Introdução matriz craig encontro 25022015

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Introdução à matriz integrativa de Craig 25.02.2015 São Paulo

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Introdução à matriz integrativa de Craig

25.02.2015

São Paulo

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GP Comunicação Pública & Comunicação Política (PPGCOM / ECA USP)

MATRIZ METATEÓRICA DE TRADIÇÕES

Matriz metateórica

Integrativa

Tradições em interação

mútua

Problema da comunicação

em cada tradição

Sete tradições + oitavo

paradigma

Construída sob a perspectiva de teorização prática

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A matriz com as sete tradições organiza um conjunto amplo de teorias disponíveis para os estudos em comunicação, colocando em contato posturas absolutamente dispersas nas pesquisas – exatamente o que dificulta a formação de um campo propriamente dito em comunicação.

Estrutura da obra: contextualização da corrente, textos seminais representativos em ordem cronológica e perspectivas possíveis

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MATRIZ METATEÓRICA DE TRADIÇÕES

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• A organização da matriz parte de uma perspectiva pragmática e reflexiva, contrariamente a uma perspectiva que oponha teoria e prática.

• A forma como estudamos comunicação está enraizada nas formas como a compreendemos no dia-a-dia, interferindo na forma como comunicamos e vice-versa.

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MATRIZ METATEÓRICA DE TRADIÇÕES

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Perspectiva pragmática

(utilidade local e interaçãorecursiva)

Perspectiva filosófico-normativa

Perspectiva cientficista

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MATRIZ METATEÓRICA DE TRADIÇÕES

A maneira como entendemos a comunicação influi sobre a maneira como nos comunicamos e vice-versa.

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1. São apresentados na ordem cronológica em que foram hegemônicos nos estudos em comunicação.

2. Contudo, cada tradição atravessa o tempo, a depender das releituras possíveis de seus princípios centrais em função dos desafios práticos de cada momento histórico.

3. Isso nos leva a repensar a importância do contexto em que cada tradição é desenvolvida e é atualizada ou se torna “útil” para avaliar questões próprias de cada tempo.

4. As sete tradições são: retórica; semiótica; fenomenológica; cibernética; sociopsicológica; sociocultural; e crítica.

5. Oitavo paradigma: pragmatista, proposto por Russil e aceito por Craig.

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AS TRADIÇÕES (PARADIGMAS)

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1. O livro não é um guia que contém um “cardápio” organizado de tradições teóricas a seguir.

2. Entendê-lo assim poderia levar o pesquisador a um isolamento em uma corrente escolhida, escapando da abordagem dialética e dialógica proposta.

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AS TRADIÇÕES NÃO CONSTITUEM UM MANUAL

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1. parte de uma interação (imanente) entre teoria e metadiscurso da vida comum;

2. a lógica da teorização prática (em sua posição de se engajar na comunicação diante dos problemas, interpretando a realidade e propondo soluções);

3. a apresentação (condensando as diferentes linhas explicativas disponíveis na academia) de tradições que dialogam entre si;

4. a necessidade de uma postura reflexiva sobre as tradições em que cada pesquisador se insere, questionando sua capacidade de oferecer respostas aos problemas objetivos e, assim, enriquecendo a própria tradição.

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PRINCÍPIOS PARA COMPREENDER A MATRIZ

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Os autores propõem quatro princípios para o estudo/construção de cada teoria. O pesquisador pode se situar tentando se identificar em cada um desses princípios.

1) ontologia – ideias sobre a natureza do fenômeno (comunicacional). Isto passa pela ideia de ser humano. Em outras palavras, qual é sua natureza (do humano e da comunicação) e como se manifesta?;

2) epistemologia – ideias sobre o que é conhecimento, que relação mantém com o mundo real. Como eu alcanço conhecimento sobre esse fenômeno (apenas de forma interpretativa, teórica ou por meio de estudos empíricos)?

3) praxeologia – como uma teoria pode ser proposta e usada? Quais são os critérios que uma dada comunidade utiliza para validar teorias?;

4) axiologia – domínio dos valores. como a teoria usada pode contribuir para a sociedade e como, mais especificamente, meu estudo pode contribuir para as interações humanas / para a convivência real? Há expectativas normativas (dever servir como modelo para algo específico).

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LOCALIZAÇÃO DE SI MESMO NA MATRIZ

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Teorias científicas empiricistas

• Teoria universalista

• Busca causalidade

• Objetivo: predição e controle (do fenômenocomunicacional)

• Neutralidade instrumental

• Método científico

• Ex. Teorias da persuasão –aumentar a efetividade persuasiva manipulando os processos sociais e psicológicos que possibilitam a persuasão

Hermenêutica-interpretativa

• Teoria local e interpretativa

• Busca compreender

• A ação social é ontologicamente diferente dos fenômenos naturais

• Neutralidade impossível

• Metodol. etnográfica, histórica

• Ex. Átomos e flores fazem coisas lindas mas somente os humanos geram significados

Teorias críticas

• Teoria como matriz prévia

• Assume postura não neutra

• Busca crítica ideológica

• Objetivo: transformar relações de poder

• Rejeita a neutralidade instrumental cientificista

• Metodol. Análise crítica do discurso

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COMO TEORIA E PRÁTICA ESTÃO CONECTADAS?

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Teorias pragmáticas

• Teoria local

• Busca identificar a utilidade local

• Neutralidade impossível

• Objetivo: teorização fundamentada

• Teorizações são ampliações formalizadas do bom-senso e solução de problemas do dia-a-dia

• Metodol. Fundamentada, qualitativa

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COMO TEORIA E PRÁTICA ESTÃO CONECTADAS?

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É da conversação que consensos poderão surgir para se encontrar um núcleo problemático a ser explorado como campo. Para Craig, isso deve ser feito constituindo-se uma disciplina prática.

• Princípio 1 – Modelo constitutivo de comunicação

• Princípio 2 – Teoria da comunicação como metadiscurso

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A COMUNICAÇÃO COMO CAMPO

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Para a constituição de uma metateoriacomunicacional, a entrada deve ser pela comunicação. É o que Braga chama de “desentranhar o comunicacional”.

A comunicação deve ser vista como processo, e não como “coisa” (Craig, Braga)

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A COMUNICAÇÃO COMO CAMPO

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1) porque a comunicação evoluiu historicamente e deve agora ser interpretada num sentido mais amplo do que apenas o viés da transmissão de informação;

2) porque a relação entre teorias da comunicação e a cultura é reflexiva (RECURSIVA, uma incide na outra)– não há espaço para isso no modelo transmissional;

3) porque esta reflexividade implica numa missão política (que não sirva apenas ao conhecimento especializado, como ocorre com o modelo transmissional);

4) a comunicação é uma disciplina intelectualmente legítima, tanto quando outras (a psicologia, a lingüística etc) – mas eis aqui a “comunicação desentranhada” como teoria e como metodologia: (a comunicação explicada desde uma perspectiva comunicacional)

a comunicação é em si mesmo um processo social constitutivo que explica todos esses outrosfatores (p. 68);

5) um modelo constitutivo permite reconstituir as erosões culturais, ampliando demandas de inclusão e participação, o que o modelo transmissional não prevê;

6) o modelo não é excludente em relação às teorias usadas (considerando que a comunicação pode ser interpretada de tão diferentes formas e não apenas a partir de uma leitura transmissional);

7) a teoria comunicacional ganha mais coerência quando é tratada como um metadiscursco (o que a torna mais ampla, diversa e inclusiva).

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RAZÕES PARA ENTENDER COMUNICAÇÃO COMO PROCESSO

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1) Campo da comunicação como um fórum para as diferentes perspectivas.

2) Ligando-as ou fornecendo-lhes um terreno comum, estaria o viés da teoria prática, que parte do metadiscurso prático para teorizá-lo, buscando compreender o real e transformá-lo.

• Para tanto, é preciso partir do real, mas “beber das fontes teóricas” que auxiliam nessa reconstrução formal.

• Por outro lado, é preciso partir do real sem entrincheirá-lo numa só perspectiva normativa.

Aqui está um grande desafio para as teorias baseadas tanto na empiria quando nos preceitos normativos.

Teorizar: expansão formal do senso comum e práticas cotidianas.

Tradições: caminhos históricos, estáveis mas permeáveis e em interação com outros caminhos

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TEORIA DA COMUNICAÇÃO COMO METADISCURSO

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