ISOLAMENTO E SELEÇÃO DE FUNGOS FILAMENTOSOS...

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i PAULA DE PAULA MENEZES BARBOSA ISOLAMENTO E SELEÇÃO DE FUNGOS FILAMENTOSOS SILVESTRES DE DISTINTOS BIOMAS DO ESTADO DE SÃO PAULO PARA PRODUÇÃO DE COMPOSTOS ANTIMICROBIANOS CAMPINAS 2014

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PAULA DE PAULA MENEZES BARBOSA

ISOLAMENTO E SELEÇÃO DE FUNGOS FILAMENTOSOS SILVESTRES DE

DISTINTOS BIOMAS DO ESTADO DE SÃO PAULO PARA PRODUÇÃO DE

COMPOSTOS ANTIMICROBIANOS

CAMPINAS

2014

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

PAULA DE PAULA MENEZES BARBOSA

ISOLAMENTO E SELEÇÃO DE FUNGOS FILAMENTOSOS SILVESTRES DE

DISTINTOS BIOMAS DO ESTADO DE SÃO PAULO PARA PRODUÇÃO DE

COMPOSTOS ANTIMICROBIANOS

Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia de

Alimentos da Universidade Estadual de Campinas

como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do

título de Mestra em Ciência de Alimentos.

Orientador (a): Prof.ª Dr.ª Gabriela Alves Macedo

Este exemplar corresponde à versão final da

dissertação defendida pela aluna Paula de Paula

Menezes Barbosa e orientada pela Prof.ª Dr.ª

Gabriela Alves Macedo.

__________________________________________

Assinatura da orientadora

CAMPINAS

2014

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Ficha catalográficaUniversidade Estadual de Campinas

Biblioteca da Faculdade de Engenharia de AlimentosClaudia Aparecida Romano - CRB 8/5816

Barbosa, Paula de Paula Menezes, 1989- B234i BarIsolamento e seleção de fungos filamentosos silvestres de distintos biomas do

Estado de São Paulo para produçao de compostos antimicrobianos / Paula dePaula Menezes Barbosa. – Campinas, SP : [s.n.], 2014.

BarOrientador: Gabriela Alves Macedo. BarDissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de

Engenharia de Alimentos.

Bar1. Bioprospecção. 2. Compostos bioativos. 3. Antibióticos. I. Macedo, Gabriela

Alves. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia deAlimentos. III. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: Isolation and selection of filamentous fungi from distinct biomes ofState of São Paulo for antimicrobial compounds productionPalavras-chave em inglês:BioprospectionBioactive compoundsAntibioticsÁrea de concentração: Ciência de AlimentosTitulação: Mestra em Ciência de AlimentosBanca examinadora:Gabriela Alves Macedo [Orientador]Danielle Branta LopesMarta Cristina Teixeira DuarteData de defesa: 24-10-2014Programa de Pós-Graduação: Ciência de Alimentos

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BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________

PROF.ª DR.ª GABRIELA ALVES MACEDO

ORIENTADORA

__________________________________________________________

DR.ª DANIELLE BRANTA LOPES

CNPEM

(MEMBRO TITULAR)

_________________________________________________________

PROF.ª DR.ª MARTA CRISTINA TEIXEIRA DUARTE

CPQBA/UNICAMP

(MEMBRO TITULAR)

_________________________________________________________

PROF.ª DR.ª HÉLIA HARUMI SATO

FEA/UNICAMP

(MEMBRO SUPLENTE)

_________________________________________________________

DR.ª DARLILA APARECIDA GALLINA

ITAL

(MEMBRO SUPLENTE)

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RESUMO

Compostos bioativos são moléculas orgânicas derivadas de vegetais, animais ou micro-

organismos que estão relacionados a alguma atividade biológica e, a microbiota do solo,

representa uma importante fonte destas substâncias. O ponto crítico na descoberta de novas

moléculas bioativas a partir desta fonte é o isolamento de grupos de micro-organismos

pouco explorados e conhecidos, que são ao mesmo tempo bons produtores de metabólitos

secundários. Os fungos filamentosos são conhecidos como produtores de uma grande

variedade de metabólitos secundários, diante disso, o objetivo deste trabalho foi isolar e

selecionar linhagens de fungos filamentosos silvestres de duas regiões do Estado de São

Paulo (Biomas de Mata Atlântica e Cerrado), com o intuito de produzir compostos

antimicrobianos ativos contra os micro-organismos alvo escolhidos nesta pesquisa:

Staphylococcus aureus, Bacillus cereus, Escherichia coli, Salmonella choleraesuis e

Candida albicans, responsáveis por grandes problemas nas áreas de alimentos e saúde. A

partir das amostras de solo coletadas na região de Mata Atlântica (Ilhabela) e na região de

transição dos biomas Mata Atlântica e Cerrado (Barão Geraldo, Campinas), 118 culturas de

fungos filamentosos foram isoladas. Dentre elas, 22 apresentaram elevado potencial

antimicrobiano contra pelo menos um dos micro-organismos alvo e foram estudadas quanto

ao seu efeito antimicrobiano. No caso do B. cereus, 4 extratos de fungos (IB36A, BG11A,

BG13D e BG13E) apresentaram efeito bactericida e bacteriolítico sobre este micro-

organismo alvo. Para a cepa de S. aureus, 6 fungos apresentaram efeito bactericida (IB6A,

IB36A, IB45B, IB49C, BG13D e BG13E) e 6 apresentaram efeito bacteriolítico (IB6A,

IB36A, IB45B, BG5A, BG13D e BG13E). Para E. coli e S. choleraesuis, apenas um fungo

possuiu efeito bactericida (IB6A e IB38E, respectivamente). Para C. albicans, todos os

extratos analisados apresentaram efeito fungistático. Em resumo, foram obtidas culturas de

fungos filamentosos com elevado potencial para produção de metabólitos com atividade

antimicrobiana, os quais poderão ser identificados e explorados futuramente.

Palavras chave: bioprospecção; compostos bioativos; antibióticos.

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ABSTRACT

Bioactive compounds are organic molecules from vegetables, animals or microorganisms

that are related to some biological activity and, soil microbiota, is an important source of

these substances. The isolation of unexplored and unknown microorganisms that are both

good producers of secondary metabolites, provides the potential for novel bioactive

molecules. Filamentous fungi are known as good producers of a great variety of secondary

metabolites, therefore, this work goal was to isolate and select filamentous fungi strains of

two regions of São Paulo State (Biomes of Cerrado and Atlantic Forest), capable to produce

antimicrobial compounds against the microorganisms: Staphylococcus aureus, Bacillus

cereus, Escherichia coli, Salmonella choleraesuis and Candida albicans, responsible for

important problems in food and health areas. 118 filamentous fungi strains were isolated

from soil samples collected at Atlantic Forest region (Ilhabela) and transition region

between Atlantic Forest and Cerrado biomes (Barão Geraldo, Campinas). Among them, 22

strains showed high antimicrobial activity against at least one of the pathogenic

microorganisms target and their antimicrobial effect were studied. In the case of B. cereus,

4 fungi extracts (IB36A, BG11A, and BG13D BG13E) showed bactericidal and

bacteriolytic effect on this target microorganism. For the strain of S. aureus, 6 fungi

showed bactericidal effect (IB6A, IB36A, IB45B, IB49C, BG13D and BG13E) and 6 had

bacteriolytic effect (IB6A, IB36A, IB45B, BG5A, BG13D and BG13E). In the cases of E.

coli and S. choleraesuis, only one fungus possessed bactericidal effect (IB6A and IB38E,

respectively), and for C. albicans, all analyzed extracts showed fungistatic effect. In

conclusion, potentially filamentous fungi strains producers of antimicrobial activity

metabolites were obtained, which can be identified and future explored.

Keywords: bioprospection; bioactive compounds; antibiotics.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1

1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 3

1.1 Compostos bioativos naturais .......................................................................................... 3

1.1.1 Biomas Mata Atlântica e Cerrado e a obtenção de micro-organismos produtores de

compostos bioativos .............................................................................................................. 4

1.2 Compostos bioativos com atividade antimicrobiana ....................................................... 6

1.2.1 Métodos para avaliar a atividade antimicrobiana de compostos naturais .................... 9

1.2.2 Pesquisa de novos antimicrobianos naturais e sua importância ................................. 10

1.2.3 Estratégias na prevenção de desenvolvimento de micro-organismos resistentes ....... 13

1.3 Fungos filamentosos ...................................................................................................... 13

1.3.1 Características e importância ...................................................................................... 13

1.3.2 Metabólitos bioativos de fungos ................................................................................. 14

1.3.3 Cultivo e produção de compostos bioativos ............................................................... 16

1.3.4 Principais antibióticos produzidos por fungos filamentosos ...................................... 18

1.4 Importância dos micro-organismos em alimentos e saúde escolhidos para o presente

estudo ................................................................................................................................... 24

2 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................. 27

2.1 Meios de cultura ............................................................................................................ 27

2.2 Isolamento das culturas de fungos filamentosos ........................................................... 28

2.2.1 Coleta das amostras .................................................................................................... 28

2.2.2 Isolamento e conservação das culturas de fungos filamentosos ................................. 30

2.2.3 Estudo morfológico macroscópico das linhagens fúngicas estudadas ....................... 30

2.3.1 Culturas de fungos filamentosos estudadas ................................................................ 31

2.3.2 Cultivo e preparação do extrato .................................................................................. 32

2.3.3 Atividade antimicrobiana ........................................................................................... 33

2.4 Estudo da atividade antimicrobiana das culturas de fungos selecionadas ..................... 35

2.4.1 Preparação do extrato dos fungos com maior potencial antimicrobiano .................... 35

2.4.2 Determinação da Concentração Mínima Inibitória (MIC) pela técnica de

microdiluição e monitoramento da atividade antimicrobiana ............................................. 36

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2.4.3 Determinação da concentração mínima bactericida/fungicida (MBC/MFC) ............. 38

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 40

3.1 Isolamento das culturas de fungos filamentosos ........................................................... 40

3.2 Seleção de micro-organismos com maior potencial antimicrobiano ............................. 41

3.2.1 Atividade antimicrobiana contra B. cereus ................................................................ 42

3.2.2 Atividade antimicrobiana contra E. coli ATCC 11229 .............................................. 48

3.2.3 Atividade antimicrobiana contra S. aureus ATCC 6538 ............................................ 51

3.2.4 Atividade antimicrobiana contra S. choleraesuis ATCC14028.................................. 56

3.2.5 Atividade antimicrobiana contra C. albicans ATCC 10231 ...................................... 59

3.2.6 Discussão geral ........................................................................................................... 62

4 CONCLUSÕES ................................................................................................................ 68

5 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................................ 69

REREFÊNCIAS .................................................................................................................. 70

APÊNDICES ....................................................................................................................... 86

ANEXO A - ....................................................................................................................... 116

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Dedico este trabalho à minha família

Regina, Itamar e Laís por estarem sempre

presentes em minha vida sendo meu porto

seguro e aquilo de mais precioso que tenho.

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AGRADECIMENTOS

À Deus por me iluminar, fortalecer e por colocar pessoas tão especiais em meu

caminho.

À Professora Gabriela, pela disponibilidade de orientação, confiança depositada em

meu trabalho e principalmente pelos ensinamentos transmitidos.

Aos meus pais Itamar e Regina, pelo amor, ensinamentos, apoio em minhas

escolhas, valores transmitidos e conselhos que promovem meu crescimento pessoal diário.

À minha irmã Laís, pela fidelidade, amizade, companheirismo e puxões de orelha

quando necessário.

Ao Danilo, por dividir comigo durante esses anos de relacionamento amor,

momentos de felicidade, companheirismo e carinho.

Aos meus amigos Ana Paula, Bia, Bruninha, Bruno, Camilo, Cínthia, Elaine,

Fabiano, Fabíola, Giba, Giulia, Gustavo, Gyorgy, Isa, Jô, Júlia, Léo, Liege, Lívia, Krébs,

Ricardo, Taun, Val, Vivi e Zé pela ajuda com os experimentos e principalmente por

tornarem o Laboratório de Bioquímica um ambiente único e acolhedor.

Aos amigos Paulinha e Ruann em especial, que tanto colaboraram nos primeiros

passos desta pesquisa, pela paciência, prontidão em sempre ajudar e ensinamentos.

Às minhas queridas amigas Débora, Fernanda e Jessika que me socorrem, me fazem

rir, chorar e que eu agradeço a Deus por tê-las conhecido. Vocês são ótimas!

Aos meus amados amigos de Lavras Manu, Mayara, Douglas e Lud e os de

Sertãozinho PV e Marcela pelos ótimos momentos que temos quando estamos juntos!

Ás amigas que fiz no Apto 22C Marluce, Laís, Monyca e Paola pela convivência,

companheirismo e aprendizado.

Às minhas famílias Menezes e Barbosa, em especial Tia Elza, Tia Landa, Vó

Maricota, Vó Aparecida, Madi, Madrinha e Fernando (in memorian) por estarem sempre

comigo me ajudando de alguma forma.

Aos professores da FEA, especialmente à Prof.ª Dr.ª Marta Cristina Teixeira Duarte

e à Prof.ª Dr.ª Hélia Harumi Sato pela disponibilidade em ajudar.

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A banca examinadora pela contribuição dada ao trabalho.

À todos os funcionários da FEA pelos auxílios prestados.

Ao CNPq pela bolsa de mestrado concedida.

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“Coloque Deus no início e Ele cuidará do fim”.

Autor desconhecido

“A persistência é o menor caminho do êxito”.

Charles Chaplin

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Mapa dos principais biomas brasileiros..................................................................5

Figura 2. Microplaca de 96 compartimentos antes (a) e depois (b) da adição do reagente

cloreto de iodonitrotetrazólio (INT), em que na presença de atividade microbiana a solução

dentro do compartimento se torna vermelha.........................................................................10

Figura 3. Estrutura química dos antibióticos penicilina G (1), cefalosporina C (2),

griseofulvina (3), ácido fusídico (4), equinocandina B (5), sordarina (6), esclerotiorina (7) e

ácido kójico (8).....................................................................................................................23

Figura 4. Inventário Florestal da vegetação nativa do Estado de São Paulo.......................29

Figura 5. Modelo da disposição das amostras na microplaca de 96 poços nas análises de

MIC, em que as três primeiras linhas representam a triplicata de cada concentração de

extrato analisada, e os números de 1 a 10 representam as concentração de extrato

analisadas, da maior para a menor concentração (mg mL-1

): 20; 10; 5; 2,5; 1,25; 0,63; 0,31;

0,16; 0,08 e 0,04....................................................................................................................38

Figura 6. Número de culturas de fungos obtidas para cada tipo de amostra coletada nas

regiões de Mata Atlântia e de transição entre Mata Atlântica e Cerrado..............................41

Figura 7. Classificação das culturas de fungos filamentosos pelo percentual de inibição do

crescimento de B. cereus.......................................................................................................43

Figura 8. Crescimento de B. cereus (% D.O.), na presença de diferentes concentrações (mg

mL-1

) de extrato dos fungos BG11A (A), IB36A (B), BG13D (C) e BG13E (D), durante 20

h de exposição.......................................................................................................................46

Figura 9. Classificação das culturas de fungos filamentosos pelo percentual de inibição de

crescimento de E. coli ATCC 11229.....................................................................................49

Figura 10. Classificação das culturas de fungos filamentosos pelo percentual de inibição do

crescimento de S. aureus ATCC 6538..................................................................................52

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Figura 11. Crescimento de S. aureus ATCC 6538 (% D.O.), na presença de diferentes

concentrações (mg mL-1

) de extrato dos fungos BG13D (A), BG5A (B), IB6A (C), IB36A

(D), IB45B (E) e BG13E (F) durante 20 h de exposição......................................................55

Figura 12. Classificação das culturas de fungos filamentosos pelo percentual de inibição de

crescimento de S. choleraesuis ATCC14028........................................................................57

Figura 13. Classificação das culturas de fungos filamentosos pelo percentual de inibição do

crescimento de C. albicans...................................................................................................60

Figura 14. Cultura dos fungos BG13E (A) e BG13D (B), cujos extratos apresentaram

atividade antimicrobiana contra as bactérias Gram-positivas estudadas..............................64

Figura 15. Cultura dos fungos IB4C (A), IB6A (B), IB6B (C), IB36A (D), IB36C (E) e

IB45B (F), cujos extratos apresentaram atividade antimicrobiana de amplo espectro.........65

Figura 16. Cultura dos fungos BG 8C (A) (cujo extrato apresentou atividade contra as

bactérias Gram-negativas); BG5A (B) (apresentou atividade de amplo espectro); IB49C (C)

(apresentou atividade contra S. aureus ATCC 6538); BG4B, BG11A, BG14K e Aspergillus

sp. (1099) (D) (apresentaram atividade contra a cepa de B. cereus); IB14B, IB27B, IB38E e

IB40A (E) (apresentaram atividade contra S. choleraesuis ATCC 14028) e IB8A, BG10C,

RP478 (F) (apresentaram atividade contra C. albicans ATCC 10231)................................66

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Micro-organismos isolados nas regiões brasileiras de Cerrado e Mata Atlântica

produtores de compostos bioativos e moléculas de alto valor agregado................................7

Tabela 2. Vantagens do cultivo de fungos em superfície de ágar com relação à FS e

FES........................................................................................................................................18

Tabela 3. Características dos micro-organismos estudados para atividade

antimicrobiana.......................................................................................................................26

Tabela 4. Composição dos meios de cultura utilizados neste estudo...................................28

Tabela 5. Fungos filamentosos estudados, pertencentes à CMLB.......................................31

Tabela 6. Fungos filamentosos estudados, isolados da região de Mata Atlântica, do

município de Ilhabela e da região de transição entre Mata Atlântica e Cerrado do distrito de

Barão Geraldo (Campinas)....................................................................................................32

Tabela 7. Condições de cultivo para o preparo do inóculo dos micro-organismos alvo deste

estudo....................................................................................................................................34

Tabela 8. Fungos com maior atividade antimicrobiana contra a linhagem e B. cereus.......44

Tabela 9. Concentração mínima inibitória (MIC), concentração mínima bactericida (MBC)

e efeito antimicrobiano dos extratos fúngicos frente ao B. cereus........................................45

Tabela 10. Atividade bacteriolítica (%) dos extratos de IB36A, BG11A, BG13D e BG13E

sobre a bactéria B. cereus......................................................................................................47

Tabela 11. Fungos com maior atividade antimicrobiana contra a linhagem de E. coli ATCC

11229.....................................................................................................................................50

Tabela 12. Concentração mínima inibitória (MIC), concentração mínima bactericida

(MBC) e efeito antimicrobiano dos extratos fúngicos frente à de E. coli ATCC 11229......51

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Tabela 13. Fungos com maior atividade antimicrobiana contra a linhagem de S. aureus

ATCC6538............................................................................................................................52

Tabela 14. Concentração mínima inibitória (MIC), concentração mínima bactericida

(MBC) e efeito antimicrobiano dos extratos fúngicos frente à linhagem de S. aureus ATCC

6538.......................................................................................................................................53

Tabela 15. Atividade bacteriolítica (%) dos extratos de BG13D, BG5A, IB6A, IB36A,

IB45B e BG13E sobre a bactéria S. aureus ATCC 6538......................................................56

Tabela 16. Fungos com maior atividade antimicrobiana contra a linhagem de S.

choleraesuis ATCC14028.....................................................................................................57

Tabela 17. Concentração mínima inibitória (MIC), concentração mínima bactericida

(MBC) e efeito antimicrobiano dos extratos fúngicos frente à S. choleraesuis ATCC

14028.....................................................................................................................................58

Tabela 18. Fungos com maior atividade antimicrobiana contra a linhagem de C. albicans

ATCC10231..........................................................................................................................60

Tabela 19. Concentração mínima inibitória (MIC), concentração mínima fungicida (MFC)

e efeito antimicrobiano dos extratos fúngicos frente à C. albicans ATCC 10231................61

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

AIDS Acquired Immunodeficiency Syndrome

BDA Potato Dextrose Agar

CMLB Coleção de Micro-organismos do Laboratório de Bioquímica da FEA-

UNICAMP

CPQBA Centro Pluridisciplinar de Pesquidas Químicas Biológicas e Agrícolas da

Unicamp

CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

DCA Departamento de Ciência de Alimentos

DNA Deoxyribonucleic Acid

DTA Departamento de Tecnologia de Alimentos

DTAs Doenças Transmitidas por Alimentos

FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

FDA Food and Drug Administration

FEA Faculdade de Engenharia de Alimentos

FES Fermentação em Estado Sólido

FS Fermentação Submersa

HTS High Throughput Screening

INT Cloreto de Iodonitrotetrazólio

MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MIC Concentração Mínima Inibitória

MBC Concentração Mínima Bactericida

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xxii

MFC Concentração Mínima Fungicida

NA Nutrient Agar

NB Nutrient Broth

OMS Organização Mundial da Saúde

pH Potential of Hydrogen

RDC Resolução de Diretoria Colegiada

RNA Ribonucleic Acid

SDA Secretaria de Defesa Agropecuária

UFC Unidades Formadoras de Colônia

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

YMA Yeast Malt Agar

YMB Yeast Malt Broth

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1

INTRODUÇÃO

Compostos bioativos são moléculas derivadas de fontes vegetais, animais ou

microbianas que podem apresentar diferentes estruturas e atividades biológicas, possuindo um

amplo espectro de aplicação. Embora o conhecimento científico destas moléculas tenha

apenas se desenvolvido ao longo dos últimos 100 anos, a aplicação prática de produtos

naturais é conhecida desde as culturas antigas, as quais utilizavam extratos vegetais e queijos

mofados em tratamentos terapêuticos (ZERIKLY; CHALLIS, 2009). Atualmente, os produtos

naturais representam uma valiosa fonte na descoberta de novos medicamentos e, juntamente

com os seus derivados, contribuem com um terço dos medicamentos mais vendidos no

mercado (ZHOU; LI; CHEN, 2010).

Segundo Demain (1999), os compostos naturais bioativos mais conhecidos são os

antibióticos, que são definidos como metabólitos secundários produzidos por micro-

organismos que inibem o crescimento de outros micro-organismos. São amplamente

empregados na medicina humana e veterinária, na fitopatologia e na preservação de

alimentos. Sua descoberta foi, sem dúvida, um marco na melhoria e expectativa de vida no

planeta. (AWAD et al., 2013). No entanto, atualmente, seu consumo indiscriminado tem

gerado um problema eminente relacionado ao surgimento de micro-organismos resistentes aos

antimicrobianos existentes (KAVITHA et al., 2010). Diante disso, novos compostos são

objeto constante de busca.

A triagem de micro-organismos produtores de compostos antimicrobianos é uma

alternativa viável para o descobrimento de novos antibióticos. Dentre eles, os fungos e os

actinomicetos são os mais estudados (AWAD et al., 2013). Os fungos são metabolicamente

versáteis (ARCHER et al., 2008) e têm se mostrado importantes fontes de compostos

biologicamente ativos, derivados do seu metabolismo ou subprodutos deste (PELÁEZ, 2005).

A investigação por metabólitos fúngicos bioativos começou com o descobrimento da

penicilina, produzida pelo Penicillium notatum, por Alexander Fleming. Desde então, a

diversidade taxonômica de fungos é uma importante fonte a ser explorada na busca por novos

compostos naturais bioativos de alto valor agregado (ALY; DEBBAB; PROKSCH, 2011).

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Os biomas brasileiros Cerrado e Mata Atlântica são considerados uns dos ecossistemas

de maior biodiversidade. A bioprospecção em regiões pouco exploradas e de grande

diversidade biológica possibilita a coleta de variados gêneros fúngicos e, consequentemente,

diferentes metabólitos secundários, permitindo o descobrimento de novos compostos

bioativos e moléculas de grande interesse econômico.

Dentre as maiores causas de morte no mundo, a diarréia está em quinta posição e, na

maioria das vezes é causada pelo consumo de alimentos contaminados (OMS, 2013). No

Brasil, Salmonella sp. , Staphylococcus aureus, Bacillus cereus e Escherichia coli, são os

agentes etiológicos associados aos maiores números de surtos de doenças transmitidas por

alimentos (BRASIL, 2013). O mau uso terapêutico dos antibióticos e o consumo de carnes e

alimentos com essas substâncias são os maiores contribuintes para o desenvolvimento de

bactérias resistentes (GORBACH, 2001). Sendo assim, se faz necessário o descobrimento de

novos compostos antimicrobianos eficientes, que possam ser aplicados na conservação de

alimentos e no tratamento de infecções. Outro grande problema enfrentado são as infecções

causadas por fungos, como a Candida albicans. O efeito tóxico e a falta de eficácia dos

antifúngicos sintéticos existentes fazem necessário o descobrimento de novos antifúngicos

naturais eficientes (JIANG; AN, 2000; SASIDHARAN et al., 2008).

Diante dos problemas expostos, o presente trabalho teve como objetivo selecionar

linhagens de fungos filamentosos, isolados das Regiões de Cerrado e Mata Atlântica do

Estado de São Paulo, com potencial para produção de compostos antimicrobianos. O trabalho

desenvolvido é parte do Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação,

Recuperação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo (BIOTA-FAPESP)

e esteve vinculado ao projeto coordenado pela Prof. Drª. Gabriela Alves Macedo, sob

“Bioprospecção de fungos filamentosos e leveduras silvestres de distintos biomas do Estado

de São Paulo visando à produção de enzimas, vitaminas de interesse industrial e compostos

bioativos”.

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1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1 Compostos bioativos naturais

Segundo Biesalski e colaboradores (2009), os compostos bioativos podem ser

definidos como compostos essenciais ou não ao funcionamento do organismo (como por

exemplo, vitaminas e polifenóis), encontrados na natureza e que apresentam algum benefício

à saúde humana ou animal, podendo apresentar atividade antimicrobiana,

hipocolesterolêmica, imunossupressora, antitumoral, antioxidante e antiinflamatória

(BIESALSKI et al., 2009). São moléculas orgânicas derivadas de vegetais, animais ou micro-

organismos e representam o ponto crítico para o descobrimento de novos compostos

bioativos. Desta forma, a avaliação terapêutica de substâncias químicas de fontes naturais tem

sido estudada para diversos tipos de aplicações biológicas com o objetivo de isolar novos

compostos bioativos (SU et al., 2007).

Devido ao seu potencial de aplicação nas áreas de alimentos, fármacos, indústria

química e outros mercados, o interesse no desenvolvimento de bioprocessos para a sua

produção e extração a partir de fontes naturais aumentou muito nos últimos anos e têm sido

muito valorizada pela indústria. Muitos desses compostos bioativos são metabólitos

secundários de plantas, fungos, bactérias, protozoários, insetos e animais. A propriedade

bioativa dessas substâncias faz com que estas sejam isoladas e desempenhem um importante

papel como uma das principais fontes de novos fármacos (STIERLE; STIERLE, 2000).

No século XX, o uso de metabólitos secundários microbianos e de plantas

revolucionou a medicina. Estes foram responsáveis por dobrar a expectativa de vida, e

diminuir sofrimento e dor (DEMAIN, 2014). Sendo possível citar moléculas como a

Penicilina, o primeiro antibiótico, a Actinomicina D, utilizada no tratamento de tumores em

crianças e a Estreptomicina, o primeiro antibiótico ativo contra a bactéria da tuberculose

(DEMAIN, 2006). Estima-se que aproximadamente 50 % dos fármacos mais vendidos

atualmente são compostos naturais ou compostos relacionados a produtos naturais

(NEWMAN; CRAGG; SNADER, 2003; NEWMAN; CRAGG, 2007). Esta constatação

comprova a importância dessas substâncias como fontes significativas para a obtenção de

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novos medicamentos, assim como, protótipos para síntese de novos fármacos (CARTER,

2011; CHAPLA; BIASETTO; ARAUJO, 2013).

Os micro-organismos desempenham um papel fundamental na produção de compostos

bioativos, os quais são representados principalmente pelos metabólitos secundários

microbianos. Sua habilidade na produção desses componentes com diferentes estruturas

químicas está relacionada particularmente a alguns grupos de micro-organismos, como as

actinobactérias, as mixobactérias, espécies de Pseudomonas, as cianobactérias e os fungos

filamentosos. Além disso, diferentes espécies são capazes de produzir diferentes compostos

(CHAPLA; BIASETTO; ARAUJO, 2013; DONADIO et al., 2002). Isso significa que o

estudo de uma grande diversidade genética de micro-organismos pertencentes aos grupos

anteriormente citados possibilita o isolamento de diferentes compostos bioativos de interesse

na indústria farmacêutica (humana e animal), alimentícia e agrícola.

1.1.1 Biomas Mata Atlântica e Cerrado e a obtenção de micro-organismos produtores de

compostos bioativos

A bioprospecção é uma atividade exploratória que visa identificar componentes do

patrimônio genético com potencial uso comercial, como organismos, genes, enzimas e

compostos, sendo uma maneira de se extrair valor econômico da biodiversidade. Na

bioprospecção de micro-organismos, a obtenção de uma grande variedade de metabólitos

secundários bioativos se deve principalmente ao estudo de uma grande diversidade genética

de culturas. Isso é possível através do isolamento de micro-organismos de diferentes áreas

geográficas em que a biodiversidade ainda é mantida (KNIGHT et al., 2003).

Devido à sua grande extensão e localização, o território brasileiro exibe uma grande

diversidade climática. Isso implica em uma variedade ecológica, que permite a diferenciação

de regiões em biomas ou zonas biogeográficas (Figura 1). A biodiversidade é resultante da

história evolucionária, e ela implica não somente na diversidade de espécies de plantas, como

também de animais e até mesmo de micro-organismos (ALHO, 2008). A presença de

diferentes biomas e nichos ecológicos no Brasil explica o fato dele abrigar mais de 20 % das

espécies existentes no planeta (SILVA; CASTRO-GAMBOA; BOLZANI, 2010).

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Figura 1. Mapa dos principais biomas brasileiros.

O Estado de São Paulo é formado basicamente pelos Biomas Mata Atlântica e

Cerrado. Entretanto, segundo o Inventário Florestal do Estado de São Paulo de 2001, apenas

13,94 % do território paulista possui vegetação nativa (KRONKA et al., 2005), além de serem

ecossistemas que possuem uma das maiores biodiversidades do mundo, com um grande

número de espécies endêmicas e, devido a grande exploração dessas regiões, estão ameaçadas

de extinção. Diante da importância em preservar a biodiversidade da Terra, principalmente

em áreas ameaçadas de extinção, essas regiões foram identificadas e denominadas hotspots

mundiais. No Brasil duas regiões obtiveram esta classificação: a Mata Atlântica e o Cerrado

(MYERS et al., 2000).

Lançado em março de 1999, o programa BIOTA-FAPESP tem por objetivo

caracterizar, conservar, restaurar e promover o uso sustentável da biodiversidade do Estado de

São Paulo. Este tem desempenhado papel fundamental no mapeamento e na análise da

biodiversidade distribuída nos ambientes paulistas, incluindo a fauna, a flora e os micro-

organismos. Além disso, tem avaliado possibilidades de exploração sustentável desta

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biodiversidade com potencial econômico e de subsidiar a formulação de políticas de

conservação dos remanescentes florestais (BIOTA FAPESP, 2014).

O solo é um ecossistema de grande diversidade microbiana e representa uma

importante fonte a ser explorada no isolamento de compostos biologicamente ativos

(DONADIO et al., 2002). A interação entre os micro-organismos e este habitat pode

influenciar no metabolismo microbiano (TAKAHASHI et al., 2008). O solo do Bioma Mata

Atlântica é rico em nutrientes e possui elevada atividade de água (CRUZ et al., 2013). Já o

Cerrado é caracterizado por clima seco com altas temperaturas, além de ser um solo pobre em

nutrientes, porém com uma grande biodiversidade de plantas, animais e micro-organismos

(GARCIA et al., 2007; MARQUES et al., 2004; NASCIMENTO et al., 2005). Essa baixa

disponibilidade de nutrientes provavelmente cria um ambiente hostil aos micro-organismos

que nele vivem, fazendo com que estes desenvolvam um metabolismo diferenciado, sendo

possível a produção de novas moléculas com propriedades biológicas de interesse (LUCAS;

DE CASTRO; TAKAHASHI, 2007).

Visto a importância da diversidade genética de micro-organismos na bioprospecção de

compostos bioativos, o estudo de espécies isoladas em locais em que a diversidade biológica é

preservada, pode ser o ponto crítico na descoberta de novos compostos bioativos e moléculas

de interesse industrial. Alguns estudos realizados com micro-organismos isolados destas

regiões, confirmam o potencial destes como novas fontes de compostos bioativos (Tabela 1).

1.2 Compostos bioativos com atividade antimicrobiana

Segundo Demain (1999), os compostos bioativos naturais mais conhecidos são os

antimicrobianos e estes são definidos como produtos naturais orgânicos de baixa massa

molecular, sintetizados por micro-organimos e, quando em baixas concentrações, inibem o

crescimento de outros micro-organismos (DEMAIN, 2009; GUO et al., 2008). Podem ser

classificados segundo seus efeitos antimicrobianos, espectros de atividades e mecanismos de

ação. De acordo com o seu espectro de ação, os antimicrobianos são divididos em três

categorias: amplo espectro, espectro intermediário e espectro reduzido. São moléculas com

diferentes estruturas e mecanismos de ação. Atuam sobre o DNA, o RNA, na síntese de

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Tabela 1. Micro-organismos isolados nas regiões brasileiras de Cerrado e Mata Atlântica

produtores de compostos bioativos e moléculas de alto valor agregado.

Micro-organismo Região do

isolamento

Composto isolado/

Bioatividade

Referência

Bactérias

Streptomyces sp. Cerrado (solo) Enzima – Protease (AZEREDO et al.,

2004)

Bacillus amyloliquefaciens Mata Atlântica

(solo)

Tipo de Bacteriocina

antibacteriana (LISBOA et al.,

2006)

Streptomyces sp. Mata Atlântica

(solo)

Extrato antibacteriano,

antifúngico, antiviral e

antitumoral

(SACRAMENTO et

al., 2004)

Streptoverticillium sp. Cerrado (solo) Metabólito com efeito anti-

inflamatório (CRUZ et al., 2013)

Fungos filamentosos

Neosartorya spinosa Cerrado (solo) Enzima – Xilanase (ALVES-PRADO et

al., 2010)

Periconea atropurpurea Cerrado (Xylopia

aromática)

Enzima – Esterase (LISBOA et al.,

2013)

Metabólitos com atividade

citotóxica (Periconicina B) e

antifúngica (TELES et al., 2006)

Nigrospora cf. oryzae

Cerrado

(Stryphnodendron

adstringens)

Extrato com atividade

antifúngica (CARVALHO et al.,

2012) Diaporthe cf. phaseolorum

Extrato com atividade

anticâncer

Penicillium sp. Cerrado (solo) Metabólito secundário

antibacteriano e antifúngico (PETIT et al., 2009)

Mycelia sterilia,

P. griseofulvum e

P. aurantiogriseum

Mata Atlântica

(Spermacoce

verticillata)

Metabólitos com atividade

antibacteriana (CONTI et al., 2012)

Penicillium

sclerotiorum

Cerrado (solo)

Metabólito secundário

antibacteriano (Esclerotiorina) (TAKAHASHI et

al., 2008) Penicillium simplicissimum

Metabólito secundário

antibacteriano (Ácido

penicílico)

Paecilomyces lilacinus Cerrado (solo)

Metabólitos secundários

inibidor da AChE

(Paecilomide) e

antimicrobiano.

(TELES;

ATALIBA;

TAKAHASHI,

2013; TELES;

TAKAHASHI,

2013)

Metarhizium spp.,

I. cateniannulata Cerrado (solo)

Metabólito tóxico ao vetor de

Chagas (Triatoma infestans) (ROCHA; LUZ,

2011)

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proteínas, na função da membrana plasmática, no transporte de elétrons, na esporulação, na

germinação e muitos outros alvos (TORTORA; FUNKE; CASE, 2005). São aplicados na

medicina humana e veterinária, na agricultura, na conservação de alimentos e na

suplementação de rações de aves e outros animais, como promotores de crescimento

(DEMAIN, 2000).

Os agentes antimicrobianos também podem ser classificados quanto ao efeito causado

por eles no crescimento dos micro-organismos. São chamados de bacteriostáticos ou

fungistáticos aqueles que inibem o crescimento e multiplicação do micro-organismo, sem que

haja morte das células. O mecanismo de ação dessas substâncias frequentemente ocorre

através da sua ligação aos ribossomos, inibindo a síntese protéica. No entanto, quando a

concentração do composto é reduzida, essa ligação se desfaz e os micro-organismos voltam a

se multiplicar. Os compostos bactericidas ou fungicidas, não apenas impedem o crescimento

microbiano, como também desencadeiam processos que levam as células microbianas à

morte, sendo irreversíveis (BROCK et al., 2004). Em geral, atuam em alvos como parede

celular, membrana plasmática ou DNA (BOOTHE, 2006).

Experimentalmente, a classificação do efeito de agentes antimicrobianos em

bacteriostáticos/fungistáticos ou bactericidas/fungicidas podem ser determinadas in vitro por

diferentes técnicas microbiológicas, dentre elas, o estudo da curva de morte microbiana e da

concentração mínima bactericida/fungicida (MBC/MFC). A padronização dos métodos é

importante para reprodutibilidade e o estudo clínico dos resultados. Desta forma, nas técnicas

de determinação do efeito bactericida e fungicida (para leveduras) é utilizado como inóculo

um número mínimo de micro-organismos de 5x105 UFC mL

-1, inoculados entre 30 e 37 ºC e

18 e 24 h (PANKEY; SABATH, 2004).

A MBC/MFC é definida como a concentração mínima do composto antimicrobiano

em que se observa uma redução microbiana de 99,9 %, ou de três unidades de log10, do

inóculo inicial (PANKEY; SABATH, 2004). A classificação do efeito antimicrobiano de um

composto é comumente fornecida através da relação existente entre a MBC ou MFC e a

concentração mínima do composto capaz de inibir o crescimento do micro-organismo

estudado (MIC). Quando a relação MBC:MIC, para as bactérias ou para os fungos, estiverem

entre 1:1 ou até 2:1, o composto antimicrobiano em estudo é considerado

bactericida/fungicida. Nos casos da relação ser maior que 2:1, o efeito antimicrobiano é

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classificado como bacteriostático/fungistático (HAFIDH et al., 2011). A determinação in vitro

do efeito antimicrobiano em bacteriostático/fungistático e bactericida/fungicida fornece

informações importantes do potencial de um agente antimicrobiano em estudo, porém é

apenas um dos fatores necessários para prever a evolução clínica destes compostos.

1.2.1 Métodos para avaliar a atividade antimicrobiana de compostos naturais

Diferentes metodologias podem ser empregadas na avaliação da atividade

antimicrobiana de compostos naturais. Estas são divididas em dois grupos: métodos de

difusão em ágar e métodos de diluição em caldo.

Os métodos de difusão em ágar são qualitativos. Baseiam-se no cultivo do micro-

organismo alvo em um meio de cultura sólido e a substância a ser analisada é aplicada em

discos de papel dispostos sobre o meio de cultura ou depositada em orifícios feitos no ágar. A

difusão da substância no ágar produz uma zona ou halo de inibição quando o composto

estudado apresenta potencial antimicrobiano e a atividade antimicrobiana é quantificada pela

medida do raio das zonas de inibição (STRÖMSTEDT; FELTH; BOHLIN, 2014). As

vantagens dos métodos de difusão em ágar são baixo custo e simplicidade de execução.

Porém, estes métodos possuem limitações no estudo de um grande número de amostras e na

determinação da concentração mínima inibitória da amostra (VOLK, 2008).

Os métodos de diluição em caldo são quantitativos e podem ser realizados de duas

maneiras distintas, através da macro ou microdiluição. A macrodiluição envolve

procedimentos em tubos de ensaios, enquanto que a microdiluição utiliza placas de

microdiluição com múltiplos compartimentos (96 compartimentos em formato de U). Estes

métodos consistem em inocular a suspensão do micro-organismo alvo em um meio de cultivo

líquido contendo a substância a ser analisada. Após a incubação, o crescimento microbiano é

avaliado pela turbidez do meio de cultivo provocada pelo crescimento microbiano, sendo

mensurada através da leitura da densidade óptica (OSTROSKY et al., 2008). Muitos estudos

têm utilizado a adição de sais de tetrazólio como indicadores de crescimento bacteriano para

melhorar a detecção de atividade antimicrobiana (KLANCNIK et al., 2010). Os sais de

tetrazólio atuam como aceptores de elétrons e, na presença de atividade microbiana, são

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reduzidos a produtos vermelhos de formazano (ELOFF, 1998). Nas situações de inibição do

crescimento microbiano, a solução dentro do compartimento da microplaca se manterá clara

após a adição do reagente. Como descrito, tal reação pode ser observada na Figura 2.

Figura 2. Microplaca de 96 compartimentos antes (a) e depois (b) da adição do reagente

cloreto de iodonitrotetrazólio (INT), em que na presença de atividade microbiana a solução

dentro do compartimento se torna vermelha.

A microdiluição tem sido amplamente utilizada na avaliação da atividade

antimicrobiana de diferentes compostos. Isso se deve as vantagens que esta metodologia

apresenta: (1) baixo custo quando comparada à macrodiluição, (2) boa reprodutibilidade, (3) é

mais sensível que os outros métodos citados, (4) requer uma pequena quantidade de amostra e

(5) permite o estudo de várias amostras de uma só vez (ELOFF, 1998). No estudo da

atividade antimicrobiana de um grande número de amostras é desejável que o método

empregado seja simples, rápido, de baixo custo e reprodutível (KLANCNIK et al., 2010).

Desta forma, uso da técnica de microdiluição na bioprospeção de compostos antimicrobianos

naturais é vantajosa.

1.2.2 Pesquisa de novos antimicrobianos naturais e sua importância

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), doenças infecciosas são aquelas

que podem ser transmitidas pelo contato direto entre pessoas, ou de forma indireta, causadas

por micro-organismos patogênicos através do contato com alimentos, objetos ou ambientes

contaminados. Com a descoberta do antibiótico, acreditou-se que ocorreria a erradicação das

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doenças infecciosas (SPÍŽEK et al., 2010). Porém, dados recentes demonstram que, entre os

anos de 2000 e 2011, as doenças infecciosas continuam sendo uma das dez maiores causas de

morte no mundo (OMS, 2013). Isso se deve principalmente à seleção de micro-organismos

mais resistentes, devido ao consumo indiscriminado de antibióticos em tratamentos

terapêuticos, assim como, o consumo de carnes, leite, ovos e outros alimentos com essas

substâncias, utilizadas, na alimentação animal como promotores de crescimento e na

conservação de alimentos (NIKAIDO, 2009). O desenvolvimento de resistência pelos

patógenos, a toxicidade de alguns antibióticos, a existência de bactérias naturalmente

resistentes e o surgimento de novas doenças, fazem da busca por novos compostos

antimicrobianos, com diferentes modos de ação, uma pesquisa incessante (DEMAIN, 2006).

A importância científica dos metabólitos secundários com atividade antimicrobiana

apresentou expansão na década de 1940 com o impacto do descobrimento da penicilina à

saúde humana. A penicilina, descoberta acidentalmente por Fleming em 1928, é produzida

pelo fungo Penicillium notatum e a sua produção em larga escala marca o surgimento da

indústria farmacêutica, e consequentemente, o desenvolvimento de outros antibióticos. A

“era de ouro dos antibióticos” ocorreu entre os anos 1940 e 1980 e foi marcada pelo grande

número de antibióticos descobertos em um ritmo surpreendente. Penicilinas, cefalosporinas,

tetraciclinas, aminoglicosídeos, cloranfenicol e macrolídeos são as classes de antibióticos de

maior importância que surgiram durante essa fase. Entretanto, após o ano de 1980, o ritmo da

descoberta de novos antibióticos sofreu uma grande desaceleração, e a descoberta de novos

compostos no século XXI é ainda menor (DEMAIN, 2014). Isso é devido ao desestímulo de

companhias farmacêuticas no desenvolvimento de novos antibióticos, cujo processo: (1)

demanda longos estudos pré-clínicos e clínicos, (2) possui um tempo reduzido de venda antes

da expiração das patentes, permitindo que companhias de medicamentos genéricos forneçam

esses medicamentos e (3) são fármacos utilizados em um curto período, diferentemente

daqueles cujos pacientes fazem uso diário, como por exemplo, no controle de colesterol, asma

e humor (PEALÉZ, 2005; DEMAIN, 2014; WRIGHT, 2014).

Em geral, os antibióticos podem ser produtos naturais (isolados de plantas, animais ou

micro-organismos), compostos semi-sintéticos (sintetizados a partir de produtos naturais) ou

sintéticos (sintetizados quimicamente com base na estrutura química de antibióticos naturais).

Dentre esta classificação, alguns antibióticos podem ser citados como exemplos de

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antibióticos naturais, como a penicilina, a cefalosporina, a estreptomicina, a eritromicina e a

vancomicina. No caso dos antibióticos semi-sintéticos, a clindamicina, a quinupristina, a

dalfopristina e a dalbavancina são representantes desta classe. E quanto aos antibióticos

sintéticos, podem ser citados os compostos isoniazida, trimetropim e metronidazol (DEMAIN,

2009; GUIMARÃES; MOMESSO; PUPO, 2010).

A exploração de novos antibióticos naturais é um desafio que demanda tempo e

elevados custos. A indústria farmacêutica tem em grande parte abandonado estes compostos

em favor do grande número de moléculas sintéticas já conhecidas e descritas na literatura

(WRIGHT, 2014). Porém, os antibióticos naturais possuem algumas características que fazem

a busca dessas moléculas necessária. São moléculas originais, com uma imensa diversidade

de estruturas químicas e atividades biológicas. A complexidade desses compostos permite que

possuam diferentes modos de ação inibitória sobre os micro-organismos alvos e os

antibióticos de origem microbiana possuem propriedades privilegiadas de penetração na

célula microbiana e afinidade por alvos bacterianos (WITTING; SÜSSMUTH, 2011;

WRIGHT, 2014). Além disso, atualmente os órgãos legisladores da produção de alimentos e

os consumidores demonstra uma progressiva afinidade pelo consumo de produtos naturais,

demonstrando a importância na busca por novos antibióticos naturais. Segundo a consultora

internacional IMS Health Intelligence Applied o mercado farmacêutico global espera ver até

2020 uma mudança contínua em direção aos fármacos naturais. O mercado brasileiro atingirá

87 bilhões de reais em vendas, refletindo assim a importância da descoberta de compostos

naturais com atividades biológicas (GATYAS; SAVAGE, 2010). As técnicas conhecidas

como High Throughput Screening (HTS) são popularmente empregadas na obtenção de novos

compostos biologicamente ativos. Estas permitem o estudo de um grande número de amostras

por vez e podem ser utilizadas no estudo de novos antibióticos naturais, reduzindo tempo e

custos da pesquisa e aumentando o número de compostos obtidos para testes pré-clínicos

(MISHRA et al., 2008).

Diante da importância e necessidade de novos antimicrobianos naturais, e devido à

falta de apoio governamental às indústrias farmacêuticas no desenvolvimento destes

compostos, restam aos institutos de pesquisas o estudo e seleção de novas fontes de

compostos antimicrobianos, assim como novos antimicrobianos naturais, seus modos de ação,

aplicação, segurança e purificação.

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1.2.3 Estratégias na prevenção de desenvolvimento de micro-organismos resistentes

O mau uso terapêutico dos antibióticos e o uso destes compostos na alimentação

animal (como promotores de crescimento) são os maiores contribuintes para o

desenvolvimento de bactérias resistentes (GORBACH, 2001). A administração contínua de

certos antibióticos em pequenas concentrações à ração de animais proporciona aumento

significativo do ganho de peso e previne o desenvolvimento de doenças em animais. Porém, a

presença de resíduos dessas substâncias em produtos para alimentação humana tem gerado

riscos à saúde pública, tornando certos antibióticos ineficientes no combate a determinadas

bactérias (LATHERS, 2001). A União Européia proibiu o uso de antibióticos como

promotores de crescimento desde janeiro de 2006. O Brasil com o objetivo de se adequar às

regras estabelecidas pela União Européia (um dos maiores consumidores de carne brasileira) e

preocupado com as questões de saúde pública, lança o Plano Nacional de Controle de

Resíduos e Contaminantes em carnes (bovina, aves, suína e equina), leite, pescado, mel e

ovos. A qualidade destes produtos é regulamentada pela Instrução Normativa SDA nº 11, do

MAPA de 07 de maio de 2014, para o exercício no ano da publicação (BRASIL, 2014). Além

disso, com a finalidade de evitar o mau uso terapêutico dos antibióticos e restringir o consumo

indiscriminado dessas substâncias, a Anvisa determina como sendo obrigatório a apresentação

de prescrição médica de antibióticos na compra destas substâncias. A RDC nº 20/2011 prevê a

nova norma que regulamenta a venda de antibióticos no Brasil (BRASIL, 2011).

1.3 Fungos filamentosos

1.3.1 Características e importância

Durante muito tempo os fungos foram classificados no Reino vegetal. Características

como ausência de celulose na parede celular (exceto no caso de fungos aquáticos), ausência

de clorofila e incapacidade de armazenar amido como fonte de reserva diferenciam os fungos

das plantas (TRABULSI; TOLEDO; LEMOS, 2008). Por isso, a partir do ano de 1969, os

fungos foram classificados em um novo grupo, o Reino Fungi. Dentro do Reino Fungi existe

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uma grande variedade ecológica, fisiológica e morfológica de organismos que podem ser

diferenciados em três grupos distintos, ou seja, leveduras, fungos filamentosos e cogumelos.

Algumas características são intrínsecas desses organismos. São organismos eucarióticos,

heterotróficos, com presença de quitina na parede celular e quase todos aeróbios. São capazes

de se desenvolver em condições hostis de crescimento como baixo pH, alta pressão osmótica,

baixo teor de umidade e metabolizar substratos complexos. A capacidade destes organismos

em produzir diferentes enzimas permite que o material orgânico seja degradado e os

nutrientes resultantes sejam absorvidos. Além disso, são capazes de se adaptar a diversas

condições de crescimento, o que permite que estes estejam amplamente distribuídos no

ambiente (AZEVEDO, 1997; ESPOSITO; AZEVEDO, 2004; TORTORA; FUNKE; CASE,

2005; MUELLER; SCHMIT, 2007).

A compreensão do metabolismo ou mecanismo de ação de alguns fungos permitiu o

uso destes seres vivos em muitos processos industriais, como nas áreas química, farmacêutica

e de alimentos, que são de grande importância na sociedade. Dentro deste contexto, os fungos

são utilizados em processos biotecnológicos para a obtenção de produtos como antibióticos,

enzimas, vitaminas, polissacarídeos e pigmentos (DEMAIN, 1999). A levedura

Saccharomyces cerevisiae, por exemplo, é amplamente empregada em escala industrial para a

produção de pães e bebidas alcoólicas. O Aspergillus niger é explorado para a produção de

ácido cítrico e enzimas como: α-amilase, celulase, lipase e protease (BENNETT, 1998;

JIANG; AN, 2000; MEYER, 2008). Na indústria farmacêutica, muitos medicamentos foram

obtidos do metabolismo secundário de fungos.

1.3.2 Metabólitos bioativos de fungos

O metabolismo fúngico pode ser dividido em primário e secundário. O primeiro

corresponde às reações químicas que formam produtos essenciais para o crescimento,

desenvolvimento e reprodução desses organismos. Já o segundo, não é indispensável ao

crescimento e sobrevivência do organismo. Os metabólitos secundários são sintetizados a

partir de um ou mais produtos primários em várias rotas biossintéticas e muitos são

biologicamente ativos (DEMAIN; ADRIO, 2008). Em geral, são produtos orgânicos de baixa

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massa molecular, específicos de cada espécie, com grande variedade estrutural (WILLIAMS

et al., 1989). Esses compostos podem ser derivados de aminoácidos, peptídeos não

ribossomais, policetídeos, ácidos graxos e híbridos de policetídeos-peptídeos (KEMPKEN;

ROHLFS, 2010; ROZE; CHANDA; LINZ, 2011).

Os fungos são conhecidos como produtores de uma grande variedade de metabólitos

secundários. A importância da síntese desses compostos ainda não está bem esclarecida,

porém, segundo Demain (1996), esses metabólitos podem exercer funções importantes nos

organismos que os produzem, como hormônios sexuais, armas competitivas contra bactérias,

fungos, amebas, insetos e plantas, agentes de simbiose e efetores de diferenciação.

Apresentam importante papel na indústria farmacêutica, alimentícia, agrícola e veterinária e

condições da cultura, período de incubação, pH do meio, nutrientes e temperatura afetam a

produção destes compostos (DEMAIN, 1996). Portanto, parâmetros como estes podem ser

otimizados com o objetivo de aumentar a produtividade desses compostos de interesse

industrial.

Segundo os autores Brakhage e Schroeckh (2011), estima-se que 23 000 produtos

microbianos bioativos já foram isolados. Desse total, 42 % desses compostos bioativos são

produzidos por linhagens do Reino Fungi (BRAKHAGE; SCHROECKH, 2011), sendo a

classe dos Ascomicetos a mais envolvida. Os gêneros Aspergillus e Penicillium são

responsáveis pela produção de aproximadamente 6 500 desses metabólitos

(SURYANARAYANAN et al., 2009; TAKAHASHI; LUCAS, 2008).

O isolamento de metabólitos fúngicos teve início há muitos anos e esta prática ainda

continua ativa (ARCHER; CONNERTON; MACKENZIE, 2008; SUN et al., 2011). A

prospecção de metabólitos fúngicos é vantajosa quando se compara às demais fontes, porém o

isolamento desses compostos a partir de plantas, algas, anfíbios e insetos podem causar sérios

danos ao ecossistema. No caso dos fungos, estes podem ser cultivados em larga escala em

fermentadores, ocupando um pequeno espaço e não oferecendo prejuízos à natureza. Outra

vantagem observada é que os fungos se adaptam facilmente à mudanças ambientais de

crescimento, permitindo que a cultura seja transportada da natureza para o laboratório

(DEMAIN; ADRIO, 2008). Além disso, com exceção dos insetos, os fungos são os mais

numerosos seres vivos existentes. Estima-se que existam aproximadamente 5,1 milhões de

espécies e que apenas 99 000 tenham sido reportadas na literatura, o que implica que 98 %

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das espécies fúngicas existentes ainda podem ser descobertas e exploradas (BLACKWELL,

2011; MYOBATAKE et al., 2014). Além disso, estima-se que aproximadamente 10 % da

diversidade mundial de fungos ocorra no Brasil (LEWINSOHN; PRADO, 2005). Desta

forma, a biodiversidade e a habilidade dos fungos em produzir diversos metabólitos

secundários fazem desses micro-organismos importantes fontes a serem exploradas no

isolamento de novos compostos bioativos e moléculas de interesse econômico.

1.3.3 Cultivo e produção de compostos bioativos

Os fungos são micro-organismos metabolicamente versáteis e suas diferentes

condições de cultivo influenciam na biossíntese de metabólitos secundários. A literatura

demonstra que diferentes condições já foram exploradas na produção de compostos bioativos

por fungos filamentosos (ARCHER; CONNERTON; MACKENZIE, 2008).

A fermentação submersa (FS) é um processo fermentativo que ocorre em situações de

excesso de água e, de acordo com a literatura, é o mais empregado na indústria para produção

de metabólitos secundários por fungos filamentosos, principalmente por facilitar processos em

larga escala (GIBBS; SEVIOUR; SCHMID, 2000; LE KER et al., 2011). Porém, os fungos

filamentosos se desenvolveram, na maior parte da história evolucionária, em ambientes

terrestres, consequentemente, o cultivo destes micro-organismos em meio líquido pode

reduzir sua eficiência metabólica destes (HÖLKER; HÖFER; LENZ, 2004).

A fermentação em estado sólido (FES) é designada como um processo que utiliza

materiais sólidos como fonte de nutrientes, sendo que estes suportes físicos podem ser de

diferentes naturezas. A produção de metabólitos secundários por FES permite a obtenção de

um produto mais concentrado (ROBINSON; SINGH; NIGAM, 2001). Como exemplo, a

produção de antibióticos nesta condição de cultivo está associada com elevados rendimentos

em curto período de tempo de cultivo, quando comparada à FS (BIGELIS et al., 2006). A

grande produção agroindustrial do Brasil é responsável pela geração de grandes quantidades

de resíduos, os quais podem ser explorados para outras finalidades, como substratos da FES

para produção de compostos bioativos (NIGAM, 2009; LOPES et al., 2012). As vantagens do

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uso destes resíduos são o baixo custo destas matrizes, a abundância com que são encontrados

e diminuição dos prejuízos ambientais (LOPES et al., 2012).

O cultivo em superfície de ágar é o método mais utilizado no isolamento, seleção,

cultivo e conservação de micro-organismos. Além disso, muitos trabalhos têm demonstrado o

potencial deste método de cultivo na produção de metabólitos bioativos (ADELIN et al.,

2011; CARVALHO et al., 2012; LE GOFF et al., 2013; LE KER et al., 2011). Alguns dos

benefícios são os maiores rendimentos e a obtenção de uma grande variedade de metabólitos

(Tabela 2). No estudo com o fungo endofítico Chaetomium globosum JN11454, por exemplo,

isolado da folha de uma planta medicinal egípcia, foi avaliada sua atividade biológica quando

cultivado em diferentes meios. Cinco meios foram analisados: aveia, arroz, caldo yeast malt

glicose, ágar batata dextrose (PDA) e meio Czapek. O extrato do fungo C. globosum cultivado

em PDA demonstrou ser o mais promissor na obtenção de compostos bioativos antioxidante,

anticâncer e antimicrobianos (SELIM et al., 2014). Outros trabalhos, utilizando este meio de

cultivo na produção de compostos bioativos também demonstraram bons resultados

(CARVALHO et al., 2012; LIN et al., 2010).

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Tabela 2. Vantagens do cultivo de fungos em superfície de ágar com relação à FS e FES

(adaptada de ADELIN et al., 2011).

Parâmetros FS Cultivo em superfície de

ágar FES

Substrato

Substrato solúvel,

composição

controlada

Substrato solúvel, composição

controlada

Substrato insolúvel,

composição não

controlada

Esterilização Eficiente Eficiente Ineficiente

Consumo de água Elevado consumo Consumo limitado Consumo limitado

Aquecimento Fácil controle Fácil controle Baixa transferência

de calor

Oxigênio Elevado consumo Baixo consumo Baixo consumo

Produção em alta escala Fácil Não disponível Ineficiente

Inóculo Homogêneo e fácil Homogêneo e fácil Heterogêneo

Consumo de energia Alto Baixo Baixo

Rendimento da produção

de metabólitos bioativos Baixo Moderado Moderado

Concentração de

metabólitos bioativos Baixa Alta Alta

1.3.4 Principais antibióticos produzidos por fungos filamentosos

1.3.4.1 β-Lactâmicos

As moléculas deste grupo representam os antibióticos naturais de maior importância

na história da medicina, sendo os primeiros utilizados no tratamento terapêutico de infecções

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bacterianas. Caracterizam-se por uma estrutura central, denominada núcleo, o anel β-

lactâmico. A origem do grupo β-lactâmico permite classificar essas moléculas em:

penicilinas, cefalosporinas, carbapens e compostos β-lactâmicos monocíclicos (TAHLAN;

JENSEN, 2013). O mecanismo de ação dessas moléculas é pela inibição das transpeptidases,

enzimas responsáveis pela síntese das ligações transversais entre cadeias de peptideoglicano.

A construção da parede celular pode ser comprometida, tornando a membrana celular frágil, e

pode ocorrer a lise (TORTORA; FUNKE; CASE, 2005).

A penicilina G (Figura 3 (1)), isolada inicialmente a partir do fungo Penicillium

notatum, foi o primeiro antibiótico β-lactâmico introduzido no mercado no ano de 1940. Dez

anos mais tarde, outro antibiótico deste grupo foi isolado, a cefalosporina C (Figura 3 (2)),

produzida pelo fungo Cephalosporium acremonium. Atualmente, P. chrysogenum e

Acremonium chrysogenum são as espécies utilizadas para a produção destes antibióticos,

respectivamente. O maior problema enfrentado pelos β-lactâmicos neste momento é o

desenvolvimento de bactérias resistentes a estes compostos, devido à produção de enzimas

que hidrolisam esses antibióticos (β-lactamases) (ALY; DEBBAB; PROKSCH, 2011).

1.3.4.2 Griseofulvina

Um dos primeiros antifúngicos naturais, a griseofulvina (Figura 3 (3)), é pertencente

ao grupo dos policetídeos e é produzida pelo fungo P. griseofulvum. Possui efeito

fungiostático e é utilizada no tratamento de infecções da pele, cabelo e unhas causadas por

Epidermophyton floccosum e espécies de Microsporum e Trichophyton. O mecanismo de ação

deste antifúngico é através da ligação com tubulinas, proteínas que formam os microtubos,

interferindo na função destas estruturas e impedindo a mitose (ALY; DEBBAB; PROKSCH,

2011; CHADEGANIPOUR; NILIPOUR; HAVAEI, 2004; CORVIS et al., 2006).

Além do fungo P. griseofulvum, outras espécies já foram descritas como produtoras de

griseofulvina, P. patulum, P. urticae, P. nigricans, P. sclerotigenum e Aspergillus versicolor

são algumas delas. Os fungos produtores deste composto já foram isolados em diversos

ecossistemas. Como exemplo, a espécie P.waksmanii, isolada do ambiente marinho (PETIT et

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al., 2004) e a cepa Xylaria sp. strain F0010, fungo endofítico isolado de Abies holophylla

(PARK et al., 2005).

1.3.4.3 Ácido Fusídico

O ácido fusídico (Figura 3 (4)), isolado da fermentação de Fusidium coccineum, é um

antibiótico de espectro reduzido, capaz de inibir bactérias Gram-positivas (COLLIGNON;

TURNIDGE, 1999; FALAGAS; GRAMMATIKOS; MICHALOPOULOS, 2008). É utilizado

no tratamento de infecções causadas por S. aureus e o seu mecanismo de ação é através da

inibição da síntese protéica (MUSMADE et al., 2013). É classificado quanto a sua estrutura

química como um antibacteriano esteróide (ANDERSON, 1980). Estudos in vitro

demonstraram esse composto sendo mais eficaz que outros antibióticos, no tratamento de

infecções causadas por S. aureus resistentes à meticilina (MRSA) (GUENTHNER;

WENZEL, 1984).

1.3.4.4 Equinocandinas

As equinocandinas representam a mais nova classe de drogas aprovadas, utilizadas no

tratamento de infecções fúngicas (BAUER; BRÖNSTRUP, 2014). A equinocandina B (Figura

3 (5)), produzida pelos fungos A. nidulans var. echinolatus, A. nidulans var. roseus e A.

rugulosus, foi o primeiro tipo de equinocandina natural isolada. O mecanismo de ação destes

compostos é através da inibição não competitiva da enzima β- l, 3-glucano-sintetase, a qual

impede a formação de β-glucanos, componente essencial da parede celular de alguns fungos,

resultando em instabilidade osmótica e lise celular. O modo de ação nas paredes celulares de

fungos torna esses antifúngicos pouco tóxicos às células humanas (KATHIRAVAN et al.,

2012). Em geral, a estrutura química dos compostos pertencentes a este grupo baseia-se em

hexapeptídeos cíclicos ligados a uma cadeia lateral alifática de diferentes comprimentos

(CHEN et al., 2013). As equinocandinas são fungicidas contra Candida sp., e fungistática

contra algumas espécies de Aspergillus e Pneumocystis carynii, não sendo ativas contra

Cryptococcus sp. (que possui α-glucanos em sua parede celular), Fusarium sp. e Rhizopus sp.

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(EMRI et al., 2013). Outras equinocandinas naturais são conhecidas, entre elas a

Pneumocandina B0, produzida pelo fungo Glarea lozoyensisc, a qual juntamente com a

equinocandina B, deram origem a alguns antibióticos semi-sintéticos: Caspofungina, primeira

equinocandina semi-sintética aprovada, Anidulafungina e Micafungina (ALY; DEBBAD;

PROKSCH, 2011).

1.3.4.5 Sordarinas

As sordarinas (Figura 3 (6)) representam uma classe de compostos antifúngicos, os

quais inibem a síntese protéica de fungos (VICENTE et al., 2009). São glicosídeos

diterpênicos tetracíclicos, primeiramente isolados da fermentação por Sordaria araneosa,

efetivos contra cepas de C. albicans, C. tropicalis, C. kefir e Cryptococcus neoformans, e

algumas cepas de fungos filamentosos, como Aspergillus spp., Histoplasma capsulatum,

Paracoccidioides brasiliensis, Blastomyces dermatitidis e Coccidioides immitis (MISIEK;

HOFFMEISTER, 2007).

1.3.4.6 Esclerotiorina

Os policetídeos representam uma classe de metabólitos secundários produzidos por

diversos organismos, inclusive pelos fungos. Apresentam uma das maiores diversidades

estruturais entre os produtos naturais, incluindo polifenóis, polienos e macrolídeos

(SIMPSON; COX, 2012). A maioria destes compostos está relacionada a alguma atividade

biológica, entre elas, atividade antibacteriana e antifúngica (PASTRE et al., 2007).

A esclerotiorina (Figura 3 (7)) é um policetídeo pertencente à classe das azafilonas e é

relatada na literatura por possuir várias propriedades biológicas (CHIDANANDA; SATTUR,

2007). É produzida por diferentes espécies de fungo, como por exemplo, pelas cepas de P.

frequentans e P. sclerotiorum. No estudo da esclerotiorina produzida por P. frequentans essa

molécula demonstrou boa atividade antibacteriana e potente inibição da aldose redutase,

enzima envolvida em sérias complicações do diabetes (CHIDANANDA; RAO; SATTUR,

2006). Com relação à espécie P. sclerotiorum, nos estudos de Lucas, Castro e Takahashi

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(2007) e Takahashi et al. (2008) que mostram a atividade antimicrobiana de fungos isolados

do solo do Cerrado brasileiro, a espécie P. sclerotiorum apresentou uma das melhores

atividades, sendo capaz de inibir as cepas de E. coli, S. aureus, Salmonella typhimurium,

Streptococcus pyogenes, Listeria monocytogenes e C. albicans. A bioatividade foi relacionada

a alguns metabólitos isolados, entre eles a esclerotiorina (LUCAS; CASTRO; TAKAHASHI,

2007; TAKAHASHI et al., 2008). Este composto possui efeito bacteriostático sobre bactérias

gram-positivas e gram-negativas e atividade antifúngica (BAO et al., 2010), o que sugere que

esta molécula possua amplo espectro de atividade.

1.3.4.7 Peptídeos com ação antibiótica

Os peptídeos-antibióticos são metabólitos secundários bioativos produzidos

exclusivamente por fungos filamentosos, sendo estes na maioria dos casos pertencentes aos

gêneros Trichoderma, Acremonium, Paecilomyces e Emericellopsis (DEGENKOLB et al.,

2003; MARIK, et al., 2013). Essas moléculas são definidas como peptídeos lineares, com

massa molecular entre 500 e 2 200 Da (entre 5 e 21 resíduos de aminoácidos), contendo

aminoácidos incomuns, como ácido α-aminobutírico e isovalina, devido a biossíntese destes

peptídeos ser não ribossomal (DEGENKOLB; KIRSCHBAUM; BRÜCKNER, 2007). O

interesse nestas moléculas é devido à necessidade de novos antibióticos e da capacidade delas

possuírem também outras atividades biológicas (CARROUX et al., 2013). Segundo estudos,

os peptídeos antibióticos são capazes de formar poros na bicamada lipídica das membranas,

podendo possuir atividade antibacteriana, antifúngica, antiviral e antiparasitária

(DEGENKOLB et al., 2003; SHI et al., 2012).

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Figura 3. Estrutura química dos antibióticos penicilina G (1), cefalosporina C (2),

griseofulvina (3), ácido fusídico (4), equinocandina B (5), sordarina (6), esclerotiorina (7) e

ácido kójico (8).

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1.3.4.8 Ácido kójico

O ácido kójico (Figura 3 (8)) é um metabólito secundário produzido por fungos dos

gêneros Aspergillus, Penicillium e Trichoderma. (KIM et al., 2013; SALEH et al., 2011). Na

produção deste ácido orgânico, diferentes fontes de carbono podem ser utilizadas, como

glicose, sacarose, acetato, etanol, arabinose e xilose (BURDOCK; SONI; CARABIN, 2001).

Diferentes bioatividades já foram relacionadas ao ácido kójico, entre elas a atividade

antimicrobiana (AYTEMIR; OZÇELIK, 2010). Isso permite o uso deste composto como

conservante natural de alimentos, sendo efetivo contra cepas de S. aureus e E. coli (LIU et al.,

2013).

1.4 Importância dos micro-organismos em alimentos e saúde escolhidos para o presente

estudo

Dados atualizados disponibilizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS),

apontam doenças infecciosas entre as dez maiores causas mundiais de morte na década

passada. Além disso, a diarréia, causada na maioria dos casos pelo consumo de alimentos

contaminados, é a quinta maior causa, levando 1,9 milhões de pessoas à morte no ano de 2011

(OMS, 2013).

Muitas técnicas de conservação de alimentos já são conhecidas e aplicadas. Apesar

disso, a contaminação e as doenças transmitidas por alimentos ainda são desafios a serem

solucionados. No ano de 2000, foi determinado pela OMS que a segurança dos alimentos é

um problema de saúde pública. A maioria dos casos de Doenças Transmitidas por Alimentos

(DTAs) estão associados aos mesmos sintomas gastrointestinais: náusea, vômito e diarréia.

Poucos casos necessitam de cuidados médicos, porém, quando isso acontece, os sintomas

envolvidos se confundem com os de outras doenças, dificultando o diagnóstico DTAs. Outros

sintomas podem estar relacionados a elas como artrite, desordens autoimmunes, encefalopatia,

meningite e septicemia (KASOWSKI; GACKSTETTER; SHARP, 2002). O que significa que

casos sérios podem ser desenvolvidos por essas doenças, principalmente no acometimento do

grupo de risco (crianças, idosos e imunocomprometidos). No Brasil, os agentes etiológicos

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associados aos maiores números de casos de surtos de DTAs entre 2000 e 2012 foram:

Salmonella sp. (envolvida em 39,38 % dos casos), S. aureus (19,79 %), B. cereus (7,60 %) e

E. coli (12,37 %) (BRASIL, 2013). Desta forma, é necessário o descobrimento de compostos

antimicrobianos alternativos eficientes, com diferentes mecanismos de ação e que possam ser

aplicados como compostos alternativos na conservação de alimentos e no tratamento

terapêutico de infecções causadas por estes micro-organismos.

Outro grande problema enfrentado nos últimos anos são as infecções causadas por

fungos, como a C. albicans. Isso se deve ao aumento do número de pessoas

imunocomprometidas que adquirem essas infecções, o que inclui: indivíduos portadores da

síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) e pacientes que recebem tratamentos

terapêuticos como agentes anti-neoplásicos, imunossupressores ou antibióticos de amplo

espectro. O efeito tóxico e a falta de eficácia dos antifúngicos existentes justificam o

descobrimento de novos antifúngicos naturais eficientes (JIANG; AN, 2000; SASIDHARAN

et al., 2008).

Historicamente, os fungos foram importantes fontes de compostos naturais

antimicrobianos. Sua grande biodiversidade permite o descobrimento de fungos nunca antes

estudados e metabólitos com atividades desconhecidas. Desta forma, o presente trabalho teve

como objetivo selecionar linhagens de fungos filamentosos silvestres, isolados das Regiões de

Cerrado e Mata Atlântica do Estado de São Paulo, com potencial para produção de compostos

antimicrobianos contra os micro-organismos alvo escolhidos nesta pesquisa: S. aureus, B.

cereus, E. coli, S. choleraesuis e C. albicans. A Tabela 3 apresenta algumas características

destes micro-organismos.

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Tabela 3. Características dos micro-organismos estudados para atividade antimicrobiana.

Micro-organismo Características

morfológicas Doenças/ Infecção Referência

S. aureus Bactéria Gram-

positiva

Intoxicação alimentar,

Pneumonia, Bacteremia,

Impetigo, Foliculite e

Osteomielite

KLOOS;

BANNERMAN,

1995

B. cereus Bactéria Gram-

positiva

Gastroenterite e Infecções

pulmonares BOTTONE, 2010

E. coli Bactéria Gram-

negativa

Gastroenterite, Infecção

urinária, Meningite e

Septicemia

KONEMAN et

al., 2001

S. choleraesuis Bactéria Gram-

negativa

Gastroenterite, Bacteremia,

Infecções extra-intestinal em

outros órgãos

CHIU; SU; CHU,

2004

C. albicans Fungo

leveduriforme

Candidíase oral e vaginal,

Infecções hospitalares

ODDS, 1994;

TUOMANEN,

1996;

DENNING, 2003

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2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 Meios de cultura

Os meios de cultura utilizados neste estudo foram preparados segundo as

recomendações do fabricante e esterilizados a 121 ºC por 15 min.

Meio de cultura BDA (Ágar batata dextrose): foi utilizado para o isolamento das

culturas de fungos filamentosos, bem como, para a manutenção, crescimento e obtenção dos

extratos, os quais foram analisados quanto ao seu potencial antimicrobiano.

Meio de cultura NA (Ágar Nutriente com 0,1 % de glicose) e NB (Caldo Nutriente

com 0,1 % de glicose): Foram utilizados para o crescimento, manutenção e preparo do

inóculo das bactérias patogênicas utilizadas como micro-organismos alvo neste estudo. O

meio de cultura NB possui a mesma composição do NA, exceto pela presença de ágar.

Meio de cultura YMA (Yeast Malt Ágar com 2 % de glicose) e YMB (Caldo Yeast

Malt com 2 % de glicose): foram utilizados para o crescimento, manutenção e preparo do

inóculo da levedura patogênica utilizada como um dos alvos neste estudo. O meio de cultura

YMB (Difco, Detroit, Estados Unidos) possui a mesma composição do YMA, exceto pela

presença de ágar.

A composição dos referidos meios estão apresentadas na Tabela 4.

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Tabela 4. Composição dos meios de cultura utilizados neste estudo.

Meio de Cultura Composição ( 1000 mL de água destilada)

BDA (Difco, Detroit, Estados Unidos)

4 g de amido de infusão de batata

20 g de dextrose

15 g de ágar

NA (Difco, Detroit, Estados Unidos)

3 g de extrato de carne

5 g de peptona

15 g de ágar

1 g de dextrose

YMA (Difco, Detroit, Estados Unidos)

3 g de extrato de levedura

3 g de extrato de malte

5 g de peptona

30 g de dextrose

20 g de ágar

2.2 Isolamento das culturas de fungos filamentosos

2.2.1 Coleta das amostras

As amostras de solo para o isolamento dos micro-organismos foram coletadas nas

regiões de Mata Atlântica e Cerrado do Estado de São Paulo, em locais cuja biodiversidade

ainda é mantida e pouco explorada. As amostras da região de Mata Atlântica foram coletadas

no Parque Estadual da cidade de Ilhabela (23° 50' 40,8" S e 45° 19' 26,6" W) e as amostras da

região de transição entre Cerrado e Mata Atlântica, em Barão Geraldo (22° 49' 40,2" S e 47°

04' 48,5" W), distrito pertencente à Campinas (Figura 4). O projeto de pesquisa referente ao

programa Biota recebeu autorização do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq) para acessar e remeter amostras de componentes do Patrimônio

Genético, com a finalidade de pesquisa científica. Essa autorização foi registrada sob número

010662/2013-8 (ANEXO A).

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Com o auxílio de espátulas e sacos de polietileno estéreis, foram coletadas ao acaso

amostras de solo da superfície de até no máximo 5 cm de profundidade, assim como flores,

frutos e sementes encontrados na serrapilheira. Na região de Mata Atlântica do município de

Ilhabela foram coletadas 28 amostras e na região de transição entre Mata Atlântica e Cerrado

de Barão Geraldo (distrito de Campinas) foram coletadas 15 amostras. Em seguida, as

amostras obtidas foram transportadas para o Laboratório de Bioquímica de Alimentos (FEA,

Unicamp), local em que todos os experimentos desta pesquisa foram desenvolvidos.

Figura 4. Inventário Florestal da vegetação nativa do Estado de São Paulo (SIFESP, 2009);

Floresta Ombrófila densa, Floresta Ombrófila mista, Floresta Estacional

Semidecidual, Savana, Formação Arbórea/ Arbustiva em Região de Várzea,

Formação Arbórea/ Arbustiva- Herbácea de Terrenos Marinhos Lodosos,

Formação Pioneira Arbustiva- Herbácea sobre sedimentos Marinhos Recentes,

Represa, Curso d’ água, Área Urbana, Unidade de Conservação,

Bacia hidrográfica; Ilhabela , Barão Geraldo (Regiões de coleta das amostras para o

isolamento dos micro-organismos).

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2.2.2 Isolamento e conservação das culturas de fungos filamentosos

Para o isolamento dos micro-organismos foi realizada a diluição das amostras

coletadas. Retirou-se, de forma representativa, 1 g de cada amostra e esta foi diluída em 10

mL de água destilada esterilizada. Alçadas de cada amostra foram plaqueadas através da

técnica de semeadura em superfície (estrias simples), em meio de cultura BDA suplementado

com cloranfenicol (50 ppm) para suprimir o crescimento bacteriano. As placas de Petri foram

mantidas a 30 ºC em estufa Fanem (modelo 002, São Paulo, Brasil) por até 72 h. A cada 24 h,

foi observado o crescimento de culturas filamentosas puras, as quais foram transferidas para

tubos com BDA inclinado que, por sua vez, foram incubados a 30 ºC até o crescimento

favorável da cultura. A conservação das culturas de fungos filamentosos isoladas foi feita em

tubos com BDA inclinado a 4 °C. A renovação das culturas foi feita periodicamente para

manutenção dos micro-organismos.

As culturas isoladas foram nomeadas de acordo com o local da coleta, Ilhabela e Barão

Geraldo (recebendo os códigos IB e BG, respectivamente) e, além disso, o número da amostra

na qual foi feita o isolamento e letras sequenciais para sua distinção. Os micro-organismos

isolados foram incorporados à Coleção de Micro-organismos do Laboratório de Bioquímica

de Alimentos, FEA- UNICAMP (CMLB).

2.2.3 Estudo morfológico macroscópico das linhagens fúngicas estudadas

As culturas de fungos filamentosos isoladas foram estudadas quanto à morfologia das

colônias. Características como presença de filamentos, textura da colônia, cor e produção de

pigmentos difundidos no meio foram analisadas.

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2.3 Seleção de micro-organismos potenciais para produção de compostos bioativos com

atividade antimicrobiana

2.3.1 Culturas de fungos filamentosos estudadas

As culturas de fungos filamentosos isoladas a partir das amostras coletadas em

Ilhabela e Barão Geraldo, juntamente com algumas culturas de fungos já pertencentes à

CMLB foram estudadas quanto ao seu potencial antimicrobiano. Ao todo, 169 culturas de

fungos filamentosos foram estudadas e são apresentadas nas Tabelas 5 e 6.

Tabela 5. Fungos filamentosos estudados, pertencentes à CMLB.

Classificação das culturas da CMLB

RP 3 RP 24 RP 148 RP 164 RP 225 RP 331 RP 396 RP 480

RP 9 RP 59 RP 153 RP 180 RP 255 RP 347 RP 406 RP 488

RP 13 RP 63 RP 156 RP 184 RP 261 RP 361 RP 462 RP 1215

RP 16 RP 88 RP 159 RP 208 RP 314 RP 366 RP 471 RP 1701

RP 20 RP 143 RP 162 RP 216 RP 318 RP 367 RP 478

Fungos identificados pertencentes à CMLB

Paecilomyces variotii Aspergillus sp. 1099 P. corylophilum

Rhizopus sp. Fusarium sp. Fusarium graminearum

Trichoderma harzianum A. niger Aspergillus sp.

Aspergillus sp. 1068 Acremonium strictum

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Tabela 6. Fungos filamentosos estudados, isolados da região de Mata Atlântica, do município

de Ilhabela e da região de transição entre Mata Atlântica e Cerrado do distrito de Barão

Geraldo (Campinas).

Classificação das culturas de Ilhabela

IB 3A IB 6D IB 14A IB 18A IB 27B IB 33C IB 36C IB 40A IB 44G

IB 4B IB 6E IB 14B IB 23A IB 31A IB 34A IB 37A IB 44A IB 45B

IB 4C IB 7A IB 14C IB 23B IB 31C IB 35A IB 38A IB 44B IB 49A

IB 6A IB 8A IB 16A IB 24A IB 32A IB 35B IB 38B IB 44C IB 49C

IB 6B IB 10B IB 17A IB 25A IB 33A IB 36A IB 38D IB 44D IB 50A

IB 6C IB 13A IB 17B IB 27A IB 33B IB 36B IB 38E IB 44E IB 50B

Classificação das culturas de Barão Geraldo

BG1A BG3C BG 5A BG 8B BG 9F BG 13C BG 14F BG 15C

BG 15D

BG 16A

BG16B

BG 16C

BG 16D

BG 16E

BG 16F

BG1B BG3D BG 5B BG 8C BG 10A BG 13D BG 14G

BG1C BG3E BG 5C BG 8D BG 10B BG 13E BG 14H

BG1D BG3F BG 5D BG 9A BG 10C BG 14A BG 14I

BG2A BG 4A BG 6A BG 9B BG 10D BG 14B BG 14J

BG2B BG 4B BG 7A BG 9C BG 11A BG 14C BG 14K

BG 3A BG 4C BG 7B BG 9D BG 13A BG 14D BG 15A

BG3B BG 4D BG 8A BG 9E BG13B BG 14E BG 15B

2.3.2 Cultivo e preparação do extrato

Para a obtenção dos extratos, as culturas de fungos filamentosos foram cultivadas em

superfície de ágar em tubos de BDA inclinado, a 30 °C em estufa Fanem por 120 h, seguindo

a metodologia descrita por Conti et al. (2012) e Le Ker et al. (2011). Em seguida, foi

adicionada água destilada esterilizada (1 a 2 mL) a cada tubo e com o auxílio de uma alça de

inoculação foi feita uma raspagem da superfície do ágar para dissolução dos esporos e

metabólitos. O extrato aquoso obtido foi filtrado e esterilizado com filtros Millipore estéreis,

com poros de 0,22 µm de diâmetro e armazenados em microtubos estéreis -20 °C.

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2.3.3 Atividade antimicrobiana

2.3.3.1 Micro-organismos alvo

O potencial antimicrobiano dos fungos foi avaliado contra cepas patogênicas cedidas

pela Divisão de Microbiologia do Centro Pluridisciplinar de Pesquidas Químicas, Biológicas

e Agrícolas (CPQBA) da Unicamp e também pelo Laboratório de Higiene e Legislação

(DTA, FEA, Unicamp). Os micro-organismos alvo utilizados nessa pesquisa foram: as

bactérias gram-positivas B. cereus e S. aureus ATCC 6538; as gram-negativas E. coli ATCC

11229 e S. choleraesuis ATCC 14028; e a levedura C. albicans ATCC 10231. As bactérias

foram cultivadas em tubos com NA inclinado e a levedura em tubos com YMA inclinado. A

manutenção destas culturas foi feita em tubos com ágar inclinado, a 4 °C.

2.3.3.2 Preparo do inóculo

Para os ensaios de atividade antimicrobiana, o inóculo dos micro-organismos

patogênicos foi preparado com o auxílio de uma alça de inoculação retirando-se uma alçada a

partir da cultura do micro-organismo cultivado em tubos com ágar inclinado, e esta foi

transferida para frascos do tipo Erlenmeyer de 250 mL com 75 mL do caldo apropriado. As

bactérias foram cultivadas em NB e a levedura em YMB. Os frascos foram incubados com

agitação de 150 rpm em uma incubadora com agitação orbital (modelo TE-421, Tecnal,

Brasil) na temperatura ideal de crescimento de cada micro-organismo (Tabela 7). A

concentração do inóculo dos micro-organismos alvo em teste foi padronizada pela leitura da

absorbância a 490 nm e 600 nm, para as bactérias e para a levedura, respectivamente, em

espectrofotômetro (modelo DU®640, Beckman CoulterTM

, Estados Unidos). O meio cultivo

foi utilizado como branco. As condições de cultivo utilizadas para cada micro-organismo

estão apresentadas na Tabela 7.

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Tabela 7. Condições de cultivo para o preparo do inóculo dos micro-organismos alvo deste

estudo.

Micro-organismo Condições de

cultivo

Período de

crescimento

Abs¹ do

inóculo

B. cereus 37 ºC/ 150 rpm 4 h 0,6 – 0,7

E. coli ATCC 11229 37 ºC/ 150 rpm 4 h 0,6 – 0,7

S. aureus ATCC 6538 37 ºC/ 150 rpm 6 h 0,6 – 0,7

S. choleraesuis ATCC 14028 37 ºC/ 150 rpm 6 h 0,6 – 0,7

C. albicans ATCC 10231 30 ºC/ 150 rpm 8 h 0,1 – 0,2

¹Leitura da absorbância do inóculo, medida a 490 nm para bactérias, e a 600 nm para

levedura.

2.3.3.3 Ensaios de atividade antimicrobiana

Os ensaios de atividade antimicrobiana foram conduzidos pelo método de

microdiluição em microplacas estéreis de 96 compartimentos (modelo 3595, Corning® e

Costar®, EUA) e é baseado na metodologia proposta por Eloff (1998), com algumas

modificações. Foram estudadas duas concentrações do extrato aquoso obtido para cada

cultura de fungo (Item 2.3.2), 10 e 20 % do volume total de cada compartimento, o que

corresponde a 20 e 40 µL, para um volume final de 200 µL/compartimento. A estes extratos

foram adicionados 50 µL/compartimento do meio de cultivo apropriado (NB 0,1 % de

glicose, para bactérias e YMB 2 % de glicose, para a levedura) e 50 µL/compartimento do

inóculo do micro-organismo alvo. Os compartimentos foram completados com água destilada

esterilizada, para um volume final de 200 µL/compartimento.

Foi feito também, em todas as microplacas, o branco de cada extrato, o controle do

inóculo e o controle do meio de cultura. O branco foi realizado nas duas concentrações

estudadas, para que não houvesse influência da cor das amostras na leitura da absorbância, e

foram constituídos pelo extrato (20 e 40 µL) e o conteúdo completado com água destilada

esterilizada para um volume final de 200 µL. O controle do inóculo, ou controle negativo, foi

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adotado como referência para verificar o potencial de inibição dos extratos estudados e foi

preparado da mesma forma realizada para as amostras, sendo constituído por 50 µL do caldo

apropriado (NB ou YMB), 50 µL do inóculo e 100 µL de água destilada estéril. O controle do

meio de cultura foi constituído por 200 µL do caldo apropriado e foi utilizado como controle

da esterilidade do meio. Todos experimentos foram realizados em duplicata.

Nos ensaios com as bactérias, as microplacas foram incubadas a 37 °C em estufa

Fanem por 20 h. Como indicador de crescimento microbiano, foi adicionado 20

µL/compartimento do reagente cloreto de iodonitrotetrazólio – INT (Identificação I8377,

Sigma-Aldrich, Saint Louis, EUA) dissolvido em água na concentração de 4 mg mL-1

(concentração recomendada pela Sigma-Aldrich), 30 minutos antes da leitura das placas. O

crescimento bacteriano foi quantificado por colorimetria, pela leitura da absorbância em um

leitor de microplacas FLUOstar OPTIMA (BMG Labtech, Alemanha), a 490 nm. No caso dos

ensaios com a levedura, as microplacas foram mantidas a 30 °C por 20 h e o crescimento

fúngico foi quantificado por densidade óptica pela leitura da absorbância das microplacas a

600 nm. O percentual de inibição do crescimento microbiano foi calculado pela seguinte

fórmula:

( ) ( ) ( )

( )

2.4 Estudo da atividade antimicrobiana das culturas de fungos selecionadas

2.4.1 Preparação do extrato dos fungos com maior potencial antimicrobiano

Os fungos filamentosos que apresentaram maior atividade antimicrobiana contra os

micro-organismos alvos estudados foram cultivados nas mesmas condições anteriormente

citadas (descrito no item 2.3.2), e a obtenção dos extratos também foi conduzida da mesma

forma. Os extratos obtidos foram congelados a -20 ºC e em seguida liofilizados em um

liofilizador de bancada (Liotop L101, Liobras Indústria Comércio e Serviço de Liofilizadores

Ltda, São Carlos, Brasil) durante 48 h. Os extratos liofilizados foram armazenados a -20 ºC

em frascos de polietileno fechados. Para a condução dos estudos posteriores, os extratos

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liofilizados foram solubilizados em uma concentração conhecida de 80 mg mL-1

nos meios de

cultivo utilizados em cada experimento (NB 0,1 % de glicose para bactérias e YMB 2 % de

glicose para a levedura). Em seguida, as soluções de extrato preparadas foram filtradas e

esterilizadas com filtros Millipore estéreis com poros de 0,22 µm de diâmetro e armazenadas

em frascos de vidro estéreis sob congelamento a -20° C.

2.4.2 Determinação da Concentração Mínima Inibitória (MIC) pela técnica de microdiluição e

monitoramento da atividade antimicrobiana

A MIC foi determinada para os fungos filamentosos que apresentaram maior potencial

antimicrobiano contra as linhagens de micro-organismos alvo deste estudo. O preparo do

inóculo dos micro-organismos patogênicos testadas foi preparado nas mesmas condições

descritas no item 2.3.3.2, padronizando a concentração do inóculo a ser utilizado pela leitura

da absorbância.

A MIC foi avaliada pelo método de microdiluição, baseado nas metodologias

propostas por Eloff e Zgoda e Porter com algumas modificações (ELOFF, 1998; ZGODA;

PORTER, 2001). Os experimentos foram realizados em triplicata e foram estudadas 10

concentrações de extrato. Em uma microplaca estéril de 96 compartimentos (modelo 3595,

Corning®

e Costar®

, EUA) foram depositados da primeira coluna até a décima coluna, 50 µL

do caldo apropriado para o experimento (NB 0,1 % de glicose para bactérias e YMB 2 % de

glicose para levedura). Nos três primeiros compartimentos, da primeira e segunda coluna,

foram depositados 50 µL do extrato (80 mg mL-1

). O conteúdo dos compartimentos da

segunda coluna foi homogeneizado com o auxílio de uma pipeta automática multicanal

(Pipetman Neo® Multichanel, Gilson, EUA) e 50 µL do conteúdo destes compartimentos

foram transferidos para os compartimentos da terceira coluna. Este procedimento foi repetido

até a décima coluna e os 50 µL finais foram desprezados. Desta forma, foram realizadas

diluições seriadas do extrato e as concentrações entre 20 e 0,04 mg mL-1

foram obtidas. Em

seguida, 50 µL de inóculo foram adicionados até a décima coluna, e o volume final dos

compartimentos completados com meio de cultivo para 200 µL. Para cada microplaca foi

realizado o controle do inóculo (sem o extrato), o controle dos extratos em todas as

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concentrações estudadas (sem inóculo) e o controle do meio de cultivo. O controle do inóculo

foi preparado com 50 µL de inóculo e 150 µL de meio de cultivo, e o controle dos extratos foi

preparado da mesma maneira que as amostras, substituindo-se o inóculo e o meio de cultivo

por água destilada estéril (Figura 5). As microplacas foram incubadas por 20 h em um leitor

de placas FLUOstar OPTIMA, nas condições de temperatura para cada micro-organismo

analisado, 37 ºC e 30 ºC, para as bactérias e para a levedura, respectivamente. O crescimento

bacteriano e da levedura foi monitorado por medições da densidade óptica, com leituras da

absorbância a cada 30 min. Antes de cada leitura era feita a agitação da placa (150 rpm/60 s).

As leituras de absorbância foram feitas a 490 nm (bactérias) e 600 nm (leveduras)

(LEHTINEN et al., 2006). Com isso, foram geradas curvas de crescimento, com o objetivo de

se observar a atividade antimicrobiana dos extratos ao longo do tempo de crescimento dos

micro-organismos alvo.

Nos estudos em que os micro-organismos alvos eram bactérias foi adicionado, após o

período de incubação, 20 µL/compartimento do reagente INT (Sigma-Aldrich) dissolvido em

água (4 mg mL-1

) (ELOFF, 1998). A MIC foi definida como a concentração mínima de

extrato capaz de inibir o crescimento do micro-organismo e foi detectada visualmente como a

menor concentração de extrato em que não se observou mudança na coloração do meio de

amarelo (original) para vermelho.

A MIC dos extratos analisados contra a levedura C. albicans foi definida como a

concentração mínima de extrato ou de antibiótico capaz de inibir o crescimento deste micro-

organismo e foi determinada através da análise das curvas de crescimento, geradas pelo

monitoramento do crescimento do micro-organismo pela leitura da absorbância em um leitor

de placas.

Como controle positivo foi realizada também a determinação da MIC e o

monitoramento da atividade antimicrobiana dos antibióticos comerciais Cloranfenicol

(Identificação C1919, Sigma-Aldrich, Saint Louis, EUA) e Nistatina (Identificação N4014,

Sigma-Aldrich, Saint Louis, EUA). Para o preparo da solução do antibiótico Cloranfenicol, 50

mg do produto foram dissolvidos em condições assépticas em 1 mL de etanol. Em seguida,

essa solução foi diluída 50 vezes em água destilada esterilizada e uma concentração final de 1

mg mL-1

foi obtida. No preparo da solução de Nistatina, 11,2 mg do reagente foram

dissolvidos em condições assépticas em 1 mL de metanol e depois diluída 10 vezes em água

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destilada esterilizadas. As soluções finais dos antibióticos foram armazenadas refrigeradas a 4

ºC até o seu uso. As mesmas condições de preparo das análises com os extrato foram

utilizadas para o Cloranfenicol e para Nistatina e concentrações entre 0,2 e 0,0001 mg mL-1

dos antibióticos comerciais foram estudadas.

Figura 5. Modelo da disposição das amostras na microplaca de 96 poços nas análises de MIC,

em que as três primeiras linhas representam a triplicata de cada concentração de extrato

analisada, e os números de 1 a 10 representam as concentração de extrato analisadas, da maior

para a menor concentração (mg mL-1

): 20; 10; 5; 2,5; 1,25; 0,63; 0,31; 0,16; 0,08 e 0,04.

2.4.3 Determinação da concentração mínima bactericida/fungicida (MBC/MFC)

A MBC/MFC foi definida como a menor concentração de extrato capaz de reduzir

99,9 % ou 3 ciclos log10 dos micro-organismos presentes no inóculo inicial, sendo possível

classificar segundo Hafidh et al. (2011), o efeito dos extratos em bacteriostático/fungistático

ou bactericida/fungicida. O efeito dos extratos e dos antibióticos (controles positivos) na

Controle do

meio de

cultivo

Concentrações

de extrato/

antibiótico

comercial

Branco das

concentrações

de extrato/

antibiótico

comercial

Controle

do inóculo

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redução microbiana foi observado através da contagem de micro-organismos (UFC mL-1

) por

plaqueamento de superfície.

Desta forma, para determinação da MBC/MFC, foi retirada assepticamente a partir da

microplaca preparada para determinação da MIC, uma alíquota de 100 µL dos

compartimentos de MIC, do compartimento subsequente, de maior concentração e dos

compartimentos do controle do inóculo (controle negativo), previamente homogeneizados.

Esses conteúdos foram transferidos a microtubos estéreis e, em seguida, foi realizado o

plaqueamento de superfície em triplicata destas amostras. Foram plaqueadas alíquotas de 10

µL das amostras, assim como as suas diluições seriadas (1:10, 1:100 e 1:1000) em água

peptonada 0,1 % (Peptona Bacteriológica LP0037, Oxoid, Basingstone, Inglaterra). No caso

das bactérias, o plaqueamento foi feito em NA (0,1 % de glicose) e da levedura em YMA (2

% de glicose). As placas foram incubadas por 24 h, a 37 ºC para as bactérias e 30 ºC para a

levedura.

A concentração do inóculo inicial, padronizada inicialmente apenas pela leitura da

absorbância, também foi determinada por plaqueamento de superfície (UFC mL-1

). Desta

forma, sabendo a concentração inicial do inóculo (UFC mL-1

), foi feita a comparação do

percentual de redução dos micro-organismos patogênicos, ocasionados pelos extratos e pelos

antibióticos comerciais. A contagem de micro-organismos no inóculo inicial foi conduzida

nas mesmas condições de plaqueamento de superfície anteriores.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Isolamento das culturas de fungos filamentosos

A partir das amostras de solo e serrapilheira coletadas na região de Mata Atlântica

(Ilhabela) e na região de transição entre Mata Atlântica e Cerrado (Barão Geraldo, Campinas)

foi realizado o isolamento das culturas de fungos filamentosos. Na região de Mata Atlântica

foram coletadas 28 amostras e destas 54 isolados foram obtidos (Apêndice 1). Já na região de

transição 15 amostras foram coletadas e 64 isolados foram obtidos (Apêncide 2). As culturas

isoladas foram nomeadas como descrito no item 2.3.2. A Figura 6 apresenta o número de

isolados por tipo de amostra coletada.

Foi possível observar que apesar do número de amostras coletadas na região de

transição ter sido menor que na região de Mata Atlântica, o número de fungos isolados foi

relativamente superior. Dentre as amostras coletadas na região de transição, 6 delas eram de

solo, enquanto na região de Mata Atlântica apenas 3 eram amostras de solo (Apêndice 1 e 2).

Segundo Knight e colaboradores (2003), o solo é o ecossistema que contém uma população

microbiana maior do que qualquer outro habitat. Isso implica que o maior número de fungos

isolados na região de transição pode ser devido ao maior número de amostras de solo

coletadas.

Takahashi e colaboradores (2008) isolaram 200 linhagens de fungos filamentosos a

partir de 15 amostras de solo do Cerrado brasileiro em um estudo de seleção fungos

filamentosos com atividade antibacteriana. Os autores isolaram um número

consideravelmente superior de culturas de fungos filamentosos quando comparado aos dados

deste trabalho. Isso ocorreu possivelmente devido ao fato de as amostras coletadas pelos

autores serem todas de solo, que como dito anteriormente, é o habitat em que um maior

número de populações microbianas são encontradas.

As 118 culturas de fungos filamentosos isoladas foram adicionadas a CMLB, as quais

poderão ser utilizadas em estudos futuros. E juntamente com outras culturas de fungos já

pertencentes à CMLB, ao todo 169 culturas de fungos filamentosos foram estudadas no

presente trabalho.

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Figura 6. Número de culturas de fungos obtidas para cada tipo de amostra coletada nas

regiões de Mata Atlântia e de transição entre Mata Atlântica e Cerrado.

As colônias dos micro-organismos foram, então, analisadas quanto às suas

características morfológicas macroscópicas. Detalhes como cor da colônia, textura e

capacidade de liberar pigmentos no meio de cultivo foram analisadas e descritas nos

Apêndices 1, 2 e 3.

3.2 Seleção de micro-organismos com maior potencial antimicrobiano

Os extratos aquosos das culturas de fungos em estudo foram preparados e analisados

quantitativamente quanto ao seu potencial antimicrobiano contra os micro-organismos

potencialmente patogênicos B. cereus, S. aureus, E. coli, S. choleraesuis e C. albicans. Nos

ensaios de atividade antimicrobiana os micro-organismos alvo desta pesquisa foram

inoculados na presença e ausência dos extratos fúngicos. Desta forma, perante um controle de

crescimento do inóculo (ausência de extrato), considerado 100 % de crescimento, foi

calculado o percentual de inibição do crescimento dos micro-organismos patogênicos

ocasionado pela presença dos extratos em estudo.

6

31

10 7

0

37

6 8

4

9

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Solo Folhas Frutos Tronco Cogumelo

Fonte de isolamento

Região de MataAtlântica

Região de Transição

me

ro d

e c

ult

ura

s d

e f

un

gos

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42

Os extratos fúngicos apresentaram distintos valores de inibição de crescimento dos

micro-organismos patogênicos (Apêndice 4, 5, 6 e 7). Desta forma, estes foram classificados

quanto ao seu potencial antimicrobiano em faixas de percentual de inibição (Figuras 7, 8, 9,

10 e 11). Os extratos que foram capazes de inibir mais que 81 % do crescimento dos micro-

organismos patogênicos foram classificados como extratos com elevado potencial

antimicrobiano e foram estudados quanto ao seu efeito.

3.2.1 Atividade antimicrobiana contra B. cereus

Considerando os resultados apresentados na Figura 7, pode-se observar o número de

culturas de fungos com atividade antimicrobiana para cada faixa de inibição (%). Os valores de

inibição de B. cereus variaram entre 0 e 89,05% de inibição. Nota-se que o maior número de

culturas de fungos foi capaz de inibir entre 21 e 40% o crescimento da linhagem de B. cereus.

Um menor número de fungos mostrou possuir elevado potencial antimicrobiano, sendo capaz

de inibir acima de 81% o crescimento de B. cereus.

Foram estudadas duas concentrações de extrato fúngico (10 e 20 % de um volume final

de 200 µL por compartimento), com o objetivo de observar a relação existente entre a

concentração de extrato e o percentual de inibição do micro-organismo alvo. Porém, não foi

detectada uma relação positiva entre o aumento da concentração de extrato e o aumento da

inibição desta linhagem de B. cereus, visto que o número de fungos nas faixas de inibição de

crescimento se manteve muito parecido para as duas concentrações.

Segundo as condições de cultivo e preparo do extrato, propostas neste trabalho, pode-se

concluir que aproximadamente 80 % das linhagens de fungos testadas apresentaram atividade

antimicrobiana contra a linhagem de B. cereus. Entretanto, apenas 4,1 % das culturas foram

capazes de inibir mais de 81 % do crescimento microbiano, e estas são exibidas na Tabela 8.

Observa-se que, dentre as sete culturas, cinco delas foram isoladas na região de transição entre

Cerrado e Mata Atlântica (Barão Geraldo), uma na região da Mata Atlântica (Ilhabela) e a outra

pertence à coleção de fungos identificados da CMLB. Isso sugere que, a região de transição foi

um ambiente favorável para o isolamento de micro-organismos com elevado potencial de

inibição desta linhagem de B. cereus.

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43

Figura 7. Classificação das culturas de fungos filamentosos pelo percentual de inibição do

crescimento de B. cereus.

Segundo as condições de cultivo e preparo do extrato, propostas neste trabalho, pode-se

concluir que aproximadamente 80 % das linhagens dos fungos testados apresentaram alguma

atividade antimicrobiana contra a linhagem de B. cereus. Porém, apenas 4,1 % das culturas de

fungos apresentam significativa atividade antimicrobiana contra este micro-organismo. Na

tabela 9, é possível identificar os extratos das culturas de fungos que foram capazes de inibir

acima de 81 % do crescimento deste micro-organismo patogênico. Observa-se que, dentre essas

sete culturas, cinco delas foram isoladas na região de transição entre Cerrado e Mata Atlântica

(Barão Geraldo), uma na região da Mata Atlântica (Ilhabela) e uma pertencente à coleção de

fungos identificados da CMLB. Isso sugere que, a região de transição foi um ambiente

favorável para o isolamento de micro-organismos com elevado potencial de inibição desta

linhagem de B. cereus.

32 29

64

24

13 7

34 33

50

30

15

7

0

20

40

60

80

0 ≤ 20 21 – 40 41 – 60 61 – 80 81 - 100

me

ro c

ult

ura

s d

e f

un

gos

Inibição do crescimento (%)

10 % de extrato

20 % de extrato

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44

Tabela 8. Fungos com maior atividade antimicrobiana

contra a linhagem de B. cereus.

Cultura de fungo Inibição do crescimento de

B. cereus (%)

IB 36A 81,49 ± 22,39

BG 4B 85,39 ± 0,36

BG 11A 87,82 ± 0,63

BG 13D 89,05 ± 1,42

BG 13E 87,37 ± 0,47

BG 14K 81,92 ± 2,02

Aspergillus sp. (1099) 85,51 ± 0,54

Como descrito nos itens 2.4.2 e 2.4.3 foi determinada a concentração mínima inibitória

e a concentração mínima bactericida/fungicida de todos os extratos frente aos micro-

organismos alvo que cada extrato foi capaz de inibir. Além disso, através do monitoramento

do crescimento dos micro-organismos patogênicos na presença dos extratos, foi analisada sua

atividade antimicrobiana ao longo do tempo.

A partir dos resultados da tabela 9, observa-se que os valores de MIC dos extratos

variaram entre 0,313 e 10 mg mL-1

e os valores de MBC entre 0,625 e 20 mg mL-1

, ambos

assemelhando-se aos resultados encontrados na literatura (CARVALHO et al., 2012; HUANG

et al., 2007). Os resultados sugerem que o extrato BG4B foi o que apresentou maior atividade

antimicrobiana, necessitando, assim, de uma menor concentração para inibir o crescimento de

B. cereus (0,313 mg mL-1

), diferentemente do que foi observado para BG13E, o qual obteve o

maior valor de MIC (10 mg mL-1

). A MIC encontrada para o antibiótico comercial está de

acordo com a literatura e com o que é recomendado pelo fabricante (GEHRKE et al., 2013).

Porém, a MIC dos extratos para B. cereus foi relativamente superior àquela encontrada para o

antibiótico comercial, o que pode ser justificado pelo fato de que o antibiótico em estudo é um

composto isolado e o extrato trata-se de uma solução bruta, possuindo muitos compostos que

podem interferir nos resultados de atividade.

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45

Não foi possível determinar a MBC de todos os extratos estudados, visto que foi

realizado apenas o plaqueamento da concentração de MIC e 2MIC. Dentre os fungos

analisados para atividade antimicrobiana sobre B. cereus, quatro foram capazes de produzir

compostos com efeito bactericida. Os outros três extratos dos fungos apresentaram efeito

bacteriostático, porém foram eficazes mesmo em baixas concentrações (entre 0,313 e 0,625

mg mL-1

).

Alguns agentes bactericidas são também bacteriolíticos, os quais recebem essa

denominação por provocarem a morte microbiana através de lise celular e liberação do

conteúdo citoplasmático. Lehtinen e colaboradores (2006) investigaram a possibilidade de

determinar o efeito bacteriostático, bactericida e bacteriolítico de antibióticos através do

monitoramento do crescimento de uma cepa de E. coli sobre o efeito de antibióticos. Os

resultados obtidos demonstraram que o monitoramento através de leituras de densidade óptica

pode refletir o número de células, assim como o estado de bacteriostase e a ação bacteriolítica,

a qual é verificada pelo decaimento nos valores de absorbância (LEHTINEN et al., 2006).

Tabela 9. Concentração mínima inibitória (MIC), concentração mínima bactericida (MBC) e

efeito antimicrobiano dos extratos fúngicos frente ao B. cereus.

Extrato fúngico ou

Antibiótico comercial

MIC

(mg mL-1)

MBC

(mg mL-1)

Ratio

MIC:MBC

Efeito

antimicrobiano

IB 36A 2,5 2,5 1:1 Bactericida

BG 4B 0,313 * > 2:1 Bacterióstático

BG 11A 5 10 2:1 Bactericida

BG 13D 0,625 0,625 1:1 Bactericida

BG 13E 10 20 2:1 Bactericida

BG 14K 0,625 * > 2:1 Bacteriostático

Aspergillus sp. (1099) 0,625 * > 2:1 Bacteriostático

Cloranfenicol 0,004 * > 2:1 Bacteriostático

*Não foi determinada a MBC.

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46

Diante do exposto e analisando os resultados da Figura 8, observa-se que as amostras

que apresentaram efeito bactericida sobre a linhagem de B. cereus (BG11A, IB36A, BG13D e

BG13E) também demonstraram ação bacteriolítica sobre este micro-organismo, a qual pode

ser observada devido ao decaimento nos valores de absorbância ao longo do crescimento. Este

resultado pode sugerir que os compostos antimicrobianos presentes nestas amostras tenham

efeito bactericida por atuarem na parede celular provocando sua lise.

Figura 8. Crescimento de B. cereus (% D.O.), na presença de diferentes concentrações (mg

mL-1

) de extrato dos fungos BG11A (A), IB36A (B), BG13D (C) e BG13E (D), durante 20 h

de exposição.

Através do percentual de decaimento dos valores de absorbância, a Tabela 10 expõe a

atividade bacteriolítica de cada extrato nas suas concentrações de MIC e MBC em dois pontos

da curva de crescimento (4 e 20 h). Observa-se que os extratos BG13D e BG13E

0

40

80

120

160

200

0 5 10 15 20

Controle 5 10

D.O

.(%

)

0

40

80

120

160

200

0 5 10 15 20

Controle 2,5 5 10

D.O

.(%

)

B

0

40

80

120

160

200

0 5 10 15 20

Controle 0,625 1,25 2,5

C

D.O

.(%

)

0

40

80

120

160

200

0 5 10 15 20

Controle 20 10 5

D.O

.(%

)

A

D

Tempo (h) Tempo (h)

Tempo (h) Tempo (h)

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47

demonstraram as maiores atividades bacteriolíticas, porém BG13D em uma concentração de

extrato relativamente menor que a de BG13E. Todavia, nota-se que a ação bacteriolítica

provocada por BG13E foi ativa logo nas primeiras horas de crescimento de B. cereus,

diferentemente do que foi observado para as outras amostras e demonstrando o potencial dos

compostos produzido por este fungo.

Tabela 10. Atividade bacteriolítica (%) dos extratos de IB36A, BG11A, BG13D e BG13E

sobre a bactéria B. cereus.

Tempo (h)

Extratos fúngicos (mg mL-1

)

IB36A BG11A BG13D BG13E

2,5

(MIC/MBC)

5

(MIC)

10

(MBC)

0,625

(MIC/MBC)

10

(MIC)

20

(MBC)

4 12,19±2,09 25,38±2,69 37,24±1,24 19,84±7,28 66,33±1,62 63,49±1,90

20 61,17±3,84 52,56±1,57 62,51±1,43 69,88±0,59 64,96±1,68 69,25±2,56

A literatura descreve alguns compostos produzidos por fungos filamentosos que

possuem efeito bacteriolítico, dentre eles os chamados peptídeos com ação de antibióticos

(peptaibols). Estes peptídeos são produzidos exclusivamente por fungos dos gêneros

Trichoderma, Acremonium, Paecilomyces e Emericellopsis. São capazes de formar poros na

bicamada lipídica das membranas e demonstram atividade antimicrobiana de amplo espectro

contra bactérias Gram-positivas (DEGENKOLB et al., 2003; SHI et al., 2012). Entre os

antimicrobianos produzidos por fungos com efeito bacteriostático a literatura expõe alguns

metabólitos, como o ácido fusídico e a esclerotiorina, os quais são produzidos pelos fungos F.

coccineum e Penicillium sp., respectivamente (COLLIGNON; TURNIDGE, 1999;

FALAGAS; GRAMMATIKOS; MICHALOPOULOS, 2008; BAO et al., 2010). Diante do

grande conteúdo de compostos fúngicos antimicrobianos descritos, a identificação das

espécies de fungos filamentosos deste estudo pode ser a etapa inicial na assimilação dos

compostos antimicrobianos envolvidos.

Em geral, a maioria das cepas de B. cereus são resistente à penicilinas e

cefalosporinas, como conseqüência da produção da enzima beta-lactamase.

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48

Estes antibióticos têm em comum a estrutura de um anel beta-lactâmico e a enzima beta-

lactamase quebra este anel, desativando as propriedades destas moléculas (BOTTONE, 2010).

No caso de infecções associadas ao agente B. cereus, que requerem o tratamento com

antibiótico, a vancomicina, os aminoglicosídeos, os carbapenêmicos e fluoroquinolonas são os

compostos mais utilizados (LUNA et al., 2007).

O B. cereus é uma bactéria gram-positiva, aeróbia, formadora de esporo, comumente

encontrada no solo e relacionada à deterioração e intoxicação alimentar. É produtora de dois

tipos de toxinas, a emética e a diarréica, cujos sintomas causados por elas são vômito e

diarréia, respectivamente. Está relacionada a relevantes problemas devido à formação de

esporos termorresistentes e a sua capacidade em aderir a superfícies, ocasionando problemas

de contaminação em ambientes da produção de alimentos, de processos biotecnológicos e

clínicos (LOGAN, 2012). No Brasil, o B. cereus é um dos micro-organismos associados ao

maior número de DTAs (BRASIL, 2013). Além disso, já foram relatados casos de septicemia,

meningite e pneumonia relacionados com este micro-organismo em indivíduos

imunocomprometidos (SCHOENI; LEE WONG, 2005). Desta forma, é de grande importância

o descobrimento de compostos antimicrobianos eficientes e que possam ser aplicados como

compostos alternativos na conservação de alimentos e no tratamento terapêutico de infecções

causadas por este micro-organismo.

3.2.2 Atividade antimicrobiana contra E. coli ATCC 11229

A E. coli é uma bactéria gram-negativa, não formadora de esporos, pertencente à

família das Enterobacteriaceae e cujo habitat é o trato gastrointestinal dos animais (incluindo

o homem) (SILVA et al., 2003). Algumas cepas são patogênicas, podendo causar severas

doenças intestinais ao homem. A diarréia, muitas vezes associada à DTAs, é ainda hoje uma

das dez maiores causas de mortes no mundo (OMS, 2013). A E. coli é uma das principais

bactérias envolvidas em casos de DTAs (AKHTAR; SARKER; HOSSAIN, 2014), sendo

relevante o estudo de novas fontes naturais de compostos antimicrobianos contra este micro-

organismo.

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49

Os percentuais de inibição dos extratos fúngicos para E. coli ATCC 11229 variaram

entre 0 e 89,25 %. Observou-se que grande parte dos extratos não apresentaram atividade

antimicrobiana contra este micro-organismo, sendo classificados na faixa de 0 inibição

(Figura 9). Um pequeno número de extratos apresentaram inibição entre 81 e 100 %. No

entanto, mais de 45 % das linhagens testadas apresentaram atividade antimicrobiana contra a

linhagem de E. coli estudada.

Diferente do caso de inibição de B. cereus, pode-se observar uma relação positiva

entre o aumento da concentração de extrato e o aumento da inibição desta linhagem de E. coli

nas faixas de inibição de 41 a 60, 61 a 80 e 81 a 100 %.

Figura 9. Classificação das culturas de fungos filamentosos pelo percentual de inibição de

crescimento de E. coli ATCC 11229.

Os extratos que apresentaram redução maior que 81 % no crescimento do micro-

organismo alvo, na menor concentração de extrato (10 %), foram considerados com elevado

potencial antimicrobiano e selecionados para os estudos subsequentes. Estes representam

2,4% das culturas de fungos estudadas. Dos quatro extratos ativos (Tabela 11), podemos

destacar a cultura isolada da região de transição entre Cerrado e Mata Atlântica (Barão

Geraldo) e três da região da Mata Atlântica (Ilhabela), o que sugere que esta foi um ambiente

52

40

30 25

18

4

48

27 26 31

26

11

0

20

40

60

80

0 ≤ 20 21 – 40 41 – 60 61 – 80 81 - 100

me

ro d

e c

ult

ura

de

fu

ngo

s

Inibição do crescimento

10 % de extrato

20 % de extrato

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50

favorável para o isolamento de micro-organismos com elevado potencial de inibição para a E.

coli.

Tabela 11. Fungos com maior atividade antimicrobiana contra a

linhagem de E. coli ATCC 11229.

Cultura de fungo Inibição do crescimento de E.

coli ATCC 11229 (%)

IB 6A 86,35 ± 1,88

IB 6B 82,78 ± 3,28

IB 36C 82,95 ± 1,28

BG 8C 89,25 ± 0,43

Os valores de MIC dos extratos contra a linhagem de E. coli (Tabela 12), variaram

entre 0,625 e 2,5 mg mL-1

. O extrato IB36C demonstrou melhor atividade sobre a E. coli,

sendo eficaz em uma menor concentração de extrato. Apenas uma das linhagens de fungo

demonstrou ser capaz de sintetizar compostos antimicrobianos com efeito bactericida: a

cultura IB6A, cujos valores de MIC e MBC foram 2,5 e 5,0 mg mL-1

, respectivamente. No

caso do antibiótico comercial, a MIC está de acordo com o observado na literatura e pelo

fabricante, porém é bem inferior aos valores determinados para os extratos, como encontrado

para B. cereus (GEHRKE et al., 2013).

Os extratos estudados quanto à inibição do crescimento de E. coli não demonstraram

atividade bacteriolítica através das curvas de crescimento, sendo possível observar a

bacteriostase provocada pelos compostos presentes nas amostras quando comparadas ao

controle do inóculo (Apêndice 8). Algumas moléculas produzidas por fungos já são descritas

com atividade antimicrobiana contra cepas de E. coli, como a esclerotiorina e o ácido kójico

(LIU et al., 2013; LUCAS; DE CASTRO; TAKAHASHI, 2007). Os extratos brutos dos

fungos estudados demonstraram bons resultados na inibição de E. coli e a identificação das

moléculas envolvidas nesta ação para trabalhos futuros é de grande importância, visto que

poucos compostos naturais são capazes de inibir bactérias Gram-negativas como a E. coli

(VAARA, 1993).

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51

Tabela 12. Concentração mínima inibitória (MIC), concentração mínima bactericida (MBC) e

efeito antimicrobiano dos extratos fúngicos frente à de E. coli ATCC 11229.

Extrato fúngico ou

Antibiótico

comercial

MIC

(mg mL-1)

MBC

(mg mL-1)

Ratio

MIC:MBC Efeito antimicrobiano

IB 6A 2,5 * > 2:1 Bacteriostático

IB 6B 2,5 5 2:1 Bactericida

IB 36C 0,625 * > 2:1 Bacteriostático

BG 8C 2,5 * > 2:1 Bacteriostático

Cloranfenicol 0,004 * > 2:1 Bacteriostático

*Não foi determinada a MBC.

3.2.3 Atividade antimicrobiana contra S. aureus ATCC 6538

A partir dos resultados da Figura 10, pode-se verificar que os extratos apresentaram

frente a S. aureus o mesmo efeito observado anteriormente, sendo que a minoria inibiu mais

que 81 % do crescimento microbiano. O aumento na concentração de extrato aumentou o

número de extratos ativos contra S. aureus (entre 61 e 100 % de inibição). Com uma

concentração de 10 % de extrato, sete culturas mostraram capacidade para inibir entre 81 e

100 % do crescimento. Já empregando 20 % de extrato, treze fungos apresentaram este

comportamento.

Na seleção dos extratos de fungos com maior potencial antimicrobiano, foi utilizado o

mesmo critério anterior, ou seja, os que apresentaram atividade antimicrobiana acima de 81 %

na menor concentração de extrato foram selecionados para os estudos posteriores. Mais de 65

% das culturas de fungos estudadas mostraram alguma redução no crescimento da linhagem

de S. aureus ATCC 6538. Poucos extratos apresentaram elevado potencial antimicrobiano

contra esta bactéria, o que representa apenas 4,1 % das culturas de fungos testadas (Tabela

13). Dentre essas, quatro culturas foram isoladas da região de Mata Atlântica e três da região

de transição entre Cerrado e Mata Atlântica.

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52

Figura 10. Classificação das culturas de fungos filamentosos pelo percentual de inibição do

crescimento de S. aureus ATCC 6538.

Tabela 13. Fungos com maior atividade antimicrobiana contra a

linhagem de S. aureus ATCC6538.

Fungo Inibição do crescimento de

S. aureus ATCC 6538 (%)

IB 6A 90,70 ± 0,29

IB 36A 81,80 ± 2,16

IB 45B 90,33 ± 6,74

IB 49C 81,6 ± 0,49

BG 5A 87,21 ± 5,12

BG 13D 89,01 ± 3,12

BG 13E 93,54 ± 0,70

A partir dos resultados apresentados na Tabela 14, nota-se que os extratos fúngicos

avaliados frente a linhagem de S. aureus apresentaram valores de MIC entre 0,156 e 20 mg

mL-1

. O extrato obtido a partir do isolado IB36A demonstrou elevado potencial

58

36

23 20

25

7

38 33 33

18

34

13

0

20

40

60

80

0 ≤ 20 21 – 40 41 – 60 61 – 80 81 - 100

me

ro c

ult

ura

s d

e f

un

gos

Inibição do crescimento (%)

10 % de extrato

20 % de extrato

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53

antimicrobiano, sendo eficaz em baixas concentrações, a qual foi o menor valor de MIC

obtido (0,156 mg mL-1

). Ao contrário deste, o isolado BG5A demonstrou menor potencial

antimicrobiano, sendo eficaz em uma concentração de extrato bem superior (20 mg mL-1

).

Para o antibiótico comercial (cloranfenicol) foram estudadas concentrações entre 0,2 e

0,0001 mg mL-1

. No entanto, não foi determinada a MIC do cloranfenicol sobre a linhagem de

S. aureus ATCC 6538. Segundo a literatura, esta cepa é sensível a este antibiótico e a MIC é

0,002 mg mL-1

(AIYEGORO; AFOLAYAN; OKOH, 2009), sugerindo que a cepa tenha se

tornado resistente a este antibiótico.

Tabela 14. Concentração mínima inibitória (MIC), concentração mínima bactericida (MBC) e

efeito antimicrobiano dos extratos fúngicos frente à linhagem de S. aureus ATCC 6538.

Extrato fúngico ou

Antibiótico

comercial

MIC

(mg mL-1)

MBC

(mg mL-1)

Ratio

MIC:MBC Efeito antimicrobiano

IB 6A 0,313 0,313 1:1 Bactericida

IB 36A 0,156 0,156 1:1 Bactericida

IB 45B 0,625 0,625 1:1 Bactericida

IB 49C 5 10 2:1 Bactericida

BG 5A 20 * > 2:1 Bacteriostático

BG 13D 0,625 1,25 2:1 Bactericida

BG 13E 10 10 1:1 Bactericida

Cloranfenicol * * * *

*Não foi determinada a MIC ou MBC.

Dos 7 extratos estudados contra este micro-organismo alvo, 6 apresentaram efeito

bactericida e 1 efeito bacteriostático. Além disso, alguns destes extratos também

demonstraram atividade bacteriolítica (Tabela 15 e Figura 11). No caso dos isolados IB45B,

BG13D e BG13E, estes apresentaram efeito bactericida e bacteriolítico sobre a cepa de S.

aureus e, de acordo com a metodologia proposta por Lehtinen e colaboradores (2006), estes

resultados podem sugerir que o mecanismo de ação dos agentes antimicrobianos presentes

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54

nestas amostras seja na parede celular, provocando a sua lise. Exemplos de moléculas

produzidas por fungos filamentosos, que possam estar envolvidas neste caso são os β-

lactâmicos e os peptídeos-antibióticos (peptaibols) (anteriormente citados no item 3.3.1). Os

chamados β-lactâmicos incluem moléculas como a penicilina e a cefalosporina. Estas

moléculas são produzidas principalmente por fungos dos gêneros Penicillium,

Cephalosporium e Acremonium. Seu mecanismo de ação é pela inibição das transpeptidases,

enzimas responsáveis pela síntese das ligações entre cadeias de peptideoglicano, tornando a

membrana celular frágil, o que pode acarretar em sua lise (TORTORA; FUNKE; CASE,

2005).

Os extratos aquosos dos fungos IB36A, BG13D e BG13E demonstraram efeito

bactericida sobre as duas bactérias Gram-positivas patogênicas analisadas. O S. aureus está

associado a um grande número de doenças ao homem e aos animais. No homem, este micro-

organismo está relacionado a casos de intoxicação alimentar, pneumonia e até infecções

hospitalares (MARTINS et al., 2014). Já na medicina veterinária, a mastite de S. aureus é um

dos maiores problemas enfrentados (ATALLA et al., 2009). Associado a mecanismos de

resistência a antimicrobianos, a busca por novos compostos com atividade antimicrobiana

contra S. aureus que possam ser aplicados em alimentos e na medicina humana e veterinária é

de grande importância (COUTO et al., 2001).

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55

Figura 11. Crescimento de S. aureus ATCC 6538 (% D.O.), na presença de diferentes

concentrações (mg mL-1

) de extrato dos fungos BG13D (A), BG5A (B), IB6A (C), IB36A

(D), IB45B (E) e BG13E (F) durante 20 h de exposição.

0

50

100

150

200

250

0 5 10 15 20

Controle 0,625 1,25 2,5

D.O

.(%

)

0

50

100

150

200

250

0 5 10 15 20

Controle 20 10

D.O

.(%

)

0

50

100

150

200

250

0 5 10 15 20

Controle 2,5 1,25

0,63 0,31

C

D.O

.(%

)

0

50

100

150

200

250

0 5 10 15 20

Controle 0,313 0,625 0,156

D

D.O

.(%

)

0

50

100

150

200

250

0 5 10 15 20

Controle 2,5 1,25 0,63

D.O

.(%

)

0

50

100

150

200

250

0 5 10 15 20

Controle 20 10

D.O

.(%

)

A B

E F

Tempo (h) Tempo (h)

Tempo (h) Tempo (h)

Tempo (h) Tempo (h)

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56

Tabela 15. Atividade bacteriolítica (%) dos extratos de BG13D, BG5A, IB6A, IB36A, IB45B

e BG13E sobre a bactéria S. aureus ATCC 6538.

Extrato

(mg.mL-1

)

S. aureus Extrato

(mg.mL-1

)

S. aureus

4 h 20 h 4 h 20 h

IB6A BG5A

2,500 * 38,36 ± 0,86 20,000 * 61,02 ± 3,03

1,250 * 20,05 ± 0,61 10,000 * *

IB45B BG13E

1,250 12,13 ± 7,62 40,12 ± 1,15 20,000 15,13 ± 1,21 21,05 ± 7,01

0,625 * 42,11 ± 7,52 10,000 1,21 ± 8,06 19,87 ± 1,22

IB 36A BG13D

1,250 23,24 ± 3,22 51,20 ± 0,82 2,500 54,60 ± 0,41 38,17 ± 2,33

0,625 * 34,76 ± 1,41 1,250 48,83 ± 3,01 40,51 ± 3,10

0,313 * 9,95 ± 7,42 0,625 * 72,18 ± 2,77

* Não foi observada atividade bacteriolítica.

3.2.4 Atividade antimicrobiana contra S. choleraesuis ATCC14028

Observando a Figura 12, a seleção dos extratos fúngicos aquosos com potencial

antimicrobiano contra S. choleraesuis ATCC 14028 mostrou valores de inibição entre 0 e 100

%. Mais de 63 % das linhagens de fungo estudadas apresentaram atividade antimicrobiana

contra esta bactéria. Entretanto, uma grande quantidade de extratos (pelo menos 51,47 %) não

demonstraram atividade antimicrobiana ou inibiram apenas 20 % do crescimento da bactéria.

Não foi observado aumento na atividade dos extratos com o aumento da concentração de 10

para 20%.

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57

Figura 12. Classificação das culturas de fungos filamentosos pelo percentual de inibição de

crescimento de S. choleraesuis ATCC14028.

Tabela 16. Fungos com maior atividade antimicrobiana contra a linhagem de

S. choleraesuis ATCC14028.

Fungo Inibição do crescimento de

S. choleraesuis ATCC 14028 (%)

IB 4C 100,00 ± 11,48

IB 6B 100,00 ± 0,35

IB 8A 74,09 ± 1,23

IB 14B 95,83 ± 2,32

IB 27B 100,00 ± 7,07

IB 36A 94,20 ± 1,06

IB 36C 87,89 ± 2,28

IB 38E 81,15 ± 3,04

IB 40A 100,00 ± 0,81

IB 45B 84,18 ± 2,95

BG 5A 87,53 ± 8,09

BG 8C 81,04 ± 1,10

61

47

29

12 9 11

47

40

32

23

15 12

0

20

40

60

80

0 ≤ 20 21 – 40 41 – 60 61 – 80 81 - 100

me

ro c

ult

ura

s d

e f

un

gos

Inibição do crescimento (%)

10 % de extrato

20 % de extrato

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Um total de 12 extratos apresentaram elevado potencial antimicrobiano contra a

linhagem S. choleraesuis ATCC 14028 (Tabela 16), o que representa 6,5 % das linhagens de

fungos testadas. Dentre essas, nove foram isoladas da região de Mata Atlântica (Ilhabela) e

três da região de transição entre Cerrado e Mata Atlântica (Barão Geraldo). Sugerindo

novamente a região de Mata Atlântica como um ambiente favorável para o isolamento de

micro-organismos com elevado potencial antimicrobiano contra a espécie de Salmonella.

Tabela 17. Concentração mínima inibitória (MIC), concentração mínima bactericida (MBC) e

efeito antimicrobiano dos extratos fúngicos frente à S. choleraesuis ATCC 14028.

Extrato fúngico ou

Antibiótico comercial

MIC

(mg mL-1)

MBC

(mg mL-1)

Ratio

MIC:MBC Efeito antimicrobiano

IB 4C 1,25 * > 2:1 Bacteriostático

IB 6B 1,25 * > 2:1 Bacteriostático

IB14B 20 * > 2:1 Bacteriostático

IB 27B 10 * > 2:1 Bacteriostático

IB 36A 1,25 * > 2:1 Bacteriostático

IB 36C 1,25 * > 2:1 Bacteriostático

IB 38E 2,5 5 2:1 Bactericida

IB 40A 5 * > 2:1 Bacteriostático

IB 45B 0,156 * > 2:1 Bacteriostático

BG 5A >20 * > 2:1 -

BG 8C 10 * > 2:1 Bacteriostático

Cloranfenicol 0,004 * > 2:1 Bacteriostático

*Não foi determinada a MBC, - não foi determinado o efeito antimicrobiano.

De acordo com a Tabela 17, 11 culturas de fungos filamentosos demonstraram elevada

atividade antimicrobiana sobre S. choleraesuis e foram estudados quanto a MIC e a MBC.

Desta forma, a partir dos resultados obtidos, verifica-se que os valores de MIC variaram entre

0,156 e 20 mg mL-1

, sendo que o extrato IB 45B e IB 14B apresentaram o menor e maior

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59

valor de MIC, respectivamente. Não foi possível determinar a MIC para o extrato da cultura

BG 5A, necessitando de concentrações mais elevadas do mesmo. No caso do cloranfenicol, a

MIC está dentro do que é descrito na literatura, e como no caso dos outros micro-organismos,

é bem inferior aos valores encontrados para os extratos (GEHRKE et al., 2013).

Dentre as amostras estudadas sobre a linhagem de S. choleraesuis, com exceção de

IB38E, todas apresentaram efeito bacteriostático. Alguns antimicrobianos produzidos por

fungos já são descritos na literatura com efeito bacteriostático contra cepas de Salmonella sp.,

como a esclerotiorina (LUCAS; DE CASTRO; TAKAHASHI, 2007). Os extratos aquosos

brutos dos fungos IB4C, IB6B, IB36A, IB36C e IB45B demonstraram bons resultados de

inibição em baixas concentrações. A identificação das moléculas com atividade

antimicrobiana envolvidas nestes casos é de grande importância, sabendo que poucos

compostos naturais são capazes de inibir bactérias Gram-negativas (VAARA, 1993).

A Salmonella sp. é uma bactéria gram-negativa patogênica de grande problema para a

saúde pública nos países desenvolvidos e naqueles em desenvolvimento (AKHTAR;

SARKER; HOSSAIN, 2014). No Brasil, representa o micro-organismo associado ao maior

número de casos de DTAs (BRASIL, 2013). Desta forma, estudos como este são relevantes na

busca de compostos antimicrobianos que possam ser aplicados na conservação de alimentos e

no tratamento terapêutico de infecções causadas por este micro-organismo.

3.2.5 Atividade antimicrobiana contra C. albicans ATCC 10231

Neste estudo ao menos 87 % dos extratos exibiram certa atividade antimicrobiana

contra C. albicans ATCC 10231, porém, a maior parte dos extratos não foi capaz de inibir

mais do que 20 % do seu crescimento. As atividades antimicrobianas variaram entre 0 e 100

%. Não foi constatada uma relação positiva entre o aumento da concentração de extrato e o

aumento da inibição do crescimento desta linhagem (Figura 13).

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Figura 13. Classificação das culturas de fungos filamentosos pelo percentual de inibição do

crescimento de C. albicans.

Tabela 18. Fungos com maior atividade antimicrobiana contra a

linhagem de C. albicans ATCC10231.

Fungo Inibição do crescimento de

C. albicans ATCC 10231 (%)

IB 4C 92,80 ± 1,15

IB 6A 100,00 ± 0,13

IB 6B 94,84 ± 0,32

IB 8A 96,42 ± 0,70

IB 36A 95,79 ± 0,63

IB 36C 98,27 ± 1,77

IB 45B 91,70 ± 2,30

BG 10C 85,35 ± 5,52

RP 478 87,29 ± 0,94

Alguns extratos apresentaram elevado potencial antimicrobiano contra a levedura, o

que representa 5,3 % das culturas de fungos estudadas (Tabela 18). Dentre estas, sete foram

16

125

14

4 1 9

21

123

8 3 6 8

0

20

40

60

80

100

120

140

0 ≤ 20 21 – 40 41 – 60 61 – 80 81 - 100

me

ro c

ult

ura

s d

e f

un

gos

Inibição do crescimento (%)

10 % de extrato

20 % de extrato

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isoladas da região de Mata Atlântica (Ilhabela), uma da região de transição entre Cerrado e

Mata Atlântica (Barão Geraldo) e outra da CMLB, o que evidencia novamente a região de

Mata Atlântica como um ambiente promissor no isolamento de micro-organismos com

elevado potencial antimicrobiano.

Tabela 19. Concentração mínima inibitória (MIC), concentração mínima fungicida (MFC) e

efeito antimicrobiano dos extratos fúngicos frente à C. albicans ATCC 10231.

Extrato fúngico ou

Antibiótico comercial

MIC

(mg mL-1)

MFC

(mg mL-1)

Ratio

MIC:MFC Efeito antimicrobiano

IB 4C 10 * >2:1 Fungistático

IB 6A 10 * >2:1 Fungistático

IB 6B 5 * >2:1 Fungistático

IB 8A > 20 * >2:1 -

IB 36A 20 * >2:1 Fungistático

IB 36C >20 * >2:1 -

IB 45B 10 * >2:1 Fungistático

BG 10C > 20 * >2:1 -

RP 478 5 * >2:1 Fungistático

Nistatina 0,004 * >2:1 Fungistático

*Não foi determinada a MFC, - não foi determinado o efeito antimicrobiano.

Segundo os resultados da Tabela 19, os valores de MIC variaram entre 5 e 20 mg mL-

1, dos quais IB6B e RP478 foram os extratos com maior potencial antimicrobiano e IB36A o

menor. No caso dos extratos de IB8A, IB36C e BG10C a MIC é superior a máxima

concentração avaliada, não sendo detectada. A MFC de todos os extratos estudados sobre a C.

albicans são superiores a máxima concentração plaqueada (2MIC). Diante disso e das

definições de Hafidh et al.(2011), os extratos foram classificados como fungistáticos, com

exceção de IB8A, IB36C e BG10C. A literatura relata alguns compostos produzidos por

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fungo com efeito fungistático sobre linhagens de C. albicans, como moléculas pertencentes ao

grupo das sordarinas e a esclerotiorina (BAO et al., 2010; VICENTE et al., 2009).

A C. albicans é fungo leveduriforme que atinge aproximadamente 75% das mulheres

adultas. As infecções causadas por Candida sp. são geralmente tratadas com antifúngicos

sintéticos, sendo o Fluconazol o antifúngico mais utilizado. Perante as limitações dos

antifúngicos existentes, como elevada toxicidade, desenvolvimento de resistência aos

fármacos e alto custo, o desenvolvimento de antifúngicos naturais com elevada eficiência

terapêutica é requerido (LUCAS; DE CASTRO; TAKAHASHI, 2007; MARTIN, 1999;

RAJESHKUMAR; SUNDARARAMAN, 2012; (SHARANAPPA; VIDYASAGAR, 2013).

Diante disso, a busca por novos compostos antimicrobianos contra este micro-organismo é

essencial. Trabalhos como este representam o ponto inicial no descobrimento de novas

moléculas com atividade antifúngica contra C. albicans em trabalhos futuros.

3.2.6 Discussão geral

Em um estudo de Takahashi e colaboradores, ao menos 67 % dos extratos orgânicos

de fungos filamentosos isolados na região de Cerrado brasileiro demonstraram possuir

atividade antibacteriana (TAKAHASHI et al., 2008). No presente trabalho, resultados

similares foram constatados, visto que, com exceção da linhagem de E. coli, no mínimo 65%

dos fungos filamentosos estudados demonstraram certa atividade antimicrobiana contra pelo

menos um dos micro-organismos alvo. Diante disso, é possível pressupor que as linhagens de

fungos e as condições de cultivo e obtenção dos extratos estudados mostraram-se eficientes a

aquisição de compostos antimicrobianos, no entanto, é importante ressaltar que o estudo de

outros métodos de cultivo e extração podem ser estudados com o objetivo de aumentar o

potencial antimicrobiano destas linhagens.

Na pesquisa de Carvalho et al. (2012), 320 culturas endofíticas de fungos filamentosos

isoladas no Cerrado brasileiro foram estudadas quanto ao seu potencial antimicrobiano contra

linhagens de E. coli, S. aureus, Pseudomonas aeruginosa e C. albicans. Os fungos foram

cultivados em placas com PDA e os metabólitos extraídos com etanol. A atividade

antimicrobiana desses extratos foi analisada pelo método da microdiluição e 5 % deles

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demonstraram elevada atividade (70 a 100 % de inibição) contra pelo menos um dos micro-

organismos alvo (CARVALHO et al., 2012). No presente trabalho, dentre as 169 culturas de

fungos filamentosos estudadas, 13 % demonstraram elevado potencial antimicrobiano (81 à

100% de inibição) contra pelo menos uma das linhagens patogênicas avaliadas. Isso

comprova que os resultados obtidos foram mais promissores que os encontrados pelos

autores, além de uma vantagem adicional devido ao uso de extratos aquosos ao invés de

extração alcoólica, como a utilizada na pesquisa citada.

Dentre as 169 culturas estudadas, nota-se um menor número de linhagens (2,4 %)

capazes de inibir entre 81 e 100 % do crescimento da cepa de E. coli analisada. Segundo

Vaara (1993) o resultado encontrado pode ser explicado pela estimativa de que 90 % dos

antibióticos naturais são incapazes de inibir bactérias Gram-negativas, como a E. coli, por

exemplo. Já para a linhagem de S. choleraesuis, constatou-se o maior número de culturas

fúngicas com elevado potencial de inibição para esta bactéria (6,5 %). Além disso, também

foram verificados os maiores valores de redução, chegando até 100 % de inibição desta

bactéria. Esta ação foi conferida pelos extratos dos fungos IB4C, IB6B, IB27B e IB40A. O

mesmo valor de inibição foi obtido para C. albicans, com o emprego do extrato IB6B.

Das culturas de fungos filamentosos pertencentes à CMLB apenas duas, Aspergillus

sp. (1099) e RP478, mostraram-se promissoras para a inibição da linhagem de B. cereus e C.

albicans, respectivamente. Isso sugere que, dentro das condições testadas neste estudo, os

micro-organismos desta coleção foram pouco favoráveis na produção de compostos

antimicrobianos contra as cepas patogênicas estudadas.

Verifica-se também que alguns dos fungos com maior potencial antimicrobiano

inibiram mais de um dos micro-organismos alvo. Isso permite inferir que as atividades

antimicrobianas destes extratos estejam relacionadas a três tipos de ação: aqueles com

atividade antimicrobiana contra bactérias Gram-positivas (B. cereus e S. aureus), aqueles

contra bactérias Gram-negativas (E. coli e S. choleraesuis) e aqueles extratos com amplo

espectro de inibição (inibição de gram-positivas, gram-negativas e fungos). Os extratos dos

fungos BG13D e BG13E, por exemplo, demonstraram ação antibacteriana contra as bactérias

gram-positivas deste estudo e podem possuir atividade antimicrobiana contra outras

pertencentes ao mesmo grupo. Já o extrato BG8C, por sua vez, demonstrou ação

antimicrobiana contra bactérias Gram-negativas e o potencial antibacteriano contra este grupo

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64

de bactérias pode ser explorado com maior afinco. As amostras IB4C, IB6A, IB6B, IB36A,

IB36C, IB45B e BG5A apresentaram ação antimicrobiana de amplo espectro, o que permite

concluir que os compostos produzidos por essas linhagens de fungos têm ação contra

diferentes grupos microbianos. Desta forma, faz- se necessário um estudo mais aprofundado

para sua potencial aplicação tanto na indústria de alimentos e farmacêutica, quanto como

produtores de novos agentes antimicrobianos de amplo espectro.

Alguns autores referem-se ao solo em regiões de transição do Cerrado com pouca

disponibilidade de nutrientes, criando ambientes hostis e ao mesmo tempo, fazendo que os

organismos presentes neste local desenvolvam um metabolismo diferenciado sendo possível a

produção de novas moléculas com propriedades biológicas de interesse (LUCAS; DE

CASTRO; TAKAHASHI, 2007). Isso talvez explique o fato dos micro-organismos isolados

em Barão Geraldo possuírem alto potencial antimicrobiano. Além destas, as culturas de

fungos isoladas da região de Mata Atlântica também se mostraram muito promissoras para a

produção de compostos bioativos. Isso permite que, futuramente, após estudos mais

aprofundados, estes micro-organismos possam ser utilizados como novas fontes de compostos

antimicrobianos.

Figura 14. Cultura dos fungos BG13E (A) e BG13D (B), cujos extratos

apresentaram atividade antimicrobiana contra as bactérias Gram-positivas

estudadas.

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65

Figura 15. Cultura dos fungos IB4C (A), IB6A (B), IB6B (C), IB36A (D), IB36C

(E) e IB45B (F), cujos extratos apresentaram atividade antimicrobiana de amplo

espectro.

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Figura 16. Cultura dos fungos BG 8C (A) (cujo extrato apresentou atividade contra as

bactérias Gram-negativas); BG5A (B) (apresentou atividade de amplo espectro); IB49C (C)

(apresentou atividade contra S. aureus ATCC 6538); BG4B, BG11A, BG14K e Aspergillus

sp. (1099) (D) (apresentaram atividade contra a cepa de B. cereus); IB14B, IB27B, IB38E e

IB40A (E) (apresentaram atividade contra S. choleraesuis ATCC 14028) e IB8A, BG10C,

RP478 (F) (apresentaram atividade contra C. albicans ATCC 10231).

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67

A identificação do gênero das linhagens de fungos que apresentaram maior atividade

antimicrobiana é necessária, uma vez não é possível diferenciar algumas linhagens muito

similares pela análise morfológica (Figuras 14, 15 e 16).

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4 CONCLUSÕES

O presente trabalho permitiu o isolamento de 118 culturas de fungos filamentosos, as

quais foram adicionadas à CMLB e poderão ser utilizadas em estudos futuros.

Através da bioprospecção de fungos filamentosos, isolados de biomas do Estado de

São Paulo, foi possível isolar 22 culturas com elevado potencial antimicrobiano contra

pelo menos um dos micro-organismos alvo analisados.

Isolados da região de Mata Atlântica e da região de transição apresentaram maior

potencial antimicrobiano.

As linhagens dos fungos IB36A, BG11A, BG13D e BG13E produziram compostos

com efeitos bactericida e bacteriolítico sobre B. cereus.

Os extratos dos fungos IB6A, IB36A, IB45B, IB49C, BG13D e BG13E apresentaram

efeito bactericida sobre S. aureus ATCC 6538, sendo que os extratos das linhagens

IB6A, IB36A, IB45B, BG5A, BG13D e BG13E também apresentaram efeito

bacteriolítico.

Apenas os fungos IB6B e IB38E produziram compostos com efeito bactericida sobre

as linhagens de E. coli ATCC 11229 e S. choleraesuis ATCC14028, respectivamente.

Nenhum dos extratos fúngicos estudados produziram compostos efeito fungicida sobre

C. albicans ATCC 10231.

O trabalho realizado representa a etapa inicial na obtenção de novos compostos

antimicrobianos naturais e novas fontes destes compostos. Os resultados fornecem

informações importantes que podem ser utilizadas no desenvolvimento de novos

fármacos ou aditivos alimentares.

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5 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Realizar a identificação dos fungos filamentosos que apresentaram maior potencial

antimicrobiano contra os micro-organismos alvo deste estudo;

Identificar as moléculas relacionadas à atividade antimicrobiana produzidas pelos

isolados de fungos filamentosos selecionados;

Avaliar o mecanismo de ação dessas moléculas;

Estudar outras condições de cultivo e diferentes extratos a partir dos isolados ativos e

a otimização da produção dos compostos;

Avaliar a toxicidade dos extratos e possibilidade de ensaios in vivo;

Avaliar o potencial das culturas de fungos selecionadas para produção de compostos

com outras atividades biológicas e outras moléculas de alto valor agregado.

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86

APÊNDICES

Apêndice 1. Culturas de fungos filamentosos isoladas na região de Mata Atlântica no

município de Ilhabela. Códigos das culturas, tipo de amostra do isolamento e

características das colônias dos fungos filamentosos isolados da região de Mata Atlântica.

Cultura Origem Morfologia da Colônia

Cor Textura p.d.*

IB 3A Folhas Verde escuro Aveludada Ausente

IB 4B Folhas Verde escuro Aveludada Ausente

IB 4C Folhas Verde escuro Aveludado Ausente

IB 6A Tronco Verde Aveludada Ausente

IB 6B Tronco Verde-amarelado Aveludada Ausente

IB 6C Tronco Branco Algodonosa Ausente

IB 6D Tronco Marrom claro Pulverulenta Marrom

IB 6E Tronco Violeta Aveludada Ausente

IB 7A Folhas Verde claro Aveludada Ausente

IB 8A Folhas Verde Aveludada Ausente

IB 10B Tronco Branco Algodonosa Ausente

IB 13A Fruto Marrom Pulverulenta Ausente

IB 14A Fruto Marrom Pulverulenta Ausente

IB 14B Fruto Branco Aveludada Ausente

IB 14C Fruto Branco Aveludada Ausente

IB 16A Folhas Marron claro Aveludada Marrom escuro

IB 17A Folhas Marrom Pulverulenta Ausente

IB 17B Folhas Verde Pulverulenta Ausente

IB 18A Folhas Branco Cremosa Ausente

IB 23A Solo Marrom claro Pulverulenta Marrom escuro

IB 23B Solo Marrom claro Pulverulenta Ausente

IB 24A Fruto Creme Aveludada Ausente

IB 25A Fruto Branco Algodonosa Ausente

IB 27A Solo Marrom Pulverulenta Marrom

IB 27B Solo Verde Algodonosa Ausente

IB 31A Solo Preto Pulverulenta Ausente

IB 31C Solo Marrom claro Pulverulenta Ausente

IB 32A Tronco Branco Algodonosa Ausente

IB 33A Folhas Verde Pulverulenta Ausente

IB 33B Folhas Marrom Pulverulenta Marrom

IB 33C Folhas Creme Pulverulenta Ausente

IB 35A Folhas Branco e verde Aveludada Ausente

*p.d.: pigmento difundido no meio

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87

Apendice 1. Continuação.

Cultura Origem Morfologia da Colônia

Cor Textura p.d.*

IB 35B Folhas Marrom claro Aveludada Ausente

IB 36A Folhas Branco e verde Aveludada Ausente

IB 36B Folhas Verde escuro Aveludada Ausente

IB 36C Folhas Branco e verde Aveludada Ausente

IB 37A Folhas Verde claro Aveludada Ausente

IB 38A Fruto Branco Aveludada Ausente

IB 38B Fruto Marrom Pulverulenta Ausente

IB 38D Fruto Creme Aveludada Ausente

IB 38E Fruta Branco Aveludada Vermelho

IB 40A Folhas Branco e verde Aveludada Ausente

IB 44A Folhas Verde Pulverulenta Ausente

IB 44B Folhas Branco Aveludada Amarelo

IB 44C Folhas Branco e verde Aveludada Ausente

IB 44D Folhas Branco Aveludada Ausente

IB 44E Folhas Branco Aveludada Ausente

IB 44G Folhas Violeta Aveludada Ausente

IB 45B Folhas Verde Pulverulenta Ausente

IB 49A Folhas Marrom Pulverulenta Ausente

IB 49C Folhas Verde Pulverulenta Amarelo

IB 50A Folhas Marrom Algodonosa Ausente

IB 50B Folhas Verde Aveludada Ausente

*p.d.: pigmento difundido no meio

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88

Apêndice 2. Códigos das culturas, tipo de amostra do isolamento e características das

colônias dos fungos filamentosos isolados da região de transição (entre Mata Atlântica e

Cerrado, no distrito de Barão Geraldo).

Cultura Origem Morfologia da Colônia

Cor Textura p.d.*

BG 1A Folhas Branco e marrom Aveludada Ausente

BG 1B Folhas Verde Aveludada Ausente

BG 1C Folhas Verde escuro Aveludada Ausente

BG 1D Folhas Marrom claro Aveludada Ausente

BG 2A Folhas Marrom Aveludada Ausente

BG2B Folhas Marrom Aveludada Ausente

BG 3A Solo Preta Pulverulenta Ausente

BG 3B Solo Marrom Aveludada Ausente

BG 3C Solo Verde Aveludada Ausente

BG 3D Solo Branco Aveludada Ausente

BG 3E Solo Verde escuro Aveludada Amarelo

BG 3F Solo Branco Aveludada Ausente

BG 4A Solo Preta Pulverulenta Ausente

BG 4B Solo Branca Algodonosa Ausente

BG 4C Solo Marrom Aveludada Ausente

BG 4D Solo Amarela Aveludada Marrom

BG 5A Tronco Verde Pulverulenta Ausente

BG 5B Tronco Marrom Aveludada Ausente

BG 5C Tronco Verde Aveludada Amarelo

BG 5D Tronco Verde escuro Aveludada Amarelo

BG 6A Fruto Branco Aveludada Ausente

BG 7A Fruto Marrom Aveludada Marrom

BG 7B Fruto Branco Aveludada Ausenre

BG 8A Fruto Amarelo Algodonosa Amarelo

BG 8B Fruto Branco Aveludada Ausente

BG 8C Fruto Rosa e Branco Aveludada Ausente

BG 8D Fruto Verde Aveludada Vermelho

BG 9A Solo Cinza Algodonosa Ausente

BG 9B Solo Verde escuro Aveludada Ausente

BG 9C Solo Branca Aveludada Ausente

BG 9D Solo Verde escuro Aveludada Ausente

BG 9E Solo Preta Pulverulenta Ausente

BG 9F Solo Verde Aveludada Ausente

*p.d.: pigmento difundido no meio

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89

Apêndice 2. Continuação.

Cultura Origem Morfologia da Colônia

Cor Textura p.d.*

BG 10A Cogumelo Branco Aveludada Rosa

BG 10B Cogumelo Preto Pulverulenta Ausente

BG 10C Cogumelo Cinza Algodonosa Ausente

BG 10D Cogumelo Marrom Aveludada Ausente

BG 11A Fruto Marrom Pulverulenta Amarelo

BG 13A Cogumelo Cinza Algodonosa Ausente

BG13B Cogumelo Marrom Pulverulenta Amarelo

BG 13C Cogumelo Verde Aveludada Ausente

BG 13D Cogumelo Branco Algodonosa Rosa

BG 13E Cogumelo Branco e rosa Aveludada Ausente

BG 14A Solo Verde Aveludada Ausente

BG 14B Solo Branco Algodonosa Ausente

BG 14C Solo Marrom Aveludada Ausente

BG 14D Solo Verde escuro Aveludada Ausente

BG 14E Solo Marrom Aveludada Ausente

BG 14F Solo Branco Aveludada Ausente

BG 14G Solo Amarelo Aveludada Ausente

BG 14H Solo Marrom Aveludada Marrom

BG 14I Solo Branco Aveludada Ausente

BG 14J Solo Marrom Aveludada Ausente

BG 14K Solo Violeta Algodonosa Ausente

BG 15A Solo Preta Aveludada Ausente

BG 15B Solo Verde escura Aveludada Amarelo

BG 15C Solo Marrom Aveludada Ausente

BG 15D Solo Preta Pulverulenta Ausente

BG 16A Solo Preta Pulverulenta Ausente

BG16B Solo Verde escura Aveludada Ausente

BG 16C Solo Marrom Aveludada Ausente

BG 16D Solo Marrom Aveludada Ausente

BG 16E Solo Marrom Aveludada Ausente

BG 16F Solo Marrom Aveludada Ausente

*p.d.: pigmento difundido no meio

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Apêndice 3. Códigos das culturas e características das colônias dos fungos filamentosos

pertencentes a CMLB.

Cultura Morfologia da Colônia

Cor Textura p.d.*

RP 3 Verde escura Aveludada Ausente

RP 9 Branca Algodonosa Ausente

RP 13 Branca Algodonosa Ausente

RP 16 Verde escura Aveludada Marrom

RP 20 Verde escura Aveludada Ausente

RP 24 Verde Aveludada Ausente

RP 59 Marrom Pulverulenta Amarelo

RP 63 Preta Pulverulenta Ausente

RP 88 Verde escura Aveludada Ausente

RP 143 Verde Aveludada Verde

RP 148 Marrom Pulverulenta Amarelo

RP 153 Marrom Pulverulenta Amarelo

RP 156 Marrom Pulverulenta Amarelo

RP 159 Marrom Pulverulenta Amarelo

RP 162 Marrom Aveludada Ausente

RP 164 Marrom Pulverulenta Amarelo

RP 180 Branca Algodonosa Ausente

RP 184 Marrom Pulverulenta Amarelo

RP 208 Verde clara Aveludada Ausente

RP 216 Verde escura Aveludada Ausente

RP 225 Verde Aveludada Ausente

RP 255 Marrom Pulverulenta Amarelo

RP 261 Verde escura Aveludada Ausente

RP 314 Verde escura Aveludada Ausente

RP 318 Verde escura Aveludada Ausente

RP 331 Verde Aveludada Ausente

RP 347 Marrom Pulverulenta Amarelo

RP 361 Verde escura Aveludada Ausente

RP 366 Marrom Aveludada Amarelo

RP 367 Verde Aveludada Ausente

RP 396 Verde escuro Aveludada Ausente

RP 406 Verde Aveludada Ausente

RP 462 Verde e Branca Aveludada Amarelo

*p.d.: pigmento difundido no meio.

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91

Apêndice 3. Continuação.

Cultura Morfologia da Colônia

Cor Textura p.d.*

RP 478 Verde e Branca Aveludada Amarelo

RP 480 Verde Aveludada Ausente

RP 488 Verde Aveludada Verde

RP 1215 Rosa Aveludada Ausente

RP 1701 Verde Aveludada Ausente

P. variotii Marrom Pulverulento Amarelo

Rhizopus sp Cinza Algodonosa Ausente

Aspergillus sp 1068 Verde e branca Aveludada Ausente

Aspergillus sp 1099 Verde e branca Aveludada Ausente

Fusarium sp Lilás Aveludada Ausente

A. strictum Laranja Algodonosa Ausente

P.corylophilum Verde Aveludada Ausente

F. graminearum Verde e branca Aveludada Ausente

Aspergillus sp Preta Pulverulenta Ausente

T. harzianum Marron Aveludada Marron

*p.d.: pigmento difundido no meio.

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92

Apêndice 4. Inibição do crescimento (%) dos micro-organismos indicadores frente à presença

dos extratos de fungo isolados na região de Mata Atântica (Ilhabela).

Fungo

Concentração

de extrato

(%)

Inibição do crescimento (%)

B.

cereus E. coli S. aureus

S.

choleraesuis

C.

albicans

IB 3A 10 11,95 11,02 0,00 60,45 0,00

20 0,00 0,00 14,28 60,20 9,19

IB 4B 10 20,65 8,25 0,00 0,00 5,93

20 0,38 0,00 0,00 0,00 1,95

IB 4C 10 42,87 65,07 73,09 100,00 92,80

20 11,39 91,41 64,98 100,00 95,25

IB 6A 10 64,39 86,35 90,70 65,47 100,00

20 39,17 87,76 78,12 97,09 94,57

IB 6B 10 58,39 82,78 78,00 100,00 94,84

20 31,73 87,04 93,61 100,00 87,69

IB 6C 10 38,42 23,83 5,67 0,00 0,00

20 0,00 27,90 0,00 0,00 0,00

IB 6D 10 0,00 42,61 66,48 0,00 8,69

20 15,89 55,45 75,40 0,00 8,96

IB 6E 10 36,30 11,90 41,12 15,31 0,00

20 33,54 12,77 8,56 51,21 0,00

IB 7A 10 0,00 22,61 13,25 46,50 0,00

20 0,00 68,99 38,76 58,28 2,26

IB 8A 10 4,94 78,15 79,22 74,09 96,42

20 20,03 90,95 81,91 19,47 96,24

IB 10B 10 0,00 6,54 0,00 0,00 9,19

20 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

IB 13A 10 0,00 30,54 0,00 0,00 0,16

20 0,00 57,98 0,00 0,00 11,30

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93

Apêndice 4. Continuação.

Fungo

Concentração

de extrato

(%)

Inibição do crescimento (%)

B.

cereus E. coli S. aureus

S.

choleraesuis

C.

albicans

IB 14A 10 51,02 40,04 53,18 0,00 10,48

20 73,48 54,69 44,67 0,00 9,30

IB 14B 10 0,00 0,00 0,00 95,83 0,00

20 0,00 44,60 0,00 48,72 1,21

IB 14C 10 0,00 0,22 0,00 0,00 34,77

20 14,50 0,00 0,00 0,00 4,16

IB 16A 10 17,89 20,64 0,00 0,00 23,40

20 37,36 62,50 0,00 0,00 7,94

IB 17A 10 71,33 4,26 0,00 1,91 1,66

20 71,67 18,95 16,47 56,13 21,45

IB 17B 10 3,44 6,28 0,00 72,04 13,53

20 14,16 0,00 0,00 70,23 10,08

IB 18A 10 36,23 20,67 0,00 0,00 12,90

20 10,72 50,32 6,48 0,00 5,48

IB 23A 10 24,89 53,12 0,00 0,00 4,03

20 0,00 62,06 0,00 0,00 16,58

IB 23B 10 29,06 35,85 0,00 0,00 18,85

20 27,43 42,36 0,00 0,00 16,76

IB 24A 10 4,18 0,00 0,00 0,00 4,66

20 12,87 0,00 0,00 0,00 0,00

IB 25A 10 0,00 0,00 0,00 0,00 24,34

20 0,00 0,00 26,49 0,00 4,02

IB 27A 10 66,87 62,60 66,31 0,00 16,58

20 59,67 51,21 69,71 0,00 18,49

IB 27B 10 0,00 8,86 0,00 100,00 0,00

20 0,00 0,00 0,00 100,00 7,31

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94

Apêndice 4. Continuação.

Fungo

Concentração

de extrato

(%)

Inibição do crescimento (%)

B.

cereus E. coli S. aureus

S.

choleraesuis

C.

albicans

IB 31A 10 0,00 48,64 48,36 31,00 16,37

20 0,00 57,36 55,53 0,00 0,00

IB 31C 10 0,00 50,73 0,00 0,00 15,39

20 0,00 50,81 39,08 0,00 4,89

IB 32A 10 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

20 0,00 19,56 0,00 0,00 0,00

IB 33A 10 0,00 50,84 0,00 0,00 13,33

20 0,00 50,29 18,07 0,00 14,25

IB 33B 10 0,00 49,38 0,00 0,00 14,29

20 0,00 49,78 0,00 0,00 1,55

IB 33C 10 0,00 45,09 0,00 0,00 0,59

20 21,60 55,46 2,02 0,00 24,38

IB 34A 10 21,71 68,42 47,14 0,00 16,30

20 77,57 34,65 64,35 0,00 8,40

IB 35A 10 0,00 4,40 0,00 0,00 1,23

20 0,00 0,00 0,00 11,15 0,00

IB 35B 10 0,00 31,21 0,00 0,00 0,00

20 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

IB 36A 10 81,49 76,95 81,80 94,20 95,79

20 0,00 85,44 75,74 53,92 96,50

IB 36B 10 12,81 0,00 79,29 0,00 6,43

20 45,55 0,00 79,00 0,00 10,51

IB 36C 10 0,00 82,95 69,09 87,89 98,27

20 0,00 92,92 93,98 100,00 93,95

IB 37A 10 0,00 13,44 0,00 47,29 12,48

20 0,00 13,04 0,00 79,79 7,73

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95

Apêndice 4. Continuação.

Fungo

Concentração

de extrato

(%)

Inibição do crescimento (%)

B.

cereus E. coli S. aureus

S.

choleraesuis

C.

albicans

IB 38A 10 0,00 6,65 0,00 0,00 2,94

20 0,00 2,28 0,00 0,00 9,66

IB 38B 10 0,00 6,90 0,00 0,00 4,55

20 0,00 0,00 0,00 0,00 1,55

IB 38D 10 25,27 62,39 35,69 53,85 13,65

20 0,00 68,46 39,54 71,05 2,80

IB 38E 10 0,00 0,33 64,95 81,15 7,69

20 60,14 10,77 65,27 90,72 15,53

IB 40A 10 31,14 69,98 71,02 100,00 37,40

20 41,64 89,92 86,25 90,43 86,56

IB 44A 10 31,14 10,26 53,09 0,00 8,67

20 0,00 1,12 80,29 13,26 9,79

IB 44B 10 6,16 18,76 0,00 2,68 8,61

20 0,00 50,75 0,00 10,29 11,03

IB 44C 10 0,00 9,04 0,00 0,00 11,34

20 0,00 4,82 25,01 83,81 0,13

IB 44D 10 0,00 55,11 0,00 10,39 2,68

20 0,00 24,02 0,00 6,94 1,49

IB 44E 10 1,52 2,32 0,00 7,00 3,08

20 17,66 24,70 0,00 0,00 15,77

IB 44G 10 1,83 16,08 0,00 13,64 7,03

20 25,04 12,40 0,00 0,00 9,58

IB 45B 10 62,02 0,00 90,33 84,18 91,70

20 33,33 81,88 84,21 100,00 94,95

IB 49A 10 25,80 19,59 56,81 6,66 24,60

20 45,59 8,72 65,11 0,00 16,21

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96

Apêndice 4. Continuação.

Fungo

Concentração

de extrato

(%)

Inibição do crescimento (%)

B.

cereus E. coli S. aureus

S.

choleraesuis

C.

albicans

IB 49C 10 76,41 15,08 81,60 6,01 12,70

20 79,45 23,37 82,39 1,41 5,71

IB 50A 10 0,00 8,29 0,00 0,00 0,00

20 0,00 0,00 0,00 81,22 0,00

IB 50B 10 0,00 23,55 0,00 1,23 3,30

20 0,00 28,98 0,00 0,00 1,93

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97

Apêndice 5. Inibição do crescimento (%) dos micro-organismos indicadores na presença dos

extratos dos fungos identificados pertencentes à CMLB.

Fungo

Concentração

de extrato

(%)

Inibição do crescimento (%)

B.

cereus

E.

coli

S.

aureus

S.

choleraesuis

C.

albicans

Penicillium sp. 10 0,00 16,69 0,00 0,00 4,57

20 0,00 24,73 0,00 6,98 1,27

Aspergillus sp.

1068

10 48,46 7,51 40,80 37,03 8,28

20 70,38 9,62 57,75 32,60 11,65

Rhizopus sp. 10 61,15 49,20 31,31 0,00 4,09

20 36,03 70,61 29,66 59,81 4,55

P. varioti 10 75,26 21,98 78,75 0,00 29,43

20 76,03 61,18 79,32 34,82 48,56

Aspergillus sp.

1099

10 85,51 0,00 47,38 24,34 12,54

20 84,74 0,00 49,15 30,24 6,60

Fuzarium sp. 10 19,10 0,00 19,67 0,00 15,24

20 37,44 0,00 1,33 0,00 13,06

A. strictum 10 36,54 41,00 25,87 25,66 10,82

20 28,08 71,17 27,26 65,92 17,19

P.corilofilum 10 29,10 0,00 48,32 17,19 6,07

20 32,69 0,00 58,82 2,49 5,31

F. graminarium 10 16,28 34,29 36,50 38,07 12,47

20 14,10 37,76 50,28 38,28 12,37

Aspergillus sp. 10 30,77 11,92 15,31 5,71 12,01

20 12,69 48,77 0,76 16,69 15,87

T. harzianum 10 45,13 0,00 12,97 31,53 6,40

20 62,82 21,40 15,43 32,03 6,43

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98

Apêndice 5. Continuação.

Fungo

Concentração

de extrato

(%)

Inibição do crescimento (%)

B.

cereus

E.

coli

S.

aureus

S.

choleraesuis

C.

albicans

A. niger 10 42,44 30,65 8,29 31,49 11,02

20 30,64 22,57 10,69 19,76 10,29

Geotrichum sp. 10 30,41 0,00 0,00 0,00 2,33

20 30,17 0,00 9,36 0,00 1,31

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99

Apêndice 6. Inibição do crescimento (%) dos micro-organismos indicadores na presença dos

extratos dos fungos isolados na região de transição entre Mata Atlântica e Cerrado (Barão

Geraldo, Campinas).

Fungo

Concentração

de extrato

(%)

Inibição do crescimento (%)

B. cereus E. coli S.

aureus

S.

choleraesuis

C.

albicans

BG 1A 10 7,89 0,00 0,00 0,00 11,18

20 0,00 0,00 8,33 32,48 7,82

BG 1B 10 19,60 45,95 24,07 42,61 7,62

20 6,35 60,45 30,99 67,71 4,50

BG 1C 10 30,15 8,57 0,00 21,97 8,29

20 28,09 33,34 36,42 13,80 8,80

BG 1D 10 6,09 6,23 0,00 29,51 12,78

20 8,66 23,69 23,09 60,48 5,82

BG 2A 10 22,30 0,00 7,10 36,73 10,95

20 22,94 8,91 20,86 52,74 5,90

BG 2B 10 16,38 0,00 0,00 18,09 11,73

20 0,00 0,00 15,31 11,16 7,58

BG 3A 10 0,00 28,20 0,00 25,86 1,56

20 13,81 38,33 0,00 27,48 1,41

BG 3B 10 0,00 2,30 50,37 35,86 5,47

20 54,59 8,28 55,74 57,95 3,28

BG 3C 10 36,19 0,00 5,56 9,47 7,11

20 52,79 7,33 29,51 22,92 4,61

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100

Apêndice 6. Continuação.

Fungo

Concentração

de extrato

(%)

Inibição do crescimento (%)

B. cereus E. coli S.

aureus

S.

choleraesuis

C.

albicans

BG 3D 10 21,66 27,24 16,17 11,47 2,85

20 11,11 48,06 20,80 47,20 2,62

BG 3E 10 24,10 0,00 67,41 0,00 10,63

20 39,54 5,97 68,52 36,02 8,25

BG 3F 10 26,18 4,95 0,00 24,96 7,07

20 24,27 18,07 0,00 23,74 8,04

BG 4A 10 18,93 29,11 0,00 43,26 4,91

20 10,80 55,73 0,74 62,06 5,17

BG 4B 10 85,39 48,56 18,61 70,55 7,37

20 75,48 66,28 80,09 80,97 5,66

BG 4C 10 27,83 0,00 8,74 29,81 12,69

20 7,88 30,97 0,00 59,89 10,64

BG 4D 10 0,00 0,00 33,73 51,29 19,02

20 16,39 0,00 52,06 61,34 21,25

BG 5A 10 6,61 71,50 87,21 87,53 10,57

20 48,92 73,63 91,30 81,61 23,11

BG 5B 10 24,52 24,31 0,00 17,59 7,74

20 27,83 36,17 0,00 0,00 6,74

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101

Apêndice 6. Continuação.

Fungo

Concentração

de extrato

(%)

Inibição do crescimento (%)

B. cereus E. coli S.

aureus

S.

choleraesuis

C.

albicans

BG 5C 10 45,49 25,73 73,37 44,82 10,98

20 71,03 29,97 77,70 64,25 13,84

BG 5D 10 30,62 0,00 56,50 3,36 14,89

20 31,39 0,00 64,21 0,00 11,50

BG 7A 10 72,30 45,05 76,18 16,27 13,81

20 82,59 53,97 82,31 7,95 15,44

BG 7B 10 33,16 72,31 0,00 62,23 4,32

20 30,50 82,52 0,00 83,11 5,40

BG 8A 10 20,09 0,00 0,00 31,16 2,33

20 13,24 0,00 0,00 36,00 3,06

BG 8B 10 20,91 24,25 2,93 21,46 4,91

20 15,21 30,46 27,93 36,20 8,77

BG 8C 10 40,88 89,25 53,79 81,04 14,54

20 71,43 89,47 74,10 80,63 14,20

BG 8D 10 23,00 8,34 39,82 28,87 6,84

20 31,13 11,82 35,55 33,37 4,30

BG 9A 10 26,02 0,00 0,00 0,00 13,62

20 33,45 0,00 0,00 0,00 10,54

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102

Apêndice 6. Continuação.

Fungo

Concentração

de extrato

(%)

Inibição do crescimento (%)

B.

cereus E. coli

S.

aureus

S.

choleraesuis

C.

albicans

BG 9B 10 24,51 71,35 42,96 70,88 3,99

20 25,09 85,36 47,23 72,24 4,91

BG 9C 10 32,52 0,00 0,00 0,00 11,62

20 29,97 0,00 0,00 0,00 7,65

BG 9D 10 46,57 34,79 38,23 41,56 7,53

20 43,44 58,09 64,50 54,22 4,80

BG 9E 10 4,30 62,61 25,00 63,88 4,45

20 22,65 79,54 31,23 58,60 3,91

BG 9F 10 31,24 0,00 0,00 0,00 5,41

20 37,98 0,00 34,73 15,85 5,76

BG 10A 10 42,62 6,88 26,30 0,00 5,37

20 49,25 28,66 48,49 45,33 5,14

BG 10B 10 31,17 0,00 25,93 15,43 41,23

20 41,79 0,00 27,48 51,26 20,52

BG 10C 10 18,66 0,00 0,00 17,30 85,35

20 0,00 0,00 0,00 20,91 6,46

BG 10D 10 4,80 0,00 0,00 13,43 21,79

20 27,15 0,00 14,33 56,80 15,62

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103

Apêndice 6. Continuação.

Fungo

Concentração

de extrato

(%)

Inibição do crescimento (%)

B.

cereus E. coli

S.

aureus

S.

choleraesuis

C.

albicans

BG 11A 10 87,82 57,15 79,95 42,43 16,70

20 86,48 61,24 83,60 63,34 8,81

BG 13A 10 25,36 4,09 21,35 34,60 19,45

20 19,33 1,44 17,09 10,63 32,47

BG 13B 10 76,87 25,27 60,89 18,04 22,59

20 81,56 41,77 75,20 31,02 40,71

BG 13C 10 17,88 0,00 0,00 18,46 24,30

20 6,82 0,00 12,68 32,76 16,98

BG 13D 10 89,05 0,00 89,01 38,21 15,07

20 86,59 0,00 92,82 48,81 15,70

BG 13E 10 87,37 0,00 93,54 8,12 22,11

20 89,39 0,00 94,15 11,28 16,30

BG 14A 10 37,54 74,21 10,47 63,98 21,71

20 40,67 76,07 25,10 80,99 12,00

BG 14B 10 37,65 5,67 11,79 0,00 16,78

20 27,15 0,00 1,85 0,00 18,69

BG 14C 10 60,73 53,44 35,29 0,32 5,80

20 67,10 71,89 26,79 20,53 6,06

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104

Apêndice 6. Continuação.

Fungo

Concentração

de extrato

(%)

Inibição do crescimento (%)

B. cereus E. coli S.

aureus

S.

choleraesuis

C.

albicans

BG 14D 10 30,17 59,99 74,06 25,82 3,92

20 18,34 37,83 79,89 44,65 3,06

BG 14E 10 4,03 19,00 19,09 3,44 10,42

20 59,43 34,88 26,79 26,26 8,07

BG 14F 10 30,30 19,01 15,13 0,00 6,52

20 38,49 0,00 28,50 1,45 8,27

BG 14H 10 27,05 2,46 4,49 5,78 2,07

20 27,31 19,65 2,62 24,18 0,62

BG 14I 10 31,34 0,00 1,87 3,18 14,94

20 41,61 0,00 0,75 7,61 10,45

BG 14J 10 25,36 0,00 26,31 27,13 4,08

20 11,18 13,65 41,44 36,84 1,34

BG 14K 10 81,92 0,00 20,91 2,83 2,83

20 84,92 0,00 83,58 21,40 6,89

BG 15A 10 27,18 73,64 29,68 45,60 8,77

20 36,93 72,76 26,26 64,08 9,56

BG 15B 10 38,23 24,95 65,61 39,53 9,72

20 43,69 27,07 65,78 28,43 5,66

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105

Apêndice 6. Continuação.

Fungo

Concentração

de extrato

(%)

Inibição do crescimento (%)

B. cereus E. coli S.

aureus

S.

choleraesuis

C.

albicans

BG 15C 10 0,00 0,00 0,00 0,00 5,07

20 13,78 0,00 0,86 34,07 2,20

BG 15D 10 16,30 54,13 11,28 9,13 0,00

20 0,00 62,94 21,98 20,83 0,00

BG 16A 10 21,90 41,17 3,43 2,03 1,57

20 6,20 62,56 9,19 21,33 0,00

BG 16B 10 25,55 0,00 8,31 0,00 9,73

20 41,36 0,00 7,97 11,99 13,45

BG 16C 10 17,40 0,00 25,00 2,41 0,00

20 65,21 0,00 33,49 21,70 0,00

BG 16D 10 26,64 0,00 0,00 6,14 6,77

20 23,24 0,00 2,91 0,54 4,07

BG 16E 10 45,62 0,00 0,00 0,00 11,51

20 32,73 0,00 0,00 14,36 11,08

BG 16F 10 33,33 54,62 11,45 0,00 2,33

20 18,86 61,05 11,63 16,35 2,13

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106

Apêndice 7. Inibição do crescimento (%) dos micro-organismos indicadores na presença dos

extratos dos fungos pertencentes à CMLB.

Fungo Concentração

de extrato (%)

Inibição do crescimento (%)

A. cereus E. coli S. aureus S.

choleraesuis

C.

albicans

RP 9 10 0,00 0,00 3,60 0,00 5,68

20 30,17 53,32 20,76 44,85 7,46

RP 16 10 30,29 0,00 16,98 0,00 2,85

20 17,15 11,02 1,16 0,00 0,00

RP 20 10 27,62 38,74 9,42 0,00 5,02

20 20,07 11,08 18,20 0,00 1,34

RP 24 10 65,10 29,64 23,79 16,93 0,43

20 58,02 69,72 46,20 48,44 0,00

RP 59 10 36,66 73,47 11,47 2,00 6,82

20 7,02 74,36 30,06 35,75 10,09

RP 63 10 13,19 74,70 9,75 31,85 0,00

20 51,40 77,81 41,05 63,36 0,00

RP 88 10 33,35 40,04 53,80 39,20 6,23

20 25,08 9,91 66,13 34,19 4,29

RP 143 10 21,61 54,19 35,91 0,11 8,45

20 16,65 59,96 25,29 13,25 3,57

RP 148 10 51,86 51,43 67,90 9,69 25,10

20 47,64 73,08 72,51 57,46 44,36

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107

Apêndice 7. Continuação.

Fungo Concentração

de extrato (%)

Inibição do crescimento (%)

B. cereus E. coli S. aureus S.

choleraesuis

C.

albicans

RP 156 10 44,63 51,82 70,90 36,97 60,19

20 27,78 64,60 72,62 9,24 75,88

RP 159 10 42,23 56,71 69,77 15,70 51,61

20 36,21 50,94 70,63 16,04 77,75

RP 162 10 45,09 66,17 70,15 26,61 28,67

20 62,24 73,37 72,35 51,45 61,70

RP 164 10 68,25 62,33 71,97 44,65 19,63

20 40,12 73,37 73,10 6,35 40,69

RP 180 10 24,02 0,00 26,47 0,00 6,72

20 32,90 0,00 28,51 3,34 11,70

RP 184 10 59,15 44,12 69,20 19,33 53,72

20 57,93 75,58 73,17 37,92 75,48

RP 208 10 42,32 0,00 4,44 7,17 7,28

20 44,39 2,96 8,57 0,00 3,23

RP 216 10 35,24 0,00 10,80 0,00 10,88

20 48,54 43,52 28,82 34,65 4,88

RP 225 10 27,20 27,90 16,57 21,90 10,78

20 40,73 53,52 19,40 16,99 7,15

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108

Apêndice 7. Continuação.

Fungo Concentração

de extrato (%)

Inibição do crescimento (%)

B. cereus E. coli S. aureus S.

choleraesuis

C.

albicans

RP 255 10 62,93 48,63 68,65 10,09 36,78

20 53,05 46,87 70,18 15,47 76,47

RP 261 10 36,71 5,24 2,80 4,95 11,87

20 44,02 12,02 14,99 25,53 6,92

RP 314 10 44,88 35,62 25,39 17,58 4,02

20 57,32 51,93 32,90 0,00 0,40

RP 318 10 41,71 9,40 59,46 5,07 9,99

20 48,17 0,00 63,21 23,89 6,82

RP 361 10 35,12 0,00 18,69 14,77 5,24

20 34,76 50,21 30,56 21,20 0,53

RP 366 10 48,05 20,82 52,65 0,00 3,53

20 52,07 58,28 65,06 0,00 5,44

RP 367 10 42,56 0,00 0,00 0,00 2,47

20 36,22 0,00 0,00 7,64 1,19

RP 396 10 40,18 0,00 44,20 0,00 9,30

20 38,14 0,00 60,20 13,67 40,97

RP 471 10 29,21 36,48 22,32 27,50 8,54

20 41,33 28,07 9,06 6,28 6,45

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109

Apêndice 7. Continuação.

Fungo Concentração

de extrato (%)

Inibição do crescimento (%)

B. cereus E. coli S. aureus S.

choleraesuis

C.

albicans

RP 406 10 23,85 12,80 0,00 0,00 11,71

20 34,31 43,50 0,00 22,97 8,90

RP 331 10 30,10 0,00 3,13 25,00 12,44

20 26,15 5,74 21,75 13,20 11,71

RP 347 10 32,27 40,59 7,33 0,00 8,01

20 31,38 33,42 22,64 12,00 8,97

RP 478 10 51,53 68,79 42,98 65,42 87,29

20 71,56 76,58 22,64 63,04 63,60

RP 480 10 37,24 10,83 9,76 11,17 9,76

20 18,24 0,00 32,21 4,25 7,51

RP 488 10 29,59 28,12 40,05 0,00 5,89

20 40,18 28,59 47,00 0,00 6,06

RP 13 10 67,22 5,17 50,83 0,56 15,35

20 66,07 10,46 61,67 0,00 37,13

RP 153 10 54,85 52,74 64,41 14,39 66,81

20 50,00 71,02 68,05 4,85 77,96

RP 1215 10 35,08 13,43 0,00 0,00 3,44

20 40,56 37,11 14,16 0,00 2,78

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110

Apêndice 7. Continuação.

Fungo

Concentração

de extrato

(%)

Inibição do crescimento (%)

B.

cereus E. coli

S.

aureus

S.

choleraesuis

C.

albicans

RP 1701 10 25,79 0,00 7,68 20,15 8,97

20 26,19 36,91 2,35 20,85 4,56

RP 3 10 23,74 0,00 0,00 9,28 3,34

20 0,70 0,00 0,00 9,64 1,51

RP 462 10 6,20 0,00 61,79 10,98 7,58

20 36,68 0,00 60,22 33,81 6,10

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111

Apêndice 8. Crescimento de B. cereus (% D.O.), na presença de diferentes concentrações do

antibiótico Cloranfenicol (A) e dos extratos dos fungos BG14K(B), BG4B (C) e Aspergillus

sp. 1099 monitorado pela leitura da densidade óptica durante 20 h de exposição.

0

30

60

90

120

150

180

0 5 10 15 20

Controle 0,004 mg/mL0,008 mg/mL 0,016 mg/mL

D.O

.(%

)

0

30

60

90

120

150

180

0 5 10 15 20

Controle 0,625 mg/mL1,25 mg/mL 2,5 mg/mL

B

D.O

.(%

)

0306090

120150180

0 5 10 15 20

Controle 0,313 mg/mL 0,625 mg/mL

D.O

.(%

)

0

40

80

120

160

200

0 5 10 15 20

Controle 0,625 mg/mL 1,25 mg/mL

D.O

.(%

)

A

C D

Tempo (h) Tempo (h)

Tempo (h) Tempo (h)

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112

Apêndice 9. Crescimento de E. coli (% D.O.), na presença de diferentes concentrações do

antibiótico Cloranfenicol (A) e dos extratos dos fungos IB6B (B), IB6A (C), IB36C (D) e

BG8C (E) monitorado pela leitura da densidade óptica durante 20 h de exposição.

0

50

100

150

200

250

0 5 10 15 20

Controle 0,004 mg/mL0,008 mg/mL 0,016 mg/mL

A

D.O

.(%

)

0

50

100

150

200

250

300

0 5 10 15 20

Controle 2,5 mg/mL5 mg/mL 10 mg/mL

B

D.O

.(%

)

0

50

100

150

200

250

300

0 5 10 15 20

Controle 1,25 mg/mL2,5 mg/mL 5 mg/mL

C

D.O

.(%

)

0

50

100

150

200

250

300

0 5 10 15 20

Controle 0,313 mg/mL0,625 mg/mL 1,25 mg/mL

D D

.O.(

%)

0

100

200

300

400

500

0 5 10 15 20

Controle 2,5 mg/mL5 mg/mL 1,25 mg/mL

E

D.O

.(%

)

Tempo (h)

Tempo (h) Tempo (h)

Tempo (h) Tempo (h)

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113

Apêndice 10. Crescimento de S. aureus (% D.O.), na presença de diferentes concentrações do

antibiótico Cloranfenicol (A) e do extrato dos fungo IB49C (B) monitorado pela leitura da

densidade óptica durante 20 h de exposição.

0

50

100

150

200

250

300

0 5 10 15 20

Controle 0,625 mg/mL0,3125 mg/mL 0,156 mg/mL

D.O

.(%

)

0

50

100

150

200

250

0 5 10 15 20

Controle 20 mg/mL

10 mg/mL 5 mg/mL

B

D.O

.(%

)

A

Tempo (h) Tempo (h)

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114

Apêndice 11. Crescimento de S. choleraesuis (% D.O.), na presença de diferentes

concentrações do antibiótico Cloranfenicol (A) e do extrato dos fungo IB38E (B), IB40A(C),

IB45B (D), BG8C (E) e BG5A (F)monitorado pela leitura da densidade óptica durante 20 h

de exposição.

0

50

100

150

200

250

0 5 10 15 20

Controle 0,004 mg/mL0,008 mg/mL 0,016 mg/mL

D.O

.(%

)

0

50

100

150

200

250

300

0 5 10 15 20

Controle 2,5 mg/mL

5 mg/mL 10 mg/mL

B

D.O

.(%

)

0

50

100

150

200

250

300

0 5 10 15 20

Controle 5 mg/mL10 mg/mL 20 mg/mL

D.O

.(%

)

0

50

100

150

200

250

0 5 10 15 20

Controle 0,313 mg/mL0,625 mg/mL 1,25 mg/mL

D

D.O

.(%

)

050

100150200250300350

0 5 10 15 20

Controle 20 mg/mL10 mg/mL 5mg/mL

D.O

.(%

)

050

100150200250300350

0 5 10 15 20

Controle 20 mg/mL 10 mg/mL

F

D.O

.(%

)

A

C

E

Tempo (h) Tempo (h)

Tempo (h) Tempo (h)

Tempo (h) Tempo (h)

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115

Apêndice 12. Crescimento de S. choleraesuis (% D.O.), na presença de diferentes

concentrações dos extratos dos fungos IB4C (G), IB6B (H), IB14B(I), IB27B(J), IB36A (K) e

IB36C (L) monitorado pela leitura da densidade óptica durante 20 h de exposição.

0

50

100

150

200

250

0 5 10 15 20

Controle 0,625 mg/mL1,25 mg/mL 2,5 mg/mL

D.O

.(%

)

0

50

100

150

200

250

0 5 10 15 20

Controle 0,625 mg/mL1,25 mg/mL 2,5 mg/mL

H

D.O

.(%

)

050

100150200250300350

0 5 10 15 20

Controle 20 mg/mL 10 mg/mL

D.O

.(%

)

050

100150200250300350400450

0 5 10 15 20

Controle 20 mg/mL10 mg/mL 5 mg/mL

J

D.O

.(%

)

0

50

100

150

200

250

300

0 5 10 15 20

Controle 0,625 mg/mL1,25 mg/mL 2,5 mg/mL

D.O

.(%

)

0

50

100

150

200

250

300

0 5 10 15 20

Controle 0,625 mg/mL1,25 mg/mL 2,5 mg/mL

L

D.O

.(%

)

G

I

K

Tempo (h) Tempo (h)

Tempo (h) Tempo (h)

Tempo (h) Tempo (h)

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ANEXO A - Autorização de acesso e de remessa de amostras de componente do Patrimônio

Genético nº 010662/2013-8