írio - linguagemviva.com.br filehoje, de eliminar a resenha crítica regular a cargo de...

9
Ano XXVI Nº 316 dezembro de 2015 O Professor Adelto Gon çalves é conhecido e enaltecido pelo exercí- cio da crítica literária, função que desempenha com segurança, sim- patia e estilo tanto nos modernos meios de comunicação virtual — importantes sites do País e do ex- terior, notadamente Portugal— quanto em órgãos da imprensa tra- dicional. A qualidade, a frequência e a intensidade desse trabalho, uma das mais louváveis exceções à ten- dência dos grandes periódicos, hoje, de eliminar a resenha crítica regular a cargo de profissionais “do ramo”, competentes e respeitados, fazem, por si sós, benemérita a pena do escritor. A crítica registra e analisa a produção literária, atuan- do como fiel e guia do leitor e arma- zenando, para os historiadores e estudiosos do setor, informações sem as quais a pesquisa seria um perder-se na floresta, cada vez mais densa e intrincada, dos pro- dutos e despejos editoriais. Sem a crítica restam a publicidade e a re- senha expositiva, cumpridoras, é certo, de um papel respeitável, mas incapazes, por definição, de ir ao âmago da criação literária, em ter- mos de técnica, de humanismo e de arte. Além disso, é autor de ensaios literários, históricos e biográficos como, apenas exemplificando, os que dedicou a Bocage, Tomás An- tônio Gonzaga e Fernando Pessoa, que lhe aumentaram a notoriedade e lhe granjearam justos prêmios. Finalmente, sabemo-lo autor de narrativas ficcionais, como os contos de Mariela Morta (sua es- tréia, em 1977) e o romance Bar- celona Brasileira, publicado em Lis- boa, em 1999, e em São Paulo, em 2002. Quanto a mim, tomo conhe- cimento direto desta sua faceta de escritor apenas agora, com a recen- te publicação, por LetraSelvagem, da segunda edição de Os Vira-La- tas da Madrugada. Tendo-o escrito no final da adolescência, refundiu- O ROMANCE DE ADELTO Anderson Braga Horta o em 1977-78, vindo essa versão a merecer destaque, dois anos de- pois, no Prêmio Nacional José Lins do Rego, da editora José Olympio, que o publicou em 1981. A trama tem base na realida- de, passando-se em Santos, num espaço fervilhante de vida e de mi- séria, entre o porto, o bairro Paquetá e o centro da cidade. Os persona- gens são — diz em nota o editor, Nicodemos Sena — “ex-sindicalis- tas, punguistas, jornaleiros, vende- dores de jogo do bicho, catadores de restos que caem no transporte antes de chegar aos navios, men- digos, engraxates, cafetinas, cafetões, prostitutas e jovens apren- dizes de todo tipo de expediente”; os “vira-latas”, diz o posfácio de Maria Angélica Guimarães Lopes, são os moleques do bairro. E o tem- po? Este, segundo o autor, “não existe, os acontecimentos se con- fundem, as datas são esquecidas”; não obstante, deve ser afastada a idéia de uma intemporalidade abso- luta: a trama se desenvolve às vésperas do golpe militar de 1964, que lhe impõe um corte brusco, sem o recurso usual de um final definitivo. Conforme detalha Ademir Demarchi nas orelhas, em que lhe traça ágil roteiro, há um plano de fundo fortemente político por trás do enredo, com personagens que rememoram a Coluna Prestes e a era Vargas, tomados em cena “no período pré-golpe”. Desse grupo humano emer- gem com força figuras marcantes como o velho Marambaia, seu ca- lejado “mestre”, e o jovem Pingola com sua explorada amante, a jo- vem prostituta Sula. Marambaia, legendário participante da Coluna, depois homem do mar e, nessa condição, capitão de motins em defesa de direitos dos marujos, é forte presença nessas páginas, com um halo de conselheiro e mentor. Pingola, seu protegido, malandrinho, mas aprendiz de estatuário, leva sua contradição até a página final, quando parece tomar consciência de sua condição subumana e apontar os olhos para uma meta. O verdadeiro protagonista do romance, assim o sentimos, é a sua humanidade sofrida, recalcada em patamares de primitivismo socioeconômico. O livro estrutura- se em três “confissões”, palavras do eu-narrador que o comentam e definem, cada uma delas introduzin- do uma de suas partes, culminan- do com uma “Última confissão”, sem sequência, espécie de brevíssima coda à guisa de “moral da história”. É interessante registrar como numa dessas confissões, a segunda, o romancista nos adianta uma das vertentes mais notórias do futuro crítico, o ensaio de fulcro his- tórico, ao discorrer sobre a origem e a etimologia do nome de batismo da região do Paquetá, com base nas anotações de Francisco Martins dos Santos, em sua Hist ria de San- tos, de 1937; e, natu- ralmente, ao descre- ver o Paquetá de “hoje”. Sobre quem leia o livro salteadamente, randomicamente — eu mesmo às vezes o faço, e isso é possível no caso, pois os capítu- los de Os Vira-Latas da Madruga- da soem ter um fechamento que lhes permite o folheio aleatório —, impende o risco de acabar pespegando-lhe o rótulo de niilismo, tal o acúmulo de desgraças e hu- milhações que relata. Se se detiver nas páginas que descrevem a animalesca fúria repressória e tor- turadora dos beleguins da quartelada, ou nas que pintam a lou- cura supostamente revolucionária do velho Marambaia, seguida de seu covarde assassínio, tal conclu- são parecerá indiscutível: a mensa- gem seria de treva e desesperan- ça. Mas o capítulo do enterro do negro artesão, quando Plínio intui que Marambaia “aproveitara o di- nheiro do jogo do bicho para dar ao pobre João de Angola um enterro decente”, antecipa conclusão bem diversa. Pois, “então, Plínio sentiu uma ternura imensa por Marambaia; nem tudo no mundo era mesquinha- ria”; e “de repente, ali, inclinado so- bre os joelhos, descobria a solida- riedade, a honestidade, a amizade, valores que pareciam mortos”. Ou- tro momento luminoso é o que en- cerra o volume (antes da já comen- tada “confissão” final), com Pingola, após o sepultamento de Angola, que lhe ensinara a arte de esculpir em madeira, e o martírio de Marambaia, seu protetor, abraçando a compa- nheira grávida: “Amanhã, iremos embora des- ta merda de cais .... Vamos come- çar de novo. Ele vai precisar de um pai de quem possa ter orgulho”, diz, apontando com os olhos para a sombra do ventre inchado da mu- lher que se desenha na parede. Valida-se, assim, em termos de fé — ou pelo menos de espe- rança — em nossa tumultuosa hu- manidade, este belo romance de Adelto Gonçalves, válido essencial- mente, de resto, pelo vigor da nar- ração e pela compassividade intrín- seca do narrador. Adelto Gonçalves – Os Vira-Latas da Madrugada, romance. LetraSelvagem, Taubaté, 2015 (2.ª ed.). Anderson Braga Horta é escritor, advogado, poeta, crítico, cofundador da Associação Nacional de Escritores, membro da Academia Brasiliense de Letras e da Academia de Letras do Brasil.

Transcript of írio - linguagemviva.com.br filehoje, de eliminar a resenha crítica regular a cargo de...

Page 1: írio - linguagemviva.com.br filehoje, de eliminar a resenha crítica regular a cargo de profissionais “do ramo”, competentes e respeitados, ... socioeconômico. O livro estrutura-

Ano XXVI Nº 316 dezembro de 2015

O Professor Adelto Gonçalves é conhecido eenaltecido pelo exercí-

cio da crítica literária, função quedesempenha com segurança, sim-patia e estilo tanto nos modernosmeios de comunicação virtual —importantes sites do País e do ex-terior, notadamente Portugal—quanto em órgãos da imprensa tra-dicional. A qualidade, a frequênciae a intensidade desse trabalho, umadas mais louváveis exceções à ten-dência dos grandes periódicos,hoje, de eliminar a resenha críticaregular a cargo de profissionais “doramo”, competentes e respeitados,fazem, por si sós, benemérita apena do escritor. A crítica registra eanalisa a produção literária, atuan-do como fiel e guia do leitor e arma-zenando, para os historiadores eestudiosos do setor, informaçõessem as quais a pesquisa seria umperder-se na floresta, cada vezmais densa e intrincada, dos pro-dutos e despejos editoriais. Sem acrítica restam a publicidade e a re-senha expositiva, cumpridoras, écerto, de um papel respeitável, masincapazes, por definição, de ir aoâmago da criação literária, em ter-mos de técnica, de humanismo ede arte.

Além disso, é autor de ensaiosliterários, históricos e biográficoscomo, apenas exemplificando, osque dedicou a Bocage, Tomás An-tônio Gonzaga e Fernando Pessoa,que lhe aumentaram a notoriedadee lhe granjearam justos prêmios.

Finalmente, sabemo-lo autorde narrativas ficcionais, como oscontos de Mariela Morta (sua es-tréia, em 1977) e o romance Bar-celona Brasileira, publicado em Lis-boa, em 1999, e em São Paulo, em2002. Quanto a mim, tomo conhe-cimento direto desta sua faceta deescritor apenas agora, com a recen-te publicação, por LetraSelvagem,da segunda edição de Os Vira-La-tas da Madrugada. Tendo-o escritono final da adolescência, refundiu-

O ROMANCE DE ADELTOAnderson Braga Horta o em 1977-78, vindo essa versão a

merecer destaque, dois anos de-pois, no Prêmio Nacional José Linsdo Rego, da editora José Olympio,que o publicou em 1981.

A trama tem base na realida-de, passando-se em Santos, numespaço fervilhante de vida e de mi-séria, entre o porto, o bairro Paquetáe o centro da cidade. Os persona-gens são — diz em nota o editor,Nicodemos Sena — “ex-sindicalis-tas, punguistas, jornaleiros, vende-dores de jogo do bicho, catadoresde restos que caem no transporteantes de chegar aos navios, men-digos, engraxates, cafetinas,cafetões, prostitutas e jovens apren-dizes de todo tipo de expediente”;os “vira-latas”, diz o posfácio deMaria Angélica Guimarães Lopes,são os moleques do bairro. E o tem-po? Este, segundo o autor, “nãoexiste, os acontecimentos se con-fundem, as datas são esquecidas”;não obstante, deve ser afastada aidéia de uma intemporalidade abso-luta: a trama sedesenvolve àsvésperas do golpemilitar de 1964,que lhe impõe umcorte brusco, semo recurso usual deum final definitivo.

Conforme detalha AdemirDemarchi nas orelhas, em que lhetraça ágil roteiro, há um plano defundo fortemente político por trás doenredo, com personagens querememoram a Coluna Prestes e aera Vargas, tomados em cena “noperíodo pré-golpe”.

Desse grupo humano emer-gem com força figuras marcantescomo o velho Marambaia, seu ca-lejado “mestre”, e o jovem Pingolacom sua explorada amante, a jo-vem prostituta Sula. Marambaia,legendário participante da Coluna,depois homem do mar e, nessacondição, capitão de motins emdefesa de direitos dos marujos, éforte presença nessas páginas,com um halo de conselheiro ementor. Pingola, seu protegido,malandrinho, mas aprendiz de

estatuário, leva sua contradição atéa página final, quando parece tomarconsciência de sua condiçãosubumana e apontar os olhos parauma meta.

O verdadeiro protagonista doromance, assim o sentimos, é a suahumanidade sofrida, recalcada empatamares de primitivismosocioeconômico. O livro estrutura-se em três “confissões”, palavrasdo eu-narrador que o comentam edefinem, cada uma delas introduzin-do uma de suas partes, culminan-do com uma “Última confissão”,sem sequência, espécie debrevíssima coda à guisa de “moralda história”. É interessante registrarcomo numa dessas confissões, asegunda, o romancista nos adiantauma das vertentes mais notórias dofuturo crítico, o ensaio de fulcro his-tórico, ao discorrer sobre a origeme a etimologia do nome de batismoda região do Paquetá, com basenas anotações de Francisco Martinsdos Santos, em sua História de San-

tos, de 1937; e, natu-ralmente, ao descre-ver o Paquetá de“hoje”.

Sobre quem leiao livro salteadamente,randomicamente —

eu mesmo às vezes o faço, e issoé possível no caso, pois os capítu-los de Os Vira-Latas da Madruga-da soem ter um fechamento quelhes permite o folheio aleatório —,impende o risco de acabarpespegando-lhe o rótulo de niilismo,tal o acúmulo de desgraças e hu-milhações que relata. Se se detivernas páginas que descrevem aanimalesca fúria repressória e tor-turadora dos beleguins daquartelada, ou nas que pintam a lou-cura supostamente revolucionáriado velho Marambaia, seguida deseu covarde assassínio, tal conclu-são parecerá indiscutível: a mensa-gem seria de treva e desesperan-ça. Mas o capítulo do enterro donegro artesão, quando Plínio intuique Marambaia “aproveitara o di-nheiro do jogo do bicho para dar aopobre João de Angola um enterro

decente”, antecipa conclusão bemdiversa. Pois, “então, Plínio sentiuuma ternura imensa por Marambaia;nem tudo no mundo era mesquinha-ria”; e “de repente, ali, inclinado so-bre os joelhos, descobria a solida-riedade, a honestidade, a amizade,valores que pareciam mortos”. Ou-tro momento luminoso é o que en-cerra o volume (antes da já comen-tada “confissão” final), com Pingola,após o sepultamento de Angola, quelhe ensinara a arte de esculpir emmadeira, e o martírio de Marambaia,seu protetor, abraçando a compa-nheira grávida:

“Amanhã, iremos embora des-ta merda de cais .... Vamos come-çar de novo. Ele vai precisar de umpai de quem possa ter orgulho”, diz,apontando com os olhos para asombra do ventre inchado da mu-lher que se desenha na parede.

Valida-se, assim, em termosde fé — ou pelo menos de espe-rança — em nossa tumultuosa hu-manidade, este belo romance deAdelto Gonçalves, válido essencial-mente, de resto, pelo vigor da nar-ração e pela compassividade intrín-seca do narrador.

Adelto Gonçalves – OsVira-Latas da Madrugada,romance. LetraSelvagem,

Taubaté, 2015 (2.ª ed.).

Anderson Braga Horta é escritor,advogado, poeta, crítico,

cofundador da AssociaçãoNacional de Escritores, membro daAcademia Brasiliense de Letras eda Academia de Letras do Brasil.

Page 2: írio - linguagemviva.com.br filehoje, de eliminar a resenha crítica regular a cargo de profissionais “do ramo”, competentes e respeitados, ... socioeconômico. O livro estrutura-

Página 2 - dezembro de 2015

Periodicidade: mensal - www.linguagemviva.com.brEditores: Adriano Nogueira (1928 - 2004) e Rosani Abou Adal

Rua Herval, 902 - São Paulo - SP - 03062-000Tels.: (11) 2693-0392 - 97358-6255

Distribuição: Encarte em A Tribuna Piracicabana, distribuído aassinantes, bibliotecas, livrarias, entidades, escritores e faculdades.

Impresso em A Tribuna Piracicabana -Rua Tiradentes, 647 - Piracicaba - SP - 13400-760

Selos e logo de Xavier - www.xavierdelima1.wix.com/xaviArtigos e poemas assinados são de responsabilidade dos autoresO conteúdo dos anúncios é de responsabilidade das empresas.

Rosani Abou Adal

Assinatura anual: R$ 84,00semestral: R$ 42,00

Tels.: (11) 2693-0392 - [email protected]

Rua Herval, 902 - São Paulo - SP - 03062-000

A solenidade de entrega doPrêmio Jabuti, promovido pelaCâmara Brasileira do Livro, foirealizada no dia 3 de dezembro, noAuditório Ibirapuera, em São Paulo.

O homenageado especial da 57ªedição do prêmio foi Mauricio deSousa, em razão da relevantecontribuição ao prazer da leitura, naformação de crianças e jovens.

O escritor e ilustrador Mauríciode Sousa nasceu em 27 de outubrode 1935, em Santa Isabel (SP).Iniciou sua carreira como ilustradorna região de Mogi das Cruzes. Criou,em 1959, o primeiro personagem, ocãozinho Bidu. Em 1970, lançou arevista Mônica. Ocupa a cadeira nº24 da Academia Paulista de Letras.

Maurício de Sousa foi agraciadocom um troféu criado especialmentepara ele. A láurea foi entregue pelopresidente da Câmara Brasileira doLivro, Luís Antonio Torelli.

Exibição de um vídeo retratouparte da trajetória do criador da Turmada Mônica. Chico Bento e Zé Lelé se apresentaram num duelo em versosde repente, de autoria de Fábio Sombra, cujo trabalho faz parte do livro APeleja do Violeiro Chico Bento Com o Rabequeiro Zé Lelé, que foi publicadopela Editora Melhoramentos.

O Troféu Jabuti foi entregue aos três primeiros colocados das 27categorias. O Livro do Ano de Ficção, ficou para “ Quarenta dias”, de MariaValéria Rezende; e o de Não-Ficção para “A casa da vovó – uma biografiade Doi-Codi”, de Marcelo Godoy.

Segundo Marisa Lajolo, curadora do prêmio, “A CBL acompanha asmudanças do mercado e registra a crescente participação digital no mundodo livro. Esta é a primeira incursão do Prêmio Jabuti no universo tecnológico.Muitas outras virão”.

Divulgamos os prêmios de Literatura. As demais categorias estãodisponíveis em http://premiojabuti.com.br/resultados-jabuti-2015/

Poesia: 1º Lugar, Corpo de Festim, de Alexandre Guarnieri; 2º Lugar,Clio, de Marco Lucchesi; 3º Lugar, A Comedia de Alissia Bloom, de ManoelHerzog. Contos e Crônicas: 1º Lugar, Sem Vista para o Mar. Contos deFuga, de Carol Rodrigues; 2º Lugar, Dez Centímetros Acima do Chão, deFlavio Cafiero; 3º Lugar, Olhos D’água, de Conceição Evaristo. Romance:1º lugar, Quarenta Dias, de Maria Valéria Rezende; 2º Lugar, Caderno deum Ausente, de João Anzanello Carrascoza; 3º Lugar, Os Piores Dias deMinha Vida Foram Todos, de Evandro Affonso Ferreira.

Prêmio Jabuti presta homenagema Maurício de Sousa

Valentino Mello

Luís Antonio Torelli. e Maurício de Souza

Podemos reconstruir casas, monumentos, praças, escolas,prédios, ruas e patrimônios históricos que foram destruídoscom bombas, mísseis, guerras ou num mar de lama.

Entretanto quando se perde a vida de um ser humano, animal, rio e daterra é impossível reconstruí-la ou restaurá-la.

A ganância do homem pelo poder não tem limites, é devastadora.Triste ver o nosso Planeta e seus habitantes vivendo em farelos.

Mais triste ainda é ver nossas crianças sem futuro, sem seus pais,seu País, suas casas, sem esperanças, abrigo e aconchego.

Enquanto em algumas mesas há um banquete farto, em muitasoutras apenas o trivial. Não vamos falar das pessoas que não têm mesas,pratos e talheres para cearem alimentos invisíveis.

O Papai Noel nas casas com chaminés levando presentes para osricos e consumistas. Nos casebres, as crianças não vêem nem o vultodo ser de barbas brancas. Apenas sonham com um saco cheio presentesfictícios.

Os fogos de artifícios levam a falsa alegria para os homens “de boavontade” que comemoram o Natal com mesas fartas de animais mortos.Nos países em guerra, as granadas, bombas e mísseis fazem parte dospratos principais das ceias.

Não temos o objetivo de levar uma mensagem negativa, somentepretendemos alertar para que as pessoas tenham consciência, evitem oesperdício e possam dar pão para quem tem fome, água para quem temsede, doar brinquedos, afeto, carinho e livros, muitos livros para criançascarentes e abandonadas.

Que tenham compaixão para com os animais e repartam tambémcom eles. Que evitem o esperdício e não joguem comida fora. Que evitemo consumismo desenfreado para impedir mortes desnecessárias dosnossos irmãos suínos, bovinos, ovinos, caprinos, de asas e barbatanas.

Queremos o melhor para todos os seres que habitam a Terra.Esperamos que possam viver em Paz, com amor e saúde.

Que tenham um Natal pleno de alegrias e que o Ano Novo seja fartode esperanças e energias positivas.

Desejamos Boas Festas aos leitores, clientes, colaboradores,assinantes, à Tribuna Piracicabana e aos amigos. Um 2016 pleno desolidariedade, paz, amor, saúde, Cultura e Literatura.

O livro poderá mudar o mundo. Vamos doá-los a quem tem fome deleitura.

Solidariedade Natalina

Page 3: írio - linguagemviva.com.br filehoje, de eliminar a resenha crítica regular a cargo de profissionais “do ramo”, competentes e respeitados, ... socioeconômico. O livro estrutura-

Página 3 - dezembro de 2015

Para a mais completa análise de Mergulho na região do espanto (Belo

Horizonte: Ed. UFMG, 2015), de RuiMourão e a sua mais confiável in-terpretação e, afinal, para aurdidura de convincente juízo críti-co, torna-se indispensável o empre-go de uma visão interdisciplinar. Éque consubstancializam a textura li-terária do autor informes proceden-tes da Psicologia e da História. Naverdade, o protagonista que se pro-nuncia na primeira pessoa do sin-gular compendia ou configura umapersonalidade doentia, formuladorade conceitos delirantes, inseguros,de baixo teor de credibilidade.

No entanto, o “eu poético” tran-sita num contexto pleno de reminis-cências históricas que alcançam einfluenciam as individualidades. Afala da comunidade traduz umidioleto cuja pauta e repertório,repetitivos, formam os sistemas co-municativos paradigmáticos da par-te central de Minas Gerais, compre-endendo Ouro Preto e Belo Horizon-te, ou seja, o antigo e o novo.

O protagonista, por sua vez,além de “viver” e “respirar” a atmos-fera cultural, retrabalha toda a he-rança recebida das fontes formado-ras da sua consciência.

Assim, passado e futuro semesclam na mente excitada e os“vultos” da velha Vila Rica e de seussequazes renascem no cérebro e sedesnudam das honrarias históricas,das demarcações oficiais, das fes-tas cívicas e arroubos patrióticos ese mostram na escala do cotidiano,com as mazelas que os impulsos dariqueza trazem consigo. Enfim, todasas glórias regionais e nacionais seestigmatizam. Ninguém presta. Tudoé pequeno, escravo dos instintosanimais, selvagens.

O lastro historiográfico pune edesmistifica a herança da elite cul-ta, em busca de poder econômico epolítico. A lógica e racionalidade dodiscurso narrativo, delegadas à men-te enferma, operam, de certa forma,a revisão crítica do passado funda-dor das Minas, que se consagrousob a pedagogia de exortação dosInconfidentes, ocasionalmente apa-nhados em suspeitas conspirações.

Fábio Lucas

Rui Mourão: razões e disfarces da mente em delírioO narrador de Mergulho na re-

gião do espanto, no curso do soliló-quio, menciona “minha obsessão pelaleitura” (ob. cit., p.10). Desse saberadquirido é que transbordam os pre-ciosos relatos do cotidiano das per-sonalidades divinizadas nos cultospatrióticos.

Ao leitor cabe distrair com o en-genho literário de Rui Mourão ao in-dividualizar os movimentos do prota-gonista no cenário colonial.

O primeiro “espanto” será o co-mando para que a personagem sedirigisse a Ouro Preto. Disponível,aposentado, acolheu do vulto miste-rioso a oportuna indicação, corres-pondente a adiado desejo. A mentecogitadora apresenta a primeira ci-são: a que Ouro Preto se dirigir, aantiga ou a contemporânea? No in-tento persuasivo do narrador nãopassam de uma única e exclusivaverdade, “porque o homem está é namemória, nos tempos idos invariavel-mente incompletos, que dependemdo presente para se revelarem emrenovada significação.” (ob. cit., p.10)

Certa camada crítica,subjacente aos enunciados históri-cos, ocupa a fala revisionista donarrador. A leitura intrínseca do ro-mance oferece uma totalidadediscursiva do autor, experienteficcionista, a talhar um dos seus maisrefinados textos literários. Até renas-ce o passado mineiro, acompanhadode seus vultos, todavia desprovidosda feição amável. Pejam-se de más-caras denunciadoras das fraquezashumanas numa escala que percorredo sublime ao sórdido.

E o narrador a conduzir penososolilóquio? Rui Mourão o focaliza in-toxicado de leituras, vítima dos exces-sos de conclusões apressadas, aves-sas ao rigor científico. Um bando deficcionistas imaginosos a impor sub-jetividade em caso de ausência de do-cumentos. Inventores de estórias.

O protagonista, determinado acumprir a decisão de viajar, detona oexplosivo da auto-análise que, porsua vez, desmancha o castelo-no-ar;relata episódios, retrata situaçõesextremas, põe-se a salvo de estadode necessidade, opta pela vida e re-siste à violência, ao arbítrio e àprepotência, enfim, tudo que é ine-rente ao poder colonial. Quanto àsnegociações de datas e legitimaçãode obras intrometiam-se regras e re-gulamentações ocasionais,

externadas pelas aparências depoderosos chefes políticos locais.Homens de escassas luzes e mui-tas armas (roubadas,contrabandeadas e, até, permitidasmediante acordos não escritos).

Além da faceta de elocubrarsobre o justo e o injusto, o narrador,criatura do romancista, move-secom dinâmica credibilidade na es-fera da associação dos valores davida prática com os conceitos dateoria das Letras. Para mera ilus-tração dessa riqueza temática,tome-se o trecho da página 159 atéa p.173, fim do capítulo, em quesurge o doutor Edvaldo Sotero,analista, a enfatizar a posição doator, no palco perante a platéia ouno cinema, em projeção na tela friadiante do público atento, em buscade emoções. Também se fazem lere comentar episódios retirados dosAutos de Devassa da InconfidênciaMineira. O tóxico das Letras vicia eaponta para a mente frágil e obses-siva o caminho da loucura.

A terapia corporal reforçada pelacura espiritual desproblematizaria onarrador? E a retidão moral que, parapensadores da linha de Georg Lukács,encontram na Ética o principal esteioda Filosofia? Ou todo o conhecimen-to não passa de mera ilusão, uma fan-tasia? Ou trágica anedota que osavanços da Ciência e das Artes en-globam no âmago da condição huma-na? Aliás, um dos mais densos capí-tulos exibe opiniões sobre Tiradentese, mais do que tudo, investiga o pen-samento de Luís Vieira da Silva, quepontifica sobre o poder real e simbóli-co do ouro, da prata e dos metais pre-ciosos, não deixando de assinalar aimportância da igreja católica na elei-ção dos bens produtivos para o bemda coletividade.

Mais surpreendente é o relato doinconfidente José Álvaro Maciel, aoqual o romancista concedeu a pala-vra, confidenciando em primeira pes-soa ideias progressistas para o futu-ro da pátria, em aliança com a Ingla-terra e os Estados Unidos no rumo daindustrialização e dos princípios damaçonaria. Além disso, o contexto re-velado coloca Cláudio Manuel da Cos-ta na possível liderança do desejadopaís independente.

Sob o ponto de vista intrínseco,estilístico, omitidas as cercaniashistoriográficas e o estudo de caso nocampo da Psiquiatria, terá o leitor agratificante fortuna de compulsar numtexto cuidadosamente elaborado,leve, compacto, do respeitado roman-cista Rui Mourão, num de seus mo-mentos mais sutis.

Fábio Lucas é crítico, ensaísta,ficcionista e autor de Novas

Mineiranças (recaída),obra a sair em breve.

Page 4: írio - linguagemviva.com.br filehoje, de eliminar a resenha crítica regular a cargo de profissionais “do ramo”, competentes e respeitados, ... socioeconômico. O livro estrutura-

Página 4 - dezembro de 2015

Rosani Abou Adal

Rosani Abou Adal é escritora, jornalista e Vice-Presidente doSindicato dos Escritores no Estado de São Paulo.

O Projeto Poesia Viva - a poesia bate à sua porta, coordenado porAndreia Donadon Leal, está pedidno doações de livros de literatura

infantojuvenil para ocupar as crianças, desabrigadas com orompimento da barreira em Bento Rodrigues no muniípio

de Mariana (MG), com leitura.As obras também serão utilizadas para a criação de pequenas

bibliotecas na escola que receberá essas crianças.A Cruz Vermelha MG vem, com o trabalho humanitário,oferecendo aos desabrigados o conforto de que tanto

necessitam . Através do Poesia Viva, levará livros para que ascrianças de Mariana possam ter seus dias ocupados com leitura.

Endereço para envio: Casa do Poesia Viva -Rua Dom Frei José da Santíssima Trindade, n° 22.Bairro: São José - Mariana - MG - Cep: 35.420.000.

https://www.facebook.com/projetopoesiaviva?ref=ts&fref=ts

Doação de Livros para asCrianças de Mariana

Stella Leonardos, de grande prestígio internacional, eleita por Jean-Paul

Mestas “a grande Voz da Poesia Bra-sileira”, acaba de completar 250 li-vros editados.

E que livro! A obra de nº 250 –tão almejada quanto desafiadora,pelos vários idiomas que a integram.Aflorando originalidade, bela peloconteúdo e pelo feitio. Significandoanos de árduo estudo e dedicação,impressionante conhecimentolinguístico e filológico, privilegiadainspiração. Singular rigor literário.Título escrito com letras em váriasfontes.

CANCIONEIRO NEOLATINO –pesquisa ousada e de raracriatividade. Dessa criatividade, ainovação de ter sido realizada emmanuscrito. O que torna importantedizer que a litertura faz parte de seuinício de carreira, bem como avivência teatral. Menina, ainda, Stellafora teatróloga. CANCIONEIRONEOLATINO é obra em que StellaLeonardos usa a mágica deredescobrir e de dar vida à línguasextintas, ou quase extintas, além deir valorando a excelência de outrosidiomas da contemporaneidade. Po-etas de origens muitas sãorememorados e revividos pela magia

CANCIONEIRO NEOLATINO– livro emblemático

Alice Spíndola

de seus poemas. De Poesia, a pala-vra que vibra o coração do leitor.

Desde a capa – assinada peloartista plástico Dek – uma chaveabrindo o coração do livro. Aberturaque celebra ícones da Poesia de di-versos mundos. Do ponto de vistaestético e crítico, um hino à verdadee à beleza. Impregnado de emoçãoe vida. Em CANCIONEIRONEOLATINO, Stella Leonardos tem opoder de encantar.

Alice Spíndola é graduada emLetras Anglo-Germânicas pela

Universidade Católica deGoiás, poeta, contista,

tradutora e artista plástica.

Cedo, ao sair, e antes deentrar em casa, à tardinha, cumprimentava os

vizinhos, tocando com os dedos nochapéu, numa postura e polidezque o quarteirão inteiro admirava.Curvava-se, em particular, para avizinha do lado, que estava sempreà janela do andar superior. Senho-ra recatada, viúva, bem vestida,como se estivesse sempre prontapara sair. Serviam-se ambos de cri-adas, que chegavam cedo e saíamà tarde. Ela também cumprimenta-va a todos do alto da sua janela.

Chamavam-no de professor eadmiravam o seu cavalheirismo si-lencioso. Nos fins de semana ele setrancava no escritório e biblioteca ea criada não aparecia. Não permitiaque ela entrasse. Ele arrumaria elimparia tudo.

Achavam a senhora viúva umadeusa, soltando sempre beijos àscrianças de colo ou que passavamlevadas pelas mãos dos pais. Tinhao seu quarto de lembranças raras.Não permitia também que a criada,que não vinha nos fins de semana,entrasse nele. Eram lembrançasantigas. Zelaria por elas sozinha.

Os VizinhosCaio Porfírio Carneiro

Caio Porfírio Carneiro éescritor, contista, romancista emembro do Instituto Histórico e

Geográfico de São Paulo.

Os moradores do quarteirãoelogiavam e elogiavam a boa pos-tura dos dois, exemplos vivos deeducação rara. Os pais contavamaos filhos a diferença enorme daboa educação antiga e as loucurasde agora, que veiculavam até nastelevisões.

Nos fins de semana, à noitinha,enquanto os pais, à mesa do jantar,voltavam a lhes lembrar a boa edu-cação de outrora, e tornavam a dar,como exemplo, os dois que mora-vam sozinhos, o professor afasta-va a cortina, por trás da estante delivros, abria a passagem secretaque dava para a casa vizinha e jávia na obscuridade, a sombra daviúva, a esperá-lo no canto da sala,entre suas lembranças antigas.

E a história entre os dois eraoutra.

Conto do próximo livroa ser publicado.

Mariana não piscou olhos,não nadou no Rio Doce.Mergulhou nas águas de aço,na lama do vale de ferro.Não decifrou o enigma dos mistériosocultos entre Brasil e Suíça.Pés descalços em feridas,sem teto, sem chão, a ermo.Vida num sopro desmoronounos gemidos da barreira.Alma da terra e do rio em silêncio.Habitantes de suas águasderam o último suspiro que aindaecoa nas montanhas de Minas.Gerais deu adeus à doçura.

Adeus à Doçura

Page 5: írio - linguagemviva.com.br filehoje, de eliminar a resenha crítica regular a cargo de profissionais “do ramo”, competentes e respeitados, ... socioeconômico. O livro estrutura-

Página 5 - dezembro de 2015

Poemas: II Antologia - 2008 - CANTO DO POETA

Trovas: II Antologia - 2008 - ESPIRAL DE TROVAS

Haicais: II Antologia - 2008 - HAICAIS AO SOL

Débora Novaes de Castro

Opções de compra: Livraria virtual TodaCultura: www.todacultura.com.brvia telefax: (11)5031-5463 - E-mail:[email protected] - Correio:

Rua Ática, 119 - ap. 122 - São Paulo - SP - Cep 04634-040.

Poemas: GOTAS DE SOL - SONHO AZUL - MOMENTOS- CATAVENTO - SINFONIA DO INFINITO –

COLETÂNEA PRIMAVERA - AMARELINHA - MARESAFORA...

Antologias:

Haicais: SOPRAR DAS AREIAS - ALJÒFARES - SEMENTES -CHÃO DE PITANGAS -100 HAICAIS BRASILEIROS

Poemas Devocionais: UM VASO NOVO...Trovas: DAS ÁGUAS DO MEU TELHADO

Hoje, que o sol nasceu mais otimista,peço a todos que não despertem bruscamente as crianças.

que não perturbem seu brincar profundo,que não maculem sua imensa pureza.

Peço que contem com voz suave e penetranteque existiu um menino, em Hiroshima,

despertando sempre antes do sol - seu fiel e necessário amigo.

Gostava de vê-lo surgirsereno, lento, quente e belo,por entre a madrugada fria.

E quando uma dor lhe abatia,esperava do diário-sol-gigante

- o ansiado carinho.Um dia, porém,viu, de repente,o sol explodir

em insuportável clarão;e pensou que o sol enlouquecera,

que por algo se ofendeu,que saltou sobre a terra

em sádica vingança.E, então, perguntou,

ante a nuvem viva de átomos endiabrados e irremediáveis,

queimando seu pueril amor matinal,seu gesto de espanto e temor,

seu olhar meigo, curioso e interrogativo:

-"Poe que me queimas tanto, se teu calor tem sido sempre tão amigo?"

E não teve tempo de saberque, antes de os homens libertarem

de cada átomo um sol,já escravizavam e queimavam homens vivos.

MENINO DE HIROSHIMA

O Rio? É doce.A Vale? Amarga.Ai, antes fosseMais leve a carga (...)(Carlos Drummond de Andrade, “Lira Itabirana”)O que dizer?Tudo, praticamente, já foi escrito sobre o maior desastre

ambiental da história do Brasil, dizimando vidas, destruindo tudo oque havia.

Em nome do “progresso”.Prefiro que todos reflitam.Que modelo almejamos?A natureza é para o homem.E dia a dia, vamos destruindo todo o que há pela frente.O planeta no qual vivemos é transformado num apocalipse

de lama, morte e destruição.Enquanto isso, muitos se preocupam em apenas TER e

comprar, elegendo o hiperindividualismo como modelo de vida.E segue a vida.E o rio com os seus dejetos entrando no mar.

E toda esta lama – eu sei, a comparação é facilitaria – étambém metafórica.

Reflete a lama deste Brasil, num intenso processo dedegradação e de destruição de valores..

O rastro da lama é o rastro da desilusão.O rastro da lama é das ilusões perdidas, dos sonhos de nossa

juventude: de um país mais decente e mais justo.Enquanto isso, massacram-se pelo poder.Esquecem-se tais “nobres” figuras, que logo passarão,

deixando apenas o rastro da lama e da ignomínia.Sim, Drummond: antes fosse mais leve a carga.

Queria dedicar o texto para todos aqueles que, apesar detudo, ainda nutrem esperança (qualquer uma).

(Salvador, dezembro de 2015)

Carlos FrydmanEmanuel Medeiros Vieira

O RIO, A LAMA, A DOR

Emanuel Medeiros Vieira é poeta, escritor, crítico, jornalista emembro da Associação Nacional de Escritores - ANE.

Carlos Frydman nasceu em Varsóvia, Polônia, em 15 de novembro de1924. Diplomado em Ciências Contábeis, foi aluno ouvinte de Sociologia

na Faculdade Alvares Penteado. Em 1956 viajou pela Europa com oscomponentes do Teatro Popular Brasileiro e seu diretor, o poeta SolanoTrindade. Em 1959 morou e trabalhou na China por três anos e meio ne

condição de tradutor e locutor na Radio Pequim, onde lecionouportuguês. Publicou vários livros de poesia,

o romance "Trilogia das Buscas" dentre outros.

Page 6: írio - linguagemviva.com.br filehoje, de eliminar a resenha crítica regular a cargo de profissionais “do ramo”, competentes e respeitados, ... socioeconômico. O livro estrutura-

Página 6 - dezembro de 2015

Débora Novaes de Castro

Natal das compras,das fieiras infindáveis

de pingos de luzes pipocantesrevestindo tudo...

das trombetas dos anjos,da púrpura dos magos,

da meiguice dos presépios,sinos, estrelas, festões...

dos trenós com as renas,do velhinho de vermelho,da neve do faz-de-contasalpicada no pinheiro...

Natal dos natais,Natal da manjedoura,que inexistirá se faltar

o nosso ouro, incenso e mirra.

Prêmio Barco a Vapor, promovido pela Fundação SM, está cominscrições abertas, para originais inéditos de ficção nos gêneros romancee novela para crianças e jovens, até o dia 31 de janeiro de 2016. Éobrigatório uso de pseudônimo. Os interessados poderão inscrever atédois originais sem ilustrações, com fonte Times New Roman, corpo 12,espaçamento duplo, margens de 2,5 cm, orientação no modo “retrato”,em formato DOC ou PDF, de 11 mil a 210 mil caracteres. Série Branca:leitor iniciante, a partir de seis anos. Série Azul: leitor em processo, apartir de oito anos. Série Laranja: leitor fluente, a partir de dez anos.SérieVermelha: leitor crítico, a partir de doze anos. Premiação: Publicação daobra vencedora pela Edições SM. R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) comoadiantamento de direitos autorais. O julgamento será feito em duas etapas.A primeira escolherá os dez finalistas que poderão ser contratados porEdições SM. A segunda classificará o primeiro colocado. Regulamento:barcoavapor.edicoessm.com.br

PRÉMIO LITERÁRIO GLÓRIA DE SANT’ANNA 2016, promovido peloGrupo de Acção Cultural de Válega, em colaboração com várias entidadespatrocinadoras, e a Família de Glória de Sant’Anna, está com inscriçõesabertas até o dia 4 de março de 2016. Os interessados poderão inscreverlivros de poemas, com o mínimo de 32 páginas, editados desde 1 Janeirode 2015 até 1 de Março de 2016, em língua portuguesa, em primeiraedição, em Portugal, Países e Regiões Lusófonas. Os poemas publicadosna obra, no mínimo 80%, têm que ser inéditos. Premiação: 3.000.00 Eurosa ser atribuído ao Autor do melhor livro de Poesia. Regulamento: https://gloriadesantanna.wordpress.com/premio-literario/ Informações:[email protected]

conheço o mar

nestedomingo

conheçoa ternura verdeda árvore

na noiteabraçando o nossoabraço

nestedomingo

conheço o maro nome

que mistura as nossas águas

Concursos

Natais Mar

Débora Novaes de Castro émembro da Academia Cristã deLetras, da Academia Paulista

Evangélica de Letras eMestre em Comunicação e

Semiótica - Puc-SP.

Eunice Arruda

(In tempo comum, EidtoraPantemporâneo, 2015, São Paulo, SP)

Eunice Arruda é escritora, poetae pós-graduada em Comunicação

e Semiótica pela PUC-SP.

Costumes, com o passar do tempo, sãosubstituídos por ou-

tros. Os leitores poderão me per-guntar, que novidade este textoapresentará, pois me parece trivi-al que costumes sejam substituí-dos pelas condições de vida decada época. Algumas famíliasatravessam séculos cumprindo ri-tuais, e com o tempo, muitas aca-bam modificando ou substituindotradições por outras. Freud, Lacane Schopenhauer explicariam compropriedade e pertinácia as subs-tituições realizadaspelo ser humano, como passar dos anos. Mi-nha genitora ralha co-migo quando friso quecom o passar do tem-po é necessário mo-dificar costumes, por-que o tempo não es-tagna e não marchapara trás, mas cami-nha veloz ou lentamente, indepen-dente de nossos desejos, parafrente. Não há fórmula mágica queconsiga recuperar segundo, mi-nuto ou hora passados. O quepassou, passou. Não passou? Sefor para o tempo, sim, mas para amemória e o coração, que conse-guem dar voltas e tirar a razãodele, não há medida de ponteirode relógio e calendário.

Final de ano é momento paradar voltas no tempo... Vislumbrei,ansiosa, ponta do telhado da casados meus pais, situada no interiorde Minas Gerais. Veio cheiro, emminhas narinas, de quitanda e pãode pudim assados no forno à le-nha. Pedi para o motorista parar ocarro, no meio do caminho, antesde chegar à casa. Deixei paramais tarde o ritual de abrir o portãoe anunciar, ruidosamente, minhachegada: – ô de casa!... Tem chei-ro de quitanda, aí!

Mãe me esperaria no topo dasescadas com sorriso no rosto. Paienrolaria quitandas ou descasca-ria alho, com os óculos colocadosna ponta do nariz. Um leve pigar-ro, seguido de meio sorriso naboca. Pai era meio contido comas coisas do sentimento, por cau-sa da timidez exacerbada, mas eu

Costumes de Final de AnoAndreia Donadon Leal

Xavi

ersabia e ‘percebia’ o olhar se iluminarfeito noite de lua cheia, com visita daprole. Parei no meio do caminho,dobrei a esquina da rua e fui paraoutro lugar.

A chuva molhava as calçadasempapadas de água estagnada.Quase tirei as sandálias para chutara água empoçada, mas a rua esta-va repleta de pessoas que entravamou saíam apressadas das lojas, cominúmeros presentes e embrulhos denatal nos braços. Meus pés ficaramencharcados de água. Não preciseitirar o calçado, apenas chutei discre-tamente a poça d’água, que se abriucom o toque dos meus pés. Conti-

nuei, silenciosamente, mi-nha caminhada solitária emdireção a um lugar ermo esilencioso. Talvez um doslocais mais quietos domundo, tirando os dias deatividade. Sacudi os pés eendireitei o corpo. Tirei opaninho destinado a limparos óculos escuros do es-tojo. Não encontrei canetae papel. Peguei batom cor

púrpura na bolsa. Desenhei um co-ração e no meio dele escrevi: sau-dade não tem fim... Joguei o pedaçode pano escrito no minúsculo can-teiro de grama bem cuidado. Saí comuma sensação de paz, tranquilidadee misto de felicidade e nostalgia. Ca-minhei rapidamente até chegar àcasa de mãe. Antes de abrir o portãoe subir as escadas, senti cheiro dequitanda e pudim de pão... Pensei:o costume! Subi os degraus vaga-rosamente. A cena de mais de duasdécadas não se repetiu da mesmaforma...

A frase: '- Hum! Que cheirobom, mãe!’ veio antes que minharazão conseguisse reprimi-la.

A cena, essa sim, causou-meespanto e depois surpresa. Vi qua-se o mesmo ritual de outrora: mãecom avental, sovando a massa, en-quanto seu neto enrolava as quitan-das e me recebia com meio sorrisono rosto e os óculos na ponta donariz.

Não era só eu que tinha costu-me modificado pelas minhas novascondições de vida.

Andreia Donadon Leal é poeta,escritora, artista plástica e

Mestre em Literatura pela UFV.Reside em Mariana (MG).

Page 7: írio - linguagemviva.com.br filehoje, de eliminar a resenha crítica regular a cargo de profissionais “do ramo”, competentes e respeitados, ... socioeconômico. O livro estrutura-

Página 7 - dezembro de 2015

LivrosO título me vem à mente a partir

da ótima leitura do livro “Voos daManhã”, de Maria de Lourdes Alba,editora Frutos, 2015.

Tenho a impressão, oimpressionismo literário, expresso nosversos de Alba, que estoudiante, já falei antes, de umagrande poetisa brasileira, comrasgos de Filósofa/Pensadora.

O termo rasgos éproposital, suas frases nosrasgam os horizontes alçandovoos rumo a frases queencantam e nos fazem refletirsobre o cotidiano de cada um.Por vezes, sua poesia evocalembranças que o Tempo já sefoi e quem sabe habitam algumTemplo nas alturas, na Arte daPoética.

É Pensadora da Vida quepor bem ou por mal nos coloca naRoda da Vida, de que falava o Buda enos tritura rumo a desapegos/compreensões/maturidade. Alegrias,sonhos, esperanças mis.

Temo a intuição, lendo seus textosque me permitem ver situaçõesfamiliares as mais diversasestampando, escancarando ora um

Frases que VoamAntonio Carlos Rocha pouco a Vida a dois, ora o que o

cotidiano evidencia...Desejos, Ah ! desejos !E aqui me vejo nas estrofes

de Maria de Lourdes contemplandosua coragem em original fazerpoético, fazer literário através deVoos Matinais, são 70 produções

textuais em poesia.Setenta voos.

Lembro querecentemente oAcordo Ortográficoda LínguaPortuguesa retirou oacento circunflexodo vocábulo voo eassim observo queas duas letras “o”unidas, parecem osímbolo do infinito.

Assim, oss e n t i m e n t o s ,momentos de Alba

falam de nossas finitudes/atitudes/altitudes, de um talento poéticoeivado de sensibilidade,sensitividade proporcionandomagníficas horas de boa leitura.

Profa. Sonia Adal da Costa

Revisão - Aulas Particulares

Tel.: (11) 2796-5716 - [email protected]

Antonio Carlos Rocha éescritor, professor e

crítico literário.

Tempo Comum, poemas de EuniceArruda, Editora Pantemporâneo, São Paulo,SP, 72 páginas.

ISBN: 978-85-62402-23-4.A foto da capa é de Juliana de Aguiar

Marcondes Cesar e o projeto gráfico é deGabriel Marcondes.

A autora é escritora, poeta e pós-gradua-da em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP.

Segundo Caio Porfírio Carneiro, “Em es-sência, é uma poesia que cala fundo e foto-grafa momentos elípticos de vida, que setransmudam em amostragem unimersal daexistência humana, o seu correr até o final daprópria vida. Mostra que o nada ou quase nadasão perenos e vívidos ao correr da existência.”

Eunice Arruda: [email protected]

Título de Cidadão Paulistano, anto-logia, Oswaldo de Camargo, Câmara Mu-nicipal de São Paulo e Prol Gráfica, SãoPaulo, SP, 100 páginas. As ilustrações sãode Genilson Soares e Joel Câmara. Orga-nização de Marciano Ventura e RicardoQueiroz.

O autor é escritor, poeta, cronista, jor-nalista, redator, revisor, resenhista e con-selheiro do Museu Afro Brasil, em São Pau-lo. Fundador do Grupo Quilombhoje, Ex-Se-minarista, exerceu o cargo de assistenteda presidência na Imprensa Oficial do Es-tado. Cursou Humanidades (Latim, Portu-guês, Francês e Grego).

Recebeu o Título de CidadãoPaulistano, da Câmara Municipal de SãoPaulo, no dia 27 de outubro de 2015, porinciativa do vereador Antonio Donato.

A obra abriga poemas, prosas e crônicas de Oswaldo de Camargo,fotos históricas, ilustrações, apresentação de Ricardo Queiroz Pinheiroe texto de Flávio Carrança sobre a obra e vida de Camargo.

Oswaldo de Camargo: [email protected]

Artes Reportagem 2, de Luiz ErnestoMachado Kawall, Edição do Autor, São Joãodel-Rei, MG, 198 páginas.

O autor, escritor, jornalista e museólogo,foi um dos fundadores do Museu da Imageme do Som de São Paulo e do Museu Caiçarade Ubatuba. A Vozoteca, seu museu da voz,criado em 1989, foi doado para para o Insti-tuto de Estudos Brasileiros da USP.

A obra reúne reportagens com escrito-res, artistas modernistas, pintores, ilustra-dores e poetas. Abriga fotos históricas e tex-tos sobre o autor de Angela Iacocca, Luiz AT Rodrigues, Gabriel Kawak, SalomãoEsper e Paulo Bomfim.

Luiz Ernesto Kawall: Pça BeneditoCalixto, 86 - ap. 62 - São Paulo - SP - 05406-040.

Page 8: írio - linguagemviva.com.br filehoje, de eliminar a resenha crítica regular a cargo de profissionais “do ramo”, competentes e respeitados, ... socioeconômico. O livro estrutura-

Página 8 - dezembro de 2015

Notícias

Indicador Profissional

20 anos sem FlorestanFernandes, projeto elaborado pelaUFSCar em decorrência dos 20 anosda morte do sociólogo e escritor.Fotos originais estão disponíveis emwww.bco.ufscar.br/acervo/fundo-florestan-fernandes. Também foi lan-ç a d o o l i v r o Florestan Fernandes 20Anos Depois: Um exercício de me-mória, organizado por Vera AlvesCepêda e Thiago Mazucato, que re-úne análises da obra, da personali-dade e do legado de Florestan, deHeloísa Fernandes, Gabriel Cohn ede Bernardo Ricupero. A obra estádisponível na página do Centro In-ternacional Celso Furtado de Políti-cas para o Desenvolvimento emwww.centrocelsofurtado.org.br.

A Academia de Letras, Artese Ciências Brasil foi declarada,pelo Governador do Estado de Mi-nas Gerais Fernando Pimentel, deutilidade pública estadual, atravésda Lei 21850, de 30/11/2015. AALACIB, fundada em 28 de dezem-bro de 2008 e registrada no dia 06de abril de 2009, com sede e foro nacidade de Mariana (MG), promoveuem parceria com a Secretaria Muni-cipal de Educação de Mariana, o Pro-jeto Poesia Viva em escolas da RedeMunicipal de Ensino de Mariana,através de oficinas literárias, em2014 e 2015.

A 5ª Bienal do Livro de MinasGerais será realizada de 15 a 24 deabril de 2016, no Expominas, comparticipação de 160 empresas expo-sitoras. Serão comemorados os 45anos da Câmera Mineira do Livro,organizadora e promotora do even-to. www.camaramineiradolivro.com.br

A Editora Terceiro Nome, emco-edição com a Editora Unicamp,lançou Religiões e controvérsias pú-blicas - experiências, práticas soci-ais e discursos, de Paula Montero.

O Acampamento, poema deAricy Curvello, será incluído na an-tologia bilíngue português e alemão,de autores de língua portuguesa,que será lançada pela Editora brasi-leira, na Feira Brasileira do Livro deBerlim (Alemanha), em setembro de2016.

Lasar Segall: Múltiplos Olha-res, de Celso Lafer, foi lançada pelaImprensa Oficial do Estado de SãoPaulo. A obra reúne ensaios relaci-onados à vida e obra de Lasar Segall.As imagens reproduzidas foram ce-didas pelo Museu Lasar Segall. Oautor é escritor, professor eméritoda USP, presidente do Conselho doMuseu Lasar Segal, membro da Aca-demia Paulista de Letras e ex-minis-tro das Relações Exteriores.www.livraria.imprensaoficial.com.br

O Blog Luso-Brasileiro ’Paz’,foi atualizado com textos deArmando Alexandre dos Santos,João Carlos José Martinelli, CinthyaNunes Vieira da Silva, Maria CristinaCastilho de Andrade, ValquìriaGesqui Malagoli, José Renato Nalini,Felipe Aquino, Paulo R. Labegalini,Humberto Pinho da Silva e EuclidesCavaco. http://solpaz.blogs.sapo.pt/

Juan Moro, escritor emergen-te e poeta está com a obra disponí-vel para download gratuito em  http://castelojft.wix.com/cantardegalo.

Jerson Carneiro, advogado eprofessor de Direito Administrativodo Ibmec/RJ, em parceria com o pro-curador-geral da ANP, Antônio Loboe Campos e com o advogado RodrigoArruda, lançou Vade Mecum daInfraestrutura do Petróleo e Dicioná-rio Jurídico do Petróleo, pela Edito-ra Rideel.

Silviano Santiago, com Mil ro-sas roubadas, foi o grande vence-dor do Prêmio Oceanos 2015, que écorrealizado pelo Itaú Cultural e pelacuradora Selma Caetano. ElviraVigna, com Por escrito, foi laureadaem 2º lugar; Alberto Mussa, com Aprimeira história do mundo, em 3º; eGlauco Mattoso, com Saccola de fei-ra, em 4º lugar.

O Centro de Estudos de Tra-dução Literária da Casa Guilher-me de Almeida está com inscriçõesabertas para o Programa Formativopara Tradutores Literários até o dia10 de fevereiro de 2016. As aulasterão início em abril de 2016.Tels.:(11) 3673-1883 e 3803-8525.www.casaguilhermedealmeida.org.br

Álvaro Alves de Faria, escri-tor e jornalista, lançou Desviver, po-emas, pela Escrituras Editora.

Janela de 68, exposição, orga-nizada pela Unidade Especial de In-formação e Memória da Universida-de Federal de São Carlos, reúnemanchetes acompanhadas de ima-gens veiculadas em alguns jornaisimpressos durante a Ditadura Militar.A mostra, com curadoria de LorenaSantos, ficará em cartaz até janeirode 2016, de segunda a sexta-feira,das 8 às 11h45 e das 14 às 17h45,na UEIM, área Sul do Campus SãoCarlos da UFSCar, no Centro deEducação e Ciências Humanas. Tel.:(16) 3351-8355.

Política e cultura, de NorbertoBobbio, com introdução e organiza-ção de Franco Sbarberi e traduçãode Jaime A. Clasen, foi lançada pela Editora Unesp.

Maria Thereza Cavalheiro,escritora, jornalista e poeta, que háquase 40 anos mantém a coluna“Trovas” no jornal O RADAR, deApucarana-PR, também colabora emwww.falando de trova.com.br, queJosé Ouverney e seu filho, Júnior,realizam há 10 anos. Ela assina a co-luna “Herança Poética”, para cultuartrovadores falecidos, e apresenta,mensalmente, vinte trovas dos quepartiram para outra dimensão, maspermanecem vivos na lembrança deseus belos versos. Encontram-senessa guarida trovas sobre Mãe,Amor, Pai, Festa Anual das Árvores,São Francisco de Assis, Dia da Ban-deira e Natal. Maria Thereza Cava-lheiro publicou, em 2009, Trovaspara Refletir, com 180 trovas de suaautoria, de sentido universal, inédi-tas, com a peculiaridade de não em-pregar a palavra “Eu”.Caixa Postal65019 - São Paulo-SP - [email protected].

A Associação Paulista de Crí-ticos de Artes escolheu os melho-res de 2015 nas categorias Arquite-tura, Artes Visuais, Cinema, Litera-tura, Moda, Música Popular, Rádio,Teatro, Teatro Infantil e Televisão. Na categoria Literatura foram laure-ados com o Grande Prêmio da Críti-ca, Testemunho Transiente, deJuliano Garcia Pessanha; Romance/Novela, O senhor agora vai mudarde corpo, Raimundo Carrero; En-saio/Teoria e Crítica Literária/Repor-tagem, A noite do meu bem – A histó-ria e as histórias do samba-canção,Ruy Castro; Infantil/Juvenil, Antes eDepois – Um dia decisivo na vida degrandes brasileiros, de Flávio deSouza; Poesia, O livro das semelhan-ças, Ana Martins Marques; Contos/Crônicas, Jeito de matar lagartas, An-tonio Carlos Viana; Tradução, Paisa-gens humanas do meu país, NâzimHikmet, tradução de MarcoSyrayama de Pinto; Biografia/Auto-biografia/Memória, Elis Regina –Nada será como antes, Júlio Maria eJúlio Mesquita e seu tempo, VolumeI, II, III e IV, Jorge Caldeira. Votaram:Amilton Pinheiro, Felipe FrancoMunhoz, Gabriel Kwak e UbiratanBrasil.

A r i c yC u r v e l l opar t ic iparáda antologiade poetasbras i l e i rosOs MelhoresPoemas de2015, ediçãobilíngue por-tuguês e in-glês, com opoema “Cézanne”  sobre o pintorfrancês pai da arte moderna, tradu-zido pela professora Leslie Bary, doDepartamento de Línguas Neolatinasda Universidade do Oregon/ EE.UU.A obra será lançada na Feira do Li-vro de Londres (Book Fair in London)que será realizada de 12 a 14 de abrilde 2016.

divulgação

Florestan Fernandes

divulgação

Aricy Curvello

Page 9: írio - linguagemviva.com.br filehoje, de eliminar a resenha crítica regular a cargo de profissionais “do ramo”, competentes e respeitados, ... socioeconômico. O livro estrutura-