Introdução à pesquisa clínica - FACIMED · DELINEANDO A PESQUISA CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICA PARA...

29
Delineamentos de estudos FACIMED 2012.1 Investigação científica II 5º período Professora Gracian Li Pereira

Transcript of Introdução à pesquisa clínica - FACIMED · DELINEANDO A PESQUISA CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICA PARA...

Delineamentos de estudos

FACIMED – 2012.1

Investigação científica II – 5º período

Professora Gracian Li Pereira

Delineamentos de estudos

Estudos descritivos

Relato de caso

Série de casos

Transversal

Ecológico

Estudos analíticos

Caso-controle

Coorte

Estudos de intervenção

Ensaio clínico

Revisões sistemáticas e metanálises

Tipos de estudo

Definição

Estudos observacionais que

descrevem os padrões da doença em

relação a pessoa, lugar e tempo.

Primeiro passo ou pesquisa inicial em

relação a um novo evento ou doença.

Características de estudos descritivos

Não estabelecem relação causal

embora possam indicar alguma

coexistência de fatores.

Apenas sugerem hipóteses.

Não possuem grupo de comparação

para cálculos de risco.

Usos dos estudos descritivos

Planejamento de saúde: identificação

dos grupos afetados por determinada

doença.

Geração de hipóteses: primeiro passo

para determinar fator de risco através

de estudos analíticos.

Análise de tendência.

Tipos de estudos descritivos

Relato de caso

Série de casos

Estudo transversal ou de prevalência

Estudo ecológico

Relato de caso

Descrição da experiência com um paciente ou um

grupo de pacientes com o mesmo quadro clínico.

Geralmente mostram a observação de um sinal ou

sintoma inusitado ou história diferente de uma

doença.

Representam a primeira pista na identificação de

novas doenças ou efeitos adversos.

Relato de caso

Passo inicial para investigações mais aprofundadas

sobre um evento.

Muito comuns em revistas médicas

(aproximadamente um terço dos artigos publicados).

Útil para Saúde Pública (interface entre clínica

médica e epidemiologia).

Série de casos

Relato de uma série de pacientes com um desfecho

de interesse, ou coleção de relatos de casos

individuais que podem ocorrer em um período

consideravelmente curto de tempo e estão

agregados em uma única publicação.

Não há grupo controle.

Série de casos

Geralmente usado como meio precoce de identificar

o início ou presença de uma epidemia.

Relatos de casos semelhantes acumulados = alerta.

Pode se tornar o grupo de casos em um estudo de

caso-controle.

Série de casos

Vantagem: melhor que um relato de caso porque

ajuda a formular uma hipótese nova e útil mais do

que apenas relatar uma curiosidade.

Desvantagem: não pode, no entanto, ser usado para

testar a presença de uma associação estatística.

Estudos transversais

Observação de uma população definida num único

ponto no tempo ou um único intervalo.

Fator/exposição e desfecho são medidos

simultaneamente.

Custo baixo e não há perda de seguimento.

Impossível determinar seqüência temporal dos

eventos.

Estudos transversais

Utilizado para pesquisas

epidemiológicas sobre as

características de uma população.

Pode ser comparado com outro grupo

e levantar hipóteses epidemiológicas.

Estudos ecológicos

Levantamento de associações numa população, não

focada nos indivíduos.

Usa dados já coletados.

Coeficiente r.

Vantagens:

Rápido e barato.

Gera novas hipóteses.

Identifica novos fatores de risco.

Estudos ecológicos

Desvantagens:

Impossível controlar fatores de confusão (falácia

ecológica).

Não pode afirmar relação causal (doentes podem não ter

sido expostos).

Uso de média da exposição mascara relações mais

complexas com a doença.

Uma associação observada no grupo pode não valer

para indivíduos.

Estudos analíticos

A população selecionada é analisada quanto a

associação de um fator e um desfecho.

As medidas são feitas na mesma amostra e os

dados podem gerar cálculos de comparação.

Não existe intervenção nos grupos.

Estudo de caso-controle

Delineamento de estudo que compara um grupo de

pacientes com o desfecho (caso) com um grupo

sem o desfecho (controle), para identificar e avaliar

fatores de risco associados ao desfecho.

Estudo de coorte

Delineamento de estudo em que determinado grupo

de pessoas, com características definidas, são

seguidos por um período de tempo para determinar

a incidência de um desfecho.

Tipos de estudo de coorte

Coorte prospectiva:

Coorte retrospectiva:

Estudos de intervenção

Estudos em que o pesquisador manipula o fator de

exposição (a intervenção)

A intervenção pode ser profilática ou terapêutica

Investiga os efeitos dessa intervenção

Também chamados estudos experimentais: ensaio

clínico randomizado

Estudos de intervenção

Estudos experimentais tem alocação randômica Ensaios clínicos: testam a eficácia terapêutica ou

profilática de uma intervenção, unidade de pesquisa é o indivíduo

Ensaio de campo: população saudável, unidade de pesquisa é o indivíduo

Ensaio de comunidade: intervenções dirigidas à prevenção primária de uma população, unidade de pesquisa é grupo

Estudos quase-experimentais tem alocação não-randômica

Grupo único de comparação: antes – depois

Múltiplos grupos de comparação

Ensaio clínico randomizado

Planejamento: objetivos definidos a priori, hipóteses

considerando os resultados imaginados, tempo,

custos, dificuldades

Prospectivos

Envolvem pacientes com uma condição de interesse

Ensaio clínico randomizado

Comparação de dois ou mais grupos

Grupo intervenção: droga nova, técnica cirúrgica.

Grupo controle: nenhuma intervenção, droga padrão,

placebo.

Mede-se desfechos

Dados úteis para orientar escolha de terapêutica

para determinado grupo de pacientes

Ensaio clínico randomizado

População referência

População do estudo

Intervenção

Desfecho Não Desfecho

Randomização

Controle

Desfecho Não Desfecho

Revisão sistemática

Revisão da literatura focada na pesquisa de uma

questão para identificar, avaliar, selecionar e

sintetizar todas as evidências de alta qualidade

relevantes para a quesão.

Revisão sistemática de alta qualidade de ensaios

clínicos randomizados são cruciais para a EBM.

Podem avaliar intervenções clínicas, públicas,

efeitos adversos, diagnóstico e avaliações

econômicas.

Revisão sistemática

Primeiro passo é uma busca exaustiva na literatura

por todas as fontes disponíveis de evidência.

Deve ser reprodutível e constar na metodologia os

termos de pesquisa e as bases de dados

pesquisadas.

Deve haver critérios de inclusão e exclusão dos

artigos que serão utilizados.

Metanálise

É a análise estatística de vários estudos

comparáveis, reunidos em uma revisão sistemática.

Medida de efeito depende do tamanho da amostra

de cada estudo individual.

Validade da metanálise está relacionada à qualidade

da revisão sistemática.

Analisar a heterogeneidade e fazer uma análise de

sensibilidade.

Referências

DELINEANDO A PESQUISA CLÍNICO-

EPIDEMIOLÓGICA PARA O ESTUDO DE

ASSOCIAÇÕES. Maria Inês Schmidt e Bruce B.

Duncan.

EXEMPLOS DE DELINEAMENTOS BÁSICOS.

Maria Inês Schmidt e Bruce B. Duncan.