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IV CONGRESSO SERGIPANO DE HISTÓRIA & IV ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA DA ANPUH/SE O CINQUENTENÁRIO DO GOLPE DE 64 AS MISSÕES E A ADMINISTRAÇÃO COLONIAL PORTUGUESA NA GUINÉ BISSAU Joelma Maia dos Santos 1 INTRODUÇÃO O presente artigo tem como objetivo refletir acerca da ação missionária católica na Guiné Bissau durante o período denominado imperialismo ou neocolonialismo, bem como refletir acerca do objetivo e papel dessas missões na colonização alem de destacar a intrínseca relação entre essas missões religiosas e a política colonial, como também os pontos de conflito entre ambos. A teoria da colonização moderna foi desenvolvida na França por Paul-Leroy Beaulieu, e se caracterizava por ser o oposto das operações de conquista e de prestigio da colonização tradicional 2 . O colonialismo é uma das formas assumidas pelo imperialismo 3 , sendo este definido como ação política que visa e/ou visou estender uma hegemonia política e principalmente econômica sobre territórios considerados não desenvolvidos. Essa foi a característica de um imperialismo desenvolvido principalmente entre 1870, período da unificação da Itália e Alemanha, e a primeira guerra mundial. Onde a maior parte do território africano e também asiático se viu dividido entre as então denominadas superpotências. O período de analise vai da década de 30 do século vinte à década de 70, e corresponde ao período da política salazarista em Portugal. Política essa que teve grande influencia 1 Mestranda em Historia na Universidade do Estado da Bahia. Campus V. 2 BRUNSCHWIG, Henri. A Partilha da África Negra. 2ª edição, Perspectiva. Pag. 21, 22. 3 BOBBIO, Norberto. Dicionário de Política. Vol. 01, 11ª edição, Editora UNB. Pag. 611 a 621

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O CINQUENTENÁRIO DO GOLPE DE 64

AS MISSÕES E A ADMINISTRAÇÃO COLONIAL PORTUGUESA

NA GUINÉ – BISSAU

Joelma Maia dos Santos1

INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como objetivo refletir acerca da ação missionária católica na

Guiné – Bissau durante o período denominado imperialismo ou neocolonialismo, bem

como refletir acerca do objetivo e papel dessas missões na colonização alem de destacar

a intrínseca relação entre essas missões religiosas e a política colonial, como também os

pontos de conflito entre ambos.

A teoria da colonização moderna foi desenvolvida na França por Paul-Leroy Beaulieu,

e se caracterizava por ser o oposto das operações de conquista e de prestigio da

colonização tradicional2. O colonialismo é uma das formas assumidas pelo

imperialismo3, sendo este definido como ação política que visa e/ou visou estender uma

hegemonia política e principalmente econômica sobre territórios considerados não

desenvolvidos. Essa foi a característica de um imperialismo desenvolvido

principalmente entre 1870, período da unificação da Itália e Alemanha, e a primeira

guerra mundial. Onde a maior parte do território africano e também asiático se viu

dividido entre as então denominadas superpotências.

O período de analise vai da década de 30 do século vinte à década de 70, e corresponde

ao período da política salazarista em Portugal. Política essa que teve grande influencia

1 Mestranda em Historia na Universidade do Estado da Bahia. Campus V. 2 BRUNSCHWIG, Henri. A Partilha da África Negra. 2ª edição, Perspectiva. Pag. 21, 22. 3 BOBBIO, Norberto. Dicionário de Política. Vol. 01, 11ª edição, Editora UNB. Pag. 611 a 621

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nos ideais coloniais português e consequentemente nas metodologias políticas e

missionárias adotadas nas colônias.

Alem disso essa reflexão será realizada com base em discussões bibliográfica e analise

de fonte. Essas fontes consistem em documentos produzidos pelos portugueses durante

o período colonial na África, consistem consequentemente em relatos desses

portugueses acerca da ocupação em territórios que até então eram colônias sob sua

jurisdição. Serviam de divulgação acerca do trabalho desenvolvido nas colônias. Nesse

aspecto é relevante dizer que esses são documentos produzidos pelo colonizador

contendo sua versão dos fatos, tornando-se necessário uma análise mais detida e critica,

ou seja, uma analise dos discursos contidos nesses textos. Nesse sentido o que será

extraído desses discursos será extraído levando em conta as condições de produção4

desses documentos. Nesse caso o contexto sócio - histórico e ideológico dessas

produções.

Todos esses documentos serviam de divulgação acerca do trabalho desenvolvido nas

colônias, além de prestação de contas ao poder metropolitano. Os autores desses

documentos normalmente administradores de colônias ou religiosos tentavam

demonstrar que o projeto colonial ia bem e surtia o efeito desejado. As publicações

coloniais assim como as exposições realizadas periodicamente, eram de suma

importância, principalmente para os portugueses, pois elas serviam para atrair

investidores e populações dispostas a viver nas colônias. E como Portugal tinha

escassos recursos financeiros para investir nas colônias, se apoiava na propaganda e no

forte imaginário.

Angola, Moçambique, Guiné – Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe foram

colônias portuguesas. Portugal foi o ultimo país colonizador a aceitar definitivamente a

independência das suas ex-colônias africanas. Com o fim da segunda guerra o

4 ORLANDI, Eni. Analise de Discurso: Princípios e Procedimentos. Editora Pontes. Pag. 30 e 31

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imperialismo sofre fortes e consistentes criticas. O pós - segunda guerra é o período de

desagregação do colonialismo europeu na África e na Ásia. O crescimento econômico e

a autonomia cada vez maior das colônias contribuíram para a luta por liberdade.

Além disso, o contexto da guerra fria surgiu como mais um ingrediente nessa luta. Pois

como superpotências mundiais emergidas da segunda guerra, a URSS e os EUA

colocavam-se contra o imperialismo, impondo diversas restrições ao colonialismo.

Restrições que, na maioria das vezes, não saíram do papel. Pois apesar de não possuir

colônias os EUA de certa forma apoiaram os portugueses por medo do que chamavam

de “o perigo do avanço comunista" 5.

A luta por independência na África tem inicio logo após a segunda guerra mundial, mas

é a partir da década de 1950 que as lutas se intensificam. Em junho e novembro de 1975

Moçambique e Angola, respectivamente, tornam-se independentes. Em Cabo Verde a

independência acontece a 5 de Julho de 1975 e em São Tomé e Príncipe ocorreu em 12

de Julho de 1975. Na Guiné - Bissau a luta por independência teve um aspecto peculiar,

pois os objetivos da luta na Guiné iam além da independência. Eles lutavam não apenas

contra o colonialismo, desejavam além da emancipação a aplicação dos Direitos

Humanos. Alem disso liderados por Amilcar Cabral e pelo PAIGC a luta na guiné se

caracterizava por ser

Uma guerra cujo substrato ideológico não se identificava com o

comunismo internacional, mas fundamentalmente assente nos

princípios do Pan-africanismo, nos postulados das nações unidas e no

dos Direitos Humanos6

5 CARVALHO, Juvenal. Revista Veja: Um olhar sobre a independência de Angola. São Paulo: Gandalf,

2009. ISBN: 978-85-87745-04-0. Pag. 49 6 AMADO, Leopoldo. Guiné-Bissau: 30 anos de independência. Africana Studia, Nº 08, 2005. Edição da

Faculdade de Letras da Universidade do Porto, pp. 109-135.

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Depois de anos de luta, iniciada em 1961, a 10 de setembro de 1973 a Guiné-Bissau

torna-se independente de Portugal.

Assim com o dispendioso custo para Portugal das guerras coloniais o regime salazarista

passa a ser cada vez mais questionado. A profunda crise econômica, a centralização

política e a censura aumentam a insatisfação popular tornando a legitimação de Salazar

cada vez mais difícil, assim a 25 de abril de 1974 o regime salazarista chega ao fim.

Depois de anos de ocupação no território africano não se pode dizer que os saldos da

colonização para os portugueses e muito menos para os africanos foram positivos.

COLONIALISMO PORTUGUÊS NA ÁFRICA

A presença portuguesa na África data do século XV, desde 21 de Agosto de 14157,

quando os navios portugueses, numa tentativa de chegar ao oriente, aportaram na costa

de Ceuta e nomearam D. Pedro de Meneses como governante do lugar. Mas foi em

1446, portanto trinta anos depois, quando Nuno Tristão e outros vinte homens

aportaram na costa da Guiné que os portugueses começaram a estabelecer-se na África.

A partir desse momento são estabelecidos feitorias para a comercialização de escravos e

outros produtos africano. Apesar disso a relação entre portugueses e africanos ocorreu

em grande parte restrita ao litoral. Foram as guerras de pacificação8 que deram aos

portugueses acesso ao interior das colônias, isso por volta de 1930.

7 A guiné através da historia. Cadernos Coloniais. Nº 24, 1920, pag. 03 Disponivel em http://memoria

africa.ua.pt/collections/cadernosColoniais 8A “pacificação” foram operações militares com o intuito de adentrar o interior das colônias, a fim de se

obter um maior domínio territorial já que até esse período 1930, principalmente na Guiné-Bissau,

Portugal só dominava o litoral. È importante dizer que essas operações ocorreram de forma bastante

violenta e com muita resistência africana.

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Apesar do pioneirismo português em África, no período que vai do século XVI ao

século XIX, momento em que o Brasil era colônia portuguesa, o interesse luso nas

colônias africanas baseava-se na comercialização de escravos. Foi a independência do

Brasil que impulsionou Portugal a voltar suas atenções às colônias africanas. Primeiro

porque, com a perda do Brasil, Portugal decide investir na África com esperança de

construir um novo império colonial, e depois porque com as idéias imperialistas em

auge, Portugal corria o risco de perder suas colônias para os países mais

industrializados, como Inglaterra e França (como de fato ocorreu em 12 de maio de

1886 com a divisão da Guiné entre França e Portugal).

Portugal só voltou sua atenção à África quando se viu pressionada entre ocupar as terras

africanas ou perdê-las para a Inglaterra e França. Mas desde muito cedo Portugal pensa

em construir um novo império na África como compensação pela perda do Brasil

“encontramo-la já na imprensa do primeiro período liberal (1820-1823)” 9. De acordo

com Valentim Alexandre

O clima que na Europa rodeou os assuntos coloniais no último quartel

de Oitocentos não fez nascer o interesse do Estado português pelo

ultramar, que lhe era bem anterior, mas condicionou a sua acção,

dando maior premência às questões coloniais.10

A premência dada às questões coloniais pelos portugueses ocorreu devido às

conseqüências que a partilha da África trouxe para as colônias pertencentes a Portugal e

também pelas pressões impostas pelo Ultimatum inglês, em 1890.

9 ALEXANDRE, Valentim. O império português (1825-1890): ideologia e economia. Análise Social, vol.

XXXVIII (169), 2004, pag. 961 10 Idem, pag. 969

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Marcado por diversas dificuldades, sejam elas no campo político, sejam no campo

econômico, a política colonial portuguesa caracterizava-se por ser uma política sem

grandes recursos financeiros, mas fortemente baseados em justificativas ideológicas. Os

mitos ao redor da “vocação colonial” portuguesa são largamente discutidos por autores

que retratam a colonização11. Com maior ênfase, difusão e aceitação a partir do governo

salazarista essa “ideologia vocacional” tem origem na teoria luso-tropicalista, que foi

formulada e propagada entre as décadas de 30 e 40 pelo sociólogo Gilberto Freyre,

segundo a qual “o Português teria uma especial capacidade para se unir aos trópicos,

para compreender e aderir aos valores culturais que aí encontram” 12. Nesse sentido

Freyre tenta legitimar a colonização portuguesa representando o colonizador português

como um civilizador, sem preconceito.

Para outros autores13 não havia um particularismo extremo no projeto colonial português

em África.

Os imperialistas portugueses em nada se distinguiam dos seus

congêneres europeus, quer em motivações quer em “instrumentos de

império”. Portugal se revelava tão agressivo e racista como qualquer

outra potência européia envolvida no “novo imperialismo” de finais

do século XIX. 14

11 ALEXANDRE, Valentim. A África no Imaginário Político Português. Instituo de Ciencias Sociais da

Universidade de Lisboa. PINTO, João Alberto da Costa. Gilberto Freyre e o Lusotropicalismo como

ideologia do Colonialismo português (1951–1974). Revista UFG / Junho 2009 / Ano XI nº 6. MACEDO,

Jorge Borges. O Luso-Tropicalismo de Gilberto Freire – Metodologia, Prática e Resultados. Revista

ICALP, vol. 15, Março de 1989 12 13 REIS, Luís Felipe Carmo. Visões de império nas vésperas do “ultimato”: Um estudo de caso sobre o

imperialismo português (1889). Editora CEAUP, 1ª edição, Maio 2008. SCHNEIDER, Alberto Luiz.

Charles Boxer (contra Gilberto Freyre): Raça e racismo no império português ou a erudição histórica

contra o regime salazarista. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 26, nº 52, p. 253 – 273, julho

– dezembro de 2013. 14 REIS, Luís Felipe Carmo. Visões de império nas vésperas do “ultimato”: Um estudo de caso sobre o

imperialismo português (1889), Editora CEAUP, 1ª edição, Maio 2008, pag. 12

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Em contrapartida, Valentim Alexandre defende que o projeto de ocupação da África

tinha tanto caracteristicas econômico quanto ideológico, pois seria falha qualquer

tentativa de explicar a colonização portuguesa por um único viés. 15

Nesse sentido as ideologias que rondam o colonialismo português servem mais como

justificativas para dar base á uma fragilidade política e financeira de Portugal nas

colônias e em seu próprio país, do que de fato representar os pensamentos e praticas

imperialistas desse país em suas respectivas colônias.

A ação missionária na África tem inicio com a chegada dos portugueses nesse

continente. No século XV “com a idéia de expansão reconquistadora antimaometana os

portugueses se laçaram na ocupação da costa do continente africano” 16. Tendo como

grande incentivador das navegações D. Henrique, filho de D. João I, que após a

descoberta do Ceuta submeteu a costa africana. Era ele também o líder da Ordem de

Cristo, uma organização religiosa – militar herdeira dos templários, que ficou

incumbida da ação missionária na África, e a essa Ordem estava associada à expansão e

a administração colonial na época do descobrimento. No entanto à D. Henrique não

pode ser dado todo o credito da descoberta e ocupação de Ceuta. Apesar de ter sido ele

o criador de um instituto geográfico e cartográfico17 que teve relativa importância nos

estudos anteriores as grandes descobertas, “a expansão oceânica não foi obra de um só

homem, mas de um grupo social e de uma época” 18

Na Guiné – Bissau as missões tem inicio também a partir do século XV, mas é na

década de 30 do século XX com a chegada dos franciscanos que as missões realmente

15 ALEXANDRE, Valentim. A África no Imaginário Político Português (séculos XIX-XX). Instituo de

Ciencias Sociais da Universidade de Lisboa, p. 40 16 SANTOS, Vanicléia Silva. As Bolsas de Mandinga no Espaço Atlântico: Século XVII. Tese de

Doutorado, USP 2008. 17 COQUERY - VIDROVITCH, Catherine. A Descoberta de África. 2ª edição, 2004. Edições 70. Coleção

Lugar da Historia, pag. 64 18 Idem, pag 64

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começam a estabelecer-se na região, até então o que se pode afirmar da presença de

padres na região é que “de 1926 a 1929 havia apenas um padre em toda a guiné, o

padre José Pinheiro” 19. Apesar da chegada dos franciscanos o trabalho missionário na

Guiné – Bissau não avançou como o desejado, pois o avanço do islamismo prejudicou o

trabalho missionário, impondo uma grande dificuldade para os missionários

ocasionando certo desinteresse pelo trabalho de conversão nessa região.20

As missões católicas estiveram normalmente associadas às políticas colonizadoras e

assim sendo tinham normalmente, além do objetivo de propagar o cristianismo e o

catolicismo, uma importância muito grande na ocupação, contato e reconhecimento dos

povos e regiões a serem ocupados. Na grande maioria das vezes o sucesso da

implantação administrativa dependia do trabalho dos missionários21, Nesse sentido

Lopes Filho traz um interessante questionamento

Pensa-se assim até que ponto a administração do

concelho estava consciente da debilidade do seu poder caso a acção de

«domesticação» cultural e religiosa que competia a Igreja não se

efectivasse com a eficiência necessária no seio das populações, pois

quem não respeitasse, não venerasse nem aderisse a determinado culto

religioso, certamente também não iria aderir e respeitar a organização

social e política que lhe estava subjacente visto ser na Igreja que

assentavam as bases de toda a ordem moral e social da época22

19 A. da Silva Rego. Lições de Missionologia. Revista da Junta de Investigações do Ultramar. Nº 056,

1961, pag. 318, Disponível em http://memoria-africa.ua.pt/Library/ShowImage.aspx?q=/JIU/JIU-

N056&p= 352 20 Idem 21 SEMEDO, Adilson Filomeno Carvalho. Religião e Cultura: A Influência da Religião Católica na

Reprodução da Dominação Masculina em Cabo Verde, CEAUP, 2009, pag. 51 22 Idem, pag. 52

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A igreja e seu papel de “domesticação cultural” eram imprescindíveis para o trabalho a

ser desempenhado pela política administrativa nas regiões sob influência européia.

No entanto os religiosos não se furtavam em negar essa estreita relação entre sua

instituição e a política administrativa, para eles os missionários não deviam interferir

nas relações políticas.

O missionário não deve esquecer, antes de mais nada que é um

enviado –missus - portanto um estrangeiro, a terra diferente, estranha,

alheia. A sua missão dirige-se, sem duvida, ao homem total, feito de

corpo e alma, mas sem se intrometer nas relações políticas, isto é, nas

relações entre o homem, a que é enviado a pregar o evangelho, e o

estado a qual ele se subordina.23

No entanto esse mesmo autor afirma que

Apesar disso não se faltará nunca a enxortar às populações a obedecer

fielmente24 aos poderes públicos constituídos, muito embora não se

pronunciando por nenhum partido político.25

No decorrer dos escritos portugueses que retratam a ação missionária em África, há

certa insistência ou necessidade de afirmar que não havia relação alguma entre o

político e o religioso nos procedimentos realizados por cada um, no entanto esses

mesmos escritos caem constantemente em contradição, demonstrando a cooperação

23 A. da Silva Rego. Lições de Missionologia. Revista da Junta de Investigações do Ultramar. Nº 056,

1961, pag. 87 Disponível em http://memoria-africa.ua.pt/Library/ShowImage.aspx?q=/JIU/JIU-N056&p=

121 24 Grifo meu 25 A. da Silva Rego. Lições de Missionologia. Revista da Junta de Investigações do Ultramar. Nº 056,

1961, pag. 88 Disponível em http://memoria-africa.ua.pt/Library/ShowImage.aspx?q=/JIU/JIU-N056&p=

122

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entre ambos. Mas as relações entre as missões e a administração colonial não foram

sempre harmônicas, houve momentos de dissensões. Conforme Alves Correia o que

interessava das missões ao governo português era o ensino da língua e a educação para

o trabalho. O próprio padre citando Brito Camacho26 escreve

Não é o habilitarem-se os pretos a irem para o céu, dizia Brito

Camacho numa conferencia na Sociedade de Geografia de Lisboa, o

que interessa ao governo da republica.27

E descrevendo sobre o um dos artigos do Estatuto das Missões ele escreve

Artigo 21.º O programa geral das missões nacionais é sustentar os

interesses do império colonial português e desenvolver o seu

progresso moral, intelectual e material em toda a possível extensão do

seu significado. 28

Segundo ele “aceitando ou não a colaboração do Estado, as missões católicas teriam

sempre que submeter-se a lei do país colonizador”.29 Ou seja, o estado português só

investia nos projetos missionários sob tais condições.

MISSÕES ANTIGAS E MODERNAS

26 Brito Camacho era um militar e administrador colonial. 27 Alves Correia”. Missões Católicas Portuguesas. Cadernos Coloniais. Nº 31, 1936. Pag. 34. Disponível

em http://memoria-africa.ua.pt/Library/ShowImage.aspx?q=/CadernosColoniais/CadernosColoniais-

N31&p= 39 28 Idem, pag. 36 Disponível em http://memoria-

africa.ua.pt/Library/ShowImage.aspx?q=/CadernosColoniais/CadernosColoniais-N31&p= 41 29 Idem, pag. 38

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Assim como o ideal de colonização muda a partir do final do século XIX as ações

missionárias, como não podia deixar de ser, também modificam sua metodologia de

conversão. Nesse período o tema missionário toma ares de ciência com idéias, ações e

métodos próprios, os missionários a partir desse período, e de forma mais constante a partir

da década de 30 – período salazarista- passam a publicar trabalhos30 descrevendo a historia

e o significado das missões.

Em 1930 Portugal ainda tentava programar uma política colonial nos territórios sob sua

dominação. A partir dessa data as características e imaginário acerca da ação colonial

adotada nessas regiões foram reforçadas e/ou reformuladas. E essas modificações se

deram sob os auspícios do regime salazarista.

Durante o Estado Novo, com uma ideologia política fortemente voltada para o

nacionalismo, característica comum á todo regime fascista, as ideologias e mitos sobre o

caráter e dever civilizador do português voltam aos discursos. Sob esse regime a política

colonial ganha importância fundamental. O Estado Novo pretende tirar o máximo

proveito das colônias. Pois Portugal caracterizava-se por ser um país com pouca

atividade industrial e uma produção agrícola decadente 31. Assim, com a ascensão de

Salazar a política administrativa e financeira que antes era descentralizada e submetida

ao capital estrangeiro torna-se extremamente centralizada. As praticas missionárias

também sofrem modificações, há uma maior intensificação dos trabalhos de conversão e

do ensino da língua.

Os missionários denominam como antiga as atividades missionárias realizadas até

meados do século XIX e como modernas as ações missionárias efetuadas a partir da

efetiva colonização na África. Nas antigas missões não havia nenhuma ação consistente

30 Lembrando que essas publicações serviam como propaganda e apologia ao império português.

Principalmente durante o Estado Novo. 31 CUNHA, Maria Helena da. O colonialismo português, factor de subdesenvolvimento nacional. Análise

Social, vol. Xix 1983.

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e constante dos padres, havia apenas os batismos e conversões em massa. O objetivo

das missões modernas era “civilizar” 32 o africano. Por civilizar eles entendiam ensinar a

ler e escrever, em português, e contar. Alem disso, nos processos missionários moderno

há grande interesse em introduzir “o habito do trabalho nos catequisados (sic)” 33

O objetivo das missões religiosas em África não foi só a difusão e

implantação de um sistema religioso, mas visava também constituir

um instrumento de implantação de um sistema que buscava integrar os

nativos nos modelos portugueses, através da formação, ensino e

moralização34

Nos locais de missão eram construídas escolas, oficinas para o aprendizado de

profissões e campos agrícolas. Tudo isso porque, segundo o padre Alves Correia “sem

dignidade de trabalho a cristianização de uma raça é tarefa impossível e absurda todo o

tentame de criar civilização” 35.

Os padres afirmavam ainda que a escravidão na missão moderna, assim como para o

estado português não era mais interessante. Na maioria das vezes eles tentam ocultar

esse aspecto da colonização nos seus escritos, mas quando trazem esse tema à tona

dedicam especial esforço em demonstrar sua necessidade. De qualquer forma a

escravidão continuou existindo. Sob forma, não mais de exportação, mas de

32 Alves Correia”. Missões Católicas Portuguesas. Cadernos Coloniais. Nº 31, 1936. Pag. 3. Disponível

em http://memoria africa.ua.pt/collections/cadernosColoniais/ 33 Idem, pag. 03 34 SEMEDO, Adilson Filomeno Carvalho. Religião e Cultura: A Influência da Religião Católica na

Reprodução da Dominação Masculina em Cabo Verde, CEAUP, 2009, pag. 51

35 Alves Correia”. Missões Católicas Portuguesas. Cadernos Coloniais. Nº 31, 1936. Pag. 9. Disponível

em http://memoria africa.ua.pt/collections/cadernosColoniais/

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manutenção dessa mão – de - obra no próprio território para o trabalho nas lavouras e

construções coloniais.

Para o inicio desse novo modelo missionário era necessária a introdução de uma ordem

religiosa que se adaptasse facilmente aos novos objetivos. Os escolhidos para tal

objetivo foram os franciscanos.

Os Franciscanos são descritos como os mais indicados para realização do trabalho

missionário na Guiné, pois eram considerados aptos para lidar com os novos ideais da

ação missionária. Numa comparação entre o trabalho missionário dos jesuítas e dos

franciscanos o Padre Alves Correia define que os jesuítas para a Guiné e outras colônias

africanas não eram aconselháveis, pois esses eram tradicionalmente voltados para os

aspectos acadêmicos e intelectuais dos catequizados e nas modernas missões católicas

buscava-se missionários que educassem os catequizados para o trabalho. Alves Correia

denomina os franciscanos de “missionários do livro e da enxada” 36. Os franciscanos

são descritos ainda como

Inimigo do intelectualismo; inimigo do mercantilismo; lírico na sua

simplicidade; amigo das artes manuais e das pequenas indústrias e

quase animista na sua relação com a natureza, com a vida animal e

vegetal.37

Mas o problema com os jesuítas estava muito alem das questões metodológicas destes. Os

jesuítas ao contrario dos franciscanos dificilmente se submeteria ao julgo governamental.

36 Alves Correia”. Missões Católicas Portuguesas. Cadernos Coloniais. Nº 31, 1936. Pag. 33. Disponível

em http://memoria-africa.ua.pt/Library/ShowImage.aspx?q=/CadernosColoniais/CadernosColoniais-

N31&p= 38 37 Idem, pag. 21

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Pois estes são conhecidos por colocarem acima de qualquer coisa o interesse da

companhia.38

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A idéia de missão surge no século XV com os jesuítas. Eles buscavam expandir sua fé

seguindo o mandamento de Jesus que era propagar o evangelho. De acordo com Silva

Rego a missão da igreja é a mesma missão de Cristo “assim como o pai me enviou,

assim eu vos envio”39. Mas a ação missionária no século XX, apesar de o objetivo de

forma geral permanecer o mesmo, toma ares de cientificidade passando a objetivar não

mais somente o ensino e a conversão dos povos sob missão, mas de legitimar as ações

imperialistas desse período.

Apesar de estrita e inegavelmente associada à dominação política administrativa

colonial a ação missionária tinha as suas bases na fé, e foi baseado na fé, que muitos

missionários, não só padres, mas também freiras e leigos desembarcaram no território

africano, encontrando na maioria das vezes um ambiente hostil.

No que se referem às missões protestantes estas até o século XIX não tinham uma ação

consistente quanto a envio de missionários para evangelização de outros povos. Só a

partir deste período é que se verifica a propagação de missionários protestantes.

38 Alves Correia”. Missões Católicas Portuguesas. Cadernos Coloniais. Nº 31, 1936. Pag. 33. Disponível

em http://memoria-africa.ua.pt/Library/ShowImage.aspx?q=/CadernosColoniais/CadernosColoniais-

N31&p= 27 39 “A. da Silva Rego. Lições de Missionologia. Revista da Junta de Investigações do Ultramar. Nº 056,

1961. Pag 03

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Enfim esse trabalho consistiu em analisar alguns aspectos da colonização portuguesa na

Guiné – Bissau, especificamente a ação dos missionários nessa região. E assim sendo

permitiu perceber a complexidade da política imperialista na África. Ela não tinha

objetivos claros e definitivos. Nas colônias britânicas, por exemplo, houve traços de

autonomia administrativa, enquanto nas colônias francesas e portuguesas implicavam

certa integração política.40

E acima de tudo é importante ressaltar que apesar da resistência e sobrevivência dos

africanos é preciso lembrar-se da violência que foi o imperialismo e mais importante, é

preciso lembrar-se disso para que fatos como esses não se repitam.

BIBLIOGRAFIA

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FONTES

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