Introducao a Educacao Crista 9

11
Introdução à Educação Cristã (9) – Reflexões, Desafios e Pressupostos – 2) Fidelidade Doutrinária: Se quisermos ser considerados mestres cristãos, devemos ser fiéis à verda- de bíblica. A infidelidade, ao contrário do que possa parecer num primeiro momento, não consiste apenas em acrescentar ensinamentos estranhos à Palavra, mas, tam- bém, omitir e, talvez de forma mais sutil, nos contentarmos com amenidades, sem expor com clareza, fidelidade e profundidade a Palavra de Deus. Fidelidade exige o silêncio reverente diante do mistério e a ousadia edificante diante do estudo do reve- lado; ambas as atitudes nos previnem da especulação pecaminosa e da ingratidão para com o que Deus nos tem concedido na Escritura. Calvino nos instrui: "As cou- sas que o Senhor deixou recônditas em secreto não perscrutemos, as que pôs a descoberto não negligenciemos, para que não sejamos condenados ou de excessiva curiosidade, de uma parte, ou de ingratidão, de outra ". 1 (gri- fos meus). Isto não significa que todos nós conseguimos compreender perfeita e exaustiva- mente a Palavra, mas, aponta para a responsabilidade que temos de, pela graça, crescer no conhecimento de Jesus Cristo que nos advém pela Escritura (2Pe 3.18). 2 O ensino da Palavra é um privilégio altamente responsabilizador. Deus, por graça, tem se valido de Seus servos para a transmissão de Sua mensagem. Somos embai- xadores cuja responsabilidade é sermos integralmente fiéis à mensagem do Rei. Com conhecimento de causa, em 1956, Lloyd-Jones (1899-1981), lamentava que "muitíssimas vezes os ministros cristãos não têm sido senão uma espécie de Capelão da Corte, declarando vagas generalidades". 3 Como pregadores e mestres, é necessário que não nos contentemos em guiar as pessoas apenas pelo sopé da montanha da glória de Deus; “torne-se um alpinista nos rochedos íngremes da majestade de Deus”, aconselha Piper. 4 Podemos estar tão preocupados com as nossas teorias que transformamos a Pa- lavra em apenas um elemento convalidador do que pensamos. Deste modo, também nos tornamos infiéis ao Senhor da Palavra. É extremamente perigoso pensarmos au- tonomamente e fazermos de Deus um ventríloquo que, com voz estranha, diga o que queremos. Deus e a Sua Palavra não se adéquam a este papel. A fidelidade 1 João Calvino, As Institutas, III.21.4. 2 “Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno” (2Pe 3.18). 3 D. Martyn Lloyd-Jones, As Insondáveis Riquezas de Cristo, São Paulo: Publicações Evangélicas Se- lecionadas, 1992, p. 52. 4 John Piper, A Supremacia de Deus na Pregação, São Paulo: Shedd Publicações, 2003, p. 60.

description

Artigo sobre Educação Cristã parte 10

Transcript of Introducao a Educacao Crista 9

Introdução à Educação Cristã (9) – Reflexões, Desafios e Pressupostos –

2) Fidelidade Doutrinária: Se quisermos ser considerados mestres cristãos, devemos ser fiéis à verda-de bíblica. A infidelidade, ao contrário do que possa parecer num primeiro momento, não consiste apenas em acrescentar ensinamentos estranhos à Palavra, mas, tam-bém, omitir e, talvez de forma mais sutil, nos contentarmos com amenidades, sem expor com clareza, fidelidade e profundidade a Palavra de Deus. Fidelidade exige o silêncio reverente diante do mistério e a ousadia edificante diante do estudo do reve-lado; ambas as atitudes nos previnem da especulação pecaminosa e da ingratidão para com o que Deus nos tem concedido na Escritura. Calvino nos instrui: "As cou-sas que o Senhor deixou recônditas em secreto não perscrutemos, as que pôs a descoberto não negligenciemos, para que não sejamos condenados ou de excessiva curiosidade, de uma parte, ou de ingratidão, de outra".1 (gri-fos meus). Isto não significa que todos nós conseguimos compreender perfeita e exaustiva-mente a Palavra, mas, aponta para a responsabilidade que temos de, pela graça, crescer no conhecimento de Jesus Cristo que nos advém pela Escritura (2Pe 3.18).2 O ensino da Palavra é um privilégio altamente responsabilizador. Deus, por graça, tem se valido de Seus servos para a transmissão de Sua mensagem. Somos embai-xadores cuja responsabilidade é sermos integralmente fiéis à mensagem do Rei. Com conhecimento de causa, em 1956, Lloyd-Jones (1899-1981), lamentava que "muitíssimas vezes os ministros cristãos não têm sido senão uma espécie de Capelão da Corte, declarando vagas generalidades".3 Como pregadores e mestres, é necessário que não nos contentemos em guiar as pessoas apenas pelo sopé da montanha da glória de Deus; “torne-se um alpinista nos rochedos íngremes da majestade de Deus”, aconselha Piper.4 Podemos estar tão preocupados com as nossas teorias que transformamos a Pa-lavra em apenas um elemento convalidador do que pensamos. Deste modo, também nos tornamos infiéis ao Senhor da Palavra. É extremamente perigoso pensarmos au-tonomamente e fazermos de Deus um ventríloquo que, com voz estranha, diga o que queremos. Deus e a Sua Palavra não se adéquam a este papel. A fidelidade

1João Calvino, As Institutas, III.21.4.

2“Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a

glória, tanto agora como no dia eterno” (2Pe 3.18). 3D. Martyn Lloyd-Jones, As Insondáveis Riquezas de Cristo, São Paulo: Publicações Evangélicas Se-

lecionadas, 1992, p. 52. 4 John Piper, A Supremacia de Deus na Pregação, São Paulo: Shedd Publicações, 2003, p. 60.

Introdução à Educação Cristã (9) – Rev. Hermisten – 19/04/10 – 2

doutrinária parte do desejo de conhecer a Palavra e expô-la em sua profundidade, abrangência e simplicidade; nada mais, nada menos. Deixem-me ilustrar parcialmente isto. Como sabemos, o Reformador João Calvino (1509-1564) era avesso a especulações. Seu desejo era expor as Escrituras com consciente fidelidade e simplicidade. Este ponto era de extrema importância para e-le. Pouco antes de morrer, convoca os ministros de Genebra à sua casa; tendo-os à sua volta, despede-se. Entre outras orientações, lhes diz (28.04.1564):

“A respeito de minha doutrina, ensinei fielmente e Deus me deu a graça de escrever. Fiz isso do modo mais fiel possível e nunca corrompi uma só passagem das Escrituras, nem conscientemente as distorci. Quando fui tentado a requintes, resisti à tentação e sempre estudei a simplicidade. “Nunca escrevi nada com ódio de alguém, mas sempre coloquei fiel-mente diante de mim o que julguei ser a glória de Deus”.5

Cerca de treze anos antes (1551), Calvino respondendo uma carta de Laelius So-cino (1525-1562),6 na qual este fazia várias especulações, lhe diz:

“Certamente, ninguém pode ser mais adverso ao paradoxo do que eu, e não tenho nenhum deleite em sutilezas. No entanto, nada jamais me impedirá de confessar abertamente aquilo que tenho aprendido da Pala-vra de Deus, pois nada, senão o que é útil, é ensinado na escola desse mestre. Ela é meu único guia, e aquiescer às suas doutrinas manifestas será a minha constante regra de sabedoria. [...]Se você tem prazer em flutuar em meios a essas especulações etéreas, permita-me, peço-lhe eu, humil-de discípulo de Cristo, meditar naquilo que conduz à edificação da minha fé”.7

O apóstolo Paulo tinha consciência de que a sua mensagem era pura e simples-mente “todo o desígnio de Deus” (At 20.27). O ministério pastoral envolve o anúncio perseverante da Palavra: (At 20.20,24,27,31). “A tarefa dos mestres consiste em preservar e propagar as sãs doutrinas para que a pureza da religião permaneça na Igreja”.8

5Calvin, Textes Choisis par Charles Gagnebin, Egloff, Paris: © 1948, p. 42-43.

6 Este é tio de Fausto Paolo Socino (1539-1604), teólogo italiano que entre outras heresias fruto de

uma interpretação puramente racional das Escrituras, negava a doutrina da Trindade, a divindade de Cristo, sustentando a ressurreição apenas de alguns fiéis etc. O movimento herético conhecido como Socinianismo é derivado dos ensinamentos de ambos. 7João Calvino, Cartas de João Calvino, São Paulo: Cultura Cristã, 2009, p. 93. “O propósito divino

não é satisfazer nossa curiosidade, e, sim, ministrar-nos instrução proveitosa. Longe, com to-das as especulações que não produzem nenhuma edificação” (J. Calvino, As Pastorais, (2Tm 2.14) p. 233). Veja-se também: Segundo Prefácio de Calvino à tradução da Bíblia feita por Pierre Oli-vétan (1546), In: Eduardo Galasso Faria, ed. João Calvino: Textos Escolhidos, São Paulo: Pendão Real, 2008, p. 34. 8João Calvino, Exposição de 1 Coríntios, (1Co 12.28), p. 390. Do mesmo modo, acentua MacArthur:

“Toda a tarefa do ministro fiel gira em torno da Palavra de Deus – guardá-la, estudá-la e

Introdução à Educação Cristã (9) – Rev. Hermisten – 19/04/10 – 3

Paulo revela alguns aspectos do seu método de ensino: a) Lugares diferentes: (“Método completo”): Publicamente e nas casas (20); b) Sem preconceito racial: (“Abrangência completa”): judeus e gregos (21); c) Sem predileções: (“Todo o rebanho”) (28). O pastorado é sobre todos aque-

les que nos foram confiados. Ele fala que admoestou com lágrimas “a cada um” (31);

d) Necessidade de arrependimento e fé (“Ensino completo”) (21). A pregação de Paulo envolvia as coisas proveitosas (20), o “Evangelho da Graça de Deus” (24), “o Reino” (25); ou seja: “todo o desígnio de Deus” (27). A sua mensagem era inclusiva; havia em Paulo uma coerência teológica que o permitia re-cordar o que ensinara em outro tempo; a sua fé era lúcida e completamente engaja-da com a doutrina bíblica e, portanto, com os seus ensinamentos (17-21). A sua consciência estava tranquila na certeza de ter cumprido a sua missão dentro do tempo que teve (25-27). Paulo sabia de sua responsabilidade como mestre cristão; ele teria de prestar contas diante de Deus pelos que lhes foram confiados. O ensino da Palavra é algo profundamente sério, daí a advertência de Tiago: “Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior ju-ízo” (Tg 3.1). Do mesmo modo, na instrução de Hebreus aos crentes fiéis, há uma alusão à gravidade do ministério pastoral: “Obedecei aos vossos guias e sede sub-missos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós ou-tros” (Hb 13.17) (grifos meus). “ 25 Agora, eu sei que todos vós, em cujo meio passei pregando o reino, não vereis mais o meu rosto. 26 Portanto, eu vos protesto, no dia de hoje, que estou limpo do sangue de todos” (At 20.25-26). Paulo emprega uma figura aplicando-a espiritual-mente; ele tem consciência que anunciou perseverantemente o Evangelho, portanto, não se sentirá responsabilizado se algum daqueles irmãos se desviar da fé. Certa-mente em apenas três anos Paulo não pôde apresentar toda a doutrina bíblica deta-lhadamente. Contudo, ele se esforçou por ensinar, dentro das circunstâncias da é-poca, considerando o tempo, o nível de compreensão de seus ouvintes e os desafi-os apresentados à medida que pregava e convivia com os efésios, todo o desígnio de Deus. Ele jamais omitiu a Palavra para não desagradar alguém ou apresentou um su-posto evangelho para benefício próprio ou de quem quer que fosse; pelo contrário, ele pregava a Palavra que poderia ser escândalo para os judeus e loucura para os gentios, mas, era o Poder de Deus para a salvação dos que cressem (Rm 1.16/1Co 1.18-25). “Ele compartilhou todas as verdades possíveis com todas as pessoas possíveis, de todas as formas possíveis. Ele pregou todo o Evangelho, a toda

proclamá-la” (John F. MacArthur, Com Vergonha do Evangelho, São José dos Campos, SP.: Fiel, 1997, p. 29).

Introdução à Educação Cristã (9) – Rev. Hermisten – 19/04/10 – 4

a cidade com toda a sua força”.9 É muito importante que estejamos atentos às circunstâncias de nossos ouvintes, consideremos os fatos cotidianos, os ensinamentos que vigoram e as inquietações próprias daquela geração.10 A Palavra de Deus deve ser a nossa lente escrutinadora para que possamos saber ler a realidade e aplicar os ensinamentos bíblicos aos nossos ouvintes. Necessitamos, portanto, do estudo da Palavra e de oração, supli-cando a Deus a sabedoria do alto para que apresentemos a doutrina bíblica de for-ma eficaz (Tg 1.5-6).11 Sem oração jamais seremos competentes suficientemente. Antes de suas exposições bíblicas, Calvino costumava fazer a seguinte oração: “Conceda o Senhor que nos ocupemos em contemplar os mistérios de sua sabedoria celestial com devoção realmente crescente, para glória sua e e-dificação nossa. Amém”.12 Piper apresentando sugestões para que os pregadores cultivem a seriedade e a alegria necessárias na pregação, entre outros preceitos, diz: “Somos chamados ao ministério da Palavra e da oração, porque sem oração o Deus de nossos estudos será o Deus que não assusta, que não inspira, oriundo de uma práti-ca acadêmica ardilosa".13 Nós também, como mestres, não devemos omitir a verdade por medo de desa-gradar alguém ou, por temer as consequências do ensino da verdade. Temos de nos lembrar que somos instrumentos da verdade e não o inverso; não cabe a nós mani-pular a verdade ao nosso alvitre, temos de pregar a Palavra fiel (1Tm 1.15) com in-tegridade, pois sendo fiéis à Palavra, estamos sendo fiéis ao Seu Autor: Deus. Não somos senhores do texto, antes, seus servos.14 Somos chamados a expor as Escri-turas em Sua inteireza e profundidade, não as nossas opiniões.15 Quando expomos 9 John R.W. Stott, A Mensagem de Atos: Até os confins da terra, São Paulo: ABU, (A Bíblia Fala Ho-

je),1994, (At 20.28-35), p. 370 10

“O pregador não é um homem que vive numa redoma de vidro; não é alguém que está fora deste mundo. Como qualquer um, leio meus jornais e às vezes escuto o rádio e ligo mi-nha televisão, e noto o que está acontecendo” (D.M. Lloyd-Jones, O Caminho de Deus não o nosso, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 2003, p. 92). 11

“5 Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida. 6Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento” (Tg 1.5-6). 12

John Calvin, The Commentaries of John Calvin on the Prophet Hosea, Grand Rapids, MI.: Baker Book House (Calvin’s Commentaries, Vol. XIII/2), 1996 (Reprinted), p. 34. 13

John Piper, A Supremacia de Deus na Pregação, São Paulo: Shedd Publicações, 2003, p. 57. 14

“O pregador é chamado para ser servo da Palavra” (R. Albert Mohler, Jr., A Primazia da Pregação. In: Ligon Duncan, et. al., Apascenta o meu rebanho, São Paulo: Cultura Cristã, 2009, p. 17). “O pregador deve servir ao texto....” (Bryan Chapell, Pregação Cristocêntrica, São Paulo: E-ditora Cultura Cristã, 2002, p. 20). 15

“O dever do homem que ocupa o púlpito não é proferir as suas palavras, mas ser bíblico. Cabe-lhe expor esta Palavra porque é a Palavra de Deus, e lhe cabe falar a palavra que o Espírito Santo o habilita a falar” [D.M. Lloyd-Jones, Seguros Mesmo no Mundo, São Paulo: Publi-cações Evangélicas Selecionadas, 2005 (Certeza Espiritual: Vol. 2), p. 19]. “Não estou aqui para ventilar minhas próprias idéias e teorias, porém para expor a Palavra de Deus” (D.M. Lloyd-

Introdução à Educação Cristã (9) – Rev. Hermisten – 19/04/10 – 5

a Palavra devemos estar solidamente convencidos de que aquela mensagem é pro-veniente do texto. O pregador não “compartilha” experiências, dá suas “opiniões” so-bre o texto bíblico, nem faz uma paráfrase irreverente do texto, antes, prega a Pala-vra. Seu objetivo é expressar o que Deus disse por meio de Seus servos. Pregar é explicar e aplicar a Palavra aos nossos ouvintes. O aval de Deus não é sobre nossas teorias e escolhas, muito menos sobre a “graça” de nossas piadas, mas sobre a Sua Palavra. Portanto, o pregador prega o texto, de onde provém a verdade de Deus pa-ra o Seu povo. “Quando nos propomos a expor um texto, precisamos declarar exatamente o que o texto afirma”.16 Sei que muitas vezes nos tornamos mais encantados com nossas teorias do que com as Escrituras. Isto é simples de explicar: somos pecadores e vaidosos! Contu-do, Deus transforma vidas por meio do Evangelho; este sim é o Seu poder (Rm 1.16). As nossas hipóteses, por mais “brilhantes” que sejam, devem ser submetidas às Escrituras, mais ainda: devem partir da Palavra. O que Chapell fala sobre a pregação se aplica adequadamente à Educação Cris-tã:

“Apenas pregadores comprometidos em proclamar o que Deus diz têm o imprimatur da Bíblia sobre sua pregação. Desse modo, a pregação ex-positiva se empenha em descobrir e propagar o significado preciso da Pa-lavra. A Escritura exerce domínio sobre o que os expositores pregam, pois eles esclarecem o que ela diz. O significado da passagem é a mensagem do sermão. O texto governa o pregador. Pregadores expositivos não espe-ram que outros reverenciem suas opiniões. Tais ministros aderem às verda-des da Escritura e esperam que seus ouvintes tenham o mesmo cuida-do”.17

Karl Barth (1886-1968), independentemente da divergência que temos em muitos de seus pensamentos, nos exorta corretamente: “Para ser positiva, a pregação deve ser uma explicação da Escritura”.18 Em outro lugar: “Aquele que deseja pregar deve estudar mui atentamente seu texto. Em vez de atenção, seria melhor dizer ‘zelo’, ou seja, esforço de aplicação para descobrir o que se diz neste texto que está aí diante de seus olhos. Para isso é necessário um traba-lho exegético, científico. Porque a Bíblia é também um documento histórico; nasceu em meio da vida dos homens”.19

Jones, O Caminho de Deus não o nosso, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 2003, p. 67). 16

Kenneth A. Macrae, A Pregação e o Perigo do Comprometimento: In: Fé para Hoje, São José dos Campos, SP.: Fiel, nº 7, 2000, p. 4. 17

Bryan Chapell, Pregação Cristocêntrica, São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2002, p. 24. “Nosso comprometimento com a eficiência única da Escritura significa que desejamos estar seguros de estar dizendo o que a Bíblia diz” (Bryan Chapell, Pregação Cristocêntrica, p. 40). 18

Karl Barth, La Proclamacion del Evangelio, Salamanca: Ediciones Sigueme, 1969, p. 22. Ver tam-bém a página 37. 19

Karl Barth, La Proclamacion del Evangelio, p. 56-57.

Introdução à Educação Cristã (9) – Rev. Hermisten – 19/04/10 – 6

Num cristianismo brasileiro repleto de superstições, assim como foi o caso no pe-ríodo da Reforma Protestante, a teologia deve ter o sentido de resgatar a pureza dos ensinamentos bíblicos a fim de purificar a mensagem que tem sido transmitida ao longo dos séculos.20 Notemos, portanto, que a teologia tem um compromisso com a edificação da Igreja (Ef 4.11-16): A Igreja é enriquecida espiritualmente com os ensi-namentos da Palavra, os quais cabe à teologia organizar. “A teologia é o sustento da vida cristã”. Ela “alicerça a vivência cristã”.21 Deste modo, vale a pena lem-brar a observação de Barth (1886-1968): “O pregador [...] com toda modéstia e seriedade, deve trabalhar, lutar para apresentar corretamente a Palavra, sabendo perfeitamente que o recte docere só pode ser realizado pelo Espíri-to Santo”.22 Lutero (1483-1546) já recomendara: “A pregação e a oração estão sempre juntas”.23 Todavia, quando nos distanciamos da Palavra terminamos por substituí-la por e-lementos que julgamos poder entreter ou instruir intelectualmente o povo. A teologia contemporânea que, em determinados grupos, cada vez mais se confunde com uma ciência social, tende simplesmente a apresentar uma mensagem puramente intelec-tualizada. Veith constata: “Para se tornar intelectualmente respeitável, e ser aceita como instrução acadêmica legítima, a teologia contemporânea com frequência rejeitou a sua substância tópica. A teologia contemporânea mui-tas vezes deixa de ser Teologia. Em vez disso, torna-se Psicologia, Sociologia, Filosofia ou Política. O sobrenatural é excluído em favor de explicações natu-ralistas a ponto que a Teologia ter de, por sua própria metodologia, excluir Deus”.24 Como temos insistido, a Igreja proclama a Palavra, não as suas opiniões a respei-to da Palavra, consciente que Deus age por meio das Escrituras produzindo frutos de vida eterna (Rm 10.8-17; 1Co 1.21; 1Co 15.11; Cl 1.3-6; 1Ts 2.13-14). A Igreja por si só não produz vida, todavia ela recebeu a vida em Cristo (Jo 10.10), por inter-médio da Sua Palavra vivificadora; deste modo, ela ensina a Palavra, para que pelo Espírito de Cristo, que atua mediante as Escrituras, os homens creiam e recebam vida abundante e eterna. É uma tentação por demais sutil, nem sempre perceptível, “amenizar”, torcer a Palavra de Deus, para – num desejo pretensioso –, tornarmo-nos mais “agradáveis” aos nossos ouvintes. Contudo, como mestres cristãos que somos, devemos ter co-mo preocupação primordial ser instrumentos de Deus para que a Sua Palavra fale por meio de nós; que o texto se torne mais expressivo por intermédio da explicação que apresentamos amparada na análise do contexto, numa boa exegese e em har-monia com a Bíblia em seu todo, tendo o Espírito como o nosso iluminador na com-

20

Cf. Emil Brunner, Dogmática, São Paulo: Novo Século, 2004, Vol. 1, p. 24. 21

Stanley J. Grenz & Roger E. Olson, Quem Precisa de Teologia? Um convite ao estudo sobre Deus e sua relação com o ser humano, São Paulo: Editora Vida, 2002, p. 46 e 47. 22

Karl Barth, La Proclamacion del Evangelio, p. 46. 23

M. Luther, Luther’s Works, Saint Louis: Concordia Publishing House, 1960, Vol. II, (Gn 13.4), p. 333. 24

Gene Edward Veith, Jr., De Todo o teu entendimento, p. 54.

Introdução à Educação Cristã (9) – Rev. Hermisten – 19/04/10 – 7

preensão e transmissão da verdade. Notemos que esta é uma grande responsabili-dade; por isso – devido à necessidade que temos de ensinar com precisão a Palavra de Deus –, o mestre deve ter cuidado com o que ensina. O que escrevemos a respeito da pregação, também nos parece cabível aqui: A grandiosidade da pregação consiste basicamente, não nos recursos de retórica (os quais certamente devem ser buscados), mas em sua pureza, em sua fidelidade à Palavra.25 Como bem disse Charles H. Spurgeon (1834-1892), “Se o que prega-rem não for a verdade, Deus não estará aí”.26 Assim sendo, a pregação grandi-osa é bíblica.27 A fidelidade doutrinária poderá nos conduzir à impopularidade, devido aos ho-mens desejarem, muitas vezes, ouvir algo que satisfaça às suas inclinações peca-minosas. Paulo já advertira Timóteo quanto a isso: “Pois haverá tempo em que não suportarão (a)ne/xomai)28a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres, se-gundo as suas próprias cobiças, como que sentido coceira nos ouvidos; e se recusa-rão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” (2Tm 4.3,4). Pode soar es-tranho, mas, ao que parece, a gravidade do ensino bíblico juntamente com a serie-dade de suas reivindicações, fazem com que o homem não queira saber dele, prefe-rindo uma mensagem mais “light” que, quando muito, mexa com seus músculos, mas não com sua mente e coração. Para muitas pessoas, a religião ocupa um lugar reservado para as crianças, mulheres, os pobres, velhos ou, quando a medicina con-fessa a sua impotência, aí, nesta brecha, a religião pode ter algum relevo: peço ou encomendo algumas orações. O homem longe de Deus e avesso à Sua Palavra, quando possível, fabrica e molda seus mestres e domestica os outros. Conforme já vimos, o escritor de Hebreus pede aos seus leitores que suportem aquela exortação que fizera; em outras palavras, pede que suportem a “sã doutrina”: “Rogo-vos ainda, irmãos, que suporteis (a)ne/xomai) a presente palavra de exorta-ção; tanto mais quanto vos escrevi resumidamente” (Hb 13.22). Como despenseiros de Deus, devemos ser fiéis, pois, é isso que se requer de nós (1Co 4.2). Nossa fidelidade será medida de acordo com a obediência à Palavra, não 25

Vd. John H. Jowett, O Pregador, Sua Vida e Obra, São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1969, p. 97. 26

C.H. Spurgeon, Firmes na Verdade, Lisboa: Edições Peregrino, 1990, p. 85. Alhures, Spurgeon, nos diz: “O verdadeiro ministro de Cristo sabe que o verdadeiro valor de um sermão está, não em seu molde ou modo, mas na verdade que ele contém. Nada pode compensar a ausência de ensino; toda retórica do mundo é apenas o que a palha é para o trigo, em contraste com o evangelho da nossa salvação. Por mais belo que seja o cesto do semea-dor, é uma miserável zombaria, se estiver sem sementes” (Lições aos Meus Alunos, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1982, Vol. II, p. 88). 27

Ver: Hermisten M.P. Costa, Breve Teologia da Evangelização, São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas, 1996, p. 21-22. 28A)ne/xomai aparece 15 vezes no Novo Testamento, sendo traduzida por: “Sofrer” (Mt 17.17 = Mc

9.19; Lc 9.41); “atender” (At 18.14); “suportar” (1Co 4.12; 2Co 11.1; Ef 4.2; Cl 3.13; 2Ts 1.4; 2Tm 4.3; Hb 13.22); “tolerar” (2Co 11.4,19,20). Na LXX este verbo não ocorre. No entanto, a)))ne/xw é emprega-da umas 11 vezes, sendo traduzida por: conter (Is 42.14; 64.12); carregar (Is 46.4), deter (Is 63.15) e reter (Am 4.7; Ag 1.10).

Introdução à Educação Cristã (9) – Rev. Hermisten – 19/04/10 – 8

por popularidade ou “êxito” como mestres (2Tm 4.1-5/1Ts 2.4/2Co 2.17). O currículo29 da Escola Dominical é “todo o desígnio de Deus”: o conteúdo pro-gramático de nosso ensino é toda a vontade revelada de Deus (At 20.27); o Livro-texto é a Palavra de Deus.

3) Consciência e Assunção da sua Vocação (At 20.2 4):

“Cristo repetidamente recomendou àqueles que queriam ser seus seguidores que deviam agir apressadamente, se-não que primeiro considerassem as de-

mandas do discipulado” – R.B. Kuiper.30

O que ensina deve ter consciência da sua vocação e também assumi-la com todos os riscos e privilégios inerentes. Consciência sem assumir a responsabilidade é sinal de infidelidade. Paulo assumiu todos os perigos decorrentes da sua vocação, relegando a sua vi-da e seu bem-estar físico a um modesto segundo plano. A sua missão ocupa o lugar de proeminência na sua escala de valores; ele estava disposto a sofrer o martírio, se fosse preciso, para concretizar a missão que recebera: “E agora, constrangido em meu espírito, vou para Jerusalém, não sabendo o que ali me acontecerá, senão que o Espírito Santo, de cidade em cidade, me assegura que me esperam cadeias e tri-bulações” (At 20.22-23). Neste ponto da sua palavra de despedida, Paulo demonstra ter consciência dos perigos aos quais estava exposto conforme o Espírito Santo lhe testificara. Creio que se a sua fala terminasse aqui, haveria lugar para uma insistência por parte dos pres-bíteros para que ele não fosse para Jerusalém, onde lhe esperavam “cadeias e tribu-lações”... Mas acontece que, o que Paulo falou em seguida, desarmou qualquer es-pírito de piedade em relação àquele homem; ficou patente que qualquer tentativa de dissuadi-lo seria inútil. Em lugar de piedade, surge uma profunda admiração por a-quele que em meio às incertezas da vida, pronuncia um brado de fé, renúncia e total consagração: “Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para tes-temunhar o evangelho da graça de Deus” (At 20.24. Veja-se, também, At 21.10-14). Sabemos que nem todos são chamados para o ministério docente (Ef 4.11,12;

29

Currículo é uma transliteração do latim "curriculum" que é empregado tardiamente, sendo derivado do verbo "currere", "correr". "Curriculum" tem o sentido próprio de "corrida", "carreira"; um sentido par-ticular de "luta de carros", "corrida de carros", "lugar onde se corre", "hipódromo" e um sentido figura-do de "campo", "atalho", "pequena carreira", "corte", "curso".

A palavra currículo denota a compreensão que ele não é um fim em si mesmo; é apenas um meio para atingir determinado fim (Veja-se: Hermisten M.P. Costa, A Propósito Da Alteração Do Currículo Dos Seminários Presbiterianos, São Paulo: 1995, p. 8ss.). Deste modo, podemos dizer que o “currícu-lo” da Escola Dominical visa a conduzir o homem a Deus por meio de Jesus Cristo, guiado pelo Espí-rito Santo. 30

R.B. Kuiper, El Cuerpo Glorioso de Cristo, Grand Rapids, Michigan: SLC., 1985, p. 180.

Introdução à Educação Cristã (9) – Rev. Hermisten – 19/04/10 – 9

1Co 12.12-31), entretanto, todos devemos trabalhar em harmonia, contribuindo “para a edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.12); cada um dentro da sua vocação, cumprin-do a sua missão. Paulo tinha consciência de ter sido chamado para o ensino (1Tm 2.7; 2Tm 1.11) e, como em tudo, ele foi obediente à “visão celestial” (At 26.19); por isso, obteve a certeza tranquilizadora e confortante de haver cumprido a sua missão com fidelida-de. Ao aproximar-se o seu passamento, escreve a Timóteo: “Combati o bom comba-te, completei a carreira, guardei a fé” (2Tm 4.7).

4) Prepara Sucessores (At 20.17,27,28):

“O profeta nos ensina que é nosso penhorado dever usar nosso empenho para que haja sucessão contínua de pessoas que comuniquem a instrução

da verdade divina” – João Calvino.31

John Stott analisando o ministério e a pregação de Paulo em Éfeso, declara: “O seu exemplo pastoral deve ter sido uma inspiração inesgotável para os pastores de Éfeso”.32 O mestre cristão deve ter a preocupação de instruir seus alunos de tal forma que eles passem a ter condições, no momento certo, de ensinar; temos de preparar su-cessores que possam ocupar o nosso lugar e, de preferência em melhores condi-ções que a nossa. Paulo ocupava-se com o discipulado; a existência de presbíteros em Éfeso já re-vela este fato (At 20.17,27-28). Por onde quer que ele passasse deixava discípulos (Vejam-se: At 9.25; 14.21-23; 16.1-3/1Tm 1.2-3; Tt 1.4-5) e, o resultado disso, é que vemos lideranças surgindo nestas cidades. Como exemplo, encontramos Timóteo, que permaneceu em Éfeso com o objetivo de admoestar “a certas pessoas a fim de que não ensinem outra doutrina” (1Tm 1.3), e Tito que foi deixado na ilha de Creta, a fim de colocar as coisas em ordem e constituísse presbíteros. (Tt 1.5). É importante que dentre os nossos alunos surjam novos mestres em condições de continuar o nosso trabalho, melhorando, aperfeiçoando e, por que não: recriando-o? (2Tm 2.2). O Novo Testamento relata-nos um caso curioso. Paulo havia se convertido, entre-tanto, havia certo receio por parte dos discípulos com respeito a ele (At 9.26).33 Bar-nabé, um levita, discípulo de Cristo (At 4.36,37), sabendo do fato e dispondo de evi-dências da sinceridade de Paulo, “levou-o aos apóstolos e contou-lhes como ele vira

31

João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Parakletos, 2002, Vol. 3 (Sl 78.6), p. 200. 32

John R.W. Stott, A Mensagem de Atos: Até os confins da terra, São Paulo: ABU, (A Bíblia Fala Ho-je),1994, (At 20.28-35), p. 370-371. 33

“Tendo chegado a Jerusalém, procurou juntar-se com os discípulos; todos, porém, o temiam, não acreditando que ele fosse discípulo” (At 9.26).

Introdução à Educação Cristã (9) – Rev. Hermisten – 19/04/10 – 10

o Senhor no caminho, e que este lhe falara, e como em Damasco pregara ousada-mente em nome de Jesus” (At 9.27). Anos mais tarde, “partiu Barnabé para Tarso à procura de Saulo; tendo-o encontrado, levou-o para Antioquia” (At 11.25,26). Assim nasceu entre estes dois servos de Deus uma grande amizade. O que queremos re-alçar aqui é que nos primeiros textos em que Barnabé aparece junto a Paulo, Lucas coloca sempre o nome de Barnabé como o primeiro da ordem (At 12.25; 13.1-2,7); posteriormente, Lucas, refletindo a mudança de liderança, inverte a ordem dos no-mes (At 13.13,16,43,46,50, com a única exceção de At 14.14). Em Listra, após a cu-ra de um paralítico, confundiram a Paulo e Barnabé com os “deuses”; Lucas registra: “ A Barnabé chamavam de Júpiter, e a Paulo Mercúrio, porque era este o principal portador da Palavra” (At 14.12). Observemos que esta mudança natural de liderança em nenhum momento afetou a amizade entre eles ou a dedicação à obra; pelo menos Lucas não nos fala nada a respeito. Isto sem dúvida indica a competência de Paulo, entretanto, não devemos nos esquecer da maturidade espiritual e humildade de Barnabé; ele soube reconhe-cer a maior capacidade de Paulo para liderar aquele trabalho missionário. Não pen-semos, também, que Barnabé fosse subserviente, pois não era; em outra ocasião, ele desentendeu-se com Paulo no que se referia à companhia de Marcos; a questão foi tão séria que ambos se separaram, embora continuassem o trabalho missionário (At 15.36-41). Um suposto profissionalismo educacional tem impedido que isto aconteça, sem falar no medo que alguns têm de ensinar o “pulo do gato”, receando a formação de mais um “concorrente”. Na Igreja não há lugar para estes temores pueris, pois, o Deus que nos vocacionou tem sempre algo para nós no serviço do Seu Reino; Ele mesmo torna-nos úteis dentro da Sua seara, que continua sendo grande e os traba-lhadores, da mesma forma, continuam poucos... No Reino de Deus, parece-me, só não há lugar para “estrelismos”; todos somos servos; Deus é o Senhor! Por outro lado, é necessário que os discípulos se disponham a aprender. É im-possível ensinar a alguém que não quer aprender. Um dos aspectos fundamentais no aprendizado é o tempo. Nem sempre consideramos o tempo como um recurso do qual dispomos. O escritor de Hebreus exorta seus destinatários pelo fato de que pelo tempo decorrido de ensino, continuavam precisando de leite, alimento que não deve-ria ser mais essencial para eles se tivessem progredido adequadamente. A expecta-tiva é que os que são instruídos o sejam para que se tornem mestres. Contudo, para que isso aconteça é preciso também que exercitemos o nosso aprendizado; que o ponhamos em prática a fim de adquirir gradativamente maior discernimento, capaci-dade de julgamento e habilidade moral e espiritual de aplicar a Palavra às circuns-tâncias de nossa vida.

“11A esse respeito temos muitas coisas que dizer e difíceis de explicar, por-quanto vos tendes tornado tardios em ouvir. 12Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos orácu-los de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido. 13Ora, todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. 14Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente

Introdução à Educação Cristã (9) – Rev. Hermisten – 19/04/10 – 11

o bem, mas também o mal” (Hb 5.11-14).

São Paulo, 18 de abril de 2010. Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa