Introdução a psicopedagogia 15

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Introdução à Psicopedagogia começou a ser gerado a partir da angústia de uma professora que procurava respostas para as questões surgidas nos Conselhos de Classe, o qual participava. Nessas reuniões, o corpo docente concentrava seus esforços para uma análise apurada de seus alunos com o objetivo de promovê los. As queixas eram sempre as mesmas: dificuldade em trabalhar bem em grupo; descaso, descumprimento de tarefas; falta de compromisso; dificuldade em estabelecer relações entre passado e futuro; dificuldade em ouvir o professor e os colegas; postura inadequada; falta de domínio nas operações matemáticas; dificuldade de expressão na organização de ideias; conversa fora de contexto e falta de compreensão do enunciado.

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São Paulo 2015

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Capa AF Capas

Diagramação Felippe Scagion

Revisão Rafael Silvestre

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ ________________________________________________________________A565i

Andrade, Alcione Silveira de Introdução à psicopedagogia / Alcione Silveira de Andrade. - 1. ed. - São Paulo: Baraúna, 2014.

ISBN 978-85-437-0141-7

1. Psicopedagogia. 2. Pedagogia. 3. Psicologia. I. Título.

14-16822 CDD: 370.15 CDU: 37.015.2________________________________________________________________13/10/2014 13/10/2014

Impresso no BrasilPrinted in Brazil

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Agradecimento

Gratidão é uma sensação muito prazerosa…nasce quando pessoas em nossas vidas partilham seus bons atos, e se importam verdadeiramente conosco.

Por isso quero dizer:

Obrigada...

A cada um dos meus pacientes, pelo voto de confiança, pela esperança que depositam em mim.

A Felipe Leal, que com sua inquietação juvenil fez-me perceber o verdadeiro significado de ser Psicopedagoga. À Juliana, ontem sol, hoje estrela no céu a iluminar minha vida. À Emile e Tiago por terem me escolhido como mãe.

Agradeço ao meu pai e minha mãe que me ensinaram a acreditar em mim mesma e em Deus.

E meu mais especial e profundo agradecimento a José Augusto, sempre presente em todos os momentos, me enche de gratidão tê-lo como companhia.

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Dedicatória

A todos educadores, formais e informais, que se dispõem a serem aprendizes e ensinantes de humanidade.

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Sumário

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

I - Dificuldade de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . 19

II - A constituição do sujeito cognoscente . . . . . . . . 29

III - Sala de aula espaço de transferência . . . . . . . . . 39

Iv - A teoria da modificabilidade cognitiva estrutural . . 53

v - Mediação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .127

Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157

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Introdução

Os novos rumos do mundo afetam frontalmente a educação no sentido de modificação de hábitos na prática docente e nas relações que se dão no cotidiano da Escola. Não obstante as estruturas físicas dos ambientes escolares tenham melhorado, a estrutura organizacional pouco se preparou para as mudanças do mundo e isto muitas vezes provoca um ambiente de ações que rivalizam professores e educandos, tirando-lhes a cumplicidade no processo de geração e construção do conhecimento.

Por outro lado, entre os desafios que os pais enfren-tam na criação de seus filhos, o fracasso escolar sem dúvida é uma dos mais angustiantes. Ante a suposta ”incapaci-dade de aprender”, não raro buscam diversas saídas, mui-ta das quais dolorosas e infrutíferas. Reforço pedagógico, repetência e evasão escolar são sinais que pouco ou nada esclarecem sobre o que está em jogo nesses casos. As famí-lias manifestam sua decepção, desaprovação, sua própria cólera em vista dos maus resultados escolares, de seu filho, como se de algum modo o educando fosse responsável pela situação. Outros pais apresentam indiferença, ausência de interesse pelas dificuldades da criança. Entretanto, o que há em comum nessas atitudes é que todas afetam o sujeito

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aprendiz, em sua totalidade, impedindo-o, muitas vezes, de crescer de forma natural e satisfatória.

Na opinião de Feuerstein, as escolas partem do se-guinte princípio: as crianças já são inteligentes e apren-dem sozinhas, ou seja, na exposição direta com o objeto do conhecimento, ou não, são inteligentes. No caso, se as crianças não aprendem, não há o que fazer: a escola não sabe o que fazer. Na realidade, as escolas apresentam--se confusas e/ou muitas vezes não sabem o que fazer, porque não estão orientadas para intervir no sentido de ampliar e elevar o nível de modificabilidade cognitiva do indivíduo; os professores não são formados para assesso-rar o potencial de aprendizagem e/ou para promover o aprender a pensar.

Os educadores necessitam, por meio de uma forma-ção continuada, adquirir conhecimentos que lhes possi-bilitem compreender melhor sua prática e os meios ne-cessários para promover o progresso e conquista de seus educandos. Segundo Feuerstein, a Experiência de Apren-dizagem Mediada (EAM), como modalidade particular de interação humana, como modalidade de aprendiza-gem universal e como fonte da modificabilidade e flexi-bilidade mental, é (ou deveria ser) o principal objetivo da educação e, especialmente, deveria ser implantada for-malmente ali onde não está presente:

“A modificabilidade cognitiva (....) não somente deveria ser considerada como principal objetivo da educação nos estágios iniciais do organismo humano, como também deveria ser implanta-

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da ali onde não está presente ou incrementada quando a necessidade de trocar ou modificar-se se ver agravado pela condição existencial do in-divíduo” (R.Feuerstein).

Feuerstein é categórico: a EAM, como teoria e como sistema de aplicação, é muito mais importante hoje em dia do que antes, porque a vida requer mais flexibilidade mental.

O objetivo deste livro é instrumentalizar o educador com conhecimentos básicos e indispensáveis a uma prá-tica educativa mais efetiva. Se apropriar do conceito de Aprendizagem, identificar o que é uma DA (Dificuldade de Aprendizagem), saber como se constitui o Sujeito da Aprendizagem, como se dão as relações transferenciais no espaço educativo da sala de aula. Tomar conhecimento da teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural e das modalidades Internacionais de Mediação conduzirá o educador a uma prática mais consistente e efetiva, otimi-zando muito o seu trabalho.

No primeiro capítulo DIFICULDADE DE APREN-DIZAGEM fez-se um breve percurso na história da criança na escola, considerou-se alguns conceitos de Dificuldades de Aprendizagem (DA) tratando-a não como uma con-dição humana ou uma síndrome simples, não decorrente apenas de uma única etiologia, mas como um conjunto de condições, de problemas heterogêneos, de uma diversida-de de sintomas, e de atributos que obviamente subtendem diversificadas e diferenciadas respostas clínico-educativas.

O capítulo II A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO APRENDIZ buscou-se refletir à luz de conceitos psica-

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nalíticos como é dinâmico e complexo os processos do desenvolvimento da aprendizagem humana desde o seu nascimento; comportamento de Apego; a importância das Relações Primordiais; a Transferência; o período de Latên-cia, a Sublimação e a instalação da Pulsão do Saber e do Investigar. Vendo na criança o sujeito que aprende, o edu-cador abandonaria técnicas e preocupações excessivas com conteúdos e operará a serviço do sujeito aprendiz. A consti-tuição do sujeito, para a psicanálise, se dá na interação com outro sujeito, o que pode ser transposto para o campo da educação, em que há uma transmissão a ser feita e um lugar a ser ocupado, tanto por quem aprende quanto por quem ensina. Logo, de posse desses conhecimentos, o educador atuará a serviço da emergência do sujeito da aprendizagem, colocando os objetos do mundo a serviço de um aluno--sujeito que estaria sendo convidado, a todo o momento, a colocar-se frente a este mundo, fazendo suas escolhas na-quilo que lhe diz respeito e no que está implicado.

O capítulo III SALA DE AULA ESPAÇO DE TRANSFERÊNCIA aprofunda o conceito psicanalítico de Transferência refletindo-o como fenômeno espontâ-neo e inevitável em todas as relações subjetivas, logo, tam-bém, na relação educativa em sala de aula. Transferência seria, neste caso, o campo que se instala entre o professor e seu educando, o qual cria pela relação afetiva que se es-tabelece entre ambos, as condições para a aprendizagem, sejam quais forem os conteúdos. A instalação do campo transferencial aparece como fator importante para que a relação educativa se constitua e o processo de construção e produção do conhecimento se estabeleça efetivamente.

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O capítulo IV A TEORIA DA MODIFICABILIDA-DE COGNITIVA ESTRUTURAL inicia revisando a teo-ria de Jean Piaget, para melhor compreender a teoria da Mo-dificabilidade Cognitiva Estrutural proposta pelo educador professor e psicólogo judeu-israelense Reuven Feuerstein. Tal teoria é pensada como as mudanças produzidas no indi-víduo depois de uma interação específica e um programa de ensino, sobre uma atitude que não se encontraria limitada a uma só tarefa ou a uma só função, mais que também afetaria de forma significativa a totalidade do funcionamento mental do indivíduo. Prossegue com uma síntese sobre a Memória como processo cognitivo que permite integrar, reter e recu-perar informações e recordar o que aprendemos. Destaca as Funções Cognitivas como uma série de atividades mentais, pré-requisitos para dominar as operações mentais, visto aqui como um conjunto de ações que o sujeito utiliza para esta-belecer relações com e entre os objetos, situações, fenômeno e pessoas que deseja conhecer. Enfatiza os atos mentais de Imput, Elaboração e Output, detalhando-os.

O capítulo V MEDIAÇÃO, nele o sujeito aprendiz, além de se beneficiar da exposição direta a um estímulo em particular, cria, a partir da Experiência de Aprendizagem Mediada, orientações, atitudes e técnicas que o afeta de maneira significativa, produzindo inclusive a plasticidade da sua inteligência. A EAM é o elemento central da teo-ria de Feuerstein e forma as bases dos sistemas aplicados ao Processo de Avaliação do Potencial de Aprendizagem (LPAD) e ao Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI). É ela que assegura a mudança de natureza estrutu-ral. São 12 os critérios de mediação ou característica da