Intervir Precocemente para o Sucesso ao Longo da Vida
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Intervir precocemente para o sucesso ao longo da vida
Joaquim Colôa
Ano 2003
Intervir precocemente para o sucesso ao longo da vida
”Aqui é o mapa,
ali é a rua.
Veja esta curva aqui,
veja ali a ladeira...
Dê-me o mapa.
Eu vou lá.
Pelo mapa, ir é fácil.”
Bertold Brecht
Intervir precocemente para o sucesso ao longo da vida
O momento do
diagnóstico
Intervir precocemente para o sucesso ao longo da vida
Quais as portas que vamos ter
que abrir e com a ajuda de
quem?
Intervir precocemente para o sucesso ao longo da vida
Onde posso
encontrar
respostas?
Com quem
posso falar?
Intervir precocemente para o sucesso ao longo da vida
Eu quero
tomar
decisões.
Como posso
colaborar?
Intervir precocemente para o sucesso ao longo da vida
Como ganhar
batalhas e ter
sucesso? Com a
ajuda de quem?
O diagnóstico – algumas coisas que os pais sentem
Sentimos...
Alguma
perca
Alguma
mágoa
Alguma
culpa
Alguma confusão
Alguma
revolta
Muitas interrogações...
A perspectivas mudam...
Mas nem todos os membros da
família e mesmo amigos mais
próximos reagem da mesma
maneira. A nossa forma de reagir
toma formas consoante os sonhos e
as experiências de cada um...
Nem todos somos iguais...
Nada pior para acentuar
as diferenças do que
tratar todos por igual.
Necessitamos de suporte logo no primeiro momento
Os técnicos
O que é?
Com o que
poderei
contar?
Outros pais
As suas histórias?
Os seus sucessos?
O que vou necessitar?
Onde me posso
dirigir?
Palavras de
encorajamento
Muitas das famílias que já passaram por situações
idênticas indentificaram respostas que desenvolvem
determinadas forças que podem ajudar outros pais.
Necessidade de suporte ao longo de muitos momentos
•Aspectos financeiros;
•Sistemas formais de ajuda
(educativos, sociais, saúde,...);
Necessidade de suporte ao longo de muitos momentos
•Sistemas informais (outros
membros da famílias, amigos,
grupos de pais,...)
Necessidade de suporte ao longo de muitos momentos
•Que livros, artigos e vídeos (ajudar as
famílias a aceder a informação que lhes
permita delinear estratégias, suporte
emocional para si mesmas;
Necessidade de suporte ao longo de muitos momentos
•Que
brinquedos?
Que
tecnologias de
apoio? Que
actividades?
Que
estratégias?
O cérebro uma vez amadurecido, são
fixadas as funções nas suas respectivas
posições.
Desenvolvimento atípico
Nenhum reajustamento pode ter
lugar depois da destruição de células.
Desenvolvimento atípico
Desenvolvimento atípico
Durante o desenvolvimento, os tecidos
e as células tornam-se cada vez mais
especializadas,
O final da diferenciação assinala a
perda de tal plasticidade.
Desenvolvimento atípico
Desenvolvimento atípico
O processo de reajustamento e a
fixação final são conhecidos como
regulação e determinação,
respectivamente.
Desenvolvimento atípico
À medida que as áreas se tornam
mielinizadas elas atingem a maturação
e perdem alguma da sua plasticidade e
capacidade para modificar o seu
funcionamento.
Desenvolvimento atípico
QUANDO DEVE SURGIR A
INTERVENÇÃO?
Períodos críticos para o
desenvolvimento das sensações – antes
da área do cérebro estar mielinizada.
Estes períodos estão relacionados com a
libertação de neurotransmissores
Desenvolvimento atípico
“À ESPERA DE
EXPERIÊNCIA”
“DEPENDENTES
DA EXPERIÊNCIA”
SINPSES
Na foto ao lado vemos um
bebé portador de
Tetraparesia Espástica e
Síndrome de Lenox-
Gasteaut, onde é feito um
trabalho de alimentação
com colher.
Alguns exemplos
É importante ressaltar o
posicionamento em concha
com o apoio do braço
esquerdo sob a região
occipital, evitando a
interferência do Reflexo
Tónico Labiríntico e do
controle motor oral dado com
a mão esquerda sob os lábios
e queixo.
Alguns exemplos
Nesta foto, uma
criança
portadora de
Tetraparesia
Espástica,
sentada a um
banco e sendo
realizado um
trabalho com
bolacha.
Alguns exemplos
Chama-se a atenção para o
controle motor oral realizado
pelo braço direito do
terapeuta, mantendo a
criança numa postura
simétrica e adequada,
evitando a interferência de
padrões posturais adversos.
Alguns exemplos
Antes da criança chegar a
posição sentada deve ser
feito todo um trabalho de
relaxamento e posturas e
a criança foi sendo levada
à posição de sentada por
seu próprio esforço.
Alguns exemplos
Esta criança também
portadora de
Tetraparesia Espástica,
sendo carregada desta
maneira, consegue ter
um contacto maior com
o meio, proporcionado
pelo posicionamento
simétrico
Alguns exemplos
REFLEXOS ORAIS
Reflexo de Procura: também conhecido por reflexo dos
quatro pontos cardeais, quando a mãe vai amamentar o
bebé e o bico do seio toca a região próxima a boca do
bebé, o bebé vira a cabeça em direcção ao seio para
poder introduzí-lo na sua boca e iniciar a sucção.
Modelo de cronicidade
Aco
nte
cim
en
tos
am
bie
nta
is
stre
ssa
nte
s
Aco
nte
cim
en
tos
am
bien
tais
stressa
nte
s
Vulnerabilidade
biológica
(hereditariedade,
neurotransmissores)
Do sujeito (auto-controlo da ansiedade,
resolução de problemas)
Do meio (rede social, meio físico,
condições sócio-económicas)
Desequilíbrios orgânicos com crises mais ou menos
repetidas
sintomasDiagnóstico/hospitalização
/medicação
Modelo de cronicidade
•Incapacidades (relações sociais, concentração, atenção, etc.)
•Rotulação (culpabilidade e atitude negativa do meio e do sujeito, medos, etc.)
•Mudança nas exigências do meio.
Deterioração
mantida por muito
tempo
•Perda de aptidões e ocasiões para aprender condutas normais;
•Desaparecimento de comportamentos autónomos para a vida em
comunidade.
Incr
emen
to
da
cron
icid
ad
e
Sinalização
A sinalização acontece quando é
detectada uma situação de risco e se
tentam encontrar respostas adequadas às
necessidades.
Situação de risco
Elegibilidade baseada em quatro ou mais
factores de risco biológico, estabelecido
e/ou ambiental que possam interferir com a
prestação de cuidados à criança e com os
aspectos de saúde ou de desenvolvimento da
mesma.
Os referidos factores incluem:
i) preocupações severas dos pais ou
profissionais relacionadas com o
desenvolvimento da criança, estilo parental,
interacções pais-criança,
ii) o período pré-natal (complicações pré-natais,
abuso de substâncias tóxicas, etc.),
iii) o período peri-natal (complicações peri-
natais, asfixia, baixo peso à nascença, etc.),
iv) o período pós-natal (comportamento atípico,
otite média crónica, etc.),
Situação de risco ambiental
Situação de risco ambiental
Os referidos factores incluem:
v) aspectos demográficos (pobreza, mães
adolescentes, etc.),
vi) aspectos ecológicos (ausência de residência
estável, ausência de cuidados médicos, etc.),
vii) aspectos de saúde da família, cuidados
prestados e interacção (doença crónica severa
dos pais, atraso mental dos pais, pais alcoólicos
ou toxicodependentes, pais com história de
abandono ou de abuso, crise familiar aguda,
distúrbios crónicos da interacção familiar, etc.).
Risco estabelecido
Elegibilidade baseada num diagnóstico
relacionado com uma das seguintes condições:
i) anomalias genéticas ou cromossómicas (ex:
trissomia 21, X frágil, etc.),
ii) problemas de metabolismo (síndroma de
Hunter, etc.),
iii) alterações neurológicas (paralisia cerebral,
neurofibromatose, etc.)
iv) malformações congénitas (síndroma de Lange,
etc.),
Risco estabelecido
v) alterações sensoriais (ambliopia, surdez, etc),
vi) alterações de desenvolvimento atípico e
problemas de vinculação (autismo, alterações
reactivas da vinculação, incluíndo situações de
abuso, etc.),
vii) doenças crónicas, (dependência de ajudas
técnicas, cancro, etc.),
viii) exposição prolongada a tóxicos (síndroma
fetal alcoólico, etc.)
ix) doenças infecciosas graves (citomegalovírus,
HIV-positivo, etc.).
Detecção Precoce
Refere-se a levantamentos nominais e/ou
quantitativos das populações de risco que devem
servir como fundamento a planificações regionais
e nacionais no sentido da aplicação de medidas
diferenciadas. Estes levantamentos têm uma
importância capital para uma planificação eficaz
a nível da organização das políticas no âmbito da
Intervenção Precoce;
Diagnóstico precoce
Refere-se à recolha de dados que possam
servir de base à aplicação de um conjunto
de respostas diferenciadas e
individualizadas;
Terapia precoce
Diz respeito, muitas vezes, aos aspectos
somáticos e implica, sobretudo, a melhoria
do estado físico e psicológico geral. Refere-
se a um conjunto de medidas essencialmente
terapêuticas;
Educação Precoce
Diz respeito à intervenção ao nível
psicopedagógico no sentido de estabelecer
um conjunto de medidas que ajudem a
criança a adquirir o maior número de
competências tendo em vista o seu
desenvolvimento;
Estimulação precoce
Refere-se a um conjunto de acções que
podem ser terapêuticas e educativas,
incidindo directamente na criança, no
sentido de estimular os processos de
aprendizagem no âmbito sensorial, motor,
da linguagem, emocional e social.