Introdução aos Livros Históricos da Bíblia
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INTRODUÇÃO AOS
LIVROS HISTÓRICOS
AUTORIAEmbora não tenhamos clareza
com relação aos seus autores, não temos dúvida com relação à sua autoridade. Eles faziam parte dos oráculos de Deus, e foram assim recebidos e referidos pelo nosso Salvador e os apóstolos.
TÍTULOOs hebreus denominavam seis
livros como os “Primeiros Profetas” (Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis), considerando-os, porém, como quatro.
Eles contrastam com os “Últimos Profetas” (Isaías, Jeremias, Ezequiel e Os Doze Profetas Menores), também considerados como quatro livros.
TÍTULOOs termos “Primeiros” e “Últimos” não se
referem necessariamente à sua cronologia histórica, mas ao primeiro e segundo grupo de livros. Os Primeiros fornecem o cenário histórico aos Últimos.
A designação desses livros históricos como “Profetas” enfatiza o fato de que apresentam uma história religiosa ou com um objetivo religioso. Os Primeiros Profetas são históricos; os Últimos, exortativos. Para eles ainda, Esdras, Neemias, Ester e Crônicas, faziam parte do grupo dos “Escritos”.
TÍTULOEstes doze livros são chamados
históricos embora o Pentateuco também seja história. Diferem quanto à ênfase, pois o Pentateuco enfatiza as origens, as alianças, as leis, enquanto os Livros Históricos enfatizam a história propriamente dita da nação de Israel.
TÍTULOO Pentateuco traça a história redentora desde
a criação até a morte de Moisés, mas dá destaque à aliança e aos alicerces legislativos de Israel. Os Livros Históricos, por outro lado, dramatizam o movimento histórico da nação durante toda a sua história na Palestina.
Embora contenham temas religiosos e interlúdios exortativos (vários ciclos de juízes e profetas), a investida maior é no desenvolvimento histórico de Israel.
AUTORIATodos os doze livros históricos são anônimos
(em contraste com os Últimos Profetas, todos identificados). Foram visivelmente escritos ou compilados por vários indivíduos que possuíam o dom profético, reconhecidos como representantes de Deus.
Quatro deles são geralmente considerados os autores principais: Josué, Samuel, Jeremias e Esdras (este último com o auxílio editorial do sumo sacerdote Eleazar), além da Natã e Gade, profetas.
CONTEÚDOOs historiadores sagrados que compuseram os livros de
Josué a II Reis delineavam a filosofia da história deuteronômica, assim chamada por que sua expressão mais clara se acha em Deuteronômio. O seu princípio básico é o da divina retribuição: que Deus em Sua providência galardoa a nação em correspondência direta com a fidelidade de seu povo. Obediência à vontade de Deus produz prosperidade e bênção, enquanto que a desobediência leva o povo à adversidade e castigo (Jz 2.6-23).
Quando as tribos mantinham sua fidelidade a Javé e ao pacto do Sinai, elas estavam unidas e fortes. Mas quando desciam ao baalismo, sua unidade se perdia , tornando-se divididas e fracas.
CONTEÚDOAs palavras finais de Moisés em (Dt 28-30) constituem
uma introdução excelente aos livros históricos. Ou, digamos, os livros demonstram exatamente o que Moisés disse naqueles capítulos sobre o que seria feito pelo Senhor no caso de serem ou não obedientes.
As bênçãos prometidas como resultado da obediência se evidenciam na conquista vitoriosa de Josué e nos magnificentes reinados de Davi e Salomão. Por sua vez, as maldições surgem nas apostasias dos juízes, na posterior idolatria e no cativeiro dos dois reinos. As promessas de restauração final, embora evidente que esperam os futuros “últimos dias” (Dt 4:30), tiveram cumprimento parcial na volta de Zorobabel, Esdras e Neemias.
Os livros de Josué, Juízes, Samuel e Reis são mencionados pelos estudiosos como a “História Deuteronomística”, uma vez que Deuteronômio serve como o seu preâmbulo histórico e teológico.
De fato, o tema teológico dominante da História Deuteronomística pode ser resumido na seguinte afirmação: o pecado traz punição; o arrependimento traz a restauração.
Estes livros registram a história de Israel, desde a ocupação da Palestina sob a liderança de Josué, passando pelas apostasias que levaram o povo a ser expulso pelos assírios e babilônios, até a restauração parcial pelos persas.
O período cobre aproximadamente 1000 anos, de 1405 até 425 a.C. Estes livros dão a estrutura histórica ao restante do Antigo Testamento até a época de Neemias e Malaquias. Vão de Moisés, o legislador, até Esdras, mestre da lei.
A história contada nestes livros é obviamente uma seleção de fatos, pois todo o registro histórico seria por demais extenso e cansativo ao leitor. Deus, através dos autores inspirados, escolheu os fatos mais importantes da história para que nos revelassem Seu amor, poder, caráter e propósitos.
Os textos que O servem desta forma, compõem o cânon histórico. Os livros históricos são o pano de fundo da mensagem dos profetas e o cotidiano dos livros poéticos.
Ao longo dos Profetas Anteriores domina a perspectiva religiosa. Isso, portanto, não é história conforme escreveria um historiador de hoje. Antes, é história de uma perspectiva profética.
Os Profetas Anteriores contêm dados históricos escolhidos de acordo com uma perspectiva profética. Interpretaram os eventos de acordo com a vontade profética de Deus.
Uma diferença mais fundamental é que os Profetas Anteriores são constituídos de narrativas. Eles registram de modo seletivo uma narrativa contínua dos eventos da história de Israel. Ao contrário, é possível reconstruir um vago esboço de história somente a partir dos Profetas Posteriores.
Os Profetas Posteriores concentram-se na mensagem pregada pelos profetas e relegam a narrativa a um plano secundário.
Os livros de Esdras-Neemias contemplam as ações de Deus que redundam em um novo começo para o seu povo e enfatiza a necessidade da comunidade recém-constituída em manter-se separada de outros povos a fim de não cair novamente no pecado da idolatria.
Com o passar dos anos, tornou-se claro que as esperanças da comunidade restaurada pelo retorno do governo de um descendente de Davi como rei sobre Judá não se realizaria. O povo continuou a ler em Crônicas sobre a gloriosa história do reino de Davi e como Davi e os seus descendentes (principalmente Salomão) preservaram o verdadeiro culto em Jerusalém.
Ao refletirem nessa história, as suas esperanças eram dirigidas ao futuro Filho de Davi, o Messias, que viria a ser o líder perfeito da vida religiosa da comunidade.
Esta história contada durante o período de 1000 anos pode ser assim dividida entre os doze livros:
1º Período – Da entrada em Canaã (1405 a.C.) até o estabelecimento da monarquia (1044 a. C.). Narram este período: Josué, Juízes, Rute, 1Samuel (dos capítulos 1 ao 8). Poderíamos chamar a este, o período dos Juízes.
2º Período – Do estabelecimento da monarquia (1044 a.C.) à divisão de Israel em dois reinos (931 a.C.). Narram este período: 1 e 2 Samuel, 1Reis dos capítulos 1 ao 11, 1Crônicas e 2Crônicas dos capítulos 1 ao 9. Chamaríamos a este, o período do Reino Unido. Neles estão sendo escritos os livros poéticos.
3º Período – Da divisão dos dois reinos (931 a.C.) ao cativeiro Babilônico (536 a.C.). Narram este período: 1Reis dos capítulos 12 ao 22, 2Reis e 2Crônicas dos capítulos 10 ao 36. É o período pré-exílico, o mais rico período profético.
4º Período – Da volta do cativeiro e restauração judaica (536 a.C.) ao silêncio profético (400 a.C.). Narram este período, também chamado pós-exílico: Esdras, Neemias e Ester.