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INTERVENÇÃO PARA SUSTENTABILIDADE NO
CONJUNTO URBANO PAISAGÍSTICO DA AVENIDA KOELER EM PETRÓPOLIS NO RIO DE JANEIRO ATRAVÉS
DE CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL
Área temática: Gestão Ambiental & Sustentabilidade
Therezinha Muniz Cirilo
Resumo: Do ponto de vista da Engenharia Legal, de que a durabilidade de um imóvel é em média 50 anos, é
preocupante que o Conjunto Urbano Paisagístico composto por 29 edificações construídas no período de 1853 a 1932,
situado na Avenida Koeler, cidade de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, patrimônio tombado em 1964 pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, ainda não tenha conquistado uma certificação
ambiental. O selo pode ajudar na preservação do patrimônio e garantir a sustentabilidade desses imóveis tombados. As
certificações ambientais existentes hoje são verdadeiras plataformas de contribuições técnicas das mais confiáveis tanto
para novas construções, quanto para a preservação e a manutenção das edificações já existentes, com o foco no meio
ambiente, na eficiência energética, na qualidade de vida e no bem estar dos seres humanos. Visando a conservação deste
valioso patrimônio arquitetônico e cultural para as gerações futuras, que recebe hoje pessoas provenientes de diversas
partes do mundo, que vêm conhecer e divulgar esta riqueza patrimonial da cidade, Petrópolis é também um pólo de
Faculdades de Arquitetura, com vocação para estudos e pesquisas no setor da Arquitetura. Portanto, este artigo reitera a
necessidade de se escolher e se comprometer com a certificação adequada à preservação das edificações da Avenida
Koeler, contribuindo para o viés principal de sustento da cidade que é o turismo com toda a sua força de mercado, onde
Arte e Arquitetura vivas na cidade se declaram como bens de utilidade pública a serem cuidadosamente preservados.
Palavras-chaves: Sustentabilidade, Patrimônio Histórico, Certificação Ambiental
ISSN 1984-9354
XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015
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1. INTRODUÇÃO
Localizado na Avenida Koeler, um dos principais corredores culturais do Centro Histórico da
cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, o Conjunto Urbano Paisagístico da Avenida Koeler
constituído por 29 palacetes de estilo eclético de delicada beleza que datam da segunda metade do
século 19 até o início do século 20, no período aproximado de 1850 a 1930, “os 80 anos do Boom da
Construção Civil na Avenida Koeler” e mais aproximadamente 80 anos que se passaram até os dias
atuais, se completam 160 anos de existência dessas edificações, quase a idade da cidade, hoje com
172 anos comemorados no dia 16 de março de 2015. Desde o seu tombamento em 1964, esses imóveis
estão submetidos à legislação e ao empenho do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
– IPHAN, quanto à conservação deste patrimônio. Comporta aqui a seguinte pergunta: qual o legado
desse Patrimônio Histórico para o futuro da cidade de Petrópolis?
Para que essas edificações continuem erguidas e bem cuidadas com a importância e delicadeza que
o assunto merece, este artigo vem propor a Certificação Ambiental para a sustentabilidade do Conjunto
Urbano Paisagístico da Avenida Koeler, considerando também as ferramentas já existentes das
políticas públicas em Petrópolis, pertinentes ao assunto deste artigo.
Petrópolis é considerada Área de Proteção Ambiental APA desde 1992 pelo ICMBio, Instituto
Chico Mendes, Ministério do Meio Ambiente (MMA), através do Plano de Manejo Área de Proteção
Ambiental da Região Serrana de Petrópolis desde 2009.
O Plano Diretor de Petrópolis é o instrumento básico da política de desenvolvimento sustentável do
Município, cuja finalidade principal é estabelecer diretrizes para orientar o processo permanente de
planejamento participativo, condicionando a expansão urbana à garantia do bem estar e melhoria da
qualidade de vida dos habitantes e ao pleno ordenamento das diversas funções sociais da cidade por
meio de critérios objetivos de justiça social e de preservação do meio ambiente natural e construído.
Terá seus dispositivos sempre interpretados observando as peculiaridades originárias do Plano Koeler
e suas regras, em especial quanto à divisão geográfica da cidade, a função social da propriedade e o
respeito à ecologia, atendida as marcas da identidade do Município e as necessidades da sua
atualização urbanística (PLANO DIRETOR DE PETRÓPOLIS, 2014).
O Prefeito de Petrópolis assinou a Carta Compromisso, bem como, a Prefeitura aderiu ao Plano de
Metas, disponibilizados na Plataforma Cidades Sustentáveis. A Plataforma (PROGRAMA CIDADES
SUSTENTÁVEIS, 2015) inspirada nos compromissos de Aalborg (Dinamarca), um pacto político com
o desenvolvimento sustentável que já foi assinado por mais de 650 municípios, principalmente
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europeus, compromissos que consideram a participação da comunidade local na tomada de decisões, a
economia urbana preservando os recursos naturais, a equidade social, o correto ordenamento do
território, a mobilidade urbana, o clima mundial e a conservação da biodiversidade, entre outros
aspectos relevantes.
Ferramentas da Plataforma Cidades Sustentáveis:
Elaborar políticas públicas para a sustentabilidade;
Traduzir a perspectiva comum para um futuro sustentável em metas concretas de
sustentabilidade e em ações integradas nos níveis locais, regionais e nacional;
Selecionar prioridades apropriadas às realidades e necessidades locais e regionais, que deverão
ter em atenção o respectivo impacto global;
Promover processos locais e regionais participativos, no sentido de identificar metas específicas
e horizontes temporais para monitorar os resultados alcançados.
1.2 PATRIMÔNIO HISTÓRICO
“Portadoras de mensagem espiritual do passado, as obras monumentais de cada povo perduram no presente
como o testemunho vivo de suas tradições seculares. A humanidade, cada vez mais consciente da unidade dos
valores humanos, as considera um patrimônio comum e, perante as gerações futuras, se reconhece
solidariamente responsável por preservá-las, impondo a si mesma o dever de transmiti-las na plenitude de sua
autenticidade (IPHAN, CARTA DE VENEZA, 1964).”
1.3 SUSTENTABILIDADE
Sustentabilidade está relacionada aos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da
sociedade humana. Assuntos como o consumo de energia, transportes, construção civil, indústria,
agricultura, desmatamento, manejo de florestas, tratamento de resíduos, significa um novo jeito de
ver as coisas, uma mudança de comportamento, ou uma nova proposta de vida. Planejar uma
edificação com baixo impacto ambiental e projetos que visem uma maneira de construir, destruindo
menos o planeta, são requisitos para uma metodologia de sustentabilidade.
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Segundo GAUZIN-MULLER (2010, p. 49), são medidas para um planejamento sustentável da
cidade como intervenção na concepção urbanística e técnicas urbanas:
Arquitetura e ecologia do setor da construção;
Geração de eletricidade e calefação;
Gestão da água;
Gestão dos transportes;
Redução dos resíduos e reciclagem ecológica;
Áreas verdes e proteção da natureza;
Clima urbano e qualidade do ar;
Proteção do solo e da água;
Proteção contra o ruído;
Saúde e alimentação.
1.4 CERTIFICAÇÃO AMBIENTAL
Hoje existem várias ferramentas para medir o desempenho ambiental de uma edificação segundo
critérios estabelecidos, as chamadas certificações ambientais. As instituições que certificam as
construções são:
LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) - Americano;
BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assesment Method) - Inglês;
HQE (Haute Qualite Environinmentale) – Francês;
CASBEE (Comprehensive Assessment System) – Japonês;
AQUA (Alta Qualidade Ambiental) – Brasileiro;
PBE Edifica (Procel) – Brasileiro;
SELO CASA AZUL – Brasileiro;
SELO QUALIVERDE – Brasileiro;
SELO BH SUSTENTÁVEL – Brasileiro.
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2. OBJETIVO
Certificar o Conjunto Urbano Paisagístico da Avenida Koeler alavancando o compromisso com a
Sustentabilidade previsto nas políticas públicas do Município de Petrópolis, através das Certificações
Ambientais.
3. MÉTODO
A metodologia proposta será o Estudo de Caso para escolher a Certificação Ambiental adequada
para o Conjunto Urbano Paisagístico tombado pelo IPHAN, situado na Avenida Koeler em Petrópolis
no Rio de Janeiro.
3.1 AS CERTIFICAÇÕES AMBIENTAIS
3.1.1 LEED – LEADERSHIP IN ENERGY AND ENVIRONMENTAL DESIGN
(GBC BRASIL, 2015).
O LEED é um sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações,
utilizado em 143 países, e possui o intuito de incentivar a transformação dos projetos, obra e operação
das edificações, sempre com foco na sustentabilidade de suas atuações.
Tipologias do LEED
LEED NC – Novas construções e grandes projetos de renovação;
LEED ND – Desenvolvimento de bairro (localidades);
LEDD CS – Projeto da envoltória e parte central do edifício;
LEED Retail NC e CI – Lojas de varejo – Projetos de interiores e edifícios comerciais;
LEED Healthcare – Unidades de saúde;
LEED EB_OM – Operação de manutenção de edifícios existentes;
LEED Schools – Escolas;
LEED for home – Para residências.
As dimensões de avaliação consideradas para certificação LEED (GBC Brasil, 2015) são:
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1. Sustainable sites (Espaço Sustentável) – Encoraja estratégias que minimizam o impacto no
ecossistema durante a implantação da edificação e aborda questões fundamentais de grandes centros
urbanos, como redução do uso do carro e das ilhas de calor.
2. Water efficiency (Eficiência do uso da água) – Promove inovações para o uso racional da água, com
foco na redução do consumo de água potável e de alternativas de tratamento e reuso dos recursos.
3. Energy & atmosphere (Energia e Atmosfera) – Promove eficiência energética nas edificações por
meio de estratégias simples e inovadoras, como, por exemplo, simulações energéticas, medições,
comissionamento de sistemas e utilização de equipamentos e sistemas eficientes.
4. Materials & resources (Materiais e Recursos) - Encoraja o uso de materiais de baixo impacto
ambiental (reciclados, regionais, recicláveis, de reuso, etc.) e reduz a geração de resíduos, além de
promover o descarte consciente, desviando o volume de resíduos gerados dos aterros sanitários.
5. Indoor environmental quality (Qualidade ambiental interna) – Promove a qualidade ambiental
interna do ar, essencial para ambientes com alta permanência de pessoas, com foco na escolha de
materiais com baixa emissão de compostos orgânicos voláteis, controlabilidade de sistemas, conforto
térmico e priorização de espaços com vista externa e luz natural.
6. Innovation in design or innovation in operations (Inovação e Processos) – Incentiva a busca de
conhecimento sobre Green Buildings, assim como, a criação de medidas projetuais não descritas nas
categorias do LEED. Pontos de desempenho exemplar estão habilitados para esta categoria.
7. Regional priority credits (Créditos de Prioridade Regional) – Incentiva os créditos definidos como
prioridade regional para cada país, de acordo com as diferenças ambientais, sociais e econômicas
existentes em cada local. Quatro pontos estão disponíveis para esta categoria.
Os níveis de pontos do LEED são: (USGBC, 2015)
Certified – Certificado: 40 a 49 pontos
Silver – Prata: 50 a 59 pontos
Gold – Ouro: 60 a79 pontos
Platinum – Platina: 80 pontos
3.1.2 AQUA – ALTA QUALIDADE AMBIENTAL (AQUA, 2015)
O Processo AQUA é uma certificação criada pela Fundação Vanzolini para promover e reconhecer
a Alta Qualidade Ambiental do ambiente construído.
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A Alta Qualidade Ambiental (AQUA) é um conceito holístico e, por esta razão, fundamenta-se na
análise do local do empreendimento e de seu programa de necessidades. E, nesta globalidade, o AQUA
busca proporcionar condições ideais de conforto e saúde para os usuários, respeitando o meio ambiente
e a sociedade, atendendo integralmente a legislação e obtendo viabilidade econômica por meio da
análise do ciclo de vida dos empreendimentos.
Desta forma, promover e reconhecer a Alta Qualidade Ambiental do ambiente construído é o grande
objetivo da certificação processo AQUA.
Sabe-se que alcançar a Alta Qualidade Ambiental requer esforços do empreendedor e de suas equipes
para obter o melhor nível possível de desempenho para o empreendimento e, ao mesmo tempo,
associá-lo a benefícios operacionais, ambientais, sociais e econômicos.
Hoje, o processo AQUA ganha maior visibilidade, representando no Brasil a rede internacional de
certificação HQE, no âmbito do acordo de cooperação da Fundação Vanzolini com o Cerway. O
Processo AQUA-HQE tem como parceiro o Cerway, formado pelos principais agentes franceses na
certificação de sustentabilidade na construção internacional.
A renovação do referencial técnico para edificações habitacionais do Processo AQUA (Alta
Qualidade Ambiental), em sua nova versão com critérios aperfeiçoados, que aumenta ainda mais o
desempenho ambiental das edificações e que inclui novos critérios, que se destacam a introdução da
norma de desempenho para edifícios da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), a NBR
15.575 de 2013; a maior adesão do Processo AQUA à ENCE (Etiqueta Nacional de Conservação de
Energia), que avalia a eficiência energética de equipamentos; e a inclusão dos critérios da PBE
(Programa Brasileiro de Etiquetagem) Edifica, que avalia a eficiência energética do edifício. Tanto a
ENCE, quanto o PBE Edifica, foram criados pelo Inmetro em parceria com a Eletrobrás e possuem
graduações que vão de “A” a “E”, de acordo com a eficiência energética. A atualização do referencial
técnico buscou valorizar os empreendimentos que se preocupam com a acessibilidade, projetos que
possibilitem a adaptação dos compartimentos conforme o envelhecimento dos usuários e que
proponham um desenho universal das unidades habitacionais. Além disso, o novo referencial exige
maior rigor na valorização dos resíduos gerados no canteiro de obras, monitoramento do consumo de
água e energia durante a execução do projeto, minimização dos riscos sanitários no canteiro e escolha
de produtos com procedência para desestimular a informalidade na cadeia produtiva de materiais de
construção. Em relação aos impactos da edificação no entorno, foram aprimorados os requisitos de
desempenho em relação à preservação e melhoria da qualidade ecológica e paisagística do local, com a
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especificação do plantio de espécies vegetais complementares entre si, não invasivas, adaptadas ao
clima e ao terreno.
3.1.3 PROGRAMA BRASILEIRO DE ETIQUETAGEM (PBE EDIFICA, 2015)
A Etiqueta PBE Edifica foi criada em 2003 e faz parte do Programa Brasileiro de Etiquetagem
(PBE), foi desenvolvida em parceria do Inmetro com a Eletrobras/PROCEL Edifica.
É o Selo de Conformidade que evidencia o atendimento aos requisitos de desempenho e, em alguns
casos, adicionalmente, também de segurança, estabelecidos em normas e regulamentos técnicos.
Dependendo do critério de desempenho avaliado, ela recebe nomes diferentes. Quando a principal
informação é a eficiência energética do produto ou da edificação, por exemplo, ela se chama Etiqueta
Nacional de Conservação de Energia (ENCE). A ENCE classifica os equipamentos, veículos e
edificações em faixas coloridas, em geral de “A” (mais eficiente) a "E" (menos eficiente).
As etiquetas podem ser obtidas para edificações comerciais, de serviços e públicas, e edificações
residenciais, sendo estas de 3 tipos: unidades habitacionais autônomas (casas ou apartamentos),
edificações multifamiliares e áreas de uso comum .
O Selo Procel Edifica tem sua concessão direcionada a edificações que apresentem os melhores
índices de eficiência energética e que atendam a requisitos ambientais, preferencialmente integrantes
do Programa Brasileiro de Etiquetagem - PBE, coordenado pelo Inmetro.
A adesão ao programa de concessão do Selo Procel Edifica é voluntária. Preferencialmente a cada
quatro anos o Procel promoverá a revisão dos critérios técnicos exigidos para a concessão do Selo
Procel Edifica, contribuindo dessa forma para um processo contínuo de desenvolvimento tecnológico e
de redução do consumo de energia elétrica no país. Essas revisões devem preferencialmente acontecer
concomitantemente às do Programa de Metas da Lei de Eficiência Energética e do Programa Brasileiro
de Etiquetagem (PROCEL. 2014).
O consumo de energia elétrica nas edificações corresponde a cerca de 45% do consumo faturado no
país. Estima-se um potencial de redução deste consumo em 50% para novas edificações e de 30% para
aquelas que promoverem reformas que contemplem os conceitos de eficiência energética em
edificações (LADE, 2015).
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3.1.4 SELO CASA AZUL (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, 2010)
O Selo Casa Azul CAIXA é um instrumento de classificação socioambiental de projetos de
empreendimentos habitacionais, que busca reconhecer os empreendimentos que adotam soluções mais
eficientes aplicadas à construção, ao uso, à ocupação e à manutenção das edificações, objetivando
incentivar o uso racional de recursos naturais e a melhoria da qualidade da habitação e de seu entorno.
O Selo se aplica a todos os tipos de projetos de empreendimentos habitacionais propostos à CAIXA
para financiamento ou nos programas de repasse. Podem se candidatar ao Selo as empresas
construtoras, o Poder Público, empresas públicas de habitação, cooperativas, associações e entidades
representantes de movimentos sociais.
O método utilizado pela CAIXA para a concessão do Selo consiste em verificar, durante a análise
de viabilidade técnica do empreendimento, o atendimento aos critérios estabelecidos pelo instrumento,
que estimula a adoção de práticas voltadas à sustentabilidade dos empreendimentos habitacionais.
Níveis de gradação do Selo Casa Azul: BRONZE, PRATA e OURO
A adesão ao Selo é voluntária e o proponente deve manifestar o interesse em obtê-lo para que o projeto
seja analisado sob a ótica deste instrumento.
Com o Selo Casa Azul, a CAIXA pretende estabelecer uma relação de parceria com os proponentes
de projeto, fornecendo orientações para incentivar a produção de habitações sustentáveis. O
proponente deve implementar o método de monitoramento e as análises que o assegure da capacidade
dos processos em alcançar os resultados planejados.
Avaliação do desempenho socioambiental do empreendimento: O solicitante deve realizar uma
avaliação do desempenho socioambiental do empreendimento diante das exigências dos critérios da
agenda que definiu para obter a classificação pretendida - "bronze", "prata" ou "ouro". Esta avaliação
deve ser registrada num documento que mostre como as mesmas foram atendidas.
3.1.5 SELO QUALIVERDE ( RIO DE JANEIRO, 2012)
Selo criado pela Prefeitura do Rio de Janeiro através do Decreto nº 35745, de 06 de junho de 2012
com o objetivo de incentivar empreendimentos que contemplem ações e práticas sustentáveis
destinadas a redução dos impactos ambientais. A qualificação QUALIVERDE é opcional e aplicável
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aos projetos de novas edificações e edificações existentes, de uso residencial, comercial, misto ou
institucional. O empreendimento que atingir, no mínimo, 70 pontos será classificado como
QUALIVERDE. O empreendimento que atingir, no mínimo, 100 pontos será classificado como
QUALIVERDE TOTAL.
Ações e práticas de Sustentabilidade para obtenção do Selo QUALIVERDE:
Gestão da água;
Eficiência energética;
Iluminação artificial eficiente;
Iluminação natural eficiente;
Eficiência do sistema de iluminação;
Fontes alternativas de energia;
Telhados de cobertura verde;
Afastamento das divisas;
Vedações adequadas à zona bioclimática;
Uso de Materiais Sustentáveis;
Conforto acústico, Isolamento térmico nas fachadas da edificação;
Plano de Redução de Impactos Ambientais no canteiro de obras;
Implantação de bicicletários e estrutura de apoio;
Previsão de compartimento para coleta seletiva de lixo;
Plantio de espécies vegetais nativas;
Adequação às condições físicas do terreno;
Sistema de fachadas: Previsão de sistema de proteção e sombreamento de fachadas, pérgulas
horizontais ou verticais, brises externos e outros protetores solares, ou ainda por meio de vegetação,
com redução de consumo energético;
3.1.6 SELO BH SUSTENTÁVEL (PREFEITURA DE BELO HORIZONTE, 2012)
O Programa de Certificação em Sustentabilidade Ambiental traduz uma política pública de
iniciativa da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, de reconhecimento e comprovação concedidos a
empreendimentos públicos e privados, condomínios residenciais e comerciais e/ou industriais que
adotarem medidas que contribuam para a redução do consumo de água, energia, de emissões diretas de
gases de efeito estufa e para a redução/reciclagem de resíduos sólidos. A adesão ao Programa é feita de
forma voluntária e consensual e sua implementação é de responsabilidade da Secretaria Municipal de
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Meio Ambiente, com apoio do Comitê Executivo Municipal da Copa 2014 e do Comitê Municipal
sobre Mudanças Climáticas e Ecoeficiência. Os empreendimentos certificados receberão o selo na
modalidade Ouro, Prata ou Bronze, de acordo com a abrangência do projeto e com os resultados
alcançados pelas medidas de eficiência e gestão adotadas. Também será concedido um Certificado de
Boas Práticas Ambientais para aqueles empreendimentos que adotarem medidas de sustentabilidade,
mas não alcançarem os índices mínimos estabelecidos para certificação, em cada área temática. A base
legal da certificação é a Deliberação Normativa nº 66/2009 do Conselho Municipal de Meio Ambiente
- COMAM que estabeleceu medidas de sustentabilidade e de combate às mudanças climáticas. O
objetivo geral do programa é reduzir as emissões dos gases de efeito estufa no município, de modo a
atingir as metas estabelecidas no Planejamento Estratégico da PBH para 2030, de redução de 20%
dessas emissões. O objetivo geral do programa é reduzir as emissões dos gases de efeito estufa no
município, de modo a atingir as metas estabelecidas no Planejamento Estratégico da PBH para 2030,
de redução de 20% dessas emissões. O Programa tem também como objetivo estimular a política da
construção sustentável na cidade, bem como reduzir os impactos ambientais desses empreendimentos
através da redução dos consumos de água e energia, da gestão adequada de resíduos sólidos e da
redução das emissões diretas de gases efeito estufa (GEEs). A adesão dos empreendimentos à
certificação contribuirá significativamente para a melhoria das condições ambientais da cidade,
especialmente no que se refere ao bem estar da sociedade, à sustentabilidade dos recursos naturais e à
qualidade do ar.
3.2 ESTUDO DE CASO
3.2.1 LOCALIZAÇÃO DA AVENIDA KOELER
A Avenida Koeler (Figuras 01 e 02) se localiza no Centro Histórico de Petrópolis, entre a antiga
Praça da Liberdade, hoje Praça Rui Barbosa, e a Rua da Imperatriz.
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Figura 01 - Avenida Koeler. Fonte: Google Earth, 2015
Figura 02 - Avenida Koeler. Fonte: CIRILO, 2015
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3.2.2 AS CASAS
São 29 palacetes na Avenida Koeler, edificações que impressionam pela beleza arquitetônica, é o
trajeto turístico. As casas trazem informações de conteúdo técnico e histórico em placas afixadas na
frente de cada uma delas, um trabalho minucioso de dedicação desenvolvido pela Prefeitura de
Petrópolis.
Figura 03 – Prefeitura Figura 04 - Banco Santander.
Fonte: CIRILO, 2015 Fonte: CIRILO, 2015
Figura 05 - Casa da Princesa Isabel Figura 06- Casa da Princesa Isabel
Fonte: Museu Imperial, s/data Fonte: CIRILO, 2015
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Alguns palacetes estão ocupados por empresas, como o de número 260, o Palácio Sérgio Fadel,
atual Prefeitura de Petrópolis (figura 03) e também o palacete de número 233, atual Banco Santander
(figura 04); a Casa da Princesa Isabel (Figura 05) construída em 1853, fica no número 42, na qual hoje
funciona a Companhia Imobiliária de Petrópolis (Figura 06); o Palácio Rio Negro (Figura 07)
construído em 1889, ocupa o imóvel de número 255 (Figura 08), residência de verão dos presidentes
da República.
Algumas casas são pousadas, hotéis, escolas, clínica e órgãos públicos como o Poder Judiciário.
Perfazendo assim, uma trajetória nova e interessante para as várias residências tombadas pelo IPHAN
na Avenida Koeler.
Quatorze casas são residências de particulares, dentre elas, a Casa do barão de Teresópolis (Figuras
9 e 10) e a Vila Itararé (Figuras 11 e 12), de números 144 e 365, respectivamente na Avenida Koeler,
cujas fotos se encontram abaixo.
Urge que este patrimônio valioso seja resguardado através de trabalhos atuais e futuros,
fundamentados nas sugestões das certificações ambientais atuais. A cidade que tem hoje duas
Faculdades de Arquitetura, com a promessa de ter uma terceira em breve, tem uma trajetória para
preservação, conservação e manutenção do Patrimônio Histórico de Petrópolis, integrado à Academia
e as políticas públicas com o olhar voltado para a sustentabilidade.
Figura 07 - Palácio Rio Negro Figura 08 – Palácio Rio Negro
Fonte: Museu Imperial – s/ data Fonte: CIRILO, 2015
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A Avenida Koeler, antes rua dom Afonso, esteve desde o início presente no plano urbanístico do
Major Frederico Koeler, que deu origem à cidade. É o logradouro mais conservado e equilibrado em
seus aspectos paisagístico e urbanístico. O conjunto de prédios bem conservados, construídos na
segunda metade do século XIX e na virada do século XX, apresenta exemplares do neoclássico tardio,
do romantismo e do estilo eclético, merecendo do IPHAN, em 1964, o Tombamento do Conjunto
Urbano-Paisagístico. (Placa da Prefeitura, 2015).
Figura 09 – Residência Figura 10 – Residência
Fonte: Museu Imperial, s/data Fonte: CIRILO, 2015
Figura 11 – Residência Figura 12 – Residência
Fonte: Museu Imperial s/data Fonte: CIRILO, 2015
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4. RESULTADO
Para se mudar o próprio estilo de vida se encontra muita resistência, não só individual, como
também coletiva, para ultrapassar barreiras impostas pela maneira antiga de se olhar o mundo e
possibilitar que os novos paradigmas sociais, ambientais, econômicos e culturais sejam incorporados
ao dia a dia. Preservar o planeta mediante um novo ponto de vista com os recursos naturais e se
encorajar para enfrentar as mudanças climáticas atuais, requer muito conhecimento e vivência no que
diz respeito à moradias, edificações e construção civil, portanto, urge que as novas investigações
científicas relativas ao tema seja a pauta das discussões acadêmicas. Assuntos como o consumo de
energia, transportes, construção civil, indústria, agricultura, desmatamento, manejo de florestas,
tratamento de resíduos, têm hoje significados de muita importância para o futuro planetário, portanto,
lidar com as mudanças nestes vários setores representa lidar com o novo paradigma da sustentabilidade
que significa simplesmente um novo jeito de ver as coisas, uma mudança de comportamento, ou uma
nova proposta de vida (CIRILO, 2013).
No Brasil, os impactos ambientais diretos e indiretos da construção civil resultam no consumo de
21% de toda água potável, 44% de toda eletricidade, geração de 65% de resíduos, emissões de cerca de
20% dos gases de efeito estufa, só para citar alguns exemplos. Mas hoje, com muita facilidade,
conseguimos reduzir tais impactos. (ECODESENVOLVIMENTO, 2014).
5. CONCLUSÕES
Segundo o CBCS (2014, p. 59), os principais instrumentos para melhoria de desempenho
energético em edificações são:
Requerimentos normativos;
Etiquetagem e certificação de desempenho acima do mínimo necessário;
Apoio técnico, capacitação e desenvolvimento de ferramentas;
Incentivos fiscais.
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Dentre os principais Sistemas de classificação de desempenho, requerimentos, etiquetagem e
certificação de Eficiência Energética (EE) estão o PBE Edifica, o AQUA e o LEED que contém os
programas de sustentabilidade e eficiência energética com visibilidade no mercado, para apoiar a
construção sustentável e demonstrar comprometimento com o meio ambiente.
Na elaboração de uma política pública, algumas etapas de implementação devem ser consideradas:
Etapa voluntária;
Trabalho com setor privado e sociedade civil – por exemplo, agregar valor com a existência de
um reconhecimento da ação por meio de um selo ou certificado;
Obrigatoriedade de adesão.
Finalmente, futuros anos climáticos devem ser desenvolvidos, considerando mudanças climáticas,
para permitir a avaliação dos impactos futuros de políticas energéticas e programas de etiquetagem.
Conclui-se, adotando-se as sugestões do CBCS (2014) e acrescentando-se que a Certificação
Ambiental do Conjunto Urbano Paisagístico da Avenida Koeler em Petrópolis é um trabalho que
garantirá a Preservação do Patrimônio Histórico da cidade.
Para o comprometimento com este trabalho sugere-se a criação de um Manual Edifica Petrópolis
Sustentável em parceria com a Prefeitura de Petrópolis e a Faculdade de Arquitetura de Petrópolis
UCP.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15575-1: Edifícios Habitacionais de até 5
pavimentos - Desempenho - Parte 1: Requisitos gerais. Rio de Janeiro. 2013, 71 p.
_________, NBR 5674: Manutenção de Edificações – Requisitos para o sistema de gestão de
manutenção. 2012. Rio de Janeiro. 25 p.
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