Isso não é uma maravilha?Finalmente as pessoas

começaram a compreender-me…..

E estou super – hipertriperfeliz!!!!Tão feliz que vou contar-te a minha

história…..

Não sei porquê, mas as letras faziam-me uma grande confusão. Tão grande que eu preferia nem olhar para elas!

E, se eu tinha de ler em voz alta, então, era horrível……Eu morria de vergonha. Tinha certeza que os meus colegas olhavam

todos para mim e achavam que eu era burro.

Sabes, uma vez a minha professora organizou uma concurso de “puzzles”. Tive vontade de sair a correr, pois aquelas peças

amontoadas coloridas, não faziam nenhum sentido para mim.

Mas isso durou até às férias, até eu conhecer a Paula, uma amiga da minha mãe. Elas devem ter conversado muito sobre a minha vida na escola, pois a Paula chamou-me

para conversarmos….

Eu disse-lhe que me esforçava muito nas minhas lições, mas que as coisas ficavam cada vez mais complicadas.

Expliquei-lhe que ficava muito triste com tudo isso, pois não há nada mais aborrecido do que ser conhecido como o pior aluno da turma.

Então a Paula explicou-me que ela era uma psicóloga, uma pessoa especial que, com outros profissionais, consegue entender a razão de

muitas coisas, até a razão pela qual eu não gostava de ler !

A Paula contou-me que ela, mesmo sendo adulta, ainda estudava…

e sabes o quê?Crianças com dificuldades em ler e escrever…. Ela estudava

Então, quando começaram as aulas, a Paula e a minha mãe foram à escola conversar com a minha professora, para explicar que eu poderia ser

DISLÉXICO, quer dizer, que talvez eu tivesse essa tal dificuldade com as letras e os textos.

Desde esse tempo que a minha vida mudou! A professora procurou saber mais sobre DISLEXIA e aprendeu diversas coisas, como: explicar tudo passo a passo com calma, tornar as matérias mais divididas, deixar-me

fazer as provas e testes oralmente e muito mais.

Bem, as coisas mudaram lá em casa também, pois os meus pais começaram a ajudar-me de maneira correcta. Eles têm lido muito para mim, além de

gostarem que eu leia livros curtos, mas muito interessantes.

Assim como o João, inúmeras outras crianças, com bom nível intelectual, são incapazes de utilizar adequadamente alguns

instrumentos básicos de comunicação, como a leitura, a escrita, a interpretação de textos ou a aprendizagem de uma 2ª língua, sendo muitas vezes totalmente desmotivadas pelo

baixo desempenho na vida escolar.Essas crianças merecem ser encorajadas a sentir que são

capazes e, para isso, nada melhor do que o apoio, amizade, carinho e amor, que precisa de surgir de todos que as cercam.

A dislexia é um distúrbio de aprendizagem de origem neurobiológica que tem sido estudado por diversos profissionais como psicólogos, terapeutas de fala,

psicopedagogos e neurologistas, com o intuito de proporcionar tratamentos cada vez mais adequados, não só a crianças,

mas também a adultos.Todas estas pessoas devem ser orientadas pelo profissional

que acompanha o disléxico.