em formas altamente solúveis, como
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é o caso dos adubos em formulações NPK (PINHEIRO e BARRETO, 1996;
THEODORO, 2000). Os fertilizantes solúveis possuem custos elevados associados
ao beneficiamento e ao transporte a longas distâncias, criam problemas ambientais,
como eutrofização de águas superficiais e subsuperficiais e liberação de gases
poluentes na atmosfera (TILMAN et al., 2001; MARTINS et al., 2010; MANNING,
2010). Além de produtividades compatíveis, os experimentos com a tecnologia da
Rochagem sustentam que: as culturas de ciclo longo apresentam melhor
desempenho do que aqueles obtidos com a adubação convencional; o teor de
umidade é maior em solos onde se adiciona pó de rochas, devido a retenção de
água pelas argilas; as plantas mostram maior quantidade de massa verde e melhor
perfilhamento; as raízes apresentam-se em maior quantidade e mais desenvolvidas
do que as plantas que recebem a adubação convencional. E, mais importante, os
custos de aplicação da rochagem são menores, cerca de 70% quando comparado
com a adubação química e seu efeito pode se estender por até quatro ou cinco anos
seguidos, devido ao efeito da liberação lenta dos nutrientes (THEODORO e
LEONARDOS, 2011).
METODOLOGIA
O experimento será conduzido no campo experimental da Faculdade UNIVÉRTIX,
situado no município de Matipó-MG, num Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico. O
município encontra-se a uma latitude 20º 17' 02" S, longitude 42º 20' 28" W e altitude
de 615m. O esquema experimental será o de blocos inteiramente casualizados, com
4 blocos, 5 tratamentos e 4 repetições. Cada tratamento consistirá nas seguintes
dosagens de rochagem; 0, 1100, 1300, 1500, 1700 Kg/ha, aplicadas em sulco de
plantio 20 dias antes do plantio e será aplicado nitrogênio de acordo com o
recomentado pela quinta aproximação no momento do plantio. Será realizado
análise do solo local para determinação do nível nutricional do solo, para saber a
necessidade de calagem a ser aplicado na área experimental. O preparo do solo
será realizado com 40 dias de antecedência de forma convencional com grade
aradora para promover o revolvimento do solo, os sulcos de plantio serão feitos
manualmente. Cada parcela experimental constituirá de 5 linhas com 3 m de
comprimento e espaçamento entre linhas de 0,40 m, correspondendo a uma área de
140 m2, com densidade de 70 sementes por metro linear, deixando nas
extremidades um espaço de 0,50 m para facilitar a entrada no tratamentos e controle
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de plantas daninhas. A variedade de arroz utilizada neste experimento será a
BRSMG Caravera, bem adaptada as condições da região e indicada para plantio em
todo estado de Minas Gerais. Em cada parcela será considerado as três linhas
centrais, descartando 0,5 m das extremidades, o manejo das plantas daninhas das
pragas e doenças serão realizados de acordo com as necessidades da cultura de
forma que não prejudique o experimento. Durante o período de condução do
experimento na falta de precipitações pluviais, as necessidades hídricas da cultura
serão atendidas com irrigações diárias, distribuindo durante todo o ciclo da cultura
700mm de água. No final do ciclo da cultura serão avaliados: a produtividade de
grãos em cada parcela; número de panículas por metro linear, avaliados em 3
metros lineares por parcela; peso médio das panículas, em amostras de 25
panículas; peso de 1000 grãos e % de grãos vazios e cheios em amostras de 100
grãos por parcela.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
CONSIDERAÇOES FINAIS
O uso de pó extraído de diferentes tipos de rocha é uma forma econômica e nova no
mercado agrícola para a adição de nutrientes no solo e disponibilização para a planta.
Como já existem pesquisas mostrando que o uso desse pó é tão eficiente quanto o uso
de adubação convencional, porém de liberação mais lenta. Esperamos que somente com
a adição do Pó de rocha (rochagem) a produtividade do arroz (grãos) seja maior ou igual
a de uma adubação convencional, assim como, comprovar de acordo com os resultados
obtidos que o uso do pó de rocha pode ser ou não usado também na agricultura como
fonte de nutrição, podendo ser usado unicamente ou em conjunto com o NPK.
REFERÊNCIAS
ABADIE, T.; CORDEIRO, C. M. T.; FONSECA, J. R.; ALVES, R. de B. das N.; BURLE, M. L.; BRONDANI, C.; RANGEL, P H. N.; CASTRO, E. da M. de;SILVA, H. T. da; FREIRE, M S.; ZIMMERMANN, F. J. P.; MAGALHÃES, J. R. Construção de uma coleção nuclear de arroz para o Brasil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.40, n. 2, p.129-136, 2005.
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FAGERIA, N.K. Níveis adequados e tóxicos de boro na produção de arroz, feijão, milho, soja e trigo em solo de cerrado. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.4, p.57-62, 2000.
FAGERIA, N.K.; SANTOS, A.B.; STONE, L.F. Manejo de nitrogênio em arroz irrigado. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2003. 4p. (Circular Técnica, 58).
MANNING, D. A. C. Mineral sources of potassium for plant nutrition - a review. Agronomy for Sustainable Development, 30: 281-294, 2010.
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PINHEIRO, S.; BARRETO, S. B. "MB-4”: Agricultura sustentável, trofobiose e biofertilizantes. 5. ed. corr. [s.l.]: Fundação Juquira Candiru, p. 273. 1996.
THEODORO, S. H. & LEONARDOS, O. H. Rochagem: uma questão de soberania nacional. In XIII Congresso brasileiro de geoquímica. Gramado/RS, 2011.
THEODORO, S.H.C. A Fertilização da Terra pela Terra. Tese (Doutorado) – Centro de Desenvolvimento Sustentável, UNB, Brasília, 2000.
TILMAN, D.; FARGIONE, J.; WOLFF, B.; et al., Forecasting agriculturally driven global environmental change. Science, 292: 281-284, 2001
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ACIDENTES OFÍDICOS EM EQUINOS
Gabriela Moreira Pinto e Rafael Rolim de Oliveira- Graduados em Medicina Veterinária na Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Cíntia de Fátima Ribeiro - Graduanda do curso de Bacharelado em Farmácia - UNIVÉRTIX.
Pâmella Cardoso Vitor - Graduada em Pedagogia - UNOPAR. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Alice Rodrigues - Graduada em Ciências Contábeis. Mestre em Administração -
UFV. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Acidentes ofídicos; equinos; diagnóstico e tratamento.
INTRODUÇÃO
No Brasil, até o ano de 1999, foram registradas 256 espécies de serpentes, sendo
69 consideradas peçonhentas, destas 32 pertencentes ao gênero Bothrops, 29 ao
gênero Micrurus, seis ao gênero Crotalus e duas ao gênero Lachesis (SILVA e
LOFEGO, 2006). São frequentemente relatados acidentes com animais peçonhentos
nas áreas rurais do Brasil, sendo as picadas por cobras as responsáveis por levarem
animais, como equinos e bovinos ao óbito, gerando então perdas econômicas aos
pecuaristas (SILVA e LOFEGO, 2006 e SOUZA et al., 2011). Diante disso, este
estudo tem como objetivo relatar as características relacionadas à toxicologia, ao
diagnóstico e tratamento dos acidentes ofídicos em equinos.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados entre os dias 13 a 22 de junho de 2016, nas plataformas de busca
Scielo, Periódicos Capes e demais bases referenciadas neste estudo. Os
descritores utilizados foram: acidentes ofídicos; equinos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Eventualmente ocorrem acidentes em bovinos e equinos por picada de serpentes do
gênero Bathrops. As espécies venenosas deste gênero possuem hábitos noturnos,
habitando lugares úmidos, pastagens, plantações e lugares despovoados. Tais
serpentes se alimentam particularmente de pequenos roedores e atacam
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repentinamente sem serem percebidas (BOFF e MARQUES, 1996). Animais de
maior porte têm maior resistência ao veneno do que os de menor porte, já que é
necessária uma maior quantidade de veneno para levar tais animais à morte
(RADOSTITS et al., 2002). Comparando-se aos demais animais peçonhentos, o
veneno das serpentes são, provavelmente, os mais complexos, possuindo vinte ou
mais componentes distintos, sendo mais de 90% de seu peso seco constituído por
enzimas, toxinas não enzimáticas, proteínas tóxicas e não tóxicas. A parte não
proteica é constituída pelos hidratos de carbonos, lipídios, aminas biogênicas,
nucleotídeos e aminoácidos livres (LEMOS et al., 2009). A complexa mistura de
enzimas, peptídeos e proteínas de pequena massa molecular do veneno destes
animais, têm ações específicas, químicas e biológicas. Possui rápida dispersão e
rápida absorção pelos tecidos devido a presença de hialuronidase. As hemotoxinas
e citolisinas ocasionam inflamação, necrose tecidual e vascular. As enzimas
fosfolipase A e estearase alteram a permeabilidade da membrana, liberando
histaminas e bradicinas. O veneno também causa lise de proteínas, têm ação
coagulante, hemorrágica e nefrotóxica (MÉNDEZ, 1998). Os efeitos ofídicos no
equino dependem do tamanho e da espécie da serpente, do porte do animal picado,
do local primariamente afetado e da quantidade de veneno inoculado. A área
afetada pela picada depende da espécie, idade e comportamento do animal. A
cabeça é a região comumente afetada, devido ao hábito de alimentação dos animais
e fatores de “curiosidade”, entretanto, a região torácida, membros torácicos, pélvicos
e úbere também constituem regiões bastante afetadas (BICUDO, 2002). Dificilmente
são enviadas amostras de animais mortos aos laboratórios para se confirmar a
causa da morte, então há poucas informações sobre os achados clínicos de animais
sob o efeito dos venenos destas serpentes (GRUNERT e GRUNERT, 1969). O
diagnóstico de envenenamento é dificultado pelo fato de o proprietário na maioria
das vezes não estar presente no momento da picada. Entretanto, com a anamnese
e dados epidemiológicos da região como presença de cobras e sinais clínicos,
podem indicar a espécie de cobra e induzir o médico veterinário ao tratamento
adequado (FERREIRA e BARRAVIEIRA, 2004). O tratamento dos acidentes ofídicos
em equinos consiste basicamente na aplicação precoce, em dose adequada de soro
antiofídico por via intravenosa. Fluidoterapia também é necessária, para estabilizar a
hidratação do animal, melhorar a perfusão renal e fornecer suporte cardiovascular. O
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animal pode desenvolver anemia devido à coagulopatia e diátese hemorrágica,
sendo necessário realizar transfusão de sanguínea (CHIACCHIO et al., 2011).
CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do estudo realizado, pode-se verificar que a gravidade dos acidentes ofídicos
depende de características relacionadas à serpente e ao animal envolvido no
acidente. O diagnóstico baseia-se em dados clínico-epidemiológicos e a soroterapia
corresponde ao principal meio de tratamento dos equinos vítimas de acidentes
ofídicos.
REFERÊNCIAS BICUDO, P. L. IN: RADOSTITS, O. M.; GAY, C. C.; BLOOD, D. C.; HINCHCLIFF, K. W. Clínica Veterinária: Um Tratado de doenças dos bovinos, ovinos, suínos, caprinos e equinos. 9 ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan. p. 1543- 1546. 2002. BOFF, G. J. e MARQUES, M. G. Animais Peçonhentos. Módulo 7. Curso de especialização por tutoria à distância. Brasilia DF. Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior. p. 67. 1996. CHIACCHIO, S. B. et al. Triple bothropic envenomation in horses caused by a single snake. The Journal of Venomous Animals and Toxins, Botucatú, v. 17, n.1, p. 111-117. 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-91992011000100016. Acesso em: 15. Jun. 2016.
FERREIRA, J. R. R. S. e BARRAVIERA, B. Gestão de picada de cobra venenosa em cães e gatos no Brasil. Journal of Venomous Animals and Toxins including Tropical Diseases, Botucatú, v.10, n.2, p.112-32. 2004. GRUNERT E. e GRUNERT D. Beobachtungen von Bothrops -Schlangenbissverletzungen bei Rind und Pferd em Rio Grande do Sul, Brasil. Vet Med Nachrichten. v. 3, n.1, p.217-32. 1969.
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MÉNDEZ, M.C. Envenenamento Botrópico. In: Riet-Correa, F,Mendez, M.C., Shild, A.L. Doenças dos ruminantes e equinos da região sul do Brasil. Pelotas-RS. Editora e Gráfica da Universidade de Pelotas. Cap. 8. p. 451- 458. 1998. RADOSTITS O. M. et al. Clínica Veterinária: Um Tratado de Doenças dos Bovinos, Ovinos, Suínos, Caprinos e Equinos. 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. SILVA, E.R.O. e LOFEGO, A.C. Acidentes ofídicos na região de São Jose do Rio Preto, SP. Revista Unorp, São Paulo, v.13, p. 127-133. 2006. SOUSA, G. M., TOKARNIA, C. H., BRITO, M. F., REIS, A. B., OLIVEIRA, C. M., FREITAS, N. F., OLIVEIRA, C. H., BARBOSA, J. D. Aspectos clínicos-patológicos do envenenamento botrópico experimental em equinos. Pesquisa Veterinária Brasileira, Rio de Janeiro, v. 3, n. 9, p. 773-780. 2011. Disponível em: http://www.eventosufrpe.com.br/2013/cd/resumos/R0458-2.pdf. Acesso em: 13. Jun. 2016.
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FISTULA RETO VAGINAL EM ÉGUAS
Gregory Rocha Almeida – Graduando em Medicina Veterinária, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Bruno Santos Cândido de Andrade – Médico Veterinário, Mestre em Ciências Animal, Clinica e Cirurgias Veterinárias - Professor da Faculdade
Vértice - UNIVÉRTIX [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Fistula Reto vaginal, Vulvoplastia, Equinos. INTRODUÇÃO
A criação de equinos tem crescido significativamente, o que leva ao
desenvolvimento de técnicas de melhoria da genética, aprimorando o rebanho
eqüino e intensificando sua criação, o que leva ao aumento da ocorrência de
afecções do aparelho reprodutivo das fêmeas (BRANDTNER et al., 2014). A fístula
reto vaginal causa grande prejuízo para os criadores de equinos pois leva ao
comprometimento da vida reprodutiva das éguas. As lesões reprodutivas são mais
freqüentes em éguas jovens no inicio de sua vida reprodutiva e também em fêmeas
de pequeno porte cruzadas com garanhões de maior porte o que leva a problemas
durante o parto (FARIAS et al., 2013; BRANDTNER et al., 2014).
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Fistula é a comunicação entre duas cavidades fisiológicas ou entre uma cavidade e
o meio externo, drenando conteúdos fisiológicos ou patológicos. A fístula reto
vaginal é o resultado de evento traumático durante o parto distócico em éguas,
causando diferentes graus de laceração envolvendo a vagina e o reto (DIAS, 2007),
com ou sem laceração da pele, vulva e esfíncter anal (FARIAS et al., 2013),
resultando em perda dos limites anatômicos formando uma abertura comum entre a
vagina e o reto (STAINKI e GHELLER, 2001). Podem ser classificadas em primeiro
grau quando envolvem a mucosa vestibular e pele da comissura dorsal da vulva,
segundo grau quando envolvem a mucosa vestibular e submucosa, a pele da
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comissura dorsal da vulva e o músculo do corpo perineal e ainda podem ser de
terceiro grau quando envolvem adicionalmente a mucosa retal e submucosa, septo
perineal e esfíncter anal (AMORIM et al., 2013). Em lesões recentes observa-se
hemorragia (STAINKI e GHELLER, 2001; AMORIM et al., 2013), o nível de
hemorragia esta diretamente ligado ao rau de lesão, quanto maior a quantidade de
tecido envolvido maior será o nivel de hemorragia (AMORIM et al., 2013), enquanto
em lesões mais antigas observa-se edema, infecção e até mesmo necrose. Se não
tratada de imediato a fistula pode causar metrite e em casos mais graves morte do
animal, isso ocorre principalmente devido a infecção advinda dessa afecção. A
infecção é determinada pela quantidade de tecido lesionado e quantidade de fezes
presente na vulva (STAINKI e GHELLER, 2001). O diagnóstico é baseado na
inspeção da região vulvar (FARIAS et al., 2013), quando realizada a palpação
transretal e vaginal, observando-se grande presença de ar que é liberado durante a
manipulação, a entrada e saída de ar para o interior da vagina emite um som
característico que ocorre de forma espontânea (DIAS, 2007; FARIAS et al., 2013).
O tratamento da fistula é cirúrgico, é realizado o procedimento de vulvoplastia que
consiste na recuperação plástica da vulva (BRANDTNER et al., 2014; FARIAS et al.,
2013). A técnica mais utilizada é a de Gotze, que consiste no debridamento das
superfícies, com isso é realizada a fixação caudalmente do restante de tecido viável
do reto e vagina, a fixação deve ser suficiente para separar as duas cavidades
(DIAS, 2007). A cirurgia pode ser realizada imediatamente após o trauma, desde
que tecido esteja viável para a cicatrização adequada, se o tecido estiver necrosado
ou contaminado a cirurgia não terá resultado satisfatório (DIAS, 2007). Antes de
iniciar o tratamento cirúrgico é importante realizar medicação antibacteriana e
antiinflamatória (FARIAS et al., 2013, STAINKI e GHELLER, 2001), em alguns casos
deve-se realizar a profilaxia antitetânica (STAINKI e GHELLER, 2001), deve se
atentar a dieta para se obter sucesso com o procedimento cirúrgico (FARIAS et al.,
2013), a dieta deve ser adequada para tornar as fezes moles para evitar impactação,
é indicado também que o animal consuma apenas feno nos 3 dias anteriores a
cirurgia (DIAS, 2007).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que para se obter um resultado satisfatório do tratamento da fistula reto
vaginal, deve se atentar ao manejo correto antes e após a cirurgia, principalmente
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no manejo correto da dieta, pois com isso conseguira que as fezes do animal seja
mais fluidas o que não levara a deiscência dos pontos, tendo então uma melhor
cicatrização.
REFERÊNCIAS AMORIM, R. M. D. R.; FARIA, M. C.; SOUSA, K. M. P.; LIMA, E. R.; SILVA, A. C. P.; BARTOLOMEU, C. C.; LIMA, P. F. Relato de caso: Vestibuloplastia em égua. Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão, 13, 2013, Recife. BRANDTNER, A.; GOELZER, A.; MACAGNAN, L.; BORGES, L. F. K. Laceração Vulvar em Égua: Relato de Caso. SEMINÁRIO INTERINSTITUCIONAL DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO, 19, 2014, Rio Grande do Sul. DIAS, B. M. L. Clinica das Espécies Pecuárias – Cirurgias Correctivas. Vila Real, 2007. Universdade de Trás-Os-Montes e Alto Douro FARIAS, M. C.; CRUZ, J. A. L. O.; AMORIM, R. M. D. R.; SILVA, D. J.; LIMA, E. R.; LIMA, P. F. Relato de Caso: Ruptura de períneo em égua. Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão, 13, 2013, Recife. STAINKI, D. R.; GHELLER, V. A. Laceração perineal e fístula reto-vestibular na égua: uma revisão. Revista da FZVA, Uruguaiana, 2001, v. 7/8, n.1, p. 102-113.
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INFLUÊNCIA DO RESÍDUO LÍQUIDO DO SISAL (Agave sisalana) NO DESENVOLVIMENTO IN VITRO DE ECTOPARASITAS
Cleiser Pereira, Marcos Augusto de Azevedo Junior, Bruno Silva Freitas-
Graduando em Medicina Veterinária-Faculdade Vértice-Univértix- Bolsista pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) -FAPEMIG
Paulo Cesar Amorim- Medico Veterinário –Especialista clínica e cirurgia de eqüinos e ruminantes- Professor Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Rogério Carvalho- Pós-doutorado em Medicina veterinária e Professor Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes - Farmacêutica, Bioquímica, Analista Clinica, Mestre em Ciências Farmacêuticas - Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected] PALAVRAS-CHAVES:Rhipicephalus Boophilus microplus, carrapato, controle de ectoparasitas INTRODUÇÃO
Os carrapatos são ectoparasitos que pertencem ao filo Arthropoda e a ordem Acari.
Existem, aproximadamente, 870 espécies de carrapatos descritas no mundo, todas
agrupadas na subordem Ixodida (dividida em três famílias: Ixodidae, Argasidae e
Nuttalliellidae). A fauna brasileira de Ixodida está atualmente representada por 61
espécies de carrapatos, com algumas espécies importantes para a Saúde Pública e
Veterinária por causarem danos diretos durante sua alimentação e por transmitirem
agentes infecciosos aos homens e animais (BARROS BATTESTI et al., 2006). O
carrapato Rhipicephalus B. microplus é um ixodídeo responsável por grandes perdas
econômicas para a pecuária de regiões tropicais e subtropicais. Este carrapato é um
ectoparasita hematófago originário da Ásia, cujo principal hospedeiro é o bovino.
Sua incidência é maior em grandes rebanhos da América, África, Ásia e Austrália,
sendo considerado o carrapato de maior impacto em perda econômica nos rebanhos
da América do Sul (GONZALES, 1995; NARI, 1995). O resíduo líquido do sisal
apresenta em sua composição química alguns compostos orgânicos como taninos,
esteróides, alcalóides e diferentes saponinas. As Saponinas desempenham um
papel importante, pois atuam contra insetos e microorganismos. Dessa forma o suco
de sisal age como bioinseticida. No Brasil, estes resíduos geralmente são
abandonados no campo, sendo pouco utilizado pelos produtores como adubo ou
alimento para ruminantes. O qual poderá ser utilizado como fertilizante, ou no
controle à ervas daninhas (SILVA, 1999). Um outro aspecto para o uso de A.
sisalana na medicina veterinária é sua abundância e disponibilidade deste vegetal
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durante quase todo o ano e o baixo potencial para induzir toxicidade nos animais,
uma vez que existe a indicação como nutracêutico (MANTILLA, 1991).Contudo, a
aplicação de carrapaticidas tem limitada eficácia na redução da infestação e
frequentemente vem acompanhada por vários danos, incluindo a seleção de
carrapatos resistentes ao carrapaticida, contaminação do ambiente, como também
do leite e da carne com resíduos da droga. Além do mais, o desenvolvimento de
novos carrapaticidas é um processo longo e de alto custo, no qual reforça a
necessidade de novas alternativas para o controle da infestação de carrapato
(GRAF et al., 2004)
METODOLOGIA
Esse estudo será realizado na cidade de Matipó-MG, no Hospital Veterinário
Gardingo LTDA. No laboratório de parasitologia veterinária. As fêmeas ingurgitadas
(Teleógenas) do R. (B.) microplus serão coletadas de animais isentos de
carrapaticida químico de contato por pelo menos 30 dias, sendo separadas fêmeas
maiores que 5mm em comprimento. As fêmeas ingurgitadas coletadas serão
acondicionadas em placas de Petri e levadas ao laboratório em caixa térmica
contendo gelo, para evitar ovo posição prematura e reduzir a mobilidade do parasito
dentro das placas. Posteriormente, serão pesadas em balança analítica, com
precisão de 0,001g, formando grupos de 5 fêmeas.O delineamento experimental foi
inteiramente casualizado com cinco tratamentos e três repetições, considerando-se
cinco fêmeas ingurgitadas por repetição. O grupo controle será representado por
fêmeas isentas de quaisquer tratamentos (imersas em água). Recolhendo de 5
animais diferentes as fêmeas telógenas (5 femeas telógenas por animal).que serão
levadas para Hospital veterinário no laboratório de parasitologia veterinária em
caixas terminais na temperatura de 27°C. A extração do suco da A. sisalana será
realizada primeiramente com o corte das folhas em pequenos pedaços para que
facilite o processamento e serão levados à um processador onde vai ocorrer o
desfibramento e logo após será separado o suco das fibras da planta com a ajuda
de uma peneira em p.v.c. Para os tratamentos será utilizado o suco da A. sisalana
nas concentrações de 10%, 20%, 30%, 40% e 50%. As teleógenas serão imersas
durante 5 minutos para cada solução, secas em papel toalha, depositadas em
placas de Petri e incubadas a 28ºC e umidade acima de 80%. Após 16 dias os ovos
serão removidos das placas, pesados e separados em grupos de 0,1mg (cerca de
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2000 ovos) com seis repetições para cada tratamento. Os ovos serão colocados em
tubos de vidro identificados, vedados com algodão e mantidos em estufa a 27 ± 1ºC
e umidade relativa do ar acima de 80%. Após 20 dias será determinada a
percentagem de eclosão através de amostragem. Serão analisados os seguintes
parâmetros biológicos: peso inicial das teleóginas, peso residual das teleóginas
obtido pela diferença entre o peso inicial (antes do tratamento) e o final, peso da
massa de ovos, índice de produção de ovos (IPO), percentual de eclosão, índice de
eficiência reprodutiva (IER) e percentual de controle (DRUMMOND et al., 1971 apud
COSTA et al., 2008).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto está em andamento e ao fim das coletas e testes esperamos avaliar o
efeito do suco da planta sobre a espécie do carrapato Rhipicephalus Boophilus
microplus atestando eficiência ou não no controle dessa espécie sendo por inibição
de ovoposição ou eclosão.
REFERENCIAS BARROS, B. D. M.; ARZURA, M.; BECHARA, G. H. Carrapatos de Importância MédicoVeterinária da Região Neotropical: Um guia ilustrado para identificação de espécies. São Paulo, Vox/ICTTD-3-Butantan, p.223, 2006. COSTA, F.B.: VASCONCELOS, P.S. DA S.: SILVA, A.M.M.; BRANDÃO, V.M.; SILVA, I.A. DA; TEIXEIRA, W.C.; GUERRA, R.M.S.N.; DOS SANTOS, A.C.G Eficácia de fitoterápicos em fêmeas ingurgitadas de Boophilus. microplus, provenientes da mesorregião oeste do Maranhão, Brasil 2008. In: DRUMMOND, R. O. et al., Laboratory testing of insecticides for control of the winter tick. Journal of Econnomic Entomology, v.64, p.686-688, 1971. GONZALES, J.C. O controle do carrapato do boi, 2a ed. Porto Alegre. Arquivo da Faculdade Veterinária UFRGS (1995). GRAF, J. F., Gogolewski, R., Leach- Bing, N. Tick control; an industry point of view. Parasitol 129: p.427-442, 2004. MANTILLA,G.Caracterizaçíondel residual líquido de laindustriahenequenera. Revista Tecnología Química, Cuba.v.12, p.25-30, 1991. NARI, A. (1995) Strategies for the control of one-host ticks and relationship with tickborne diseases in South America. Vet. Parasitol., 57: 153-165. SILVA, Odilon Reny Ribeiro Ferreira; BELTRAO, Napoleao Esberard de Macedo Beltrao. O agronegocio do sisal no Brasil. Brasilia: EMBRAPA, SPI,205p 1999.
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PROPAGAÇÃO ASSEXUADA DE Alpinia purpurata (Vieill) K. Schum
Isabela Lima Ribeiro – Graduanda em agronomia Vinícius Sigilião Silveira Silva – Graduado em Agronomia. Especialista em
Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Agronomia da Faculdade Vértice-UNIVÉRTX.
Guanayr Jabour Amorim - Graduado em Turismo. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professor do Curso de Administração da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX
INTRODUÇÃO
O mercado florícola brasileiro vem se tornando cada vez mais, uma atividade
agrícola de importância econômica principalmente nos últimos dez anos (MOREIRA
et al, 2011), pois a demanda por produtos paisagísticos e de floricultura tem
movimentado o agronegócio rendável e fixado mão-de-obra no campo, além de ser
uma alternativa para pequenos produtores (BEZERRA, GONDIM, PEREIRA, 2008).
Na produção de flores e plantas ornamentais, as que mais se destacam são as
tropicais (MOREIRA et al, 2011), por suas formas exóticas e colorido intenso
(BEZERRA, GONDIM, PEREIRA, 2008), além da durabilidade e conservação pós-
colheita que pode chegar até duas semanas (TERAO, CARVALHO, BARROSO,
2005). São ainda resistente ao transporte, conservando sua beleza, o que favorece
a comercialização e lhe garante boa aceitação no mercado (MOREIRA et al., 2011).
Entre as tropicais mais cultivadas, encontra-se a Alpinia Purpurata (Vieill.) K. Schum.
Pertencente à família zingiberácea, é também conhecida como Panamá vermelho
(MOREIRA et al., 2011). É uma planta perene, herbácea, ereta e rizomatosa, que
tende a crescer muito, atingindo 4 metros de altura, formando touceiras de até 1,5
metros de diâmetros. As inflorescências são terminais, espigadas, compostas de
brácteas vermelhas em forma de barco e pequenas flores brancas que podem
chegar até 30cm de comprimento. A alpinia pode ser cultivada em condições de
meia sombra ou a pleno sol, porém é muito sensível ao frio. Cultivada em regiões de
alta luminosidade é recomendado o uso de telados ou sob árvores (TERAO,
CARVALHO, BARROSO, 2005). A temperatura ótima para a produção está situada
entre 22ºC e 35ºC e a umidade relativa do ar deve oscilar entre 60% e 80%
(ALONSO, SOUSA-SILVA, 2010). As formas de propagação mais usuais são: por
divisão de touceiras de plantas adultas, rizoma, mudas, brotos aéreos que surgem
nas brácteas das inflorescências após o florescimento, chamadas de filhotes aéreos
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e ainda por micropropagação. O processo mais utilizado é a propagação por rizoma,
provenientes de plantas com mais de três anos de idade, com diâmetro superior a
2cm, assim o desenvolvimento da planta será mais, entrando ela em produção
comercial aos 12-15 meses de idade (MOREIRA et al, 2011). O rizoma é a parte
primordial das plantas tropicais, uma vez que são caules subterrâneos
especializados e com funções de reservas energética, nutricional e de água,
necessários ao desenvolvimento sazonal das plantas. Recomenda-se utilizar
rizomas de plantas mais jovens para assegurar o crescimento rápido da planta,
conservando as mesmas características da planta mãe (RODRIGUES, 2007). É uma
cultivar que se desenvolve bem em solos profundos, ricos em matéria orgânica, bem
drenados e levemente ácidos (TERAO, CARVALHO, BARROSO, 2005). A adubação
e correção do solo deve ser feita em cima da analise de solo, adicionada à
incorporação de matéria orgânica (LUZ, 2005). Para plantio do rizoma diretamente a
campo, deve-se planta-lo numa profundidade máxima de 10cm do solo,
proporcionando uma suave inclinação da haste do rizoma para evitar o acúmulo de
água e consequente apodrecimento (RODRIGUES, 2007). Para Luz et al (2005), os
canteiros devem ser erguidos do chão de 10 a 20cm do solo e de comprimento
variável, em fileiras simples com espaçamento de 1,25 x 2,00. Já o plantio do rizoma
em recipiente ou em saquinhos de mudas, deve ser levadas a campo quando as
mudas atingem em torno de 40cm de altura e cerca de quatro folhas verdadeiras
formadas(ALONSO, SOUSA-SILVA, 2010). No primeiro ano de produção a
inflorescência é de pequeno a médio porte e pouca durabilidade pós-colheita, não
estando ainda em tamanho e ponto de comercialização. Após o segundo ano de
produção é que as flores estão em padrão comercial prontas para o mercado
(TEIXERAS e LOGES, 2008). Diante da importância e da demanda comercial da
alpinia para o mercado, o presente trabalho teve por objetivo fazer um levantamento
de dados disponíveis do melhor método de propagação desta cultivar, levando-se
em conta que o melhor método será aquele que produzirá comercialmente em um
menor intervalo de tempo de cultivo e de melhor qualidade comercial.
METODOLOGIA
A pesquisa constituiu-se uma revisão de literatura especializada que possuiu um
caráter exploratório e foi realizada no período de junho à julho de 2016, que
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objetivou proporcionar aos pesquisadores uma maior familiaridade com o problema
em estudo. A busca nos bancos de dados foi realizada utilizando às terminologias
cadastradas no SCIELO (Scientific Electronic Library Online) como: Propagação de
alpinia, a cultura da alpinia e a utilização da alpinia como atividade econômica
agrícola, que proporcionou um problema complexo mais explícito ou mesmo
construiu hipóteses mais adequadas. Os critérios de inclusão para o estudo foi
utilizar manuscritos extraídos em periódicos, livros e artigos relacionados ao meios
mais eficientes para a propagação de Alpinia Purpurata (Vieill.) K. Schum por meios
assexuados de propagação.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após analises de artigos e livros escritos sobre propagação assexuada de Alpinia,
observa-se que o melhor método de propagação é a divisão por rizomas, que terá
uma produção comercial mais precoce em virtude de ser uma muda com a mesma
idade da planta mãe, ou seja, ela já terá passado por seu período juvenil e já entrará
na sua fase reprodutiva, o que lhe garante um maior e em menor tempo produção
comercial satisfatória. Mudas produzidas à partir de rizomas retirados de plantas
adultas podem flores à partir de 12 a 15 meses de idade, enquanto que uma planta
obtida da propagação por broto aéreo terá desenvolvimento mais lento, começando
a produzir a partir dos 3 anos de idade (TEIXERAS e LOGES, 2008). Esta é uma
vantagem muito importante que deve ser prezada, pois é mais lucrativo para o
produtor e mais valorizado pelo mercado consumidor, uma vez que a procura por
qualidade e a demanda por produtos que cheguem mais rápido nas mãos do
consumidor são pontos indispensáveis para a manutenção de qualquer atividade
econômica que pretende se estabilizar no mercado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com sua importância ornamental e comercial, é de grande interesse dos
produtores comerciais e até mesmo amadores do cultivo de alpina, buscarem
conhecimento sobre os tipos de propagação, informando-se qual é o melhor método,
pois para se produzir bem é necessário ter conhecimento de como é feito o processo
de produção das mudas. E como resultado encontrado no levantamento
bibliográfico, sobre os meios propagativos da cultura da alpinia, o melhor meio
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indicado foi por rizomas, que produzirá flores comerciais em menor idade e de
melhor qualidade comercial.
REFERÊNCIAS
ALONSO, A. M.; SOUSA-SILVA, J. C. Alpinia Purpurata (Vieill.) K. Schum: planta ornamental para cultivo no Cerrado. Documento on line. Planaltina- DF: Embrapa Cerrados, 2010.
BEZERRA, F.C.; GONDIM, R.S.; PEREIRA, N.S. Produção de Alpínia em Cultivo Protegido na Região Litorânea do Estado do Ceará. Comunicado técnico on line. Disponível em: <https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/ bitstream/doc/419862/1/Ct137.pdf>. Acesso em 07 de jul. 2016. LUZ, P. B. et al. Cultivo de flores tropicais. Informe agropecuário, v. 26, n. 227, p. 62-72, 2005.
RODRIGUES, V.G.S. Recomendações técnicas para a propagação de flores tropicais em Rondônia. Comunicado técnico embrapa Rondônia. Rondônia, 2007 TEIXEIRA, M.C.F.; LOGES, V. Alpinia - cultivo e comercialização. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental. V. 14, n.1, p. 9 - 14, 2008.
TERAO, D.; CARVALHO, A.C.P.P.; BARROSO.T.C.S.F. Flores tropicais: Tropical Flowers. 1º ed. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2005.
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AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE SÊMEN DE GARANHÕES
Daniel Felipe Arantes Coelho, Ana Maria Silva Aredes de Oliveira, Marcos Augusto de Azevedo Junior, Alice Lima Martins – Acadêmicos do
Curso de Medicina Veterinária. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Osmar Dias Ferraz Junior – Acadêmico do Curso de Medicina Veterinária.
Universidade Federal de Viçosa – UFV. Bruna Waddington de Freitas – Graduada e Doutora em Medicina Veterinária.
Professora da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX e UNIVIÇOSA.
[email protected] PALAVRAS-CHAVE: antibiograma, ejaculado, equino, microbiota, testes complementares. INTRODUÇÃO
A saúde reprodutiva de machos é um fator importante a ser considerado quando se
utiliza a monta natural e inseminação artificial em programas de reprodução.
Recomendam-se, além do exame andrológico de rotina que se realizem exames
complementares no sêmen como a análise microbiológica, em função dos inúmeros
microrganismos saprófitos e potencialmente patogênicos presentes no ejaculado de
reprodutores, que podem ser assintomáticos (COELHO, 1976). O garanhão pode ser
considerado um fator de risco epidemiológico na transmissão de bactérias, vírus e
protozoários pelo sêmen, tendo em vista que a localização geográfica dos animais
deixou de ser uma barreira na transmissão de doenças (ROTA et al., 2011), uma
vez que com a inseminação artificial, o sêmen de um único reprodutor pode ser
utilizado em mais de 300 éguas por ano (SAMPER et al., 2006) . O pênis e prepúcio
do garanhão são colonizados por uma variedade significativa de bactérias saprófitas
e/ou potencialmente patogênicas que podem contaminar o sêmen durante a
ejaculação (CORONA et al., 2009). A microbiota comensal é essencialmente
representada por estafilococos coagulase-negativo, corinebactérias e estreptococos
alfa-hemolíticos (BRISTOL, 1991; VARNER, et al., 2010). Estão descritos como
presentes na genitália externa, microrganismos patogênicos facultativos como
Escherichia coli, Streptococcus equi zooepidemicus, Klesbsiella pneumoniae,
Pseudomonas aeruginosa, Taylorella equigenitalis (BRISTOL, 1991; VARNER et al.,
2010; SAMPER et al., 2006). Levando em consideração a importância econômica
que pode ser representada com a melhoria da qualidade do sêmen de equinos, o
objetivo a ser alcançado com este trabalho é avaliar a microbiota do sêmen fresco
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de garanhões provenientes de propriedades comerciais da região de Matipó/MG, a
fim de determinar a frequência de microrganismos e sua susceptibilidade à
antimicrobianos.
METODOLOGIA Serão coletados no mínimo dois ejaculados de cinco garanhões provenientes
de criatórios comerciais da região de Matipó/MG por meio de vagina artificial. De
cada ejaculado, serão avaliados aspectos macroscópicos (volume, cor, aspecto e
odor) e microscópicos (motilidade, vigor e concentração e morfologia espermáticas),
além dos exames complementares hiposmótico (HOST), supravital (SV) e
microbiológico. Para avaliação microbiológica, uma alíquota de 5 mL de cada
ejaculado será acondicionada em frascos estéreis com meio de transporte e
encaminhados para avaliação microbiológica e teste de susceptibilidade dos
isolados aos antimicrobianos. Para todas as características estudadas serão
estimadas as médias, desvios-padrão, coeficiente de variação e distribuição de
frequência. Todos os dados quantitativos serão submetidos ao teste de normalidade
dos dados e a homocidacidade das variâncias, posteriormente submetidas a
ANOVA, e as médias comparadas pelo teste de Tukey com 5% de probabilidade de
erro. Quando não atendidas as premissas da ANOVA, os dados foram avaliados por
análise não paramétrica (teste de Kruskal Wallis ou Wilcoxon), também com 5% de
probabilidade de erro. Com relação às características qualitativas ou de classes, os
dados serão arranjados em tabelas de contingência e analisados pelo teste de qui-
quadrado, com 5% de probabilidade de erro.
CONSIDERAÇOES FINAIS
Apesar da grande importância de se fazer exames andrológicos complementares,
como a análise microbiológica de sêmen, ainda são raros os trabalhos que relatam
tais exames, sendo evidente a necessidade de novas pesquisas na área. O
presente trabalho se encontra em andamento, na fase de coleta, processamento e
análise dos resultados obtidos.
REFERÊNCIAS
BARTH, A. D.; OKO, R. J. Abnormal morphology of bovine spermatozoa. 1 st ed. Ames: Iowa State University Press, 1989. 285 p.
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BRISTOL F. Bacterial flora of the reproductive tract in stallions. Society Theriogenology Annual Meeting, San Diego, pp:171–173. 1991.
COELHO, N. M. Flora bacteriana do prepúcio e sêmen de reprodutores BosTaurus. 1976. 56 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Escola de veterinária, Universidade Federal de Minas gerais, Belo Horizonte, 1976. COLÉGIO BRASILEIRO DE REPRODUÇÃO ANIMAL – CBRA. Manual para Exame Andrológico e Avaliação de Sêmen Animal. 2ª ed. Belo Horizonte. 1998. 49 p CORONA, G. et al. Impairment of couple relationship in male patients with sexual dysfunction is associated with overt hypogonadism. J Sexy Med. 6:2591 – 2600, 2009 MELO, M. I. V.; HENRY, M. Teste hiposmótico na avaliação do sêmen equino. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 51, p. 71-78. 1999. ROTA, A, et al. Presence and distribution of fungi and bacteria in the reproductive tract of healthy stallions. Theriogenology, 76: 464–470. 2011.
SAMPER J., TIBARY A. 2006: Disease transmission in horses. Theriogenology, 66: 551-559. VARNER, D. D., et al. Breeding-management strategies and semen- handling techniques for stallions—case scenarios. Annual Convention of the AAEP, Baltimore, 56: 215-226. 2010.
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LAMINITE EM VACAS LEITEIRAS – REVISÃO DE LITERATURA
Eliza Frances do Nascimento Vieira e Jamily de Oliveira Horst Graduandas em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Paulo César Amorim Amorim Docente em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Acidose ruminal, Afecções podais, claudicação, laminite,
vacas leiteiras.
INTRODUÇÃO
As enfermidades digitais dos bovinos apresentam impacto econômico negativo
sobre a rentabilidade da pecuária leiteira, tanto pela redução da produtividade
quanto pelo aumento nos custos dos tratamentos, bem como o descarte prematuro
de animais de alto valor zootécnico. No Brasil, as doenças digitais dos bovinos só
perdem em prejuízos econômicos para as mastites e para as patologias da
reprodução (SILVA et al., 2004). A laminite é uma condição debilitante que afronta a
sustentabilidade do sistema de produção e causa além de dor para o animal,
consequências sociais (RODRIGUES et al., 2013). De acordo com Radostis a
laminite é uma afecção digital em que ocorre um processo inflamatório das lâminas
do casco, resultando em dor, claudicação intensa, alterações estruturais do mesmo,
queda na produtividade e no desempenho reprodutivo. Ela têm como causas
principais fatores nutricionais, ambientais, sanitários e genéticos. Essa patologia é
considerada atualmente a principal causadora de claudicação bovina, pois estima-se
que mais de 60% das lesões podais em bovinos podem estar associados a ela
(CANESIN et al., 2008). Inicialmente o processo foi descrito em três formas clínicas
baseadas no princípio, duração e sintomatologia, da seguinte forma: aguda,
subaguda e crônica sendo que a duração média dos processos era inferior a 10
dias, de 10 dias a 6 semanas e mais de 6 semanas, respectivamente. Uma quarta
forma de laminite, a laminite subclínica, posteriormente foi considerada a forma mais
prevalente em sistemas de produção e manejo intensivo (FERREIRA et al., 2005).
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METODOLOGIA
O objetivo do nosso trabalho é fazer uma revisão de literatura, com finalidade de
expor as principais causas de laminite na bovinocultura leiteira, assim como
diagnóstico, tratamento e profilaxia da mesma.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A laminite é um processo inflamatório das estruturas sensíveis da parede do casco
que resulta em dor, claudicação intensa e mudanças estruturais do mesmo
(MARTINS et al., 2008). As afecções de casco têm basicamente quatro causas
principais: os fatores nutricionais, ambientais, sanitários e genéticos. É uma doença
metabólica que origina deformações no “casco” caracterizadas por um crescimento
anormal. A principal causa é a alimentação rica em grãos e pobre em fibra
(SERRÃO, 2007). A acidose ruminal é vista por diversos autores e considerada
como causa principal de laminite em vacas de alta produção, junto com distúrbios
nutricionais, devido a alteração na dieta do período seco para o de lactação. O
diagnóstico da laminite é dado através de exame clínico minucioso com observação
do animal em estação e locomoção. É importante observar sua postura, seu
posicionamento de cabeça, cernelha e pelve e principalmente a maneira como
apoiam seus membros. Animais com laminite costumam apresentar seu dorso
arqueado e membros projetados cranialmente evitando apoio sobre as pinças e
sobrecarregando os talões. Em inspeção deve se buscar sinais alterados nos
dígitos, tais como pontos de dor, alteração na conformação, crescimento ou
desgaste na sola. Na anamnese deve ser questionado ao proprietário principalmente
sobre nutrição e o ambiente em que o animal vive. No auxilio do diagnostico da
laminite pode ser feito análise do fluido ruminal que pode constatar acidose ruminal
aguda ou subaguda. Em radiografia pode se observar a localização e caracterização
de lesões digitais como rotação da falange que pode levar a exposição da mesma
na sola em casos graves. O tratamento desta afecção se baseia no controle da dor
com analgésicos como aspirina ou opioides como morfina. A Ação anti-inflamatória é
conseguida com DANES, como flunixim meglumine com maiores chances de
sucesso se iniciado nas primeiras 24 horas do quadro. Em sua forma crônica está
indicado o casqueamento corretivo, onde se busca fazer com que o casco fique o
mais próximo possível do seu fomato anatômico. A profilaxia da laminite consiste em
introduzir gradualmente os grãos na alimentação, dando preferencia a forragens de
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boa qualidade. Pode ser acrescida na suplementação dos vacas primíparas a
biotina, que vai melhorar a sanidade do casco e ser benéfica na redução da
incidência ou gravidade do aparecimento da claudicação no rebanho. Na criação
intensiva deve ser planejado a estabulação dos animais, dando maior conforto aos
mesmos, de modo que venha a favorecer a ruminação e a circulação sanguínea dos
dígitos. O casqueamento funcional pode ser também incluído nas medidas de
profilaxia visto que o mesmo visa corrigir as irregularidades do casco.
CONDIDERAÇÕES FINAIS
A laminite bovina é uma afecção de origem multifatorial e ainda restam muitas
dúvidas sobre tal patologia. Ela é uma afecção que apresenta grandes perdas
econômicas a pecuária leiteira devido a sua patogenia complexa e seu tratamento
nem sempre eficaz. Sua profilaxia é a melhor maneira de se evitar a ocorrência da
doença no rebanho leiteiro, e ela deve ser desenvolvida de acordo com o aspecto
em que a doença assume em cada local.
REFERÊNCIAS
CANESIN, Renato et al. Laminite: Prejuízos Econômicos na Bovinocultura Leiteira. Revista Cientifica Eletrônica de Medicina Veterinária. Número 10. Ano VI. Janeiro 2008. LOUREIRO, Marcos Gomes. Estudo da Técnica de Venografia dos Dígitos de Vacas. 99f Tese (doutorado) – Universidade Estadual Paulista Julio Mesquita Filho, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, 2013. MARTINS, Irana Silva et al. Laminite Bovina. Revista Eletrônica de Medicina Veterinária. Número 10. Ano VI. Janeiro 2008. RADOSTIS, Otto M. et al. Clínica Veterinária Um Tratado de Doenças de Bovinos, Ovinos, Suínos, Caprinos e Equinos. 9ª Edição, Guanabara Koogan RODRIGUES, Mirian et al. Avaliação das características do liquido ruminal, hemogasometria, atividade pedométrica e diagnóstico de laminite subclínica em vacas leiteiras. Pesquisa Veterinária Brasileira. Colégio Brasileiro de Patologia Animal – CBPA, v. 33, p. 99-106, 2003. FILHO, Antônio Dionísio Noronha Laminite Bovina Universidade Federal de Goiás – UFG. Goiânia, 2011.
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ACIDEZ NO LEITE- REVISÃO DE LITERATURA
Lucas Matos Camilo; Nilson Gomes dos Reis Júnior;Ivair Gomes da Silva Junior;Jefferson da Silva Lopes- Graduandos em Medicina Veterinária -
Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX. Letícia Ferreira da Silva – Graduada e Mestre em Medicina Veterinária –
Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉTIX. [email protected]
PALAVRAS- CHAVE: Acidez Dornic, alizarol, saúde pública INTRODUÇÃO
Começar falando da importância do leite como alimento. O leite, após a ordenha,
pode apresentar algumas partículas ácidas, resultando em uma discreta queda do
pH que pode ser classificada como acidez natural do leite, originada de seus
elementos naturais como: albumina, citratos, dióxido de carbono, caseínas e
fosfatos. Contudo, o baixo pH do leite se deve, principalmente, pela fermentação de
lactose devido à ação de micro-organismos, resultando na formação e acúmulo
deácido lático, caracterizando a acidez adquirida. A soma de ambas é conhecida
como acidez real do leite, sendo importante, portanto, reduzir ao máximo as
contaminações microbianas, para balancear com a acidez irreversível, uma vez que
o leite não se trata de um produto estéril, sendo toleradoa presença de
determinadaquantidade de micro-organismos não patogênicos
(FOSCHIERA,2004).Quando se identifica acidez elevada no leite, essa se refere ao
envelhecimento do leite ou alta contagem microbiana, em decorrência de manejos,
higienização e refrigeração incorretos, tornando o leite inaproveitável para consumo
humano como leite fluido. Existem, ainda, outrosfatores que também podem
influenciar na acidez do leite como, por exemplo, o tipo de alimentação que o animal
recebe, araça do animal, o período de lactação em que ele se encontra,a
temperatura do ambiente, a estação do ano,o manejo e as formas com que são
realizadas a ordenha. Sendo esses fatores de grande importância para a qualidade
final do leite. O pH normal do leite se situaentre 6,6 e 6,8 e a acidez titulável entre 14
e18ºD. Existemduas análises físico-químicasque determinamaacidez do leite, o
Alizarol e acidez Dornic. O teste do Alizarol constitui em uma prova complementar
qualitativa de análise do leite e se caracteriza por serum teste prático e rápido,
fornecendo resultados também com relação a estabilidade térmica das proteínas do
leite (FACHINELLI, 2010). Trata-se de uma mistura da prova de álcool (estabilidade
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térmica) e alizarina (indicador de pH),sendo possível verificar, a olho nu,a floculação
ou não de caseínase, também,a transformação da coloração do leite em decorrência
da alteração do pH. O leite ácido sempre apresenta falta de estabilidade da proteína,
não sendo estável na prova do Alizarol a 72º GL e, com isso, apresenta acidez maior
que 18ºD. Já oteste de acidez Dornic,trata-se de uma análise de rotina na inspeção
do leite, que tem por objetivo avaliar,de forma quantitativa,a acidez deste alimento,
utilizando como reagentesuma solução alcalina (solução Dornic) e um indicador de
pH (fenolftaleína) (TRONCO, 2003)..O nível da acidez por títulos baseia-se na
neutralização das formas ácidas do leite, até o momento de equivalência (pH 7,0),
quando a amostra atinge a cor rosa. Por fim, comparando ambas as técnicas
citadas, com o Alizarol avalia-se apenas se o leite está ácido ou não, enquanto a
acidez Dornic informaa concentração de ácido lático presente no leite (Borges,
2014).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-seque a acidez do leite pode se alterarem função de diversos fatores como,
por exemplo, pela alimentação do animal, clima, estágio de lactação e,
principalmente, em consequência de falhas na refrigeração. Com isso,as provas
físico-químicasdo Alizarol e acidez Dornic desempenham importante função na
avaliação do pH do leite, ressaltando a importância de realizar o manejo correto do
mesmopara assim oferecer um produto de boa qualidade ao consumidor.
REFÊNCIAS ANDRADE,B.R;Determinação de acidez titulável em leite fluido. MAPA/SDA/CGAL Laboratório Nacional Agropecuário - LANAGRO/RS, Boletim Técnico, 2013. BORGES, R. M.; PFULLER, E. E. Análise da qualidade do leite, segundo a in 62, e producao da ricota em empresa agroindustrial de sananduva- RS. Revista de Agronomia e Medicina Veterinária IDEAU – RAMVI. v. 01, n. 02, 2014. FOSCHIERA, J L. Indústria de Laticínios: Industrialização do leite, análises, produção de derivados. Porto Alegre: Ed. SulianiEditografiaLtda, 2004. MAGRI, L. P. Quantificação de acidez titulável e ph utilizando técnica potenciométrica como indicador de qualidade do leite bovino. Dissertação defendida à UFJF na área Tecnologia de Alimentos, 2015.
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PANCOTTO, A. P. Análise das características físico-químicas e microbiológicas do leite produzido no instituto federal de educação. Trabalho de conclusão apresentado ao curso de Tecnologia em Alimentos do Campus Bento Gonçalves do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, 2011. RODRIGUES,F; MANUALDE BANCADA PARA LABORATÓRIO (BPL) FÁBRICA DE QUEIJOS. Ministério da Agricultura-Labaorátorio de Rotina,2002. TRONCO, Vânia Maria. Manual para Inspeção da Qualidade do Leite. 2ª ed. Santa Maria: UFSM, 2003; VENTURINI, S. K.; SARCINELLI, M. F.; SILVA, L. C.; Características do leite. Pró-Reitoria de Extensão - P r o g r a m a Institucional de Extensão, Boletim Técnico - PIE-UFES:01007, 2007.
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QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DO QUEIJO MINAS FRESCAL COMERCIALIZADO NO MUNICÍPIO DE MATIPÓ-MG
Alice Lima Martins, Marcos Augusto de Azevedo Junior, Bruno Silva Freitas, Rafael Custódio Machado, Daniel Coelho. Acadêmicos do Curso de Medicina
Veterinária. Bolsista PIBIC – FAPEMIG. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Alice Moreira da Silva– Acadêmica do Curso de Medicina Veterinária. Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX Leandro Silva Araújo - Médico Veterinário, Doutorando pela – UFV. Professor da
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Saúde pública, toxinfecção alimentar, derivado lácteo.
INTRODUÇÃO
O queijo é o derivado do leite mais consumido no país (FEITOSA et al., 2003). O
queijo Minas Frescal é obtido por coagulação do leite, fabricado industrialmente a
partir do leite pasteurizado (ALEXANDRE et al.,2002). Este produto demonstra
grande valor nutricional e boa palatabilidade, (ARAÚJO et al., 2001). O queijo Minas
Frescal é um produto que se caracteriza pela coloração branca, comercializado e
consumido ainda fresco, aos primeiros quinze dias após sua fabricação, com alto
teor de umidade, sem sofrer nenhum processo de maturação (BRASIL, 1997;
HOFFMAN et al., 2002), baixo pH (5,1 – 5,6) e 6% de cloreto de sódio (NaCl)
(CAMPOS et al., 2006). De acordo com regulamento técnico de Identidade e
Qualidade de Produtos Lácteos os queijos se dividem em os de baixa umidade (36,0
a 45,9%), queijos de alta unidade (46,0 a 45,0%) e os queijos de muito alta umidade
(>55%) este representado pelo queijo Minas Frescal (BRASIL, 1997). Na produção
de queijos ocorre uma modificação da microbiota bacteriana do leite, de modo a
impedir até um certo ponto o crescimento de agentes patógenos (ALMEIDA &
FRANCO, 2003). No entanto sua produção possui diversos pontos críticos que
podem contribuir para a contaminação (ROSA et al., 2005). A contaminação de
micro-organismos nos alimentos é de extrema relevância pois além de causar
grandes perdas econômicas nas indústrias, trazem principalmente riscos à saúde
pública pois assumem os riscos de levar a população doenças transmitidas por
alimentos (FEITOSA et al., 2003). Portanto é necessário sempre levar em
consideração todas as etapas de produção dos alimentos desde a qualidade da
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matéria prima, condições higiênico-sanitária das indústrias até o consumidor final
(ROSA et. al., 2005; DIAS et al., 2008). Os micro-organismos são utilizados como
indicador higiênico-sanitário dos alimentos, podendo assim avaliar a qualidade
microbiológica, e retratar prováveis presenças de alguns patógenos (CARDOSO &
ARAÚJO, 2004). Nas últimas décadas, surgiu um crescente interesse em identificar
e prevenir as causas de doenças do ser humano, principalmente gastroenterites e
enterotoxemias. A partir de pesquisas realizadas a respeito, concluiu-se que a
maioria dos casos de intoxição e infecção alimentar ao homem é causada por
bactérias patogênicas como Salmonella spp., Staphylococcus aureus, Clostridium
botulinum, Escherichia spp. e Shigella spp. (FRANCO & LANDGRAF, 2005). A
precariedade higiênico-sanitária da cadeia produtiva e da comercialização de queijo
tipo Minas Frescal, e a tradicionalidade do produto na culinária mineira, motivou este
estudo que tem como objetivo avaliar a ocorrência de micro-organismos indicadores
(E. coli e S. aureus) de contaminação no queijo tipo Minas Frescal comercializado na
cidade de Matipó-MG.
MATERIAL E MÉTODOS
Serão avaliadas 4 amostras de queijo Minas Frescal comercializadas em Matipó,
MG. As amostras serão acondicionadas em caixas isotérmicas contendo gelo e
transportadas até o Laboratório de Microbiologia Veterinária do Hospital Escola da
Faculdade Vértice (Univértix) de Matipó, MG, para análise imediata. As embalagens
serão desinfectadas com ácool 70% e abertas com faca de aço inoxidável
estérilizada, com auxilio de um estilete flambado serão retiradas as alíquotas para as
análises microbiológicas. As análises microbiológicas utilizarão alíquotas de 25±0,2g
diluídas em solução salina peptonada 0,1% (1,0 L de água destilada, 8,5 g de NaCl,
1,0 g de Peptona) até a obtenção de soluções 10-1 a 10-6. Para isto, serão retiradas
alíquotas da amostra e pesadas em balança de precisão dentro de sacos
previamente autoclavados. A alíota será então adicionada de 225mL de salina
peptonada estéril e posteriormente homogeinizada por dois minutos. Em seguida
serão realizadas as diluições seriadas em tubos de ensaio contendo 9 mL de salina
peptonada até a diluição de 10-6. O teste presuntivo será realizado em série de cinco
tubos, no qual tubos de Durhan adaptados contendo caldo Lauril Sulfato Triptose
(LST), serão adicionados da amostra (numa proporção de 1:9) de cada diluição (10-1
a 10-6) e incubadas a 37°C por um período de 24/48 horas. Após este tempo os
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tubos com presença de gás com serão considerados positivos. As amostras
positivas serão transferidas com auxilio de uma pipeta de precisão também na
proporção de 1:9 para tubos de Durhan adaptados contendo caldo Verde Brilhante
(V.B.) 2% e incubados em estufa por 24/48 horas a 35°C. Para a determinação de
coliformes a 45ºC, serão utilizadas as amostras que se apresentaram positivas no
teste presuntivo em caldo LST. Com auxílio de uma pipeta de precisão, serão
inoculados numa proporção de 1:9 em tubos de Durhan adaptados contendo caldo
Escherichia coli (E.C). e incubadas em estufa a 45°C por 24/48 horas. Os tubos
eerão observados para oresença de gás. As amostras que demonstraram positivas
no caldo E.C, serão plaqueadas em meio Eosina Azul de Metileno (EMB), e
incubadas por 24/48 horas a 35°C, onde as colônias presentes de E. coli, deverão
apresentar-se com coloração preto azulados com reflexos verdes metálicos e de
grande dimensão. Para a detecção de S. aureus, foram utilizadas alíquotas de
25±0,2g diluídas em água salina peptonada 0,1% até a obtenção de soluções de
diluição 10-1 a 10-3. De cada uma das diluições transferir-se-á 0,1ml para placa
contendo ágar manitol salgado, as quais serão incubadas a 35ºC por 48h. Em
seguida, procedera-se a contagem presuntiva do número de colônias que
apresentarem características típicas: colônias circulares, pequenas (máximo 1,5mm
em diâmetro), lisas, convexas, com bordas perfeitas e massa de células
esbranquiçada. A verificação microscópica da morfologia das células isoladas será
realizada pelo método de Gram. As células que se apresentarem como cocos Gram-
positivos, agrupados em forma de cacho serão submetidas às provas de catalase e
DNAase para contagem confirmativa de S. aureus.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho está em andamento na fase de processamento e análises das
amostras.
REFERÊNICA
ALEXANDRE, D.P.; SILVA, M.R.; SOUZA, M.R.; SANTOS, W.L.M. Atividade antimicrobiana de bactérias lácticas isoladas de queijo-de-minas artesanal do Serro (MG) frente a microrganismos indicadores. Arq. Bras. Méd. Vet. Zootec. v. 54, p. 2002.
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ALMEIDA, P. M. P.; FRANCO, R. M. Avaliação bacteriológica de queijo tipo Minas Frescal com pesquisa de patógenos importantes à Saúde Pública: Staphylococcus aureus, Salmonella sp e Coliformes Fecais. São Paulo: Rev. Hig. Alimentar. v.17, p. 79-85. 2003.
ARAÚJO, W.N.; SILVA, M.N.; MARTINEZ, T.C.; SILVEIRA, V.F.; BARROS, S. L.B.; SILVA, A.V.A.F. Isolamento e identificação de coliformes no queijo Minas comercializados na região metropolitana de Salvador/Bahia. Rev. Bras. Saúde Prod. An., v. 2, p. 37-42, 2001.
BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Regulamento técnico para Fixação de Identidade e qualidade do queijo Minas Frescal. Portaria n°352 de 1997.
CAMPOS, M. R. J. H.; KIPNIS, A.; ANDRÉ, M. C. D. P. B.; VIEIRA, C. A. S.; JAYME, L. B., SANTOS, P. P. SERAFINI, A. B. Caracterização fenotípica pelo antibiograma de cepas de Escherichia coli isoladas de manipuladores, de leite cru e de queijo “Minas Frescal” em um laticínio de Goiás, Brasil. Ciênc. Rural. v.36, p. 1221-1227, 2006.
CARDOSO, L.; ARAÚJO, W.M.C. Parâmetros de qualidade em queijos comercializados no Distrito Federal, no período de 1997-2001. Rev. Hig. Alimentar. v. 18, p. 49-53, 2004.
DIAS P. A.; DIAS, P. A.; CONCEIÇÃO, R. C. S.; COELHO, F. J. O.; TEJADA, T. S.; SEGATTO, M.; TIMM, C. D.Qualidade higiênico-sanitário de carne bovina moída e de embutidos frescais comercializados no sul do Rio Grande do Sul, Brasil.Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.75, n.3, p.359-363, 2008.
FEITOSA, T.; BORGES, M. F., NASSU, R. T., AZEVEDO, E. H. I.; MUNIZ, C. R. Pesquisa de Salmonellasp, Listeriasp e microrganismos indicadores higiênicosanitários em queijos produzidos no estado do Rio Grande do Norte. Ciênc. Tecnol.Aliment. v. 23. p. 162-165. 2003.
FRANCO, B. D. G. M.; LANDGRAF, M. Migrobiologia dos alimentos. São Paulo: Atheneu; 2005.
HOFFMAN F. C.; SILVA J. V.; VINTURIM, T. M. Qualidade microbiológica de queijo tipo Minas Frescal, vendido em feiras livres em São José do Rio Preto - SP. Higiene Alimentar. v.16, p.69-76. 2002.
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ARTIGOS
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RESGATE HISTÓRICO DA PRAÇA PADRE FIALHO E GRAU DE SATISFAÇÃO DE MORADORES DA CIDADE DE MATIPÓ-MG
Valmira Hoste Dutra– Graduanda em Agronomia da Faculdade Vértice. Lívia Mara Araujo Amorim – Graduanda em Agronomia da Faculdade
Vértice. Rogério Gomes Pêgo – Engenheiro Agrônomo, mestre em Fisiologia
Vegetal, Doutor em Fitotecnia e Pós-doutor em Fitotecnia. Professor do curso de Agronomia da Faculdade Vértice.
RESUMO As praças fazem parte da identidade urbana que tem como função a interação da sociedade com seus elementos constituintes sendo uma fonte de interação e identificação social, desempenham diferentes funções dentro de uma comunidade como área de lazer, ponto de encontro, local para confraternização, manifestações religiosas, festas, entre outros. Atendendo toda a população sem distinção. Para o presente trabalho não foram encontrados documentos oficiais da história e do paisagismo da praça Padre Fialho. Por isso o objetivo desse trabalho é resgatar a memória da Praça Padre Fialho, baseado nos relatos de parte da população. Para esses estudo foi feito uma pesquisa com questionário semi estruturado com questões abertas e fechadas, no qual foi submetido a população com idade acima de 50 anos por acessibilidade, foi feito um levantamento de arquivos bibliográficos e fotográficos com a população. Concluímos ao final das entrevistas que os moradores são muitos saudosos dos momentos de confraternização vividos na praça e relataram que devido a alteração do paisagismo original, o local perdeu sua identidade. Os entrevistados relataram ainda que não se usa a praça atualmente com eram usados na sua juventude, sendo atualmente apenas um local de passagem. Palavras-Chaves: Paisagismo, Parques e jardins, História, Zona da Mata.
INTRODUÇÃO
Desde o início da organização urbana, sempre houve a necessidade de
espaços públicos para a comercialização de produtos e, onde as pessoas pudessem
expressar suas ideias sem sofrer censura. Um dos principais locais que eram
usados para esse fim são as praças. As praças fazem parte da identidade urbana
que tem como função a interação da sociedade com seus elementos constituintes
sendo uma fonte de interação e identificação social (FRANCISCO et al., 2014). De
acordo com MACEDO e ROBBA (2002) citado por VIEIRO e BARBOSA FILHO
(2009) também relataram que a praças, como espaços públicos, desempenham
diferentes funções dentro de uma comunidade como área de lazer, ponto de
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encontro, local para confraternização, manifestações religiosas, festas, entre outros.
Atendendo toda a população sem distinção.
Compreender a realidade das praças física e social das praças possibilita
adotar medidas sociais que otimizem o uso desses ambientes. No entanto, essa
percepção deve ser baseada no propósito no qual esses ambientes sociais foram
construídos.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As praças são oriundas das Ágoras da Grécia que eram os espaços públicos
utilizados para serem feitas reuniões onde eram discutidos os problemas da
sociedade naquela época, isso porque eram localizadas no centro das cidades,
rodeados por edifícios ou construídas em frente a templos religiosos (igrejas), sendo
considerados espaços neutros. Sendo assim essa idéia de praças foi difundida
mundialmente, de acordo com as características de cada região eram adaptadas
levando em consideração a cultura local (BENEVOLO, 2003 citado por MARCHI,
2015).
As praças devem conter elementos físicos importantes para a sua composição
que irão atender a população como: bancos, ponto de água (bebedouro), banheiro
público, pontos de luz e segurança fornecendo conforto para os seus
frequentadores.
O formato das praças no Brasil seguiu duas linhas de projetos: a clássica e a
romântica, influência essa vinda da França e da Inglaterra respectivamente.
Podemos ver isso claramente na Praça Padre Fialho em Matipó - MG, na qual se
tem um área alinhada com a fachada da igreja com poste de iluminação dominante e
os canteiros estão dispostos simetricamente em seu entorno acompanhando a linha
de paisagismo francês.
O nome da praça construída em frente à antiga igreja de São João Batista, é
uma homenagem ao padre Sebastião Francisco Fialho que assumiu a paróquia de
1894 a 1942 (48 anos) como sucessor do segundo vigário Padre João Facundo
Chaves (MAGALHÃES, 1995).
A praça Padre Fialho está localizada no centro da cidade de Matipó, localizada
em frente à Igreja Matriz São João Batista e apresenta grande variedade de
espécies ornamentais nativas e exóticas (DUTRA et al, 2015). As plantas são
importantes para o fornecimento de sombra para a população local e também
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auxiliam para a composição paisagística conferindo forma e harmonia para o
ambiente urbano, no entanto para que seu uso seja otimizado, é necessário a
manutenção das espécies em cultivo.
Para uma cidade a praça se torna uma identidade social para os seus
moradores, pois é ali que aconteceram e acontecem suas principais e mais
importantes manifestações culturais, como festas religiosas (do padroeiro local ou
semana santa), além de festas populares como carnaval, quadrilhas, desfiles
cívicos; fortalecem os valores e tradições locais.
Esse ambiente social sofreu diversas intervenções desde sua construção,
essas intervenções alteraram profundamente o ambiente de convívio e muitos deles
foram necessários devido à características físicas da cidade como, por exemplo, a
construção de parterres (canteiros elevados) (Tribuna do Leste, 1989). Além das
intervenções paisagísticas da praça Padre Filho, também houve um substancial
investimento, apoiado pela Empresa de Assistência Técnica Rural (EMATER) em
arborização urbana com o plantio de árvores como a quaresmeira e a unha de vaca
além de espécies frutíferas como mangueiras e ameixeiras.
Tendo em vista que existem poucas informações históricas da Praça Padre
Fialho. O objetivo do presente trabalho é reunir informações históricas da Praça
Padre Fialho e obter informações quanto ao grau de satisfação da população em
função do seu papel social, baseado nos relatos de parte de seus usuários.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado na cidade de Matipó sendo realizados levantamentos
bibliográficos e registros de imagens históricas por meio de acervos pessoais, livros
ou material digital. Como objeto de estudo foi escolhida a Praça Padre Fialho
localizada no centro do município de Matipó – MG. Essa praça apresenta área de
1392 m², sendo a praça mais antiga da cidade, localizada em frente à Igreja Matriz
São João Batista.
Para a aquisição de dados da pesquisa dos dados qualitativas e quantitativas,
foi elaborado questionário semi estruturados para verificar, diagnosticar a faixa
etária, dos entrevistados sendo amostrando um total de 26 pessoas com idade
acima de 55 anos. Optou-se por essa faixa etária, pois poderia ser comparado o
resgate histórico baseado nas informações dos moradores mais velhos da cidade,
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uma vez que as informações documentais da Prefeitura Municipal de Matipó do
referido município não foram encontradas até o momento final dessa pesquisa.
O questionário semiestruturado consistiu de perguntas fechadas e abertas
relacionadas ao: nome; idade; sexo; habito e frequência de uso da praça; quais os
principais eventos realizados na praça; grau de satisfação do designer atual
comparado ao original da praça.
A amostragem foi realizada por acessibilidade ou por conveniência, sendo um
método não probabilístico. Sendo a pesquisa realizada no período de 22 de Abril a
20 de Maio de 2016.
Procedeu-se também a observação dos locais, que permitiu identificar alguns
aspectos da infraestrura presente, como a presença/ausência de bancos, lixeiras,
banheiros públicos, playground, além das condições dos jardins e gramado.
Para melhor compreensão dos dados foram elaborados gráficos com auxílio do
software Excel e apresentados os comentários mais significativos dos entrevistados
que constituíram o conteúdo da pesquisa.
RESULTADO E DISCUSÃO
Cerca de 65% das pessoas entrevistadas eram homens e apenas 35% eram
mulheres com idade superior à 50 anos, sendo que 73% tinham entre 60 e 80 anos,
mostrando que essas pessoas presenciaram a evolução da história dessa praça,
que foi inicialmente construída na década de 30 (Figura 1).
Figura 1. Frequência relativa da faixa etária dos entrevistados frequentadores da
praça Padre Fialho.
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Em 1924 (Imagem 1 e 2) ainda não havia projeto paisagístico da praça sendo
possível identificar apenas alguns elementos paisagísticos como coreto, algumas
árvores dispersas e um poste central.
Imagem 1: Foto do Largo da paróquia. Fonte: comunidade Matipó em todos os
tempos (2016).
Imagem 2: Foto do Largo da paróquia. Fonte: comunidade Matipó em todos os
tempos (2016).
Cerca de 96% frequentavam assiduamente a praça e relataram a importância
da praça como ponto de convivência em sua juventude sendo utilizada para
encontro entre amigos e paqueras (Figura 2).
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Figura 2: Frequência dos moradores na praça quando jovens.
Dentre os principais eventos realizados no espaço da praça as festas religiosas
foram as mais relatadas (Imagem 3). Além dessas festas como leilões, 07 de
setembro (Dia da independência do Brasil), bingo e rodas de violão também foram
relatadas
Imagem 3: Foto do Largo da paróquia. Fonte: comunidade Matipó em todos os
tempos (2016).
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Imagem 4: Foto Comemoração do 7 de Setembro. Fonte: Acervo pessoal Elina Leão
Pereira.
Todos muito saudosos ao relembrar dos passeios que davam da praça até a
prefeitura, que chamavam de “fut-fut” termo comumente utilizado para designar o
trajeto de um lado para o outro, com a intenção de paquerar, isso foi relatado pela
maioria dos entrevistados de ambos os sexos com idades entre 55 e 89 anos.
Como a praça Padre Fialho era o ponto central da cidade e que era grande a
movimentação de pessoas nela e em seu entorno, nas quais iam ali com diferentes
e variadas intenções desde namorar (figura A), para passear com os amigos e
parentes (figura B), ou com a intenção de conversar após a missa (figura C) e por
fim os entrevistados relatam com muito carinho das festas e eventos que ali
aconteciam (figura D), no qual vinham pessoas de cidades vizinhas e moradores da
zona rural que traziam prendas para doar para os leilões que eram realizados, e
participavam das serestas que eram realizadas em torno do coreto, podemos
analisar detalhadamente o que era mais comum de se fazer na praça pelos
entrevistados quando jovens, uma vez que era grande a concentração de jovens na
praça; já que lá era o principal lugar da cidade. Representado no Gráfico 3.
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Gráfico 3: Principais usos da praça pelos indivíduos dos frequentadores da praça
Padre Fialho. Namoros (A), Passeios (B), conversa após a missa (C) e festas e
eventos (D).
A Praça Padre Fialho era o local mais procurado pela população de Matipó,
sendo considerada o cartão postal da cidade e um ponto de encontro de pessoas de
diferentes idades nela reuniam-se a procura de lazer e cultura cumprindo um
importante papel social na vida em comunidade (MACHT-PÓO, 1989).
Muitas alterações foram realizadas na praça ao longo dos anos sendo,
inicialmente um largo construído em frente à paróquia São João Batista contendo
apenas alguns elementos arquitetônicos e vegetais (Imagem 5). Na década de 1950
já havia o contorno dos canteiros presentes atualmente na área da praça, no
entanto, os elementos arquitetônicos e vegetais ainda não eram presentes (Imagem
6). No início da década de 1960 iniciou-se a implantação do jardim de praça matriz.
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Imagem 5: foto do Largo da paróquia. Fonte: comunidade Matipó em todos os
tempos (2016).
Imagem 6: foto do canteiros da praça da paróquia. Fonte: comunidade Matipó em
todos os tempos (2016)
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Já na década de 70 é possível identificar a presença de um chafariz sendo a
praça adornada por canteiros baixos e mantidos pela população (Imagem 7).
Imagem 7: foto do Chafariz sendo cuidado pela população. Fonte: comunidade
Matipó em todos os tempos (2016)
Durante o mandato do prefeito Sebastião Gardingo (Tãozinho) no ano de 1989
a 1993, houve a alteração dos canteiros baixos para canteiros elevados (Imagem 8)
adornados com pedras no qual mantem-se o formato atual (Imagem 9).
Imagem 8: Foto da praça Padre Fialho após a reforma. Fonte: Tribuna do Leste
(1989).
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Imagem 9: Foto da praça Padre Fialho atual 2016. Fonte: Acervo pessoal Valmira
Hoste Dutra.
A praça atual dispõe estilo formal, influenciado pelo paisagismo francês com
canteiros elevados (parterres), cerca de 170 espécies ornamentais (DUTRA et al.,
2015), estrutura para pergolado com bancos, postes de iluminação, uma área central
com poste de iluminação dominante e áreas de transição revestida de pedra
portuguesa. Na área atual, elementos arquitetônicos como o coreto e o chafariz
foram retidos o que causou grande perda paisagística de acordo com a população
entrevistada.
Com muito pesar os moradores relatam que a praça perdeu sua importância e,
que hoje não cumpre as funções necessárias que uma praça deveria ter, como por
exemplo, área de lazer e convívio social, entre outros. Esses usuários relatam que
hoje serve como local de passagem, que está mal conservada, jardins mal cuidados,
falta iluminação adequada, que não tem uma manutenção adequada, que sofre com
o vandalismo como por exemplo, ausência da placa de fundação e a iluminação
ineficiente, esse ambiente não tem bancos para a população se acomodar e, muitos
dos entrevistados relataram que a praça atualmente é uma área de concentração de
bêbados que utilizam a praça como banheiro ao ar livre. Outro ponto abordado pelos
entrevistados é a necessidade de aumentar a segurança entorno da mesma, no qual
não existia até o momento até a finalização dessa entrevista.
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Menos de um terço dos entrevistados, cerca de 30%, estão satisfeitos com a
condição atual de uso da praça. No entanto, nenhum dos entrevistados estão
completamente satisfeitos as condições desse ambiente. (Figura 4)
Figura 4: Grau de satisfação dos entrevistados quanto às condições físicas da praça
Padre Fialho.
Ao serem questionados no que deveria ser feito para melhorar a praça são
inúmeras as sugestões que foram feitas como, melhorar o jardim (cuidar e podar as
árvores, plantar mais flores, rebaixar os canteiros), construir bancos, fazer um
banheiro são as principais, melhorar a iluminação e a segurança.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluímos ao final das entrevistas que os moradores são muitos saudosos
dos momentos de confraternização vividos na praça e relataram que devido a
alteração do paisagismo original, o local perdeu sua identidade. Os entrevistados
relataram ainda que não se usa a praça atualmente com eram usados na sua
juventude, sendo atualmente apenas um local de passagem.
Além disso essa pesquisa pode ser uma ferramenta de uso para futuras
intervenções da administração pública para melhorar esse ambiente, atendendo a
demanda da população local.
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REFERÊNCIAS
COMUNIDADE MATIPÓ EM TODOS OS TEMPOS. Disponível em: < https://www.facebook.com/antigaenova/photos/?tab=album&album_id=431111720386925 >. Acesso em: 06 de julho de 2016). DUTRA, V. H. et al. Espécies ornamentais da praça Padre Fialho do município de Matipó – MG. VIII Fórum Acadêmico da Universidade Vértice, v. II, n.1, p.79-87, 2015. FRANCISCO, T. M. S.; FOLLMANN, J. I.; GONÇALVES, T. M. A praça, a poética e os processos de identidade: desvelando aspectos da identidade urbana. Revista Ra’e Ga, Curitiba, v. 31, n. 1, p. 91-116, Ago., 2014. MAGALHÃES, R. A. A farsa: a história do município de Matipó – MG de 1840 à1994. ZAS Gráfica e editora. Juiz de fora. 164 p. MARCHI, C. F. A praça – o espaço público da sociabilidade. Disponível em: http://ipiu.org.br/pesquisas/espacos-publicos/a-praca-o-espaco-publico-da-sociabilidade/>. Acesso em: 06 de jul. 2016. VIERO, V. C.; BARBOSA FILHO, L. C. Praças públicas: origem, conceitos e funções. In: JORNADA DE PESQUISA E EXTENSÃO. Anais... ULBRA. Santa Maria, p.1-3, 2009. ___. Nova administração municipal mostra competência em Matipó. Tribuna do Leste. n. 785, 10 de setembro de 1989. ___. Prefeito Municipal recupera a praça Padre Fialho. MACHT-PÓO: O jornal de Matipó. Matipó. n. 8. p. 2. Agosto de 1989.
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CRESCIMENTO DE MUDAS DE REPOLHO ‘CAPITATA’ EM SUBSTRATOS ALTERNATIVOS
Rogério Gomes Pêgo – Graduado em Engenharia Agronômica, Mestre em Fisiologia Vegetal. Doutorando em Fitotecnia. Professor Faculdade Vértice-
UNIVÉRTIX. Iandra Mikaela Cruz Reis, Marcos Túlio Mendes Maciel, Patrícia Aparecida G.
Monteiro, Vitor Viana Leite, Franciele Gomides Fialho – Graduandos do curso de Agronomia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Irlane Bastos Costa – Engenheira Agrônoma. Mestre e Doutora em Genética e Melhoramento de Plantas pela Universidade Federal de Viçosa. Professora da
Faculdade Univértix [email protected]
RESUMO O presente trabalho teve como objetivo avaliar substratos alternativos para desenvolvimento de mudas de repolho (Brassica Oleracea) ‘capitata’. O repolho constitui a Brassicaceae de maior relevância econômica no Brasil, sendo excelente fonte de vitaminas essenciais. O experimento foi conduzido no campo experimental da Faculdade Vértice – Univértix, usando o DIC - Delineamento Inteiramente Casualizado, com quatro tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos utilizados foram constituídos da seguinte maneira: T1 = areia e solo; T2 = solo e esterco; T3 = solo, areia e esterco; T4 = substrato comercial. Todos os substratos foram preparados na proporção 1:1 (v:v) com exceção do substrato comercial, que foi utilizado segundo as recomendações do fabricante. Ao fim do período de plantio das mudas foi avaliado a altura a planta, o maior comprimento de raiz, o número de folhas, o diâmetro do caule e a massa seca da muda. A partir das variáveis analisadas, foi possível observar que o substrato comercial e o substrato solo e esterco obtiveram melhores resultados para o desenvolvimento de mudas de repolho ‘capitata’.
PALAVRAS-CHAVE: substratos alternativos; repolho ‘capitata’; Brassica oleracea.
INTRODUÇÃO
O repolho (Brassica Oleracea) var. capitata constitui a espécie de maior
representatividade econômica da família Brassicaceae, é fonte de importantes
vitaminas essenciais como A, B1, C. Originou-se na Europa e Ásia, sendo uma
espécie herbácea com folhas arredondadas que tem sua produção mais expressiva
nas regiões Sul e Sudeste do Brasil (VIDIGAL, PEREIRA, PEDROSA, 2007). De
acordo com FILGUEIRA (2007), a cultura foi inicialmente produzida em regiões de
temperaturas mais baixas, alterações de gene, porém, criaram cultivares mais
resistentes e menos restritas à época de plantio.
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Essa hortaliça é propagada por sementes e seu cultivo comercial depende a
produção de mudas em recipientes. A produção de mudas de qualidade está
diretamente ligada à utilização de substratos. No entanto, atualmente novos
materiais estão sendo estudados para produção de mudas e substratos alternativos
visando a sustentabilidade da produção agrícola (Cunha, Galo e Guimaraes, 2014).
Por isso, é importante a o estudos de diferentes materiais que possibilitem a
produção de mudas de repolho de qualidade em recipientes visando a eficiência da
produção dessa olerícola (Freitas et al., 2013).
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A propagação de repolho ocorre pela produção de mudas em substrato, sendo
essa uma importante técnica para o sucesso da cultura. Substrato é todo
componente sólido que proporciona à muda condições para seu desenvolvimento
radicular, seja este natural ou artificial (ABAD e NOGUERA, 1998 citado por
BEZERRA, 2003), e que forneça os nutrientes, água e o oxigênio necessário à seu
crescimento (BEZERRA, 2003). O substrato para a produção de mudas de
qualidade também deve ser livre de agentes causadores de doenças, fácil de
adquirir e transportar, além de ter textura e pH adequados (SILVA, PEIXOTO,
JUNQUEIRA, 2001).
O esterco animal é muito utilizado no Brasil, juntamente com solo, na produção
de mudas de diferentes espécies (PAULUS et al., 2011). É uma opção econômica
que traz consigo alguns benefícios, como manter a fertilidade do solo e melhorar
suas características físicas e químicas (ARAUJO, 2011).
A areia também é um componente viável na composição de substratos para
produzir mudas, pois além de barata permite areação nas raízes (FACHINELLO et
al., 1994 citado por PAULUS, 2011; LIMA et al., 2003 citado por PAULUS, 2011),
porém, segundo PAULUS, 2011, quando usada sozinha, ou acompanhada
unicamente de solo comum, não constituem substratos ideais para o
desenvolvimento das mudas.
O uso de substratos alternativos também é vantajoso na medida em que
contribui para diminuir a retirada de componentes direto da natureza. Porém, alguns
materiais utilizados na mistura de substratos podem ser carentes de nutrientes
essenciais ou não ter características físicas e químicas necessárias. Muitos
produtores tem o hábito de suprir esses substratos com os componentes que lhes
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faltam, tendo em vista produzir mudas mais saudáveis e que suportam melhor os
estresses causados por ocasião do transplantio. Fatores como aeração, retenção
de umidade, pH adequado, condutividade elétrica influenciam diretamente no
desempenho do substrato como meio de sustentação da muda. A condutividade
elétrica, por exemplo, é relacionada à quantidade de sais disponíveis, a
condutividade inadequada pode comprometer o desenvolvimento da planta. Outro
fator condicionante do bom desenvolvimento da muda, o pH, em níveis elevados
atrapalha o desenvolvimento da raiz (BEZERRA, 2003).
Desta forma, o objetivo deste trabalho foi determinar o melhor substrato
alternativo para produção de mudas de repolho ‘capitata’.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Campo Experimental da Faculdade Vértice –
Univértix, localizado na cidade de Matipó, região da Zona da Mata Mineira, Latitude:
20º 18' 40.6"S Longitude: 42º 19' 16.4"W.
Foram utilizadas sementes de repolho ‘capitata’. Para o experimento quatro
tipos de substratos foram testados que constituíram os seguintes materiais: solo de
barranco foi coado previamente, o esterco, a areia e o substrato comercial foram
retirados do local onde estavam armazenados.
Os tratamentos foram constituídos da seguinte forma: T1 = areia e solo de
barranco; T2 = solo de barranco e esterco; T3 = solo de barranco, areia e esterco;
T4 = substrato comercial. Todos os substratos foram preparados na proporção 1:1
(v:v) à exceção do substrato comercial que foi utilizado conforme as recomendações
do fabricante. Os tratamentos preparados foram depositados em copos
descartáveis de 200 ml, todos eles com pequenos furos no fundo e identificados de
acordo com o tratamento e repetição que estavam armazenando. Foram semeadas
quatro sementes por copo, a aproximadamente 1cm de profundidade; a irrigação foi
feita manualmente com o auxílio de um regador, uma vez por dia, geralmente
durante a manhã.
As plantas foram cultivadas durante 21 dias, a contar do dia de semeadura até
a coleta dos dados, em que as unidades experimentais foram armazenadas em
bancada de cimento, dentro de uma casa de vegetação, com ambiente controlado e
homogêneo, em que o único fator variante foram os tratamentos. As mudas foram
desbastadas aos 15 dias de plantio. Ao fim dos 21 dias, foram analisadas as
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seguintes variáveis: altura da planta a contar do solo, número de folhas, diâmetro do
colo, comprimento de raiz e massa seca.
Para análise foram usados uma régua graduada de 30cm e um paquímetro. A
altura foi medida a partir da superfície do solo até a maior altura da planta; foi
considerado o número total de folhas desconsiderando-se a folha cotiledonar; o
diâmetro foi medido no colo da planta, a parte logo acima do substrato; o
comprimento de raiz foi medido considerando a maior raiz; após a coleta destes
dados as plantas foram armazenadas em sacos de papel identificados e depositadas
em estufa, a uma temperatura média de 70°C por um período de 48h, após a
secagem as mesmas foram pesadas para obter a massa seca.
O delineamento experimental utilizado foi o DIC – Delineamento Inteiramente
Casualizado com quatro tratamento e cinco repetições sendo uma planta por
parcela. A análise estatística foi realizada pela análise de variância pelo teste F e as
médias comparadas pelo teste de Tukey à 5% de probabilidade.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Segundo a análise dos dados observados, houve diferença significativa entre
os substratos, tendo o substrato comercial demonstrado maior eficiência no
crescimento em altura das mudas em relação ao solo e areia. Os substratos solo e
esterco, areia, solo e esterco e o substrato comercial não apresentaram diferença
significativa entre eles, sendo estatisticamente iguais (Figura 1).
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Figura 1: Médias de crescimento em altura de mudas de repolho ‘capitata’ em
substratos alternativos. As médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre
si pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
O substrato comercial apresenta menor densidade e, por isso, pode favorecer o
crescimento de plantas em altura, e apresentar melhor desempenho quando
comparado ao solo e areia. De acordo com TESSARO et al., (2013) o substrato
comercial demonstrou a mesma capacidade de nutrição para o crescimento em
altura que os substratos alternativos utilizados na produção e desenvolvimento de
mudas de couve chinesa, uma Brassica com características semelhantes ao repolho
‘capitata’. Segundo SOARES et al. (2009) substrato composto com esterco bovino
obteve melhor desempenho no crescimento da parte aérea de mudas de repolho em
relação ao substrato comercial.
Os dados coletados em relação ao número de folhas demonstraram diferença
significativa entre os substratos utilizados, sendo o substrato solo e esterco superior
em relação à areia e solo. Os substratos areia e esterco, areia, solo e esterco e
substrato comercial são estatisticamente iguais, não apresentando nenhuma
diferença significativa entre eles (Figura 2).
Figura 2: Médias do número de folhas de mudas de repolho ‘capitata’ em substratos
alternativos. As médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si pelo
teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
Segundo TRANI et al. (2004) citado por TESSARO et al. (2013) os substratos
comerciais são recomendados para todas as culturas, sem observar as exigências
específicas de cada uma, sendo assim, substratos alternativos compostos de
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diversos materiais orgânicos podem ter em sua composição mais nutrientes
necessários ao desenvolvimento da muda que os comerciais. Para SOARES et al.
(2009) o substrato composto por resíduos de esterco bovino obteve melhor
desempenho para a variável número de folhas, se comparado aos outros substratos
testados, incluso o substrato comercial. TESSARO et al. (2013) também observou a
eficiência de substratos alternativos na análise do número de folhas, se comparados
ao substrato comercial.
Os substratos testados não apresentaram diferença significativa para a variável
diâmetro do caule, sendo estatisticamente iguais (Figura 3). Contudo, TESSARO et
al. (2013) obteve melhores resultados para substratos alternativos em relação ao
desenvolvimento do diâmetro do caule se comparados ao substrato comercial, que
de forma geral teve desempenho inferior aos alternativos testados.
Figura 3: Médias do diâmetro do caule de mudas de repolho ‘capitata’ em substratos
alternativos. As médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si pelo
teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
Para a variável massa seca, os substratos não apresentaram nenhuma
diferença significativa. Suas médias foram estatisticamente iguais (Figura 4).
SOARES et al (2009) observaram melhores resultados para substratos orgânicos
compostos por resíduos de bovinos se comparados ao substrato comercial.
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Figura 4: Médias do peso da massa seca de mudas de repolho ‘capitata’ em
substratos alternativos. As médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre
si pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
As médias dos resultados obtidos pela variável comprimento de raiz foram
estatisticamente iguais (Figura 5). Porém, TESSARO et al., (2013) observou
diferenças significativas entre os substratos alternativos e o substrato comercial,
tendo os alternativos obtido melhores resultados em relação ao substrato comercial
testado para o peso da massa seca.
Figura 5: Médias do crescimento de raiz de mudas de repolho ‘capitata’ em
substratos alternativos. As médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre
si pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
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CONCLUSÃO
A partir das variáveis analisadas, foi possível observar que o substrato
comercial e o substrato solo e esterco obtiveram melhores resultados para o
desenvolvimento de mudas de repolho ‘capitata’.
REFERÊNCIAS
ARAUJO, Aridouglas dos Santos et al. Substituição de nitrogênio por esterco bovino na produtividade de forragem e qualidade do solo. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, Salvador, v. 12, n. 4, p. 852-866, out./dez.2011.
BEZARRA, Fred Carvalho. Produção de Mudas de Hortaliça em Ambiente Protegido. Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical, 2003. 22 p.
CUNHA, C.; GALLO, A. S.; GUIMARÃES, N. F.; SILVA, R. F. Substratos alternativos para
produção de mudas de alface e couve em sistema orgânico C. Scientia Plena, v. 10, n. 11., p.
1 – 9, 2014.
FILGUEIRA, Fernando Antonio Reis. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. 3. ed. rev. e ampl. Viçosa: UFV, 2007. 421 p. FREITAS, G. A.; SILVA, R. R.; BARROS, H. B.; VAZ-DE-MELO, A.; ABRAHÃO, W. A. P. Produção de mudas de alface em função de diferentes combinações de substratos. Revista Ciência Agronômica, v. 44, n. 1, p. 159-166, jan-mar, 2013 PAULUS, D et al. Avaliação de substratos orgânicos na produção de mudas de hortelã (Menthagracillis R. Br. e Menthaxvillosa Huds.). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v. 13, n. 1, p. 90-97, 2011.
SILVA, Rogério Pereira da; PEIXOTO, José Ricardo; JUNQUEIRA, Nilton Tadeu Vilela. Influência de diversos substratos no desenvolvimento de mudas de maracujazeiro azedo (Passiflora edulis Sims f. flavicarpa DEG). Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 23, n. 2, p. 377-381, ago/2011.
SOARES, Lara Regina et al. Avaliação de Substratos Alternativos para Produção de Mudas de Repolho. Revista Brasileira de Agroecologia, v. 4, n.2, p. 1780-1783, nov./2009
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TESSARO, Dinéia et al. Produção agroecológica de mudas e desenvolvimento a campo de couve-chinesa. Ciência Rural, Santa Maria, v. 43, n. 5, maio/2013.
VIDIGAL, Sanzio Mollica; PEREIRA, Paulo Roberto Gomes; PEDROSA, Marinalva Woods. Repolho. In: JÚNIOR, Trazilbo José de Paula; VENZON, Madelaine (Coord). 101 Culturas: Manual de tecnologias agrícolas. Belo Horizonte: EPAMIG, 2007, 800p.
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SUBSTRATOS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PIMENTÃO ‘Cascadura Ikeda’
Rogério Gomes Pêgo – Graduado em Engenharia Agronômica, Mestre em Fisiologia Vegetal. Doutorando em Fitotecnia. Professor Faculdade Vértice-
UNIVÉRTIX. Aline Aparecida Martins, José Moisés Rocha Silva, José Leonardo Rodrigues
Gomides – Graduandos do curso de Agronomia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Irlane Bastos Costa – Engenheira Agrônoma. Mestre e Doutora em Genética e
Melhoramento de Plantas pela Universidade Federal de Viçosa. Professora da Faculdade Univértix
email: [email protected] RESUMO Os substratos tem sido estudados como alternativa para a produção de mudas. Objetivou-se avaliar o desenvolvimento de mudas de Pimentão ‘Cascadura Ikeda’ em quatro diferentes substratos: T1: solo + areia 1:1 (v:v), T2: solo + esterco bovino 1:1 (v:v), T3: solo + areia + esterco bovino 1:1:1 (v:v) e T4: substrato comercial. Aos 30 dias após a semeadura foram avaliadas as seguintes características: altura da planta (cm), número de folhas, diâmetro do caule (mm), comprimento da raiz (cm) e massa seca (g). O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente casualizado. Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste de F e as médias comparadas pelo teste Tukey à 5% de probabilidade utilizando o programa SISVAR. Na maioria dos parâmetros avaliados não houve diferença significativa entre os substratos. O tratamento substrato comercial produziu mudas mais vigorosas aos 30 dias, entretanto comparado aos tratamentos solo + areia e solo + areia + esterco não houve diferença significativa podendo ser uma alternativa de substratos mais baratos.
PALAVRAS-CHAVES: Capsicum annuum; Propagação; Viabilidade; Substratos,
Sustentabilidade.
INTRODUÇÃO
O pimentão (Capsicum annuum L.) obteve sua origem na América Central
tendo seu início no Chile e no México, subsequentemente sofreu grande
disseminação em outros países do mundo, como os Estados Unidos, Itália, Japão e
Índia (DAG e KAMMER, 2001). No Brasil o pimentão é uma cultura que pode ser
encontrada em toda a extensão territorial nacional, no entanto a região sudeste
concentra os principais grandes produtores (ECHER et al., 2002).
Dentre as dez principais hortaliças de maior importância econômica no
comercio nacional o pimentão possui posição de destaque (ECHER et al., 2002)
atingindo grande participação no território produtivo (13,1 mil hectares) de hortaliças
do Brasil (DAG e KAMMER, 2001).
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A propagação de mudas de pimentão ocorre exclusivamente em recipientes
preenchidos com substratos, que na sua grande maioria utiliza-se substratos
comerciais. No entanto, existe a possibilidade da utilização de substratos
alternativos para a produção de mudas dessa espécie (Santos et al., 2010).
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Substâncias químicas presentes no pimentão que atribuem sabor, aroma e
cor aos alimentos é um dos motivos de sua importância (FINGER; SILVA, 2005),
além de ser uma ótima fonte de vitamina A e C (COÊLHO et al., 2013). Esta
hortaliça é geralmente consumida no Brasil como fruto verde, e quando maduros,
além de frutos vermelhos ainda existem frutos coloridos que vaiam do marfim ao
púrpura, como por exemplo cor creme, amarela e laranja, e apresentando três
principais formatos: retangular, cônico e quadrado (MAROUELLI; SILVA, 2012).
A produção de mudas tornou-se uma das fases de maior relevância em todo o
sistema produtivo (SILVA JUNIOR et al., 1995) o que influência diretamente na
função nutricional e produtiva da cultura. (SILVEIRA et al.,2002). A substituição do
solo por substratos em recipientes para a produção de mudas tem trazido melhoras
na qualidade das mesmas (SMIDERLE et al., 2001), os substratos comerciais são
avaliados como os de melhor qualidade, entretanto o agricultor pode desenvolver um
substrato adequado, de menos custo e com materiais de fácil acesso (ARAÚJO
NETO, 2009).
O substrato em suas diferentes fases deve conferir a conservação do sistema
radicular e equilíbrio da planta, o fornecimento de água, nutrientes e oxigênio,
transportes de gases entre a raiz e o meio externo (LAMAIRE, 1995). Para Araújo
Neto (2009) existe a necessidade do uso de uma mistura de matérias para se
alcançar o substrato próximo ao ideal, pois dificilmente se encontrará um com todas
as características necessárias.
Segundo Silva (2008) é importante observar as características físicas e
químicas dos substratos, pois são fatores que implicam diretamente na qualidade
das mudas produzidas. Com isso para a produção de mudas de qualidade é
fundamental a averiguação do melhor substrato ou combinação de substratos para
cada espécie (SMIDERLE et al., 2001).
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O objetivo do presente trabalho foi avaliar o desenvolvimento inicial das
mudas de pimentão submetidos a quatro diferentes tipos de substratos, avaliando
cinco variáveis distintas.
MATERIAIS E MÉTODOS
O experimento foi montado em casa de vegetação, no Campo Experimental
da Faculdade Vértice – Univértix, localizado na Zona Rural da cidade de Matipó –
MG, no período de 12 de março à 12 de abril de 2016.
Para o experimento foi utilizado o Pimentão ‘Cascadura Ikeda’. Como
recipientes, foram utilizados copos plásticos de 200ml, com quatro furos de
drenagem no fundo confeccionados com o auxílio de uma tesoura, para a drenagem
da água. Em cada recipiente foram semeadas quatro sementes, que aos vinte dias
após a germinação foram desbastadas deixando apenas a muda mais vigorosa por
recipiente.
Os tratamentos utilizados foram compostos com as seguintes misturas de
substratos: T1: solo + areia 1:1 (v:v), T2: solo + esterco bovino 1:1 (v:v), T3: solo +
areia + esterco bovino 1:1:1 (v:v) e T4: substrato comercial.
As mudas foram mantidas em casa de vegetação, sobre bancada e irrigadas
diariamente com 50ml de água. Aos 30 dias após a semeadura foram avaliadas as
seguintes características: altura da planta (cm), número de folhas, diâmetro do caule
(mm), comprimento da raiz (cm) e massa seca (g).
Para avaliar a altura da planta utilizou-se como medida uma régua graduada
em centímetros, tomando como referência a superfície do substrato até a maior
altura da planta. Para o número de folhas contagem direta. O diâmetro do caule foi
avaliado com a ajuda de um paquímetro manual em milímetros, tomando-se como
referência de avaliação os mesmos locais nos caules de todas as plantas. Para o
comprimento da raiz foi utilizada uma régua graduada em centímetros, medindo do
colo ao extremo da raiz. A massa seca foi obtida após a secagem em estufa de
ventilação forçada à 70°C, até atingirem peso constante, procedendo a pesagem em
balança eletrônica de precisão.
O delineamento utilizado foi o Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC),
com quatro tratamentos e cinco repetições sendo uma planta por parcela. Os dados
foram submetidos à análise de variância pelo teste de F e as médias comparadas
pelo teste Tukey à 5% de probabilidade utilizando o programa SISVAR.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para a variável altura de plantas (Figura 1), os substratos tiveram o mesmo
resultado, não apresentando diferença significativa. Entretanto Medeiros et al.,
(2013), avaliando mudas de tomateiro constataram que os substratos alternativos
areia lavada e compostos orgânicos foram melhores que o substrato comercial
(Plantmax®) pra esta variável.
Figura 1: Altura de plantas de mudas de pimentão ‘Cascadura Ikeda’ em diferentes
substratos. Médias seguidas por mesmas letras maiúsculas não diferem
estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Para número de folhas (Figura 2), não houve diferença significativa entre os
substratos. No entanto Barros Júnior et al., (2008) constataram um melhor
rendimento para os substratos compostos orgânicos comparando com o substrato
comercial, avaliando a produção mudas de pimentão.
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Figura 2: Número de folhas de mudas do Pimentão ‘Cascadura Ikeda’ em diferentes
substratos. Médias seguidas por mesmas letras maiúsculas não diferem
estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Para diâmetro do caule os substratos se comportaram da mesma forma, não
apresentando diferença entre si. No entanto Reis, Rodrigues e Reis (2014) avaliando
mudas de maracujazeiro amarelo constataram que os substratos alternativos são
melhores que os comerciais para a variável em estudo.
Figura 3: Diâmetro do caule de mudas do Pimentão ‘Cascadura Ikeda’ em
diferentes substratos. Médias seguidas por mesmas letras maiúsculas não diferem
estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Para a variável comprimento da raiz (Figura 4) houve diferença significativa
entre os substratos, sendo que o substrato comercial apresentou melhor resultado
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em relação a mistura composta por solo + esterco. Os substratos solo + areia, solo +
esterco + areia e substrato comercial não diferiram estatisticamente entre si, com as
respectivas médias 14,34 cm, 8,42 cm e 7,70 cm. Os resultados obtidos por Braun et
al., (2010), que constataram que a utilização do substrato comercial Plantmax®
permitiu um bom desenvolvimento do sistema radicular de mudas de tomateiro
concordado com os resultados obtidos neste trabalho.
Figura 4: Comprimento da raiz de mudas do Pimentão ‘Cascadura Ikeda’ em
diferentes substratos. Médias seguidas por mesmas letras maiúsculas não diferem
estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Para massa seca da muda, não houve diferença significativa entre os
substratos. Resultado semelhante ao de Crispim et al., (2015) que ao estudarem
mudas de pimenteira ornamental, não observaram diferença significativa para a
variável em estudo.
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Figura 5: Massa seca de mudas do Pimentão ‘Cascadura Ikeda’ em diferentes
substratos. Médias seguidas por mesmas letras maiúsculas não diferem
estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
CONCLUSÃO
Conclui-se que o substrato comercial apresentou melhor resultado comparado
ao substrato solo + esterco para a produção de pimentão ‘Cascadura Ikeda’. No
entanto ele não difere dos substratos solo + areia e solo + areia +esterco o que pode
ser uma boa alternativa para a produção de substratos mais baratos, uma vez que
eles não prejudicam o desenvolvimento da muda.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO NETO, Sebastião Elviro et al. Produção de muda orgânica de pimentão com diferentes substratos. Ciência Rural, Santa Maria, v.39, n.5, p.1408-1413, agosto. 2009. BRAUN, Heder et al. Produção de mudas de tomateiro por estaquia: efeito do substrato e comprimento de estacas. IDESIA, Chile, v. 28, n.1, janeiro-abril. 2010. BARROS JÚNIOR, Aurélio Pais et al. Utilização de compostos orgânicos no crescimento de mudas de pimentão. Revista Caatinga, Mossoró, v.21, n.2, p.126-130, abril-junho. 2008. COÊLHO, João Luiz de S. et al. Diferentes substratos na produção de mudas de pimentão. ACSA – Agropecuária Científica no Semi-Árido,Campina Grande, v.9, n.2, p.01-04, abril – junho. 2013.
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CRISPIM, Joelson Germano et al. Utilização de substratos alternativos na produção de mudas de pimenteira ornamental (Capsicum sp L.).Cadernos de Agroecologia, Bananeiras, v.10, n.2, abril-maio. 2015. DAG, A.; KAMER, Y. Comparison between the effectiveness of honeybee (Apismellifera) and bumblebee (Bombusterrestris) as pollinators of greenhouse sweet pepper (Capsicum annuum). American Bee Journal, Hamilton, v.141, n.6, p.447-448. 2001. ECHER, Márcia M. et al. Avaliação de genótipos de Capsicum para resistência ao ácaro branco. Horticultura Brasileira, Brasília, v.20, n.2, p.217-221, junho. 2002. FINGER, F. L.; SILVA, D. J. H. Cultura do pimentão e pimentas. In: FONTES, Paulo Cezar Rezende. (ed.). Olericultura: teoria e prática. Viçosa: UFV, 2005. Cap. 27, p. 429-437. LAMAIRE, F. Physical, chemical and biological properties of growing médium. Acta Horticulturae, v. 396, p. 273-284. 1995. MAROUELLI, Waldir A.; SILVA, Washington L. C. Irrigação na cultura do pimentão. Circular Técnica 101. Brasília, março. 2012. MEDEIROS, Damiana Cleuma et al. Qualidade de mudas de tomate em função do substrato e irrigação com efluente de piscicultura. Revista brasileira de Agroecologia, v. 8, n.2, p.170-175. 2013 REIS, Janaine Myrna Rodrigues; RODRIGUES, Jaqueline Fátima; REIS, Marcelo de Almeida. Produção de mudas de maracujazeiro amarelo com diferentes substratos. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.10, n.18; p. 242-2428. 2014. SANTOS, M.R. et al. Produção de mudas de pimentão em substratos à base de vermicomposto. Biocience Jounal, Uberlândia, v. 26, n. 4, p. 572-578, July/Aug. 2010 SILVA, Elizângela Aparecida et al. Germinação da semente e produção de mudas de cultivares de alface em diferentes substratos. Ciências Agrárias, Londrina, v. 29, n. 2, p. 245-254, abril/junho. 2008. SILVA JÚNIOR, A. A.; MACEDO, S. G.: STUKER, H. Utilização de esterco de peru na produção de mudas de tomateiro. Boletim Técnico,73. Florianópolis: EPAGRI, 28p. 1995. SILVEIRA, Elineide B. et al. Pó de coco como substrato para produção de mudas de tomateiro. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 20, n. 2, p. 211-216, junho. 2002. SMIDERLE, Oscar José et al. Produção de mudas de alface, pepino e pimentão em substratos combinando areia, solo e Plantmax®. Horticultura Brasileira, v.19, n.3, p.253-257, novembro. 2001.
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ASSOCIAÇÃO DE DIFERENTES PROTOCOLOS DE TRATAMENTOS DE PAPILOMATOSE CULTÂNEA BOVINA
Bruno Silva Freitas, Janio Ricardo Alves Filho, Marcos Augusto de Azevedo Junior, Lorena Meira Silveira, Amanda Carvalho Procopio Schittini, Vinicius Rodrigues Ferreira- Graduando em Medicina Veterinária na Faculdade Vértice –
Univértix
Rogério Oliva Carvalho – Graduado em Medicina Veterinária, mestre e doutor em Medicina Veterinária. Professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade
Vértice
RESUMO
A cada dia o rebanho brasileiro vem crescendo cada vez mais, tanto na bovinocultura de leite quanto na bovinocultura de corte e com isso vem aumentando os problemas relacionados à produção, que consequentemente interfere na qualidade do rebanho. Dentre os problemas podemos citar doenças infecciosas, algumas patologias envolvendo a área da reprodução e não menos importante afecções de pele. O presente trabalho nos trás informações e resultados sobre o Papilomavirus bovino (papilomatose). No decorrer do desenvolvimento e execução do trabalho, fez-se a utilização de 24 animais, divididos em 6 grupos com 4 para se fazer os devidos métodos de tratamento a serem testados utilizando protocolos diferentes. Os animais eram de raças mestiças (Zebu X Europeu) ou puras, de ambos os sexos portadores de papilomas planos ou pedunculados. Os animais de cada grupo foram submetidos aos seguintes tratamentos: grupo A – hemoterapia, grupo B – clorobutanol, grupo C – levamisol, grupo D– hemoterapia + clorobutanol, grupo E- hemoterapia+levamisol e grupo F – clorobutanol+levamisol.Após analise dos resultados constatou-se que a hemoterapia não apresentou resultados positivos, porém, os demais grupos mostraram redução tanto no tamanho quanto na quantidade dos papilomas.
PALAVRAS-CHAVE: Papilomavirus, clorobutanol, levamisol, hemoterapia
INTRODUÇÃO
O Brasil ocupou o 5° lugar de maior produtor de leite do mundo em 2014, com
uma taxa de crescimento de 2,7% em relação ao ano anterior, (EMBRAPA, 2015). O
leite esta entre os seis produtos na agropecuária brasileira. Para cada dólar de
aumento na produção do sistema agroindustrial do leite, há um crescimento
aproximadamente cinco dólares no aumento no PIB. A produção de leite brasileira e
responsável por 6,7 bilhões de reais dentre o total do PIB brasileira (BARBOSA et
al., 2010).
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De acordo com IBGE (2014) a pecuária de corte também apresenta grande
importância, sendo que, no 4º trimestre de 2013, o abate de bovinos no Brasil atingiu
pela terceira vez consecutiva recorde na série trimestral, com a marca de 8,888
milhões de cabeças abatidas. Esse valor foi 0,3% maior que o recorde do trimestre
anterior (8,859 milhões de cabeças) e 8,6% superior ao valor registrado no 4º
trimestre de 2012. Nos comparativos anuais dos mesmos trimestres, o 4º trimestre
de 2013 foi o nono trimestre consecutivo em que tem sido observado aumento da
quantidade de bovinos abatidos, confirmando o bom desempenho da bovinocultura
brasileira.
A bovinocultura é de grande importância na economia do pais. Para tornar as
atividades economicamente viável, eficiente e rentável é necessário que o criador
tenha o mínimo de conhecimento sobre alguns dos fatores que podem estar
relacionados às constantes perdas (SILVA, 2008). Como a papilomatose que será
destaque nesse trabalho.
O crescente transito de animais entre estados em função da comercialização
em feira agropecuária e leilões propicia o contagio da papilomatose cutânea bovina.
Uma enfermidade infectocontagiosa, crônica, de natureza fibroepitelial, de caráter
tumoral benigno, provindo de um vírus da família Papovavíridea, representante de
uma infecção cosmopolita conhecida vulgarmente, por verruga ou figueira bovina.
Papilomatose apresenta ocorrência em diversas espécies, como bovinos, equinos,
caprinos e cães, sem restrições depreferencia, podendo acometer em ambos os
sexos, mas tem sido observado com mais frequência em bovinos com idade inferior
a dois anos. (ROSENBERG, 1989; SMITH, 1994; RADOSTITS et al., 2000).
Segundo Mendes, (2000) essa doença apresenta grandes prejuízos
econômicos, animais que com grandes números de verrugas tornam-se
esteticamente depreciado, perdendo seu valor comercial. Levando também em
conta aos papilomas que infestam na região prepúcio, testículo, pênis, úbere e tetas
perdendo o seu valor zootécnico.
De acordo com as grandes perdas econômicas, esse trabalho tem como
objetivo avaliar os potenciais terapêuticos da auto- hemoterapia, clorobutanol e
levamisol e suas associações no tratamento da papilomatose cutânea bovina.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
PAPILOMATOSE BOVINA
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A papilomatose é uma enfermidade infectocontagiosa cosmopolita, crônica,
de natureza fibroepitelial tumoral benigna, mas pode ocorre regressão sob
condições especiais, podendo se transformar em tumores malignos. Conhecida
vulgarmente como verruga ou figueira. O agente etiológico da enfermidade é um
vírus pertencente à família Papovaviridae, gênero Papilomavírus bovino (BPV) que
causa lesões hiperplásicas no epitélio cutâneo dos animais (ALMEIDA et al., 2010,
SILVA 2008). De acordo com WITTMANN, (1999) em 1961, foi obtida a identificação
sorológica do vírus e, em 1963, foi possível a observação da estrutura viral ao
microscópico eletrônico.
Segundo Silva (2008) o Papilomavirus bovino constitui um grupo de vírus de
DNA dupla fita circular com tamanho próximo 8 kilobase de peso molecular com
cerca 5,2x 106 daltons.
Atualmente, existem 10 tipos BPV (BPV-1 a 10) descritos na literatura.
Originalmente, os BPV foram classificados em dois subgrupos, A e B, tomando-se
como base a sua estrutura genômica e a patologia. O subgrupo A e compreendido
pelos tipos 1, 2 e 5, os quais definidos como fibropapilomavírus por infectarem tanto
o epitélio como a subdérmica, formando fibropapilomas. O subgrupo B compreende
os tipos 3, 4 e 6 por serem epteliotrópicos e infectarem apenas células epiteliais
(CAMPO, 2002).
A replicação do vírus ocorre nas células basais do epitélio, estimulando a
divisão celular provocando a hiperproliferação, crescimento excessivo dessas
células, formando as verrugas ou papilomas (CAMPO, 2002). O termo papiloma
deriva do latim papila que significa pústula e o sufixo – Oma que significa tumor
benigno (WITTMANN, 1999)
Estes tumores cutâneos manifestam em diferente formato, pontiagudos ou
então com semelhança de uma couve flor em diversos tamanhos, desde um
milímetro a vários centímetros de diâmetro, classificando estes, planos e
pedunculados. Doença que vem apresentando cada vez mais incidência no rebanho
brasileiro (OLIVEIRA et al., 2007; CAPPELARO et al., 1978).
Quando os papilomas estão localizados no úbere e tetas de vacas em
lactação deixam a região mais suscetível às infecções secundarias como a mastite,
considera a infecção que mais acomete o rebanho e um dos principais problemas
para a produção de leite em função das perdas econômicas causadas como
descarte de animais e gastos com medicamentos. Entre os outros aspectos
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negativos decorrentes da doença, também a contaminação da pele por bactérias,
fungos e as conhecidas “bicheiras”, que provocam inflamações, pus e cheiro
desagradável, causando também a perda de peso dos animais. Neste sentido, os
produtores devem estar atentos para o manejo
correto do rebanho, evitando trânsito intenso desses animais (VEIGA, 2013).
TRATAMENTO
Essa doença não apresenta tratamento especifico, podendo ser por diversos
protocolos ou por remoção cirúrgica. Existi teoria de que este método provocaria
rejeição ao agente etiológico encontrado nos papilomas (OLIVEIRA, 2002).
A auto-hemoterapia é um método que consiste na retirada de sangue por
punção venosa, imediatamente aplicando no musculo. Ressalta que nesse caso,
doador e o receptor são o mesmo individuo (LEITE, 2008). De acordo com Santin e
Brito (2004), acredita-se que esta técnica promove um estimulo proteínico
inespecífico, e em casos de doenças inflamatórias crônicas, promove a reativação
orgânica. O produto da degradação eritrocitária estimula a eritropoiese e ativa o
sistema imune normal, permitindo a manutenção da homeostasia.
A utilização da vacina autógena mostrou-se eficiente no tratamento da
papilomatose bovina isso porque nas verrugas coletadas, estão presentes as cepas
que ocorrem na região, e a imunidade das cepas não confere, necessariamente,
proteção contra outras cepas (MARINS, 2004). As proteínas virais mantiveram-se a
mesma durante a preparação da vacina, estimulando o sistema imunológico quando
a inoculando no animal produzindo se assim uma resposta humoral e celular
(SMITH, 1990).
Quanto ao levamisol é um fármaco anti-helmíntico de amplo espectro utilizado
no tratamento de parasitose intestinal, infecções crônicas e doenças neoplásicas.
Porem este fármaco atua no sistema imunológico semelhante ao hormônio
timopoietina, produzido no timo. Estimula a ação dos linfócitos T e a reposta aos
antígenos (TIZARD, 2002).
Dentre os fármacos utilizados o clorobutanol tem apresentado resultados
significativos em animais acometidos (VIANNA, 1997). Clorobutanol é um álcool
obtido pela reação de acetona e clorofórmio. Apresenta propriedade anestésica
local, ação antisséptica e efeito quimioterápico contra papilomatose bovina atuando
também no sistema nervoso central, como efeito hipnótico (SANTIN e BRITO,2004;
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SILVA et al., 2004). VIANNA (1996) comenta que esse fármaco atua no metabolismo
celular inibindo a replicação viral, possivelmente aumentando a resposta
imunológica ou a síntese de interferon.
CONTROLE
Devido ser uma doença infectocontagiosao controle dessa enfermidade deve
ser feito por meio de isolamento dos animais acometidos, sendo uma medida
fundamental, pois o contato direto e indireto através de fômites, materiais de
ordenha, cercas, cordas e inclusive das próprias mãos do ordenhador (VENIA et al.,
2007, BOLSON et al.,2007).
METODOLOGIA
AMOSTRA
Esse estudo foi realizado no estado de Minas Gerais, nos municípios de Abre
Campo, Matipó e Miradouro, utilizamos 24 animais com faixa etária superior a 12
meses, de raças mestiças (Zebu X Europeu) de ambos os sexos, portadores de
papilomas planos e pedunculados. Estes 24 animais foram distribuídos em 6 grupos
contendo 4 animais, cada grupo foi submetido a um determinado tratamento. Todos
os animais passaram por uma analise cujo os papilomas foram identificados como
pedunculado ou plano, onde se fez a utilização do paquímetro para medição dos
papilomas. Os grupos foram identificados com brincos: A, B, C, D, E e F.
EXPERIMENTOS E COLETA DE RESULTADOS DOS ANIMAIS
Para cada propriedade foi feito uma ficha de acompanhamento durante todo
experimento, onde foi registrado todos os resultados após 15 dias do inicio do
tratamento, a coleta dos resultados foram feitas no intervalo de 15 dias durante 3
meses. Essa ficha também contem informações do proprietário (nome e endereço),
identificação do animal (nome, raça, sexo, idade e peso) e dados do papiloma
(tamanho, intensidade, formato).
PROTOCOLOS
GRUPO A AUTO-HEMOTERAPIA
Neste grupo o tratamento procedeu por meio de punção da veia jugular
externa ou da veia caudal, colhendo 20 ml de sangue sem anticoagulante e agulha
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descartáveis, posteriormente foi aplicado por via intramuscular na região glútea do
bovino, sendo 4 aplicações com intervalo de 7 dias.
GRUPO B CLOROBUTANOL
O grupo B foi realizado o tratamento de 5 aplicações de 1 ml de clorobutanol
para cada 20 kg de peso vivo, com intervalo de 10 dias através de administração
subcutânea.
GRUPO C LEVAMISOL
Os animais do grupo C recebeu tratamento a base de levamisol, com
administração por via subcutânea de 7,5 mg/kg peso vivo, realizando 4 aplicações,
respeitando o intervalo de 5 dias.
GRUPO D AUTO-HEMOTERAPIA + CLOROBUTANOL
Todos os animais desse grupo passaram pelo tratamento de hemoterapia
mais clorobutanol. Ambos protocolos foram realizados no mesmo dia e o
procedimento terapêutico foi o mesmo desenvolvido no grupo A e B.
GRUPO E AUTO-HEMOTERAPIA + LEVAMISOL
Este grupo recebeu tratamento de auto-hemoterapia juntamente com
levamisol, como citado anteriormente na metodologia, os tratamentos foram
realizados no mesmo dia e de acordo com o procedimento aplicado no grupo A e C.
GRUPO F CLOROBUTANOL + LEVAMISOL
Nos determinados animais do grupo F, submeteu-se o procedimento utilizado
nos grupos B e C. O clorobutanol e o levamisol foram realizados no mesmo dia na
data de inicio.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com analise dos resultados baseados na quantidade de papilomas,
o grupo A não mostrou ser eficiente, pois ocorreu um aumento de 111,11% dos
papilomas, já os grupos B, C, D, E e F apresentaram-se eficientes na redução das
neoplasias como: grupo B 41,16%, grupo C 31,15%, grupo D 27,17%, grupo E
77,78% e grupo F com 38,98%, deixando bem claro que o tratamento com a
hemoterapia individual não consta um resultado positivo, já todos os outros grupos
sendo eles individuais ou conciliados mostraram resultados positivos .
Em relação aos valores referidos na tabela 1, mostra que o grupo F
apresentou maior redução no tamanho dos papilomas do que nos outros grupos, já o
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grupo A não obteve sucesso para redução das neoplasias, porem em associação
com outros tipos de medicamentos citados acima obteve resultado satisfatório.
Tabela 1: Mostra os valores do tamanho inicial e final dos papilomas e os valores em porcentagem da redução dos mesmos no período de 90 dias de tratamento.
Tratamento Media tamanho inicial Media tamanho final Porcentagem redução
Hemoterapia 0,68 0,93 -37,04 Levamisol 0,7 0,29 61,80
Clorobutanol 1,11 0,45 56,65 Hemoterapia +
levamisol 1,09 0,56 48,28
Hemoterapia + clorobutanol
1,03 0,90 76,92
Clorobutanol + levamisol
0,98 0,23 12,20
De acordo com valores referidos na tabela 2, para todos os tratamentos houve uma
redução na quantidade dos papilomas, exceto no grupo da hemoterapia que
apresentou um aumento significativo, sendo estes valores obtidos após 90 dias do
tratamento dos animais.
Tabela 2: Relata os valores médios da quantidade inicial e final dos papilomas e constando a porcentagem de redução no período de 90 dias.
Tratamento Media quantidade inicial
Media quantidade final
Porcentagem redução
Hemoterapia 20,25 42,75 -111,11 Levamisol 15,25 10,50 31,14
Clorobutanol 69,25 40,75 41,15 Hemoterapia +
levamisol 15,75 3,50 77,77
Hemoterapia + clorobutanol
46,00 33,50 27,17
Clorobutanol + levamisol
14,75 9,00 38,98
Na tabela 3 indica a media e o desvio padrão de tamanho e quantidades das
neoplasias, porem analise estatística mostrou que não houve diferença dentro dos
tratamentos (p > 0,05).
Tabela 3: Apresenta os valores de media e desvio padrão relacionados aos tratamentos que foram acompanhados no período de 90 dias.
Tratamento Media e desvio padrão do
tamanho inicial
Media e desvio padrão do
tamanho final
Media e desvio padrão da
quantidade inicial
Media e desvio padrão da
quantidade final
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Hemoterapia 0,68 ± 0,24 0,93 ± 0,94 20,25 ± 17,24 42,75 ± 33,95 Levamisol 0,71 ± 0,33 0,29 ± 0,25 15,25 ± 6,18 10,50 ± 17,71
clorobutanol 1,11 ± 0,42 0,43 ± 0,35 69,25 ± 90,85 40,75 ± 45,59 Hemoterapia +
levamisol 1,09 ± 0,80 0,56 ± 0,37 15,75 ± 25,66 3,50 ± 3,00
Hemoterapia + clorobutanol
1,03 ± 0,52 0,90 ± 0,15 46,00 ± 27,17 33,50 ± 15,55
Clorobutanol + levamisol
0,98 ± 0,17 0,23 ± 0,26 14,75 ±17,67 9,00 ± 11,49
Durante o acompanhamento dos animais para regressão dos papilomas, foi
observado que os papilomas mudavam a sua coloração, tornando menos
vascularizados e caiam com facilidade ao encostar em alguns objetos inanimados,
como por exemplo, réguas de curral. Santim e Brito, (2003) alegam que as verrugas
menores apresentavam-se mais ressecadas e regrediam de tamanho, achatando-se
até desaparecerem por completo. A maioria dos papilomas escuros ao passarem
pelo processo de ressecamento tornavam-se mais claros.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com a avaliação dos resultados, observou-se que a hemoterapia por mais
que seja um tratamento econômico e conhecido pelos práticos, não apresenta
nenhum resultado positivo, já associada a outros fármacos os resultados são
significantes em relação a diminuição do tamanho e quantidade dos papilomas, o
levamisol e clorobutanol deixa claro que tem a diminuição tanto no tamanho e na
quantidade das neoplasias. Porem nenhum tratamento mostrou ser eficaz na cura
da enfermidade durante o período de 90 dias.
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HERPESVÍRUS FELINO: RELATO DE CASO
Carlota Alcon Almeida, Pamela de Moura Andrade- Graduandas em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX
Mayara Cristine Ferreira de Aguiar – Medica Veterinária pelas UFES, MsC Ciências Veterinárias - UFES.
RESUMO A Herpesvirose é um aphaherpesvírus que acomete em especial os felinos, também chamado de vírus da rinotraqueíte felina. Caracterizada por uma infecção no trato respiratório, extremamente contagiosa, que resulta em sinais clínicos respiratórios e oculares severos. Foi referenciado ao Hospital Escola Veterinário Gardingo LTDA. - Matipó/MG, um paciente apresentando secreção nasal e ocular purulenta, conjuntivite, diminuição da acurácia visual e úlcera de córnea bilateral, diagnosticado como portador de Herpesvírus, agente causador do Complexo Respiratório Felino. Foi realizado o tratamento inicialmente com Tobrex® colírio antibiótico em um intervalo de 6/6 horas, lavagem oftálmica com soro fisiológico e utilização de Meloxicam®, na dose de 0,1mg/kg a cada 24 horas, durante 3 dias; entretanto, não foi possível reverter o quadro do paciente, havendo total perda da visão, porém com sobrevida do animal.
PALAVRAS-CHAVES: Herpesvirose, complexo respiratório, HVF-1.
INTRODUÇÃO
A Herpesvirose é uma doença que tem como causa um alphaherpesvírus
típico, pertencente à família Herpesviridae, também nomeado de vírus da
rinotraqueíte. Sua incidência em alguns países já atinge 30% da população felina
(BURNS et al., 2011). No Brasil, estima-se a população de 20 milhões de casos
(ABINPET, 2012).
O herpesvírus é o principal agente causal de doenças do trato respiratório de
felinos. E levando-se em conta o crescente aumento dessa espécie em diversos
lares e abrigos, gera uma preocupação; pois uma vez instalada em um animal, esse
se tornará um portador latente e vitalício, além de ser um disseminador viral para
outros de sua espécie S(STILES e PROGRANICHINIY, 2008).
Apesar da existência de vacinas há quase 30 anos, a prevalência desse
microorganismo tem índices elevados, mostrando-se crescentes, se tornando
desafiadora no cotidiano das clínicas veterinárias em todo o mundo. Por ser
sumariamente infecciosa, essa doença instala preocupação tanto ao criador, como
profissionais da saúde do animal, com tendência a cronicidade e com índices
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elevados de óbitos e com taxa de morbidade de 100%. Vários métodos são
necessários para o diagnóstico dos agentes etiológicos envolvidos, como cultivo
microbiano e anaeróbico, isolamento viral, reação em cadeia pela polimerase e
testes sorológicos (VEIR et al., 2008).
O quadro clínico dessa doença envolve espirros, secreção nasal, dispnéia,
conjuntivites, tosse, ulcerações orais e estomatites crônicas. Esses animais, mesmo
reabilitados, tornam-se vulneráveis a recidivas (LAPPIN, 2012).
Os gatos infectados com o herpesvírus tem comprometimento em sua
qualidade de vida, além de prejuízos financeiros ao proprietário, tendo em vista o
alto custo que seu diagnóstico implica, devido à sobreposição de sintomas (BURNS
et al., 2011).
Com base na amplitude dessa doença, à saúde do animal infectado e as
problematizações e particularidades dela resultantes, indica ser uma doença
altamente importante e perigosa. Devido ao leque de lesões graves a que submete o
animal, proporcionando prejuízos e comprometimentos graves à sua vida e a de
outros em seu convívio, assim como seus prejuízos financeiros e sanitários, objetiva-
se relatar um caso de Herpesvirose felina atendido no Hospital Veterinário –
Univértix.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Caracterização do agente
O Herpesvírus Felino tipo 1 (HVF-1), conhecido também como vírus da
rinotraqueíte felina e pertencente à família Herpesviridae, é considerado um vírus
que atinge grande número de animais, que se divide em três subfamílias: alpha, beta
e gama herpesvirinae. Sendo este patógeno, um típico alphaherpesvírus que se
restringe apenas aos felídeos (GASKELL et al., 2007; HARA, et al., 1996; STILES,
2003).
Embora o gato doméstico seja o principal hospedeiro (THIRY et al., 2009),
este vírus foi antecipadamente isolado de outros felinos, como guepardos (Acinonyx
jubatus), leões (Panthera leo) e em pumas (Felis concolor), já foram detectados
anticorpos anti-HVF-1 (BINNS et al., 2000).
O HVF-1 é constituído de um núcleo contendo uma molécula de DNA de fita
dupla linear e um capsídeo icosaédrico envolto por uma camada protéica amorfa,
denominada de tegumento e de um envelope lipoproteico. Devido à presença deste
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envelope lipoproteico, o HVF-1 se torna frágil às condições ambientais e aos
desinfetantes (STILES, 2003). Deste modo, o vírus perde sua infectividade após
contato com etanol ou isopropanol a 70-80% durante cinco minutos, formaldeído a
0,2- 0,8% e glutaraldeído a 2% (SOUZA; CALIXTO, 2003).
Ainda que não existam relatos de infecção cruzada entre espécies, o HVF-1 é
relacionado antigenicamente ao herpesvírus canino (GASKELL et al., 2007). Em
humanos não existem evidências do contágio deste vírus na literatura pesquisada
(THIRY et al., 2009).
Transmissão
A principal forma de disseminação do HVF-1 é a partir do contato direto com
as descargas oronasais e oculares dos animais portadores. Sendo assim, a
transmissão indireta pode ocorrer via fômites (HICKMAN et al.,1994) ou por
contaminação ambiental (ARDANS, 2003).
Após o felino ser infectado, ele se tornará portador latente vitalício, podendo
ocorrer episódios de reativação e disseminação viral de forma espontânea ou por
fatores de estresse (STILES e PROGRANICHINIY, 2008). Estes fatores de estresse
estão relacionados com mudança de ambiente, doenças concomitantes,
administração de corticóides, parto e lactação (STILES, 2000; ANDREW, 2001;
MARQUES et al., 2008).
Logo após 24 horas, a infecção viral pode ser identificada na mucosa nasal e
orofaringe, onde geralmente persiste de uma a três semanas. Sendo assim, o DNA
viral pode ser identificado pela reação em cadeia pela polimerase (PCR) por longos
períodos (VOGTLIN et al., 2002). Passado a fase aguda e se o gato não vier a óbito,
o HVF-1 se estabelece latente no gânglio do nervo trigêmeo (WEIGLER et al., 1997).
Formas Clínicas
Os animais susceptíveis ao HVF-1 estão sujeitos a doença aguda do trato
respiratório superior, com alto índice de morbidade e baixo índice de mortalidade.
Estes passam pelo período de incubação da infecção, de dois a seis dias, e os
primeiros sinais clínicos observados consistem em espirros, febre, depressão e
inapetência. Após estes, há também o surgimento de corrimento seroso nasal e
ocular, que indicam rinite e conjuntivite (BINNS et al., 2000; SOUZA; CALIXTO,
2003; STILES, 2003).
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A infecção bacteriana secundária dá origem ao corrimento oculonasal
purulento, podendo estar presente ao redor das narinas e pálpebras um acúmulo de
exsudato seco (GLAZE, 2002). Raros são os casos de ulceração da cavidade oral;
tosse e dispneia são observadas em casos mais graves e, eventualmente
desenvolvendo pneumonia viral em animais muito jovens ou debilitados (LOW et al.,
2007; NELSON; COUTO, 2006).
As raças braquicefálicas apresentam maior predisposição a lesão permanente
da mucosa e dos turbinados, devido a infecção aguda, podendo devolver formas
crônicas de rinite bacteriana, osteomielite dos turbinados, sinusite e conjuntivite
(GASKELL et al., 2007; SOUZA; CALIXTO, 2003).
Em alguns casos, se a fêmea for infectada durante a gestação, pode ocorrer
alterações reprodutivas, como aborto e reabsorção fetal. Estes filhotes, podem
nascer infectados ou desenvolver sinais clínicos pouco após o parto (STILES, 2003).
A ceratoconjuntivite é o sinal clínico mais comum em alguns animais adultos,
pois ocorre reativação da infecção latente (HERRERA, 2008; THIRY et al., 2009).
Os animais afetados pelo HVF-1 de forma crônica ou recorrente, apresentam
uma pequena minoria dentro da população afetada, por desenvolverem respostas
imunológicas diminuídas na presença do vírus (MAGGS, 2005).
Diagnóstico
No exame oftálmico é possível encontrar achados de lesões dentríticas no
epitélio corneal ou conjuntival, o que indica a presença do HVF-1, são lesões
patognomônicas para a doença (KETRING, 2006; ZIGLE, 2006; ORIÁ e LAUS,
2009).
Os corantes vitais como o rosa de bengala e a lissamina verde, ajudam na
observação de lesões dentríticas na córnea, pois permitem identificar células mortas
e degeneradas. O corante de fluoresceína pode ser usado para identificação de
ulcerações epiteliais (ORIÁ e LAUS, 2009).
Embora não estejam sempre presentes, é necessário a realização de exames
laboratoriais para auxiliar no diagnóstico do HVF-1, em casos que os sinais clínicos
não são claros, como citologia, isolamento viral, testes de imunofluorescência,
sorologia e a PCR (ANDREW, 2001).
Tratamento
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Para se estabelecer um tratamento de Herpesvirose Felina eficaz, é
necessário que seja identificado a fase da infecção e a gravidade em que a doença
se encontra (GOULD, 2011).
O uso de antivirais é muito recomendado para o tratamento dessa
doença. Os fármacos como trifluridina ou triflurotimidina podem ser utilizados. Porém
estes podem causar leve irritação da conjuntiva e da córnea. Quando há presença
de irritação por trifluridina pode-se substituir esse fármaco pela idoxuridina ou
vidarabina (ANDREW, 2001).
Algumas drogas foram propostas para o tratamento de HVF-1 em infecções
oculares, incluindo bromovinyldeoxyuridine, cidofovir, famciclovir, N- (2-
hidroxipropilo), metacrilamida, penciclovir, ribavirina, valaciclovir, vidarabina,
foscarnet e lactoferrina (MALIK et al., 2009).
É contra-indicado o uso de colírios e pomadas oftálmicas a base de
corticosteróides em casos de conjuntivite com ulceração corneal (HERRERA, 2008;
SLATTER, 2005). Estes fármacos, por sua vez, potencializam a ação das
colagenases, especialmente nas ceratites herpéticas, onde estimulam a transição da
ceratite epitelial para o estroma e supressão da resposta imunológica, assim,
favorecendo a disseminação das partículas virais (HARTLEY, 2010; ORIÁ; LAUS,
2009).
Controle e Profilaxia
A vacinação é o método mais preconizado quando se trata de controle e
profilaxia, juntamente com o manejo adequado dos felinos, pois o HVF-1 trata-se de
uma infecção prevalente, facilmente transmissível e que pode se apresentar de
maneira severa (NELSON; COUTO, 2006).
No Brasil, a única forma de prevenção é através de vacinas de vírus vivos
atenuados (BICHARD; SCHERING, 2008). Entretanto a vacinação não é
necessariamente eficaz contra a infecção, e possivelmente apresenta menor efeito
no gato que já está infectado ou é um carreador latente (GELATT, 2003).
A profilaxia sanitária é de grande importância quando se trata de locais com
grande quantidade de gatos, sendo preciso programar medidas específicas que vão
além da vacinação, como a separação dos animais mais jovens, isolamento dos
infectados, ventilação adequada do ambiente e limpeza e desinfecção adequadas
(SOUZA; CALIXTO, 2003).
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A prevenção do gato individual consiste em impedir o livre acesso ao exterior,
desta forma evitando a exposição aos agentes infecciosos e contribuindo para o
bom estado geral do animal, além de fortalecer sua imunidade (NELSON; COUTO,
2006).
Epidemiologia
A HVF-1 está distribuída mundialmente, tendo no Brasil, relatos de ocorrência
da infecção e da doença em várias regiões (FRANCO; ROHE, 2007).
Os hospedeiros suscetíveis são os felídeos, membros da família Felidae, não
havendo predisposição à raça ou sexo; entretanto, gatos de até seis meses de idade
estão sujeitos a infecção mais grave (GASKELL et al., 2007).
A prevalência do HVF-1 é de aproximadamente 50% nos felinos domésticos
que são criados com pouco contato com outros animais (FRANCO; ROHE, 2007).
Em grandes populações, a morbidade em gatos jovens pode chegar a 100% e
a mortalidade tende a ser mais baixa, no entanto, se torna alta quando trata-se de
filhotes e animais debilitados, podendo atingir 50% quando associada à infecção
generalizada entre os gatos predispostos (GASKELL et al., 2007).
Cerca de 50% dos gatos infectados disseminam o vírus novamente, seja
espontaneamente ou em decorrência de alguma situação de estresse (STILES,
2000).
RELATO DE CASO
Foi atendido no Hospital Escola Veterinário Univértix - Matipó/MG, no dia
18/11/2015, um macho da espécie felina, de aproximadamente 06 meses de idade,
sem raça definida e pesando 3,5 kg.
A queixa principal da proprietária era que o animal demonstrava diminuição
da capacidade visual. Este era alimentado com ração para gato filhote Cat Chow®
com leite. Tanto as vacinações como as vermifugações estavam atrasadas e
apresentava presença de ectoparasitas pelo corpo (pulgas).
No exame físico observou-se que as mucosas oculares estavam hiperêmicas,
apresentava secreção ocular purulenta, conjuntivite, diminuição da acurácia visual,
úlcera de córnea bilateral, secreção nasal, e baixo escore corporal.
Ao aferir a temperatura, foi constatado 41,1ºC, frequência cardíaca de 170
bpm e taquipnéia. A hidratação encontrava-se normal, e os demais aspectos a
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seguir não demonstraram alteração visível ou palpável: pulso venoso jugular, pulso
arterial, orelhas/ouvidos, linfonodos, pele/pêlo, membros torácicos e pélvicos, tórax,
abdome, urinário, músculo-esquelético, genital e nervoso.
Concluiu-se que, além da suspeita diagnóstica de úlcera de córnea, o
paciente também foi diagnosticado com o Complexo Respiratório Felino -
Herpesvírus e Calicivírus.
O animal foi tratado inicialmente com Tobrex® colírio antibiótico em um
intervalo de 6/6 horas, lavagem oftálmica com soro fisiológico e utilização de
Meloxicam®, na dose de 0,1mg/kg a cada 24 horas, durante 3 dias.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Segundo HERRERA (2008) um dos principais problemas oftálmicos
encontrados na clínica de felinos são as lesões oculares, sendo o HVF-1 o agente
mais freqüente nas conjuntivites e nas ceratites dos gatos domésticos, achados
esses que foram observados no paciente examinado.
De acordo com CLARKE (2005), durante a fase aguda da infecção observa-
se febre; na qual o animal apresentou temperatura de 41,1ºC.
Como constatado no paciente, assim como descrito por MARQUES (2008)
ocorre uma tríade de sinais que envolvem o complexo respiratório dos felinos, a qual
é descrita secreção nasal e espirros, que acometem cerca de 80 a 90% dos casos
pelo HVF-1.
HERRERA (2008) afirmou que a conjuntivite pode ser tratada com antibióticos
tópicos, como tetraciclina, cloranfenicol, eritromicina ou gentamicina. Entretanto, no
presente caso apesar de haver conjuntivite, não foi utilizada a medicação antiviral
tópica ou oral devido à restrição financeira do proprietário.
A falta de vermifugação e a presença de ectoparasitas observada no animal,
está diretamente ligada ao estresse e a imunossupressão, o que segundo
ANURAMA (2002) acarretam queda na resposta imunológica do hospedeiro.
Embora o guia de vacinas para felinos considere obrigatórias as vacinas
contra o herpesvírus felino tipo-1, calicivírus e o vírus da panleucopenia felina
(AAFP, 2006), o animal não foi vacinado mesmo com sua idade susceptível a
contrair o vírus, que segundo GRIFFIN (2009) está entre gatos de 4 à 6 meses.
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Contudo, o prognóstico do paciente foi favorável, apesar de ter ocorrido perda
da visão em função das lesões oculares avançadas e à restrição financeira do
proprietário para tratá-las, obteve-se a sobrevida do animal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Herpesvirose é considerada de extrema importância por envolver o
complexo respiratório dos felinos, tendo como uma de suas principais características
o poder de estabelecer infecções latentes, que prejudicam a qualidade de vida do
animal. O diagnóstico precoce garante melhor prognóstico, com visitas periódicas ao
Médico Veterinário, entretanto o ideal é que seja realizada prevenção por meio de
vacinação e cuidados de manejo.
REFERÊNCIAS
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AVALIAÇÕES DOS ÍNDICES ZOOTÉCNICOS DE UM SISTEMA PRODUTIVO LEITEIRO
Jhonathan Alves Moreira, Marcos Augusto de Azevedo Junior- Graduandos em
Medicina Veterinária - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Vivian Rachel de Araújo Mendes – Medica Veterinária pela UFES, doutoranda em
Medicina Veterinária UFV, Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica – Mestre em Ciências
Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. RESUMO A cultura leiteira brasileira, surge como subsidio para diversas famílias rurais e geram diversas fontes de empregos. Apesar da instabilidade do setor, diversas ferramentas pecuárias são utilizadas para gestão e gerenciamento das propriedades afim de minimizar prejuízos e maximizar a produção. Para sistemas produtivos que não disponibilizam de tecnologias intensificadoras, os índices zootécnicos surgem como uma técnica para se empregar afim de reduzir a diferença existente e alarmante entre os grandes centros. Esses desempenhos podem ser avaliados através de vários índices, relacionados entre si, ou individualizados, referentes esse a produção. PALAVRAS-CHAVE:Análise de dados, ferramentapecuária, produção de leite.
INTRODUÇÃO
O Brasil geograficamente possui uma ampla extensão territorial, sendo que
grande parte é utilizada para as diversas atividades da pecuária. De grande
destaque nesse cenário, a produção leiteira se apresenta como umas das principais
cadeias produtivas do setor. Dados de 2009 demonstraram uma produção de 35
milhões de litros de leite no Brasil, o que em 2014 apresentou significativo aumento,
com 82,7% de acréscimo na cultura (IBGE, 2015).
Com a instabilidade da pecuária leiteira proporcionada pelos seus
rendimentos e os altos custos para se produzir, uma ferramenta administrativa que
se apresenta para a propriedade como estratégica para minimizar os prejuízos
referentes, são os índices zootécnicos. Esse instrumento pode ajustar os pontos
críticos, carregadores de perdas, passando a identificar os principais sítios de
prejuízos para serem controlados,influenciando no produto final e refletindo nos
lucros adquiridos (LOPES et al., 2009).
Osíndices zootécnicos são descritos como ferramenta da pecuária para o
gerenciamento da propriedade, baseado em um sistema adotado em coleta de
dados que serve para avaliar o desenvolvimento e produção de um rebanho.Esses
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registros são referentes ao manejo reprodutivo, sanitário, nutricional e produtivo do
rebanho (EMBRAPA, 2003).
Através dos dados registrados, torna-se possível minimizar a influência de
quaisquer fatores que estejam interferindo na atividade produtiva de cada animal,
identificando erros de conduta, para tomada de decisões corretas visando mais
eficiência produtiva (EMBRAPA, 2008).
Diante dos resultados insatisfatórios apresentados na atividade em questão e
a fim de potencializar a estabilidade econômica na propriedade leiteira, este trabalho
tem por objetivo realizar um controle zootécnico, levantando hipóteses que
ameaçam a eficiência da produçãodestacando erros acometidos, afim de minimizá-
los.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Uma propriedade leiteira deve ser vista como uma empresa rural e como
qualquer iniciativa precisa ser economicamente viável e autossustentável para sua
sobrevivência. Como o mercado de leite brasileiro tem exigido cada vez mais dos
seus produtores uma melhoria de qualidade associada a um aumento na produção,
os pequenos e médios produtores tem sido obrigado a buscar conhecimento
específico na forma de auxilio profissional, para minimizar a diferença existente
aosgrandes centros leiteiros que disponibilizam de tecnologias que intensificam seu
sistema produtivo. Fator esse que tem acrescido a competividade por produtos de
melhores características advindo de um aumento produtivo (REIS et al., 2001).
Em vista disso uma nova visão de gerenciamento da propriedade deve ser
colocada em questão para elevar a eficácia e garantir lucros. Cada vez mais é
subentendido que dispor de uma assistência técnica profissionalizada torna a
atividade mais satisfatória. O profissional capacitado tem o domínio necessário para
aliar técnicas de produção e corrigir erros acometidos em vista de maior rendimento.
Nesse contexto, os índices zootécnicos se tornam indispensáveis para medir o
resultado da produção, vez que mostram o perfil detalhado dos animais inseridos no
sistema(FERNANDES E NOGUEIRA, 2005).
A partir do controle realizado sobre um rebanho é notória a eficiência
produtiva quando os erros acometidos no programa são destacados, e medidas
podem ser tomadas através do acompanhandodos animais.Com análises de dados
detalhadas sobre seu estado produtivo tornasse passível a maximização da
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produção dentro do sistema que o animal se encontre introduzido, carreando
números mais significativos e satisfatórios (TUPY et al., 2006).
Os desempenhos dos animais leiteiros podem ser calculados através de
vários índices zootécnicos, relacionados estes entre si, ou individualizados. Levando
isso em consideração, faz se o uso de índices indicativos de: produção leiteira diária,
produção média por animal, número de animais em lactação, número de vacas
secas, fatores que interferem na produção, manejo alimentar. Esses fatores
determinarão através de análise de desempenho, o retorno investido na propriedade
(OLIVEIRA et al., 2001).
METODOLOGIA
Foi realizado o controle zootécnico em uma propriedade leiteira situada no
município de Reduto-MG, no período de 18/05/2016 à 31/07/2016.
A propriedade estudada possui animais da raça girolando, com graus
sanguíneos de ½ sangue à 7/8, nas categorias de bezerras, novilhas, vacas em
lactação e vacas secas. Em um sistema semi-confinado, com alimentação a base de
capim e cana picados no cocho, silagem de milho e em determinado momento do
dia os animais são soltos para o pasto.
Através de um sistema de coletas de dados, serão analisados parâmetros
referentes à produção de leite e suas médias.As características da produção serão
avaliadas por meio da pesagem diária do leite total produzido pelo rebanho e
expresso em média.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A produção de leite do mês de maio, expresso na figura 1, mostra a
quantidade de leite produzida em litros durante a segunda quinzena do mês. Os
animais ordenhados duas vezes ao dia durante a manhã e à tarde apresentaram
números produtivos de 3859 litros, variantes com média de 275 litros/dia.
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Figura 1. Produção total diária de leite no mês de maio.
Na primeira ordenha do dia, realizada pela manhã, uma média de 19 vacas
foram ordenhadas com média de 8,8 litros por animal, totalizando em média 167
litros. Na segunda ordenha do dia, realizada no período da tarde, totalizada por uma
média de 17 animais ordenhadas, houve média equivalente a 6,1 litros por animal,
trazendo uma média de 108 litros.
Os níveis produtivos de uma propriedade expresso em média, considera entre
baixo até 10 kg/dia, médio-baixo até 15 kg/dia o número de litros por animal
(RENNÓ et al, 2008). Os animais ordenhados mostram números de uma média de
10 litros, o que aproxima a propriedade a uma de produção de baixo escala na
segunda quinzena do mês avaliado.
As figuras 2 e 3 mostram a produção de leite referentes aos meses de junho e
julho respectivamente, expressos em litros de leite no mês.
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Figura 2. Produção total diária de leite no mês de junho.
Figura 3. Produção total diária de leite no mês de julho.
Comparando o mês de junho a segunda quinzena de maio, o acréscimo na
produção foi significativo. A produção do mês foi superior a 10000 litros produzidos,
com média de 351 litros por dia. O aumento significativo pode ser explicado pela
aquisição de 3 animais girolando ½ sangue. Os animais com grau sanguíneo mais
acentuado para a raça Holandesa, tem maior aptidão para produção de leite
(EMBRAPA, 2002). Esse fato explica o grande aumento que sucedeu a compra
desses animais de potencial leiteiro. Quanto ao que foi imposto por RENNÓ et al
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(2008), a média produzida no mês foi para uma propriedade de médio-baixo padrão,
devido a números próximos a 12 kg/dia.
No mês de julho a produção foi superior a 9000 litros de leite. Com média de
9,7 litros por dia. O mês mostrou a maior oscilação quanto a produção diária. O fato
que se aplica essas quedas, foram as retiradas de alguns animais para exposição
leiteira. A média apresentada foram de 297 litros produzidos por dia.
Na figura 4, a análise do gráfico mostra o comparativo entre os meses,
avaliando a produção diária. O destaque para o mês de junho se dá aos animais
inseridos no plantel, expressando uma diferença alarmante para o mês de maio que
não contava com esses animais. Quanto ao mês de julho a produção do início
mensal seguiu os preceitos do mês anterior, a queda se deu quando os animais
foram retirados para exposição.
Figura 4. Comparativo da produção total diária de leite nos meses de maio, junho e julho.
A figura 5, mostra a média diária que os animais produziram ao longo dos
meses. O destaque do mês de junho foi quase 2 litros superior a maio e
aproximadamente 3 litros comparado ao mês de julho. O mês de junho mostrou que
a aquisição em novos animais correspondeu o investimento e esses animais
ajudaram a potencializar a produção.
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Total diário maio
Total diário junho
Total diário julho
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Figura 5. Média de produção mensal nos meses de maio, junho e julho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A utilização dos índices zootécnicos permite, através de análise de dados,
medir a eficiência do setor produtivo. Através desses índices torna-se possível
realizar um comparativo de valores com referência no que o mercado da atividade
propõe.
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8,5
9,0
9,5
10,0
10,5
11,0
11,5
12,0
Média maio Média junho Média julho
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ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DA OCORRÊNCIA DA SÍNDROME CÓLICA EM EQUINOS REFERENCIADOS AO HOSPITAL VETERINÁRIO UNIVÉRTIX
Guilherme Henrique Lopes Soares, Camila de Jesus Oliveira, Lorena Meira, Marcos Augusto De Azevedo Junior – Graduandos em Medicina Veterinária.
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Bruno Santos Cândido de Andrade - Medico Veterinário, Mestre em Ciência
Animal, Clínica e Cirurgias Veterinárias – Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
PALAVRAS CHAVE: Equinos, epidemiologia da cólica, Cólica equina
INTRODUÇÃO
A gastroenterologia é uma das áreas de maior importância na clínica médica
e cirúrgica em equinos, uma vez que os atendimentos relacionados à síndrome
cólica constituem as emergências mais comuns dentro da espécie (Traub-Dargatz et
al., 1991), fato que se justifica pelas particularidades anatômicas e fisiologia do trato
digestório frente às diversas mudanças de manejo implementadas pelos sistemas de
criação (FERNANDES, 2009). As afecções relacionadas ao aparelho digestório dos
equinos acarretam em riscos de relevante impacto para a saúde animal, podendo
causar a morte do paciente, gerando gastos econômicos elevados para seu
tratamento. Por ser a síndrome cólica relacionada a uma grande quantidade de
afecções diferentes do aparelho digestório dos equinos, muitos estudos
retrospectivos surgem do interesse em identificar a distribuição das mesmas em
função dos fatores predisponentes a que esses animais foram expostos. Diante
disto, o presente trabalho teve por objetivo realizar um levantamento retrospectivo
dos casos de cólicas clínicas e cirúrgicas atendidos no Hospital Veterinário da
Univértix, identificando suas causas e fatores predisponentes associados, bem como
as taxas de altas médicas para cada tipo de cólica.
FUNDAMENTAÇÃO TEORICA
A cólica equina é uma síndrome resultante de afecções que acometem o
aparelho digestório e anexos da cavidade abdominal. Ela pode estar relacionada a
vários fatores que vão desde a produção excessiva de gás nas vísceras, resultado
da fermentação dos alimentos, até a obstrução ou torção de alças intestinais, o que
requer a intervenção cirúrgica (MOORE, 2001).
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A frequência da cólica na população equina brasileira é uma questão
frequentemente abordada, sendo que a taxa de incidência varia entre 3,5 a 10,6
casos de cólica por cada 100 cavalos no período de um ano, cerca de 10-15% dos
casos de cólica são recorrentes e alguns cavalos chegam a ter 2 a 4 cólicas em um
ano. Estima-se que 80 a 85% destes casos são interpretados como cólicas simples
ou íleo adinâmico sem se chegar a um diagnóstico específico (TINKER et al., 1997a)
.Estudos de casos de cólicas identificados em práticas veterinárias revelaram uma
predominância das obstruções simples ou cólicas espasmódicas, sendo que as
compactações constituem 10% dos casos. As obstruções ou lesões estranguladas
que requerem correção cirúrgica constituem cerca de 2 a 4 % dos casos de cólicas,
embora alguns fatores de risco presentes em determinadas populações possam
aumentar esta taxa (WHITE, 2006). A cólica é responsável pelo maior número de
mortes, à exceção de morte por idade avançada. A mortalidade associada à cólica
varia de 0,5 a 0,7 mortes por cada 100 cavalos num ano, com uma taxa de
fatalidade de 6.7% (TINKER et al., 1997b).
O processo obstrutivo simples é causado por estase e timpanismo, bloqueio
do lúmen por uma massa de ingesta ou por um corpo estranho, ou ainda por
compressão externa do intestino por uma aderência, abcesso ou tumor. A obstrução
por estrangulação do estômago não é reconhecida como uma entidade específica,
uma vez que, mesmo que o cárdia sofra rotação ou fique torcido com a distensão,
não existe verdadeiramente um processo de estrangulamento dos vasos sanguíneos
deste órgão e é de grande relevância considerar as ulcerações que estão ligadas a
desenvolvimento de cólica e também os processos inflamatórios dentro deles a
colite e a peritonite, já que a peritonite tem alto índice de mortalidade quando
associado a cólica (WHITE, 1990b).
Ducharme et al., (1983) ao realizarem estudo retrospectivo consideraram que
cerca de 50% de equinos submetidos a tratamento cirúrgico apresentavam
estrangulamento intestinal. Lacerda Netto et al., (1994) em estudo nacional
verificaram incidência dessas lesões em 18,3% de 338 casos estudados, com 66,1
% de taxa de óbito.
O estudo de 4279 casos de cólica equina, em 14 universidades, mostrou que
obstruções intestinais simples tiveram taxa de 35%, enquanto que obstruções
estrangulativas tiveram taxa de 21%, sendo as primeiras responsáveis por 25% de
óbito e as segundas por 76% (FREEMAN, 2000). As lesões intestinais com isquemia
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são importantes pela etiologia e diversa complexidade de sua fisiopatologia, pelas
sequelas e complicações subsequentes, comprometimento sistêmico e por ser uma
afecção que invariavelmente só pode ser tratada cirurgicamente. (WHITE, 1992,
MOORE, 1992).
A incidência de abdome agudo em eqüinos de cavalaria militar foi estudada
por Pulz et al., (2005). O estudo foi realizado em um regimento com 230 eqüinos,
considerando-se um período de dois anos. Nesse período, a taxa de incidência de
abdome agudo foi 39,57%, sendo a taxa de tratamento cirúrgico 20,88%. Entre os
tipos de cólica prevalentes, destacou-se a dilatação gástrica com uma taxa de
62,64%. Os autores concluíram que a ocorrência de abdome agudo provavelmente
se relaciona com o confinamento e conseqüentes alterações digestivas, bem como o
manejo alimentar dispensado aos animais, necessitando mais pesquisas para
identificar e relacionar os fatores que possam estar influenciando o comportamento e
a digestão dos animais.
METODOLOGIA
Para o estudo, foram catalogadas todas as fichas clínicas de pacientes equídeos
atendidos no Hospital Veterinário da Univértix no período de maio de 2014 a janeiro
de 2016. Os pacientes então foram separados e agrupados por afecções
relacionadas aos diversos aparelhos e sistemas. Os pacientes acometidos por
afecções do aparelho digestório constituem o grupo de interesse, onde variáveis
como alterações clínicas identificadas no exame clínico, diagnósticos quanto às
afecções, tratamentos indicados, achados de laparotomia exploratória, complicações
em relação aos tratamentos indicados, altas médicas e taxas de sobrevida, óbito e
eutanásia foram analisados. Os dados foram tabulados e submetidos à análise das
taxas de ocorrência das diversas variáveis, levando-se em consideração a razão
entre o número ocorrências e o número total de pacientes atendidos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram referenciados ao HV-Univértix no período avaliado um total de 228
equídeos, sendo 68 deles (29,82%) acometidos por afecções do aparelho locomotor,
54 (23,68%) afecções do aparelho digestório, 13 (7,70%) afecções tegumentares e
93 (40,78%) relacionados aos demais aparelhos e sistemas, como respiratório,
nervoso, genital, urinário, olhos e anexos. Nota-se uma maior incidência das
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afecções do aparelho locomotor nos equinos referenciados ao HV-Univértix, o que
corrobora achados de autores como HERNANDEZ & HAWKINS, 2001, que relatam
taxas de 67,6% de incidência de afecções locomotoras em equinos. As afecções
relacionadas ao aparelho digestório totalizaram 23,68% do total dos atendimentos
no período, salientando que, diferentemente do perfil eletivo dos atendimentos
relacionados ao aparelho locomotor, a quase totalidade dos casos atendidos
relacionados ao aparelho digestório (83,33%) tratavam-se de urgências ou
emergências médicas.
Tabela 1 - Tratamento da síndrome cólica, taxa de reincidência da cólica e taxa de sucesso
Tratamento Ocorrência Cirúrgico Conservativo Total Cólica 40 5 45 (%) 88,8 11,11 Recidiva 4 0 4 (%) 8,88 0 Eutanásia/Óbito 4 0 4 (%) 8,88 0
Dos 54 equinos atendidos para afecções do aparelho digestório, 45 (83,33%)
apresentavam síndrome cólica equina. As indicações de tratamento clínico e/ou
cirúrgico variaram em função dos diagnósticos ao exame clínico, sendo que 40
animais (88,88%) foram submetidos à laparotomias exploratórias e tratamento
cirúrgico, sendo 5 pacientes (11,11%) tratados de forma conservativa. A elevada
taxa de indicação do tratamento cirúrgico deve-se ao natural perfil de maior
gravidade das cólicas atendidas em ambiente hospitalar, sendo a maioria delas
encaminhadas por médicos veterinários que já esgotaram as tentativas e recursos
de tratamento conservativo a campo. A taxa de 88,88% de cólicas de tratamento
cirúrgico nesse trabalho mostra-se superior à encontrada por PULZ et al. (2005), em
que de 91 animais de cavalaria militar atendidos com síndrome cólica no período de
2002 a 2004, apenas 19 (17,27%) foram submetidos ao tratamento cirúrgico.
Quatro pacientes tratados com laparotomias exploratórias (8,88%) dos 45
animais tratados por cólica nesse estudo apresentaram recidivas no período pós-
operatório, sendo que um deles foi relaparotomizado para solução do quadro. Esses
achados estão abaixo dos descritos por VAN DEN BOOM & VANDER VELDEN
(2001), que observaram reincidência de cólica em 16% dos equinos submetidos a
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cirurgias abdominais. Apenas 1 equino (2,5%) tratado clinicamente manifestou
recidiva do quadro de cólica ainda em período de internação.
Dos 45 equinos atendidos por cólica, 41 (91,11%) receberam alta médica.
Quatro equinos (8,88%) foram eutanasiados, três deles por apresentarem rupturas
intestinais e um deles por apresentar quadro de laminite crônica após relaparotomia
que resultou em necrose extensa do tecido laminar e desprendimento dos estojos
córneos dos cascos dos seus membros torácicos.
O atendimento clínico de equinos com cólica resultou em 100% de alta
médica, sendo que o tratamento cirúrgico dos pacientes em cólica resultou em
92,5% de altas médicas, considerando-se uma taxa de 7,5% (3 equinos) de
eutanásia na mesa de cirurgia, em função de diagnósticos não esclarecidos durante
o exame clínico. A taxa de alta médica para tratamentos cirúrgicos de equinos no
HV-Univértix mostra-se superior a obtida por diversos autores, entre eles DI FILIPPO
et al., (2010) em que 27 equinos (54%) sobreviveram e 23 (46%) foram a óbito ou
foram sacrificados de cinquenta animais com cólica submetidos à laparotomia
exploratória. Em outro estudo KANEENE et al., (1997), descreve que casos que
requerem tratamento cirúrgico resultam em um maior número de óbito do que os
casos tratados clinicamente, sendo 31% e 13% respectivamente.
CONCLUSÃO
A síndrome cólica por se tratar de uma das entidades de maior frequência na
clínica médica equina necessita de maior estudo quanto ao seu valor
epidemiológico, partindo deste princípio o trabalho aqui desenvolvido apresenta
estudo retrospectivo e prospectivo dos casos de síndrome cólica encaminhados ao
HV – Univértix. A partir do experimento foi possível observar o quão importante é o
manejo alimentar, tempo de cólica, exame clínico do paciente, e o encaminhamento
do animal já tratado por terceiros, sendo um fator imprescindível para o prognóstico
e tratamento do mesmo, dada sua elevada incidência e seu potencial de
comprometer a vida desses animais, resultando em altos índices de necessidade de
tratamento cirúrgico.
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REFERÊNCIAS
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DUCHARME N.G.; HACKETT, R.P.; DUCHARME, G.R. Surgical treatment of colic: results in 181 horses. Vet. Surg., v.12, n.3, p.206-209, 1983. FERNANDES, C.S. Fatores de prognóstico da cólica em equinos. Lisboa, 2009. p. 03. Tese\mestrado, clínica medica, curso de medicina veterinária- Universidade técnica de Lisboa. KANEENE, J.B. et al. Risk factors for colic in Michigan (USA) equine population. Preventive Veterinary Medicine, v.30, n.1, p.23-36, 1997.
LACERDA NETO, J.C., et al. Estudo retrospectivo dos casos de cólica atendidos no Hospital Veterinário da FCAV - UNESP. Ars Veterinaria, v. 10, n. 2, p. 194, 1994.
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TINKER M.K., et al. Prospective study of equine colic risk factors. Equine Veterinary Journal, 29, 454-458, 1997a.
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ESTUDO RETROSPECTIVO DE CASOS DE ERLIQUIOSE CANINA REFERENCIADOS NO HOSPITAL VETERINARIO UNIVERTIX, MATIPÓ-MG
(2013/1) Ana Claudia Pereira, Thais Aparecida de Castro, Marco Augusto de Azevedo
Junior. Graduandos em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice –UNIVÉRTIX. Aghata Gusmão Onofre Guimarães
Camila Alcântara de Assis Monteiro Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica – Mestre em Ciências
Farmacêuticas - Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Mayara Cristine Ferreira de Aguiar – Médica Veterinária - Mestre em Ciências
Veterinárias - Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected]
RESUMO
A Erliquiose é uma hemoparasitose infecto-contagiosa, causada pela riquétsia Ehrlichia canis, parasitas intracelulares obrigatórios de células hematopoiéticas maduras ou imaturas. A transmissão ocorre com a participação de um vetor, o carrapato Rhipicephalus sanguineus, ou por transfusão sanguínea. Os cães infectados com E. canis podem desenvolver sinais brandos a intensos ou mesmo não apresentar sinais, dependendo da fase da doença em que se encontram. O diagnóstico da erliquiose canina pode ser realizado através da presença de mórulas nos leucócitos parasitados encontrados na avaliação de esfregaços sangüíneos, através de achados laboratoriais do hemograma, por exames auxiliares de sorologia ou testes de biologia molecular. O tratamento é realizado com drogas específicas em especial a doxiciclina. No presente trabalho, realizou-se levantamento de casos de erliquiose canina no período de janeiro a julho de 2013, onde observou-se uma incidência desta patologia de 8,5% dentre os casos atendidos neste período, sendo 71,5% correspondiam a machos e 28,5 a fêmeas, sendo que 50% eram animais de raça e 50% animais sem raça definida. Quanto a idade 14,3% dos animais acometidos pela doença eram filhotes, 57,1% adultos e 28,6% idosos, visto que a erliquiose canina acomete os animais independente de raça, sexo ou idade
PALAVRA CHAVE: Erliquiose canina, doença infecto-contagiosa, doença do carrapato
INTRODUÇÃO
A erliquiose é uma doença infectocontagiosa que caracteríza-se como uma
hemoparasitose zoonótica a qual atinge gatos, equinos, ruminantes, humanos e
cães, independente de raça, sexo ou idade (ISOLA et al., 2012 e ROSA &
WANDERLEY, 2014).
Esta doença é causada por uma bactéria gram negativa pertencente ao
gênero Ehrlichia, família Rickttsiaceae, consideradas parasitas intracelulares
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obrigatórios das células mononucleares, cuja incidência tem aumentando em várias
regiões do Brasil, sendo uma das maiores causas na rotina clínica veterinária,
levando prejuízos à saúde animal e humana (SILVA et al., 2011).
A infecção em cães è causada pela transmissão de Ehrlichiacanispor meio da
picada dos carrapatos Rhipicephalus sanguineus, Dermacentor variabilis e
Rhipicephalus boophilus microplus contaminados pela riquetsia (UENO et al., 2009,
FONSECA, 2012; MORAES 2013).
Os cães infectados com E. canis apresentam alterações clinicas,
hematológicas e bioquímicas bastante inespecíficias de acordo com o estágio
clínico, subclínico ou crônico da doença, o que dificulta o diagnóstico (LOPES, 2013)
Estudos sobre a erliquiose canina vêm se tornando o foco de vários
programas de investigação dentro do Brasil devido a sua capacidade de causar alta
morbidade e mortalidade de cães. Esta doença representa uma importante zoonose,
em decorrência da maior exposição humana a locais onde a presença de carrapatos
se faz presente e em regiões onde a erliquiose canina é enzoótica (DAGNONE et
al., 2001; SILVA et al., 2011 e FERNANDES et al., 2014,)
Baseando nestas informações, objetiva-se com o presente estudo realizar um
levantamento dos casos de erliquiose em cão de companhia referenciados ao
Hospital Veterinário Univertix localizado na cidade de Matipó - MG, ao período de
janeiro à julho de 2013.
Trabalhos como este nos permite avaliar período de maior sazonalidade da
doença na região e assim elaborar programas de controle e prevenção dos vetores
responsáveis pela transmissão da erliquiose canina, zelando pela saúde e bem estar
do animal.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Agente etiológico
O gênero Ehrlichia atualmente compreende cinco espécies válidas: Ehrlichia
canis, E. chaffeensis, E. ewingii, E. muris e E. ruminantium (FERNANDES et al.,
2014).
São bactérias gram-negativas, parasitas intracelulares obrigatórios de células
hematopoiéticas maduras ou imaturas, especialmente do sistema fagocitário
mononuclear, tais como monócitos e macrófagos e, para algumas espécies, em
células mielóides, tais como neutrófilos (SAITO, 2009).
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No Brasil, a única espécie descrita até o momento é E. canis, responsável
pela erliquiose monocítica canina, doença considerada endêmica principalmente nas
áreas urbanas, onde abundam populações do carrapato vetor, Rhipicephalus
sanguineus (MORAES, 2013).
Transmissão da doença
A transmissão da E. canis ocorre com a participação dos vetores, R.
sanguineus, Dermacentor variabilis e R. boophilus microplus, que se encontram
principalmente nas regiões tropicais e temperadas. Quando adultos, podem
sobreviver por um mínimo de 568 dias e pode transmitir a doença por mais de 155
dias depois de se desprender do hospedeiro (MORAES, 2013).
O artrópode, ao realizar o repasto sanguíneo em um cão infectado, se
contamina ao ingerir os leucócitos infectados pela E. canis, que irá se multiplicar nos
hemócitos e nas células da glândula salivar do vetor. O carrapato, então infectado,
ao realizar a hematofagia em um cão sadio, inoculará junto com sua saliva a forma
infectante da E. canis (LOPES, 2013; MORAES, 2013).
Essa infecção pode ocorrer em qualquer estágio de parasitemia do carrapato,
seja uma larva, ninfa ou adulto, uma vez que os vetores supracitados são tiroxenos,
ou seja, ocorre transmissão da E. canis por via transestadial. Entretanto, não ocorre
transmissão transovariana (ROSA & WANDERLEY, 2014).
A infecção também pode ocorrer em animais suscetíveis por meio de
transfusão sanguínea (ISOLA, 2012).
Sinais Clínicos e Evolução da doença
Os cães infectados com E.canis podem desenvolver sinais brandos a intensos
ou mesmo não apresentar sinais dependendo da fase da doença em que se
encontram. A gravidade da doença depende da cepa infectante, da idade,
suscetibilidade e alimentação do animal. A partir de estudos baseados nos sinais
clínicos e patológicos é possível distinguir três fases da doença, a aguda, a
subclínica e a crônica (ISOLA, 2012; LOPES, 2013)
A fase aguda tem início aproximadamente de 8 a 20 dias após a infecção e
persiste por duas a quatro semanas. Neste período, as rickettsias irão se replicar
nos leucócitos e, através da circulação, o parasita irá se espalhar por diversos
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órgãos como o baço, fígado e linfonodos. Os sinais clínicos presentes nesta fase
são febre, anorexia, depressão, linfadenopatia e trombocitopenia. Essa fase
geralmente passa despercebida e no final da quartasemana, aproximadamente, os
sinais clínicos desaparecem. Entretanto, os parasitospermanecem no animal. Esta é
a principal fase onde se consegue identificar mórulas doparasito em leucócitos
através de esfregaços sanguíneos. No hemograma, observa-se freqüentemente,
uma trombocitopenia entre 10 a 20 dias após a infecção, em conseqüência da
destruição imunológica periférica das plaquetas. Alguns casos, há também
leucopenia, progredindo para leucocitose. Nesta fase, a anemia presente é do tipo
normocítica normocrômica regenerativa (FONSECA, 2012; SUZUKI, 2013; DUARTE
et al., 2013; FERNANDES et al., 2014).
A fase subclínica é caracterizada pela persistência da E. canis no animal.
Essa fase ocorre em seis a nove semanas após infecção do animal. Entretanto,
alguns cães podem conviver com parasita nessa fase da doença por anos e cães
imunocompetentes podem eliminar o parasita através do sistema imune e recuperar-
se sem tratamento. Nessa fase o animal parece saudável, pois os sintomas são
mais brandos, podendo ocorrer leve perda de peso. É nesta fase que se observa
alta concentração de anticorpos para E. canis no sangue dos cães infectados
(SILVA, 2011; FERNANDES et al., 2014)
Ao final da fase subclínica, instala-se a fase crônica devido à ineficiência do
sistema imune do animal. Os sintomas são graves, apresentando pancitopenia,
glomerulonefrite, hemorragias febre, depressão, dispnéia, anorexia, perda de peso,
linfoadenopatia, petéquias na pele, palidez das membranas mucosas, dor
abdominal, evidência de hemorragia como epistaxes e hemorragia de retina,
esplenomegalia, dispnéia com aumento de sons pulmonares, infiltrados pulmonares
intersticiais ou alveolares, alterações do sistema nervoso central como dor
meningeal, paresia, alteração de nervo cranial e convulsões, hepatomegalia,
arritmias e pulso deficitário, poliúria e polidpsia, dor articular com rigidez e inchaço e
aumento da suscetibilidade às infecções secundárias. Essa fase assume as
características de uma doença autoimune, sendo a principal característica a
instalação de hipoplasia de medula óssea, resultando em anemia aplásica
(FONSECA, 2012; SOZUKI, 2013; FERNANDES et al., 2014; MAKINO et al., 2015;
SILVA 2015).
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A susceptibilidade às infecções secundárias aumenta, em conseqüência do
comprometimento imunológico. Nesta fase, dificilmente encontra-se inclusões de
mórulas de E. canis nos leucócitos (LOPES, 2013)
Nas fases aguda e crônica, em até 50% dos casos, se observa a presença de
lesões oculares, tais como hemorragias conjuntivais, opacificação corneana, uveíte
e hipotonia entre outras moléstias oculares (ISOLA, 2012) .
Diagnóstico
O diagnóstico da erliquiose canina pode ser realizado através da detecção de
mórulas nos leucócitos parasitados encontrados na avaliação de esfregaços
sangüíneos, por testes de biologia molecular como a reação em cadeia da
polimerase (PCR) e ainda outros testes como os de sorologia do tipo ELISA ou
imunofluorescência indireta (IFI) de anticorpos, que consiste em uma técnica
sensível, que detecta anticorpos anti – E. canis, através do soro do sangue do
animal e hoje é a mais utilizada em todo o mundo (AGUIAR et al.; 2007; DUARTE et
al., 2013; ROSA & WANDERLEY, 2014)
Existem no mercado, diversos “kits” sorológicos utilizados na detecção da
erliquiose canina, como, por exemplo, o “kit” Immunocomb baseado na técnica de
“Dotblot- ELISA”, que é capaz de determinar anticorpos da classe IgG específicos
para o agente infectante (DUARTE et al., 2013, FERNANDES et al., 2014).
Os sinais clínicos devem ser considerados junto com os resultados
hematológicos, bioquímicos e sorológicos no desenvolvimento do diagnóstico
definitivo (ISOLA et al., 2012).
Tratamento
Alguns fármacos são empregados por hospitais e clinicas veterinárias no
Brasil para o tratamento da erliquiose, tais como a tetraciclina, oxitetraciclina,
doxiciclina e dipropionato de imidocarb. O tratamento deve ser realizado durante três
a quatro semanas, ou até oito semanas naqueles animais que se encontram na fase
crônica. Destes fármacos, a tetraciclina e seus derivados são mais amplamente
empregados (ISOLA, 2012)
A doxiciclina é o fármaco de eleição, principalmente em casos de pacientes
que apresentam afecções renais. Ela é administrada na dose de 5 a 10 mg/kg a
cada 12 horas, via oral, durante 25 a 28 dias, associada a terapia de suporte, como
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fluidoterapia, vitaminas, anti-termicos, protetores de mucosa gástrica, colírios em
casos de infecções oculares, transfusão sanguínea quando necessário, etc. Em
cães tratados com doxiciclina observa-se menor Incidência de reinfecção em relação
aos tratados com oxitetraciclina (SILVA et al., 2011; SUZUKI, 2013).
Dependendo da resposta imunológica do animal, os corticosteróides também
podem ser indicados,visando a preservação da integridade vascular ou da função
plaquetária, principalmente na fase crônica (ISOLA, 2012).
A resposta à terapia é avaliada através da melhora das condições do animal,
tais como o retorno do apetite, melhora do comportamento e do quadro
hematológico (SILVA et al., 2011; SUZUKI, 2013).
Prognóstico e Profilaxia
O prognóstico dependerá da severidade da lesão, ou seja, em qual fase a
doença é diagnosticada. Em casos de estágio médio a moderado, o prognóstico é
favorável. Já em casos severos é reservado. Quando há complicações secundárias
ou quando os sinais clínicos são piorados, o prognóstico é de reservado a pior
(ISOLA, 2012; GUEDES et al., 2015).
A prevenção é de grande importância nos canis e nos locais de grande
concentração de animais. O controle de carrapatos e outros ectoparasitos são parte
fundamental do manejo sanitário de todos os cães, devido à inexistência de vacina
disponível no mercado contra a erliquiose e demais doenças também transmitidas
por ectoparasitos (SILVA et al.; 2011; ISOLA, 2012; FONSECA, 2012; GUEDES et
al.; 2015).
Epidemiologia
No Brasil, a prevalência de erliquiose tem aumentado em algumas regiões do
país, havendo ocorrências significativas nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul,
Bahia, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Grais, Bahia Alagoas,
Ceará, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, onde a maioria dos cães
atendidos apresentaram anticorpos contra E. canis (UENO, 2009; ISOLA, 2012;
GUEDES, 2015).
Em Ituberá, município de Bahia, constatou-se que 12,40% das amostras de
sangue esfregaço caninos mostraram inclusões sugestivas de Ehrlichia spp. Foram
encontrados valores semelhantes (13,90% e 16%, respectivamente) em estudos
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desenvolvidos nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais (GUEDES et al.,
2015). Já em estudos realizados em Lavras, Minas Gerais, a frequência média
global de cães soropositivos para E. canis foi de 23,60%, e 1,90% apresentaram
mórula compatíveis com E. canis (FONSECA, 2012).
Estudos realizados em Botucatu, São Paulo, foi detectada alta taxa de
infecção em cães jovens, associado a trombocitopenia, tendo a E. canis como a
única espécie encontrada na região estudada (UENO et al., 2009).
Nos bairros das regiões administrativas de Cuiabá, Mato Grosso, a incidência
foi de 42,50% casos soropositivos de erliquiose canina, não havendo associações
entre zona rural, urbana, sexo e idade (ISOLA, 2012)
Estudos epidemiológicas constatam que a incidência de erliquiose monocítica
canina varia de 4,8 a 65% em cães de ambiente urbano ou rural (SAITO, 2009). Em
cães que são atendidos em hospitais e clínicas no Brasil, a incidência de erliquiose
canina tem variado entre 20 a 30%, sendo comprovados por diagnóstico sorológico
ou por meio de testes moleculares (DUARTE, 2013; ROSA & WANDERLEY, 2014).
A gravidade da doença depende da suscetibilidade racial, idade do animal,
alimentação, doenças concomitantes e da virulência da cepa infectante. Alguns
estudos demonstram que a doença apresenta maior gravidade clinica nos cães da
raça Dobermans, Pinchers e Pastor Alemão. Os cães da raça Pastor Alemão com
erliquiose, apresentam distúrbios hemorrágicos graves e, esta suscetibilidade racial
é devido à depressão da imunidade mediada por células nessa raça. E importante
ressaltar que esses cães apresentam maior gravidade clínica quando infectados,
porém não são mais predispostos a infecção (ALBERNAZ et al., 2007; SILVA et al.,
2011; GUEDES, 2012).
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo realizado no Hopsital Escola
da Faculdade Vértice - Univertix.
Foram avaliadas as fichas clínicas dos animais atendidos no período de
janeiro à julho de 2013 com diagnostico de erliquiose canina.
Os dados obtidos foram estratificados de acordo com idade, raça, sexo e
doenças associadas. Quanto a idade os animais foram organizados em filhote (até
um ano de idade), adulto (de um a oito anos de idade) e idosos (acima de oito anos
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de idade). Em relação ao gênero foram divididos apenas como macho e fêmea, não
havendo consideração se o animal era inteiro ou castrado.
Foram considerados diagnóstico de erliquiose apenas as fichas clínicas as
quais apresentavam hemograma completo apresentando trombocitopenia associada
ou não a anemia e leucopenia juntamente com os sinais clínicos descritos no
formulário de consulta clínica.
Os dados obtidos foram organizados e processados pelo programa Microsoft
Excel 2010 (Microsoft Office 2010). Foram detectadas as prevalências considerando
a estratificação das variáveis (sexo, raça, idade, doenças associadas)
proporcionalmente ao total de atendimentos de casos de erliquiose atendidos no
Hospital Escola supracitado.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Foram analisadas 83 fichas clínicas de caninos que foram atendidos no
Hospital Escola no período de janeiro a julho de 2013. Nestas fichas foram
detectados sete de casos de erliquiose canina com diagnóstico confirmado por
sinais clínicos e análise de hemograma, totalizando 8,5% dos casos atendidos neste
período.
As demais fichas que apresentavam sintomas característicos a doença mas
não apresentavam hemograma em sua ficha foram descartados por não haver
confirmação laboratorial do diagnóstico, uma vez que os sintomas da erliquiose
sanguínea são comuns outras patologias clínicas, logo houve uma menor incidência
quando comparado a estudos realizados em Lavras, Minas Gerais, onde a
frequência média global de cães soropositivos para E. canis foi de 23,60% e 1,90%
apresentaram mórula compatíveis com E. canis (FONSECA, 2012).
Este baixo resultado relacionado ao índice de erliquiose no Hospital Escola
pode-se explicar pela falta de informação da população quanto a doença e sua
forma de transmissão e quando a resistência do proprietário para autorização da
realização do hemograma dos pacientes para confirmação do diagnóstico.
Dentre o total de casos de erliquiose canina 71,5% correspondiam a machos
e 28,5 a fêmeas, sendo que 50% eram animais de raça e 50% animais sem raça
definida. Quanto a idade 14,3% dos animais acometidos pela doença eram filhotes,
57,1% adultos e 28,6% idosos, visto que a erliquiose canina acomete animais
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independente de raça, sexo ou idade (ISOLA et al., 2012 e ROSA & WANDERLEY,
2014).
Todos os animais apresentavam histórico de pulgas e carrapatos nos últimos
90 dias, confirmando estudos realizados onde demonstra que o carrapato
transmissor da E. cannis se encontram principalmente nas regiões tropicais e
temperadas e pode transmitir a doença por mais de 155 dias depois de se
desprender do hospedeiro (MORAES, 2013).
Os sinais clínicos encontrados nas fichas clinicas de atendimento destes
animais foram vômito, apatia, prostração, febre, mucosas hipocoradas, secreção
ocular, hiperemia conjuntiva, hiperceratose no plano nasal, descamação e lesões na
pele, dor nos membros pélvicos. Nos exames laboratoriais foram detectadas
trombocitopenia podendo se associada a anemia regenerativa normocítica
normocrômica e em 71,5% foram detectados leucopenia. Não foram encontradas
outras doenças clínicas associadas a erliquiose canina nos casos diagnosticados
neste período.
De acordo com Ueno et al, (2009),os sinais clínicos comumente observados
no curso da infecção geralmente são inespecíficos (apatia, anorexia, emagrecimento
febre e linfoadenopatias) e não apresentaram associação com a presença de E.
canis nos animais, o que reforça a importância da associação dos achados clinico-
epidemiologicos e laboratoriais, com vistas a incrementar o diagnostico da
enfermidade.
Todos os animais foram tratados com o protocolo de doxiciclina 10mg/kg/dia
BID, sulfato ferroso, omeoprazol e suplemento vitamínico Nos casos em que haviam
vômito foi prescrito metoclopramida e nos casos de conjutivite foram prescritos
dexametasona, sulfato de neomicina, sulfato polimixina B.
O tratamento realizado condiz com a literatura a qual refere a doxiciclina
como um fármaco de eleição principalmente em casos de pacientes com afecções
renais. Sua posologia indica refere-se a dose de 10mg/kg/dia sendo a cada 12
horas, via oral, durante 25 a 28 dias, associado com a terapia de suporte, como
fluidoterapia, vitaminas, anti-termicos, protetores de mucosa gástrica, colírios em
casos de infecções oculares, etc. (SILVA et al., 2011; SUZUKI, 2013).
Não foram encontrados nas fichas clínicas dados referentes a retorno do
animal e prognóstico da patologia de seu tratamento.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se, portanto, que a erliquiose é uma doença comum nos cães de
diferentes raças, idade e sexo, podendo seu curso clínico ser agudo ou sub-clínico a
crônico, onde os sinais clínicos variam nas diferentes fases.
O diagnóstico da doença e feito a partir dos sinais clínicos e exames
complementares como hemograma e achado de mórula em esfregaço, sendo de
grande importância à realização do hemograma uma vez que os sinais clínicos da
doença são patognomônios com diversas outras patogias.
O tratamento consiste em uso oral de doxiciclina tendo resposta eficaz
para tratamento desta patologia
REFERÊNCIAS
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MAKINO, H et al. Detecção de Ehrlichia canis em cães domiciliados em Várzea Grande: Análise comparativa entre amostras de sangue e medula óssea. Ciências Rural, vol. 46, n 02, fevereiro de 2016 epud 30 de outubro de 2015. MORAES, J.F. Competência vetorial de carrapatos do grupo Rhipicephalus sanguineus do Brasil, Argentina e Uruguai para transmissão da bactéria Ehrlichia canis, agente etiológico da erliquiose monocítica canina. Tese doutorado Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, 2013. ROSA E.P.& WANDERLEY M.C.P. Incidência de casos e reincidivas de erliquiose em um clínica veterinária particular entre 2011 e 2012, no município de Iuverva-SP. Revista Nucleus, v. 11, n. 2, 2014 (suplemento). SAITO, T.B. Estudo da erliquiose em cães expostos carrapatos Rhipicephalus sanguineus experimentalmente infectados. Dissertação doutorado, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, São Paulo. 127 folhas, 2009 SILVA, M.V.M. et al. Erliquiose canina: Revisão de Literatura. Arquivo Ciências Veterinária, Zoologia. UNIPAR. Umuaroma, v.14, n, 2, p. 139-143, jul-dez 2011. SILVA, M.L. Alterações glomérulo tubulares em cães infectados por Ehrlichia canis. Revista Investigação 14 (6):17-21, 2015. SUZUKI F.T. Eficiência do medicamento doxiciclina na resolução da enfermidade Erliquiose monocítica canina (EMC). Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, dissertação de graduação em Medicina Veterinária. Araçatuba, SP, 2013. UENO T.E.H. et al. Ehrlichia canis em cães atendidosem Hospital Veterinário de Botucatu, Estado de SP, Brasil. Revista Brasileira Parasitologia Veterinária, v.18, n 03, p 57-61. julho- setembro 2009.
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IDENTIFICAÇÃO DE MASTITE SUBCLÍNICA NA BACIA LEITEIRA DE MATIPÓ-MG
Marcos Augusto de Azevedo Junior, Bruno Silva Freitas, Jhonathan Alves,
Thais Aparecida Castro, Mateus Dias Santos, Rafaela Nunes Quintão– Acadêmico em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice –UNIVÉRTIX.
Leandro Silva Araújo– Graduado em Medicina Veterinária pela UFV e Mestre na UFV. Professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice–UNIVÉRTIX.
[email protected] RESUMO A mastite, descrita como processo inflamatório das glândulas mamárias, é considerada uma das principais causas de perdas na pecuária de leite do Brasil, devido à queda na produtividade, gastos em tratamento e redução na qualidade do leite. Pode apresentar-se nas formas clínicas e subclínicas, sendo a última de difícil identificação devido à falta de sinais clínicos. Dez principais agentes são relacionados à etiologia da doença, entre eles destacam-se os Streptococcus sp., Staphylococcus sp, e as enterobacteriáceas, que são isolados com frequência de animais diagnosticados positivos. Este trabalho avaliou 673 animais, de 23 propriedades da região e Matipó, para diagnóstico qualitativo de mastites subclínicas através do California Mastits Test (CMT), foi identificado em todas as propriedades avaliadas no entanto existive uma grande variação na quantidade dos animais afetados, valores estes que oscilou de 16 a 77% de animais positivos nas propriedades estudadas. INTRODUÇÃO
O Brasil é o 5° maior produtor de leite no mundo, visto que, sua taxa de
crescimento anual é de 4%, superior a de todos os países que ocupam os primeiros
lugares (FAO, 2010). O leite está entre os seis primeiros produtos mais importantes
da agropecuária brasileira. A produção brasileira de leite é responsável por 6,7
bilhões de reais dentre o total do PIB brasileiro (BARBOSA et al., 2010).
A região Sudeste é a maior produtora de leite no Brasil, em Minas Gerais são
produzidos 30% da média nacional. É importante ressaltar que no Triângulo Mineiro
por possuir tecnologias mais avançadas do que as outras regiões mineiras é
principal região produtora do estado, seguida pelas regiões do Sul e Sudoeste
mineiro, e Zona da Mata (IBGE, 2012).
Dentre as doenças que acometem o rebanho leiteiro e comprometem a
qualidade do leite e ocasiona prejuízo ao produtor, a mastite ocupa lugar de
destaque, por possuir grande importância econômica como também riscos para a
saúde pública. Apesar de ser a doença mais importante em termos econômicos para
a indústria leiteira, é difícil ser controlada. Esta doença pode ser classificada em
forma de apresentação sendo ambiental ou infecciosa (COSTA et al., 1999). Os
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prejuízos atribuídos às formas clínicas e subclínicas produzem diminuição na
produção de 30 a 70%. Além disso, há gastos com medicamentos e assistência
veterinária, gasto também com leite contaminado após o tratamento, e nos
descartes do rebanho (COSER et al., 2012).
A identificação dos animais com mastites subclínica na região, permitirá um
tratamento adequado do rebanho local, podendo reduzir os prejuízos para os
produtores. Este trabalho tem como objetivo identificar os animais com mastites
subclínicas com fins de maximizar a qualidade do leite produzido mostrando para os
produtores quais animais estão com esta afecção para possível descarte ou
tratamento.
FUNDAMENTAÇÃOTEÓRICA
A etiologia da mastite pode ser traumática, alérgica, metabólica, mas
destacando os agentes infecciosos, ou seja, as bactérias. Existem fatores que
dificultam a erradicação e o controle da mastite, tais como, mecanismos de
resistência dos microrganismos e comumente associados às práticas erradas, com
objetivos de acabar com a mastite. Os protocolos de tratamento realmente não
funcionam, já que cada propriedade pode ser acometida por um agente etiológico
diferente, que varia de acordo com o manejo do gado. Uma prática que também é
utilizada e que favorece a resistência dos microrganismos é a realização parcial do
tratamento, ou seja, não realiza todos os procedimentos necessários para que todos
agentes presentes naquele foco sejam eliminados (FREITAS et al., 2005).
A palavra Mastite do latim (mammae), do grego (mastos), com o sufixo (ite) se
denomina pelo processo inflamatório das glândulas mamarias (COSTA, 1991;
RADOSTITS et al., 2002). A mastite se apresenta de duas formas, clínica e
subclínica. A forma clínica é fácil de diagnosticar com sinais evidentes como:
glândula mamária inflamada, dores nos quartos, não deixa realizar a ordenha e pode
apresentar também sangue no leite com presença de pus, flocos se caracterizando
com alterações na composição físico-químico do leite (RADOSTITS et al., 2002).
Na mastite subclínica, geralmente de forma crônica destrói o tecido tirando a
capacidade funcional do órgão, sabe-se então que os prejuízos da mastite subclínica
são bem maiores do que as mastites que apresentam de forma clínica, pois há uma
contínua agressão dos microrganismos sobre o epitélio secretor (COSTA et al.,
1999). A maior perda econômica acometida da mastite subclínica bovina é o
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decréscimo na qualidade e quantidade de leite produzido, levando também a perdas
secundarias como o descarte do animal, aquisição de auxílio técnico do médico
veterinário, aquisição de drogas medicamentosas e entre outros gastos com o
manejo (COSTA et al., 1999). Por isso, deve-se ressaltar a viabilidade de
custo/benefício no controle da mastite subclínica, uma vez que a prevenção para
essa enfermidade demonstra economicamente viável com relação aos prejuízos que
ela acarreta (FREITAS et al., 2005).
A mastite subclínica é uma enfermidade comum em propriedades que
apresentam falhas no manejo de ordenha. Outro fator importante no controle da
mastite subclínica é a higiene do local, do ordenhador (COSTA et al., 1998) e a
higienização dos tetos e úberes dos animais durante e após a ordenha (OLIVEIRA et
al., 2011).
Com relação a comparação de prejuízos entre mastite clínica e mastite
subclínica, destaca-se que a mastite subclínica pois sua identificação necessita de
algumas técnicas como CMT (Califórnia Mastitis Test) para o diagnóstico, ou CCS
(Contagem de Células Somáticas) e não somente a visualização de grumos no leite
como é realizado na mastite clínica (ESSLEMONT & KOSSAIBATI, 2002).
Estudos mostram que a redução na produção total de leite devido a mastite
subclínica possui um índice altíssimo, afetando 84% dos animais (Du Preez &
Giesecke,1994). Costa et al., (1999), fez estudo em 34 propriedades em Minas
Gerais e teve um índice de mastite subclínica menor de 46,10%. Já Bueno et al.,
(2002), encontrou um índice de mastite subclínica de 63,68%, através do método de
CCS e CMT.
A etiologia da mastite infecciosa que a transmissão se é de um animal para o
outro ou através de algum fômites como teteiras, mãos ou ambiental, que é
acometido nos intervalos da ordenha (ESSLEMONT & KOSSAIBATI, 2002).
A mastite infecciosa tem pouca incidência em casos clínicos e alta incidência
de casos subclínicos e são geralmente infecções de longa prazo “crônica”. Seu
principal meio de transmissão é durante a ordenha, por alguns microrganismos
naturais da microbiota dos tetos e das glândulas mamárias, conhecidas como “vacas
dependentes” (COSTA et al., 1998; SVILAND & WAAGE, 2002). Geralmente é
cometidos por S. areus, S.agalactiae, Corynebacteriumbovis, S.dysgalactiae,
Mycoplasmasp. (COSTA et al., 1998).
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Costa et al., (1998) nos refere em 150 espécies de microrganismos
causadores da mastite bovina no entanto destaca-se 10 principais agente etiológicos
Streptococcus agalactiae, Streptococcus dysgalactiae, Staphylococcu ssp, S.
aureus, Corynebacterium bovis, Streptococcus uberise e outros estreptococos. Um
dos microrganismos mais comuns e isolados em trabalhos é o Staphylococcus
aureus, sendo considerado o principal patógeno que causa a mastite e trazendo ao
produtor maior importância econômica (FONTANA et al., 2010), causando infecções
de longa duração e baixa taxa de cura (OLIVER, GILLESPIE, HEADRICK, 2004).
A alta frequência de S. aureus se dá devido a sua localização na pele, úbere
e nos tetos, facilitando sua infecção e transmissão (ZANETTE et al., 2010). Por isso,
é necessário tomar algumas medidas de controle como: manter o ambiente de
descanso do gado limpo, a fim de manter úberes e tetos limpos e secos no momento
da ordenha e desligar a bomba de vácuo da ordenha antes da remoção da teteira
(SAEKI et al., 2011).
O tratamento antimicrobiano é a ferramenta utilizada no controle da mastite
causada por Staphylococcus aureus (MORONI et al., 2006). O tratamento mais
efetivo quando o animal está infectado é a infusão de antibiótico no final da lactação
para período seco (SHEPHARD et al., 2000). Porém, a cura de animais infectados
por S. aureus pode apresentar taxas muito baixas (ZAFALON et al., 2007).
A identificação dos animais com mastites subclínica na região, permitirá um
tratamento adequado do rebanho local, podendo reduzir os prejuízos para os
produtores. Este trabalho tem como objetivo identificar os animais com mastites
subclínicas com fins de maximizar a qualidade do leite produzido mostrando para os
produtores quais animais estão com esta afecção para possível descarte ou
tratamento.
METODOLOGIA
Amostra
O projeto atuou em todas as pequenas propriedades de gado de leite do
município de Matipó/MG, que eram cadastradas na Secretaria Municipal de
Agricultura e desejaram participar. Os produtores que concordaram participaram de
uma palestra de conscientização, onde foram apresentadas as principais etapas,
metodologia e vantagens do projeto.
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O proprietário ou responsável pela propriedade cadastrada foi contatado e
apresentado o Termo de Consentimento e Livre Esclarecido do projeto, somente
após a assinatura do termo a propriedade passou a fazer parte do projeto.
Exames e coleta das amostras dos animais
Cada propriedade teve uma ficha de acompanhamento durante todo
experimento, na qual foram registrados todos os resultados.
California mastite test - cmt
Os primeiros jatos de leite de cada quarto, de cada animal, foram
descartados, com posterior higienização dos tetos. Após a desinfecção, foram
coletados 02 mL de leite de cada quarto, que foi misturado com 02 mL reagente do
CMT, após agitação em até 30 segundos o resultado foi interpretado da seguinte
forma: 0) resultado negativo, quando a amostra fluida e normal; +) fraco positivo,
quando apresentar leve precipitação sem formação de gel; ++) médio positivo,
solução engrossada com formação de gel; +++) solução altamente viscosa com
formação de gel com adesão ao recipiente. Estes escores de avaliação resultou no
quadro de mastite subclínica de cada animal da propriedade revelando ao produtor
qual o perfil de seu rebanho.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram analisados 673 animais, totalizando 2.692 quartos mamários, dos quais,
alguns já se apresentavam afuncionais devido à mastite. Do total de animais, 356
(52,9%) reagiram positivamente no teste para mastite subclínica, o California Mastitis
Test (CMT), variando de 16% a 77% de animais positivos, como pode ser visto na
Figura 1. Resultados semelhantes foram encontrados em outros estudos em Minas
Gerais, como constatado por Freitas et al., (2005), que ao analisar 256 animais
verificaram a presença de mastite subclínica em 57,1% deles, e Martins et al.,
(2010), que encontraram 65% de positividade. Diferente dos demais, em estudos no
estado do Pará, foram analisados 233 animais e constatado 6,6% de mastite
subclínica (OLIVEIRA et al., 2011). Esta variação pode ser explicada devido às
diferenças no manejo predominante nestas regiões, uma vez que o tipo de criação
intensiva praticada no Sudeste facilita a disseminação de agentes entre os animais
(OLIVEIRA et al., 2011).
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Figura 1: Correlação de animais positivos ao teste de CMT por propriedade
CONCLUSÃO
Os resultados encontrados neste estudo demonstram que a mastite é um
grande problema na região foco do estudo. Entre os produtores de leite, 100% das
propriedades avaliadas apresentaram casos de mastite subclínica, algumas
ultrapassando 70% de animais positivos.
REFERENCIAS BARBOSA, P. F.; PEDROSO, A. F.; NOVO, A. L. M.; RODRIGUES, A. A.; CAMARGO, A. C.; POTT, E. B.; SCHIFFLER, E. A, AFONSO, E.; OLOVEIRA, M. C. S.; TUPY, O.; BARBOSA, R. T.; LIMA, V. M. B. Importâncias econômicas, Sistema de produção 4: EMBRAPA Gado de Leite . 2010. COSER, S. M.; LOPES, M. A.; COSTA, G.M.; Mastite bovina: controle e prevenção. 2012. 31f. Monografia (Especialização em Defesa Sanitaria)- Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Lavras. COSTA, E. O. Importância da mastite na prudução leiteira do país. Revista de Educação Cotinuada do CRMV-SP, São Paulo, v.1 p.003, 1998. COSTA, E. O. Importância econômica da mastite infecciosa bovina. Revista Comunicações Científica Faculdade Medicina Veterinária Zootecnia, São Paulo, n° 1, v.15, p. 21-26. 1991.
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N° Total de Animais N°de Animais Positivos
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AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA REPRODUTIVA DE REPRODUTORES DE ALTO VALOR GENÉTICO CRIADOS EM UMA GRANJA DE SUÍNOS NO INTERIOR DE
MINAS GERAIS
Rafael Custodio Machado- Acadêmico do Curso de Medicina Veterinária. Bolsista PIBIC – FAPEMIG. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Bruna Waddington Freitas- Medica Veterinária e Doutora pela UFV, professora da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX e UNIVIÇOSA.
Vívian Rachel Mendes – Medica Veterinária pela UFES, Doutoranda em Ciência Animal pela UFV – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes-Farmacêutica e Mestre pela UFOP, Professora da Faculdade Vértice –UNIVÉRTIX.
Alberto Yukio Chaya - Médico Veterinário e Doutor pela UFV. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
RESUMO
A Suinocultura é um setor que contribui fortemente para o desenvolvimento da economia do país, inúmeros fatores favorecem o crescimento da suinocultura brasileira. E um dos fatores que irá proporcionar o sucesso técnico e econômico de uma granja de suínos e o reprodutor. Absolutamente, grande parte deste sucesso depende do nível genético dos reprodutores selecionados. Os reprodutores são animais de grande valor na suinocultura industrial. Primeiramente, por representarem 50% do material genético do plantel de uma granja, a seleção dos reprodutores deve ser baseada principalmente em fatores como: genealogia, conformação anatômica, desempenho reprodutivo e progênie. Este trabalho teve como objetivo avaliar 5 reprodutores saudáveis de linhagem comercial de uma granja localizada na zona da mata, no interior do estado de Minas Gerais. Todos os animais foram submetidos ao exame andrológico, o que pode observar neste estudo foi a diferença de tamanho entre os testículos de cada reprodutor, tanto no seu comprimento como na sua largura. Apesar de existir esta diferença na sua mensuração testicular não houve interferência na quantidade e na qualidade do sêmen, já dos resultados obtidos para características de ejaculado entre os reprodutores não se mostraram diferentes.
PALAVRAS – CHAVE: Desempenho reprodutivo, exame andrológico, reprodutores,
suíno.
INTRODUÇÃO
A Suinocultura é um setor que contribui fortemente para valorizar a economia
do país, este ramo do agronegócio gera cerca de 730 mil empregos diretos e
contribui com renda para mais de 2,7 milhões de pessoas. Nos últimos anos, o país
está aumentando sua participação no mercado internacional devido ao seu alto
índice de competitividade, e se encontrar como o quarto exportador e produtor de
carne suína do mundo (USDA, 2013).
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Inúmeros fatores favorecem o crescimento da suinocultura brasileira. E um
dos fatores que irá proporcionar o sucesso técnico e econômico de uma granja de
suínos é a decisão de escolher quais animais ideais para formar o plantel de uma
granja. Absolutamente, grande parte deste sucesso depende do nível genético dos
reprodutores selecionados (FÁVERO e IRGANG, 1997).
Os reprodutores são animais de grande valor na suinocultura industrial.
Primeiramente, por representarem 50% do material genético do plantel de uma
granja. Outra importância, pelo fato de servirem 20 fêmeas na monta natural,
aproximadamente. Além, de serem a escolha do material genético disponível para a
produção de leitões, pois esta neles as qualidades naturais desejadas (FÁVERO e
IRGANG, 1997; GAGGINI, MURGAS e ZANGERONIMO, 2008). Por esta razão,
cuidados especiais devem ser adotados por ocasião da aquisição destes animais
(GAGGINI, MURGAS e ZANGERONIMO, 2008).
A seleção dos reprodutores deve ser baseada principalmente em fatores
como: genealogia, conformação anatômica, desempenho reprodutivo e progênie.
Devem possuir também tamanho adequado dos testículos e epidídimos, integridade
da pele, prepúcio sem secreções e com mucosa integra, pênis sem lesões,
aderências e malformações (GAGGINI, MURGAS e ZANGERONIMO, 2008).
Diante deste fato, objetiva-se com este estudo avaliar o comportamento
sexual, o exame físico e a análise seminal de reprodutores de alto potencial genético
criados em uma granja de suínos no interior de Minas Gerais. E correlacionar estes
reprodutores quanto ao número de leitões nascidos totais, número de leitões
nascidos vivos, número de leitões natimortos e número de leitões mumificados
utilizados no manejo reprodutivo da mesma.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Os suínos destinados à reprodução iniciam a vida reprodutiva a partir dos 200
a 220 dias de idade, em torno dos sete a oito meses. Portanto, antes desse período
caracteriza-se a fase pré-púbere. A entrada em serviço dos reprodutores jovens é
determinada basicamente em função das características associadas aos processos
de puberdade, maturidade sexual, desempenho sexual e reprodutivo
(OBERLENDER et al., 2010).
A utilização máxima do reprodutor ocorre quando este apresenta um alto e
constante desempenho reprodutivo, após ser previamente selecionado e classificado
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como sendo satisfatório o seu comportamento sexual, habilidade de monta, libido,
características sexuais e reprodutivas desejáveis e principalmente pela produção de
um ejaculado capaz de determinar boas taxas de fertilização e prenhez das
matrizes. Os parâmetros antes citados são influenciados pelos hormônios
reprodutivos (FERREIRA et al., 2005).
A suinocultura moderna e tecnificada utiliza a inseminação artificial (IA) como
componente do manejo reprodutivo. A necessidade de atender às demandas do
mercado consumidor no que diz respeito à qualidade da carne e ao teor de gordura
na carcaça foi a principal responsável pelo progresso genético nesta área
(GIACOMELI, KOZICKI e CARVALHO, 2010).
Na atualidade, esta técnica é praticada em todo o mundo. No Brasil, a
inseminação artificial teve uma grande expansão a partir de 1970 tomou um grande
impulso, por constituir um método de reprodução de grande eficiência econômica
(OBERLENDER, MURGAS e MESQUITA, 2008).
Feita avaliação da fertilidade e a observação do comportamento reprodutivo,
pode-se aumentar gradativamente o número de coberturas. Não é aconselhável que
o cachaço realize coberturas mais de uma vez por dia. Machos com idade de 8 a 12
meses podem ser utilizados 1 vez por semana ou 3 vezes a cada 2 semanas e
adultos podem ser coletados 2 vezes por semana. Sempre considerar intervalos
regulares entre as coberturas. A utilização intensa do cachaço mesmo que em
curtos períodos de tempo diminui sua capacidade sexual (TONIOLLI, 2010).
O exame andrológico é um conjunto de avaliações que devem ser realizadas
a seguinte sequência: identificação do animal, realização de exames clínicos,
espermograma, avaliação de características morfológicas dos espermatozoides e
exames complementares (GAGGINI, 2008).
O exame andrológico auxilia na identificação de machos superiores e deve
ser realizado por especialistas com sólidos conhecimentos. Em vista disto a
submissão dos reprodutores aos exames de aptidão reprodutiva torna-se
fundamental para aumentar da criação de suínos (FONSECA, 2009).
Também é necessário que se realize uma avaliação do comportamento
sexual e índole do reprodutor, através da verificação da libido e da execução das
fases da cópula. As fases da cópula têm de ser avaliadas separadamente
(excitação, aproximação, ereção, protusão, monta, introdução, propulsão e
ejaculação, descida e fim do ato de monta (GAGGINI, 2008).
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O espermograma consiste na avaliação do sêmen por diversos processos,
iniciando pela coleta do mesmo e então se avaliando as características físicas do
ejaculado: volume do sêmen; aspecto do sêmen (avaliação de cor e aparência) é
ideal que não haja presença de urina no sêmen colhido (coloração amarelada e
aspecto líquido); motilidade dos espermatozoides; vigor dos espermatozoides;
concentração dos espermatozoides (GAGGINI, 2008).
A avaliação de características morfológicas dos espermatozoides acontece
através do uso de técnicas, como esfregaços corados ou preparação úmida, deve-se
observar a quantidade de anormalidades nos espermatozoides e então estimar o
número de espermatozoides viáveis no ejaculado (GAGGINI, 2008).
MATERIAL E MÉTODOS
Local e animais
O trabalho foi realizado no período de julho/2014 a dezembro/2014, em uma
granja multiplicadora de suínos, localizada no município de Matipó, na Zona da
Mata, interior do estado de Minas Gerais. Foram utilizados 5 machos reprodutores
suínos saudáveis de linhagem comercial, aptos à reprodução, de diferentes idades
com, no máximo, cinco anos e mínimo de 2 anos. Estes reprodutores foram alojados
em piquetes (3x4m), sendo alimentados por sistema de alimentação manual (2x/dia)
de 2kg/dia de ração balanceada para gestação contendo 15% de proteína e água a
vontade em bebedouros tipo canaleta.
Coleta de sêmen e avaliação
Todos os machos foram submetidos ao exame andrológico e teste de libido
adaptado a suínos. E todos foram submetidos à avaliação do comportamento sexual
a campo.
Os reprodutores selecionados não estavam em repouso sexual, sendo todos
utilizados semanalmente para inseminação artificial. Após contenção individual, os
machos foram submetidos à biometria testicular com auxílio de um paquímetro para
a medição do comprimento e largura escrotal.
Foram obtidos para análise de sêmen, 10 ejaculados de cinco cachaços, com
um total de 50 ejaculados. Para a coleta de sêmen, será utilizada a técnica da mão
enluvada (Hancoch e Hovell, 1959) no período de manhã, período de temperatura
amena, com o intuito de evitar o estresse nos animais. Os ejaculados foram
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coletados em copos de plásticos descartáveis com volume de 700 mL, estéreis,
previamente aquecidos a 38° C, com duas camadas de gazes fixadas na abertura do
copo (evitar a fração gelatinosa do sêmen) e protegidos em garrafa térmica.
Imediatamente após as coletas, as características gerais do ejaculado foram
analisadas para o aspecto (Asp) do sêmen, designado na escala de 1-4, sendo
1=aquoso; 2=opalescente; 3=leitoso; e 4=cremoso; o volume total de cada ejaculado
(V) e a fração gelatinosa do ejaculado (VGel) foram avaliados. Para as análises
físicas do sêmen, uma gota de sêmen (10 µL) foi depositada entre uma lamina e
uma lamínula, previamente aquecida a 38° C e examinada na objetiva de 40x em
microscópio de contraste de fase: a motilidade espermática (Mot, %) e o vigor
espermático (Vig, 0-5) foram analisados (CBRA, 1998).
Mensuração testicular
Comprimento testicular (C) e largura testicular (L) foram medidos
mensalmente. Para o cálculo do volume testicular (VT), a fórmula de cilindro foi
usada como Fields et al., (1979): V = 2 [(r2) x π x h], sendo r = raio calculado da
largura (L/2); π = 3,14159; e h = comprimento. Os testículos foram classificados
como: comprido, moderado, ou comprido ovalado; se os testículos foram
classificados como ovalado, a fórmula V = 4/3 [(π) x (C/2) x (L/2)2] foi usada, para C
= comprimento do testículo e L = largura do testículo, de acordo com Bailey et al.,
(1998).
Para determinar o formato testicular, o raio entre a largura e o comprimento
será calculado como o valor médio dos dois testículos medidos. Cinco diferentes
formatos são definidos de acordo com Bailey et al., (1996): raio menor do que ou
igual a 0,5 = testículo comprido; raio entre 0,51 e 0,625 = testículo moderado; raio
entre 0,625 e 0,75 = testículo ovalado; raio entre 0,751 e 0,875 = testículo esférico-
ovalado; e raio maior do que 0,875 = testículo esférico.
Comportamento sexual
As características de comportamento sexual, prelúdio e a duração da coleta
de sêmen foram analisadas através de um tempo de 30 minutos durante o prelúdio.
Os sinais fisiológicos avaliados de comportamento sexual incluem: contato
nasonasal ou genital, emissão de saliva, urina, a exposição do pênis, flanco de
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estímulo, comportamento ingestivo, morder o manequim e o número de montas
falsas.
Correlação exame andrológico x Número de leitões nascidos/Matriz
inseminada
Foi correlacionada para cada reprodutor os resultados do exame andrológico
com o número de leitões nascidos totais, o número de leitões nascidos vivos,
número de leitões nascidos natimortos, leitões nascidos mumificados e o número de
matriz que repetiram o cio no dia 21, 45 e 60 pós-inseminação artificial.
Análise estatística
Os dados foram analisados descritivamente utilizando o software estatístico R
versão 2.12.2 (R DEVELOPMENT TEAM, 2011). Teste de pressuposição (teste de
normalidade e teste de homogeneidade de variância); os dados foram submetidos à
análise de variância (ANOVA) e as médias foram comparadas pelo teste F a 5% ou
pelo teste de Tukey a 5%. As correlações entre as características foram realizadas
através da função cor do pacote “stats” do programa R (R DEVELOPMENT TEAM,
2011).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados obtidos para características dos ejaculados entre os
reprodutores não se mostraram diferentes (TABELA 1). Para estes também não
houveram diferenças significativas para número de leitões nascidos totais (LNT),
número de leitões nascidos vivos (LNV), número de leitões natimortos (LN), número
de leitões mumificados (LM) e para número de fêmeas que repetiram o estro (RE)
(TABELA 1).
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Tabela 1. Resultados das características reprodutivas de machos suinos de alto valor genético.
Reprodutores 871 1322 10355 873
Características
LNT 13,3a 12,4a 12,8a 13,3a
LNV 12,4a 11,4a 11,6a 11,75a
LN(%) 4,83a 5,16a 6,25a 6,76a
LM(%) 1,61a 2,9a 3,125a 4,88a
RE(%) 6,66a 0a 0a 4,76a
Tempo p montar (min) 4 9 5 10
Tempo de ejaculado (min) 8 6 5 5
Volume do ejaculado (mL) 250 240 450 200
Peso do gel (g) 40 60 80 40
Motilidade (%) 80 85 90 80
Vigor (0-5) 3,5 4 4,5 4
Teste de libido (0-10) 8 8 8 7
Comprimento testicular direito
(mm)
174,6 161,9 188 192,6
Comprimento testicular esquerdo
(mm)
192,9 179,3 193,1 201
Largura testicular direito (mm) 63 80,2 98,3 82,4
Largura testicular esquerdo (mm) 69,25 87,3 98,3 91
Temperatura Ambiental (° C) 28 24,5 24,5 23,5
a : p>0,05 pelo teste R.
Desta forma, os resultados deste trabalho corroboram com Oliveira (2009), o
qual considera a fertilidade do macho nos programas de reprodução com uma
importância maior se comparado com a fêmea isoladamente. Isto se deve
principalmente pelo fato de o macho poder se acasalar com um número maior de
fêmeas, tanto no sistema de monta natural como na inseminação artificial.
Viana (2004) observou que o reprodutor influencia diretamente no número de
leitões nascidos totais (LNT), número de leitões nascidos vivos (LNV), número de
leitões natimortos (LN) e número de leitões mumificados (LM). Diferentemente
encontrado nos resultados do presente trabalho (TABELA 1).
Segundo LISBOA (2009), a seleção de machos suínos em uma granja
suinícola deve ser criteriosa, principalmente em função das características
reprodutivas, pois estes contribuem diretamente com a alta produtividade. Fato
diariamente visto em grande parte das granjas brasileiras já que os reprodutores são
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adquiridos de empresas comerciais especializadas em melhoramento genético para
tais características pesquisadas no presente experimento.
De acordo com a estatística, para os p-valores encontrados nos machos, não
se permitiu correlacionar, para cada reprodutor, os resultados do exame andrológico
com o número de leitões nascidos totais, o número de leitões nascidos vivos,
número de leitões nascidos natimortos, leitões nascidos mumificados e o número de
matriz que repetiram o estro.
A realização dos exames andrológicos possibilita ao técnico julgar quais
reprodutores estarão aptos a reprodução comparando-os de acordo com seus
desempenhos reprodutivos. Com esta técnica, permite às granjas boas taxas de
produtividade. Desta forma, Garcia e Barbosa (1994) observaram que todos os
sinais fisiológicos dos reprodutores, tais como: contato nasonasal ou genital, urina
durante prelúdio, exposição do pênis antes da coleta, estímulo ao flanco,
mastigação/salivação, tentativas de montas no manequim são importantes para se
julgar quais destes animais serão vendidos ao mercado. Assegurando-se desta
maneira, a abertura comercial e o preenchimento nas granjas de um ótimo
reprodutor. E isto foi observado neste experimento. Todos os animais apresentaram
ótima libido.
O presente trabalho também corrobora com Toniolli (2010), o qual se
recomenda a coleta de sêmen pelo método de mão enluvada, diluição em meio BTS
(BELTSVILLE THAWING SOLUTIUN), homogeneização e fracionamento em frascos
plásticos, em volume de 100mL, com aproximadamente 4 bilhões de
espermatozoides, para se obter ótimo número de leitões nascidos e de se haver um
baixo número de fêmeas que repetem o estro.
Para todos outros valores dos reprodutores como: qualidade/quantidade do
sêmen, tempo de ejaculado, volume do ejaculado, peso do gel, motilidade, vigor,
teste de libido, comprimento e largura testicular não foram analisadas
estatisticamente, devido ao baixo número de repetições realizadas no experimento.
Assim como a temperatura ambiental no horário das coletas.
Porém, o que se pôde, superficialmente, observar neste estudo foi à diferença
de tamanho entre os testículos de cada reprodutor, tanto no seu comprimento como
em sua largura. Isto demonstra que apesar de existir esta diferença na mensuração
testicular, não houve interferência na quantidade e na qualidade do sêmen.
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Assumpção et al., (2013), obtiveram resultados semelhantes em um estudo com
bovinos da raça nelore.
Gaggini et al., (2008) demonstraram que a quantidade e a qualidade de
sêmen esta relacionada com a fertilidade e com o tamanho da leitegada. Apesar das
repetições neste trabalho, os reprodutores não foram um fator de influência no
número de leitões totais.
De acordo com Donin et al., (2007), o calor e a temperatura ambiente elevada
podem resultar em estresse crônico se acompanhados por uma ampla flutuação da
temperatura, o que pode comprometer diretamente a libido, a qualidade seminal e a
fertilidade dos machos. Devido ao baixo número de repetições neste trabalho. Não
se pôde concluir estatisticamente, se a temperatura ambiental afeta os parâmetros
reprodutivos dos reprodutores. Nota-se neste trabalho também, que houve
diferenças de temperatura e climáticas durante as coletas dos dados, porém não
foram suficientes para afetar o número de leitões nascidos.
CONCLUSÃO
A eficiência reprodutiva de reprodutores de alto valor genético criados em
uma granja de suínos no interior de Minas Gerais está de acordo com o que
propõem as empresas comerciais que os vende. Animais com excelente eficiência
reprodutiva.
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PRINCIPAIS AFECÇÕES ODONTOLOGICAS EM EQUINOS REFERENCIADOS AO HOSPITAL ESCOLA VETERINARIO GARDINGO LTDA
Altamir Pedro de Oliveira Neto, Luana Calil de Oliveira, Marcos Augusto de
Azevedo Junior, Guilherme Henrique Soares Lopez – Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Priscila Fantini – Medica Veterinária pela UFMG. Doutora em Ciência animal pela UFMG. Professora da Faculdade Alis.
Bruno Santos Andrade – Médico Veterinário pela UFMG. Mestre em Clínica e Cirurgia de animais pela UFMG. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
RESUMO As afecções odontológicas estão entre os principais problemas encontrados em equinos, consequentemente se associam a perda de peso, dificuldade para deglutir e redução do desempenho podendo até mesmo levá-los a morte. Sendo assim este trabalho tem por objetivo realizar um levantamento sobre as principais afecções odontológicas que acometem os equinos encaminhados por diferentes razões ao Hospital Escola Veterinário Gardingo LTDA. Foram analisados seis equideos entre os meses de fevereiro a abril do ano 2016, animais estes de ambos os sexos e idades diferentes. Todos os animais analisados apresentaram alguma afecção odontológica, tais como: Pontas de esmalte dentário, dente de lobo, fratura, doença periodontal, doença periapical e diastemas. Tendo em vista os resultados obtidos, conclui-se que um exame periódico da cavidade oral dos equinos por um médico veterinário é de grande valor, para diagnosticar e tratar tais afecções. PALAVRAS-CHAVES: Afecções odontológicas; equino; odontologia.
INTRODUÇÃO
O Brasil possui a quarta maior população de equinos no mundo, animais
estes usados para lazer, trabalho ou em competições esportivas (GUERRA JUNIOR,
2010). A saúde bucal é essencial para estabelecer e manter a higidez dos animais,
propiciando-os, bem estar e melhora na fisiologia mastigatória (CUNNINGHAM &
KLEIN, 2008).
A mecânica bucal tem a finalidade de reduzir o tamanho das partículas
apreendidas pelos lábios e dentes, umedece-las e pré digeri-las, para melhor
digestão gástrica e intestinal (THOMASSIAN, 2005). Contudo somente uma
pequena parte da população equina passa por uma avaliação odontológica
periodica. A outra parcela da população, é negligenciada devido a falta de
informação, limitações econômicas, e indisponibilidade de profissionais
especializados em realizar o serviço (ROSCOE, 2007).
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Nos animais afetados por afecções dentárias, podem surgir dificuldade na
apreensão e deglutição dos alimentos, emagrecimento e queda na performance que
pode ser vista principalmente nos animais de alto desempenho, tornando-se
imprescindível a presença do médico veterinário na execução de exames periódicos,
diagnóstico, monitoramento odontológico e tratamento clínico ou cirúrgico adequado,
que resultará em um equino saudável, com melhor desempenho e maior vida útil
(BOTELHO et al., 2007).
O presente trabalho tem por objetivo realizar um levantamento sobre as
principais afecções odontológicas que acometem os equinos atendidos no Hospital
Escola Veterinário Gardingo LTDA, entre os meses de fevereiro a abril de 2016.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.
As características dentárias são diferentes em cada espécie havendo
particularidades inerentes à cada uma. Os equinos possuem alguns grupos de
dentes tais como incisivos, caninos, pré-molares e molares que são classificados
quanto à forma, tamanho e número, função e fisiologia. Sendo assim titulados de
difiodontes por possuírem uma dentição decídua, hipsodontes por possuírem os
dentes de coroas largas, anisognata por possuir a largura do arco dentário maxilar
30% maior que a largura do arco dentário mandibular, gnatostomatas por possuírem
a mandíbula móvel e ainda classificados como anelodontes, por terem dentes de
desenvolvimento limitado, mas de erupção contínua durante a vida (DIXON, 2002;
BAKE & EASLEY, 2005; EASLEY, 1996; LOWDER & MUELLER, 1998).
Os equinos realizam movimentos mastigatórios diferentes das demais
espécies. Sua mordida possui força no sentido transversal, que fortifica a sua
musculatura massetérica, como também faz movimentos caudo rostrais e laterais
que auxiliam em uma melhor trituração do alimento. Apesar do movimento vertical
não ser o predominante na mastigação dos equinos, ele o executa com maior
intensidade quando se encontra estabulado se alimentando de rações
industrializadas (DIXON, 2002).
Os alimentos concentrados e as forragens oferecidas ao animal agem de
maneira direta em seu ciclo mastigatório visto que o animal realiza diferentes
movimentos mastigatórios para cada tipo de alimento ingerido (PAIVA NETO, 2010).
O numero total dos dentes nos equinos é variável em função do sexo e idade
dos animais. Diante disso as fêmeas adultas possuem em sua totalidade 36 dentes,
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sendo que os machos adultos podem atingir de 40 a 44 dentes, podendo variar de
acordo com a presença dos caninos e dos dentes primeiros pré-molares (dentes de
lobo). Os equinos possuem três incisivos superiores denominados canto, médio e
pinça e três inferiores com a mesma denominação, possuindo também dois caninos
superiores e dois inferiores quando estão presentes, pois, em fêmeas geralmente
estes dentes não são observados. Três pré-molares superiores no entanto, quando
o primeiro pré-molar (dente de lobo) esta presente o animal fica com um total de
quatro pré-molares, possuindo também três molares superiores e três molares
inferiores (BACKER & EASLEY 2002; TOWNSEND, DIXON & BARAKZAI, 2008).
Os dentes incisivos totalizam 6 em cada arcada, sendo denominados canto,
médio e pinça. Estes dentes sofrem desgaste ao longo da vida revelando seu anel
central denominado copo ou marca, sendo que, os dentes da arcada superior são
mais largos e convexos, o incisivo do canto superior é mais largo que todos os
demais. Cada dente afunila-se uniformemente desde sua coroa até o seu ápice, a
parte apical destes dentes representa a raiz. Entretanto uma parte deste dente é
chamada de coroa de reserva. Esses dentes se inrompem mais ou menos na
mesma época e estão sobre total desgaste quando o animal atinge 5 anos de idade.
Os dentes incisivos formam um arco, que a princípio é convexo mas torna se
angular tornando se tangente para os dentes opostos (GETTY et al., 2007).
Os dentes caninos são geralmente ausentes nas fêmeas. O canino superior
encontrasse mais próximo dos incisivos do que dos pré molares criando assim um
espaço desigual estre esses dentes. O canino inferior e mais rostral ainda do que o
superior. Quando o animal fecha a boca raramente esses dentes entram em contato.
Este dente é simples, pontiagudo e relativamente pequeno. Tanto os caninos
superiores e inferiores são semelhantes em sua forma (GETTY et al., 2007).
O primeiro pré molar muitas vezes é ausente. Quando presente, é vestigial
sendo relativamente pequeno podendo também não vir a se irromper. Os demais
dentes pré molares e molares se assemelham muito em tamanho largura e
comprimento. São grandes, largos e de formato prismático com exceção do primeiro
e do último que apresenta três lados. Seu comprimento é de 8 cm antes de iniciar
seu desgaste. Os dentes inferiores são mais estreitos e retos diferenciando-se da
arcada superior, porém suas curvaturas são semelhantes. Já suas raízes,
encontram se direcionadas rostral e caudalmente (GETTY et al., 2007).
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Os dentes possuem uma grande importância nos equinos para que possam
triturar os alimento com eficiência, refletindo então a necessidade e a importância da
avaliação odontológica periódica desses animais. O principal ponto para se iniciar
um bom exame odontológico é efetuar uma anamnese completa. Após a anamnese
inspeciona se a parte externa e interna da cavidade oral do animal. A primeira
observação a ser feita é a avaliação da existência ou não de assimetria facial, que
pode ser um indicativo de alguma afecção. Em seguida deve-se examinar os lábios
e por fim realizar a inspeção interna avaliando mucosas e dentes (GIECHE, 2013;
GIECHE, 2007; EASLEY, 2008).
Principais afecções dentárias.
Segundo (JOHNSON & PORTER, 2006; TOWNSEND, DIXON & BARAKZAI,
2008), as afecções odontológicas mais frequentes encontradas em equinos são
pontas excessivas de esmalte dentário, ondas, degraus, fraturas ou erupção
defeituosa, diastemas, ganchos rostrais e caudais, rampas, cristas transversais
acentuadas e doença periodontal.
Os principais sinais clínicos de afecções dentarias são a dificuldade em
apreender, cortar e triturar o alimento. Muita das vezes, os sinais clínicos se
manifestam quando os problemas dentários estão em grau avançado, e com
prognostico desfavorável (JOHNSON & PORTER, 2006).
Ondas
As ondas são irregularidades em formato de ondas nas arcadas. Acredita-se
que a sua existência esteja ligada a diferente velocidade de erupção e desgaste dos
dentes, e são classificados como congênitas ou adquiridas. Essas ondulações
podem também ser encontradas na arcada oposta em resposta ao problema
primário. (DIXON et al., 1999; JOHNSON & PORTER, 2006). Com isso, alterações
na mecânica da boca fica comprometida, propiciando o aparecimento de afecções
dentárias secundárias. Torna-se imprescindível a correção dessas ondulações para
que os movimentos mastigatórios do animal voltem a exercer sua função com
eficácia. (JOHNSON & PORTER, 2006).
Degraus.
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Os degraus são resultados da variação de altura dos dentes opostos, como
consequência do crescimento excessivo ou defeituoso de um dente. Podem também
ser provenientes de fraturas ou extrações dentárias, permitindo assim o crescimento
exagerado do dente da arcada oposta por falta de contato e desgaste com o seu
opositor. Essa afecção compromete de forma intensa os movimentos mastigatórios
do animal e pode vir a lhe causar dor. (DIXON et al., 2000).
Diastemas.
Os diastemas são os intervalos encontrados entre dois dentes adjacentes
podendo ser encontrados entre os dentes incisivos, embora menos comum, e entre
os dentes pré-molares e molares. Eles são classificados como abertos ou fechados,
abertos que permitem o trânsito livre de alimentos e fechados quando o alimento
penetra e se aloja. Os dentes mais acometidos são os dentes mais caudais. Eles
ainda podem ser classificados como primários ou secundários congênitos ou
adquiridos. Eles também podem predispor a afecções odontológicas secundárias
como infecções periapicais e fistulas (OMURA, 2003).
Presença do primeiro pré molar.
O primeiro pré-molar é um dente vestigial nos equinos conhecido como dente de
lobo, podendo ter formas e tamanhos variáveis, ser uni ou bilateral e pode vir ou não
a irromper. Sua incidência é maior na maxila. Quando ele não se irrompe pode
causar muita dor quando em contato com freios e bridões (FERNANDES FILHO et
al., 2014).
Fraturas.
Os cavalos em geral adquirem fraturas de varias maneiras e formas como por
exemplo por meio de traumas externos, que podem ser causados por coices, brigas
entre eles ou pelo simples hábito de morder objetos inanimados, que acontece
devido a alguma deficiência de minerais, por stress, ou distúrbios comportamentais
(Dixon et al., 2006)
Pontas excessivas de esmalte dentário.
Considerada a afecção mais comum entre os equinos, as pontas excessivas
de esmalte dentário se dão devido ao desenvolvimento agudo dos dentes, contudo ,
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quando se tornam muito grandes , podem acabar acometendo tecidos como o
cemento e a dentina do dente oposto a ele. Esta afecção se desenvolve nas bordas
laterais da maxila e medial da mandíbula, vindo a causar lacerações na bochecha e
língua durante a mastigação, causando desconforto ao animal impedindo-o de
realizar seu ciclo mastigatório completo (DIXON et al., 2007).
Animais com dor podem vir a mastigar de forma unilateral, que pode causar
um posicionamento anormal da cabeça, uma má digestão de alimentos, um certo
desgaste do incisivo, e desenvolvendo assim uma superfície oclusa diagonal e uma
sobremordida. Em certos casos essa sobremordida se torna tão intensa que os
incisivos superiores acabam crescendo ate abaixo dos incisivos inferiores, gerando
um aprisionamento mecânico que acaba delimitando o desenvolvimento mandibular
(DIXON & DACRE, 2005). O raspado ou moagem das coroas é o procedimento mais
utilizado em medicina veterinária para o tratamento de pontas excessivas de esmalte
dentário, ele restaura a superfície oclusal dos dentes, mais deve ser feito de forma
cuidadosa pra não nivelar as superfícies oclusais dos arcos de lado a lado
(BRIGHAM & DUNCANSON, 2000).
Doença periodontal
O periodonto desempenha importantes funções na cavidade oral, visto que é
formado por estruturas como a gengiva que é responsável por proteção, osso
alveolar e ligamento periodontal que possui função de sustentação do dente. A
doença periodontal, acomete frequentemente pacientes geriatras. No entanto
também podem ser encontradas em animais jovens (PAULO, 2010). Esta afecção
ocorre por uma infecção, presença de alimento em diastemas (OMURA, 2003),
alimento compactado em locais de fraturas (DIXON et al., 2000), levando a
alterações no periodonto quadros estes que se progressivos levam a inflamação do
periodonto, caracterizando esta afecção (PAULO, 2010).
METODOLOGIA
Este trabalho foi realizado no Hospital Escola Veterinário Gardingo LTDA da
Faculdade Vértice - Univértix, entre os meses de fevereiro a abril de 2016. Seus
resultados foram analisados através de um estudo seccional (transversal) (FILHO &
ROUQUARYOL, 2014).
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Foram obedecidos alguns critérios para seleção dos animais internados no
Hospital Veterinário que consistiu na autorização do proprietário, utilização de
animais hemodinamicamente estáveis, após exame clinico geral que atestou a
segurança do procedimento de sedação, a realização de uma entrevista com o
proprietário, animais com idade superior a 2 anos, que não fossem portadores de
afecções cirúrgicas e não tivessem sido submetidos a procedimentos odontológicos
nos últimos 6 meses, eram de ambos os sexos.
Após a seleção dos animais aptos a serem submetidos ao exame
odontológico foi realizada uma anamnese que consistiu em um questionário com as
seguintes perguntas feitas ao proprietário: Se houve ou não alterações de manejo
alimentar nos últimos tempos, dieta atual do animal, frequência diária de
alimentação e oportunidades de acesso ao pasto pelo animal.
Os animais aptos a análise, foram contidos adequadamente com cabrestos em
troncos apropriados, e logo em seguida submetidos à sedação com Cloridrato de
Detomidina na dose de 0,01 mg/kg de peso vivo, para a colocação do abre boca,
analisando assim com lanterna e espelho odontológico toda a cavidade oral destes
animais. Os resultados obtidos foram analisados e separados de acordo com as
respostas coletadas nos questionários, realizados previamente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na avaliação das afecções encontradas, observou-se algumas alterações em
comum entre todos os animais, como também algumas alterações distintas que
foram menos frequentes. A principal afecção encontrada foi a ponta excessiva de
esmalte dentário (fig.1), que estava presente em 100% dos animais avaliados
(TABELA 2). Dados que se assemelham aos resultados de Hole e Dixon (2008), que
demonstraram 100% dos animais com Pontas de esmalte dentários. No entanto
resultados diferentes foram constatados por Berbari Neto (2014), que revelou 83,9%
dos animais com pontas de esmalte dentários, e 96% em estudos realizados por
Rizzo et al., (2011).
O maior fator relacionado com a presença de pontas de esmalte dentário é a
domesticação e principalmente o confinamento dos equinos como também pode ser
visto na Tabela 1, visto que no sistema intensivo de criação ocorre drasticamente a
mudança alimentar destes animais quando comparado com os hábitos na natureza.
A utilização de alimentos concentrados tende a reduzir o volume de alimento
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ingerido e assim consequentemente reduz os movimentos mastigatórios, como
também estimula maiores movimentos verticais e não os laterais que são os que
desempenham a função de desgaste da mesa dentária corretamente (PAGLIOSA et
al., 2006).
FIGURA 1: Seta evidenciando pontas excessivas de Esmalte Dentário em todos os dentes pre molares e molares. Fonte: arquivo pessoal.
Tabela 1: Resultado das afecções odontológicas encontradas nos animais avaliados no Hospital
Veterinário Gardingo LTDA, de acordo com alimentação e o ambiente. (intensivo/Baia);
(Extensivo/Pasto; (semi-intensivo/Baia e piquete).
A presença do dente-de-lobo (fig.2) é uma característica genética hereditária
nos equinos, dente este que em seus ancestrais era conservado devido à
necessidade na trituração de alimentos grosseiros. Devido a evolução do modo de
alimentação e criação destes animais torna-se dispensável sua presença. (PAULO,
2010). No presente estudo foi constatado a presença em 16,66% (TABELA 2) dos
animais analisados. No entanto resultados mais relevantes foram encontrados por
Fern
and
es
Filho
et
al.,
(201
4),
ANIMAIS AFECÇÕES Tipo de Alimentação
Ambiente que Vive
1 Pontas; Dente de lobo
Capim; Ração Intensivo
2 Pontas Capim Extensivo 3 Pontas Capim Extensivo 4 Fratura; Pontas Capim; Ração Semi-intensivo 5 Ponta; Fratura em
slab; Doença periodontal; Doença peri apical; Diastema
Capim; Ração Semi-intensivo
6 Pontas Feno Intensivo
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que constatou a incidência de 57,4%, esta variação pode estar relacionada com o
número de animais em estudo, espécie e sexo. A presença deste dente conhecido
como dente de lobo (primeiro-pré-molar), nos equinos acarreta diversos problemas
principalmente os relacionados ao comportamento do animal quando são utilizados
instrumentos de comandos bucais como os bridões e freis, diante destes fatores o
tratamento recomendado é a extração.
FIGURA 2: Seta evidenciando dentes de lobo na cavidade oral de um equino. Fonte: arquivo pessoal.
Tabela 2: Alterações odontológicas identificadas e
expostas em porcentagem de acordo com cada patologia, em equinos atendidos em um Hospital Veterinário, no interior de Minas Gerais.
As fraturas (fig.3) são lesões que acometem os dentes e os tecidos moles. Os
dentes incisivos, geralmente são mais afetados por morderem em objetos como
réguas, cochos, feneiros ou por traumas (DIXON et al., 2006). As fraturas referidas
neste trabalho, totalizaram 33,33% (TABELA 2) dos animais analisados, com fratura
dos dentes incisivos e fratura em slab dos dentes 110 e 210 do equino 5 como visto
na Tabela 1. Resultados semelhantes foram encontrados por Farias et al., (2010),
que observou uma incidência em 30% dos animais em estudo. Resultados estes que
justificam-se de acordo com o manejo em que o animal é submetido, que podem
gerar distúrbios comportamentais como estereotipias e o hábito de morder madeira
por deficiência de minerais (VIEIRA, 2006).
Alterações Patológicas Odontológicas
Valores Absoluto de animais
Incidência em %
Pontas Excessivas de Esmalte Dentário
6 100
Fratura 2 33,33 Diastema 1 16,66
Doença Periodontal 1 16,66 Doença Periapical 1 16,66
Dente de Lobo 1 16,66
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FIGURA 3: Foto A demonstrando fratura no segundo incisivo; B representando o reparo e foto C representando a cerclagem. Fonte: arquivo pessoal.
A doença periodontal é toda lesão que acomete o periodonto, que é composto
por gengiva, que possui função de proteção, ligamento periodontal e o osso alveolar
desempenhando função de sustentação (PAULO, 2010). No presente trabalho
obteve um resulto de 16,66% de acometimento como apresentado na Tabela 2. No
entanto resultados diferentes foram encontrados por Paulo, (2010), que observou
uma incidência de 60% dos animais examinados. A doença periodontal é
basicamente de origem infecto-inflamatória progressiva e crônica, que acomete
geralmente animais mais velhos acima de 14 anos, afirmação que contradiz
resultados demonstrados neste trabalho, onde foi constatada esta patologia em
animais com idade média de nove anos. (PAULO, 2010).
As doenças periapicais (fig.4) são alterações que estão na região do ápice
dentário devido a infecção da polpa dental causada por trauma, caries (menos
comum em equinos), agentes irritantes como cistos e abscesso periapical.
(PAGLIOSA et al., 2004). Neste estudo observou-se que 16,66% (TABELA 2) dos
animais analisados foram positivos. Resultados diferentes foram constatados por
Rapp & Zoppa, (2010) que observou nos casos atendidos um valor de 26,66%. Nas
causas das doenças periapicais em equinos existem algumas ainda a serem
definidas, sendo uma doença de difícil tratamento em alguns casos por
complicações secundárias (PAGLIOSA et al., 2004).
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FIGURA 4: Seta evidenciando uma fistula causada por doença periapical. Fonte: arquivo pessoal.
Os espaçamentos existentes entre os dentes são denominados de diastemas
(fig.5), que podem ser de origem congênita ou adquirida. Os diastemas adquiridos
podem ocorrer principalmente por fraturas ou deslocamentos dentários. As formas
congênitas estão relacionadas com um distanciamento anormal das gemas
dentárias, ou até mesmo a própria ausência (Robert et al., 2010). Na pesquisa
realizada foi constatado a presença de diastema em 16,66% dos animais
avaliados(TABELA 2). Resultados semelhantes foram constatados por Berbari Neto
(2014), que observou 18% desta afecção nos animais avaliados. Dixon et al (2011)
também revela resultados semelhantes em seus animais pesquisados constatando
em 20 %. Os restos de alimentos que se alojam nesses espaços interdentários
decompõem-se, inflamando a gengiva e originando acumulações profundas de
material pútrido, favorecendo o crescimento de microrganismos anaeróbios,
formando um processo degenerativo e inflamatório crónico, que afeta drasticamente
o ligamento periodontal e posteriormente o osso alveolar, o qual acaba por sofrer
lise óssea, tornando o dente frágil e doloroso devido à doença periodontal avançada
nessa situação. (Collins & Dixon, 2005).
CONCLUSÃO
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Diante dos resultados expostos neste estudo, verificou-se que todos os
animais examinados apresentavam alguma alteração dentária, mesmo não
apresentando sinais clínicos evidentes de afecções dentárias. Sendo assim
indispensável o exame da cavidade oral dos equinos periodicamente pelos médicos
veterinários, pois são afecções que podem causar desconforto e assim reduzir o
desempenho do animal, seja este para trabalho, esporte ou lazer.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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PRODUÇÃO DE MUDAS DE MOSTARDA EM DIFERENTES MISTURAS DE SUBSTRATOS
Rogério Gomes Pêgo – Graduado em Engenharia Agronômica, Mestre em Fisiologia Vegetal. Doutorando em Fitotecnia. Professor Faculdade Vértice-
UNIVÉRTIX.
Irlane Bastos Costa – Engenheira Agrônoma. Mestre e Doutora em Genética e Melhoramento de Plantas pela Universidade Federal de Viçosa. Professora da
Faculdade Univértix Josen Anthone da silva, Fágno Vicente da silva, Matheus Stopa, Claudimar
Souza Alcântara – Graduandos em Agronomia - Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX.
RESUMO A mostarda e uma espécie folhosa produzida para consumo como folhagem fresca ou processada. Sua propagação ocorre pela semeadura de sementes na qual a composição do substrato pode determinar a qualidade das plantas. Por isso, o objetivo desse trabalho foi avaliar o crescimento de plantas de mostarda em diferentes substratos. O experimento foi feito em uma casa de vegetação onde temos um ambiente favorável para este experimento foram utilizadas diferentes misturas de substratos constituídos os seguintes materiais: T1 = Solo + arei na proporção de 1:1 (v:v), T2 = Solo + esterco na proporção de 1:1 (v:v), T3 = Solo + areia + esterco na proporção de 1:1:1 (v:v:v), e T4 = substrato comercial. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 4 tratamentos e 5 repetições, com 4 sementes por parcela, sendo deixado uma planta por parcela após o desbaste. Os dados foram submetidos a analise de variância pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. O substrato indicado para a produção de mudas de mostarda foi a mistura composta por solo + esterco ou solo + areia + esterco promovendo o melhor desenvolvimento de mudas de mostarda.
PALAVRAS-CHAVE: Mostarda; Brassica alba; substratos; hortaliças.
INTRODUÇÃO
A produção de mudas de qualidade é importante para a agricultura, sobretudo
para culturas de ciclo curto como hortalilas.
Em se tratando de hortaliças, as folhosas são as mais consumidas
mundialmente. No Brasil o consumo desse tipo de hortaliça é favorecido pelo baixo
custo de aquisição e pelo sabor e qualidade nutritiva (AGRIANUAL, 1998; SANTOS
et al., 2001; COMETTI et al., 2004).
A mostarda pertence à mesma família da couve e dos brócolis (Brassicaceae).
Alguns cultivares são para a produção de folhas (consumo em saladas) e outras
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para a produção de grãos (fabricação de molhos e temperos). O sabor picante é
característico dessa hortaliça (EMBRAPA, 2010).
A mostarda apresenta elevado teor de pró-vitamina A nas folhas verdes,
alcançando até 4.000 UI.100 g L-1 (FILGUEIRA, 2003). É rica em sais de cálcio e de
ferro e apresenta quantidades razoáveis das vitaminas B1, B2, B6, C. Possui baixo
valor calórico, sendo aconselhável nas dietas por ser de fácil digestão (KATAYAMA,
1993; RESENDE et al., 2005; BEZERRA NETO et al., 2005; LOPES et al., 2005).
A distribuição e comercialização de hortaliças são feita pelo CEASA (Central de
Abastecimento S/A). A forma de comercialização predominante das folhosas é in
natura, acondicionada em engradados, com capacidade expressa em quilos,
variando em função do cultivar.
Uma das principais etapas do sistema produtivo de hortaliças é a produção de
mudas de qualidade, pois delas depende o desempenho final das plantas no campo
de produção, tanto do ponto de vista nutricional, quanto do tempo necessário à
produção.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A qualidade do substrato de cultivo é extremamente importante para a
produção de mudas de hortaliças de alta qualidade. Esse insumo é importante para
o sucesso do cultivo e a obtenção de altas produtividades.
Substrato de má qualidade pode ocasionar a nulidade ou irregularidade de
germinação, a má formação das plantas e o aparecimento de sintomas de
deficiência ou excesso de alguns nutrientes. O substrato deve apresentar
características físicas, químicas e biológicas apropriadas para que possa permitir
pleno crescimento das raízes e da parte aérea (Setubal & Afonso Neto, 2000). De
acordo com Cavalcanti et al. (2002), a areia utilizada como substrato é a proveniente
dos rios, a mesma utilizada para construção. A areia tem sido utilizada por diversos
pesquisadores em ensaios com emergência e crescimento de várias espécies. Suas
propriedades físicas proporcionam condicionamento, do qual vão depender a
aeração e a permeabilidade do solo. Esse substrato apresenta baixo custo, fácil
disponibilidade e, principalmente permitir boa drenagem do substrato. Enquanto que
compostos orgânicos como substrato na produção de mudas de folhosas, substituir
com sucesso os substratos comerciais, sendo economicamente viável (Câmara,
2001).
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Embora o substrato seja determinante para a produção de mudas de
qualidade, a literatura relata que a mostarda apresenta uma grande resistência a
metais pesados. Alguns elementos são essenciais para várias funções fisiológicas
nos seres vivos, como Fe, Cu, Zn e Mn, enquanto outros, como Cd, Pb e Hg, não
têm funções biológicas conhecidas. Quando em excesso no solo, esses elementos
podem inibir o crescimento das plantas e causar alterações nas comunidades
vegetais (Baker et al., 1994). No entanto, substratos com essas condições não
devem ser utilizados para a produção de muda dessa hortaliça.
A utilização de substrato formulado a partir de esterco bovino misturado em
proporções com a vermiculita apresenta-se como uma alternativa ao substrato
comercial na produção de mudas de folhosas.
Os substratos proporcionam melhores condições físicas, químicas e biológicas
ao desenvolvimento das plantas (Kämpf 2001). Esses materiais são formados por
diferentes matérias-primas e classificados de acordo com o material de origem
(Abreu et al. 2002). O substrato considerado ideal para a produção de mudas, é
aquele que apresenta uniformidade em sua composição, sendo isento de pragas,
organismos patogênicos e plantas daninhas.
A necessidade de preservação ambiental e a exigência de toda sociedade por
alimentos mais saudáveis, vem crescendo a procura por produtos alternativos como
os biofertilizantes. Trabalhos são realizados no Brasil com objetivo de aproveitar
material de grande disponibilidade regional, para compor o substrato visando a
formação de mudas de hortaliças, em diminuição da participação de substratos
comerciais (Silva et al., 2000; Ambrosano, 1999). Não há relato sobre a produção
de mudas de mostarda em substratos. Por isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar
os diferentes tipos de misturas de substratos para a produção de mudas de
mostarda.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado no campo experimental da faculdade Univértix na
cidade de Matipó MG. Foi utilizado a mostarda (Brassica alba).
Para o experimento foram utilizados diferentes misturas de substratos
constituídos dos seguintes materiais: T1 = solo + areia na proporção de 1:1 (v:v),
T2= solo + esterco também na proporção de 1:1 (v:v), T3= solo + areia + esterco na
proporção de 1:1:1 (v:v:v) e T4= substrato comercial.
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Para o plantio foi utilizado copo descartáveis de 200 ml, cada copo tinha 4 furos
no fundo para a drenagem do excesso de agua da irrigação, foram semeadas 4
sementes por recipiente, em profundidade de 0,5 cm, ou de acordo com a
recomendação do fabricante.
As plantas foram cultivadas em casa de vegetação sobre bancada durante 39
dias. Sendo irrigadas diariamente com aproximadamente 50 ml de água.
Ao final do experimento foram avaliadas as seguintes características: Altura
das mudas: medida com régua considerando o comprimento do nível do substrato é
a parte mais alta da parte aérea; números de folhas: pela contagem direta, diâmetro
do caule: medido por paquímetro no colo da planta, comprimento de raiz; medido
com a régua do colo da planta até o maior comprimento da raiz; e massa seca:
obtida através da pesagem das mudas após 48 horas na estufa a 70 °C.
O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com 4 tratamentos
e 5 repetições sendo uma planta por parcela após o desbaste. Os dados foram
submetidos a análise de variância pelo teste de F e as medidas comparadas pelo
teste de Tukey a 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Houve diferença significativa para a altura das plantas onde os melhores
tratamentos foram constituídos de solo + esterco e o tratamento solo + areia +
esterco, sendo que o tratamento que apresentou a pior média foi o tratamento
constituído de solo + areia (Figura 1).
B
AA
AB
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
Solo + areia Solo + esterco Solo + areia +
esterco
Comercial
Alt
ura
de
pla
nta
s (c
m)
Substratos
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Figura 1: Altura de plantas das mudas de mostarda crescidas em diferentes
misturas de substratos. As medias seguidas de letras iguais não diferem
significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Os tratamentos que apresentaram as melhores medias tinham em sua
constituição o esterco bovino que de acordo com Kampf (2005) oferecem a planta
nutrientes e atuam como condicionadores de solo que melhoram suas
características físicas e a absorção de nutrientes permitindo um bom
desenvolvimento vegetativo de plantas.
Kratka e correia (2015), observaram que a adição de esterco bovino em
substrato para a propagação de plantas contribui para o maior crescimento de
plantas devido apresentar vários teores de mátria orgânica, nitrogênio, fosforo e
potássio quando comparados com substratos sem adição de adubação química.
Houve também resultados significativos para número de folhas mostrando que
o tratamento constituído de solo + esterco obteve o melhor resultado e as médias
inferiores foram observada nos tratamento solo + areia e substrato comercial (Figura
2).
Figura 2: Número de folhas das mudas de mostarda crescidas em diferentes
misturas de substratos. As medias seguidas de letras iguais não diferem
significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
O gráfico mostra que o tratamento que em sua composição recebeu matéria
orgânica teve o melhor resultado. Para Caldeira et al. (2008) a matéria orgânica é
um componente fundamental do substrato, pois ela retém água e nutrientes
B
A
AB
B
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
Solo + areia Solo + esterco Solo + areia +esterco
Comercial
Nú
me
ro d
e f
olh
as
Substrato
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essências para as mudas além de reduzir a densidade e aumentar a porosidade do
substrato.
é possível que o maior número de folhas de plantas crescidas em substratos
contendo esterco tenham sido influenciadas pelos altos teores de nitrogênio no
substrato que favoreceu o crescimento vegetativo (TAIZ e ZAIGER, 2004). Segundo
Teixeira et al (2002) e possível encontrar cerca de 20,1 g de nitrogênio por kg de
esterco
O número de folhas é umas das principais medidas para as hortaliças
folhosas, pois é a parte que será comercializada, então quanto maior seu número de
folhas afetara positivamente seu valor final (REGHIN et al., 2007).
Também houve resultado significativo para a variável diâmetro do caule, onde
os tratamentos solo + esterco, solo + areia + esterco e o substrato comercial foi
superior ao tratamento solo + terra que se mostrou menos (Figura 3).
Figura 3: Diâmetro do caule avaliado nas mudas de mostarda crescidas em
diferentes misturas de substratos. As medias seguidas de letras iguais não diferem
significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Existe uma relação entre as medidas de altura de planta e o diâmetro do
caule, que mostra o equilíbrio no crescimento das mudas onde pode ser observado
duas importantes características morfológicas (Cruz et al., 2006). Para Gomes
(2001) a relação de altura/diâmetro mostra o equilíbrio no crescimento. O mesmo
autor fala que que o diâmetro do caule pode ser utilizado para estimar a
sobrevivência da planta ao ser levada para o campo.
B
A
AB
AB
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
Solo + areia Solo + esterco Solo + areia +esterco
Comercial
Dia
me
tro
do
cau
le (
cm)
Substratos
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Em plantas altas e com o diâmetro do caule pequeno pode ocorrer a falta de
luminosidade ou outros fatores que vão estimar o crescimento vegetativo podendo
em casos assim levar a planta a um possível estiolamento (Simões et al., 2015).
Para a variável comprimento de raiz não houve uma diferença significativa,
mostrando que todos os tratamentos permitiram que as raízes se desenvolvam bem
diferentes das outras variáveis avaliadas (Figura 4).
Figura 4: Comprimentos de raiz avaliado nas mudas de mostarda crescidas em
diferentes misturas de substratos. As medias seguidas de letras iguais não diferem
significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
O comprimento de raiz é uma medida importante para as mudas, pois é
traves da raiz que as plantas absorvem seus nutrientes, um fator importante para
que as raízes cresçam e a porosidade do substrato, pois todo substrato deve ser
poroso o suficiente para que tenha um bom desenvolvimento de raiz, limitando a
lixiviação dos nutrientes.
Embora não tenha ocorrido diferença significativa para o comprimento de raiz
entre os tratamentos utilizados, há alta eficiência de absorção de elementos
químicos por plantas de mostarda (Baker et al., 1994). Essa absorção possibilita
acúmulos de massa como foi observado anteriormente para as variáveis altura,
número de folhas e diâmetro do caule.
Houve diferença significativa entres os tratamentos onde os tratamentos
constituídos de solo + areia e solo + areia + esterco que apresentaram as maiores
medias comparadas com o substrato comercial e a mistura de substratos solo +
areia (Figura 5).
B BB
B
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
Solo + areia Solo + esterco Solo + areia +
esterco
Comercial
Co
mp
rim
ento
de
raiz
(cm
)
Substrato
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Figura 5: Massa seca de plantas de mostarda crescidas em diferentes misturas
de substratos. As medias seguidas de letras iguais não diferem significativamente
entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Esse maior acúmulo de massa seca foi observado nas mudas que continham
esterco bovino, pois o uso de componentes orgânicos no solo favorecem o
desenvolvimento das mudas e as tornam mais vigorosas, pois normalmente esses
substratos apresentam maior capacidade de retenção de água, e características
químicas, ideais para o desenvolvimento da planta (Simões et al., 2015; Pereira et
al., 2012). De acordo com Oliveira et al. (2010), hortaliças folhosas respondem muito
bem a adubação orgânica.
CONCLUSÃO
O substrato indicado para a produção de mudas de mostarda foi a mistura
composta por solo + esterco ou solo + areia + esterco promovendo o melhor
desenvolvimento de mudas de mostarda.
REFERÊNCIAS
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B
A A
B
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
0,20
Solo + areia Solo + esterco Solo + areia +
esterco
Comercial
Mas
sa s
eca
(g)
Substrato
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GT 6 – CIÊNCIAS SOCIAIS E
APLICADAS
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RESUMOS
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O PERFIL E COMPETÊNCIAS DO CONTADOR: ESTUDO DE CASO SOBRE AS PERSPECTIVAS DOS MICRO E PEQUENOS EMPRESÁRIOS DA CIDADE DE
RAUL SOARES-MG
Carlos Alexandre Machado – Graduando em Ciências Contábeis. Faculdade Vértice - UNIVÈRTIX.
Jaqueline Conceição Leite – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Controladoria e Finanças. Professora da UNIVÉRTIX.
Júlio César da Mata – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Controladoria, Finanças e Auditoria. Professor da UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Contador; Perfil e Competências; Micro e Pequenas Empresas.
INTRODUÇÃO
Nos tempos atuais, os micro e pequenos empresários têm percebido a importância
de estarem mais próximos de seus contadores para realização da gestão
empresarial com a observação analítica da situação financeira da entidade,
encurtando a distância da empresa-cliente com o escritório do contador, em grande
maioria externo, (RAMOS, 2009). Isto posto, o paradigma de que o contador se
figura no cenário econômico como um simples agente indireto de arrecadação do
governo, e também, como o profissional que apenas efetua os registros dos fatos
ocorridos na entidade, vem sendo desmantelado pela demanda ascendente da
participação efetiva do contador nas decisões tomadas pelos gestores das empresas
que possuem mais segurança e tranquilidade frente às escolhas, uma vez que, tais
opções encontram maior sustentação com a orientação técnica do profissional
contábil, alusivas às condições patrimoniais da empresa por ele assistida, (SÁ,
2004). Segundo, Marion (2005), a profissão do contador atravessa a trajetória em
que a mecânica foi sobreposta pela técnica e agora pela fase de informação. Neste
mercado hodierno, o contador arduamente alcançará a sobrevivência, assumindo
este, a função do antigo guarda-livros ou simples escriturador. Portanto, o contador
precisa evoluir cotidianamente ofertando predicados salutares ao desempenho do
ofício. Para cumprir este papel de atuação no auxílio à tomada de decisões, o
mercado busca nos contadores o perfil e novas competências para atender as
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necessidades contemporâneas das empresas. Nesta visão, Merlo (2006), aponta
que a função do contabilista em todo o tempo esteve atrelada às necessidades da
sociedade que avançam conforme o funcionamento dos negócios das empresas.
Percebe-se assim, que é pertinente o estudo deste perfil e das competências dos
contadores demandadas pelo mercado, para que os profissionais contábeis já
estabelecidos e os entrantes nesta área possam adequar-se aos aspectos instados,
podendo obter melhores resultados na conquista de clientes e fidelização de
clientes. O respaldo deste estudo está atrelado ao perfil e competências dos
contadores na prestação de serviço em relação às perspectivas dos micro e
pequenos empresários de Raul Soares/MG, diante deste contexto, a questão que
norteará este estudo será: qual o perfil e as competências profissionais do contador
são esperados pelos micro e pequenos empresários da cidade de Raul Soares/MG?
Para responder a esta questão, os objetos propostos serão: identificar o perfil
esperado do contador para atender as perspectivas dos micro e pequenos
empresários da cidade de Raul Soares-MG; apresentar as capacidades e
conhecimentos do contador atual. Pretende-se com este estudo contribuir com
informações que possam subsidiar os profissionais e os novos entrantes no mercado
contábil, referente às formas de ofertar os serviços com as características
demandadas pelos clientes em potencial, com possibilidades do aumento da carteira
de empresas assistidas. Almeja-se ainda, proporcionar melhores perspectivas
profissionais para os estudantes de contabilidade. O mercado de trabalho para o
contabilista é um dos mais prósperos, face às exigências das entidades no
aperfeiçoamento do controle e planejamento de suas atividades (IUDÍCIBUS et
al.,1998).
METODOLOGIA
Este trabalho, denominado estudo de caso, definido por Gil (2008) como uma
modalidade de pesquisa bastante utilizada nas ciências sociais, consiste em estudo
aprofundado de algum objeto, de forma que seja possível o detalhamento do
conhecimento daquilo que é estudado. A estrutura proposta, busca pesquisar,
estudar e expor o seguinte objeto: identificar o perfil esperado do contador para
atender as perspectivas dos micro e pequenos empresários da cidade de Raul
Soares-MG; apresentar as capacidades e conhecimentos do contador atual. A
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cidade de Raul Soares possui estimativa populacional de 24.394 habitantes de
acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, censo do ano de
2015. Situada na Zona da Mata de Minas Gerais, com aspecto geral do seu território
montanhoso, com área de 771 km². O censo do IBGE-2013 aponta que a referida
urbe possui 436 empresas atuantes, e tem representatividade do PIB – preços
correntes de R$ 214.732,00, sendo sua economia voltada para os setores de
serviços e a agropecuária. Portanto, os micro e pequenos empresários serão o
público alvo do estudo. Para melhor explanação e exposição do objeto a pesquisa
será do tipo exploratória que, conforme Gil (2008), tem como fim propiciar maior
ambientalização com o problema, com efeito de torná-lo mais compreensível. Este
estudo terá o questionário como instrumento de coleta de dados. Sua elaboração
consiste essencialmente em revelar os objetivos específicos da pesquisa em itens
bem escritos, (GIL, 2008). A abordagem dos dados obtidos pela aplicação do
questionário será de forma quantitativa, o que significa exprimir, em números,
opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. A pesquisa quantitativa
requer a utilização de técnicas estatísticas como porcentagem, média, mediana,
moda, coeficiente de correlação, desvio padrão, dentre outros (PRODANOV e
FREITAS, 2013). O presente estudo está em fase de elaboração, no qual os dados
serão coletados e analisados nos meses de agosto e setembro 2016.
REFERÊNCIAS
GIL Antônio Carlos: Métodos e técnicas de pesquisa social 6° ed. São Paulo: atlas, 2008. IUDICIBUS, Sergio: MARTINS, Eliseu: KANITZ, Stephen Charles: RAMOS, Alkíndar de Toledo: CASTILHO, Edison: BENATTI, Luiz: FILHO, Eduardo Weber: DOMINGUES, Ramom Junior. Contabilidade introdutória. Coordenação do prof. Dr. Sergio de Iudícibus, Equipe de professores da FEA/Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP. 9 ed. São Paulo Atlas: 1998. MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2005. 502p. MERLO, Roberto Aurélio. O contabilista do século XXI. Jornal do CFC, Brasília, março/abril 2006. Disponível em: http://www.cfc.org.br/uparq/Jornal81.pdf Acesso em: 06 abr. 2016.
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O PRINCÍPIO DA ENTIDADE AFETANDO O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE. ESTUDO DE CASO EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO MUNICÍPIO DE
MATIPÓ-MG
Douglas Pereira da Motta Veronese – Graduando em Ciências Contábeis. Faculdade Vértice - UNIVÈRTIX.
Jaqueline Conceição Leite – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Controladoria e Finanças. Professora da UNIVÉRTIX.
Júlio César da Mata – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Controladoria, Finanças e Auditoria. Professor da UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Princípios Contábeis; Gestão Empresarial; Micro e Pequenas Empresas.
INTRODUÇÃO
As micro e pequenas empresas têm um papel fundamental para a economia
nacional, fato este evidenciado por um estudo do SEBRAE – Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas empresas (2011) onde foi constatado que as Micro e
Pequenas Empresas contribuíam com 27% do PIB brasileiro no ano de 2011,
empregando 52% da mão de obra formal e responsáveis por 40% dos salários
pagos. O SEBRAE (2011) recomenda algumas práticas para que as micro e
pequenas empresas tenham continuidade no mercado, e uma destas é a separação
das finanças empresariais das pessoais. Segundo Chaves (2015) misturar recursos
pessoais com os da empresa é um erro gravíssimo que os micro e pequenos
empresários cometem, comprometendo a capacidade financeira e de investimentos
do seu negócio. Conforme Piva (2015), atualmente, a maioria dos micro e pequenos
empresários não colocam o princípio da entidade em prática e muitas vezes
desconhecem a importância da aplicação desse princípio. A mesma autora ainda
escreve que o desrespeito a este princípio pode ser um dos motivos que levam este
tipo de empresa à falência. Souza (2014) traz a visão que não observar o princípio
da entidade pode ser um fator que contribui para a descontinuidade das empresas,
reduzindo sua vida. Além disso, ele acredita que os administradores devem ser
informados a respeito desse princípio, bem como sua necessidade e benefícios.
Este estudo justifica-se devido à representatividade das micro e pequenas
empresas, além da importância que as mesmas têm para o desenvolvimento
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econômico do país. Diante deste contexto, as questões que nortearão este estudo
serão: Os administradores das micro e pequenas empresas do município de Matipó -
MG, conhecem e observam os princípios contábeis da entidade e continuidade?
Estes mesmos administradores tomam os cuidados necessários para que as
entidades sob sua responsabilidade tenham longevidade? Desta forma, os objetivos
propostos neste estudo serão conhecer se o princípio da entidade afeta o princípio
da continuidade e se os administradores das micro e pequenas empresas do
município de Matipó-MG conhecem e observam estes princípios contábeis na
administração de seus negócios. Os resultados obtidos no presente estudo
possibilitarão aos administradores das empresas do município de Matipó-MG,
verificarem e analisarem seus negócios sob a ótica da gestão baseada na
observância do princípio da entidade e da continuidade, contribuindo positivamente
para que possam direcionar ações que favoreçam a correta aplicação desses
princípios contábeis.
METODOLOGIA
Este estudo será desenvolvido através de pesquisa exploratória, que segundo Gil (p.
27, 2010), “têm como propósito proporcionar maior familiaridade com o problema,
com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses”. A pesquisa será
realizada através de estudo de caso que de acordo com Gil (2010), é uma
modalidade de pesquisa muito utilizada nas ciências sociais e consiste em um
estudo profundo e exaustivo dos objetos, de maneira que permita o amplo
detalhamento do conhecimento. O objeto de estudo serão as micro e pequenas
empresas do município de Matipó/MG. No ano de 2013 o município de Matipó,
possuía 335 empresas atuantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE (2013). O instrumento para coleta de dados da pesquisa será um
questionário. Segundo Rodrigues (2006, p.95), o questionário é "Constituído por
uma lista de questões relacionadas com o problema de pesquisa..." e “... deve ser
aplicado a um número determinado de informantes.". Além desses detalhes o
questionário, conforme a visão de Rodrigues (2006) deve ser elaborado em
linguagem simples, direta e clara, evitando respostas ambíguas ou termos de difícil
compreensão. Segundo Marconi e Lakatos (2011. p.290) a pesquisa quantitativa é:
"a mais apropriada para apurar atitudes e responsabilidade dos entrevistados, uma
vez que emprega questionários." E seu objetivo é "medir e permitir o teste de
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hipóteses, uma vez que os resultados são definidos e menos passíveis de erros de
interpretação." Ainda de acordo com Marconi e Lakatos (2011. p.287) "O enfoque
quantitativo vale-se do levantamento de dados para provar hipótese baseadas na
medida numérica e da análise estatística para estabelecer padrões de
comportamento. Ele procura principalmente a expansão dos dados, ou seja, a
informação." Suas vantagens, conforme os autores Marconi e Lakatos (2011) são
precisão e controle, integração dos métodos de quantificação e qualificação,
explicitação dos passos da pesquisa e prevenção da inferência e da subjetividade do
pesquisador. Já suas desvantagens são: excessiva confiança dos dados, falta de
detalhes do processo e de observação sobre diferentes aspectos, certeza nos dados
colhidos e desenvolvimento com a situação da pesquisa. Trata-se de uma pesquisa
em andamento e os resultados parciais registram até o momento a realização do
levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
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COMPORTAMENTO DOS PREÇOS DA CESTA BÁSICA DE ALIMENTOS NAS CIDADES DOMICILIADAS PELOS ALUNOS DA FACULDADE VÉRTICE -
UNIVÉRTIX
Daniel Dirceu Rodrigues – Graduando em Ciências Contábeis. Bolsista PIBIC – FAPEMIG. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Celso Abreu de Araújo – Mestre em Administração/Udelmar. Professor da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Daniel Vieira Ferreira – Graduado em Matemática, Especialista em Cálculo Diferencial e Estatística, Mestre em Educação Matemática. Professor da Faculdade
Vértice - UNIVÉRTIX. Jaqueline Conceição Leite – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em
Controladoria e Finanças. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Custo da Cesta Básica; Comportamento de Preços; Renda Salarial.
INTRODUÇÃO
Diante das súbitas mudanças que tem ocorrido no atual cenário econômico, torna-se
imprescindível conhecer e acompanhar os impactos que ocorrem na capacidade
financeira de consumo dos indivíduos, especialmente no que diz respeito à
alimentação. (CNF, 2015). O consumo de alimentos seguros e em quantidades
nutricionais adequadas sempre foi, ao longo da história, motivo de grande
preocupação para economistas e governos. (LADEIA; VIEIRA; KAMIMURA; 2014,
p.1). É neste contexto que desde 30 de abril de 1938, foi regulamentada a Lei nº 185
de 14 de Janeiro de 1936 pelo Decreto Lei nº 399 que estabelece:
Denomina-se salário mínimo a remuneração mínima devida a todo trabalhador adulto, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço e capaz de satisfazer, em determinada época, na "região do país, as suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte. (D.L. nº 399 art. 2º).
Com base no Decreto Lei nº 399, o Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos-DIEESE, utiliza metodologia para a Pesquisa da Cesta
Básica Nacional, o qual estabelece:
A Cesta Básica de Alimentos (Ração Essencial Mínima) realizada hoje pelo Dieese em dezoito capitais do Brasil acompanha mensalmente a evolução de preços de treze produtos de alimentação, assim como o gasto mensal que um trabalhador teria para comprá-los. Outro dado importante da pesquisa são as horas de trabalho necessárias ao indivíduo que ganha salário mínimo, para adquirir estes bens. O salário mínimo necessário, também divulgado mensalmente, é calculado com base no custo mensal com alimentação obtido na pesquisa da Cesta. (DIEESE, 2009, p.6).
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Portanto, o interesse em acompanhar a evolução dos preços da cesta básica de
alimentos nas cidades domiciliadas pelos alunos da Faculdade Vértice - Univértix é
devido ao imperativo de se verificar as variações e impactos destes preços,
principalmente para a alimentação do indivíduo que ganha um salário mínimo.
Igualmente justifica-se, por suspeitar que os atuais índices de preços divulgados
pela mídia nas regiões metropolitanas não representam o real valor da cesta básica
nas cidades pesquisadas. Diante disto, a questão eixo norteadora deste estudo será:
Qual o custo da cesta básica comercializada na nas cidades domiciliadas pelos
alunos da Faculdade Vértice - Univértix de acordo com Decreto Lei nº
399.Considerando a questão da pesquisa, os objetivos gerais serão criar um índice
de preço da cesta básica que represente as cidades domiciliadas pelos alunos dos
cursos de graduação em Administração e Ciências Contábeis da Faculdade Vértice
– Univértix; criar uma série histórica de variação dos preços; comparar o valor da
cesta básica com os valores apurados nas capitais da região sudeste do Brasil, e,
divulgar o preço da cesta básica na mídia local nos moldes da metodologia do
DIEESE. O estudo possibilitará a empresários, associações e consumidores locais
verificar o real consumo da renda salarial em relação à alimentação, com base em
dados e informações específicas, podendo fazer uso dos índices e indicadores para
tomada de decisões. O projeto permitirá que os alunos possam envolver-se em uma
atividade de pesquisa de campo com resultados práticos e de suma importância
para a sociedade local. O projeto justifica-se ainda, pela visibilidade a ser
proporcionada a Faculdade Vértice – Univértix, em especial, aos cursos de
Administração e Ciências Contábeis durante a divulgação dos índices de preço na
mídia contribuindo para o fortalecimento da marca dos cursos em questão.
METODOLOGIA
A estrutura proposta para a elaboração deste projeto baseia-se em:
Classificação da Pesquisa: A pesquisa tem o cunho exploratório. Pesquisas
exploratórias são conceituadas por Gil, (2008, p. 45) como aquelas que: “(...)têm
como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas torná-lo
mais explícito ou construir hipóteses.
Delimitação da Pesquisa: No que diz respeito à delimitação desta pesquisa,
podemos tipificá-la como espacial, já que o índice de preço da cesta básica a ser
construído contemplara somente as cidades domiciliadas pelos alunos dos cursos
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de ciências gerenciais da Faculdade Vértice – Univértix, qual seja, Administração e
Ciências Contábeis.
Amostra da Pesquisa: A população-objetivo do IPCA abrange as famílias com
rendimentos mensais compreendidos entre 1 (hum) e 40 (quarenta) salários-
mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e residentes nas áreas urbanas
das regiões. (IBGE, 2015). Os preços serão coletados em mercearias, açougues,
feiras e pequenos supermercados estabelecidos nas cidades alvo desta pesquisa.
As cidades foram escolhidas com base no endereço de domicílio dos alunos. Já os
estabelecimentos comerciais foram escolhidos com base na taxa de frequência em
uma pesquisa preliminar realizada pelos alunos nos meses de outubro/2015 a
janeiro/2016 entre os dias 20 a 30 de cada mês.
Instrumentos da Pesquisa: O instrumento de coleta a ser utilizado será um
questionário contendo, em seu cabeçalho, os objetivos da pesquisa, nome do
pesquisador, nome do estabelecimento comercial, cidade do estabelecimento e data
da pesquisa. O formulário de pesquisa conterá espaços para as seguintes
informações: nome do item da cesta básica; marca do item; unidade de venda do
item e preço do item.
Coleta dos Dados: A coleta dos preços nos estabelecimentos comerciais será
realizada diariamente (dias úteis) entre os dias 1 a 30 de cada mês conforme datas
e roteiros preestabelecidos. Ou seja, a coleta de preço deverá ser realizada com o
mínimo de variação possível. Critérios da Análise dos Dados Após a coleta de
dados, a análise será quantitativa para, em seguida, formular as possíveis
conclusões. Os resultados serão processados por estatística descritiva, utilizando o
Microsoft Office Excel®. Todos os indicadores serão apresentados na forma de
média e em porcentagem.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O projeto está em fase de desenvolvimento, coleta de dados e processamento.
REFERÊNCIAS
BÔAS, Bruno Villas. Folha de S. Paulo. Inflação atinge 10,67% em 2015 e estoura teto da meta do governo. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/01/1727284-inflacao-sobe-1067-em2015-e-estoura-teto-da-meta-do-governo.shtml> Acesso em: 14 fev. 2016.
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BRASIL. Decreto Lei nº 399, de 30 de abril de 1938. Aprova o regulamento para execução da Lei n. 185, de 14 de janeiro de 1936, que institui as Comissões de Salário Mínimo. Disponível em: <http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=12746>Acesso em: 5 abr. 2016. CAMPOS, A. A. et al. Índice da cesta básica: o caso de Curitiba – PR. XVI – Semana de Ciências Econômicas. UNICENTRO, Curitiba, 27 nov. 2015. CNF- Confederação Nacional Financeira. Agenda do Setor Financeiro. 2015. <http://www.cnf.org.br/documents/19/1289212/Agenda+do+Setor+Financeiro+2015/7 404291c-8a2b-4d19-8ead-42d571e9cfde.pdf>. Acesso em: 4 fev. 2016. DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS (DIEESE). Metodologia da Cesta Básica Nacional: versão preliminar. Disponível em: <http://dieese.org.br/rel/rac/metodologiaAtualizacao.pdf>. Acesso em: 4 fev. 2016 DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS (DIEESE). Política de Valorização do Salário Mínimo. <http://www.dieese.org.br/notatecnica/2012/notaTec118salarioMinimo2013.pdf>. Acesso em: 4 fev. 2016. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2008 IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA e Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC. Disponívelem:<http://ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/defa ultinpc.shtm>. Acesso em: 10 fev. 2016. PORTALBRASIL. Índice Nacional De Preços Ao Consumidor Amplo – IPCA. Disponível em: <http://www.portalbrasil.net/ipca.htm>. Acesso em: 10 fev. 2016. LADEIA, Antônio Eustáquio; VIEIRA, Edson Trajano; KAMIMURA Quésia Postigo: Análise do comportamento dos preços da cesta básica e da renda do trabalhador na cidade de Imperatriz-MA.Rev. Cereus, v. 6, n. 2, p.41-56, maio/ago/2013, Unir, Gurupi, TO, Brasil PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de: Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. Novo Hamburgo: Feevale, 2013. ROSSI, Pedro. G1 Explica a Inflação. Quais os principais efeitos da inflação? Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/inflacao-efeitos/platb. Acesso em: 14 fev. 2016. SISTEMA nacional de índices de preços ao consumidor: método de cálculo dos itens sazonais alimentícios. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. 76 p.(Série relatórios metodológicos, v. 14). Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/srmipca. pdf>. Acesso em: 14 fev. 2016.
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LIBERDADE DE IMPRENSA NA ARGENTINA, BRASIL E VENEZUELA: ABORDAGEM SOB A ÓTICA DO PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA E
EFEITOS ECONÔMICOS E SOCIAIS DE SUA INOBSERVANCIA
Tadeu Hipólito da Silva – Professor do Curso de Ciências Contábeis Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: corrupção; desordem interna; risco País;
INTRODUÇÃO
O presente relaciona os índices estatísticos de liberdade de imprensa em três países
da América do Sul e seus efeitos econômicos na visão de investidores internacionais
que utilizam o risco país como índice de referência, bem como os sociais
proporcionando sensação de desordem interna e crescimento da corrupção.
Objetiva constatar e classificar se há liberdade de imprensa e em quais níveis. Sua
relevância situa-se no aumento da insatisfação social pela atuação e conduta dos
gestores políticos que visam alterar as normas constitucionais para perpetuarem no
poder. Onde o efeito totalitário de governantes que não gostam de escutar vozes
dissonantes sucateia e aprova leis para limitar e coagir o quarto poder que é a
imprensa.
METODOLOGIA
Trata-se de um Estudo de Caso, conforme sustenta Cruz e Ribeiro (2014. p.162),
onde a unidade analisada é composta pelo conjunto de três países, a saber:
Argentina, Brasil e Venezuela, que visa conhecer o seu “como” e os seus “porquês”,
onde uma investigação que se assume como uma situação específica, procurando
descobrir o que há nela de mais essencial e característico. Os dados foram
coletados através informações extraídas de relatórios anuais publicados pelo
International Country Risk Guide do The PRS Group, Inc., a saber: Estabilidade
Governamental, Condições Socioeconômicas, Perfil de Investimento e Conflitos
Interno e Externo.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES As Condições socioeconômicas representadas através dos subcomponentes
Desemprego, Confiança do Consumidor e Pobreza (Cruz e Ribeiro, 2004, p. 162).
Onde cada subcomponente tem uma pontuação ponto de risco máximo de 4 e um
mínimo de zero, com 4 pontos de risco. O somatório dos três componentes, um
mínimo de 0 e o máximo de 12 pontos de risco que quanto mais próximo de zero
representa baixas condições socioeconômicas e vice-versa. A Venezuela apresenta
o menor índice de risco 4 de condições socioeconômicas - a ponto de se igualar à
Grécia - recém quebrada. O Brasil e Argentina, 7. Para a Human Rights Watch, as
novas restrições vão "muito além do que é permitido pelos direitos humanos
internacionais, no que diz respeito às limitações da liberdade de expressão e da
liberdade de imprensa, e levam a Venezuela a violar várias obrigações
internacionais". O Brasil apresenta nível próximo à Suécia e Estados Unidos que é
fruto de correlação de uma imprensa quase livre, que divulga informações críticas
sobre a atuação governamental que procura combatê-las com mais investimentos
sociais, como o Bolsa Família, O Bolsa Educação (Prouni) e O Bolsa medicamentos
(Farmácias Populares) etc. Não obstante, uma vez que, sua compreensão e
mensuração podem auxiliar os investidores. Estas informações utilizam o
termômetro da liberdade de imprensa de um país, considerando que uma imprensa
livre fornece informações sem ajustes governamentais, tal como inflação,
investimentos sociais, recursos públicos, escândalos constantes de corrupção,
insegurança jurídica etc., estas informações impactam diferentes tipos de
investimentos (BERNARDINO, 2015). A Argentina em janeiro de 2014 ocupava a
posição de número 69 em do Ranking de Risco País entre 150 países. Em janeiro
de 2015 caiu para a posição 81. O Brasil da mesma sorte ocupava a posição 47 em
2014, e em janeiro de 2015, a posição de número 67, face às manifestações
populares que ensejou em sentimento de desordem pública. A Venezuela em 2014
ocupou a posição de número 129 e em janeiro de 2015, foi para a posição de
número 132. Reflete para o governo a necessidade de bloquear a liberdade de
imprensa, que mostra realidade socioeconômica do país que passa por recessão
econômica, inflação em carreira veloz, desabastecimento, conflitos internos, conflitos
externos que afetam suas relações de condições de cumprir contratos mercantis,
desrespeito à propriedade privada entre outros (JHONSON, 2014). Necessita melhor
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a imagem, limita-se a liberdade de imprensa. Países onde se correlaciona a
liberdade de imprensa com os índices de Risco País, são considerados os melhores
para investimentos estrangeiros (HERRONG, 1986), dado que ocupam as primeiras
posições no ranking, como Noruega, Suíça, Alemanha, Estados Unidos, ocupam
respectivamente as posições 1, 2, 6 e 31. Por estas informações em janeiro de
2015, a Argentina, Brasil e Venezuela, apresentavam capacidade de pagamento e
cumprimento de obrigações de 67%, 68% e 54,8%, respectivamente. Enquanto,
Noruega apresenta 90,8% de condições para adimplir pagamentos e obrigações.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Segundo a Freedom House, Argentina teve nos anos de 1993 e 1994, liberdade total
de imprensa e nos anos seguintes até 2013, possui liberdade parcial de imprensa,
caminhando para a ausência de liberdade de imprensa com 51 pontos, dentro das
escalas, a saber: Liberdade Total (L) = 0 a 30; Liberdade Parcial (LP) = 31 a 60 e
Sem Liberdade (SL) = 61 a 100. O Brasil em 1993 possuía 27 pontos, dentro da
escala de liberdade total de imprensa e em 2014 com 45 pontos, ocupa a faixa de
classificação com liberdade parcial de imprensa. Por vez, com 78 pontos, em 2014,
a Venezuela é considerada como uma nação sem liberdade de imprensa, onde
outrora em 1993, estava classificada como um país onde reinava a liberdade total de
imprensa.
REFERÊNCIAS ARGENTINA. Constituição Nacional. Disponível em: http://www.constitution.org/cons/argentin.htm. Acesso em: 13.04.2016. ARGENTINA. Lei 26.522 de 10 de octubre de 2009. Ley de Médios. Disponível em http://www.argentina.ar/temas/medios. Acesso 12.04.2016. BERNARDINO Luís Manuel Brás, Artigo A Prevenção e Resolução de Conflitos: Contributos para uma sistematização. http://www.revistamBilitar.pt/artigo.php?art_id=354 Acesso em: 30.04.2016 BRASIL. Constituição Nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm. Acesso em: 09.04.2016
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BRASIL. Lei nº 5.250 de 09 de julho de 1967. Regula a liberdade de manifestação do pensamento e de informação. Disponível em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em: 09.04.2016 CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS - "Pacto de San Jose de Costa Rica" (Assinada em San José, Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, na Conferência Especializada Interamericana sobre Direitos Humanos. CRUZ, Carla e RIBEIRO, Uirá. Metodologia Científica: Teoria e Prática. Belo Horizonte: Excel Books, 2004. HERRING, Richard J. Managing International Risk (2nd ed.). Inglaterra: Cambridge University Press, 1986. Disponível em: http://wiki/Risco-pa%C3%ADs Acesso em: 18.04.2016 JOHNSON, Walter: 2014. Disponível em: http://www.ehow.com.br/conflitos-internos-externos-sobre_54452. Acesso em: 10.04.2016 PRS GROUP INC. – International Country Risk Guide (ICRG). Disponível em: https://epub.prsgroup.com/icrg-tables. Acesso em: 13.03.2016
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ESTUDO DE CASO SOBRE A GESTÃO DE ESTOQUE NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO SETOR COMERCIAL DA CIDADE DE MATIPÓ-MG
Marina Modesto Costa - Graduanda em Ciências Contábeis da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: estoque; gestão de estoques; controle gerencial
INTRODUÇÃO
Tornou-se frequente a abertura de novas organizações no Brasil, principalmente de
portes micros e pequenas empresas (SEBRAE, 2011). O art. 3 da Lei 139 classifica-
se a microempresa sendo a pessoa jurídica que tenha auferido em ano calendário,
receita bruta de até R$ 360.000,00, e empresas de pequeno porte, aquelas com
receita bruta anual superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00.
No Brasil, segundo os dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas- SEBRAE, existem 6,4 milhões de estabelecimentos. Desse total, 99%
são micro e pequenas empresas. As mesmas correspondem a 52% dos empregos
com carteira assinada (SEBRAE, 2015). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística- IBGE, as micro e pequenas empresas contribuem no crescimento e
desenvolvimento do país, servindo de colchão amortecedor do desemprego (IBGE,
2003). É visível a disputa das empresas para obterem vantagens em relação aos
seus concorrentes, procurando sempre um método para competir sendo que, uma
das formas, é por meio da administração eficaz dos estoques (MARTINS E
CAMPOS, 2006). É importante enfatizar que de acordo com Garcia, et al. (2006,
p.10), apesar da gestão de estoque ser importante, é ainda negligenciada em muitas
empresas. É relevante afirmar que de acordo com Almeida e Lucena (2006), uma
administração de estoques eficiente pode criar uma vantagem competitiva para a
própria empresa, diminuindo os custos, entre outros fatores. A presente pesquisa
teve como objetivo, identificar se nas Micro e Pequenas Empresas do setor
comercial da cidade de Matipó-MG é realizada a gestão e controle de estoques. E
como objetivos específicos, saber quais são as ferramentas usadas para controlar o
estoque das micro e pequenas empresas da cidade de Matipó-MG, e tomar
conhecimento dos níveis de estoques das empresas Matipoenses.
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METODOLOGIA
Essa pesquisa será realizada em 20 micro e pequenas empresas do setor comercial
de Matipó-MG, entre elas estão: lanchonetes, papelaria, gráfica, loja de material de
construção, de confecções, de informática, de vestuário. A pesquisa é de forma
descritiva, e quanto a abordagem do problema, foi feita de forma quantitativa, que é
uma transformação das informações em números, para então, concluir a análise
sem distorções ou erros (GRESSLER, 2004). Para que os objetivos fossem
alcançados, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, seguida de estudo de caso. No
que diz respeito a obtenção de dados para realização do levantamento, foi utilizado
o questionário, o qual segundo Gil (2007) pode ser definido como uma técnica de
investigação composta por questões da qual as pessoas tem que responder em
escrito, sempre levando ao objetivo definido. O trabalho encontra-se em andamento.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Daison de; LUCENA, Maxsuel. Tec Hoje. Gestão de Estoques na cadeia de suprimentos. Disponível em: http.//www.techoje.com.br/site/categoria/detalhe_artigo/742. Acesso em: 24.abr.2016. GARCIA, Eduardo et al. Gestão de Estoque: Otimizando a logística e a cadeia de suprimentos. Rio de Janeiro: E-papers Serviços Editoriais Ltda., 2006. GRESSLER, Lori Alice. Introdução a Pesquisa: Projetos e relatórios. 2 ed. São Paulo: Edições Loyola, 2004. GIL, Antônio Carlos. Método e técnicas de pesquisa social. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2007. IUDÍCIBUS, S. et al. Manual de Contabilidade Societária. São Paulo: Atlas, 2010 Lei Complementar Nº 139, de 10 de novembro de 2011. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp139.htm. Acesso em: 20.mar.2016. MARTINS, Petrônio Garcia. CAMPOS, Renato. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2006. SEBRAE. Taxa de Sobrevivência das Empresas no Brasil. Disponível em: http://www.sebrae.com.br. Acesso em: 20.mar.2016. SEBRAE. Desenvolvimento. Disponível em: http://www.sebrae.com.br. Acesso em: 6.jun.2016. Estadão E&N. IBGE: Micro e Pequenas Empresas, o amortecedor do desemprego. Disponível em: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,micro-e-
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pequenas-empresas-o-amortecedor-do-desemprego,20030911p21518. Acesso em 20.mar.2016.
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A VISÃO DO BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO SOBRE IMPORTÂNCIA DA ESPECIALIZAÇÃO EM DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR
José Luiz Furtado Oliveira Portes - Bacharel em Administração. Pós-Graduando
em MBA em Gestão de Negócios e Pessoas. Pós-Graduando em Docência do Ensino Superior. Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Luciana Aparecida Santos Moreira Moraes - Bacharel em Administração. Pós-Graduanda em Docência do ensino Superior. Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
José Alvarenga Bastos Neto - Bacharel em Ciências Contábeis. Pós-Graduando em Docência do Ensino Superior. Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Thainara Santana Miranda - Licenciada em História. Pós-Graduanda em Docência do Ensino Superior. Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX
Alice Rodrigues Borges Lazaroni - Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em contabilidade decisorial - controladoria. Mestre em Administração. Professora
Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Docência Superior; Professor Bacharel; Magistério superior.
INTRODUÇÃO
O século XX chegou ao seu fim e trouxe consigo grandes mudanças no ensino
superior, e a mais marcante delas foram relacionadas ao perfil do docente. O
docente do ensino superior passou assumir o centro do cenário educacional,
mudando a atitude do docente, que deixou de ser unicamente um especialista em
determinada área de atuação, e transformou-se em um profissional capaz de
ensinar, incentivar e motivar o aluno no processo de aprendizagem (MASETTO,
2013). Na atualidade, se faz necessário uma reflexão sobre os grandes desafios
enfrentados na docência do ensino superior para que o bacharel desempenhe de
forma eficiente sua profissão como docente, podendo melhor atuar e claramente
compreendê-los (SILVA, 2013). Segundo Isaia e Bolzam (2004) os bacharéis que se
tornam docentes do ensino superior não têm formação prévia e nem mesmo
específica, e que o início da trajetória profissional como docente é totalmente
precária quando assumem os papeis docentes espelhados na sua formação inicial,
alinhados ao conhecimento de determinada prática como profissional de uma
atividade que não a da docência superior. Questão que norteou a pesquisa foi: como
a especialização em docência do ensino superior pode contribuir para a melhor
formação do bacharel em administração na relação professor - aluno? Nesse
contexto, a presente pesquisa tem como objetivo compreender os desafios
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enfrentados pelos bacharéis em administração diante a docência universitária,
analisando assim a percepção do docente sobre a importância de uma
especialização em docência do ensino superior. Cunha e Zanchet (2010)
compartilham da visão que na carreira de docente é comum a reprodução do
exercício da docência exercido sobre o bacharel, ou seja, utilização dos recursos
pedagógicos e repetição de métodos, é a visão interpretação da docência que se
teve como aluno. Ainda, se constrói representações sobre o que é ensinar e
aprender, embasados nos conhecimentos de alguns recursos pedagógicos que lhes
foram apresentados. Embora essa reprodução contribua para a formação do
docente, possui aspectos positivos, mas traz consigo alguns também aspectos
negativos, isso só ocorre o docente não tem condições de fazer diferente, não
estando pedagogicamente dotado de técnicas para fazer diferente, desta forma, o
docente passa a reproduzir não apenas as boas práticas, mas, também, práticas
pouco ou nada eficientes no processo de aprendizagem. Não há um única
identidade que possa definir o docente do ensino superior, pois cada docente possui
uma trajetória de formação distinta (PEREIRA, 2015).
A ausência de saberes pedagógicos, limita a ação do docente e causa transtornos de naturezas variadas ao processo de ensinar e aprender. Muitas vezes, o profissional traz para a sala de aula uma vasta experiência adquirida por meio de estudos e pesquisas ou, ainda, pelo exercício de outra profissão. Porém, não sabe compartilhar este conhecimento com seus alunos, desconhece práticas e recursos voltados ao compartilhamento do saber, tornando, assim, sua experiência profissional extraclasse em uma variável quase nula no exercício da docência (SOARES e CUNHA, 2010, p. 26-27 apud PEREIRA, 2015).
Ao se optar pela docência universitária, o profissional precisa ter consciência que ao
adentrar na sala de aula, o seu papel essencial é o de ser professor. Contudo, será
necessário superar as premissas de que o docente nasce feito ou que para ser
docente é preciso apenas ser um bom profissional na área de formação ou
simplesmente que para ensinar basta dominar o conteúdo. Muito mais que isso, o
autor evidência que é necessário que o bacharel docente procure uma
especialização voltada não apenas a sua área, mais preferencialmente a docência
do ensino superior, onde este possa adquirir técnicas não vistas em sua graduação
e novos conhecimentos a respeito do magistério superior, tornando-se um bacharel
preparado didaticamente para o exercício acadêmico (BEHRENS, 2011). Não existe
uma fórmula para tornar-se docente, pois são inúmeras variáveis envolvidas nesta
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formação e cada profissional tende a seguir um caminho diferente. Assim, o aturo
evidencia que o docente busque assumir uma postura voltada a reflexão sobre a sua
didática e prática em sala de aula. Pois, o docente precisa ser reflexivo, criativo,
questionador, inovador, critico, pesquisador, interdisciplinar, articulador e saber
transmitir efetivamente as teorias que propõe a seus alunos. O docente deve ainda,
vesti-se a dialética que propõe a construção do conhecimento de forma democrática,
contribuindo uma prática docente de qualidade no ensino superior (BEHRENS,
2005).
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de caso caracterizado como descritivo realizado em 23 de
junho de 2016 com um docente do curso de administração de uma instituição de
ensino superior localizado na cidade de Leopoldina - MG. O referido docente é de
formação bacharel e atua nas disciplinas do curso de administração, o mesmo foi
abordado através de um entrevista direta que segundo Souza (2014, p.1) “visa
conhecer certos conceitos espontâneos dos candidatos, onde o entrevistador vai
formulando as questões conforme o decorrer da entrevista com o objetivo de obter
uma determinada resposta”, composto com questões a respeito da importância da
especialização em docência do ensino superior para os bacharéis que atuam como
docentes tendo em vista que os mesmo não tem de formação preparação didática
para lecionar, buscando assim coletar dados e informações sob sua percepção
quanto ao tema.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A partir das informações coletadas através da entrevista pode-se observar que o
docente em questão se graduou em administração, teve duas especializações sendo
uma na área de finanças e outra em docência superior. Atualmente, está inserido a
um projeto de mestrado, pois como docente procura maior efetividade na área de
formação e melhores subsídios e preparo para lecionar. Para Pimenta e Anastasiou
(2005) na maioria das instituições de ensino superior, por mais que seus docentes
possuam experiência significativa na área de formação ou anos de estudos em suas
áreas, despreparo e o desconhecimento científico do processo de ensino-
aprendizagem, pelo qual passam a ser responsáveis a partir do instante em que
ingressam na sala de aula se faz constantemente presente. Pode-se observar que o
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docente se ocupa alem do exercício de docência, de outras atividades relacionadas
a sua formação atuando também como profissional liberal, prestando consultorias e
palestras e como colaborador de uma instituição financeira. Pode-se observar que o
excesso de atividades interfere na sua atuação como docente, constatado através
de sua declaração na entrevista quando perguntado sobre o que possivelmente ele
mudaria como professor, onde o entrevistado respondeu:
“Se eu fosse apenas docente, eu mudaria muitas coisas, mais o problema que eu não tenho tempo, tudo muito rápido e meu tempo é curto demais. Preparo minhas aulas correndo, e tenho muitas reuniões do banco. Não dá tempo pra nada. Quando eu busquei pela pós graduação em docência, confesso que foi procurando melhorar como docente, pois quase não tenho tempo de moldar minhas aulas e não tinha nenhum preparo pedagógico para que eu lecionasse de forma eficaz; busquei para conhecer as melhores formas e recursos para me auxiliar.”
O docente leva para suas aulas uma experiência adquirida por meio de pesquisas
ou pelo exercício da profissão de formação, mas infelizmente não sabe compartilhar
este conhecimento, por desconhecer práticas pedagógicas e recursos voltados ao
saber, tornando sua experiência profissional em uma variável nula no exercício de
sua docência (SOARES; CUNHA, 2010).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Retomando o objetivo do estudo que foi compreender os desafios enfrentados pelos
bacharéis em administração diante a docência universitária, analisando assim a
percepção do docente sobre a importância de uma especialização em docência do
ensino superior, apontou-se que existe a ausência de formação por parte dos
bacharéis por não terem um preparo durante a graduação em administração
direcionado à didática de conteúdos pedagógicos. Sendo possível perceber a
existência também de uma grande diversidade metodológica utilizada pelos
docentes, sendo decorrentes de vários caminhos percorridos na formação do
bacharel professor e em suas experiências, ate mesmo por se inspirarem em
métodos utilizados por seus docentes. É visível a dificuldade de conciliar a teoria da
prática, pois se evidenciou a formação voltada para gestão de organizações e não
para a docência, a ausência do domínio de uma série de saberes e ate mesmo a
difícil conciliação da docência com outra atividade profissional. Por tanto, é possível
observar que os bacharéis embora estejam presentes em grande quantidade no
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exercício da docência, sofrem certa dificuldade em assumir essa profissão que se
difere de sua formação. Nesse contexto, ressalta-se a importância de uma
especialização em docência do ensino superior para que o bacharel possa ter um
preparo quanto a didática a ser utilizada, e principalmente para que se possa obter
subsídios, métodos e processos que auxiliem no sucesso profissional.
REFERÊNCIAS BEHRENS, M. A. O paradigma emergente e a prática pedagógica. Rio de Janeiro:Vozes, 2005. BEHRENS, M. A. Docência universitária: formação ou improvisação? Revista Educação, Santa Maria/RS, v. 36, n. 3, p. 441-454, set./dez. 2011. Disponível em: http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/reveducacao/article/view/2976/2423. Acesso em: 22.jun.2016. CUNHA, Maria Isabel da.; ZANCHET, Beatriz Maria Boéssio Atrib. A problemática dos professores iniciantes: tendência e prática investigativa no espaço universitário. Revista Educação, Porto Alegre, ed. 33, n. 3, p. 189-197, 2010. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/viewFile/6999/5717. Acesso em: 26.jun.2016. ISAIA, S. M. A.; BOLZAN, D. P. V. Formação do professor do ensino superior: um processo que se aprende? Revista Educação CE/UFSM, Santa Maria/RS, v. 29, n. 2, 2004. Disponível em: http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/reveducacao/article/view/3845. Acesso em: 21.jun.2016. MASETTO, Marcos T. Competência Pedagógica do Professor Universitário. São Paulo: Summus, 2003. PEREIRA, Letícia Rodrigues. A prática pedagógica do professor bacharel no curso de administração. Pouso Alegre/MG, 2015. 85 p. Monografia, Mestrado em educação - Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVÁS. Disponível em http://www.univas.edu.br/me/docs/dissertacoes2/26.pdf. Acesso em 22.jun.2016. PIMENTA, Selma Garrido; ANASTASIOU, Léa das Graças Camargo. Docência no ensino superior. São Paulo: Cortez, 2005. SILVA, Léa Ribeiro da. Docência na contemporaneidade: desafios para professores no ensino superior. Revista Primus Vitam. n. 5. 2013. Disponível em http://mackenzie.br/fileadmin/Graduacao/CCH/primus_vitam/primus_5/lea.pdf. Acesso em 21.jun.2016. SOARES, Sandra Regina; CUNHA, Maria Isabel da. Formação do professor: a docência universitária em busca de legitimidade, 2010. Disponível em: http://static.scielo.org/scielobooks/cb/pdf/soares-9788523209032.pdf. Acesso em: 27.jun.2016.
Anais do IX FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG – 12 a 16 de setembro de 2016 – ISSN – 2178-7301
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: O ESTUDO DE CASO APLICADO AOS COLABORADORES DE UMA CONFECÇÃO EM ABRE CAMPO
Ilma Bitencourt Vieira - Graduanda em Administração – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Celso Abreu de Araújo – Graduado e Mestre em Administração. Professor do Curso de Administração – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Qualidade de Vida; Gestão de Pessoas; Trabalho.
INTRODUÇÃO
A qualidade de vida no trabalho tornou-se fator de grande importância para as
organizações, pois perceberam que para potencializar sua produção devem investir
em projetos para melhorar a qualidade de vida dos colaboradores nos aspectos
profissionais e pessoais, devido ao fato de que o trabalho ganhou destaque na vida
das pessoas e suas rotinas podem influenciar de forma positiva ou negativa na
qualidade de vida das mesmas (SILVA, FURTADO e ZANINI, 2015). A Qualidade de
Vida no Trabalho refere-se diretamente ao comportamento e satisfação do
colaborador em relação à realização das tarefas na organização. Um ambiente
organizacional dinâmico e equilibrado proporciona aumento da produtividade, onde
as pessoas refletem o bem-estar com o trabalho no rendimento e qualidade dos
serviços (FREITAS E SOUZA, 2009). Sabe-se que nas organizações há um
relacionamento rodeado de interesses divergentes, onde os objetivos
organizacionais são diferentes dos objetivos pessoais do colaborador
(CHIAVENATO, 2008). Por isso, é importante compreender: Qual o nível de
satisfação em relação à qualidade de vida dos colaboradores de uma confecção,
com o seu cargo, o ambiente físico em que realiza as atividades laborais e o
relacionamento com seus superiores? O presente estudo tem o objetivo geral de
verificar o nível de satisfação em relação à qualidade de vida dos colaboradores de
uma confecção, em relação ao seu cargo, o ambiente físico em que realiza as
atividades laborais e o relacionamento com seus superiores. O presente estudo tem
os objetivos específicos:
� Identificar o nível de satisfação com o seu cargo.
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� Identificar o nível de satisfação com o ambiente físico em que realiza as
atividades laborais.
� Identificar o nível de satisfação no relacionamento com seus superiores.
A justificativa acadêmica dessa pesquisa é a necessidade em adquirir conhecimento
em relação à Qualidade de Vida no Trabalho e aos fatores inerentes envolvidos na
discussão desse assunto. Já no âmbito empresarial, justifica-se pela necessidade
em esclarecer fatores relevantes a Qualidade de Vida no Trabalho e contribuir para
o aprimoramento das relações no ambiente organizacional.
METODOLOGIA
O presente estudo tem interesse em investigar o nível de satisfação dos
colaboradores de uma confecção em relação à qualidade de vida no trabalho, e
pretende usar como técnica, a construção de um estudo de caso com objetivo
exploratória e descritiva. Segundo Yin (2015, p. 4), “o estudo de caso permite que os
investigadores foquem um “caso” e retenham uma perspectiva holística e do mundo
real.” Para Yin (2015, p. 2) “Um estudo de caso pode incluir casos únicos ou
múltiplos, pode ser limitado a evidências quantitativas e pode ser um método útil
para fazer uma avaliação. ” Para Prodanov e Freitas (2013, p. 127) pesquisa
exploratória, “Visa a proporcionar maior familiaridade com o problema, tornando-o
explícito ou construindo hipóteses sobre ele. ” Para Prodanov e Freitas (2013, p.
127) pesquisa descritiva, “Expõe as características de uma determinada população
ou fenômeno, demandando técnicas padronizadas de coleta de dados. ” A empresa
onde se aplicará o estudo de caso é uma fábrica do setor de vestuário, que está no
mercado desde 2004, produzindo peças em jeans, e atualmente gera emprego para
22 colaboradores. A coleta de dados será realizada na própria empresa, por meio da
aplicação de questionário, aos colaboradores do setor de produção, utilizando uma
abordagem quantitativa para análise das informações coletados. Para Prodanov e
Freitas (2013, p. 128), a abordagem quantitativa, “Requer o uso de recursos e
técnicas de estatística, procurando traduzir em números os conhecimentos gerados
pelo pesquisador. ”
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RESULTADO E DISCUSSOES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos: O Capital Humano das Organizações. 8. ed. São Paulo: Atlas S.A., 2008. FREITAS, André Luiz Policani; SOUZA, Rennata Guarino Bastos. Um modelo para avaliação da Qualidade de Vida no Trabalho em universidades públicas. Revista Eletrônica Sistemas & Gestão. Rio de Janeiro, v.4, n.2, p.136-154, maio a agosto de 2009. Disponível em: http://scholar.google.com.br. Acesso em: 04.abr.2016. SILVA, Ana Carolina Cozza Josende; FURTADO, Juliana Haetinger; ZANINI, Roselaine Ruviaro. Um estudo sobre a Qualidade de Vida no Trabalho e os fatores associados. Ibero american Journal of Industrial Engineering. Florianópolis, v. 7, n. 14, p. 182-200, 2015. Disponível em: http://scholar.google.com.br. Acesso em: 02.mai.2016. YIN, Robert K.. Estudo de Caso. Planejamento e Método. 5. ed. São Paulo: Book Man Editora Ltda, 2015. PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar. Metodologia Do Trabalho Científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo: Universidade Feevale, 2013.
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PRODUTOR RURAL: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE PESSOA FÍSICA E PESSOA JURÍDICA NA ÁREA DE CAFEICULTURA NA ZONA DA MATA NO
ESTADO DE MINAS GERAIS
Larissa de Carvalho Gomes – Graduando em Ciências Contábeis. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Luciano Aguiar Otoni – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Planejamento Fiscal e Auditoria Contábil. Professor da Faculdade Vértice -
UNIVÉRTIX. Júlio César da Mata – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em
Controladoria, Finanças e Auditoria. Professor da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Palavras-chave: Contabilidade Rural; Pessoa Física; Pessoa Jurídica e Planejamento Tributário.
INTRODUÇÃO
O produtor rural, em sua grande maioria não procura se instruir com ajuda de um
profissional contábil, pelo fato do Código Civil, lei nº 10.406 de 10 de janeiro de
2002, facultá-lo de adotar a forma de empresa rural e assim perfazendo uma
escrituração simplificada, que por não possuírem um conhecimento mais apurado
considera ser a melhor opção. Um dos fatos que leva essa adoção segunda é que o
Brasil apresenta a maior carga tributária, dificultando o pequeno, médio e grande
produtor a outros tipos de enquadramento (RAIMUNDO, et al., 1998).
Sendo o Estado de Minas Gerais considerado maior produtor da principal commodity de exportação do agronegócio mineiro, o café. A região da Zona da Mata encontra-se na terceira posição de maior produção do café, onde cafeicultura é a principal atividade fonte de renda da população dessa região, desde o final do século XVIII dinamizando toda a economia, induzindo o desenvolvimento dos setores industriais, comerciais e financeiro da região (NETO; DINIZ,2006). E com a vinda da globalização esse cenário passou a ser internacional, “hoje o Brasil é o maior produtor e exportador de café, com participação média de 24% nas exportações mundiais” (SAES; NAKAZONE, 2004, p. 40).
Neste contexto a globalização tem trazido expectativas de conquistas de novos
mercados, uma vez que as empresas multinacionais buscam diversos países para
se instalarem e reforça sua marca global. Onde o Brasil ao perceber este movimento
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no mercado de café viu a possibilidade de expansão de mercado, contribuindo para
formação de novos produtores rurais deste ramo (ACERVO DIGITAL, 2011).
Entretanto, os produtores rurais não se encontram preparados para esse no
mercado, pelo fato de não possuírem um controle dos seus custos e orçamentos,
para que consigam desfrutar das oportunidades advindas da globalização. Para
tanto se faz necessário a presença de um contador que utilizará os mecanismos
contábeis eficientes e eficazes como ações imediatas afim de auxilia-los no
planejamento que melhor adeque sua atividade (REVISTA SABER ELETRÔNICO
ON-LINE, 2014). Diante do contexto apresentado, percebe-se que o produtor rural
exerce culturalmente uma administração simplificada em relação a outros tipos de
atividades empresariais, entretanto é de suma importância o conhecimento dos
dados para que o produtor rural realize a melhor escolha, ou seja, a que será mais
vantajosa e trará melhores resultados. Devido a essa faculdade que o Código Civil
confere ao produtor rural, surge o seguinte questionamento que a presente pesquisa
visa responder: Qual a forma mais vantajosa, para o produtor rural desenvolver sua
atividade de cultivo de café, pessoa física ou pessoa jurídica na Região da Zona da
Mata em Minas Gerais? O objetivo desta pesquisa é analisar qual forma mais
vantajosa, tributária financeira e operacionalmente para o produtor rural pessoa
física e pessoa jurídica da Região da Zona da Mata em Minas Gerais, sendo
realizado um estudo de caso na Fazenda Vista Alegre na cidade de Caputira,
mediante a comparação dos tipos de enquadramento, quanto ao crédito, a
tributação, os benefícios financeiros e os benefícios tributários. Contudo a relevância
do estudo fixa-se em avaliar questões sobre a tributação aplicada, tanto à pessoa
física quanto à pessoa jurídica, auxiliando o mesmo na melhor tomada de decisão
com base no planejamento tributário, que irá refletir sobre os rendimentos a serem
auferidos advindos de possíveis investimentos e redução de custos.
MEDOTOLOGIA
Esta pesquisa tem por objetivo analisar qual forma mais vantajosa, tributária
financeira e operacionalmente, para o produtor rural pessoa física e pessoa jurídica
da Região da Zona da Mata em Minas Gerais. Sendo realizado um estudo de caso
na Fazenda Vista Alegre na cidade de Caputira, mediante a comparação dos tipos
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de enquadramento, quanto ao crédito, a tributação, os benefícios financeiros e os
benefícios tributários. Para análise desta pesquisa utilizou-se a metodologia do tipo
descritivo, pois segundo Gil (1999, p.44) “As pesquisas deste tipo têm como objetivo
primordial as descrições das características de determinada população ou fenômeno
ou o estabelecimento de relações entre variáveis”. Quanto a técnica utilizou-se a
pesquisa bibliográfica, sendo realizada a análise e interpretação de documentos
existentes acerca de determinados fenômenos a qual o público geral tem acesso,
tais como livros, legislações e artigos (BERTUCCI, 2009; GIL, 2010). O estudo de
caso que favorece uma visão holística de compreensão sintética de acontecimentos
da vida real, destacando-se seu caráter de investigação empíricas de fenômenos
contemporâneos” (SILVA; SILVA, 2014). Para tanto o método de análise de
conteúdo foi realizado com base na coleta de dados documental primária e
secundária. Em que a primária é descrita por Malhotra (2006, p.292) da seguinte
maneira: “[...] Os entrevistados veem o questionário e se posicionam frente a frente
com o entrevistador. É possível, portanto, fazer perguntas consistentes, complexas e
variadas”, e a secundária, descrita por Bardin (2011) em três pólos cronológicos:
coleta, extração das variáveis e análise das variáveis. O critério utilizado para
análise dos dados teve por base os três polos cronológicos descrito anteriormente,
sendo desenvolvidas as seguintes etapas: organização das ideias iniciais através da
entrevista, selecionando os documentos para análise, traçando dimensões e
direções; analisando os pontos comuns e divergentes expostos em uma tabela
comparativa sobre os dois tipos de adoção; a verificação quanto ao enquadramento
baseado na legislação que o normatiza; o tratamento, a interpretação, a síntese e a
seleção dos resultados obtidos (MALHOTRA, 2006; BARDIN, 2011). De acordo com
Marconi e Lakatos (2004), estudos de abordagem qualitativa fazem menção à
análise fenomenológica do comportamento humano, o qual tem seu fundamento na
coleta de dados, objetivos ou subjetivos, interpretações com base em hábitos,
atitudes, tendências de comportamento. O presente trabalho encontra-se em
andamento.
REFERÊNCIAS
ACERVO DIGITAL, 2011. Os impactos da globalização no consumo de café especial pela classe média brasileira. Disponível em:http://acervo-digital.espm.br/revista_da_empresa/2011/jul_ago/19%. Acesso em 20.mai.2016.
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BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2011.
BRASIL. Código Civil. Organização de Sílvio de Salvo Venosa. São Paulo: Atlas, art. 971, 1993.
BERTUCCI, Janete Laura de Oliveira. Metodologia Básica para Elaboração de Trabalhos de Conclusão de Cursos. São Paulo: Atlas, 2009.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 1999.
MALHOTRA, Naresh. K. Pesquisa de Marketing. 4ª ed. Porto Alegre: Editora Bookman, 2006.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.
RAIMUNDO, Júlio; et al. Uma análise da carga tributária do Brasil. Diretoria de Pesquisa do IPEA, 1998.
SAES, Maria; NAKAZONE, Douglas. O agronegócio café do Brasil no Mercado Internacional. Revista FAE Bussiness, nº 9, set/2014.
SILVA, Fernanda Caroline; SILVA, Milton Santos. Estudo comparativo da tributação do produtor rural pessoa física e jurídica na venda de “pinto de um dia”. FAMINAS-BH, 2014.
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IMPORTÂNCIA DA PRESTAÇÃO DE CONTAS DA GESTÃO ESCOLAR PARA MANUTENÇÃO, CUSTEIO: ESTUDO DE CASO DE UMA CAIXA ESCOLAR DE
SANTO ANTÔNIO DO GRAMA-MG
Edvirges Aparecida Salgado - Graduanda em Administração – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Celso Abreu de Araújo – Graduado e Mestre em Administração. Professor do Curso de Administração – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Caixa Escolar; Prestação de Contas; Terceiro Setor.
INTRODUÇÃO
A Ciência Contábil sempre se mostrou de grande importância para as transações
comerciais e financeiras. Existindo desde os primórdios da humanidade, a
contabilidade vem sofrendo diversas mutações ao longo dos anos, com o objetivo de
atender melhor ao fisco e também de ajudar na tomada de decisões da empresa
(Werlich, 2006). Deste modo, ela se faz de grande importância tanto para as
empresas públicas quanto para as privadas, classificadas como primeiro e segundo
setor respectivamente (Lima, 2000). Segundo (Yamamoto, 2006), existem também
as empresas chamadas de Terceiro Setor, voltadas para a promoção do bem-estar
social, e que não possuem fins lucrativos. Ainda assim, estas instituições também
necessitam de uma escrituração contábil condizente com as movimentações
financeiras ocorridas nas mesmas, uma vez que devem apresentar seus relatórios
fiscais e financeiros. As empresas do Terceiro Setor geralmente são fomentadas por
doações financeiras de instituições privadas e/ou auxílios de verbas públicas. Porém
existem algumas instituições deste setor que recebem apenas verbas públicas,
sejam elas da esfera: Federal, Estadual ou Municipal (Perez, 2014). São as
chamadas transferências, ou repasses de recursos. Exemplo disso é o que ocorre
nas Caixas Escolares, que são instituições privadas com personalidade jurídica de
direito privado, que existem apenas com a função de administrar as verbas
recebidas para as escolas. Assim, são classificadas como Unidades Executoras
(UEx) das unidades de ensino. Todavia, por tratar-se de finanças públicas, suas
verbas são oriundas do governo, devendo obedecer às normas de contabilidade
pública, aplicadas à administração pública. Assim, devem ser destinadas de acordo
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com a sua finalidade específica, e, uma forma de fiscalizar se isso ocorre, são as
chamadas prestações de contas. Deste modo, verifica-se se os recursos foram bem
aplicados ou não. E, em caso negativo, a instituição pode sofrer algumas punições,
seja cancelamento de uma ou outra verba, ou até mesmo sanções administrativas,
cabíveis aos gestores responsáveis pela execução de tais projetos. Percebe-se
então que é de extrema relevância que os administradores façam uma boa gestão e
prestação de contas dos recursos utilizados. Entretanto, nem sempre isso é fácil,
uma vez que existe uma série de legislações a serem cumpridas e nem sempre
existe um preparo adequado ou capacitação para quem realiza a execução dos
projetos e prestação de contas dos recursos destinados a eles. Neste contexto,
surgem as seguintes questões: Como são realizadas as prestações de contas
destas unidades executoras? E mais, o gestor da Caixa Escolar está capacitado
para realizar as prestações de contas? Quais são as dificuldades encontradas pelo
gestor e o auxiliar financeiro das Caixas Escolares? Diante de tais indagações, o
objetivo deste trabalho é verificar como a Escola Estadual “Mariano Gomes” realiza
suas Prestações de Contas tendo em vista uma série de legislações a serem
atendidas em detrimento à capacitação recebida pela Superintendência Estadual de
Ensino do Estado de Minas Gerais. Este trabalho possui grande importância para os
gestores das Caixas Escolares e para o meio acadêmico, uma vez que poderá
subsidiar o público alvo na elaboração de diagnóstico de possíveis falhas ocorridas
durante o processo de prestação de contas, evitando bloqueios de repasses de
verbas para as unidades executoras.
METODOLOGIA
A Pesquisa é uma atividade que possui como objetivo buscar soluções para os
problemas encontrados, através de métodos científicos (Gil, 2008). Minayo (2010),
considera a pesquisa como:
Atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade. É uma atitude e uma prática teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente. É uma atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados.
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De acordo com Andrade (2001, p.17) a pesquisa pode ser classificada em
exploratória, descritiva e explicativa. Neste estudo será utilizada a pesquisa
exploratória que de acordo com Andrade (2001), visa tornar o problema mais
explícito e dialogar com o mesmo através da construção de hipóteses para o
problema. A princípio será feito um levantado bibliográfico histórico sobra a
constituição da Caixa Escolar e sua função para a escola ao longo dos anos. Assim,
será feito uma fundamentação teórica com base em Leis, Decretos e Artigos
referentes ao tema abordado. Posteriormente será analisada a importância da
Prestação de Contas destas instituições para o bom funcionamento e continuidade
das mesmas, sendo que o mesmo ocorrerá através de estudo de caso. A unidade de
análise será a prestação de contas de uma Caixa Escolar de Santo Antônio do
Grama (MG), entidade de ensino Estadual desta cidade. De acordo com Ventura
(2007), a coleta de dados é feita baseada em vários procedimentos quantitativos e
qualitativos, dentre estes: observação, análise de documentos, entrevista formal ou
informal, história de vida, aplicação de questionário com perguntas fechadas,
levantamentos de dados, análise de conteúdo etc. Há uma pluralidade de
procedimentos que podem ser incorporados. A coleta de dados desta pesquisa será
através de análise de documentos, relatórios e visita a instituição para averiguar
como ocorre a prestação de contas na empresa. A análise dos dados será realizada
pelo método qualitativo que não objetiva quantificar nem apresentar dados
estatísticos sobre o problema a ser averiguado, mas, de acordo com Ventura (2007),
consiste em realizar a interpretação dos dados feita no contexto; bem como, busca
esclarecer respostas e indagações e revelar diferentes pontos de vista sobre o
objeto de estudo.
RESULTADO E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do Trabalho Científico: elaboração de trabalhos na graduação. 5, Ed. São Paulo: Atlas, 2001. Gil, Antônio Carlos. Métodos e técnica de pesquisa social. 6. Ed - São Paulo: Atlas, 2008.
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MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 29. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. PEREZ Jr, Jose Hernandez; Oliveira, Luis Martins de; Chieregato,Renato; Gomes,Marliete Bezerra. Manual de Contabilidade Tributária. 14ª Ed. São Paulo: Atlas, 2015 VENTURA, M. M.O Estudo de Caso como Modalidade de Pesquisa. 2007. Disponível em: <http://unisc.br/portal/upload/com_arquivo/o_estudo_de_caso_como_modalidade_de_pesquisa.pdf> Acesso em: 29 maio 2016 WERLICH, Alexandre. A evolução da contabilidade e os sistemas de informação contábil. Monografia. Florianópolis: UFSC, 2006. 44 páginas. YAMAMOTO, Marina Mitiyo; SALOTTI, Bruno Meirelles. Informação Contábil: estudos sobre a sua divulgação no mercado de capitais. São Paulo: Atlas, 2006.
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MATIPÓ: UMA APRESENTAÇÃO DOS SERVIÇOS DISPONÍVEIS PARA OS DISCENTES DA FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX
Pahola Brandão Reboredo – Graduanda em Administração. Faculdade Vértice -UNIVÉRTIX.
Janine Lopes de Carvalho – Mestre em Psicologia. Especialista em Saúde Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas.Graduada em Psicologia.
Coordenadora do Curso de Psicologia da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
[email protected] INTRODUÇÃO
Desde 2008 a Univértix vem se empenhando na realização de uma gestão
participativa, ensino de qualidade e investimento em iniciativas de extensão e pesquisa
com recursos próprios. Vem se estabelecendo em Matipó e região como uma
Faculdade preocupada em inserir a sociedade dentro do seu âmago, oferendo
condições para que todo cidadão que tenha o anseio de cursar o ensino superior possa
se tornar um acadêmico. Para isso, ela oferece estágios remunerados, bolsas internas,
bolsa transporte, além dos projetos do governo federal como PROUNI e FIES
(Financiamento Estudantil). Nesse sentido, a Faculdade Vértice – Univértix nasceu com
o compromisso de exercer uma função social de fundamental relevância dentro do
contexto populacional do município de Matipó e região. O Campus da Faculdade
Vértice – Univértix na cidade de Matipó abrange 124 municípios em Minas Gerais e no
Brasil. Portanto, nota-se que há uma quantidade considerável de alunos de outros
municípios que estudam na Faculdade Vértice e vieram residir no Município,
caracterizando uma população flutuante que, aliás, movimenta muitas atividades
comerciais na cidade e ampliou suas prestações de serviços. Assim, existe uma
preocupação da Instituição em atendê-los inteiramente nas suas necessidades e
valorizar as suas experiências. E é exatamente por isso que se faz necessária a
realização deste estudo. A pesquisa em questão direciona para a definição de alguns
conceitos fundamentais, entre eles o de território, já que todas as habitações e
moradias ocupam um espaço que fica em determinado território. Para Santos (1994)
território é entendido como "território usado", aquele que é construído pelas pessoas. É
sinônimo de espaço humano, espaço habitado, lugar que produz encontros e
desencontros. O uso do termo território é produto histórico das necessidades e
interesses humanos, sejam eles econômicos, culturais, morais, sociais e afetivos. Ou
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seja, utilizamos o território para trabalhar, comprar, rezar, como também ele é ocupado
pelos governos, pela saúde, pela educação, pela segurança pública e para tantos
outros. Diante disso, a questão eixo desta pesquisa assim se definiu: o que os alunos
que vem de outros municípios para estudar na Faculdade Vértice – Univértix precisam
conhecer sobre Matipó? E o objetivo do estudo é identificar as prestações de serviços
disponíveis em Matipó para os alunos que vem de outros municípios estudar na
Faculdade Vértice – Univértix. Aproveita-se para registrar que este estudo se constitui
em uma iniciativa da Coordenação de Extensão e do Núcleo de Apoio Psicopedagógico
(NAPE) a fim de poder estabelecer novas estratégias e metas que incluem os
acadêmicos. Além disso, trata-se de um estudo fomentado pela Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG. Com este estudo pretendemos
contribuir com a inserção de alunos que vem de outros municípios para estudar em
Matipó a fim de que ao chegarem tenham a sua disposição um instrumento que
facilitará integração deles na cidade.
METODOLOGIA
Para este estudo está sendo realizada uma pesquisa do tipo levantamento. Segundo
Gil (2010) as pesquisas deste tipo caracterizam-se pela interrogação direta das
pessoas cujo fenômeno se deseja conhecer. Fundamentalmente, procede-se à
solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema
estudado para, em seguida, obterem-se as conclusões correspondentes aos dados
coletados. O campo de estudo é a cidade de Matipó, que é um município brasileiro do
estado de Minas Gerais. De acordo com o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE (2010), sua população é de 17.639 habitantes. A
principal fonte de renda da cidade de Matipó é a agropecuária, com maior destaque
para a cafeicultura, além do comércio. Os dados estão sendo coletados pelas
pesquisadoras através de formulário próprio com os responsáveis em diversas áreas
de prestações de serviços e, até o momento, foram coletados nos setores da área de
saúde, consultórios, farmácias, agências bancárias, restaurantes, choperias e hotéis.
Os dados estão sendo organizados através de tabelas e será produzido um manual
para orientação dos alunos.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de um estudo em andamento e até o presente momento foi realizado o
seguinte levantamento: 8 estabelecimentos de alimentos e bebidas, 5 agências
bancárias, 4 hotéis, 8 serviços de saúde do SUS e 1 conveniado ao SUS, 3 academias
de ginástica, 3 laboratórios, 5 drogarias, 5 clínicas odontológicas, 2 psicólogos, 1
fisioterapeuta e 3 academias de ginástica.
Serviço Tipo Quantidade
Choperia
Restaurantes
A&B*
A&B
3
5
Agências Bancárias Financeiro 5
Academia Fitness 3
Hotel Hospedagem 4
Centro de Atenção Psicossocial ** Saúde 1
Clínicas Odontológicas Saúde 5
Drogarias Saúde 5
Fisioterapeuta Saúde 1
Hospital*** Saúde 1
Laboratórios
Médico Clínico Geral
Médico Ginecologista
Médico Pediatra
Policlínica
Posto ESF
Psicólogo
Saúde
Saúde
Saúde
Saúde
Saúde
Saúde
Saúde
3
2
1
2
1
7
2
* Alimentos e Bebidas; ** Serviços do SUS; *** Conveniado ao SUS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de ainda em andamento é um estudo que tem se mostrado válido. Os dados
disponíveis até o momento indicam que o município de Matipó pode oferecer aos
discentes da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX o suporte necessário.
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REFERÊNCIAS
IBGE. (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).Dados estatísticos da cidade de Matipó – MG.2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 12. Jan. 2016. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).Dados históricos da cidade de Matipó. Disponível em: http://www.cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=314090&search=||infogr%E1ficos:-hist%F3rico. Acesso em: 03. Mar. 2016. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa?5.ed. São Paulo: Atlas, 2010. SANTOS, M. Território globalização e fragmentação. São Paulo: Hucitec, 1994. UNIVÉRTIX. Regimento Interno. Faculdade Vértice – Univértix. 2015.
A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO NO DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES GERENCIAIS NA FARMÁCIA PÚBLICA
Heloíza Pereira Chaves, Natália Rodrigues Justimiano, Mayza de Sousa Queiroz e Uênnia Aparecida Ramos das Dores - Graduandas em Farmácia,
Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes - Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica, Mestre em
Ciências Farmacêuticas, Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Gestão, Farmácia Pública, Farmacêutico.
INTRODUÇÃO
Os desafios para a gestão da assistência farmacêutica (AF) no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS) vêm exigindo cada vez mais do profissional farmacêutico ter
conhecimento na área administrativa além da área assistencial, preservando sempre
os princípios e as diretrizes SUS (PEPE et al., 2010). As funções do farmacêutico na
Saúde Pública na Atenção Primária à Saúde se dividem entre ações técnicas-
gerenciais e ações técnico-assistenciais. As ações técnico-gerenciais constituem
atividades relacionadas à logística do ciclo do medicamento. Já as ações técnico-
assistenciais dão suporte à prescrição considerando o Uso Racional dos
Medicamento (URM). Essas medidas visam contribuir para a efetividade do
tratamento, seja no âmbito individual ou coletivo por meio de ações voltadas ao
paciente e não ao medicamento (CRFMG, 2011). Portanto, o papel dos gestores é
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de suma importância para que a AF ocorra como parte fundamental da atenção à
saúde. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é realizar uma breve revisão da
literatura sobre a importância do trabalho do farmacêutico gestor na farmácia
pública.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo. Os descritores utilizados foram:
Gestão, Farmácia Pública, Farmacêutico.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A AF é um dos grandes desafios que se apresentam aos gestores e profissionais do
SUS, uma vez que suas reorientações propõem uma mudança no modelo de
organização e na forma de gerenciamento. Esta não deve se limitar apenas a
aquisição e distribuição de medicamentos, deve também permitir a implementação e
elaboração de planos, programas e atividades específicas, de acordo com as
competências estabelecidas para cada esfera de governo (PEPE et al., 2010). Os
gestores devem buscar constante aperfeiçoamento e novas estratégias para garantir
a eficiência de suas ações, promovendo o acesso da população a todos os
medicamentos, e o seu uso racional (VIEIRA, 2010). O profissional Farmacêutico
dentro do âmbito do SUS, desempenha ações a serem seguidas como: ações
técnico-gerenciais e ações técnico-assistenciais. As ações técnico-gerenciais
baseiam-se em participar do planejamento, estruturação e organização da AF no
âmbito municipal; coordenar e elaborar o planejamento anual de compras para o
município de forma a manter a regularidade no abastecimento de medicamentos;
executar, acompanhar e assegurar a aquisição dos medicamentos; receber e
armazenar adequadamente os medicamentos; promover a correta distribuição de
medicamentos para os serviços de saúde, permitindo sua rastreabilidade; elaborar e
acompanhar a implementação de normas e Procedimentos Operacionais Padrão
(POP) das ações da AF para organização dos serviços, bem como divulgá-los e
revisá-los periodicamente (ARAÚJO et al., 2005).Já as ações técnico-assitenciais
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baseiam-se em identificar as necessidades da população em relação à informação
em saúde segundo a Estratégia Saúde da Família (ESF) e em conjunto com a
equipe de saúde; realizar contato com os prescritores com a finalidade de evitar
aviamento de receitas que possam prejudicar a saúde do usuário; realizar
dispensação especializada, orientação e acompanhamento farmacoterapêutico na
unidade de saúde visando a promoção da saúde e prevenção de Problemas
Relacionados aos Medicamentos (PRM), conforme necessidade e condições de
execução; realizar conciliação de medicamentos visando seu uso racional; orientar
os funcionários da farmácia quanto à dispensação de medicamentos; Desenvolver
ações e intervenções para redução de erros de medicação; promover ações que
disciplinem a prescrição, dispensação e consumo visando o URM; implantar o
programa de farmácias notificadoras no município e orientar profissionais de saúde a
notificarem Reações Adversas a Medicamentos (RAM); participar da elaboração e
implantação do Programa de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde
(PGRSS) no município; promover ações de AF voltadas para atendimento a grupos
especiais (BRASIL, 1998).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através do estudo realizado nota-se a importância do farmacêutico no âmbito do
SUS, onde estes por sua vez irão suprir as necessidades da população, com
conhecimento sobre os medicamentos e suas competências, levando informações e
qualidade de vida a população, diminuindo custos desnecessários, prevenindo
diversos PRM e principalmente promovendo URM.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Portaria 3916 GM/MS. Aprova a Política Nacional de Medicamentos. Brasília. 1998.
Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais; A IMPORTÂNCIA DO FARMACÊUTICO NO SUS – Suas Competências e Atribuições nas ações de Saúde Pública / Organizador CASP-CRF/MG 1ª Ed. Belo Horizonte:CRF/MG, 2011.28p.
VIEIRA S.F, Assistência Farmacêutica no Sistema Público de Saúde no Brasil.Rev Panam Salud Publica 27(2),2010.
PEPE V.L.E et al, A Judicialização da saúde e os novos desafios da gestão da assitência farmacêutica, Ciências e saúde coletiva, 15(5):2405-2414,2010.
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ARAÚJO A.L.A et al, Assistência Farmacêutica como modelo tecnológico em atenção primária à saúde, Rev. Cienc. Farm. Básica Apl;v.26,n2,p.87-92,2005.
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A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO EM ATIVIDADES GESTORAS NA FARMÁCIA MAGISTRAL
Adegmar Gonçalves Figueiredo, Bruna Oliveira Martins, Janacláudia Aparecida Gonçalves Ferreira, Ranny Pacheco Duarte Ribeiro – Graduandas em Farmácia,
Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes –Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica, Mestre em
Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Gestão, Farmácia de Magistral.
INTRODUÇÃO
As Farmácias de Manipulação representam aproximadamente 10% de todo o
mercado de medicamentos no Brasil (PEREIRA; SERVILIERI, 2005). Por isso a
gestão de qualidade do serviço de saúde prestado pelas Farmácias Magistrais é de
extrema importância e deve ser constante mediante a revisão da legislação vigente
e de trabalhos científicos que englobam o assunto (BONFILIO et al, 2011). Gestão é
o ato de gerenciar os recursos de forma eficiente para obter metas pré-estabelecidas
(BRASIL, 2007). No entanto, o farmacêutico nem sempre está à frente ou participa
ativamente das atividades gestoras de um estabelecimento magistral (SANTOS,
2002). Dessa forma, objetiva-se com este trabalho realizar uma breve revisão
bibliográfica sobre o trabalho do farmacêutico como gestor em farmácias magistrais.
METODOLOGIA
O presente trabalho foi elaborado por meio de uma revisão bibliográfica no qual
foram abordados tópicos em relação a Gestão em Farmácia Magistral, com base em
artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo e Periódicos Capes. Foram
utilizados como descritores: Gestão, Farmácia Magistral.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
A Farmácia é um estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e oficinais
inscritas nas Farmacopeias, Compêndios ou Formulários reconhecidos pelo
ministério da saúde, de comércio de fármacos, medicamentos, e insumos
farmacêuticos (PEREIRA e SERVILIERI, 2005). Possui como objetivo manipular
especialidades farmacêuticas individualizadas e na maioria das vezes
economicamente mais vantajosas. Com isso, ela mostra sua grande importância no
mercado farmacêutico, facilitando a adesão ao tratamento farmacológico
(FERREIRA & JUNIOR ALLEN, 2006; PEREIRA & SERVILIERI, 2005). O
profissional magistral a cada dia que passa, vem se desenvolvendo mais, seja no
cuidado ao paciente, seja na arte de manipular, tendo como objetivo principal, gerar
qualidade de vida para a população, e com tudo isso, valorizando a verdadeira
essência da profissão (NOBRE, 2006). Embora habitualmente o farmacêutico não
tenha a responsabilidade direta de gestão, as utilizações das ferramentas gestoras
são de grande importância para otimizar o trabalho nas farmácias e assim torná-las
mais competitivas. Existem softwares de gestão utilizados como ferramenta para
aumentar a produtividade e gerenciamento de todas as rotinas dentro do
estabelecimento, sejam elas técnicas, legais ou administrativas. Dentre as diversas
atividades, o controle de estoque é umas das maiores necessidades dentro das
farmácias (PRATES & OSPINA, 2003; OLIVEIRA & CARNEIRO, 2004). O
farmacêutico na farmácia, atuando como comprador e gerenciador de produtos e
insumos relacionados ao estoque deve ser meticuloso para conseguir fornecer os
produtos nas quantidades e nos melhores preços para atender as necessidades dos
clientes e as demandas das prescrições (RUPP, 2000). Em uma farmácia de
manipulação, o planejamento quantitativo para suprimento das matérias-primas
adquiridas não pode deixar de levar em consideração o prazo de validade dos
mesmos, pois normalmente estes produtos possuem prazos de validades menores.
Compras em quantidades inadequadas podem acarretar desperdícios e gastos
desnecessários, e além de arcar com a perda da matéria-prima, a farmácia é
responsável pela destinação do resíduo gerado. (MELO et al; 2009). Outro ponto
importante é o processo de seleção dos fornecedores. Este ponto é de extrema
importância para a realização de compras, pois envolve uma relação com elementos
externos a empresa que podem pôr em risco a política de qualidade da mesma.
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Precisa ser a mais correta, pois caso aconteça ao contrário, as necessidades de
compras da empresa não serão perfeitamente atendidas e com isso afetará
diretamente a demanda, a qualidade e a logística do produto a ser fornecido (POZO,
2007). Visto isso, podemos certificar que é de suma importância a participação do
farmacêutico no processo de gestão das farmácias magistrais, uma vez que sua
formação profissional contribuiu significativamente para este processo. Sabe-se que
não é função exclusiva do profissional de Farmácia realizar essa atividade, contudo
sua participação pode ser positiva dentro deste segmento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com este trabalho foi possível verificar a importância da gestão em um ambiente
comercial, embora o farmacêutico na Farmácia Magistral não participe tão
ativamente deste processo, a sua atuação junto à gestão contribui positivamente,
fazendo a diferencia dentro da Farmácia Magistral.
REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC 67, de 8 de outubro de 2007 BONFILIOA, R; EMERICK, L. G; JUNIOR, N. A; SALGADO, N. R. Farmácia Magistral: Sua importância e seu perfil de qualidade. Revista Baiana de Saúde Pública. v.34, n.3, p.653-664, 2010 FERREIRA, A. O. JUNIOR A.; Preparações orais líquidas na Farmácia Magistral. Encarte Técnico Anfarmag. São Paulo: Books & Papers. v.11, n.58. p.2-9. dez./2005 jan./2006. MELO, P. A. S.; SILVA, F. R.; PAULA, A. R.; Análise crítica á gestão de estoques de alguns insumos utilizados em farmácias de manipulação. In: congresso nacional de excelência . Niterói-RJ, 2-4 jul. 2009. OLIVEIRA, R.; CARNEIRO, S. Elaboração e implementação de um modelo de administração de estoque baseado em faixa de ressuprimento. In: encontro nacional de engenharia, ABEPRO, Florianópolis. 2004. POZO, H. Administração de recursos materiais e patrimoniais: uma abordagem logística. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 210 p.
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PRATES, A. G; OSPINA, T. M. Tecnologia da informações em pequenas empresas: fatores de êxito, restrições e benefícios. Revista de administração contemporânea, 2003. PEREIRA, AC; SERVILIERI, K. M. Um estudo de caso sobre a mensuração dos custos em uma Farmácia de Manipulação. In: IX congresso internacional de custos. Florianópolis, 28-30 nov. 2005. RUPP, M. Documentação e Faturamento de Serviços de Cuidados Farmacêuticos. In: GENNARO, A.R. Remington: A ciência e a prática da farmácia. 20. Ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan S.A. 2004. 2208p. SANTOS, J.S. Ser ou não ser proprietário de farmácia. Pharmacia Brasileira, Brasilia, v.3, n.32, p.5-9, 2002.
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GESTÃO EM FARMÁCIA HOSPITALAR
Luíza Silva de Salles, Maíza de Cássia Miquilino Ribeiro, Maria Aparecida Souza Aguiar, Natália de Souza Cotta, Thaynara Tonon Pereira – Graduandas
em Farmácia, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes –Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica, Mestre em
Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Gestão de estoque, Farmácia Hospitalar, seleção de medicamentos, compra de medicamentos.
INTRODUÇÃO
A farmácia hospitalar é a unidade clínica de serviços como assistência técnica e
administrativa, dirigida por farmacêutico incorporada, funcional e hierarquicamente,
às atividades hospitalares (BRASIL, 1997). O objetivo da farmácia hospitalar é
garantir a qualidade da assistência prestada ao paciente, através do uso seguro e
racional de medicamentos e correlatos, habituando a sua aplicação à saúde
individual e coletiva (CAVALLINI e BISSON, 2002). A gestão das compras de
medicamentos aplicada à farmácia hospitalar, além do aspecto financeiro, o
farmacêutico deve garantir a qualidade do serviço de saúde, pois têm a
responsabilidade de oferecer assistência farmacoterapêutica adequada as
necessidades do paciente (SFORSIN et al., 2012). Os medicamentos contribuem
consideravelmente para os elevados custos, especialmente no contexto da
assistência hospitalar, cujo percentual representa cerca de 15% á 25% dos gastos
totais com a saúde (RIBEIRO e SECOLI, 2008). Dessa forma, é necessário planejar
e controlar a distribuição de medicamentos dentro de um hospital para garantir que a
instituição sobreviva financeiramente. Nesse contexto, o gerenciamento de estoques
é de grande relevância, pois um bom controle evitará perdas e desperdícios de
medicamentos (NOVAES; GONÇALVES; SIMONETTI, 2006). Diante do exposto, foi
feita uma revisão bibliográfica com o objetivo de identificar a importância do
gerenciamento de estoques de medicamentos na farmácia hospitalar.
METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Google acadêmico, Conselho Federal
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de Farmácia (CFF), Farmácia Hospitalar. Os descritores utilizados foram: Gestão de
estoque, Farmácia Hospitalar, seleção de medicamentos, compra de medicamentos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Avaliando o material encontrado sobre o tema, foi possível observar que dentre as
estratégias ligadas à gestão dos estoques da farmácia hospitalar estão aquelas
envolvendo a seleção dos produtos mais apropriados ao perfil de utilização dos
mesmos por cada organização de saúde, integrado a padronização de
medicamentos (BOND; RAEHL; FRANKE, 1999). Segundo Sforsin et al., (2012),
comprar e abastecer medicamentos são fatores essenciais na atividade hospitalar,
as pessoas envolvidas neste processo desenvolvem, direta ou indiretamente, papel
primordial na prestação da assistência ao paciente e devem realizá‑lo de maneira à
melhor atender os interesses tanto dos pacientes quanto da instituição. Para isso
elas precisam conhecer muito bem os mecanismos do processo, sendo treinadas e
capacitadas para tanto. É fundamental que o gestor hospitalar separe os
medicamentos em grupos com características gerenciais semelhantes o que permite
a individualização de estratégias relacionadas aos mesmos (CORRÊA, GIANESI e
CAON, 2001). Para programar a seleção de medicamentos é necessária a formação
de uma Comissão de Farmácia e Terapêutica, que é uma equipe multidisciplinar
composta por médicos, enfermeiros, farmacêuticos, administradores e demais
profissionais envolvidos. A seleção de antibióticos e germicidas deve ser realizada
com a participação da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. A curva ABC é
um método de classificação de informações, para que se separem os itens de maior
relevância ou influência, os quais geralmente são em menor número, para se
designar formas de gestão apropriada à importância de cada medicamento em
relação ao valor total dos estoques (SFORSIN et al., 2012). Em relação à curva ABC
podem-se estabelecer três classes (DIAS, 1993): Classe A: Abriga o grupo de
grande importância que corresponde a um pequeno número de medicamentos,
cerca de 10% dos itens, que representam cerca de 70% do valor monetário total do
estoque. Estes itens devem receber do administrador um controle mais rigoroso.
Classe B: é um grupo de itens em situação intermediária entre as classes A e C.
Representam cerca de 20% dos produtos e, no faturamento das empresas,
contribuem com aproximadamente 20% do valor monetário total do estoque. Classe
C: agrega cerca de 70% dos itens, cuja importância em valor é pequena, próxima a
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10% do valor monetário do estoque. Os itens de estoque de acordo com a escolha
podem ser divididos também em seu grau de importância: Classe X: Itens cuja falta
não prejudicam a instituição hospitalar, nem risco a saúde do paciente, pode-se
utilizar medicamentos equivalentes e de fácil obtenção. Classe Y: Itens cuja falta
podem provocar paradas na instituição, causar risco aos pacientes, ao ambiente e
ao patrimônio da organização, mas pode haver substituição por outro com relativa
facilidade. Classe Z: Itens Essenciais; suas faltas podem provocar paralizações e
colocar em risco a segurança do paciente e a organização; não podem ser
substituídos por outros equivalentes ou seus equivalentes são difíceis de obter
(SFORSIN et al., 2012). O método de Planejar, Fazer, Checar, Agir (PDCA) é
bastante utilizado para controle e melhoria dos processos organizacionais e deve ser
utilizado juntamente com as ferramentas da qualidade, tais como: diagrama de
causa e efeito, folha de verificação, histograma, gráfico de Pareto, diagrama de
correlação, fluxograma, gráfico de controle e plano de ação, para prosseguir dos
processos organizacionais e gerenciamento pelo controle da qualidade (SELEME e
STADLER, 2010). O farmacêutico está diretamente envolvido em toda etapa da
logística do medicamento. E especificamente na etapa de aquisição, ele deve estar
preparado para assumir as atividades técnicas e administrativas. Portanto
precisamos da presença de profissionais extremamente capacitados no
gerenciamento das aquisições, para garantir a viabilidade das demais etapas do
ciclo da assistência farmacêutica (SFORSIN et al., 2012).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do estudo realizado, pode-se verificar a importância do profissional
farmacêutico como gestor renovador da Farmácia Hospitalar, ele deve desenvolver
competências para administrar os estoques de medicamentos de forma científica:
quanto maior esta habilidade, maior será sua capacidade de oferecer aos pacientes
bens e serviços de qualidade superior, e com baixos custos operacionais.
REFERÊNCIAS BARBIERI, J. C.; MACHLINE, C. Logística hospitalar: teoria e prática. São Paulo: Saraiva, 2006.
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BOND, C.A.; RAEHL, C.L.; FRANKE, T. Clinical pharmacy services, pharmacist staffing, and drug costs in United States hospitals. Pharmacotherapy, Boston, v. 19, n. 12, p. 1349-1351, dez. 1999.
BRASIL. Resolução nº 300/97, de 30 de janeiro de 1997. Conselho Federal de Farmácia. Regulamenta o exercício profissional em farmácia de unidade hospitalar, clínicas e casas de saúde de natureza pública ou privada e revoga a. Resolução nº 208/90. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 18 fev. 1997. p. 1. CAVALLINI, M. E.; BISSON, M. P. Farmácia hospitalar: um enfoque em sistemas de saúde. Barueri: Manole, 2002. CORRÊA, H. L.; GIANESI, I. G. N.; CAON, M. Planejamento, programação e controle da produção: MRP II/ERP: Conceitos, uso e implantação. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
DIAS, M. A. P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1993.
NOVAES, M. L. O.; GONÇALVES, A. A.; SIMONETTI, V. M. M. Gestão das farmácias hospitalares através da padronização de medicamentos e utilização da curva ABC. In: Encontro SIMPEP, 13, 2006, Bauru. Resumo dos trabalhos. São Paulo: SIMPEP, 2006.
RIBEIRO, E.; SECOLI, S. R. Farmacoeconomia. In: STORPIRTIS, S. et al. Farmácia clínica e atenção farmacêutica. 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. <http://www.farmaciahospitalar.com.br/paginas-o-que-e.php>
SELEME, R.; STADLER, H. Controle da Qualidade: as ferramentas essenciais. 2. ed. rev. E atual. Curitiba: Ibpex, 2010.
SFORSIN, A. C. P.; SOUZA, F. S.; SOUSA, M. B.; TORREÃO, N. K. A. M.; GALEMBECK, P. F.; FERREIRA, R. Gestão de compras em farmácia hospitalar. Pharmacia Brasileira nº 85 - Março/Abril/Maio 2012
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VISÃO DE ALUNOS SOBRE O BASQUETEBOL DO CONTEXTO ESCOLAR
Alexandre Alonso dos Santos Lemos e Raphael Caldera Chaves – Acadêmicos do curso de Educação Física da UNIVÉRTIX.
Fábio Florindo Soares - Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e Personal Training.
Professor da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
Licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Visão; basquetebol; escola.
INTRODUÇÃO
Os jogos são importantes instrumentos de desenvolvimento de crianças e jovens,
longe de servirem também, apenas como diversão, o que já seria importante, pois
proporcionam situações que podem ser exploradas de diversas maneiras educativas
(DOHME 2004). É através da atividade lúdica e dos jogos que possibilitamos aos
discentes um comportamento natural que incita a criatividade e a afetividade,
levando-os a um desenvolvimento perceptivo que passa pela conscientização e pela
percepção das capacidades envolvidas (MACHADO, 2006). Apesar de ser um jogo
de competição, no âmbito escolar, o basquetebol pode ser utilizado de uma forma
lúdica, assim como diz Civitate (2012), relatando que os jogos competitivos podem
ser uma base de educação voltada à realidade, nos quais o aluno expõe a
honestidade ou desonestidade, fortaleza ou debilidade, respeito ou desrespeito,
aceitação ou rejeição a derrota, a agressividade ou a moderação. A importância do
esporte para a sociedade pode ser demonstrada de diversas formas. Na verdade, a
prática do esporte, neste caso o basquete, tem reflexos significativos principalmente
na educação de jovens, podendo contribuir para a superação de problemas sociais
apresentados pelo país. O esporte é um fenômeno social que tem por finalidade o
desenvolvimento integral do homem como ser autônomo, democrático e participante
(BRASIL, 1988). Em consonância com o Conteúdo Básico Comum (CBC, 2012), o
esporte, é entendido como campo do conhecimento da Educação Física e criticar o
esporte não significa desvalorizar a sua aprendizagem ou mesmo desejar sua total
desportivização, mas sim, contextualizar a vivência de sua prática nas aulas, já que
esta não se restringe ao domínio de suas técnicas. O Ministério do Esporte (2012)
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caracteriza o esporte escolar como espaço de intervenção e de direito social e deve
enriquecer e ampliar o currículo garantindo a gestão democrática e participativa e a
elevação da qualidade de ensino. O esporte é um tema extremamente importante na
educação física escolar (GONZÁLEZ; FRAGA, 2012). Logo, para que o aluno possa
usufruir dessa temática tendo uma possibilidade de atuação eficaz no jogo, o
professor precisa mobilizar saberes que permitam desenvolver conteúdos
adequados às especificidades dessa prática corporal. O Basquetebol é um dos mais
emocionantes esportes da atualidade e observa-se um crescente aumento no
número de participantes ao longo dos anos em todo o mundo. Além do mais, a
constante atualização de suas regras torna o Basquetebol atraente não só como
prática de competição, mas também de lazer nas horas de folga (GUARIZI, 2007,
pag. 19). No caso específico do Basquetebol, a educação deve estar sempre
presente no seu processo de ensino e aprendizagem. Esta modalidade pode exercer
importante função educativa, a partir do momento em que se percebe a
possibilidade de sua prática desenvolver algumas qualidades sócio motrizes, como a
solidariedade e o espírito de equipe (PAES, 1992). Segundo Jobim, Pureza e
Loureiro (2008), a prática do Basquetebol auxilia no desenvolvimento físico, técnico,
tático, psicológico, moral e social, também desenvolvendo capacidades físicas como
coordenação, ritmo, equilíbrio, agilidade, força, velocidade, flexibilidade e resistência.
O basquetebol como expressão ou modalidade esportiva, pode ser compreendido e
interpretado deste o início, com sua evolução através do tempo, para contribuir no
melhor entendimento do jogo, tanto competitivo como educativo (GUARIZI, 2007). O
basquetebol surgiu nos Estados Unidos, no final do século XIX, criado pelo professor
James Naismith. Inicialmente criado como uma opção de atividade em ambiente
fechado durante os rígidos meses de inverno no Estado de Massachussets, o jogo
composto por 13 regras, disseminou-se rapidamente, ganhando adeptos pelos
Estados Unidos e outros países (SOUSA, 2001). Ferreira e Rose Júnior (2003)
relatam que o Basquetebol no Brasil passa por um momento de transição, em que a
sua prática apresenta-se em declínio nas últimas décadas. E a recuperação da sua
prática na escola é fundamental. Assim, a questão norteadora desta pesquisa é:
Como é a visão de alunos de uma escola pública estadual de uma cidade da zona
da mata mineira sobre o basquetebol? O referente interesse por este tipo de
pesquisa justifica-se pela visível diminuição da prática do basquetebol no âmbito
escolar. Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo verificar a visão dos
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alunos de uma escola pública estadual da cidade de Matipó-MG sobre a prática do
basquetebol. Pretendemos com este estudo contribuir para uma melhor análise do
Basquetebol no contexto escolar a fim da criação de estratégias para a
implementação de programas para a prática e massificação do Basquetebol no
contexto escolar.
METODOLOGIA
Esta pesquisa descritiva será realizada com alunos dos ensinos fundamental e
médio de uma escola da rede pública estadual da cidade de Matipó – MG. Segundo
Gil, pesquisas descritivas:
Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2010, p.41-42).
Para a compreensão da prática do basquetebol no contexto escolar serão aplicados
questionários fechados a alunos do ensino fundamental e médio durante o segundo
semestre de 2016. Após a coleta dados e da assinatura do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE), as informações serão agrupadas por questões e
tabuladas em arquivo Excel versão 2013, apresentadas em forma de gráficos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil (1988). Brasília 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui% C3% A7 ao .htm. Acesso em: 14 ago . 2016.
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CIVITATE, Hector. 505 Jogos Cooperativos e Competitivos. 4.ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2012. DOHME, Vania D’Angelo. Atividades lúdicas na educação - o Caminho de tijolos amarelos do aprendizado. Texto integrante dos Anais do XVII Encontro Regional de História. ANPUH/SP- UNICAMP. Campinas, 6 a 10 de setembro de 2004. FERREIRA, A.; ROSE JÚNIOR. D. de. Basquetebol: técnicas e táticas – uma abordagem didática pedagógica. Ed. rev. e atual. São Paulo: EPU, 2003. GIL, A. C. Como elaborar um projeto de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2010. GUARIZI, Mario Roberto. Basquetebol- da iniciação ao jogo. Jundiaí: Fontoura, 2007. GONZÁLEZ, F. J. FRAGA, A. B. Afazeres da Educação Física na escola: planejar, ensinar, partilhar. Erechim: Edelbra, 2012. JOBIM, Ana Paula; PUREZA, Leida Costa; LOUREIRO, Luciano Leal. Iniciação Esportiva ao Basquete nas séries iniciais. 2008Disponível em: http://guaiba.ulbra.br/seminarios/eventos/2008/artigos/edfis/414.pdf. Acesso em: 01.abr.2014. MACHADO, Arthur Versiani. Métodos e meios de ensino: categorias básicas da tecnologia educacional. 2000. Disponível em: <http://www.ufmt.br/revista/arquivo/ rev16/machado.htm>. Acesso em: 12.ago.2016. MINISTÉRIO DO ESPORTE. Esporte educacional. Disponível em: http://www.esporte.gov.br/snee/default.jsp. Acesso em: 13.ago.2016. PAES, Roberto Rodrigues. Aprendizagem e competição precoce: o caso do Basquetebol. Campinas: Unicamp, 1992. SOUSA, Marlus Alexandre. Pedagogia do esporte: considerações acerca da iniciação do basquetebol. Monografia. (43p.) Faculdade de Educação Física. Unicamp. Campinas: 2001. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes curriculares de Educação Física para o ensino fundamental e médio (CBC). Minas Gerais/MG. Disponível em: http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index2.aspx??id_objeto=23967 Acesso em: 16.ago.2016.
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A EXPERIÊNCIA DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO ENSINO MÉDIO AO MINISTRAR OS ESPORTES COLETIVOS NAS ESCOLAS
Aline Sampaio Gomes e Fernanda Carvalho Fernandes – Acadêmicas do curso de Educação Física da UNIVÉRTIX.
Carlos Eduardo Toledo – Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista em Atividades Motoras e Qualidade de Vida e Saúde Pública, Professor do curso de
Educação Física da UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
Licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e Coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
André Salustiano Bispo – Bacharelado e Licenciatura em Educação Física, Mestre em Ciências da Reabilitação, Professor e Coordenador do Curso de Educação
Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
PALAVRAS CHAVE: Esporte Coletivo, Educação Física Escolar e Ensino Médio INTRODUÇÃO A educação tem sido caracterizada como a área que mais enfrenta desafios,
conflitos políticos e econômicos em uma sociedade que está em constante
mudança. A Educação Física escolar também é atingida com esses diversos
problemas sociais, onde encontramos muitos professores insatisfeitos. Segundo
Somariva et al. (2013) todos esses problemas refletem diretamente na qualidade de
vida do profissional e na qualidade de sua prática. Existem muitos estudos
publicados que apontam a desmotivação como o principal problema da educação no
Brasil. As aulas de Educação Física (EF) tiveram a inclusão dos conteúdos
esportivos na década de 1950, com interferência do professor francês Auguste
Listello, que impôs a iniciação do método desportivo generalizado. Entretanto, seu
conteúdo relativamente exclusivo nas aulas de EF se deu a partir da década de
1960, quando teve mais relevância por conta do caráter eminentemente
esportivizado implantado na época (BARBOZA et al, 1992). Atualmente, o esporte
possui enorme popularidade no cenário mundial, o que leva milhões de crianças e
adolescentes a praticá-lo. Para Bayer (1994) citado Lovatto e Gallatti (2007), os
jogos coletivos tiveram sua origem nas civilizações antigas, com a prática de alguns
jogos semelhantes a muitas modalidades que vieram a se consolidar no século XX.
Os jogos esportivos coletivos são compostos por muitas modalidades que evoluem e
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mudam suas regras e regulamentos todos os anos. Eles possuem características
comuns e específicas, que ao serem trabalhadas de forma adequada, auxiliam no
desenvolvimento motor, cognitivo e social do indivíduo (SCHERRER; GALLATTI,
2008). O esporte é compreendido como um fenômeno que apresenta diversas
formas de manifestação, dentre elas: esporte educacional, esporte de participação e
esporte de rendimento, podendo ainda ser incluídos nesse rol, as manifestações do
esporte de reabilitação e, de acordo com classificações do Ministério do Esporte, o
esporte social (COUTO, 2006). Desde os anos iniciais, o contato com os esportes
coletivos se faz presente nas aulas de Educação Física, mas até que ponto essa
relação pode ser prazerosa ou frustrante na formação desses alunos? Martinelli et
al. (2006) afirma que o profissional de Educação Física muitas vezes contribui para o
desenvolvimento das aulas, os conteúdos pouco relevantes, entre outros fatores,
determinam a participar ou não das aulas. Assim, a questão norteadora do estudo é:
como se constituem as experiências dos professores de Educação Física do ensino
médio ao ministrarem em suas aulas os esportes coletivos? Diante disso, o objetivo
do estudo é: identificar as experiências dos professores de Educação Física do
ensino médio ao ministrarem em suas aulas os esportes coletivos. Com esse estudo
pretendemos contribuir com uma melhor compreensão a respeito do lugar dos
esportes coletivos inseridos nas aulas de Educação Física.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa descritiva que será realizada com professores de redes
públicas da cidade de Abre Campo, localizada no estado de Minas Gerais, na Zona
da Mata Mineira. Segundo Gil (2002), pesquisas descritivas:
tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coletas de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. (GIL, 2010, p.41-42)
Será aplicado aos professores um questionário semiaberto para investigar as
experiências com os esportes coletivos em suas aulas. A coleta será realizada
durante o mês de outubro de 2016. O instrumento será aplicado após a assinatura
do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), as informações agrupadas
por questões e tabuladas em arquivo Excel Versão 2010, apresentadas em forma de
gráficos.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS BARBOZA, et al., Metodologia do Ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. COUTO A. C. P.A Educação Física a luz do movimento da escola cultural: Investigação centrada no Projeto Guanabara na cidade de Belo Horizonte/MG – Brasil (Doutorado em Ciências do Desporto). Porto/Portugal: Faculdade de Desporto/Universidade do Porto, 2006. SCHERRER, E. M.; GALLATTI, L. R. Pedagogia do esporte: considerações metodológicas a partir dos aspectos técnicos-táticos e sócio-afetivos dos jogos Esportivos Coletivos na escola. Revista Movimento & Percepção. Espírito Santo do Pinhal, SP, v. 9, n. 13, jul/dez. 2008, p.235-248. PAES, R. Educação Física escolar: o esporte como conteúdo pedagógico do ensino. Canoas: Ulbra, 2001. MARTINELLI, C. R. et al., Educação Física no Ensino Médio: motivos que levam as alunas a não gostarem de participar das aulas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, São Paulo, v 5, n. 2,p 13-19,2006.
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A PRÁTICA DO FUTEBOL NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Gabriel Vitor Paulo Costa e Eduardo Souza Leandro – Graduandos em Educação Física da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e Coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Bárbara Moreira de Mattos Figueiredo Caldeira – Graduada em Pedagogia,
Graduada em Educação Física, Pós-Graduada em Psicopedagogia, Pós-Graduada em Ciência da Motricidade Humana, Mestre em Educação. Professora da Faculdade
UNIVÉRTIX. Érica Stoupa Martins - Graduada em Serviço Social. Especialista em Gestão de
Recursos Humanos. Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade UNIVÉRTIX.
PALAVRAS CHAVE: Futebol; aulas. Educação Física Escolar.
INTRODUÇÃO
O futebol é um esporte bem presente em nossas vidas. Nas aulas de Educação
Física na escola, é possível ver com nitidez a ênfase que os alunos dão à prática
desta modalidade. Segundo Etchepare et al. (2004) o esporte no meio escolar busca
desenvolver, através de uma formação adequada, técnicas e táticas, através das
quais o aluno de futebol desenvolva suas capacidades cognitivas de percepção,
antecipação e tomadas de decisões. A aprendizagem psicomotora é à base do
processo de formação para o esporte. Através de movimentos como correr, saltar e
rolar desenvolvem-se os gestos técnicos. O equilíbrio, ritmo, noções de espaço e
tempo são primordiais para o aprendizado técnico individual do esporte. O futebol é
uma iniciação esportiva do processo de ensino e de aprendizagem, em que o
indivíduo adquire e desenvolve as técnicas básicas para o desporto. Sendo que, a
melhor fase para a aprendizagem motora é a infância, respeitando o
desenvolvimento da criança. Com devida moderação devem-se trabalhar os
fundamentos técnicos (ESTIGARRIBIA, 2005). Partindo para o processo de ensino
do futebol na Educação Física Escolar, Estigarribia (2005) relata que o professor
deve se preocupar mais com atividades lúdicas e menos com aspectos técnicos
para melhorar a aprendizagem. A ausência de posicionamento definido na quadra é
muito importante, pois, informações excessivas podem atrapalhar a criança no seu
desenvolvimento. Praticar futsal é saber jogar com e sem a posse de bola. Sem a
bola, o aluno precisa se movimentar e buscar os espaços para si mesmo e para
seus parceiros, tornando-se opção de passe e procurando oportunidades de
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finalização. Na defesa, todos precisam estar organizados de forma a fechar os
espaços do adversário e estarem atentos para cobrir os espaços deixados por seus
parceiros que falham em sua função, uma vez que a defesa, assim como ataque é
de missão coletiva (MORATO, 2004). Segundo Cyrino (2002) as elevadas
solicitações metabólicas e neuromusculares ocorridas durante as aulas de futsal
evidenciam as contribuições desta modalidade para o desenvolvimento motor. Com
este estudo pretendemos contribuir para que o futebol nas escolas deixe de ser
apenas uma "pelada". Os professores de Educação Física devem utilizar à didática e
a criatividade fazendo com que ambos os gêneros apreciem e pratiquem o futebol, já
que a prática do esporte fará com que cada aluno esteja em constante movimento,
tendo como consequência aulas menos desgastantes e monótonas.
METODOLOGIA
Esta pesquisa explicativa será realizada com alunos de Educação Física do ensino
fundamental das redes públicas e privadas da região da Zona da Mata do estado de
Minas Gerais. Segundo Gil, pesquisas explicativas:
Têm como preocupação central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Esse é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. Por isso mesmo, é o tipo mais complexo e delicado, já que o risco de cometer erros aumenta consideravelmente. (GIL, 2010, p.41-42).
Será aplicado a estes alunos um questionário fechado durante o mês de outubro de
2016. O instrumento será aplicado após a assinatura do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE), as informações agrupadas por questões e tabuladas em
arquivo Excel versão 2010, apresentadas em forma de gráficos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
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REFERÊNCIAS CYRINO, Edílson Serpeloni. Efeitos do treinamento de futsal sobre a composição corporal e o desempenho motor de jovens atletas. Ver. Brás. Ciên. E Mov. Brasília, v. 10, n. 1, p. 41-46, janeiro 2002. ESTIGARRIBIA, Rodrigo Casares. Aspectos relevantes na iniciação ao Futsal. Porto Alegre, 2005. Monografia – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. ETCHEPARE, Luciane Sanchotene et al. Inteligência Corporal-Cinestésica em Alunos de Escolas de Futsal. Revista Digital, Buenos Aires, ano 10, N° 78, nov. 2004. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd78/intelig.htm. Acesso em: 10.ago.2016. GIL, A. C. Como elaborar um projeto de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2010. MORATO, Márcio Pereira. Treinamento defensivo no futsal. Revista Digital, Buenos Aires, ano 10, N° 77, out. 2004. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd77/futs.htm. Acesso em 10 ago. 2016.
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DESAFIOS ENFRENTADOS POR PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO INÍCIO DA CARREIRA
Gerson Ribeiro de Oliveira e Guilherme Sena Nascimento – Graduandos em Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, Licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e Coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Érica Stoupa Martins - Graduada em Serviço Social. Especialista em Gestão de
Recursos Humanos. Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Lucio Flávio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
André Salustiano Bispo – Bacharel e Licenciado em Educação Física, Mestre em Ciências da Reabilitação, Professor e Coordenador do Curso de Educação Física da
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
PALAVRAS CHAVE: desafios; início de carreira; professores de Educação Física.
INTRODUÇÃO
O professor de Educação Física (EF) e o trabalho com essa disciplina na escola
envolve-se em peculiaridades fortemente ligadas a trajetória histórica e de
características próprias da área, notadamente para aquele em início de carreira.
Segundo Huberman (1995), a carreira é caracterizada em ciclos ou estágios que
influenciam à atuação do profissional. O autor elaborou um modelo de síntese do
desenvolvimento profissional em cinco fases: a primeira fase denomina-se entrada
ou tateamento, e vai de um a três anos de carreira; a fase de estabilização, de 4 a 6
anos; a fase de diversificação, de 7 a 25 anos; a fase de serenidade, de 25 a 35
anos; a última fase, denominada desinvestimento, ocorre entre os 35 e 40 anos de
profissão. Interessa-nos aprofundar os estudos na primeira fase, já que o início da
carreira, em especial de um professor de Educação Física que trabalha com o ser
humano em movimento, é muitas das vezes considerado um grande desafio,
notadamente pela falta de materiais e sua inexperiência (ILHA, 2012). Segundo
Garcia (2010) a inserção de um profissional de Educação Física no âmbito escolar
logo após a sua formação acadêmica é o período de tempo que envolve a
passagem do lugar de estudante para o de docente, período este que geralmente
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ele sofre de tensões e aprendizagens intensivas em contextos geralmente
desconhecidos, também o momento de adquirir conhecimento profissional, além de
conseguirem manter certo equilíbrio pessoal para um bom desenvolvimento do seu
trabalho. É possível destacar ainda alguns desafios relacionados ao ensino da
disciplina, tais como: conteúdos, objetivos, metodologias, avaliação; relação com a
escola, quer seja nos aspectos físicos, estruturais, normas, regras, de relação com
os alunos e colegas de trabalho (ILHA, 2012). Como disciplina a Educação Física é
fundamental dentro do contexto escolar; por isso cabe ao professor procurar a cada
dia proporcionar o desenvolvimento de seus alunos, quer seja no aspecto cognitivo,
emocional, psicomotor, procurando trabalhar com atividades diversificadas que
contribuam para a motivação de seus alunos (CARNIEL e STRAPASSON, 2010).
Para Filgueiras e Claro Júnior (2009) no início de carreira os professores de
Educação Física com pouca experiência apresentam certa dificuldade até mesmo
para a associação da teoria à prática nas aulas de Educação Física. Nesse contexto
de desafios, a questão norteadora do estudo é: como os professores de Educação
Física em início de carreira, que atuam em uma cidade da zona da Mata Mineira,
tem enfrentado os desafios da profissão? E o objetivo do estudo é identificar os
desafios enfrentados por professores de Educação Física em início de carreira que
atuam nas escolas públicas de uma cidade da Zona da Mata Mineira. Pretendemos
com este estudo contribuir para que os professores de Educação Física no início da
carreira possam aprender a lidar melhor com os desafios encontrados na profissão.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa que será realizada à luz da abordagem de pesquisa
qualitativa. Serão realizadas entrevistas semiestruturadas com professores em início
de carreira, que atuam nas escolas públicas estaduais e municipais de um município
localizado na Zona da Mata mineira. Sobre essa abordagem de pesquisa, Bogdan e
Biklen (1994) afirmam que:
exige que o mundo seja examinado com a idéia de que nada é trivial, que tudo tem potencial para constituir uma pista que nos permita estabelecer uma compreensão mais esclarecedora do nosso objecto de estudo. (BOGDAN e BIKLEN, 1994, p.49).
A participação dos professores será realizada mediante a assinatura do Termo de
Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). Para resguardar a identidade dos sujeitos
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serão utilizados nomes fictícios. As entrevistas serão realizadas nos meses de
outubro, novembro e dezembro. Elas serão gravadas, transcritas e armazenadas em
arquivo tipo Word versão 2010, o que possibilitará a recuperação dos dados nos
momentos necessários.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
BOGDAN, R. e BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Portugal: Porto, 1994. CARNIEL. Francielle. STRAPASSON, Aline Miranda. A Educação Física na Educação Especial. Disponivel.http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/EDUCACAO_FISICA/artigos/EdF_Ed_Especial.pdf.Acesso em: 13.ago.2016. FILGUEIRAS, Isabel Porto; CLARO JÚNIOR, Rubens da Silva. Dificuldades de gestão de dificuldades de gestão de aula de professores de professores de Educação Física em início de carreira Educação Física em início de carreira na escola na escola na escola. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte – 2009. GARCIA, Carlos Marcelo. O professor iniciante, a prática pedagógica e o sentido da experiência. Revista Brasileira de Formação Docente. 2010. Disponível.formacaodocente.autenticaeditora.com.br/artigo/download/20130327111753.pdf. Acesso: 25.ago.2016. HUBERMAN, Michael. O ciclo de vida profissional dos professores. In: Nóvoa, Antônio (org) Vida de professores. 2.ed. Porto Codex: Porto, 1995. 31-61p (Coleção Ciências da Educação). ILHA, Franciele Roos da Silva. O Professor Iniciante e a Educação Física Escolar: desafios que se somam. 2012. Disponível:http://www.portalanpedsul.com.br/admin/uploads/2012/Didatica/Trabalho. Acesso em: 14.ago.2016.
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O ESPORTE COMO INSTRUMENTO DIDÁTICO PEDAGÓGICO NA FORMAÇÃO DO CARÁTER SOCIAL E DA PROMOÇÃO DA MELHORIA DE VIDA DE
CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE UM MUNICÍPIO DA ZONA DA MATA MINEIRA
Jonata Mendes Costa e Josélia Ferreira da Silva - Graduandos em Educação Física da UNIVÉRTIX.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e Coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. André Salustiano Bispo – Bacharelado e Licenciatura em Educação Física, Mestre
em Ciências da Reabilitação, Professor e Coordenador do Curso de Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX;
Lucio Flávio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Érica Stoupa Martins - Graduada em Serviço Social. Especialista em Gestão de Recursos Humanos. Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade
UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Socialização, Inclusão, Esporte, Educação Física Escolar.
INTRODUÇÃO
A Educação Física vem sendo marginalizada pelas modificações que sofreu ao
longo do tempo e pela qualificação insuficiente dos profissionais, mas a disciplina
abrange aspectos que são fundamentais para o desenvolvimento da criança, dentre
eles a formação de atitudes e valores. Guimarães et al. (2001) afirmam que o
esporte, quando bem introduzido e estruturado, pode ser bastante benéfico na
formação de valores, valores esses que são essenciais para viver em sociedade e
que vão ao encontro de um conceito chave, chamado socialização. Segundo Turner
(1999, p.75):
Todos nós nos tornamos humanos através da interação com outros e nela adquirimos uma personalidade, aprendemos como nos adaptarmos em sociedade e como viver nossas vidas. (...). As interações que influenciam o desenvolvimento dessas capacidades, que nos permitem participar em sociedade, são chamados de socialização.
O reconhecimento do esporte como caminho para a socialização positiva ou
inclusão social é revelado pelo crescente número de projetos esportivos destinados
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aos jovens das classes populares, financiados por instituições governamentais e
privadas (ZALUAR, 1994). Na perspectiva de Elias e Dunning (1992) o esporte é
uma forma de substituir a violência por uma competição controlada, em que o
respeito à vida é um elemento fundamental. A procura do esporte pelos integrantes
de classes populares, como um meio de elevação social, especialmente por aqueles
que são residentes em comunidades em situação de vulnerabilidade social, pode
representar uma forma de auto realização e de superação da condição de não ter
direitos de cidadania plena. Sendo assim, o esporte é de caráter pedagógico e
também educativo pela possibilidade de proporcionar obstáculos e desafios, fazendo
com que a criança experimente as regras e aprenda a lidar com o próximo (BOER,
2010). Bonewitz (2003) citado por Nina (2016) afirma que a socialização
corresponde ao conjunto dos mecanismos pelos quais o ser humano realiza a
aprendizagem das relações sociais entre os homens e assimilam as normas, os
valores e as crenças de uma sociedade ou de uma coletividade. Desta forma, o
estudo tem como questão norteadora: qual efeito do esporte como instrumento
didático pedagógico na formação de caráter social e da promoção da melhoria de
vida de alunos do ensino médio de uma escola estadual de um município da Zona
da Mata Mineira? Assim, o referente estudo tem como objetivo identificar o efeito do
esporte como instrumento didático pedagógico na formação de caráter social e
promoção da melhoria de vida de alunos do ensino médio de uma escola estadual
de um município da Zona Da Mata Mineira. Com a implementação desta
investigação pretendemos apontar caminhos para os professores refletirem e re-
significarem suas práticas pedagógicas em relação à introdução do esporte como
instrumento pedagógico para a formação da criança e adolescente.
METODOLOGIA
Esta pesquisa descritiva será realizada com professores de Educação Física do que
atuam no ensino médio de uma escola pública estadual de um município da Zona da
Mata Mineira. Segundo Gil, pesquisas descritivas:
Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais
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significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2010, p.41-42).
Para a mensuração do conhecimento docente sobre o caráter social que o esporte
proporciona, será aplicado um questionário fechado durante os meses de outubro e
novembro de 2016. Os questionários serão aplicados depois de assinado o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), as informações agrupadas por
questões e tabuladas em arquivo Excel versão 2013, apresentadas em forma de
gráficos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
BOER, Alessandro. A importância do esporte escolar na socialização de crianças do 3.º ano ao 6.º ano do ensino fundamental na cidade de bagé: processo de mudança de atitude. 8ª Jornada de Pós-Graduação e Pesquisa REVISTA CONGREGA URCAMP ISSN 1982-2960. Disponível em: http://www.urcamp.edu.br/congrega2010/revista/artigos/21.pdf Acesso em: 21.ago.2016. BONNEWITZ, Patrice. Primeiras Lições sobre a Sociologia de Pierre Bourdieu, Petrópolis: Vozes, 2003. ELIAS, N.; DUNNING, E. A busca da excitação. Lisboa: DIFEL, 1992. GIL, A. C. Como elaborar um projeto de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2010. GUIMARÃES, Ana Archangelo, et al. Educação Física Escolar: Atitudes e Valores. Motriz, São Paulo: http://www.motriz.com.br, v. 7, n.1, pp. 17-22, Jan.-Jun. 2001. NINA Afonso, CAETANO, Marco Antonio Júnior, ASSUMPÇÃO, Luis Otávio Teles. Educação física, socialização, capital e campo. Disponível em: https://portalrevistas.ucb.br/index.php/efr/article/view/1374/1039 Acesso em: 30.ago.2016.
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TURNER, Jonathan. Sociologia: conceitos e aplicações. São Paulo: Makron, 1999. ZALUAR, A. Cidadãos não vão ao paraíso: juventude e política social. Rio de Janeiro: Escuta, 1994.
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A DANÇA COMO INSTRUMENTO DIDÁTICO PEDAGÓGICO PARA A APRENDIZAGEM NO CONTEXTO ESCOLAR
Laís Bernardo Pereira Andrade e Amanda Galdino de Oliveira – Graduandas em
Educação Física da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e Coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Bárbara Moreira de Mattos Figueiredo Caldeira – Graduada em Pedagogia, Graduada em Educação Física, Pós-Graduada em Psicopedagogia, Pós-Graduada
em Ciência da Motricidade Humana, Mestre em Educação. Professora da Faculdade - UNIVÉRTIX.
Érica Stoupa Martins - Graduada em Serviço Social. Especialista em Gestão de Recursos Humanos. Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade
UNIVÉRTIX.
INTRODUÇÃO
Desde os primórdios, o movimento é utilizado pelo homem como uma linguagem
capaz de expressar suas necessidades, emoções e sentimentos, possibilitando a
interação do ser humano no meio social ao qual está inserido. O movimento se
torna, então, essencial para a vida humana, uma vez que é através dele que se
viabiliza a manutenção da saúde do indivíduo, tanto orgânica quanto emocional
(NANNI, 1995). Segundo Gallahue (1992) e Flinchum (1981), o comportamento
motor tem implicações culturais e sócio afetivas, sendo o movimento fator essencial
para o desenvolvimento destes domínios. A educação através da dança se constitui,
a partir daí, em fator primordial para que se torne possível o desenvolvimento de
habilidades, capacidades e potencialidades do ser humano (ALVES, 2010). Segundo
Katz (1994), em qualquer instância, em qualquer nível ou instituição, a dança deve
levar ao conhecimento de si, da integridade e singularidade de cada um, da
complexidade e da simplicidade de viver, pensar e sentir o movimento. Volp (1994)
considerou as novas exigências sociais que influenciam a formação dos cidadãos
em todos os níveis e as prerrogativas educacionais que o sistema propõe,
acreditando que este conteúdo possa auxiliar em muitos aspectos e aglutinar vários
campos de conhecimento. Através da Educação Física com propostas de
movimento através da dança, o aluno trabalha o corpo, gerando consciência
corporal, momento em que este passa a questionar e compreender o que acontece
à sua volta, sendo capaz de expressar seus desejos com mais naturalidade e, desta
forma, contribuir para o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem
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(FERNANDES, 2009). Assim, a questão norteadora do estudo foi: qual o lugar da
dança como instrumento didático pedagógico para a aprendizagem no contexto
escolar? O objetivo do presente estudo é identificar o lugar da dança como
instrumento didático pedagógico para a aprendizagem no contexto escolar,
contribuindo para uma melhor valorização da dança como instrumento de linguagem
que possibilite o bem-estar e a saúde, além dos seus benefícios para a socialização
e a convivência em grupo.
METODOLOGIA
O presente estudo busca uma investigação sobre a importância da Dança no
contexto escolar, procurando conhecer como ela é aceita nas escolas, bem como a
sua contribuição no desenvolvimento da aprendizagem. Esta pesquisa qualitativa
será realizada através de entrevista com professores e alunos de uma Escola
Pública Municipal de uma cidade da Zona da Mata Mineira. Assim, trata-se em
primeiro momento, de uma pesquisa qualitativa em que os dados serão coletados
através de entrevista semiestruturada. Minayo (2008, p. 57) assinala que a pesquisa
qualitativa “é o que se aplica ao estudo da história, das relações, das
representações, das crenças, das percepções e das opiniões, produtos das
interpretações que os humanos fazem a respeito de como vivem, constroem seus
artefatos e a si mesmos, sentem e pensam”. Antes do início da pesquisa será
apresentado o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) e esclarecido, os
objetivos, riscos e benefícios sociais que incorrerá o participante, respeitando sigilo
absoluto da identidade. A coleta de dados será realizada nos meses de outubro e
novembro de 2016. As entrevistas serão transcritas e armazenadas em arquivo
Word versão 2013. Das entrevistas emergirão as categorias de análises
apresentadas nos resultados.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Trata-se de uma pesquisa que se encontra em fase de andamento, podendo dizer
que os resultados obtidos até o momento se restringem à realização do
levantamento bibliográfico.
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REFERÊNCIAS ALVES, Marcus Vinicius Patente; BERNADINO, Edimar José; REIS, Leilane da SILVA, Vanezia da. A dança no contexto da educação física: na visão de professores de ensino infantil e fundamental de Romaria-MG. Disponível: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/EDUCACAO_FISICA/artigos/A_danca_no_contexto_EF.pdf. Acesso em: 27.ago.2016.
FERNANDES, Marcelo de Melo. Dança escolar: sua contribuição no processo ensino-aprendizagem. Revista Digital Buenos Aires. Ano 14. n. 135. Agost.2009. Disponível: http://www.efdeportes.com/efd135/danca-escolar-no-processo-ensino-aprendizagem.htm.Acesso em: 28. ago. 2016. KATZ, Helena. Um, dois, três: a dança é o pensamento do corpo. São Paulo, 1994. Tese Doutorado, PUC São Paulo, 1994. MINAYO, Maria Cecília. O desafio do conhecimento.11. ed. São Paulo: Hucitec, 2008.
VOLP; Catia Mary. Vivenciando a dança de salão na escola. São Paulo, 1994. Tese de Doutorado. Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, 1994.
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MOTIVAÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO PARA AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Mateus Pereira Dos Santos Silva e Luís Paulo Fernandes Correia - Graduandos em Educação Física da UNIVÉRTIX.
Kelly Aparecida Nascimento - Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e Coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. André Salustiano Bispo - Bacharel e Licenciado em Educação Física, Mestre em
Ciências da Reabilitação, Professor e Coordenador do Curso de Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX;
Lucio Flávio Sleutjes - Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Érica Stoupa Martins - Graduada em Serviço Social. Especialista em Gestão de Recursos Humanos. Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade Vértice -
UNIVÉRTIX.
PALAVRAS CHAVE: Motivação; ensino médio; aulas de Educação Física.
INTRODUÇÃO
Com o avanço tecnológico dos últimos anos muita coisa mudou para as pessoas,
principalmente na infância e na juventude. Com o fácil acesso a informática, suas
redes sociais e jogos eletrônicos as crianças e jovens passam a maior parte do dia
em frente ao computador, deixando de lado hábitos saudáveis de vida, tais como a
prática de atividade física (HANAUER, 2016). Assim, percebe-se grande
desinteresse e falta de motivação para diversas atividades, entre elas as aulas de
Educação Física nas escolas. Já que estamos tratando da motivação, segundo
Cabral (2016), ela é uma força interior que se modifica a cada momento durante
toda a vida, onde direciona e intensifica os objetivos de um ser humano. Dessa
forma, quando dizemos que motivação é algo interior, ou seja, que está dentro de
cada pessoa de forma particular, erramos em dizer que alguém nos motiva ou
desmotiva, pois ninguém é capaz de fazê-lo pelo outro. O que podemos fazer é
oferecer estímulos para que cada ser humano se motive. Para Maggil (1984), a
motivação é importante para a compreensão da aprendizagem e do desempenho de
habilidades motoras, uma vez que tem um papel importante na iniciação,
manutenção e intensidade do comportamento. Sem presença de motivação os
alunos em aulas de Educação Física não exercerão as atividades ou então farão mal
o que for proposto. Do ponto de vista pedagógico, a motivação significa fornecer um
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motivo, isto é, estimular o aluno a ter vontade de aprender. E uma das condições
indispensáveis para o aluno aprender é seu nível motivacional, que pode depender
muito do professor (FRANCHIN e BARRETO, 2006). Sobre isso, Medina (2006)
afirma que o que faz uma “disciplina tornar-se significante não é só o valor intrínseco
do seu conteúdo, mas também a vibração com que os responsáveis colocam no
desenrolar do processo de ensino, permitindo que os alunos aprendam a se
comprometer” (MEDINA, 2006, p.88). Como afirma Freire (1996, p.25) “ensinar não
é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou sua
construção”. Diante do exposto, a questão eixo do estudo é: qual a motivação de
alunos do ensino médio de um Município da Zona da Mata Mineira para as aulas de
Educação Física? Assim, o objetivo do estudo é identificar a motivação de alunos do
ensino médio de um Município da Zona da Mata Mineira para as aulas de Educação
Física. Com este estudo se pretende contribuir para a conscientização da
comunidade escolar em relação à necessidade de oferecer instrumentos adequados
a fim de proporcionar melhores perspectivas de motivação aos alunos nas aulas não
só de Educação Física, mas de todas as disciplinas da escola.
METODOLOGIA
Esta pesquisa descritiva será realizada com alunos de Educação Física do ensino
médio de uma escola pública estadual de um distrito localizado em um Município da
Zona da Mata do estado de Minas Gerais. Segundo Gil, pesquisas descritivas:
Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2010, p.41-42).
Será aplicado a estes alunos um questionário semiaberto durante o mês de outubro
de 2016. O instrumento será aplicado após a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), as informações agrupadas por questões
e tabuladas em arquivo Excel versão 2010, apresentadas em forma de gráficos.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
CABRAL, Gabriela. Motivação. Disponível em: http//www.brasilescola.uol.br/psicologia/motivacao-psicologica.htm. Acesso em: 14. Ago.2016. GIL, A. C. Como elaborar um projeto de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2010. FRANCHIN, Fabiana; BARRETO, Selva M. G. Motivação nas aulas de educação física: um enfoque no ensino médio. In: I Seminário de Estudos em Educação Física Escolar, 2006, São Carlos. Anais... São Carlos: CEEFE/UFSCar, 2006. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. HANAUER, Fernando Cristyan. Fatores que influenciam na motivação dos alunos para participar das aulas de Educação Física. Disponível em: http://www.seifai.edu.br/artigos/Fernando-MotivacaonasaulasdeEdFisica.pdf. Acesso em: 10.ago.2016. MAGGIL, R. A. A. A aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São Paulo: Edgard Blucher, 1984. MEDINA, João Paulo Subirá. A Educação Física cuida do corpo e... “mente”. 21.ed. Campinas: Papirus, 2006.
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O XADREZ COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Maria Nazareth Crecenio da Paz e Weviton Lucas Alves Gomes – Graduandos
em Educação Física da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Fábio Florindo Soares - Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e Personal Training.
Professor do curso de Educação Física da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
Licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
PALAVRAS CHAVE: Xadrez; instrumento pedagógico; aulas de Educação Física.
INTRODUÇÃO
O jogo é considerado como uma importante atividade na educação de crianças, uma
vez que permite o desenvolvimento afetivo, motor, cognitivo, social, moral e a
aprendizagem de conceitos, pois jogando a criança experimenta, descobre, inventa,
exercita e confere suas habilidades, estimulando a curiosidade, a iniciativa e a auto
confiança, proporcionando aprendizagem, desenvolvimento da linguagem, do
pensamento e da concentração da atenção, sendo indispensável à saúde física,
emocional e intelectual da criança (HUIZINGA, 1996). É através do jogo que a
criança imagina-se atuando nas atividades de adultos que ainda não pode realizar.
Ela passa a realizar seus desejos numa situação imaginária. Observa-se que no
brinquedo a criança sempre se comporta além da postura atual de sua idade e sua
atitude diária no brinquedo é como se ela fosse maior do que é na realidade
(VYGOTSKY 2006). Segundo Rockenbach (2010) o Xadrez é um dos mais antigos
jogos do mundo. Praticado em toda a parte do globo, com princípios transmitidos por
gerações como: tabuleiro quadriculado, peças de hierarquia com movimentos
distintos, materiais em igualdade, captura de peças por substituição e o objetivo ou
um deles é capturar a principal peça do adversário. O xadrez possibilita ao aluno:
jogar atendendo as normas, adaptar-se a um código comum, tendo liberdade para
criar iniciativas e acatar limites não violando regras (D’AGOSTINI, 2002). A prática
do xadrez estimula cinco capacidades do desenvolvimento cognitivo: raciocinar na
busca de meios adequados para alcançar um fim; organizar uma variedade de
elementos para uma finalidade; imaginar concretamente situações concretas futuras
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próximas; prever as prováveis consequências de atos próprios e alheios; tomar
decisões vinculadas a resolução de problemas. (GARCIA FILHO 2008). Vygostshy
(2010) afirma que embora o jogo de xadrez não haja uma substituição direta das
relações da vida real, ele é sem dúvida, um tipo de situação imaginária importante
na resolução de problemas. Conforme o autor, através da aprendizagem do xadrez,
os alunos organizam habilidades, estratégias e conhecimentos socialmente
disponíveis, podendo contribuir para a autoestima e autonomia. Conforme os
Parâmetros Curriculares Nacional (PCN) de Educação Física (1998, p.36) “As
situações lúdicas competitivas ou não são contextos favoráveis de aprendizagem,
pois permitem o exercício de uma ampla gama de movimentos, que solicitam a
atenção do aluno na tentativa de executá-la de forma satisfatória”. Assim, o xadrez
pode contribuir para a ampliação dos conteúdos da Educação Física uma vez que
ele pode ser jogo, brincadeira, esporte e ser aprendido e expressado através da
cultura corporal desenvolvida durante as aulas (COLETIVOS DE AUTORES, 1992).
Dentro deste contexto, tem-se a implantação do jogo de xadrez como uma atividade
fundamental ao treinamento do raciocínio lógico. É sabido, que o jogo de xadrez
vem a enriquecer não só o nível cultural do sujeito, mas também várias outras
capacidades como a memória, a agilidade no pensamento, a segurança na tomada
de decisões, o aprendizado na vitória e na derrota, a capacidade de concentração e
entre outros aspectos (PIMENTA, 2016). Barden e Kortchnoi (1980) afirmam que o O
xadrez é simultaneamente simples e complexo. “O xadrez é algo mais que um jogo.
É uma diversão intelectual que tem algo de arte e muito de ciência. Começando aos
dez anos, todos os escolares deveriam receber regularmente lições desta matéria’’
(CAPABLANCA, 2002, p. 11). Conforme Moura Netto (2016), o xadrez pedagógico é
uma manifestação da prática do jogo de xadrez que possibilita aperfeiçoar as
habilidades cognitivas do processo de ensino e aprendizagem em educação formal e
não formal. Nesse contexto, fica claro que o xadrez pode ajudar na formação integral
do ser humano, quando usado como um recurso essencial para a aprendizagem e o
desenvolvimento de qualquer criança, contribuindo para a ampliação dos conteúdos
da Educação Física e de outras disciplinas, uma vez que ele pode ser jogo,
brincadeira, esporte. Portanto, o ensino e a aprendizagem do xadrez no meio
escolar é uma atividade que além de proporcionar o lazer também dá a possibilidade
de valorizar o raciocínio através de um exercício lúdico. A questão eixo desta
pesquisa trata-se: Como o xadrez tem sido utilizado como instrumento pedagógico
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numa escola pública estadual de uma cidade da zona da mata mineira? O referente
interesse por este tipo de pesquisa justifica-se pelo visível aumento da prática do
Xadrez no meio escolar. Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo verificar
a forma que o xadrez tem sido utilizado como instrumento pedagógico em uma
escola pública estadual na cidade de Matipó-MG. Pretendemos com este estudo
contribuir para uma melhor análise e compreensão do xadrez como instrumento
pedagógico a fim melhor direcionar as ações educacionais em relação a prática do
Xadrez nas aulas de Educação Física.
METODOLOGIA
Esta pesquisa descritiva será realizada com professores e alunos dos ensinos
fundamental e médio de uma escola da rede pública estadual da cidade de Matipó –
MG. Segundo Gil, pesquisas descritivas:
Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2010, p.41-42).
Para a compreensão da prática do Xadrez como instrumento pedagógico nas aulas
de Educação Física serão aplicados questionários fechados a professores e alunos
do ensino fundamental e médio durante o segundo semestre de 2016. Após a coleta
dados e da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), as
informações serão agrupadas por questões e tabuladas em arquivo Excel versão
2013, apresentadas em forma de gráficos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Educação Física / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC / SEF, 1998. Disponível em:< http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/fisica.pdf> Acesso: Acesso:18/08/2016. BARDEN, Leonard; KORTCHNOI, Viktor. Como jogar bem Xadrez. Círculo do livro/Abril. São Paulo, 1980. Tradução José Augusto Guimarães de Lemos. CAPABLANCA, José Raul. Lições elementares do xadrez. Tradução de João Amendola. Curitiba: Hemus, 2002. COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. D’AGOSTINI, S.O. S. Xadrez básico. Rio de Janeiro: Edouro, 2002. GARCIA FILHO, Santos Molina - Educação Física Escolar: o xadrez enquanto possibilidade de formação humana / Filho. – Rio Claro: [s.n.], 2008 GIL, A. C. Como elaborar um projeto de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2010. HUIZINGA, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. Trad. João Paulo Monteiro. SP: Perspectiva. 1996. MOURA NETTO, Charles. Xadrez Pedagógico. Disponível em: <http://www. xadrez total. com.br/entrevista-com-o-professor-charles-moura-netto/> Acesso: 21.ago.16. ROCKENBACH, Ramon Roberto Barbosa. O xadrez escolar e sua relação com a satisfação familiar. Disponível em: www.xadrezdebeltrao.com.br/materiais/tcc-ramon.pdf (2010). Acesso:18/08/2016. PIMENTA, Ciro José Cardoso, XADREZ: esporte, história e sua influência na sociedade. Disponível em http://www.cex.org.br. Acesso em: 15.ago.2016. VIGOTSKI, L.S. A Formação Social da Mente. São Paulo: 2010. VIGOTSKI, L. S.; LURIA. A. R.; LEONTIEV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone, 2006.
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ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL E SUA RELAÇÃO COM A COMPOSIÇÃO CORPORAL EM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA ESTADUAL DA
CIDADE DE MATIPÓ-MG
Juliana Mendes Martins e Letícia Ferrarezi de Avelar Barbosa– Acadêmicas do curso de Educação Física da UNIVÉRTIX;
Fábio Florindo Soares - Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e PersonalTraining.
Professor do curso de Educação Física da UNIVÉRTIX; Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
Licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Atividade Física; Composição Corporal; Pedômetro.
INTRODUÇÃO
O crescente avanço tecnológico nos proporciona inúmeras facilidades, comodidades
e confortos. Atividades que antes exigiam grandes esforços físicos são hoje
realizadas sem nenhum ou com pouco esforço. A atividade física é colocada na
sociedade contemporânea como uma ponte segura para melhores situações de
saúde. É uma função bastante ampla atribuída a um único conceito, sintetizando a
abrangência dos inúmeros benefícios dela sobre o organismo humano. Logo, esse
termo acaba por ser utilizado de maneira generalista, já que é possível que seja
direcionado tanto ao controle do estresse, assim como a uma prática anti-sedentária,
como também para fins estéticos ou de melhora de performance atlética
(LOVISOLO,2002). Para Nahas (1999) fatores que dão origem a obesidade, como
os genéticos, os fisiológicos e os metabólicos, somados ao estilo de vida e aos
hábitos alimentares podem explicar este crescente aumento do número de
indivíduos obesos. O aumento no consumo de alimentos ricos em açúcares simples
e gordura, com alta densidade energética e a diminuição da prática de exercícios
físicos são os principais fatores relacionados ao meio ambiente, verificando ainda
que a obesidade infantil foi relacionada de maneira inversa à pratica de atividade
física sistemática, com a presença de TV, videogames, computadores, além do
baixo consumo de verduras nas residências. O levantamento do nível de
conhecimento e a importância da prática de atividade física na infância e na
adolescência fazem-se necessário, pois muitas crianças e adolescentes deixam de
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brincar de correr, pular, jogar adequadamente por até anos e ficam horas e horas em
frente à televisão, jogando vídeo game ou navegando na internet, muitas das vezes
rumo ao nada culminando com o aumentando do índice de inatividade física na
infância e na adolescência. Para Oliveira et al. (2003) a obesidade está mais
relacionada com a inatividade física do que com a alimentação, muito embora, filhos
de pais obesos correm o maior risco de se tornarem obesas quando crescerem
comparadas aos filhos de pais com peso normal. Assim como a alimentação das
crianças e prática de atividade física são influenciadas pelos hábitos dos pais,
reforçando a ideia que os fatores ambientais contribuíram para o ganho excessivo
de peso (sobrepeso e obesidade). Whitaker (1997) alerta para a necessidade do
diagnóstico precoce do excesso de peso em crianças e adolescentes para que se
possa diminuir os riscos de se tornarem adultos obesos. O pedômetro tem por
finalidade avaliar o comportamento do indivíduo durante a marcha/caminhada,
efetuando o registro do número de passos e da distância percorrida. Para atingir os
padrões de saúde recomenda-se 12.000 passos/dia para meninas e 15.000
passos/dia para os meninos (MATSUDO 2008; ROSA et al., 2011). Dessa forma, o
presente estudo tem como objetivo verificar os índices de atividade física e de
composição corporal de alunos do ensino médio de uma Escola Estadual da cidade
de Matipó-MG e assim correlacioná-los. O referente interesse por este tipo de
pesquisa justifica-se pelo visível aumento dos índices de sobrepeso, obesidade e
sedentarismo em adolescentes. Pretendemos com este estudo contribuir para uma
melhor análise e compreensão do fenômeno do sedentarismo e da obesidade, a fim
de melhor direcionar as ações e estratégias na prevenção e combate dos mesmos.
METODOLOGIA
Esta pesquisa descritiva será realizada com alunos do ensino médio da rede pública
da cidade de Matipó – MG. Segundo Gil, pesquisas descritivas:
Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2010, p.41-42).
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A amostra será submetida a uma avaliação corporal através do Índice de Massa
Corpórea (IMC) e assim como a análise do nível de atividade física através do
aparelho pedômetro durante os meses de setembro de 2016 a maio de 2017. Para
avaliação corporal será utilizado o Índice de Massa Corpórea (IMC), expresso pela
equação: IMC = [Peso/(Estatura x Estatura)], tendo como instrumento uma balança
mecânica antropométrica marca Filizola, para a aferição do peso e a estatura. Para a
análise do nível de atividade, será utilizada o pedômetro da marca Ultra Slim 3D
Sensor PW15 WiSO, que através do seu sensor 3D e capaz de monitorar o
movimento em vários eixos de vibração e detectá-lo em múltiplas dimensões e em
vários locais e direções, calculando a distância, passos e as calorias gastas durante
seus exercícios. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
(2016), a cidade de Matipó localiza-se no estado de Minas Gerais, na Zona da Mata
Mineira. Foi fundada em 17 de dezembro de 1938. Localizada numa altitude de 615
metros e a 244 km quilômetros da capital. Sua população estimada é de 17.639
habitantes e a base de sua economia é agropecuária e cafeicultura. Após a coleta
dados e da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), as
informações serão agrupadas por questões, tabuladas e correlacionadas em arquivo
Excel versão 2013, apresentadas em forma de gráficos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICO - IBGE. Cidades. Disponíveis em: <http://www.Ibge.Gov.br/cidadesat/topwindow.htm>. Acesso em: 27. Jul. 2016. LOPES, Vítor Pires. et al. Caracterização da atividade física habitual em adolescentes de ambos os sexos através de acelerometria e pedometria. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo. v. 17, n. 1, p. 51-63, jan./jun. 2003. LOVISOLO, Hugo. 2002. “Atividade física e saúde: uma agenda sociológica de pesquisa”. In: MOREIRA, Wagner Wey; SIMÕES, Regina. Esporte como fator de Qualidade de Vida. Piracicaba: Editora UNIMEP, p. 277-296. MATSUDO, V. K. R.; Pedômetros: uma nova alternativa de prescrição médica. Diagnóstico Tratamento. v. 13. n. 2. 2008. p. 102-106. MCARDLE, W.; KATCH, F. KATCH; V. Fisiologia do exercício. Energia, nutrição e desempenho humano. 4.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. NAHAS, M. V. Obesidade, Controle de Peso e Atividade Física. Londrina: Midiograf, 1999. OLIVEIRA, A. M. A. et al. Sobrepeso e obesidade infantil: influência de fatores biológicos e ambientais em Feira de Santana, BA. Arq Bras Endocr Metab, v. 47, n. 2, p. 144-150, abr. 2003. ROSA, C. S. C.; et al., I. F. Atividade física habitual de crianças e adolescentes mensurada por pedômetros e sua relação com índices nutricionais. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano. v. 13. n. 1. 2011. p. 22-28. WHITAKER, R. C. Prevendo a obesidade para a idade adulta. Engl J Med. 1997.
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BENZEDEIRAS DE MATIPÓ: ENTRE PRÁTICAS CULTURAIS E TERRITORIALIDADES
Ana Lígia de Souza Pereira - Enfermeira. Especialista em Estomaterapia pela UFJF. Professora e coordenadora do Curso de Enfermagem da Faculdade
UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: território; territorialidades; benzedeiras; práticas culturais.
INTRODUÇÃO
De acordo com Nery (2006) “benzer significa fazer o sinal da cruz sobre pessoa ou
coisa, recitando fórmulas litúrgicas para consagrá-la ao culto divino ou chamar sobre
ela o favor do céu, abençoar”. Esse ritual é cercado de misticismo, onde os deuses
são evocados para que o males do corpo e da alma sejam curados. Em relação a
origem da benzeção, existe relatos de que seu surgimento se deu através da fusão
de diferentes cultos religiosos e das práticas de pajelança indígena, e que sua
expressão seja de caráter terapêutico-religioso (GUILOUSKI e COSTA, 2012). Para
Nery (2006) nas falas das benzedeiras pode-se perceber a rede de significados que
perpassa pelas concepções e práticas de cura que é tecida por múltiplos fatores que
vão além da relação corpo/saúde/doença, abrangendo a relação dos benzedeiros
com o espaço e o tempo. A benzeção é a mais viva forma de cultura nascida do
povo e praticada pelo povo. De acordo com Geovanini (2005), o conhecimento sobre
as curas resulta em poder, ou seja, os indivíduos que têm o domínio sobre as
práticas de saúde, tem força perante os indivíduos da sociedade. As benzedeiras
associam o conhecimento das práticas místicas ao conhecimento empírico e criam
suas relações de poder frente a comunidade. A territorialidade criada, ou concedida
pela comunidade às benzedeiras, mesmo sendo um território simbólico, também é
um território de poder. Para Haesbaert (2004, pág.20) “território, em qualquer
acepção, tem a ver com poder, mas não apenas tradicional “poder político”. Ele diz
respeito tanto ao poder no sentindo mais explícito, de dominação, quanto ao poder
no sentindo mais implícito ou simbólico, de apropriação”. O objetivo da pesquisa é
compreender o ritual de benzeção na cidade de Matipó-MG, através da
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territorialidade estabelecida pelas benzedeiras. Através deste estudo pretende-se
compreender as manifestações culturais, assim como as territorialidades no
contexto contemporâneo. Além de se resgatar a memória cultural da cidade.
METODOLOGIA
Pesquisa com abordagem qualitativa. Minayo (1994), afirma que a pesquisa
qualitativa “aprofunda-se no mundo dos significados das ações e relações humanas,
um lado não perceptível e não captável em equações e estatísticas”. Na tentativa de
aprofundar na temática, me baseei no procedimento da história oral, ou seja, na
entrevista. Para Portelli (2010) a história oral é uma nova forma de conhecimento
que produz um diálogo à luz das circunstâncias do tempo presente, que ao construir
as histórias de vida, faz com que cada narrador se transforme em personalidades
centrais dos acontecimentos de um determinado lugar. O contexto da pesquisa é um
município da Zona da Mata Mineira, Matipó. Segundo o IBGE (2010) a cidade tem
atualmente 17.639 habitantes. A região é basicamente agrícola, sendo o café seu
principal produto, participando também de sua economia a pecuária e o comércio.
Para coletar os dados, será realizada entrevista semiestruturada. Antes de iniciar a
entrevista, será esclarecido para as participantes o objetivo do estudo. Solicitando a
assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). O número de
participantes da pesquisa será definido antes de ir a campo, sendo 5 benzedeiras a
amostra do estudo. As entrevistas serão colhidas através da gravação em aparelho
digital MP3 player com autorização das benzedeiras. Logo após a coleta, as
entrevistas serão transcritas e digitadas, sendo armazenadas em programa
computacional Word versão 2008.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A pesquisa encontra-se em andamento. Porém, já foi possível notar que na cidade
de Matipó, a tradição das benzedeiras resistiu ao tempo, sendo encontrado
benzedeiras que realizam o ritual de benzeção há anos. Acredita-se que por ser um
município interiorano de pequeno porte, as tradições culturais como a benzeção são
mantidas e valorizadas pela comunidade. Através da pesquisa de campo e coleta
das entrevistas, será possível realizar um registro descritivo da cultura desse povo,
ligadas ao ritual de benzeção.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Acredita-se que os indivíduos que procuram a benzeção, estejam atrás de um
conforto não encontrado na medicinal tradicional, pois o intuito da benzeção, não é
apenas de cura dos males do corpo, mas também dos males da alma. Outro fator
que pode ser citado como preponderante, é a aproximação da linguagem popular,
entre benzedor e benzido. Estabelecendo assim um sistema próprio de
comunicação, que de alguma forma os aproximam.
REFERÊNCIAS
GEOVANINI, Telma; SCHOELLER, Almerinda Moreira Soraia Dornelles; MACHADO, Wiliam C. A. História da Enfermagem: versões e interpretações. Rio de janeiro, editora Revinter, 2ª edição, 2005.
GUILOUSKI, Borres; COSTA; Diná Raquel D. da. Ritos e Rituais. Escola de Educação e Humanidade – PUCPR. Jornada Interdisciplinar de Pesquisa em Teologia e Humanidade (JOINTH), 20 e 21 de agosto de 2012. Disponível em: file:///C:/Users/Ana%20L%C3%ADgia/Downloads/2jointh-7577%20(3).pdf Acesso: 02 de julho de 2015.
HAESBAERT, Rogério. Território e Multiterritorialidade: Um Debate. GEOgraphia – Ano IX – Nº 17-2004. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE cidades. 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1. Acesso em: 14.set.2015. MINAYO, Maria Cecília de S. (Org.) Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 3.ed. Petrópolis: Vozes, 1994. NERY, Vanda Cunha Albieri. Rezas, Crenças, Simpatias e Benzeções: costumes e tradições do ritual de cura pela fé. Estado e Comunicação - Intercom 2006: Anais do XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2006/resumos/R0939-1.pdf Acesso: 02 de julho de 2015. PORTELLI, Alessandro. História Oral e Poder. Mnemosine Vol.6, nº2, p. 2-13. 2010 – Artigos.
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GESTÃO DE NEGÓCIOS EM DROGARIAS
Amanda Mendes Reis, Ângela de Cássia Mendes, Celia Sampaio Queiroz Viana, Thalles Henrique de Miranda, Thyago Romagnoli Rodrigues - Graduandos em
Farmácia, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes - Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica, Mestre em
Ciências Farmacêuticas, Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Administração, Drogarias, Recurso Financeiro
INTRODUÇÃO
Nos dias atuas o profissional vem abrangendo conhecimentos além da sua
especialização para atender com satisfação o presente mercado de trabalho.
Independentemente da área de atuação, todo profissional deve obter conhecimentos
relacionado à gestão. É muito comum observar que em uma drogaria, o profissional
farmacêutico além de desempenhar suas atribuições, também possui a
responsabilidade de gerente da empresa. Dessa forma, é exigida a execução de
funções que necessitam de experiência e conhecimento específico, em áreas que
não são diretamente ligadas à sua formação (SLACK, 2009). As drogarias, por
serem estabelecimentos de saúde em junção com o comércio influenciam muito na
economia brasileira. Segundo estatísticas publicadas no site do Conselho Federal
de Farmácia, no ano de 2013 existiam 72.480 farmácias e drogarias o que coloca o
Brasil em primeiro lugar no que diz respeito ao número de farmácias per capita, um
número extremamente excessivo. Sendo assim percebe-se a extrema necessidade
da aplicação da administração e do planejamento estratégico neste setor. Dessa
forma, o objetivo deste trabalho é fazer uma breve revisão bibliográfica sobre a
importância de uma gestão de qualidade em drogarias.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Google Acadêmico, Portal de
Pesquisa da Biblioteca Virtual de Saúde. Os descritores utilizados foram:
Administração e Recursos financeiros em drogarias.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Avaliando os trabalhos encontrados sobre o tema em estudo, foi possível detectar o
avanço econômico em drogarias, uma vez que inúmeros recursos financeiros são
disponíveis neste ramo. Dessa forma, torna-se necessário um bom planejamento
administrativo para que estes sejam empregados de forma cautelosa. O
planejamento estratégico assume grande importância nas organizações, pois além
de possibilitar uma vantagem competitiva para as que o fizerem, atua como uma
resposta às possíveis mudanças do ambiente externo que poderão vir a influenciar
no ambiente interno (ANSOFF, 2008). O papel do farmacêutico em uma boa gestão
em drogaria atua na manutenção e controle de mercadorias. Para isso é necessário
identificar os melhores fornecedores, para que as compras sejam sustentáveis e que
a comercialização seja lucrativa, além de manter o controle do fluxo de vendas para
que o estabelecimento não venha a diminuir o volume de mercadorias. Os principais
objetivos de um bom gestor é prever a demanda por unidade de tempo, assim como
o quanto comprar, quando reabastecer, receber e armazenar; manter e controlar o
estoque e sua movimentação por meio de mensurações, indicadores, inventários,
dentre outros (DIAS, 2005). É necessário também para garantir uma positiva
estabilidade econômica, além dos fatores já citados, a utilização de outras
ferramentas estratégicas, como um bom trabalho de marketing baseado na
divulgação tanto pessoalmente, quanto através da mídia. Contudo, a previsão dos
níveis de demanda de um estabelecimento farmacêutico é vital para a empresa
como um todo, à medida que proporciona a entrada básica para o planejamento e
controle de todas as áreas funcionais, entre quais as Logísticas, Marketing,
Produção e Finanças (BALLOU, 2006).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do estudo realizado, pode-se verificar a importância das drogarias no meio
econômico, e também a capacidade de uma boa gestão. Além disso, foi possível
identificar a importância do técnico responsável para garantir a hegemonia do
controle financeiro.
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REFERÊNCIAS ANSOFF, H., I. A Nova Estratégia Empresarial. São Paulo: Atlas, 2008. BALLOU, E. Logística empresarial e cadeias de suprimentos. Curitiba: [s.n.], 2006 CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Estatísticas. 2014. Disponível em: Acesso em:http://www.cff.org.br/#[ajax]pagina&id=16 DIAS, M. A. P. Administração de materiais. São Paulo: Atlas, 2005. SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. S. Paulo: Ed. Atlas, 2009.
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A IMPORTÂNCIA DA ESPECIALIZAÇÃO EM DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR
Dileusa Fialho de Souza Gardingo- Licenciada em Pedagogia pela FTC, e Pós-graduanda em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Vértice -
UNIVÉRTIX. Grazielle Silva Gardingo Ferreira- Bacharel em Direito pela Faculdade
Pitágoras de Ipatinga/MG, Pós-Graduada em Direito do Trabalho pela PUC Minas e Pós-graduanda em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Vértice -
UNIVÉRTIX. Maiara Pedroso Rodrigues- Bacharel em Engenharia Civil pela Instituição
Tecnológica de Caratinga/MG, Pós-Graduanda em Segurança do Trabalho e Meio Ambiente pela Universidade Cândido Mendes e Pós-graduanda em Docência do
Ensino Superior pela Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Alice Rodrigues Borges Lazaroni- Bacharel em Ciências Contábeis- UFV e
Mestre em Administração pela Universidade Federal de Viçosa/MG.
PALAVRAS-CHAVE: Especialização; Importância; Docência do Ensino Superior.
INTRODUÇÃO
Se de um lado o mercado de trabalho exige profissionais cada vez mais qualificados,
com especialização em sua área de atuação, do outro as Instituições de Ensino
deverão observar a qualificação dos profissionais no momento da contratação. A
especialização em Docência qualifica o profissional que tem a pretensão de lecionar,
possibilita um novo campo de atuação, podendo também lhe proporcionar uma
estabilidade financeira, além de aprimorar a Educação Superior. A Fundação
Educacional de Dom André Acorverdes (2016) afirma que:
Com o mercado de trabalho se tornando cada vez mais competitivo e exigente, a busca por profissionais mais qualificados e com maior conhecimento na sua área de atuação, faz da pós-graduação um diferencial competitivo, visto que à maioria dos profissionais não dão continuidade aos estudos após o término da graduação. As chances de ascensão profissional para profissionais com especialização são bem maiores, visto que além de abrir novas oportunidades no mercado, estudos comprovam que o profissional qualificado possui salários maiores e melhores oportunidades na troca de empregos ou na tentativa de conquistar uma posição melhor.
O curso em questão trabalha as áreas cognitivas, pedagógicas e reflexivas dos
estudantes, visando transformar profissionais em professores. Assim o objetivo
deste trabalho é demonstrar a importância da especialização em Docência para que
o profissional possa se inserir ou manter-se no mercado de trabalho; Analisar qual a
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motivação do profissional em buscar uma especialização em Docência de Ensino
Superior e como esta especialização poderá contribuir para melhoria do Ensino.
METODOLOGIA
Como procedimentos metodológicos, foi utilizada pesquisa bibliográfica e de
levantamento, uma vez que se aplicou questionário aos alunos da Pós Graduação
em Docência do Ensino Superior da Faculdade Vértice, com participação de 17
(dezessete) pessoas, que responderam a 07 (sete) perguntas, divididas em
perguntas fechadas com respostas simples, fechadas com respostas múltiplas e
perguntas abertas, que questionavam sobre: suas formações, especializações
anteriores, se estavam preparados a lecionar, se já lecionavam e os níveis de
formação nos quais o fazem, qual o nível de importância que atribuem ao curso e o
que buscam com a especialização (lecionar, abrir novos campos de trabalho ou
estabilidade financeira).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Encontramos profissionais de diversas áreas como: Arquitetura, Engenharia Civil e
de Produção, Agronomia, Educação Física, Odontologia, Farmácia, História,
Contabilidade, Administração e Fisioterapia. Dentre estes alunos 76,47% não
possuem nenhuma especialização, 58,82% antes da realização desta pós não se
sentiam preparadas a lecionar, e o mesmo percentual afirmou já ter lecionado,
sendo a maioria nos ensinos médio e superior. Todos afirmam que a especialização
em docência é muito importante para a atuação como professor, 60% dos
entrevistados objetivam apenas à docência, enquanto 35% vêm na pós-graduação
uma nova oportunidade de trabalho e apenas 5% buscam uma estabilidade
financeira. Portanto através da análise dos dados coletados, percebe-se que
profissionais de diversas áreas estão cada vez mais em busca do aperfeiçoamento
através da pós-graduação em docência do ensino superior, acreditando na sua alta
relevância para o crescimento pessoal e profissional, a fim de atuar na educação
universitária.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A experiência profissional tem um peso significativo no currículo e completa o perfil
de quem quer ministrar disciplinas práticas em um curso superior. Dessa forma, um
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engenheiro ou um advogado, por exemplo, pode trazer toda a sua vivência para
dentro da sala de aula. Ao adquirir conhecimentos didáticos e pedagógicos, torna-se
capaz de unir a prática à teoria, associada às atividades profissionais cotidianas.
Contudo, os cursos de bacharelado não habilitam o profissional a lecionar de
maneira automática. Além de formação em uma área específica do conhecimento e
experiência profissional, a docência no ensino superior permite o domínio de
algumas práticas didático-pedagógicas, aperfeiçoando a educação superior em todo
o país.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Resolução Nº 2, de 1º de Julho de 2015. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada. Ministério da Educação. Disponível em: www.portal.mec.gov.br. Acesso em: 11.Jun.2016. Fundação Educacional Dom André Arcoverde, Centro de Ensino Superior de Valença. A importância da especialização. Valença, RJ, 2016. Disponível em: www.faa.edu.br. Acesso em: 03/07/2016.
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COACHING ACADÊMICO: UMA FERRAMENTA PARA A EFICIÊNCIA E APRIMORAMENTO DO DOCENTE
Luciana Aparecida Santos Moreira Morais - Bacharel em Administração. Pós-
Graduanda em Docência do Ensino Superior. Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Jose Luiz Furtado Oliveira Portes - Bacharel em Administração. Pós-Graduando
em MBA em Gestão de Negócios e Pessoas. Pós-Graduando em Docência do Ensino Superior. Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Jose Alvarenga Bastos Neto - Bacharel em Ciências Contábeis. Pós-Graduando em Docência do Ensino Superior. Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Thainara Santana Miranda - Licenciada em História. Pós-Graduanda em Docência do Ensino Superior. Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX
Alice Rodrigues Borges Lazaroni - Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Contabilidade Decisorial - controladoria. Mestre em Administração. Professora na
Pós em Docência do Ensino superior da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Coaching Acadêmicos, Docência, Competências.
INTRODUÇÃO No ensino superior coordenar o conhecimento entre o docente e os discentes têm
sido considerado um desafio. Isso pode ser explicado pela forte cobrança do
mercado de trabalho por um profissional qualificado, pela agilidade que o docente
deve exercer sobre as informações e ao uso de novas ferramentas para o manuseio
da mesma. Diante deste contexto e com foco nas responsabilidades do professor,
no ensino superior, é que ganha destaque o coaching, que serve como meio para
incentivar a autonomia e desenvolvimento pessoal e profissional, a disposição para
assumir responsabilidades, riscos calculados e desafios, com a capacidade de
aprender com os erros e que adotado no meio acadêmico auxilia na formação de
profissionais mais capacitados para o mercado de trabalho. (ARAÚJO,2011).
Krausz(2007) citado por Braz et.al. (2015, p.2) afirma que “o coaching é um tipo
especial de colaboração que expande a consciência e a aprendizagem e permite a
obtenção de resultados com menos esforço e em menos tempo”. Tomando-o como
uma ferramenta no meio acadêmico, o docente poderá aperfeiçoar suas
competências de maneira mais efetiva e ter como vista apoiar e incentivar os
discentes a atingir seus objetivos, preparando-os para sua futura profissão ao
conciliar conhecimento teórico e prática profissional. No processo de coaching o
professor assume o papel de coach (aquele que oferece suporte no processo) em
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um enfoque mais construtivo, inovador e dinâmico em suas aulas com o propósito
de incentivar os alunos na participação do processo de aprendizagem e desperta-los
para uma visão social ampla. Mais esse processo, também, o coloca como coachee,
quem recebe apoio, sempre buscando se potencializar, sendo um aprendiz em
busca continua de melhoria e inovações para estar preparado para a
responsabilidade de dar suporte e ser referência para os discentes. (ALEXANDRE e
RAMOS, 2015). Secco (2012, p.57) afirma que “o coach assume o papel de levar o
coachee ( aquele que aprende) de um ponto a outro; compreende que através de
algumas técnicas aplicadas durante o processo educador pode visualizar a si
mesmo no futuro e escolher quais passos, atitudes e hábitos deve praticar no
presente para que esta visão de futuro se concretize por meio de novas escolhas,
experiências as quais surgirão de forma motivadora e fazendo com que o educador
redescubra seus próprios limites e venha supera-los”. Nesse procedimento o
professor investe em sua carreira de docente tornando uma pessoa e um
profissional na área da educação cada vez mais competente e preparado para os
desafios educacionais. Diante deste novo cenário, este estudo tem como objetivo
mostrar a importância da a utilização do coaching como ferramenta no
desenvolvimento e aperfeiçoamento do professor do ensino superior e inspirar
pesquisas futuras sobre o tema. Embora a história do coaching tenha seu começo a
alguns séculos atrás, tendo como principal inspirador o filosofo Sócrates (470aC.-
399aC.) que usava um procedimento de perguntas para ajudar as pessoas a
refletirem sobre seus objetivos, ele é um processo pouco conhecido pela população
(CARUSO, 2012). Por isso a pesquisa tem tamanha relevância, para que esse
conceito chegue cada vez mais ao conhecimento das pessoas e principalmente na
rotina acadêmica universitária.
METODOLOGIA O presente estudo caracterizou-se pela pesquisa exploratória que permite uma
aproximação entre o tema e o pesquisador. Ela acontece quando há um
conhecimento minuto em relação ao assunto abordado e por meio desse tem-se o
intuito de informar mais sobre o contexto e contribuir com questões importantes para
futuras pesquisas (GIL, 2010). Quanto ao procedimento sucedeu pela pesquisa
bibliográfica que de acordo com Gil (1999) citado por Raupp e Beuren (2006, p.87)
“é desenvolvida mediante material já elaborado, principalmente livros e artigos
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científicos”. Assim pode-se reunir conhecimento de uma ciência já existente e
elaborar uma nova publicação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS Adotar as metodologias do coaching nas rotinas e atividades diárias tem a
enriquecer o perfil profissional, uma vez que o mesmo possibilita ao indivíduo tanto a
aprender quanto a ensinar. No meio acadêmico ele é uma ferramenta inovadora e
permite uma parceria entre o docente e discentes afim de que reconheçam suas
habilidades, alcance seus objetivos e a autoconfiança de seu desempenho no
mercado de trabalho e na vida pessoal. Contudo ressalta-se que o processo de
coaching no meio acadêmico contribui na pratica educativa que não busca um
aprendizado imediatista, mas, o desenvolvimento de competências e habilidades de
forma contínua proporcionando o crescimento pessoal e profissional. Para estudos
futuros sugere-se uma pesquisa em campo com professores a alunos universitários
para investigar se esta ferramenta tem sido utilizada na prática pedagógica e se
proporcionou melhores resultados no ensino, e na nos anseios profissionais do
aluno.
REFERÊNCIAS
ALEXANDRE, T. M.; RAMOS, W. L. Coaching Acadêmico: o processo de coaching no desenvolvimento do docente. In. Periódico Cientifico Negócios em Projeção, Brasília, v.9, n.1, p. 28 – 38, junho 2015 Disponível em: http://revista.faculdadeprojecao.edu.br/index.php/Projecao1/about/contact. Acesso em: 11.jun.2016. ARAUJO, Ane. Coach: um parceiro para o seu sucesso. Rio de Janeiro: Elsevier. 2011. BRAZ, H. F. dos S.; SILVA, S. R. S.; DUARTE, R. S. D. A Ferramenta Coachig no Desenvolvimento e Aprimoramento do Professor do Ensino Superior. 2015. In: 8º Encontro Internacional de Formação de Professores e 9º Fórum Permanente de Inovação Educacional, 2015, Aracaju. v. 8, n.1, p. 1-15 Disponível em: https://eventos.set.edu.br/index.php/enfope/article/view/1514/169 Acesso em : 11.jun.2016. CARUSO, V. G. Professor numa Ação Coach: Busca do Ensino e da Eficiência. ENIAC Pesquisa, Guarulhos (SP), v.1, n.2, p.187-196, jul. - dez. 2012 Disponível em: http://ojs.eniac.com.br/index.php/EniacPesquisa/article/view/102/pdf_41. Acesso em: 11.jun.2016.
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GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5.ed.- São Paulo: Atlas, 2010. RAUPP, F.M.; BEUREN, I.M. Metodologia da pesquisa aplicável às ciências sociais. In. BEUREN, I.M. (Org.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2006. Cap.3, p.76-97. Disponível em: http://200.17.83.38/portal/upload/com_arquivo/metodologia_de_pesquisa_aplicavel_as_ciencias_sociais.pdf. Acesso em: 21.jun.2016. SECCO, K. C. Coaching e formação da consciência docente. São Paulo:, 2012. 173fls. Dissertação de mestrado em Educação. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Disponível em: http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=14533. Acesso em: 14.jun.2016
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CONSERVAÇÃO DE SOLO E ÁGUA: PLANEJAMENTO E GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS
Fernando Acipreste Netto – Bacharel em Agronomia, Pós-graduando em Docência
do Ensino Superior, Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Jucélia Rodrigues Alves - Bacharel em Agronomia, Pós-graduando em Docência
do Ensino Superior, Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Miguel Oliveira Sabino – Engenheiro de Produção UFOP - Pós-graduando em
Docência do Ensino Superior, Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Otávio de Oliveira Araújo- Graduando em Agronomia, Pós-graduando em
Docência do Ensino Superior, Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Alice Rodrigues Borges Lazaroni – Graduada em Ciências Contábeis-UFV, Mestre
em Administração- UFV. Professora na Pós-Graduação em Docência do Ensino Superior- Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Degradação Hídrica, Microbacias, Políticas Públicas e Ambientais, Conscientização e Gestão Ambiental. Um dos mais importantes vetores de transformação da superfície terrestre é a água,
ao longo do tempo ela vem alterando física e quimicamente as rochas e
transportando, por gravidade, partículas em suspensão e sais minerais em solução
para os fundos de vales, lagos, mares e oceanos (SCHUBART, 2000). Além disso, a
água é um recurso vital para os seres vivos e sua escassez, causada pelo aumento
gradativo de sua demanda e principalmente pelo seu desperdício, vem nas últimas
décadas, notoriamente, despertando na sociedade o surgimento de uma consciência
ambiental e o reconhecimento de que atitudes que evitem as ações atuais de
degradação hídrica, e que barrem as mesmas, devam ser prontamente tomadas. A
conservação do solo conjugada com o manejo adequado e ao uso racional de
agroquímicos, tornam o solo sadio, livre de poluentes, e em um solo sadio,
processos físicos, químicos e biológicos passam a ser controlados pelas plantas, em
uma simbiose perfeita (MACEDO, 2004). Diante deste contexto, este estudo tem
como objetivo criar um projeto de conservação do solo e conscientização da
população rural assim como do governo municipal local, para a preservação das
bases geográficas naturais (sub- bacias). Focou-se na zona rural por ser o local
onde existe a maior quantidade de recursos hídricos responsáveis por abastecer os
centros urbanos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de campo, operacionalizada
por meio de estudo de caso, junto aos produtores rurais situados no município de
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Matipó-MG, para a compreensão do problema e posterior análise buscando a
obtenção dos resultados, onde serão abordadas, de forma simples e objetiva, as
questões de maior importância e os principais obstáculos enfrentados na
propriedade. Com objetivo de compreender, esclarecer, explorar e descrever
detalhadamente todos os problemas enfrentados na comunidade e as opiniões de
cada administrador/proprietário a fim de obter ideias e possíveis soluções para o
problema que enfrentamos com a escassez da água. A proposta para elaboração do
presente projeto deve ser empregada na prática de extensão rural por meio da
conscientização dos produtores na conservação e uso racional dos recursos
disponíveis aos mesmos através de uma parceria com os órgãos municipais
responsáveis pela atividade rural no município como secretaria municipal de
agricultura e EMATER. De antemão ressalta-se que, para que haja uma mudança, é
preciso o apoio à criação de “Agenda 21” local (municipal), com forte participação da
sociedade, a partir da discussão dos problemas da bacia e dos princípios
estabelecidos para os programas e ação do governo (SANTOS & ROMANO, 2005).
Outras medidas de preservação são: Evitar processos naturais simples como o
escoamento superficial da água, agravado por ações humanas impróprias ou deixar
o solo desprotegido e exposto a fatores físicos de degradação possuem papel
importante no manejo de conservação do solo ou de micro-bacias. Práticas simples
e eficientes como essas, diminuem a erosão que degrada cada vez mais o solo e, ao
mesmo tempo, proporcionam o abastecimento dos lençóis freáticos, aproveitando as
águas das chuvas e evitando que nascentes sequem temporária ou
permanentemente. Deve haver, cada vez mais, o incentivo à criação de políticas
hídricas para a correta manutenção das micro-bacias hidrográficas elaborando
estratégias simples, aplicáveis e que gerem resultados necessários. Políticas
ambientais que visem um planejamento integrando a paisagem (vegetação, relevo,
textura e tipo estrutural de solo, etc.) e que demonstrem sucintamente, para perfeito
entendimento dos produtores, suas importâncias e resultados. O entendimento dos
produtores sobre a conservação e manutenção dos solos e micro bacias é de
extrema importância, de nada valem leis ou projetos que, depois de criados e
aprovados, são engavetados. Qualquer que seja a política ou ação ou mesmo uma
simples atitude a ser tomada, ela deve começar pela base do sistema ambiental, e
quem melhor para representar essa base senão o produtor rural, que está ali, dia-a-
dia em contato com o ambiente e seus constituintes, e pode, melhor que ninguém,
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pôr em prática qualquer ação necessária para a manutenção de “SUAS MICRO-
BACIAS”. Órgãos como a EMATER, que atuam sempre vinculados aos municípios
deve, com seus técnicos, difundir essas novas ideias e práticas ao produtor, já que
esses mesmos técnicos, é que estão na linha de frente junto a esses produtores e
podem informar e também acompanhar a implantação de uma nova ideologia
ambiental racional e responsável de conscientização das bases. O projeto de
conscientização ambiental está em processo de desenvolvimento, e busca levar os
conceitos e os meios de conservação do solo e da água para os produtores rurais
por meio de parceria junto aos órgãos municipais responsáveis, para que os
mesmos tenham ações capazes de utilizar os recursos disponíveis com eficiência e
máxima conservação, garantindo assim, a longevidade desses recursos em seu
favor e para benefício de toda população.
REFERÊNCIAS
MACEDO, M. J. B.et. al.. A influência do uso, da ocupação e da conservação do solo na qualidade da água de abastecimento: O caso da bacia hidrográfica do Lago Descoberto. Brasília – DF, 2004. 173 f. Dissertação/Mestrado. Planejamento e Gestão Ambiental. Universidade Católica de Brasília. Disponível em: <http://www.bdtd.ucb.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=466>. Acesso em: 12 jun. 2016. SANTOS, D.G.; ROMANO, P.A. Conservação da água e do solo, e gestão integrada dos recursos hídricos. Revista de Política Agrícola, Brasília, ano 14, n.2, pag. 51-64, abr./jun. 2005. Disponível em: <https://seer.sede.embrapa.br/index.php/RPA/article/view/536/486>. Acesso em: 11 jun. 2016. SCHUBART, H. O. R.. “O Zoneamento ecológico-econômico e a gestão dos recursos hídricos”. In: MUÑOZ, H. R. (org.), Maio de 2000. Interfaces da Gestão de Recursos Hídricos: Desafios da Lei de Águas de 1997. 2ª ed. Brasília: Secretaria de Recursos Hídricos. p. 155-175.
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INTERVENIENTES NEGATIVOS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM: PERCEPÇÃO DE PROFISSIONAIS E ESTUDANTES DA ÁREA DA EDUCAÇÃO
DE MATIPÓ-MG
Douglas Delazari Martins – Graduando em Engenharia Civil – Pós-graduando em Docência do Ensino Superior - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Maria Aparecida de Abreu – Graduando em Engenharia Civil – Pós-graduando em Docência do Ensino Superior - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Daniel Carvalho de Souza. Bacharel em Arquitetura e Urbanismo Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP. Pós-graduando em Docência do Ensino Superior -
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Osmar Francisco Fernandes de Castro. Bacharel em Fisioterapia – Faculdade de
Minas- FAMINAS-Muriaé. Pós-graduando em Docência do Ensino Superior - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Alice Rodrigues Borges Lazaroni. Graduação em Ciências Contábeis - UFV e Mestre em Administração - UFV.
PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem, Educação, Professor, Aluno.
INTRODUÇÃO
A educação brasileira passa por grandes entraves em nossa sociedade, dentre eles,
à falta de interesse dos alunos nas atividades escolares, problemas extraclasse que
acompanham e afetam o aprendizado em sala de aula, falta de infraestrutura,
delegação de responsabilidade que são dos pais para a escola, dentre outros.
Diante deste panorama o professor para incentivar a aprendizagem tem de enfrentar
inúmeros desafios, de modo a motivar e despertar o interesse pelo conhecimento
dos alunos. Lima (2008) destaca a desigualdade social como um destes desafios a
serem superados, pois quando existem problemas familiares e falta de estímulo em
casa para as atividades escolares o aprendizado das crianças e adolescentes é
prejudicado, pois veem a escola como algo banal, de pouco valor. De acordo com
Barreiros (2008), o professor atua não somente como um facilitador de
aprendizagem, mas também influencia na formação social, psicológica e afetiva de
seus alunos. Para realizar tal feito, é necessário estarem aptos a lecionar,
apresentarem competência e dedicação e não terem medo das dificuldades
encontradas na sala de aula. Porém, a desmotivação tanto dos professores quanto
dos alunos, representa um cenário cada vez mais presente. Diante do exposto, o
objetivo desta pesquisa é relacionar quais são os principais intervenientes negativos
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no processo de ensino- aprendizagem em escolas públicas e privadas situadas em
Matipó e seu entorno, tendo como base a percepção de profissionais da educação.
METODOLOGIA
Realizou-se um estudo qualitativo-quantitativo, cuja amostra foi composta por
professores do Ensino Fundamental e Médio, atuantes no município de Matipó - MG
e região, e de estudantes da área da educação, aqui considerados professores em
formação, que participavam, na ocasião, do 4º Encontro de Professores do Ensino
Fundamental e Médio, realizado no dia 11/06/2016, na Faculdade Vértice-Univertix-
Campus Matipó - MG. Como instrumento de coleta, utilizou-se a versão adaptada do
questionário do Professor validado pelo SAEB- Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Básica, contendo informações referentes ao perfil socioeconômico,
formação acadêmica e variáveis tidas como possíveis intervenientes nos processos
de aprendizagem (SAEB, 2011). Os questionários foram aplicados durante as
palestras do encontro mediante a autorização por meio do termo de consentimento
livre e esclarecido de acordo com a coordenação de Pesquisa da Faculdade Vértice.
Com base nos dados coletados através da aplicação do questionário, foram feitas
análises estatísticas, gerando um panorama quantitativo e qualitativo dos indivíduos
participantes. Foram analisados 45 (quarenta e cinco) profissionais, sendo 28 (vinte
e oito) indivíduos com formação superior, correspondendo a 62,2% da amostra,
24,4% possuindo apenas ensino médio, e o restante (13,4%) não se enquadraram
nas alternativas propostas pelo questionário. Dessa amostragem, encontraram-se
participantes que efetivamente trabalham no meio acadêmico lecionando,
correspondendo a 53,3% da amostra total e membros que atuam em outras área da
educação, constituindo 46,7% da amostra.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Como resultados relacionados ao critério formação e perfil dos educadores,
observou-se uma predominância de profissionais que cursaram o Normal Superior
(26,6%), com percentuais também significativos para o curso de Pedagogia,
correspondendo a 15,5%. Levou-se em consideração, as opiniões da totalidade dos
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participantes, de modo a alcançar a percepção dos mesmos acerca dos fatores
determinantes dos problemas de aprendizagem, tendo em vista a experiência dos
profissionais atuantes e o caráter crítico-reflexivo também requerido de profissionais
que se encontram em formação. Em relação ao tipo de instituição, constatou-se que
a maior parte dos profissionais de nível superior formou-se em instituição privada de
ensino, o correspondente a 60,7%. Quanto ao tempo de atuação e experiência na
área, quinze professores (62,5%) atuam à menos de 10 anos lecionando, enquanto
nove professores (37,5%) possuem experiência superior a 10 anos. No que tange à
formação continuada, boa parte dos entrevistados (68,8%), inclusive não atuantes
na área, têm buscado a atualização profissional para a prática docente. Ainda em
termos de variáveis socioeconômicas, dos 53,3% atuantes na docência, todos
afirmam expandir a atuação com a finalidade de complementação de renda pessoal,
seja na mesma área de atuação (56%) ou não. Ademais, anota-se que a
administração do tempo para a dedicação à atividades extraclasse, preparo de
material e aperfeiçoamento profissional é rotina de boa parte dos atuantes.
Condições de trabalho, relação do docente com a instituição e as demandas
encontradas em sala de aula.
Dos grandes problemas descritos pelos profissionais nas demandas diárias do
processo de ensino e de produção de conhecimento, ficam explícitos alguns
parâmetros que extrapolam o espaço da sala de aula, estando vinculados à
formação moral do aluno e à sua relação familiar. Os problemas principais
apontados se encontram no meio de vivência do aluno, e atrelado à formação
cultural dos membros familiares do mesmo, onde não se encontra o incentivo inicial,
nem acompanhamento familiar para a busca do processo de formação desse
indivíduo enquanto aluno. Aliado a questão familiar, encontra-se uma quantidade
considerável de profissionais que enxergam falta de aptidão intelectual dos alunos,
fruto de uma pré-formação inadequada ou deficiente, o que se soma ao
desinteresse, indisciplina e baixa autoestima de alunos. Obviamente, esses critérios
não se aplicam à totalidade dos alunos, mas sim, caracterizam os principais
problemas encontrados pelos profissionais entrevistados em sala de aula. Na
relação entre o profissional e a instituição onde atua, observa-se outro âmbito
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importante para o profissional da educação, pois configura o espaço de vivência do
professor, onde ele tem a possibilidade da troca de informações e de vivência da
profissão com outros educadores, onde no encontro das diferentes experiências
tem-se a discussão metodológica e a produção de novas intervenções que podem
tornar o ambiente educacional proativo e dinâmico. Quanto às vivências na
instituição de ensino, tem-se a partir da análise dos questionários, um cenário onde
os profissionais se encontram motivados e percebem o comprometimento dos
diretores com o corpo docente e com as dinâmicas do espaço educacional, onde a
avaliação de satisfação e relacionamento com os diretores teve um percentual
médio de 62,2%. Além disso, no que concerne à interdisciplinaridade, troca de
experiências entre docentes e participação nos processos decisórios das
metodologias acadêmicas, obteve-se uma média de 64,4% de satisfação dos
entrevistados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo permitiu relacionar os principais intervenientes negativos no processo
de aprendizagem segundo a percepção de profissionais da educação. Nessa
perspectiva, com base nas informações obtidas, os principais problemas de
aprendizagem decorrem de variáveis extrínsecas a escola, assim como de vivências
e experiências trazidas do ambiente familiar, negligência da família quanto ao
suporte/acompanhamento e incentivo ao aprendizado, de fragilidades no sistema
educacional, relacionadas à formações preliminares deficitárias e de aspectos como
desinteresse, indisciplina e baixa autoestima por parte dos alunos. Dos vários
processos de formação do profissional da docência, tem-se um quesito que
extrapola o campo das teorias e das metodologias impessoais, a observação do
indivíduo dentro do coletivo. Professores e alunos têm funções sociais estabelecidas
dentro do espaço acadêmico, mas a forma de se utilizar das diferenças, potenciais e
choque de realidades podem gerar novas ideias e possibilidades voltadas à
transformação da realidade e à produção de conhecimento científico, mesmo em
contextos de limitações financeiras, que em alguns projetos podem ser superadas
pela criatividade e engajamento coletivo. A análise qualitativa e quantitativa
averiguada sugere a pertinência da discussão dessas dinâmicas da sala de aula e
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da relação do aluno com seu professor. A estrutura de ensino, observada nos dados
constates do questionário aplicado, demonstram, de forma qualitativa, como ocorre à
inserção do professor em seu espaço de trabalho, onde se percebe uma entrega da
parte do profissional e das instituições na produção e divulgação de conhecimento.
Grande parte dos problemas está na própria relação com os estudantes, e na
relação familiar encontrada, onde temas de moral, civismo e papel social não estão
atrelados ao indivíduo fora do espaço acadêmico, em seu espaço de vivencia
familiar. O professor encontra em seu espaço de atuação educacional, a demanda
de, além de desenvolver seu ramo específico de conhecimento, trazer aos
estudantes as dinâmicas sociais vigentes e conciliar ao espaço acadêmico, noções
de moral, ética, civismo, por meio de abordagens pedagógicas que reconheçam as
fragilidades dos processos educacionais e mediante ao diagnóstico obtido permitam
à estruturação e instituição de medidas comprometidas também com a formação do
indivíduo enquanto cidadão, respeitando as individualidades pertinentes e inerentes ,
sendo justamente essas que sinalizarão os pontos de intervenção.
REFERÊNCIAS BARREIROS, Jaqueline Lopes. Fatores que Influenciam na Motivação de Professores. Brasília. 2008. 105 f. Monografia (Graduação em Psicologia) – Faculdade de Ciências da Educação e da Saúde. HARRINGTON, C. Lee; BIELBY, Denise D. Uma perspectiva sobre fãs ao longo da trajetória de vida. Matrizes, São Paulo, V.10, nº 1, p. 29-55, jan./abr. 2016. LIMA, Sandra Vaz de. Fatores que interferem na aprendizagem. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/fatores-que-interferem-na-aprendizagem/4419/. Acesso em: 21 de Jun. 2016. PEZZINI, Clenilda Cazarin e SZYMANSKI, Maria Lídia Sica. Por Onde Andará o Desejo de Aprender dos Alunos? Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/853-4.pdf. Acesso em: 21 de Jun. 2016 SAEB. Questionário do Professor. Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/prova_brasil_saeb/questionarios/2013/questionario_professor.pdf . Acesso em: 11 de Jun. 2016.
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A VISÃO DE PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA SOBRE SITUAÇÕES CONSIDERADAS BULLYING NA ESCOLA
Guilherme Vitor Moreira Fialho – Graduando em Educação Física da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e Coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. André Salustiano Bispo – Bacharel e Licenciado em Educação Física, Mestre em
Ciências da Reabilitação, Professor e Coordenador do Curso de Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX;
Lucio Flávio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Érica Stoupa Martins - Graduada em Serviço Social. Especialista em Gestão de Recursos Humanos. Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade Vértice -
UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Visão; profissionais de Educação Física; Bulying; escola.
INTRODUÇÃO
Para Santos e Santos (2016) constitui-se em uma situação cotidianamente comum
na escola os alunos colocarem apelidos nos colegas, criarem estigmas,
discriminando-os por serem obesos, negros, pertencentes a camadas sociais mais
baixas, por diferirem na orientação sexual, na escolha religiosa, por pertencerem a
diferentes etnias, entre outros. Ocorre que, muitos educadores não se atentam a
isso, entendendo tais ocorrências como brincadeiras inocentes. Entretanto, é
fundamental compreender que brincadeiras habituais e saudáveis são aquelas em
que todos os participantes se divertem. Quando apenas alguns se entretêm às
custas de outros que sofrem isso assume outra conotação (SILVA, 2015),
atualmente nomeadas como bullying. Assim, para os que passam por tais
circunstâncias, isso é algo muito mais sério, algumas vezes até trágico. Os motivos
que levam a esse tipo de violência, o bullying, são diversos e estão relacionados
com as experiências que cada ser humano tem em sua família e/ou comunidade
(SANTOS e SANTOS, 2016). Segundo Souza e Almeida (2011) o Bullying é um
termo utilizado para definir uma situação antiga que durante muito tempo não era
percebida como algo preocupante, até que, em torno dos anos de 1970 emergiu na
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Suécia, amplo interesse da sociedade pelos problemas provenientes de agressores
e de vítimas nas escolas. No Brasil foi a Associação Brasileira Multiprofissional de
Proteção à Infância e a Adolescência - ABRAPIA, a pioneira em desenvolver entre
os anos de 2000 a 2004 um estudo, que apontou como resultados que 40,5% dos
alunos admitiram estar envolvidos em situações de Bullying, revelando também que
este fenômeno se faz presente com índices superiores aos países europeus
(QUINTANILHA, 2011). Os danos causados pelo Bullying são os mais variados
possíveis e depende de cada indivíduo afetado, da sua experiência, sua estrutura,
sua predisposição genética, além da forma e da intensidade da agressão. Mas,
todos que sofrem com esses ataques carregaram as consequências para toda sua
vida e precisarão de apoio profissional para lidarem e superarem esses conflitos
internos (SILVA, 2010). Essas marcas acarretadas pelo fenômeno Bullying nas
escolas podem ser evidenciadas pelos prejuízos em aspectos essenciais à
realização na vida, problemas para lidar com perdas, dificuldades nas relações
pessoais, tanto familiares como sociais e, até mesmo, no desempenho profissional
(NIKODEM e PIBER, 2011). Com base no crescente índice de Bullying nas escolas
e das consequências desse fenômeno para o desenvolvimento dos alunos e no
convívio social em geral, definiu-se o objetivo deste estudo: identificar a visão de
profissionais de Educação Física sobre situações consideradas Bullying na escola.
Com este estudo pretendemos contribuir, para a ampliação do conhecimento a
respeito do tema investigado e para a conscientização da sociedade, notadamente a
comunidade escolar, para a necessidade de intervenções adequadas nas situações
de Bullying ocorridas no âmbito da referida Instituição.
METODOLOGIA
A coleta de dados desta pesquisa descritiva foi realizada no mês de maio de 2016
através de um questionário semiaberto aplicado a 8 professores de Educação
Física, que correspondem a todos os profissionais dessa área atuantes nas escolas
da zona rural e urbana do Município de Pedra Bonita – MG. Segundo Gil (2010) a
pesquisa descritiva tem como objetivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenômeno a fim de levantar as opiniões, atitudes e
crenças do grupo pesquisado. O instrumento de coleta de dados foi organizado
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pelos próprios pesquisadores e contém 11 perguntas, 2 de identificação do
profissional, 6 de múltipla escolha e 3 abertas, a fim de entendermos como os
profissionais de Educação Física estão percebendo as situações de Bullying na
escola. A participação dos professores de Educação Física foi realizada mediante
aceitação voluntária, com assinatura do Termo de Consentimentos Livre e
Esclarecido (TCLE), depois de informado. Para resguardar a identidade dos
pesquisados foram utilizados nomes fictícios. Os aspectos éticos serão baseados na
Resolução 466/2012 que aprova diretriz e normas regulamentadoras de pesquisas
envolvendo seres humanos (CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE, 2012).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados e discussões se encontram em andamento. Apresentam uma etapa
quantitativa, organizada através de gráficos, e outra descritiva, estabelecida com as
falas dos entrevistados. No entanto, em função de restrições da modalidade de
resumo optou-se por uma breve descrição dos resultados. Eles evidenciam que a
maioria dos profissionais ainda está em fase de adaptação no seu campo de
atuação. Como consequência deste fator, é provável que não possuam experiência
necessária para lidar com situações das quais não estavam habituados, ou talvez
não foram submetidos a uma preparação adequada, para tratar determinados fatos
que possam levar a alguma situação de bullying. Esta perspectiva fica evidente se
analisarmos a postura e o comportamento do professor diante de tais situações. O
estudo contribuiu na determinação dos tipos e focos do bullying na escola e na
identificação da postura dos professores e responsáveis, no que diz respeito ao
controle e coibição do bullying. Contudo, se faz necessária uma avaliação mais
profunda, dos aspectos que motivam os alunos a cometerem tais atos e uma
discussão sobre quais providências e metodologias poderiam empregar-se para
amenizar a ocorrência do fenômeno. Como os resultados e discussões estão em
andamento, ainda não é possível elaborar as considerações finais.
REFERÊNCIAS GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2010.
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NIKODEM, Samara; PIBER, Lizete Dieguez. Estudo sobre o fenômeno Bullying em escolas de ensino fundamental e médio da região noroeste do RS. Vivencia-Revista Eletrônica URI. v. 7, n .12: p.105-121, maio de 2011. QUINTANILHA, Clarissa Moura. Um olhar exploratório sobre a percepção do professor em relação ao fenômeno bullying. São Gonçalo, 2011. 68(f.). Monografia de graduação, (formação de professores). Curso de Pedagogia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. SANTOS, Felipe Luna Alves dos; SANTOS, Lourdes Rosalvo da Silva dos. Bullying na escola. Disponível em: http://anaisonline.uems.br/index.php/semex/article/viewFile/534/536. Acesso em: 20.Maio.2016. SILVA, Ana Beatriz Barbosa, Bullying: cartilha 2010 – Projeto Justiça nas Escolas. Brasília DF: CNJ, 2010. SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying: mentes perigosas na escola. 2.ed. São Paulo: Globo, 2015. SOUZA, Christiane Pantoja de; ALMEIDA, Léo César Parente de. Bullying em ambiente escolar. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.7, n.12; 2011, 179-190.
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O EMPREENDEDORISMO E SUA IMPORTÂNCIA PARA OS PEQUENOS NEGÓCIOS
Denise Moreira da Silva – Graduanda do curso de Administração da Faculdade Vértice, UNIVÉRTIX.
José Jerônimo Leite da Silva - Graduando do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Vértice, UNIVÉRTIX.
Clésio Gomes de Jesus – Professor da Faculdade Vértice, UNIVÉRTIX.
PALAVRAS- CHAVE: empreendedorismo; pequenas empresas; mudanças.
O termo empreendedorismo foi usado inicialmente como objetivo de melhorar as
relações do homem com outro homem e do homem com a natureza, com o intuito de
caracterizar ações, ou seja, o homem por natureza seria um ser empreendedor e
esse conceito passaria a fazer parte da índole humana (DOLABELA, 2006). O
empreendedor é aquele que realiza verdadeiras mudanças e inovações no
mercado, é capaz de introduzir ideias novas e isso faz com que identifique situações
de oportunidade de negócios até antes não identificadas (DOLABELA,
2006).Segundo Degen (2009), como as escolas americanas e francesas dizem
entrepreuner e entreprendre, respectivamente é ser empreendedor, é ser agente ou
seja “intermediário”. Empreender vai além dos negócios internos de um comércio, é
ter visão aberta para novas oportunidades, é enxergar um mercado inovador com
ideias inovadoras, é capaz de arriscar com responsabilidade e criar expectativas, o
empreendedor, é o que faz a diferença. É ele o profissional que imagina, desenvolve
e realiza visões (FILION e DOLABELA, 2000).Através deste estudo apresentaremos
a influência do empreendedor e sua importância nos comércios ou seja nos
pequenos comércios da cidade de Matipó, verificando suas habilidades em gerir
seus negócios, analisando a capacidade de empreendedorismo. A capacidade de
atrair a atenção dos clientes, e de reconhecer o mercado público como um
ambiente de grande significância no cotidiano de nossa cidade, traduz a cultura da
nossa região, o bom empreendedor sabe aproveitar oportunidades de época como
as festas tradicionais e os eventos culturais que acontecem para ampliar o seu
empreendimento, os comércios locais possuem acesso de clientes de todas as
classes sociais (PINTAUDI, 2006).Portanto o mercado de nossa cidade hoje se
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revela como oportunidade de negócio, do ponto de vista empreendedor, para os
locatários e para a cidade, pois atende necessidades básicas e de lazer. Entender
como os empreendedores se articulam entre os momentos de alto e baixo nos
pequenos negócios da cidade, é que justifica a aplicação desse estudo.As pessoas
podem ser empreendedoras por instinto ou podem desenvolver características
empreendedoras? É possível aprender a ser empreendedor? É fundamental para o
empreendedor, a inovação, a criação de algo novo e diferente, em termos de
produto, serviço ou tecnologia. Ou até mesmo, uma forma renovada e única de
apresentar os já conhecidos produtos e serviços, é o que se entende por “reinventar
o já conhecido” (DRUCKER, 2003). Sendo assim, o empreendedor passa a estar
associado ao desenvolvimento econômico, à inovação e ao aproveitamento de
oportunidades de negócios (SCHUMPETER, 1988). São objetivos deste trabalho:
identificar as principais características empreendedoras; entender a ação do
empreendedor e sua importância nos pequenos negócios e investigar a atuação do
empreendedor como articulador de seus negócios em momentos crises. Este estudo
será realizado através de pesquisa exploratória bibliográfica, que serão utilizados
obras já realizadas como artigos científicos, e para complementação do estudo uma
pesquisa semiestrutura com caráter qualitativa. Para Malhotra (2001), a pesquisa
exploratória pode ser usada, para desenvolver uma abordagem do problema entre
outras finalidades e obter critérios que serão usados para a mesma. Segundo Gil
(2008), a pesquisa exploratória tem como objetivo levar o pesquisador a se
aproximar do assunto até então pouco conhecido e explorado por ele. A pesquisa
exploratória constitui o primeiro estágio de toda pesquisa científica, que faz com que
o pesquisador tenha uma maior identificação com o problema, na qual se faz
necessária a pesquisa bibliográfica. Segundo Gil (2007) e Vergara (2005), a
pesquisa bibliográfica é essencial para o desenvolvimento de qualquer pesquisa,
pois sempre haverá obras relacionadas à pesquisa com abragência ao tema
estudado, mesmo que o tema à ser pesquisado tenha sido pouco explorado e
possua poucas referências até o momento. O estudo de caso será a extensão e
aplicação do aprendizado adquirido através das pesquisas bibliográficas para que ao
final do estudo esteja clara a importância do empreendedor para as empresas de
pequeno porte. O presente trabalho encontra-se em andamento.
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REFERÊNCIAS
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ARTIGOS
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A IMPORTÂNCIA DO GERENTE NA LIDERANÇA DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE NA
ZONA DA MATA-MG
Luciana Aparecida Santos Moreira Morais Graduanda em Administração. Faculdade Vértice - UNIVÈRTIX.
Jaqueline Conceição Leite – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em Controladoria e Finanças. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
RESUMO Em meio ao cenário de instabilidade econômica e competitividade no mercado, é perceptível a relevância de uma boa influência do gerente proprietário para com os colaboradores em micro e pequenas empresas. Consentir seu papel como líder torna-se imprescindível para que, através de sua imagem, da participação nas rotinas empresariais, respeito, responsabilidade e confiança, ele possa inspirar os trabalhadores para juntos alcançarem resultados que contribuirão para o crescimento empresarial e, por conseguinte na vida profissional dos mesmos. A pesquisa teve como objetivo geral conhecer a essencialidade da liderança nas pequenas empresas e como objetivo especifico: identificar a importância do comportamento do gerente como líder no ambiente organizacional. A estrutura proposta para elaboração deste estudo quanto ao tipo, foi a pesquisa descritiva e exploratória, por meio da técnica do estudo de caso, o instrumento de coleta de dados foi questionário com a abordagem quantitativa dos dados. Assim pôde ser analisado e discutido os dados, percebendo que o gerente ratifica seu caráter como líder, possibilitando a empresa o cumprimento de sua função social, infundindo o contentamento e desenvolvimento dos colaboradores. PALAVRAS-CHAVE: Liderança; Gestão; Micro e Pequenas Empresas. INTRODUÇÃO
Atualmente os líderes têm enfrentado vários desafios como: competitividade,
avanços tecnológicos, instabilidade econômica, mudança no ambiente
organizacional entre outros. Em meio a esse cenário a relação do líder com os
liderados torna-se importante para o desenvolvimento de suas atividades pois são
os colaboradores, os defensores e modeladores da cultura e do desempenho
organizacional.
A liderança maximiza as contribuições do pessoal e, em uma empresa
pequena lhe permitirá competir eficazmente no mercado. Embora concorrentes
maiores possam ter vantagens devido aos recursos econômicos à sua disposição,
eles não têm, necessariamente, uma vantagem em seus métodos de liderança.
Criando um ambiente que inspire entusiasmo, o líder de uma pequena empresa
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pode obter o melhor de seu pessoal e também oferecer uma forte persuasão aos
empregados prospectivos. (SLIVNIK, 2012)
Bennis (1998) citado por Lacombe (2005, p. 208) afirma que:
Administrar é assumir responsabilidade, fazer acontecer, liderar é influenciar, guiar na direção. Para ele, o líder opera sobre os recursos emocionais e espirituais da organização, sobre seus valores, comprometimento e aspirações. Em contraste, o administrador opera sobre os recursos físicos da organização, sobre seu capital, habilidades humanas, matérias-primas e tecnologia. O gerente administra; o líder inova. O gerente focaliza em sistemas e estruturas; o líder focaliza-se nas pessoas. O gerente apoia-se no controle; o líder inspira confiança. O gerente pergunta como e quando; o líder pergunta o quê e por quê. O líder se preocupa com a eficácia, o administrador tende a se preocupar mais com a eficiência.
Desse modo a pesquisa tem a seguinte questão: o gerente proprietário
assume seu papel de líder para desenvolver a influência e a satisfação dos
colaboradores dentro da empresa?
Esse trabalho tem por objetivo geral conhecer a essencialidade da liderança
nas pequenas empresas. E como objetivo especifico identificar a importância e
influência do comportamento do gerente como líder no ambiente organizacional.
Com esse estudo pretendemos contribuir para análise dos gestores das micro
e pequenas empresas, quanto a importância da influência do líder no
comportamento dos colaboradores.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As micro e pequenas empresas são classificadas por meio de variáveis
quantitativas e qualitativas conforme os parâmetros determinados para tais. Estes
parâmetros são definidos de acordo com os fatores que reconstroem os ideários
sobre micro e pequenas empresas. Apesar das descrições convencionais de
definições, a caracterização torna-se problemática devido a insuficiência de
estabelecer categorias apropriadas e as diversidades de organizações. Entretanto o
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) adota como
critérios para essa definição o número de colaboradores dentro da organização e de
contrapartida o Governo Federal adota o valor bruto do faturamento anual da
empresa (VIAPIANA, 2001).
Independente de como as micro e pequenas empresas são caracterizadas, é
relevante apontar sua participação significativa na sociedade. As empresas de
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pequeno porte são representadas em 99,6% das empresas existentes no país, tendo
como as empresas que mais gera empregos, distribuição de renda e força
expressiva na economia nacional (NOGUEIRA, 2013).
No mundo sempre existiu pessoas que conseguiram influenciar o
comportamento de outras pessoas, apontando os melhores caminhos para se
alcançar um objetivo. Nos eventos decisivos da história como guerras, conflitos e
revoluções, muitos líderes tiveram seu papel fundamental em guiar pessoas a
realizar várias ações (MAXIMIANO, 2000).
O processo de liderança sempre esteve, e esta, presente no compasso social
da história da humanidade como: família, religião, amizade, dentre outros. Com o
passar do tempo esta área foi sendo um tema de grande interesse entre
pesquisadores e estudiosos (CHIAVENATO, 2004).
Nas organizações, a influência exercida pela liderança começou a corroborar
com a teoria das Relações Humanas que enfatiza uma nova visão sobre a natureza
do homem, destacando – o na sociedade como um ser dotado de necessidades
distintas que pode se alterar e gerar outras após estas satisfeitas, e essas
necessidades podem ser um meio de motivar o comportamento do indivíduo
(CHIAVENATO, 2003).
Para que a liderança seja mais bem compreendida, é necessário apreender
seu conceito, uma vez que é mais fácil identificar um indivíduo como líder do que
definir liderança, pois, há muitas concepções a respeito da mesma. Maximiliano
(2000, p. 387) afirma esse relato registrando que “não apenas é difícil definir
liderança, como também o conceito varia de pessoa para a pessoa, de grupo para
grupo, e de situação para situação. ”
Para Drucker (2003), mencionado por Krames (2010, p. 111), liderança é
mais do que influenciar pessoas e grupos, para ele “liderar é ampliar a visão para
horizontes mais abrangentes, é elevar o desempenho dos outros a padrões mais
elevados, é desenvolver a personalidade dos liderados além das limitações que eles
têm. ”
Chiavenato (2003) relata que a liderança pode ser visualizada como um
processo redutor de indecisões de um grupo, pois o líder é identificado como agente
capacitado para conduzir o grupo a tomarem rumos certos para o sucesso no
resultado. No entanto, analisa – se três fatores básicos comuns em relação a metas,
grupos e influencias.
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A liderança é conhecida como a habilidade de influenciar o comportamento e
a mentalidade de outras pessoas ou grupos de modo que os mesmos queiram lutar
por aspirações compartilhadas. Ela é essencial em todo tipo de organização, e para
que haja uma liderança eficiente o líder deve ter ciência da natureza humana e
saber conduzir seus liderados (MAXIMIANO, 2011).
Nas empresas, o papel da liderança pode variar conforme seu porte. Nem
sempre o fundador consegue ser um bom gerente ou um bom líder, para tanto o
gerente proprietário precisa ter sua postura e caráter para assumir o seu papel e
desenvolver a organização, tendo um bom recrutamento de colaboradores e
conhecendo-os para criar um relacionamento afetuoso que lhe permita influenciar os
mesmos (LONGENECKER, 2011).
As principais teorias que fundamentaram este estudo foram baseadas em
Chiavenato (2004) o qual considera as Teoria de Traços de Personalidade, Teoria
de Estilos de Liderança e Teoria Situacional.
De acordo com Chiavenato (2004, p.102) “ um líder deve inspirar confiança,
ser inteligente, ser perceptivo e decisivo para ter condições de liderar com sucesso”.
Para tanto a teoria de traços focaliza seus estudos na personalidade do líder como:
traços físicos, intelectuais, sociais e outros.
Contudo não se pode comprovar que específicos traços de personalidade
podem garantir uma liderança eficaz, mas, pode ocorrer a caracterização de traços
eficientes para uma boa liderança de modo que o líder seja diferenciado de outras
pessoas; pois pode existir indivíduos com os mesmos traços mais que não se
tornarem líderes (MAXIMIANO, 2012).
Foram realizados pesquisas e estudos sobre as qualidades que distingue a
personalidades para identificar os líderes, e chegou-se a suposta conclusão que os
traços pessoais mais expressivos difere de líderes mais ativos que outros e podem
influenciar o surgimento de uma liderança mais não identificar o líder eficaz e de
sucesso (NOGUEIRA, 2013)
A teoria situacional aborda a liderança em um argumento mais extenso e um
preceito de que não existe um estilo de liderança específico para todas as
circunstâncias, pois, cada situação requer um posicionamento do líder de modo que
tanto o líder quanto os liderados atinjam a eficiência e a usem para alcançar sucesso
na organização (CHIAVENATO, 2004).
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A flexibilidade na liderança situacional, implica que o líder deve adaptar seu
comportamento para determinadas situações, pois, ele é a referência de eficiência
para seus liderados. Para tanto Chiavenato (2001, p. 164) deduz que, “ para
escolher o padrão de liderança a adotar em relação aos subordinados, o
administrador deve considerar e avaliar três forças que agem simultaneamente, a
saber: ”
Fonte: Chiavenato (2001, p.164).
O comportamento que o líder assume enquanto orienta seus liderados em
uma organização a fim de alcançar resultados, é chamado de estilos de liderança.
Esse comportamento que estabelece uma conexão entre o líder e seus
colaboradores de forma que se sejam encorajados a alcançarem metas na
organização (CERTO, 2003).
Contudo, a abordagem de estilo de liderança estuda o modo de como o líder
se relaciona com seus subordinados. Esse comportamento pode ser classificado em
três estilos que são: liderança autocrática, democrática e liberal. A liderança
autocrática é aquela em que decisões são centralizada, ou seja, não é dada a
oportunidade dos subordinados expressarem suas opiniões. Neste estilo de
liderança, também chamado de autoritária, o líder foca nas tarefas a serem
realizadas. O estilo de liderança democrática, conhecida como liderança
participativa, a liderança é orientada por pessoas, onde o líder envolve os liderados
nos processos decisórios da organização e delega a autoridade para melhor
desenvolvimento das pessoas e/ou grupos. A liderança liberal, por sua vez, o líder
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não adota seu papel de líder nas tomadas de decisões, este evento fica a critério
dos subordinados (CHIAVENATO, 2001).
Um dos desafios da liderança é identificar qual estilo de liderança usar e em
qual situação, pois, no dia-a-dia de uma organização o líder pode usar os três estilos
de liderança, ora dando uma tarefa para ser executada, outrora consultando seus
liderados para obter uma decisão produtiva (CHIAVENATO, 2001).
Contudo, não existe estilo de liderança específico para cada organização. A
eficácia neste processo resultará no desenvolvimento da capacidade do líder de
analisar e avaliar o cenário organizacional e assumir o comportamento de liderança
ideal para o melhor desempenho da mesma (MAXIMIANO, 2012).
O comportamento do líder e do gerente tem sido estudado ao longo dos anos.
Admite-se que liderar e gerenciar são papeis fundamentais em uma organização e
um tanto díspares. A liderança está voltada para pessoas enquanto a gerência se
foca em sistemas e estruturas e os executivos modernos necessitam entender essa
diferença para que haja uma combinação eficiente dos dois papeis (CERTO, 2003).
A liderança é vista de forma distintas por estudiosos e cada um com uma
metodologia. Contudo, os conceitos a qual é empregado a liderança é similar ao
conceito de gerência. Analisando os diversos estudos nota-se uma certa diferença
entre as conceituações. A liderança e a gerência são essenciais em uma
organização pois, enquanto a gerência lida com a complexidade e recursos físicos
de uma empresa a liderança ocupa-se com a mudança, inovação e os recursos
humanos. Para tanto a liderança não substitui a gerência, mais sim a complementa
(ELGENNENI, 2010).
METODOLOGIA
Por meio da pesquisa pode-se chegar a uma extensão de descobertas,
conhecimentos e descobrir novos acontecimentos, para tanto Marconi e Lakatos
(2010, p. 139) afirma que pesquisa “ é um procedimento formal, com método de
pensamento reflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui no caminho
para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais. ”
A pesquisa incidiu na técnica de estudo de caso onde Gil (2010, p. 87)
assegura que este estudo “consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou
poucos objetivos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento,
tarefa praticamente impossível mediante outros delineadores já considerados. ”
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O estudo foi realizado através de pesquisa descritiva que visa descrever
fenômenos e identifica-los através de analises. Esse tipo de pesquisa permite que o
pesquisador obtenha um entendimento melhor do comportamento de diferentes
fatores que influenciam determinado acontecimento. E através da análise
exploratória que permite um relacionamento mais próximo entre o pesquisador e a
questão em pesquisa onde o mesmo irá levantar especulações aprofundada sobre a
causa da ocorrência de um determinado fato. (MARCONI; LAKATOS, 2010).
A empresa objeto do estudo, pertencente ao ramo de varejo, atua nesse
mercado desde 1976 procurando atender as necessidades dos clientes da melhor
forma, com boas mercadorias e excelência no atendimento. A organização conta
hoje com sete colaboradores: dois caixas e cinco vendedores. As operações
administrativas são realizadas pelo gerente-proprietário.
A coleta de dados foi realizada através de questionários aplicados aos
colaboradores nos dias 18 e 21 de setembro de 2015, onde os mesmos assinaram o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para concordância do uso de suas
opiniões e segurança de suas identificações. O questionário aplicado foi
reformulado e adaptado dos pesquisadores Bispo (2012) e Sousa (2013), que de
acordo com Gil (2010) é uma técnica em que os dados obtidos são alcançados de
maneira segura e convincente, procurando alcançar informações precisas e
relevantes para atingir os objetivos da pesquisa.
A abordagem utilizada para tratamento dos dados foi a quantitativa que,
condizente com Reis (2008), constitui na quantificação dos dados coletados por
meio da utilização de técnicas estatísticas, a abordagem tem como princípio garantir
resultados precisos evitando distorções na análise e interpretação.
Posteriormente o recolhimento dos questionários aplicados aos colaboradores
os dados foram tabulados e quantificados por meio de um dos programas do pacote
de computação office 2013, denominado Excel de modo que os dados consistissem
na apresentação em gráficos percentuais para melhor entendimento do que está
sendo apresentado.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A pesquisa teve como objetivo identificar a importância e influência da
liderança do proprietário como gerente conhecendo sua essência e como ela atua
dentro da organização; a questão proposta consiste em descobrir se o gerente
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proprietário adota sua postura de líder para promover a boa influência dentro da
empresa. Com a utilização dos instrumentos metodológicos foi possível atingir as
seguintes informações:
Dos entrevistados, 70% são do sexo feminino; as funções na empresa estão
distribuídas entre 5 vendedores e 2 operadores de caixa; estes colaboradores estão
na faixa etária de 18 a 30 anos; quanto ao grau de estudo, apenas um possui ensino
superior e os demais o ensino médio.
Foi questionado aos colaboradores como eles classificam o estilo de liderança
do gerente. Conforme demonstrado a figura 1, o estilo de liderança na visão de 57%
dos colaboradores é o democrático.
Figura 1 – Estilo de liderança, 2015.
Tonet et al (2012, p.52) afirmam que na liderança democrática ”o líder conduz
e orienta o grupo, e incentiva a participação de todos. ” Um líder democrático
permite a participação dos liderados nas tomadas de decisões e está sempre
disposto a ouvir os colaboradores, atingindo um grau de comprometimento
primoroso.
Percebe-se na demonstração dos resultados apresentados na figura 2, que
57% colaboradores classificam como boa a participação do gerente no
desenvolvimento das atividades diárias da empresa.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Autocratico Democratico Liberal
29%
57%
14%
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Figura 2 – Participação do gerente nas atividades nas atividades diárias,
2015.
Tejon (2006, p.82) afirma que “quando existe separação física entre as
hierarquias, o enfraquecimento torna-se inevitável”. A separação entre líder e seus
colaboradores é letífero para as organizações. Contudo, o gerente em seu papel de
líder deve interagir com sua equipe, mantendo um bom relacionamento e conhecer a
rotina dos mesmos, os incluindo nas decisões da empresa para que aumente seu
comprometimento com a mesma.
Longenecker (2011, p.328) confirma isso dizendo que “se a relação
empregador-empregado for boa, os funcionários de uma empresa pequena
desenvolverão sentimentos de lealdade pessoal para com o empregador”
Analisando a figura 3, pode – se afirmar que 71% dos entrevistados assegura
que o gerente demostra confiança na resolução de problemas dentro da empresa.
Figura 3 – Demonstração de confiança no gerente, 2015.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
bom muito bom regular ruim
57%
29%
14%
0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
sempre nunca ás vezes
71%
0%
29%
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Para Tonet et al (2012) não existe influência sem confiança, o alcance de
bons resultados na organização depende de um bom relacionamento e caráter para
que os empregados se sintam respeitados e confiantes em seguir seu líder.
Tejon (2006, p.34) afirma que o “ líder precisa ter em mente que sua função é
servir a equipe e cuidar bem dela”, ele deve sempre aprender e tirar lições de
situações difíceis, aprender e dedicar o atendimento aos liderados acreditando que
são capazes, encorajá-los a um trabalho satisfeito e motivado para que se sintam
parte da empresa.
Questionado aos colaboradores se sabem o lhe é esperado pela gerencia,
43% dos colaboradores sempre sabem, ou sabem com frequência,
Conforme Slivnik (2012) bons líderes são capazes se expressar de forma
plena e sabem o que querem e porque querem transmitindo isso aos seus
colaboradores eficazmente e obtendo o apoio e colaboração dos mesmos.
A figura 4 denuncia que o feedback é apresentado aos colaboradores, porém
ás vezes, onde 71% dos entrevistados contesta isto.
Figura 4- Recebem Feedback do gerente, 2015.
De acordo com Maxwell (2012) o líder acredita e influencia a motivação e
libertação do potencial dos colaboradores fazendo com que eles acreditem em si e
naquilo que são capazes de fazer. Conforme Russo (2013, p.27), ”o momento de
feedback não é apenas para falar, mas também para ouvir”. Para ele muitos líderes
apresentam feedback sem nenhum preparo e acabam gerando conflitos por querer
exacerbar com os colaboradores onde ele precisa apenas ter uma conversa plácida
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
raramente às vezes comfrequencia
sempre
0%
71%
14% 14%
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para indicar a eles o que está bom e o que não está, de forma a avigorar ar
autoconfiança e colaborar com os mesmos para que suas competências sejam
ampliadas para um desenvolvimento eficiente das atividades dentro da empresa.
Quanto à existência de uma relação de respeito por parte do gerente para
com os colaboradores, 71% dos entrevistados concorda e 29% concorda
parcialmente
Segundo Hunter (2006) uma boa liderança exige vários fatores que a torna
excelente, uma delas é o respeito. Este fator é uma via de mão dupla, em que
apresentando o respeito em ambas as partes envolvidas a organização terá um
ambiente de trabalho harmonioso, saudável e determinação no desenvolvimento das
atividades.
Em relação ao envolvimento do gerente na solução problemas apresentados
pelos clientes, 86% concordam com essa afirmativa.
A figura 5 demostra sobre o auxílio do gerente na resolução de algum
problema difícil na empresa, percebe-se que 72% concordam, e 14% concordam
parcialmente ou são neutros.
Figura 5– Auxilio do gerente na resolução de problemas na empresa, 2015.
Tonet et al (2012, p. 33) afirmam que cabe ao líder “ ser uma presença viva
na organização, de tal forma que todos se sintam seguros e confiantes porque ele
está por perto”. Segundo os mesmos autores no cenário atual as pessoas precisam
ser compromissadas com a empresa e serem competentes pois, elas assumem a
responsabilidade de sus ações e de sua equipe e cabe ao líder assumir a
responsabilidade de tudo que sua equipe faz dentro da organização.
0%
20%
40%
60%
80%
concordo concordoparcialmente
não concordonem discordo
discordo emparte
discordo emparte
72%
14% 14%
0 0
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CONSIDERAÇÔES FINAIS
Através das resultados e discussões dos dados, concluiu-se que o gerente
proprietário tem papel de líder no desenvolvimento das rotinas e procura promover a
satisfação dos colaborares no ambiente de trabalho.
Atingiu-se os objetivos, pois, foi possível conhecer e identificar que mesmo
em pequenas empresas existe o líder.
Na empresa estudada, o líder foi considerado democrático, promovendo
influência direta nas atividades diárias desempenhadas, participando ativamente na
empresa, que pode representar um certo grau de comprometimento com as rotinas,
influenciando positivamente os colaboradores, sendo respeitoso, promovendo
feedbacks quando necessário, compartilhando seu conhecimento. Por meio dessas
vias lhe é possibilitado promover a segurança e a satisfação dos trabalhadores,
podendo assim influencia-los e levar à empresa a cumprir seu papel social,
possibilitando o atingimento de metas e objetivos, atrelados à missão e visão da
empresa.
Pôde-se concluir ainda, que para uma liderança ser significante e consistente,
vários fatores importantes têm que ser considerados. Dentre eles o bom
relacionamento no ambiente organizacional, pois, através deste relacionamento é
gerado o vínculo importante e necessário para influenciar os colaboradores, o qual
seja, a confiança.
Apesar de satisfatório os resultados obtidos, recomenda –se que sua
participação do gerente e a contribuição com o conhecimento seja mais frequente,
visto que, 14% dos entrevistados classifica como regular e contribui muito pouco,
respectivamente. Recomenda-se, também, que a confiança demostrada na
resolução de problemas seja expressada com mais solidez para continuar
influenciando positivamente os colaboradores obtendo assim, mais
comprometimento.
REFERÊNCIAS
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PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO: AUTONOMIA OU DEPENDÊNCIA FRENTE AO PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO?
Mariana Bifano Toledo – Graduanda em Direito. Universidade Federal de Viçosa -
UFV. Carlos Eduardo Toledo - Graduado em Educação Física. Especialista em Saúde
Pública. Professor da Faculdade Vértice - UNIVERTIX. Renata de Abreu e Silva Oliveira - Licenciada em Letras. Especialista em Língua
Inglesa. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Renata Pessoa Bifano - Licenciada em Matemática e Física. Mestre em
Matemática. Especialista em Física. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
RESUMO No que diz respeito aos princípios do Direito Ambiental, é possível afirmar que suas finalidades são predominantemente preventivas, vez que são, em regra, voltadas para o momento anterior ao da ocorrência do dano. Dado este pressuposto, o presente artigo visa analisar as divergências doutrinárias a respeito da existência e da autonomia do Princípio da Precaução, e, em decorrência destas teorias, opta por adotar àquela que defende a distinção deste em relação ao Princípio da Prevenção, afirmando que a diferença está na certeza científica ou não da ocorrência dos danos. O presente artigo, como dito, defende que há a autonomia do Princípio da Precaução em relação ao Princípio da Prevenção, apesar de haver uma interligação necessária entre eles, e para fundamentar esta tese, foi utilizado um “leading case” - precedente jurisprudencial relevante - do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que adotou a corrente da emancipação do Princípio da Precaução frente ao Princípio da Prevenção para proteger a zona de amortecimento, da área de conservação ambiental do Parque Ecológico do Rio Cocó, localizado em Fortaleza, Ceará. PALAVRAS-CHAVE: direito ambiental; princípio da precaução; princípio da prevenção; autonomia; área de conservação ambiental.
INTRODUÇÃO
Os princípios são valores sociais, positivados ou não, que desempenham 4
(quatro) funções primordiais nos sistemas político-jurídicos, quais sejam, função
orientadora, já que norteiam a aplicação das normas; função interpretativa, pois
trazem valores que humanizam o conteúdo das normas; função supletiva, vez que
podem ser aplicados para complementar eventuais lacunas legais; e, função
vinculante, visto que todas as normas, inclusive as ambientais, para que se efetivem
de forma coerente, devem observar o teor dos princípios.
Estes valores sociais gozam de grande relevância no Direito Ambiental, e, por
este motivo, este artigo vem dar destaque a dois princípios ambientais,
precipuamente, ao Princípio da Precaução, e subsidiariamente, ao Princípio da
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Prevenção. O interesse por este tema surgiu dada a finalidade preventiva do Direito
Ambiental, que se preocupa muito mais com o momento anterior ao da ocorrência
do dano, do que com o posterior, já que, em regra, a degradação ambiental é
irreparável, ou seja, depois que ocorre, dificilmente haverá a possibilidade de
recuperação daquela área.
Com relação a estes princípios, este artigo tem como escopo realizar uma
análise a respeito do Princípio da Precaução - origem, presença nas legislações
brasileiras e divergências doutrinárias - posteriormente, visa realizar uma análise
comparativa entre este e o Princípio da Prevenção. E, por fim, será realizado um
exame de um “leading case” (precedente jurisprudencial relevante) do Superior
Tribunal de Justiça (STJ), qual seja, o AgRg na SS 2333 CE 2010/0027414-0, para
ilustrar e servir como fundamento para posição doutrinária aqui defendida.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Por muito tempo, a “verdade” comprovada cientificamente era a única base
para fundamentar a ilegitimidade da intervenção humana na natureza. Porém, em
meados do século XX, essa ideia foi deixando de ser a única, e alguns teóricos
começaram a trabalhar com medidas de precaução. Porém, foi apenas em 1970,
que o Direito Alemão delineou o Princípio da Precaução (“Die Vorsorgeprinzip”),
através da Lei de Proteção das Águas, que visava prevenir determinadas áreas de
danos futuros, mesmo que os riscos destes danos nem fossem atuais.
Esse princípio, por sua vez, somente veio a ser consagrado
internacionalmente pela Convenção Quadro das Nações Unidas, assinada em Nova
Iorque, em 1992, e, posteriormente, no Preâmbulo da Convenção da Diversidade
Biológica, assinada neste mesmo ano, no Rio de Janeiro. Ambos dispositivos vieram
elucidar claramente o Princípio da Precaução, afirmando que a falta de certeza
científica não poderia servir de argumento para a diminuição da proteção ambiental.
Todavia, foi com a Declaração do Rio Janeiro, oriunda da Conferência das
Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), de 1992,
que esse princípio veio tomar suas formas, “emancipando-se” - guardadas as
divergências - em relação ao Princípio da Prevenção, conforme pode ser observado
no Princípio 15 da CNUMAD:
Princípio 15 - De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. E quando houver ameaça de danos sérios ou
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irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental.
A partir desta previsão, o Princípio da Precaução veio a surtir efeitos em
âmbitos mundiais, consagrando a ideia de que quando houver incerteza científica a
respeito dos riscos ao meio ambiente, deverá prevalecer a proteção ambiental,
havendo assim, a inversão do ônus da prova - in dúbio pro ambiente -, cabendo ao
empreendedor provar a inexistência de risco significativo ao meio ambiente.
No que diz respeito ao ordenamento brasileiro, as premissas para a adoção
do Princípio da Precaução começaram a se desenvolver com a aprovação da Lei
6.938/81 (Lei da Política Nacional do Meio Ambiente), que dispôs em seu artigo 4º, I
e IV1, algumas de suas finalidades. Este artigo veio a incentivar os estudos
direcionados à proteção ambiental, utilizando por base o conteúdo do Princípio do
Desenvolvimento Sustentável, além de, implicitamente, utilizar dos alicerces do
Princípio da Precaução para fortalecer a ideia de que os bens ambientais são
limitados, e por isso, nós humanos devemos utilizá-los de forma racional e
sustentável, para que assim haja permanente disponibilidade de recursos.
Posteriormente, surgiu a Resolução nº 001/1986 do Conselho Nacional do
Meio Ambiente (CONAMA), que definiu em seu art. 6º, II2, a necessidade de estudo
preventivo de impactos ambientais. Ao prever este procedimento de prévia avaliação
face à incerteza do dano decorrente de um empreendimento, nota-se, claramente, a
preocupação do CONAMA com os possíveis danos irreversíveis decorrentes de
certas atividades humanas. Novamente, de forma tácita, tem-se a presença do
Princípio da Precaução, pois quando se trabalha com a imperatividade da realização
de um estudo, é porque há uma presunção “pró-ambiente”, ou seja, só comprovando
que a atividade não gerará danos futuros, que esta poderá ser implementada.
1 Art 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais; 2Artigo 6º - O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as seguintes atividades técnicas: II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais.
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Contudo, apenas com a Constituição da República Federativa do Brasil de
1988 (CRFB/88), com referências subentendidas, que esse princípio veio a tomar
formas constitucionais. No art. 225, § 1º, IV e V3, a Carta Magna ressaltou a
necessidade de tomar medidas precavidas em relação ao risco de dano, para que
assim fosse garantida uma hígida qualidade de vida, em tempos atuais e futuros. E,
com a emenda constitucional de 2003, no art. 170, inciso VI4, foi positivado, com
maior rigor, a necessidade da atuação preventiva. E como forma de incentivo, este
artigo garantiu tratamento diferenciado àqueles empreendimentos que gerassem
menor impacto ambiental.
Porém, expressamente, ainda não havia sido introduzido o Princípio da
Precaução no ordenamento nacional, sendo apenas com a Lei 9.605/98 (Lei dos
Crimes Ambientais) que o termo “precaução” foi citado pela primeira vez. O artigo
545 desta lei, em seu parágrafo 1º, inciso IV, foi o pioneiro a se referir à elucidada
expressão, determinando a punição daqueles que não empregassem medidas de
precaução, em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível (ou seja, quase
todos, pois, em regra, todo dano ao ambiente é irrecuperável).
Diante do conceito advindo do Princípio 15 da CNUMAD, alguns autores,
trabalhando com mesma linha de raciocínio, vieram a tecer considerações a respeito
do Princípio da Precaução. Oliveira, por exemplo, destaca que:
No princípio da precaução o que se configura é a ausência de informações ou pesquisas científicas conclusivas sobre a potencialidade e os efeitos de uma intervenção no meio ambiente. Tem-se aqui a incerteza científica, a incerteza sobre os efeitos do dano potencial6. (OLIVEIRA, 2009, p. 46)
3 Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; 4 Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração; 5Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível. 6OLIVEIRA, Fabiano Melo Gonçalves de. Difusos e coletivos: direito ambiental. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009, p. 46.
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Nota-se, com base no conceito supratranscrito, que a grande preocupação
com o meio ambiente, que restou por consolidar a necessidade do Princípio da
Precaução, se deu por dois formidáveis motivos, quais sejam, de que os danos
ambientais são irreparáveis e de que o desenvolvimento deve ser sustentável, não
podendo gerar qualquer perigo às gerações futuras. Explica-se.
Inicialmente, em relação ao primeiro motivo, sabe-se que é basicamente
impossível identificar todos os prejuízos e consequências decorrentes das atividades
humanas na natureza, assim, por existir esta dificuldade de diagnóstico, não é
possível que se repare, de forma integral, todos os danos que vierem a ser
causados pela ação humana. Ou seja, toda vez que ocorre um dano ambiental, o
retorno ao status quo ante se torna impraticável, justificando assim, a existência do
princípio em questão, pois ele ao proteger o meio ambiente até mesmo dos
eventuais riscos de dano, está precavendo o ecossistema de possíveis degradações
ambientais irreversíveis.
O segundo motivo, diz respeito ao fato de que o Princípio da Precaução está
intimamente ligado ao Princípio do Desenvolvimento Sustentável, no qual prevê a
sustentabilidade ambiental, protegendo assim o ambiente, não apenas de riscos
atuais decorrentes de certas atividades humanas, mas também dos riscos
eminentes, para que assim seja possível afastar o perigo e assegurar a existência
de gerações futuras. Deste modo, pode-se afirmar que agindo de forma precavida
há maior probabilidade de garantir a continuidade da existência do homem.
Freitas Martins7, por sua vez, também contribui, defendendo que o conteúdo
do Princípio da Precaução gira em torno de sete efeitos. O primeiro é de que quando
há ameaça de dano, é necessário que se tome providências preventivas no intuito
de impedir que este ocorra, mesmo que ainda não existam provas científicas quanto
ao nexo de causalidade entre a conduta e o possível dano.
O segundo e terceiro efeitos são interdependentes. Referem-se à
possibilidade de inversão do ônus da prova, em benefício do meio ambiente,
cabendo àquele que queira desenvolver determinada atividade, provar que aquela
não gerará riscos potenciais de dano. O quarto efeito, para Freitas Martins, é que
através do Princípio da Precaução há maior margem de proteção ambiental, vez que
7 MARTINS, Ana Gouveia e Freitas. p. 148.
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restringe a atuação humana, já que exige de meios técnico-científicos que
comprovem a não existência de riscos sérios ou irreversíveis.
O quinto efeito, é que esse princípio, de forma secundária, garante a criação
de métodos e técnicas operacionais mais limpas, já que ele ao agir de forma
preventiva e primária, faz com que o interessado em realizar determinada atividade,
invista em meios alternativos que tendem a gerar menor risco de dano.
Já o sexto motivo que justifica a existência do Princípio da Precaução, é que
através é criada uma margem aos sistemas ecológicos, de forma a garantir a
preservação da diversidade e dos sistemas que sustentam a vida na Terra. Por fim,
tem-se o último efeito defendido por Martins, qual seja, de que através do Princípio
da Precaução há o induzimento para que haja maior investigação científica e
realização de estudos mais complexos sobre os eventuais riscos de alguns
empreendimentos, para que assim, a presunção não ocorra em relação a atividades
humanas que não resultem em degradação.
Para findar as fundamentações teóricas, Leme Machado8 colabora ao trazer a
advertência de que a implantação do Princípio da Precaução não visa engessar as
atividades humanas, pois estas podem ser realizadas, desde que se reste provado
não serem danosas ao ambiente. Desta forma, pode-se afirmar que este princípio
visa, tão somente, a garantia da sadia qualidade de vida para toda a coletividade.
METODOLOGIA
O presente artigo trata-se de pesquisa bibliográfica, na qual foram utilizados
diversos artigos, doutrinas e jurisprudências para sua concretização. Os métodos
utilizados foram o histórico e o comparativo. O primeiro para analisar o contexto
histórico do princípio da precaução, investigando, assim, seu processo de
construção, desde sua formação até sua previsão expressa em textos legais, para,
desta forma, comprovar a tese defendida neste artigo. Quanto ao segundo método,
este foi utilizado para atingir, de fato, a proposta deste trabalho, qual seja, identificar
se o princípio da precaução é autônomo frente ao princípio da prevenção, e, para
isso foram realizadas comparações entre estes dois princípios, utilizando das teorias
dos principais doutrinadores da área ambiental, na busca de averiguar suas
8MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 9. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2001.
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similitudes e divergências, para, enfim, identificar se são princípios independentes
ou se um é mera espécie do outro.
Por fim, foi realizado um estudo de caso, baseado na jurisprudência do STJ,
qual seja, o AgRg na SS 2333 CE 2010/0027414-0, para demonstrar, a tese deste
artigo, qual seja, a de que o princípio da precaução é autônomo ao da prevenção.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A aplicação dos princípios do Direito Ambiental se faz imprescindível para que
haja a melhor proteção ao meio ambiente, e por consequência, para que haja maior
garantia de qualidade de vida para a população no geral, e até mesmo para
gerações futuras. No que concerne aos princípios que são objetos do nosso estudo
em questão, quais sejam, os Princípios da Prevenção e da Precaução, é importante
frisar que até aqui, não foram realizadas distinções entre eles, restando por
identificar o histórico e considerações sobre o Princípio da Precaução.
Porém, existem inúmeras divergências doutrinárias quanto a estes dois
princípios, e essas são o enfoque principal deste capítulo. Pois bem. Os doutrinares
filiados a primeira corrente, nem mesmo consideram a existência do Princípio da
Precaução no rol dos princípios do Direito Ambiental, e, por isso preferem por não
fazer referência a tal princípio em suas obras. Existem doutrinadores importantes
que coadunam com essa corrente, quais sejam, José Afonso da Silva e Toshio
Mukai, e eles consideram que o Princípio da Prevenção abrange qualquer hipótese
em relação à necessária cautela que se deve ter quanto aos bens ambientais.
Porém, vale considerar, que esta teoria está cada vez mais em desuso, vez
que os próprios textos legais já estão fazendo referência direta ao Princípio da
Precaução. Assim, fechar os olhos para uma dada realidade não é a melhor maneira
de se discutir um princípio, e é partindo deste pressuposto que a maioria da doutrina
contemporânea opta por não ser omissa quanto a este ponto, preferindo por discutir
a (des)necessidade de haver o Princípio da Precaução.
A segunda corrente, por sua vez, tem mais adeptos que a primeira. Esta
defende a existência do Princípio da Precaução, porém, discorda em relação à
necessidade deste, por acreditar que o Princípio da Prevenção, por ser gênero,
englobaria o da precaução, por este ser mais específico. Dentre os diversos autores
que são filiados à essa teoria, podemos citar de forma exemplificativa, Celso Antônio
Pachêco Fiorillo, Edis Milaré e Luís Paulo Sirvinskas. Vale ressaltar que estes
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autores, apesar de tratarem o Princípio da Prevenção e da Precaução como
sinônimos, não desconsideram a existência de certas distinções entre eles. Eles
somente optam pela sinonímia por acreditarem que essas diferenças não são tão
relevantes e que ao se falar em prevenção, abarcaria ambos os princípios, pois o
primeiro engloba o conteúdo trazido no segundo.
Sirvinskas, autor de renome no Direito Ambiental, adota tal corrente e justifica:
A prevenção é gênero das espécies precaução ou cautela, ou seja, é o agir antecipadamente. Prevenção, como se pode notar, tem significado de antecipar ao fato. Já cautela significa a atitude ou cuidado que se deve ter para evitar danos ao meio ambiente ou a terceiros. O conceito de prevenção é mais amplo do que precaução ou cautela e abrange os dois9. (SIRVINSKAS, 2011, p. 106).
Édis Milaré, por sua vez, traz uma brilhante consideração a respeito da
distinção do Princípio da Precaução e da Prevenção, porém, esse autor também
acaba por adotar essa segunda corrente. Ele ensina que:
Percebe-se facilmente a distinção entre os princípios pela semântica, pois o vocábulo “prevenção” é substantivo do verbo prevenir (no latim prae = antes e venir = vir, chegar), tendo como significado o ato ou efeito de antecipar-se, chegar antes e isso induz uma conotação de generalidade, simples antecipação no tempo, é verdade, mas com intuito conhecido. Por sua vez, a palavra “precaução” é substantivo do verbo precaver-se (no latim prae = antes e cave = tomar cuidado), o que sugere cuidados antecipados com o desconhecido, cautela para que uma atitude ou ação não venha a concretizar-se ou a resultar em efeitos indesejáveis. A diferença etimológica e semântica (estabelecida pelo uso), sugere que prevenção é mais ampla do que precaução e que, por seu turno, precaução é atitude ou medida antecipatória voltada preferencialmente para casos concretos. Todavia, preferimos adotar princípio da prevenção como fórmula simplificadora, uma vez que prevenção, pelo seu caráter genérico, engloba precaução, de caráter possivelmente específico10. (MILARÉ, 2009, p. 822)
Fiorillo, outro grande doutrinador da área do Direito Ambiental, apesar de
considerar as distinções entre esses princípios, também é adepto da segunda
vertente, e sustenta:
Assim, é possível concluir que, no plano constitucional, o art. 225 estabelece efetivamente o princípio da prevenção, sendo certo que o chamado “princípio da precaução”, se é que ele pode ser observado no plano constitucional, estaria evidentemente colocado dentro do princípio constitucional da prevenção. (FIORILLO, 2005, pág. 71)
Assim, é possível afirmar que os adeptos da segunda corrente acordam em
relação às diferenças que existem entre o Princípio da Prevenção e o da Precaução,
quais sejam, de que o primeiro é utilizado no intuito de se prevenir para que não
9SIRVINSKAS, Luis Paulo. Manual de Direito Ambiental. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 106. 10MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente. 6. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009, p. 822.
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ocorra um evento danoso que é certo. Já o segundo, tem a finalidade de se adotar
medidas cautelares para se precaver de riscos de danos, mesmo que esses sejam
ainda incertos. Porém, os doutrinadores desta corrente não acreditam que essa
distinção principal seja relevante, e, por isso, consideram que quando se refere ao
Princípio da Prevenção, refere-se, consequentemente, ao Princípio da Precaução,
pois este está contido naquele, no entanto, é utilizado de maneira mais específica.
Por fim, tem-se a terceira corrente, que é aquela adotada por outros
relevantes doutrinadores, tais como, Paulo Affonso Leme Machado e Bessa
Antunes. Essa vertente, por sua vez, trabalha com a ideia da autonomia entre os
princípios da Prevenção e Precaução, e utiliza das diferenças supracitadas para
fortalecer a emancipação do Princípio da Precaução em face do da Prevenção.
Leme Machado traz significações próprias a cada um desses princípios, com
o intento de defender a autonomia entre eles, e assim preconiza:
Em caso de certeza do dano ambiental, este deve ser prevenido, como preconiza o princípio da prevenção. Em caso de dúvida ou incerteza, também se deve agir prevenindo. Essa é a grande inovação do princípio da precaução. A dúvida científica, expressa com argumentos razoáveis, não dispensa a prevenção.11 (MACHADO, 2001, p. 58).
Outro grande ambientalista, Paulo de Bessa Antunes, traz em sua obra,
entendimento que corrobora com a tese da terceira corrente, afirmando:
Que há diferenças significativas entre esses dois princípios. A prevenção se aplica a impactos ambientais já conhecidos, informando tanto o estudo de impacto e o licenciamento ambiental; enquanto a precaução diz respeito a reflexos ao ambiente, ainda não conhecidos cientificamente12. (ANTUNES, 2005, p.36)
A tese que se pretende adotar neste artigo é em consonância à última
corrente, em defesa da existência de certa autonomia entre os princípios. Para isso,
necessário se faz rebater os argumentos das correntes anteriores. Quanto a
segunda corrente, que preconiza que as distinções entre o Princípio da Precaução e
da Prevenção são irrisórias e de que o segundo é mais amplo que o primeiro, estas
não prosperam.
Primeiramente, como já foi citado, vale considerar que a diferença entre os
princípios está na avaliação do risco no meio ambiente, pois o da Prevenção
relaciona-se com riscos que são certos, comprovados cientificamente, e em relação
11 MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 9. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2001, p. 58. 12ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 7. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005, p.36.
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ao da Precaução, este é aplicado quando há mera possibilidade de risco de dano,
mesmo que não comprovado cientificamente.
Esta distinção não pode ser considerada irrelevante como pretende a
segunda corrente, pois, anteriormente à existência do Princípio da Precaução,
sempre que não havia comprovações de risco de danos ambientais, poderia haver o
implemento da atividade, independentemente se poderia gerar riscos sérios e
irreversíveis. Porém, atualmente, em decorrência do Princípio da Precaução, ocorreu
a inversão do ônus da prova, pois agora, sempre que houver comprovação científica
de que o empreendimento não gerará risco de dano, que este poderá ser
implantado, pois na dúvida ou omissão, interpreta-se em favor do ambiente.
Dada essa consideração, nota-se que o Princípio da Precaução não é
englobado pelo da Prevenção, pois, se este entendimento fosse o verdadeiro,
haveria a presunção pró-ambiente antes da existência do Princípio da Precaução, e
dados históricos comprovam que nem sempre foi assim.
Além disso, a afirmação de que o Princípio da Precaução é mais específico
que o da Prevenção, também não deve prosperar, pois, ao analisar os contextos nos
quais eles são aplicados, pode-se notar claramente que eles são utilizados em
circunstâncias diversas, não havendo a possibilidade de fazer a correlação de que
um seria mais amplo que o outro, pois as atuações ocorrem em âmbitos diversos,
vez que a Prevenção é utilizada quando se tem a certeza, e a Precaução é utilizada
quando se tem a dúvida ou a incerteza científica.
Rebatidas as teses da segunda corrente, necessário se ater à primeira
corrente. Quanto a esta, é possível afirmar que já está superada, vez que os
próprios textos legais, como demonstrado no tópico de fundamentações teóricas, se
referem claramente a ambos os princípios.
Por fim, para ratificar que a tese aqui defendida é a que merece prosperar,
far-se-á o exame de um “leading case”. O “leading case”, é uma expressão típica da
Common Law, utilizada para se referir a precedentes judiciais de grande relevância,
em torno do qual outros diversos julgados gravitam.
Dada essa consideração e utilizando do termo supracitado, foi escolhido para
análise um julgado do Superior Tribunal de Justiça, o AgRg na SS 2333 CE
2010/0027414-0, no qual a Corte Especial do STJ suspendeu a construção de um
empreendimento imobiliário que seria erguido pela construtora Waldyr Diogo Ltda.,
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nas proximidades - mais especificamente, na zona de amortecimento - da área de
conservação do Parque Ecológico do Rio Cocó, localizado em Fortaleza, Ceará.
Essa decisão jurisprudencial foi escolhida para ser analisada, vez que esta se
utilizou claramente do Princípio da Precaução para fundamentar a suspensão da
obra, por ela, possivelmente - sem precisão científica - gerar danos irreversíveis ao
ambiente, assim, este precedente servirá como suporte para a defesa da existência
da autonomia do princípio da Precaução em face do da Prevenção.
No julgado em análise, o ministro relator, Ari Pargendler, utiliza abertamente
do Princípio da Precaução, em tais temos:
Independentemente do acerto, ou não, da decisão que autorizou, na espécie, o prosseguimento do empreendimento imobiliário, o certo é que, se isso acontecer, o respectivo efeito será irreversível. Numa época de tantos gravames ao meio ambiente, o princípio da precaução recomenda que se aguarde o desfecho final da causa para que as edificações sejam levantadas.
Nota-se a presença do princípio, quando o Ministro afirma que é melhor,
mesmo que ainda não se tenha certezas absolutas em relação ao possível dano
ambiental, que a obra seja suspensa, pois dado o pressuposto de que, em regra, os
danos ambientais são irreversíveis, caso a Corte liberasse o prosseguimento da
atividade imobiliária, se, posteriormente, ficasse provado que aquela obra era
danosa ao meio ambiente, os danos gerados talvez fossem irreparáveis, gerando
uma degradação ambiental irresponsável.
Assim, ficou decidido neste precedente que era melhor que a empresa
provasse, anteriormente, a impossibilidade de a obra gerar danos sérios, do que
haver uma decisão precipitada que pudesse gerar lesões irreparáveis ao ambiente.
Desta forma, em decorrência dessa decisão, pode-se afirmar que o STJ
reconheceu a existência do Princípio da Precaução, diferentemente do entendimento
da primeira corrente supracitada. E também, a contrario sensu, da segunda corrente,
ele não trabalhou com a ideia de que o Princípio da Prevenção abrange o da
Precaução, e por isso, citou diretamente este último. Deste modo, residualmente e
pela análise do conteúdo do julgado, pode-se afirmar que nessa decisão, o STJ,
adotou claramente o teor da terceira teoria, trabalhando com a ideia da autonomia
do Princípio da Precaução, fortalecendo, assim, para a preponderância do
entendimento da última corrente, aqui defendida.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da análise mais aprofundada do Princípio da Precaução, e utilizando
das teorias doutrinárias aqui expostas, nota-se que a tese que mais se amolda à
ideia atual a respeito deste princípio, é aquela que defende a emancipação deste
frente ao Princípio da Prevenção, ressaltando as distinções existentes entre eles,
mas frisando a necessária interligação que há entre os mesmos.
As principais diferenças existentes entre o Princípio da Precaução e o da
Prevenção, relacionam-se ao elemento risco. O da Precaução refere-se a um perigo
abstrato ou potencial, ou seja, existe apenas no campo das probabilidades, e o da
Prevenção, por sua vez, refere-se a um perigo concreto, em que existem elementos
probatórios que comprovam que a atividade é ambientalmente perigosa.
Assim, pode-se afirmar que ao aludir o princípio da prevenção, apenas se
realiza uma conduta lógica-racional ante a um mal que a ciência já mensurou. A
precaução, divergentemente, está no campo da incerteza, não se limitando aos
limites pré-concebidos pelos saberes científicos, logo, a decisão deve ser tomada
baseando-se na presunção em favor do ambiente, vez que as informações
científicas, nesses casos, não servem de base, por serem insuficientes,
inconclusivas ou incertas.
O julgado analisado trabalhou exatamente com as distinções acima citadas, e
optou, corretamente, por aplicar o Princípio da Precaução, para que assim houvesse
uma integral proteção ao ambiente, mesmo não havendo comprovações científicas
se aquele empreendimento imobiliário na zona de amortecimento geraria dano,
cabendo assim, ao particular interessado, provar a inexistência de danos para
prosseguir com as construções desejadas. Por fim, pode-se afirmar que esse
precedente judicial, como era desejável, serviu como alicerce a corroborar com a
posição da terceira corrente, que coaduna com a tese defendida neste artigo, que
defende a autonomia do Princípio da Precaução frente ao da Prevenção.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 7. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005. FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
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MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 9. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2001. MARTINS, Ana Gouveia e Freitas. Disponível em: <http://www.fema.com.br/~direito/debora/sociologia/meio_ambiente/principio_precaucao.pdf >. Acesso em: 20 junho 2015. MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente. 6. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009. OLIVEIRA, Fabiano Melo Gonçalves de. Difusos e coletivos: direito ambiental. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009. SAMPAIO, José Adércio Leite; WOLD, Chris; NARDY, Afrânio. Princípios de Direito Ambiental na Dimensão Internacional e Comparada. Belo Horizonte: Del Rey, 2003. SIRVINSKAS, Luis Paulo. Manual de Direito Ambiental. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. DECLARAÇÃO DO RIO SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1992. Disponível em: <http://www.onu.org.br/rio20/img/2012/01/rio92.pdf>. Acesso em 19/06/2015, 20:06. POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>. Acesso em 19/06/2015, 21:52. RESOLUÇÃO CONAMA NÚMERO 001, 1986. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html>. Acesso em 20/06/2015, 14:02. LEI 9.605. Sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, 1998. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm>. Acesso em 13/06/2015, 22:05.
JURISPRUDÊNCIA SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. AgRg na SS 2333 CE 2010/0027414-0. Disponível em: <
http://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/16804309/agravo-regimental-na-suspensao-de-seguranca-agrg-na-ss-2333-ce-2010-0027414-0/inteiro-teor-16804310>. Acesso em 20/06/2015, 15:05.
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ANÁLISE DO PERFIL E PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS VISITANTES DO PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO BRIGADEIRO (PORTARIA PEDRA DO
PATO) NO MUNICÍPIO DE FERVEDOURO-MG
Guanayr Jabour Amorim - Graduado em Turismo. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professor do Curso de Administração da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX. Vinícius Sigilião Silveira Silva – Graduado em Agronomia. Especialista em
Docência do Ensino Superior. Professor do Curso de Agronomia da Faculdade Vértice - UNIVÉRTX.
Milane Garcia da Cunha – Graduada em Licenciatura Plena em Letras Português/Inglês. Especialista em Orientação Educacional. Professora do Colégio
Estadual Francisco Portella – RJ.
Ciências Sociais Aplicadas (6) RESUMO
Os negócios gerados pela atividade ecoturística nas populações locais se dão principalmente pelos impactos diretos e indiretos, permitindo a identificação de futuras ações e estratégias de planejamento turístico sustentável. O presente trabalho objetiva analisar a percepção dos visitantes do entorno do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro (PESB), via Portaria Pedra do Pato, especificamente no município de Fervedouro-MG, em relação aos impactos socioambientais decorrentes do desenvolvimento da atividade turística. Fez-se uso da pesquisa bibliográfica e documental sobre as potencialidades turísticas, dentro e no entorno do parque, como também realizadas entrevistas junto a população por meio da aplicação de questionários. Comunidades do entorno do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, têm sofrido impactos diretos e indiretos, em decorrência do aumento do fluxo de visitantes em busca da prática do lazer e conhecimentos científicos, evidenciando a necessidade de investimentos por parte do poder público, visando minimizar tais impactos. PALAVRAS–CHAVE: ecoturismo; Serra do Brigadeiro; impactos ambientais.
INTRODUÇÃO
De acordo com Dias (2005), o turismo moderno, surgido na primeira metade do
século XIX, é altamente consumidor de recursos naturais, tendo o meio ambiente
como sua principal matéria prima, com elevadas possibilidades de provocar
impactos sócio-ambientais, quando realizado de forma incoerente com os modelos
sustentáveis de planejamento turístico.
O turismo é uma potente força econômica que interessa ao governo, empresas,
comunidades e a população em geral. Em 1994, empregou mais de 200 mil pessoas
e a partir do ano 2000 empregou mais de 204 milhões de pessoas no mundo,
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equivalendo a 7% da população mundial. No Brasil gera 1 emprego entre cada 11
trabalhadores (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO, 2003).
Mesmo com todos os pontos positivos atribuídos ao turismo como atividade
econômica é importante ressaltar que o mesmo, quando mal planejado, pode trazer
consequências negativas principalmente nas atividades socioambientais.
Nesse contexto, a presente pesquisa procurou analisar as possibilidades e
limites socioambientais do turismo no entorno do Parque Estadual da Serra do
Brigadeiro. Essa proposta justifica-se pelo fato de que, após a inauguração do
Parque Estadual, a região vem sofrendo um considerável aumento do fluxo de
visitantes em busca de atrativos naturais e culturais. Por isso, o desenvolvimento e
aplicação da pesquisa sobre a análise da percepção ambiental e turística
diretamente aplicada aos residentes, comerciantes e visitantes em geral,
possibilitará a elaboração de um prognóstico sobre a região de estudo, analisando
os aspectos relacionados diretamente com a cultura, economia, preservação dos
atrativos, melhorias na infraestrutura turística e básica urbana além da conservação
do meio natural.
Considera-se que esses conhecimentos podem permitir a identificação de
futuras ações e sugestões sobre as estratégias de planejamento turístico sustentável
que devem ser aplicadas pelas comunidades e pelo poder público, contribuindo para
a formação de um modelo de desenvolvimento regional participativo e mais
sustentável.
O presente trabalho consiste em analisar a percepção dos visitantes do entorno
do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro (PESB), via Portaria Pedra do Pato,
especificamente no município de Fervedouro-MG, em relação aos impactos
socioambientais decorrentes do desenvolvimento da atividade turística.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Definições e características do ecoturismo
Conforme preconiza a Embratur no Manual Operacional de Turismo Rural
(1994), o turismo ambiental ou ecoturismo pode ser conceituado como o segmento
da atividade turística que emprega de forma sustentável o patrimônio natural e
cultura, incentiva a sua conservação e busca a formação de uma consciência
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ambientalista através da interpretação do meio ambiente promovendo o bem estar
das populações evolvidas.
Por outro lado Delgado (1999, p. 33), propõe uma definição para ecoturismo
que enfoca a necessidade da existência de relações sociais, sendo ela a seguinte:
atividade espontânea ou previamente planejada, que implique na
visita, apreciação e utilização de um espaço, ou meio, natural ou
cultural, onde as partes envolvidas se respeitam, beneficiam-se
mutuamente e mantêm de forma sustentável as condições que a
propiciaram.
Rolim (1999) prefere conceituar o ecoturismo, visando tanto a questão social
como a ambiental, como sendo a integração da conservação com o
desenvolvimento, onde o turismo deve ser planejado e gerenciado de maneira tal
que proteja ou restaure ambientes, incrementando as condições socioeconômicas
dos residentes locais e permitir obter experiências educativas para os turistas.
Essa visão do turismo e suas interfaces com o meio ambiente começaram a
constituir um elemento de destaque do produto turístico, a partir dos anos 70 e,
atualmente, em muitos países, entrou-se numa fase na qual a prática do turismo
leva sensivelmente em consideração os problemas do meio ambiente. A natureza e
as comunidades receptoras ressurgem no setor dos empreendimentos turísticos,
ainda massificadas, porém adaptadas à sensibilidade da época.
Depois da metade dos anos 80, distingue-se um outro período, no qual as
práticas turísticas e de lazer perdem sua amplitude. O turismo de natureza ou o
turismo ecológico ocorrem na maioria das localidades turísticas estabelecidas e, nas
novas, evita-se a ocupação de todos os espaços. Caminhadas, ciclismo, rafting,
mountain bike, motocross e toda uma série de esportes novos necessitam de uma
natureza protegida. A natureza e todos os seus componentes tornam-se pretextos
para a descoberta, a iniciação, a educação e o espírito de aventura e, dessa forma,
dão origem a um novo mercado.
Trata-se, portanto, da renovação do turismo, cuja clientela busca calma, além
das aventuras e um conhecimento mais profundo das regiões mais visitadas. Na
percepção de Ruschmann (1997), a renovação do turismo pode provocar impactos
socioculturais e ambientais, tantos positivos como negativos.
Segundo Lindberg (1996), o ecoturismo provoca impactos econômicos diretos,
indiretos e induzidos. Os negócios gerados pela atividade ecoturística nas
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populações locais se dão principalmente pelos impactos diretos, que são os gerados
em função dos gastos que o turista faz em restaurantes, pousadas e comprando
souvenir. Os impactos indiretos são decorrência dos diretos devido a que os
restaurantes e outros estabelecimentos, que prestam serviços aos turistas,
necessitam insumos, comprados em outros estabelecimentos comerciais. Os
impactos induzidos são provocados pelo aumento de renda e do nível de emprego
dos moradores locais, devido à demanda de mão-de-obra provocada nos
estabelecimentos, tanto de serviços como de apoio e de comércio, uma vez que os
empregados receberão os seus salários e os gastarão comprando bens e serviços
que necessitam.
Assim, apesar dos esforços para seu desenvolvimento em nível mundial,
principalmente nos países com recursos naturais intocados, questiona-se se, com a
visitação e a construção de equipamentos específicos, o ecoturismo pode realmente
contribuir para a conservação e proteção dos ecossistemas das comunidades
receptoras, enfim, se seus impactos sobre as comunidades humanas nas
localidades vizinhas aos equipamentos de hospedagem podem ser positivos
(LINDBERG, 1996).
Impactos socioambientais do turismo
Segundo Dias (2005), o turismo pode funcionar como uma força indutora de
desenvolvimento econômico, tanto no nível local, como no regional ou nacional, que
pode ser realizado de forma acelerada e sustentável, quando planejado. Isto é
possível pela contribuição que o turismo proporciona à diversificação da atividade
produtiva, pela natureza heterogênea do consumo turístico, que se dirige aos vários
setores ao mesmo tempo, diversificando os seus efeitos diretos em vários setores.
Para a Organização Mundial do Turismo (OMT, 2003), o turismo é a única atividade
que movimenta 54 segmentos da economia global direta e indiretamente, sendo
seus efeitos econômicos os mais variados; cumprindo, assim, um papel dinamizador
no conjunto. Lima (2000) comenta que existe uma série de impactos, que podem ser
sintetizados em termos de um fenômeno que consiste em transformar os resultados
de uma realização em modelo aplicável a muitas outras situações e realidades
semelhantes.
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Em relação à distribuição da renda, Dias (2005) afirma que a distribuição da
renda não é uniforme, tanto do ponto de vista espacial, como do ponto de vista
social, principalmente em países de dimensão continental, como o Brasil; e que,
nestes casos, o turismo permite que a renda seja redistribuída para as regiões
menos desenvolvidas. Possibilita, também, uma redistribuição social da renda e a
modificação das estruturas de consumo uma vez que o desenvolvimento turístico
implica em um aumento do consumo de um modo geral, além de torná-lo, no
entanto, mais seletivo. Associado ao aumento dos postos de trabalho e a elevação
do nível de renda proporciona um incremento na demanda por bens e serviços, com
influência sobre a elevação geral dos preços, tanto nos bens de consumo corrente
(alimentos, bebida, materiais de uso doméstico etc.) como no mercado imobiliário.
De acordo com o referido autor, dentre os motivos para o aumento dos preços no
destino turístico estão: excesso da demanda sobre a oferta turística, o seu caráter
sazonal e a sua concentração espacial, nos meses de alta temporada; especulação
sobre o uso do solo, que consiste na compra-venda de solo turístico que pode ser
edificado na expectativa de que aumente seu valor de mercado, já que o solo é o
suporte físico da atividade turística; aumento dos investimentos provocados pela
aplicação de capital fixo, tanto pelo setor privado como pelo setor público, quando
uma região se desenvolve motivado pela atividade turística; uma vez que a mesma
exige investimentos em: construções para alojamentos, serviços complementares
(alimentação, recreação, esportes etc.), obras públicas (energia, comunicações,
infraestrutura sanitária etc.), meios de transportes e promoção (publicidade, criação
de imagem etc.).
Outro aspecto determinante da atividade turística diz respeito ä geração dos
postos de trabalho, entre os quais predominam os empregos formais. De modo
geral, podemos distinguir quatro tipos principais de empregos gerados pelo turismo:
empregos diretos, que resultam dos gastos dos visitantes realizados em instalações
turísticas, entre os quais destacam-se hotéis, agências de viagem, restaurantes etc.;
empregos indiretos, que são criados em função dos gastos realizados pelos turistas
para o atendimento de suas necessidades em outros setores, como por exemplo,
supermercados, empresas de transportes, farmácias etc.; empregos induzidos, que
são criados em função dos gastos dos residentes, devido ao acréscimo de renda
obtida com o turismo, pois ao crescer o emprego direto e indireto aumenta o número
de pessoas que compram mais bens e serviços em diversas áreas, tais como:
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cinema, escolas de idiomas, serviços de reparação de móveis, eletrodomésticos e
outros, lanchonetes, bares etc.; empregos temporários, que são criados durante a
construção da infraestrutura, como hotéis, restaurantes e resorts, entre outros
(LAGE, 2004).
É importante ressaltar que a participação dos trabalhadores em relação às
condições do seu ambiente de trabalho é primordial na implantação de novas
medidas e melhorias para o setor, proporcionando uma sensação de satisfação e
bem-estar aos prestadores de serviços, no local de trabalho. Essa condição se
traduz em maior eficiência e eficácia da atividade turística; trazendo, com isso,
ganhos para todos os envolvidos na atividade, sejam prestadores de serviços,
agentes de turismo e para os próprios turistas (DIAS, 2005).
METODOLOGIA
A área de estudo compreende o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro,
criado pelo Decreto no 38.319, em 27 de setembro de 1996, como uma Unidade de
Conservação administrada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), do Estado de
Minas Gerais, possui uma área total de 132,14 km2, cujo o plano de manejo ainda
não se encontra implantado (IEF, 2003).
Está situado entre os meridianos 40o 20' e 42o 40' Oeste e os paralelos 20o 33'e
21o 00' Sul, ocupando o extremo norte da Serra da Mantiqueira, entre os vales dos
rios Carangola, Glória e Doce.
O Município de Fervedouro – MG, localizado às margens da rodovia BR-116,
no Leste da Zona da Mata Mineira, faz limites territorial com Carangola, Divino,
Araponga e São Francisco do Glória – MG. Possui atualmente uma população de
10.349 habitantes (IBGE, 2010).
Assim, a pesquisa em questão fez-se uso da pesquisa bibliográfica e
documental sobre as potencialidades turísticas, dentro e no entorno do parque,
como também realizadas, entrevistas junto a população da comunidade do
Município de Fervedouro (distrito de Bom Jesus do Madeira), por meio da aplicação
de questionários, com o objetivo de identificar a percepção ambiental e turística dos
moradores, comerciantes e turistas, que visitam a região do entorno do parque. As
entrevistas sobre o perfil e percepções dos residentes, comerciantes e visitantes
foram realizadas de forma individual sendo aplicado cada questionário respectivo no
próprio local de trabalho, de residência ou de lazer.
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Esta pesquisa foi realizada no município de Fervedouro durante os meses de
novembro (2005) a fevereiro de (2006), e dados populacionais atualizados em 2016,
especificamente no entorno da unidade de proteção ambiental Parque Estadual da
Serra do Brigadeiro e na microrregião homogênea do Município de Muriaé.
Inicialmente foram diagnosticadas as condições de atrativo turístico por pontos,
tanto dentro do PESB como no seu entorno. Esta caracterização foi realizada por
meio de pesquisa documental, complementada pela visita em campo, principalmente
por meio de análise de suas belezas cênicas principalmente.
Para caracterizar as possibilidades e os limites do turismo na área de estudo foi
selecionada uma população, a qual foi composta por residentes locais, comerciantes
e visitantes do distrito de Bom Jesus do Madeira que compreende um dos principais
agentes de comunicação direta com os turistas que visitam o local.
Para o desenvolvimento da pesquisa foi feito o uso dos seguintes métodos de
pesquisa: pesquisa bibliográfica e documental; entrevista por meio de questionário
estruturado; além da observação de campo. Segundo Dencker (2003), enquanto a
pesquisa bibliográfica é desenvolvida a parte de material já elaborado (livros e
artigos científicos), a pesquisa documental utiliza material que ainda não recebeu
tratamento analítico ou que pode ser reelaborado. Por outro lado, a finalidade do
questionário “é obter, de maneira sistemática e ordenado, informações sobre as
variáveis que entreveem em uma investigação, em relação a uma população ou
amostra destinada” (DENCKER, 2003, p.146).
As variáveis sobre o perfil e percepções dos residentes de Bom Jesus do
Madeira – Fervedouro – MG, foram: origem, idade, sexo, escolaridade e atividade
profissional
Os resultados contribuíram para a realização da caracterização e discussão da
pesquisa de campo, que foi realizada através da apresentação de uma
caracterização entre a comunidade estudada (Bom Jesus do Madeira), um
diagnóstico do desenvolvimento da atividade turística por meio da análise da
percepção da comunidade enfocando os aspectos ambientais, econômicos e
culturais.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A pesquisa indicou que, em média, 23% dos entrevistados provêm da cidade
de Viçosa – MG devido à proximidade e facilidade de acesso ao local. Porém, as
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outras localidades de origem dos visitantes mais citadas são: Belo Horizonte 14%,
Carangola 9%, Fervedouro 9%, Teixeiras 7%, Araponga 7%, Ipatinga 5%, Miradouro
5%, Rio de Janeiro 4%, Vieiras 4%, Distrito de Bom Jesus do Madeira 2%, Muriaé
2%, Patrocínio do Muriaé 2%, Petrópolis 2%, Monte Alverne 2%, Mariana 2%,
Dionísio 2% e Caratinga 2%.
Outro destaque diz respeito ao baixo número de visitantes de origem do
entorno do local e arredores. De qualquer forma, os visitantes entrevistados em sua
maioria provêm de cidades mais distantes. Sugere-se o desenvolvimento de uma
campanha de marketing direto voltada para o público escolar, nas escolas públicas e
privadas dos Municípios de Viçosa, Carangola, Fervedouro, Araponga, Divino,
Miradouro, Muriaé, entre outros. A utilização de veículos de informação e a
confecção de materiais impressos como (folders, cartazes, cartilhas educativas,
adesivos, sacolas de lixo para veículos, etc), páginas na internet e vídeos
institucionais, poderiam contribuir para a divulgação do trabalho de educação
ambiental desenvolvido pelo parque e também para divulgar as ofertas turísticas da
região
No Parque Estadual da Serra do Brigadeiro a média de idade dos visitantes é
de aproximadamente 42 anos. Foi encontrada a maior porcentagem de visitantes
entre 30 a 36 anos (19%), seguido a idade entre 23 a 29 anos (18%) e entre 51 a 69
anos (18%), de 16 a 22 anos (16%) e de 44 a 50 anos (16%), de 37 a 43 anos (11%)
e acima de 70 anos (4%). Além da demanda de jovens que visitam a região, as
prefeituras e a administração do PESB, poderiam desenvolver um programa de
visitação de grupos da terceira idade para incrementar ainda mais a oferta turística
da região, oferecendo-lhes hospedagens, alimentação e passeios ecológicos pelo
entorno do parque. De acordo com Barreto (2002), podemos concluir que a
motivação para viajar, na terceira idade, está ligada tanto a “sair de” (procurando
principalmente “descansar”, mas também “sair da rotina” e fugir de problemas”)
como a “ir para” (diversão, conhecer novos lugares e, principalmente, conhecer
pessoas).
No que diz respeito ao sexo dos visitantes que vão ao PESB, 72% é do sexo
masculino, enquanto 28% são do sexo feminino. Esse resultado relata a preferência
do sexo masculino em visitar a região, apresentando assim uma justificativa em
motivar e trabalhar a demanda do sexo feminino, por meio da divulgação de roteiros
de turismo pedagógico para faculdades que oferecem cursos de licenciatura como
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por exemplo: curso de pedagogia, biologia, história, geografia, entre outros. Os
sentimentos e as expressões do turista dependem das expectativas formadas pela
produção de imagens que circulam sob diferentes versões nas interações sociais.
Não se pode conceber a natureza do turismo na contemporaneidade sem considerar
que tais atividades são construídas socialmente no imaginário, envolvem o trabalho
com a propagando e outros conjuntos de signos produzidos pela mídia, muitos dos
quais dizem respeito nitidamente a processos complexos de emulação social
(URRY, 1996).
Com relação à profissão, os dados mais expressivos dizem respeito aos
professores que respondem por 23% do total de pesquisados. Advogado, consultor,
dentista, contador, do lar, jornalista, mecânico, pastor evangélico e técnico em
enfermagem (correspondem a 2% cada), analista de sistemas, aposentado,
balconista, engenheiro civil, médico, taxista e não trabalham (4% cada), empresário
(5%), motorista e trabalhador rural (7% cada) e, estudante e comerciante
correspondem os 9% restante cada um. Isso prova a tendência que a localidade
apresenta em relação ao desenvolvimento do turismo pedagógico por meio do
turismo receptivo que poderia ser oferecido em serviços prestados como roteiros de
estudos em trilhas e centro de visitantes às escolas de ensino fundamental e médio,
cursos de graduação e pós-graduação entre outros
Do total dos visitantes que responderam à questão de escolaridade, 46%
declararam ter escolarização de nível superior completo. Os visitantes sem
escolaridade corresponderam a menor porcentagem (2%). Os atrativos turísticos do
PESB não se limitam apenas à exploração dos recursos naturais como oferta
turística, mas também é utilizado como material de estudo e realização de pesquisas
científicas, por ser uma área de proteção ambiental incomparável com muitas no
Brasil. Isso implica na expressiva diferença de escolaridade entre os entrevistados
como justificativa para a grande procura por visitantes de escolaridade em nível
superior (Figura 1).
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Figura 1: Nível de escolaridade dos visitantes do PESB.
Da totalidade de entrevistados 82% afirmaram que há algo que possa tornar
as localidades mais bonitas e 18% que não há forma de tornar as comunidades mais
bonitas e atraentes. A figura 2 corresponde às opiniões dos visitantes sobre as
principais melhorias que a região poderia receber. Dos 82%, 18% responderam
placas de indicações e iluminação nas trilhas cada, 13% paisagismo nas cidades,
11% saneamento urbano, 12% estradas e 10% arborizar praças. Percebe-se a falta
de sensibilização ambiental que os visitantes demonstraram ao apontar as
iluminações em trilhas como um fator de melhoria da oferta turística da localidade.
Figura 2: Principais melhorias que a região poderia receber para
tornar a localidade mais bonita.
19%
4%
4%
18%
9%
46%
2%
0% 10% 20% 30% 40% 50%
1º grau incompleto
1º grau completo
2º grau incompleto
2º grau completo
Superior incompleto
Superior completo
Sem escolaridade
12%
18%
10%
13%
18%
11%
0% 5% 10% 15% 20%
Estradas
Placas de Indicações
Arborizar Praças
Paisagismo nas cidades
Iluminação nas trilhas
Saneamento urbano
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Sugere-se uma maior atenção das prefeituras locais em arborizar com
espécies de árvores nativas da região, as praças públicas e jardins, implantar placas
de sinalizações nas localidades, reavaliar o sistema de saneamento básico e
melhorar as condições das estradas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Resultados mostraram que comunidades do entorno do Parque
Estadual da Serra do Brigadeiro, de certa forma, tem sofrido impactos diretos e
indiretos, em decorrência do aumento do fluxo de visitantes em busca da prática do
lazer e conhecimentos científicos. Entretanto, todos os atrativos do entorno do
parque estão muito próximos aos Municípios de Araponga e ao distrito de Bom
Jesus do Madeira (Fervedouro – MG). Esse estudo contou com a participação da
comunidade local, por meio da análise das percepções ambientais e turísticas
visando uma contribuição participativa para a construção de um planejamento
turístico adequado para o desenvolvimento das comunidades do entorno do parque.
Dessa forma, o turismo no entorno do PESB vem se destacando justamente
por envolver as comunidades e suas belezas naturais enquanto ofertas turísticas e
por serem considerados matéria-prima para o turismo pedagógico e o ecoturismo.
Recomenda-se a elaboração de um plano turístico também para os núcleos
receptores, após a escola de um modelo de desenvolvimento para que seja
indicados os critérios e as diretrizes gerais, que deverão ser seguidos nos planos
setoriais e nos projetos e programas específicos, como por exemplo; a realização do
inventário da oferta turística do Município de Fervedouro; pesquisa e caracterização
da demanda turística; seminários municipais de turismo; oficinas de sensibilizações
turísticas e ambientais; oficina de planejamento municipal e elaboração de uma
política municipal de turismo para Fervedouro – MG.
REFERÊNCIAS
BARRETO, Maria Letícia Fonseca. Potencial turístico da terceira idade. SESC/MG – Belo Horizonte : 2002. BONATO, Gustavo Bigh; AMORIM, Guanayr Jabour. O Caparaó ao Alcance de Todos. 2003 – Monografia de graduação – FIPAG/FACTUR-ES.
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BRASIL. Instituto Brasileiro de Turismo – Embratur – Manual de sinalização turística : manual de sinalização. Brasília: 1996. CRUZ, Rita de Cássia Arilza. Introdução à geografia do turismo. 2. ed. São Paulo: Roca. p 30-32. 125p DELGADO, M. Jesus. La responsabilidad brasileira en el sostenimiento del sistema global através del turismo. Tenerife. 1989. World conference on tourism development and the environment. DENCKER, A. F. M. Métodos e técnicas de pesquisa em turismo. São Paulo : Futura, 2003, 286p DIAS, Reinaldo. Turismo sustentável e meio ambiente. São Paulo: Atlas, 2003. p 77-95, 207p. IEF. Instituto Estadual de Florestas – Parque Estadual da Serra do Brigadeiro. 2003. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Carta de Fervedouro, 2010. 1: 50000. LAGE, Beatriz Helena Gelas. Turismo, hotelaria e lazer (organizadora) – Agroturismo: uma forma de complementação da renda na agricultura familiar – uma experiência em Santa Catarina. São Paulo: Atlas, 2004. LIMA, Nesuty. Manual de iniciação ao turismo. 6. ed. Guarapari: FIPAG/FACTUR, 2000. LINDBERG, K. The economic impacts of ecotourism. Disponível em: <http://www.life.csu.edu.au/ecotour/mar1.htm>. Pesquisado em 13/05/2005. OMT. Organização Mundial do Turismo. Catálogo de turismo, 2003, 230p. ROLIM, Flávio Augusto. Levantamento do Potencial Turístico do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro – PESB, monografia de graduação em Engenharia Florestal, 1999. RUSCHMANN, D. Turismo e planejamento sustentável: a proteção do meio ambiente. Campinas, Papirus, 1997. URRY, John. O olhar do turista. São Paulo: Senac, 1996.
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A PERCEPÇÃO DOS COLABORADORES EM RELAÇÃO ÀS PRÁTICAS DE RETENÇÃO DE PESSOAS DE UMA EMPRESA DO INTERIOR DE MINAS
GERAIS
Jose Luiz Furtado Oliveira Portes – Graduado em Administração pela Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Janine Lopes de Carvalho – Mestre em Psicologia UFRRJ. Especialista em Saúde Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Graduada em Psicologia.
Coordenadora do Curso de Psicologia da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
RESUMO Este estudo tem por objetivo identificar qual a percepção dos colaboradores em relação às práticas e ações de retenção habitualmente adotadas e utilizadas pela empresa. A pesquisa realizada é um estudo de caso, caracterizado como descritivo com abordagem quantitativa, os dados analisados foram obtidos por meio de um questionário aplicado em uma empresa do interior de Minas Gerais. Verificou-se que de modo geral os colaboradores não estão totalmente satisfeitos com a política de retenção de pessoas praticada pela empresa, por mais que exista algumas práticas e ações, essas não estão suficientes à percepção dos colaboradores, existindo assim uma necessidade de implementação de políticas de retenção de pessoal, para que não se ocasione um elevado índice de rotatividade.
PALAVRAS-CHAVE: Gestão de pessoas; Retenção de pessoas; Rotatividade.
INTRODUÇÃO
Devido à competitividade no mundo corporativo, as organizações procuram por
profissionais que possam agregar maior valor ao negócio. Administrar pessoas
tornou-se uma tarefa desafiadora e importante para as organizações
(CHIAVENATO, 2014).
Para Chiavenato (2005) as organizações são constituídas principalmente de
pessoas, e estas precisam ser desenvolvidas e mantidas, por se tratarem de peças
fundamentais no desempenho e desenvolvimento da organização e na obtenção dos
resultados; demonstrando assim, a importância das organizações estabelecerem um
equilíbrio entre os interesses das pessoas e os interesses organizacionais, visando
sempre a permanência de seus profissionais.
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Por entender que o verdadeiro diferencial das empresas são as pessoas que
nelas trabalham, a questão que norteou essa pesquisa foi: por que acontece com
frequência a grande evasão de profissionais, deixando as organizações desfalcadas
e em difíceis reposições?
Partindo destas constatações, o objetivo geral da pesquisa é identificar qual a
percepção dos colaboradores de uma empresa do interior de Minas Gerais em
relação às práticas e ações de retenção habitualmente adotadas pela mesma.
Retenção de pessoas envolve uma série de processos e se apresenta como
uma tendência na gestão de pessoas. Portanto, sabendo-se que a retenção é
fundamental para manter-se competitivo, a relevância do estudo contribui para
agregar maior conhecimento a respeito, proporcionar uma reflexão positiva sobre o
valor das práticas de retenção para as organizações; mostrar as vantagens e
desvantagens da implantação, clareando assim aspectos gerenciais para melhor
condução desse complexo processo e possibilitar informações anteriormente
desconhecidas pela organização.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para as organizações obterem vantagem competitiva de forma eficaz,
necessita-se do ser humano em todos os níveis da organização. Para conseguir
enfrentar as competições do mercado, todas as atenções se voltam ao capital
humano, buscando as pessoas como seu maior diferencial. Essa importância é
destacada por Chiavenato (2014), em sua afirmação de que são as pessoas que
dão vida as organizações. Estas, por sua vez, só funcionam por meio das pessoas
que delas fazem parte, e que agem e decidem a todo o tempo em seu nome.
Branham (2002) descreve que as empresas buscam, cada vez mais, se
comprometerem a agir da melhor forma com seus profissionais para mantê-los, visto
que estes são grandes elementos de sucesso. De acordo com Chiavenato (2009, p.
10) “a organização viável, do ponto de vista dos recursos humanos, é aquela que
não apenas capta e aplica seus recursos humanos adequadamente, mas também os
mantêm na organização”; logo, é necessário que a empresa invista na retenção dos
seus profissionais.
Completando esse pensamento Mendonça (2002) aponta que reter pessoas é
a tentativa de manter os profissionais satisfeitos e comprometidos com a busca dos
resultados da organização, e gerar motivação para não deixá-las; é também a
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capacidade que a organização possui em manter pessoas que a ajudarão a
permanecer competitiva e se posicionar em um mundo de rápidas mudanças.
Chiavenato (2009) descreve que reter pessoas na organização é uma tarefa
difícil, pois requer a criação de um ambiente agradável, receptivo, saudável, seguro,
assim como remuneração e benefícios adequados e interessantes às necessidades
das pessoas. Michelman (2007) vai um pouco além, e demonstra que o grande
segredo de reter pessoas é uma estratégia que aproxime os anseios pessoais dos
profissionais, com os da empresa.
A retenção de pessoas é tida como um grande desafio para as empresas, o
que faz com que as organizações tenham a necessidade de implementar
ferramentas que permitam proporcionar condições favoráveis ao ambiente
organizacional, buscando satisfazer as necessidades, os objetivos e as expectativas
dos profissionais, o tanto quanto a melhoria da eficácia organizacional (TRINDADE,
2007).
Dentro do contexto de gestão de pessoas, cabe a organização a
responsabilidade de dar suporte necessário para que possam usar as habilidades e
conhecimentos dos seus profissionais em prol de melhores resultados, contribuindo
para um crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional (DUTRA, 2004).
O termo retenção de pessoas não se resume apenas em uma única ação ou
medida. Quando relacionamos retenção de pessoas, envolvemos uma série de
ações que variam de acordo com as características e cultura de cada organização.
O grande segredo de se reter pessoas é aliar os anseios pessoais aos objetivos da
empresa (TAKEDA, 2009).
Para Costa (2015) retenção de pessoas está associada às políticas de:
reconhecimento, valorização, alcance de objetivos, qualidade de vida no trabalho,
clima e salário oferecidos pela organização. Chiavenato (2014) ressalta a
importância de analisar o que realmente faz pessoas permanecerem na
organização. Na busca pela permanência destes profissionais, destacam-se alguns
aspectos essenciais como: remuneração, recompensas, benefícios,
desenvolvimento, oportunidade de crescimento, qualidade de vida no trabalho e
estilos de liderança que são peças fundamentais para o êxito da manutenção de
pessoas.
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METODOLOGIA
Retomando o objetivo da pesquisa que é identificar qual a percepção dos
colaboradores de uma empresa do interior de Minas Gerais em relação às práticas e
ações de retenção de pessoas adotada pela mesma, pode-se observar que o caráter
predominante da pesquisa é caracterizado como descritiva com abordagem
quantitativa, que segundo Gil (2010, p.27) “têm como objetivo a descrição das
características de determinada população”. Sua classificação como estudo de caso
se deve ao fato de permitir uma análise de fenômenos, a este respeito Gil (2010)
afirma que o estudo envolve uma análise profunda e exaustiva de objetos
promovendo amplo e detalhado conhecimento ao seu respeito.
Como instrumento de coleta de dados utilizou-se da aplicação de um
questionário que para Lakatos e Marconi (2010, p.184) “é um instrumento de coleta,
constituído de uma série ordenada de perguntas, [...] respondidas sem a presença
do pesquisador”, que foram respondidas por meio eletrônico através de um link que
foi enviado ao e-mail dos colaboradores que dava acesso a uma página da internet
que foi criada com o aplicativo Google Forms contendo o questionário. Ao
responder, os dados chegaram em tempo real ao aplicativo de armazenamento de
dados Google Drive do pesquisador. O questionário aplicado já havia sido utilizado e
estruturado na pesquisa realizada por Takeda (2009) em sua monografia pela
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, no contexto de uma empresa em
Florianópolis/SC.
O questionário buscou levantar o que os colaboradores pensam em relação às
práticas de retenção de pessoas de uma empresa do interior de Minas Gerais, sob
as seguintes perspectivas dos fatores: remuneração, reconhecimento, papel da
liderança, qualidade de vida no trabalho, oportunidade de crescimento e
desenvolvimento. As questões foram elaboradas para que os pesquisados
pudessem informar sua opinião em cada questão as seguintes afirmações:
concordo plenamente (1), concordo em partes (2), discordo em partes (3) e
discordo plenamente (4), representado respectivamente nas colunas dos quadros
como 1, 2, 3 e 4.
A população investigada foi composta por 124 colaboradores de uma empresa
do interior de Minas Gerais, sendo utilizada uma amostragem que sustenta a
realização da pesquisa. Os pesquisados foram orientados através da descrição do
questionário que se encontrava no início do site enviado no link, quanto aos fins da
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pesquisa, os motivos desta, sendo esclarecido o seu objetivo, justificativa da escolha
do pesquisado e a importância de suas informações, juntamente com a garantia do
anonimato das informações prestadas. Com o entendimento deste, os colaboradores
concordaram com o TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido)
respondendo a primeira pergunta do questionário, que é o acordo e o consentimento
com o termo e de ciência de sua contribuição para a realização da pesquisa. A
empresa utilizada como objeto de estudo é do ramo de instituição financeira,
contento 232 colaboradores em seu total, sendo localizada no interior do estado de
Minas Gerais e atuante há cerca de vinte e três anos em suas atividades.
Todos os dados foram apresentados de forma discursiva com demonstração
gráfica como apoio para interpretação, sendo transcrito do Google Forms e do
sistema Google Drive para software de edição de textos da Microsoft - o Word;
embasados e interpretados conforme referencial teórico abordado.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Em primeiro instante vale ressaltar que a população pesquisada foi 124
colaboradores de uma empresa no interior de Minas Gerais. Inicialmente foram
feitos questionamentos para caracterizar o perfil dos respondentes, sendo a maioria
do sexo masculino representando 56% da população, e dentre os pesquisados a
faixa etária variava entre 18 e 60 anos. 36 % dos respondentes trabalham na
empresa a mais de 2 anos e menos de 5 anos e 45 % tem ensino superior completo.
Os resultados obtidos no Quadro 01 são relacionados aos questionamentos,
quanto às práticas de remuneração, a remuneração em virtude do desempenho e
sobre as políticas de avaliação de desempenho adotadas pela empresa. Os
colaboradores avaliam que a remuneração praticada pela organização, não está
totalmente adequada com os parâmetros oferecidos pelo mercado, sendo que 55%,
63% dos respondentes discordaram apontam que a empresa não tem uma política
clara de avaliação de desempenho.
Quadro 01 - Remuneração REMUNERAÇÃO 1 2 3 4
A empresa prática remuneração dentro dos parâmetros do mercado 18% 55% 24% 3%
A empresa possui políticas claras de avaliação de desempenho 8% 22% 63% 7%
A empresa possui política de remuneração em virtude do desempenho 12% 27% 45% 16%
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Chiavenato (2014) menciona que a remuneração deve basear-se nas
competências que as pessoas devem possuir, para serem aplicadas a uma
variedade de tarefas e situações. Contudo, a remuneração deve aumentar, na
medida em que a pessoa adquire competências e se torna capacitada a
desempenhar atividades complexas com sucesso.
A avaliação de desempenho é o processo que avalia o desempenho do
colaborador e configura o grau em que está realizando seu trabalho. As pessoas
precisam saber sobre como estão desempenhando suas funções, assim como as
organizações; podendo assim verificar as potencialidades e o mérito pessoal do
colaborador, para poder oferecer uma remuneração em virtude de seu desempenho
(MILKOVICH e BODREAU, 2009).
Buscou-se saber sobre o reconhecimento do trabalho por parte da empresa.
Os resultados no Quadro 02 indicam que os colaboradores avaliaram positivamente
as práticas da empresa. Quando questionado se as contribuições do colaborador
são reconhecidas e valorizadas pela gestão, 53% concordaram em partes. Ao ser
questionado se a empresa promove reconhecimento por mérito, os dados mostram
que 49% dos respondentes concordam em partes.
Quadro 02 - Reconhecimento
RECONHECIMENTO 1 2 3 4
A empresa promove o reconhecimento por merecimento (mérito) 26% 49% 13% 12%
As minhas contribuições ao trabalho são reconhecidas e valorizadas pela gestão 21% 53% 19% 7%
Verifica-se que, por mais que a organização não possua uma política de
avaliação de desempenho como discutido no Quadro 01, as contribuições dos
colaboradores em relação a seu trabalho são reconhecidas e valorizadas por seus
gestores imediatos, o que promove o reconhecimento por merecimento e percepção
deste pelos colaboradores.
Segundo Maximiano (2012) as pessoas se esforçam e se dedicam para
alcançar resultados ou recompensas, porém, para elas são mais importantes as
perspectivas de motivação, satisfação e principalmente o seu devido
reconhecimento.
Quanto a percepção dos colaboradores em relação ao papel da liderança no
processo de retenção de pessoas, o Quadro 03 demonstra os resultados obtidos.
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Buscou-se saber se a empresa possui lideres qualificados, e com habilidades de
relacionamento interpessoal, foi avaliado que 46% concordam em partes e apenas.
Os respondentes puderam opinar também se os lideres repassam confiança nos
colaboradores para que estes possam tomar decisões nas suas atividades
cotidianas, permitindo assim a análise que 62% concordam com a afirmação de
forma parcial.
Quadro 03 - Papel da liderança
PAPEL DA LIDERANÇA 1 2 3 4
A empresa possui líderes (gerentes/diretores) qualificados, com habilidades de relacionamento interpessoal
38% 46% 13% 3%
Os líderes confiam em mim para que eu tome decisões importantes em minhas atividades cotidianas 18% 62% 18% 2 %
No contexto de retenção de pessoas a liderança tem um papel decisivo,
devendo aprender o máximo, acerca dos anseios dos colaboradores. Segundo
Chiavenato (2008) no processo de transformação das organizações e na retenção
de pessoal, o líder e suas influencias são extremamente importantes, pois o
comportamento dos colaboradores são influenciados pelo estilo de liderança
utilizado. Sendo esses líderes eficientes, conseguem influenciar obtendo padrões de
desempenho, lealdade, e compromisso com a visão, missão e os objetivos da
empresa, assim será diminuído o grau de rotatividade, enriquecendo o nível de
relacionamento e aumentando a lucratividade da organização.
Os resultados obtidos no Quadro 04 relacionam-se aos questionamentos sobre
a qualidade de vida no trabalho, onde os respondentes avaliam positivamente o
ambiente de trabalho e as condições oferecidas. Foi afirmado que a empresa
oferece boas condições de trabalho por 74% dos respondentes, 59% concordavam
em partes que a empresa é um ambiente prazeroso e agradável de trabalho. 37 %
acredita que a empresa faz muita cobrança em relação a metas
Quadro 04 - Qualidade de vida no trabalho QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO 1 2 3 4
A empresa oferece boas condições de trabalho (luminosidade, temperatura, equipamentos, etc.) 74% 23% 3% 0%
A empresa apresenta um ambiente prazeroso e agradável de trabalho 31% 59% 8% 2%
O excesso de trabalho ou pressão por metas provoca o desejo de sair da empresa 25% 37% 27% 11%
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Os dados nos revelam que a organização é possuidora de um ambiente viável
e de condições favoráveis à execução das funções, o que para Chiavenato (2009),
implica substancialmente na melhoria da qualidade de vida das pessoas da
organização. Esses aspectos constituem os fundamentos básicos para que a
empresa se torne o melhor lugar para trabalhar. No caso desses elementos não
serem plenamente oferecidos, não há o que se falar em reter pessoas, pois, elas
certamente migrarão para outro lugar, ou permanecerão insatisfeitas e improdutivas.
Os resultados obtidos no fator benefício, demonstrado no Quadro 05,
descreve que os respondentes avaliaram positivamente a política de benefícios
oferecida pela organização. Observa-se que os benefícios oferecidos são
considerados pelos colaboradores como um fator que dificulta a saída da empresa,
quando avaliada a afirmação com 55% dos respondentes concordando em partes
com a questão. Quando perguntados a respeito flexibilidade desses benefícios às
suas necessidades, foi avaliado por 67% que concordam com afirmação.
Quadro 05 - Benefícios
BENEFÍCIOS 1 2 3 4
A empresa oferece benefícios que dificultam a minha saída da empresa 33% 55% 10% 2%
A empresa oferece benefícios flexíveis que se adaptam às minhas necessidades 17% 67% 12% 4%
Chiavenato (2014, p.293) aborda que os benefícios “visam a proporcionar
condições para que cada pessoa possa se desligar das preocupações cotidianas e
se concentrar nas atividades do trabalho satisfazer necessidades mais elevadas”.
Ainda completando sua ideia, ele ressalta que o plano de benefícios é oferecido para
atender diferentes necessidades dos colaboradores, visando não apenas
recompensar os colaboradores pelo trabalho e dedicação, mas tornar sua vida mais
cômoda, fácil e agradável.
Os resultados obtidos na Tabela 02 apresentam a visão geral que os
colaboradores possuem, considerando o grau de importância relacionado à sua
opinião, considerando as extremidades de 5 para mais importante e 1 para menos
importante, levando em consideração fatores que uma empresa pode oferecer:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O foco desta pesquisa foi identificar a percepção dos colaboradores sobre as
práticas e ações de retenção de pessoas habitualmente utilizadas em uma
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organização do interior de Minas Gerais. Diante disso, a análise do conjunto de
informações levantadas, possibilitou verificar que os colaboradores consideram as
práticas adotadas e executas pela empresa como fatores relevantes, e que
contribuem gradativamente para o crescimento e desenvolvimento dos mesmos na
execução das tarefas propostas a eles. Evidenciou-se que a organização não tem a
retenção de pessoas como um ponto estratégico e, nem mesmo visa a diminuição
da rotatividade.
Vale ressaltar neste estudo que a organização apresenta alguns fatores de
retenção que foram reconhecidos por seus colaboradores, tais como os benefícios,
valorização por parte de seus líderes, ambiente de trabalho com condições
adequadas, qualificação profissional. Porém, existem alguns pontos a serem
verificados e algumas dificuldades quanto às políticas de retenção, que precisam ser
melhoradas e algumas implantadas, para que, de fato, tornem-se ações cotidianas e
de características da cultura da empresa.
Identifica-se que a rotatividade é causada por fatores atrelados à falta de
planejamento de políticas claras de retenção de pessoas por parte da empresa.
Embora a empresa possua alguns fatores positivos e de grande relevância
reconhecidos pelos colaboradores, dentro de aspectos gerais percebe-se a falta de
algumas práticas fundamentais no contexto organizacional na busca pela
permanência de profissionais, que de fato faz com que os mesmos se sintam
desmotivados e desvalorizados.
Conclui-se que é necessário tomar providências, recomendando a
implementação de novas políticas e planos de retenção de pessoas esperados pelos
colaboradores, ocasionando provavelmente a maior fidelização ao quadro de
funcional, evitando assim, a insatisfação pessoal e profissional, diminuindo o índice
de rotatividade e a maior produtividade para organização.
REFERÊNCIAS
BRANHAM, L. Motivando as pessoas que fazem a diferença: 24 maneiras de manter os talentos de sua empresa. Rio de Janeiro: Campus, 2002. CHIAVENATO, Idalberto. Capital intelectual: a nova vantagem competitiva das empresas. 4. ed. Porto Alegre: Editora Campus, 2005.
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_____________________. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 4. ed. Barueri,SP: Manole, 2014. _____________________. Recursos Humanos: o capital humano das organizações. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2008. ____________________. Remuneração, benefícios e relações do trabalho: como reter talentos na organização. São Paulo: Manole, 2009. COSTA, Simone do Nascimento da. Retenção de talentos: uma questão de visão de mercado. Rh Portal, 02.setembro.2015. Disponível em: http://www.rhportal.com.br/artigos-rh/reteno-de-talentos-uma-questo-de-viso-de-mercado/. Acesso em: 26.março.2016. DUTRA, Joel de Souza. Competências: Conceitos e Instrumentos para a Gestão de Pessoas na Empresa Moderna. São Paulo: Atlas, 2004. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2010. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia cientifica. 7. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2010. MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012. MENDONÇA, Márcia da Costa Furtado de. Retenção de talentos por meio de reconhecimento e recompensa. Rio de Janeiro, 2002. 200p. Dissertação de Mestrado. Fundação Getulio Vargas. Disponível em: https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/3745 Acesso em 21.abril.2016. MICHELMAN, P. Porque a retenção de pessoal deve tornar-se a estratégia principal imediata. In: HARVARD Business School. Mantendo os talentos da sua empresa. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. p. 23-35. MILKOVICH, George T.; BODREAU, John W.. Administração de recursos humanos. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2009. TAKEDA, Roberta. Retenção de Talentos: um estudo de caso na Softplan/Poligraph. Florianópolis, 2009. 87 p. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Administração, Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em: http://tcc.bu.ufsc.br/Adm289734.pdf. Acesso em 26 de abril de 2015. TRINDADE, Paulo Sergio da Silva. Retenção de talentos. Porto Alegre, 2007. 54 p. Monografia, Pós graduação em Administração - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/14172/000649460.pdf?sequence=1. Acesso em 03 de janeiro de 2015.
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A INFLUÊNCIA DO CLIMA ORGANIZACIONAL NO COMPORTAMENTO DOS COLABORADORES: UM ESTUDO DE CASO EM UMA MÉDIA EMPRESA
DO INTERIOR DE MINAS GERAIS
Adelaide Paiva Alves Dornelas – Graduada no curso de Bacharelado em Administração pela Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Renata Abreu e Silva Oliveira – Licenciada em Letras. Especialista em Língua Inglesa. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Janine Lopes de Carvalho – Mestre em Psicologia UFRRJ. Especialista em Saúde Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Graduada em Psicologia.
Coordenadora do Curso de Psicologia da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
RESUMO O clima organizacional está interligado ao nível de satisfação do colaborador, podendo assim comprometer seu comportamento. O objetivo deste estudo foi mensurar o clima organizacional na opinião dos colaboradores de uma organização que atua no setor de serviços e vendas a varejo no interior de Minas Gerais. A pesquisa realizada foi descritiva, com abordagem quantitativa, realizada por meio de um questionário validado utilizado no estudo de Patrícia Julião (2001) “Qualidade de vida no trabalho: Avaliação em Empresa do setor automobilístico a partir do clima organizacional e do sistema da qualidade baseado na especificação técnica ISO/TS 16.949”. Verificou-se que o clima organizacional da empresa em estudo é positivo e que os colaboradores se sentem satisfeitos com a política da empresa.
PALAVRAS- CHAVES: Clima organizacional, Colaboradores, Comportamento e
Satisfação.
INTRODUÇÃO
De acordo com Chiavenato (2011) o clima organizacional é definido como
qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que é percebida ou
experimentada pelos participantes da organização e que influencia o seu
comportamento.
O clima organizacional está fortemente ligado ao nível de satisfação,
envolvimento, comprometimento e motivação de cada colaborador. Um clima
organizacional positivo está associado a um alto nível de satisfação do cliente e a
um bom desempenho financeiro, se tornando assim um fator determinante para o
sucesso de uma organização (ROBBINS; JUDGE E SOBRAL, 2010).
A satisfação do colaborador é de suma importância para o desempenho de
toda organização, o clima Organizacional existente contribui fortemente para o nível
desta satisfação, portanto identificar os fatores do ambiente de trabalho que
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ocasionem desmotivação e insatisfação aos colaboradores gera vantagens para a
empresa e para o colaborador (CARVALHO et. al. ,2010)
Essa pesquisa se justifica devido a minha identificação com área de Recursos
Humanos, e analisando o cenário atual se percebe a importância de conhecer como
as pessoas agem dentro das organizações, e é através da análise do clima
organizacional que se tem conhecimento dos fatores que alteram o comportamento
do colaborador.
A questão que norteia essa pesquisa é: Existe uma preocupação por parte da
empresa em estudo, com a satisfação dos colaboradores em relação ao ambiente
de trabalho?
O objetivo dessa pesquisa foi mensurar o clima organizacional na opinião dos
colaboradores de uma organização que atua no setor de serviços e vendas a varejo
no interior de Minas Gerais.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Clima Organizacional
Maximiano (2012) afirma que o clima organizacional é a forma de como as
pessoas se sentem em relação à organização e seus administradores, tendo
evoluído seu conceito para o conceito de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT).
Para Robbins; Judge e Sobral (2010) o clima organizacional se refere às
percepções que os colaboradores possuem sobre a organização e sobre o ambiente
de trabalho.
De acordo com Martins (2008, p.31)
O clima organizacional pode influenciar a satisfação e rendimento no trabalho e a motivação dos trabalhadores no trabalho. Isto funciona como regulador da produtividade dos funcionários e da empresa como um todo. Um melhor conhecimento do clima organizacional pode colaborar para a melhoria para a qualidade de vida do homem no trabalho, para otimização do desempenho das organizações e para o esclarecimento das relações entre e outras variáveis do comportamento organizacional.
O clima organizacional está intimamente relacionado com a motivação dos
colaboradores. Quando a motivação é elevada, o clima organizacional tende a ser
elevado e a proporcionar relações de satisfação, animação, interesse e de
colaboração entre os participantes. Entretanto, quando a motivação é baixa, a
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tendência do clima organizacional é de ser baixo, apresentando características de
desinteresses, apatia, insatisfação e depressão (CHIAVENATO, 2009).
De acordo com Chiavenato (2014) o relacionamento entre a organização e as
pessoas torna-se um fator primordial para o sucesso, quanto melhor o clima interno
e o moral das pessoas envolvidas, maior a probabilidade de alcançar os objetivos
organizacionais. As atividades de relacionamento gerentes-colaboradores visam
estabelecer comunicação direta, proporcionando uma assistência mútua e um
envolvimento. As organizações devem tratar seus colaboradores com respeito e
solidariedade.
Segundo Certo (2003) uma estratégia básica motivacional para os gerentes, é
uma boa comunicação com os membros da organização. A comunicação eficaz
gerente–subordinado pode satisfazer as necessidades básicas como:
reconhecimento, a noção de pertinência e a de segurança. Para o autor a
comunicação se define como um processo de compartilhar informações com outras
pessoas onde a mensagem emitida por uma pessoa para uma ou mais pessoas,
resulta em um entendimento comum da mensagem.
Para Certo (2003) a atividade de comunicação dos gerentes geralmente
envolve a comunicação interpessoal que é a troca de informações com outros
membros da organização. Os gerentes que são capazes de se comunicar bem por
meio de um misto de comunicação verbal e não- verbal compartilha muito para o
sucesso de toda organização.
A comunicação pode ser classificada em descendente, ascendente e lateral. A
comunicação descendente é usada pelos gestores para com os colaboradores para
atribuição de tarefas, fornecimento de instruções, informação de procedimentos e
fornecimento de feedback sobre o desempenho, entre outras coisas. A comunicação
também pode ser ascendente que tem função de manter os dirigentes informados de
como os funcionários se sentem em relação aos colegas, ao trabalho e a
organização, entre outras. E por fim a comunicação lateral que é aquela que se dá
entre membros de um mesmo grupo, ou entre quaisquer pessoas que se encontram
em um nível equivalente dentro de uma organização (ROBBINS; JUDGE E
SOBRAL, 2010).
Maximiano (2008) ressalta que o feedback é um elemento importante no
processo de comunicação, pois representa um retorno da informação, garantindo
eficácia na comunicação.
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De acordo com Williams (2005) uma das técnicas mais poderosas da
comunicação é o oferecimento de um feedback eficiente, pois quanto maior as
habilidades de feedback maior será a compreensão, respeito e confiança por parte
do colaborador. Quando não há retorno da informação a tendência é que haja uma
produtividade baixa ou um comportamento inadequado.
METODOLOGIA
A empresa em estudo está situada em uma cidade da Zona da Mata Mineira
que possui cerca de 13.711 habitantes (IBGE, 2014). A organização iniciou suas
atividades em 1897 com produção artesanal de seus produtos, tendo suas origens
em tradição familiar. Em 2005 foi inaugurado um Memorial com intuito de
disponibilizar aos clientes e ao público em geral a história da construção da marca.
Em 2008 a marca da organização foi vendida a uma famosa empresa do ramo de
carnes que tinha interesse de entrar no setor de laticínio. A organização então
passou a ser reconhecida como Memorial.
Atualmente a organização atua no ramo de prestação de serviços e vendas a
varejo e tem sua classificação como uma empresa de médio porte. Os setores da
organização são basicamente divididos em: administrativo, vendas a varejo,
lanchonete, limpeza, cozinha e fábrica que é uma espécie de estoque dos produtos
do setor de laticínio comercializados na organização e a venda desses produtos faz
parte da parceria e da história da empresa. A equipe é composta por vários
colaboradores com diferentes funções sendo elas: 1 sub gerente, 1 gerente
comercial, 1 supervisora, 2 no setor financeiro, 2 auxiliares administrativo, 2
operadores de caixa, 12 balconistas, 2 auxiliares de produção, 5 na fábrica, 5
auxiliares de cozinha e 4 na limpeza. Totalizando um número de 37 colaboradores
os quais todos fizeram parte da pesquisa.
Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa delineada
como um estudo de caso. Neto e Lima (2012) definem pesquisa quantitativa como
pesquisa fechada, implica que tudo pode ser quantificável, como opiniões,
informações, atitudes e comportamentos, para que assim possam classificá-los e
analisá-los.
O estudo de caso se torna mais adequado para estudos específicos, permitindo
um amplo e detalhado conhecimento do assunto. De acordo com Vergara (2013,
p.44) “é um estudo circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como
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uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão público, uma
comunidade ou mesmo um país”.
O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário validado,
retirado da pesquisa “Qualidade de vida no trabalho: Avaliação em Empresa do setor
automobilístico a partir do clima organizacional e do sistema da qualidade baseado
na especificação técnica ISO/TS 16.949” de Patrícia Julião (2001), esse questionário
possui 40 perguntas que buscam analisar questões como administração de pessoal,
comunicação, excelência, relacionamento, segurança, satisfação, condições
ambientais, serviços e benefícios e recursos humanos.
Durante a aplicação do questionário houve esclarecimento do objetivo da
pesquisa, garantindo o anonimato dos informantes, a explicação detalhada dos
mesmos e um Termo de Consentimento Livre a ser assinado por todos os
participantes (TCLE).
A pesquisa foi realizada no mês de julho de 2015. Para a tabulação dos dados
e criação dos quadros foram utilizados os programas Word 2013 e Excell 2013.
RESULTADOS E DISCUSSÃO Participaram da pesquisa 37 colaboradores. Os respondentes são na maioria
do sexo feminino representando uma média de 76%. A faixa etária representou 65%
entre 18 e 30 anos. A maioria dos colaboradores possui o ensino médio e superior
representado respectivamente por 54% e 27% dos respondentes.
Os resultados obtidos no Quadro 1 indicam que os colaboradores avaliaram o
fator Administração de Pessoal positivamente sendo questões relacionadas a
tratamento recebido pela chefia, soluções de problemas, exposição de objetivos,
autonomia e feedback sobre o desempenho apresentando uma média de 95% dos
respondentes.
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Quadro 1- Administração de Pessoal
QUESTÕES
ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL
SIM%
NÃO%
Qt1
A minha equipe pode tomar as decisões que achar corretas e as decisões são aceitas pela chefia.
84
16
Qt3 Minha chefia me elogia quando faço um bom trabalho. 100 0 Qt7
Minha chefia me repassa todas as informações necessárias para que eu faça minhas atividades.
97
3
Qt11
Na minha área de trabalho os funcionários participam na solução dos problemas.
86
14
Qt13
Minha chefia se preocupa com o meu desenvolvimento profissional. 95
5
Qt21
Sinto que minhas idéias e opiniões são consideradas pela minha chefia.
100
0
Qt22
Atualmente tenho oportunidade de utilizar toda minha capacidade e conhecimento em meu trabalho.
95
5
Qt23
Minha chefia me diz regularmente como está o meu desempenho no trabalho.
95
5
Qt24
Na organização as áreas cooperam entre si na solução dos problemas.
100
0
Qt27
Estou satisfeito com a maneira como sou tratado pela minha chefia. 97
3
Qt31
Minha chefia procura divulgar e discutir com o pessoal os objetivos da área.
97
3
Qt32
Sinto que através do meu potencial poderei crescer dentro da empresa.
97
3
Qt33
Minha chefia me orienta sobre o que fazer para crescer profissionalmente.
92
8
MÉDIA
95%
5%
Para Walton (1976, apud Limongi-França & Arellano, 2002) a Qualidade de
Vida no Trabalho (QVT) tem como objetivo humanizar uma organização, no qual o
trabalho deve envolver responsabilidade e autonomia, recebimento de feedback do
desempenho, tarefas adequadas, enriquecimento do trabalho, variedade e
desenvolvimento pessoal.
A autonomia no trabalho se refere ao grau de independência e de critério
pessoal que o colaborador tem para planejar e executar o trabalho, portanto quanto
maior a autonomia maior a autoadministração (CHIAVENATO, 2009).
Para Moscovici (2012) o feedback tem que ser compatível com as
necessidades tanto do emissor quanto do receptor. De acordo com autor todo
colaborador necessita de receber um feedback, seja positivo ou negativo, pois
através do feedback ele passa a ter consciência das deficiências e dos acertos.
Os resultados do Quadro 2 indicam que as informações da organização
possuem grande credibilidade. Em média 97% avaliaram positivamente o fator
Comunicação.
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Quadro 2- Comunicação
QUESTÕES
COMUNICAÇÃO
SIM%
NÃO%
Qt5
As informações que eu recebo da organização chegam no momento certo.
100
0
Qt15
Os quadros de avisos da organização trazem informações que considero importantes e suficientes.
100
0
Qt25
As informações repassadas pela organização são completas e confiáveis.
100
0
Qt35
Na organização, as informações são passadas de maneira clara e objetiva, evitando o surgimento de boatos.
86
14
MÉDIA
97%
3%
A comunicação deve ser de mão dupla: ida e volta, onde a organização deve
comunicar e explicar a sua filosofia aos colaboradores solicitando deles sugestões e
opiniões sobre os assuntos de trabalho (CHIAVENATO, 2014).
Por meio da comunicação descendente as pessoas são informadas para que
possam trabalhar direito, podendo ser realizada através de cartazes em locais de
atividade operacional contendo informações sobre o volume de produção, nível de
qualidade, satisfação do cliente entre outros fatores (MAXIMIANO, 2008).
O Quadro 3 demonstra que respondentes analisaram o fator Excelência
positivamente representando uma média 92% dos respondentes.
Quadro 3- Excelência
QUESTÕES
EXCELÊNCIA
SIM%
NÃO%
Qt10
Em minha área de trabalho as pessoas se preocupam em praticar intensamente a excelência.
81
19
Qt20
Sem desconsiderar a segurança, em minha área de trabalho a satisfação do cliente está acima de qualquer coisa
100
0
Qt30
Na organização as pessoas tomam iniciativa pessoal para exceder as expectativas dos seus clientes.
95
5
MÉDIA
92%
8%
Chiavenato e Arão (2009) apontam que as pessoas que compõem à força de
trabalho devem estar capacitadas e satisfeitas para atuar com excelência.
O sucesso de uma organização está relacionado à sua capacidade de atender
as necessidades e expectativas de seus clientes, para que se crie o valor necessário
para conquista-los e retê-los (CHIAVENATO; ARÃO, 2009).
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De acordo com Robbins; Judge e Sobral (2010) as emoções dos funcionários
podem ser transferidas aos clientes, portanto funcionários satisfeitos costumam ser
mais amáveis e atenciosos.
Os resultados do Quadro 4 indicam que todas as questões do fator
Relacionamento time e gerência foram avaliados positivamente pelos respondentes
onde todas as questões apresentaram uma porcentagem acima de 85%. Na média o
fator Relacionamento foi avaliado por 96%.
Quadro 4- Relacionamento
QUESTÕES
RELACIONAMENTO
SIM%
NÃO%
Qt4
Na minha área de trabalho, as pessoas se relacionam de forma amistosa, educada e cooperativa.
100
0
Qt14 O ambiente em que trabalho é bom e estou satisfeito. 97 3 Qt17
Na minha área de trabalho, o relacionamento entre chefias e subordinados é bom.
100
0
Qt34
Quando alguém na minha área tem dificuldades no trabalho, os colegas buscam ajudá-lo.
97
3
Qt37
Minha chefia usa de educação e bom senso para orientar seus funcionários
86
14
MÉDIA
96
4%
De acordo com Maximiano (2008) a comunicação lateral permite o
funcionamento dos processos interdepartamentais e a tomada de decisão
envolvendo diferentes unidades de trabalho.
Para Robbins; Judge e Sobral (2010) uma pessoa que se encontra em um
clima organizacional positivo de desempenho, irá se preocupar em realizar
frequentemente um bom trabalho e se sentirá mais confortável em colaborar com
seus colegas independentemente do contexto.
De acordo com Carvalho et. al. (2010) a satisfação do colaborador é de
extrema importância para o desempenho da organização. Sendo que o clima
organizacional contribui diretamente na satisfação, pelo fato do comportamento do
colaborador ser influenciado pelas circunstâncias do ambiente de trabalho, um clima
organizacional favorável é essencial para o bom desempenho e comprometimento
do colaborador.
No Quadro 5 o aspecto que apresentou necessidade de melhoria foi a questão
de equipamentos de segurança em relação a proteção com avaliação negativa de
11% dos colaboradores. As demais questões foram avaliadas positivamente por
97% dos respondentes apresentando uma média positiva de 95% dos respondentes.
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Quadro 5- Segurança
QUESTÕES
SEGURANÇA
SIM%
NÃO%
Qt8
A limpeza e organização das áreas na organização são adequadas. 97
3
Qt18
Os equipamentos de segurança que a empresa oferece são suficientes para a minha proteção.
89
11
Qt28
Os equipamentos e ferramentas disponíveis em minha área oferecem condições adequadas para a produtividade exigidas no meu trabalho.
97
3
MÉDIA
95%
5%
Segurança é um dos fatores de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) na qual
Walton (1976, apud Arellano & Limongi-França, 2002) relata que os trabalhadores
não podem ser expostos a situações que ofereçam riscos ou que possam causar
danos à saúde.
Para Chiavenato (2009) a segurança do trabalho representa um conjunto de
medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas utilizadas na prevenção de
acidentes, sendo um fator indispensável no desempenho satisfatório do colaborador.
Os resultados obtidos no Quadro 6 demonstram que 50% dos respondentes
avaliaram a questão benefícios oferecidos pela organização negativamente, porém
100% dos respondentes indicaram que gostam do trabalho que realizam, que se
sentem motivados e que consideram desnecessário procurar outro emprego no
momento. Representando uma média positiva de 90% do fator satisfação.
Quadro 6- Satisfação
QUESTÕES
SATISFAÇÃO
SIM%
NÃO%
Qt2
O sistema de promoção de funcionários na organização é transparente, adequado e confiável.
92
8
Qt6 Gosto do trabalho que faço na organização. 100 0 Qt9
Levando em conta o que eu faço na organização, considero o meu salário justo.
95
5
Qt12 Executo trabalhos que considero complexos e que me permitem utilizar todo o meu potencial profissional.
89
11
Qt16 Sinto-me motivado para o trabalho. 100 0 Qt19
Os benefícios oferecidos pela organização atendem às necessidades de minha família.
50
50
Qt26
Considero desnecessário, no momento, procurar outro emprego. 100
0
Qt29
A quantidade de atividades/serviços que faço diariamente é adequada.
92
8
Qt36 Para mim, a organização está mudando para melhor. 92 8
MÉDIA 90%
10%
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Robbins; Judge e Sobral (2010) assinalam que trabalhos interessantes que
fornecem variedade, independência e controle satisfazem a maioria dos
funcionários, e ressalta ainda que a satisfação no trabalho está interligada ao
comportamento de cidadania organizacional pois aqueles que se sentem apoiados
pelos colegas tendem a ajudar mais os outros.
Chiavenato (2009) afirma que os benefícios prestados pela organização
influenciam poderosamente no grau de qualidade de vida dos colaboradores,
constituindo uma força de trabalho no nível satisfatório e produtivo.
O Quadro 7 analisa as Condições Ambientais da organização analisando as
seguintes variáveis iluminação, ruído, temperatura, espaço físico, ventilação,
segurança e posição corporal. A variável Ruído apresentou uma média de 51%
como razoável, as demais variáveis foram avaliadas positivamente.
Quadro 7- Condições Ambientais CONDIÇÕES AMBIENTAIS
MUITO BOM%
BOM%
RAZOÁVEL%
RUIM%
Iluminação 73 27 0 0 Ruído 22 27 51 0 Temperatura 16 62 22 0 Espaço Físico 69 20 11 0 Ventilação 61 23 16 0 Segurança 48 49 3 0 Posição corporal 27 73 0 0
De acordo com Chiavenato (2009) a qualidade de vida implica criar, manter e
melhorar o ambiente de trabalho seja em condições físicas, psicológicas e sociais.
Um ambiente de trabalho agradável e amigável resulta em qualidade de vida das
pessoas na organização.
O ambiente de trabalho possui grande influência no desempenho do
funcionário. A implantação de um ambiente físico de trabalho agradável e com
condições seguras, passou a ser visto como caráter estratégico das empresas que
desejam manter bons profissionais (CHIAVENATO, 2014).
O Quadro 8 apresenta a avaliação dos colaboradores em relação ao fator
Recursos Humanos sobre as seguintes variáveis departamento pessoal,
recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento e segurança patrimonial. A
variável recrutamento e seleção apresentou uma média de 54% como razoável as
demais foram avaliadas positivamente pelos respondentes.
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Quadro 8- Recursos Humanos
RECURSOS HUMANOS
MUITO BOM%
BOM%
RAZOAVÉL%
RUIM%
Departamento Pessoal 33 67 0 0
Recrutamento e Seleção 19 27 54 0
Treinamento e Desenvolvimento 11 62 27 0
Segurança Patrimonial 68 27 5 0
As políticas de recursos humanos estão ligadas a cuidar de cinco subsistemas
interdependentes que é a provisão, aplicação, manutenção, desenvolvimento e
monitoramento de recurso humanos. A Administração de Recursos Humanos (ARH)
provoca impactos na organização e nas pessoas devido a maneira de lidar com as
pessoas, de buscá-las no mercado, de integrá-las, recompensá-las e controlá-las
isso devido a importância das pessoas para a competitividade organizacional
(CHIAVENATO, 2009).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se concluir através desse estudo que a análise do clima organizacional
é de extrema importância para detectar o que o colaborador sente em relação ao
ambiente de trabalho. Organizações que se preocupam com a satisfação de seus
colaboradores tendem a ser mais agradáveis para se trabalhar.
O foco desse estudo foi mensurar o clima organizacional na visão dos
colaboradores em uma organização que atua em serviços e vendas a varejo.
Através do estudo foi observado que os colaboradores se mostraram satisfeitos com
a política da organização, portanto pode-se concluir que eles se sentem motivado
para o trabalho e como foi visto um colaborador motivado trabalha em prol da
organização.
Foi observado nesse estudo que a organização apresentou pequenas falha
que poderiam ser melhoradas e proporcionar uma satisfação ainda maior aos seus
colaboradores, como por exemplo a questão de benefícios e serviços que a
organização não oferece aos seus colaboradores, o ruído e o processo de
recrutamento e seleção sendo avaliados como razoável pelos colaboradores da
empresa.
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Conhecer o clima organizacional é fundamental para a organização identificar
as necessidades de seus colaboradores. Por fim pode-se concluir que o clima
organizacional positivo resulta em satisfação dos colaboradores e
consequentemente um melhor desempenho.
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CLIMA ORGANIZACIONAL: UMA PESQUISA SOBRE O INDICE DE SATISFACAO DOS FUNCIONÁRIOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO
SUPERIOR (IES) - PRIVADA Thais Lopes Da Silva Alves – Graduada em Administração pela Faculdade Vértice
- UNIVÉRTIX. Renata Abreu e Silva Oliveira – Licenciada em Letras. Especialista em Língua
Inglesa. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Janine Lopes de Carvalho – Mestre em Psicologia UFRRJ. Especialista em
Saúde Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Graduada em Psicologia. Coordenadora do Curso de Psicologia da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
RESUMO O clima organizacional está interligado ao nível de satisfação do colaborador, podendo assim comprometer seu comportamento. O presente artigo teve por objetivo avaliar o clima organizacional na opinião dos funcionários de uma organização que atua no ramo da educação em uma cidade no interior de Minas Gerais. Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa. Participaram desta pesquisa 35 colaboradores da IES. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado um questionário validado contendo 40 perguntadas objetivas. A pesquisa verificou que os funcionários da instituição estão satisfeitos com o trabalho. PALAVRAS-CHAVE. Clima Organizacional; Motivação; Instituição de Ensino Superior. INTRODUÇÃO
O clima organizacional é uma ferramenta do setor de recursos humanos que
tem por finalidade conhecer as percepções dos funcionários que ali trabalham. Ele
indica o grau de satisfação dos membros de uma determinada empresa, servindo
assim, para identificar onde se situam as deficiências das organizações, bem como,
direcionar para possíveis soluções que favoreçam uma melhor integração entre
metas individuais e institucionais (BACARRO, 2009).
A satisfação no trabalho diz respeito à atitude de cada ser humano, envolvendo
aspectos como regras, aceitação e ambiente. A organização do trabalho, metas que
o funcionário deve cumprir dentro de certa organização dentre outras contribui
positivamente ou não para a satisfação na organização, onde é importante que o
local de trabalho seja uma ambiente de respeito, saudável e que todos que ali
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trabalham tem prazer de estar ali (ROBBINS, 2002 citado por CARVALHO, ROSA e
OLIVEIRA , 2013).
A escolha do tema se deu por entender a importância da satisfação do
funcionário dentro da organização. Por entender que o ambiente de trabalho deve
ser agradável, onde os funcionários sintam-se satisfeitos em exercerem suas
funções para uma melhor qualidade de serviços prestados. Vale lembrar que o
estudo sobre clima organizacional é importante para o planejamento e a
compreensão da vida organizacional, fornecendo informações úteis para a melhoria
do desempenho da instituição.
O objetivo desta pesquisa é avaliar o clima organizacional na opinião dos
funcionários de uma organização que atua no ramo da educação em uma cidade no
interior de Minas Gerais.
O trabalho é relevante, pois, conhecer o clima organizacional de uma empresa
possibilita mensurar a satisfação dos funcionários. O que vem a mostrar aos
gestores o quanto é importante um clima organizacional favorável para um bom
andamento dos trabalhos e desenvolvimento da organização.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Robbins Judge e Sobral (2010) enfatiza que as organizações bem sucedidas
são aquelas que colocam as pessoas em primeiro lugar. Falar de pessoas na
organização é se referir à gestão de pessoas. É através dela que é estimulada a
participação, capacitação, envolvimento e desenvolvimento de funcionários de uma
empresa, onde estas tendo oportunidades de se desenvolverem irão trabalhar com
mais satisfação e assim obter bons resultados para a organização.
Para Xavier (1984) citado por Campos (2002), os primeiros estudos sobre
cultura e clima organizacional datam das décadas de 1920 e 1930, muito embora
não recebessem inicialmente essas denominações. Os conceitos de cultura e clima
organizacional surgiram da necessidade de compreensão quanto às formas de
funcionamento das organizações e das constatações de que existia diferenças entre
elas as quais não podiam ser deixadas de lado.
O Clima Organizacional, diz respeito a sentimentos e ideias quer sejam
individuais ou coletivas. A realidade de cada um pode interferir dentro do interior de
uma organização, pois cada ser humano tem sua forma de agir e de se comportar
(MAXIMINIANO, 2000).
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Na visão de Chiavenato (2008) citado por Carvalho, Rosa e Oliveira (2012) o
clima organizacional, relaciona-se com a moral e a satisfação do ser humano. O
clima organizacional surge da necessidade que o ser humano tem em se sentir bem
dentro de uma organização.
No que diz respeito à cultura organizacional podem ser resumidos pela
observação dos atos, comportamentos e práticas realizadas em uma organização.
Uma boa cultura pode motivar os funcionários e ajudá-los a crescer dentro da
instituição (CAMPOS, 2002).
A cultura é, por definição, sutil, intangível, implícita e sempre presente, porém toda organização desenvolve um conjunto básico de premissas, convicções e regras implícitas que governam o comportamento no dia a dia do trabalho (ROBBINS; JUDGE e SOBRAL, 2010, p.504).
Para Robbins, Judge e Sobral (2010), a satisfação com o trabalho é uma
atitude geral, em relação ao próprio trabalho. Isto é, é a diferença entre as
recompensas recebidas, de fato, pelo funcionário e aquilo que ele acredita merecer.
O autor considera, ainda, que uma pessoa que tem um alto nível de satisfação com
seu trabalho apresenta atitudes positivas em relação a ele, enquanto aquela
insatisfeita apresenta atitudes negativas.
A satisfação no trabalho é uma variável de atitude que mostra como as pessoas se sentem em relação ao trabalho que têm, seja no todo, seja em relação a alguns de seus aspectos. De forma simples, a satisfação no trabalho é o quanto as pessoas gostam do trabalho delas, insatisfação no trabalho é o quanto não gostam (SPECTOR, 2010, p.321).
Schermerhorn Júnior (1999) citado por Bastos e Rifane (2014) concorda ao
afirmar que satisfação no trabalho é a forma como determinado indivíduo se sente
dentro da organização para aqual presta serviço. Muitas vezes a satisfação de
vários aspectos comuns ao trabalho como: pagamento, condições de trabalho,
qualidade da supervisão, colegas e o trabalho em si.
Motivação vem do interior de cada ser humano, porém, necessita de um
impulso, ou seja, o ser humano necessita ser motivado por alguma razão para que
possa crescer e buscar a realização de seus objetivos (CARVALHO, ROSA e
OLIVEIRA, 2012).
A motivação é um processo global com o objetivo final: comprometer funcionário com as causas e objetivos da empresa para integrá-lo à “cultura organizacional”. Os funcionários devem associar seus objetivos aos da empresa, fazer da mesma parte da sua vida, de
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modo que o comprometimento do colaborador implique o aprimoramento do desempenho fundamentado na valorização do funcionário e na satisfação dele em trabalhar na empresa (BEKIN, 1995, citado por MELO; MARQUES, 2008, p.13)
Assim, existem duas abordagens que estudam á satisfação no trabalho: a
abordagem global e a abordagem por facetas. A abordagem global considera a
satisfação no trabalho como um sentimento único e global e a abordagem por
facetas que caracteriza os prêmios, as condições de trabalho, salário, oportunidades
de promoção, benefícios, supervisão, companheiros de trabalho, natureza do
trabalho, comunicação e segurança (SPECTOR, 2010).
A qualidade de vida no trabalhador (QVT) pode ser definida como: “um
conjunto de ações de uma empresa no sentido de implantar melhorias e inovações
gerenciais, tecnológicas e estruturais no ambiente de trabalho” (ARELLANO &
FRANÇA, 2002, p.296)
Definindo QVT Sucesso (1998) citado por Vasconcelos (2001) comenta que
esta não diz respeito ao salário do trabalhador e benefícios recebidos por ele, mas a
qualidade de vida no trabalho envolve outros fatores como equilíbrio entre lazer e
prazer, horários e condições de trabalho sensatos, oportunidade e perspectiva de
carreira dentre outros que proporciona ao trabalhador qualidade de vida.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa direcionada
aos profissionais de uma instituição do Ensino Superior (IES) no interior do Estado
de Minas Gerais. O estudo foi realizado com 35 pessoas que corresponde a todos
os funcionários da IES, excetuando os professores diretores e coordenadores. O
questionário foi respondido por profissionais de formação nível médio e superior.
Segundo Gil (2010, p.28) a pesquisa descritiva é:
As pesquisas deste tipo têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados.
A IES investigada tem como responsabilidade as atividades de ensino. O órgão
é responsável por formular e implantar políticas, programas projetos que tem como
objetivos promover um ensino de qualidade aos alunos. A entrevista se deu através
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de vários colaboradores com diferentes funções sendo elas, 1 Assistente de
departamento pessoal, 2 Auxiliares de Serviços Gerais, 1 Operador de computador,
1 Auxiliar de Escritório, 3 Vigias, 8 Faxineiros, 1 Bibliotecária, 12 Auxiliares
Administrativos, 2 Recepcionistas,1 Assistente Social, 16 estagiários, totalizando
48 colaboradores.
Foram utilizados na pesquisa um questionário com perguntas objetivas
extraídas do artigo “Qualidade de vida no trabalho: Avaliação em Empresa do setor
automobilístico a partir do clima organizacional e do sistema da qualidade baseado
na especificação técnica ISO/TS 16.949” de Patrícia Julião (2001), sendo composto
de 40 perguntas.
Para a aplicação dos questionários foram explicitados os motivos da pesquisa
a justificativa da escolha dos entrevistados a garantia de sigilo e anonimato, aqueles
que concordaram em participar assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE).
Os questionários foram respondidos por 35 colaboradores da IES investigada,
ou seja, 73% dos funcionários. A coleta de dados foi realizada no mês de Setembro
de 2015. Os dados foram tabulados no Microsoft Excel , através de estatística
descritiva.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Participaram da pesquisa 35 colaboradores. Os participantes são na maioria do
sexo feminino representando 84% dos pesquisados. 89% corresponde à faixa etária
entre 20 a 45 anos. 77% dos respondentes têm nível médio.
Os dados da Tabela 1 indicam que os colaboradores avaliaram o fator
Administração de Pessoal da IES positivamente, apresentando uma média 79% dos
colaboradores.
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Tabela 1: Administração de Pessoal Questão Administração de pessoal SIM NÃO
33 Minha chefia me orienta sobre o que fazer para crescer profissionalmente 63% 37% 23 Minha chefia me diz regularmente como está o meu desempenho no trabalho 63% 37% 1 Minha equipe pode tomar decisões e as decisões são aceitas pela chefia 69% 31%
24 Na Faculdade as áreas cooperam entre si na solução de problemas 71% 29% 3 Minha chefia me elogia quando faço um bom trabalho 89% 11%
13 Minha chefia se preocupa com o meu desenvolvimento profissional 86% 14% 22 Atualmente utilizo minha capacidade e conhecimento 77% 23% 21 Sinto que minhas idéias e opiniões são consideradas pela minha chefia 69% 31% 7 Minha chefia repassa todas informações necessárias para que eu faça as
atividades 89% 11%
11 Na minha área os funcionários participam na solução dos problemas 91% 9% 31 Minha chefia procura divulgar e discutir com o pessoal os objetivos da área 77% 23% 32 Sinto que através do meu potencial poderei crescer dentro da empresa 77% 23% 27 Estou satisfeito com a maneira como sou tratado pela minha chefia 91% 9%
Média 79% 21%
No que diz respeito à liderança Bergaminin (1994) citada por Robbins
Judge e Sobral (2010, 413) destaca que :
As teorias conservam o denominador comum de que a liderança envolve duas ou mais pessoas e se trata de um processo de influência exercido de forma intencional por parte do líder sobre seus seguidores. A autora situa como desafios centrais da liderança: motivar, inspirar, sensibilizar e comunicar.
Robbins, Judge e Sobral (2010) comenta, que os gestores visando o bem
estar da instituição deve procurar um bom relacionamento com os funcionários,
interessar-se pelas atitudes dos funcionários procurando uma melhoria da eficácia
organizacional.
A Tabela 2 indica os índices médios da comunicação entre os funcionários,
mostrando que 84% acreditam que a instituição transmite bem a comunicação para
os seus colaboradores.
Tabela 2: Comunicação
QUESTÃO COMUNICAÇÃO SIM NÃO 5 As informações que eu recebo da Faculdade chegam no momento certo 74% 26% 35 As informações são passadas de maneira clara e objetiva, evitando os
boatos 80% 20%
15 Os quadros de avisos trazem informações que considero importantes e suficientes
91% 9%
25 As informações repassadas pela Faculdade são completas e confiáveis 91% 9% Média 84% 16%
A comunicação é fator essencial entre as pessoas, diz respeito a
compreender o que está sendo transmitido, devendo ser de qualidade, esta precisa
ser bem entendida por quem a recebe, para que decisões corretas sejam tomadas (
ROBBINS ,JUDGE e SOBRAL,2010).
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No mesmo sentido Barros et al (2012) concorda que a comunicação é uma
necessidade inerente ao ser humano. É através da comunicação que os seres
humanos se desenvolvem, inclusive em seu ambiente de trabalho. O autor enfatiza
que a comunicação fortalece os estímulos e promove um ambiente de trabalho mais
saudável, agradável e de qualidade.
A tabela abaixo descreve que 83% das pessoas entrevistas estão satisfeitos
com a maneira que é praticada a excelência na Instituição.
Tabela 3: Excelência QUESTÃO EXCELÊNCIA SIM NÃO
10 Em minha área de trabalho as pessoas se preocupam em praticar
intensamente excelência 89% 11%
20 Sem desconsiderar a segurança, em minha área de trabalho a satisfação do cliente está acima de qualquer coisa
94% 6%
30 Na empresa as pessoas tomam iniciativa pessoal para exceder as expectativas dos seus clientes
66% 34%
MEDIA 83% 17%
Robbins, Judge e Sobral (2010) a satisfação no trabalho corresponde a atitude
da pessoa dentro do seu ambiente de trabalho, e envolve relações de trabalho, o
ambiente, organização do trabalho, as políticas e programas de gestão da empresa,
suas tecnologias, metas, objetivos e interesses.
Pires e Souza (2014) apontam que para haver satisfação e motivação no
trabalho é preciso um ambiente saudável, como também uma boa comunicação
entre todos os colaboradores.
Os dados da tabela 4 apontam que 90% da dos colaboradores estão satisfeitos
com a maneira que se relacionam em equipe e com seus líderes.
Tabela 4: Relacionamento – Time & Gerência QUESTÃO RELACIONAMENTO – TIME & GERÊNCIA SIM NÃO
4 Na minha área as pessoas se relacionam de forma amistosa e educada 91% 9%
37 Minha chefia usa de educação e bom senso para orientar seus funcionários
94% 6%
14 O ambiente em que trabalho é bom e estou satisfeito 89% 11%
34 Se alguém na área tem dificuldades no trabalho, os colegas buscam ajudá-lo
80% 20%
17 Na minha área, o relacionamento entre chefias e subordinados é bom 94% 6%
MEDIA 90% 10%
Um ambiente saudável, alegre, onde existe respeito e confiança entre todos
possibilita um bom relacionamento interno e conduz os funcionários a produzirem
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mais. Assim sendo, o ambiente de trabalho deve ser positivo e saudável, havendo
um bom relacionamento entre funcionários e gerência (PIRES e SOUZA 2014).
Comentando sobre satisfação Robbins, Judge e Sobral, (2010) afirma que
satisfação depende em muito da forma como o trabalhador se relaciona dentro da
organização, seu estado emocional, ou seja, seu bem-estar dentro da organização,
o que influencia em muito seus pensamento e forma de agir.
A tabela 5 mostra que 91% dos funcionários estão satisfeitos com a segurança
que a organização oferece. No que diz respeito à limpeza e organização todos os
entrevistados afirmam ser de ótima qualidade, totalizando 100%.
Tabela 5: Segurança QUESTÃO SEGURANÇA SIM NÃO
28 Os equipamentos e ferramentas oferecem condições para a produtividade exigida
89% 11%
8 A limpeza e organização das áreas da instituação são adequadas 100% 0%
18 Os equipamentos de segurança que a empresa oferece são suficientes para minha proteção.
83% 17%
MÉDIA 91% 9%
Spector (2010, p. 413) aponta que:
As condições físicas do trabalho tendem a ter efeitos físicos diretos nas pessoas. Algumas vezes, esses efeitos são imediatos, mas frequentemente ocorrem após um longo período de tempo. Quando uma doença ou uma lesão leva muito tempo para se desenvolver, pode ser difícil determinar exatamente o que a provocou. Muitas vezes se podem dar passos para evitar ou minimizar a exposição a essas condições por meio da adoção de procedimentos de segurança
Pires e Souza (2014) relatam que o ambiente de trabalho influencia em muito
na organização da instituição, assim, é necessário que o ambiente de trabalho seja
limpo, confortável, iluminado, seguro e adequado ao exercício das atividades,
proporcionando bem-estar aos funcionários.
A tabela 6 descreve que 85% dos colaboradores estão satisfeitos com os
benefícios e o modo como são tratados na Instituição.
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Tabela 6: Satisfação
QUESTÃO SATISFAÇÃO SIM NÃO 12 Executo trabalhos complexos e que permitem utilizar todo o meu potencial 91% 9%
9 Levando em conta o que eu faço na instituição, o meu salário é justo 71% 29%
29 A quantidade de atividades/serviços que faço diariamente é adequada 89% 11%
19 Os benefícios atendem ás necessidades de minha família 60% 40%
2 O sistema de promoção na Faculdade é transparente, adequado e confiável
77% 23%
36 Para mim, a Faculdade está mudando para melhor 97% 3%
16 Sinto-me motivado para o trabalho 94% 6%
26 Considero desnecessário, no momento, procurar outro emprego 86% 14%
6 Gosto do trabalho que faço na empresa 100% 0%
MEDIA 85% 15%
A satisfação no trabalho depende muito em muito da forma como o ser humano
se sente no ambiente de trabalho, se está satisfeita com seu trabalho, seus colegas,
com seu líder. Também pode estar relacionado a benefícios que a empresa
proporciona ao empregado, dentre outros fatores que influenciam positivamente ou
negativamente sua satisfação no ambiente de trabalho, (SPECTOR, 2010).
A tabela 7 as condições ambientais mostram que os colaboradores acham
Muito bom a Iluminação (86%), a Segurança (63%), e o Espaço Físico (60%).
Tabela 7: Condições Ambientais 7- CONDIÇÕES AMBIENTAIS MUITO BOM BOM RAZOÁVEL RUIM Iluminação 86% 14% 0% 0% Segurança 63% 29% 9% 0% Espaço Físico 60% 31% 3% 6% Posição Corporal 37% 34% 26% 3% Ventilação 57% 31% 9% 3% Temperatura 51% 29% 17% 3% Ruído 51% 34% 9% 6%
No que diz respeito às condições ambientais Spector (2010) demonstra que é
importante que as condições de trabalho sejam as melhores possíveis.
Uma vez que as condições de trabalhos podem vir a prejudicar a saúde do
trabalhador, como exemplo o ruído excessivo de determinados locais que expõem
funcionários a condições que podem afetar sua saúde e desempenho no trabalho
(SPECTOR, 2010).
Na tabela 8 Serviços e Benefícios constataram-se que os itens: Participação
nos lucros (54%); Brinquedos de Natal (57%); Farmácia (60%);
Compra/Financiamentos de Autos (71%) e Banco (60%) são considerados ruim
pelos seus colaboradores.
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Tabela 8: Serviços e Benefícios 9-SERVIÇOS & BENEFÍCIOS MUITO BOM BOM RAZOAVÉL RUIM Part. Lucros e Resultados 6% 14% 26% 54% Transporte 29% 20% 31% 20% Ambulatório Médico 31% 26% 26% 6% Cesta Básica 40% 29% 23% 9% Brinquedos de Natal 14% 14% 14% 57% Farmácia 11% 17% 11% 60% Restaurante 20% 29% 23% 29% Seguro de Vida – Grupo 51% 26% 20% 3% Compra/Finan. Autos 0% 17% 11% 71% Serviço de Café 69% 20% 3% 9% Banco 14% 20% 6% 60% Assistência Médica 66% 14% 9% 11%
Para Almeida (2007), citado por Barros et al. (2012) a motivação é a vontade
que o ser humano sente em fazer alguma coisa, e para a pessoa se sentir motivado
depende do seu estado interior, bem como de suas necessidades, desejos, e
benefícios que recebe de uma organização por um serviço prestado. Assim estar
motivado depende de cada ser humano, pois cada pessoa tem seu jeito de agir, de
ser, onde cada pessoa tem seus desejos, anseios.
Nesse sentido Arellano & França. (2002) a importância da qualidade de vida no
trabalho, depende muito do que as empresas oferecem a seus funcionários quer
sejam em benefícios, condições de trabalho, inovações em tecnologias,
relacionamento entre líder e funcionários dentre outros que contribuem para uma
qualidade de vida e bem estar no trabalho, assim sendo, faz-se necessário que as
empresas procurem investir em benefícios, inovações gerenciais, tecnológicas que
visem deixar o trabalhador satisfeito e motivado a trabalhar na empresa.
Na tabela 09 apresenta os dados de Recursos Humanos onde constata-se que
a maioria dos colaboradores consideram positivo as questões de Segurança
Patrimonial, Recrutamento e Seleção, Departamento Pessoal e Treinamento e
Desenvolvimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo objetivou identificar a percepção dos funcionários de uma
empresa de ensino acerca do clima organizacional, onde procurou através de uma
pesquisa de campo oferecer informações úteis para a melhoria do desempenho da
operacionalidade em gestão de pessoas de uma instituição de ensino.
Durante a pesquisa pode-se observar que os índices que apontam maiores
satisfação são: Administração de Pessoal; Comunicação; Excelência;
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Relacionamento; Segurança e Condições Ambientais, isso nos mostra que a
empresa se preocupa com os colaboradores e os motiva a alcançar os objetivos
pessoais e consequentemente organizacionais, contudo é necessário manter esse
nível de satisfação através da metodologia PDCA (PLAN-DO-CHECK) onde é um
método utilizado para o controle e melhoria contínua de processos e produtos.
No entanto constataram-se algumas insatisfações como: participação nos
lucros e resultados; brinquedos de natal; compra/financiamento de autos e banco.
Isso ocorre pelo fato da Instituição não conceder esses benefícios, contudo é
importante que a mesma reveja esta questão, pois suprindo as necessidades
básicas dos colaboradores o mesmo almejará por objetivos comuns com a
organização, ou seja, qualquer ajuda de custo que venha agregar valores junto ao
salário proporcionará que busquem por crescimento organizacional e profissional.
Enfim conclui-se que a pesquisa de clima organizacional é uma ferramenta
muito importante para saber como as pessoas se sentem dentro da organização,
com ela é possível visualizar os principais focos dos problemas, melhorando o clima
de trabalho dos colaboradores como também é relevante para a gestão, pois aponta
os pontos fortes e fracos dentro da Instituição.
Sugere-se: Plano de carreira, viagens de incentivo, tickets alimentação,
Treinamentos diversos, acesso a clube de lazer, cesta básica de natal com
brinquedos, catracas eletrônicas na portaria para acesso de clientes internos e
externos e equipe de segurança patrimonial treinada e capacitada, oferecer bolsas
integrais de estudo para os colaboradores em relação à oferta de cursos técnicos,
programa ginástica laboral, premiações e bonificações.
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CONHECIMENTO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA SOBRE ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS ESPORTIVOS ESCOLARES
Ludimilla Aparecida Reis Vieira e Luís Henrique Barbosa Peixoto– Graduandos
em Educação Física da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX; Fábio Florindo Soares - Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e Personal Training.
Professor da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX; Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
Licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
RESUMO A origem das manifestações esportivas é algo que se mistura com a origem da sociedade humana (COLLI, 1999). Os conhecimentos na área da organização esportiva, de acordo com Bastos (2004), envolve a aplicação dos conceitos e teorias gerais da administração ao esporte e aos diferentes papéis que ele desempenha na sociedade contemporânea. Dentro deste contexto todo profissional de Educação Física é pontecialmente um administrador, portanto é de fundamental importância o conhecimento dos diversos aspectos que envolvem as dimensões da organização esportiva. Partindo deste princípio, o estudo apresentado teve como objetivo avaliar o nível de conhecimento de professores de Educação Física em relação à organização de eventos esportivos escolares. A amostra deste estudo foi composta por 50 professores de 18 cidades. Os resultados desta pesquisa indicam que a maioria dos profissionais não demonstram apresentar conhecimentos básicos que compõem a organização de eventos esportivos principalmente no âmbito escolar.
PALAVRAS CHAVE: Organização Esportiva, Educação Física Escolar, Conhecimento Docente.
INTRODUÇÃO
A origem das manifestações esportivas é algo que se mistura com a origem
da sociedade humana, toda civilização já estudada possuía algum tipo de atividade
física organizada, seja para fins ritualísticos ou meramente recreativos (COLLI,
1999).
Sendo as práticas esportivas organizadas como algo natural à identidade
social humana e por possuir valores e efeitos que são atraentes para economia,
governo e mídia, os eventos esportivos tornaram-se mecanismos poderosos para se
atingir objetivos diante da população, sejam eles a venda de um produto, a política
pública ou a forma de entretenimento. Em função disso, é notável o crescente
interesse em se explorar esse poder de influência (POIT, 2000).
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A relação dos eventos esportivos com a política foi fortemente marcada pela
vigésima reunião da Conferencia Geral das Organizações das Nações Unidas para
Educação, Ciência e Cultura (1978) onde foi proclamada Carta Internacional da
Educação Física e Desportos que definia as atividades esportivas como direito
fundamental de todos e que deverão ser oferecidas oportunidades para sua prática
organizada e inclusiva, oferecendo acesso ou criando eventos especializados para
minorias com necessidades especiais (TAVARES, 2003).
Segundo Fleury (2002) na prática, a administração esportiva desde o século
XIX é uma atividade de apoio ao esporte e a Educação Física. Onde gestão
esportiva ou administração do esporte consiste na organização e direção racional e
sistemática de atividades esportivas e físicas em geral ou de entidades e grupos que
realizam estas atividades, quer orientadas para competições de alto nível ou
participação popular ocasional ou regular, e práticas de lazer e de saúde.
A competição é elemento fundamental do esporte, que dá sentido a sua
existência, e é nela que a manifestação do esporte se realiza em sua plenitude.
Portanto, qualquer ação orientada para o ensino e a aprendizagem do esporte não
está desvinculada da necessidade de se aprender a competir, seja nas aulas de
Educação Física escolar (ensino formal) ou nas Escolas de Esportes ou Centros de
Treinamento (ensino não-formal) (SCAGLIA; MONTAGNER; SOUZA, 2001;
SCAGLIA; GOMES, 2005).
A opção por este estudo deu-se pelo fato de percebermos o quanto é limitada
a organização de eventos esportivos escolares, ressaltando que existe uma
deficiência na realização de eventos esportivos no âmbito escolar, devido a falta de
capacitação de professores de Educação Física nesta área e a ausência de
investimento e apoio das políticas públicas e da direção em alguns momentos.
A questão norteadora desse trabalho é: Até que ponto professores de
Educação Física buscam e utilizam novos conhecimentos para a organização
esportiva escolar? Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o nível de conhecimento
de professores de Educação Física em relação à organização de eventos esportivos
escolares.
Com este estudo pretende-se contribuir para que professores de Educação
Física busquem uma melhor qualificação em gestão esportiva em nível escolar,
adquirindo melhor eficiência na organização e realização de eventos esportivos
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escolares, tanto na teoria quanto na prática, contribuindo assim diretamente na
escolarização e na formação do aluno como ser social.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Os eventos esportivos são realizados há vários séculos. Com o passar dos
anos a procura por eles só vem aumentando, tanto por interesse esportivo, cultural,
político ou social. Em virtude desta procura, os profissionais da área de Educação
Física precisam estar cada vez mais qualificados para isto (ZANELLA, 2008).
Planejar é determinar os objetivos a serem atingidos e ordenar adequadamente os
meios para atingi-los (DAIUTO, 1991).
Organizar um evento é executar todas as providências preparatórias
necessárias para assegurar as melhores condições a sua realização, sem
problemas administrativos, disciplinares e estruturais (POIT, 2000).
Muitas as vezes os eventos esportivos, quase sempre ficam fora do Projeto
Político-pedagógico da escola, são apenas tratadas como atividades
extracurriculares (PAES, 2001).
A realização do evento não é apenas de responsabilidade da disciplina
Educação Física, mas responsabilidade da escola. Por isso a interdisciplinaridade é
essencial. Por meio da interdisciplinaridade, a competição pode ser abordada por
diferentes áreas do conhecimento. Assim é capaz de sustentar objetivos comuns e
solucionar inúmeras situações problemas a partir de diferentes pontos de vista,
trocando informações fundamentadas nas ações (FAZENDA, 2003).
Para Daólio (2005), o professor de Educação Física é visto como o professor
de atividades extracurriculares, organizador de excursões, festas e jogos escolares.
O autor ainda reforça que parece ser a única forma de o professor de Educação
Física ser reconhecido, apesar de nessas situações ele não atuar como professor e
sim como técnico esportivo, animador ou organizador de festas.
Para Capitanio (2003) os campeonatos escolares não devem ter por objetivo
a vitória e sim estimular nos alunos o espírito de superação de modo que perder
seja permitido, mas desistir não; trabalhando em equipe e sendo capaz de não
valorizar o status de “o melhor”.
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METODOLOGIA
Esta pesquisa descritiva foi realizada com professores de Educação Física de
redes públicas e privadas da região da Zona da Mata do estado de Minas Gerais.
Segundo Gil, pesquisas descritivas:
Tem como objetivo primordial a descrição das
características de determinada população ou fenômeno
ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.
São inúmeros os estudos que podem ser classificados
sob esse título e uma das características mais
significativas está na utilização de técnicas padronizadas
de coleta de dados, tais como o questionário e a
observação sistemática (GIL, 2010, p.41-42).
Para a mensuração do conhecimento docente sobre a organização de
eventos esportivos escolares, foram aplicados questionários, contendo 17 questões
fechadas durante os meses de maio e junho de 2016.
Os questionários foram aplicados aos profissionais Educação Física em
reuniões técnicas das Superintendências Regionais de Ensino (SRE) na cidade de
Manhuaçu no mês de maio e em visitas realizadas in loco em escolas. Todos os
profissionais participantes das reuniões técnicas foram convidados a participarem da
pesquisa. Vale salientar que quatro professores se opuseram a participar da mesma
em um universo de quarenta e seis profissionais. Participaram da pesquisa nas
reuniões técnicas professores das cidades de Alto Jequitibá, Caputira, Chalé,
Durandé, Espera Feliz, Lajinha, Manhuaçu, Manhumirim, Martins Soares, Matipó,
Mutum, Reduto, Santa Margarida, São João de Manhuaçu.
Somente oito profissionais foram visitados in loco nas escolas, a seleção
destes foram definidas de forma aleatória em escolas da SRE de Ponte Nova,
abrangendo as seguintes cidades: Abre Campo, Raul Soares, Rio Casca, Santo
Antônio do Grama.
Os profissionais foram agrupados em uma só amostra, sendo que não houve
descriminação quanto a atuação docente e redes públicas ou privadas de ensino.
Vale salientar que quatro professores se opuseram a participar da pesquisa.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), a Zona
da Mata Mineira é uma das doze mesorregiões do estado brasileiro de Minas Gerais,
formada por 142 municípios agrupados em sete microrregiões. Situa-se na porção
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sudeste do estado, próxima à divisa dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito
Santo. Sua população estimada é de 2.175.254 habitantes e a base de sua
economia é agropecuária e cafeicultura.
Depois de assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),
as informações foram agrupadas por questões e tabuladas em arquivo Excel versão
2013, apresentadas em forma de gráficos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados e discussões desse estudo apresentam uma única etapa
quantitativa, organizada através de gráficos. Por meio dos questionários aplicados a
50 professores de 18 cidades da região da Zona da Mata do estado de Minas Gerais
obtivemos os seguintes resultados:
A amostra foi composta por n= 50, professores de Educação Física, sendo
56% indivíduos do gênero masculino e 44% do gênero feminino.
Em relação à formação profissional dos professores observamos que 48%
são Licenciados em Educação Física; 52% são Bacharéis e Licenciados em
Educação Física; 10% deles possuem menos de 1 ano de formação acadêmica,
14% de 1 a 2 anos, 26% de 3 a 5 anos, 18% de 6 a 10 anos e 32% mais de 10 anos
de formação acadêmica.
A figura 1 relata a participação dos professores em eventos esportivos:
Figura 1: Eventos esportivos que os professores participam durante o ano letivo.
Em relação a participação dos professores em eventos esportivos durante um
ano letivo, 52% dos mesmos realmente participam de eventos esportivos, 36%
24%
24%
4%
8%
12%
8%
8%
12%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%
Jogos Escolares de Minas Gerais
Jogos Inter Classes
Intercâmbios Esportivos
Festivais Rítmicos e Expressivos
Festa Junina
Desfiles Cívicos
Gincanas
Nenhum
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participam de outros tipos de eventos e os classificam como eventos esportivos e
12% da amostra não participam de eventos de caráter esportivos.
Segundo Meirelles (1999), evento esportivo é um conjunto de ações
profissionais previamente planejadas, que segue uma sequência lógica de preceitos
e conceitos administrativos, com o objetivo de alcançar resultados que possam ser
qualificados e quantificados junto ao público alvo.
Segue a figura 2 com a sequência lógica da organização de um evento
padrão:
Figura 2: Sequência lógica da organização de um evento padrão
Observamos na figura 2 que 60% dos professores pesquisados não
apresentaram conhecimento sobre a sequência que deve ser seguida na realização
de um evento esportivo.
Segundo Poit (2000), um evento padrão normalmente segue uma sequência
lógica de execução e este desenvolvimento é dividido em cinco (5) fases principais:
(i) ideia e concepção; (ii) projeto a venda; (iii) pré-evento, é a fase da concepção e
planejamento do evento, a partir de interesses, objetivos e estratégias envolvidas;
(iv) evento, é a fase de organização e realização na prática do evento, quando todas
as atividades planejadas são implementadas e (v) pós-evento, em que ocorre a
desmontagem do evento, também é a etapa de verificação de alcance dos
resultados almejados.
A figura 3 retrata a classificação de um evento esportivo por quantidades de
pessoas participantes:
2%
40%
22%
36%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45%
Pré – Evento ( Planejamento) à Projeto à Evento à Pós Evento
Ideia à Projeto à Pré – Evento ( Planejamento) à Evento à Pós Evento
Pré – Evento ( Planejamento) à Projeto à Evento à Pós Evento ( Avaliação)
Ideia à Pré – Evento ( Planejamento) à Evento à Pós Evento ( Avaliação)
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Figura 3: Número de participantes dos eventos segundo os professores.
Verifica-se que 30% da amostra participa de eventos com até 150
participantes, 52% entre 151 a 500 participantes, 10% de 501 a 5000, e apenas 4%
participam de eventos com uma magnitude acima de 5000 participantes.
Segundo o Senac (2000) os eventos se caracterizam pelos seguintes
aspectos: o porte (dimensão), a data de realização, o perfil dos participantes e os
objetivos que pretendem alcançar.
Segundo Almeida e Soares (2006) existe uma programação regular de
eventos promovidos pela Educação Física. Esse planejamento de atividades
complementares permite ampliar as informações sobre a disciplina. Esses mesmos
autores citam como atividades que perpassam todas as séries, as olimpíadas, os
torneios. Para eles, essas atividades já estão integradas às “agendas escolares” e
auxiliam na formação integral do aluno.
Segue a figura 4 com a classificação de um evento por dimensão:
Figura 4: Classificação por dimensão.
30%
52%
10%
4%
4%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
Até 150 participantes
Entre 151 a 500 participantes
Ente 501 a 5000 participantes
Acima de 5000 participantes
Não opinaram
0%
30%
48%
28%
4%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
Megaevento
Grande evento
Médio evento
Pequeno evento
Não opinaram
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A classificação de um evento por dimensão, está diretamente relacionado
com o número de participantes do mesmo, e ao analisarmos os resultados obtidos
na figura 3 e correlaciona-los com a figura 4, percebemos que os resultados não
coincidem, na comparação de uma figura e outra. Como podemos observar 30% da
amostra participa de eventos com até 150 participantes, porém apenas 28% da
amostra classifica-os como pequeno evento o que demonstra uma margem de 2%
de erro. Enquanto 52% da amostra participa de eventos entre 151 e 500
participantes e apenas 48% da amostra classifica-os como médio evento, onde a
margem de erro é de 4%. Com maior margem de erro observamos que 10% da
amostra participa de eventos entre 501 e 5000 participantes e 30% da amostra
classifica-os como grande evento, gerando 20% de erro. Nenhum participante da
pesquisa classifica o evento o qual participa como megaevento, porem 4% da
mostra julga participar de evento acima de 5000 participantes.
Em relação ao porte (dimensão) de um evento, este se classifica de acordo
com o número de participantes. Onde um evento pequeno possui até 150
participantes, médio entre 151 a 500 participantes, grande entre 501 a 5000
participantes e megaevento acima de 5 mil participantes (PAES, 2001).
A figura 5, demonstra a classificação de uma atividade esportiva participativa
e informal.
Figura 5: Conhecimento quanto a classificação de uma atividade esportiva
participativa e informal.
22%
26%
34%
18%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
Desafio Gincana Festival Exibição
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Observamos que 66% dos pesquisados não demonstram conhecimento
quanto a classificação de um festival como uma atividade esportiva participativa e
informal.
Matias (2002), classifica um festival como uma atividade esportiva
participativa e informal. Visa a integração e a promoção da modalidade, além de
motivar os participantes e familiares.
A figura 6 retrata a participação dos professores em congressos técnicos:
Figura 6: Participação em Congressos Técnicos.
Analisando a figura 6 observamos que apenas 38% da amostra sempre
participam dos congressos técnicos esportivos. Segundo Daiuto (1991), o
congresso técnico é uma reunião que antecede o evento principal, sendo mais
característico de um evento esportivo, e tem por meta, entre outras: Fazer a
apresentação e a integração de dirigentes e alguns atletas das equipes
participantes; Efetivar o credenciamento de equipes e atletas inscritos; apresentar,
discutir, esclarecer e aprovar o regulamento e as demais normas técnicas do
evento; Realizar sorteio de equipes ou atletas, nas tabelas dos sistemas de
disputa adotados na competição; Discutir e deliberar acerca de questões novas e
relevantes sobre aspectos técnicos da disputa; Adotar outras decisões que se
fizerem necessárias para o bom andamento do evento.
A figura 7 apresenta o conhecimento quanto ao regulamento do evento, antes
da realização do congresso técnico.
38%
46%
12%
4%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
Sempre Na maioria das vezes Na minoria das vezes Nunca participou
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Figura 7: Conhecimento quanto ao regulamento.
Observamos que somente 38% da amostra nunca participou dos congressos
tecnicos, sem o prévio conhecimento do regulamento geral do evento.
Segundo Poit (2000), é de fundamental importância o conhecimento prévio do
regulamento geral do evento, antes da realização do congresso técnico, pois a falta
deste conhecimento pode ser determinante no insucesso do evento de uma forma
geral.
A figura 8, retrata o conhecimento da amostra quanto ao diagnóstico das
necessidades, objetivos e perspectivas, aliado às estratégias ( Briefing):
Figura 8: Diagnóstico das necessidades, objetivos e perspectivas, aliado as
estratégias ( Briefing) .
0%
22%
40%38%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
Sempre Na maioria das vezes Na minoria das vezes Nunca participou
8%
4%
8%
78%
2%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%
Briefing
Dimensionamentos
Matriz de responsabilidades
Planejamento
Não opinou
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Mais uma vez fica evidenciado a falta de conhecimento de um importante
conceito na organização esportiva , onde 92% dos entrevistados não apresentam
conhecimento quanto a demoninação do diagnóstico das necessidades, objetivos e
perspectivas, aliado as estratégias.
De acordo com Melo Neto (2000), o Briefing: diagnóstico das necessidades,
objetivos e perspectivas, aliado as estratégias, faz parte da fase do pré-evento que é
a fase da concepção e planejamento do evento, a partir de interesses, objetivos e
estratégias envolvidas e é fundamental para o sucesso de um evento esportivo.
Segue a figura 9 quanto captação de recursos onde ocorre trocas visando
interesses recíprocos e sem a utilização de capital.
Figura 9: Captação de recursos onde ocorre trocas visando interesses recíprocos e
sem a utilização de capital.
Apenas 48% da amostra demonstram conhecimento quanto a denominação
da forma de captação de recursos onde ocorre trocas visando interesses recíprocos
e sem a utilização de capital. Segundo Poit (2000) entre as diversas formas de
captação de recursos, classifica como permuta/escambo as trocas que fazemos
visando interesses recíprocos e sem a utilização de dinheiro. A captação de
recursos é um dos alicerces para o sucesso de um evento esportivo (WATT, 2007).
A figura 10 retrata a denominação de Apoio como forma de captação de
recursos:
36%
10%
48%
4%2%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Apoio Mecenato Permuta/Escambo Doação Não opinou
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Figura 10: Denominação de Apoio como forma de captação de recursos.
Apenas 28% sabe conceituar apoio como forma de captação de recursos. O
apoio ocorre através de recursos menores que uma cota de patrocínio. O apoiador
pode ser aquele que cede o local, que chancela o evento, que colabora com
recursos materiais, entre outros tipos de suporte (POIT,2000).
Apesar da demonstração da falta de conhecimento em diversos aspectos da
organização de eventos esportivos durante este estudo, a maioria da amostra
demonstra conhecimento básico quanto aos aspectos para um sucesso e
planejamento de um evento esportivo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através do presente instrumento de pesquisa, concluímos que a maioria dos
profissionais que compõem a amostra não demonstram apresentar conhecimentos
básicos que compõem a organização de eventos esportivos, o que fica evidenciado
durante este estudo.
A falta de conhecimento por parte dos profissionais em Educação Física em
relação aos aspectos organizacionais de eventos esportivos e, principalmente, no
âmbito escolar, nos remete a uma reflexão sobre a formação e a atualização dos
professores, onde não há mais espaço ao amadorismo e sim ao profissionalismo em
todas as esferas da Educação Física.
Recomenda-se a realização de estudos periódicos, envolvendo diversos
profissionais, nas diversas regiões do Estado de Minas Gerais, quanto ao
24%
22%
28%
24%
2%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%
Patrocinador que ajuda sem pedir nada em troca
Entidades que visam os aspectos sociais
Recursos menores que uma cota de patrocínio
Patrocínio que não visa troca de favores
Não opinou
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conhecimento do professor de Educação Física sobre a organização de eventos
esportivos escolares.
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A INFLUÊNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NO RELACIONAMENTO DOS ALUNOS DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA
PÚBLICA ESTADUAL DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA
Gutiérres Vieira do Nascimento e Tamiris Barbosa de Morais–Graduandos em Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
André Salustiano Bispo – Bacharelado e Licenciatura em Educação Física, Mestre em Ciências da Reabilitação, Professor e Coordenador do Curso de
Educação Física da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida do Nascimento - Graduada em Pedagogia e Educação Física.
Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Coordenadora de Pesquisa e Extensão e professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Lucio Flávio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
RESUMO
A Educação Física escolar tem como intuito maior desenvolver no aluno suas aptidões motoras, cognitivas, sociais e inclusivas, preparando o aluno para sociedade em busca de facilitar seu relacionamento social e familiar. O objetivo do estudo foi identificar a influência da disciplina Educação Física Escolar no relacionamento dos estudantes dos anos finais do ensino fundamental de uma escola pública do município da Zona da Mata Mineira. Para Soler (2002), a Educação Física escolar pode ser um meio importante para uma tomada de consciência, e que a mudança que tanto falamos aconteça, ou seja, que possamos diminuir o número de pessoas excluídas e marginalizadas dentro da escola. Os resultados encontrados relatam que os alunos se influenciam de forma positiva nas aulas de Educação Física, mostrando também que fora da escola as atividades realizadas surtem efeitos positivos em seus relacionamentos. PALAVRAS-CHAVE: Educação Física escolar; relacionamento; socialização; escola pública.
INTRODUÇÃO
A Educação Física é uma dentre as oitocentas disciplinas desenvolvidas pelo
conhecimento humano em face à complexidade social, que teve no século XX o
ápice de seu crescimento. Como disciplina recentemente incorporada ao exercício
profissional, esta é uma das mais promissoras atividades do homem no novo século
XXI, dado o grau de desvio dos indivíduos modernos em relação aos hábitos que
garantiram a sobrevivência e o desenvolvimento de nossa espécie por milhares de
anos (SILVA, 1993).
Nesse novo milênio, a Educação Física pode surgir como uma possibilidade
democrática de conscientização e de alteração de formulação de novas teorias e
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práticas que, em menção da sobrevivência saudável do homem ser aspecto
questionável perante este cenário de modernidade, pode contribuir para o
desenvolvimento de valores, atitudes e comportamentos mais positivos em relação à
saúde e a qualidade de vida (SÉRGIO, 2001; NAHAS, 2003).
Neste contexto, a Educação Física que, por diversos anos constituiu uma
disciplina escolar compreendida apenas pela prática dos esportes, necessita ser
desenvolvida nas fontes da interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, totalizando a
formação do indivíduo como a soma de todos os aspectos, analisando as inter-
relações existentes em seu meio ambiente. Seu universo deve ser ampliado no
processo de construção do conhecimento, aproximando-se e integrando-se às
outras áreas do saber humano (GOMES, 1998).
A Educação Física no âmbito escolar vem mudando ao longo do tempo, de
acordo com os princípios éticos da sociedade e os projetos políticos-pedagógicos
construídos em cada época (CBC, 2016).A idade escolar é uma fase de grande
importância para o desenvolvimento da criança, devido à entrada na escola, é nessa
fase que a criança começa a estabelecer os primeiros vínculos fora da família. A
escola passa a exercer sobre ela uma influência social, cultural e afetiva necessária
ao seu desenvolvimento. O tipo de comportamento apresentado nessa fase do
desenvolvimento pode ter consequências na vida adulta (COSTA, 2011).
Atualmente, coexistem, na área da Educação Física, diversas concepções
sobre qual deve ser a sua função na escola. Essas concepções têm em comum a
tentativa de romper com o modelo mecanicista, esportivista e tradicional. São elas:
Humanista; Fenomenológica; Psicomotricidade, baseada nos Jogos Cooperativos;
Cultural; Desenvolvimentista; Interacionista-Construtivista; Crítico-superadora;
Sistêmica; Crítico-Emancipatória; Saúde Renovada, baseada nos Parâmetros
Curriculares Nacionais (BRASIL,1999); além de outras (DARIDO, 2003).
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1999) também colocam a
Educação Física como disciplina responsável por introduzir os alunos no universo da
cultura corporal, contemplando múltiplos conhecimentos produzidos e usufruídos
pela sociedade a respeito do corpo e do movimento, com inúmeras finalidades, tais
como: lazer, expressão de sentimentos, afetos, emoções, e com inúmeras
possibilidades de promoção, recuperação e manutenção da saúde.
A Educação Física pode contribuir com uma educação compreendida como
um processo de formação humana que valoriza não só o domínio de conhecimentos,
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competências e habilidades, sejam intelectuais ou motoras, mas também a formação
estética, política, social e ética dos alunos, um processo de formação humana (CBC,
2016).
Segundo Boer (2010) a Educação Física Escolar se constitui em importante
fator de determinação da integração grupal e o trabalho em equipe permite a
convivência mais sólida e o aprendizado sadio do espírito de união e
responsabilidade. Além disso, é fundamental ao desenvolvimento integral da criança
e que deve levar em consideração a prática esportiva como um meio de
socialização.
Diante do exposto, a questão norteadora do estudo foi: qual a influência da
disciplina Educação Física Escolar no relacionamento dos estudantes dos anos
finais do ensino fundamental de uma escola pública do município de Raul Soares,
Minas Gerais? E o objetivo do estudo foi identificar a influência da disciplina
Educação Física Escolar no relacionamento dos estudantes dos anos finais do
ensino fundamental de uma escola pública do município de Raul Soares, Minas
Gerais.
Com este estudo pretendemos contribuir para a conscientização da Educação
Física como disciplina escolar na formação do aluno para seu desenvolvimento
integral, instrumentalizando-os para serem cidadãos críticos e emancipados.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Existe uma complexa rede social que afeta, estimula e até pressiona o
envolvimento precoce das crianças no esporte competitivo altamente organizado. Os
principais componentes dessa rede são: os pais, os pares, os
professores/técnicos/instrutores, a mídia e as instituições esportivas. Eles
influenciam não apenas o momento de a criança se iniciar no esporte, mas também
a escolha da modalidade, a expectativa sobre a performance e o grau de motivação
e de prazer a serem experimentados durante o envolvimento (TANI, 2011).
Vianna e Lovisolo (2011) desenvolveram um estudo propondo investigar a
percepção de professores e educadores físicos, que atuam em projetos de inserção
social escolar através do esporte em comunidades populares do município do Rio de
Janeiro, sobre os seus alunos e a intervenção institucional. Tomaram parte deste
estudo 25 profissionais. Todos os entrevistados atuavam em programas de
intervenção sócio educacional através do esporte, situados no interior de duas
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comunidades do município do Rio de Janeiro que sofrem influências do crime
organizado. O esporte é um meio importante de socialização por conseguir atingir
valores como coletivismo, amizade e solidariedade, que são relevantes para vencer
as agruras da pobreza.
Boer (2010) desenvolveu um trabalho cujo objetivo foi analisar as
interferências da Educação Física escolar no desenvolvimento de socialização e na
formação do caráter e personalidade do estudante. Para a realização do estudo foi
realizada uma revisão bibliográfica de forma descritiva, complementada com a
aplicação de um questionário aplicado a cinco professores que trabalham em
núcleos do Projeto Segundo Tempo da Cidade de Bagé, RS. É impossível deixar de
ressaltar a importância que a prática esportiva tem desde a infância como relevante
instrumento de socialização. As crianças e adolescentes necessitam de trabalho
físico e psíquico para atingir, na idade adulta, um crescimento físico perfeito e um
equilíbrio psicológico que lhe assegure solidez de personalidade.
Frey (2007) realizou um estudo com o objetivo de descrever a opinião dos
alunos e mostrar a importância da Educação Física em relação ao desenvolvimento
integral dos educandos. Através do questionário aplicado foi possível verificar que a
Educação Física é a disciplina que os alunos mais gostam, sendo que 81,6% a
consideram de grande relevância para o seu desenvolvimento integral.
Costa (2011) realizou um estudo para identificar como a prática de esportes
desde a infância traz benefícios para toda a vida. O estudo foi realizado na forma de
revisão bibliográfica, fazendo uma relação entre o benefício do esporte para as
crianças na idade escolar. Foram reunidos conteúdos de sites, livros, artigos
científicos e revistas. Os estudos feitos mostram que o esporte traz resultados
positivos na vida da criança, não só na parte física, mais no aspecto mental,
psicológico, convivência, disciplina, além de trazer bem-estar se executado,
ensinado, acompanhado e avaliado de maneira correta ao longo da vida e do
processo de desenvolvimento de cada criança.
Aguiar e Duarte (2005) desenvolveram um estudo que teve como objetivo
investigar os significados da inclusão de pessoas com necessidades especiais nas
aulas de Educação Física no sistema regular de ensino. Participaram deste estudo,
compondo a amostra, 67 assistentes técnicos pedagógicos de Educação Física de
Diretorias do estado de São Paulo. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB) 9394/96, ao reconhecer a Educação Especial como modalidade de
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ensino que permeia todos os níveis escolares, deixa claro que não há, nos sistemas
de ensino, tipos separados de educação. A escola precisa estar aberta a atender a
todos e o governo deve oferecer reais condições para a implantação da escola
inclusiva no país, fornecendo verbas, criando cursos de qualificação para os
docentes e atendendo às demais necessidades estruturais necessárias para tal
ocorrência, tais como, proporcionar apoio educacional especializado adequado para
todos os alunos.
Em nenhum dos estudos apresentados até aqui os autores realizaram as
pesquisas analisando a influência da Educação Física Escolar no relacionamento
dos alunos dos anos finais do ensino fundamental.
METODOLOGIA
A presente investigação trata-se de uma pesquisa descritiva que, segundo
Gil:
Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2010, p.41-42).
A coleta de dados foi realizada do mês de junho de 2016, por meio de um
questionário semiaberto contendo 7 questões dirigido a 173 alunos de ambos os
gêneros de uma escola pública dos anos finais do ensino fundamental na cidade de
Raul Soares – Minas Gerias.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2016), a
cidade de Raul Soares localiza-se no estado de Minas Gerais, na Zona da Mata
Mineira. Foi fundada em 7de setembro de 1923. Localizada numa altitude de294
metros e a 230 km quilômetros da capital. Sua população estimada é de 24.394
habitantes e a base de sua economia é agropecuária e cafeicultura.
Os questionários foram aplicados depois de assinado o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os dados foram tabulados em arquivo
Microsoft Excel versão 2013 e os resultados apresentados em forma de tabela.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
As tabelas seguintes apresentam as distribuições percentuais de respostas ao
questionário, retratando os diferentes momentos de participação e visão dos alunos
pesquisados sobre as aulas de Educação Física na escola.
Tabela I: Tabela referente à participação nas aulas de Educação Física na Escola (Questão 01); Relatos em casa, com seus familiares e/ou amigos, sobre o que você aprendeu nas aulas de Educação Física (Questão 06) e Percepção dos alunos sobre a contribuição das aulas de Educação Física para o seu relacionamento pessoal (Questão 07).
OPÇÕES Masculino Feminino
Sim Não Às Vezes Sim Não Às Vezes
Questão 01 87, 87% 06,06% 06,06% 58,10% 12,16% 22,22%
Questão 06 45,45% 25,25% 29,29% 35,13% 35,13% 29,72%
Questão 07 85,85% 6,06% 08,00% 77,02% 10,81% 12,16%
Podemos verificar na tabela anterior que, ao serem questionados sobre a
participação dos alunos nas aulas de Educação Física na Escola, nota-se que
87,87% do gênero masculino participam e apenas 58,10% do gênero feminino,
observando que os meninos participam mais das aulas de Educação Física que as
meninas. Em relação aos relatos em casa, com seus familiares ou amigos, sobre o
que eles aprendem nas aulas de Educação Física, pode-se observar um percentual
expressivo do gênero masculino (45,45%)em relação ao feminino (35,13%).
Sobre a percepção dos alunos sobre a contribuição das aulas de Educação
Física o seu relacionamento pessoal, os meninos continuam apresentando
percentual maior do que as meninas. Os alunos dos anos finais do ensino
fundamental estão numa fase de transição entre a infância e a adolescência. Nessa
fase ocorrem mudanças significativas em vários aspectos e, por isso, devem
participar de atividades diversificadas que englobem experiências físicas, sociais e
intelectuais (PERES, 2012).
Em pesquisa realizada com 82 alunos/as que não participavam das atividades
de aula de Educação Física de quatro escolas públicas de Campinas-SP entre 8º e
9º ano constatou-se que 83% dos não participantes eram meninas. A maioria das
justificativas dadas por esses alunos/as para a sua não participação foram: não
sabiam jogar, não gostavam de usar vestimentas específicas para a aula e não
tinham motivação (JACÓ, 2008).
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Ferreira et al. (2014) afirma que embora a Educação Física seja um
componente curricular obrigatório nas escolas de Ensino Médio, muitos alunos não
participam das aulas regularmente (quase 20% da amostra). Novamente este
número é maior entre as meninas, a faixa que vai de “nunca participa” a “participa
somente às vezes” corresponde a quase 30% das meninas. No grupo dos meninos
mais de 90% afirmam participar regularmente das aulas. De acordo com Libâneo
(1998) as transformações do papel da escola e dos professores na sociedade dita
pós-industrial, acabam intervindo nas várias esferas da vida social, como mudanças
econômicas, sociais, políticas e culturais, afetando as escolas, o exercício
profissional da docência, quiçá a família.
Hanauer (2009) assinala que a Educação Física é um meio essencial para a
formação do cidadão, pois durante uma atividade em muitas situações o aluno tem
que tomar decisões rápidas, deve ser ágil e encontrar a maneira mais fácil de
ultrapassar os obstáculos, e é exatamente isso que acontece na sociedade atual,
devemos estar preparados para as mudanças e as exigências que temos de
enfrentar. A Educação Física escolar tem a função de educar, socializar, motivar
proporcionando uma vida saudável e melhorando a qualidade de vida dos alunos.
Costuma-se dizer que a família educa e a escola ensina, ou seja, à família
cabe oferecer à criança e ao adolescente a pauta ética para a vida em sociedade e a
escola instruí-lo, para que possam fazer frente às exigências competitivas do mundo
na luta pela sobrevivência” (OSORIO, 1996).Betti e Zuliani (2002) argumentam que,
ao chegarem aos anos finais do Ensino Fundamental, os alunos começam a
desenvolver uma visão mais crítica do mundo e da sociedade, passando a
desconsiderar a importância dessa disciplina e a ter outros interesses.
Conforme Gadotti (2001) as relações dialógicas entre o ato de educar e a
Educação Física Escolar condizem que ‘só o movimento é absoluto, pois é
constante em todo processo assim ambos não trabalham isoladamente uma cabeça
que pensa e um corpo que se move, sendo assim seus conteúdos possuem
relevância para estimular a criança a conhecer e a criar seus conceitos e ações
dentro de uma conjuntura a qual expressa corporalmente a vida em sua volta.
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Tabela II: Tabela referente à avaliação da percepção dos alunos em relação as exigências das atividades a serem realizadas durante as aulas de Educação Física (Questão 02); Avaliação da percepção do aluno, quanto ao relacionamento dele com o professor de Educação Física (Questão 03) e Avaliação da percepção do aluno, quanto ao relacionamento dele com os demais colegas de sala, durante as aulas de Educação Física (Questão 04).
OPÇÕES
Masculino Feminino
Bom Regular Ruim Péssimo Bom Regular Ruim Péssimo
Questão 02 68,88% 28,28% 0% 0% 42,42% 28,37% 6,75% 8,10%
Questão 03 93,93% 6,06% 0% 0% 93,24% 6,75% 0% 0%
Questão 04 72,72% 24,24% 0% 0% 60,81% 29,72% 6,75% 2,70%
Podemos observar na tabela anterior que ao serem questionados sobre como
eles se avaliavam de acordo com as exigências das atividades dadas nas aulas de
Educação Física nota-se que 68,88% do gênero masculino se classificaram como
bom e 42,42% do gênero feminino como bom, o que evidencia que o gênero
masculino apresenta novamente um percentual de considerável diferença em
relação às meninas.
Já em relação avaliação da percepção do aluno, quanto ao relacionamento
dele com o professor de Educação Física podemos observar que obtivemos valores
semelhantes entre os gêneros. E sobre a Avaliação da percepção do aluno, quanto
ao relacionamento dele com os demais colegas de sala, durante as aulas de
Educação Física vemos que 72,72% do gênero masculino têm um relacionamento
bom e 60,81% do gênero feminino.
O trabalho do professor de Educação Física vai muito além da pura e simples
transmissão da técnica da ginástica, do esporte, etc. É fundamental que realmente a
aula de Educação Física se transforme num ambiente crítico, onde a riqueza cultural
estabeleça um trampolim para a crítica (GUIRALDELII JÚNIOR, 1997)
Martinelli et al. (2006) acredita que se os professores apresentarem a
iniciativa de conversar com os alunos a respeito dos conteúdos a serem trabalhados,
oferecendo a oportunidade de um planejamento participativo, o interesse pelas aulas
de Educação Física naturalmente aumentará. Deve-se levar em conta que foram os
próprios alunos que sugeriram essa prática. Na pesquisa realizada por Ferreira et
al., (2014), nossos resultados são positivos e quase a unanimidade dos nossos
alunos afirma que a relação é boa ou ótima. Mesmo diante de todas as
adversidades, notamos a percepção positiva que os alunos têm sobre os
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professores de EF. Os alunos afirmam que quase sempre os professores motivam o
desenvolvimento das aulas. O professor tem a capacidade de transmitir prazer nas
atividades e um equilíbrio na interação com o aluno (GALVÃO, 2002).
Para Ferreira et al., (2014) em pesquisa realizada quanto ao relacionamento
com os professores, mais de 90% dos alunos avaliam como “bom” ou “ótimo” o
estabelecimento das relações interpessoais. Tanto os meninos quanto as meninas.
Segundo Peres et al. (2012) o fator amizade, para os alunos, é de muita importância.
Os alunos vão à busca de novos conhecimentos, técnicas e de habilidades. Mas,
objetivamente, farão novas amizades, porque a maioria dos jovens tem facilidade
para fazer novos amigos. Como a Educação Física escolar está interligada com o
desporto e o social, isto facilita muito.
Tabela III: Tabela referente ao o que os alunos sentem nas atividades em grupos realizadas durante as aulas de Educação Física diante seus colegas (Questão 05). OPÇÕES MASCULINO FEMININO
Tímido À vontade Tímido À vontade Questão 05 10,10% 89,89% 25,67% 74,32%
Para Peres et al. (2012) há diferença nos fatores motivacionais entre alunos
dos anos iniciais e finais do ensino fundamental. Para estes, os principais aspectos
relacionados à motivação para a prática das aulas de Educação Física escolar são
status, forma física, os amigos, a equipe e a diversão. Enquanto para aqueles, a
socialização, o divertimento e a saúde são os mais importantes (FERREIRA e
SILVA, 2013).
As relações sociais e comportamentais da criança foram estudadas e assim a
pesquisa foi se entrelaçando de acordo com que realmente se buscava e se
questionava sobre a timidez e suas consequências no ensino-aprendizagem da
criança. “Os alunos com dificuldade de aprendizagem, em relação aos que não as
tem, com mais probabilidade apresentam problemas emocionais, falta de
habilidades sociais e problemas de conduta” (COLL et al., 2004).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a análise e discussão dos resultados chegou-se às seguintes
conclusões: Os alunos do gênero feminino têm menor participação nas aulas de
Educação Física. Observa-se isso em todos os resultados, contudo 77,02% das
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meninas acham que as aulas de Educação Física favorecem suas relações
familiares escolares e sociais, ese sentem à vontade em realizar as atividades em
meio aos seus colegas.
Os alunos do gênero masculino têm maior participação nas aulas de
Educação Física, se sentindo mais à vontade (89,89%) enquanto apenas 10,10% se
sentem tímidos e também conversam mais com os familiares sobre as aulas de
Educação Física (85,85%).
No convívio entre alunos e professores, ambos possuem um bom
relacionamento com seu professor de Educação Física:93,93% dos meninos e
93,24% das meninas. Finco (2008) nos aponta a necessidade de pensar nos quanto
diferentes mecanismos sociais atuam na educação de meninos e meninas ao longo
de suas trajetórias e como tais mecanismos deixam marcas inscritas em seus
corpos. Essa educação diferenciada de meninos e meninas ensina comportamentos,
posturas, verdades e saberes sobre o que é feminino e o que é masculino. Em outro
texto, Finco (2008) também nos apresenta que esses mecanismos atuam de
maneira lenta, muitas vezes são reforçados por pequenos gestos inconscientes que
direcionam práticas e comportamentos esperados de meninos e meninas.
Assim, podemos dizer que a Educação Física possui muita influência na
socialização dos alunos, também verificamos que em relação ao gênero os meninos
são mais participativos. Isto acontece tanto na escola como em sua vida pessoal,
sendo assim, as aulas têm um grande papel de educar, socializar, e desenvolver
suas valências sentimentais, o que auxilia na melhoria das mesmas.
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ANÁLISE POSTURAL EM CRIANÇAS DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL DE UMA CIDADE DA
ZONA DA MATA MINEIRA
Felipe Oliveira Ribeiro e Uémerson Moraes Lisboa - Graduandos em Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
André Salustiano Bispo – Bacharelado e Licenciatura em Educação Física, Mestre em Ciências da Reabilitação, Professor e Coordenador do Curso de Educação
Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida do Nascimento - Graduada em Pedagogia e Educação Física.
Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Coordenadora de Pesquisa e Extensão e professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Lucio Flávio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo verificar a prevalência de hábitos posturais inadequados em escolares do Ensino Fundamental na Escola Estadual da Zona da Mata Mineira. 152 escolares participantes responderam o questionário autoaplicável denominado Back Pain and Body Posture Evaluation Instrument (BackPEI) (NOLL et al., 2012b). Os resultados demonstraram alta prevalência de hábitos posturais inadequados nas seguintes posturas: sentar para escrever e para utilizar o computador, sentar em um banco, além de pegar objeto do solo. Verificou-se também que os escolares permanecem por muito tempo na posição sentada em frente ao computador e televisão. Estudos desta natureza podem subsidiar o trabalho preventivo dos professores de Educação Física no ambiente escolar. PALAVRAS CHAVE: postura; crianças; ensino fundamental.
INTRODUÇÃO
Os problemas posturais e a ocorrência de dor lombar, além de estarem
presentes em larga escala em adultos, manifestam-se também em grandes
proporções na infância e na adolescência (RIBEIRO e GÓMEZ, 2008; MIRANDA,
2010). Inúmeras são as circunstâncias que contribuem para o desencadeamento de
dor lombar, sendo considerada por alguns autores como uma doença multifatorial
(HARREBY et al., 1999; MIRANDA, 2010).
A boa postura é o estado de equilíbrio muscular e esquelético que protege
as estruturas de suporte do corpo contra lesão ou deformidade progressiva
independente da atitude (ereta, deitada, agachada, encurvada) nas quais essas
estruturas estão trabalhando ou repousando; sob tais condições, os músculos
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funcionam mais eficientemente e posições ideais são proporcionadas para os órgãos
torácicos e abdominais. A má postura é uma relação defeituosa entre várias partes
do corpo, que produz uma maior tensão sobre as estruturas de suporte e onde
ocorre um equilíbrio menos eficiente do corpo sobre sua base de suporte (KENDALL
et al., 1995).
Não obstante a isso, os casos de alterações posturais da coluna vertebral na
adolescência vêm crescendo consideravelmente, por ser uma faixa etária em que o
indivíduo está exposto a sobrecargas crescentes, tais como o suporte de mochilas
escolares de maneira assimétrica e inadequada (GRIMMER et al., 2002; MIRANDA,
2010) ou ainda a permanência na posição sentada, adotando posturas indevidas por
longos períodos de tempo (POLITANO, 2006). Considerando-se que no ensino
fundamental as crianças adquirem grande responsabilidade do ponto de vista da
promoção da saúde e pressupondo-se que, durante a fase de desenvolvimento,
crianças e adolescentes adquirirem hábitos positivos de postura e tendem a mantê-
los ao longo da vida.
A realização de uma avaliação postural em crianças na faixa etária de
crescimento torna possível a identificação de alterações em vários segmentos
corporais permitindo uma intervenção precoce eficiente, pois, após esse período, o
prognóstico torna-se mais difícil e o tratamento mais prolongado (BACK E LIMA,
2009).
O referente interesse por este tipo de pesquisa veio dos frequentes relatos
feitos por diversas pessoas em relação a dores nas costas, tendo notado o alto grau
de incidência desses problemas posturais em adultos, assim decidimos estudar o
tema em crianças na tentativa de descobrir se é nessa fase que o problema se
desenvolve. Diante do exposto, a questão norteadora do estudo foi: Qual a situação
postural de alunos do 5º ao 9º ano de uma escola pública estadual de uma cidade
da Zona da Mata Mineira? Assim, o objetivo do presente estudo foi verificar a
situação postural de alunos do 5º ao 9º ano de uma escola pública estadual de uma
cidade da Zona da Mata Mineira.
Considerando que os hábitos posturais inadequados são fatores de risco
para a ocorrência problemas posturais (ROSA NETO, 1991; ANDRADE et al., 2005)
e que são propícios de serem desenvolvidos na fase escolar, entende- -se
fundamental que os mesmos sejam investigados com profundidade na infância e na
juventude. Portanto, a identificação e o conhecimento dos hábitos posturais de
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crianças e adolescentes passam a ser relevantes para a prevenção dos problemas
posturais na vida adulta, visto que estas informações podem nortear tanto o
planejamento da disciplina de Educação Física, quanto da escola como um todo
(NOLL et al., 2012a; NOLL et al., 2012).
Com a implementação desta investigação pretendemos apontar a
importância de programas posturais em crianças a fim de verificar a prevalência de
hábitos posturais inadequados de escolares e contribuir para a conscientização das
pessoas, tanto do meio acadêmico quanto do meio familiar que são responsáveis
por essas crianças, destacando sobre a importância e atenção relacionada à saúde
postural desses jovens.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Santos et al. (2009) avaliaram 247 escolares da 1ª a 4ª série do Ensino
Fundamental e observaram que cerca de 20% das crianças apresentavam de três a
quatro alterações posturais, sendo que apenas 2% dos escolares não apresentaram
nenhuma alteração postural.
Em outro estudo com escolares do Ensino Fundamental (CORREA et al.,
2005), foi encontrado nas meninas um percentual maior de alterações posturais,
cerca de 86%, em comparação aos meninos (73%). Entretanto, mesmo havendo
esta diferença no percentual entre os gêneros, ambos são extremamente elevados.
Candotti et al. (2011) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar os
efeitos de Programa de Educação Postural (PEP) para crianças e adolescentes após
oito meses de sua implementação. Os resultados apontam que o conhecimento da
importância da boa postura durante as Atividade da Vida Diária (AVD) não foi
efetivamente incorporado aos hábitos das crianças e dos adolescentes.
Contri et al. (2009) realizaram um estudo com o objetivo de analisar o índice
de desvios posturais mais frequentes em escolares do 2º ao 5º ano de Ensino
Fundamental. Os dados foram colhidos através de informações preexistentes em
fichas de avaliação postural arquivadas de 2004, aplicada nos respectivos escolares.
Ao fim da pesquisa ficou constatado que é evidente que o meio escolar tem grande
influência nas alterações posturais das crianças.
Graup et al. (2010) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a
prevalência de alterações posturais sagitais na coluna lombar e fatores associados
em escolares da Rede Federal de Ensino de Florianópolis. O levantamento de dados
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foi realizado através otogrametria, seguindo protocolo específico para avaliação
postural e questionário para identificar a prevalência de quadros de dor, frequência e
atividades que desencadeavam o problema. Os resultados apontam que as
prevalências de dor e desvios posturais na coluna lombar foram elevadas, sendo
que a relação entre essas variáveis não se apresentou de forma significativa. As
principais causas de dor lombar foram a prática de esportes ou atividades vigorosas
e a permanência durante longos períodos de tempo na posição sentada.
Candotti et al. (2011) realizaram um estudo com o objetivo de verificar se a
Educação Postural está contemplada nos conteúdos das aulas de Educação Física
das escolas de Ensino Fundamental de 5ª a 8ª séries da cidade de Montenegro/RS.
Foram utilizados questionários autoaplicáveis aos professores de Educação Física.
Os resultados evidenciam que a Educação Postural é negligenciada nas aulas de
Educação Física pela maioria dos professores, independente da rede de ensino,
tanto nos aspectos do conhecimento teórico, e durante as práticas vivenciadas.
Santos et al. (2009) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a
postura de crianças do ensino público fundamental e diferenciar as alterações que
fazem parte do crescimento normal, do crescimento compensatório. Para isso
realizaram uma avaliação postural em crianças de primeira a quarta série de uma
escola pública da cidade de Jaguariúna - São Paulo. Os resultados apontam a
descoberta de elevada incidência de escapula alada, desnível e protrusão de ombro,
aumento do ângulo valgo do joelho e hiperlordose lombar.
Nos estudos sobre as pesquisas realizadas foram apresentadas grandes
ocorrências de desvio postural e diversas negligencias em relação ao seu combate,
nosso trabalho objetivara encontrar o problema e conscientizar a população sobre a
importância de soluciona-lo, indicando as formas mais em conta de tratar os desvios
posturais.
METODOLOGIA
A metodologia da presente pesquisa possui caráter descritivo, o qual
segundo Silva e Menezes (2001):
Visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre as variáveis, envolvendo o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática, assumindo, em geral, a forma de levantamento.
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Estas ações buscam definir e preparar o local de investigação para realizar
as avaliações, elaborar a planilha de anotações referentes à avaliação, escolha do
material adequado para realizar as avaliações com segurança e confiabilidade, entre
outras tantas. Ao observar a pesquisa do ponto de vista de sua natureza, a mesma é
do tipo aplicada, pois, segundo Silva e Menezes (2001):
Objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos. Ao final da pesquisa se tem uma série de resultados, os quais são utilizados na elaboração de uma ou mais respostas para o problema levantado.
Para verificar a prevalência de hábitos comportamentais e posturais foi
utilizado o questionário autoaplicável denominado Back Pain and Body Posture
Evaluation Instrument (BackPEI) (NOLL et al., 2012b). O BackPEI é um questionário
válido e reprodutível, constituído por 21 questões fechadas que possui uma versão
para cada gênero. O questionário aborda questões sobre: (1) dor nas costas nos
últimos três meses (ocorrência, frequência e intensidade); (2) demográficas (idade e
gênero); (3) socioeconômicas (escolaridade dos pais/responsáveis e tipo de escola);
(4) comportamentais (atividade física, ler/estudar na cama, horas/dia assistindo
televisão e ao computador); (5) posturais (modo de sentar para escrever e utilizar
computador, modo de transporte do material escolar, modo de dormir e modo de
sentar para conversar) e (6) hereditárias (ocorrência de dor nas costas nos pais).
Para o presente estudo, foram utilizadas apenas as questões de 4 a 8 (referentes
aos hábitos comportamentais) e as questões de 9 a 14 (referentes aos hábitos
posturais adotados nas AVD).
Trata-se de um estudo de base populacional, realizado no mês de junho de
2016. Foram convidados a participar do estudo todos os 189 escolares do Ensino
Fundamental, do 5º ao 9º ano de uma Escola pública Estadual de uma cidade da
Zona da Mata Mineira, Estado Minas Gerais, Brasil.
Ao começar os estudos foram explicados os objetivos da pesquisa, assim
como os procedimentos de coleta a serem realizados. Após o consentimento da
direção da Escola, foi agendada a data de realização das avaliações, realizadas no
Ensino Fundamental de 5º ao 9º ano. Os pesquisadores responsáveis pela aplicação
dos questionários avaliaram cada turma individualmente, em sua própria sala de
aula. Inicialmente, o pesquisador explicou coletivamente como deveria ser
preenchido o questionário, o qual a seguir foi distribuído para cada aluno. Os
questionários foram preenchidos individualmente. O pesquisador permaneceu na
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sala durante o preenchimento dos questionários, o que em média teve duração de
20 minutos, recolhendo-os quando todos os escolares tivessem terminado. Para a
análise estatística foi utilizado tabulação de dados de forma descritiva, onde os
alunos foram separados por gênero.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Participaram do presente estudo 189 escolares, sendo que 16,40% (n=31)
do total de escolares não estavam presentes na escola no dia da avaliação.
Investigações como as do presente estudo são relevantes visto que seus
resultados possibilitam direcionar o trabalho educacional e preventivo. Neste prisma,
conhecer os hábitos mais prejudiciais e atuar sobre a correção dos mesmos é uma
ótima alternativa para minimizar ou prevenir hábitos inadequados no ambiente
escolar (FREIRE et al., 2008; NOLL et al., 2012C).
Tabela I: Prevalência de hábitos posturais em escolares do Ensino Fundamental de Raul Soares, Minas Gerais, Brasil, para ambos os gêneros.
Questões:
Masculino Feminino Certo Errado Não
sabe Certo Errado Não
sabe Postura sentada para escrever
04,49%
85,51%
00,00% 18,07% 81,93% 00,00%
Postura sentada em uma cadeira e/ou banco
15,95% 84,05% 00,00% 10,84% 87,95% 1,21%
Postura sentada para utilizar o computador
18,84% 81,16% 00,00% 16,86% 83,13% 00,00%
Postura para pegar objeto do chão
7,25% 92,75% 00,00% 6,02% 89,15% 4,83%
Postura para dormir 60,86% 30,45% 8,69% 69,87% 21,68% 8,45%
Graças a universalização tecnológica que a sociedade tem contemplado,
cada vez mais as pessoas passam uma maior parte do seu tempo na frente de
aparelhos como Computadores sejam eles de mesa ou de mão e assistindo TV, uma
postura inadequada durante a execução de tais atividades que se tornaram
rotineiras podem acarretar problemas à situação postural do indivíduo.
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Tabela II: Tabela referente ao período diário de tempo dedicado à atividades ociosas. Assistindo televisão e utilizando o computador. Masculino (%) Feminino (%)
Tempo ocioso nos aparelhos de TV e PC / dia 0 à 3h 78,26% 55,05% 4 à 7h 07,24% 16,26% ≥ 8h 00,00% 04,82% Não sabe responder 14,50% 23,50%
Nos dias atuais o tempo que as pessoas passam dormindo é cada vez menor,
muitas vezes as pessoas adultas dormem durante um período abaixo do adequado
devido aos compromissos provenientes da vida em sociedade, e esse hábito já
chegou também a alguns adolescentes, por muitas vezes as pessoas até se deitam
em tempo hábil para uma noite de sono adequada, entretanto hábitos como a leitura
no ambiente de descanso tendem a interferir no horário em que os indivíduos pegam
no sono.
Tabela III: Prevalência de hábitos e comportamentos em escolares do Ensino Fundamental de Raul Soares, Minas Gerais, Brasil, para ambos os gêneros
Masculino (%) Feminino (%)
Tempo de sono por noite 0 à 7h 42,05% 36,14% 8 à 9h (Adequado) 42,02% 37,34% ≥ 10h 08,69% 13,27% Não sabe responder 07,24% 13,25%
Ler e/ou estudar na cama Não 17,39% 21,69% Às vezes 46,37% 45,78% Sim 36,24% 32,53%
A sobrecarga sobre a coluna vertebral causas pelo meio e modo de transporte
do material escolar dos adolescentes, tende a trazer implicações pertinentes na
situação postural dos mesmos que por muitas vezes pagam a conta já na vida
adulta, o tipo de bolsa em que este material é carregado e o modo como isso
acontece, é de extrema importância para manutenção das condições posturais
daquele individuo, e uma avaliação desses parâmetros é indispensável para a
avaliação da mesma.
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Tabela IV: Meio de transporte dos materiais escolares e equipamentos utilizados para transporte. Masculino (%) Feminino (%)
Meio de transporte do material escolar Mochila escolar de duas alças 100% 100% Outro meio de transporte (pasta, bolsa e outros) 00% 00%
Modo de transporte da mochila escolar Adequado (alças simétricas sobre os ombros) 52,17% 83,14% Inadequado (modo não simétrico) 47,83% 16,86%
Este estudo teve como objetivo verificar a prevalência de hábitos posturais
inadequados em escolares do Ensino Fundamental de uma Escola pública Estadual
de uma cidade da Zona da Mata Mineira, a partir de um estudo de base
populacional. Os resultados sugerem que: os escolares apresentam alta prevalência
de hábitos inadequados nas posturas sentar para escrever, sentar em um banco,
sentar para utilizar o computador e pegar objeto do chão e o hábito de ler e/ou
estudar na cama, em ambos os gêneros.
Os resultados encontrados referentes aos hábitos posturais nas AVD de
sentar em um banco (M 15,95%, F 10,84%), sentar para escrever (M 14,49%, F
18,07%) e sentar para utilizar o computador (M 18,84%, F 16,36%) Tabela I,
demonstraram baixa prevalência de postura adequada.
Analisando os dados conjuntamente com o tempo de permanência diário
dedicado pelos escolares em atividades sedentárias: do total de avaliados, 21%
permanecem sentados por mais de 4h assistindo televisão e 11% dos escolares
utilizam o computador por mais de 4h diárias, mas com uma margem de 24,34% de
que não souberam responder Tabela II. Com base em todos esses dados, e
sabendo-se que os escolares em geral permanecem em média de 4 a 5h diárias na
posição sentada durante os períodos regulares de ensino, 5 vezes por semana
(FREIRE et al., 2008), especula-se que mais de 40% dos escolares permanecem no
mínimo 8h diárias em uma posição sentada, a qual caracteriza-se como uma
atividade sedentária, sendo este um importante fator de risco para a ocorrência de
alterações posturais (MARTÍNEZ-CRESPO et al., 2009), entre outros problemas,
como sobrepeso (TERRES et al., 2006; FONSECA et al., 1998), obesidade
(PIMENTA E PALMA, 2001) e problemas cardiovasculares (SILVA et al., 2005).
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Não obstante, além da postura sentada, outras AVD também são realizadas
diariamente pelos escolares, tais como o ato de pegar objetos do chão, o qual, por
sua vez, é uma tarefa realizada não somente no contexto da escola, mas também
nas atividades domésticas e esportivas. No presente estudo, apesar do gênero
masculino apresentar associação significativa com a postura inadequada ao pegar
objetos do chão, o gênero feminino também apresenta alta prevalência de postura
inadequada ao realizar a tarefa de pegar objetos do chão (M 92,75%, F 89,15%)
Tabela I. Assim como nas demais AVD’s, a postura inadequada durante o ato de
levantar objetos do chão pode provocar dor nas costas devido à sobrecarga na
musculatura e nos ligamentos da região lombar.
Os resultados do presente estudo também evidenciaram que 82,40% e
78,32% Tabela III dos meninos e meninas, respectivamente, possuem o hábito de
realizar atividades de leitura e/ou estudo na cama. Esta atividade é desaconselhável
visto que dificilmente o escolar a realizará em uma postura adequada. Este é um
resultado interessante, pois demonstra características distintas entre os gêneros,
sendo que nesta AVD as meninas apresentam uma prevalência maior de hábito
inadequado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao verificar as condições posturais das crianças dos primeiros anos do
ensino fundamental, os resultados demonstraram baixa prevalência de postura
adequada. Além disso, mais de 40% dos escolares permanecem no mínimo 8h
diárias em uma posição sentada, a qual caracteriza-se como uma atividade
sedentária, sendo este um importante fator de risco para a ocorrência de alterações
posturais.
No que diz respeito à alta prevalência da mochila adequada ao transportar o
material escolar, porém quanto a relação da postura adequada para transportar
ocorre uma grande discrepância em comparação aos gêneros, onde as meninas
possuem uma taxa de 16,86% de utilizar postura inadequada contra 47,82% dos
meninos (tabela IV).
Ao concluir a apuração dos questionários pode se observar a falta de um
trabalho adequado na escola por parte de todo o corpo docente na cobrança e na
orientação adequada de melhores hábitos posturais dos alunos durante o período
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letivo e também fora dele, este tipo de trabalho acaba sendo indispensável para a
melhoria dos hábitos e situação postural desses indivíduos enquanto adolescentes
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O CONCEITO DE “OURIÇO E RAPOSA” DE ISAIAH BERLIN NA PESQUISA INTERDISCIPLINAR SOBRE TERRITÓRIO
Amanda Beraldo Machado - Graduada em Arquitetura e Urbanismo. Mestranda em
Gestão Integrada do Território na Univale. Ana Lígia de Souza Pereira - Graduada em Enfermagem. Mestranda em Gestão
Integrada do Território na Univale. Diego Jeangregório Martins Guimarães- Graduado em Direito. Mestrando em
Gestão Integrada do Território na Univale. Márcia Batista Lanes - Graduada em História, Geografia e Direito. Mestranda em
Gestão Integrada do Território na Univale. Silvana Soares Silva - Graduada em Comunicação Social - Jornalismo e
Publicidade. Mestranda em Educação pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM.
RESUMO A proposta do artigo foi levantar reflexões sobre a interdisciplinaridade nos estudos territoriais, agregando-se as contribuições do escritor e filósofo Isaiah Berlin e seu conceito de “ouriços e raposas” no universo da pesquisa científica. Neste estudo as personalidades foram analisadas com foco na atuação dos pesquisadores na interdisciplinaridade como metodologia de abordagem do estudo territorial. Como objetivo geral, buscou-se ultrapassar a classificação dos pesquisadores em personalidades, através do entendimento da atuação do método da interdisciplinaridade nos trabalhos dos estudiosos. A metodologia utilizada na pesquisa foi de revisão bibliográfica. No estudo, foi observado que a pesquisa interdisciplinar, especificamente se tratando dos estudos territoriais, faz com que os pesquisadores tenham um olhar sobre o todo, para que haja a compreensão das partes, ou seja, a interdisciplinaridade surge como uma alternativa de produção científica, através da compreensão da complexidade do todo e da saída da zona de conforto profissional, ao lançar-se sobre o diferente ponto de vista e seus métodos também diferenciados. PALAVRAS-CHAVE: ouriço; raposa; interdisciplinaridade; território.
INTRODUÇÃO
O ensaio produzido pelo filósofo Isaiah Berlin (1909–1997), em sua obra “O
ouriço e a raposa: um ensaio sobre a visão de Tolstói da História” (1953) distingue
duas personalidades: o ouriço e a raposa, a partir de uma frase do poeta grego
Arquíloco [século VII a.C.], “[...] a raposa sabe muitas coisas, mas o ouriço sabe uma
coisa muito importante”. Segundo Berlin, esse trecho poderia ser utilizado para
classificar personalidades de pensadores, escritores, ou mesmo seres-humanos em
geral. As distinções entre as personalidades são definidas por Berlin (1957):
[...] exists a great chasm between those, on one side, who relate everything to a single central vision, one system, less or more
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coherent or articulate, in terms of which they understand, think and feel – a single, universal, organising principle in terms of which alone all that they are and say has significance – and, on the other side, those who pursue many ends, often unrelated and even contradictory, connected, if at all, only in some de facto way, for some psychological or physiological cause, related to no moral or aesthetic principle. These last lead lives, perform acts and entertain ideas that are centrifugal rather than centripetal; their thought is scattered or diffused, moving on many levels, seizing upon the essence of a vast variety of experiences and objects for what they are in themselves, without, consciously or unconsciously, seeking to fit them into, or exclude them from, any one unchanging, all-embracing, sometimes self-contradictory and incomplete, at times fanatical, unitary inner vision. The first kind of intellectual and artistic personality belongs to the hedgehogs, the second to the foxes. (BERLIN, 1953. pág. 02)13
Assim, o grupo dos ouriços apresentam uma visão central única, focada, com
um sistema ‘mais ou menos coerente ou articulado’ e a realidade se organiza
segundo os princípios universais. Já as raposas, apresentam princípios
desvinculados de qualquer moral ou ética, com pensamentos dispersos, ora
confusos, mas com grande variedade de experiências.
Essas personalidades são utilizadas como forma de classificação a partir da
análise das estratégias de trabalho e metodologias. Como exemplo, dentre as duas
categorias os grandes pensadores são classificadas por Berlin (1953, pág. 02), “[...]
Dante belongs to the first category, Shakespeare to the second; Plato, Lucretius,
Pascal, Hegel, Dostoevsky, Nietzsche, Ibsen, Proust are, in varying degrees,
hedgehogs; Herodotus, Aristotle, Montaigne, Erasmus, Molière, Goethe, Pushkin,
Balzac, Joyce are foxes.”
As tipologias descritas por Berlim ultrapassaram a classificação das
personalidades dos filósofos e pensadores da época, sendo discutidas e aplicadas a
diversas áreas, tornando-se interdisciplinar. Nos estudos territoriais e urbanos de
13[...] há um grande abismo entre, de um lado, aqueles que relacionam todas as coisas a uma só noção fundamental, um sistema mais ou menos coerente ou articulado, em cujos termos eles compreendem, pensam e sentem – um só princípio universal de organização em função do qual tudo o que eles são e dizem tem significação- e, do outro lado, existem aqueles que perseguem muitos fins, não raro desvinculados e até contraditórios; se alguma conexão existe, é apenas de facto, por conta de alguma causa psicológica ou fisiológica. Desvinculados de qualquer princípio moral ou estético, estes últimos vivem, realizam ações e alimentam ideias mais centrífugas do que centrípetas; seu pensamento é disperso ou difuso, move-se entre muitos níveis, apreendendo a essência de grande variedade de experiências e objetos pelo que são em si, sem buscar, consciente ou inconscientemente, ajudar-se a eles ou excluí-los de qualquer noção interior unitária, imutável e, às vezes, até fanática. O primeiro tipo de personalidade intelectual e artística pertence à categoria dos ouriços; o segundo, à das raposas. (BERLIN, 1953. pág. 02).
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Colin Rowe e Fred Koetter no livro “Collage City” (1978), utilizam a classificação de
Berlin para analisar a atuação dos arquitetos modernistas no planejamento urbano
moderno. Na área empresarial, de estratégias de marketing e liderança as
personalidades também são mencionadas como forma de entendimentos das
personalidades empresariais.
Neste estudo as personalidades foram analisadas na área da pesquisa, com
foco na atuação das personalidades dos pesquisadores na interdisciplinaridade
como metodologia de abordagem do estudo territorial. A pesquisa interdisciplinar
aborda a integração de conceitos, metodologias e assuntos de áreas diversas,
porém apresenta complexidades por ‘romper’ com o campo disciplinar. Para
Goldman (1979, p. 3-25), um olhar interdisciplinar sobre a realidade permite que
entendamos melhor a relação entre seu todo e as partes que a constituem.
Como objetivo geral, buscou-se ultrapassar a classificação dos pesquisadores
em personalidades, através do entendimento da atuação do método da
interdisciplinaridade nos trabalhos dos pesquisadores. Assim surgiu a seguinte
hipótese: Como os “ouriços” com a capacidade de ter foco em um objetivo único e
as raposas com atuação pluralistas e pensamento difuso lidam com a
interdisciplinaridade em suas pesquisas sobre território?
Para análise da questão, foi necessário de forma específica: discutir o estudo
do estado da arte da interdisciplinaridade como forma de entendimento
metodológico no campo da pesquisa sobre território; analisar a importância da
interdisciplinaridade no contexto atual e das formas de atuação; pesquisar os
conceitos de ouriço e raposas em áreas diversas e entender as formas de atuação
da interdisciplinaridade no estudo territorial nas personalidades dos ouriços e
raposas.
No contexto atual de desenvolvimento das pesquisas interdisciplinares como
metodologia para análise de objetos cada vez mais complexos, como o território, a
abordagem das personalidades é relevante para entendimento da atuação dos
pesquisadores. As pesquisas de graduação tendem ser disciplinares, mas para o
desenvolvimento de pesquisas de maior aprofundamento em pós-graduações,
principalmente sobre gestão territorial, há a necessidades de uma transição dos
pesquisadores que buscam romper com a atuação focada da especialização
disciplinar à variedade de possibilidades e conexões nos diversos campos da
pesquisa na interdisciplinaridade. Assim, entender como cada personalidade atua
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neste contexto é importante para que o desenvolvimento da pesquisa interdisciplinar
não se torne uma barreira para a atuação do pesquisador.
A PESQUISA INTERDISCIPLINAR NOS ESTUDOS TERRITORIAIS
Para aprofundarmos no tema sobre interdisciplinaridade, antes de mais nada
é necessário conhecer o significado desta palavra. Assim, tem-se que o prefixo
“inter,” significa posição ou ação intermediária, o sufixo “dade” atribui o sentido de
ação ou resultado de ação ao termo, já “disciplina”, núcleo do termo estudado,
significa a epistemé, podendo caracterizar como ordem que convém ao
funcionamento de uma organização, ou ainda regime de ordem imposta ou
livremente consentida (FAVARÃO; ARAÚJO, 2004).
Já para Siepierski (1998), não existe consenso quanto ao significado de
interdisciplinaridade. Ele a entende como uma possibilidade de transposição das
limitações da compartimentalização. Dessa forma, a característica da
interdisciplinaridade é o conflito e não a harmonia. Os autores do texto que citam
Siepierski, não veem esse conflito como algo negativo, mas sim positivo, que leva ao
debate de ideias diferentes (ALVEZ; BRASILEIRO; BRITO, 2004).
Para Japiassú (1994), o conceito de interdisciplinaridade é mais profundo. Em
uma palestra proferida no Seminário Internacional sobre Reestruturação Curricular,
promovido pela Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre, em julho de
1994, o autor afirma que:
O trabalho interdisciplinar propriamente dito supõe uma interação das disciplinas, uma interpenetração ou interfecundação, indo desde a simples comunicação das ideias até a integração mútua dos conceitos (contatos interdisciplinares), da epistemologia e da metodologia, dos procedimentos, dos dados e da organização da pesquisa (JAPIASSÙ, 1994).
Em relação a origem, existe relatos do uso do conhecimento interdisciplinar desde a
Antiguidade. Thiesen (2008) aponta que pela influência dos trabalhos de grandes
pensadores modernos como Galileu, Bacon, Descartes, Newton, Darwin e outros, as
ciências foram sendo divididas e, por isso, especializando-se. A atitude intelectual
desses filósofos fez com que a interdisciplinaridade fosse discutida. Entretanto, o
modelo capitalista e a revolução industrial no século XVIII, impediam que o modelo
interdisciplinar fosse trabalhado nas escolas, pois o mercado de trabalho impunha a
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formação de um indivíduo que não fosse criativo e/ou questionador, apenas que
tivesse uma visão disciplinar (BÜST, 2005).
Mas ao longo dos anos, especificamente na metade do século XX, um novo
modelo de ensino passou a ser valorizado, ou seja, a possibilidade de uma
integração do conhecimento novamente foi discutida. E a interdisciplinaridade volta a
renascer com o marxismo, o estruturalismo, a teoria geral dos sistemas e
desconstrutivismo (BÜST, 2005).
Nos anos 1970, a discussão sobre interdisciplinaridade se intensifica. E o
momento marcante foi o I Seminário Internacional sobre Pluri e Interdisciplinaridade,
realizado em Nice, na França. Esse momento foi considerado como o primeiro
impulso dado para o pensamento interdisciplinar. A partir de então, surgiu novas
possibilidades de abordagem de um tema, centrando até então apenas em uma
abordagem unidisciplinar (PHILLIPI JR.; SILVA NETO, 2011).
Já no Brasil, falar em interdisciplinaridade, implica falar de Hilton Japiassú,
que foi o responsável por introduzir, no país, a partir de 1976, as concepções sobre
interdisciplinaridade. Juntamente com Japiassú, não poderia deixar de citar Ivani
Fazenda. Os dois são considerados os pioneiros no tema no Brasil. Porém, tem que
se destacar que o foco temático de Japiassú é epistemológico, e o de Fazenda,
pedagógico; entretanto, os dois autores têm como base de suas teses a filosofia do
sujeito (ALVEZ; BRASILEIRO; BRITO, 2004).
Isaiah Berlin parece compartilhar da mesma ideia de Hilton Japiassú, no que
diz respeito ao afunilamento do conhecimento, e da necessidade iminente de
mudanças. Japiassú (1994) afirma que “chegamos a um ponto que o especialista se
reduz àquele que, à causa de saber cada vez mais sobre cada vez menos, termina
por saber tudo sobre o nada”.
Para o intelectual isso é um estado caótico no mundo do saber, pois os
indivíduos não conseguem se comunicar. Cada um se preocupa apenas com sua
área de interesse e acaba se esquecendo das outras, o que o autor define como
“minifúndio do saber”. Para os autores, a interdisciplinaridade seria o modelo ideal a
ser trabalhado nas Instituições de ensino, ou seja, a cura para a visão patológica
disciplinar (ALVEZ; BRASILEIRO; BRITO, 2004).
Observa-se que no Brasil a interdisciplinaridade foi implementada como Área
do conhecimento na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES) em 1999 inicialmente denominada como área multidisciplinar e em 2008
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recebeu a nomenclatura de área Interdisciplinar (CAPES, 2009). Segundo o
documento da Área Interdisciplinar da CAPES de 2009 “a interdisciplinaridade
pressupõe uma forma de produção do conhecimento, porque ela implica em trocas
teóricas e metodológicas, geração de novos conceitos e metodologias, e graus
crescentes de intersubjetividade, visando a atender a natureza múltipla de
fenômenos de maior complexidade.” (CAPES, 2009).
É exatamente sobre a complexidade dos fenômenos que a
interdisciplinaridade se aplica na medida em que surge como alternativa de
produção do conhecimento para além da ciência moderna. Nesse sentido, a
interdisciplinaridade representa uma ruptura com os saberes que o procedem, mas
não se trata de uma superação do conhecimento disciplinar, mas o reconhecimento
da pertinência e importância de outra forma de fazer ciência, especialmente porque
a realidade nem sempre se pode enquadrar dentro do conhecimento disciplinar
(ALVARENGA, et al. 2011). O próprio documento da Área Interdisciplinar da
CAPES vai no mesmo sentido:
É no âmbito da interdisciplinaridade que grandes desafios epistemológicos - teóricos e metodológicos - se colocam. Daí seu papel estratégico de estabelecer a relação entre saberes, propor o encontro entre o teórico e o prático, entre o filosófico e o científico, entre ciência e tecnologia, apresentando-se, assim, como um saber que responde aos desafios do saber complexo (CAPES, 2009, p. 6).
Na pesquisa sobre gestão territorial, a interdisciplinaridade é utilizada como
forma de análise dos assuntos complexos do território, que necessita da
fundamentação em área de conhecimento diversas, além da geografia, para um
debate mais abrangente.
Segundo Benko (2009, pág. 126), “[...] a fecundidade das abordagens do
espaço deixa, neste momento, mais questões abertas do que respostas, visto que “o
espaço” é por natureza terreno de interdisciplinaridade. ” Para Brandão (2009):
O aperfeiçoamento metodológico no tratamento do desenvolvimento geográfico desigual e das diversas “questões territoriais” se aprofundou, segundo o prisma dos variados olhares disciplinares que tomam o espaço como objeto. O patrimônio de conhecimento das temáticas do território é grande e sua difusão crescente. O projeto interdisciplinar é seu grande desafio e encontra limites. De um lado, a fidelidade e as inércias disciplinares criam resistências e obstaculizam as tentativas de fortalecimento de maior interdisciplinaridade. De outro, como estamos procurando defender neste ensaio, muitas vezes não se respeitam ou se tomam na devida conta as contribuições das respectivas disciplinas. Considero que
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muitos desenvolvimentos analíticos da economia política e da geografia crítica precisam estar presentes na construção deste projeto desafiador (BRANDÃO, 2009, pág, 164).
Assim, o conceito de território, pela sua natureza complexa e interdisciplinar,
sua imbricação com as condições ambientais locais, pode ser um conceito ou
dimensão de reflexão dos desafios do desenvolvimento e da construção de novos
instrumentos de ação/regulação sobre o território/região (RIBEIRO et al. 2009).
Dessa forma, a pesquisa territorial necessita da interdicisplinaridade como
metodologia para superar os desafios da complexidade na área.
Do ponto de vista da aplicação concreta da interdisciplinaridade na pesquisa
científica, Raynaut (2011) apresenta alguns desafios:
Passar de um quadro conceitual geral para uma prática concreta de pesquisa interdisciplinar não deixa de constituir um desafio metodológico. A interdisciplinaridade não é decretada, ela se constrói. Não é por termos identificado um problema cujo tratamento parece exigir a contribuição de várias disciplinas que este se constitui automaticamente em um tema de pesquisa científica. O problema identificado não é em si uma razão suficiente para que essas disciplinas se disponham espontaneamente a colaborar. Todo um trabalho de reconstrução é necessário para transformar o questionamento inicial, estreitamente ligado à demanda social, em uma problemática científica, na qual estão identificadas as questões específicas que podem ser respondidas pelas diversas disciplinas, com suas próprias competências. É preciso também organizar a pesquisa, definindo a maneira como vão se articular os diferentes trabalhos dos especialistas, o quadro referencial comum (em termos de amostragens, de escala de análise, de temporalidade), graças aos quais poderão se reunir e confrontar os resultados que cada um obteve dentro de seu campo e com seus métodos específicos. É desejável, e habitualmente possível, que ao menos uma operação comum reúna os diferentes pesquisadores em torno de um trabalho de coleta e análise de dados (RAYNAUT, 2011, p 102-103).
Para Leis (2011) existem três formas de interdisciplinaridade, quais sejam:
instrumental, conceitual e crítica. Na interdisciplinaridade instrumental têm-se uma
abordagem pragmática de problemas concretos, com o objetivo primordial em
produzir resultados de problemas científicos pelos meios disciplinares disponíveis,
sobretudo, nos espaços vazios deixados pelas disciplinas no tratamento do
problema em pauta.
Esse é inclusive, um dos pontos centrais da interdisciplinaridade, ou seja,
negar a concepção da ciência moderna de que existe um “vazio” de realidade entre
as fronteiras disciplinares, de forma que esse campo de fronteiras se torne um
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objeto de investigação e preocupação, tendo uma posição específica no campo de
conhecimento, a interdisciplinaridade (ALVARENGA, et al. 2011).
Já a interdisciplinaridade conceitual, parte de uma crítica explícita aos
conteúdos das perspectivas disciplinares, enquanto a interdisciplinaridade crítica
está intimamente ligada à Escola de Frankfurt e a teoria crítica lá desenvolvida.
Nessa perspectiva a interdisciplinaridade crítica “questiona não apenas o
conhecimento disciplinar, mas, também, os valores associados a essa forma de
pensar a realidade, criticando assim aspectos sociológicos e educativos do processo
disciplinar de conhecimento e ensino”. E conclui da seguinte forma “Dependendo do
contexto, as pesquisas podem ter mais de um ou outro componente, mas sempre
haverá algum tipo de combinação entre aspectos instrumentais, conceituais e
críticos” (LEIS, 2011).
Com efeito, a interdisciplinaridade se apresenta como um movimento
científico extremamente recente, sobretudo sua prática no Brasil e que desafia aos
pesquisadores a explorar essa área em busca de outra perspectiva para os
problemas científicos que se apresentam extremamente complexos que o
disciplinamento da ciência moderna, com suas limitações conceituais,
epistemológica, metodológica e ontológica não conseguem responder. Assim, o
pesquisador que se envereda pelo caminho da interdisciplinaridade, tem o duplo
desafio: de responder o seu problema de pesquisa, e de ajudar a consolidar esse
novo caminho acadêmico que se apresenta.
METODOLOGIA
Este estudo teve como intuito realizar uma análise do conceito de “ouriços e
raposas” abordado na obra “O ouriço e a raposa: um ensaio sobre a visão de Tolstói
da História” (1953) do autor Isaiah Berlin.
Após determinar o objetivo, realizou-se o delineamento do estudo, como
revisão bibliográfica. Segundo Marconi e Lakatos (1992), a pesquisa bibliográfica é o
levantamento de toda a bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas,
publicações avulsas e imprensas. A sua finalidade é fazer com que o pesquisador
entre em contato direto com todo o material escrito sobre um determinado assunto,
auxiliando o cientista na análise de suas pesquisas ou na manipulação de suas
informações. Ela pode ser considerada como o primeiro passo de toda a pesquisa
científica.
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Quanto ao objetivo geral, a pesquisa é exploratória. Para Gil (2002) esse tipo
de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema,
com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que esta
pesquisa tem como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de
intuições.
Após a escolha do tema, foi realizado um levantamento bibliográfico
preliminar e a leitura da obra “The Hedgehog and the Fox: An Essay on Tolstoy's
View of History”.
Além da leitura da obra de Isaiah Berlin que foi a base do estudo, utilizou-se
outros clássicos na discussão da interdisciplinaridade, como: Hilton Japiassú, Ivani
Catarina Arantes Fazenda e Antônio Phillipi Júnior.
A INTERDISCIPLINARIDADE PARA RAPOSAS E OURIÇOS
Aplicando os conceitos de raposas e ouriços na interdisciplinaridade,
podemos pensar nas áreas de pesquisa que se misturam para produzir
conhecimento sobre o território. Quando inúmeras áreas se encontram podem gerar
estranheza no início, ainda mais para os ouriços, que têm a tendência a se fechar e
ou a achar que sua área não se encaixa com as outras, produzindo conhecimento
muito especializado sobre o território. Japiassú (1993) define o conceito
interdisciplinaridade como:
Método de pesquisa e de ensino susceptível de fazer com que duas ou mais disciplinas interajam entre si, esta interação podendo ir da simples comunicação das ideias até a integração mútua dos conceitos, da epistemologia, da terminologia, da metodologia, dos procedimentos, dos dados e da organização da pesquisa (JAPIASSU; MARCONDES, 1993, p. 136).
Tomaremos como exemplo o mestrado interdisciplinar em Gestão Integrada
do Território que une diferentes áreas do saber a fim de produzir conhecimento. Um
pesquisador ouriço pode considerar seu conhecimento como algo muito importante e
único e não querer que as raposas interfiram no seu pensamento. Um pesquisador
raposa por ter um amplo conhecimento em várias áreas pode se perder diante de
um vasto mundo de conhecimento e relações da interdisciplinaridade. Essa visão
pode ser considerada muito simples e de análises rasas.
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Essa dicotomia pode estar ligada a liberdade de pensamento, ou seja, do
pesquisador que se acostumou a pensar de forma mais condensada em confronto
com aquele que busca deixar o pensamento livre. Sem usar juízo de valor, não se
pretende encontrar o certo e o errado, mas encontrar uma fórmula ou a forma de
aproveitar o pensamento de um e de outro.
A interdisciplinaridade não nega as disciplinas nem os conhecimentos
específicos, o mais importante, segundo Gusdorf (2006a), é a preocupação com a
unidade do saber, “ao mesmo tempo que aprofunda a inteligibilidade deste ou
daquele domínio do conhecimento, é capaz de situar o seu saber na totalidade do
saber, isto é, no horizonte global da realidade humana” (GUSDORF, 2006a, p. 56).
A interdisciplinaridade supõe abertura e interação das áreas do saber, onde
cada um se esforça fora do seu domínio e de sua linguagem técnica para se
aventurar num domínio onde não é o proprietário, “curiosidade que se busca além
de si mesmo” (GUSDORF, 1990. p. 2).
Se há essa necessidade de buscar o conhecimento ou mesmo compartilhá-lo,
a interação entre ouriços e raposas pode ser encarada sem o medo de se machucar,
mas aproveitando o que uma área pode oferecer de bom. A raposa pode,
convivendo com o ouriço, estabelecer mais foco em suas pesquisas, e o ouriço pode
se abrir e compartilhar e receber mais o conhecimento das raposas.
Ser interdisciplinar é um desafio colocado aos pesquisadores, no sentido de
adentrar em áreas poucos conhecidas, mas o conhecimento de um contribui para a
pesquisa do outro, pensemos em um objeto e vários pesquisadores em volta, cada
um o observa a partir de sua formação.
Nesse sentido podemos pensar no território como um objeto de estudo sendo
analisado pelas diversas áreas de conhecimento, tomando como base a
interdisciplinaridade. Dessa maneira, cada pesquisador lança o olhar sobre a gestão
do território a partir de seu conhecimento, e ao ter contato com outros pesquisadores
de outras áreas, acontece uma amplificação sobre um mesmo problema.
Um exemplo é como o gerenciamento de recursos hídricos e os impactos
ambientais e sociais nesse caso envolvendo o biólogo, busca por soluções por parte
de engenheiros, do direito dos cidadãos envolvidos no problema analisado pelo
olhar dos pesquisadores da área jurídica, do suporte psicológico e da assistência
social, e do registro documental realizado por historiadores e jornalistas. Este é
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apenas um exemplo de como a interdisciplinaridade que reúne pesquisadores com
características de raposa e de ouriço pode ser objeto de estudos.
O caminho para a buscar de soluções inovadoras e eficientes para problemas
comuns aos territórios encontra terreno fértil onde vários olhares se debruçam sobre
o problema.
Quando alguém se propõe a pesquisar algo, sempre parte de um ponto de
referência com sua área do conhecimento, hoje já se discute a
descompartimentalização do saber, portanto a interdisciplinaridade abre caminho
para a inter-relação entre as diversas áreas, e assim a pesquisa territorial,
contempla mais demandas, com fundamentações mais intensas e análises
aprofundadas. Cabe aos pesquisadores encontrar o melhor caminho para o
resultado positivo da sua pesquisa.
Cada um traz consigo conhecimento e experiências que contribuem para a
realização da pesquisa, a troca de experiência traz relevantes avanços para a
pesquisa, como por exemplo o uso da tecnologia para pesquisas na área de saúde,
meio ambiente, que somadas as áreas de engenharia, matemática, direito,
psicologia resultam em resultados complexos e eficazes que beneficiam a sociedade
em sua totalidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As discussões levantadas neste artigo propuseram reflexões sobre a
interdisciplinaridade nos estudos territoriais, agregando-se as contribuições do
escritor e filósofo Isaiah Berlin e seu conceito de “ouriços e raposas” no universo da
pesquisa científica. A abordagem dessas personalidades é importante para
compreensão do perfil de atuação do pesquisador, uma vez que alguns
pesquisadores são ouriços, com foco em um único objeto, os especialistas,
enquanto outros pesquisadores são raposas, com uma atuação mais pluralista.
Todas as discussões abordadas foram fundamentadas em estudiosos do
fenômeno interdisciplinar. Como diz Claude Raynaut “A interdisciplinaridade não é
decretada, ela se constrói”. E a ideia central de discussões como está proposta no
artigo é a de construção da interdisciplinaridade entre os pesquisadores de várias
áreas do Mestrado em Gestão Integrada do Território, não apenas aproximando as
áreas, mas construindo conhecimento entre as diferentes áreas.
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Na pesquisa interdisciplinar, especificamente se tratando dos estudos
territoriais, a interdisciplinaridade faz com que os pesquisadores tenham um olhar
sobre o todo, para que haja a compreensão das partes, ou seja, a
interdisciplinaridade surge como uma alternativa de produção científica, através da
compreensão da complexidade do todo e da saída da zona de conforto profissional,
ao lançar-se sobre o diferente ponto de vista e seus métodos também diferenciados.
Essa corrente interdisciplinar vem ganhando força e fazendo com que os
conhecimentos de várias áreas sejam permeáveis. Entretanto, os desafios do
trabalho interdisciplinar ainda devem ser superados, haja vista, o movimento ser
recente, principalmente no Brasil. Neste contexto, a construção do conhecimento na
atualidade, se direciona para um movimento de uma forma de pensar mais
complexa e uma nova abordagem metodológica e de ensino que atendam a
compreensão do mundo. Assim, o pesquisador adentra o mundo interdisciplinar,
porém com obstáculos que a ciência disciplinar traz e que precisam ser superados
nessa nova forma de pensar e contribuindo ainda mais, para o desenvolvimento
científico plural.
REFERÊNCIAS
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GT8 – LINGUÍSTICA,
CIÊNCIAS E ARTES
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ARTIGO
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ANÁLISE CRÍTICA DE UMA PROPOSTA DE TRABALHO DE LEITURA E COMPREENSÃO TEXTUAL
Renata de Abreu e Silva Oliveira - Licenciada em Letras. Especialista em Língua
Inglesa. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Renata Pessoa Bifano - Licenciada em Matemática e Física. Mestre em Matemática. Professora da Faculdade Vértice -
UNIVÉRTIX. Érica Stoupa Martins – Graduada em Serviço Social, especialista em Gestão de
Recursos Humanos e Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Rosélio Marcos Santana – Graduado em Sistemas de Informação, licenciado em Matemática. Especialista em MBA em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor da
Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Carlos Eduardo Toledo - Graduado em Educação Física. Professor da Faculdade
Vértice- UNIVERTIX.
RESUMO
Este estudo pretende analisar uma unidade didática proposta para uma disciplina do Curso de Mestrado em Letras PROFLETRAS/UFMG, no ano de 2015. A partir do gênero conto, propõe-se atividade em três grupos: identificação de partes da sequência narrativa, discussão em grupo sobre o tema do texto e um trabalho de produção textual. A escolha do gênero conto se deve ao fato de ser esse um texto que, por seu próprio funcionamento, favorece um trabalho com a sequência narrativa que se pretendia ensinar, além do tema estar relacionado ao interesse do público-alvo: alunos do 9º. Ano do Ensino Fundamental. Os conceitos que nortearão a pesquisa serão as noções de gênero de Bakthin (2003), a proposta de trabalho com gênero em sala de aula de Dolz & Schneuwly (2004), as noções de leitura e compreensão de Koch & Elias (2014), entre outros. Como principais resultados, considera-se que a atividade de leitura em tela, proporciona ao aluno um trabalho produtivo com a linguagem quando aborda elementos linguísticos relevantes para a construção do texto. As questões de análise textual direcionam o aluno a localizar informações explícitas e implícitas, ampliando assim relevantes estratégias de leitura.
PALAVRAS-CHAVE: conto; sequência narrativa; gênero e leitura.
INTRODUÇÃO
O ensino de gêneros nas aulas de Língua Portuguesa tornou-se prática
recorrente na sala de aula devido ao fato de eles serem mecanismos de uso real da
língua. Quando o aluno é colocado em contato com gêneros variados passa a ter
autonomia do uso da mesma, tão necessária em seu cotidiano dentro e fora da
escola. Segundo Buzen (2003) embora ainda estejamos buscando entender o que
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seja e como se dá o processo de ensinar gênero, essa prática é a “chave mágica”
que permite a maior integração entre leitura, produção e análise linguística.
Este artigo pretende analisar uma unidade proposta para o estudo do gênero
conto. A atividade foi elaborada como parte das atividades desenvolvidas no curso
de Mestrado profissional em Letras e é composta por três partes: apresentação do
gênero conto, a estrutura de uma sequência narrativa, e a produção de seus
próprios textos. O objetivo principal é verificar se esse estudo do gênero facilitará o
trabalho e colocará os alunos em contato com duas dimensões muito importantes: a
leitura e a escrita.
Para a atividade proposta foi escolhido o texto Cojugo Vobis de Artur de
Azevedo, pois ele trata de um tema que muito interessa alunos do nono ano:
relações amorosas. Outro fator que motivou a escolha do texto foi o fato de retratar
os costumes de uma época bem diferente da que os alunos vivem hoje. Além disso,
o texto deu sequência a um trabalho proposto anteriormente, utilizando uma crônica
(Os namorados da filha, de Moacyr Scliar) com temática semelhante, porém sobre o
namoro nos dias atuais.
Além da discussão prévia sobre o tema, da apresentação de um vídeo e das
questões de análise textual, foi proposto um trabalho objetivando abordar a questão
das inferências e das expressões referenciais. Destaca-se, também, o trabalho de
identificação de partes da sequência narrativa, além da apresentação de outro texto
como exemplo dessa estrutura. Para finalizar as atividades, propõe-se uma
discussão em grupo e um trabalho de produção textual.
As questões propostas merecem a atenção por se tratarem de conceitos
importantes relacionados à leitura, análise linguística, à sequência argumentativa e
ao trabalho com gêneros.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo Bakthin (2003), os campos de utilização da língua elaboram tipos
relativamente estáveis de enunciados – orais ou escritos –, denominados pelo
autor gêneros discursivos. Conforme destaca Rojo, esse conceito ganhou força
no campo da Linguística Aplicada a partir de 1995, devido à indicação explícita
dos gêneros como objeto de ensino ou como referência para a leitura e
produção de textos nos Parâmetros Curriculares Nacionais. A autora estabelece
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duas vertentes diferentes na teoria de gêneros, ambas embasadas em
diferentes leituras da herança bakhtiniana: a teoria dos gêneros discursivos e a
teoria dos gêneros textuais. Na primeira vertente, o estudo dos gêneros centra-
se na situação de produção dos enunciados ou textos e seus aspectos sócio-
históricos. Já a segunda vertente, dos gêneros textuais, preocupa-se, conforme
a autora, com a descrição da materialidade textual.
Sobre o trabalho com gêneros na escola, os estudos de Dolz & Schneuwly
(2004) trazem uma importante contribuição no que diz respeito a como trabalhar
o gênero da sala de aula. Para os autores deve-se afastar da ideia de que o
gênero é instrumento de comunicação somente, pura forma linguística e
aproximar-se da concepção de que se trata de um objeto de ensino
aprendizagem.
Na prática em classe, os gêneros não são referidos a outros, exteriores à escola, que poderiam ser considerados modelos ou fonte de inspiração. A situação de comunicação é vista como geradora quase automática do gênero, que não é descrito, nem ensinado, mas aprendido pela prática da linguagem escolar, por meio dos parâmetros próprios à situação e das interações com os outros. (Dolz & Schneuwly, 2004, p.67)
Já no aspecto da leitura, Koch & Elias (2014) discutem a respeito dessa
concepção de leitura e quais seriam seus objetivos. Inicialmente, as autoras
trazem à discussão os estudos de Koch (2002, p. 9) em que “à concepção de
língua como representação do pensamento corresponde à de sujeito
psicológico, individual, dono de sua vontade e de suas ações.” Nessa relação, o
leitor assumiria papel passivo, com a tarefa única de captar as representações
do produtor do texto. Assim, o sentido estaria centrado no autor, e a leitura seria
puramente uma captação das ideias do autor, sem considerar as experiências
do leitor. Não haveria, nessa perspectiva, interação autor-texto-leitor com
propósitos sociocogntivo-interacionalmente.
Afastando-se dessa visão, as autoras defendem uma concepção
interacional (dialógica) da língua. Nessa perspectiva, a leitura envolve a
mobilização de vários saberes, e os sujeitos (autor e leitor) são vistos como
construtores sociais, sujeitos ativos, juntos responsáveis pela construção do
texto. Assim, outros conceitos, como os implícitos, são considerados na leitura e
importantes para esse processo.
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Sobre essa interação autor-texto-leitor, Porto (2009) também afirma que a
leitura, na concepção interacionista, é um processo que ocorre a partir da
relação dialógica entre os sujeitos: o autor do texto e o leitor. A produção de
significados - tanto por parte do autor, quanto por parte do leitor - configura-se
como uma prática ativa, crítica e transformadora. Muitos fatores envolvem o ato
de ler e devam ser considerados: idade, grau intelectual, cultura do leitor, entre
outros. O processo de leitura, portanto, abrange tudo aquilo que se relaciona ao
“mundo do leitor”.
Sobre o trabalho com leitura de textos em sala de aula, Possenti (2001)
afirma que o professor precisa enxergar os alunos como indivíduos que têm
experiência de vida, que conhecem coisas, ouviram falar de coisas, etc.
Considerar esses saberes e despertá-los, para o autor, é uma ferramenta
importante para promover o trabalho da leitura. É importante também que o texto
seja visto como um objeto de interesse no qual devem se valorizar as “sacadas”
mais relevantes. Para Possenti (ibidem, p.10), “a interpretação varia mais do que
a compreensão. A compreensão depende mais do texto. Já a interpretação é
mais ampla, pois onde um leitor pode ver um problema psicanalítico, outro pode
ver um problema ideológico”. Assim, esse caráter amplo da interpretação leva às
várias leituras possíveis de um texto – que, entretanto, nunca podem ser
quaisquer umas, o que leva o autor a afirmar que “existe leitura errada”.
Sobre essa questão da interação e construção de sentidos pelos alunos,
Marcuschi (1988, p. 93) afirma que
Os efeitos de sentido são produzidos pelos leitores ou ouvintes na relação com os textos, de modo que as compreensões daí decorrentes são fruto do trabalho conjunto entre produtores e receptores em situações reais de uso da língua. O sentido não está no leitor, nem no texto, nem no autor, mas ele se dá como um efeito das relações entre eles e das atividades desenvolvidas.
Dolz & Schnewly (2010) defendem a importância do trabalho com os gêneros
caracterizando-os como objetos de ensino-aprendizagem, bem como ponto
referência para a progressão escolar. Para esse autor, os gêneros são produtos
culturais da escola e funcionam como instrumentos para auxiliar a desenvolver as
capacidades de leitura e escrita do aluno.
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METODOLOGIA
O presente estudo classifica-se como pesquisa descritiva, a qual, segundo Gil
(2010), tem como objetivo identificar a relação entre variáveis através de um estudo
descritivo.
No estudo em questão, pretende-se identificar em que medida a unidade
proposta facilitará o trabalho com o gênero e, acima de tudo, será capaz de
proporcionar aos alunos um trabalho eficiente com duas dimensões muito
importantes: a leitura e a escrita.
Além da discussão prévia sobre o tema tratado na unidade, da apresentação
de um vídeo e das questões de análise textual, foi feito um trabalho objetivando
abordar a questão das inferências e das expressões referenciais. Destaca-se,
também, o trabalho de identificação de partes da sequência narrativa, além da
apresentação de outro texto como exemplo dessa estrutura. Para finalizar as
atividades, propôs-se uma discussão em grupo e um trabalho de produção textual.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para a atividade proposta foi escolhido o texto Cojugo Vobis de Artur de
Azevedo, pois ele trata de um tema que muito interessa alunos do nono ano:
relações amorosas. Outro fator que motivou a escolha do texto foi o fato de retratar
os costumes de uma época bem diferente da que os alunos vivem hoje. Além disso,
o texto deu sequência a um trabalho proposto anteriormente, utilizando uma crônica
(Os namorados da filha, de Moacyr Scliar) com temática semelhante, porém sobre o
namoro nos dias atuais.
A unidade completa está anexa a este artigo. A fim de estabelecer melhor a
relação entre as atividades propostas e a teorias que respaldam este trabalho,
analisemos inicialmente algumas questões, mais especificamente a número cinco,
cujo objetivo é bem claro: levar o aluno a realizar inferências, tão importantes para o
entendimento satisfatório do texto. No caso deste texto, se o aluno não acionar, a
partir da última frase do texto, todo aquele conhecimento em relação ao fato de o
celebrante do casamento religioso ser celibatário, a informação passa despercebida
e a última frase perde toda sua graça. Sendo assim, promover atividades em que o
aluno tenha que realizar inferências, mostrar a ele como levantá-las, permite que
compreenda melhor o texto. Sobre o conceito de inferências, Marcuschi (2008)
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acrescenta que a compreensão de um texto não está exclusivamente no leitor, no
autor, nem no texto, mas sim numa relação interativa entre esses elemento,
resultando numa negociação para se obter o resultado satisfatório. As inferências
são produzidas com a contribuição de elementos sociossemânticos, cognitivos
situacionais, históricos, linguísticos de vários tipos que operam em conjunto.
Nas questões de análise linguística, mais especificamente nas questões
número dez e onze, há enfoque nas expressões referenciais utilizadas ao longo do
texto, além da localização dessas expressões e seus respectivos referentes e como
isso colabora para a construção dos sentidos do texto. Nessa questão, os conceitos
de anáforas diretas e indiretas de Cavalcante (2011) são tomados como
embasamento teórico. Durante a realização da atividade é importante chamar a
atenção dos alunos para os elementos que ancoram as expressões referenciais.
Ainda nessas questões pode-se também observar procedimentos de coesão
textual, mais especificamente, através da substituição lexical que ocorre nas
inúmeras vezes em que o primeiro namorado de Angelina é mencionado no texto.
Levar o aluno a identificar a quem se referem expressões como “o mísero” e o
“doutor” é um importante recurso para que ele perceba como esses elementos
coesivos enriquecem o texto. O uso de elementos coesivos como a substituição
lexical baseia-se nos estudos de Antunes (2005), em que a autora afirma que os
elementos da superfície do texto exercem um papel importante para que ele seja
“adequadamente interpretável”. Essa identificação e uso dos elementos coesivos
muito contribuem para a formação de nossos alunos com produtores e leitores de
textos.
Ainda sobre as questões de análise linguística, na questão número doze
pretende-se identificar o objetivo de uma sentença na qual o narrador resume uma
informação que será dita mais à frente. Ou seja, o teor da informação está
encapsulado na sentença: “Não a lastimem compadecidas leitoras”. O narrador já
antecipa para as leitoras que após essa fala virão os motivos pelos quais não se
deve lastimar. Não há retomada, mas sim antecipação. Ocorre um tipo de referência
difusa em todo trecho, que se configura como uma anáfora encapsuladora,
retomando os conceitos presentes nos estudos de Cavalcante (2011)
Em relação ao trabalho com a sequência narrativa, na questão número oito,
serão abordadas as fases dessa sequência de acordo com as definições que fazem
parte de outro estudo de Cavalcante (2011). Essas etapas são relacionadas a
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macroproposições do próprio texto com o objetivo de deixar claro para o aluno onde
começa e termina cada uma das fases daquela sequência. A apresentação de um
esquema com as fases mostrando como juntas elas formam um texto narrativo,
servem para ilustrar e clarear esses conceitos para os alunos. Essa apresentação
das fases facilitará o trabalho de produção de um conto como atividade final da aula.
No caso da atividade proposta, por meio da apresentação do gênero conto,
além de mostrar aos alunos a estrutura de uma sequência narrativa, sugere-se, ao
final dos trabalhos, que eles produzam seus próprios textos. Assim, o estudo do
gênero facilitará o trabalho e colocará os alunos em contato com duas dimensões
muito importantes: a leitura e a escrita.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A atividade de leitura em tela proporciona ao aluno um trabalho produtivo com
a linguagem quando aborda elementos linguísticos relevantes para a construção do
texto. As questões de análise textual direcionam o aluno a localizar informações
explícitas e implícitas, ampliando assim relevantes estratégias de leitura. Finalmente,
o trabalho com a estrutura da sequência narrativa, orientando o aluno a como
elaborar seu próprio texto, finaliza muito bem as atividades proporcionado assim
integração entre três aspectos muito importantes do ensino da língua: leitura, análise
linguística e produção textual.
REFERÊNCIAS
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ANEXO
PROPOSTA DE ATIVIDADE DE LEITURA Série: 9º Ano. Objetivos: Discutir a respeito das relações amorosas em outras épocas.
Identificar as fases da sequência narrativa. Realizar inferências textuais. Identificar elementos coesivos do texto. Produzir um conto.
Introduzindo o tema Conversar com os alunos a respeito de como era o namoro no passado e como acontece hoje. Levantar as seguintes perguntas: _ Nas últimas aulas falamos sobre o namoro nos dias de atuais. Hoje vamos ver uma realidade diferente. Vamos falar sobre o namoro no passado. A abordagem é bem diferente de hoje. Antes de discutir vamos assistir a um vídeo: Acessar o link: https://www.youtube.com/watch?v=yUjv3TgnyxY _ Reconte a história narrada no vídeo. _Qual era o papel dos pais? _ Você já pensou em viver naquela época? Com seria? Agora vamos conhecer a história de uma jovem e sua relação com o namoro. Lembre-se que estamos falando de outros tempos bem diferentes dos dias atuais. Leia atentamente o conto abaixo.
CONJUGO VOBIS*
(Artur de Azevedo) A formosa Angelina, filha do Seabra, tinha um namorado misterioso, que via passar todas as
tardes por baixo das suas janelas. Era um bonito rapaz, dos seus trinta anos, esbelto, elegante, sempre muito bem trajado, sobrecasaca, chapéu alto, botinas de bico finas, bengala de castão de prata, pincenez de ouro. Limitava-se a cumprimentá-la sorrindo. Ela sorria também, para animá-lo, mas, qual!, o moço parecia de uma timidez invencível, e o romance não passava do primeiro capítulo. - Com certeza um rapaz bem colocado, pensava Angelina, mas o diabo é que não se explica, e não hei de ser eu a primeira a chegar à fala!
Afinal, um dia, passando, como de costume, ele atirou para dentro do corredor da moça um bilhete em que estavam estas palavras: “Amo-a, e desejava saber se sou correspondido.”
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No dia seguinte ele apanhou a resposta, que ela atirou à rua: "Não posso dizer que o amo, porque não o conheço, mas simpatizo muito com a sua pessoa. Diga-me quem é.”
* * * Nessa mesma tarde, por uma dessas fatalidades a que estão sujeitos os corações humanos,
o Seabra, pai de Angelina, entrou em casa como uma bomba, esbaforido, carregado com muitos embrulhos, suando por todos os poros, e intimou a esposa e a filha (eram toda a sua família) a fazerem as malas, porque no dia seguinte, às 5 horas da manhã, partiam para Caxambu.
- Mas isto assim de repente! - protestou a velha. – Vai ser uma atrapalhação! - Não quero saber de nada! O médico disse-me que, se eu não partisse imediatamente para
Caxambu, era um homem morto! Eu devia até seguir pelo noturno! Estou com uma congestão de fígado em perspectiva!
Angelina ficou desesperada por não ter meios de prevenir o moço e lá partiu para Caxambu com o coração amargurado.
* * * Não a lastimem compadecidas leitoras: com 10 dias de Caxambu Angelina tinha se
esquecido completam ente do namorado. Isso não foi devido aos efeitos das águas, que não servem para o coração como servem para o fígado, mas à presença de um rapaz que estava hospedado no mesmo hotel que a família Seabra e, em correção e elegância, nada ficava a dever ao outro.
Era um médico do Rio de Janeiro, recentemente formado, moço de talento e de futuro, que, de mais a mais, tinha fortuna própria.
O Seabra, que estava satisfeito da vida, porque o seu fígado melhorava a olhos vistos, acolheu com entusiasmo a ideia de um casamento entre Angelina e o jovem doutor, e era o primeiro a meter-lhe a filha à cara.
Em conclusão, o casamento foi tratado lá mesmo, sob o formoso e poético céu do sul de Minas, para realizar-se, o mais breve possível, na Capital Federal.
* * * Regressando das águas, onde se demorou um mês, Angelina viu passar o primeiro
namorado, que olhou para ela com uma expressão de surpresa e de alegria, mas a moça fechou o semblante. O semblante e a janela. E, para nunca mais ver passar o importuno, deixou dali em diante de debruçar- se no peitoril.
* * * No dia do casamento, os noivos, as famílias dos noivos, as testemunhas e os convidados lá
foram para a pretoria**. - Tenham a bondade de esperar - disse-lhes o escrivão. - O doutor não tarda aí. Sentaram-se todos em silêncio, e pouco depois o pretor*** fazia a sua entrada solene. Angelina, ao vê-lo, tornou-se lívida e esteve a ponto de perder os sentidos. Ele estava atônito
e surpreso. Era o primeiro namorado. O mísero disfarçou como pôde a comoção, e resignou-se ao destino singular que o escolhia,
a ele, para unir a outro à mulher que o seu coração desejava. * * * Quando todos os estranhos se retiraram, ficando na sala da pretoria apenas o juiz e o
escrivão, este perguntou àquele: - Que foi isso, doutor? O senhor sofreu qualquer abalo! Não parecia o mesmo! Que lhe
sucedeu? O moço confiou-lhe tudo. O escrivão, que era um velhote retrógrado e carola, ponderou: - Ora, aí está um fato que só se pode dar no casamento civil; no religioso é impossível.
(Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bi000068.pdf. Acesso em 02 jul. 2015) * palavras ditas no casamento= Eu vos uno em matrimônio ** pretoria: sala onde aconteciam os casamentos. (espécie de cartório da época) ***pretor: juiz de paz. Análise textual
1- Indique as personagens principais do conto. 2- Caracterize a época falando sobre como seriam as relações entre a jovem Angelina e seus
pais. 3- Que fato inesperado mudou os rumos da história de Angelina e de seu primeiro namorado? 4- O que mudou em Angelina após a ida a Caxambu? 5- Por que o narrador se dirigiu às leitoras e não aos leitores?
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6- Na sua opinião, o que sentiu Angelina ao rever o primeiro namorado? 7- Em um texto, algumas informações estão explícitas, ou seja, são apresentadas claramente. Outras exigem um pouco mais do leitor, pois estão implícitas. Para identificá-las o texto nos dá pistas e temos que descobri-las, fazer inferências. Portanto, o que podemos inferir com a última fala do escrivão a respeito de o fato narrado não acontecer em casamentos no religioso?
8- Relacione as ideias centrais de cada parte do texto aos elementos da sequência narrativa a que se referem: (A) Situação inicial. (B) Complicação. (C) Ações. (D) Clímax. (E) Situação final. (F) Avaliação.
( ) No dia de seu casamento Angelina reencontra o primeiro namorado. ( ) O pai de Angelina resolve viajar às pressas. ( ) O juiz de paz explica a razão de seu espanto. ( ) Angelina conhece seu primeiro namorado. ( ) O escrivão afirma que situações como a do texto só acontecem no casamento civil. ( ) Angelina se esquece do primeiro namorado e se interessa por outro.
9- Um bom texto narrativo é aquele que apresenta um acontecimento inesperado e que caminha para situações que prendem o leitor até o fim. Em sua opinião, o conto lido atingiu esse objetivo? Explique.
Análise linguística 10- Um recurso interessante de coesão textual é a retomada de palavras ou expressões através
da substituição delas por outros elementos que façam referência a elas, como pronomes, substantivos, etc. Veja no exemplo:
Exemplo: Ela sorria também, para animá-lo, mas, qual!, o moço parecia de uma timidez invencível, e o romance não passava do primeiro capítulo. Angelina foi retomada no texto através substituição de seu nome pelo pronome ela, outra retomada ocorreu no uso do pronome oblíquo –lo e o substantivo o moço para evitar a repetição da palavra rapaz. Agora é sua vez. Nos trechos a seguir indique a quem se referem os itens em destaque:
a) Afinal, um dia, passando, como de costume, ele atirou para dentro do corredor da moça um bilhete em que estavam estas palavras: "Amo-a, e desejava saber se sou correspondido.”
b) Tenham a bondade de esperar - disse-lhes o escrivão. - O doutor não tarda aí. c) O mísero disfarçou como pôde a comoção, e resignou-se ao destino singular que o
escolhia, a ele, para unir a outro à mulher que o seu coração desejava. d) Não a lastimem compadecidas leitoras.
11- Durante o texto, como o narrador faz referência à mãe de Angelina? 12- Observe o trecho seguinte: “Não a lastimem compadecidas leitoras:” A sentença foi utilizada
pelo narrador com o objetivo de: ( ) introduzir uma explicação sobre a ação do pai de Angelina ( ) apresentar novos acontecimentos para a situação narrada no texto. ( ) antecipar que o fato narrado anteriormente foi bom para Angelina Sobre o tempo verbal predominante no texto, marque a resposta certa. a) ( ) Observa-se uso predominante do pretérito perfeito, pois o texto em questão narra
acontecimentos no passado sem influência no presente. b) ( ) Nas ações narradas observa-se uso do presente, pois dessa maneira texto passaria
uma impressão de que os fatos narrados ocorrem ao mesmo tempo em que o narrador observa.
Estrutura do gênero No conto lido temos uma sequência predominantemente narrativa. Uma das características de textos que obedecem a essa sequência é a introdução de um acontecimento novo, uma força transformadora que muda a situação inicial e traz novos acontecimentos. Funciona como o esquema abaixo: Ações Situação inicial Complicação Situação final Clímax
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(força transformadora) Perceba que numa sequência narrativa uma situação inicial leva a outras fases formando juntas um todo, o texto. Veja este outro exemplo de texto narrativo que segue a mesma estrutura.
O Coveiro (Millôr Fernandes)
Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão, coveiro, era cavar (situação inicial). Mas, na distração do ofício que amava, percebeu que cavara demais (complicação). Tentou sair da cova e não conseguiu. Levantou o olhar para cima e viu que sozinho não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu. Gritou mais forte. Ninguém veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de esbravejar, desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova, desesperado. A noite chegou, subiu, fez-se o silêncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura, não se ouviu um som humano, embora o cemitério estivesse cheio de pipilos e coaxares naturais dos matos. Só pouco depois da meia-noite é que vieram uns passos (ações). Deitado no fundo da cova o coveiro gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabeça ébria apareceu lá em cima, perguntou o que havia: O que é que há? O coveiro então gritou, desesperado: Tire-me daqui, por favor. Estou com um frio terrível! Mas, coitado! - condoeu-se o bêbado - Tem toda razão de estar com frio. Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre mortinho! (Clímax). E, pegando a pá, encheu-a e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente. (situação final) Moral: Nos momentos graves é preciso verificar muito bem para quem se apela. Trabalhando em grupo
13- Em vários gêneros textuais percebe-se a presença da sequência narrativa: diários, cartas, novelas, contos, filmes. Que tal falarmos um pouco então sobre um desses gêneros: o filme?
Em grupo, reúna-se com seus colegas e contem sobre filmes que vocês assistiram e gostaram e tente identificar etapas da narração discutidas no quadro acima. Produzindo o gênero Agora que você já conhece as características de uma sequência narrativa, produza um conto sobre um acontecimento que se passou com você ou que você conheça bem. Antes vamos relembrar alguns pontos importantes que devem estar presentes em um conto: ► Um título interessante. ►Personagens localizados em um tempo e espaço definidos. ► Tipo de narrador. ► Uma situação de equilíbrio alterada por uma tensão. ► Algo que prenda a atenção do leitor. ► Um final surpreendente.
Na próxima aula faremos a troca dos textos produzidos entre os colegas e vamos apreciar os textos e /ou sugerir alterações.
de
Expressão que introduz a força transformadora
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