Introdução à Biologia e Citoquímica

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INTRODUÇÃO À BIOLOGIA Conceito de Biologia – (grego OIKOS: vida; LOGOS: estudo) – abrange todo conhecimento relativo aos seres vivos, desde os mecanismos que regulam as atividades vitais até as relações que eles estabelecem entre si e com o ambiente onde vivem. Importância – Preocupa-se com a origem dos seres vivos e com sua evolução. Os conhecimentos biológicos nos esclarecem sobre a vida, nos qualifica a fazer escolhas e a tomar decisões mais conscientes sobre nosso estilo de vida Biologia e as outras ciências – algumas subdivisões da biologia necessitam do conhecimento de outras ciências (Química, Física, Matemática) Níveis de organização em Biologia – o estudo da biologia fica mais fácil com a abordagem dos níveis de organização, uma seqüência de conceitos, cada qual servindo de ponto de partida para o seguinte NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO

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INTRODUÇÃO À BIOLOGIA

Conceito de Biologia – (grego OIKOS: vida; LOGOS: estudo) – abrange todo conhecimento relativo aos seres vivos, desde os mecanismos que regulam as atividades vitais até as relações que eles estabelecem entre si e com o ambiente onde vivem.

Importância – Preocupa-se com a origem dos seres vivos e com sua evolução. Os conhecimentos biológicos nos esclarecem sobre a vida, nos qualifica a fazer escolhas e a tomar decisões mais conscientes sobre nosso estilo de vida

Biologia e as outras ciências – algumas subdivisões da biologia necessitam do conhecimento de outras ciências (Química, Física, Matemática)

Níveis de organização em Biologia – o estudo da biologia fica mais fácil com a abordagem dos níveis de organização, uma seqüência de conceitos, cada qual servindo de ponto de partida para o seguinte

NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO

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Organização Celular

Célula – unidade morfológica funcional

Organismos unicelulares (bactérias, amebas) e pluricelulares (plantas, animais)

Tipos de células: Procarióticas – membrana plasmática/ parede celular (externa

a mem.plasmática), citoplasma e material genético (nucleóide) – procariontes

Eucarióticas – membrana plasmática, citoplasma, núcleo (contem mat. Hereditário envolto por caioteca), presença de estruturas delimitadas por membranas (mitocôndrias, retículo endoplasmático, complexo de Golgi, lisossomos)

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CITOQUÍMICA – A base química da vida

A matéria viva se caracteriza pelo equilíbrio de um conjunto de íons e moléculas, que constituem seu equipamento bioqiuímico.

Os componentes químicos da célula podem ser divididos em dois grandes grupos – orgânicos e inorgânicos

COMPOSTOS INORGÂNICOS COMPOSTOS ORGÂNICOS

ÁguaSais minerais

VitaminasCarboidratos

LipídeosProteínas

Ácidos nucléicos

1. Água

1.1. Propriedades da água

Polaridade – polar: pólo negativo (átomo de O) e positivo (átomos de H) Coesão - as moléculas unem-se por pontes de hidrogênio (colar de contas) Adesão – moléculas de água tendem a aderir a outras substâncias polares Tensão superficial – força de coesão entre as moléculas de água muito

grande – forma uma “rede” Capilaridade – propriedade da água de subir ou descer em tubos muito finos.

Permite à água percorrer os microporos do solo, tornando-se acessível às raízes das plantas. Os sistemas de transporte dos animais (sistema circulatório) e dos vegetais (vasos condutores) usam a água como meio de distribuição de substâncias.

Solvente – dissolve a maioria das substâncias conhecidas. a polaridade da molécula de água explica a eficácia em separar partículas entre si, pois o caráter polar da água tende a diminuir as forças de atração dos íons encontrados em sais e em outros compostos iônicos, favorecendo a

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dissociação dos mesmos. Os dipolos da água envolvem os cátions e ânions (solvatação), impedindo a união entre essas partículas carregadas eletricamente.

OBS.: As substâncias que se dissolvem na água são hidrofílicas. As substâncias hidrofóbicas são apolares, ou seja, suas moléculas não possuem uma região positiva e outra negativa; por isso não dissolvem na água (óleos e gorduras)

Calor específico elevado: as moléculas de água podem absorver grande quantidade de calor sem que sua temperatura fique elevada, pois parte desta energia é utilizada no enfraquecimento das ligações de hidrogênio. Isso explica o papel termorregulador da água por meio da transpiração que mantém a temperatura em valores compatíveis com a manutenção da vida das diferentes espécies.

Solidificação: É a passagem de uma substância do estado líquido para o sólido – é necessário haver liberação de calor das substâncias. Para que a água se torne gelo é preciso submetê-la a temperaturas abaixo de 0°C por algum tempo. Se a água congelasse em temperaturas mais elevadas, os seres vivos morreriam, pois a água presente em suas células congelaria facilmente, formando cristais de gelo, perfurando as células. A água é o único fluido que, ao se congelar, se expande e se torna menos denso que a forma líquida. O gelo flutua na água líquida, permitindo a existência de vida em ambientes de regiões temperadas e frias, pois os organismos vivem sob a camada de gelo.

OBS.: Congelamento de células vivas – As células são submetidas a temperaturas extremamente baixas (cerca de 260°C negativos) em nitrogênio líquido. Evita a formação de cristais de gelo, não ocorrendo a destruição da célula.

1.3. Principais funções

Considerado o componente químico mais abundante da matéria viva – atua como solvente de diversas substâncias (as reações químicas de natureza biológica ocorrem em soluções). O citoplasma das células é uma solução aquosa em que a água é o solvente (solutos: açúcares, sais, aminoácidos, proteínas, etc.)

Importante veículo de transporte de substâncias – permite o contínuo intercâmbio de íons e de moléculas entre os meios extra e intracelular.

Contribui para a manutenção da temperatura (regulação térmica) corpórea em níveis compatíveis com a vida.

Ação lubrificante nos olhos e nas articulações ósseas, exerce diminuindo o atrito entre os ossos.

Nas reações de hidrólise (Ex. digestão) participa como reagente na transformação de grandes moléculas orgânicas em moléculas menores.

É matéria-prima para a realização da fotossíntese.

6 CO2 + 6 H2O C6H12O6 + 6 O2

A quantidade de água de um determinado tecido ou órgão é proporcional a sua atividade metabólica; varia em função da idade do organismo

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Células ósseas – atividade metabólica baixa: 30-40%. Células nervosas – atividade metabólica alta: cerca de 78%. Músculos – atividade metabólica alta: cerca de 85%. Pulmão – 70% Feto humano – três meses: cerca de 94%; recém-nascido: cerca de 70%. Ser humano adulto: cerca de 65%. Águas-vivas : 98% Sementes: 10-20%

2. Sais Minerais

Os sais minerais são classificados de acordo com as quantidades presentes no

corpo e necessárias a uma dieta equilibrada.

Macrominerais: cálcio, fósforo, potássio, sódio, cloro, magnésio e enxofre.

Microminerais (oligoelementos): ferro, zinco, cobre, iodo, flúor, cromo, selênio, cobalto, manganês, molibdênio, vanádio, níquel, estanho e silício.

Na forma imobilizada (insolúveis) podem fazer parte de estruturas esqueléticas do corpo dos seres vivos (fosfato de cálcio – ossos e dentes; carbonato de cálcio – concha de caramujos).

Podem ocorrer dissolvidos em água (forma ionizada), dissociando-se em íons (partículas com carga elétrica positiva e negativa).

Importância na vida dos seres vivos

A deficiência de sais minerais pode causar comprometimentos, desmineralização dos ossos, fraqueza, prejuízo no desenvolvimento das glândulas sexuais;

A contração dos músculos do nosso corpo depende da existência de íons de cálcio e de potássio;

O funcionamento das nossas células nervosas depende da existência de íons de sódio e potássio;

Certos sais na forma iônica participam da composição de importantes moléculas biológicas, como os átomos de ferro na hemoglobina (transporta oxigênio no sangue) – uma alimentação deficiente em sais de ferro acarreta a anemia ferropriva.

O magnésio nas moléculas de clorofila (processo da fotossíntese); átomos de iodo no hormônio produzido pela tireóide (bócio ou papo – falta de ido);

A entrada e saída de água de uma célula dependem da existência de sais dissolvidos.

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Desidratação em crianças – diarréias causam em curto espaço de tempo a perda excessiva de água, sódio e potássio – soro caseiro ou sais de reidratação oral para repor as substâncias perdidas.

Tabela de Sais Minerais 

Sal mineral Função Sua falta provoca FontesCálcio Formação, composição e

conservação de ossos, tecidos e dentes. Regula o ritmo cardíaco. Contribui para manter o equilíbrio do ferro no organismo e é indispensável para o aproveitamento do fósforo. Favorece a coagulação do sangue. Normaliza as enzimas. Proporciona resistência, inclusive contra infecções. Neutraliza o excesso de ácidos das carnes, queijos, ovos, gorduras e produtos refinados.

Retardamento no desenvolvimento de ossos e dentes, osteoporose, osteomalácia, palpitações cardíacas, hipertensão, raquitismo, irritabilidade, fraqueza muscular.

Queijo, leite, nozes, uva, cereais integrais, nabo, couve, chicória, feijão, lentilha, amendoim, castanha de caju

Cobalto Age junto com a vitamina B12, estimulando o crescimento e combatendo as afecções cutâneaso cobalto faz parte intrínseca da vitamina B12, da qual ocupa o centro da molécula. Parece estimular a atividade da glândula tireóide e a hematopoiese (formação de células do sangue).

 inapetência, anemia, emagrecimento e morte, devida ao fato de os animais pastarem em terras pobres em cobalto

Está contido na vitamina B12

e no tomate

Fósforo Atua na formação de ossos e dentes; indispensável para o sistema nervoso e o sistema muscular; junto com o cálcio e a vitamina D, combate o raquitismo

Maior probabilidade de ocorrência de fraturas; músculos atrofiados; alterações nervosas; raquitismo

Carnes, miúdos, aves, peixes, ovo, leguminosas, queijo, cereais integrais

Ferro

Indispensável à formação da hemoglobina, albumina muscular e plasma sanguíneo. Transporte de oxigênio do sangue para as células do organismo. Essencial para a formação dos ossos músculos e cérebro.

Anemia, atrofiamento, baixa vitalidade, deficiência respiratória, palidez, fadiga constante, unhas quebradiças baixa vitalidade.

Arroz integral, semente de gergelim e de abóbora, alho poró, feijão, salsa, brócolis , agrião, dente-de-leão, quiabo, couve, aspargo, couve- flor, cenoura, abóbora, ervilha. Lentilha, grão-de-bico, aveia, inhame, maçã pêra, banana, cereja, uva, Ameixa, mel, melado, centeio, algas, amendoim e pêssego.

Iodo Faz funcionar a glândula tireóide; ativa o funcionamento cerebral; permite que os músculos armazenem oxigênio e evita que a gordura se deposite nos tecidos

Bócio. Cretínismo (ausência congênita do hormônio da tireóide). Excesso de peso. Vulnerabilidade a infecções. Metabolismo e atividade mental baixos. Perturbações nervosas.

Agrião, alcachofra, alface, alho, cebola, cenoura, ervilha, aspargo, rabanete, tomate, peixes, frutos do mar vegetais

Cloro Constitui os sucos gástricos e pancreáticos. É um dos mais importantes na regulação da pressão osmótica, pois o cloro ionizado, juntamente com o sódio, mantém o balanço aquoso. Participa no equilíbrio ácido-base e na manutenção do Ph sangüíneo. O cloro secretado pela mucosa gástrica como ácido clorídrico acarreta a acidez necessária para a digestão no estômago e para a ativação de enzimas.

É difícil haver carência e cloro, pois existe em quase todos os vegetais; o excesso de cloro destrói a vitamina E e reduz a produção de iodo

 O cloro é encontrado predominantemente em líquidos extracelulares e intracelulares. A quantidade de cloro no homem adulto normal de 70kg corresponde a 0,12% do peso corporal. É absorvido de forma rápida no trato gastrointestinal.

Potássio Atua associado ao sódio, regularizando as batidas do

Diminuição da atividade muscular, inclusive a do

Azeitona verde, ameixa seca, ervilha, figo, lentilha,

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coração e o sistema muscular; contribui para a formação as células

coração espinafre, banana, laranja, tomate, carnes, vinagre de maçã, arroz integral

Magnésio Atua na formação dos tecidos, ossos e dentes; ajuda a metabolizar os carboidratos; controla a excitabilidade neuromuscular

Provoca extrema sensibilidade ao frio e ao calor

Frutas cítricas, leguminosas, gema de ovo, salsinha, agrião, espinafre, cebola, tomate, mel

Manganês Importante para o crescimento; intervém no aproveitamento do cálcio, fósforo e vitamina B1

atua no processamento reprodutivo e do crescimento e no metabolismo dos açúcar e das gorduras.

 Falha na coordenação muscular. Crescimento retardado. Perturbação glandulares. Elevação do nível de colesterol do sangue. Gordura localizada. Perda de audição. Deficiência da função reprodutora.

Cereais integrais, amendoim, nozes, feijão, arroz integral, banana, alface, beterraba, milho

Silício Age na formação dos vasos e artérias e é responsável pela sua elasticidade; atua na formação da pele, das membranas, das unhas e dos cabelos; combate as doenças da pele e o raquitismo

 a falta de silício poderia estar, em parte, implicada na etiologia da arteriosclerose. Um metabolismo anormal em silício poderia estar presente na hipertensão, já que ratos velhos com uma hipertensão crônica tinham, associado a uma diminuição de silício nas paredes arteriais, uma diminuição das fibras de colágeno que necessitam de ácido hialurônico rico em silício para seu

desenvolvimento. Pode resultar, entre outras coisas, na modificação das trocas celulares, desidratação dos tecidos, aparecimento de rugas, envelhecimento precoce, processo lento de cicatrização, etc.    

Amora, aveia, cevada, escarola, alface, abóbora, azeitona, cebola, frutos do mar, cogumelos, milho, arroz, miúdos do frango, algas, trigo

Flúor Forma ossos e dentes; previne dilatação das veias, cálculos da vesícula e paralisia

A necessidade de flúor é muito pequena; ele é recomendado apenas para gestantes para crianças durante a formação da segunda dentição

Agrião, alho, aveia, brócolis, beterraba, cebola, couve-flor, maçã, trigo integral

Cobre Age na formação da hemoglobina (pigmento vermelho do sangue)

 Baixa produção de hemoglobina. Depressão. Diarréias infantis. Deficiência respiratória. Debilidade geral.

Centeio, lentilha, figo eco, banana, damasco, passas, ameixa, batata, espinafre

Sódio Impede o endurecimento do cálcio e do magnésio, o que pode formar cálculos biliares ou nefríticos; previne a coagulação sangüínea

Cãibras e retardamento na cicatrização de feridas

Todos os vegetais (principalmente salsão, cenoura, agrião e cebolinha verde), queijo, nozes, aveia

Enxofre Facilita a digestão; é desinfetante e participa do metabolismo das proteínas  Crescimento deficiente de

unhas e cabelos, eczema, dermatite, crescimento retardado.

Nozes, alho, cebola, batata, rabanete, repolho, couve-flor, agrião, laranja, abacaxi

Zinco Atua no controle cerebral dos músculos; ajuda na respiração dos tecidos; participa no metabolismo das proteínas e carboidratos

Diminui a produção de hormônios masculinos e favorece o diabete

Carnes, fígado, peixe, ovo, leguminosas, nozes

  

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3. Vitaminas

Vitaminas – substância orgânica necessária em pequenas quantidades, importantes em atividades metabólicas do organismo e que, como regra geral, não são sintetizadas por ele.

Elas podem atuar como coenzimas, ativando enzimas fundamentais no metabolismo dos seres vivos.

Ao contrário dos carboidratos, lipídeos e das proteínas, as vitaminas não têm função estrutural nem energética.

As vitaminas podem ser divididas em dois grupos de acordo com sua solubilidade:

Hidrossolúveis (solúveis em água): C e complexo B Lipossolúveis (solúveis em gordura): A,D, E, K

O tempo de armazenamento das vitaminas nas células do corpo humano varia de acordo com o tipo de vitamina. De modo geral, as lipossolúveis podem ficar armazenadas por mais tempo. Muitos tipos de vitamina ficam armazenados no fígado.

*=humano, adulto, com menos de 90 kg

Avitaminose (Hipovitaminose) – carência de vitamina. A avitaminose pode apresentar como conseqüências o desenvolvimento de várias doenças. A falta de vitamina C, por exemplo, pode provocar uma doença conhecida como escorbuto.

A falta de vitaminas pode ser provocada por:  

redução de ingestão.

pela diminuição da absorção.

pelas alterações da flora intestinal.

pelas alterações do metabolismo.

Hipervitaminose – excesso na ingestão de vitaminas - Conhecida também como "envenenamento por vitamina" pode levar a sintomas tóxicos.As dosagens excessivas de vitaminas A, B3 e B6 isolada (sem o Complexo B), algumas vezes são associadas aos efeitos colaterais de vitamina, entretanto os mesmos normalmente cessam rapidamente com a redução ou interrupção da ingestão das mesmas. A superdosagem da vitamina C exerça um forte efeito

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laxativo em pessoas saudáveis, formação de cálculo nos rins. Excesso de vitamina A Pela ingestão exagerada podem surgir manifestações como pele seca, áspera e descamativa, fissuras nos lábios, ceratose folicular, dores ósseas e articulares, dores de cabeça, tonturas e náuseas, queda de cabelos, etc.

TABELA DAS VITAMINAS

VitaminasFontes Avitaminoses Funções no organismo

A(retinol)

fígado de aves, animais e cenoura

problemas de visão, secura da pele, diminuição de glóbulos vermelhos, formação de cálculos renais

combate radicais livres, formação dos ossos, pele; funções da retina

D(calciferol)

óleo de peixe, fígado, gema de ovos

raquitismo e osteoporose

regulação do cálcio do sangue e dos ossos

E(tocoferol)

verduras, azeite e vegetais

dificuldades visuais e alterações neurológicas. Anemia e esterelidade

 Previne problemas nas membranas celulares

K(filoquinona)

fígado e verdurasdesnutrição, má função do fígado, problemas intestinais

atua na coagulação do sangue, previne osteoporose

B1(tiamina)

cereais, carnes, verduras, levedo de cerveja

Beribéri (inflamação e degeneração dos nervos)

atua no metabolismo energético dos açúcares

B2(riboflavina)

leites, carnes, verduras

inflamações na língua, anemias, seborréia

atua no metabolismo de enzimas, proteção no sistema nervoso.

B5(ácido

pantotênico)

fígado, cogumelos, milho, abacate, ovos, leite, vegetais

fadigas, cãibras musculares, insônia

metabolismo de proteínas, gorduras e açúcares

B6(piridoxina)

carnes, frutas, verduras e cereais

seborréia, anemia, distúrbios de crescimento

crescimento, proteção celular, metabolismo de gorduras e proteínas, produção de hormônios

B12(cianocobalamina)

fígado, carnes, ovos, laticínios

anemia perniciosaformação de hemácias e multiplicação celular

C(ácido ascórbico)

laranja, limão, abacaxi, kiwi, acerola, morango, brócolis, melão, manga

escorbuto

atua no fortalecimento de sistema imunológico, combate radicais livres e aumenta a absorção do ferro pelo intestino. Formação de hormônios e colágeno

P(rutina)

Legumes e verdurasPode causar aparecimento de varizes

Fortalece a parede dos vasos

H(biotina)

noz, amêndoa, castanha, lêvedo de cerveja, leite, gema de ovo, arroz integral

eczemas, exaustão, dores musculares, dermatite

metabolismo de gorduras, 

M ou B9(ácido fólico)

cogumelos, hortaliças verdes

anemia megaloblástica, doenças do tubo neural

metabolismo dos aminoácidos, formação das hemácias e tecidos nervosos

PP ou B3(Niacina)

ervilha, amendoim, fava, peixe, feijão, fígado, nozes, carnes, cereais

insônia, dor de cabeça, dermatite, diarréia, depressão

manutenção da pele, proteção do fígado, regula a taxa de colesterol no sangue . Atua no metabolismo energético

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Hipervitaminose

VITAMINA C: formação de cálculos nos rins. Note-se que a dose diária recomendada é de 60 mg/dia. Alguns produtos comerciais contêm até 2000 mg por comprimido, o que significa a ingestão de 35 ou mais vezes o dose diária recomenda.

VITAMINA B1: mesmo em doses elevadas, a tiamina não é tóxica. Os eventuais excessos ingeridos são eliminados pelos rins, deixando a urina amarelada.

VITAMINA B2: Manifestações de excesso: não é tóxica, mesmo em altas doses. Os excessos são eliminados pelos rins.

VITAMINA B 6: Manifestações de excesso: a Piridoxina tem baixa toxicidade aguda, mas doses de 200 mg/dia, tanto por via oral como parenteral, podem provocar intoxicações neurológicas, surgindo sintomas como formigamentos nas mãos e diminuição da audição. Foram relatados casos de dependência da piridoxina.

VITAMINA B 12: Manifestações de excesso: não são citadas na literatura médica.

ÁCIDO PANTOTÊNICO B5: Manifestações de excesso: o excesso de ingestão (mais de 10 a 20 mg/dia) pode provocar diarréia. Como acontece com as demais vitaminas hidrossolúveis, os excessos são eliminados pelos rins, na urina.

B3 ou PP: Manifestações de excesso: a Niacina não costuma ser tóxica, mesmo em altas doses, mas pode provocar coceira, ondas de calor, hepatotoxicidade, distúrbios digestivos e ativação de úlceras pépticas.

Observação: a denominação PP significa Previne Pelagra, manifestação encontrada principalmente em alcoólatras de destilados quando mal-alimentados.

ACIDO FÓLICO B9: Manifestações de excesso: existem fortes evidências de que altas doses de ácido fólico reduzem o risco de doenças das coronárias e de câncer do intestino grosso. Mas essas evidências não são definitivas e não se sabe quais seriam as doses recomendadas.

BIOTINA H: Manifestações de excessos: grandes doses de biotina podem provocar diarréia.

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VITAMINA A - Manifestações de excesso: O excesso de vitamina A, uma situação freqüente em pessoas que ingerem vitaminas deliberadamente, pode causar manifestações clinicas desagradáveis e até perigosas. Podem surgir manifestações como pele seca, áspera e descamativa, fissuras nos lábios, ceratose folicular, dores ósseas e articulares, dores de cabeça, tonturas e náuseas, queda de cabelos, cãibras, lesões hepáticas e paradas do crescimento além de dores ósseas. Podem surgir também falta de apetite, edema, cansaço, irritabilidade e sangramentos. Aumentos do baço e fígado, alterações de provas de função hepática, redução dos níveis de colesterol e HDL colesterol também podem ocorrer. Já foram observados casos de envenenamento fatais pela ingestão de fígado de urso polar. Grande cuidado deve ser dado a produtos que contenham o ácido retinóico usado no tratamento do acne.

VITAMINA E - Manifestações de excesso: a vitamina E mesmo em altas doses não é tida como tóxica, mas, se ingerida em excesso, pode, eventualmente, competir na absorção e reduzir a disponibilidade das outras vitaminas lipossolúveis, além do ferro dos alimentos, e, assim, colaborar para o desencadeamento de anemias. Observou-se ainda que altas doses de Vitamina E aceleram a progressão de retinite pigmentosa.

VITAMINA K - Manifestações de excesso : as vitaminas K1 e K2 não são tóxicas, mesmo em altas doses. Já a vitamina K3 em altas doses pode provocar anemia e lesões no fígado.

VITAMINA D - Tanto o excesso como a carência de vitamina D altera a formação dos ossos. Manifestações de excesso: doses exageradas de vitamina D provocam a hipercalcemia (excesso de cálcio no sangue) o que favorece o depósito de cálcio nos vasos (arteriosclerose) e ainda a eliminação aumentada de cálcio na urina o que por sua vez favorece a formação de cálculos urinários. Altos teores de cálcio no sangue alteram as funções do coração e dos nervos.

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Carboidratos

Principais fornecedores de energia

Conhecidos como hidratos de carbono ou glicídios – compostos orgânicos geralmente constituídos de C, H, O – usados como fonte de energia pelos seres vivos, tem função estrutural, como na constituição de ácidos nucléicos e organização da parede celular das células vegetais (celulose) e de fungos (quitina); participa da composição do exoesqueleto de artrópodes.

Podem ser divididos em 3 grupos:

MONOSSACARÍDEOS – (CH2O)n - n é no mínimo 3 e máximo 8

Açúcares simples muito solúveis em água e facilmente transportados para todas as partes do corpo. Muitos são aproveitados imediatamente pelos organismos como fonte de energia

Os nomes dados aos monossacarídeos dizem respeito ao número de átomos de carbono da molécula e terminam com sufixo – OSE

.1. Trioses – 3 átomos de C

.2. Tetrose – 4 átomos de C

.3. Pentoses - 5 átomos de C (ribose e desoxirribose – constituintes dos ácidos nucléicos RNA e DNA)

.4. Hexoses – 6 átomos de C (glicose, frutose, galactose)

.5. Heptoses – 7 átomos de C

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OLIGOSSACARÍDEOS – açúcares formados de 2 a 6 monossacarídeos, geralmente hexoses. Os mais importantes são os dissacarídeos. Nessa união entre monossacarídeos ocorre uma síntese por desidratação, há perda de uma molécula de água.

Os principais dissacarídeos são (função energética):

.1. Sacarose – glicose + frutose

.2. Lactose – glicose + galactose

.3. Maltose – 2 moléculas de glicose

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POLISSACARÍDEOS: (C6H10O5)n

São macromoléculas formadas por vários monossacarídeos unidos entre si – são insolúveis em água e podem ser hidrolisados em açúcares mais simples.

Quanto à sua constituição química, os polissacarídeos podem ser divididos em homopolissacarídeos (constituídos por um só tipo de monómero) e heteropolissacarídeos (constituídos por diferentes tipos de monómeros).

A insolubilidade permite que funcionem como armazenadores de energia (glicogênio e amido) e como componentes estruturais (celulose e quitina) da célula.

Celulose

A celulose, conhecida vulgarmente por fibra, encontra-se apenas em plantas, sendo um constituinte das paredes celulares. É um homopolissacarídeo de β-glicose, o que lhe confere uma estrutura mais rígida que ligações entre α-glicose. Os mamíferos são incapazes de digerir a celulose mas esta é uma importante parte da dieta humana, ao ajudar à limpeza do tracto intestinal.

A celulose é formada por microfibrilas, que se reúnem em feixes maiores (fibrilas). As microfibrilas são sintetizadas por enzimas que se encontram na membrana plasmática. A celulose está associada a outros polissacarídeos, principalmente hemiceluloses (xiloglicanos e xilanos) e compostos pécticos (galacturonanos).

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Amido

O amido é a reserva energética das plantas. É um homopolissacarídeo formado por α-glicose. Encontra-se em duas formas: amilose e amilopectina.

Glicogênio

O glicogénio é um homopolissacarídeo ramificado, constituído por glicose, sendo a principal reserva energética em animais. Os humanos têm a capacidade de armazenar pequenas quantidades de glicogénio no fígado e nos músculos. É sintetizado quando os níveis de glicose no sangue são altos; essa síntese é estimulada pela insulina, produzida no pâncreas.

Quitina

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Glicogênio

Parede celular das bactérias

As paredes celulares das bactérias são tipicamente compostas por

peptidioglicanos (polímeros de polissacarídeos ligados a proteínas como a

mureína, com funções protetoras).

Quando a parede exterior tem esta composição, a célula tinge-se de cor

púrpura quando fixada com violeta-cristal, uma preparação conhecida como

técnica de Gram - bactérias "Gram-positivas".

Outras bactérias possuem uma parede celular dupla, em que a interna é uma

fina camada de peptidioglicanos, enquanto que a exterior é formada por

carboidratos, lípidos e proteínas. Estas bactérias não tingem de púrpura com o

corante de Gram - "Gram-negativas".

Muitos antibióticos, incluindo a penicilina e seus derivados, atacam

especificamente a parede celular das bactérias.

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SISTEMA ABO

Há vários grupos sangüíneos herdados independentemente

entre si. São conhecidos diversos sistemas de grupo sangüíneos.

O sistema ABO é o de maior importância na prática transfusional

por ser o mais antigênico, ou seja, por ter maior capacidade de

provocar a produção de anticorpos, seguido pelo sistema Rh.

Os antígenos deste sistema estão presentes na maioria dos

tecidos do organismo .

Fazem parte deste sistema três genes A, B e O podendo qualquer

um dos três ocupar o loco ABO em cada elemento do par de

cromossomos responsáveis por este sistema.

Os genes ABO não codificam diretamente seus antígenos

específicos, mas enzimas que tem a função de transportar

açúcares específicos, para uma substância precursora

produzindo os antígenos ABO.

O indivíduo do grupo AB é possuidor de um gene A e de um gene

B, tendo sido um herdado da mãe e o outro do pai. Ele possui nos

seus glóbulos vermelhos os antígenos A e B, seu genótipo é AB.

No caso do grupo O, foi herdado do pai e da mãe o mesmo gene O.

O gene O é amorfo, isto é, não produz antígeno perceptível. As

células de grupo O são reconhecidas pela ausência de antígeno A

ou B. Quando o gene O é herdado ao lado de A, apenas o gene A se

manifesta; e se é herdado ao lado do gene B apenas o gene B se

manifesta.

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Fator Rh

Outra importante propriedade antigênica hereditária é representada pelo fator Rh.

Enquanto os grupos ABO possuem antígenos e anticorpos naturais, no caso do

fator Rh e dos demais grupos sangüíneos, essa propriedade antigênica não está

associada à presença de anticorpos naturais – os anticorpos correspondentes são

imunes, isto é, são produzidos por indução do antígeno.

 

 

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Eritroblastose fetal ou DHRN (Doença Hemolítica do

Recém-Nascido)

 

 

 

A eritroblastose fetal é uma doença do feto e do recém-nascido, também

conhecida por Doença Hemolítica do Recém-Nascido, é caracterizada por aglutinação

progressiva e fagocitose subseqüente dos eritrócitos. Na maioria dos casos, a mãe é

Rh negativa, e o pai Rh positivo. A criança herda o antígeno Rh positivo do pai,

resultando numa incompatibilidade imunológica em relação à mãe, que desenvolve

aglutininas anti-Rh que se difundem através da placenta para o feto, provocando

aglutinação dos eritrócitos, uma vez que as hemácias Rh positivas do primeiro filho,

eventualmente atravessou a placenta e ganhou a circulação da mãe, onde induziram a

formação de anticorpos específicos para o antígeno Rh positivo.

 

Prevalência da doença . A mãe Rh negativa que tem seu primeiro filho Rh

positivo geralmente não desenvolve quantidades suficientes de aglutininas anti-Rh

para causar qualquer dano. Todavia , ao ter um segundo filho Rh positivo, cerca de

3% dos casos exibem alguns sinais de eritroblastose fetal; aproximadamente 10% dos

terceiros filhos têm a doença, e a incidência aumenta progressivamente com as

gestações subseqüentes.

A mãe Rh negativa só desenvolve aglutininas anti-Rh quando o feto é Rh

positivo. Muitos dos pais Rh positivos são heterozigotos (cerca de 55%), de modo que

cerca de um quarto dos filhos são Rh negativos. Por conseguinte, depois do

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nascimento de uma criança com eritroblastose fetal , não é certo que os futuros filhos

também serão eritroblastóticos.

 

Efeitos dos anticorpos maternos sobre o feto. Após a formação de

anticorpos anti-Rh na mãe, eles sofrem difusão lenta através da membrana

placentária, penetrando no sangue fetal, onde causam aglutinação do sangue, e assim

uma anemia hemolítica. Os eritrócitos aglutinados do feto sofrem hemólise

subseqüente, liberando hemoglobina na circulação. Os macrófagos convertem então,

a hemoglobina em bilirrubina, responsável pela cor amarelada da pele (icterícia).

Provavelmente, os anticorpos também atacam e lesam algumas outras células do feto.

 

Transfusão sangüínea

Na transfusão do sangue de uma pessoa de um grupo sangüíneo a um

receptor de outro grupo, é provável que ocorra uma reação transfusional,

caracterizada pela aglutinação dos eritrócitos do sangue do doador. É muito raro que o

sangue transfundido possa causar aglutinação das células do receptor , pela seguinte

razão: a porção do plasma do sangue do doador dilui-se imediatamente com o plasma

do receptor, diminuindo assim, o título das aglutininas injetadas até um nível

demasiado baixo para causar aglutinação. Por outro lado, o sangue transfundido

praticamente não dilui as aglutininas do plasma do receptor, assim estas ainda podem

aglutinar as células do doador.

No sistema ABO, indivíduos AB, que não possuem aglutininas podem receber

sangue de qualquer grupo, sendo denominados receptores universais. Ao contrário

indivíduos do grupo O, possuindo ambas aglutininas só podem receber sangue de

indivíduos de grupos semelhantes, porque estes não tem antígenos A ou B. Todavia,

por não possuírem antígenos, podem doar sangue a qualquer pessoa, sendo então

denominados doadores universais

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