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GOIÂNIA EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA 100 IV - EQUIPES DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA: ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO E PRÁTICAS ASSISTENCIAIS O campo da Saúde da Família destaca os recursos humanos como fator fundamental para a implementação do programa nos municípios. Vários estudos já observaram a ausência de profissionais capacitados para atuar neste tipo de projeto. É necessário habilitação para o trabalho multiprofissional e interdisciplinar, organizado a partir de uma equipe, onde não há supostamente uma hierarquia. Em face disto há dificuldades em contratar profissionais apesar de salários mais atraentes, e a rotatividade entre os mesmos prejudica a organização do trabalho e o processo de transformação das práticas assistenciais. Outro problema que deve ser enfrentado para efetiva substituição de práticas assistenciais proposta pela estratégia da Saúde da Família é a insegurança no trabalho gerada pela prevalência de formas de contratação precárias, praticadas em face da reforma do Estado e expressas na Lei de Responsabilidade Fiscal dos Municípios que não permite ultrapassar 65% os gastos com pessoal. Esse é um dilema importante desta inovação nas práticas de saúde: é um processo intensivo em força de trabalho implementado em uma conjuntura que impõe limites severos para a contratação. É uma proposta sustentada no estabelecimento de vínculos com a comunidade sem garantir os vínculos trabalhistas para as ESF. Segundo as diretrizes da Estratégia da Saúde da Família (MS/SAS, 1998), há algumas competências de caráter geral e organizacional que os profissionais de saúde da família devem desenvolver, além do reconhecimento da relevância do trabalho em equipe a ser desenvolvido em uma unidade básica de saúde: Promoção da saúde, ou seja, capacidade de identificar os fatores determinantes da qualidade de vida, bem como compreender o sentido da responsabilização compartilhada como base para o desenvolvimento das ações que contribuem para o alcance de uma vida saudável. Planejamento das ações, capacidade para diagnosticar a realidade local para elaborar e avaliar planos de trabalho capazes de produzir impacto sobre a realidade sanitária na população, familiar e individual de uma área de abrangência.

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GOIÂNIA – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA 100

IV - EQUIPES DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA:

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO E PRÁTICAS ASSISTENCIAIS

O campo da Saúde da Família destaca os recursos humanos como fator fundamental para a

implementação do programa nos municípios. Vários estudos já observaram a ausência de

profissionais capacitados para atuar neste tipo de projeto. É necessário habilitação para o

trabalho multiprofissional e interdisciplinar, organizado a partir de uma equipe, onde não há

supostamente uma hierarquia. Em face disto há dificuldades em contratar profissionais

apesar de salários mais atraentes, e a rotatividade entre os mesmos prejudica a organização

do trabalho e o processo de transformação das práticas assistenciais.

Outro problema que deve ser enfrentado para efetiva substituição de práticas assistenciais

proposta pela estratégia da Saúde da Família é a insegurança no trabalho gerada pela

prevalência de formas de contratação precárias, praticadas em face da reforma do Estado e

expressas na Lei de Responsabilidade Fiscal dos Municípios que não permite ultrapassar

65% os gastos com pessoal.

Esse é um dilema importante desta inovação nas práticas de saúde: é um processo intensivo

em força de trabalho implementado em uma conjuntura que impõe limites severos para a

contratação. É uma proposta sustentada no estabelecimento de vínculos com a comunidade

sem garantir os vínculos trabalhistas para as ESF.

Segundo as diretrizes da Estratégia da Saúde da Família (MS/SAS, 1998), há algumas

competências de caráter geral e organizacional que os profissionais de saúde da família

devem desenvolver, além do reconhecimento da relevância do trabalho em equipe a ser

desenvolvido em uma unidade básica de saúde:

Promoção da saúde, ou seja, capacidade de identificar os fatores determinantes da

qualidade de vida, bem como compreender o sentido da responsabilização

compartilhada como base para o desenvolvimento das ações que contribuem para o

alcance de uma vida saudável.

Planejamento das ações, capacidade para diagnosticar a realidade local para

elaborar e avaliar planos de trabalho capazes de produzir impacto sobre a realidade

sanitária na população, familiar e individual de uma área de abrangência.

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Ao investigar a experiência de implementação do Programa de Saúde da Família em

Goiânia (GO) levantou-se junto a todos os integrantes das 75 ESF já implantadas no

município até 31 de julho de 2001. As informações, opiniões e percepções desses buscam

identificar o perfil dos profissionais que compõem suas equipes, a forma de inserção no

PSF, os fatores importantes a análise da operacionalização da conversão do modelo de

atenção à saúde nas Unidades Básicas e do estabelecimento de vínculos entre a ESF e a

comunidade.

A análise está estruturada ao redor dos eixos: organização do trabalho proposta para as

Equipe de Saúde da Família no município, a absorção e valorização pelos profissionais e

pela população-alvo do modelo de atenção; facilidades e dificuldades encontradas pelos

profissionais para o desempenho de suas atribuições e efetivo desenvolvimento das

diretrizes da Saúde da Família.

A percepção da ESF sobre a articulação do PSF com a rede de serviços de saúde, já

analisada anteriormente no capítulo sobre implementação, retorna aqui ilustrada com

percepções dos profissionais de nível superior, médio e elementar.

Tabela 48 – Total de profissionais pesquisados das ESF em Goiânia (GO), 2001

Profissional Responderam Não Responderam Total

Médico 45 18 63

Enfermeiro 49 6 55

Agente Comunitário de Saúde 245 35 280

Auxiliar de Enfermagem 57 6 63

Total 396 65 461

1.PERFIL DOS PROFISSIONAIS DAS EQUIPES DE SAÚDE DAS FAMÍLIAS

Perfil dos profissionais de nível superior

O perfil nacional dos profissionais do PSF (MS, 2000) mostra que os médicos se dividem

entre homens e mulheres; enquanto que entre enfermeiros, a grande maioria é de mulheres.

Os profissionais que, mesmo inseridos no mercado, optaram por trabalhar em USF são

formados em faculdades públicas e têm entre 30 e 49 anos. É baixo o índice de pós-

graduação entre os mesmos, apesar dos médicos considerarem necessário o aprimoramento

profissional.

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A composição das 75 ESF de Goiânia envolve, em tese, 75 médicos, 75 enfermeiras, já que

em Goiânia a equipe não tem odóntologos. Essa composição não foi verificada no conjunto

existente de profissionais de nível superior nem tampouco entre os que responderam os

questionários.

Como se observa a maioria dos profissionais é do sexo feminino (72,3%), predominância

que é absoluta entre os enfermeiros, 47 ou 95,92%. Entre os médicos é maior a presença do

sexo masculino: 24 ou 53,33% da categoria.

Tabela 49 - Caracterização dos profissionais de nível superior quanto a função por

sexo, Goiânia (GO), 2001

Categoria

Profissional

Masculino Feminino Total

N % N % N

Médico 24 53,33 21 46,7 45

Enfermeiro 2 4,1 47 95,9 49

Total 26 27,6 68 72,3 94

As ESF de Goiânia são formadas por profissionais jovens. A maior concentração está na

faixa etária compreendida entre 25 e 29 anos de idade, com 33 profissionais (35,1%), mas

se analisarmos o conjunto de dados temos um percentual cumulativo de 58,5% até os 39

anos. Destacam-se também 18 profissionais com mais de 50 anos (23,5% do total de

profissionais), indicando atração de segmentos no final de carreira.

Tabela 50 - Caracterização dos profissionais de nível superior quanto à faixa etária,

Goiânia (GO), 2001

Faixa Etária N %

de 20 a 24 anos 1 1,1

de 25 a 29 anos 33 35,1

de 30 a 34 anos 17 18,1

de 35 a 39 anos 4 4,3

de 40 a 44 anos 2 2,1

de 45 a 49 anos 15 16

de 50 a 54 anos 12 12,8

de 55 a 59 anos 3 3,2

60 anos e mais 3 3,2

Não respondeu 4 4,3

Total 94 100

Entre os profissionais de nível superior pesquisados observa-se que pouco mais da metade

(54,6%) tem curso de especialização. Embora não tenham sido tabuladas por categoria

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profissional as informações disponíveis indicam que a especialização é maior entre médicos

divididos entre saúde pública (23,4%) e clínica básica (11,7%), destacando-se pediatria,

obstetrícia e clínica médica. Entre as enfermeiras apenas uma declarou ter especialização

em enfermagem obstétrica. Há também 10 profissionais com mais de uma especialização,

combinado-se saúde pública/coletiva e clínica, além de seis médicos com curso em clínicas

especializadas como reumatologia, nefrologia, cardiologia, urologia e medicina do trabalho.

Tabela 51 - Caracterização dos profissionais de nível superior quanto à especialização,

Goiânia (GO), 2001

Especialização N %

Tem 51 54,2

Medicina Social/Saúde Pública 22 23,4

Clinica Básica

Clinica Especializada

11

6

11,7

6,3

Dupla Especialização 10 10,6

Não Tem /Não Respondeu 43 45,8

Total 94 100,0

A principal motivação para médicos e enfermeiros aderirem ao PSF em Goiânia refere-se a

"compartilhar a idéia de que a estratégia Saúde da Família pode reorganizar a atenção à

saúde no SUS", e "identificar-se com a proposta do PSF no município", sendo que para os

enfermeiros (55,1%) o fato das atribuições do profissional de enfermagem ser compatível

com sua formação e especialização também é considerado fator importante de motivação.

Entre 40% dos médicos o PSF foi apontado como possibilidade de uma vida mais

organizada a partir de uma jornada fixa e remuneração compatível.

Não se confirma a tese de que os profissionais vêem o PSF como um mercado promissor,

com salário diferenciado, procurado por profissionais insatisfeitos em suas inserções

anteriores. Entre os entrevistados apenas dois enfermeiros estavam desempregados ao

escolher a inserção no PSF.

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Tabela 52 – Caracterização dos profissionais de nível superior quanto ao motivo da

opção pelo PSF, Goiânia (GO), 2001

Motivo da opção pelo PSF Médico Enfer

meiro

Total

N % N % N %

Porque é um mercado de trabalho promissor, com salário

diferenciado

4 8,8 4 8,2 8 8,5

Por se sentir motivado para trabalhar junto a comunidades

pobres

18 40% 19 38,7 37 39,4

Porque a Secretaria Municipal de Saúde ofereceu a

possibilidade para mudar de prática dentro da rede local

11 24,4 6 12,2 17 18,1

Por se identificar com a proposta de trabalho do PSF no

município

25 55,5 32 65,3 57 60,6

Por considerar as atribuições de médicos/ enfermeiros do

PSF compatíveis com a sua formação e especialização

13 28,8 27 55,7 40 42,5

Por estar insatisfeito com a atividade e a remuneração

anterior.

3 6,6 2 4,1 5 5,3

Por estar desempregado - - 2 4,1 2 2,1

Pela possibilidade de ter uma vida organizada a partir de

uma jornada de trabalho fixa e remuneração compatível

18 40 3 6,1 21 22,3

Por compartilhar com a idéia de que a estratégia da Saúde

da Família pode reorganizar a atenção à saúde no SUS

38 84,4 33 67,3 71 75,5

Por compartilhar com a idéia de que a estratégia da Saúde

da Família pode ser um avanço no sentido do controle

social da população organizada sobre os serviços de

atenção social

26 57,7 28 57,1 54 57,4

Outro 3 6,6 5 10, 8 8,5

Conclui-se que no caso de Goiânia as ESF estão funcionando incompletas, há falta de

profissionais de nível superior, os quais apresentam uma formação pouco adequada para o

perfil do trabalho proposto para o PSF.

Perfil dos profissionais de nível médio e elementar

Observa-se que nas duas categorias profissionais há uma presença predominante do sexo

feminino (91,8%), sendo maior entre os agentes comunitários de saúde.

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Tabela 53 - Caracterização dos profissionais de nível médio e elementar quanto à

categoria profissional, por sexo, Goiânia (GO), 2001

Função Masculino Feminino Total

N % N % N %

Agente Comunitário de Saúde 17 5,6 228 75,5 245 81

Auxiliar de Enfermagem 8 2,6 49 16,22 57 19

Total 25 8,2 277 91,8 302 100

Os profissionais de nível médio e elementar da ESF de Goiânia apresentam uma

composição interessante. Tem uma população de jovens até 30 anos de 114 profissionais. A

maior concentração está entre os 30 e 35 anos, com 74 profissionais (24,5%). Abaixo há um

elenco de 97 profissionais em idade madura .Somente 5 profissionais estão acima dos 50

anos, sendo portanto baixa a inserção de pessoas com experiência.

Tabela 54 - Caracterização dos profissionais de nível médio e elementar, quanto à

faixa etária, Goiânia (GO), 2001

Faixa etária N %

menos de 20 anos 4 1,3

de 20 a 24 anos 55 18,2

de 25 a 29 anos 55 18,2

de 30 a 34 anos 74 24,5

de 35 a 39 anos 54 17,9

de 40 a 44 anos 43 14,2

de 45 a 49 anos 12 4

de 50 a 54 anos 4 1,3

60 anos e mais 1 0,3

Total 302 100

Percebe-se que grande parte dos profissionais tem o ensino médio completo, ou seja,

concluíram a terceira série do segundo grau (191 pessoas ou 63,2%). A escolaridade se

revela muito alta se a este fato se acresce que há uma concentração de 10,9% com a ultima

série do primeiro grau completa, indicando que estes profissionais têm nível elementar e

mais 16% cursam o segundo grau.

Quando perguntados se tinham uma formação técnica 141 responderam sim, e 65,2 %

destes afirma ser em enfermagem, 12,8% em contabilidade e 9,9 % em magistério.

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Tabela 55 - Caracterização quanto à escolaridade dos profissionais de nível médio e

elementar, Goiânia (GO), 2001

Nível de escolaridade N % Percentual

Válido

Percentual

Acumulado

1ª série do 1º grau 1 0,3 0,3 0,3

3ª série do 1º grau 1 0,3 0,3 0,7

4ª série do 1º grau 1 0,3 0,3 1

5ª série do 1º grau 2 0,7 0,7 1,7

6ª série do 1º grau 2 0,7 0,7 2,3

7ª série do 1º grau 2 0,7 0,7 3

8ª série do 1º grau 33 10,9 10,9 13,9

1ª série do 2º grau 18 6 6 19,9

2ª série do 2º grau 35 11,6 11,6 31,5

3ª série do 2º grau 191 63,2 63,2 94,7

4ª série do 2º grau 7 2,3 2,3 97

Superior completo e incompleto 7 2,3 2,3 99,3

Não sabe/Não respondeu 2 0,7 0,7 100

Total 302 100 100

A maioria dos entrevistados afirmou ter realizado curso com enfoque em Saúde da Família,

que pode ter sido parte da capacitação profissional do PSF. Os profissionais tomaram

conhecimento do PSF através de divulgação da seleção de profissionais para o programa

feita na comunidade.

O perfil deles aponta uma boa escolaridade, e parte com formação técnica apropriada ao

trabalho. No entanto, as ESF em Goiânia apresentam-se bastante incompletas, pois em tese

deveriam existir 300 ACS e 75 auxiliares de enfermagem.

2. INSERÇÃO PROFISSIONAL NO PSF

Inserção dos médicos, odontólogos e enfermeiros no PSF

A inserção do profissional é aqui analisada como todo o processo administrativo que

recruta, seleciona, contrata com jornada de trabalho específica, exerce supervisão do

trabalho, entendida como educação continuada e define o processo de trabalho no âmbito

das unidades de saúde da família. A inserção profissional estrutura a organização do

trabalho e das práticas assistenciais. O processo formador motiva o profissional a optar por

esta modalidade de trabalho, como uma alternativa no mercado de trabalho.

Esse processo é estudado pela caracterização dos profissionais de nível superior quanto à

experiência anterior, ao tempo de atuação no PSF, à forma de seleção, à modalidade de

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contratação, carga horária e tipo de capacitação oferecida para o profissional pela

coordenação do PSF municipal.

Grande número de entrevistados (39%) declaram nunca ter tido experiência em projetos

semelhantes ao PSF, com destaque maior entre os médicos (26,6%). 61% dos profissionais

já tiveram experiência anterior em outro município ou estado.

Tabela 56 – Caracterização dos profissionais de nível superior quanto à experiência

anterior, Goiânia (GO), 2001

Categoria Profissional Médico Enfermeiro Total

Neste município - 2 2

Em outro município 14 19 33

Em outro Estado 9 15 24

Nunca teve esse tipo de

experiência

25 12 37

Não sabe / não reponde 1 1

Quanto ao tempo de atuação no PSF, a maior concentração é na faixa de 13 a 24 meses de

atuação, seguido de 25 até 36 meses, perfazendo as duas faixas mais de 65% dos

profissionais. Há 13 profissionais no programa desde sua implantação e 15% dos

profissionais ingressaram há menos de um ano.

Tabela 57 - Caracterização dos profissionais de nível superior quanto ao tempo de

atuação e categoria profissional no PSF, Goiânia (GO) 2001

Tempo de atuação no PSF Médico Enfermeiro Total

Até seis meses 2 6 8

De seis meses a 12 meses 4 2 6

De 13 meses a 24 meses 17 16 33

De 25 meses a 36 meses 16 16 32

De 37 meses a 48 meses 5 7 12

Mais de 4 anos - 2 2

Não sabe/Não respondeu 1 - 1

Total 45 49 94

Todos os profissionais foram selecionados por processo de convocação pública mediante

entrevista e análise de currículo. Algumas informações evidenciam que nem todos os

profissionais conhecem e entendem o processo administrativo de seleção e contratação.

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Tabela 58 - Caracterização dos profissionais de nível superior por função quanto à

forma de seleção do PSF, Goiânia (GO), 2001

Forma de seleção Médico

N

%

Enfermeiro

N

%

Total

N

Concurso público, envolvendo prova, currículo e

entrevista

2 25 6 75 8

Seleção interna à Secretaria Municipal de Saúde de

profissionais da própria rede local

13 52 12 48 25

Entrevista 38 52,1 35 47,9 73

Análise de currículo 34 46,6 39 53,7 73

Indicação de gestores 2 100 - - 2

Outro 2 50 2 50 4

Várias são as modalidades de contratação: os médicos do PSF têm contrato com a SMS,

regido pela CLT, e grande número menciona receber bolsa de complementação salarial de

órgão federal. Entre os enfermeiros prevalece contrato através de empresa que presta

serviço a SMS.

84% dos profissionais têm vínculo de 40 horas semanais sendo que esta é a carga horária de

trabalho semanal entre 73,33% dos médicos e 93,88% dos enfermeiros. Os salários de

médicos e enfermeiros são diferenciados, sendo que ambas as categorias consideram que o

piso salarial é incompatível com as atribuições desenvolvidas. A maior insatisfação

encontra-se entre os enfermeiros (98,0%), o que indica frustração deste profissional em

face às expectativas da escolha, pois como se viu no perfil, os enfermeiros indicam que as

atribuições do PSF são compatíveis com sua formação.

Tabela 59 - Caracterização dos profissionais de nível superior por função quanto às

faixas salariais, Goiânia (GO), 2001

Faixas salariais Médico Enfermeiro Total

N % N % N

Até R$ 1000,00 1 12,5 7 87,5 8

De R$ 1001,00 a R$ 2000,00 6 12,8 41 87,2 47

De R$ 2001,00 a R$ 3000,00 12 100 - - 12

De R$ 3001,00 a R$ 4000,00 25 100 - - 25

Não sabe/Não respondeu 1 50 1 50 2

Solicitados a indicar o tipo necessário de capacitação para o desempenho de suas

atividades, destacam as diversas opções com relativo equilíbrio, indicando a importância da

educação continuada na proposta de trabalho. As freqüências são altas, e em ordem

decrescente as respostas foram: “participar de encontros entre os profissionais da saúde da

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família para troca de experiências” (75), “receber treinamento de atualização em atenção

básica" (74), “receber capacitação permanente focalizada nos atendimentos a grupos

específicos” (69) e "receber treinamento introdutório adequado às novas atribuições” (61).

Tabela 60 - Caracterização dos profissionais de nível superior por função quanto ao

tipo de capacitação necessária ao exercício, Goiânia (GO), 2001

Tipo de capacitação necessária Médico Enfermeiro Total

N % N % N

Receber treinamento introdutório adequado às novas atribuições 34 75,6 27 55,1 61

Receber treinamento de atualização em atenção básica para

médicos e enfermeiros

36 80 38 73,4 74

Receber treinamento que permita a elaboração ou o

aperfeiçoamento da análise do perfil epidemiológico local

28 62,2 25 51 53

Receber capacitação permanente focalizada nos atendimentos a

grupos específicos

39 86,6 30 61,2 69

Participar de encontros entre os profissionais da saúde da família

promovidas pela secretaria municipal para troca de experiências

36 80 39 79,6 75

Não sabe/Não respondeu - - 1 100 1

A supervisão é uma variável limite entre o processo administrativo de inserção e a

organização das práticas de assistência a partir de novas abordagens. O resultado sobre a

existência de supervisão foi amplamente positivo: 81 % reconhecem a sua realização, sendo

que 59,8% declaram que sua periodicidade “é ocasional” e 12,3% dizem ser semanal.

Perguntados sobre a natureza da atividade de supervisão, há forte indicação de que a

supervisão é essencialmente gerencial, como indicam 65 dos entrevistados e 23 declaram

que ela está direcionada às relações interpessoais. Os principais objetivos da supervisão são

o controle das atividades realizadas (45), o estabelecimento de elo de ligação entre gestão e

execução (38) e oferecer suporte técnico a ESF (31).

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Tabela 61 - Caracterização dos profissionais de nível superior por função quanto à

freqüência das atividades de supervisão, Goiânia (GO), 2001

Supervisão Médico

N %

Enfermeiro

N %

Total

N

É ocasional 26 54,2 22 45,8 48 100

Obedece a uma programação prévia 8 44,4 10 55,6 18 100

Tem periodicidade semanal 4 40 6 60 10 100

Tem periodicidade mensal 1 100 1 100

Outra 1 33,3 2 66,7 3 100

Não sabe/Não respondeu 1 100 1 100

Inserção de Agentes Comunitários de Saúde e Auxiliar de Enfermagem no PSF

O tempo de atuação dos profissionais de nível médio e elementar das ESF concentra-se na

faixa de 25 a 36 meses, indicando uma certa estabilidade dos que se incorporaram, já que os

processos seletivos a partir da implantação obedeceram a um cronograma. Há 55

profissionais atuando desde o início do programa e mais recentemente tem havido

recrutamento especialmente para ACS, não havendo proporcionalidade nesta locação.

Tabela 62 - Caracterização dos profissionais de nível médio e elementar por categoria

profissional e quanto ao tempo de atuação no PSF, Goiânia (GO), 2001

Tempo de atuação no PSF Agente Comunitário de

Saúde

Auxiliar de Enfermagem Total

Até seis meses 14 4 18

De seis meses a 12 meses 36 2 38

De 13 meses a 24 meses 35 15 50

De 25 meses a 36 meses 104 21 125

De 37 meses a 48 meses 44 11 55

Mais de 4 anos 2 2 4

Não sabe/Não respondeu 10 2 12

Total 245 57 302

Observa-se que os entrevistados em sua maioria (258) declara ter passado por um

processo seletivo coordenado pela Secretaria Municipal de Saúde, envolvendo entrevista

e em menor escala, análise de currículo. Os entrevistados confirmam a inexistência de

indicação política mas percebe-se a influência de gestores na inserção de profissionais

no programa.

Há certo desconhecimento sobre as formas de contratação, embora a mais assinalada é

"através de serviço prestado à SMS por empresa". A quase totalidade dos profissionais do

PSF, 278 (92,1%) considera que o salário não está compatível com as atribuições,

indicando insatisfação quanto às condições salariais.

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Tabela 63 - Caracterização dos profissionais de nível médio e elementar por categoria

profissional e quanto à forma de seleção, Goiânia (GO), 2001

Forma de seleção ACS

N %

Auxiliar de

Enfermagem

N %

Total

N

Carta de apresentação de associação de moradores endossando

a sua residência junto à Secretaria Municipal de Saúde

1 100 1

Processo seletivo da Secretaria Municipal de Saúde 222 86 36 14 258

Análise de currículo 8 33 16 67 24

Entrevista 171 83 34 17 205

Indicação de políticos (prefeito, vereador) 1 50 1 50 2

Indicação dos gestores do PSF 5 56 4 44 9

Outro 6 67 3 33 9

Não sabe/Não respondeu 9 69 4 31 13

A capacitação profissional é percebida como necessária ao desempenho das atividades. O

treinamento introdutório para conhecer competências e atribuições dos membros da equipe

é o mais indicado pelos profissionais de nível médio e elementar (254), seguido por “ter

capacitação permanente para ações focalizadas sobre os grupos de risco” (196) e “ter

supervisão em serviço sob a liderança da enfermeira” (158).

Tabela 64 - Caracterização dos profissionais de nível médio e elementar por categoria

profissional e quanto ao tipo de capacitação necessária ao exercício

profissional, Goiânia (GO), 2001

Tipo de capacitação Necessária Agente

Comunitário

de Saúde

N %

Auxiliar de

Enfermagem

N %

Total

N

Ter treinamento introdutório para conhecer competências

e atribuições dos membros da equipe

205 81 49 19 254

Ter supervisão em serviço sob a liderança da enfermeira 121 77 37 23 158

Ter capacitação permanente para ações focalizadas sobre

os grupos de risco

157 80 39 20 196

Outra 21 91 2 8,7 23

Não sabe/Não respondeu 21 88 3 13 24

A supervisão dos profissionais é entendida como uma atividade positiva que visa,

principalmente, favorecer o bom entrosamento e cooperação na equipe, é um elo de ligação

entre gestão e execução, e propicia melhor integração dos profissionais na realização das

atividades programadas.

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GOIÂNIA – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA 112

Tabela 65 – Caracterização dos profissionais de nível médio e elementar quanto aos

objetivos da atividade de supervisão, Goiânia (GO), 2001

Objetivos N %

Visa o resultado final do trabalho de ESF 112 13

Visa favorecer o bom entrosamento e cooperação na equipe 148 17,2

Significa um elo de ligação entre a gestão e a execução, por onde fluem

queixas, demandas

131 15,2

Permite maior participação dos ACS e dos auxiliares de enfermagem no

processo de decisão dos níveis executivos

58 6,7

Não sabe/Não tem 24 2,8

Elege temas para o processo de educação continuada em função do

acompanhamento específico das ações dos ACS e dos auxiliares de

enfermagem na comunidade

111 12,9

Controla a realização das atividades-fim quanto às regras e normas definidas

para os procedimentos como organizar as pastas familiares, estatísticas com

notificações dos indicadores de saúde

119 13,8

Controla a realização das atividades-fim do ACS e dos auxiliares de

enfermagem em relação ao Plano de Metas

99 11,5

Ajusta as metas em função do preparo técnico da ESF 59 6,9

Total 861 100

Obs.: A soma dos valores absolutos e relativos ultrapassa o total de respondentes e os 100%, respectivamente,

porque a questão que deu origem à tabela admite mais de uma resposta

Os profissionais afirmam em grande número que há um relacionamento bom e respeitoso,

no qual, o trabalho coletivo é prioritário para a equipe, e se dá de forma participativa, em

que todos têm papel importante nas reuniões de grupos, nas atividades educativas e de

promoção à saúde e prevenção de riscos.

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GOIÂNIA – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA 113

3. TRABALHO EM EQUIPE

Um terceiro bloco de questões busca analisar como os profissionais percebem o seu

processo de trabalho com base numa equipe multiprofissional, cujos métodos de trabalho

apontam para uma maior proximidade com a comunidade e com o meio ambiente onde o

módulo se insere.

O trabalho em equipe visa trazer para o desenvolvimento dos serviços de saúde o debate

sobre a humanização do atendimento e a responsabilização de todos, profissionais e

usuários, pela mudança nas condições de vida e saúde.

Atribuições e atividades desenvolvidas, forma de organização do trabalho dos médicos

e enfermeiros

Abordados sobre como definem o perfil da equipe em que atuam os entrevistados declaram

que há uma composição padrão da ESF e que o relacionamento interno é bom e respeitoso

(82 profissionais). Consideram que a equipe é sensível e aberta com capacidade de rever as

rotinas (79 profissionais), sendo que 46 profissionais assinalam a opção “dinâmica,

organiza a programação das atividades da equipe semanalmente", e 25 profissionais

percebem a ESF como “participativa, elabora constantemente o diagnóstico de saúde”, e 42

afirmam que a ESF tem “o trabalho coletivo (como) prioritário”. Coerentemente, observa-

se incidências quase nulas nas opções que indicam um trabalho individualizado e

conflitivo, com pouca flexibilidade na revisão de rotinas.

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GOIÂNIA – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA 114

Tabela 66 - Caracterização dos profissionais de nível superior quanto ao perfil da

equipe, Goiânia (GO), 2001

Perfil da equipe Médico Enfermeiro Total

Relacionamento bom e respeitoso 40 42 82

Relação conflituosa - 1 1

Tem uma composição padrão (médico, enfermeiro, odontólogos, auxiliar de

enfermagem e agentes)

8 7 15

Tem composição padrão, que pode contar com apoio para atenção psicossocial 6 5 11

O trabalho coletivo é prioritário 22 20 42

O trabalho individual dos profissionais oferece pouco suporte ao conjunto - 2 2

Dinâmica, organiza a programação das atividades da equipe semanalmente 21 25 46

Apática, apresenta dificuldades tanto no trabalho interno quanto no trabalho na

comunidade

1 1 2

Participativa, elabora constantemente o diagnóstico de saúde em conjunto e

com a participação da comunidade

13 12 25

Sensível e aberta a mudanças com capacidade de rever suas rotinas e

procedimentos com a comunidade

39 40 79

Fechada, trabalha voltada especialmente para uma rotina pré-estabelecida 2 3 5

Outra 1 4 5

Não sabe/Não respondeu

Os profissionais de nível superior consideram que a programação é realizada a cada semana

e sofre mudanças ocasionais. Médicos e enfermeiros declaram ser permitido atender

pessoas que estão fora da população adscrita, observando-se por parte de 75% dos

profissionais uma flexibilização no atendimento.

Há uma avaliação positiva do desempenho da equipe por parte dos profissionais de nível

superior. Basta para isso, que se observe a concentração de percepções “muito satisfatório”

e “satisfatório” em um conjunto grande de atividades e conhecimentos relativos a promoção

da saúde, reorganização da atenção básica, novas formas de organização do trabalho que

permitem conhecer os principais problemas de saúde da população, intervir positivamente

no enfrentamento dos problemas de saúde pelo acolhimento da demanda, possibilidade de

garantir o acesso na atenção básica e encaminhar para outros níveis de atenção.

O estabelecimento de vínculos com a população e a capacidade de conhecer seus principais

problemas de saúde foi considerado como muito satisfatório ou satisfatório,

respectivamente, por 90 e 88 profissionais.

Por outro lado, aparece com certa relevância “pouco satisfatório” ou "não satisfatório" na

capacidade de articulação com outros setores sociais (45), de garantia de serviços

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GOIÂNIA – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA 115

especializados (68), e de controlar grupos de riscos com efetiva distribuição de

medicamentos (66).

Tabela 67 - Caracterização dos profissionais de nível superior quanto à percepção de

desempenho da equipe na atenção prestada, Goiânia (GO), 2001

Capacidades

Muito

Satisfató

rio

Satisfató

rio

Pouco

Satisfató

rio

Não

Satisfató

rio

N sabe/

Não

responde

Total

Capacidade de conhecer os principais problemas

de saúde da população

41 49 3 - 1 94

Capacidade intervir positivamente no

enfrentamento dos problemas de saúde

15 68 10 - 1 94

Garantir o acesso ao serviço de atendimento

básico a toda população cadastrada

23 54 16 - 1 94

Encaminhar para outros níveis de atenção, quando

necessário

12 40 29 10 3 94

Garantir internação 17 43 21 10 3 94

Garantir atendimento em serviços especializados 3 20 38 30 3 94

Garantir atendimento para realização de exames 15 58 15 5 1 94

Não existência de fila na porta da USF 29 45 11 6 3 94

Acolhimento das demandas 23 50 18 2 1 94

Estabelecimento de vínculos com a população da

área

44 44 4 1 1 94

Retorno do paciente para atendimento pela ESF,

após encaminhamento

14 32 25 21 2 94

Controle dos grupos de risco, com efetiva

distribuição de medicamentos

1 26 36 30 1 94

Resolução de 80% ou mais casos pela ESF 20 62 10 1 1 94

Capacidade de realizar ações educativas ou outras

de promoção à saúde

25 52 14 15 3 94

Articulação com outros setores sociais atuantes na

área de abrangência para enfrentamento de

problemas identificados

6 28 43 2 2 94

Realização de atividades preventivas individuais 30 52 9 1 2 94

Atribuições e atividades desenvolvidas, forma de organização do trabalho dos ACS e

os auxiliares de enfermagem

Foi oferecido aos entrevistados uma lista de atividades para que marcassem quais eram

mais freqüentes. Entre os ACS as indicações que tiveram incidência maior do que 50% são

visitas domiciliares, atualização de cadastro, identificação das famílias de risco, reuniões de

equipe, atenção ao puerpério, acompanhamento dos núcleos familiares de risco

identificados, agendamento e encaminhamentos necessários, desenvolvimento de ações de

educação e vigilância à saúde.

Os auxiliares destacaram: reuniões de equipes, realização de visitas e procedimentos de

enfermagem em domicílios, acompanhamento de consultas de enfermagem, quando

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GOIÂNIA – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA 116

necessárias, agendamento e encaminhamentos necessários, atenção ao puerpério e

aplicação de vacinas.

Os ACS e auxiliares de enfermagem confirmam a percepção de que a ESF apresenta um

relacionamento interno bom e respeitoso, é participativa, em que todos têm um papel

importante nas reuniões, nas atividades educativas de promoção da saúde e prevenção de

riscos e que é prioritário para a equipe o trabalho coletivo .

Tabela 68 - Caracterização dos profissionais de nível médio e elementar quanto ao

perfil da equipe, Goiânia (GO), 2001

Perfil da equipe ACS Aux.

de Enf.

Total

N % N % N

Relacionamento bom e respeitoso 168 80 43 20 211

Relacionamento conflituoso 11 79 3 21 14

Dinâmica, revê as rotinas e procedimentos estabelecidos para aperfeiçoar o

trabalho coletivo

71 77 21 23 92

Repete regularmente a programação das atividades pactuadas 37 82 8 18 45

O trabalho coletivo é a prioridade da equipe 110 80 28 20 138

O trabalho individual dos profissionais oferece pouco suporte ao conjunto 42 93 3 6,7 45

Participativa, todos têm um papel importante nas reuniões de grupos, nas

atividades educativas de promoção da saúde e prevenção de riscos

128 78 37 22 165

Sensível às necessidades da comunidade apontadas pelo trabalho do ACS 80 78 22 22 102

Outra 2 50 2 50 4

Não sabe/Não respondeu 15 88 2 12 17

Os ACS e auxiliares de enfermagem afirmam que a periodicidade da programação

definida pela equipe é semanal, mudando ocasionalmente. Os instrumentos utilizados

com mais freqüência pelos profissionais de nível médio e elementar como facilitadores

do trabalho são: a programação semanal (205), a reunião de equipe (200) e o cadastro

das famílias (226), sendo que o mapa da área e o plano de metas são menos utilizados.

Para esses profissionais são cinco os grupos destacados como que exigem maior cuidado:

hipertensos; diabéticos gestantes; idosos; e, crianças de 0 a 1 ano. Em seguida aparecem:

crianças de 1 a 5 anos; hanseníase, e tuberculosos.

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GOIÂNIA – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA 117

Tabela 69 - Caracterização dos profissionais de nível médio e elementar por função

quanto aos grupos que exigem mais cuidados em sua micro-área, Goiânia

(GO), 2001

Grupos que exigem mais cuidados Agente

Comunitário de

Saúde

N %

Auxiliar de

Enfermagem

N %

Total

N

Gestantes 212 81 49 19 261

Crianças de 0 a 1 ano 189 81 44 19 233

Crianças de 1 a 5 anos 128 84 24 16 152

Crianças de 6 a 12 anos 21 75 7 25 28

Adolescentes 56 84 11 16 67

Diabéticos 219 82 49 18 268

Hipertensos 237 81 55 19 292

Tuberculosos 77 81 18 19 95

Hanseníase 92 87 14 13 106

Idosos 199 82 43 18 242

Outros 18 86 3 14 21

Não sabe/Não respondeu 3 75 1 25 4

A principal dificuldade apontada como comprometedora do desempenho das ESF diz

respeito a forte demanda por atendimento médico, e é seguida pela gravidade dos riscos

sociais no âmbito da comunidade em que se insere a USF e grande densidade populacional

adscrita.

Tabela 70 - Caracterização dos profissionais de nível médio e elementar quanto à

freqüência na ocorrência de dificuldades, Goiânia (GO) 2001

Dificuldades

Muito

freqüente

N %

Freqüent

e

N %

Pouco

freqüente

N %

Não

ocorre

N %

N.sabe/N.

respondeu

N %

Difícil acesso ao território 11 3,6 34 11 91 30 132 44 34 11

Gravidade dos riscos sociais no âmbito da comunidade 92 31 87 29 85 28 17 5,6 21 7

Grande densidade populacional em relação ao padrão

do programa 63 21 97 32 71 24 25 8,3 46 15

Quantidade excessiva de membros individuais nos

grupos familiares em relação ao padrão proposto 31 10 72 24 108 36 29 9,6 62 21

Forte demanda por atendimento médico 212 70 62 21 14 4,6 4 1,3 10 3,3

Uso inadequado dos serviços de saúde 41 14 83 28 73 24 65 22 40 13

Fragilidade dos vínculos dentro da equipe 23 7,6 25 8,3 112 37 95 32 47 16

Fragilidade dos vínculos com a comunidade 15 5 29 9,6 129 43 78 26 51 17

Rotatividade dos profissionais 30 9,9 62 21 90 30 64 21 56 19

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GOIÂNIA – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA 118

Baixa mobilização dos usuários para participar da

organização 59 20 58 19 104 34 31 10 50 17

Baixa mobilização da comunidade para participar nos

Conselhos Locais 86 29 55 18 97 32 28 9,3 36 12

Processo de planejamento e programação de

atividades inadequado 11 3,6 37 12 90 30 111 37 53 18

Condições sócio-ambientais muito adversas 45 15 59 20 96 32 49 16 53 18

Percepção das ESF sobre as condições de realização e os resultados de sua atividade

Os profissionais de nível superior percebem mudanças positivas na relação entre os

serviços e a população, especialmente pelo PSF ter se tornado a porta de entrada do sistema

de atenção (63) e porque a população se sente mais esclarecida sobre os cuidados rotineiros

com a saúde (52). Fazem restrições por considerarem que há exerce forte pressão para o

atendimento médico da demanda espontânea (70). Reconhecem também a ampliação do

acesso aos serviços de saúde que o PSF promove (47). Um número reduzido (6) considera

ainda que não houve mudança pelo fato da pequena abrangência do programa e 21 pensam

que a manutenção das condições sócio-economicas de carência nestas comunidades

prejudica a melhoria da qualidade de vida.

Tabela 71 - Percepção dos profissionais de nível superior de mudanças nas relações

serviços e população, Goiânia (GO), 2001

Mudanças nas relações serviços e população Médico Enfermeir

o

Total

N % N % N

Sim, porque a USF tornou-se a porta de entrada do sistema de atenção 31 49 32 51 63

Sim, porque a ESF oferece recursos adequados ao enfrentamento dos

problemas de saúde na comunidade

7 50 7 50 14

Sim, porque a população se sente esclarecida sobre cuidados rotineiros

com a saúde

23 44 29 56 52

Sim, porque a ESF conta com um sistema de referência e contra

referência que permite ampliar a confiança no trabalho e na

resolutividade da rede básica

2 20 8 80 10

Em parte, porque a ESF ampliou o acesso de novas parcelas da

população aos serviços de saúde no município

24 51 23 49 47

Em parte porque a população ainda tem uma forte demanda por

atendimento médico, pressionando a ESF para o atendimento da

demanda espontânea

33 47 37 53 70

Não, porque a população ainda procura primeiro a rede convencional ou

hospitalar

1 20 4 80 5

Não, porque o PSF tem uma área de abrangência ainda pequena 3 50 3 50 6

Não, porque os fatores sócio-econômicos que determinam a condição

de carência da comunidade ainda prevalecem sobre a qualidade da

atenção

8 38 13 62 21

Outro 1 14 6 86 7

Não sabe/Não respondeu 1 50 1 50 2

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GOIÂNIA – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA 119

O espaço físico da USF é considerado principalmente como acessível a população e com

visibilidade dentro da comunidade, por médicos e enfermeiros. No entanto, só 40% julgam

que a USF tem condições tecnológicas necessárias ao desenvolvimento das ações básicas

de saúde, e só 9,5% acham que permite atender com conforto para o profissional e o

usuário. Também não é considerado adequado para as atividades coletivas seja as reuniões

da equipe seja dos grupos de risco.

Tabela 72 – Percepção dos profissionais de nível superior sobre o espaço físico da

USF, Goiânia (GO), 2001

Espaço físico USF Médico Enfermeiro Total

N N N

Especialmente construído para abrigar uma equipe da saúde da

família da SMS

- 1 1

Permite o atendimento de forma confortável para os usuários e

para os profissionais

5 4 9

Contém o mínimo de tecnologia necessária ao

desenvolvimento das ações básicas de saúde

17 20 37

Permite realizar reuniões de equipe com privacidade 7 14 21

Permite promover reuniões de grupo de risco ou de orientação

e educação em saúde

11 17 28

É um local de fácil acesso e visível para toda a comunidade 24 24 48

Tem manutenção satisfatória 6 6 12

Foi restaurado satisfatoriamente para abrigar uma equipe da

saúde da família

4 2 6

Outro 16 22 38

Não sabe/ Não responde 3 2 5

Para os profissionais de nível médio e elementar a USF é acessível à população (74,5%),

entretanto, 22,5% afirmam o contrário e somente 3,3% “não sabe ou não respondeu”.

Segundo 78,8% desses profissionais ela não oferece conforto aos usuários e profissionais.

4. VÍNCULOS ENTRE ESF E COMUNIDADES

De acordo com os profissionais de nível superior, pode-se afirmar que há uma relação

cordial e cooperativa com a população, o que favorece a resolução dos problemas. Somente

três profissionais indicam que a relação com a comunidade é formal, em função das

necessidades do serviço de saúde.

Consideram que há vínculo forte da ESF com a comunidade, sendo este fato mais

observado entre os enfermeiros e reconhecem (68 profissionais) com maior ênfase que a

estratégia desenvolvida pelo PSF é promotora da melhoria da qualidade dos cuidados com a

doença e da qualidade de vida do cidadão.

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GOIÂNIA – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA 120

Tabela 73 - Percepção dos profissionais de nível superior da relação da ESF com a

população, Goiânia (GO), 2001

Relação da ESF com a população Médico Enfermeiro Total

N N N

Cordial e cooperativa na resolução dos problemas 26 29 55

Formal em função das necessidades de serviço 3 - 3

De vínculo, com base no reconhecimento das famílias, de

seus membros individuais e de suas necessidades

específicas

18 35 53

Promotora da melhora da qualidade de vida do cidadão, a

partir de um conjunto de orientações sobre promoção da

saúde e cuidados com a doença

31 37 68

Não sabe/Não respondeu 2 - 2

Em geral, os profissionais de nível superior percebem que a população valoriza

positivamente os novos procedimentos implementados, principalmente quanto ao

atendimento multiprofissional (68), a realização de grupos de risco e de promoção a saúde

(69), e o realização de visitas domiciliares (81). Os profissionais de nível superior

consideram que a população "valoriza pouco” as reuniões de diagnóstico e programação de

ações coletivas (44).

Tabela 74 – Caracterização dos profissionais de nível superior quanto à percepção da

valorização da população acerca dos novos procedimentos, Goiânia (GO),

2001

Atividades Muito Valoriza Pouco Não

valoriza

Não sabe

não resp.

Atendimento de uma equipe

multiprofissional

24 44 18 2 6

Realização de grupos de educação sobre

riscos e promoção à saúde

16 53 18 2 5

Ações desenvolvidas junto a segmentos da

população através de visitas domiciliares

29 51 8 1 5

Reuniões para discutir diagnóstico e

programação das ações coletivas

3 32 44 8 7

Solicitados a comentar se o fato de residir na mesma comunidade é fator de favorecimento

no impacto de suas ações e atividades relacionadas ao PFS, temos para um total de 302

respostas, que em média 8% dos profissionais não respondeu ou não soube responder. As

opções indicam em ordem decrescente que o fato é favorável no sentido de aceitação da

presença dos profissionais em seu domicílio (243), base para relação amistosa (223) e

observação de focos de risco no ambiente familiar e social (223), resolução dos problemas

(191), procura dos moradores para apresentar queixas e discutir soluções (175), adesão a

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GOIÂNIA – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA 121

mobilização (173), acompanhamento do paciente encaminhado para outros serviços (151) e

compreensão quando algum solicitação não foi efetuada (111). Neste último item percebe-

se em contraposição a maior incidência de respostas que indicam que o fato prejudica as

ações desenvolvidas (36%).

Tabela 75 - Caracterização dos profissionais de nível médio e elementar quanto à

percepção da comunidade sobre o impacto do fato deles residirem na

mesma, Goiânia (GO), 2001

Percepção Favorece Prejudic

a

Nem

favorece,

nem

prejudic

a

Não

sabe

Não

respon

de

Total

N % N % N % N % N % N

A relação amistosa com as famílias da comunidade 223 74 12 4 41 14 9 3 17 6 302

A procura dos moradores para apresentar queixas e

discutir soluções

175 58 53 18 45 15 3 1 26 9 302

Aceitação de sua presença em seus domicílios 243 81 6 2 26 8,6 2 1 25 8 302

Observação de focos de riscos no ambiente familiar

e social

223 74 11 3,6 33 11 12 4 23 8 302

A adesão à mobilização em torno dos problemas

ambientais e da necessidade de participação nos

conselhos locais de saúde

173 57 4 1,3 73 24 24 8 28 9 302

Resolução dos problemas 191 63 11 3,6 68 23 7 2 25 8 302

Compreensão quando alguma solicitação por parte

de algum membro familiar não é atendida

111 37 96 32 55 18 11 4 29 10 302

Acompanhar o usuário em seu agendamento,

encaminhamento para fora da área da comunidade e

retorno a atenção da ESF

151 50 35 12 67 22 20 7 29 10 302

Controle Social

A existência de CLS em operação é referida por 74,2% dos profissionais. Apenas 17

profissionais não responderam ou não sabem dizer se existe CLS. Entre os que conhecem

sua existência, a participação sempre é muito baixa, mas 52,5% participa ocasionalmente

como membro da ESF. É grande a referência a nunca terem participado do CLS (106

profissionais ou 36,2% do total).

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GOIÂNIA – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA 122

Tabela 76 - Caracterização das ESF onde há CLS, quanto à participação dos

profissionais no mesmo, Goiânia (GO), 2001

Participação Freqüência Percentual

Sempre, como representante da equipe de Saúde da Família 22 7,5

Ocasionalmente, como membro da equipe de Saúde da

Família

154 52,6

Nunca participa 106 36,2

Não sabe/Não respondeu 11 3,7

Total 293 100,0

Base: Profissionais que afirmaram existir em operação um Conselho Local de Saúde associado a sua unidade

Para um percentual acumulado de 38,4 % dos profissionais entrevistados a presença das

lideranças comunitárias no levantamento do diagnóstico foi entre “forte” e “expressiva”,

mas a concentração maior (41,1%) é para os que afirmam que há fraca presença das

lideranças no processo de diagnóstico das condições sócio-sanitárias. Cabe destacar, que

estes profissionais são em sua maioria moradores da comunidade em que trabalham,

exercendo muitas vezes, “extra-oficialmente” o papel de líderes comunitários, servindo de

mediadores de conflito entre população, demais profissionais locais de saúde e o governo

municipal.

Na opinião desses profissionais o principal problema de saúde pode ser um agravo como

hipertensão, diabetes, alcoolismo, infeção respiratória, verminose e parasitose,

desnutrição e problemas (alergias) respiratórios. Destacam ainda problemas ambientais

como saneamento básico e falta de esgoto: problemas outros como desemprego, drogas e

gravidez na adolescência.

41,6% dos profissionais que compõem a ESF consideram o trabalho do CLS pouco

relevante para o desenvolvimento das condições de saúde, porém, em seu conjunto, 33,1%

declaram ser relevante e 18,1% muito relevante o trabalho do CLS. Entre profissionais a

avaliação sobre a forma como se desenvolvem as atividades no Conselho Local de Saúde

indica haver algum ou poucos conflitos dentro do CLS.

O grau de participação dos profissionais das ESF em fóruns de discussão da política de

saúde é baixo: menos de um terço (116) dos profissionais participam. Do total desses

profissionais 60,0% não participam ou nunca participaram de outros fóruns de formulação

de política e de ações de saúde.

Page 24: IV - EQUIPES DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA: … GO... · Equipe de Saúde da Família no município, a absorção e valorização pelos profissionais e ... 75 médicos, 75 enfermeiras,

GOIÂNIA – EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA 123

Tabela 77 - Caracterização das ESF quanto à participação em outros fóruns de

política de saúde, Goiânia (GO), 2001

Participação N %

Sim 116 29,5

Não 238 60,0

Não sabe/Não respondeu 42 10,5

Total 396 100,0