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Um suplemento especial do jornal ipanema

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Segmento em expansão no mercado nacional de construção civil, o geren-ciamento de projetos tem, cada vez mais, atraído a atenção de construtoras

e incorporadoras que recorrem a este tipo de consultoria para elevar a qualidade técnica de seus produtos. Além de garantir a otimização de tempo e dos investimentos envolvidos no projeto e, futuramente, na obra. Geralmente as empresas procuram o profi ssional para prestar serviços como a gestão de projetos, análises técnicas, sugestões técnicas e compatibilização de plantas. Porém, a atuação do gerenciador de projetos pode ser muito mais abrangente e proveitosa para a construtora ou incorpora-dora quando iniciada ainda na concepção do produto. O gerenciador pode, inclusive, sugerir alterações no produto visando a otimização da relação custo-benefício para o incorporador. Cabe ao profissional propor as soluções técnicas mais adequadas para cada projeto.

“A participação do gerenciador nas etapas de estudo do produto infl ui diretamente na relação entre custo e benefício do empreen-

Consultoria em

é cada vez mais requisitada na construção civilgerenciamento de projetos

Expediente

Renata Marques, especialista em gestão de projetos

dimento. Este profi ssional está preparado para indicar a viabilidade daquilo que está sendo proposto e sugerir soluções adequadas, antes mesmo do início do trabalho da equipe de pro-jetistas. É muito mais interessante pensar cui-dadosamente em todas as possibilidades antes do projeto, do que mudar o que já foi proposto, acordado em contrato e previsto na planta”, ex-plica a arquiteta Renata Marques, especialista em gerenciamento de projetos.

Defi nição cuidadosa

Outra etapa crucial do empreendimento, que deve ser acompanhada pelo gerenciador, é o processo de defi nição do escopo do projeto. O bom desenvolvimento do empreendimento depende diretamente de uma defi nição prévia, objetiva e cuidadosa dos serviços envolvidos na elaboração do projeto.

Segundo Renata, a realidade, no entanto é que muitos projetos ainda sofrem por falta de esclarecimento na defi nição do escopo. “O bom andamento do projeto e total integração entre

as disciplinas envolvidas depende do acompanha-mento de uma pessoa que tenha uma visão global do conjunto. Sendo possível assim o alinhamento dos prazos com as soluções técnicas propostas, a ma-nutenção da qualidade de informação de projeto e adequação às fases de cada etapa”, diz. Um escopo mal defi nido pode impactar, inclusive, a gestão de projetos. Já que pode ocorrer uma distorção entre o que foi acordado com a equipe de projetistas e a expectativa da empresa contratante em cada uma das etapas. O tempo de desenvolvimento de cada projeto individualmente tem que estar vinculado ao cronograma de projeto.

Os escopos precisam ser coerentes entre as disciplinas e cabe ao gestor do projeto tal defini-ção. “Isso evita que duas disciplinas acabem fazen-do o mesmo trabalho. Por exemplo, a arquitetura e o paisagismo acabarem com escopos que com-preendam a mesma tarefa”, conclui Renata.

Editor: Urbano MartinsCoordenação e textos: Cida HaddadTextos: Marisa BatalimFotos: Juliana Moraes / DivulgaçãoCapa e diagramação: Jefferson Cascali de Lima

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é componente essencial na proteção estrutural de um prédio

Impermeabilização Riscos de infi ltraçõesInfanti revela que todo empre-endimento imobiliário está sujeito ao risco de infi ltra-ções, já que elas ocorrem na construção devido aos danos causados pelas chuvas, movi-mentação natural da estrutura da edifi cação e também por vazamentos e problemas no sistema hidráulico. “Por isso faz-se necessária uma vistoria preventiva, que deve ocorrer a cada dois anos, a qual servirá para checar a necessidade de reparos que irão minimizar os riscos de problemas futuros, reduzindo os custos, além de evitar o inconveniente de uma obra reparadora”, fi naliza.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografi a e Esta-tística) aproximadamente 30% das queixas com moradia são

relativos ao excesso de umidade. Um problema que pode ser evitado através da correta aplicação de impermeabili-zantes durante a obra.

Gotejamentos na garagem, fachadas comprometidas, coberturas com infi ltra-ções constantes e paredes estufadas, des-cascando ou manchadas, além de forte cheiro de mofo, estão entre as reclamações mais comuns emitidas pelos moradores.

Além de proteger o patrimônio, a im-permeabilização também previne contra os males causados pela umidade. O custo não é elevado - gira em torno de 2% do valor da obra - e, seguindo os padrões de qualidade, a aplicação deve ser realiza-da desde a fundação até o acabamento.

De acordo com especialistas, esse custo pode aumentar até cinco vezes nos casos em que não houve uma apli-cação adequada. “Quando a impermeabi-lização é adotada para correção em obras em que não houve a correta utilização do material, este custo pode chegar a até 100% do original, ou seja, dobrando o va-lor”, alerta o engenheiro Rolando Infanti Filho, gerente técnico comercial da Dryko Impermeabilizantes. Segundo o executi-vo, nenhuma infi ltração tem início de um dia para o outro. Em geral os danos sur-gem aos poucos e vão deteriorando o pa-trimônio paulatinamente. “A água infi ltra-da nas superfícies e nas estruturas afeta o concreto, sua armadura e as alvena-rias. O ambiente fi ca insalubre devido à umidade, fungos e mofo, diminuindo a vida útil da edifi cação, entre outros pre-juízos”, completa.

Custos com a im-permeabilização correspondem a 2% do total da obra e evitam problemas, especialmente nos edifícios

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é diferencial na construção

Destinação correta deresíduos em obras

Formação conscienteA preocupação com a ação de produtos tóxicos e poluentes na natureza é uma tendência a ser seguida pelas empresas do ramo de construção civil, assim como a disseminação do conhecimento sustentável entre colaboradores. Exem-plo disso são as palestras realizadas sobre o tema nos canteiros de obras da empresa. Durante os treinamentos, são feitas orientações para reduzir os impactos ambientais causados pelos resíduos. Destinados corretamente, entulhos de demolições, por exemplo, são reaproveitados pela construção civil e retornam na forma de novos materiais, como brita, concreto e outros. Dessa forma, o trabalho realizado em conjunto e de forma correta tende a dar bons frutos a longo prazo. “Através das medidas tomadas para capacitar funcionários e dar estrutura para a realização do projeto sustentável, conseguimos dar fi m ao dilema de com uma mão construir e com a outra preservar”, conclui Cristiane.

A conduta sustentável adotada por muitas empresas contribui para a preservação do meio ambien-te e para a formação de gestores

e funcionários cada vez mais preocupados com o futuro do planeta. Na construção civil não é diferente. A destinação correta de resíduos provenientes dos canteiros de obras pode ajudar na redução de descarte irregular de materiais em áreas verdes.

De acordo com a técnica de Segurança do Trabalho da Emadel Engenharia, Cris-tiane Fleiter da Costa, deve haver a sepa-ração de resíduos orgânicos e recicláveis, presentes desde o começo da construção, para depois selecionar os demais mate-riais descartados durante os trabalhos. “É importante estabelecer uma logística para o projeto dar certo. A criação de um local dividido por categorias é imprescindível para que os colaboradores possam depo-sitar os materiais”, afi rma.

Já a frequência de recolhimento dos re-síduos varia de acordo com o andamento da obra. Cristiane explica que na fase inicial, por exemplo, são colocadas armações que geram grande quantidade de metal, surgin-do a necessidade de descarte constante. O oposto acontece no fi nal da construção, quando a produção desse material tende a diminuir e a demanda por captação tam-bém. Como os resíduos são bem diferentes entre si, várias empresas são responsáveis por dar o encaminhamento correto dos objetos e substâncias decorrentes do tra-balho.Na Emadel, por exemplo, os clientes podem acompanhar periodicamente a condução da política sustentável proposta. “Esse acompanhamento existe, não como cobrança, mas sim como forma de conhe-cimento, apresentando ao mercado as empresas responsáveis pela destinação fi nal dos resíduos e os resultados do pro-jeto”, diz Cristiane.

Recolhimento de resíduos reduze impactos ambientais

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Mais vantagens Outra vantagem dos sistemas de automação residencial é o gerenciamento dos gastos de energia da casa. É possível, por exemplo, ana-lisar horários com maior gasto e que equipa-mentos são responsáveis por tais gastos.Apesar da automação, a cultura de susten-tabilidade deve existir nos moradores da residência. Atitudes simples como duração de banho ou o tempo que a porta da geladeira fi cou aberta contribuem para que a residên-cia seja sustentável e ecologicamente correta.

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O uso racional de energia elétrica e água, o conforto dos moradores, a segurança e a preocupação com o meio ambiente são fatores relevantes para o uso de tecnolo-

gias de automação em residências, afi rma o profes-sor da Facens Sidney José Montebeller, graduado em Engenharia Elétrica – Faculdade de Engenharia Elétrica (Facens) e mestre em Engenharia Elétrica – Universidade de São Paulo (USP). Segundo ele, as tecnologias de automação residen-cial visam o aproveitamento energético de recursos e, como consequência, redução dos gastos mensais com energia elétrica e água. Associado ao aprovei-tamento energético, o conceito de sustentabilidade introduzido em uma “residência verde” vem ga-nhando espaço há algum tempo.“Assim, a ‘residência verde’ seria uma moradia onde os sistemas de automação foram criados para o aproveitamento máximo de recursos, efi ciência energética, conforto e segurança, além do menor impacto ambiental possível”, diz o professor.

Os principais recursos a serem automatizados em uma residência são:

1-IluminaçãoPara aproveitamento máximo da luz solar, o sistema de controle de iluminação pode ajus-tar automaticamente as persianas e cortinas de modo a compensar a iluminação artifi cial da residência.A iluminação artifi cial deve ser feita com lâm-padas de LED, que possuem menor consumo de energia e maior vida útil. Por serem caras, as lâmpadas de LED podem ser substituídas por lâmpadas fl uorescentes, que são mais ba-ratas.Além do ajuste de persianas e cortinas, os sensores do sistema de controle de ilumina-ção podem ajustar a luminosidade do am-biente, desligar lâmpadas onde não há pes-soas ou diminuir a intensidade das lâmpadas para aproveitar luz solar. 2-Aproveitamento de águaA água é um dos bens comunitários mais importantes e o seu reaproveitamento é ex-tremamente importante do ponto de vista ambiental.Através de um sistema de captação da água da chuva, é possível armazená-la em um re-

Automação residencial: aproveitamento energético e sustentabilidade

servatório. Essa água poderá ser utilizada no vaso sanitário, limpeza de calçadas, irrigação de jardins, etc.

3-ClimatizaçãoSistemas de climatização inteligentes podem ser projetados para aproveitar a ventilação na-tural através de janelas que se abrem automa-ticamente para garantir conforto térmico no interior da casa.O sistema de climatização permite o controle mais efi ciente do ar condicionado. Mesmo as-sim, ações simples como janelas grandes com brises e fachadas pintadas com cores claras re-duzem a temperatura do ambiente e o uso do ar condicionado pode ser evitado.Em alguns projetos, é comum a utilização de jardins e telhados verdes que, além de absorver água, ajudam a resfriar a casa.

4-Energia solarA instalação de painéis solares para aquecimen-to da água de chuveiro e torneira é uma das op-ções mais utilizadas. A principal vantagem está na redução do consumo de energia elétrica.Outra opção é a instalação de placas fotovoltai-cas, que permitem gerar energia elétrica para acender lâmpadas e outros equipamentos.

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Mais vantagens Outra vantagem dos sistemas de automação residencial é o gerenciamento dos gastos de energia da casa. É possível, por exemplo, ana-lisar horários com maior gasto e que equipa-mentos são responsáveis por tais gastos.Apesar da automação, a cultura de susten-tabilidade deve existir nos moradores da residência. Atitudes simples como duração de banho ou o tempo que a porta da geladeira fi cou aberta contribuem para que a residên-cia seja sustentável e ecologicamente correta.

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O uso racional de energia elétrica e água, o conforto dos moradores, a segurança e a preocupação com o meio ambiente são fatores relevantes para o uso de tecnolo-

gias de automação em residências, afi rma o profes-sor da Facens Sidney José Montebeller, graduado em Engenharia Elétrica – Faculdade de Engenharia Elétrica (Facens) e mestre em Engenharia Elétrica – Universidade de São Paulo (USP). Segundo ele, as tecnologias de automação residen-cial visam o aproveitamento energético de recursos e, como consequência, redução dos gastos mensais com energia elétrica e água. Associado ao aprovei-tamento energético, o conceito de sustentabilidade introduzido em uma “residência verde” vem ga-nhando espaço há algum tempo.“Assim, a ‘residência verde’ seria uma moradia onde os sistemas de automação foram criados para o aproveitamento máximo de recursos, efi ciência energética, conforto e segurança, além do menor impacto ambiental possível”, diz o professor.

Os principais recursos a serem automatizados em uma residência são:

1-IluminaçãoPara aproveitamento máximo da luz solar, o sistema de controle de iluminação pode ajus-tar automaticamente as persianas e cortinas de modo a compensar a iluminação artifi cial da residência.A iluminação artifi cial deve ser feita com lâm-padas de LED, que possuem menor consumo de energia e maior vida útil. Por serem caras, as lâmpadas de LED podem ser substituídas por lâmpadas fl uorescentes, que são mais ba-ratas.Além do ajuste de persianas e cortinas, os sensores do sistema de controle de ilumina-ção podem ajustar a luminosidade do am-biente, desligar lâmpadas onde não há pes-soas ou diminuir a intensidade das lâmpadas para aproveitar luz solar. 2-Aproveitamento de águaA água é um dos bens comunitários mais importantes e o seu reaproveitamento é ex-tremamente importante do ponto de vista ambiental.Através de um sistema de captação da água da chuva, é possível armazená-la em um re-

Automação residencial: aproveitamento energético e sustentabilidade

servatório. Essa água poderá ser utilizada no vaso sanitário, limpeza de calçadas, irrigação de jardins, etc.

3-ClimatizaçãoSistemas de climatização inteligentes podem ser projetados para aproveitar a ventilação na-tural através de janelas que se abrem automa-ticamente para garantir conforto térmico no interior da casa.O sistema de climatização permite o controle mais efi ciente do ar condicionado. Mesmo as-sim, ações simples como janelas grandes com brises e fachadas pintadas com cores claras re-duzem a temperatura do ambiente e o uso do ar condicionado pode ser evitado.Em alguns projetos, é comum a utilização de jardins e telhados verdes que, além de absorver água, ajudam a resfriar a casa.

4-Energia solarA instalação de painéis solares para aquecimen-to da água de chuveiro e torneira é uma das op-ções mais utilizadas. A principal vantagem está na redução do consumo de energia elétrica.Outra opção é a instalação de placas fotovoltai-cas, que permitem gerar energia elétrica para acender lâmpadas e outros equipamentos.

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Topografi a e valores de mercadoauxiliam na escolha do terreno

Para escolher bem um terre-no e efetuar uma boa com-pra, é preciso verifi car en-tre as situações: topografi a,

tipo de solo e dimensões, além dos valores de mercado.

Para ajudar nessa escolha, um dos profi ssionais que mais podem ajudar é o arquiteto.

Segundo o arquiteto Fábio Mu-nhoz, o profi ssional pode ajudar a partir do momento da escolha para a compra do terreno, pois pode guiar quanto à posição solar, incli-nação do terreno e localização do entorno.

Para a realização das diferen-tes etapas dos projetos, um pon-to considerado essencial é estar com a documentação em ordem, para que sejam verificadas, por

exemplo, as medidas corretas. Entre as etapas, ele destaca

a importância do diálogo com o cliente, para saber quais as suas necessidades, quanto a número de salas, quartos, por exemplo. Essa troca de informações é unida às ideias do arquiteto no chamado partido arquitetônico, no qual ele vai defender suas ideias do projeto. Munhoz comenta que é essencial trabalhar com a união de conhe-cimento técnico e cultura sobre edifi cação e tudo está presente no anteprojeto.

Um outro passo, segundo Mu-nhoz, é passar do esboço para o projeto executivo, que é apresenta-do com perspectiva em 3D. O pro-jeto arquitetônico completo serve para prever como vai ser a parte

estética e a previsão de materiais. Munhoz lembra que os projetos

são sempre encaminhados à prefei-tura e para condomínios também é necessário uma aprovação de um profi ssional responsável pelo local.

A dica dele para escolher o pro-fi ssional é conhecer os projetos

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dele, ver se ele tem suporte para antes e depois da elaboração do projeto, saber o número de propostas que cada clien-te tem direito e saber que o projeto tem que ser personalizado. E outra dica de

Munhoz é quanto aos materiais, que têm ser funcionais quanto à estética, uso e durabilidade.

Atenção a aclives e declives Construir em aclives e declives

pode exigir mais gastos com fun-dações ou terraplenagem, em geral algo em torno de 10% do total da

obra. Se o solo for rochoso, o valor pode subir até 50%. O declive é me-nos complicado do que o aclive, pois a casa é erguida no nível zero, junto à rua, o que, conforme o tipo do solo pode dispensar muros de arrimo.

Um arquiteto saberá elaborar um projeto tirando partido da inclinação. Vale lembrar que há restrições im-postas pela prefeitura para constru-ções em terrenos com declividade acentuada, por isso é importante conversar com um engenheiro ou consultar as regras municipais de ocupação do solo. No campo e no litoral, encostas são áreas de pre-servação permanente.

Quanto ao tipo de solo, esse é de-terminado pela sondagem, um raio X que indica suas camadas e resistência. O arenoso, típico das regiões litorâneas, é muito bom para construir. Já o argiloso exige cuidados. Existem empresas espe-cializadas nesse tipo de serviço.

De acordo com as dimensões, as normas de ocupação do solo de cada município defi nem limites para o ta-manho da obra de acordo com as re-gras de zoneamento. Em geral, não se pode construir em terrenos com tamanho inferior a 125m². Ou seja,

não feche negócio sem conhecer o queestá valendo na prefeitura para a gali-nha morta que você acaba de encontrar.Será uma tremenda decepção ter deabrir mão do salão de jogos e do quar-to de hóspedes com os quais você tantosonhou para ajustar o projeto da casa àsexigências legais.

O plano diretor do município disci-plina o que e quando pode ser ocupadono terreno, bem como, seu destino – usoresidencial, comercial, industrial etc.

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Ao entrar na casa sustentável bra-sileira, a primeira sensação foi de alívio. Isso porque a temperatura em Madri na semana retrasada

superava os 30ºC e o nível de umidade, de tão baixo, não devia nada ao da cidade de São Paulo em época de estiagem.

No interior da casa, a temperatura era

casa sustentávelBambú da toque brasileiro à

gramar o desligamento do ar-condicio-nado. Outra opção é utilizar a iluminação artifi cial somente o necessário para atingir níveis preestabelecidos, levando em conta a luz exterior. Na prática, em um dia enso-larado não será preciso gastar tanta ener-gia com a iluminação. A energia da casa provém de painéis fotovoltaicos (que pro-duzem energia pela ação da luz solar), mas não é só a alta tecnologia que está lá.

Com uma brise (espécie de cerca) feita

de bambu, material simples e abundanteno país, pode-se abrir ou fechar a varanda,propiciando mais sombra ou iluminação.

Na Éko House, o vaso sanitário funcio-na a seco-os dejetos são depositados emterra e passam por um processo de com-postagem, sem que isso cause mau cheiro.O tratamento de esgoto é feito a partir deuma junção de fi ltros e um conjunto de ra-ízes que absorvem a carga orgânica.

(Ana Magalhães/Folhapress)

agradável e o nível de umidade superava muito o do exterior. Nada muito diferente do que acontece quando se entra em uma casa com um bom sistema de ar condicio-nado e um umidifi cador de ar. Mas as com-parações param por aí.

Como explicou Daniel Meyer, douto-rando em engenharia civil pela UFSC (Uni-versidade Federal de Santa Catarina) e que cuidou da parte da automação da casa, o evento Solar Decathlon reuniu o que há de mais avançado tanto em produção de energia como no modo como ela é geren-ciada. “É como se fosse a Fórmula-1 das casas sustentáveis.”

Por meio do sistema de automação, por exemplo, é possível controlar, manual ou automaticamente, os sistemas de ar condi-cionado, iluminação e áudio da Éko House -o nome da casa brasileira mistura uma palavra que em tupi-guarani significa maneira de vi-ver (“éko”) e casa (“house”, em inglês).

Caso a porta esteja aberta, dá para pro-

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O novo Sesc Sorocaba inaugura-do em setembro tem projeto inovador, que entre outras so-luções, possui jardins verticais

e respeita os mandamentos da construção sustentável de não agressão ao meio am-biente. A concepção arquitetônica partiu do conceito de concentração dos espaços pela natureza das atividades, respeitando

as características do terreno, o meio ambien-te e as necessidades das programações e ações do Sesc que preza pela qualidade do atendimento e do ambiente que oferece ao público visitante, além da funcionalidade. Foram concebidos três blocos com desti-nações espaciais distintas, mas totalmente interligados por acessos e por uma grande passarela estaiada.

Prédio do Sesc mostraprojeto sustentável

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Profi ssionais da Faculdade de En-genharia de Sorocaba (Facens) têm entre suas preocupações a sustentabilidade, com prédio

diferenciado. O projeto, que coube ao arquiteto Marcelo Sodré, foi feito para abrigar a expansão no número de alu-nos da faculdade.

O projeto inclui grandes inovações e não somente na área de construção civil. Com estrutura pré-montada e linhas arqui-tetônicas modernas, além de utilizar toda a tecnologia disponível, existe também a preocupação com sustentabilidade. Tanto que está sendo buscada a certifi cação do prédio como Green Building, ou prédio verde. A construção tem dois blocos, um duplo, com grande vão central, para favo-recer o aproveitamento da luz e da ventila-ção naturais, contribuindo na diminuição do consumo de energia para iluminação e refrigeração.

O fato de ser pré-fabricado já reduz sensivelmente os resíduos, minimizando

Faculdade busca certifi cação

Green Building O que é Green Building? O Green Building Council Brasil é um dos 21 membros do World Green Building Council, entidade internacional que promove mundialmente tecnologias, iniciativas e operações sustentáveis na construção civil. A entidade é responsável por conceder o LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), que vem sendo chamado no Brasil como Selo Verde. É um sistema de certifi cação e orientação ambiental de edifi cações, com reconhecimento internacional e o mais utilizado em todo o mundo, inclusive no Brasil. Em 2004 foi feito o primeiro pedido desta certificação no Brasil e América Latina. Hoje, o país é o sexto no ranking mundial de construções verdes com 36 prédios certificados e 313 em processo de certificação, atrás apenas dos Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos e China.

a agressão ao meio ambiente. As bacias sanitárias com caixa acoplada e tornei-ras com sensores ajudarão a racionalizar o consumo de água, e será feito o reuso. Os reservatórios serão de polietileno e, na iluminação, será adotado o sistema mais econômico possível.

Segundo um estudo norte-ameri-cano, prédios verdes chegam a poupar

30% de energia, emitem 35% menos CO2, reduz em 50% os resíduos sóli-dos e em 40% o gasto de água. “Cerca de 25% do que se gasta com um prédio estão concentrados na etapa inicial, de projeto e construção. Os outros 75% são gastos durante a vida útil do prédio, ba-seando-se numa média de 40 anos”, diz o vice-diretor Marcos Carneiro da Silva.