Introdução à História Das Doutrinas Cristãs
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7/26/2019 Introduo Histria Das Doutrinas Crists
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Introduo histria das doutrinas crists
Breno Mendes
Introduo
Gostaria de comear nossas atividades na EBD apresentando o curso. O objetivo central do curso refletir sobre as doutrinas bsicas que esto no
cerne da identidade crist investi!ando o conte"to #ist$rico e intelectual em que
elas emer!iram. %ossas aulas sero orientadas por al!umas quest&es fundamentais' (O qu uma doutrina)* (+uais so as doutrinas crists bsicas)* (+uais os
conte"tos #ist$ricos em que essas doutrinas comearam a !an#ar destaque*)
,GO%-/E- 01234 (5omo pode uma afirmao doutrinria do passado ter autoridade no presente)*
,McG678 01234. 5ertamente essas per!untas vo aparecer ao lon!o de todo o semestre. Mas no encontro de #oje !ostaria de dar uma resposta preliminar a al!umas
delas.
O que uma doutrina?
Bem vamos comear com a primeira (O que uma doutrina) pois ela me dara oportunidade para e"plicar tambm um pouco sobre a aborda!em #ist$rica que
vamos fa9er. :ma das formas de estudarmos aHistria da igreja por meio daHistria das
doutrinas que al!uns tambm c#amam de Teologia histricaou deHistria do
pensamento cristo. ;ejamos ento quais os si!nificados do termo doutrina ,GO%-/E- 01234' 2. Doutrina pode si!nifciar a opinio de al!um sobre determinado assunto< 0.
Doutrina pode ter o sentido de um princ=pio que orienta as a&es de uma pessoa. Doutrina pode ser entendida tambm como ensino ou instruo.
%o nosso conte"to vamos compreender como doutrina ou ensino ofical da
?!reja acerca de al!uma questo. Desde j podemos di9er que uma das principais fun&es da doutrina demarcar
a identidade do cristianismo diante de outras concep&es de mundo. lm disso as doutrinas so c#aves de interpretao da narrativa b=blica e
procura transmitir a n$s uma certa forma de e"perimentarmos o cristianismo em
nossa vida cotidiana ,McG678 01234
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7/26/2019 Introduo Histria Das Doutrinas Crists
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Ou seja ao lon!o da #ist$ria o cristianismo tem se mostrado como um
movimento diversificado sendo que muitas ve9es #ouve controvrsias entre
al!uns se!mentos sobre o entendimento de determinado aspecto do evan!el#o
,McG678 0123< 8?%@O% e @?EA?E6@? 01214. Aortanto aquilo que c#amamos de tradio crist al!o que se constituiu
#istoricamente a partir de vrias reelabora&es cr=ticas. :m das ra9&es para as doutrinas serem reelaboradas tem a ver com o contato do
cristianismo com outras culturas ,GO%-C/E- 01234. O cristiniasmismo teve in=cio na Aalestina no seio do juda=smo. /o!o os
primeiros cristos interpretaram a f nos termos do conte"to judaico< Em se!uida o cristianismo entrou em contato com a cultura #elenista. l!uns
sculos mais tarde o ?mprio 6omano foi invadido por vrios povos !ermnicos
que tin#am convic&es bem diferentes acerca de Deus. Ento ao lon!o da #ist$ria o pensamento cristo se viu diante de
questionamentos e desafios #ist$ricos bem distintos. Muitas ve9es a transformao na doutrina se deve a mudanas culturais na
pr$pria cultura em que o cristinanismo est enrai9ado. Aor e"emplo a doutrina da criao passou a responder a novos desafios no
ocidente ap$s a elaborao da 7eoria da evoluo das espcies de Darin no
sculo F?F.
?sso si!nifica que as doutrinas se modificaram ao lon!o do tempo. Elas sointerpreta&es #umanas sobre a palavra de Deus.
:m erro comum na #ist$ria da i!reja confundir a doutrina com o pr$prio Deus
como se fosse poss=vel conter Deus em al!um sistema de pensamento
,GO%-C/E- 01234. 5onfundir a doutrina sobre Deus com o pr$prio Deus seria cair na idolatria. %o nosso curso vamos enfati9ar as doutrinas que !eralmente so aceitas por
cristos de diferente confiss&es lo!o no vamos nos deter nas diferenas
denominacionais. O mais importante para n$s ser compreender as doutrinas que esto no cerne da
identidade crist al!o pr$"imo daquilo que 5.@ /eis c#amava de Cristianismo
puro e simples. s doutrinas que estudaremos abordam a relao da i!reja crist com o
juda=smo< a formao do cnone b=blico< a doutrina da criao< < a relao entre
cristianismo e cultura < a doutrina sobre a nature9a de Deus< a doutrina sobre as
duas nature9as de 5risto< a questo dos sacramentos e a doutrina da salvao'30. Aor fim vamos refletir um pouco sobre a questo' (5omo pode uma afirmao
doutrinria do passado ter autoridade no presente*)
@em dvida o pano de fundo dessa per!unta est li!ado ao modo como nos
relacionamos com o tempo e a #ist$ria.final vivemos uma poca que valori9a a novidade e ac#a estran#o que prticas
e valores do passado ainda ten#am validade no presente. 7ra9endo para o conte"to cristo e"istem duas formas problemticas de
tratamento do tempo e da #ist$ria. 24 :ma delas se encai"a naquilo que um #istoriador francHs c#ama de
presentismo. O presentismo uma forma de lidar com o tempo que no valori9a a tradio do
passado nem alimenta !randes esperanas sobre o futuro. Hnfase est no presente na novidade no imediatismo. l!uns movimentos evan!licos ao romperem o dilo!o com a tradio crist
podem ser classificados como presentistas. Os movimentos Igreja emergente e Igreja orgnicaso bons e"emplos dessa
postura. :ma de suas principais caracter=sticas a desiluso com a i!reja institucional e
com as formas de culto tradicionais. Igreja emergente se autoIintitula como Igreja ps-moderna e costuma se
reunir nos lares ou em lu!ares pouco convecionais como boates e cafeterias. 8 tambm uma Hnfase na vivnciaem detrimento das doutrinas tradicionais da
f crist. @em entrar no mrito o problema aqui um certo despre9o com as
manifesta&es de Deus na #ist$ria do cristianismo. 04 se!unda forma problemtica de conceber o tempo e a #ist$ria o
primitivismo. o contrrio do presentismo oprimitivismoest presente em comunidade que
enfati9am a tradio de maneira quase do!mtica. qui a principal proposta um retorno J i!reja primitiva. ideia que quanto
mais pr$"imo da tradio da i!reja primitiva mais autenticidade. 7ambm podemos observar o primitivismo em al!uns movimentos judai9antes. Mais uma ve9 o problema uma rejeio J ao do Esp=rito @anto na #ist$ria da
i!reja dessa ve9 no em nome da inovao mas em nome de um ape!o
anacrKnico J tradio. Embora paream atitudes opostas tanto o presentismo quanto o primitivismo
no compreendem a #ist$ria como o lu!ar em que se desenvolve a revelao
divina.
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%ossa proposta ao lon!o da EBD apontar para uma outra forma de lidar com o
tempo e a #ist$ria. Essa postura foi e"pressa por Lesus na breve parbola que lemos se!undo a qual
o sbio retira de seu ba coisas anti!as e novas.
Ora isso recon#ecer que ahistoricidadefa9 parte da nossa condio #umana. Aortanto no devemos cair nem em um antiquarismo que tenta reprodu9ir
mecanicamente o passado no presente nem no imediatismo que se esquece de
importantes ensinamentos le!ados pela tradio. ( tradio deve ser #onrada onde pode ser demonstrada como justificada e
rejeitada onde no o pode. Esta apreciao cr=tica de tradio foi um elemento
inte!ral da 6eforma e baseavaIse na crena fundamental de que a tradio era
em ltima anlise uma interpretao da Escritura que tin#a de ser justificada
com referHncia J mesma fonte competente. Os evan!licos tHm tido a tendHncia
de ler a escritura como se fossem os primeiros a fa9er isso ,...4 B=blia no pode
ser lida como se nunca tivesse sido lida antes.) ,McG678 lister. Paixo
pela verdade a coerncia intelectual do evangelicalismo p. 1I24.
?sso si!nifica que na busca por respostas aos novos desafios lanados pelo
presente podemos descobrir novos sentidos no passado e construir uma
esperana de futuro.
N